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Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital Autor: Fábio Dutra Aula 08 1 de Março de 2021 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 1 97 AULA: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Sumário OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA ............................................................................................................................ 3 1 - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA................................................................................................................... 4 2 – RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO ...................................................................................................... 8 2.1 – Substituição tributária regressiva .......................................................................................................... 8 2.2 – Substituição tributária progressiva ........................................................................................................ 9 3 – RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA ................................................................................................. 13 3.1 – Transferência por Solidariedade .......................................................................................................... 13 3.2 – Transferência por Sucessão ................................................................................................................. 14 3.2.1– Sucessão na transmissão de bens imóveis ..................................................................................... 16 3.2.2 – Sucessão na transmissão de bens móveis ..................................................................................... 18 3.2.3 – Sucessão na transmissão causa mortis ......................................................................................... 19 3.2.4 – Sucessão Empresarial .................................................................................................................... 21 3.2.5 – Responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento profissional .......... 24 3.3 – Responsabilidade de Terceiros ............................................................................................................ 31 3.3.1 – Responsabilidade de terceiros com atuação regular .................................................................... 31 3.3.2 – Responsabilidade de terceiros com atuação irregular .................................................................. 34 4 - RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES .......................................................................................................... 39 4.1 – A responsabilidade pessoal do agente ................................................................................................. 40 4.2 – Denúncia Espontânea .......................................................................................................................... 41 4.2.1 - Aplicabilidade da Denúncia Espontânea aos Tributos Lançados por Homologação, por Declaração e de Ofício ................................................................................................................................................. 42 4.3 – Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário .............................................................................. 43 5 – QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS .......................................................................................... 47 Responsabilidade Tributária ......................................................................................................................... 47 Responsabilidade por Substituição ............................................................................................................... 48 Responsabilidade por Transferência ............................................................................................................. 50 Responsabilidade de Terceiros ..................................................................................................................... 62 Responsabilidade por Infrações .................................................................................................................... 68 6 – LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES ................................................................................................. 75 Responsabilidade Tributária ......................................................................................................................... 75 Responsabilidade por Substituição ............................................................................................................... 75 Responsabilidade por Transferência ............................................................................................................. 76 Responsabilidade de Terceiros ..................................................................................................................... 83 Responsabilidade por Infrações .................................................................................................................... 87 7 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................................................... 92 8 – RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES .......................................................................................... 93 Responsabilidade Tributária ......................................................................................................................... 93 Responsabilidade por Substituição ............................................................................................................... 94 Responsabilidade por Transferência ............................................................................................................. 94 Sucessão na Transmissão de Bens Imóveis ............................................................................................... 94 Sucessão na Transmissão de Bens Móveis ................................................................................................ 94 Sucessão na Transmissão Causa Mortis .................................................................................................... 94 Sucessão Empresarial ............................................................................................................................... 95 Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 2 97 Responsabilidade de Terceiros ..................................................................................................................... 96 Responsabilidade por Infrações .................................................................................................................... 97 Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 3 97 OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA Olá, pessoal! Vamos continuar nosso curso de Direito Tributário? Vocês já ouviram falar sobre responsabilidade tributária? Ao final da aula de hoje, estarão aptos a responder questões de prova de altíssimo nível sobre este tema! Abordaremos os arts. 128 a 138 do Código Tributário Nacional. "Todos os seus sonhos podem se tornar realidade se você tem coragem para persegui-los." Walt Disney Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 4 97 1 - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Retomando o que foi visto na aula anterior, acerca dos elementos subjetivos da relação jurídico-tributária, vimos que o sujeito passivo pode ser contribuinteou responsável, correto? É contribuinte, nos dizeres do art. 121 do CTN, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Por outro lado, é responsável, quando esteja obrigado por lei a pagar o tributo, mas não seja contribuinte, isto é, não possua uma relação pessoal e direta com o evento que fez acontecer o fato gerador. Costuma-se dizer que a responsabilidade do contribuinte pelo cumprimento da obrigação tributária é originária, pois decorre do próprio fato gerador. Já a responsabilidade do responsável é derivada, pois decorre da lei. A responsabilidade tributária, colega, é uma forma do Fisco otimizar a atividade de fiscalização e arrecadação tributária. Relembre o exemplo citado na aula anterior sobre o IR. O que seria mais fácil: fiscalizar o recolhimento do IR de todos os contribuintes pessoas físicas ou das empresas? Levando em consideração que as empresas podem contratar milhares de empregados, certamente o controle destas será mais efetivo. Nessa esteira, por não fazer acontecer o fato gerador, deve-se haver uma lei que preveja tal responsabilidade, afinal de contas, repita-se, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, senão em virtude de lei (CF/88, art. 5º, II). Por consequência, as convenções particulares não podem modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias (CTN, art. 123). Observação: Nunca se esqueça de que para ser contribuinte também se faz necessário haver previsão legal. Vamos reforçar: quando uma lei institui um tributo, deve haver previsão de fato gerador, base de cálculo, alíquotas e contribuintes. Caso contrário, não há elemento subjetivo na relação jurídico-tributária. Um detalhe, que não pode ser confundido pelo candidato, é a diferença entre sujeito passivo indireto com sujeito passivo de tributo indireto. O sujeito passivo indireto, como já estudamos, é o responsável pelo adimplemento da obrigação tributária. Já o sujeito passivo dos tributos indiretos pode ser tanto o contribuinte como o responsável, se houver. O contribuinte, neste caso, a quem nos referimos é o de direito, já que nesses tributos também há a figura do contribuinte de fato, o qual, como já foi estudado, não integra a relação jurídico-tributária. É o caso da pessoa que compra uma TV sobre a qual incide ICMS. Neste caso, o cliente acaba pagando pelo valor do imposto que está embutido no preço da mercadoria, mas não é ele quem irá recolher o imposto ao Fisco. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 5 97 Nos tributos diretos, há identidade entre os contribuintes de direito e de fato. Nos tributos indiretos, o contribuinte de direito não é contribuinte de fato. O CTN, ao iniciar a abordagem do tema “Responsabilidade Tributária”, estabeleceu o seguinte: Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Observação: Não se esqueça de que o crédito tributário, como será visto em outra aula, é a obrigação tributária exigível, com o lançamento. Há que se destacar também que a pessoa eleita pela lei como responsável pelo pagamento do tributo deve possuir uma vinculação, ainda que mínima, com o fato gerador da respectiva obrigação, conforme se destaca no artigo supracitado. O dispositivo ainda evidencia a possibilidade de o responsável ser o único obrigado ao cumprimento da obrigação, hipótese em que haverá exclusão da responsabilidade do contribuinte. Também, há possibilidade de o contribuinte ser colocado na posição subsidiária (supletiva), ou seja, caso o responsável não realize o pagamento da obrigação, chama-se o contribuinte para arcar com o ônus. De modo semelhante, também há permissão no CTN (art. 134) para que o responsável seja colocado na condição de subsidiário. Dessa forma, a obrigação deve ser cumprida pelo contribuinte, que, não o fazendo, torna-se exigível do responsável legal. Nesses dois últimos casos, fica evidente o benefício de ordem, isto é, cobra-se primeiro de uma pessoa, sendo a outra acionada apenas no caso de impossibilidade de recebimento da primeira. Mas tome muito cuidado, pois a responsabilidade tributária nem sempre comporta benefício de ordem. É o caso da responsabilidade solidária, prevista nos arts. 124 e 125 do Código Tributário Nacional. Na solidariedade não há devedor principal, isto é, não há benefício de ordem, podendo o Fisco exigir a dívida integralmente de um ou de outro. Resumindo, veja que o responsável surge na obrigação tributária de quatro modos distintos: • O responsável fica obrigado a pagar, excluindo qualquer responsabilidade do contribuinte (o contribuinte é excluído da relação jurídica); • O responsável é obrigado a cumprir a obrigação. Caso não cumpra, exige-se do contribuinte (o contribuinte é subsidiário); Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 6 97 • O contribuinte é obrigado a cumprir a obrigação. Caso não cumpra, exige-se do responsável (o responsável é subsidiário). • O(s) contribuinte(s) ou o(s) responsável(eis) podem ser exigidos conjunta ou isoladamente sem benefício de ordem. Além da questão da intensidade em relação ao cumprimento da obrigação tributária, outro aspecto importante é saber em que momento o responsável assunto o dever de pagar, antes ou depois do fato gerador. Quando o vínculo jurídico do responsável surge antes, ou mesmo no momento da ocorrência do fato gerador, diz-se que a modalidade de responsabilidade é por substituição. Por outro lado, se o responsável entra em cena em momento posterior à ocorrência do fato gerador, trata-se da responsabilidade por transferência. A doutrina ainda divide a responsabilidade por transferência em responsabilidade por solidariedade, por sucessão e de terceiros. Vamos ver cada uma dessas modalidades (transferência e substituição) separadamente. De antemão, vamos esquematizar da forma como o assunto tem sido cobrado em provas: R e sp o n sa b ili d ad e T ri b u tá ri a Por Substituição Progressiva/ Regressiva Resp. Terceiros c/ atuação irregular Resp. por Infrações Por Transferência Resp. por Sucessão Resp. por Solidariedade Resp. Terceiros c/ atuação regular Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 7 97 Observação: Recomendo que, após a leitura da aula por completo, você retorne a esse esquema e veja se o teu raciocínio está correto. Caso reste alguma dúvida, estamos no fórum para elucidá-la. (Pref. São Luis-Auditor de Controle Interno/2015) O Código Tributário Nacional criou um conjunto extenso de regras atinentes à responsabilidade tributária. De acordo com as regras do CTN, a) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa não impede a atribuição de responsabilidade em caráter supletivo ao contribuinte. b) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa exclui, em definitivo, a responsabilidade do contribuinte. c) o terceiro, a quem a responsabilidade pelo crédito tributário for atribuída, não pode ser pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. d) somente lei complementar federal pode atribuir, de modo expresso, a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa. e) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa pode ser feita de modo implícito, vedada essa possibilidade quandose tratar de responsabilidade por infrações. Comentário: Alternativa A: O art. 128, do CTN, estabeleceu a possibilidade de se atribuir a responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo. Logo, a alternativa está correta. Alternativa B: Conforme já comentado, o art. 128, do CTN, estabeleceu a possibilidade de se atribuir a responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo. Alternativa errada. Alternativa C: O art. 128, do CTN, esclarece que o terceiro responsável deve ser uma pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. Alternativa errada. Alternativa D: Não há necessidade de lei complementar federal para se estabelecer responsabilidade a terceira pessoa, bastando que seja uma lei do ente tributante. Alternativa errada. Alternativa E: A atribuição de responsabilidade deve sempre ocorrer de forma explícita, conforme prescreve o art. 128, do CTN. Alternativa errada. Gabarito: Letra A (PGE-SP-Procurador do Estado/2012) Em se tratando de responsabilidade tributária, pessoa que não tenha praticado o fato gerador não pode ser sujeito passivo da relação tributária. Comentário: Sabemos que aquele que pratica o fato gerador é o contribuinte, mas também pode ser sujeito passivo da relação tributária a pessoa que não tenha praticado o fato gerador, caso a lei assim o determine, situação em que será considerado responsável tributário. Gabarito: Errada Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 8 97 (TCE-AL-Auditor/2008) ‘Contribuinte’ é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitui fato gerador. Comentário: Conforme previsto no art. 121, par. único, I, do CTN, contribuinte é o sujeito passivo da obrigação principal que possua relação pessoal e direta com o fato gerador. Gabarito: Correta (SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009) A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária principal, é possível afirmar que o contribuinte é sujeito passivo indireto e o responsável tributário é sujeito passivo direto. Comentário: Na verdade, é exatamente o contrário: sujeito passivo direto é o contribuinte, e sujeito passivo indireto é o responsável. Gabarito: Errada 2 – RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO Essa modalidade de responsabilidade tributária também é denominada responsabilidade originária, título que não vem por acaso, já que o responsável fica obrigado no momento da ocorrência do fato gerador ou até mesmo antes dele. Veja um exemplo, mais do que repetido no nosso curso: imposto de renda das pessoas físicas. Quando a lei atribui a responsabilidade das fontes pagadoras em reter o valor do imposto para posterior recolhimento, esta obrigação surge no momento da ocorrência do fato gerador, de forma que o contribuinte (aquele que auferiu os rendimentos) fica substituído. Observação: À pessoa que substitui o contribuinte, dá-se o nome de responsável por substituição, contribuinte substituto, substituto tributário, ou, o mais comum, simplesmente responsável. Há que se ressaltar dois casos em que ocorre responsabilidade por substituição: substituição tributária regressiva (para trás) e substituição tributária progressiva (para frente). 2.1 – Substituição tributária regressiva A sistemática da substituição tributária regressiva consiste na substituição das pessoas que estão nas etapas anteriores da cadeia de produção ou circulação de mercadorias. Observação: A substituição tributária regressiva também é denominada “para trás” e antecedente. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 9 97 Se quem está “atrás” é substituído, o que ocorre, na verdade, é o diferimento do pagamento dos tributos devidos. A princípio, parece confuso entender que na substituição regressiva ocorre diferimento do pagamento. Mas, veja que é bastante simples de entender: se a pessoa que faz acontecer o fato gerador é substituída por outra que se situa em momento posterior na cadeia de produção, há, por conseguinte, recolhimento a posteriori. Vamos exemplificar! Imagine que um grande frigorífico brasileiro tenha como fonte de insumos (carne bovina) diversos e pequenos criadores espalhados pelo Brasil afora. Como os criadores não possuem escritório, nem qualquer outro aparato fiscal ou contábil, ou seja, tudo é feito lá no meio do “mato”, a lei pode estipular que o adquirente dessas mercadorias (frigorífico) venha se tornar responsável por substituição. Novamente, o raciocínio é o de que o Fisco deve buscar o modo que otimize a sua atividade de fiscalização e arrecadação tributária. Como você já deve imaginar, é muito mais simples fiscalizar o escritório de uma grande empresa, do que ir no meio da “roça”, fiscalizar pequenos contribuintes. DICA DE PROVA: Para facilitar a memorização, guarde que, na substituição “para trás”, quem fica para trás (no elo anterior da cadeia) é substituído. Simples, não? Como consequência lógica, paga o tributo quem vem depois, ou seja, o recolhimento é posterior. 2.2 – Substituição tributária progressiva Na substituição tributária progressiva, ocorre exatamente o oposto do que acabamos de ver. Ou seja, as pessoas que estão nas etapas posteriores são substituídas pelas ocupam posição anterior na cadeia de produção e circulação de mercadorias. Observação: A substituição tributária progressiva também é denominada “para frente” e consequente. Assim, se quem está “na frente” é substituído, a decorrência lógica é haver a antecipação do pagamento dos tributos. O raciocínio é exatamente o contrário do que vimos no tópico anterior, ao tratar da substituição tributária regressiva. Vamos imaginar o caso da incidência do ICMS sobre as operações de venda de veículos novos. Quando o veículo é produzido na indústria e vendido às concessionárias, ocorre o fato gerador do ICMS. Posteriormente, quando você compra o seu carro “zero” na concessionária, uma nova incidência do ICMS ocorre. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 10 97 Contudo, a concessionária (etapa posterior) pode ser substituída pela indústria automobilística (etapa anterior), ocorrendo antecipação do pagamento do ICMS, e surgimento da substituição tributária progressiva. A sistemática ocorre com base na presunção da base de cálculo e do fato gerador que ainda irão ocorrer. Ou seja, o valor pelo qual a mercadoria será revendida pela concessionária é presumido em momento anterior, com base no regime de valor agregado, estabelecido pelo art. 8º da Lei Kandir (LC 87/96). Na substituição tributária progressiva, o substituto surge antes mesmo da ocorrência do fato gerador. Por mais que se argumente que a sistemática agrida o princípio da tipicidade, por exemplo, por se cobrar algo sem que tenha havido a subsunção do fato à norma tributária, é de se ressaltar que há previsão constitucional para tal situação, conforme verificamos a seguir: Art. 150 - (...): § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Observação: Lembre-se de que nós estudamos em outra aula que, em se tratando de ICMS, cabe à lei complementar dispor sobre substituição tributária. A Lei Kandir (LC 87/96) cumpriu com esse papel. Lembre-se também de que apenas a substituição progressiva foi prevista na CF/88. Ademais, o entendimento do STF (RE 213.396) e do STJ (REsp 89.630)é no sentido da constitucionalidade da substituição tributária progressiva. Aliás, esta Corte decidiu que: o pagamento antecipado não se confunde com o recolhimento do tributo. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 11 97 Na substituição tributária progressiva, não há recolhimento antes da ocorrência do fato gerador, mas apenas antecipação do pagamento realizada por responsável definido em lei. Embora pareça confuso, o assunto já caiu em provas! Note também que o § 7º, do art. 150, da CF/88, restringiu a sistemática da substituição tributária progressiva apenas aos impostos e contribuições. A restrição faz total sentido, tendo em vista que não seria possível estendê-la aos tributos vinculados (taxas e contribuições de melhoria), a fim de ser feita a cobrança antes da prestação da atividade estatal. Cabe ainda destacar que o legislador constituinte assegurou a imediata e preferencial restituição do valor que foi pago ao Fisco, caso não se realize o fato gerador presumido. Em nosso exemplo, a restituição ocorreria se o veículo ficasse “encalhado” no pátio da concessionária, devendo este bem ser devolvido ao industrial. “Professor, e se a base de cálculo real for diferente (maior ou menor) da presumida? Nesse caso, deve-se restituir o que foi pago a maior ou realizar pagamento complementar?” Atualmente, sim!!! Vamos ver o porquê! Anteriormente, o STF (ADI 1.851/AL) entendia que o fato gerador presumido não seria provisório, mas, sim, definitivo. Portanto, o fato de a base de cálculo presumida ser diversa da base de cálculo definitiva não ensejaria restituição ou complementação do imposto pago pelo sujeito passivo, salvo quando não se realizar o fato gerador presumido, como já comentado acima. Ocorre que, em outubro de 2016, ao julgar o Recurso Extraordinário 593.849, com repercussão geral reconhecida, o STF fixou a seguinte tese (grifamos): “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. No voto proferido pelo relator Ministro Edson Fachin, foi dito que “a tributação não pode transformar uma ficção jurídica em uma verdade absoluta, tal como ocorreria se o fato gerador presumido tivesse caráter definitivo, logo, alheia à realidade extraída da realidade do processo econômico”. Ao fim do julgamento, o plenário modulou os efeitos da referida decisão, restringindo-os apenas às ações judiciais que estejam pendentes e aos casos futuros. Trata-se de uma forma de permitir o realinhamento das administrações tributárias à alteração jurisprudencial da Suprema Corte. Na mesma linha julgou o STF o RE 596832, em junho de 2020, em um caso que envolvia também a substituição tributária progressiva, mas desta vez referente à contribuição ao PIS/Pasep e à Cofins, tendo a Suprema Corte fixado a seguinte tese: “é devida a restituição da diferença das contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins recolhidas a mais, no regime de substituição tributária, se a base de cálculo efetiva das operações for inferior à presumida”. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 12 97 Se o fato gerador presumido não ocorrer, é assegurada a devolução do que foi pago. Caso ocorra o fato gerador, e a base de cálculo seja efetiva seja inferior à presumida, haverá restituição da diferença! DICA DE PROVA: Para facilitar a memorização, guarde que, na substituição “para frente”, quem fica para frente (no elo posterior da cadeia) é substituído. Simples, não? Como consequência lógica, paga o tributo quem vem antes, ou seja, o pagamento é anterior. (PGE-MA-Procurador do Estado/2016) Quando a lei atribui a qualidade de responsável tributário sobre fato gerador que ainda não ocorreu, mas que deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de a) retroatividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. b) sucessão tributária, vedada expressamente pela CF/88. c) ultratividade da lei tributária, permitida expressamente por lei. d) substituição tributária para frente, permitida expressamente pela CF/88. (E) substituição tributária para trás, vedada expressamente pela CF/88. Comentário: A lei que atribui a terceira pessoa a qualidade de responsável tributário por tributo cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido cria um caso de substituição tributária progressiva (ou para frente), permitida expressamente no art. 150, § 7º, para os impostos e contribuições. Gabarito: Letra D (TCE-SP-Auditor/2013) Ao prever a lei de determinado tributo que será atribuído ao sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de a) fato gerador pendente. b) fato gerador futuro. c) substituição tributária para frente. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 13 97 d) substituição tributária para trás. e) lançamento a certo período de tempo. Comentário: A questão trata do instituto da substituição tributária para frente, prevista no art. 150, §7º da CF/88. Alternativa C correta. Gabarito: Letra C 3 – RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA Diferentemente do que ocorre na responsabilidade por substituição, neste caso o responsável tributário somente passa a ser devedor da obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador. Pode-se dizer, portanto, que, ocorrido o fato gerador, tem-se o contribuinte como devedor da obrigação tributária. No entanto, diante da ocorrência de certos fatos, o responsável pode assumir a obrigação no lugar do contribuinte. Como foi visto, a doutrina divide a responsabilidade por transferência em responsabilidade “por solidariedade”, “por sucessão” e “de terceiros”. Vamos estudar, a partir de agora, cada um deles! Por questão de organização da nossa aula, os três tipos de responsabilidade por transferência serão classificados em tópicos autônomos, mas não deixam de pertencer a esse assunto. 3.1 – Transferência por Solidariedade A transferência da responsabilidade do pagamento dos tributos, ocorrida por meio da solidariedade, foi tratada no art. 124 do CTN. Em relação ao art. 124, I, vimos que ficam solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação. Não se nega que o vínculo entre as pessoas que tenham o citado interesse comum e o fato gerador da obrigação é tão forte que elas são, na verdade, contribuintes. Vamos relembrar o nosso exemplo: Carlos, José e Bruno são proprietários de um imóvel urbano, localizado no Município de São Paulo. Carlos detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos supor, ainda, que o valor do IPTU no ano de 2013 foi de R$ 1.000,00. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 14 97 Naquele momento, vimos que o Fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer um dos devedores solidários, correto? Portanto, imagino que José, possuindo 70% da propriedade, seja compelido a pagar o valor total, isto é, R$ 1.000,00. Certamente, ele pagou uma parte (R$ 300,00) que não lhe cabia. Nesse caso, dizemos que José pagou como contribuinte R$ 700,00, e como responsável R$ 300,00. O contribuinte solidário que paga a dívida integralmente, paga a sua parte como contribuintee, a dos demais codevedores, como responsável. Ademais, cumpre destacar que o art. 124, II, permite que a lei nomeie como devedores solidários pessoas que não tenham relação pessoa e direta com o fato gerador, hipótese em que teríamos mais uma figura de responsabilidade por via do instituto da solidariedade. Observação: Não se esqueça de que a solidariedade foi tratada, pelo CTN, fora do capítulo referente à “responsabilidade tributária”. 3.2 – Transferência por Sucessão O CTN inicia a abordagem da responsabilidade por sucessão, ou, nas palavras exatas do texto legal, responsabilidade dos sucessores, prevendo o seguinte dispositivo: Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. Nós vimos que a responsabilidade por transferência se dá com a ocorrência de um ato ou fato, posterior à ocorrência do fato gerador, que transfere a obrigação do contribuinte para o responsável. Ok? O que o art. 129 quis dizer, ainda que por uma redação mais confusa, é que o sucessor assume todas as obrigações tributárias surgidas até a data do ato ou fato que demarcou a sucessão. Estamos falando, portanto, de datas de ocorrência dos fatos geradores. Desse modo, se um fato gerador ocorrer anteriormente à data do ato que gerou a sucessão tributária (falecimento de uma pessoa, por exemplo), o tributo correspondente a esse fato será transferido ao sucessor, mesmo que o crédito tributário seja regularmente constituído em momento posterior à data da sucessão. Para não restarem dúvidas, vejamos a linha do tempo abaixo: Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 15 97 Veja que, em relação aos fatos geradores anteriores à sucessão, o sucessor será responsável e, quanto aos fatos geradores surgidos após a sucessão, este figurará como contribuinte. Afinal, é bastante óbvio: após a sucessão, o sucessor terá relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação tributária, o que o torna contribuinte, nos termos do art. 121, par. único, I, do CTN. Observação: Em relação às obrigações tributárias surgidas após a data do evento que demarcou a sucessão, o responsável (sucessor) é, na verdade, contribuinte. Guarde isso! O que vai definir as obrigações que ficam sujeitas às regras da responsabilidade por sucessão é a data da ocorrência do fato gerador. (Não despreze, contudo, a literalidade do art. 129!) Acrescente-se, também, que a responsabilidade por sucessão é caracterizada pelo desaparecimento do devedor original (contribuinte). De acordo com o ilustre Eduardo Sabbag (2013): “Esse desaparecimento por ser, por exemplo, por morte do primeiro devedor, recaindo o ônus sobre os herdeiros, ou por venda do imóvel ou estabelecimento, incidindo o importe tribtário sobre o comprador.” (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2013. Pág. 727) Podemos dividir os assuntos a serem estudados sobre a responsabilidade por sucessão da seguinte maneira: 1. Sucessão na transmissão de bens imóveis (CTN, art. 130); 2. Sucessão na transmissão de bens móveis (CTN, art. 131, I); 3. Sucessão na transmissão causa mortis (CTN, art. 131, II e III); 4. Sucessão empresarial (CTN, art. 132 e 133). Responsável FG Anteriores Data da Sucessão FG Posteriores Contribuinte Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 16 97 3.2.1– Sucessão na transmissão de bens imóveis A sucessão na transmissão de bens imóveis tem como responsável o adquirente de tais bens. Esta pessoa assume a responsabilidade pelo pagamento dos impostos, taxas e contribuições de melhoria relativas ao imóvel objeto da transmissão. Vamos ver o que diz o art. 130 do CTN: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Antes de interpretar o dispositivo citado, devemos entender a diferença entre os impactos da sub-rogação real e sub-rogação pessoal no Direito Tributário: Sub-rogação real → O imóvel responde pela dívida tributária. Logo, a responsabilidade é limitada ao valor do bem. Sub-rogação pessoal → O adquirente assume a responsabilidade sobre os tributos, respondendo por todo o crédito tributário relativo ao imóvel, mesmo que ultrapasse o valor deste. Vamos lá, então! Quando uma pessoa adquire um imóvel, assume a responsabilidade pelos tributos incidentes sobre o bem. Nesse caso, ocorre a sub-rogação pessoal, ficando o responsável (adquirente) com a obrigação de quitar os tributos, ainda que o montante seja superior ao valor do imóvel adquirido. Essa é a regra! Quanto a este ponto, é relevante salientarmos que o STJ (Recurso Repetitivo Tema n° 122) já firmou entendimento segundo o qual, na compra de um imóvel, tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Veja que neste caso, mesmo não tendo sido efetivada a transferência da propriedade no registro de imóveis, já se admite a responsabilização do promitente comprador. Contudo, devemos destacar que existem duas exceções previstas no citado artigo do CTN. São elas: • Quando constar do título de transferência de propriedade (escritura) a prova da quitação dos tributos (CTN, art. 130, caput); • Quando o imóvel for adquirido em hasta pública - leilão – (CTN, art. 130, par. único). Portanto, se no momento do registro da transferência do imóvel for apresentada a prova de quitação dos tributos, o adquirente recebe o bem livre de qualquer ônus tributário. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 17 97 Observação: A comprovação da quitação dos tributos é feita pela emissão da Certidão Negativa de Débitos (CND) ou simplesmente certidão negativa. A que ônus eu estou me referindo se já foram apresentados os comprovantes de quitação dos tributos? Ora, entre o momento da ocorrência do fato gerador e o lançamento do tributo (procedimento com a finalidade de torná-lo exigível), há um prazo determinado no CTN, denominado decadência. Se este prazo não existisse, os fiscais nunca iriam poder lançar os tributos que não foram declarados espontaneamente pelos contribuintes. Tudo isso será detalhadamente estudado nas próximas aulas. Não se preocupe. Por hora, grave apenas que o prazo decadencial é de 5 anos. Diante do exposto, no momento em que se comprova o pagamento dos tributos, pode haver outros a serem posteriormente descobertos e lançados pelo fisco. Nesse caso, o adquirente não assume tal responsabilidade, ou seja, serão cobrados do antigo proprietário. Existe uma situação interessante, digna de nota, por já ter sido objeto de decisão do Superior Tribunal de Justiça, que diz respeito à discussão se há, ou não, sucessão tributária quando há desapropriação de imóvel pertencente à empresa privada pela União Federal, visto que os débitos, objetos de cobrança em execução fiscal promovida por fazenda municipal, têm como fundamentofatos geradores ocorridos em momento pretérito à ocorrência da imissão na posse, relativos ao Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e Taxa de Limpeza Pública de Coleta de Resíduos Sólidos: DESAPROPRIAÇÃO. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DE PROPRIEDADE. EXIGIBILIDADE DE TRIBUTOS ANTERIORES AO ATO DESAPROPRIATÓRIO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO ENTE EXPROPRIANTE. O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. (STJ, REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Julgamento em 08/06/2017) Nesta ocasião, o STJ, citando a doutrina, ressaltou que a desapropriação constitui “forma originária de aquisição de propriedade porque não provém de nenhum título anterior, e, por isso, o bem expropriado torna-se insuscetível de reivindicação e libera-se de quaisquer ônus que sobre ele incidissem Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 18 97 precedentemente, ficando os eventuais credores sub-rogados no preço". Logo, não há ligação entre o sucedido (antigo proprietário) e sucessor (ente expropriante). Por último, porém não menos importante, em relação ao imóvel adquirido em hasta pública, que é o leilão de bens penhorados, realizado pelo Poder Público, o CTN afirma que a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. O que isso significa? Significa que o arrematante dos bens imóveis em hasta pública adquire tais bens livres de qualquer gravame tributário, já que se trata de sub-rogação real. Ou seja, os débitos tributários existentes sobre o imóvel são quitados pelo próprio valor da arrematação. Logo, se o valor dos tributos devidos superar o valor do imóvel, o Fisco não pode exigir a diferença do arrematante nem do alienante (antigo proprietário), pois a sub- rogação é real. Grave isso: hasta pública → bens imóveis. As bancas tentam confundir o candidato, citando bens móveis. 3.2.2 – Sucessão na transmissão de bens móveis A norma que rege a responsabilidade do sucessor na transmissão de bens móveis é o art. 131, I, do CTN, cuja redação é a seguinte: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Embora não o legislador não tenha mencionado expressamente que se trata de bens móveis, essa é a interpretação da maioria dos autores, tendo em vista que a responsabilidade dos bens imóveis já foi tratada no art. 130. Essa espécie de responsabilidade em muito se assemelha à dos bens imóveis, com a distinção de que, neste caso, não há exceções que eximem o adquirente dos bens móveis. Se houve a transmissão dos bens, há sucessão tributária, sem exceções. No que se refere aos responsáveis, a norma assevera que são eles o adquirente ou o remitente. Quando ao adquirente, não há observações a serem feitas. É a pessoa que compra o bem móvel de outra. No que concerne ao remitente, embora não deixe de ser um adquirente, é bom que conheçamos, ainda que superficialmente, a origem do termo. Remitente é aquele que realiza a remição, que pode ser traduzida no Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 19 97 resgate e aquisição de bens que foram penhorados ou objeto de leilão judicial, pelo cônjuge, ascendente ou descendente da pessoa executada. Tais pessoas (remitentes) possuíam preferência sobre o arrematante. Destaque-se que, atualmente, o instituto foi revogado. Contudo, para nossa prova, você pode responder normalmente: o remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens (móveis) remidos. Observação: Não confunda remição com remissão. Esta é um benefício fiscal, já citado em outra aula, mas que só será detalhadamente estudado na aula em que tratarmos das hipóteses de extinção do crédito tributário. 3.2.3 – Sucessão na transmissão causa mortis A responsabilidade com base na transmissão causa mortis foi prevista no art. 131, II e III, do CTN, nos seguintes termos: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: (...) II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Observação: Confira abaixo um mini-dicionário para que você possa entender o assunto com tranquilidade: De cujus: pessoa falecida Espólio: conjunto de bens, direitos, dívidas e responsabilidades do falecido Abertura da sucessão: momento capaz de gerar os efeitos da sucessão (morte) Quinhão: parcela do patrimônio deixado pelo de cujus Legado: patrimônio deixado pelo de cujus, por meio de testamento. Meação: é a metade do patrimônio do casal que pertence a cada cônjuge Nesse tipo de transmissão, a lógica é que, da mesma forma que os bens do de cujus são transferidos para seus herdeiros, as dívidas tributárias também o são. Assim, quando em vida, a pessoa é sujeito passivo, na condição de contribuinte, de vários tributos. Após a sua morte, alguém deve se responsabilizar por isso. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 20 97 Portanto, os sucessores devem arcar com as dívidas, na condição de responsáveis. Afinal, não foram eles que praticaram o fato gerador (não houve relação pessoal e direta com o fato gerador), havendo, tão somente, a transferência da responsabilidade. Ocorre que, logo após a morte, há o procedimento de inventário, e até que seja feita a partilha aos herdeiros, o ente que fica responsável pelas dívidas do de cujus é o espólio, assim considerado o conjunto coisas e direitos que compunham o patrimônio do falecido. Dessa forma, o CTN estabeleceu que o espólio, embora não seja pessoa, fica pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (morte). Por outro lado, em relação aos fatos geradores ocorridos após a abertura da sucessão e antes da sentença da partilha, o espólio é considerado contribuinte. No que concerne aos sucessores, são pessoalmente responsáveis por todos os fatos geradores ocorridos antes da sentença de partilha, inclusive o que ocorreram antes da abertura da sucessão, caso o espólio não os tenha quitado. De maneira análoga, em relação aos fatos geradores ocorridos após a partilha, os sucessores são contribuintes, possuindo relação pessoa e direta com o fato gerador. Em síntese, o que você precisa saber é que há três marcos temporais para definirmos o contribuinte e o responsável perante a administração tributária: antes da morte (abertura da sucessão), entre esta e a partilha ou e após a partilha. Antes da abertura da sucessão → fatos geradores ocorridos até esse momento possuem como contribuinte o de cujus e como responsáveis o espólio ou os sucessores. Entre a abertura da sucessão e a partilha → fatos geradores ocorridos dentro desse período possuem como contribuinte o espólio e como responsáveis os sucessores. Após a partilha ou adjudicação → fatos geradores após essa data possuem como contribuintes os sucessores. Os sucessores (inclusive o cônjuge meeiro) somente são responsáveis até o limite do valor que lhes foi repassado. Observe que a responsabilidade vai sendo transferida para os demais envolvidos na relação jurídica. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima21 97 Por fim, deve ser ressaltado que a responsabilidade na sucessão causa mortis engloba não só o valor dos tributos devidos, mas inclui as multas moratórias, que são aquelas impostas pelo não pagamento do tributo na data de vencimento. Esse é o entendimento do STJ: TRIBUTÁRIO. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 2º, § 8º, DA LEI 6.830, DE 1980, E DO ART. 131, III, DO CTN. (...) 3. A multa moratória é imposição decorrente do não pagamento do tributo na época do vencimento. 4. Na expressão créditos tributários estão incluídas as multas moratórias. 5. O espólio, quando chamado como sucessor tributário, é responsável pelo tributo declarado pelo "de cujus" e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória.(...)" (STJ, REsp 295.222/SP, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, Julgamento em 12/06/2001) 3.2.4 – Sucessão Empresarial O CTN estabelece que a sucessão empresarial gera, nos termos do art. 132 do CTN, responsabilidade tributária às empresas resultantes das operações societárias. Vejamos a íntegra desse dispositivo: De Cujus •É contribuinte pelos FGs antes da morte. •A resposabilidade é transferida ao espólio. Espólio •É responsável pelos FGs antes da abertura da sucessão; •É contribuinte pelos FGs após a abertura da sucessão; Sucessores •É responsável pelos FGs antes da partilha; •É contribuinte pelos FGs após a partilha; Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 22 97 Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. A sucessão empresarial consiste em operações societárias entre empresas, que são denominadas fusão, incorporação, transformação ou cisão. Vamos entender cada uma das operações: Fusão → Operação em que duas empresas se unem para formar uma só. As empresas fusionadas deixam de existir, surgindo uma nova, que será a sucessora. Incorporação → Operação em que uma (ou mais do que uma) sociedade é absorvida por outra. A empresa incorporada deixa de existir. Transformação → Operação em que a sociedade muda de forma (de Ltda. Para S.A., por exemplo). Cisão → A cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total, uma empresa transfere todo o seu patrimônio para outra, deixando de existir. Na cisão parcial, a empresa transfere parcela do seu patrimônio para uma (ou mais de uma) empresa, continuando a existir. Cabe observar que o CTN não cita expressamente a “cisão”, pois a operação só foi regulada 10 anos após a publicação do CTN, conforme consta na Lei das S.A. (Lei 6.404/76): Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Apesar disso, a doutrina e a jurisprudência têm aceitado a aplicação da regra da responsabilidade tributária na sucessão empresarial aos casos de cisão, como o trecho da ementa do acórdão abaixo transcrito: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. CISÃO DE EMPRESA. HIPÓTESE DE SUCESSÃO, NÃO PREVISTA NO ART. 132 DO CTN. REDIRECIONAMENTO A SÓCIO- GERENTE. INDÍCIOS SUFICIENTES DE FRAUDE. (...) 2. Embora não conste expressamente do rol do art. 132 do CTN, a cisão da sociedade é modalidade de mutação empresarial sujeita, para efeito de responsabilidade tributária, ao mesmo tratamento jurídico conferido às demais espécies de sucessão (REsp 970.585/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJe de 07/04/2008). (STJ, REsp 852.972/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Julgamento em 25/05/2010) Dando continuidade ao nosso estudo, o marco temporal para se definir se a empresa sucessora será contribuinte ou responsável é a data do ato que gerou a operação societária. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 23 97 As operações societárias não se confundem com operações comerciais. Logo, não ocorre fato gerador do ICMS. A responsabilidade por sucessão também é extensiva aos casos de extinção das pessoas jurídicas de direito privado, conforme preceitua o par. único do art. 132, do CTN: Art. 132 – (...): Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Veja que, para a responsabilidade tributária ficar caracterizada, é necessário que a atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente ou seu espólio, podendo a atividade ser explorada sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Observação: 1) Firma individual, em termos atuais, significa “empresário individual”. 2) O sócio que continuar a respectiva atividade pode ser responsabilizado, ainda que exerça a atividade sem regular constituição, já que o art. 126, III, do CTN, impõe a capacidade passiva, independentemente de a pessoa jurídica estar regularmente constituída. No que se refere à abrangência do crédito transferido na responsabilidade por sucessão empresarial, deve ficar claro que, neste caso, abrange tanto as multas moratórias como as punitivas. Vejamos o posicionamento do STJ a respeito do tema: "(...) A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. (...)" (STJ, REsp 923.012, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em 09/06/2010) Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 24 97 Tal posicionamento encontra-se, hoje, cristalizado na Súmula 554: Súmula STJ 554 - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. 3.2.5 – Responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento profissional Além da responsabilidade na sucessão empresarial, o legislador do CTN disciplinou também a responsabilidade tributária na alienação de fundo de comércio e estabelecimentos profissionais, conforme se vê abaixo: Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Antes de partirmos para análise do art. 133, vamos entender o que vem a ser “fundo de comércio” e “estabelecimento comercial”. Fundo de comércio é caracterizado pelo conjunto de bens tanto materiais (máquinas, móveis, computadores etc.) como imateriais (marca, ponto comercial etc.), utilizadospara cumprir com a atividade empresarial. O fundo de comércio pode ser composto por um ou mais estabelecimentos. Portanto, os estabelecimentos são considerados parcelas do fundo de comércio, já que este pode conter vários estabelecimentos. Nesse contexto, repare que o CTN responsabiliza tanto o adquirente de todo o fundo de comércio, como o que adquire apenas um estabelecimento comercial. Assim, o adquirente que continua a respectiva exploração da atividade comercial, ainda que sob a mesma ou outra razão social ou sob firma individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 25 97 Daí, podemos tirar duas conclusões: • O adquirente deve continuar a exploração da respectiva atividade comercial. Dessa forma, se compra um estabelecimento onde há a exploração de uma farmácia, e decide abrir um lava-jato, não há que se falar em responsabilidade do adquirente. • Havendo o prosseguimento na exploração da respectiva atividade, o adquirente somente responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Nesse sentido, seria responsável pelo ICMS ou IPI, por exemplo, mas não sobre o Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica alienante. Vamos esquematizar para deixar tudo mais simples: É importante destacar que o STJ (REsp 108.873/SP) já decidiu que, se uma empresa aluga um imóvel que já foi anteriormente locado a outra pessoa jurídica devedora, não há que se falar em responsabilidade tributária. Adquirente de Fundo de Comércio ou Estabelecimento Se continuar a exploração Torna-se Responsável Subsidiariamente Se o alienante continuar atividade comercial; ou Iniciar nova atividade dentro dos próximos 6 meses. Integralmente Se o alienante cessar exploração comercial Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 26 97 Entendido tudo até aqui, correto? Então, vamos prosseguir no assunto, explicando a intensidade da responsabilidade assumida pelo adquirente, que pode ocorrer de duas maneiras. Vamos lá! Imagine, a título de exemplo, que um japonês, inconformado com o elevado índice de inadimplência na sua loja de roupas, decide vendê-la a outra pessoa, com a finalidade de regressar ao seu país de sua origem. Outro exemplo seria o de um italiano, que possui duas pizzarias. Decepcionado com o baixo volume de vendas de uma das pizzarias, decide aliená-la e continuar com a exploração da outra, que já se encontra estruturada. A primeira hipótese ocorre quando o alienante, após realizar a venda do fundo de comércio ou do estabelecimento, cessa completamente a exploração do comércio, indústria ou atividade. Perceba que, para o fisco, fica difícil localizar o japonês, para cobrar-lhe os tributos porventura devidos. Por esse motivo, se o alienante cessa a exploração comercial ou industrial, o adquirente responde integralmente pelos tributos (art. 133, I). A segunda hipótese refere-se ao caso de o alienante prosseguir na exploração da atividade comercial ou industrial, ou iniciar, dentro dos próximos seis meses, contados da data da alienação, nova atividade, no mesmo ou até mesmo em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Como o alienante pode ser encontrado com maior facilidade, o adquirente somente responderá pelos tributos devidos se a Fazenda não lograr êxito na cobrança do alienante. Ou seja, a responsabilidade é subsidiária do adquirente. Percebe-se que há benefício de ordem, ou seja, o adquirente só irá cumprir com a obrigação, caso o alienante não possa fazê-lo. Um detalhe a ser notado é que, para o adquirente se responsabilizar pelo fundo de comércio ou estabelecimento adquirido, deve continuar a exploração da respectiva atividade. Por outro lado, a responsabilidade do alienante continua, ainda que venha a iniciar atividade distinta dentro dos próximos seis meses. Observação: O que foi dito sobre a transferência da responsabilidade das multas moratórias e punitivas também se aplica na aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento. Impende destacar que o advento da LC 118/2005 trouxe importantes alterações no art. 133 do CTN, acrescentando 3 parágrafos a ele. Como tais alterações envolvem o processo de recuperação judicial e de falência, é muito importante que você entenda a relação desses conceitos com o assunto que estamos estudando. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 27 97 Na sistemática da recuperação judicial (antiga concordata), o objetivo é fazer com que a empresa supere a crise econômico-financeira pela qual está passando. Para que isso ocorra, pode ser necessário alienar um dos estabelecimentos da empresa. Da mesma forma que na recuperação judicial, em que está presente o princípio da preservação da empresa, na falência pode haver alienação dos estabelecimentos. Em ambos os casos, o alienante está repleto de dívidas tributárias. Aplicando-se a regra da responsabilidade por sucessão, o adquirente seria responsável por tais dívidas. A LC 118/05 alterou justamente esse ponto, ou seja, criou uma hipótese de exclusão da responsabilidade do adquirente dos fundos de comércio e dos estabelecimentos. Art. 133 – (...): § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I – em processo de falência; II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. A princípio, poderíamos pensar que foi aberta a possibilidade de os sócios da sociedade falida, ou em recuperação judicial, utilizarem terceiros para adquirir os estabelecimentos livres do ônus tributário. Contudo, de modo a prevenir que tal exceção seja utilizada com fins fraudulentos, o legislador estabeleceu no § 2º o seguinte: Art. 133 – (...): § 2o Não se aplica o disposto no § 1º (que estabelece a exclusão da responsabilidade) deste artigo quando o adquirente for: I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 28 97 O objetivo de tais restrições é evitar fraude contra o benefício estabelecido no CTN. Por último, a LC 118/05 acrescentou o § 3º ao art. 133, asseverando que o dinheiro arrecadado com a alienação de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 ano, só podendo ser utilizado para pagar dívidas contraídas ao longo da falência (créditos extraconcursais), ou para pagar créditos que, na falência, possuem privilégio em relação ao crédito tributário. Não se preocupe, amigo(a) concurseiro(a) com tais conceitos, pois tudo isso será muito bem detalhado em momento oportuno. Não vamos complicar nosso curso sem necessidade. Tudo deve fluir naturalmente! (SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A sociedade empresária que tenha sócio remanescente de sociedade extinta e que explore a mesma atividade não responde pelos débitos tributários desta. Comentário: O art. 132, par. único, do CTN, prevê que há responsabilidade em caso de extinção de pessoas jurídicas de direitoprivado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Gabarito: Errada (MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) João arrematou um imóvel em hasta pública, tendo descoberto posteriormente que havia dívidas de IPTU relativas ao imóvel, constituídas antes da data da arrematação e que não haviam sido informadas no leilão. Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a sub-rogação do crédito tributário ocorrerá sobre a) o patrimônio do arrematante, o qual passa a ser pessoalmente responsável pela dívida. b) o patrimônio do proprietário anterior, o qual deverá responder sozinho pela dívida tributária. c) o preço pago pelo arrematante, não devendo ser gerado qualquer gravame no imóvel. d) o imóvel, sobre o qual incidirá o gravame, até o limite do seu valor. e) o patrimônio tanto do proprietário anterior quanto do arrematante, sendo hipótese de responsabilidade solidária. Comentário: O art. 130, par. único, do CTN, prevê que, no caso de arrematação em hasta pública, a sub- rogação ocorre sobre o respectivo preço. Isso significa que o arrematante não responde pela dívida tributária anterior à arrematação, como é o caso de João. Por isso, a alternativa correta é a Letra C. Gabarito: Letra C Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 29 97 (SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no que tange à responsabilidade tributária, a pessoa de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração a) não responde pelos tributos devidos pelo alienante ou pelo estabelecimento alienado até a data da compra, se o alienante continuar exercendo a atividade econômica no mesmo ramo ou for declarado falido. b) não responde pelos tributos devidos até a data da compra, se a alienação for judicial, no âmbito de processo de falência, exceto se for sócio da sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido, parente em linha reta ou colateral até o 4º grau do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido. c) não responde pelos tributos devidos após a compra do estabelecimento adquirido, por até 3 anos, se o alienante estava falido ou em recuperação judicial. d) responde integralmente pelos tributos devidos até 12 meses da data da aquisição, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a atividade econômica ou, estando em recuperação judicial, falir. e) responde subsidiariamente pelos tributos devidos até a data da compra, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. Comentário: A responsabilidade tributária nos casos de aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional foi disciplinada no art. 133, do CTN, estabelecendo-se que, caso o adquirente continue a exploração da respectiva atividade sujeita-se à responsabilidade integral, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. A responsabilidade, por outro lado, é subsidiária com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Fica, ainda, isento da responsabilidade, o adquirente nos casos de alienação judicial em processo de falência ou de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial, exceto se for sócio da sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido, parente em linha reta ou colateral até o 4º grau do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido. Desse modo, só nos resta a alternativa B como resposta. Gabarito: Letra B (CLDF-Consultor Legislativo/2018) A condição de responsável tributário é uma das formas de sujeição passiva em relação à obrigação tributária principal. O Código Tributário Nacional contempla várias regras atinentes à responsabilidade. Relativamente à responsabilidade dos sucessores, prevista no CTN, o a) cônjuge meeiro, que não se qualifique como herdeiro, é pessoalmente responsável, por sucessão, pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da partilha, limitada esta responsabilidade ao montante da meação. b) adquirente, que compra um bem por meio de contrato de venda e compra, é responsável pelos tributos devidos pelo vendedor, embora essa responsabilidade não seja pessoal, por não se tratar de uma situação de sucessão. c) herdeiro, parente em linha colateral, até o quarto grau, é responsável, ilimitadamente, pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da abertura da sucessão. d) legatário que tiver aceitado o legado, desde que não tenha tido relação de parentesco com o autor da herança, não é pessoal nem limitadamente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da abertura da sucessão. e) espólio é excluído de qualquer forma de responsabilização, por não ter personalidade jurídica. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 30 97 Comentário: Alternativa A: O art. 131, II, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação. Alternativa correta. Alternativa B: O art. 131, I, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos. Alternativa errada. Alternativa C: A responsabilidade dos sucessores é limitada ao montante do quinhão do legado ou da meação. Alternativa errada. Alternativa D: O legatário é responsável pessoal pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da partilha, limitada sua responsabilidade ao do quinhão do legado. Alternativa errada. Alternativa E: O art. 131, I, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Alternativa errada. Gabarito: Letra A (PGE-MA-Procurador do Estado/2016) A responsabilidade tributária por sucessão a) é pessoal do espólio pelos tributos devidos pelo de cujus, desde a data da abertura da sucessão até a data da partilha ou adjudicação; também é pessoal a responsabilidade do cônjuge meeiro e sucessores a qualquer título, nos limites da meação, do quinhão ou legado, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação. b) abrange o tributo e as penalidades por infração à legislação tributária porventura cometidas pelo contribuinte e que não foram pagas, desde que tenha havido transmissão de bens imóveis por ato oneroso sem prova da quitação. c) é absoluta no caso de aquisição de imóvel em hasta pública para o adquirente, ora arrematante, desde que não se trate de processo de falência, pois, neste caso, a responsabilidade é afastada se o adquirente for parente do falido na linha reta ou colateral até terceiro grau. d) é solidária com o contribuinte nas hipóteses de fusão, cisão e incorporação de empresa, salvo se havia prova de quitação dos tributos no ato e não entraram como passivo no negócio jurídico. e) pode ser atribuída por ato normativo e decorrer de analogia, pois existe supremacia do interesse público sobre o particular na arrecadação tributária. Comentário: Alternativa A: A responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujus, entre a data da abertura da sucessão até a data da partilha ou adjudicação é pessoal do espólio, conforme determina o art. 131, III, do CTN. Além disso, a responsabilidade pelostributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação é pessoal do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação. Alternativa correta. Alternativa B: Em se tratando de aquisição de bem imóvel, o adquirente responde apenas por tributos incidentes sobre o imóvel, se não constar do título a prova de sua quitação. Como a questão não especificou a que tributos se refere a dívida do alienante, está errada. Alternativa C: Em caso de arrematação de bem imóvel em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço, não havendo que se falar em responsabilidade para o adquirente. Alternativa errada. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 31 97 Alternativa D: Não há que se falar em responsabilidade solidária com o contribuinte neste caso. De acordo com o art. 132, do CTN, a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Alternativa errada. Alternativa E: A responsabilidade tributária é sempre definida em lei. De acordo com o art. 128, do CTN, cabe a lei atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa. Alternativa errada. Gabarito: Letra A (TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015) Os tutores e curadores respondem solidariamente pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões de que forem responsáveis, independentemente da possibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte (“responsabilidade por sucessão"). Comentário: A responsabilidade solidária dos tutores e curadores pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões de que forem responsáveis, somente haverá nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. Gabarito: Errada 3.3 – Responsabilidade de Terceiros Diferentemente do que vimos nos tópicos anteriores, em que há sucessão patrimonial e consequente responsabilidade, o que vamos estudar aqui é a responsabilização de pessoas (denominadas “terceiros”), que possuem o dever de administrar os bens dos contribuintes, de representá-los. Caso tais pessoas se omitam do seu dever, ainda que não atuem contrariamente à lei, devem ser responsabilizadas, já que a elas foi confiada a gestão patrimonial. Nesse rumo, a responsabilidade de terceiros foi dividida, no CTN, em duas partes: o art. 134 trata da responsabilização por atuação regular, e o art. 135 se refere à responsabilidade de terceiros que agiram de forma irregular, infringindo a lei, por exemplo. Vamos estudá-los separadamente a partir deste momento. 3.3.1 – Responsabilidade de terceiros com atuação regular Vamos começar o estudo desse tipo de responsabilidade, analisando o caput do art. 134: Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: (...) Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 32 97 De início, cumpre ressaltar uma imprecisão terminológica do CTN. A Lei diz que, não sendo possível exigir o cumprimento da obrigação principal do contribuinte, o terceiro passa a ser responsável “solidário” com aquele. Nós estudamos que a solidariedade não comporta benefício de ordem, podendo ser exigida de um ou de outro. No caso, o comando é claro que a exigência deve ser feita ao contribuinte e, não sendo possível adimplir a obrigação, cobra-se do responsável. Embora o CTN tenha sido impreciso na terminologia utilizada, devemos guardar que a responsabilidade é solidária, mas que deve seguir a ordem estipulada no caput. Esse conselho deve ser seguido, pois é assim que as bancas costumam cobrar. Observe que a responsabilidade é considerada por transferência, pois, ao ocorrer o fato gerador, o contribuinte é o sujeito passivo da obrigação. Em caso de impossibilidade do cumprimento pelo sujeito passivo direto, transfere-se a responsabilidade ao terceiro. Repare que no final do caput do art. 134, uma informação adicional também nos foi dada: o terceiro deve intervir no ato que culminou no inadimplemento da obrigação ou se omitir de um dever que lhe cabe. Ou seja, a atuação do terceiro possui relação com o nascimento da obrigação tributária e, se o contribuinte não pagar, o terceiro se torna responsável. Logo, podemos esquematizar os dois requisitos para que a dívida venha a ser exigida do responsável: Deve ficar claro, quanto ao artigo em análise, que os responsáveis somente assumem o tributo devido e as multas de caráter moratória, isto é, por mero atraso de pagamento. Isso porque o seu par. único estabelece que a responsabilidade decorrente do art. 134 só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Responsabilidade “Solidária” de Terceiros com Atuação REGULAR (art. 134) Impossibilidade de exigir a dívida do contribuinte Colaborou, de algum modo, com o não pagamento do tributo Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 33 97 As multas por descumprimento de obrigações acessórias (que, como vimos, “convertem- se” em obrigação principal) não são transferidas nesse tipo de responsabilidade. Nesse momento, você de estar se perguntando: quem são esses terceiros responsáveis? Nos incisos do art. 134, o legislador elenca os terceiros que podem ser tornar responsáveis em relação à obrigação tributária. São eles: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Observação: Lembre-se de que os menores, tutelados e curatelas, embora sejam incapazes, possuem capacidade tributária passiva, em decorrência do disposto no art. 126 do CTN. Em todos os casos, observe que o responsável exerce uma função de representação do contribuinte. Os pais, os tutores e os curadores, por exemplo, representam aqueles que são incapazes para praticar os atos da vida civil (filhos menores, tutelados e curatelados). O inventariante, por seu turno, exerce a função de gerir o patrimônio do espólio, podendo, por isso mesmo, se tornar responsável quando colaborar para o inadimplemento da obrigação tributária principal (tributos ou multas moratórias). No que se refere aos síndicos e comissários, na legislação falimentar atual, são denominados Administrador Judicial. Na falência, o administrador assume a administração dos bens da massa. Na recuperação judicial, o administrador judicial atua como auxiliar. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 34 97 Os tabeliães, também conhecidos por notários,podem ficar responsáveis, por exemplo, quando não exigirem (omissão) a comprovação de quitação dos tributos relativos a determinado imóvel, no momento da transferência de sua propriedade. Por fim, quando o CTN se referiu aos sócios de sociedade de pessoas, quis se referir àquelas sociedades em que a responsabilidade dos sócios é ilimitada em relação à sociedade, ou seja, respondem pelas dívidas das sociedades com o próprio patrimônio. 3.3.2 – Responsabilidade de terceiros com atuação irregular Acabamos de estudar a responsabilidade “solidária” (que, na verdade, é subsidiária) dos terceiros que atuam ou se omitem, acarretando o não pagamento dos tributos devidos. Não houve, portanto, qualquer infração dolosa à lei ou excesso de poderes, por exemplo. A partir desse momento, veremos a responsabilidade pelos terceiros que agem com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Dessa forma, o art. 135 do CTN estabelece o seguinte: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior (art. 134, estudado no tópico anterior); II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Repare que as pessoas mencionadas nos incisos II e III desse artigo não foram previstas na responsabilidade “solidária” do art. 134. Isso cai em prova. Cuidado! Vamos imaginar que o diretor de uma empresa, embora não tenha poderes para adquirir imóveis sem anuência dos sócios da pessoa jurídica, compra uma fazenda a fim de que os funcionários da organização tenham um local para o lazer. Como houve excesso de poder por parte do referido diretor, ele será pessoalmente responsável pela obrigação tributária relativa ao ITBI, por conta da transmissão onerosa de bens imóveis. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 35 97 Observe que não é difícil ilustrar uma situação em que ocorre a prática de um ato com excesso de poderes. Porém, quanto à prática de infrações à legislação tributária, que também ensejam a responsabilidade pessoal do agente, é importante tecermos alguns comentários. Primeiramente, deve-se destacar que o mero descumprimento da obrigação tributária principal, ou seja, o não pagamento do tributo, caso não haja dolo ou fraude, não caracteriza infração legal, de modo que a mora é da empresa, e o gestor não passa a ser pessoalmente responsabilizado. A jurisprudência atual do STJ é pacificada quanto a isso: Súmula STJ 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. Agora, imaginemos o caso de uma empresa que simplesmente deixa de funcionar no seu endereço, ou seja, encerra suas atividades, deixando débitos tributários em aberto sem qualquer respaldo patrimonial como garantia do pagamento da dívida. Neste caso, isso seria uma infração à lei? Esta situação retrata a famigerada dissolução irregular de uma pessoa jurídica que, para o STJ, configura infração passível de responsabilização do sócio-gerente: Súmula STJ 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Em relação à dissolução irregular, em 2015, embora seja divergente do entendimento da 1ª Turma, a 2ª Turma do STJ decidiu, por votação unânime, no REsp 1.520.257/SP, para caracterizar a responsabilidade do sócio-gerente não é necessário que ele já estivesse no comando da entidade no momento do fato gerador das obrigações tributárias ou nas datas dos vencimentos dos respectivos débitos tributários, mas sim no momento da prática da infração, isto é, ao tempo da dissolução irregular da sociedade. Observação: Pelo exposto, fica claro que não se pode responsabilizar toda e qualquer pessoa que já tenha figurado como administrador de uma empresa em momentos anteriores ou posteriores, nada tendo a ver com a prática dos ilícitos. Talvez, em decorrência da leitura da Súmula 435 do STJ, você esteja se perguntando se o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente implicaria exclusão da pessoa jurídica do polo passivo. Não obstante a redação do art. 135 mencione o termo “pessoalmente”, a jurisprudência do STJ indica que a pessoa jurídica persiste no polo passivo da execução fiscal: (...) 12. Não há sentido em concluir que a prática, pelo sócio-gerente, de ato ilícito (dissolução irregular) constitui causa de exclusão da responsabilidade tributária da pessoa jurídica, fundada em circunstância independente. 13. Em primeiro lugar, porque a legislação de Direito Material (Código Tributário Nacional e legislação esparsa) não contém previsão legal nesse sentido. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 36 97 14. Ademais, a prática de ato ilícito imputável a um terceiro, posterior à ocorrência do fato gerador, não afasta a inadimplência (que é imputável à pessoa jurídica, e não ao respectivo sócio-gerente) nem anula ou invalida o surgimento da obrigação tributária e a constituição do respectivo crédito, o qual, portanto, subsiste normalmente. (...) (STJ, Segunda Turma, REsp 1.455.490/PR, rel. Min. Herman Benjamin, Julgamento em 26/08/2014) Ambas as súmulas acima citam o sócio-gerente. A propósito, nós vimos quem são os terceiros responsáveis do art. 134, mas ainda não comentamos quem pode ser pessoalmente responsabilizado nos termos do art. 135. Saiba que todas as figuras citadas no art. 134 podem sofrer a responsabilização, caso ajam com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Além disso, também podem ser responsabilizados os mandatários, prepostos e empregados, bem com os diretores (citado no nosso exemplo), gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Os mandatários podem vir em provas como “procuradores”! Em relação aos sócios de uma empresa, é importante ter em mente que são as atividades desenvolvidas na gestão da empresa que podem acarretar responsabilização pessoal, e não o simples fato de ser sócio. Por conseguinte, o sócio-gerente pode ser responsabilizado, ao passo que o sócio-quotista não pode. Destaque-se que a responsabilidade pessoal, prevista no art. 135, objeto de nosso estudo, abrange os tributos, os juros e as multas, sejam elas de caráter moratório ou punitivo. Trata-se, na definição da doutrina em geral, de uma modalidade de responsabilidade por substituição. Observação: As multas punitivas também podem ser denominadas multas de ofício, multas formais, multas fiscais ou até mesmo multas pessoais. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 37 97 (SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A atribuição de responsabilidade tributária solidária ao administrador da massa falida pelas penalidades tributárias por ela devidas se restringe às de caráter moratório. Comentário: Trata-se da responsabilidade prevista no art. 134, V, do CTN, que abrange os tributos e penalidades tributárias de caráter moratório. Quando a banca fala em responsabilidade solidária, indica claramente que deseja como resposta o art. 134, do CTN. Gabarito: Correta (SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A responsabilidade tributária corresponde à imposição do pagamento do tributo a terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação:é originária quando o responsável é colocado diretamente na posição de sujeito passivo, como ocorre, por exemplo, no caso da responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos menores. Comentário: A banca fez uma associação incorreta ao dizer que a responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos menores é originária, quando na realidade, é conhecida como responsabilidade por transferência, isto é, não surge diretamente com a ocorrência do fato gerador, mas depende de fato posterior para transferir ao responsável a obrigação de pagar o tributo. Gabarito: Errada (PGE-MT-Procurador/2016) A pessoa jurídica DAMALINDA, dedicada ao varejo de vestuários, é composta por dois sócios, um dos quais assumiu a administração da empresa conforme previsto em seus atos constitutivos. Em razão de dificuldades financeiras, essa empresa passou a interromper os recolhimentos do ICMS, visando a obter recursos para o pagamento de seus empregados e fornecedores. Não obstante a inadimplência, a empresa continuou a declarar o valor mensalmente devido. Após certo período de tempo, a atividade se revelou efetivamente inviável, e o administrador optou por encerrar suas atividades e fechou todas as lojas, leiloando em um site de internet todo o saldo de estoques. A decisão deste administrador I. foi acertada, pois se a empresa estava em dificuldades não haveria motivo para continuar com as atividades e incrementar ainda mais seu passivo tributário. II. foi incorreta, pois ao simplesmente fechar as portas das lojas ficou caracterizada a dissolução irregular, o que poderá justificar o futuro redirecionamento de execuções fiscais à pessoa física dos sócios. III. foi incorreta, pois o administrador poderia ter recorrido a remédios legais para a proteção de empresas em dificuldade, tais como a recuperação de empresas e a falência, ao invés de simplesmente encerrar suas atividades sem a comunicação aos órgãos administrativos competentes. IV. não alterou a situação legal do outro sócio no tocante à respectiva responsabilidade pelo crédito tributário, uma vez que todos os sócios respondem pelos débitos fiscais da sociedade. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e IV. b) II e III. c) II. d) III. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 38 97 e) IV. Comentário: Item I: A decisão foi incorreta, pois o o administrador poderia ter recorrido a remédios legais para a proteção de empresas em dificuldade, tais como a recuperação de empresas e a falência, ao invés de simplesmente encerrar suas atividades sem a comunicação aos órgãos administrativos competentes. Item errado. Item II: A decisão foi incorreta, mas o redirecionamento de execução fiscal só alcança o sócio-gerente. Da forma como foi redigida a assertiva, fica subentendido erroneamente que a execução fiscal pode recair sobre qualquer sócio. Item errado. Item III: É exatamente a justificativa da primeira assertiva. Item correto. Item IV: Somente os sócios que exercem a administração na sociedade podem ser pessoalmente responsabilizados pelas dívidas da empresa. Item errado. Gabarito: Letra D (TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014) Sobre responsabilidade tributária, o representante legal de pessoa jurídica de direito privado, ainda que não seja sócio da empresa, é pessoalmente responsável pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatuto. Comentário: Realmente, ainda que não seja sócio da empresa, o representante legal é pessoalmente responsável pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatuto. Gabarito: Correta Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 39 97 4 - RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES O CTN trata das responsabilidades por infrações nos arts. 136 e 137. Normalmente, quando uma pessoa pratica infrações tributárias, fica sujeita às penalidades pecuniárias. Ser punido com multas é o mais corriqueiro. Contudo, há que se destacar que, no âmbito da legislação dos tributos incidentes sobre o comércio exterior, há infrações puníveis com penas de perdimento de mercadorias ou veículos, e até outras que não possuem conteúdo pecuniário. Nessa esteira, é importante entender que aquele que pratica infrações possui relação pessoal e direta com o fato, o que o tornaria impreciso dizer que é “responsável”. Contudo, é assim que o CTN estabelece, e é o que vamos levar para a nossa prova, não é mesmo? Pode-se dizer também que, como a pessoa é responsável pela infração desde o momento de sua prática, é uma forma de responsabilidade por substituição. Pois bem, vamos ver então o que o CTN diz acerca dessa “responsabilidade”: Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Pode-se inferir do dispositivo que a responsabilidade por infrações tributárias é, via de regra, objetiva, ou seja, não se leva em consideração as características pessoais (subjetivas) do infrator e os efeitos que o ato pode causar. Tudo isso, salvo disposição de lei em contrário, havendo, portanto, exceções, se forem previstas em leis. Observação: O entendimento desse assunto tornar-se-á mais compreensível quando estudarmos a distinção entre Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário. Deve ficar muito claro que não estamos tratando de tributo, mas de infrações e penalidades. Aí vai um exemplo para ficar claro: o cidadão que recolhe imposto de renda durante o ano, em conformidade com a legislação que rege tal imposto, mas que não presta a declaração ao Fisco na data correta, está sujeito à penalidade pela infração à legislação tributária. Nunca é tarde para se lembrar de que a lei mais benéfica sobre penalidades é aplicada retroativamente, desde que o ato não esteja definitivamente julgado (art. 106, II, do CTN). Além disso, a lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades deve ser interpretada em benefício do infrator (acusado), quando houver dúvida sobre (art. 112, do CTN): • a capitulação legal do fato; • a natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; • a autoria, imputabilidade, ou punibilidade; • a natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 40 97 De qualquer modo, deve sempre ser conferido ao acusado o direito de defesa. 4.1 – A responsabilidade pessoal do agente Em matéria tributária, a responsabilidade pelas infrações cabe a quem praticou o ato ilícito. Logo, se foi a pessoa jurídica, ela será responsabilizada, ainda que, na prática, seja uma pessoa natural que atue em nome da empresa. A punição é aplicada ao sujeito passivo da obrigação tributária principal ou acessória, que não foi cumprida. Essa é a regra! O art. 137 do CTN traz justamente a exceção à referida regra. São situações em que a responsabilidade é pessoal do agente quanto à punição, permanecendo a pessoa jurídica na condição de sujeito passivo do tributo. As três hipóteses de responsabilização pessoal do agente são as seguintes: Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração,mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. A primeira se refere às infrações que foram definidas na lei penal como crimes ou contravenções. As penas previstas para os crimes e contravenções penais aplicam-se às pessoas naturais. O CTN, seguindo essa lógica, também estabeleceu que a responsabilidade caberá ao agente. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 41 97 Destaque-se que há duas exceções, que acabam por afastar o agente da responsabilidade pelas infrações à legislação tributária: se forem praticadas no exercício regular da administração ou se for por cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. A segunda hipótese se refere à infração em que o agente possui dolo específico, ou seja, age com uma finalidade específica. O dolo específico é um elemento subjetivo que, como regra, não está presente nas infrações à legislação tributária, já que estas têm natureza objetiva (CTN, art. 136). No entanto, lembre-se de que há possibilidade de as infrações à legislação tributária serem subjetivas (o art. 136 prevê a exceção). Portanto, sempre quando o elemento subjetivo (dolo específico) estiver presente na legislação que preveja a infração, dizemos que o dolo específico é elementar, e a responsabilidade será pessoal ao agente. Por último, a terceira hipótese se faz presente quando a infração decorra de dolo específico do representante contra seu representado. Portanto, se o tutor age com a finalidade especial de lesar o tutelado, aquele responde, ainda que este seja o sujeito passivo direto da obrigação. Do mesmo modo, se o diretor comete uma infração à legislação tributária, com o fim específico de prejudicar a empresa na qual trabalha, responderá pessoalmente pela infração. Observação: As pessoas referidas no art. 137 são as mesmas que foram previstas no art. 135. 4.2 – Denúncia Espontânea A denúncia espontânea é o instituto criado pelo CTN para que o contribuinte se redima das infrações tributárias, confessando os ilícitos. Como consequência, a responsabilidade pela multa é afastada. Na verdade, conforme entendimento do STJ (REsp 774.058/PR), a denúncia espontânea afasta tanto as multas moratórias como as punitivas. Denúncia espontânea = afastamento de todas as multas (moratórias e punitivas) Há que se ressaltar que, para configurar a espontaneidade, o sujeito passivo deve se antecipar ao fisco, ou seja, a denúncia espontânea deve ser feita antes de qualquer procedimento fiscalizatório. Obviamente, o infrator não é obrigado a “adivinhar” quando a sua espontaneidade fica afastada, sendo necessário que a administração tributária comunique o sujeito passivo formalmente. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 42 97 Com o início da fiscalização sobre certo contribuinte, lavra-se o Termo de Início de Fiscalização (CTN, art. 196), com data e hora, ficando claro a partir de que momento a espontaneidade fica excluída. Observação: A denúncia espontânea deve ser feita antes do início de qualquer procedimento fiscalizatório. Portanto, é errado afirmar que basta que seja formulada antes da notificação de lançamento, tendo em vista que este é o resultado final da fiscalização, e não o seu início. Outro ponto digno de nota é que, com o início do procedimento de fiscalização, o sujeito passivo somente perde o direito à denúncia espontânea em relação ao tributo objeto de apuração, bem como aos períodos aos quais se refere. Logo, se o objeto da fiscalização é o IPI relativo ao ano de 2010, o sujeito passivo pode utilizar da denúncia espontânea em relação ao IPI relativo ao ano de 2011, ou mesmo em relação a outros tributos. Destaque-se que o art. 138 assevera que a denúncia espontânea deve ser feita acompanhada do pagamento do tributo e dos juros de mora. Caso o valor do tributo dependa de apuração, cabe ao sujeito passivo depositar o valor arbitrado pela autoridade administrativa, como condição de ser beneficiado pela denúncia espontânea. Nessa linha, o STJ (REsp 426.964/SC) já decidiu que o parcelamento não equivale ao pagamento do tributo, não sendo suficiente para configurar a denúncia espontânea. Vamos nos atentar, ainda, para o entendimento do STJ, segundo o qual as disposições do CTN sobre a denúncia espontânea não se aplicam ao cumprimento das obrigações acessórias. Faz todo o sentido, já que se isso fosse permitido, a regra seria descumprir o prazo de entrega de declarações, por exemplo, fazendo a denúncia poucos dias depois. Ou seja, a regra se tornaria o descumprimento dos prazos. 4.2.1 - Aplicabilidade da Denúncia Espontânea aos Tributos Lançados por Homologação, por Declaração e de Ofício A denúncia espontânea é majoritariamente aplicável aos tributos lançados por homologação, tendo em vista a obrigação, neste caso, do sujeito passivo em declarar e pagar o tributo antecipadamente, sem prévio exame da autoridade administrativa. Logo, a denúncia espontânea pode ser apresentada quando não houver previamente a declaração por parte do sujeito passivo. Por outro lado, o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando, embora declarados, sejam pagos a destempo: Súmula STJ 360 - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Ora, se fosse possível a denúncia espontânea nesses casos, o sujeito passivo declararia o débito regularmente (após a ocorrência do fato gerador), sendo que esta declaração por si só já configuraria espontaneidade. Assim, ele ficaria livre para recolher o tributo algum tempo depois, sem arcar com a multa moratória (por atraso de pagamento). Muito injusto com quem paga tempestivamente seus tributos, não é mesmo? Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 43 97 Em relação aos tributos sujeitos a lançamento por declaração, vislumbra-se a possibilidade de utilização da denúncia espontânea em duas situações distintas: quando o fato gerador não tenha sido declarado pelo contribuinte ou quando, após declaração, o contribuinte proceda à sua retificação, antes da atuação do Fisco. Neste último caso, percebe-se que houve omissão parcial do montante a pagar. Por último, deve ser demonstrada a incompatibilidade da denúncia espontânea com os tributos lançados de ofício. Neste caso, o sujeito passivo não participa do lançamento tributário. Não são necessárias informações prestadas pelo sujeito passivo para providenciar a constituição do crédito tributário, nem mesmo a antecipação do pagamento do tributo. Portanto, qualquer infração relativa a esses tributos (lançados de ofício), sempre ocorrerá após o lançamento. 4.3 – Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário Antes de finalizarmos o estudo da responsabilidade por infrações, você, meu aluno, minha aluna, não pode ficar sem saber a distinção entre os conceitos de Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário. Primeiramente, cumpre-nos salientar que o Direito Tributário Penal está relacionado às infrações administrativas,passíveis de punição por penalidades pecuniárias (multas), as quais não deixam de ser obrigações tributárias, conforme preceitua o § 1°, do art. 113, do CTN, cuja redação é a seguinte: Art. 113: § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Diferentemente do que foi acima exposto, o Direito Penal Tributário constitui instituto do Direito Penal, disciplinando crimes contra a ordem tributária. A distinção relevante entre o Direito Tributário Penal e o Direito Penal Tributário é que, como já foi estudado por nós, naquele a responsabilidade do agente é objetiva e, neste, subjetiva. Explique-se melhor: no Direito Tributário, se a infração foi cometida, haverá a respectiva responsabilização, independentemente da intenção do agente, conforme prevê o art. 136 do CTN. Por outro lado, no Direito Penal, vigora o princípio da responsabilidade penal subjetiva, tomando relevância a intenção do agente. É por esse motivo que a doutrina incansavelmente discute os elementos dolo e culpa, quando da prática de determinado delito. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 44 97 Diferentemente do que ocorre no Direito Penal, a responsabilidade pelas infrações à legislação tributária independe do elemento volitivo. (SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido com juros de mora correspondentes, realizada até a conclusão do procedimento administrativo ou da medida de fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão da responsabilidade do contribuinte pela infração. Comentário: Na realidade, a denúncia espontânea somente se aplica antes de iniciado qualquer procedimento administrativo referente à infração praticada pelo sujeito passivo, conforme estabelece o art. 138, par. único, do CTN. Gabarito: Errada (TRF4-Analista Judiciário/2019) No capítulo que trata de responsabilidade tributária, o Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que (A) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de cisão, fusão ou incorporação de outra é responsável apenas pelos tributos devidos após a data do ato, sendo que os débitos anteriores ao ato são de responsabilidade integral das pessoas jurídicas cindidas, fundidas ou incorporadas, e seus respectivos sócios, titulares, controladores e gestores. (B) a responsabilidade dos sucessores ocorre quando pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, adquire, em leilão judicial, fundo de comércio ou estabelecimento, comercial, industrial ou profissional, em processo de falência, e continua a exploração da respectiva atividade. (C) em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de um ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (D) a responsabilidade relativa às infrações à legislação tributária é excluída na hipótese de denúncia espontânea, desde que acompanhada de recolhimento, ou de parcelamento, do valor integral do tributo, acrescido dos juros de mora e multa moratória devidos. (E) em regra, o crédito tributário não pode ser exigido de terceiro, que não seja o contribuinte ou o responsável, mas admite tal cobrança, com caráter solidário e sem beneficio de ordem, em relação aos pais Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 45 97 e avós pelos tributos devidos por seus filhos e netos menores e em relação aos sócios, pelos tributos devidos pela sociedade simples ou empresarial. Comentário: Alternativa A: O art. 132, do CTN, estabelece que a responsabilidade transferida na sucessão empresarial abrange os tributos devidos até a data da sucessão, e não após essa data. Alternativa errada. Alternativa B: Na aquisição em leilão judicial de fundo de comércio ou estabelecimento, em relação à pessoa jurídica em processo de falência ou em recuperação judicial, como regra não existe responsabilidade do adquirente. Alternativa errada. Alternativa C: Trata-se do disposto no art. 133, § 3º, do CTN: Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. Alternativa correta. Alternativa D: Para exclusão da responsabilidade por infrações, a denúncia espontânea deve ser acompanhada do pagamento integral, não se admitindo o parcelamento, acrescido dos juros de mora apenas. Alternativa errada. Alternativa E: O que o art. 134, I, do CTN, prevê é que, nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores. Alternativa errada. Gabarito: Letra C (SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), a responsabilidade por infrações à legislação tributária a) independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, exceto se houver lei em sentido contrário. b) e comercial, depende da existência de dolo ou culpa, e do resultado econômico resultante, ainda que a lei ordinária disponha de forma diversa. c) e penal depende da intenção do agente e do resultado produzido. d) depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, ainda que a lei específica disponha de forma diversa. e) e civil depende da ocorrência de culpa ou dolo, e do resultado ocorrido, exceto se houver lei em sentido contrário. Comentário: A responsabilidade por infrações à legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, exceto se houver lei em sentido contrário. É o que estabelece o art. 136, do CTN. Gabarito: Letra A (TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo genérico do agente seja elementar (“responsabilidade por sucessão"). Comentário: O art. 137, II, do CTN, estabelece que a responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar. Gabarito: Errada Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 46 97 Mais uma etapa cumprida, futuro servidor! Você encontrará inúmeras questões comentadas em áudio para treinar, e a abordagem de alguns temas específicos que você estudou neste material na minha Comunidade do Telegram: Comunidade no Telegram: https://t.me/ProfFabioDutraConcursos Instagram: @ProfFabioDutra Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 47 97 5 – QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS Responsabilidade Tributária 1.FCC/Pref. Caruaru-Procurador/2018 Sobre a responsabilidade tributária, é correto afirmar: a) decorre de previsão legal ou de ato particularem que terceiro assuma, por instrumento público, a condição de contribuinte. b) deve ser livremente aferida em cada caso por ato administrativo plenamente vinculado, de cuja motivação constem os elementos de fato que a justifiquem. c) decorre de lei que atribua, de modo expresso, a responsabilidade pelo crédito tributário a terceiro, não contribuinte, mas relacionado com a ocorrência do fato gerador. d) decorre de lei ou contrato que impute a obrigação tributária acessória a terceiro não contribuinte, mas a ele relacionado ou ao fato gerador, conforme reconhecido pela Administração Tributária. e) só pode ser aferida em cada caso conforme previsão geral de lei complementar, previsto que se expresse em ato administrativo discricionário, de cuja motivação conste a fundamentação jurídica. Comentário: De acordo com o art. 128 do CTN, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Alternativa A: Não há responsabilidade tributária prevista em ato particular, somente por lei. Alternativa errada. Alternativa B: Não há responsabilidade tributária aferida em cada caso por ato administrativo, somente por lei. Alternativa errada. Alternativa C: Em conformidade com o artigo citado. Alternativa correta. Alternativa D: Não há responsabilidade tributária prevista em contrato, somente por lei. Alternativa errada. Alternativa E: Não é caso de previsão geral em lei complementar. Alternativa errada. Gabarito: Letra C 2.FCC/TJ-GO-Juiz Substituto/2015 A responsabilidade tributária a) é atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está a ele vinculado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte. b) é atribuída ao sujeito passivo da obrigação tributária que pratica o fato gerador. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 48 97 c) é do contribuinte quando a lei lhe impõe esta obrigação, mesmo que não pratique o fato gerador. d) pode ser atribuída a terceiro estranho ao fato gerador através de contrato particular firmado entre o contribuinte e terceiro. e) independe de qualquer vínculo jurídico entre o terceiro e o contribuinte, bastando que haja expressa disposição legal ou convenção entre as partes. Comentário: Alternativa A: A responsabilidade é realmente atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está a ele vinculado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte, conforme se observa na redação do art. 128, do CTN. Alternativa correta. Alternativa B: Na verdade, aquele que pratica o fato gerador é contribuinte, e não responsável. Alternativa errada. Alternativa C: Contribuinte é o sujeito passivo que possui relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação tributária. Alternativa errada. Alternativa D: A terceira pessoal responsável por expressa disposição legal deve estar vinculada ao fato gerador. Alternativa errada. Alternativa E: A terceira pessoal responsável por expressa disposição legal deve estar vinculada ao fato gerador. Alternativa errada. Gabarito: Letra A Responsabilidade por Substituição 3.FCC/TJ-GO-Juiz/2015 A atribuição ao sujeito passivo de obrigação tributária da condição de responsável pelo pagamento de imposto cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente a) é inadmissível, uma vez que a obrigação tributária surge apenas após a ocorrência do fato gerador. b) pode acontecer, nos termos da lei, na hipótese de recolhimento antecipado de ICMS pelo fabricante de veículos automotores relativamente à futura revenda dos mesmos pelas concessionárias. c) trata-se da substituição tributária para trás, cujo fundamento é previsto expressamente na Constituição da República. d) pode acontecer, nos termos da lei, quando o tomador do serviço faz a retenção na fonte do ISSQN devido pelo prestador do serviço por ocasião do pagamento pelo serviço prestado. e) pode acontecer, nos termos da lei, na hipótese em que o empregador faz a retenção na fonte do IRPF de seu empregado. Comentário: Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 49 97 Alternativa A: Conforme preceitua art. 150, §7º da CF/88, a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente. Alternativa errada. Alternativa B: Em conformidade com o art. 150, §7º. Trata-se da substituição tributária para frente. Alternativa correta. Alternativa C: O enunciado da questão trata da substituição tributária para frente, prevista no art. 150, §7º da CF/88 . Alternativa errada. Alternativa D: Na situação narrada, o fato gerador ocorre no momento da retenção, portanto, não é substituição tributária para frente. Alternativa errada. Alternativa E: Errado conforme comentário da alternativa D. Alternativa errada. Gabarito: Letra B 4.FCC/PGE-RN-Procurador/2014 A antecipação dos efeitos do fato gerador a) está expressamente autorizada na Constituição Federal. b) trata-se de substituição tributária para trás. c) acontece nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando ocorre o pagamento antecipado. d) não é reconhecida pelo direito pátrio, pois só existirá crédito tributário a partir do momento em que ocorrer o fato gerador. e) tem cabimento nas hipóteses de fato gerador pretérito. Comentário: Alternativa A: O art. 150, §7º da CF/88 dispõe que a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente. Alternativa correta. Alternativa B: Trata-se da substituição tributária para frente. Alternativa errada. Alternativa C: Não há fato gerador antecipado neste caso. Alternativa errada. Alternativa D: É reconhecida pela própria CF/88. Alternativa errada. Alternativa E: Se refere a fato gerador futuro. Alternativa errada. Gabarito: Letra A Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 50 97 5.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, na substituição tributária para frente, há uma postergação do pagamento do tributo, transferindo-se a obrigação de reter e recolher o montante devido, que seria do vendedor, ao adquirente dos produtos e serviços. Comentário: Na substituição tributária progressiva, ou para frente, ocorre exatamente o contrário, ou seja, há a antecipação do pagamento do tributo. Assim sendo, as pessoas que estão nas etapas posteriores são substituídas pelas ocupam posição anterior na cadeia de produção e circulação de mercadorias. Gabarito: Errada 6.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, na substituição tributária para frente, há uma postergação do pagamento do tributo, transferindo-se a obrigação de reter e recolher o montante devido, que seria do vendedor, ao adquirente dos produtos e serviços. Comentário: Na substituição tributária progressiva, ou para frente, ocorre exatamente o contrário, ou seja, há a antecipação do pagamento do tributo. Assim sendo, as pessoas que estão nas etapas posteriores são substituídas pelas ocupam posição anterior na cadeia de produção e circulação de mercadorias Gabarito: Errada Responsabilidade por Transferência 7.FCC/PGE-AM-Procurador/2018A “Indústria de Balanças Peso Pesado”, cujos sócios são Carlos e Danilo, tem 5 estabelecimentos no Estado, sendo uma matriz e quatro filiais. A empresa está em processo de recuperação judicial há três meses. Quando foi divulgada a notícia de que será promovida a alienação judicial de um de seus estabelecimentos, várias pessoas, naturais e jurídicas, se interessaram por adquiri-lo: 1. Marcos, marido da prima de Carlos; 2. a “Fábrica de Balanças Equilíbrio”, sociedade empresarial concorrente; 3. “Empresa de Ferragens Brasil”, que é controlada pela “Indústria de Balanças Peso Pesado”; 4. Sebastião, rico empresário e marido da tia de Carlos. Considerando que a “Indústria de Balanças Peso Pesado” vai continuar explorando sua atividade industrial por tempo indeterminado, mesmo depois da venda do referido estabelecimento, de acordo com o Código Tributário Nacional, caso a referida filial venha a ser adquirida a) por Marcos, ele responderá integralmente pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. b) pela “Fábrica de Balanças Equilíbrio”, esta não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos, relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. c) pela “Empresa de Ferragens Brasil”, esta responderá integralmente pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 51 97 d) por Sebastião, ele não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. e) pela “Empresa de Ferragens Brasil”, esta não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. Comentário: O art. 133 do CTN estabelece a responsabilidade por sucessão de estabelecimento comercial ou integral a depender da continuidade de exploração da atividade pelo alienante. O §1º excepciona a responsabilidade nos casos de a alienação judicial em falência ou recuperação judicial. Já o §2º, com vistas a evitar fraudes dos alienantes, exclui a aplicação do §1º quando o adquirente for sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. À luz deste artigo, veja as alternativas: Alternativa A: Marcos, por afinidade, tem parentesco de 4º grau com um dos sócios. Dessa forma, ele se enquadra na situação do art. 133, §2º, II, de forma que a alienação judicial em recuperação judicial não exclui a responsabilidade por sucessão. Tendo em vista que a empresa “Indústria de Balanças Peso Pesado” vai continuar explorando sua atividade industrial, a compra do estabelecimento por Marcos enseja responsabilidade subsidiária (art. 133, II). Alternativa errada. Alternativa B: A “Fábrica de Balanças Equilíbrio” não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos, relativos ao estabelecimento adquirido. A fábrica não tem nenhuma relação com a alienante e seus sócios, portanto, a ela se aplica o art. 133, §1º. Alternativa correta. Alternativa C: A “Empresa de Ferragens Brasil” é controlada pela indústria alienante, se enquadrando na situação do art. 133, §2º, I. Sendo assim, a alienação judicial em recuperação judicial não exclui a responsabilidade por sucessão. Tendo em vista que a empresa “Indústria de Balanças Peso Pesado” vai continuar explorando sua atividade industrial, a compra do estabelecimento pela “Empresa de Ferragens Brasil” enseja responsabilidade subsidiária (art. 133, II). Alternativa errada. Alternativa D: Sebastião, por afinidade, tem parentesco de 3º grau com um dos sócios. Dessa forma, ele se enquadra na situação do art. 133, §2º, II, de forma que a alienação judicial em recuperação judicial não exclui a responsabilidade por sucessão. Tendo em vista que a empresa “Indústria de Balanças Peso Pesado” vai continuar explorando sua atividade industrial, a compra do estabelecimento por Sebastião enseja responsabilidade subsidiária (art. 133, II). Alternativa errada. Alternativa E: Errado conforme comentário da alternativa C. Alternativa errada. Gabarito: Letra B 8.FCC/SEF-SC-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018 Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no que tange à responsabilidade tributária, a pessoa de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração a) não responde pelos tributos devidos após a compra do estabelecimento adquirido, por até 3 anos, se o alienante estava falido ou em recuperação judicial. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 52 97 b) responde integralmente pelos tributos devidos até 12 meses da data da aquisição, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a atividade econômica ou, estando em recuperação judicial, falir. c) responde subsidiariamente pelos tributos devidos até a data da compra, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. d) não responde pelos tributos devidos pelo alienante ou pelo estabelecimento alienado até a data da compra, se o alienante continuar exercendo a atividade econômica no mesmo ramo ou for declarado falido. e) não responde pelos tributos devidos até a data da compra, se a alienação for judicial, no âmbito de processo de falência, exceto se for sócio da sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido, parente em linha reta ou colateral até o 4º grau do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido. Comentário: Esta questão cobra o conhecimento do art. 133, do CTN. Vamos lá! Alternativa A: De acordo com o art. 133, §1º, não existe o prazo de 3 anos trazido pela assertiva. Alternativa errada. Alternativa B: De acordo com o art. 133, I, não existe o prazo de 12 meses trazido pela assertiva. Alternativa errada. Alternativa C: De acordo com o art. 133, I, a responsabilidade será integral se o alienante cessar a exploração. Alternativa errada. Alternativa D: De acordo com o art. 133, II e §1º, a responsabilidade será subsidiária se o alienante continuar a exploração ou for falido. Alternativa errada. Alternativa E: Em conformidade com o art. 133, §§1º e 2º. Alternativa correta. Gabarito: Letra E 9.FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016 Dispõe o Código Tributário Nacional que a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Dispõe o referido CTN que a responsabilidade do sucessor adquirente será a) integral para o adquirente parente, em linha reta ou colateral até o quarto grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios, desde que o alienante cesse a exploração do comércio, indústria ou atividade. b) integral e abrangerá os débitos até a data do ato, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. c) subsidiária e abrangerá os débitosaté a data do ato se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. d) integral pelos tributos devidos pela pessoa jurídica de direito privado que adquirir estabelecimento comercial, no caso de alienação judicial em processo de falência. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 53 97 e) relativa se o adquirente for sócio de sociedade falida ou em recuperação judicial, porque inexistem regras sobre a responsabilidade por sucessão para o sócio adquirente no Código Tributário Nacional. Comentário: Trata-se do art. 133, do CTN, que dispõe sobre a responsabilidade do sucessor, em caso de aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional. Neste caso, além das regras específicas previstas nos parágrafos do art. 133, para dizer se a responsabilidade do adquirente será integral ou subsidiária, é necessário analisar o que ocorrerá com o alienante. Assim, temos o seguinte: I – O adquirente responderá integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II – O adquirente responderá subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Analisemos, pois, cada uma das alternativas: Alternativa A: Embora haja inaplicabilidade da regra de responsabilidade prevista no caput do art. 133, do CTN para os casos de alienação judicial em processo de falência ou alienação de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial, se o adquirente for parente, em linha reta ou colateral até o quarto grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios, responderá pelo crédito tributário integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. Alternativa correta. Alternativa B: A alternativa condiciona a responsabilidade ao fato de o adquirente (“este” se refere ao adquirente) prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Na realidade, tais condições se aplicam ao alienante, e não ao adquirente. Alternativa errada. Alternativa C: Se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade, a responsabilidade do adquirente será integral, e não subsidiária, tornando a assertiva incorreta. No que se refere aos débitos abrangidos (até a data do ato), não há erro. Alternativa errada. Alternativa D: No caso de alienação judicial em processo de falência, não há que se falar em responsabilidade do adquirente, conforme estabelece o art. 133, § 1º, I, do CTN. Alternativa errada. Alternativa E: O CTN dispôs claramente as regras sobre a responsabilidade por sucessão para o sócio adquirente no Código Tributário Nacional. Alternativa errada. Gabarito: Letra A 10.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos impostos devidos a partir da data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (“responsabilidade a posteriori"). Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 54 97 Comentário: Na realidade, a responsabilidade da pessoa jurídica sucessora alcança os tributos (e não apenas os impostos) devidos até a data do ato, e não a partir deste momento. Gabarito: Errada 11.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 O adquirente ou remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (“responsabilidade por sucessão"). Comentário: É o que define o art. 131, I, do CTN: são pessoalmente responsáveis o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos. Gabarito: Correta 12.FCC/TCE-AM-Auditor/2015 Orlando adquiriu dois imóveis, ambos com débito de IPTU referentes a vários exercícios. O primeiro deles, uma casa no centro da cidade, foi adquirido diretamente do vendedor, por meio de escritura pública, enquanto que o segundo, um terreno em local afastado do centro da cidade, foi adquirido em hasta pública. Não constaram dos respectivos títulos aquisitivos quaisquer provas de quitação do IPTU até então devido. De acordo com a disciplina do Código Tributário Nacional acerca da responsabilidade dos sucessores, Orlando a) será responsável total e ilimitadamente pelo crédito tributário existente até a data de aquisição da casa. b) será responsável total e ilimitadamente apenas pelo débito de imposto existente até a data de ambas as aquisições. c) será responsável total e ilimitadamente pelo crédito tributário existente até a data de aquisição do terreno. d) não será responsável pelos créditos tributários existentes até a data da aquisição. e) será responsável apenas pelo débito de imposto existente até a data de ambas as aquisições, sendo que, no caso do terreno, essa responsabilidade se limita ao preço de aquisição. Comentário: Nesta questão, precisamos ficar atentos ao fato de que, na aquisição do primeiro imóvel, isto é ,da casa, não há qualquer ressalva no sentido de constar a prova da quitação dos tributos. Por conseguinte, o adquirente torna-se responsável pelos tributos incidentes sobre o imóvel. Por outro lado, na aquisição do terreno, em hasta pública, não há que se falar na responsabilidade do adquirente, pois neste caso a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Gabarito: Letra A 13.FCC/TJ-SC-Juiz Substituto/2015 Lukas, domiciliado em cidade do interior catarinense, é proprietário de imóvel residencial, que valia, em 2012, R$ 200.000,00. Em 2013, esse imóvel passou a valer R$ 240.000,00, em razão da obra pública realizada pela Prefeitura Municipal, e que resultou na referida valorização. A Prefeitura Municipal instituiu, lançou e cobrou Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 55 97 contribuição de melhoria dos contribuintes que, como Lukas, tiveram suas propriedades valorizadas. O mesmo Município catarinense, a seu turno, com base em lei municipal, lançou e cobrou, em 2013, a taxa decorrente da prestação de serviço público de recolhimento de lixo domiciliar, tendo como fato gerador o recolhimento do lixo produzido individualmente, nos imóveis residenciais localizados naquele Município. O Município catarinense lançou e cobrou essa taxa de Lukas, em relação ao mesmo imóvel acima referido. Neste ano de 2015, Lukas recebeu uma excelente oferta pelo seu imóvel e está pensando em vendê-lo. Ocorre, porém, que não pagou a contribuição de melhoria lançada pela municipalidade, nem a taxa lançada pelo Município. Em razão disso, com base nas regras de responsabilidade por sucessão estabelecidas no CTN, a) tanto o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, como o relativo à taxa, se sub-rogarão na pessoa do adquirente, na proporção de 50% do valor lançado. b) o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria não se sub-rogará na pessoa do adquirente, mas o relativo à taxa sim, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação. c) tanto o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, como o relativo à taxa, se sub-rogarão na pessoa do adquirente, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação. d) nem o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, nem o relativo à taxa, se sub-rogará na pessoa do adquirente. e) o crédito tributáriorelativo à contribuição de melhoria se sub-rogará na pessoa do adquirente, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação, mas o relativo à taxa não. Comentário: Nesta questão, precisamos saber que a taxa se refere à prestação de serviço público (coleta de lixo) referente ao bem imóvel, e que a contribuição de melhoria também está relacionada ao bem imóvel (sua valorização após a realização da obra pública). Assim sendo, aplica-se o art. 130, do CTN, que prevê que os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Por esse motivo, caso Lukas venda seu bem imóvel, tanto o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, como o relativo à taxa, se sub-rogarão na pessoa do adquirente, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação. Gabarito: Letra C 14.FCC/Pref. Recife-Procurador/2014 Manoel Finório, falecido aos 80 anos por causas ainda desconhecidas, deixa para Ana Faceira, jovem viúva de 21 anos, e para seus 11 filhos considerável soma em dinheiro e vários imóveis residenciais e comerciais na cidade do Recife. Ocorre que na data da partilha, verificou-se que o Sr. Manoel era devedor de ISSQN perante o Fisco recifense devidamente constituído e inscrito em dívida ativa. Evidente discussão ocorreu entre a viúva e os herdeiros e entre estes para saber quem deveria saldar o débito tributário municipal em haver e quanto seria a parte de cada um. Consultado a respeito, o Procurador Judicial orientou que a a) responsabilidade pessoal deve ser atribuída somente aos 11 filhos herdeiros, de forma que o débito tributário a ser resolvido seja limitado ao montante recebido por cada um deles. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 56 97 b) responsabilidade deve ser pessoalmente aplicada tanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que o débito tributário a ser resolvido seja limitado ao montante recebido por cada um deles. c) responsabilidade deve ser solidariamente aplicada tanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que todo o débito tributário seja resolvido, independentemente do montante recebido por cada um deles. d) discussão fora inócua entre os envolvidos pois, pela lei, o espólio deve ser responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha. e) responsabilidade deve ser pessoalmente aplicada tanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que todo o débito tributário seja resolvido, independentemente do montante recebido por cada um deles. Comentário: De acordo com o art. 131 do CTN, são pessoalmente responsáveis o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão . À luz deste artigo, veja as alternativas: Alternativa A: A responsabilidade também é atribuída ao cônjuge meeiro. Alternativa errada. Alternativa B: Em conformidade com o art. 131, II. Alternativa correta. Alternativa C: Não há solidariedade neste caso. Alternativa errada. Alternativa D: O espólio é responsável até a data da sucessão. Alternativa errada. Alternativa E: A responsabilidade fica limitada ao montante recebido. Alternativa errada. Gabarito: Letra B 15.FCC/TCE-GO-Analista de Controle Externo/2014 Na responsabilidade por sucessão, é correto afirmar que: a) a incorporação de uma empresa por outra implica em responsabilidade tributária para a empresa incorporadora, relativamente aos débitos tributários da empresa incorporada, por fatos geradores anteriores à incorporação. b) se na arrematação de bem imóvel em hasta pública o respectivo preço pago não for utilizado para quitar os tributos devidos, incidentes sobre o imóvel, o arrematante é considerado responsável tributário. c) em processo de falência, o adquirente de estabelecimento comercial será responsável tributário pelos tributos devidos pela empresa falida, abatendo-se do preço da aquisição o valor dos débitos tributários. d) o espólio nunca é sucessor tributário, mas sim os herdeiros a qualquer título são quem respondem pelos tributos devidos pelo de cujus até a abertura da sucessão. e) os pais, tutores e curadores são responsáveis por sucessão, pelos tributos devidos pelos filhos, tutelados e curatelados, respectivamente Comentário: Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 57 97 Alternativa A: De acordo com o art. 132, do CTN, a incorporação de uma empresa por outra implica em responsabilidade tributária para a empresa incorporadora. Tal responsabilidade abrange os débitos tributários da empresa incorporada, por fatos geradores anteriores à incorporação. Alternativa correta. Alternativa B: No caso de arrematação de bem imóvel em hasta pública, o art. 130, par. único, do CTN, estabelece que a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço, de forma que o adquirente recebe o imóvel livre das obrigações tributárias anteriores à aquisição. Alternativa errada. Alternativa C: Em regra, em se tratando de aquisição de estabelecimento comercial em processo de falência, o adquirente não responde pelos tributos devidos pela empresa falida, conforme estabelece o art. 133, § 1º, I, do CTN. Alternativa errada. Alternativa D: De acordo com o art. 131, III, do CTN, o espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Alternativa errada. Alternativa E: Neste caso, não há que se falar em responsabilidade por sucessão, mas sim em responsabilidade de terceiros (pais, tutores e curadores), que pode ocorrer em decorrência de atuação regular ou irregular. Alternativa errada. Gabarito: Letra A 16.FCC/SEFAZ-PE-Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/2014 De acordo com o CTN, a responsabilidade tributária do sucessor abrange os tributos devidos pelo sucedido cujos fatos geradores tenham ocorrido até o dia da sucessão, mas não as multas moratórias ou punitivas. Comentário: Embora a questão se refira ao CTN, deseja-se, na verdade, que o candidato conheça a jurisprudência do STJ, que entende que a responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. Gabarito: Errada 17.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, o arrematante é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação, do mesmo modo que o adquirente de bem móvel. Comentário: O arrematante de bem imóvel em hasta pública não se torna responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação, o que não ocorre com o adquirente de bem móvel. Gabarito: Errada 18.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, o adquirente de estabelecimento comercial é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à aquisição quando a aquisição se dá em processo de falência, já que os créditos tributários têm preferência sobre créditos extra concursais. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Editalwww.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 58 97 Comentário: Em regra, vimos que o adquirente de estabelecimento comercial é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à aquisição. Contudo, tal responsabilidade não se aplica aos casos de aquisição em processo de falência. Gabarito: Errada 19.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, a pessoa jurídica de direito privado que resultar da incorporação, fusão ou transformação é responsável pelos tributos relativos aos fatos geradores anteriores à incorporação, fusão ou transformação de forma subsidiária, caso o patrimônio da incorporada, fundida ou transformada seja insuficiente para quitar os créditos tributários devidos. Comentário: Não há que se falar em responsabilidade subsidiária da pessoa jurídica de direito privado que resultar da incorporação, fusão ou transformação. Esta será responsável pelos tributos relativos aos fatos geradores anteriores à incorporação, fusão ou transformação. Gabarito: Errada 20.FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013 Com fundamento nas previsões do CTN, considere: I. Supondo que Aglaope é terceira pessoa vinculada ao fato gerador de determinada obrigação tributária e Leucosia é o contribuinte desta obrigação tributária, a atribuição de responsabilidade pelo crédito tributário a Aglaope deve ser expressamente estipulada por meio de lei, excluindo a responsabilidade de Leucosia ou atribuindo-a a esta em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. II. Perséfone é proprietária de bem imóvel e deseja vendê-lo. Logo, a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário relativo a imposto cujo fato gerador seja a propriedade imobiliária sub-roga-se na pessoa dos eventuais adquirentes do imóvel de Perséfone, mesmo quando conste do título a prova de sua quitação. III. Sabázio morre, e deixa como herança três imóveis. Selene e Sarpédon são os únicos herdeiros, em igualdade de condições. Após ser realizada a partilha dos bens de Sabázio, ficam Selene e Sarpédon pessoalmente responsáveis, limitado ao montante do respectivo quinhão, pelos tributos devidos até este momento. IV. A empresa Jardim das Hespérides S.A. adquire da empresa Hamadríade Industrial Ltda. uma fábrica instalada no Estado de São Paulo. Aproveitando todo o maquinário existente, a adquirente continua a exploração da mesma atividade. Com respeito aos tributos devidos por esta fábrica até o momento da transação empresarial, a empresa Jardim das Hespérides S.A. responde subsidiariamente com o alienante se este cessar a exploração da indústria, e responde a adquirente pessoalmente se o alienante iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ramo de indústria. V. Na hipótese de alienação judicial em processo de falência, a pessoa jurídica de direito privado que adquirir fundo de comércio nesta situação e continuar a respectiva exploração responde, em qualquer hipótese, pelos tributos relativos ao fundo de comércio adquirido, devidos até a data da operação. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 59 97 c) II e V. d) III e IV. e) IV e V. Comentário: Item I: Em conformidade com o art. 128 do CTN. Item correto. Item II: Se constar do titula a prova de quitação do tributo, o crédito tributário não sub-roga-se na pessoa do adquirente (art. 130 do CTN). Item errado. Item III: Em conformidade com o art. 131, II do CTN. Item correto. Item IV: A adquirente responde integralmente pelos tributos devidos se o alienante cessar a exploração da indústria, e responde subsidiariamente com o alienante se este iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ramo de indústria (art. 133 do CTN). Item errado. Item V: Não haverá responsabilidade por sucessão no caso de alienação judicial em processo falência (art. 133, §1º do CTN). Item errado. Gabarito: Letra B 21.FCC/TJ-PE-Juiz/2013 Na sucessão causa mortis haverá responsabilidade tributária do espólio e dos sucessores, solidariamente, por todos os tributos cujos fatos geradores surgirem durante o inventário ou partilha. Comentário: Os tributos cujos fatos geradores surgirem durante o inventário ou partilha terão o espólio como contribuinte, e não responsável. A responsabilidade pessoal ocorre por transferência, e, no caso do espólio, diz respeito aos fatos geradores ocorridos antes da abertura da sucessão. Gabarito: Errada 22.FCC/TRF - 2ª REGIÃO-Analista Judiciário/2012 Samuel vendeu, por escritura pública, um imóvel para Sueli. Haviam débitos referentes ao imposto predial e territorial urbano. O contrato de venda e compra estipulou a transferência dessa responsabilidade (quitação dos débitos) para Rafael (então devedor de Samuel), mas que deixou de cumpri-la. Nesse caso, a responsabilidade da quitação do débito perante à Fazenda Pública do Município será a) de Rafael, ou seja, o terceiro integrante no contrato. b) de Samuel, ou seja, o vendedor do imóvel. c) de Sueli, ou seja, a compradora e atual proprietária do imóvel. d) do vendedor Samuel e da compradora Sueli. e) da compradora Sueli e do terceiro Rafael. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 60 97 Comentário: A responsabilidade tributária pelos tributos relativos ao bem imóvel é de Sueli, haja vista não ter sido provada a quitação dos débitos tributários. Deve ser ressaltado que a responsabilidade tributária não pode ser transferida a Rafael, haja vista que as convenções particulares não podem modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias. Gabarito: Letra C 23.FCC/PGM-João Pessoa-PB-Procurador Municipal/2012 Sobre a responsabilidade dos sucessores, analise os itens abaixo. I. O arrematante de imóvel em hasta pública não é responsável pelos tributos incidentes sobre o bem cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação. II. O espólio não é responsável tributário pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à abertura da sucessão, assim como pelos tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido durante o inventário. III. O adquirente de estabelecimento comercial é sempre responsável integralmente pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à aquisição, ainda que a mesma se dê judicialmente em processo de falência. Está correto o que se afirma APENAS em a) I. b) I e II. c) II. d) II e III. e) III. Comentário: Item I: Na arrematação de imóvel em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço, de forma que o arrematante não é responsável pelos tributos incidentes sobre o bem cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação. Item correto. Item II: Na realidade, o espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Item errado. Item III: A responsabilidade do adquirente de estabelecimento comercial pode ser integral ou subsidiária com o alienante. Contudo, não há que se falar em responsabilidade do adquirente se a aquisição se deu judicialmente em processo de falência. Esta é a regra. Item errado. Gabarito: Letra A 24.FCC/Pref. São Paulo-Auditor Fiscal do Município/2012 Um menino menor de idade, com dez anos, recebeu, na qualidade de herdeiro testamentário, por ocasião da morte de sua avó, um imóvel urbano, localizado em município do interior de São Paulo, no valor de R$ 350.000,00. Houve a aceitação da herança pelo menor, que, nesse ato, foi representando por seus pais. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ ReceitaFederal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 61 97 Nesse caso, o tributo devido na transmissão causa mortis de bens imóveis caberá: a) aos pais do menor de idade, pois o menino, por ser menor de idade, não tem capacidade tributária. b) ao menino menor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. c) cinquenta por cento ao menino menor de idade e cinquenta por cento aos pais do menor. d) aos pais do menino menor de idade e ao próprio menino, pois o menor não tem capacidade jurídica para ser, isoladamente, contribuinte. e) ao menino menor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele. Comentário: De acordo com o art. 126, I, do CTN, o menor de idade possui capacidade tributária passiva, logo a responsabilidade pelo tributo devido na transmissão causa mortis de bens imóveis caberá a ele próprio. Ademais, em caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, tudo em conformidade com o art. 134, I, do CTN. Gabarito: Letra B 25.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, “Beltrano” faleceu deixando herdeiros e tributos não pagos. Deixou bens em valor inferior ao valor dos tributos devidos. O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são responsáveis pelo valor total dos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação. Comentário: A responsabilidade dos sucessores se limita ao valor do quinhão recebido por eles. Como o valor dos bens é inferior ao valor dos tributos devidos, não se pode afirmar que serão responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação. Gabarito: Errada 26.FCC/ SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009 Considere a seguinte situação: diretores de uma empresa, que está sendo adquirida por outra, pactuaram com a adquirente que suportarão o pagamento do ICMS devido até a data do ato de aquisição. Neste caso, a Fazenda poderá cobrar o ICMS da empresa adquirente, uma vez que as convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública. Comentário: De fato, conforme previsto no art. 123 do CTN, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Gabarito: Correta 27.FCC/Procurador Judicial-Recife-PE/2008 Decidido anteriormente pelo juízo de direito, nos autos da recuperação judicial, que o adquirente de unidade produtiva via alienação naquele processo não responderia pelas obrigações do devedor (art. 60, parágrafo Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 62 97 único, da Lei n.º 11.101/2005), tal deliberação sobrepõe-se a qualquer decisão sobre a matéria advinda de juízos diversos, sob pena de inibição do propósito tutelar e da operacionalidade do mencionado diploma legal. (AgRg no CC 112638 / RJ, Relator Ministro João Otávio de Noronha, Órgão Julgador S2 – Segunda Seção do STJ, Data do Julgamento 10/8/2011) Tendo como referência inicial a jurisprudência apresentada, julgue o item a seguir: após a partilha amigável em arrolamento de bens judicial pela morte de seu pai, que se deu em 2007, Tício e Mévio recebem agora notificação para pagamento de Imposto de Renda ano-base 2003, por ele devido quando ainda estava vivo. Esta exigência fiscal está correta, porque os sucessores são responsáveis pelos tributos devidos, cujos fatos geradores ocorreram até a data da partilha, até o limite dos quinhões recebidos, desde que não tenha se operado a decadência ou prescrição. Comentário: Desde que não tenha ocorrido a decadência ou prescrição, que são causas extintivas do crédito tributário, os sucessores são responsáveis até o limite dos quinhões recebidos. A decadência e a prescrição serão estudadas em momento oportuno. Não se preocupe. Gabarito: Correta Responsabilidade de Terceiros 28.FCC/SEFAZ-PE-Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual/2015 O Estado do Pernambuco lavrou auto de infração contra a empresa Redealegre, cobrando-lhe ICMS e multa, sob o fundamento de que promoveu saída de mercadoria sem o devido recolhimento do imposto. Notificada, a Redealegre apresentou impugnação e os recursos administrativos cabíveis, mas o auto de infração foi mantido na esfera administrativa. Ocorre que a empresa, nesse período, enfrentando problemas financeiros e não conseguindo saldar suas obrigações, teve sua falência decretada. No caso hipotético, o Estado do Pernambuco, ao promover a cobrança do débito fiscal, deverá acionar a) o sócio, já que a decretação da falência da empresa Redealegre constitui hipótese de dissolução irregular da sociedade, o que enseja a sua responsabilidade solidária. b) o sócio, pois a inadimplência das obrigações tributárias por parte da empresa constitui infração legal e enseja a sua responsabilidade solidária. c) o sócio, pois a decretação da falência da empresa é situação apta a demonstrar que ele agiu com culpa, na medida em que se presume que não agiu com zelo na administração da empresa Redealegre. d) a massa falida da empresa Redealegre, pois a decretação da falência não caracteriza dissolução irregular da sociedade, não representando infração legal apta a viabilizar o acionamento automático do sócio. e) a massa falida da empresa Redealegre, pois, por força do princípio da separação patrimonial, somente a empresa responde por suas dívidas, não podendo o seu sócio ser responsabilizado por elas. Comentário: O art. 135 do CTN prevê responsabilidade pessoal do sócio pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. No entanto, na situação narrada na questão não se pode inferir excesso de poderes ou infração, já que a decretação de falência da empresa, na forma da lei, não configura dissolução irregular. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 63 97 Ainda, a súmula 430 do STJ dispõe que o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio gerente. Diante do exposto, para cobrar o débito, o Fisco deverá acionar a massa falida. Alternativa D correta. Gabarito: Letra D 29.FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015 Sérgio, viúvo, faleceu em 2012, tendo deixado dois filhos como herdeiros: um maior de idade e outro menor de idade. No momento de seu falecimento, o valor total dos bens deixados por Sérgio (todos eles bens móveis) era de R$ 1.500.000,00. Nesse mesmo momento, o valor de suas dívidas, inclusive tributárias, perfazia o montante de R$ 300.000,00. Em seu testamento, deixou como legado, para seu sobrinho Carlos, menor de idade, com 8 anos completos, a importância de R$ 120.000,00, e deixou para Madalena, sua sobrinha e irmã de Carlos, com 21 anos completos, a importância de R$ 100.000,00. Camilo, tutor de Carlos, aceitou a herança em nome do menino, mas como este não possuía recurso financeiro algum para liquidar o crédito tributário em questão, deixou-se de efetivar o pagamento do ITCMD incidente sobre essa transmissão causamortis. Madalena aceitou a herança, mas não pagou o ITCMD devido, por puro esquecimento. De acordo com a lei do Estado federado que tinha titularidade ativa para instituir o ITCMD sobre essas transmissões hipotéticas, “o contribuinte do ITCMD é o herdeiro a qualquer título”. Considerando os fatos acima narrados e o que o Código Tributário Nacional dispõe a respeito de sujeição passiva e capacidade tributária, a) Carlos não pode ser contribuinte do ITCMD relativo ao legado que recebeu, por ser menor de idade, ainda que lei estadual tenha disposto que o herdeiro a qualquer título é o contribuinte na transmissão causa mortis. b) Camilo não pode ser responsabilizado pelo pagamento do ITCMD devido sobre o legado recebido por Carlos, pois não agiu com dolo. c) o espólio é responsável pelas dívidas tributárias do de cujus, incorridas anteriormente ao seu óbito. d) Madalena, por ser irmã de Carlos, e maior de idade, é contribuinte tanto em relação ao ITCMD devido pelo legado que recebeu, como em relação ao ITCMD devido pelo legado recebido por seu irmão. e) o espólio, na qualidade de responsável por sucessão, é contribuinte do ITCMD devido pelos legatários e pelos herdeiros legais menores de idade. Comentário: Alternativa A: A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais. Logo, Carlos é sim contribuinte do ITCMD em questão. Alternativa errada. Alternativa B: Pela omissão do pagamento do ITCMD, Camilo se torna responsável, na impossibilidade de exigência da dívida de Carlos, nos termos do art. 134. Alternativa errada. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 64 97 Alternativa C: No caso em questão, a responsabilidade pelas dívidas tributárias do de cujus é transferida ao espólio. Alternativa correta. Alternativa D: Madalena é contribuinte apenas em relação ao ITCMD relativo ao legado por ela recebido. Alternativa errada. Alternativa E: Conforme ficou claro no enunciado da questão, o contribuinte do ITCMD são os legatários e herdeiros legais. Alternativa errada. Gabarito: Letra C 30.FCC/TJ-CE-Juiz/2014 Em setembro de 2013, Gustavo, com 10 anos de idade, domiciliado em Fortaleza/CE, recebeu em doação, de sua avó, Mariângela, viúva, domiciliada em Natal/RN, um terreno localizado à beira-mar, em Aquiraz/CE, do qual ela era proprietária, fazia 30 anos. Como Gustavo é menor de idade, a aceitação da doação foi feita apenas por sua mãe, que o representa na prática de atos da vida civil, pois seu pai foi destituído do poder familiar, por decisão judicial, e há muito tempo “anda desaparecido”. No momento em que foi lavrada a escritura de doação, Mariângela, que era contribuinte do IPTU, encontrava-se em débito com a Prefeitura do Município de Aquiraz, relativamente a esse imposto, no exercício de 2013. Considerando que o contribuinte do ITCD, nas doações, é o donatário e tomando como base o que dispõem a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, é correto afirmar: O pai e a mãe de Gustavo revestirão a condição de responsáveis tributários pelo IPTU em atraso e pelo ITCD devido por Gustavo, se, da escritura de doação, não constar certidão negativa relativamente a débitos do IPTU e do ITCD e se não for possível exigir de Gustavo o cumprimento da obrigação principal. Comentário: O art. 134 do CTN preceitua que nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. Ainda, conforme art. 130 do CTN, os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. No caso narrado, o pai foi destituído do poder familiar e não interveio na doação. Portanto, somente a mãe será responsável pelos tributos que não possam ser exigidos de Gustavo. Questão errada. Gabarito: Errado 31.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Analista Judiciário/2014 Tício, Mévio e Portus são sócios em uma empresa de responsabilidade limitada, na proporção de 1%, 30% e 69%, das quotas sociais, respectivamente. Consta do contrato social que o representante legal da empresa é Tício. Considerando que a empresa deixou de emitir nota fiscal e, portanto, de recolher o ICMS devido no período de dezembro de 2010 até fevereiro de 2013, após regular ação fiscal, foi feita a autuação para pagamento do tributo, multa, juros e correção monetária. Diante do não pagamento do crédito constituído, Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 65 97 foi o mesmo inscrito em dívida ativa e, após extrair a Certidão da Dívida Ativa - CDA, foi proposta execução fiscal em face da empresa e dos sócios. Diante dos fatos apresentados, a) não há responsabilidade solidária entre os sócios, mas pessoal, que respondem proporcionalmente no limite de suas quotas sociais, pelos atos que praticam em infração de lei, bem assim não há solidariedade com a empresa, que somente responde pelo crédito tributário correspondente a obrigações tributárias efetivamente praticadas. b) somente o representante legal da empresa, Tício, é que responde pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei, de forma pessoal, mas a empresa, na qualidade de contribuinte, é devedora do tributo decorrente do fato gerador efetivamente praticado por ela. c) o polo passivo da execução fiscal está correto, tendo em vista que os sócios são responsáveis pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei, contrato ou estatuto, de forma pessoal. d) os sócios não devem figurar no polo passivo da execução fiscal, tendo em vista que se trata de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, ou seja, é a empresa, com seu patrimônio, que responde pelos créditos tributários decorrentes do exercício de sua atividade, ainda que praticados em infração de lei, contrato ou estatuto. e) a empresa não deve figurar no polo passivo da execução fiscal, tendo em vista que, no caso de infração de lei, a responsabilidade é pessoal e exclusiva dos sócios pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei. Comentário: A responsabilidade pela prática de atos com infração da lei tributária que impõe a emissão de nota fiscal e o consequente recolhimento de ICMS implica responsabilidade tributária para o representante legal da empresa, isto é, seu administrador, conforme estabelece o art. 135, III, do CTN. Por tal motivo, somente o representante legal da empresa, Tício, é que responde pessoalmente pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei. Gabarito: Letra B 32.FCC/TJ-PE-Juiz/2013 Em fiscalização realizada em uma empresa de embalagens foram constatadas inúmeras irregularidades relativamente ao recolhimento dos tributos devidos, razão pela qual foi lavrado um Auto de Infração e Imposição de Multa. O crédito tributário decorrente destes fatos geradores por atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto, será devido a) pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis pessoais, pelos créditos cujos atos advieram de infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos créditos cujos fatos geradores efetivamentetenha praticado sem afronta à lei, contrato ou estatuto. b) pelos sócios e pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis solidários, por créditos advindos de atos decorrentes da infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos fatos geradores que efetivamente praticou. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 66 97 c) pela empresa, em sua totalidade, na qualidade de contribuinte e, subsidiariamente, pelos sócios diretores, enquanto representantes legais, pelo crédito decorrente de atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto. d) pela empresa e pelos sócios, solidariamente, na qualidade de contribuinte e responsável, respectivamente, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados, inclusive com infração de lei, contrato ou estatuto. e) pelos sócios, em sua totalidade, na qualidade de responsáveis pessoais pelos atos com infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados por seus responsáveis le- gais, em regime de solidariedade. Comentário: Em relação aos créditos cujos atos advieram de infração de lei, contrato ou estatuto, a responsabilidade será pessoal dos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, nos termos do art. 135, III, do CTN. Quanto aos demais créditos tributários cujos fatos geradores a empresa efetivamente tenha praticado sem afronta à lei, contrato ou estatuto, esta será devedora, na qualidade de contribuinte. Gabarito: Letra A 33.FCC/TJ-PE-Notário e Registrador/2013 Quando da realização do negócio jurídico de compra e venda de bem imóvel o alienante declarou ao tabelião que não possuía débitos para com as Fazendas Públicas municipal, estadual e federal. Esta declaração foi consignada na Escritura Pública que ainda constou a assunção pelo alienante de qualquer obrigação tributária por fato gerador anterior à lavratura da Escritura. A responsabilidade tributária neste caso, a) é do alienante, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores ao negócio. b) é do adquirente, ainda que tenham sido apresentadas as certidões negativas de débito pelo alienante. c) é solidária do alienante e do adquirente. d) pode ser solidária do tabelião ou do oficial do registro de imóveis com o adquirente quando não efetivamente fiscalizado o recolhimento do tributo devido na operação. e) somente será atribuída ao tabelião ou ao oficial do registro de imóveis em caráter exclusivo, pela omissão na fiscalização desta obrigação tributária por parte do alienante. Comentário: De acordo com o art. 130 do CTN, os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Ainda, conforme art. 134, VI, nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício. Na situação narrada, o tabelião deveria ter exigido a prova de quitação do tributo devido pelo alienante. Como houve omissão em seu ofício, ele passa a ter responsabilidade “solidária”. Assim, como não houve Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 67 97 emissão de uma certidão negativa de débitos, tanto o adquirente como o tabelião podem responder pelo tributo devido. Gabarito: Letra D 34.FCC/TJ-PE-Titular de Serviços de Notas e Registros/2013 É legalmente considerado responsável solidário pelos tributos gerados por atos em que intervém a) o filho menor, em relação aos tributos devidos por seus pais. b) a sociedade de pessoa, em relação aos tributos devidos por seus sócios. c) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. d) o usuário do serviço notarial e de registro, pelos tributos decorrentes da prática de atos na serventia. e) o proprietário mandante, pelos tributos devidos por atos do administrador. Comentário: Alternativa A: Os responsáveis são os pais, em relação aos tributos devidos por seus filhos menores. Alternativa errada. Alternativa B: Os responsáveis são os sócios, em relação aos tributos no caso de liquidação de sociedades de pessoas. Alternativa errada. Alternativa C: O inventariante é responsável pelos tributos devidos pelo espólio, nos termos do art. 134, IV, do CTN. Alternativa correta. Alternativa D: A responsabilidade é dos os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício. Alternativa errada. Alternativa E: A responsabilidade é dos administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes. Alternativa errada. Gabarito: Letra C 35.FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013 Constavam no contrato social da empresa Tessalônica Industrial Ltda. três sócios: Ovídio, Sêneca e Virgílio. Ovídio e Virgílio eram os administradores da empresa, cada qual podendo assinar e obrigar a empresa isoladamente; já Sêneca nunca se envolvera na administração, tendo apenas subscrito e integralizado o capital e auferido os lucros obtidos. Não obstante haver no contrato social da empresa cláusula que expressamente veda operações em bolsa de valores com recursos da empresa, em 12/11/2012, Ovídio, aproveitando a grande sobra de caixa da empresa, fez uma operação em bolsa de valores na qual obteve um lucro muito expressivo. Contudo, apesar do lucro, o Imposto de Renda relativo ao ganho de capital na operação não foi declarado e nem recolhido dentro do prazo legal. Em face da situação hipotética apresentada e do ordenamento jurídico vigente, com respeito ao crédito tributário devido tem-se que: a) por se tratar de operação não autorizada pelos estatutos ou contrato social, a empresa não pode ser responsabilizada pelo pagamento da multa e do imposto. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 68 97 b) os sócios devem ser responsáveis, pois o lucro da operação será a eles distribuído. c) apesar de também beneficiar Sêneca e Virgílio, apenas Ovídio deve ser pessoalmente responsabilizado, pois agiu contrariando expressa previsão do contrato social. Da empresa também deverá ser cobrado o imposto e multas. d) Ovídio deve ser pessoalmente responsabilizado, excluindo-se a responsabilidade da empresa, pois a infração decorreu direta e exclusivamente de sua atuação pessoal. e) se não for possível exigir da empresa o cumprimento da obrigação principal, respondem solidariamente com ela nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis os sócios Ovídio e Virgílio. Comentário: Como se trata de ato que infringiu contrato social da empresa Tessalônica Industrial Ltda., será responsável o administrador que praticou a referida infração, respondendo pessoalmente pelo imposto e pelas multas. Além disso, vimos que tal responsabilidade não exclui a responsabilidade da pessoa jurídica, contribuinte do tributo resultante dos atos praticados pelos gestores. Portanto, da empresa também deverá ser cobrado o imposto e multas. Gabarito: Letra C 36.FCC/SEFAZ-SP-AgenteFiscal de Rendas/2009-Adaptada Todos os sócios são responsáveis por obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato ou estatuto social de empresa, independentemente da qualidade de representante legal. Comentário: Na verdade, a responsabilidade pelos atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato ou estatuto social de empresa não se ocorre pelo fato de ser sócio, mas pelo fato de gerir a empresa. Sendo assim, nem todos os sócios são responsabilizados. Gabarito: Errada Responsabilidade por Infrações 37.FCC/TJ-PI-Juiz/2015 Atenção: Para responder a questão, considere a seguinte situação hipotética: A empresa Soma Importadora S/A tem sede em Teresina, Piauí. No regular exercício de suas atividades importa e comercializa produtos para revendedores e consumidores finais localizados em Teresina e arredores e em outros Estados da federação, estando sujeita ao pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias − ICMS nestas operações. A insuficiência de recursos financeiros da Soma Importadora S/A fez com que, ao longo de 2013, a empresa deixasse de recolher o ICMS declarado à fiscalização estadual por meio de documento fiscal próprio. Após um dos sócios subscrever e integralizar o valor de suas quotas na sociedade, capitalizando a sociedade em montante aparentemente suficiente para liquidar a dívida, a importadora poderá a) pagar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 69 97 b) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, podendo parcelá-lo. c) parcelar o ICMS devido, sendo vedada a realização de denúncia espontânea. d) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, sendo vedado o seu parcelamento. e) parcelar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea. Comentário: A súmula 360 do STJ dispõe que O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Portanto, se os valores devidos já foram regularmente declarados, não há que se falar em denúncia espontânea. Alternativa C correta. Gabarito: Letra C 38. FCC/Pref. Recife-Analista de Gestão Contábil/2019 De acordo com o CTN, a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração. Segundo esse mesmo Código, NÃO se considera espontânea a denúncia a) de ato ou fato que, simultaneamente, constitua infração tributária, cometida com dolo, fraude ou simulação, e crime contra a ordem tributária, com o objetivo de redução da pena criminal. b) que não seja feita, pessoalmente, a agente do sujeito ativo competente para exigir o tributo relacionado com a denúncia, dentro do prazo de 30 dias contados da data do cometimento da infração. c) de prática infracional que, simultaneamente, constitua crime contra a ordem tributária ou contravenção de natureza grave. d) relativa a infração cometida com dolo, fraude ou simulação. e) apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Comentário: O art. 138, §único do CTN preceitua que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. O CTN não traz nenhuma das restrições das alternativas A a D. Alternativa E então é a correta. Gabarito: Letra E 39.FCC/SEFAZ-BA-Auditor Fiscal /2019 Sobre a responsabilidade tributária, o Código Tributário Nacional dispõe: I. A responsabilidade é pessoal ao agente, quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. II. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social, responde subsidiariamente pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. III. Haverá responsabilidade pessoal e exclusiva dos pais, pelos tributos devidos por seus filhos, bem como dos tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados em todos os atos em que intervierem, exceto pelas omissões de que forem responsáveis. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 70 97 IV. Os mandatários, prepostos e empregados são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II e III. c) I, II e IV. d) III e IV. e) I e IV. Comentário: Item I: O item traz a literalidade do art. 137, I do CTN. Item correto. Item II: A responsabilidade no caso narrado é integral e não subsidiária, conforme art. 133, I do CTN. Item errado. Item III: A responsabilidade dos pais, tutores e curadores é solidária e não pessoal e exclusiva (art. 134, I e II). Tenha atenção neste artigo, pois o código usou o termo “solidariamente” de maneira atécnica. No entanto, a questão pede que os itens sejam avaliados de acordo com o CTN. Item errado. Item IV: O item traz a literalidade do art. 135, II do CTN. Item correto. Gabarito: Letra E 40.FCC/PGE-MT-Analista Direito/2016 Relativamente às penalidades pecuniárias por descumprimento da legislação tributária que podem ser impostas aos contribuintes, o Código Tributário Nacional estabelece que a denúncia espontânea da infração é elemento suficiente para excluir a responsabilidade pelo seu pagamento, mesmo quando há tributo devido em razão do cometimento da infração. Comentário: O art. 138 do CTN preceitua que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Portanto, se há tributo devido, o benefício da denúncia espontânea só é possível se a denúncia for acompanhada do pagamento. Questão errada. Gabarito: Errado 41.FCC/SEFAZ-PI-Auditor Fiscal da Fazenda Estadual/2015 De acordo com o CTN, é correto afirmar que salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 71 97 Comentário: O art. 136 do CTN dispõe que, salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Questão errada. Gabarito: Errado 42.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 O Código Tributário Nacional, no Capítulo V do Título I do seu Livro II, trata das diversas modalidades de responsabilidade tributária. De acordo com esse código, a) os tutores e curadores respondem solidariamente pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões de que forem responsáveis, independentemente da possibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte (“responsabilidadepor sucessão”). b) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos impostos devidos a partir da data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (“responsabilidade a posteriori”). c) o adquirente ou remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (“responsabilidade por sucessão”). d) a responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo genérico do agente seja elementar (“responsabilidade por sucessão”). e) a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, dos juros de mora, de multa de mora e de atualização monetária, calculados até a data do pagamento (“denúncia espontânea ou autodenúncia”). Comentário: Alternativa A: A responsabilidade dos pais, tutores e curadores é solidária nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis (art. 134, II). Tenha atenção neste artigo, pois o código usou o termo “solidariamente” de maneira atécnica. No entanto, a questão pede que os itens sejam avaliados de acordo com o CTN. Ainda, o art. 134 dispõe sobre responsabilidade de terceiros. Alternativa errada. Alternativa B: A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (art. 132). Ainda, o art. 132 dispõe sobre responsabilidade por sucessão. Alternativa errada. Alternativa C: De acordo com o art. 131, I. A responsabilidade é por sucessão. Alternativa correta. Alternativa D: A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar (art. 137, II). Ainda, o art. 137 dispõe sobre responsabilidade por infrações. Alternativa errada. Alternativa E: O art. 138 que trata do CTN não exige pagamento da multa de mora. Alternativa errada. Gabarito: Letra C Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 72 97 43.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, dos juros de mora, de multa de mora e de atualização monetária, calculados até a data do pagamento (“denúncia espontânea ou autodenúncia"). Comentário: Para excluir a responsabilidade do contribuinte pela infração, é necessário que haja apenas o pagamento do tributo e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Gabarito: Errada 44.FCC/SABESP-Advogado/2014 A denúncia espontânea da infração a) traz redução no valor do crédito tributário quando o sujeito passivo a faz antes do lançamento. b) é causa de exclusão do crime de sonegação fiscal, sendo matéria atinente ao Direito Penal Tributário quanto à infração decorrente de dolo específico. c) afasta a responsabilidade por infração, desde que anterior a qualquer medida de fiscalização ou procedimento administrativo e acompanhada do pagamento, se for o caso, do tributo devido e dos juros de mora. d) pode ser apresentada, para qualquer tributo, até o final da ação fiscal, procedimento administrativo de fiscalização, mas antes da lavratura do auto de infração e imposição de multa, desde que relacionada com a infração. e) afasta a incidência do crédito tributário, sendo forma de anistia do crédito tributário, desde que haja previsão em lei do ente competente e seja feita pelo sujeito passivo antes de qualquer medida de fiscalização pelo fisco. Comentário: O art. 138 do CTN preceitua que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Alternativa C correta. Gabarito: Letra C 45.FCC/PGE-RN-Procurador/2014 Segundo o Código Tributário Nacional, a denúncia espontânea a) é causa de extinção do crédito tributário. b) tem lugar antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração. c) alcança a obrigação principal e a obrigação acessória, acarretando a exclusão do crédito tributário. d) só pode ser realizada nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, desde que não tenha havido apresentação de declaração, quando exigida. e) impede a constituição do crédito tributário relativamente aos juros de mora e à multa moratória. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 73 97 Comentário: O art. 138 do CTN preceitua que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Alternativa A: Denúncia espontânea não extingue o crédito, apenas a responsabilidade por infração. Alternativa errada. Alternativa B: Em conformidade com o art. 138. Alternativa correta. Alternativa C: Denúncia espontânea não exclui o crédito, apenas afasta a multa. Alternativa errada. Alternativa D: Também é possível em tributos lançados por ofício ou declaração. Alternativa errada. Alternativa E: Os juros incidem normalmente. Alternativa errada. Gabarito: Letra B 46.FCC/TCE-PI-Auditor Fiscal de Controle Externo/2014 Maria, domiciliada na cidade de Piripiri-PI, recebeu em doação, de seu irmão Carlos, domiciliado na cidade de Teresina-PI, um automóvel importado, registrado e licenciado no município de Parnaíba-PI, cujo valor venal é de R$ 120.000,00. Essa doação, que está no campo de incidência do ITCMD piauiense, ocorreu em agosto de 2011, mas Maria, donatária e contribuinte desse imposto, por desconhecer o fato de que deveria pagá-lo em razão da doação que recebeu, acabou por não fazer esse pagamento. Meses depois de recebida a doação, descobrindo que deveria ter pago o ITCMD pela doação que recebeu e antes de o fisco iniciar qualquer procedimento relacionado com a apuração dessa falta, Maria procurou a repartição fiscal estadual piauiense, relatou o ocorrido e se propôs a pagar, de imediato, antes da instauração de qualquer procedimento fiscal, o crédito tributário devido, cujo valor nominal era de R$ 4.800,00 (R$ 120.000,00 × 4%), conforme documentação que ela exibiu à autoridade fiscalizadora. Para exclusão da responsabilidade da autuada em relação ao imposto que não foi pago e à infração cometida, e considerando que o montante do tributo não depende de apuração pelo fisco, pois Maria apresentou à autoridade fiscalizadora a documentação comprobatória do valor nominal do bem doado, é correto afirmar, com base no CTN, que Maria não terá de pagar a multa por infração à legislação do ITCMD, mas terá de pagar o a) montante do tributo devido, apenas. b) tributo devido e os juros de mora. c) tributo devido e a atualização monetária. d) tributo devido, os juros de mora e a atualização monetária. e) tributo devido, os juros de mora, a atualização monetária e multa moratória. Comentário: O art. 138 do CTN preceitua que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 74 97 da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Alternativa B correta. Gabarito: Letra B 47.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, comerciante arrependido por ter feito várias operações comerciais sem a emissão de nota fiscal, comparece à repartição fiscal e, de forma espontânea, confessa as infrações cometidas. Ao analisar a conduta do contribuinte, desacompanhada de qualquer outra providência, o fisco pode relevar a infração. Comentário: De acordo com o art. 138, caput, do CTN, a responsabilidade somente é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. Portanto, em tal situação, o fisco não pode relevar a infração. Gabarito: Errada 48.FCC/Procurador-SP/2009 A norma contida no art. 138 do CTN, que trata da denúncia espontânea da infração, não autoriza o contribuinte do ICMS, que declarou o imposto e não o recolheu tempestivamente, efetuar, após a data do vencimento, o pagamento do tributo, acrescido de juros de mora, mas sem a multa moratória. Comentário: De acordo com a Súmula 360 do STJ, o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Como o ICMS é um tributo lançado por homologação, não se aplica a denúncia espontânea a esse caso. Gabarito: Correta Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 75 97 6 – LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES Responsabilidade Tributária 1. FCC/Pref. Caruaru-Procurador/2018 Sobre a responsabilidade tributária, é correto afirmar: a) decorre de previsão legal ou de ato particular em que terceiro assuma, por instrumento público, a condição de contribuinte. b) deve ser livremente aferida em cada caso por ato administrativo plenamente vinculado, de cuja motivação constem os elementos de fato que a justifiquem. c) decorre de lei que atribua, de modo expresso, a responsabilidade pelo crédito tributário a terceiro, não contribuinte, mas relacionado com a ocorrência do fato gerador. d) decorre de lei ou contrato que impute a obrigação tributária acessória a terceiro não contribuinte, mas a ele relacionado ou ao fato gerador, conforme reconhecido pela Administração Tributária. e) só pode ser aferida em cada caso conforme previsão geral de lei complementar, previsto que se expresse em ato administrativo discricionário, de cuja motivação conste a fundamentação jurídica. 2.FCC/TJ-GO-Juiz Substituto/2015 A responsabilidade tributária a) é atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está a ele vinculado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte. b) é atribuída ao sujeito passivo da obrigação tributária que pratica o fato gerador. c) é do contribuinte quando a lei lhe impõe esta obrigação, mesmo que não pratique o fato gerador. d) pode ser atribuída a terceiro estranho ao fato gerador através de contrato particular firmado entre o contribuinte e terceiro. e) independe de qualquer vínculo jurídico entre o terceiro e o contribuinte, bastando que haja expressa disposição legal ou convenção entre as partes. Responsabilidade por Substituição 3.FCC/TJ-GO-Juiz/2015 A atribuição ao sujeito passivo de obrigação tributária da condição de responsável pelo pagamento de imposto cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 76 97 a) é inadmissível, uma vez que a obrigação tributária surge apenas após a ocorrência do fato gerador. b) pode acontecer, nos termos da lei, na hipótese de recolhimento antecipado de ICMS pelo fabricante de veículos automotores relativamente à futura revenda dos mesmos pelas concessionárias. c) trata-se da substituição tributária para trás, cujo fundamento é previsto expressamente na Constituição da República. d) pode acontecer, nos termos da lei, quando o tomador do serviço faz a retenção na fonte do ISSQN devido pelo prestador do serviço por ocasião do pagamento pelo serviço prestado. e) pode acontecer, nos termos da lei, na hipótese em que o empregador faz a retenção na fonte do IRPF de seu empregado. 4.FCC/PGE-RN-Procurador/2014 A antecipação dos efeitos do fato gerador a) está expressamente autorizada na Constituição Federal. b) trata-se de substituição tributária para trás. c) acontece nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando ocorre o pagamento antecipado. d) não é reconhecida pelo direito pátrio, pois só existirá crédito tributário a partir do momento em que ocorrer o fato gerador. e) tem cabimento nas hipóteses de fato gerador pretérito. 5.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, na substituição tributária para frente, há uma postergação do pagamento do tributo, transferindo-se a obrigação de reter e recolher o montante devido, que seria do vendedor, ao adquirente dos produtos e serviços. 6.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, na substituição tributária para frente, há uma postergação do pagamento do tributo, transferindo-se a obrigação de reter e recolher o montante devido, que seria do vendedor, ao adquirente dos produtos e serviços. Responsabilidade por Transferência 7.FCC/PGE-AM-Procurador/2018 A “Indústria de Balanças Peso Pesado”, cujos sócios são Carlos e Danilo, tem 5 estabelecimentos no Estado, sendo uma matriz e quatro filiais. A empresa está em processo de recuperação judicial há três meses. Quando foi divulgada a notícia de que será promovida a alienação judicial de um de seus estabelecimentos, várias pessoas, naturais e jurídicas, se interessaram por adquiri-lo: 1. Marcos, marido da prima de Carlos; 2. a “Fábrica de Balanças Equilíbrio”, sociedade empresarial concorrente; Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 77 97 3. “Empresa de Ferragens Brasil”, que é controlada pela “Indústria de Balanças Peso Pesado”; 4. Sebastião, rico empresário e marido da tia de Carlos. Considerando que a “Indústria de Balanças Peso Pesado” vai continuar explorando sua atividade industrial por tempo indeterminado, mesmo depois da venda do referido estabelecimento, de acordo com o Código Tributário Nacional, caso a referida filial venha a ser adquirida a) por Marcos, ele responderá integralmente pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. b) pela “Fábrica de Balanças Equilíbrio”, esta não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos, relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. c) pela “Empresa de Ferragens Brasil”, esta responderá integralmente pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. d) por Sebastião, ele não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. e) pela “Empresa de Ferragens Brasil”, esta não responderá, nem integral, nem subsidiariamente, pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato de aquisição. 8.FCC/SEF-SC-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018 Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no que tange à responsabilidade tributária, a pessoa de direito privado que adquirirde outra, por qualquer título, estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração a) não responde pelos tributos devidos após a compra do estabelecimento adquirido, por até 3 anos, se o alienante estava falido ou em recuperação judicial. b) responde integralmente pelos tributos devidos até 12 meses da data da aquisição, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a atividade econômica ou, estando em recuperação judicial, falir. c) responde subsidiariamente pelos tributos devidos até a data da compra, se o alienante, por qualquer motivo, cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. d) não responde pelos tributos devidos pelo alienante ou pelo estabelecimento alienado até a data da compra, se o alienante continuar exercendo a atividade econômica no mesmo ramo ou for declarado falido. e) não responde pelos tributos devidos até a data da compra, se a alienação for judicial, no âmbito de processo de falência, exceto se for sócio da sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido, parente em linha reta ou colateral até o 4º grau do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido. 9.FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016 Dispõe o Código Tributário Nacional que a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Dispõe o referido CTN que a responsabilidade do sucessor adquirente será Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 78 97 a) integral para o adquirente parente, em linha reta ou colateral até o quarto grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios, desde que o alienante cesse a exploração do comércio, indústria ou atividade. b) integral e abrangerá os débitos até a data do ato, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. c) subsidiária e abrangerá os débitos até a data do ato se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. d) integral pelos tributos devidos pela pessoa jurídica de direito privado que adquirir estabelecimento comercial, no caso de alienação judicial em processo de falência. e) relativa se o adquirente for sócio de sociedade falida ou em recuperação judicial, porque inexistem regras sobre a responsabilidade por sucessão para o sócio adquirente no Código Tributário Nacional. 10.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos impostos devidos a partir da data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (“responsabilidade a posteriori"). 11.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 O adquirente ou remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (“responsabilidade por sucessão"). 12.FCC/TCE-AM-Auditor/2015 Orlando adquiriu dois imóveis, ambos com débito de IPTU referentes a vários exercícios. O primeiro deles, uma casa no centro da cidade, foi adquirido diretamente do vendedor, por meio de escritura pública, enquanto que o segundo, um terreno em local afastado do centro da cidade, foi adquirido em hasta pública. Não constaram dos respectivos títulos aquisitivos quaisquer provas de quitação do IPTU até então devido. De acordo com a disciplina do Código Tributário Nacional acerca da responsabilidade dos sucessores, Orlando a) será responsável total e ilimitadamente pelo crédito tributário existente até a data de aquisição da casa. b) será responsável total e ilimitadamente apenas pelo débito de imposto existente até a data de ambas as aquisições. c) será responsável total e ilimitadamente pelo crédito tributário existente até a data de aquisição do terreno. d) não será responsável pelos créditos tributários existentes até a data da aquisição. e) será responsável apenas pelo débito de imposto existente até a data de ambas as aquisições, sendo que, no caso do terreno, essa responsabilidade se limita ao preço de aquisição. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 79 97 13.FCC/TJ-SC-Juiz Substituto/2015 Lukas, domiciliado em cidade do interior catarinense, é proprietário de imóvel residencial, que valia, em 2012, R$ 200.000,00. Em 2013, esse imóvel passou a valer R$ 240.000,00, em razão da obra pública realizada pela Prefeitura Municipal, e que resultou na referida valorização. A Prefeitura Municipal instituiu, lançou e cobrou contribuição de melhoria dos contribuintes que, como Lukas, tiveram suas propriedades valorizadas. O mesmo Município catarinense, a seu turno, com base em lei municipal, lançou e cobrou, em 2013, a taxa decorrente da prestação de serviço público de recolhimento de lixo domiciliar, tendo como fato gerador o recolhimento do lixo produzido individualmente, nos imóveis residenciais localizados naquele Município. O Município catarinense lançou e cobrou essa taxa de Lukas, em relação ao mesmo imóvel acima referido. Neste ano de 2015, Lukas recebeu uma excelente oferta pelo seu imóvel e está pensando em vendê-lo. Ocorre, porém, que não pagou a contribuição de melhoria lançada pela municipalidade, nem a taxa lançada pelo Município. Em razão disso, com base nas regras de responsabilidade por sucessão estabelecidas no CTN, a) tanto o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, como o relativo à taxa, se sub-rogarão na pessoa do adquirente, na proporção de 50% do valor lançado. b) o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria não se sub-rogará na pessoa do adquirente, mas o relativo à taxa sim, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação. c) tanto o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, como o relativo à taxa, se sub-rogarão na pessoa do adquirente, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação. d) nem o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria, nem o relativo à taxa, se sub-rogará na pessoa do adquirente. e) o crédito tributário relativo à contribuição de melhoria se sub-rogará na pessoa do adquirente, salvo se constar do título aquisitivo a sua quitação, mas o relativo à taxa não. 14.FCC/Pref. Recife-Procurador/2014 Manoel Finório, falecido aos 80 anos por causas ainda desconhecidas, deixa para Ana Faceira, jovem viúva de 21 anos, e para seus 11 filhos considerável soma em dinheiro e vários imóveis residenciais e comerciais na cidade do Recife. Ocorre que na data da partilha, verificou-se que o Sr. Manoel era devedor de ISSQN perante o Fisco recifense devidamente constituído e inscrito em dívida ativa. Evidente discussão ocorreu entre a viúva e os herdeiros e entre estes para saber quem deveria saldar o débito tributário municipal em haver e quanto seria a parte de cada um. Consultado a respeito, o Procurador Judicial orientou que a a) responsabilidade pessoal deve ser atribuída somente aos 11 filhos herdeiros, de forma que o débito tributário a ser resolvido seja limitado ao montante recebido por cada um deles. b) responsabilidade deve ser pessoalmente aplicada tanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que o débito tributário a ser resolvido seja limitado ao montante recebido por cada um deles. c) responsabilidade deve ser solidariamente aplicadatanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que todo o débito tributário seja resolvido, independentemente do montante recebido por cada um deles. d) discussão fora inócua entre os envolvidos pois, pela lei, o espólio deve ser responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 80 97 e) responsabilidade deve ser pessoalmente aplicada tanto ao cônjuge meeiro, como aos sucessores herdeiros de Manoel Finório, de forma que todo o débito tributário seja resolvido, independentemente do montante recebido por cada um deles. 15.FCC/TCE-GO-Analista de Controle Externo/2014 Na responsabilidade por sucessão, é correto afirmar que: a) a incorporação de uma empresa por outra implica em responsabilidade tributária para a empresa incorporadora, relativamente aos débitos tributários da empresa incorporada, por fatos geradores anteriores à incorporação. b) se na arrematação de bem imóvel em hasta pública o respectivo preço pago não for utilizado para quitar os tributos devidos, incidentes sobre o imóvel, o arrematante é considerado responsável tributário. c) em processo de falência, o adquirente de estabelecimento comercial será responsável tributário pelos tributos devidos pela empresa falida, abatendo-se do preço da aquisição o valor dos débitos tributários. d) o espólio nunca é sucessor tributário, mas sim os herdeiros a qualquer título são quem respondem pelos tributos devidos pelo de cujus até a abertura da sucessão. e) os pais, tutores e curadores são responsáveis por sucessão, pelos tributos devidos pelos filhos, tutelados e curatelados, respectivamente. 16.FCC/SEFAZ-PE-Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/2014 De acordo com o CTN, a responsabilidade tributária do sucessor abrange os tributos devidos pelo sucedido cujos fatos geradores tenham ocorrido até o dia da sucessão, mas não as multas moratórias ou punitivas. 17.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, o arrematante é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação, do mesmo modo que o adquirente de bem móvel. 18.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, o adquirente de estabelecimento comercial é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à aquisição quando a aquisição se dá em processo de falência, já que os créditos tributários têm preferência sobre créditos extra concursais. 19.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014 Sobre responsabilidade tributária, a pessoa jurídica de direito privado que resultar da incorporação, fusão ou transformação é responsável pelos tributos relativos aos fatos geradores anteriores à incorporação, fusão ou transformação de forma subsidiária, caso o patrimônio da incorporada, fundida ou transformada seja insuficiente para quitar os créditos tributários devidos. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 81 97 20.FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013 Com fundamento nas previsões do CTN, considere: I. Supondo que Aglaope é terceira pessoa vinculada ao fato gerador de determinada obrigação tributária e Leucosia é o contribuinte desta obrigação tributária, a atribuição de responsabilidade pelo crédito tributário a Aglaope deve ser expressamente estipulada por meio de lei, excluindo a responsabilidade de Leucosia ou atribuindo-a a esta em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. II. Perséfone é proprietária de bem imóvel e deseja vendê-lo. Logo, a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário relativo a imposto cujo fato gerador seja a propriedade imobiliária sub-roga-se na pessoa dos eventuais adquirentes do imóvel de Perséfone, mesmo quando conste do título a prova de sua quitação. III. Sabázio morre, e deixa como herança três imóveis. Selene e Sarpédon são os únicos herdeiros, em igualdade de condições. Após ser realizada a partilha dos bens de Sabázio, ficam Selene e Sarpédon pessoalmente responsáveis, limitado ao montante do respectivo quinhão, pelos tributos devidos até este momento. IV. A empresa Jardim das Hespérides S.A. adquire da empresa Hamadríade Industrial Ltda. uma fábrica instalada no Estado de São Paulo. Aproveitando todo o maquinário existente, a adquirente continua a exploração da mesma atividade. Com respeito aos tributos devidos por esta fábrica até o momento da transação empresarial, a empresa Jardim das Hespérides S.A. responde subsidiariamente com o alienante se este cessar a exploração da indústria, e responde a adquirente pessoalmente se o alienante iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ramo de indústria. V. Na hipótese de alienação judicial em processo de falência, a pessoa jurídica de direito privado que adquirir fundo de comércio nesta situação e continuar a respectiva exploração responde, em qualquer hipótese, pelos tributos relativos ao fundo de comércio adquirido, devidos até a data da operação. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e V. d) III e IV. e) IV e V. 21.FCC/TJ-PE-Juiz/2013 Na sucessão causa mortis haverá responsabilidade tributária do espólio e dos sucessores, solidariamente, por todos os tributos cujos fatos geradores surgirem durante o inventário ou partilha. 22.FCC/TRF - 2ª REGIÃO-Analista Judiciário/2012 Samuel vendeu, por escritura pública, um imóvel para Sueli. Haviam débitos referentes ao imposto predial e territorial urbano. O contrato de venda e compra estipulou a transferência dessa responsabilidade (quitação dos débitos) para Rafael (então devedor de Samuel), mas que deixou de cumpri-la. Nesse caso, a responsabilidade da quitação do débito perante à Fazenda Pública do Município será Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 82 97 a) de Rafael, ou seja, o terceiro integrante no contrato. b) de Samuel, ou seja, o vendedor do imóvel. c) de Sueli, ou seja, a compradora e atual proprietária do imóvel. d) do vendedor Samuel e da compradora Sueli. e) da compradora Sueli e do terceiro Rafael. 23.FCC/PGM-João Pessoa-PB-Procurador Municipal/2012 Sobre a responsabilidade dos sucessores, analise os itens abaixo. I. O arrematante de imóvel em hasta pública não é responsável pelos tributos incidentes sobre o bem cujos fatos geradores sejam anteriores à arrematação. II. O espólio não é responsável tributário pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à abertura da sucessão, assim como pelos tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido durante o inventário. III. O adquirente de estabelecimento comercial é sempre responsável integralmente pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à aquisição, ainda que a mesma se dê judicialmente em processo de falência. Está correto o que se afirma APENAS em a) I. b) I e II. c) II. d) II e III. e) III. 24.FCC/Pref. São Paulo-Auditor Fiscal do Município/2012 Um menino menor de idade, com dez anos, recebeu, na qualidade de herdeiro testamentário, por ocasião da morte de sua avó, um imóvel urbano, localizado em município do interior de São Paulo, no valor de R$ 350.000,00. Houve a aceitação da herança pelo menor, que, nesse ato, foi representando por seus pais. Nesse caso, o tributo devido na transmissão causa mortis de bens imóveis caberá: a) aos pais do menor de idade, pois o menino, por ser menor de idade, não tem capacidade tributária. b) ao meninomenor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. c) cinquenta por cento ao menino menor de idade e cinquenta por cento aos pais do menor. d) aos pais do menino menor de idade e ao próprio menino, pois o menor não tem capacidade jurídica para ser, isoladamente, contribuinte. e) ao menino menor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 83 97 25.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, “Beltrano” faleceu deixando herdeiros e tributos não pagos. Deixou bens em valor inferior ao valor dos tributos devidos. O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são responsáveis pelo valor total dos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação. 26.FCC/ SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009 Considere a seguinte situação: diretores de uma empresa, que está sendo adquirida por outra, pactuaram com a adquirente que suportarão o pagamento do ICMS devido até a data do ato de aquisição. Neste caso, a Fazenda poderá cobrar o ICMS da empresa adquirente, uma vez que as convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública. 27.FCC/Procurador Judicial-Recife-PE/2008 Decidido anteriormente pelo juízo de direito, nos autos da recuperação judicial, que o adquirente de unidade produtiva via alienação naquele processo não responderia pelas obrigações do devedor (art. 60, parágrafo único, da Lei n.º 11.101/2005), tal deliberação sobrepõe-se a qualquer decisão sobre a matéria advinda de juízos diversos, sob pena de inibição do propósito tutelar e da operacionalidade do mencionado diploma legal. (AgRg no CC 112638 / RJ, Relator Ministro João Otávio de Noronha, Órgão Julgador S2 – Segunda Seção do STJ, Data do Julgamento 10/8/2011) Tendo como referência inicial a jurisprudência apresentada, julgue o item a seguir: após a partilha amigável em arrolamento de bens judicial pela morte de seu pai, que se deu em 2007, Tício e Mévio recebem agora notificação para pagamento de Imposto de Renda ano-base 2003, por ele devido quando ainda estava vivo. Esta exigência fiscal está correta, porque os sucessores são responsáveis pelos tributos devidos, cujos fatos geradores ocorreram até a data da partilha, até o limite dos quinhões recebidos, desde que não tenha se operado a decadência ou prescrição. Responsabilidade de Terceiros 28.FCC/SEFAZ-PE-Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual/2015 O Estado do Pernambuco lavrou auto de infração contra a empresa Redealegre, cobrando-lhe ICMS e multa, sob o fundamento de que promoveu saída de mercadoria sem o devido recolhimento do imposto. Notificada, a Redealegre apresentou impugnação e os recursos administrativos cabíveis, mas o auto de infração foi mantido na esfera administrativa. Ocorre que a empresa, nesse período, enfrentando problemas financeiros e não conseguindo saldar suas obrigações, teve sua falência decretada. No caso hipotético, o Estado do Pernambuco, ao promover a cobrança do débito fiscal, deverá acionar a) o sócio, já que a decretação da falência da empresa Redealegre constitui hipótese de dissolução irregular da sociedade, o que enseja a sua responsabilidade solidária. b) o sócio, pois a inadimplência das obrigações tributárias por parte da empresa constitui infração legal e enseja a sua responsabilidade solidária. c) o sócio, pois a decretação da falência da empresa é situação apta a demonstrar que ele agiu com culpa, na medida em que se presume que não agiu com zelo na administração da empresa Redealegre. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 84 97 d) a massa falida da empresa Redealegre, pois a decretação da falência não caracteriza dissolução irregular da sociedade, não representando infração legal apta a viabilizar o acionamento automático do sócio. e) a massa falida da empresa Redealegre, pois, por força do princípio da separação patrimonial, somente a empresa responde por suas dívidas, não podendo o seu sócio ser responsabilizado por elas. 29.FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015 Sérgio, viúvo, faleceu em 2012, tendo deixado dois filhos como herdeiros: um maior de idade e outro menor de idade. No momento de seu falecimento, o valor total dos bens deixados por Sérgio (todos eles bens móveis) era de R$ 1.500.000,00. Nesse mesmo momento, o valor de suas dívidas, inclusive tributárias, perfazia o montante de R$ 300.000,00. Em seu testamento, deixou como legado, para seu sobrinho Carlos, menor de idade, com 8 anos completos, a importância de R$ 120.000,00, e deixou para Madalena, sua sobrinha e irmã de Carlos, com 21 anos completos, a importância de R$ 100.000,00. Camilo, tutor de Carlos, aceitou a herança em nome do menino, mas como este não possuía recurso financeiro algum para liquidar o crédito tributário em questão, deixou-se de efetivar o pagamento do ITCMD incidente sobre essa transmissão causa mortis. Madalena aceitou a herança, mas não pagou o ITCMD devido, por puro esquecimento. De acordo com a lei do Estado federado que tinha titularidade ativa para instituir o ITCMD sobre essas transmissões hipotéticas, “o contribuinte do ITCMD é o herdeiro a qualquer título”. Considerando os fatos acima narrados e o que o Código Tributário Nacional dispõe a respeito de sujeição passiva e capacidade tributária, a) Carlos não pode ser contribuinte do ITCMD relativo ao legado que recebeu, por ser menor de idade, ainda que lei estadual tenha disposto que o herdeiro a qualquer título é o contribuinte na transmissão causa mortis. b) Camilo não pode ser responsabilizado pelo pagamento do ITCMD devido sobre o legado recebido por Carlos, pois não agiu com dolo. c) o espólio é responsável pelas dívidas tributárias do de cujus, incorridas anteriormente ao seu óbito. d) Madalena, por ser irmã de Carlos, e maior de idade, é contribuinte tanto em relação ao ITCMD devido pelo legado que recebeu, como em relação ao ITCMD devido pelo legado recebido por seu irmão. e) o espólio, na qualidade de responsável por sucessão, é contribuinte do ITCMD devido pelos legatários e pelos herdeiros legais menores de idade. 30.FCC/TJ-CE-Juiz/2014 Em setembro de 2013, Gustavo, com 10 anos de idade, domiciliado em Fortaleza/CE, recebeu em doação, de sua avó, Mariângela, viúva, domiciliada em Natal/RN, um terreno localizado à beira-mar, em Aquiraz/CE, do qual ela era proprietária, fazia 30 anos. Como Gustavo é menor de idade, a aceitação da doação foi feita apenas por sua mãe, que o representa na prática de atos da vida civil, pois seu pai foi destituído do poder familiar, por decisão judicial, e há muito tempo “anda desaparecido”. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 85 97 No momento em que foi lavrada a escritura de doação, Mariângela, que era contribuinte do IPTU, encontrava-se em débito com a Prefeitura do Município de Aquiraz, relativamente a esse imposto, no exercício de 2013. Considerando que o contribuinte do ITCD, nas doações, é o donatário e tomando como base o que dispõem a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, é correto afirmar: O pai e a mãe de Gustavo revestirão a condição de responsáveis tributários pelo IPTU em atraso e peloITCD devido por Gustavo, se, da escritura de doação, não constar certidão negativa relativamente a débitos do IPTU e do ITCD e se não for possível exigir de Gustavo o cumprimento da obrigação principal. 31.FCC/TRF - 4ª REGIÃO-Analista Judiciário/2014 Tício, Mévio e Portus são sócios em uma empresa de responsabilidade limitada, na proporção de 1%, 30% e 69%, das quotas sociais, respectivamente. Consta do contrato social que o representante legal da empresa é Tício. Considerando que a empresa deixou de emitir nota fiscal e, portanto, de recolher o ICMS devido no período de dezembro de 2010 até fevereiro de 2013, após regular ação fiscal, foi feita a autuação para pagamento do tributo, multa, juros e correção monetária. Diante do não pagamento do crédito constituído, foi o mesmo inscrito em dívida ativa e, após extrair a Certidão da Dívida Ativa - CDA, foi proposta execução fiscal em face da empresa e dos sócios. Diante dos fatos apresentados, a) não há responsabilidade solidária entre os sócios, mas pessoal, que respondem proporcionalmente no limite de suas quotas sociais, pelos atos que praticam em infração de lei, bem assim não há solidariedade com a empresa, que somente responde pelo crédito tributário correspondente a obrigações tributárias efetivamente praticadas. b) somente o representante legal da empresa, Tício, é que responde pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei, de forma pessoal, mas a empresa, na qualidade de contribuinte, é devedora do tributo decorrente do fato gerador efetivamente praticado por ela. c) o polo passivo da execução fiscal está correto, tendo em vista que os sócios são responsáveis pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei, contrato ou estatuto, de forma pessoal. d) os sócios não devem figurar no polo passivo da execução fiscal, tendo em vista que se trata de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, ou seja, é a empresa, com seu patrimônio, que responde pelos créditos tributários decorrentes do exercício de sua atividade, ainda que praticados em infração de lei, contrato ou estatuto. e) a empresa não deve figurar no polo passivo da execução fiscal, tendo em vista que, no caso de infração de lei, a responsabilidade é pessoal e exclusiva dos sócios pelo crédito correspondente a obrigações tributárias resultantes de atos praticados em infração de lei. 32.FCC/TJ-PE-Juiz/2013 Em fiscalização realizada em uma empresa de embalagens foram constatadas inúmeras irregularidades relativamente ao recolhimento dos tributos devidos, razão pela qual foi lavrado um Auto de Infração e Imposição de Multa. O crédito tributário decorrente destes fatos geradores por atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto, será devido a) pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis pessoais, pelos créditos cujos atos advieram de infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 86 97 qualidade de contribuinte, pelos créditos cujos fatos geradores efetivamente tenha praticado sem afronta à lei, contrato ou estatuto. b) pelos sócios e pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis solidários, por créditos advindos de atos decorrentes da infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos fatos geradores que efetivamente praticou. c) pela empresa, em sua totalidade, na qualidade de contribuinte e, subsidiariamente, pelos sócios diretores, enquanto representantes legais, pelo crédito decorrente de atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto. d) pela empresa e pelos sócios, solidariamente, na qualidade de contribuinte e responsável, respectivamente, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados, inclusive com infração de lei, contrato ou estatuto. e) pelos sócios, em sua totalidade, na qualidade de responsáveis pessoais pelos atos com infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados por seus responsáveis le- gais, em regime de solidariedade. 33.FCC/TJ-PE-Notário e Registrador/2013 Quando da realização do negócio jurídico de compra e venda de bem imóvel o alienante declarou ao tabelião que não possuía débitos para com as Fazendas Públicas municipal, estadual e federal. Esta declaração foi consignada na Escritura Pública que ainda constou a assunção pelo alienante de qualquer obrigação tributária por fato gerador anterior à lavratura da Escritura. A responsabilidade tributária neste caso, a) é do alienante, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores ao negócio. b) é do adquirente, ainda que tenham sido apresentadas as certidões negativas de débito pelo alienante. c) é solidária do alienante e do adquirente. d) pode ser solidária do tabelião ou do oficial do registro de imóveis com o adquirente quando não efetivamente fiscalizado o recolhimento do tributo devido na operação. e) somente será atribuída ao tabelião ou ao oficial do registro de imóveis em caráter exclusivo, pela omissão na fiscalização desta obrigação tributária por parte do alienante. 34.FCC/TJ-PE-Titular de Serviços de Notas e Registros/2013 É legalmente considerado responsável solidário pelos tributos gerados por atos em que intervém a) o filho menor, em relação aos tributos devidos por seus pais. b) a sociedade de pessoa, em relação aos tributos devidos por seus sócios. c) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. d) o usuário do serviço notarial e de registro, pelos tributos decorrentes da prática de atos na serventia. e) o proprietário mandante, pelos tributos devidos por atos do administrador. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 87 97 35.FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013 Constavam no contrato social da empresa Tessalônica Industrial Ltda. três sócios: Ovídio, Sêneca e Virgílio. Ovídio e Virgílio eram os administradores da empresa, cada qual podendo assinar e obrigar a empresa isoladamente; já Sêneca nunca se envolvera na administração, tendo apenas subscrito e integralizado o capital e auferido os lucros obtidos. Não obstante haver no contrato social da empresa cláusula que expressamente veda operações em bolsa de valores com recursos da empresa, em 12/11/2012, Ovídio, aproveitando a grande sobra de caixa da empresa, fez uma operação em bolsa de valores na qual obteve um lucro muito expressivo. Contudo, apesar do lucro, o Imposto de Renda relativo ao ganho de capital na operação não foi declarado e nem recolhido dentro do prazo legal. Em face da situação hipotética apresentada e do ordenamento jurídico vigente, com respeito ao crédito tributário devido tem-se que: a) por se tratar de operação não autorizada pelos estatutos ou contrato social, a empresa não pode ser responsabilizada pelo pagamento da multa e do imposto. b) os sócios devem ser responsáveis, pois o lucro da operação será a eles distribuído. c) apesar de também beneficiar Sêneca e Virgílio, apenas Ovídio deve ser pessoalmente responsabilizado, pois agiu contrariando expressa previsão do contrato social. Da empresa também deverá ser cobrado o imposto e multas. d) Ovídio deve ser pessoalmente responsabilizado, excluindo-se a responsabilidade da empresa, pois a infração decorreu direta e exclusivamente de sua atuação pessoal. e) se não for possível exigir da empresa o cumprimento da obrigação principal, respondem solidariamente com ela nos atos em que intervieremou pelas omissões de que forem responsáveis os sócios Ovídio e Virgílio. 36.FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009-Adaptada Todos os sócios são responsáveis por obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato ou estatuto social de empresa, independentemente da qualidade de representante legal. Responsabilidade por Infrações 37.FCC/TJ-PI-Juiz/2015 Atenção: Para responder a questão, considere a seguinte situação hipotética: A empresa Soma Importadora S/A tem sede em Teresina, Piauí. No regular exercício de suas atividades importa e comercializa produtos para revendedores e consumidores finais localizados em Teresina e arredores e em outros Estados da federação, estando sujeita ao pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias − ICMS nestas operações. A insuficiência de recursos financeiros da Soma Importadora S/A fez com que, ao longo de 2013, a empresa deixasse de recolher o ICMS declarado à fiscalização estadual por meio de documento fiscal próprio. Após um dos sócios subscrever e integralizar o valor de suas quotas na sociedade, capitalizando a sociedade em montante aparentemente suficiente para liquidar a dívida, a importadora poderá a) pagar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 88 97 b) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, podendo parcelá-lo. c) parcelar o ICMS devido, sendo vedada a realização de denúncia espontânea. d) denunciar espontaneamente o ICMS que se deixou de recolher, sendo vedado o seu parcelamento. e) parcelar o ICMS devido com os benefícios da denúncia espontânea. 38. FCC/Pref. Recife-Analista de Gestão Contábil/2019 De acordo com o CTN, a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração. Segundo esse mesmo Código, NÃO se considera espontânea a denúncia a) de ato ou fato que, simultaneamente, constitua infração tributária, cometida com dolo, fraude ou simulação, e crime contra a ordem tributária, com o objetivo de redução da pena criminal. b) que não seja feita, pessoalmente, a agente do sujeito ativo competente para exigir o tributo relacionado com a denúncia, dentro do prazo de 30 dias contados da data do cometimento da infração. c) de prática infracional que, simultaneamente, constitua crime contra a ordem tributária ou contravenção de natureza grave. d) relativa a infração cometida com dolo, fraude ou simulação. e) apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 39.FCC/SEFAZ-BA-Auditor Fiscal /2019 Sobre a responsabilidade tributária, o Código Tributário Nacional dispõe: I. A responsabilidade é pessoal ao agente, quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. II. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social, responde subsidiariamente pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. III. Haverá responsabilidade pessoal e exclusiva dos pais, pelos tributos devidos por seus filhos, bem como dos tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados em todos os atos em que intervierem, exceto pelas omissões de que forem responsáveis. IV. Os mandatários, prepostos e empregados são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II e III. c) I, II e IV. d) III e IV. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 89 97 e) I e IV. 40.FCC/PGE-MT-Analista Direito/2016 Relativamente às penalidades pecuniárias por descumprimento da legislação tributária que podem ser impostas aos contribuintes, o Código Tributário Nacional estabelece que a denúncia espontânea da infração é elemento suficiente para excluir a responsabilidade pelo seu pagamento, mesmo quando há tributo devido em razão do cometimento da infração. 41.FCC/SEFAZ-PI-Auditor Fiscal da Fazenda Estadual/2015 De acordo com o CTN, é correto afirmar que salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 42.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 O Código Tributário Nacional, no Capítulo V do Título I do seu Livro II, trata das diversas modalidades de responsabilidade tributária. De acordo com esse código, a) os tutores e curadores respondem solidariamente pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões de que forem responsáveis, independentemente da possibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte (“responsabilidade por sucessão”). b) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos impostos devidos a partir da data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (“responsabilidade a posteriori”). c) o adquirente ou remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (“responsabilidade por sucessão”). d) a responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo genérico do agente seja elementar (“responsabilidade por sucessão”). e) a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, dos juros de mora, de multa de mora e de atualização monetária, calculados até a data do pagamento (“denúncia espontânea ou autodenúncia”). 43.FCC/TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, dos juros de mora, de multa de mora e de atualização monetária, calculados até a data do pagamento (“denúncia espontânea ou autodenúncia"). 44.FCC/SABESP-Advogado/2014 A denúncia espontânea da infração Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima ==1c136e== 90 97 a) traz redução no valor do crédito tributário quando o sujeito passivo a faz antes do lançamento. b) é causa de exclusão do crime de sonegação fiscal, sendo matéria atinente ao Direito Penal Tributário quanto à infração decorrente de dolo específico. c) afasta a responsabilidade por infração, desde que anterior a qualquer medida de fiscalização ou procedimento administrativo e acompanhada do pagamento, se for o caso, do tributo devido e dos juros de mora. d) pode ser apresentada, para qualquer tributo, até o final da ação fiscal, procedimento administrativo de fiscalização, mas antes da lavratura do auto de infração e imposição de multa, desde que relacionada com a infração. e) afasta a incidência do crédito tributário, sendo forma de anistia do crédito tributário, desde que haja previsão em lei do ente competente e seja feita pelo sujeito passivo antes de qualquer medida de fiscalização pelo fisco.45.FCC/PGE-RN-Procurador/2014 Segundo o Código Tributário Nacional, a denúncia espontânea a) é causa de extinção do crédito tributário. b) tem lugar antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração. c) alcança a obrigação principal e a obrigação acessória, acarretando a exclusão do crédito tributário. d) só pode ser realizada nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, desde que não tenha havido apresentação de declaração, quando exigida. e) impede a constituição do crédito tributário relativamente aos juros de mora e à multa moratória. 46.FCC/TCE-PI-Auditor Fiscal de Controle Externo/2014 Maria, domiciliada na cidade de Piripiri-PI, recebeu em doação, de seu irmão Carlos, domiciliado na cidade de Teresina-PI, um automóvel importado, registrado e licenciado no município de Parnaíba-PI, cujo valor venal é de R$ 120.000,00. Essa doação, que está no campo de incidência do ITCMD piauiense, ocorreu em agosto de 2011, mas Maria, donatária e contribuinte desse imposto, por desconhecer o fato de que deveria pagá-lo em razão da doação que recebeu, acabou por não fazer esse pagamento. Meses depois de recebida a doação, descobrindo que deveria ter pago o ITCMD pela doação que recebeu e antes de o fisco iniciar qualquer procedimento relacionado com a apuração dessa falta, Maria procurou a repartição fiscal estadual piauiense, relatou o ocorrido e se propôs a pagar, de imediato, antes da instauração de qualquer procedimento fiscal, o crédito tributário devido, cujo valor nominal era de R$ 4.800,00 (R$ 120.000,00 × 4%), conforme documentação que ela exibiu à autoridade fiscalizadora. Para exclusão da responsabilidade da autuada em relação ao imposto que não foi pago e à infração cometida, e considerando que o montante do tributo não depende de apuração pelo fisco, pois Maria apresentou à autoridade fiscalizadora a documentação comprobatória do valor nominal do bem doado, é correto afirmar, com base no CTN, que Maria não terá de pagar a multa por infração à legislação do ITCMD, mas terá de pagar o Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 91 97 a) montante do tributo devido, apenas. b) tributo devido e os juros de mora. c) tributo devido e a atualização monetária. d) tributo devido, os juros de mora e a atualização monetária. e) tributo devido, os juros de mora, a atualização monetária e multa moratória. 47.FCC/PGE-SP-Procurador do Estado/2012 Em se tratando de responsabilidade tributária, comerciante arrependido por ter feito várias operações comerciais sem a emissão de nota fiscal, comparece à repartição fiscal e, de forma espontânea, confessa as infrações cometidas. Ao analisar a conduta do contribuinte, desacompanhada de qualquer outra providência, o fisco pode relevar a infração. 48.FCC/Procurador-SP/2009 A norma contida no art. 138 do CTN, que trata da denúncia espontânea da infração, não autoriza o contribuinte do ICMS, que declarou o imposto e não o recolheu tempestivamente, efetuar, após a data do vencimento, o pagamento do tributo, acrescido de juros de mora, mas sem a multa moratória. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 92 97 7 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES 1. C 2. A 3. B 4. A 5. E 6. E 7. B 8. E 9. A 10. E 11. C 12. A 13. C 14. B 15. A 16. E 17. E 18. E 19. E 20. B 21. E 22. C 23. A 24. B 25. E 26. C 27. C 28. D 29. C 30. E 31. B 32. A 33. D 34. C 35. C 36. E 37. C 38. E 39. E 40. E 41. E 42. C 43. E 44. C 45. B 46. B 47. E 48. C Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 93 97 8 – RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES Responsabilidade Tributária • Sujeito passivo da obrigação principal → Pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. • Sujeito passivo direto (contribuinte) → Pessoa que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. • Sujeito passivo indireto (responsável) → Pessoa que, mesmo não tendo relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, sua obrigação decorre da lei. • O responsável é terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. Neste caso, a responsabilidade do contribuinte pode ser excluída ou atribuída apenas em caráter supletivo. • Responsabilidade por substituição → Quando o vínculo jurídico do responsável surge antes ou mesmo no momento da ocorrência do fato gerador. • Responsabilidade por transferência → Quando o vínculo jurídico do responsável surge em momento posterior ao da ocorrência do fato gerador. R e sp o n sa b ili d ad e T ri b u tá ri a Por Substituição Progressiva/ Regressiva Resp. Terceiros c/ atuação irregular Resp. por Infrações Por Transferência Resp. por Sucessão Resp. por Solidariedade Resp. Terceiros c/ atuação regular Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 94 97 Responsabilidade por Substituição Substituição tributária regressiva → substituição das pessoas que estão nas etapas anteriores da cadeia de produção ou circulação de mercadorias, ocasionando o diferimento do pagamento dos tributos devidos. Substituição tributária progressiva → substituição das pessoas que estão nas etapas posteriores pelas ocupam posição anterior na cadeia de produção e circulação de mercadorias, ocasionando a antecipação do pagamento dos tributos que serão devidos. Responsabilidade por Transferência • A transferência da responsabilidade pode ocorrer por meio de solidariedade, nos casos previstos no art. 124, do CTN (interesse comum ou designação por meio de lei). Vale ressaltar que a solidariedade não comporta benefício de ordem. • A transferência de responsabilidade também pode ocorrer por meio de sucessão, nos seguintes casos: 1. Sucessão na transmissão de bens imóveis (CTN, art. 130); 2. Sucessão na transmissão de bens móveis (CTN, art. 131, I); 3. Sucessão na transmissão causa mortis (CTN, art. 131, II e III); 4. Sucessão empresarial (CTN, art. 132 e 133). Sucessão na Transmissão de Bens Imóveis • Adquirente de bens imóveis assume a responsabilidade pelo pagamento dos impostos, taxas e contribuições de melhoria relativas ao imóvel objeto da transmissão. Exceções: • Quando conste do título a prova de sua quitação; • No caso de arrematação em hasta pública. Sucessão na Transmissão de Bens Móveis • São pessoalmente responsáveis os adquirentes ou remitentes, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos. Sucessão na Transmissão Causa Mortis • Na sucessão causa mortis, respondem pessoalmente pelos tributos devidos pelo de cujus o espólio e os sucessores e o cônjuge meeiro, na forma esquematizada abaixo: Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 95 97 Sucessão Empresarial • A pessoa jurídica que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. • A responsabilidade pelos tributos devidos ocorre inclusive nos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploraçãoda respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. • Há também responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, na forma esquematizada abaixo: De Cujus •É contribuinte pelos FGs antes da morte. •A resposabilidade é transferida ao espólio. Espólio •É responsável pelos FGs antes da abertura da sucessão; •É contribuinte pelos FGs após a abertura da sucessão; Sucessores •É responsável pelos FGs antes da partilha; •É contribuinte pelos FGs após a partilha; Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 96 97 Responsabilidade de Terceiros • Os arts. 134 e 135 do CTN estabelecem a responsabilidade de terceiros, que consiste na responsabilização de pessoas (denominadas “terceiros”), que possuem o dever de administrar os bens dos contribuintes, de representá-los. • A responsabilidade pode decorrer do exercício regular dessa representação (CTN, art. 134) ou do exercício irregular (CTN, art. 135), isto é, em relação aos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. • A responsabilidade decorrente de atuação regular pode ser esquematizada do seguinte modo: Adquirente de Fundo de Comércio ou Estabelecimento Se continuar a exploração Torna-se Responsável Subsidiariamente Se o alienante continuar atividade comercial; ou Iniciar nova atividade dentro dos próximos 6 meses. Integralmente Se o alienante cessar exploração comercial Responsabilidade “Solidária” de Terceiros com Atuação REGULAR (art. 134) Impossibilidade de exigir a dívida do contribuinte Colaborou, de algum modo, com o não pagamento do tributo Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima 97 97 • O art. 135 prevê a responsabilização pela prática de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, incluindo neste caso as pessoas referidas no art. 134, bem como os mandatários, prepostos e empregados e os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Responsabilidade por Infrações • A responsabilidade por infrações tributárias é, via de regra, objetiva, ou seja, não se leva em consideração as características pessoais (subjetivas) do infrator e os efeitos que o ato pode causar. • O art. 137, do CTN, elenca os casos em que a responsabilidade pelas infrações é pessoal ao agente, como, por exemplo, a responsabilidade pela prática de infrações conceituadas em lei como crimes ou contravenções. • Há duas exceções, que acabam por afastar o agente da responsabilidade pelas infrações à legislação tributária: se forem praticadas no exercício regular da administração ou se for por cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. • A denúncia espontânea é o instituto criado pelo CTN para que o contribuinte se redima das infrações tributárias, confessando os ilícitos e pagando o tributo devido e os juros de mora. Como consequência, a responsabilidade pela multa é afastada. • Há que se ressaltar que, para configurar a espontaneidade, o sujeito passivo deve se antecipar ao fisco, ou seja, a denúncia espontânea deve ser feita antes de qualquer procedimento fiscalizatório. Fábio Dutra Aula 08 Direito Tributário p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1839982 85667350483 - Rafael Barbosa Lima