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WORKBOOK ADB PRO www.ibijus.com 2 “[A advocacia] está saturada sim, saturada de profissionais medianos com pouca dedicação e vontade de trabalhar! (…) A questão é ser inovador, estar onde seu cliente está e principalmente: apresentar uma solução para os problemas que ele te apresenta demonstrando seu empenho e vontade de resolvê-los.” Dra Mariana Gonçalves, sócia-proprietária do escritório Rezende & Gonçalves www.ibijus.com 3 BOAS VINDAS AO PROGRAMA ADB PRO Prezado aluno(a), seja muito bem-vindo(a) ao Programa ADB PRO do IbiJus! Que satisfação ter você conosco em mais uma turma de colegas comprometidos em desenvolver-se dentro da advocacia bancária! Você já sabe, mas queremos te relembrar que o ADB PRO é um programa voltado para a prática da advocacia na resolução de débitos bancários. Trata-se de uma metodologia de atuação desenvolvida pelos Professores Márcio Vieira e Rafael Corte Mello, durante anos de atuação. O objetivo é transmitir ensinamentos práticos e efetivos, conquistados ao longo de anos de militância dos professores, para que você se destaque no mercado e tenha excelentes resultados com a advocacia bancária. E para que nosso aluno possa melhor desfrutar dos benefícios do ADB PRO apresentamos este workbook com o resumo do nosso método: uma ferramenta de extrema valia para repassar pontos do programa de forma descomplicada e resumida. Um complemento valioso para as aulas e encontros do curso. Aqui você encontrará, em síntese, pontos essenciais do programa debatidos em aula, dicas de estudo, glossário para descomplicar siglas e termos técnicos utilizados, dentre outros recursos. E, o mais legal: ao final do nosso workbook temos um espaço destinado para as Perguntas Frequentes recebidas pelos professores. A ideia é que você tenha em mãos, com fácil acesso, aquelas principais questões que são ordinariamente feitas pelos colegas do curso. Quem sabe a sua dúvida já não está lá para pronta consulta! Não deixe de dedicar um tempo do seu estudo para a leitura deste espaço! E, que fique claro: a apresentação por nós destas Perguntas Frequentes no workbook visa simplesmente facilitar seu estudo e te trazer questões que são alvo de dúvidas constantes dos colegas. Tenha total liberdade para utilizar o canal do Pergunte ao Professor (ambiente Moodle do curso) para esclarecer eventuais questionamentos que persistirem sobre essas dúvidas frequentes ou outras. Também utilize o canal para trazer aos professores os casos concretos que precisa de um auxílio prático. Não se esqueça, também, que você possui mais um canal de contato com os professores, que são as próprias aulas. Nossas aulas ao vivo visam, sobretudo, garantir interatividade entre professores e alunos, para que você se sinta realmente entre colegas que estão em busca de desenvolvimento profissional. Os professores Márcio e Rafael estão a postos nas aulas para que você aproveite o espaço ao vivo para dúvidas e debater seus casos concretos. Este é, sem www.ibijus.com 4 dúvidas, o grande diferencial das aulas ao vivo: permitir que as discussões sejam direcionadas, efetivamente, de acordo com as necessidades dos colegas na aula. Sinta-se à vontade para utilizar, com a máxima potencialidade, todos os recursos disponíveis no Programa ADB PRO, pois tudo foi pensado para garantir o suporte máximo necessário para que você consiga ter dirimidas todas as dúvidas que surgirem ao longo dos seus estudos e trabalho. Queremos que você se sinta confiante para se apresentar aos seus clientes e desenvolver sua carreira de forma tranquila e com sucesso. E aqui seremos muito francos com você: o Programa ADB PRO somente será um diferencial na sua carreira se você se empenhar e tiver comprometimento com o seu estudo e trabalho. Uma frase costumeira entre nós é a seguinte: “Se você quer apenas mais um diploma para o seu currículo, seu lugar não é aqui conosco”. Nós desejamos que você vá além: que o programa seja, de fato, um divisor de águas na sua carreira! Queremos que você seja mais um dos inúmeros alunos que nos saúdam ao final de cada turma dizendo que valeram a pena todo o esforço e os estudos. Que conseguiram compreender e desenvolver o método, conquistando segurança para a atuação com a advocacia de resolução de débitos bancários. É essa transformação que ansiamos ver na sua carreira: que você se torne um expert na matéria, mostrando-se de forma competitiva no mercado e tendo seus serviços valorizados pelos clientes e demais colegas de atuação. Para isso, precisamos que você se comprometa, desafie e busque superar seus limites. O trabalho é árduo, mas também gratificante! Pense no profissional de sucesso que sempre almejou ser e tenha a certeza que você é capaz de ir além! Firme consigo o compromisso de empenhar-se no programa. Esteja disposto a compreender as estruturas gerais da negociação bancária repassadas nas aulas e ouse aplicá-las aos mais diversos casos concretos que lhe serão apresentados pelos clientes. E não se esqueça: dúvidas irão surgir, isso é normal. Mas, elas não podem te desencorajar. Lembre-se que os Professores Márcio e Rafael estão neste projeto exatamente para te orientar e auxiliar. Conte conosco nesta jornada! Estamos 150% comprometidos e queremos 100% do seu empenho na busca desses resultados que irão revolucionar a sua carreira. Um forte abraço, Equipe de Apoio Acadêmico https://www.ibijus.com http://www.facebook.com/institutoibijus https://www.instagram.com/instituto_ibijus https://www.youtube.com/institutoibijus https://www.ibijus.com http://www.facebook.com/institutoibijus https://www.instagram.com/instituto_ibijus https://www.youtube.com/institutoibijus www.ibijus.com 5 E-book integrante do Programa ADB PRO, desenvolvido pelo IbiJus - Instituto Brasileiro de Direito. Proibida a venda, a reprodução e a distribuição não autorizada, total ou parcial, desta obra. www.ibijus.com 6 SUMÁRIO PRIMEIRO BLOCO – PREPARANDO O TERRENO SEGUNDO BLOCO – ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA BOAS-VINDAS AO PROGRAMA ADB PRO 8 20 15 26 3 31 Capítulo 01 – Direito material essencial. Precedentes vigentes em direito bancário 1.1. Jurisprudência e Precedente: qual a diferença? 1.2. Os precedentes no novo CPC e a forma de pesquisa 1.3. Precedentes vinculantes de direito bancário essenciais 3.1. Defesa da Busca e Apreensão 3.2. Calculadora do cidadão 3.3. Lançamento dos dados na planilha 3.4. Identificação do saldo devedor atual e do valor incontroverso 3.5. Recálculo da prestação para fins de depósito (se for o caso!) 3.6. Verificação das tarifas cobradas e eventual existência de seguro prestamista 4.1. Descrição dos fatos 4.2. O depósito do valor incontroverso no novo CPC 4.3. Adequação aos entendimentos jurisprudenciais 4.4. Exibição de documentos 4.5. Prova pericial 5.1. O papel desempenhado pela negociação em ações de direito bancário 5.2. A dinâmica da negociação bancária 5.3. Método de negociação de Harvard 2.1. Quais passos seguir para definir as estratégias de atuação e os honorários a serem cobrados? 2.2. Contrato de honorários 2.2.1. Como? 2.2.2. Quanto? Capítulo 03 – Defesa de Busca e Apreensão e Embargos à Execução Capítulo 05 – Negociação de débitos bancários Capítulo 02 – Entrevista técnica e precificação Capítulo 04 – Ação revisional. Petição inicial www.ibijus.com 7 SUMÁRIO TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO PERGUNTAS FREQUENTES GLOSSÁRIO 47 51 43 35 Capítulo 06 – Relacionamento com o mercado 6.1. Marketing jurídico ético e construção de uma autoridade 6.2. Marketing de conteúdos: dicas e estratégias de implementação 6.3. Combatendo as principais objeções dos clientes 6.4. Relacionamento com o cliente e o pós-venda 7.1. Inteligência de mercado 7.2. Definição de listas 7.3. Agendamento e abertura de reuniões 7.4. Investigação e sequência de perguntas 7.5. Identificação de resultados em uma reunião Capítulo 07 – Técnicas de fechamento de contratos www.ibijus.com 8 PRIMEIRO BLOCO PREPARANDOO TERRENO Capítulo 01 – Direito material essencial. Precedentes vigentes em Direito Bancário 1. Tópicos analisados neste capítulo: Conhecimento do Direito para se posicionar com segurança frente ao cliente. Compreensão da disciplina dos precedentes no novo CPC (Lei nº 13.105/2015). Aprendizado da pesquisa de precedentes para se manter atualizado. Conhecimento de precedentes bancários essenciais. 1.1 JURISPRUDÊNCIA E PRECEDENTE: QUAL A DIFERENÇA? A jurisprudência é o conjunto de decisões de uma Corte ou de diversas Cortes de um país. O precedente, por sua vez, usualmente era compreendido como uma decisão; normalmente destacada pelo seu ineditismo, relevância de seu tema, representatividade dos julgadores ou da competência da Corte a qual eles pertencem. Com efeito, diante dos rumos da evolução da doutrina e de algumas alterações do ordenamento jurídico brasileiro, a palavra precedente passou a ser relacionada com a aptidão de alguns “tipos de decisões” possuírem EFEITO VINCULANTE. Para fins de ênfase utiliza-se também a expressão PRECEDENTE VINCULANTE. Isso quer dizer que apenas alguns tipos de decisões possuem efeito vinculante. Por isso, os precedentes vinculantes passam a ser estudados e consultados como se consultam as leis, por exemplo. Ou seja, compõem a NORMA JURÍDICA do Brasil. Assim sendo, podemos afirmar que um bom advogado deve demonstrar conhecimento sobre os precedentes que definem sua área de especialidade. 1.2 Os precedentes no novo CPC e a forma de pesquisa O CPC de 2015 contribuiu para a identificação dos “tipos” de decisões que podem ser consideradas como “de efeito vinculante”. Independente das doutrinas especializadas, as quais propõem compreensão mais sofisticada www.ibijus.com 9 sobre o tema “precedentes vinculantes”, estudado há mais tempo nos chamados “países de common law”, cujos maiores exemplos são Inglaterra e Estados Unidos da América, a novel lei processual brasileira visou tornar mais simples a identificação. As decisões que devem ser observadas pelos magistrados e tribunais são as que forem proferidas em determinados julgamentos, conforme prescrito no art. 927, caput, do novo CPC, abaixo reproduzido: Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. As disposições legais acima apresentadas nos parecem fortalecer a noção de vinculação que rompe com a antiga tradição brasileira de que os juízes teriam independência “plena” na fixação de seus “entendimentos” Há, ainda, outros dispositivos que fortalecem a força vinculante dos precedentes, a tal ponto de serem consideradas “não fundamentadas” decisões que deixem de observar decisões com efeito vinculante. Veja-se: CPC, Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) §1º. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...) VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (grifo nosso) O fortalecimento dessa compreensão se dá com base em duas garantias constitucionais: segurança jurídica e isonomia. Isso quer dizer que todo e qualquer cidadão brasileiro deveria poder conhecer previamente a posição do Poder Judiciário sobre um tema que já tivesse sido julgado e, ao mesmo tempo, ter a convicção de que será julgado de modo igual: perspectiva para o futuro. Assim, a jurisprudência deixa de ser um mero registro histórico, com caráter de simples PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 10 persuasão, para passar a ser, com os precedentes vinculantes, uma garantia de resultado futuro de processos com temas idênticos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), ciente de sua missão constitucional de dar uniformidade ao direito brasileiro, desenvolveu um sistema de consulta para facilitar a identificação não apenas da jurisprudência, mas também das decisões por ele proferidas que geram efeito vinculante: www.stj.jus.br. 1.3 Precedentes vinculantes de direito bancário essenciais Em virtude da importância dos precedentes vinculantes, que são igualmente norma jurídica, reputam-se de essencial conhecimento alguns que seguem em destaque. • Tema que dispõe sobre requisitos para obtenção de liminares em Direito Bancário: TEMA 31 - Inscrição do nome do devedor em cadastros de proteção ao crédito em sede de antecipação de tutela e/ou medida cautelar. Tese firmada: A abstenção da inscrição/manutenção em cadastro de inadimplentes, requerida em antecipação de tutela e/ou medida cautelar, somente será deferida se, cumulativamente: i) a ação for fundada em questionamento integral ou parcial do débito; ii) houver demonstração de que a cobrança indevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada do STF ou STJ; iii) houver depósito da parcela incontroversa ou for prestada a caução fixada conforme o prudente arbítrio do juiz. A inscrição/manutenção do nome do devedor em cadastro de inadimplentes decidida na sentença ou no acórdão observará o que for decidido no mérito do processo. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO http://www.stj.jus.br www.ibijus.com 11 Caracterizada a mora, correta a inscrição/manutenção. • Temas que debatem JUROS, definindo teses INAPLICÁVEIS por não terem sido aceitas pelo Poder Judiciário: TEMA 24 - Lei da Usura Tese firmada: As instituições financeiras não se sujeitam à limitação dos juros remuneratórios estipulada na Lei de Usura (Decreto 22.626/33), Súmula 596/STF. TEMA 25 - Limite 12% ao ano Tese firmada: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. TEMA 26 - Limite contrato mútuo do CC Tese firmada: São inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de mútuo bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do CC/02. TEMA 27 - Desvantagem exagerada no CDC Tese firmada: É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada (art. 51, §1 º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto. TEMA 234 - Limitação à taxa média de mercado ausente Tese firmada: Nos contratos de mútuo em que a disponibilização do capital é imediata, o montante dos juros remuneratórios praticados deve ser consignado no respectivo instrumento. Ausente a fixação da taxa no contrato o juiz deve limitar os juros à média de mercado nas operações da espécie, divulgada pelo Bacen, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o cliente. Em qualquer hipótese, é possível a correção para a taxa média se for verificada abusividade nos juros remuneratórios praticados. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 12 • Tema sobre JUROS DE MORA: TEMA 30 - Limite 1% ao mês Tese firmada: Nos contratos bancários, não-regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser convencionados até o limite de 1% ao mês. • Tema sobre EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS, falando sobre a presunção favorável à pretensão do Consumidor em caso de não apresentação de documentos. Atualmente presente no artigo 400, CPC: TEMA 47 - Presunção pela não exibição de documentos Tese firmada: A presunção de veracidade contida no art. 359 do Código de Processo Civil não se aplica às ações cautelares de exibição de documentos. • Tema que trata de cautelar,não aplicável mais em virtude da nova regulação das tutelas provisórias (art. 294, do CPC e seguintes). A exibição deve ser solicitada via previsão do art. 396, do CPC. O pedido antecipado de prova prevista no artigo 381, do CPC também é possível, porém não recomendável por não atrair o elemento da presunção: não se trata de ação e sim de mero requerimento de prova. O tema serve para destacar a necessidade de prévia solicitação administrativa dos documentos: TEMA 648 - Cabimento de ação cautelar de exibição de documentos bancários como medida preparatória para instruir a ação principal na qual se pretende recomposição de expurgos inflacionários em saldos de caderneta de poupança Tese firmada: A propositura de ação cautelar de exibição de documentos bancários (cópias e segunda via de documentos) é cabível como medida preparatória a fim de instruir a ação principal, bastando a demonstração da existência de relação jurídica entre as partes, a comprovação de prévio pedido à instituição financeira não atendido em prazo razoável, e o pagamento do custo do serviço conforme previsão contratual e normatização da autoridade monetária. • Tema sobre a tabela price. Diz que a prova da capitalização depende de prova técnica: perícia. Reforçando que é importante pedir perícia nas ações revisionais. Também indica que o STJ se negou a tratar do tema por reputar questão não ser de direito e sim de prova, inadmissível via recurso especial: PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 13 TEMA 572 - Tabela price Tese firmada: A análise acerca da legalidade da utilização da Tabela Price - mesmo que em abstrato - passa, necessariamente, pela constatação da eventual capitalização de juros (ou incidência de juros compostos, juros sobre juros ou anatocismo), que é questão de fato e não de direito, motivo pelo qual não cabe ao Superior Tribunal de Justiça tal apreciação, em razão dos óbices contidos nas Súmulas 5 e 7 do STJ. É exatamente por isso que, em contratos cuja capitalização de juros seja vedada, é necessária a interpretação de cláusulas contratuais e a produção de prova técnica para aferir a existência da cobrança de juros não lineares, incompatíveis, portanto, com financiamentos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação antes da vigência da Lei n. 11.977/2009, que acrescentou o art. 15-A à Lei n. 4.380/1964. Em se verificando que matérias de fato ou eminentemente técnicas foram tratadas como exclusivamente de direito, reconhece-se o cerceamento, para que seja realizada a prova pericial. • Temas sobre a permissão da capitalização de juros. A partir do ano 2000 a capitalização de juros, também chamada de juros sobre juros ou de juros compostos, passou a ser permitida. Todavia, tal permissão somente se dá se estiver EXPRESSAMENTE pactuada: TEMA 246 - Capitalização permitida Tese firmada: É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos celebrados após 31.3.2000, data da publicação da Medida Provisória n. 1.963-17/2000 (em vigor como MP 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada. TEMA 953 - Expressa previsão contratual capitalização Tese firmada: A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver expressa pactuação. • Tema sobre a impossibilidade de a comissão de permanência ser cumulada com outros encargos: TEMA 52 - Comissão de permanência em contratos bancários Tese firmada: A cobrança de comissão de permanência - cujo valor não pode ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato - exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 14 Destaque-se: por meio do estudo dos temas, a partir das teses firmadas, é possível descartar estratégias argumentativas errôneas e desenvolver estratégias adequadas e com chances efetivas para um debate de bom nível em juízo. www.ibijus.com 15 2.1 Quais passos seguir para definir as estratégias de atuação e os honorários a serem cobrados? O cliente chegou a você de alguma forma, para tratar de uma situação de débito bancário. Para que você possa definir o trabalho a ser desenvolvido, e quanto poderá ser cobrado, é de todo recomendável observar os passos a seguir: PASSO 1: Em primeiro lugar, qual é a modalidade de contratação? As mais comuns são: • Empréstimo com parcelas fixas: • Financiamento de automóvel • Crédito Direto ao Consumidor - CDC • Empréstimo consignado • Capital de giro com prazo fixo e parcelas fixas • Empréstimos rotativos: • Cheque especial • Capital de giro rotativo • Cartão de crédito PASSO 2: Em seguida, identificar a fase em que o caso se encontra: • No caso de Busca e Apreensão: • Ainda não está devendo, apenas está em dificuldade • Já está devendo, mas ainda não foi notificado • Já está devendo, já foi notificado, mas ainda não tem processo • Já tem processo, ainda não tem liminar deferida • Já tem processo, já tem liminar mas ainda não foi citado • O bem já foi apreendido Capítulo 02 – Entrevista técnica e precificação 2. Tópicos analisados neste capítulo: Coleta de informações Entendimento do caso e do perfil do cliente Identificação da estratégia a ser seguida Quanto cobrar? Como cobrar? Contrato de honorários PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 16 • O cliente já foi citado, mas ainda há prazo para contestar • O cliente já foi citado, e já se configurou a revelia • No caso de Execução: • Ainda não está devendo, apenas está em dificuldade • Já está devendo, mas ainda não tem processo • Já tem processo, mas ainda não foi citado • O cliente já foi citado, mas ainda há prazo para contestar • O cliente já foi citado, e já se configurou a revelia E como fazer para identificar a fase em que o caso se encontra? Primeiramente, pergunte ao cliente se já recebeu alguma notificação ou citação. Caso positivo, procure descobrir o número do processo. Caso o cliente não tenha recebido nada, faça uma pesquisa pelo nome do cliente no site do TJ do seu Estado e na Comarca do cliente. PASSO 3: Identificada a modalidade contratual e a fase em que o caso se encontra, é necessário ter uma ideia inicial do perfil do cliente e de quais são as suas necessidades. O cliente pode ter um perfil: (1) Conservador, (2) Moderado ou (3) Arrojado. Se o seu cliente for conservador ele vai querer correr o menor risco possível. Por isso, talvez ele tenha que ceder mais ao banco. Talvez não queira/não possa ter o nome negativado; e isso pode se converter em uma fragilidade que influenciará o futuro processo negocial. Sendo o seu cliente mais arrojado, estará disposto a correr mais riscos, em troca da possibilidade de fazer um acordo em bases mais vantajosas. Pode ser, ainda, que o cliente necessite de um tempo para se reorganizar. Os PASSOS 1, 2 e 3 podem ocorrer de duas formas: Diretamente em uma reunião presencial Ou Através do exame dos documentos do cliente O que é recomendável? Ao receber o contato do cliente, solicitar que lhe envie os documentos que estão disponíveis, para uma análise preliminar. Com base nos documentos, procurar cumprir os PASSOS 1 e 2. Na reunião presencial cumprir o PASSO 3. Neste momento ainda não se recomenda um estudo mais detalhado do contrato. O ideal é que você só faça isso depois de contratado, para otimizar o seu tempo de trabalho. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 17 PASSO 4: De posse das informações colhidas nos PASSOS 1, 2 e 3, você já deverá estar em condições de identificar a natureza e a extensão do trabalho a ser desenvolvido. Assim, terá condições de estabelecer um critério objetivo de precificação. • Quanto cobrar? • Como cobrar? A proposta de honorários pode ser formulada em 2 momentos: • Já na primeira reunião, à vista dos documentos e das demais informações colhidas com o cliente; • Em um momento posterior à reunião, caso seja necessário considerar maisalgum documento, ou colher mais alguma informação, a fim de ter uma ideia mais clara da situação. 2.2 Contrato de honorários Defendemos a remuneração digna do advogado. Embora seja uma profissão que carrega o estigma de ser um serviço “caro”, a realidade é que muitos desistem da carreira por não conseguir manter uma estabilidade econômica digna. O longo tempo de uma ação judicial complica muito o profissional que não sabe cobrar. Quanto cobraria um pedreiro se seu muro ficasse pronto em média de 60 meses? Pensando nesses dilemas desenvolvemos algumas explicações às classificações de formas de cobrança que podem auxiliar o advogado a cobrar de modo justo com ganhos proporcionais à importância de seu trabalho. 2.2.1 Como? Conheça os critérios de cobrança para eleger o(s) mais adequado(s). a) Pagamento upfront É o pagamento inicial. Esse é o responsável pela estabilidade do profissional. Por isso, recomendamos fortemente que não se deve abrir mão desse valor para cobrar apenas percentual no êxito final, incerto e imprevisível. A ausência dessa consciência é a responsável pelo desequilíbrio econômico que faz com que muitos profissionais desistam da profissão. O cliente que deseja ter seu advogado trabalhando durante todos os anos de duração de seu processo deve prestigiar o profissional remunerando-o sempre. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 18 b) Honorários pró-labore São valores pagos em troca do trabalho prestado. Muito comum em relações continuadas ao estilo “mensalista”. Pode ser adotado para casos em que haja múltiplas demandas. Reduz o custo do cliente com valores mensais módicos, por outro lado garantindo uma renda permanente ao profissional. c) Honorários ad exitum ou Cláusula quota litis São os tradicionais 20% sobre o proveito econômico (recebimento de crédito ou redução de dívida). Podem variar de acordo com o caso, porém não devem aumentar ao ponto de o advogado se tornar sócio do cliente, sob pena de ser considerado abusivo e até mesmo nulo. Portanto, recuse aquela proposta “o que tu ganhar a gente divide”. Normalmente formulada por quem não quer pagar nada para iniciar o trabalho. Essas são as pessoas que te acusarão de abusador no futuro. d) Definição de milestones É muito útil para o cliente que está com dificuldade de acesso a recursos por conta do próprio problema da ação judicial. Pode-se estabelecer obstáculos que ao serem alcançados haverá remuneração do advogado. Por exemplo, honorários iniciais de R$5.000,00, sendo R$2.000,00 de entrada e R$3.000,00 na obtenção da medida liminar. Valor fixo ou percentual? É possível estabelecer obstáculos a serem remunerados por valor fixo, tal qual o exemplo anterior, ou mesmo em percentual. Por exemplo, 20% de honorários sobre o valor da dívida, sendo 10% iniciais e 10% no êxito. Os 10% iniciais serão pagos 5% na propositura da ação e 5% na sentença. Definição de marcos temporais Os honorários podem ser facilitados ao se vincularem a marcos temporais. Por exemplo, preço a ser pago uma fração na propositura, um salário mínimo por audiência e outra fração na sentença. 2.2.2 Quanto? Para definir o valor é necessário estabelecer uma relação entre o valor patrimonial envolvido na ação e o trabalho a ser realizado. Lembre-se que o advogado responde com seu patrimônio pessoal pelos erros que cometer em um processo judicial. Logo, deve ser muito bem remunerado para se responsabilizar por PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 19 demandas judiciais que envolvam altos valores. Além disso, as expectativas do cliente para com a ação também podem tornar o trabalho mais ou menos complexo. E isso pode ser considerado no momento de formar um preço pelo serviço. Por isso propomos a seguinte reflexão a partir valor patrimonial da ação: R$150.000,00 (carro de alto padrão) (i) entrada R$50.000 (ii) 48 x R$2.854. Proveito econômico: redução da dívida Complexidade a ser considerada: (1) precisa da liminar para ter o nome limpo? Vai exigir resultado urgente. Aumenta a responsabilidade e a exigência. (2) já está com busca e apreensão na rua? Vai exigir resultado urgente. Aumenta a responsabilidade e a exigência. (3) ou precisa de um tempo para colocar as contas em dia? Cliente mais consciente reduz a pressão sobre o advogado. Reduz a responsabilidade e a exigência. (4) ou somente quer fazer um bom negócio e não tem risco de ser localizado? Cliente pouco exigente. Reduz a responsabilidade e a exigência. (5) quer “tentar” obter dinheiro de volta? Vai exigir resultado, porém não é urgente. A expectativa é alta, porém a pressão é média, dado que remete para o final da ação. PRIMEIRO BLOCO - PREPARANDO O TERRENO www.ibijus.com 20 SEGUNDO BLOCO ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA Capítulo 03 – Defesa de Busca e Apreensão e Embargos à Execução 3. Tópicos analisados neste capítulo: Notificação para busca e apreensão Revogação da liminar Como pesquisar as taxas médias praticadas pelo mercado Capitalização Cálculo do incontroverso Planilha de cálculo Calculadora do Cidadão - Bacen As ações judiciais que envolvem dívidas bancárias estão enquadradas naquela categoria que os profissionais de gestão de serviços jurídicos denominam “Contencioso de Massa”. E, como tal, uma das classificações das ações judiciais do Contencioso de Massa é aquela que as divide em ações passivas e ações ativas. Do ponto de vista dos bancos, as ações revisionais são ações passivas, pois os bancos figuram no pólo passivo da relação processual. Esta é a mesma classificação das ações indenizatórias. E as ações de busca e apreensão, execução, cobrança e monitória são conhecidas pelos bancos como ações ativas, justamente por figurarem eles no pólo ativo da relação jurídica. Ou seja, por serem os autores de ditas ações. Neste segundo bloco o enfoque será na apresentação das melhores estratégias a serem adotadas para a preparação da defesa de nossos clientes ao responderem as ações ativas, movidas pelos bancos. A grande maioria destas ações são de dois tipos: busca e apreensão ou execução. Isso porque os bancos, via de regra, trabalham com instrumentos de alienação fiduciária ou com a constituição de alguma das diversas espécies de títulos executivos extrajudiciais. Dentre esses títulos, os mais comuns são as CCB’s, - Cédulas de Crédito Bancário. Mas, também temos as Cédulas de Crédito Industrial e de Crédito Rural, entre outras. Isso sem falar nos instrumentos de confissão de dívida em especial, quando há repactuação de operações anteriores. Se bem que mesmo estas, em www.ibijus.com 21 muitos casos, acabam sendo instrumentalizadas por novas CCB’s. Como quer que seja, o fato é que a par das alienações fiduciárias e dos títulos extrajudiciais, também se encontra, numa proporção um pouco menor, ações monitórias e ações de cobrança, justamente para veicular pretensões creditórias dos bancos que não tenham como ser perseguidas através de busca e apreensão ou ação de execução. Nosso foco estará na defesa da execução e da busca e apreensão; todavia, praticamente tudo que será examinado aqui poderá ser aplicado aos embargos à monitória e à contestação na ação de cobrança. Para as particularidades dos casos concretos, lembre-se sempre que temos o ambiente para perguntas aos professores no ambiente Moodle do curso. Vamos lá então? Uma boa maneira de organizar o seu pensamento para preparar a defesa é dividir os temas a serem tratados nestas duas categorias: • Categoria 1: Defesa quanto a aspectos formais • Categoria 2: Defesa de fundo CATEGORIA 1: Aspectos formais 1.No caso de execução: a) Renegociação, b) Repactuação, c) Novação, ou d) Qualquer referência a título anterior Estes elementos podem desfigurar o título executivo que embasa a pretensão do banco, retirando-lhe a liquidez, a certeza ou a exigibilidade - art. 783, do CPC: CPC, Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. 2.No caso de busca e apreensão: a) Irregularidades na notificação b) Negociações pré-judiciais c) Pagamento aceito pelo banco após a notificação Estas situações podem desconfigurar a mora, requisito essencial para o deferimento da liminar SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 22 no procedimento especial de busca e apreensão previsto no Decreto-lei nª 911/1969. CATEGORIA 2: Defesa de fundo O que aqui se denomina de defesa de fundo, ou matéria de fundo, é similar ao conceito técnico de defesa de mérito. Apenas se faz esta diferenciação em função de haver aspectos que aqui são denominamos de formais, mas que não são, do ponto de vista do direito processual, tidos como matéria a ser alegada em sede de preliminares. É o caso por exemplo de uma negociação pré- judicial. 3.1. Defesa da Busca e Apreensão É necessário identificar os argumentos que serão desenvolvidos, a partir da análise do caso concreto. O primeiro passo é dirigido às ações de busca e apreensão. Os demais são dirigidos também às ações de execução, e devem ser observados quando da preparação dos embargos à execução. PASSO 1: Se nos autos há notificação positiva, verificar a sua regularidade: • A notificação foi enviada ao endereço do contrato? • A notificação foi, de fato, recebida por alguém, ou nela consta como “ausente” o destinatário? • Caso a notificação tenha sido feita por edital, há elementos nos autos que provam ter o banco esgotado as vias para uma notificação ordinária? • Após a data da notificação há prova documental de alguma negociação extrajudicial com o banco? O exame destes aspectos é muito importante. É muito comum que os bancos cometam equívocos aqui, que nem sempre são percebidos de pronto pelo Poder Judiciário. Cabe ao réu da ação identificar estas questões e alegar em suas manifestações. Seja na contestação, seja em eventual agravo de instrumento que necessite ser manejado. PASSO 2: Fazer a pesquisa da taxa média de mercado Acesso às séries temporais no site do Banco Central: Clique aqui para acessar SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA https://www.bcb.gov.br/?serietemp www.ibijus.com 23 Dicas importantes: • Lembre-se de marcar o período que você quer pesquisar! • Lembre-se, também, que não há ainda uma unanimidade nos julgados do país quanto ao patamar que configure a assim chamada abusividade dos juros. Há decisões que chegam a considerar não abusivas taxas equivalentes ao triplo da média de mercado! E de outro lado há decisões que já consideram abusiva uma taxa equivalente a 1,5 a taxa média de mercado. A esta altura é importante lembrá-lo que a nossa metodologia pressupõe o tratamento da dívida bancária sob o viés da tríade do método ADB PRO. Ou seja, a estratégia processual não se esgota por si só. Claro, se você estiver com um caso em que a taxa praticada é muitas vezes acima da taxa média, as suas chances de construir um acordo favorável ao seu cliente são melhoradas, pois é esperado que você obtenha provimentos judiciais favoráveis ao seu cliente. Mas a nossa metodologia possibilita buscar acordos altamente vantajosos mesmo naquelas situações em que o aspecto processual se apresenta menos favorável ao cliente. Tenha isso sempre em mente! 3.2. Calculadora do cidadão Para acesso à calculadora do cidadão, no site do Banco Central: Clique aqui para acessar Com este recurso você conseguirá verificar se a taxa informada no contrato do seu cliente é, de fato, a que está sendo cobrada pelo banco. Sendo encontrada uma discrepância, ela pode e deve ser explorada como uma forma de demonstrar que o banco está faltando com o seu dever de portar-se de acordo com a boa-fé objetiva e com a transparência no provimento de informações, princípios estes que são basilares nas relações de consumo. 3.3. Lançamento dos dados na planilha Dica dos Professores! Lembre-se sempre de deixar salva uma matriz da planilha não preenchida, e sempre que for trabalhar em algum caso, faça um “salvar como”. Mas, atenção: caso você, por alguma razão, perca a sua matriz, basta entrar na área do aluno do método ADB PRO e fazer novo download da planilha matriz constante no nosso material! SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas www.ibijus.com 24 Bom, o lançamento dos dados na planilha é a parte em que os alunos mais têm dúvidas. Portanto não se constranja de fazer uso do “Pergunte ao Professor” para esclarecer as suas dúvidas. Nosso objetivo é que você aprenda como utilizar esta importante ferramenta da maneira certa! Aqui, vale lembrar uma questão muito importante: quanto mais você praticar, mais facilidade terá com a planilha. Portanto, mãos à obra! 3.4. Identificação do saldo devedor atual e do valor incontroverso Com a planilha consegue-se produzir dois tipos de informações; então, a primeira orientação é: lembre-se de manter cada informação na sua aba correta. Isso é muito importante para alcançar o correto resultado no manejo da planilha. Feita essa orientação inicial, é preciso dizer que por meio da planilha você poderá (I) sustentar o saldo devedor atual em patamar inferior ao que está sendo exigido pelo banco, como também (II) identificar o valor correto da prestação. Esta será a base para você atender ao requisito legal de indicação do incontroverso. 3.5. Recálculo da prestação para fins de depósito (se for o caso!) Preste muita atenção no recálculo da prestação. E lembre-se que há duas modalidades para encontrar este valor: uma mais conservadora e outra mais arrojada. Na primeira modalidade utiliza-se a metodologia que tende a ser mais aceita: primeiro se computam os juros do período e depois se amortiza a prestação. Na segunda modalidade, de maneira contrária, primeiro a prestação é amortizada do saldo devedor, para somente depois serem computados os juros do período. 3.6. Verificação das tarifas cobradas e eventual existência de seguro prestamista Muito embora este item interfira pouco no cálculo final, é sempre um elemento a mais e que acaba modificando o valor devido. Portanto vale a pena fazer esta verificação. 3.7. Elaboração da defesa na busca e apreensão ou dos embargos à execução Agora, de posse de todos estes elementos, você está preparado para começar a montar a sua peça de defesa, seja na busca e apreensão ou por meio da apresentação de embargos à execução. Não se esqueça de fazer uso do modelo que disponibilizamos no material do curso. Esse modelo é a nossa sugestão de peça a ser seguida. Mas, fique atento: o modelo disponibilizado não está pronto para você simplesmente lançar a SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 25 sua assinatura ao final; sempre haverá algum detalhe do seu caso concreto que exigirá da sua parte a realização de pequenos ajustes. Isso sem falar que cada profissional tem o seu estilo. Por isso, o ideal é que você, aos poucos, desenvolva suas peças personalizadas, tendo como base o nosso modelo. E o mais importante: lembre-se que os professores estão dispostos a te acompanhar nesta caminhada. Portanto, não se constranja de encaminhar as suas dúvidas. Os professores sabem que a construção deste conhecimento é trabalhosa! E, como sempre frisam nas aulas e eventos, nem sempre eles tiveram alguém ao lado para esclarecer as suas dúvidas. Essa, certamente, é uma realidade que não queremos que você experimente! Nosso papel é te auxiliar a tornar sua caminhada mais fácil! www.ibijus.com 26 A petição inicial da revisional deve contemplar uma argumentação séria e que leve em consideração o caso concreto, pois as demandas genéricas tendem a serem rechaçadas com decisões genéricas 4.1 Descrição dos fatos. Os contratos devem ser expressamente identificados com indicação de valores, datas e encargos. Exemplo: PARTE 1 – IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DA CAUSA E SUA EXTENSÃO 1 - DOS FATOS O autor celebroucom a instituição financeira demandada contrato de: - financiamento de veículo automotor, em DATA; - emissão de cartão de crédito, em DATA; - mútuo – crédito direto ao consumidor, em DATA; - conta corrente com limite de cheque especial, em DATA. No entanto, o Réu exacerbou na cobrança de encargos, de modo a configurar ato ilícito passível de ser revisado pelo Poder Judiciário, a fim de que os encargos contratuais sejam adequados ao limite legal e contratual. Nesse sentido, necessária a revisão do contrato firmado entre as partes desta demanda, nos termos que seguem expostos. Detalhar neste tópico as circunstâncias concretas é o melhor, pois para o Poder Judiciário as pessoas tendem a ser vistas como números. SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA Capítulo 04 – Ação revisional. Petição inicial 4. Tópicos analisados neste capítulo: Como montar uma petição inicial que aumente as chances de sucesso do seu cliente O depósito do valor incontroverso no novo CPC Adequação aos entendimentos jurisprudenciais Exibição de documentos e tutela provisória Exame detalhado da petição inicial www.ibijus.com 27 4.2 O depósito do valor incontroverso no novo CPC. O depósito do valor incontroverso é um requisito desenvolvido pela jurisprudência para a garantia do juízo em casos em que se pede a concessão de liminares em ações revisionais bancárias. Atualmente, a indicação do valor incontroverso passou a ser, também, requisito da petição inicial. Sua ausência pode implicar no indeferimento da exordial, conforme disposto no art. 330, I c/c §§2º e 3º, do CPC. CPC, Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; (...) §2º. Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. §3º. Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. Exemplo: PARTE 2 – SOLICITAÇÕES INICIAIS: depósito do incontroverso, exibição de documentos e tutela provisória. 1 - DO ATENDIMENTO AO ARTIGO 330 §§ 2º e 3º DO CPC Em atendimento ao previsto no artigo 330 §§ 2º e 3º, do CPC, a parte autora apresenta a planilha de cálculo em anexo, denominada CÁLCULO DA PRESTAÇÃO, que aponta o saldo devedor: (i) CONTRATO XX: na data de XX/XX/XXXX, no importe de R$ XXX; (ii) CONTRATO XX: na data de XX/XX/XXXX, no importe de R$ XXX; A parte autora tem consciência de que a memória de cálculo ora apresentada é unilateral. Produzida inclusive por exigência de requisito legal. Por tal razão, registra que, a depender da prova técnica, a parte Autora reserva-se ao direito de readequar sua posição: (i) em se confirmando saldo devedor superior ao apontado inicialmente, promoverá complementação dos depósitos, demonstrando sua boa-fé; (ii) em se confirmando saldo devedor inferior ao apontado inicialmente, pede-se a inclusão do excedente a maior no pedido de devolução/compensação. SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 28 Assim sendo, a parte autora, em cumprimento ao requisito legal, informa que depositará nos autos o valor incontroverso, motivo pelo qual requer autorização judicial para abertura de conta judicial vinculada ao feito. 4.3 Adequação aos entendimentos jurisprudenciais As causas de pedir devem ser diretas e objetivas. Para aumentar a chance de tramitação e de êxito devem estar embasadas na jurisprudência; preferencialmente, em precedentes vinculantes. Exemplo: SUMÁRIO DA PETIÇÃO INICIAL PARTE 1 – IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DA CAUSA E DEPÓSITO DO INCONTROVERSO. PARTE 2 – SOLICITAÇÕES INICIAIS: TUTELA PROVISÓRIA E EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. PARTE 3 – CAUSAS DE PEDIR FUNDADAS NA CONTRATAÇÃO E EM PRECEDENTES VINCULANTES E/OU JURISPRUDÊNCIA DO STF E DO STJ. PARTE 4 – REQUERIMENTOS FINAIS E DE PROVAS PARTE 5 – PEDIDOS Também é importante destacar que não devem ser lançados argumentos baseados em teses já superadas por precedentes consolidados dos Tribunais Superiores. Aliás, essa é uma das exigências para concessão de tutela provisória em sede de ação revisional bancária. 4.4 Exibição de documentos É de todo relevante que se notifique o Banco para exibir toda a documentação necessária: contratos e extratos bancários até 15 dias antes do ajuizamento da ação, por meio de carta com Aviso de Recebimento (AR). A negativa do envio da documentação ou o silêncio dará ensejo a um pedido de exibição de documentos. Exemplo: 1 – DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. O Autor não possui os registros completos da contratação, faltando-lhe: (i) Instrumentos de contrato; e (ii) Extratos com movimentação do fluxo da operação; SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 29 (iii) Saldo devedor atual. Por tal razão notificou o Réu a fim de que lhe ofertasse tais documentos, no entanto, não foi atendido. A título de reforço argumentativo, relembra-se se tratar de relação de consumo, em que a inversão do ônus da prova é prevista (art. 6º, CDC), bem como por se tratar o banco de ente submetido a regramento do BACEN, tem o dever de manutenção e guarda de documentos, de modo que lhe incide a hipótese de maior facilidade para apresentação da prova, incidindo também a regra da distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, § 1º, CPC). Assim, pede-se seja o Réu intimado para que apresente em juízo a totalidade dos registros que envolve a relação contratual das partes, sob as consequências da presunção de veracidade em relação às afirmações constantes nas causas de pedir que seguem, conforme art. 400, do CPC. A negativa ou o silêncio em relação exibição de documentos em juízo irá atrair a presunção de veracidade em favor do consumidor, nos termos do art. 400, do CPC. CPC, Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se: I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398 ; II - a recusa for havida por ilegítima. Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido 4.5 Prova pericial A prova pericial é de fundamental importância para a boa condução da ação revisional. Ela traz benefícios porque é a única forma de demonstrar a capitalização da Tabela Price ou mesmo dos abusos, visando, assim, restabelecer a taxa média de mercado dos juros remuneratórios. Exemplo: PARTE 4 – REQUERIMENTOS FINAIS, DE PROVAS, DE REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO 1 – DA PROVA PERICIAL A parte Autora desenvolveu inúmeros argumentos de natureza financeira, os quais envolvem o exame do caso concreto. SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 30 Muito embora bem embasados os argumentos em qualificados PRECEDENTES do STJ, os mesmos necessitam de corroboração por meio de prova técnica. Veja-se inclusive PRECEDENTE VINCULANTE do STJ nesse sentido, TEMA 572: Tese Firmada: A análise acerca da legalidade da utilização da Tabela Price - mesmo que em abstrato - passa, necessariamente, pela constatação da eventual capitalização de juros (ou incidência de juros compostos, juros sobre juros ou anatocismo), que é questão de fato e não de direito, motivo pelo qual não cabe ao Superior Tribunal de Justiça tal apreciação, em razão dos óbices contidos nas Súmulas 5 e 7 do STJ. É exatamente por isso que, em contratos cuja capitalização de juros seja vedada, é necessária a interpretação de cláusulas contratuais e a produção de prova técnica para aferir a existência da cobrança de juros não lineares, incompatíveis, portanto, com financiamentos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação antes da vigência da Lei n. 11.977/2009, que acrescentou o art. 15-A à Lei n. 4.380/1964. Em se verificando que matériasde fato ou eminentemente técnicas foram tratadas como exclusivamente de direito, reconhece-se o cerceamento, para que seja realizada a prova pericial. Assim sendo, requer seja deferida a provação de prova técnica, perícia contábil, para fins de confirmação dos argumentos acima lançados, sob pena de cerceamento de defesa, pedindo-se, desde já, aplicação dos efeitos do art. 400, do CPC, em caso de negativa de exibição dos documentos necessários para realização da perícia. É de todo positiva essa prova, pois ainda que não traga os resultados esperados, ela servirá para viabilizar a autocomposição, seja pelo tempo de maturação, que naturalmente aproxima partes bem orientadas por advogados conscientes de seu papel de solucionar a questão ao invés de apenas perseguir uma sentença. www.ibijus.com 31 Capítulo 05 – Negociação de débitos bancários 5. Tópicos analisados neste capítulo: O papel desempenhado pela negociação em ações de direito bancário A dinâmica da negociação bancária Preparação do processo negocial Registrato - informações reportadas pelo Banco Central Como aproveitar as “janelas de oportunidade Chega-se, agora, à fase de negociação de débitos bancários. Lista-se a seguir os 12 passos considerados essenciais para se ter sucesso em processos de negociação de dívidas bancárias: 1. Conhecer a realidade do cliente. Entrevista técnica 2. Estabelecer o perfil do cliente 3. Em conjunto com o cliente, definir as possibilidades e a estratégia a ser seguida. 4. Realizar a avaliação objetiva do caso 5. Estabelecer saldo devedor atual 6. Estabelecer valor da parcela, se for o caso 7. Identificar o valor do Registrato 8. Definir BATNA e ZOPA 9. Ir a campo. Coloque-se à disposição para negociar 10. Elabore uma história convincente 11. Não se constranja de formular propostas incrivelmente baixas 12. Tenha paciência e seja perseverante 5.1. O papel desempenhado pela negociação em ações de direito bancário Os tempos atuais revelam uma tendência: cada vez mais as pessoas percebem as vantagens de buscar uma solução negociada para os seus litígios. As razões dessa tendência são as mais variadas: uma das mais comuns é que, na maioria das vezes, o alargado tempo dos processos judiciais traz mais prejuízos para as partes envolvidas. Não raro, uma solução tardia não é mais uma solução, pois chegou tarde demais. Nos domínios do Direito Bancário esta realidade já está consolidada há muitos anos. É comum se ouvir que quando falamos de bancos uma característica incontestável deste segmento é o seu pragmatismo. Para o bem ou para o mal, essa é uma verdade! Há uma frase que diz que os bancos não têm coração. Mas, o advogado que é um bom profissional atuante no Direito Bancário irá fazer uso deste pragmatismo em seu favor, e em favor do seu cliente. SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 32 Os bancos não tendem a pensar segundo a lógica do dogmatismo jurídico ou segundo a lógica do sistema legal. Em situações especiais e estratégicas, é verdade que atuam de forma organizada e institucional, influenciando o Poder Judiciário, a fim de obter definições legais e jurisprudenciais que os beneficiem. Isto é no atacado, e está relacionado inclusive com o jogo de forças políticas em nosso país. Porém, no varejo - ou seja, nas operações bancárias do dia a dia -, que é o nosso principal foco de atenção, os bancos tendem a raciocinar segundo a lógica da maximização dos resultados e dos recursos que têm à disposição. Nesta seara os ganhos financeiros são mais importantes do que os ganhos judiciais. Entenda: aos bancos interessa (e sempre interessou!) receber hoje um valor um pouco menor, ao invés de ficar aguardando dois ou três anos para talvez, quem sabe, receber um valor um pouco maior. Os bancos raciocinam segundo o valor do dinheiro no tempo. Receber mil reais hoje e colocar este dinheiro para girar de novo na ciranda financeira é muito mais lucrativo do que sustentar uma discussão judicial, que o obriga a manter provisionados para eventual perda futura um valor que pode ser até 10 vezes maior. A obrigação de constituir provisão para devedores duvidosos - a PDD - é um aliado importante do advogado de clientes bancários. Portanto, é fundamental que você domine minimamente este conhecimento e que esteja consciente de que, mesmo perdendo tudo no processo judicial, você ainda tem chances maravilhosas de fechar acordos vantajosos para os seus clientes. Acordos esses que lhe renderão bons honorários. 5.2. A dinâmica da negociação bancária E como funcionam estas negociações? Bom, o ponto básico dos bancos é que eles sempre procuram otimizar os resultados. Por conta disso, ao longo dos tempos, eles foram estruturando um processo de trabalho - que inclui o processo negocial para recuperação de crédito - desenvolvido para atender a esta otimização, ou maximização dos resultados. O efeito disso é que eles sempre procuram receber o máximo possível de seus clientes, estejam eles em dia ou em atraso. Confira as notícias sobre os lucros dos bancos e você vai visualizar isso que a gente está dizendo :) Porém, eles precisam encontrar um equilíbrio entre, de um lado, receber o máximo possível ou, de outro lado, não receber nada. Não podem matar a galinha dos ovos de ouro. Existem estudos sofisticados de microeconomia que cuidam disso, levando em conta a elasticidade de oferta e demanda de crédito, entre outros. Não é o foco do nosso curso, e você nem precisa aprender tudo isso. O que precisa saber é que para seguir mantendo os seus altos índices de lucratividade, os bancos precisam - é isso mesmo, precisam - ceder descontos importantes a uma parcela de SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 33 seus clientes. O bonito desta brincadeira é que, por um lado, os bancos não podem “abrir a porteira”, ou seja, não podem ofertar descontos generosos para todos os clientes, pois isso faria com que ninguém mais pagasse a “conta inteira”, pois todos saberiam que têm a chance de receber um desconto expressivo. Isso quebraria os bancos. Mas por outro lado, se eles endurecem com todos os clientes, também deixarão de receber muitos valores, uma vez que uma grande quantidade de clientes simplesmente não tem como pagar tudo que os bancos exigem. É neste balanço entre estas duas extremidades que entra o profissional de Direito habilitado a trabalhar com negociações bancárias. A essência do nosso trabalho consiste em fazer com que os nossos clientes sejam incluídos no seleto clube dos felizardos que são agraciados com os generosos descontos que os bancos sempre dão. Pense da seguinte maneira: a cada ano os bancos definem um estoque, ou um volume de descontos, que precisarão conceder como forma de manter o mercado vivo, operando e gerando-lhe os resultados maravilhosos que gera. A definição de quem terá direito a livrar-se das obrigações bancárias pagando bem menos do que o devido vai depender da avaliação de cada caso, e do convencimento de quem decide pelo banco, de que determinado caso merece receber um desconto. E se você for feliz em convencer este tomador de decisões, você alcançará o pote no final do arco-íris. Este não é um jogo para amadores. E nós queremos te dar os parabéns, pois você está entrando para o time dos profissionais que entendem esta lógica e, por conta disso, alcançam resultados extraordinários, para si e para seus clientes. 5.3. Método de negociação de Harvard No material do curso você encontrará um suplemento especial, preparado pela equipe do projeto Solução de Conflitos, que é nosso parceiro, falando detalhadamente sobre o Método de Negociação de Harvard. Esse método é um dos referenciais teóricos da formação dos conciliadores e mediadores do Poder Judiciário. Recomenda-se, fortemente, a leitura deste suplemento, pois ele agregará um valor excepcional à sua prática na advocacia e às suas habilidades como negociador. Em relação ao suplemento sobre o Método de Negociação de Harvard,mais especificamente no ponto específico de avaliar segundo critérios objetivos, como comentário adicional, frisa-se a observância de 3 pontos. PRIMEIRO: Revise as informações do contrato, em especial quanto às taxas de juros praticadas, SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA www.ibijus.com 34 fazendo uma comparação com a taxa de juros média do mercado. Retome os ensinamentos da aula sobre defesa judicial. SEGUNDO: Revise em detalhes a planilha de cálculos, para pode ter argumentos objetivos quanto ao saldo devedor atual, e também quanto ao valor da prestação devida, dependendo da modalidade de contrato com que você estiver trabalhando. TERCEIRO: E quanto ao Registrato, aqui segue o link para você indicar ao seu cliente. Uma sugestão muito valiosa é que você faça o seu próprio cadastro. Assim você ganhará mais segurança para conversar com o seu cliente e também terá mais facilidade para orientá-lo. Clique aqui para acessar Lembre-se que a função do Registrato no processo negocial não é apontar qual o valor que o banco está autorizado a cobrar. Este valor, na realidade, serve como um referencial, pois aponta o que equivale ao saldo contábil. Ou seja, se o banco receber este valor, não terá prejuízo contábil. Mas, também é necessário se dizer que as obrigações legais constantes do contrato são um pouco maiores e constituem o saldo financeiro. E, é na diferença entre um e outro que está o resultado positivo do banco, naquela operação determinada. Neste intervalo, ou mesmo abaixo dele - abaixo do saldo contábil constante do Registrato - que se abrem as possibilidades para os acordos vantajosos. SEGUNDO BLOCO - ENTRANDO NO CAMPO DE BATALHA https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/p/REGISTRATO www.ibijus.com 35 TERCEIRO BLOCO A ESPIRAL DO SUCESSO Capítulo 06 – Relacionamento com o mercado 6. Tópicos analisados neste capítulo: Marketing jurídico ético – como atrair a atenção de potenciais clientes Presença digital Relacionamento com o cliente A importância do “pós-venda” 6.1 MARKETING JURÍDICO ÉTICO E CONSTRUÇÃO DE UMA AUTORIDADE Entre a advocacia brasileira uma questão bastante sensível é a discussão do marketing profissional. Dadas as características das atividades desenvolvidas, são diversas as restrições impostas para que o advogado faça a publicidade da sua atuação. Como é sabido, é o advogado obrigado à observância das regras sobre o tema previstas no Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (Resolução nº 02/2015 do Conselho Federal da OAB). Observe-se: CAPÍTULO VIII - DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados www.ibijus.com 36 na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39. Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. Art. 42. É vedado ao advogado: I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social; II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. §1º. Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido. §2º. É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 37 Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico. Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo. Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela. Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão ser complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes do presente Código. que seja realizada a prova pericial. Sem dúvidas, a leitura atenta e a compreensão dos dispositivos legais acima destacados são imprescindíveis para que o advogado possa nortear suas ações de marketing de modo a dar efetiva publicidade a sua atividade e seguir os estritos padrões impostos pelo órgão de classe. Sintetizando as disposições normativas supracitadas, pode-se dizer que são três as diretrizes basilares a serem seguidas pelo advogado: sobriedade, discrição e caráter informativo. Resumem-se essas diretrizes em ações que produzem conteúdos informativos e de grande valor; não sendo uma mera propaganda do profissional e sua atuação. Isso é o que se chama de marketing de conteúdo (inbound marketing). Trata-se, portanto, demodalidade de publicidade que busca a divulgação de conteúdos jurídicos de forma mais abstrata, visando atingir um público que tem interesse no assunto e passará a te reconhecer como um expert. Constrói-se, assim, uma autoridade. Essa é uma modalidade de marketing plenamente alinhada às premissas firmadas no Código de Ética da OAB. A divulgação de informações relevantes traz para você a audiência de pessoas que têm interesse no assunto e que irão te reconhecer como autoridade dentro do Direito Bancário. Esse reconhecimento acaba por te trazer clientes mais qualificados, que entendem a necessidade de buscar um advogado expert na causa e, até mesmo, pagar a mais (dentro de um valor justo!) pela prestação daquele serviço jurídico especializado. Identificar-se e construir uma autoridade de expert na resolução de demandas bancárias o retira de nicho de advogados generalistas, pouco valorizado pelo mercado e pelos seus pretensos clientes. TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 38 6.2 MARKETING DE CONTEÚDOS: DICAS E ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO Bom, o marketing de conteúdo é, em realidade, uma estratégia que requer seu empenho para a conquista de resultados a médio e a longo prazos. Portanto, quanto antes você começar a utilizar essa técnica, mais cedo você colherá os resultados almejados. E aqui vão algumas dicas para te ajudar nesse processo de afirmação da sua autoridade no trato do Direito Bancário: • Utilize suas redes sociais para realizar o marketing de conteúdo, dando especial enfoque ao Facebook e Instagram; • Planeje e tenha periodicidade nas suas publicações; • Programe-se para, ao menos, fazer uma publicação semanal; • Dentre os conteúdos compartilhados nas redes sociais você pode optar por apresentar notícias, novidades legislativas e jurisprudenciais; • Atenção para a linguagem utilizada nas suas publicações: lembre-se de evitar o uso do “juridiquês”. Seu foco com este conteúdo é atingir pretensos clientes e não colegas de atuação; • É importante ter em mente a necessidade de que os conteúdos técnicos utilizados nas suas publicações devem ser sempre trazidos junto a comentários em que você procure elucidar o tema para o seu público (seu pretenso cliente!); • Você também pode investir em um Blog, para reunir ali as publicações feitas nas suas redes sociais; • Uma estratégia interessante é manter dentro do seu Blog um campo para que as pessoas se cadastrarem caso queiram receber alertas de novas publicações suas. As dicas acima elencadas te auxiliam a criar, ou mesmo fortalecer, a sua presença digital. E por isso são os primeiros passos a serem seguidos rumo à construção de sua autoridade dentro da advocacia bancária. O meio digital na contemporaneidade é, sem sombras de dúvidas, um grande difusor de ideias, marcas e conceitos. Sendo assim, a presença digital para o advogado, indubitavelmente, facilita o seu reconhecimento pelo público em geral e o auxilia na difusão do seu marketing de conteúdo. Mas, em um próximo passo, mais elaborado, buscando firmar a sua autoridade na área, você pode: • Ministrar palestras, seminários ou aulas em ambientes diversos (acadêmicos, profissionais e empresariais); • Investir na confecção de artigos. TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 39 6.3 COMBATENDO AS PRINCIPAIS OBJEÇÕES DOS CLIENTES Após você firmar sua autoridade no Direito Bancário você começará a receber o contato de pretensos clientes, querendo melhor saber as possibilidades de contratar dos seus serviços para resolver dependências bancárias. Nesta fase é muito comum que o cliente chegue até você cheio de objeções. É preciso quebrar essas objeções para que você consiga fechar contratos com ele. A seguir serão elencadas as principais objeções vindas de clientes com débitos bancários e os respectivos argumentos e atitudes a serem tomados para combatê-las: 1. “Vou entrar para a lista negra dos bancos e vão bloquear meu crédito” • Deixe claro ao cliente que não existe lista negra entre os bancos. Os bancos, na realidade, precisam de clientes para emprestar. Se realmente existisse a tal lista negra a quantidade de pessoas aptas a contratar seria muito restrita. • Pondere que somente existem cadastros regulares e a análise de crédito no âmbito interno de cada banco. 2. “Se eu perder a ação vou gastar ainda mais” • Pontue ao cliente que as ações judiciais sempre têm riscos. O risco é ínsito ao nosso Judiciário. • Pondere que você não está vendendo falsas ilusões. Que pela análise do caso concreto você pode dizer que as chances de reduzir o débito são bem maiores do que vir a pagar ainda mais, mesmo considerando seus honorários advocatícios. 3. “Não sei se o Dr(a) está realmente preparado(a) para me atender” • Esta é uma objeção muito comum e deve ser trabalhada desde os primeiros contatos. Por isso é muito importante construir autoridade e produzir conteúdo de qualidade nas suas ações de marketing. • Tenha disposição para expor ao cliente o funcionamento da ação, falar sobre as possibilidades e os riscos. Tudo isso de forma muito franca, pois assim você o tranquilizará acerca da sua atuação profissional. 4. “Se eu contratei, terei que pagar” • Esclareça que, de fato, deve-se pagar aquilo que é contratado. Mas, isso não o impede de discutir judicialmente eventual irregularidade constante no contrato bancário. • A revisão dos valores envolvidos no contrato será feita por um juiz. E ao TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 40 ingressar com a demanda busca-se que a Justiça aponte o valor correto a ser pago naquele contrato. • A ação judicial também abrirá caminho para um possível acordo com o banco. É comum eles aceitarem um valor menor e, ainda assim, saírem ganhando. 6.4 RELACIONAMENTO COM O CLIENTE E O PÓS-VENDA Na fase inicial da contratação é muito comum ouvir dos clientes algumas reclamações em relação ao advogados. As principais são: • Questionamento acerca do valor dos honorários Primeiro aspecto, tenha firmeza na cobrança dos seus honorários: não se intimide de passar ao cliente os valores cobrados. Observe os critérios de precificação analisados no curso e tenha a certeza da justeza daquele valor. Esclareça seu cliente da responsabilidade que você assume como profissional naquela causa e aponte a ele os riscos que você assume sobre questões mal conduzidas no processo. Também trabalhe com a ideia do “valor” dos seus serviços. O “valor”, diferentemente do “preço”, é uma medida subjetiva. O cliente precisa perceber que o valor da sua atuação lhe trará benefícios superiores aos preço: ele terá resultados e a resolução da sua dor. • Demora em protocolar ação Seja claro com seu cliente desde a primeira reunião e, especialmente, na contratação: alerte-o do tempo que será necessário para que você protocole a sua ação. Se você precisa de um tempo para pesquisa e amadurecimento de ideias, deixe isso claro. O cliente precisa ter ciência dessas necessidades para ter confiança na sua atuação. • O advogado não fala a língua do cliente Esse é um erro muito comum aos advogados. Muitos profissionais acabam utilizando um linguajar extremamente técnico com o cliente, impregnado com o famoso “juridiquês”, no afã de assim firmar sua autoridade com o público leigo. Ledo engano! É sim importante demonstrar ao cliente que você tem técnica e conhecimento jurídico necessário para defendê-lo em juízo. Mas, o cliente também precisa compreender o que você diz. Seu cliente não estará disposto a fechar contrato com você se ele sair das reuniões sem o menor entendimento do que você diz. TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 41 Então, lembre-se: você não está impedido de mostrar ao cliente seu conhecimento técnico. Mas, tenha o cuidado de traduzir esse conhecimento em uma linguagem acessível ao público leigo. Mostre-se disposto a tirar eventuais dúvidas e cientificar seu cliente dos direitos que ele de fato possui nas contrataçõesbancárias. Mas, não se engane: seguindo as dicas acima você vai conseguir conquistar a confiança do seu cliente e fechar contrato com ele. Porém, isso não pode significar só encontrar ele nos momentos fixados para o pagamento dos seus honorários ou apenas ao final do processo para lhe trazer a sentença proferida. É preciso cuidar da relação advogado/cliente para que o pós- venda seja tranquilo e você mantenha a confiabilidade conquistada na contratação. O pós-venda, ordinariamente, é marcado pelas reclamações a seguir elencadas: • “Depois da contratação não consegui mais falar com o meu advogado” • “Meu advogado não me atualiza sobre o andamento do meu processo e demonstra impaciência quando eu peço informações” • “Acredito que o meu advogado está trabalhando pouco ou nada fazendo para o meu processo ter andamento” • “Meu advogado perdeu documentos que o entreguei” • “Meu advogado não está atento aos prazos do processo” Todas as objeções supracitadas traduzem-se em uma questão: a insegurança do cliente em relação àquela contratação. Por isso, o advogado precisa refletir sobre essas reclamações e buscar estratégias para minimizá-las. Primeira reflexão: embora para você aquele possa ser só mais um processo, muitas vezes o cliente encara um processo como um grave problema que precisa extirpar da sua vida. Portanto, é preciso compreender a ansiedade do cliente. Após a contratação, mantenha com ele um canal de comunicação constante, pois isso o tranquilizará. Sabe-se que os processos judiciais são, por vezes, bastante morosos e que é possível que durante meses não se tenha um andamento sequer. Mas, não utilize essa morosidade como uma desculpa para não contactar o seu cliente. Crie uma rotina de comunicações, mesmo que seja para avisar que não houve qualquer movimentação judicial no processo. Certamente, ao adotar essa conduta o seu cliente terá a percepção de que o advogado está atuando no processo e fazendo seu acompanhamento, esforçando-se para uma rápida solução do problema. E mais, com essa comunicação constante você o preparará para o recebimento do resultado do processo: seja ele favorável ou não aos seus interesses. Lembre-se: conquistar um novo cliente demanda muito mais energia do que manter um cliente já existente. E mais: um cliente satisfeito te indicará como autoridade naquela área e te auxiliará a ampliar sua carteira de clientes, fazendo a sua indicação para, em média, outras 5 pessoas. Mas, atente-se: um cliente insatisfeito tende a passar suas dores para, pelo menos, outras 11 TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 42 pessoas! Acostume-se a passar ao cliente um ideia realista da rotina de seu escritório. Esclareça seus horários e canais de atendimento, sempre mantendo uma via aberta para eventuais emergências. Comprometa-se com ele conforme a sua agenda e necessidade profissional: se você precisa de uma semana para confeccionar e protocolizar uma inicial, deixe isso claro. Caso seja urgente o protocolo e você não possa atendê-lo, prefira dispensar o cliente a não cumprir com aquela urgência. Invista no gerenciamento de rotina. No material do curso (slide da aula) temos uma indicação que poderá te auxiliar nesse ponto. Tome como meta responder seus contatos em curto prazo, dando prioridade de resposta para aquelas situações de urgência. Portanto, reserve na sua agenda diária um horário para que você possa comunicar-se com seus clientes e retornar seus contatos. TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 43 Capítulo 07 – Técnicas de fechamento de contratos 7. Tópicos analisados neste capítulo: Identificação da dor do cliente Conhecimento do seu produto e dos benefícios que ele trará ao cliente Apresentação de provas sociais Definição de listas para uma atuação mais eficiente no mercado Necessidade de identificação do tomador de decisões Sequência de perguntas para venda Avaliando os resultados de uma reunião 7.1 INTELIGÊNCIA DE MERCADO Quando trabalhado o marketing de conteúdo frisou-se a necessidade de que você desenvolva a sua autoridade no Direito Bancário para que assim consiga fazer uma publicidade ética da sua atuação profissional entre potenciais clientes. Frisaram-se, ainda, dicas e estratégias para vencer objeções de seus clientes e assim conseguir fechar contratos. Agora, neste novo capítulo, serão repassadas dicas mais avançadas sobre fechamentos de contratos, para que você conquiste um público mais elevado e com maior potencial de garantir a sua carteira de clientes. O caminho para o sucesso consiste em aprender a receber NÃO’s e tirar dessas negativas lições de aprimoramento. E, a primeira lição é: para vendas complexas não adianta trabalhar técnicas de fechamento de contratos simples. Ora, decerto a prestação de serviços jurídicos para uma empresa ou pessoa física trata-se de uma venda complexa, vez que envolve a prestação de serviços a médio e longo prazo, que trará afetação para o cliente de forma ampla, podendo atingir terceiros. Tudo isso faz com que a decisão de contratar um advogado, por vezes, seja alvo de deliberação por mais de uma pessoa e envolve uma necessária empatia entre contratante e contratado. É justamente por isso que as técnicas avançadas de fechamento de contratos mostram-se adequadas para o segmento. Antes de lançar-se o mercado em busca de novos clientes para fechar contratos invista em um prévio planejamento de ações a serem implementadas para alcançar aquele seu objetivo. Para bem oferecer o seu serviço ao cliente é preciso compreender a sua utilidade para sanar a dor ou a necessidade do cliente. Nesta fase é preciso que você traga, de forma bem clara e objetiva, as razões pelas quais o cliente deve se dispor a ingressar com uma ação judicial. Pontue e passe ao seu cliente as vantagens que poderão ser auferidas e que o estimulariam a enfrentar TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 44 os percalços de um processo judicial. Para tanto é preciso que você estude o seu mercado e conheça suas particularidades. Somente com esse conhecimento será possível definir as necessidades dos clientes e levar a eles soluções jurídicas necessárias. Invista em pesquisas acerca de ações similares àquelas que você irá propor aos seus clientes para que tenha condições de trazer, de forma mais concreta, os possíveis benefícios auferidos. Faça essa análise a partir de casos em que você já tenha atuado, busque casos de colegas ou mesmos processos públicos. Essas provas sociais, decerto, são muito importantes para o fechamento de contratos, sendo um importante gatilho de vendas. Realize um estudo meticuloso de casos para passar ao cliente confiança, expressando, por exemplo, em um percentual a probabilidade de êxito dessas ações em nosso Judiciário. 7.2 DEFINIÇÃO DE LISTAS Um grande erro daqueles que buscam fechar contratos é não confeccionar uma lista prévia com a relação de seus pretensos clientes. A confecção de uma lista é essencial para que você defina o perfil de clientes pretendido e saiba, de antemão, suas particularidades e necessidades. Recomenda-se que antes de iniciar as visitas você tenha montada uma lista com cem nomes de empresas. Busque essas empresas em fontes diversas: através de pesquisa via Google, sindicatos, LinkedIn, entre outros. De posse dessa lista de pretensos clientes, realize uma seleção desses contatos, ordenando-os por suas características. Isso é importante porque é muito comum que no início das visitas você ainda se sinta inseguro ou desconfortável em fazer aquela abordagem comercial. Mas, com o passar das visitas acaba-se ganhando confiança. Portanto, é mais estratégico deixar para as visitas finais aqueles clientes de maior potencial. E tenha em mente: um NÃO não significa uma perda, mas sim um aprendizado! Não desanime! É assim mesmo! Finalizada as visitas às cem primeiras empresas de sua lista, monte sua próxima lista de visitas. Você vai perceber que quanto mais repetiresse processo maiores serão suas taxas de fechamento de contratos. A prática te dará segurança perante seus clientes e isso será um ponto diferencial para ele fechar um contrato com você. 7.3 AGENDAMENTO E ABERTURA DE REUNIÕES A fase seguinte à de confecção das listas è a de agendamento de reuniões. E, para que você TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 45 obtenha sucesso aqui é imperioso identificar o tomador de decisões daquela empresa e buscar contato com ele. Mas, atenção: é preciso seguir um protocolo de mercado para garantir o seu sucesso. Todo CEO de uma empresa terá um assessor ou secretária responsável pelo cuidado de sua agenda de reuniões. E você deve seguir esse mesmo protocolo: como CEO do seu escritório, deve ter alguém responsável por realizar o contato inicial com a secretária ou assistente do CEO daquela empresa que pretende fechar contratos. É possível, ainda, que seja necessário fazer um breve adiantamento da reunião para que você consiga fechá-la. Não há problemas: elabore um sucinto roteiro da sua proposta e seus objetivos e entregue para que o responsável pelo agendamento possa compartilhar com o contato do seu cliente. Deixe claro nesse resumo que aquele contato é de interesse do cliente. Enfim, chega-se ao dia da reunião. Esteja atento à informação que sua imagem passará ao cliente: isso é muito importante! Apresente-se de forma agradável, mostrando-se à disposição para ouvir o cliente, explicar o que for preciso e entender as suas demandas. E mais: demonstre seu entusiasmo com aquele trabalho. Isso gera empatia e facilita o fechamento de contratos. 7.4 INVESTIGAÇÃO E SEQUÊNCIA DE PERGUNTAS Essa é a parte mais importante e deve-se seguir um roteiro básico. E, não se esqueça: tenha paciência e disposição para ouvir o cliente. É interessante, também, que você leve consigo material necessário para realizar apontamentos sobre a sua conversa com o cliente. Isso demonstra o seu interesse na causa. É preciso demonstrar o valor do seu serviço; por isso, identifique a dor do cliente e aponte o potencial que o seu serviço tem de trazer para ele uma solução daquele problema. Comece perguntando sobre o cenário vivenciado, passe a investigar sobre o problema e suas implicações e, por fim, apresente a sua solução para o caso. Dentro do cenário identifique o contexto atual e o histórico da empresa, buscando, ainda, ter uma visão do seu futuro. Compreenda a posição do seu cliente dentro da empresa e a história dele na área. A seguir, de uma forma sutil, busque entender os principais desafios e problemas vividos. Em seguida, de forma habilidosa, tente aumentar o problema na mente do seu cliente. para tanto, utilize como referência problema similar vivenciado por outros clientes (fatos sociais). A partir deste momento o cliente terá maior ciência do problema que ele enfrenta e da necessidade de resolvê-lo. É nesse momento que você deve perguntá-lo se ele tem interesse de conhecer uma solução para aquele problema. Tenha uma certeza: neste momento o cliente TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 46 estará muito disposto a escutar a apresentação do seu serviço, pois ele urge pela resolução do problema. Aproveite o momento para apresentar o seu serviço e identificar o quanto ele pode resolver o problema do cliente. 7.5 IDENTIFICAÇÃO DE RESULTADOS EM UMA REUNIÃO Finalizada a reunião é interessante analisar seus resultados, até mesmo para levar de lição para reuniões futuras. Mas, muito cuidado: não confunda não fechamento de contrato com insucesso na reunião. Compreenda que fechar contrato em um primeira reunião não é algo ordinário. Em regra, se você convencer o cliente a marcar uma próxima reunião, assumindo um compromisso com você, já se pode considerar que seu contato inicial com ele teve sucesso. Além disso, se o cliente é categórico e recusa a sua proposta já na primeira reunião, isso também é muito bom, pois ele te libera para seguir sua lista de visitas a outras empresas. A segunda melhor resposta depois do SIM é o NÃO rápido! TERCEIRO BLOCO – A ESPIRAL DO SUCESSO www.ibijus.com 47 PERGUNTAS FREQUENTES Qual o prazo prescricional para a revisão dos contratos bancário? E qual o prazo que os bancos têm para exigir seus créditos? O prazo prescricional para ingresso da revisional é de 10 anos. De outro modo, com fulcro no art. 206, §5º inciso I, do Código Civil, é de 5 anos o prazo para que o banco exija o seu crédito frente ao consumidor. Como localizar as séries temporais no site do Banco Central? Para uma pesquisa completa de todos os códigos e produtos acesse o link: https://www3.bcb. gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries Em seguida vá em “pesquisa avançada”, selecione “indicadores de crédito” e “taxas de juros”. Ingressar com ação revisional sem antes pagar qualquer parcela do financiamento de um bem pode caracterizar a má-fé do meu cliente? Em princípio é possível ingressar com a revisional mesmo não tendo pago nenhuma parcela. Todavia, neste caso, mesmo sendo feito o depósito em juízo do valor integral, há o risco de má-fé e de improcedência. É bom alertar o cliente sobre esse risco. Meu cliente teme ingressar com uma revisional e entrar na “lista negra” dos bancos. O que fazer? De uma vez por todas, deixe claro ao seu cliente que esse é um grande mito. Não existe essa tal “lista negra” dos bancos. O que de fato acontece é você fechar a linha de crédito dentro daquele banco com quem irá litigar. Todavia, essa relação litigiosa não traz prejuízos para o cliente frente a outras instituições bancárias. Como calcular os juros cobrados no cheque especial? Esse é um cálculo mais complexo, sendo necessária a verificação mensal da taxa de juros informada nos extratos do cliente. Caso o seu cliente não tenha essas informações, pode-se: (i) notificar o banco que as forneça; ou (ii) pedir a exibição dessas informações já no processo judicial. Como fazer o cálculo dos juros contratuais na Tabela Price? A tabela contida no nosso material é desenvolvida para contratos com prestações fixas. No caso de contratos com tabela price há dois caminhos a se seguir: (i) contratar o laudo contábil de um profissional; ou (ii) preencher a planilha do curso manualmente com as prestações já pagas, para estimar o saldo devedor presente; e, em relação às parcelas a vencer, estima-se o valor fixo até o final do contrato, na forma ensinada no curso. Frise-se que esta segunda hipótese se presta para atender o requisito legal de apontar, ainda que de forma provisória, o valor incontroverso. https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries www.ibijus.com 48 Em caso de empréstimo consignado, caso se vislumbre a possibilidade de aplicação de séries temporais diversas, qual utilizar? Aconselha-se utilizar a mais favorável ao seu cliente. Caso o banco discorde dessa aplicação, será dele o ônus de impugnação. Em caso de revisional de empréstimo consignado é possível pedir, em sede de tutela provisória, que o banco suspenda os descontos em folha enquanto discutida a ação? Em tese sim, mas as chances de êxito são baixas. Isso porque os empréstimos consignados são casos de difícil defesa, pois o cliente abriu mão de uma impenhorabilidade do salário para receber dinheiro com juros mais baixos. Um dica dica para potencializar as chances de êxito seria trabalhar sobre o enfoque do superendividamento. É interessante cancelar o cartão de crédito para ingressar com uma revisional de seus débitos? Sim, o ideal é cancelar o cartão revisado. O cliente deve abrir um novo cartão e iniciar nova relação. Assim, você terá tranquilidade para defender a ação revisional e aguardar pela melhor proposta de acordo. Ainda em relação ao cartão de crédito, é interessante orientar o cliente a jamais optar pelopagamento do valor mínimo, pois os juros são muito elevados. Como fazer prova das condições acordadas em mútuos realizados por meio de internet banking? Pode-se fazer print da tela. Caso não seja possível, pode-se pedir exibição de documentos para que a instituição financeira apresente as telas do momento em que o cliente fechou a contratação. Em caso de cobrança de taxas indevidas, debitadas no saldo do crédito rotativo, à repetição do indébito poderão ser adicionados os mesmos juros do cheque especial por todo o período com capitalização? Não, a repetição seguirá as atualizações próprias das dívidas cobradas no Poder Judiciário: juros 12% ao ano, IGPM ou outro índice de correção monetária adotado em seu estado. Quando o contrato será considerado apócrifo? Quando nele não constar a assinatura do cliente. A instituição financeira tem no seu banco de dados pré-aprovado o contrato. Qual a diferença entre a taxa efetiva e a CET? Taxa efetiva é a taxa de juros da operação, a taxa “líquida”. CET é o custo efetivo total, ou seja, é a taxa efetiva acrescida de outros custos (por exemplo, seguro, IOF e eventuais tarifas) Qual a taxa de juros deve ser lançada nas planilhas fornecidas no curso? A taxa de custo efetivo total (sem necessidade de fazer a sua divisão mensal) www.ibijus.com 49 É cabível o pedido de danos morais por não exibição de documentos? A condenação por danos morais nesta hipótese é sempre casuística. Sendo considerada mais exceção do que regra. Para a configuração do dano moral neste caso é preciso, de fato, ter havido um incômodo mais importante. No contrato de honorários fixou-se que seria devido, a título de honorários, uma porcentagem sobre a redução da dívida. Ocorre que após a assinatura do contrato o cliente renegociou a dívida diretamente com o banco. Ainda assim pode-se cobrar os valores devidos sobre a redução da dívida? E o que fazer caso o cliente se negue ao pagamento? Sim, se o acordo foi feito depois de firmado o contrato, os honorários são devidos. Recomenda- se, aliás, que essa informação esteja explícita no contrato de honorários. Sugere-se tentar a cobrança, inicialmente,uma cobrança amigável verbal. Caso não tenha sucesso, pode realizar a cobrança via email ou por correspondência. Se ainda assim não resolver, é possível ingressar com a ação de execução, com base no contrato. Ao analisar a ação de execução percebi ser caso de contrato apócrifo. Posso alegar isso em defesa do meu cliente para forçar um acordo? Se sim, como fazer? Sim, é possível arguir esta irregularidade. Você pode fazer essa arguição por petição simples nos próprios autos da execução. E, caso o banco não apresente o contrato assinado, é possível requerer a extinção do processo de execução; inclusive, com a repetição do que já foi pago. Há alguma limitação para os juros de mora? Sim, os juros de mora estão limitados a 1% ao mês. É possível que a instituição financeira realize débito em conta para o pagamento de empréstimo? Sim, mas somente se houver autorização do cliente para tal. A necessidade de autorização do cliente persiste mesmo após o cancelamento da Súmula 603, do STJ. Posso utilizar os documentos apresentados pelo banco extrajudicialmente na ação revisional? Sim, se esses documentos estiverem regularmente assinados. Mas, é bom dizer que é muito pouco comum os bancos atenderem às solicitações extrajudiciais de apresentação de documentos em tempo hábil. O depósito do incontroverso pode ser feito junto com o protocolo da petição inicial? Sim, quando da distribuição da ação pode-se expedir a guia e efetuar o depósito. Lembrando apenas que o simples depósito não implica o deferimento da liminar. É possível ajuizar revisional de crédito consignado em situações em que houve portabilidade? Sim, é possível pois a premissa é de que vícios não se convalidam. Inclusive, essa revisional poderá atingir a instituição financeira anterior, sem atingir o novo banco. A atenção que se deve ter, todavia, é um relação à prescrição decenal. www.ibijus.com 50 É possível oferecer um veículo como caução em uma negociação bancária e ficar como fiel depositário do bem? Sim. O próprio veículo financiado pode ser dado como garantia na negociação do seu financiamento? Sim. Caso a instituição financeira junte aos autos consulta ao cadastro de inadimplentes, de forma pública, abre-se a possibilidade de requerer a compensação por danos morais a favor do meu cliente? É preciso analisar bem o caso concreto nesta situação. Embora o dano moral, em regra, seja configurado in re ipsa (sem necessidade de comprovação do dano), no caso em questão parece necessário que haja, ao menos, a comprovação do dolo da instituição financeira quando da juntada desses documentos aos autos. Talvez seja interessante, tão logo seja realizada a juntada destes documentos pela instituição financeira, que você requeira, com urgência, que o processo passe a tramitar em segredo de justiça. www.ibijus.com 51 GLOSSÁRIO AR - Aviso de recebimento BACEN - Banco Central do Brasil. Site: https://www.bcb.gov.br BATNA - Best alternative to a negotiated agreement (a melhor alternativa a um acordo). Trata- se de conceito desenvolvido por dois grandes negociadores do nosso tempo, William Ury e Roger Fisher, no best-seller “Como Chegar ao Sim”. Capital de giro - É o dinheiro necessário para bancar a continuidade do funcionamento da sua empresa. Saiba mais em: http://bit.ly/2xZ24zU CCB - Cédula de crédito bancário CEO - Sigla inglesa de Chief Executive Officer (Diretor Executivo). É a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização, sendo responsável pelas estratégias e pela visão da empresa. CET - Custo efetivo total Commow law - É o sistema de Direito desenvolvido com base nas decisões dos Tribunais. É a escola predominante em países como Estados Unidos da América, Reino Unido e Inglaterra. CDC - Código de Processo Civil CPC - Código de Processo Civil IGPM - Índice Geral de Preços do Mercado Inbound marketing - Marketing de conteúdo Efeito vinculante - Aquele pelo qual a decisão tomada pelo Tribunal em determinado processo passa a valer para os demais que discutam questão idêntica. Empréstimo consignado - Empréstimo com pagamento indireto, pois as parcelas são deduzidas diretamente da folha de pagamento ou benefício da pessoa física. Em razão da segurança do pagamento, as instituições financeiras oferecem taxas de juros reduzidas para esse tipo de empréstimo. Microeconomia - Ciência que estuda o modo como as entidades individuais compõem a https://www.bcb.gov.br http://bit.ly/2xZ24zU www.ibijus.com 52 economia e atuam reciprocamente. MP - Medida provisória OAB - Ordem dos Advogados do Brasil PDD - Provisão para devedores duvidosos Registrato - Sistema criado pelo BACEN para que os cidadãos possam fazer consultas online e gratuitas de relatórios com informações sobre suas operações de crédito, bem como saber sobre seu relacionamento com instituições financeiras. Link para acesso: https://www.bcb.gov. br/cidadaniafinanceira/registrato STF - Supremo Tribunal Federal STJ - Superior Tribunal de Justiça Tabela price - É o chamado sistema francês de amortização. Trata-se de método usado em amortização de empréstimo que tem como principal característica a apresentação de prestações (ou parcelas) iguais. Valor incontroverso - É o valor sobre o qual não há discordância. ZOPA - Zone of possible agreement (zona de um possível acordo). https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/registrato https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/registrato