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AVISO PRÉVIO
SUMÁRIO
1.	HISTÓRICO	3
2.	CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA	3
3.	HIPÓTESES DE CABIMENTO	4
4.	ESPÉCIES DE AVISO PRÉVIO	5
5.	AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL	7
6.	PRAZO	8
7.	FORMA DO AVISO PRÉVIO	9
8.	AUSÊNCIA DO AVISO PRÉVIO	9
9.	BASE DE CÁLCULO	10
10.	ESTABILIDADE	11
11.	AVISO PRÉVIO TRABALHADO E INDENIZADO	13
#ANTESDAPROVA	16
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	17
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	17
ATUALIZADO EM 23/08/2023
AVISO PRÉVIO
1. HISTÓRICO
O Aviso prévio teve sua origem no Código Comercial de 1850 (art. 81) e no Código Civil de 1916 (art. 1.221), aplicado quando da extinção unilateral contratual.
No âmbito da legislação trabalhista, o primeiro diploma normativo a conceder o aviso prévio foi o Decreto 16.107/23, que regulava a locação de serviços domésticos. A grande novidade do decreto era o cabimento do aviso nos contratos por prazo determinado.
Posteriormente, a Lei 62/1935 exigia que o empregado comunicasse o empregador com antecedência mínima de 8 ou 30 dias, da extinção unilateral do contrato. Todavia, o empregador não estava obrigado a dar prévio ao empregado.
A CLT incorporou o texto contido da Lei 62/35 (arts. 487 a 491), ampliando o direito também ao empregado. Com a CF/88 tornou-se um direito constitucional trabalhista obrigatório tanto para o empregado como para o empregador.
2. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
O aviso prévio pode ser conceituado como uma declaração unilateral de vontade da parte que pretende extinguir o contrato de trabalho. 
A doutrina costuma destacar as seguintes características do aviso prévio:
a) declaração receptícia de vontade: o aviso prévio somente se concretiza após a comunicação efetiva, não dependendo da aceitação do outro sujeito;
b) natureza (des)constitutiva: tendo em vista que põe fim ao contrato de trabalho;
c) provoca efeitos ex nunc: produz efeitos a partir da comunicação, de forma não retroativa.
Incontestavelmente, a finalidade primordial do aviso prévio é impedir que uma das partes seja surpreendida com a ruptura, pela outra parte, no contrato por prazo indeterminado.
Em relação à natureza jurídica, parcela considerável da doutrina, dentre eles, Maurício Godinho Delgado, considera o aviso prévio instituto de natureza jurídica multidimensional, destacando-se o seguinte:
a) declaração de vontade (comunicação);
b) fixação do prazo para o término do contrato (tempo);
c) pagamento do período do aviso (seja trabalhado ou indenizado).
Ainda, é possível afirmar que o aviso prévio tem natureza híbrida, ou seja, possui natureza salarial, quando há o trabalho durante o aviso, e natureza indenizatória, quando o aviso prévio é indenizatório.
3. HIPÓTESES DE CABIMENTO
Como regra, o aviso prévio é cabível nos contratos por prazo indeterminado. De forma geral, a figura não é compatível com os contratos por prazo determinado, cuja extinção antecipada acarreta o pagamento de indenização (arts. 479 e 480 da CLT), dispensado o aviso prévio.
Não obstante, nos contratos por prazo determinado que contenham cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, nos termos do art. 481 da CLT, a rescisão antecipada do contrato enseja o cumprimento do aviso prévio, uma vez que, nesta hipótese, o contrato será submetido aos princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Se houver cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada e se esta for utilizada por uma das partes, caberá o aviso prévio, ainda que o contrato seja de experiência, pois este é espécie do gênero contratos por prazo determinado. Neste diapasão, a Súmula 163 do TST.
Súmula 163, do TST. AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA.
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT.
Registre-se ainda que é cabível o aviso prévio nas hipóteses de rescisão indireta do contrato de trabalho (art. 487, § 4°, CLT).
De forma esquemática, o aviso prévio tem cabimento nas seguintes situações:
a) rescisão sem justa causa do contrato por prazo indeterminado, seja por iniciativa do empregador ou do empregado (naturalmente, o direito ao aviso prévio será, no caso, da parte avisada);
b) rescisão indireta do contrato de trabalho (conhecida como justa causa do empregador);
c) rescisão antecipada do contrato a termo que contenha cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada (art. 481, CLT);
d) rescisão por culpa recíproca, hipótese em que é devido o aviso prévio pela metade.
Súmula 14, do TST. CULPA RECÍPROCA.
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
e) Rescisão por distrato, hipótese que é devido pela metade o aviso prévio, se for indenizado. #REFORMATRABALHISTA
CLT, Art. 484-A.  O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:  
I - por metade: 
a) o aviso prévio, se indenizado; e 
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;  
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. 
§ 1º  A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.  
§ 2º  A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego
f) ainda é cabível o aviso prévio na hipótese de encerramento da atividade da empresa, conforme a Súmula 44 do TST.
Súmula 44, do TST. AVISO PRÉVIO.
A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
4. ESPÉCIES DE AVISO PRÉVIO
O aviso prévio concedido pelo empregador pode ser:
a) Trabalhado: hipótese em que o empregado presta serviços normalmente durante o prazo do aviso prévio, salvo se optar pela redução de sete dias corridos. 
b) Indenizado: caso o empregador não queira que o obreiro permaneça na empresa trabalhando durante o prazo correspondente ao aviso prévio, deverá indenizar o empregado no valor correspondente ao salário dos dias referentes ao aviso prévio juntamente com as verbas rescisórias. Além disso, a projeção do aviso-prévio indenizado é computada como tempo de serviço, refletindo no cálculo de outras parcelas.
#ATENÇÃO!!! Modificação introduzida pela Reforma Trabalhista. Alteração promovida no art. 477, §6º, da CLT. 
			REDAÇÃO ANTIGA
	REDAÇÃO NOVA
	§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: 
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou 
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. 
	§ 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.
a) (revogada);
b) (revogada).
5. AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL
Destaque-se que a CRFB/88 elevou o aviso prévio à categoria de direito fundamental dos trabalhadores, nos termos do art. 7º, XXI: “aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei”.
CRFB, Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Observe-se que a CRFB/88 estipulou o prazo mínimo do aviso prévio, que é de 30 dias. Nãoestabeleceu, entretanto, a proporção em relação ao tempo de serviço, deixando tal matéria para a regulamentação infraconstitucional.
Em 13 de outubro de 2011 entrou em vigência a Lei 12.506, regulamentado o Aviso Prévio proporcional. 
#ATENÇÃO A súmula 441 do TST esclarece que, até 23.10.11, o aviso prévio é simples em qualquer hipótese. Ou seja: até o início da entrada em vigor da Lei 12.506/11, os empregados apenas têm direito ao aviso prévio de 30 dias, ressalvadas situações em que a convenção ou o acordo coletivo já garantissem a proporcionalidade do aviso prévio.
Súmula 441 do TST. AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE
O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº 12.506, em 13 de outubro de 2011.
OJ 367, SDI-I, TST. AVISO PRÉVIO DE 60 DIAS. ELASTECIMENTO POR NORMA COLETIVA. PROJEÇÃO. REFLEXOS NAS PARCELAS TRABALHISTAS.
O prazo de aviso prévio de 60 dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1° do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias.
Dispõe o art. 1° da Lei 12.506/2011, in verbis:
Art. 1° O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Será devido o acréscimo de 3 dias ao aviso prévio por ano de trabalho na mesma empresa, até o máximo de 60 dias de acréscimo. Observe-se que não há garantia do aviso prévio proporcional na fração de ano; ou seja, para adquirir a proporcionalidade de 3 dias será necessário trabalhar o ano inteiro.
O aviso prévio proporcional é aplicado somente em benefício do empregado, pois é um direito fundamental do trabalhador. Essa posição está clara na redação do art. 1º da Lei, ao estabelecer que o aviso prévio proporcional será concedido “aos empregados” e é a posição que foi adotada pelo Ministério do Trabalho e pela maioria da doutrina e da jurisprudência. Assim, o empregador não tem o direito de exigir que o empregado permaneça trabalhando mais de 30 dias, quando houver pedido de demissão.
#ATENÇÃO O art. 487, I, da CLT, que estabelece aviso prévio de 08 dias, não foi recepcionado, por incompatibilidade com art. 7º, XXI, da CRFB/88.
Em relação a possibilidade de redução da jornada de trabalho do empregado ao longo do aviso prévio proporcional, nos termos do art. 488 da CLT. Logo, seja o aviso prévio de 30 dias (mínimo), ou de 90 dias (máximo), o empregado fará jus à redução da jornada durante 30 dias (art. 488, caput, da CLT), ou a faltar durante sete dias corridos (art. 488, parágrafo único, da CLT).
6. PRAZO
O aviso prévio deve ser dado com antecedência mínima de 30 dias.
A contagem do prazo do aviso prévio obedece à regra civilista clássica constante do art. 132 do Código Civil, segundo a qual, “salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento”.
Súmula 380, do TST. AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
Aplica-se a regra prevista no caput do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento.
7. FORMA DO AVISO PRÉVIO
No tocante à forma, a lei não estipula forma especial, razão pela qual seria válido, em tese, o aviso prévio verbal. Todavia, o aviso prévio firmado por escrito facilita, quando necessário, a produção de prova. 
8. AUSÊNCIA DO AVISO PRÉVIO
Se o empregador demitiu o empregado sem justa causa, deve conceder-lhe o aviso prévio, sob pena de indenizar o período respectivo, o qual será contado como tempo de serviço para o cálculo das demais parcelas com repercussão pecuniária.
CLT, Art. 487. § 1° A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
O empregado que pede demissão deve conceder o aviso prévio ao empregador. Nesta hipótese, o aviso prévio não é direito do empregado, e sim dever, pelo que a não concessão implica no direito de o empregador descontar, das parcelas rescisórias devidas ao trabalhador, o valor correspondente ao aviso prévio não cumprido.
CLT, Art. 487. § 2° A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
Tendo em vista que, no caso, o empregado é quem deve cumprir o aviso prévio, é lícita a dispensa, pelo empregador, do seu cumprimento, cabendo exclusivamente ao empregador atender, ou não, à solicitação, uma vez que o Direito do Trabalho visa à proteção dos interesses do trabalhador, e não do empregador.
Dado o aviso prévio pelo empregador, a parte notificante pode reconsiderar antes do término do prazo, sendo facultado à outra parte aceitar ou não a reconsideração. Caso aceita, o contrato continuará normalmente.
CLT, Art. 489. Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
Parágrafo único - Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado.
Súmula 276, do TST. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO.
O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.
9. BASE DE CÁLCULO
O aviso prévio tem como base de cálculo o salário (art. 487, §§ 1° e 2°, CLT), e não a remuneração. Assim, as gorjetas porventura recebidas não integram a base de cálculo do aviso prévio.
Súmula 354, do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES.
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
Salário, no caso, inclui parcelas salariais em geral, sempre que pagas com habitualidade, como, por exemplo, os adicionais. Se o salário do empregado for fixo, o aviso prévio corresponderá ao próprio salário. Entretanto, se for variável, computar-se-á a média dos últimos 12 meses, conforme art. 487, § 3°:
CLT, Art. 487. § 3° Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço.
O valor das horas extras habitualmente prestadas, que integra o salário para todos os fins legais, integra também o cálculo do aviso prévio, inclusive indenizado, nos termos do § 5° do art. 487 da CLT c/c Súmula 172 do TST.
Súmula 172, do TST. REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO.
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas.
As gratificações semestrais, caso pagas, não integram a base de cálculo do aviso prévio, nos termos da Súmula 253 do TST.
Súmula 253, do TST. GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL. REPERCUSSÕES 
A gratificação semestral NÃO repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso prévio, ainda que indenizados. REPERCUTE, contudo, pelo seu duodécimo na indenização por antiguidade e na gratificação natalina.
Se sobrevier reajuste salarial concedido por norma coletiva na vigência do período do aviso prévio, trabalhado ou indenizado, o empregado fará jus às diferenças salariaisdecorrentes do reajuste, bem como às diferenças das demais parcelas pagas na rescisão (art. 487, §6º da CLT).
Súmula 282, do TST. AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI N° 6.708, DE 30.10.1979.
O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenização adicional prevista no art. 9° da Lei n° 6.708, de 30.10.1979.
10. REDUÇÃO DO HORÁRIO
Tendo o aviso prévio a função de permitir que a parte surpreendida pela rescisão unilateral do contrato de trabalho se reorganize diante de tal decisão da parte contrária, seja arranjando novo emprego, no caso do trabalhador, seja substituindo o obreiro, no caso do empregador, é que o legislador criou um mecanismo especial para facilitar a reinserção do trabalhador no mercado de trabalho. Este mecanismo consiste na redução da jornada de trabalho durante o curso do aviso-prévio, a fim de que o trabalhador tenha tempo de procurar nova colocação.
Há duas possibilidades, a respeito das quais cabe ao trabalhador a opção:
a) ter a jornada reduzida em duas horas diárias ao longo de todo prazo do aviso-prévio;
b) faltar por sete dias corridos durante o prazo do aviso prévio.
CLT, Art. 488. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação.
#ATENÇÃO Questiona-se ainda qual seria a solução para aplicação do art. 488 nos casos em que o trabalhador cumpre jornada inferior a oito horas. Em outras palavras, teria sido a regra (redução de 2h diárias) estipulada em relação à jornada padrão (8h), ou se aplicaria a qualquer duração de trabalho?
A respeito encontramos duas correntes:
a) Aplica-se proporcionalmente a redução: para esta corrente, a redução é de duas horas para a jornada de 8h, pelo que a redução é de 25% da jornada contratual. Logo, quem trabalha, por exemplo, seis horas por dia, faria jus à redução de uma hora e meia por dia.
b) A redução é sempre de duas horas, independentemente da jornada contratual: a segunda corrente, majoritária na doutrina, defende que se a lei não prevê a aplicação proporcional da redução, não cabe ao intérprete fazê-lo. Logo, a redução é sempre de duas horas, independentemente da jornada contratual do empregado.
O empregador não pode substituir a redução da jornada prevista no art. 488 da CLT pelo pagamento das horas trabalhadas como extras. Isso porque a norma, no caso, não tem condão econômico, e sim de assegurar ao empregado a possibilidade de procurar novo emprego. 
Súmula 230, do TST. AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.
Em relação ao rurícola, aplica-se a redução de jornada, porém de forma diferenciada. Dadas as dificuldades de locomoção do trabalhador rural, bem como a necessidade de retornar ao local de trabalho, que normalmente é também a sua moradia, o legislador assegurou ao rurícola a dispensa do trabalho durante um dia por semana, ao longo do aviso prévio.
Neste sentido, o art. 15 da Lei n° 5.889/1973:
Art. 15. Durante o prazo do aviso prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o empregado rural terá direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho.
O empregado doméstico, após alterações da EC 72/2013, também fará jus à redução da jornada durante o aviso prévio, nos termos do disposto no art. 488 da CLT.
11. PRESCRIÇÃO
No caso do aviso prévio trabalhado, não há dúvida de que o termo inicial da prescrição (dois anos após a extinção do contrato) coincide com o término do aviso prévio.
Entretanto, na hipótese de o aviso prévio ter sido indenizado, sempre houve alguma divergência no sentido de fixar o dia da extinção do contrato, se o último dia trabalhado ou o último dia da projeção do aviso prévio indenizado. A jurisprudência se inclinou neste último sentido, consoante dispõe a OJ 83 da SDI-1 do TST:
OJ 83, SDI-I, do TST. AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO
A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1°, CLT.
12. JUSTA CAUSA NO CURSO DO AVISO PRÉVIO
Se durante o prazo do aviso prévio o empregado praticar algum ato que se enquadre como justa causa (art. 482 da CLT), perderá o restante do prazo do aviso.
CLT, Art. 491. O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo.
Há exceção para a hipótese de abandono de emprego em face da possibilidade do empregado ter arranjado novo emprego, pelo que não teria como cumprir o aviso prévio, e não seria razoável apená-lo com os efeitos da dispensa motivada.
Todavia, se a justa causa for praticada pelo empregador, deverá pagar a remuneração correspondente ao prazo do aviso prévio, sem prejuízo da indenização devida.
CLT, Art. 490. O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida.
Súmula 73, do TST. DESPEDIDA. JUSTA CAUSA.
A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória.
13. ESTABILIDADE NO CURSO DO AVISO PRÉVIO
Prevalece o entendimento no sentido de que, em regra, as garantias de emprego não se aplicam a fatos geradores ocorridos durante o cumprimento do aviso prévio, tendo em vista que, a partir da comunicação, o empregado já tem conhecimento da data do rompimento do contrato, a exemplo do que ocorre em relação aos contratos por prazo determinado. 
Súmula 371, do TST. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE. 
A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário.
Súmula 369, do TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
V – O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3° do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Todavia, em relação a estabilidade provisória garantida à empregada gestante, o art. 391-A da CLT assegura a garantia provisória de emprego, ainda que durante o prazo do aviso prévio.
CLT, Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
De forma semelhante, o TST tem entendido que o trabalhador que sofre acidente de trabalho durante o curso do aviso prévio também tem direito à garantia provisória de emprego.
Recurso de revista. 1. Acidente do trabalho. Estabilidade provisória. Aquisição no período de projeção do aviso prévio. Entende-se que o aviso prévio indenizado integrao contrato de trabalho, para todos os efeitos, inclusive para incidência da estabilidade no emprego. Nos termos da OJ/82/SBDI-I/TST, “a data da saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado”, o que evidencia a ampla projeção do aviso prévio no contrato de trabalho. No mesmo sentido, o art. 487, § 1°, da CLT. Frise-se que, do ponto de vista jurídico, no período de pré-aviso, permanecem inalteradas algumas importantes obrigações das partes. Assim, há que se considerar a projeção no tempo do aviso prévio indenizado para fins de aquisição da estabilidade provisória prevista na Lei 8.213/1991. Na hipótese, o Reclamante estava nas dependências do Reclamado, quando sofreu acidente do trabalho, fazendo jus, portanto, à estabilidade provisória. Recurso de revista provido, no aspecto. (…) (TST, 3a Turma, RR 1424800-49.2004.5.09.0016, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, DEJT 28.09.2012).
Súmula 378, do TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. 
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no n no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
	REGRA GERAL
	
As garantias de emprego não se aplicam aos fatos geradores ocorridos durante o aviso prévio.
	EXCEÇÕES
	
Gestante (art. 391-A da CLT e Súmula 244, III)
	
Acidente de trabalho (Súmula 378, III)
Solução distinta se dá para o afastamento do empregado por motivo de saúde. Neste caso, embora o obreiro não tenha direito subjetivo à manutenção do emprego, o contrato de trabalho estará suspenso até a alta do empregado, quando então se dará a rescisão do contrato.
Por sua vez, se o empregado já estava em gozo de garantia provisória de emprego, é inválida a concessão do aviso prévio, tendo em vista a incompatibilidade dos institutos. Neste sentido, a Súmula 348 do TST.
Súmula 348, do TST. AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO. INVALIDADE.
É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos.
De acordo com a OJ 268 da SBDI-I do TST, somente após o termino do período estabilitário é que se inicia a contagem do prazo do aviso prévio para efeitos das indenizações previstas no art. 9º lei n. 6708/79 e art. 9º da lei n º 7.238/84.
Oj 268, SDI-I, do TST. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. LEIS NºS 6.708/79 E 7.238/84. AVISO PRÉVIO. PROJEÇÃO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. 
Somente após o término do período estabilitário é que se inicia a contagem do prazo do aviso prévio para efeito das indenizações previstas nos artigos 9º da Lei nº 6.708/79 e 9º da Lei nº 7.238/84.
	#ANTESDAPROVA
	AVISO PRÉVIO
	Conceito
	Evitar que uma parte seja surpreendida com a ruptura do contrato por ato unilateral da outra.
	Prazo
	No mínimo, 30 dias
	Concedido pelo empregador
	a) Empregado urbano terá redução de 2 horas diárias ou 7 dias consecutivos;
b) Empregado rural terá direito a redução de 1 dia por semana.
	Concedido pelo empregado
	a) Obrigado a conceder o aviso na hipótese de pedido de demissão;
b) Se não for concedido, possibilita desconto no salário do empregado.
	Aviso-prévio indenizado
	Ocorre a substituição do período trabalhado por indenização pecuniária. Esse período é projetado no contrato para todos os fins.
	Reconsideração
	Ato bilateral, depende do consentimento da parte contrária.
	AVISO PRÉVO PROPORCIONAL (LEI n. 12.506/2011)
	Duração mínima
	30 dias
	Proporcionalidade
	- A cada ano de contrato: acrescem-se 3 dias;
- Acréscimo máximo de 60 dias.
	Total do período
	90 dias (30 dias iniciais + 60 dias da proporcionalidade)
	Observação
	Posicionamento majoritário de que a ampliação do prazo é apenas direito do empregado (não é direito do empregador)
O aviso prévio, previsto no art. 7º da CF, bem como no texto da CLT, constitui um direito inerente ao contrato de trabalho, sendo garantido tanto aos empregados quanto aos empregadores. O presente questionamento, no entanto, aborda o aviso prévio PROPORCIONAL. Trata-se de direito garantido também em favor dos empregadores ou seria garantia exclusiva dos empregados? O tema é divergente, podendo ser citadas duas correntes doutrinárias: 1) Por se tratar de instituto que visa PROTEGER O EMPREGADO, dificultando a dispensa imotivada, trata-se de direito EXCLUSIVO deste. O art. 7º, caput, da CF, ao prever que “são direitos dos TRABALHADORES urbanos e rurais (...)” reforça essa tese. Da mesma forma, a Lei 12.506/11, que regulamentou o aviso prévio proporcional, só menciona em seu texto os EMPREGADOS, não se referindo aos empregadores. Trata-se da corrente doutrinária MAJORITÁRIA, tendo sido consolidada inclusive na Nota Técnica n. 184/2012 do Ministério do Trabalho e Emprego.  Nesse sentido: Maurício Godinho Delgado. 2) A segunda corrente, de modo oposto, defende que o empregador TEM sim direito ao aviso prévio proporcional, tendo em vista a natureza bilateral que sempre permeou o instituto do aviso prévio.  Nesse sentido: Vólia Bomfim.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	CLT
	Artigos 391-A, 481, 487-491
	LEI 5889/73
	Artigo 15
	LEI 12.506/2011
	Integralmente
	LC 150/2015
	Artigos 23 e 24
	Súmulas TST
	10,14,44,73,163,182,230,176,305,348,354,371,380 e 441
	OJ’s TST
	14,82,83 e 367
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
CORREIA, Henrique. Direito do Trabalho: para os concursos de analista do TRT e MPU. Editora Juspodivm, 2018.
CORREIA, Henrique e Élisson Miessa, SÚMULAS E OJS DO TST - COMENTADAS E ORGANIZADAS POR ASSUNTO, Editora Juspodivm, 7a edição, 2016.
DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com comentários à Lei 13.467/2017. São Paulo: LTR, 2017.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. Editora Saraiva, 9º edição, 2018.
MIZIARA, Raphael; CARDOSO, Breno Lenza. Jurisprudência Trabalhista: principais decisões do TST, STF e STJ. Editora Juspodivm, 2a edição, 2019.
MIZIARA, Raphael; CARDOSO, Breno Lenza. Livro de Súmulas e OJS Súmulas do TST Otimizado (Material em pdf).
MOURA, Marcelo. Reforma Trabalhista – Comentários à Lei 13.467/2017. Salvador: JusPODIVM, 2018.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil Comentado. Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
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