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UNIDADE 1
Tema 1: A teoria da Gestalt aplicada na comunicação visual
Introdução a Teoria da Gestalt 
Gestalt. Uma teoria com raízes na psicologia que pode ser aplicada na percepção das imagens e trouxe uma compreensão sobre como os seres humanos percebem e processam informações visuais. A aplicação da teoria tem um impacto direto na comunicação visual, transformando a maneira como concebemos e projetamos elementos visuais em diversos contextos, como design gráfico, publicidade, mídia digital e arte.
Na comunicação visual, a aplicação da teoria da Gestalt é evidente em diversas áreas:
1. Design Gráfico: Ajuda a criar layouts equilibrados e agradáveis, onde a proximidade de elementos relacionados sugere relações e hierarquias, e a similaridade em cores e formas agrupam informações de maneira eficaz;
2. Publicidade: Usada para criar anúncios que se destacam, comunicam mensagens com clareza e incentivam a ação. A proximidade e a semelhança são usadas para chamar a atenção do público e destacar informações essenciais; 
3. Web Design: Na concepção de sites, a aplicação da Gestalt melhora a experiência do usuário ao organizar informações de forma lógica, criando fluxos de leitura naturais e tornando a navegação intuitiva;
4. Branding e Identidade Visual: Fundamental na criação de logotipos e identidades de marca memoráveis, onde a simplicidade e a clareza de elementos visuais são essenciais; 
5. Mídia Digital e Redes Sociais: A aplicação da Gestalt é usada para criar postagens atraentes e compartilháveis, onde os princípios de continuidade e figura-fundo ajudam a capturar a atenção do público. 
A Gestalt aplicada como estratégia de comunicação
A estratégia, no contexto empresarial e além, é uma palavra que evoca planejamento, direção e alcance de metas. Ela vai além da simples execução de tarefas diárias, envolvendo uma abordagem mais ampla e deliberada para atingir objetivos específicos.
No âmbito das organizações, a estratégia está intrinsecamente ligada à visão de longo prazo e à adaptação ao ambiente em constante mudança e exige uma compreensão profunda das tendências do mercado, da cultura e dos potenciais ameaças e oportunidades do produto.
A estratégia não é estática; ela requer flexibilidade para ajustes conforme necessário. É um guia que orienta as ações, alocando recursos de maneira eficiente para maximizar os resultados desejados. No entanto, a implementação eficaz de uma estratégia muitas vezes exige um equilíbrio delicado entre a visão de longo prazo e a capacidade de resposta rápida às mudanças do ambiente.
A marca Do bem pode ser considerada um case de design estratégico de embalagens. O design estratégico, quando considerado à luz dos princípios da Gestalt, revela-se como uma prática colaborativa na construção das decisões fundamentais de uma empresa, inclusive no desenvolvimento de novos produtos e negócios. Nesse contexto, o profissional de design é um parceiro integral nas escolhas estratégicas do negócio. O design estratégico, inspirado pelos princípios gestálticos vai além da mera criação, incorporando a capacidade de análise da estratégia e posicionamento de mercado da empresa, o profissional assegura que as escolhas estratégicas estejam alinhadas com os objetivos de desempenho da empresa, conferindo-lhe um papel crucial na trajetória organizacional. 
Tema 2: As propriedades da configuração visual aplicadas ao design
A Gestalt e a configuração de imagens: percepção, análise e interpretação
A Teoria da Gestalt oferece princípios valiosos que podem ser aplicados na configuração de imagens publicitárias, visando aprimorar a percepção, análise e interpretação da mensagem visual. O objetivo da aplicação é facilitar a rápida compreensão da mensagem, especialmente em ambientes onde a atenção do espectador é limitada. A Teoria da Gestalt não apenas melhora a estética, mas também otimiza a experiência visual, facilitando uma compreensão mais rápida e eficaz da mensagem publicitária. 
Os 7 princípios da Gestalt: 
1. Proximidade: O princípio da proximidade afirma que coisas que estão próximas parecem ser mais relacionadas entre si do que se estivessem distantes. De uma maneira visual, essas situações estão presente no dia a dia. 
2. Similaridade: O princípio de Gestalt da similaridade explora o fato de que elementos parecidos são percebidos como parte do mesmo grupo e tendo a mesma função.
3. Continuidade: O princípio da continuidade afirma que elementos posicionados em uma linha ou curva são percebidos como mais relacionados do que se não estivessem dispostos desta forma. 
4. Fechamento: Ele faz automaticamente com que nosso cérebro produza contornos que não existem. Esse princípio de Gestalt afirma que você utiliza de sua memória para converter objetos complexos em formas simples e/ou já conhecidas. 
5. Figura-fundo: Este princípio de Gestalt afirma que nossa percepção instintivamente percebe objetos como estando ou à frente ou ao fundo. Pois, como seres humanos, não somos capazes de focar na frente e no fundo simultaneamente, e precisamos escolher apenas um.
6. Região comum: O princípio da região comum tem relação com princípio da proximidade, podendo ser até mesmo considerado um subprincípio deste primeiro. Dessa forma, esse princípio afirma que quando objetos são posicionados dentro da mesma região fechada estes são percebidos como parte do mesmo grupo. 
7. Ponto focal: O princípio do ponto focal afirma que qualquer elemento que se destacar visualmente vai capturar e prender a atenção de quem está vendo.
UNIDADE 2
Tema 1: As principais categorias conceituais do design gráfico
Todo layout produz um jogo de forças. Pense nesta perspectiva aplicada na comunicação publicitária. Título, sub-título, imagem, texto informativo, assinatura… elementos visuais que combinados produzem uma relação hierárquica na produção de sentidos. Como analogia, observe o símbolo do yin-yang acima. A aplicação de harmonia, equilíbrio e contraste no símbolo do yin-yang pode ser entendida e usada como metáfora para a criação de layouts publicitários.
O yin-yang é um símbolo de equilíbrio e harmonia entre forças opostas e complementares. Representa a interdependência e interconexão entre polaridades como feminino/masculino, claro/escuro, passivo/ativo. A harmonia está presente na coexistência pacífica dessas dualidades, destacando que nenhuma polaridade domina a outra. 
Simboliza equilíbrio dinâmico. As áreas de preto (yin) e branco (yang) são aproximadamente do mesmo tamanho, representando a igualdade entre forças opostas. Isso sugere que, embora as dualidades existam, há sempre um equilíbrio dinâmico entre elas, com uma influenciando a outra em um ciclo constante.
Apesar de representar harmonia e equilíbrio, o yin-yang também incorpora o contraste. As cores contrastantes (preto e branco) e a divisão clara entre as áreas simbolizam a distinção entre as polaridades. Esse contraste não implica conflito, mas sim complementaridade e interação, ressaltando a beleza na diversidade. 
Harmonia, contraste e equilíbrio são categorias conceituais que os designers utilizam para criar soluções visuais eficazes e esteticamente agradáveis. Essas categorias podem ser aplicadas à comunicação visual de várias maneiras para alcançar objetivos específicos. Aqui estão algumas delas:
1. Harmonia: A harmonia é associada à beleza e à agradabilidade visual. Em anúncios publicitários, a criação de layouts, cores e elementos visuais que se harmonizam proporciona uma experiência agradável aos espectadores, incentivando uma resposta positiva à mensagem transmitida. Quando os elementos visuais se complementam e trabalham juntos integradamente, a mensagem torna-se mais clara e fácil de ser compreendida, resultando em uma comunicação visual eficaz. Ao aplicar o princípio da harmonia, os designers podem criar um equilíbrio entre elementos proeminentes e secundários. Destacar elementos-chave harmoniosamente direciona a atenção do espectador para as mensagens mais importantes, sem sobrecarregar a composição;
2. Equilíbrio: O equilíbrioé crucial para evitar que um design pareça desorganizado. Na comunicação visual, equilibrar elementos visuais como cores, texto e imagens é essencial para criar uma aparência coesa e agradável. Uma unidade equilibrada é alcançada quando todos os elementos do design trabalham juntos harmoniosamente em uma relação de forças mútuas. A escolha consistente de cores, fontes e estilos contribui para a criação de uma unidade visual coesa. Um layout publicitário equilibrado é crucial para evitar uma sensação de desordem ou desconexão. A harmonia visual ajuda a distribuir elementos de maneira equilibrada, seja simétrica ou assimetricamente, garantindo que o espectador não sinta desconforto visual;
3. Contraste: O contraste é usado para destacar informações importantes, criar hierarquias visuais e melhorar a legibilidade. Por exemplo, ao aplicar contraste de cor entre texto e fundo, é possível garantir que o texto seja facilmente legível. A ênfase destaca elementos específicos para chamar a atenção do espectador. Em comunicação visual, o uso de elementos contrastantes ou posicionamento estratégico pode ser empregado para criar pontos focais e transmitir mensagens importantes. Estabelecer uma hierarquia visual é essencial para orientar o espectador na interpretação da informação. O uso de tamanhos de fonte diferentes, cores contrastantes e layout estratégico contribui para criar uma hierarquia clara.
Tema 2: As técnicas visuais aplicadas à comunicação visual e ao design gráfico
Técnicas visuais na configuração de imagens
"A sintaxe visual existe. Há linhas gerais para a criação de composições. Há elementos básicos que podem ser aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação visual, sejam eles artistas ou não, e que podem ser usados, em conjunto com técnicas manipulativas, para a criação de mensagens visuais claras. O conhecimento de todos esses fatores pode levar a uma melhor compreensão das mensagens visuais.
[...] 
“Em termos linguísticos, sintaxe significa disposição ordenada das palavras segundo uma forma e uma ordenação adequadas. [...] Mas, no contexto de alfabetismo visual, a sintaxe só pode significar a disposição ordenada de partes, deixando-nos com o problema de como abordar o processo de composição com inteligência e conhecimento de como as decisões compositivas irão afetar o resultado final.” 
 (DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 2015, págs. 18 e 29)
A configuração da imagem estabelece uma disposição ordenada e hierárquica que potencializa a mensagem do anúncio. Seja pelas cores, pelas tipografias ou pelos contrastes, existe uma hierarquia ordenada que sugere uma sequência de leitura. São técnicas visuais aplicadas na potencialização da mensagem.
Técnicas aplicadas na configuração das imagens: 
1. Repetição;
2. Sequencialidade;
3. Clareza; 
4. Simplicidade;
5. Complexidade;
6. Exageração;
7. Repetição (Harmonia); 
Aplicação da teoria na análise de imagens publicitárias
Identificar as técnicas visuais aplicadas à comunicação visual e ao design gráfico é fundamental para compreender como as mensagens visuais são construídas e comunicadas ao público. Nesse processo, a análise das técnicas utilizadas vai além da simples observação, envolvendo a compreensão dos elementos visuais e de como eles interagem para criar impacto e transmitir significados. Isso permite o desenvolvimento de uma consciência estética mais apurada ao reconhecer elementos como composição, equilíbrio, contraste e uso de cor, o observador se torna mais sensível à intencionalidade por trás das escolhas visuais.
Cada escolha de fonte, cor, layout e imagem contribui para a narrativa visual. A identificação dessas técnicas facilita a interpretação das intenções do designer e do comunicador visual. Ao observar e compreender o trabalho de outros publicitários, é possível extrair lições valiosas que podem ser aplicadas de maneiras novas e criativas. 
A identificação de técnicas implica avaliar não apenas o apelo estético, mas também a eficácia na transmissão da mensagem e na resposta do público, passo essencial no desenvolvimento de habilidades.
Tema 3: A Gestalt como metodologia de trabalho na comunicação visual
Construção e desconstrução de imagens a partir da Teoria da Gestalt
A desconstrução de imagens desempenha um papel fundamental no crescimento profissional do publicitário, proporcionando uma abordagem analítica que vai além da simples observação superficial.
A desconstrução permite que o publicitário compreenda profundamente as composições visuais. Ao analisar cada elemento individualmente, é possível entender como eles contribuem para a mensagem global, proporcionando uma visão mais clara da construção visual. Esse processo ajuda na identificação de técnicas específicas e estratégias visuais aplicadas em diferentes contextos. Isso permite que o publicitário amplie seu repertório de abordagens e estratégias utilizadas em campanhas publicitárias.
A prática constante de desconstrução aprimora a sensibilidade visual do publicitário. Isso significa que ele se torna mais consciente de detalhes, padrões e tendências, o que é crucial para a criação de mensagens visuais impactantes, além de ajudar os publicitários a acompanhar as mudanças nas tendências visuais. 
Em suma, o exercício da desconstrução não é apenas uma atividade isolada; ela se integra ao processo criativo. As percepções e aprendizados obtidos durante a desconstrução podem ser aplicados diretamente na criação de campanhas publicitárias, enriquecendo o trabalho do publicitário.
Aplicação da teoria da Gestalt na comunicação visual estratégica
“O significado se encontra tanto no olho do observador quanto no talento do criador. O resultado final de toda experiência visual, na natureza e, basicamente, no design, está na interação de polaridades duplas: primeiro, as forças do conteúdo (mensagem e significado) e da forma (design, meio e ordenação); em segundo lugar, o efeito recíproco do articulador (designer, artista ou artesão) e do receptor (público). [...] A forma é afetada pelo conteúdo; o conteúdo é afetado pela forma.” 
(DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual, pág. 132)
A forma não é meramente uma casca externa, mas um veículo que influencia profundamente a percepção e compreensão do conteúdo. A escolha do design, do meio e da ordenação não é arbitrária, mas uma parte intrínseca da mensagem. A afirmação de que “a forma é afetada pelo conteúdo; o conteúdo é afetado pela forma” ressalta a natureza bidirecional dessa relação. A forma visual escolhida não é apenas um invólucro estético, mas um elemento que modifica e complementa o conteúdo. Essa dinâmica é um processo fluido e mutuamente influente utilizado pela comunicação publicitária como um recurso de comunicação e persuasão.
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