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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
Campus Montes Claros 
Instituto de Ciências Agrárias 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
 
 
 
 
Luciana Castro Geraseev 
Daniel Emygdio de Faria Filho 
Fabrício Leonardo Alves Ribeiro 
Hugo Colombarolli Bonfá 
Carlos Renato Viegas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
2010 
Bromatologia 
 
2 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
 
 
 
 
 
 
(Termos para indexação:) 
 
1. Ovino. 2. Caprino. 3. Produção animal. I. Geraseev, Luciana 
Castro. II. Duarte, Eduardo Robson. III. Almeida, Anna Christina. IV. 
Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
3 
 
SUMÁRIO 
1. Introdução 
1.1. Importância da alimentação animal ....................... 
1.2. Conceitos básicos ................................................. 
2. Classificação dos alimentos 
2.1. Alimentos volumosos 
2.1.1. Principais alimentos volumosos ....................... 
2.2. Concentrados 
2.2.1. Concentrados energéticos 
2.2.1.1. Principais concentrados energéticos ... 
2.2.2. Concentrados protéicos 
2.2.2.1. Principais concentrados protéicos ....... 
2.3. Minerais ................................................................. 
2.3.1. Classificação .................................................... 
2.3.2. Funções ........................................................... 
2.4. Aditivos .................................................................. 
2.4.1. Aditivos Nutricionais ......................................... 
2.4.2. Aditivos Tecnológicos ...................................... 
2.4.3. Aditivos Sensoriais ........................................... 
2.4.4. Aditivos Zootécnicos ........................................ 
2.4.5. Aditivos Anticoccidianos .................................. 
 
 
 
Bromatologia 
 
4 
 
 
3. Nutrientes 
3.1. Carboidratos .......................................................... 33 
3.2. Lipídeos ................................................................. 38 
3.3. Proteínas ............................................................... 41 
3.4. Vitaminas ............................................................... 46 
3.5. Minerais ................................................................. 47 
3.6. Água ...................................................................... 49 
4. Avaliação do valor nutritivo dos alimentos 
4.1. Determinação da digestibilidade dos nutrientes 
4.1.1. Digestibilidade Real x Aparente ...................... 58 
4.1.2. Fatores que afetam a digestibilidade dos alimentos 
......................................................... 58 
4.1.3. Esquema de uma gaiola para estudos metabólicos 
apropriada para pequenos ruminantes 
...................................................... 59 
4.2. Avaliação do valor energético dos alimentos ........ 59 
4.3. Sistema de nutrientes digestíveis totais ................ 61 
5. Fatores antinutricionais 
5.1. Definição ............................................................... 63 
5.2. Classificação ......................................................... 63 
5.3. Principais fatores antinutricionais 
5.3.1. Inibidores de enzimas ...................................... 63 
5.3.2. Hemaglutininas ................................................ 64 
5.3.3. Saponinas ........................................................ 64 
 
Bromatologia 
 
5 
 
5.3.4. Compostos fenólicos ...................................... 64 
5.3.5. Ácido fítico (fitato) e ácido oxálico (oxalato)..... 65 
5.3.6. Gossipol ........................................................... 65 
5.3.7. Antivitaminas ................................................... 66 
5.4. Principais fatores antinutricionais presentes em alguns alimentos 
.................................................... 66 
6. Consumo voluntário de alimentos 
6.1. Introdução .............................................................. 67 
6.2. Mecanismos fisiológicos de regulação do consumo 
6.2.1. Teoria glicostática ........................................... 67 
6.2.2. Teoria da distenção estomacal ....................... 68 
6.3. Regulação do consumo em aves 
6.3.1. Fatores intrínsecos ......................................... 68 
6.3.2. Fatores extrínsecos ........................................ 69 
6.4. Regulação do consumo em ruminantes 
6.4.1. Fatores relacionados ao animal 
6.4.1.1. Tamanho ........................................ 70 
6.4.1.2. Estádio fisiológico .......................... 70 
6.4.1.3. Fatores relacionados com a dieta .. 71 
7. Balanceamento de rações 
7.1. Exigências nutricionais 
7.1.1. Necessidades energéticas ............................. 73 
7.1.2. Necessidades protéicas ................................. 74 
7.2. Composição dos alimentos .................................. 74 
Bromatologia 
 
6 
 
7.3. Métodos utilizados para o balanceamento 
7.3.1. Quadrado de Pearson ................................... 75 
7.3.2. Quadrado de Pearson Duplo ......................... 77 
7.3.3. Processo algébrico ........................................ 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
7 
 
1. Introdução 
1.1. Importância da alimentação animal 
 A alimentação animal pode representar até 70% do custo de produção, 
sendo, portanto, essencial a adoção de um manejo correto para a obtenção 
da produtividade adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Genética- Sanidade- Alimentação - Manejo 
Produção Animal 
Custo Quantidade Qualidade 
Eficiência de Produção 
Rentabilidade 
Bromatologia 
 
8 
 
Importância da alimentação e melhoramento genético de algumas 
espécies: 
 
Tabela 1. Evolução dos novilhos de corte 
Desemprenho 1908 1958 1989 
Ganho de peso 
(g/dia) 
800 1100 1300 
Ração (kg/dia) 7,3 7,2 7,0 
Conversão 
alimentar 
9,0 6,3 5,9 
Custo/Kg 0,41 0,28 0,20 
 
Tabela 2. Evolução das Aves 
Ano Idade (dias) Peso (g) 
1938 56 850 
1972 56 1760 
1990 42 2100 
 
 A alimentação animal deve estar baseada em quatro princípios 
básicos: 
1. Não conter substâncias tóxicas ou nocivas aos animais. 
2. Atender a demanda de nutrientes para mantença e produção dos animais. 
3. Respeitar as particularidades anatômicas e fisiológicas dos animais, 
ruminantes e monogástricos; herbívoros, carnívoros e onívoros. 
Bromatologia 
 
9 
 
4. Avaliar as condições econômicas da criação e da alimentação. 
OU SEJA 
 A alimentação ideal visa suprir as exigências de mantença e 
produção dos animais fornecendo-lhes todos os nutrientes, sem conter 
substâncias tóxicas ou nocivas, respeitando as características anato-
fisiológicas das espécies e ao mais baixo preço possível. 
 O estudo da alimentação animal envolve basicamente três 
aspectos: 
• Conhecimento dos alimentos; (análises químicas, análises físicas, 
análises microbiológicas e análises biológicas) 
• Conhecimento das necessidades dos animais; (ensaios de determinação 
das necessidades dos animais) 
• Conhecimento da fisiologia animal; (ensaios biológicos). 
 
1.2. Conceitos básicos 
• Alimento: Todo produto natural ou artificial susceptível de ser 
transformado e aproveitado pelos animais. 
• Nutriente: componente presente no alimento que participa do metabolismo 
celular do animal. Ex.: Milho (alimento), água, proteína, carboidratos, 
lipídeos, minerais, vitaminas (nutrientes). 
• Nutriente Essencial: Nutriente que o organismo animal não é capaz de 
Bromatologia 
 
10 
 
sintetizar em quantidade suficiente para atender as exigências de 
mantença e produção. 
• Exigência: Quantidade do nutriente requerida por determinada espécie e 
categoria animal para mantença (metabolismo basal e atividade 
voluntárias) e produção (ganho, crescimento, leite e trabalho). 
• Conversão alimentar: Capacidade de um alimento se converter em 
unidade de produção animal. 
 
 
 
 
 
 
Eficiência alimentar: É a quantidadede produto animal obtida por e por unidade 
de alimento ingerido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CA= _Consumo alimentar 
Ganho de peso 
Usada para comparação de alimentos 
Quanto menor for, melhor é a resposta 
produtiva, pois significa que menos 
alimento foi necessário para se fazer uma 
unidade de produto 
Consumo 
EA= Ganho de peso x 100 Quanto maior for o índice, mais eficiente 
é sua resposta produtiva 
 
A Eficiência alimentar compara animais. 
 
Bromatologia 
 
11 
 
Ex 1. Calcule a Conversão alimentar (CA) e a Eficiência alimentar dos lotes 
de suinos abaixo: 
 
 
 
 Consumo (Kg/dia) 
Suinos Creche Crescimento Terminação 
Lote 1 0,301 2,213 2,807 
Lote 2 0,290 2,392 2,969 
 Ganho de peso (Kg/dia) 
Suinos Creche Crescimento Terminação 
Lote 1 0,233 0,874 0,756 
Lote 2 0,214 0,910 0,842 
LOVALTO et, al., 2004 
 
 
Ex 2. Um produtor utilizou 2 tipos de silagem para novilhos em confinamento 
com peso vivo médio de 420 Kg. As silagens foram utilizadas juntamente com 
um concentrado padrão. Calcule a conversão alimentar (CA) de cada dieta e 
indique qual das dietas teve um melhor aproveitamento, justificando sua 
resposta com base na análise bromatológica, aproveitamento fisiológico e 
custo. 
 
 
 
Bromatologia 
 
12 
 
 MS (%) PB (%) NDT (%) 
Silagem 1 8,5 5,5 60,0 
Silagem 2 27,5 6,5 65,0 
 
 
 
 Dieta 1 Dieta 2 
Silagem - consumo MS (Kg) 6,92 8,36 
Concentrado - consumo MS 
(Kg) 
3,47 2,03 
Ganho de peso (Kg/dia) 1,10 1,10 
Custo -animal/dia (R$) 2,86 2,46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
13 
 
2. Classificação dos alimentos 
 Os alimentos são classificados de acordo com a Associação Americana 
Oficial de Controle de Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional de Pesquisas 
dos EUA (NRC) e são divididos em: 
 
Alimentos volumosos - são aqueles alimentos de baixo teor energético, com 
altos teores em parede celular (FDN) ou em água. Possuem menos de 60% de 
NDT e teor de fibra bruta superior a 18% na matéria. Podem ser divididos em 
secos e úmidos. 
 
Alimentos concentrados - são aqueles com alto teor de energia, mais de 60% 
de NDT, menos de 18% de fibra bruta, sendo divididos em: 
• Energético: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína 
bruta na matéria seca. 
• Protéicos: alimentos concentrados com mais de 20% de proteína bruta 
na matéria seca. 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
15 
 
2.1. Alimentos volumosos 
 Engloba todos os alimentos com baixo teor de energia, reflexo do 
alto valor de FB dos mesmos. São alimentos utilizados, principalmente na 
alimentação de ruminantes devido ao seu baixo custo quando comparados com 
os alimentos concentrados. 
 Estes alimentos, dependendo da categoria animal e da qualidade 
do volumoso, não podem constituir a totalidade da dieta e precisam ser 
suplementados com minerais, vitaminas e em alguns casos com concentrados 
energéticos e protéicos. 
 Os volumosos podem ser agrupados em dois subgrupos em 
função do teor de MS que possuem: 
 
a) Secos: fenos, palhas, sabugos e cascas 
b) Aquosos: Forragens verdes, silagens e raízes 
 
2.1.1. Principais alimentos volumosos 
a) Cana-de-açúcar 
 
Tabela 3: composição bromatológica da cana-de-açúcar com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca(%) P (%) 
Cana-de-açúcar 25,85 4,05 45,65 62,26 0,46 0,03 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
 
Bromatologia 
 
16 
 
A cana é um volumoso que apresenta uma alta produção de massa por 
hectare (70-200 t/ha), é de fácil manejo e apresenta corte na época de escassez 
de forragem (maio-outubro), características que a qualificam como forrageira de 
reserva de alto potencial. 
Do ponto de vista bromatológico, a cana apresenta uma grande 
quantidade de carboidratos fermentáveis (sacarose) o que lhe confere alta 
palatabilidade e conseqüentemente grande aceitabilidade pelos animais. Alem 
disso a cana produz uma grande quantidade de NDT/ha (10-25 t/ha) comparadas 
com 3t/ha do milho e do sorgo, o que corrobora sua qualificação como forrageira 
de reserva. 
Entretanto a cana-de-açúcar possui algumas limitações nutricionais que 
devem ser corrigidas para que se obtenha uma dieta adequada: 
• Fibra de baixa digestibilidade 
• Baixo teor de proteína em especial de aminoácidos sulfurados 
• Baixo teor de minerais 
Com relação à digestibilidade da fibra a única maneira de corrigir o 
problema seria o tratamento da cana (cana hidrolisada e sacharina) ou a 
utilização de variedades com fins forrageiros. 
A EMBRAPA em 2002 lançou uma variedade (IAC-86-2480) que possui 
uma melhor relação entre teor de fibra e a quantidade de açúcar. Em testes de 
desempenho esta variedade resultou em ganho de peso 17% maiores quando 
comparadas com outras variedades comuns. 
Sem margem de duvidas o maior problema da cana é o seu baixo valor 
Bromatologia 
 
17 
 
protéico, entretanto este problema pode ser facilmente corrigido com a utilização 
da uréia (fonte de nitrogênio não protéico) e sulfato de amônio (fonte de enxofre), 
associados a um sal mineral de qualidade (fonte de macro e micronutrientes). 
a.1) Cálculo da área de cana a ser plantada 
A área de cana a ser plantada depende da produção média da variedade 
utilizada, do número de animais a serem suplementados e da duração da 
suplementação. 
Ex.: 
• Variedade CB-45-3 
• Produção 120 t/ha 
• 100 animais com PV de 300 Kg (IMS=18 Kg) 
• 150 dias de suplementação. 
Demanda: nº de animais x nº de dias de suplementação x consumo = 100 
x 150 x 18 = 270.000Kg 
Área: Demanda/ Produção = 270.000Kg / 120.000Kg/ha = 2.25 ha 
 
a.2) Suplementação da cana: 
O valor nutricional da cana está diretamente correlacionado com seu alto 
teor de açúcar (40-50% da MS). Entretanto, como o nível de proteína e 
extremamente baixo, isto resulta em um alimento nutricionalmente 
desbalanceado, e quando oferecido como componente único da dieta não é 
capaz de atender todas as necessidades dos animais. Assim a cana precisa 
necessariamente, ser suplementada, sendo que o primeiro nutriente a ser 
Bromatologia 
 
18 
 
corrigido deve ser o nitrogênio. 
A forma mais simples e barata que temos para corrigir esta deficiência da 
cana é com a uréia + uma fonte de enxofre. Esta é uma tecnologia eficiente e 
barata, mas que ainda encontra resistência por parte dos produtores. 
Para se evitar acidentes a mistura cana e uréia devem ser manejadas com 
critério: 
• Mistura de 9 partes de uréia e 1 parte de sulfato de amônio ou 8 partes de 
uréia e 2 partes de sulfato de cálcio (gesso) 
• 500 g da mistura para 4 litros de água e 100Kg de cana. Nos 10 primeiros 
dias para adaptação dos animais. 
• 1 Kg da mistura para 4 litros de água e 100 Kg de cana. (após período de 
adaptação). 
Esta dieta fornece nutrientes para atender as exigências dos animais e 
propiciar ganhos de até 300g/dia, ganhos maiores necessitam de nutrientes 
adicionais. 
 
 
b) Cana-de-açúcar Hidrolisada 
Hidrólise é uma reação de ruptura de ligações químicas, promovidas pela 
água, em meio ácido ou alcalino, ou ainda, pelo calor, com despressurização 
brusca de material úmido hidrolisável. 
A hidrólise da cana ocorre nas fibras de celulose. Ela rompe as camadas 
de lignina que recobrem as fibras de celulose, promovendo a liberação das 
Bromatologia 
 
19 
 
moléculas de açúcar que estavam ligadas quimicamente entre si, no polímero 
celulose, disponibilizando este açúcar “extra” (além do açúcar já existente na 
solução) para os microorganismos do rúmen. O açúcar é transformado em ácidos 
graxos voláteis pelas bactérias do rúmen, que são fonte primária de energia para 
os animais. 
 
Tabela 4: Composição bromatológica da cana in natura e da cana 
hidrolisada com base na matéria seca. 
Alimento MS(%) PB(%) FDN(%) FDA(%) 
Cana innatura 21,69 3,28 63,15 42,82 
cana hidrolisada 29,93 3,16 58,68 39,74 
 
b.1) Vantagens 
• Aumenta a digestibilidade 
• Elevação do pH do rúmen do bovino, prevenindo a acidose 
• Mais palatável e com cheiro de rapadura 
• Maior praticidade, pois a cana hidrolisada com cal, pode ficar estocada por 
3 ou 4 dias, sem azedar (não proliferação de microorganismos 
indesejáveis) 
• Um hectare de cana hidrolisada pode alimentar aproximadamente, 50 
(cinquenta) bovinos adultos, durante 4 a 5 meses 
• Pode ser suplementada com uréia ou sulfato de amônio. (Mesmo 
processo da cana-de-açúcar não hidrolisada) 
Bromatologia 
 
20 
 
 
b.2) Como Hidrolisar 
• Para 100 Kg de cana, diluir 500 g de cal hidratada CH-I (pó) em 2 litros de 
água. 
• Em sistema manual esparramar a cana no chão e com um regador 
molhar com a solução e misturar muito bem. 
• Deixar descansar por 10 horas antes de oferecer aos animais. 
• O material hidrolisado possui cor características (amarela) e com cheiro 
de melaço. 
• A cana hidrolisada com cal pode ser guardada até 3 ou 4 dias sem azedar 
(pela não proliferação de microorganismos indesejáveis). 
 
b.3) Observações 
• Só utilizar a Cal Hidratada I (CHI), pois ela possui baixo teor de Magnésio, 
evitando-se assim, diarréia nos bovinos. 
• Cal hidratada, nome usual do Hidróxido de Cálcio, que é um álcali fraco e 
quase insolúvel em água; Soda ou Soda cáustica, nome usual de 
Hidróxido de Sódio, que é um álcali fortíssimo e extremamente solúvel em 
água. 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
21 
 
c) Capim Elefante 
Tabela 5. composição bromatológica do capim elefante com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P (%) 
Capim Elefante 22,27 6,71 49,38 76,89 0,29 0,20 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
O capim-elefante é mais uma opção que o produtor possui para contornar 
o problema da estacionalidade na produção de forragem, permitindo um aumento 
na capacidade de suporte de propriedade. 
Para tanto é necessário que este seja bem estabelecido e adubado para 
que se atinja o rendimento desejável. 
O maior problema do capim elefante diz respeito ao seu manejo. Ele deve 
ser cortado em intervalos de aproximadamente oito semanas, com 
aproximadamente 1,20 a 2,00m de altura, de modo que se obtenha a melhor 
relação entre a produção de matéria seca e o valor nutritivo do capim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Materia seca 
Idade 
Produção de matéria seca 
Digestibilidade 
Bromatologia 
 
22 
 
 
 
Tabela 6. Composição nutricional e produtividade do capim elefante cortado em 
diferentes idades. 
Idade (dias) MS (%) PB (%) Celulose (%) MS (Kg/ 
ha) 
PB (Kg/ha) 
28 14,35 14,34 28,65 1203 226 
56 19,94 9,20 36,10 2507 298 
91 27,07 7,64 36,74 2732 243 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
 
 
d) Silagem 
Tabela 7. composição bromatológica das silangens de milho e sorgo com base na 
matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P(%) 
Silagem de milho 30,92 7,26 64,27 55,41 0,30 0,19 
Silagem de 
sorgo 
30,82 6,69 57,23 61,41 0,30 0,18 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
A silagem pode ser definida como um produto resultante da fermentação 
anaeróbia de uma determinada forrageira, levando a uma produção de ácidos 
Bromatologia 
 
23 
 
orgânicos, principalmente o ácido láctico. O principal objetivo do processo de 
ensilagem é o de conservar o valor nutritivo da forrageira. 
 
d.1) Fatores que afetam o processo de ensilagem 
• Teor de umidade: (ideal de 30-35% MS). Em excesso de umidade há a 
formação de Ac. Butílico e o excesso de matéria seca prejudica a expulsão de 
ar (compactação) e aumenta o tempo de respiração e o consumo dos 
carboidratos solúveis. 
• Teor de carboidratos solúveis (ideal 15%). O teor de carboidratos solúveis 
está diretamente correlacionado com a produção de Ac. Láctico (principal 
responsável pelo abaixamento do pH da silagem. 
• Ambiente anaeróbio. Está relacionado com o tempo de enchimento, grau de 
moagem da forrageira e compactação do silo. 
d.2) Qualidade da silagem 
Relacionada ao valor nutritivo do material de origem, do pH da silagem 
que deve estar entre 4,0-5,0 e do N-amoniacal que estar entre 8 – 11% do 
nitrogênio total. 
 
 
d.3) Consumo da Silagem 
 
 
 
Silagens mal fermentadas 
Ácido butílico > 2,5% MS NH3 > 20% do N (total) 
Aminas > 0,2% da MS 
Bromatologia 
 
24 
 
 
De maneira geral o consumo das silagens é menor que o da forrageira 
que não sofreu fermentação devida, provavelmente a presença de ácido butílico 
na silagem (principalmente as extensivamente fermentadas) que causa redução 
na aceitabilidade. 
Alguns pesquisadores afirmam que a ingestão potencial da MS da silagem 
é determinada pela composição bromatológica da forrageira no momento do 
corte, mas a ingestão efetiva dependerá das modificações das frações 
nitrogenadas e CHO’s durante a fermentação. 
d.4) Silagem de milho e de sorgo 
 O milho e o sorgo são excelentes culturas para a produção de silagem 
pois, apresentam varias vantagens , tais como, facilidade de cultivo, bom 
rendimento forrageiro, facilidade de mecanização e composição química propicia 
para uma fermentação adequada. Apesar destas vantagens, vários aspectos 
devem ser levados em consideração para que se obtenha uma silagem de 
qualidade a partir destes alimentos: 
 
• Ponto de corte 
O ponto de corte do milho deve ocorrer quando a planta apresentar entre 
30-35% de matéria seca, o que equivale de 100-110 dias de estádio de 
desenvolvimento e o grão deve estar no ponto farináceo duro. 
Para o sorgo, recomenda-se que o corte seja feito quando o mesmo 
apresentar entre 28-36% de matéria seca em estádio muito semelhante ao milho. 
Bromatologia 
 
25 
 
• Aditivos 
Na silagem de milho e sorgo não existe a necessidade de aditivos para 
estimular a fermentação, entretanto por serem plantas pobres em nitrogênio 
existem vantagens aos e utilizar uréia no ato da ensilagem. 
A uréia pode ser adicionada em níveis de 0,5-1% em peso da forragem e 
as recomendações são semelhantes às utilizadas para cana. 
A adição de uréia na silagem promove a elevação da proteína bruta para 
teores de 11-12% da MS. Transformando esta mistura em uma dieta adequada 
para várias categorias animais (vacas em manutenção, gestação touros adultos e 
bovinos em terminação). Deve-se, entretanto, serem feitas as correções para os 
níveis dos minerais, principalmente Ca, Mg, P, Co, K. 
e) Feno 
Tabela 8. Composição bromatológica dos fenos de brachiária, colonião e pangola 
com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) Ca (%) P (%) 
Feno de Brachiária 87,28 4,10 45,47 0,31 0,10 
Feno de Colonião 89,08 8,56 45,00 0,48 0,20 
Feno de Pangola 91,72 5,85 43,50 0,101 0,156 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
O feno é o produto obtido a partir da desidratação de forragens verdes a 
níveis menores que 15% de umidade, cujo principal objetivo é manter o valor 
nutritivo original da forrageira, permitindo o armazenamento da mesma por um 
maior tempo. 
 
Bromatologia 
 
26 
 
Apesar da produção de feno ser uma boa opção para contornar o 
problema de irregularidade de oferta de forragem, no Brasil ainda existe muita 
resistência por parte dos produtores na adoção desta tecnologia. Os principais 
fatores que levam a esta resistência ao uso do feno são: “baixo consumo animal” 
e dificuldade no processo de fenação. 
• Baixo consumo animal 
O baixo consumo do feno está diretamente ligado à qualidade do mesmo. 
Fenos de baixa qualidade limitam o consumo do animal, afetando sua 
produtividade. 
• Qualidade do feno 
Um feno de boa qualidade é aquele que provem de uma forrageira 
cortada no momento adequado, que passou por uma secagem bem feita, rápida 
e sem ocorrência de chuvas. É proveniente de um solo bem adubado, isento de 
ervas espontâneas, fungos e doenças. Fenode boa qualidade apresenta cor 
verde característica, maciez ao tato e excelente aroma. 
Assim a qualidade do feno é função de diversos fatores, sendo os 
principais: 
- Época de corte (qualidade x produtividade) 
- Espécie forrageira utilizada 
- Processo de secagem – duração - relação caule: folha 
 espessura do caule 
 comprimento do caule 
- Processo de armazenamento (grau de umidade) 
Bromatologia 
 
27 
 
 
 
Tabela 9. Teores de proteína (%), digestibilidade de proteína, fibra e matéria seca 
sobre as características do feno. 
Característica Feno verde Feno marrom Feno preto 
% Proteína 21,5 21,0 21,0 
Dig. da proteína 67,0 16,0 3,0 
Dig. da fibra 41,0 36,0 14,0 
Dig. da Matéria 
seca 
60,0 41,0 27,0 
 Os fenos, marrom e preto foram armazenados com alto grau de umidade. 
 
• Processo de fenação 
O processo de fenação consiste no corte e secagem da forragem, sendo 
que o estádio de desenvolvimento da forrageira no momento do corte é sem 
dúvida o fator que exerce maior influencia sobre a produtividade e qualidade do 
processo. 
A recomendação que encontramos normalmente na prática é que o capim 
seja cortado no mês de março, para se evitar a ocorrência das chuvas, entretanto 
esta recomendação não é adequada, pois a maioria das forrageiras colhidas 
nesta época apresentam-se muito maduras e com baixo valor nutritivo. 
O ideal para a fenação é associar a produtividade com o valor nutritivo, 
assim o corte da forragem (dependendo da espécie) deve ser feito entre 30-50 
dias na época de verão, sendo necessário, em média, 30 horas para a secagem 
Bromatologia 
 
28 
 
do capim. O processo de secagem deve ser feito o mais rápido possível e no 
caso das forrageiras que apresentam elevada relação caule-folha recomenda-se 
a utilização de uma segadeira condicionadora (esmaga o caule). 
Para que o feno possa ser armazenado é necessário que a planta atinja 
valores de umidade entre 12-15% (ponto de feno). Fenos armazenados com 
umidade mais elevada podem sofrer fermentações que afetam seu valor nutritivo. 
 
2.2 Concentrados 
 São alimentos ricos em energia e/ou proteína e contem menos de 
18% de FB na matéria seca. Os alimentos concentrados são divididos em 
energéticos e protéicos. 
 
2.2.1 Concentrados energéticos 
 São alimentos, segundo a classificação internacional que possuem 
FB< 18% e PB<20%. Incluem a maioria dos grãos alimentícios e seus 
subprodutos e as gorduras e óleos. Apresentam as seguintes características 
nutritivas gerais: 
 
• Fornecem muita energia por unidade de peso. 
• Possuem baixo teor de fibra. 
• Possuem baixo teor de proteína. 
• Qualidade da proteína variável (geralmente baixa). 
• Médio nível de fósforo e baixo nível de cálcio. 
Bromatologia 
 
29 
 
• Podem ser de duas origens: vegetal: grãos, cereais (milho, trigo, 
aveia) ou animal (sebo). 
 
2.2.1.1 Principais concentrados energéticos 
a) Milho 
O milho é considerado o concentrado energético padrão, é amplamente 
utilizado na alimentação animal, participando de 30 a 80% das misturas 
concentradas. Sua substituição decorre geralmente de problemas econômicos e 
de disponibilidade. 
 
a.1)Características gerais 
Tabela 10. Composição bromatológica do milho grão, milho desintegrado palha e 
sabugo (MDPS) e gérmen de milho (Refinazil®) com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P (%) 
Milho grão 87,64 9,11 87,24 13,98 0,03 0,25 
MDPS 87,81 7,71 65,53 31,80 0,04 0,21 
Refinazil® 89,42 10,03 86,25 29,79 0,02 0,31 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
• Alta palatabilidade 
• Teor elevado de carboidratos (78-83% da MS) 
• Baixa fibra 
• Baixo teor protéico (principalmente os aminoácidos triptofano e lisina) 
• Baixo teor de cálcio 
Bromatologia 
 
30 
 
 
a.2) Utilização: 
• Aves e suínos: até 80% da ração. 
• Ruminantes: até 70% da ração, com moagem de média a grossa (acidose) e 
para vacas leiteiras deve se mantiver um nível mínimo de FDN de 28%. 
• Coelhos: até 33% da ração (níveis superiores a 50% provocam incidência de 
diarréia). 
b) Sorgo 
Tabela 11. Composição bromatológica do grão de sorgo com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P (%) 
Sorgo 87,90 9,54 80,35 14,21 0,04 0,28 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
Apresenta composição semelhante a do milho, com um pouco a menos de 
energia e um pouco mais de proteína e baixa quantidade de carotenos. 
O sorgo possui valores de tanino que podem chegar de 2,0-2,5%, 
dependendo da variedade. O tanino é um composto polifônico considerado um 
fator antinutricional, pois se liga aos aminoácidos interferindo negativamente em 
sua digestibilidade e também na palatabilidade do alimento. 
No trato gastrintestinal (TGI) o tanino é hidrolisado até Acido gálico e 
excretado como metil-ácido gálico, usando a metionina e a colina como doadores 
do grupo metil. 
A concentração de tanino depende da variedade, não sendo 
recomendadas variedades de alto tanino para monogástricos. 
Bromatologia 
 
31 
 
 
b.1) Recomendações: 
• Vacas leiteiras: Substitui o milho. Deve ser fornecido moído. 
• Aves: Substitui no máximo 50% do milho da ração. Devido à baixa 
concentração de carotenóides deve se adicionar pigmentos. 
• Coelhos: até 33% da ração. 
• Eqüinos: Tem efeito constipante. Deve ser dado em mistura com o farelo de 
trigo. 
c) Farelo de Trigo 
Tabela 12. Composição bromatológica do farelo de trigo com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P (%) 
Farelo de trigo 88,01 16,63 72,43 44,30 0,22 1,00 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
Possui um teor médio de NDT e PB. Rico em niacina, tiamina, fósforo e 
gordura (EE 4 – 5%). Devido a esse alto teor de gordura o farelo de trigo possui 
certo efeito laxativo e também rancifica facilmente. 
 
c.1) Recomendações: 
Na prática o farelo é empregado na proporção de 5-20% nas misturas 
concentradas e quando adicionado à dieta esta não deve ser armazenada por 
período de tempo superior a quatro semanas. 
• Eqüinos: Embora seja um bom alimento para eqüinos (efeito laxante), sua 
quantidade na ração deve ser limitada devido à alta concentração de fósforo 
(doença da cara inchada ou doença do farelo) 
Bromatologia 
 
32 
 
• Suínos: Animais em crescimento: até 10% e matrizes de 10-25%. 
• Coelhos: 10 a 30% da ração. 
 
d) Polpa cítrica 
Tabela 13. Composição bromatológica da polpa cítrica com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT 
(%) 
FDN 
(%) 
Ca (%) P (%) 
Polpa cítrica 91 7 77 23 1,84 0,12 
 
É um alimento concentrado energético muito utilizado no EUA desde 
1911. É formada pela casca, bagaço e semente da laranja sendo pobre em PB e 
fósforo e rica em energia e cálcio. 
Apesar de ser considerado um alimento concentrado, do ponto de vista da 
fermentação ruminal possui características que a colocam entre volumosos e 
concentrados (altos níveis de carboidratos solúveis e altos níveis de FDN e FDA 
– pectina). Devido a estas características a polpa cítrica possui uma efetividade 
de fibra que varia entre 30 a 70%, muito superior quando comparada com os 
demais concentrados ( 0 a 25%). 
 
d.1)Recomendações: 
 O principal uso da polpa cítrica é na alimentação de ruminantes 
substituindo parte dos grãos e cereais, podendo chegar a 20% da MS ou 4 
Kg/cabeça/dia. 
• Vacas em lactação: Até 20% da MS ou 4 Kg/cabeça/dia (Ca/P) 
Bromatologia 
 
33 
 
• Vacas secas e novilhas: Até 30% da MS. 
• Bezerros até 60 dias: O uso não é muito recomendado devido a baixa 
palatabilidade (Maximo 10% da MS) 
• Bezerros acima de 60 dias: Até 30% da MS com um período de adaptação 
gradual. 
 
e) Melaço 
Tabela 14. Composição bromatológica do melaço com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT 
(%) 
FDN 
(%) 
Ca (%) P (%) 
Melaço94 10 70 0 1.10 0.15 
 
Muito utilizado como palatabilizante, é rico em açucares, cálcio, magnésio 
e potássio. Apresenta limitação do uso devido ao nitrato que em excesso causa 
diarréia. 
 
e.1) Recomendações: 
• Vacas em lactação: até 5%. 
• Gado de corte (confinamento): até 8% 
• Caprinos e ovinos: até 5% 
• Eqüinos: até 3% 
• Suínos: até 2% 
• Aves: até 1,5% 
Bromatologia 
 
34 
 
 
2.2.2 Concentrados protéicos 
Alimentos concentrados que possuem PB> 20% e por esta razão são 
alimentos de custo elevado, que devem ser utilizados de forma racional para 
suprir o déficit protéico dos alimentos energéticos e volumosos. 
Os alimentos protéicos podem ser subdivididos em dois grupos: os de 
origem animal e os de origem vegetal. 
• Origem animal: constituídos de resíduos industriais de pescado, frigoríficos e 
abatedouros. Ex.: farinha de peixe, farinha de sangue. Atualmente seu uso 
está proibido. 
• Origem vegetal: constituídos pelas sementes ou resíduos industriais de 
oleaginosas. 
Normalmente estas sementes oleaginosas possuem substancias 
inibidoras (anti-tripsina) e tóxicas (gossipol). Felizmente essas substâncias são 
desativadas durante o processo de obtenção de óleo e seu uso para os 
ruminantes é bastante seguro, ao passo que para monogástricos, ainda existem 
limitações devido à incompleta desativação das mesmas. 
No caso especifico do gossipol, ele é bastante resistente à temperatura e 
a utilização do farelo de algodão na ração de monogástricos deve ser limitada, já 
para ruminantes os microrganismos do rumem são capazes de inativar 
parcialmente o gossipol, portanto, dificilmente ocorrem problemas de intoxicação 
no animal adulto. 
 
Bromatologia 
 
35 
 
2.2.2.1 Principais concentrados protéicos: 
a) Farelo de soja 
 
Tabela 15. Composição bromatológica do farelo de soja com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT 
(%) 
FDN 
(%) 
Ca (%) P (%) 
Farelo de soja 88,61 48,78 81,54 14,62 0,34 0,58 
Soja grão 91,18 39,01 84,50 17,52 0,27 0,53 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
O farelo de soja é um subproduto da extração do óleo e representa o 
suplemento protéico mais produzido no mundo. Possui um perfil e aminoácidos 
excelentes e quando combinado com o milho ou sorgo o único aminoácido 
limitante é a metionina. 
O nível de proteína no farelo de soja é variável, reflexo principalmente do 
tipo de processamento que pode resultar em um subproduto que contem ou não 
a casca. 
 
a.1)Características gerais: 
• Alta proteína. (40 – 51%) 
• Excelente fonte de triptofano, lisina, e treonina. 
• Baixa metionina. 
• Presença de inibidor de tripsina. 
O inibidor de tripsina é um fator antinutricional que diminui a digestão da 
Bromatologia 
 
36 
 
proteína ingerida (40% em média), reduzindo principalmente as taxas de 
crescimento e produção de ovos. Este inibidor é inativado pelo processamento 
(calor) da soja, assim no farelo de soja corretamente processado a atividade é 
mínima, enquanto que no grão de soja cru a atividade é alta. 
a.2) Recomendações: 
• Farelo de soja: Usado para todas as espécies, particularmente para 
monogástricos no teor médio de 20-30% da ração. 
• Soja grão cru: Deve ser evitado para monogástricos devido ao inibidor de 
tripsina. Vacas em lactação: até 2.0 Kg/cabeça/dia. 
• Soja grão tostado: Frangos de corte: até 25% da ração. Porcas em gestação: 
pode ser a única fonte de proteína 
 
b) Caroço de algodão 
Tabela 16. Composição bromatológica do caroço de algodão com base na matéria 
seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT 
(%) 
FDN 
(%) 
Ca (%) P (%) 
Caroço de algodão 90,64 22,62 81,92 46,04 0,33 0,75 
Farelo de algodão 90,18 35,05 63,93 28,50 0,24 0,85 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
 
O caroço de algodão é resultante da remoção do línter para fins têxteis. É 
um subproduto rico em óleo (alto NDT), proteína e com bons níveis de fibra, 
Bromatologia 
 
37 
 
entretanto devido as presença do gossipol não é indicado para monogástricos e 
animais em reprodução (touros). 
b.1) Utilização: 
• Bovinos de engorda: 2,5 – 3.0 Kg/animal/dia. 
• Touros: não é recomendado. 
• Vacas de leite: 3 – 4 Kg /animal/dia 
O farelo de algodão é um subproduto obtido a partir dos caroços 
descascados e esmagados para extração do óleo, contem altos teores de 
proteína e fósforo, níveis médios de energia e baixa fibra e cálcio. 
O farelo de algodão também possui o gossipol com teores variando de 
0.03 – 0.2%, por este motivo é empregado na ração de ruminantes mas de uso 
restrito na ração de monogástricos. 
• Suínos: somente em fase de terminação. 
• Aves: não é recomendado sua utilização (pigmento na gema “ovos verdes”). 
c) Farinha de carne, sangue, carne e ossos, cama de frangos 
Devido à doença de “vaca louca” estes produtos têm seu uso proibido na 
alimentação de ruminantes no Brasil. 
Passiveis de uso na alimentação de Não ruminantes, pois é uma grande 
fonte de PB e cálcio. 
 Tomar cuidado com o tempo de armazenamento de rações contendo 
farinha de carne e ossos, pois podem sofrer alterações físico-quimicas e 
deteriorização por diversas estirpes microbianas patogênicas, causando 
intoxicação aos animais podendo levar a óbito. 
Bromatologia 
 
38 
 
 
2.3 Minerais 
Constituem os compostos minerais utilizados na alimentação. A escolha 
da fonte mineral utilizada deve ser criteriosa levando-se em consideração a 
concentração do elemento na fonte e também a disponibilidade do mesmo. 
Os minerais exercem funções extremamente variadas no organismo 
animal e incluem: 
• Participação na formação do tecido conectivo 
• Manutenção da homeostase dos fluidos orgânicos 
• Manutenção do equilíbrio da membrana celular 
• Ativação das reações bioquímicas através da ativação de 
sistemas enzimáticos 
• Efeito direto ou indireto sobre as funções das glândulas 
endócrinas 
• Efeitos sobre a microflora simbiótica do trato gastrointestinal 
• Participação do processo de absorção e transporte dos 
nutrientes no organismo. 
2.3.1. Classificação 
 Os minerais podem ser classificados segundo as suas necessidades 
orgânicas em macrominerais e microminerais (considerados aditivos). A 
concentração elementos minerais essenciais no organismo animal, reflete as 
suas exigências dietéticas. 
Estudos recentes demonstram que a utilização de minerais quelatados, 
Bromatologia 
 
39 
 
principalmente em dietas de ruminantes, melhora o desempenho destes animais 
por permitir uma maior absorção dos minerais. 
As fontes minerais podem ser fornecidas aos animais incorporados à dieta 
ou em cochos exclusivos para sal mineral onde o consumo deve ser a vontade. 
Ex.: fontes de minerais: calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato e 
magnésio, etc. 
 
 
2.3.2. Funções 
 a) Cálcio – Essencial para formação e manutenção óssea 
 Importante para o desenvolvimento e manutenção dos 
dentes 
 Essencial para a secreção normal de leite 
 Produção e qualidade da casca dos ovos 
 Participa da contração dos músculos esqueléticos e 
cardíacos 
b) Sódio - Regulador do volume dos fluidos do corpo, pH e as 
relações osmóticas do organismo. 
 Absorção e transporte dos nutrientes para as células 
c) Fosforo - Participação do esqueleto 
 No metabolismo enérgico (ATP, GTP, UDPG, etc). 
 Ligação DNA-RNA 
d) Potássio - Regulador do volume dos fluídos intracelulares, mantendo 
pH e as relações osmóticas no interior das células 
Bromatologia 
 
40 
 
 Ativador de sistemas enzimáticos, principalmente enzimas 
da mitocôndria 
e) Cloro - Contribui para a tonicidade da resistência iônica do meio 
extra e intracelular 
 Formação de HCl gástrico. 
f) Magnésio - Envolvido em todas as reações de transferência de 
ligações ricas em energia (ATP-Mg, GTP-Mg, etc). 
 Estreitamente envolvido no metabolismo de carboidratos, 
gorduras, proteínas e ácidos nucléicos, etc. 
g) Enxofre - Um dos componentes da cartilagem.2.4 Aditivos 
a) Introdução 
Qualquer substância adicionada intencionalmente à ração animal, que 
normalmente não se consome como tal, nem se usa normalmente como 
ingrediente característico do alimento, tenha ou não valor nutritivo, com o 
objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou 
sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, 
embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de 
um alimento para animais, bem como influir positivamente na melhoria do 
desempenho dos animais. Ao agregar-se poderá resultar em que o próprio 
aditivo ou seus derivados se convertam em um componente de tal alimento. 
Bromatologia 
 
41 
 
O uso de aditivos na ração animal diminui a poluição ambiental, pois 
proporciona o melhor aproveitamento das matérias-primas que a compõe. 
Conseqüentemente, o melhor ajuste da dieta resulta na redução da excreção de 
componentes, como fósforo e nitrogênio, que podem tornar-se contaminantes de 
solo, água e ar. 
 
b) Regulamentação 
 O conceito de microingredientes utilizado no setor da produção animal 
costumeiramente se aplicava à categoria de aditivos nutricionais da legislação 
internacional (Cfe. Reg. 1831/2003 de 22/09/2003 do Parlamento Europeu). 
Entretanto, a partir de nova regulamentação do MAPA, a Instrução 
Normativa No.13 de 30/11/04, segundo orientações do Codex Alimentarius, as 
categorias de aditivos passam a ser: 
 
Aditivos nutricionais 
a. vitaminas, provitaminas, e substâncias quimicamente definidas de efeitos 
similares; 
b. oligoelementos ou compostos de oligoelementos (microminerais); 
c. aminoácidos, seus sais e análogos; 
d. uréia pecuária e seus derivados. 
 
Aditivos tecnológicos 
a. adsorventes; 
b. aglomerantes; 
Bromatologia 
 
42 
 
c. antiaglomerantes; 
d. antioxidantes; 
e. antiumectantes; 
f. conservantes; 
g. emulsificantes; 
h. estabilizantes; 
i. espessantes; 
j. gelificantes; 
k. regulador da acidez; 
l. umectantes 
Aditivos sensoriais 
a. corante e pigmentantes; 
b. aromatizantes; 
c. palatabilizantes 
Aditivos zootécnicos 
a. enzimas; 
b. probióticos; 
c. prebióticos; 
d. simbióticos; 
e. nutracêuticos; 
f. ácidos orgânicos; 
g. promotores de crescimento e/ou eficiência alimentar 
Aditivos Anticoccidianos 
a. anticoccidianos. 
Bromatologia 
 
43 
 
 
2.4.1. Aditivos Nutricionais 
 Toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades 
nutricionais do produto. 
 2.4.1.1. Vitaminas 
 Incluem as vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis. Podem ser 
suplementados incorporados na ração, incorporados ao sal mineral ou ainda na 
forma injetável. 
2.4.1.2. Microminerais 
Também conhecidos como oligoelementos ou compostos de 
oligoelementos, os sistemas de produção variam em relação aos tipos de 
sais: inorgânicos, orgânicos; e também com a origem das matérias-primas: 
metálica ou mineral. Na sua grande maioria a produção é direcionada para os 
produtos inorgânicos: sulfatos, óxidos e carbonatos. A produção dos 
microminerais na forma orgânica é uma ligação de uma molécula inorgânica 
com uma orgânica (aminoácidos, peptídeos, leveduras, proteínas, etc). A 
fração orgânica pode ser obtida por: hidrólise parcial ou total de uma proteína 
utilizando-se ácidos, enzimas ou síntese de aminoácidos. 
a) Ferro – Presente na molécula de hemoglobina e mioglobina 
transporte de O2 (respiração 
Participa de enzimas e coenzimas (citocromos, peroxidases 
– cadeia respiratória). 
Participa de produtos (1 ovo = 1 a 1,5 mg de Ferro; leite = 1 a 
Bromatologia 
 
44 
 
1,2 mg/litro), etc. 
b) Cobre – Essencial na formação óssea 
Essencial na manutenção da mielina do sistema nervoso 
Envolvido na síntese de queratina, principal componente do 
pelo. 
c) Manganês – Ativador de várias enzimas (arginase, fosfatase, 
tiaminase, desoxiribonuclease, enolase, glicosiltransferases) 
 Essencial na reprodução e funcionamento normal do sistema 
nervoso central. 
d) Zinco - Participa de vários sistemas enzimáticos (anidrase carbônica, 
desidrogenases, peptidades, fosfatases) 
 Envolvido em todo processo de multiplicação celular. 
e) Selênio – Está associado à vitamina E 
 No Brasil não à incidência de deficiência de selênio, pois 
apresenta solos mais ácidos o que favorece a absorção de 
selênio pelas plantas 
f) Iodo - Integrante dos hormônios da tireóide 
 Possui ação calorigênica nos animais homeotérmicos, 
através dos hormônios tireoideanos que atuam aumentando 
a atividade da mitocôndria, havendo maior consumo de O2 na 
célula, aumentando a respiração mitocondrial sustentando a 
termogênese orgânica 
 
Bromatologia 
 
45 
 
 2.4.1.3. Aminoácidos 
 Os aminoácidos são as unidades básicas da proteína, nutriente 
fundamental da alimentação. Eles são encontrados em todos os alimentos, de 
origem animal ou vegetal, que contenham proteínas. 
Fontes sintéticas de aminoácidos são rotineiramente utilizadas nas rações 
de aves e suínos. As fontes mais utilizadas são as que fornecem metionina, lisina 
e triptofano. 
A lisina é produzida como um sal hidroclorido e tem cerca de 79% de 
lisina ativa, já a metionina está disponível de diversas formas e o percentual de 
metionina ativa pode variar de 45% (sal sódico de metionina) a 99% (metionina 
DL). 
O triptofano não é um aminoácido limitante em dietas de aves e a 
tendências de uso se volta mais para suínos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
46 
 
Funções dos principais aminoácidos: 
Aminoácidos e Análogos Funções Biológicas 
L-Lisina Elemento estrutural das proteínas, 
nucleotídeos e componente das 
enzimas. Importância na formação 
dos colágenos e tecidos ósseos 
L-Treonina Importante elemento estrutural da 
proteína com funções de 
estabilização destas estruturas 
L-Triptofano Elemento estrututal da proteína, 
precursor da serotonina que atua 
diretamente no apetite animal 
L-Glutamina Precursor na síntese de 
aminoácidos, nucleotídeos, ácidos 
nucléicos, fonte energética de 
células de proliferação rápida e com 
função na manutenção da 
integridade da mucosa intestinal 
DL-Metionina Elemento estrutural das proteínas, 
enzimas e precursor da cisteína e 
dos peptídeos glutation como 
iniciador da biosíntese protéica 
como doador do grupo metil 
Hidroxi Análogo de Metionina 
HMTBA 
a. Precursor da metionina, elemento 
estrutural das proteínas, enzimas 
precursor da cisteína e dos 
peptídeos glutation como iniciador 
da biosíntese protéica como doador 
do grupo metil 
b. Função acidificante com ação 
antibacteriana e antifúngica. 
Bromatologia 
 
47 
 
HMBI Precursor na síntese de 
aminoácidos, nucleotídeos, ácidos 
nucléicos, fonte energética de 
células de proliferação rápida, com 
alto valor by-pass no rúmem. 
 
 
2.4.1.4. Uréia 
Tabela 17. Composição bromatológica da uréia com base na matéria seca. 
Alimento MS (%) PB (%) NDT (%) FDN (%) Ca (%) P (%) 
Uréia 97,53 282,02 0 0 0 0 
Fonte: VALADARES FILHO et al. (2006) 
A uréia é uma fonte de nitrogênio não protéica que só pode ser utilizada 
pelos ruminantes, sendo necessário o fornecimento de energia e aminoácidos 
para o seu adequado aproveitamento. 
A uréia contem 45% de N e por isso o seu equivalente protéico é cerca de 
280% (45 x 6.25 = 281). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
48 
 
 
• Uréia no rúmen 
 
URÉIA CO2 + NH3 
+ (amônia) 
 urease 
NH3 
+ + esqueleto de carbono proteína bacteriana. 
 bactéria 
NH3 
+ (excesso) circulação animal (passa pela parede do 
rúmen) 
NH3 
+ (transporte passivo): passa com rapidez 
NH4 (transporte ativo): passagem lenta. 
Usa-se vinagre para acidificar o rúmen. 
 
- Fornecimento de uréia 
- Concentrado: ideal 30% da PB como nitrogênio não protéico, evitar 
mistura com soja e parcelar o fornecimento.- Volumosos: preparar soluções com água de distribuir uniformemente. 
- Mistura mineral: misturas com até 50% de uréia, diminui o consumo, 
altamente solúvel (fazer furos nos cochos) 
• Cuidados com o fornecimento: 
- Fazer adaptação dos animais. 
- Fornecer fontes de enxofre e cálcio. 
- Usar no máximo 40g/100 Kg de peso vivo. 
 
Bromatologia 
 
49 
 
• Intoxicação: 
- Tremores musculares 
- Salivação 
- Convulsões 
- Em caso de intoxicação por uréia deve-se administrar via oral 6 litros de 
ácido acético/animal e repetir o procedimento após 3 horas. 
 
2.4.2. Aditivos tecnológicos 
 Qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação 
animal com fins tecnológicos. 
 2.4.2.1. Aglomerantes 
São substancias com propriedade de aglutinar peletes melhorando a 
textura das rações. 
Vantagens: 
- Aumento da densidade física (reduzindo custos de transporte) 
- Reduz a pulverência 
- Reduz desperdício nos comedouros 
- Elimina seleção de ingredientes. 
Desvantagens: 
- Custo 
- Destrói 10 - 20%de antibióticos e vitaminas. 
- Em ruminantes aumentam a taxa de passagem e por conseqüência 
Bromatologia 
 
50 
 
diminuem a digestibilidade. 
- Substancias mais usadas: bentonita (2,5%) e caulim (1 – 2,5%) 
 
2.4.2.2. Antiaglomerantes: Substância que reduz a tendência das 
partículas individuais de um alimento a aderirem-se umas às outras. 
 
2.4.2.3. Antioxidantes 
Substâncias que prolongam o período de conservação dos alimentos e 
das matérias-primas para alimentos, protegendo-os contra a deterioração 
causada pela oxidação. Os principais antioxidantes são: BHT e BHA. 
2.4.2.4. Adsorventes 
Substância capaz de fixar moléculas. 
2.4.2.5. Antiumectantes 
Substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos 
alimentos. 
2.4.2.6. Conservantes 
Substância, incluindo os auxiliares de fermentação de silagem ou, 
nesse caso, os microorganismos que prolongam o período de conservação 
dos alimentos e as matérias-primas para alimentos, protegendo-os contra a 
deterioração causada por microorganismos. 
 
2.4.2.7. Emulsificantes 
Substância que possibilita a formação ou a manutenção de uma 
Bromatologia 
 
51 
 
mistura homogênea de duas ou mais fases não miscíveis nos alimentos. 
2.4.2.8. Estabilizantes 
Substância que possibilita a manutenção do estado físico dos 
alimentos. 
2.4.2.9. Espessantes 
Substância que aumenta a viscosidade dos alimentos. 
2.4.2.10. Gelificantes 
Substância que dá textura a um alimento mediante a formação de um 
gel. 
2.4.2.11. Regulador de Acidez 
Substância que regula a acidez ou alcalinidade dos alimentos. 
2.4.2.12. Umectantes 
Substância capaz de evitar a perda da umidade dos alimentos. 
 
2.4.3. Aditivos sensoriais 
 Qualquer substância adicionada ao alimento para melhorar ou 
modificar as propriedades organolépticas destes ou as características visuais 
dos alimentos. Incluem os seguintes grupos funcionais: 
2.4.3.1. Pigmentantes e Corantes 
Substância que confere ou intensifica a cor aos alimentos. 
2.4.3.2. Aromatizantes 
Substância que confere ou intensifica o aroma dos alimentos. 
2.4.3.3. Palatabilizantes 
Bromatologia 
 
52 
 
São substâncias que se agregam aos alimentos dos animais buscando 
estimular o consumo, proporcionando sabores mais agradáveis aos 
ingredientes da dieta, estimulando assim os órgãos olfativos e gustativos. No 
caso de animais a maioria dos flavorizantes apenas adiciona um sabor, 
principalmente o sabor doce (preferido por bovino, coelhos e cavalos). 
2.4.4. Aditivos zootécnicos 
 Qualquer substância utilizada para influir positivamente na melhoria do 
desempenho dos animais. Incluem os seguintes grupos funcionais: digestivo, 
equilibradores da flora intestinal e melhoradores de desempenho. 
 2.4.4.1. Enzimas 
 Enzimas são proteínas de alta complexidade molecular, que sob 
condições específicas de umidade, temperatura e pH atuam sobre substratos 
específicos. 
 Existe um enorme número de enzimas divididas em classes 
(Oxidoreductases, Transferases, Hidrolases, Lyases, Isomerases, Ligases). Para 
a nutrição animal utiliza-se exclusivamente as Hidrolases, e estas por sua vez 
estão divididas em: 
 
 
 
 
Classe Nome (Exemplos) Função 
Phosphatases Fitases Responsáveis pela liberação do 
Bromatologia 
 
53 
 
fósforo do ácido fítico dos 
vegetais, melhorando a 
absorção deste e diminuindo a 
necessidade de adição do 
fosfato à ração. 
Glycosidades 
(Carbohydrases) 
Xylanases, 
Beta-glucanases, 
Amilases 
Melhoram a viscosidade da 
ração, além de tornarem 
digeríveis partes dos vegetais 
que antes eram indigeríveis, 
melhorando, deste modo, a 
digestibilidade da ração. 
Proteases Metaloprotease Permitem um melhor 
aproveitamento de alguns tipos 
de proteínas, melhorando a 
absorção dos aminoácidos, 
aumentando a digestibilidade 
geral do alimento. 
 
 2.4.4.2. Probióticos 
São inóculos de bactérias que melhoram o equilíbrio intestinal, afetando 
beneficamente a nutrição e a saúde do hospedeiro. São cepas de bactérias 
lactoprodutoras normalmente encontradas no TGI de animais sadios. 
Mecanismos de ação: 
- Produzem ácido láctico, que reduz o pH e por conseqüência reduz a 
população de bactérias patogênicas. 
- Produzem enzimas digestivas que atuam sinergicamente com os enterócitos. 
- Previnem o aumento de aminas tóxicas (diminuição da população de 
bactérias patogênicas). 
Bromatologia 
 
54 
 
- Estimulam o apetite (mecanismo não conhecido). 
O ácido láctico que desempenha fundamental papel não apresenta o 
mesmo resultado quando dissociado das bactérias vivas. 
A resposta animal é muito variável, na maioria das vezes a grande 
resposta é no aumento da taxa de sobrevivência devido à redução das diarréias 
bacterianas principalmente em bezerros, cordeiros e leitões. 
 
2.4.4.3. Prebióticos 
Ingredientes que não são digeridos pelas enzimas digestivas do 
hospedeiro, mas que são fermentados pela flora bacteriana do trato digestório 
originando substâncias que estimulam seletivamente o crescimento e/ou 
atividade de bactérias benéficas e inibem a colonização de bactérias 
patógenas ou indesejáveis. São compostos não digeridos por enzimas, sais e 
ácidos produzidos pelo organismo animal, mas seletivamente fermentados 
pelos microrganismos do trato gastrintestinal que podem estar presentes nos 
ingredientes da dieta ou adicionados a ela através de fontes exógenas 
concentradas (GIBSON & RO-BERFROID, 1995; ROY & GIBSON, 1999). 
 
 
 
 
2.4.4.4. Simbióticos 
 São combinações de prebióticos e probióticos. Um caso clássico é 
Bromatologia 
 
55 
 
uma dieta auxiliar a base de FOS e bifidobactérias. O que estes 
microrganismos naturais e benéficos fazem, é uma fermentação dos 
carboidratos complexos da dieta dirigida a ácidos graxos de cadeia curta 
(acético, láctico, propiônico, butírico) e o pH médio resultante seria 
responsável pela fisiologia que se traduz em menor inflamação, menor índice 
de toxinas (a partir da repressão da outra flora, de maior risco, que gera 
aminas e outros catabólitos de risco) e produção de vitaminas e bacteriocinas 
(Lactobacillus produz bacteriocina que inibe o crescimento de bactérias 
patogênicas). 
 
 
2.4.4.5. Antibióticos 
São utilizados nas rações com três objetivos: 
- 10 a 50g /ton: promoção ou estímulo do crescimento. 
- 75 a 100g /ton: prevenção de doenças. 
- 150 a 500g/ton: curativos (rações medicamentosas). 
Modo de ação: 
- Inibem o crescimento de microrganismos competidores por nutrientes. 
Inibem o crescimento e proliferação de microrganismos produtores de 
substancias toxicas (NH3). 
- Reduz a espessura da parede intestinal (facilita absorção). 
RESULTADO: Aumento no consumo de água e alimentos, e por 
Bromatologia 
 
56 
 
conseqüência melhora no desempenho. 
Resposta animal aos antibióticos: 
- Depende da espécie: frangos de corte até 10%; leitões até50Kg de 10 
a15% de resposta; bezerros até três meses de 10 a 30% de resposta. 
- Depende da categoria animal (animais mais jovens respondem melhor à 
aplicação de antibióticos) 
- Depende do manejo sanitário. 
Antibióticos mais usados: 
- Avilamicina 
- Flavofosfolipol 
Antibióticos proibidos: 
- Cloranfenicol 
Europa: 
Proibido antibióticos como promotor de crescimento. 
Proibido Clorafenicol, Tetraciclinas e sulfonamidas. 
 
 2.4.4.6. Ácidos Organicos 
 Os ácidos orgânicos apresentam efeitos fisiológicos relacionados com o 
sistema imune, com o esvaziamento gástrico e motilidade intestinal, absorção de 
minerais e água. São constituintes naturais de diversos alimentos, ocorrem no 
trato digestivo e produtos do metabolismo intermediário dos animais. 
- Funções 
Bromatologia 
 
57 
 
 Os ácidos orgânicos são de grande valia em nutrição animal por sua 
capacidade em reduzir o pH dos alimentos, favorecendo a sua conservação, 
exercem uma influência positiva a nível digestivo e metabólico, melhorando os 
rendimentos produtivos dos animais, além de serem excelentes fontes de 
energia. 
 Os ácidos orgânicos podem ser utilizados como conservantes, 
antifúngicos, palatabilizantes, bacteriostáticos, catalisadores enzimáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome Função 
Bromatologia 
 
58 
 
Ácido Fórmico Ação bactericida na ração e alta 
ação na redução da capacidade 
tampão. 
Ácido Acético Ação antilevedura na ração. 
Ácido Propiônico Ação antifúngica na ração. 
Ácido Láctico Ação bactericida na ração, na 
preservação antibacteriana no 
intestino delgado, na estimulação 
das secreções pancreáticas, no 
crescimento das células 
intestinais e mediana ação na 
redução da capacidade tampão. 
Ácido Butírico Ação na estimulação das secreções 
pancreáticas e no crescimento das 
células intestinais. 
Ácido Fumárico Ação bacteriostática na ração e alta 
ação na redução da capacidade 
tampão. 
Ácido Cítrico Baixa ação bactericida na ração, 
mediana ação na redução da 
capacidade tampão. 
Ácido Sórbico Excelente ação bactericida e 
antifúngica na ração e na 
preservação antibacteriana no 
intestino delgado. 
Ácido Benzóico Ação bactericida, antifúngica e 
antilevedura na ração e na 
preservação antibacteriana no 
intestino delgado. 
Acido de HMTB (HMTBA) Ação bactericida, antifúngica 
antilevedura na ração e na 
preservação antibacteriana no 
Bromatologia 
 
59 
 
intestino delgado. 
Além de ser precursor de L-
metionina 
 
 
2.4.4.7. Promotores de crescimento 
• Hormônios 
São usados como aditivos nas rações ou na forma de implantes. 
Alguns países aprovam legalmente o uso destes compostos enquanto em 
outros o proíbem estritamente. Em geral os benefícios e a eficiência dos 
hormônios têm sido bem demonstrados e seu uso é benéfico a saúde animal, 
desde que usado dentro das recomendações. 
 
Mecanismos de ação: 
- Promovem a síntese protéica. 
- Reduzem a gordura na carcaça. 
- Aumentam o crescimento ósseo 
- Agem melhor na fase de acabamento-engorda, em criações com boas 
condições higiênicas e bom plano nutricional. 
Classificação: 
- Esteróides endógenos (naturais): estradiol-17-beta, testosterona e 
progesterona, 60-80 dias não tem carência; Synovex S (steeroid) 
recomendado para machos e contem progesterona e estradiol; Synovex H 
Bromatologia 
 
60 
 
(hefeiroid) recomendado para fêmeas e contem testosterona. 
Estes esteróides estão presentes normalmente no organismo animal, 
entretanto a taxa de produção e os níveis plasmáticos variam de acordo com 
o sexo, idade e estado fisiológico. 
Nas doses de implante: (<20mg para o estradiol e <200mg para 
testosterona e progesterona) e observando o prazo de carência (60-90 dias) 
não é possível distinguir entre animais tratados e não tratados. 
Aspectos que devem ser levados em consideração: 
1) Apresentam baixa disponibilidade quando ingeridos porque são 
rapidamente degradados. 
2) O implante é feito na orelha (local onde pode haver uma maior 
concentração do hormônio)que não faz parte da carcaça. 
3) Mesmo para faixa mais sensível (crianças pré-púberes) as 
quantidades são menores que as circulantes apresentando pouca chance de 
interagir com o metabolismo endócrino. 
- Esteróides exógenos: 
Trembolona, Zeranol, Dietilbestrol. 
São compostos mais resistentes às biotransformações possuindo 
maior atividade que os endógenos. 
O Dietilbestrol (Stimplants e Vigain) possui potencial carcinogênico e 
mutagênico sendo proibido na maioria dos países. 
O Zeranol (Ralgro 60dias de carência) que é produzido por um fungo, 
Bromatologia 
 
61 
 
não acumula nos tecidos enquanto a Trembolona acumula, devido às duvidas 
sobre o uso seguro destes produtos eles são proibidos em alguns países. 
 
 
- Repartidores de nutrientes 
Os agonistas β-adrenégicos ou beta-agonistas são substâncias que 
aceleram a oxidação dos ácidos graxos desviando esta energia para a síntese 
de proteína. 
Os agonistas β-adrenégicos mais estudados são o Clembuterol e o 
Cimaterol, eles aumentam a deposição de proteína (em torno de 15%) e 
reduzem a deposição de gordura (em torno de 18%). Estes efeitos são mais 
notados em machos castrados e fêmeas. 
Estas substâncias apresentam um curto prazo de carência e não 
apresentam riscos à saúde humana. Entretanto existem alguns aspectos 
negativos que devem ser observados: 
- Em razão do período de carência, porcos apresentam ganho 
compensatório de gordura que inutiliza a ação anterior. 
- Porcos aumentam a necessidade de lisina. 
- Redução na quantidade de glicogênio da carcaça (pobre glicólise pós-
morte). 
- Exigem mais estudos. 
 
Bromatologia 
 
62 
 
 
2.4.4.5. Manipulação ruminal 
• Ionóforos 
Alteram a permeabilidade da membrana de organismos gram-positivos 
modificando a relação propionato: acetato, aumentando a eficiência da 
fermentação ruminal. Ex.: monesina. 
• Isoácidos 
São ácidos graxos de cadeia curta ramificados, presentes 
normalmente no liquido ruminal, sendo essenciais para as bactérias 
celulolíticas que os utilizam para a síntese de alguns aminoácidos. 
Em dietas de baixa qualidade, principalmente protéica, a ausência 
destes isoácidos pode ser uma das causas do não acoplamento da energia 
fornecida e a síntese microbiana. Nestas condições o fornecimento de 
isoácidos pode elevar a digestibilidade da matéria seca e celulose. 
• Tamponantes 
São usados para alterar o pH ruminal, principalmente em rações de 
vacas leiteiras onde o manejo alimentar se baseia em quantidades elevadas 
de concentrados o reduz o pH ruminal levando a um quadro de acidose. 
 
2.4.5. Aditivos Anticoccidianos 
 Substância medicamentosa utilizada para prevenção da coccidiose. 
 
Bromatologia 
 
63 
 
Gabarito: 
Ex 1: 
Conversão Alimentar 
 Creche Crescimento Terminação 
Lote 1 1,292 2,532 3,713 
Lote 2 1,355 2,628 3,526 
 
Eficiência Alimentar 
 Creche Crescimento Terminação 
Lote 1 77,40 39,49 26,93 
Lote 2 73,79 38,04 28,36 
 
Ex 2: 
CA – Dieta 1 
CSM= 6,92 Kg/MS (silagem) + 3,47 Kg/MS (concentrado) = 10,39 Kg/MS de 
ração 
CA=CMS/GPD = 10,39/1,10 = 9,46 
CA – Dieta 2 
CSM= 8,36 Kg/MS (silagem) + 2,03 Kg/MS (concentrado) = 10,39 Kg/MS de ração 
CA=CMS/GPD = 10,39/1,10 = 9,46 
 
Conversão Alimentar 
Dieta 1 9,46 
Bromatologia 
 
64 
 
 
3 Nutrientes 
Os principais nutrientes presentes nos alimentos são: 
• Carboidratos 
• Proteínas 
• Lipídios 
• Minerais 
• Vitaminas 
• Água. 
 
 
 
3.1 Carboidratos 
Os carboidratos são compostos orgânicos constituídos de átomos de 
carbono, hidrogênio e oxigênio. São constituintes, de modo geral, de cerca de 
Dieta 2 9,46 
 
 As duas dietas apresentaram a mesma CA, mas a Dieta 2 apresenta um 
melhor aproveitamento, pois possui uma silagem de melhor qualidade (maior 
NDT e PB), diminuindo a necessidade de ingestão de concentrado, o que reduz o 
custo total com a alimentação.Bromatologia 
 
65 
 
75% da matéria seca das forragens e por isso representam a principal fonte 
de energia para os ruminantes. 
 
a) Principais funções dos carboidratos 
- Fonte de energia 
- Alimento de reserva (amido e glicogênio) 
- Elemento estrutural (celulose e quitina) 
 
 
 
b) Classificação dos carboidratos 
Para fins de alimentação os carboidratos são classificados em 
estruturais e não estruturais, devido a forma de aproveitamento pelo animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os carboidratos não estruturais são plenamente disponíveis para os 
animais, seja no íleo dos não ruminantes ou no retículo – rúmen dos 
CHO’s 
Não Fibrosos: 
açúcares solúveis, 
amido e pectina 
 
Fibrosos: 
celulose, 
hemicelulose e 
lignina (fenilpropano) 
 
Bromatologia 
 
66 
 
ruminantes, já os polissacarídeos estruturais somente estão disponíveis 
mediante a ação de microrganismos, assim somente os ruminantes 
conseguem utilizar este tipo de carboidrato. 
 
c) Digestão dos carboidratos (CHO’s) 
• Não Ruminantes 
Os animais não ruminantes utilizam somente os carboidratos não 
estruturais, ou seja, os açúcares solúveis e o amido. 
A digestão do amido em suínos começa na boca pela ação da amilase 
salivar. Nas aves a boca (bico) tem a função de apreender e deglutir o 
alimento, sendo que a saliva tem função apenas de umedecer o alimento não 
tendo importância na digestão enzimática. 
Após a deglutição o alimento nas aves fica armazenado no papo, onde 
ocorre alguma digestão fermentativa (lactobacilos), entretanto para as 
condições de criação atual esta digestão tem pouca importância. 
Na seqüência tanto em aves como em suínos o alimento vai para o 
estomago (suínos) e para o proventrículo (aves) onde sofrerá ação do HCl e 
pepsina, sendo que para digestão dos CHO’s estas secreções exerce efeito. 
Após a passagem pelo estômago o alimento chega ao intestino delgado 
onde ocorre a maior digestão e absorção dos CHO’s. 
Na luz do intestino ocorre ação de amilases pancreáticas que é 
responsável pela quebra do amido em maltose e maltotriose que por sua vez 
Bromatologia 
 
67 
 
sofrem ação de maltases intestinais que fazem a hidrólise com liberação da 
glicose a qual fica apta para ser absorvida. 
 
Fisiologia comparada dos animais domésticos: 
 
 
 
 
 
 
• Suínos 
- Boca – amilase 
- Esôfago 
- Estômago – HCL 
- Intestino Delgado – amilase, 
absorção 
- Intestino Grosso – cólon, 
fermentação microbiana dos 
carboidratos estruturais. 
• Aves 
- Bico – apreensão do alimento 
- Papo – digestão fermentativa 
- Proventrículo – Trituração e 
ação do HCL 
- Intestino Delgado – amilase, 
absorção 
- Intestino Grosso- dois cecos, 
fermentação microbiana da 
fibra 
 
Bromatologia 
 
68 
 
Ruminantes 
Nos ruminantes a fermentação dos CHO’s ocorre no rúmem sendo 
resultados das atividades físicas e microbiologicos. A fermentação anaeróbica 
destes CHO’s dá origem a produção de AGV que representam a principal 
fonte de energia para os ruminantes, atendendo até 80% das exigências 
diárias. 
Diferente dos Não Ruminantes, os Ruminantes conseguem aproveitar 
tanto os CHO’s fibrosos quanto os CHO’s não fibrosos, devido a simbiose com 
os microorganismos do rúmem que produzem celulase. 
Os Carboidratos são utilizados pelos microorganismos para geração de 
ATP e durante este processo, o resíduo da fermentação é então 
disponibilizado para o animal (AGV). 
Os CHO’s solúveis são fermentados neste esquema sem necessidade 
de uma hidrólise prévia, já o amido e a celulose necessitam ser hidrolizados 
(bactérias aminolíticas e celulolíticas). 
Os CHO’s ao chegarem ao rumem são hidrolizados por bactérias 
celulolíticas (celulose, enemi) e aminoliticas (amido) que liberam a glicose por 
fermentação A glicose proveniente da quebra do amido, celulose, 
hemicelulose e CHO’s solúveis do alimento são convertidos em AGV, com 
liberação concomitante de AGV. 
Os AGV’s formados atravessam a parede do rumem e são utilizados 
pelo metabolismo animal. 
 
Bromatologia 
 
69 
 
 
 
• Ruminantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ruminantes 
- Boca – substâncias tamponantes 
- Retículo – eructação, ruminação 
- Rúmen – fermentação dos carboidratos (estruturais e ñ 
estruturais). 
- Omaso – absorção de água e ácidos graxos voláteis 
- Abomaso – HCL 
- Intestino Delgado – pouca amilase, absorção 
- Intestino Grosso – ceco, fermentação. 
CHO’s fibrosos 
 
CHO’s não fibrosos 
Rúmem Microrganismos Glicose 
Energia p/ MO 
 Piruvato 
Energia p/ MO 
AGV (animal) 
Bromatologia 
 
70 
 
d) Função dos CHO’s 
- Não Ruminantes 
- Fornecer energia – (Ciclo de Krebs) 
- Síntese de glicogênio (BEP) 
- Síntese de gordura (BEP) 
- Ruminantes 
- Fornecer energia (acetato e butirato) 
- Síntese de gordura (acetato e butirato) 
- Síntese de glicose (propionato) 
 
e) Aspectos sobre o uso de CHO’s na alimentação animal 
- Não Ruminantes 
- Utilizam CHO’s não estruturais 
- Excesso de fibra: Diminui densidade energética 
 Diminui taxa de passagem 
 Diminui o consumo 
• Enzimas fibrolíticas (celulases e Xilases) 
• Aves 
• Fase inicial: 
- Saco vitelínico (não contem CHO’s) 
- Alimentos que aumentem a glicose circulante (uso 
de ácido propiônico?) 
Bromatologia 
 
71 
 
• Modo geral: CHO’s com alto teor de amido e baixo teor de 
fibra (milho) 
• Suinos 
• Leitões: 
- Não adimitem ingredientes fibrosos 
• Matrizes: 
- Até 30 dias de gestação (dieta com alto teor de fibra) 
(hemicelulose) 
- A fibra diminui o estresse de fêmeas confinadas, 
pois ocorre um aumento no nível de sociedade. (fibra 
– hemicelulose – moída) 
 
• Ruminantes 
- Utilizar carboidratos fibrosos e não fibrosos. 
- Fornecer quantidade mínima de carboidratos estruturais. 
- Os carboidratos estruturais têm a função de manter as funções de 
rúmen. 
- Altas doses de concentrado implicam em grande quantidade de 
amido no rúmen e por conseqüência diminui a ruminação e diminui 
também o pH ruminal (acidose). 
• Rações com escassez de fibra. 
- Diminui a salivação 
Bromatologia 
 
72 
 
- Diminui o pH do rúmem 
- Queda no consumo de MS 
- Diminui o teor de gordura no leite 
- Aumenta os distúrbios metabólicos (acidose ruminal) 
 
• Rações com excesso de fibra. 
- Diminui a taxa de passagem 
- Diminui o consumo 
- Queda no desempenho 
• Ideal: Rações com quantidades mínimas de fibras para 
animais de alta produção. 
- NRC gado leiteiro (2001): 25% de FND total e 19% de FDN 
proveniente de forragem. 
(alterado em função do processamento da forragem, 
digestibilidade da forragem, forma de alimentação, 
degradabilidade do amido e uso de subprodutos fibrosos) 
- Rações com máxima quantidade de volumoso possível para 
não comprometer o desempenho do animal. 
- 
• Enzimas Fibrolíticas 
- 0,01 a 1% 
- Acima de 15% atividade celulolitica 
Bromatologia 
 
73 
 
- Pulverizadas sobre o volumoso antes da alimentação. 
- Vacas no terço inicial da lactação. 
 
3.2 Lipídeos 
Os lipídeos são substâncias oleosas ou gordurosas formadas por ácidos 
graxos que possuem como principal função fornecer energia parta os animais. 
Os lipídeos encontram-se em maior quantidade em sementes (soja 18%, 
algodão 23%) quando comparadas com forragens (4 – 6% em média). 
 
a) Principais funções dos lipídeos 
• Fonte de energia 
• Componente das membranas celulares 
• Ativadores de enzimas 
• Atua no sistema de transporte de nutrientes 
 
b) Classificação dos lipídeos 
Os lipídeos ocorrem de duas formas distintas nos alimentos: 
• Ácidos graxos livres 
• Triglicerídeos (3 ácidos graxos combinados com uma molécula de 
glicerol.) 
Os ácidos graxos, tanto os livres como os combinados com o glicerol, 
podem ser saturados ou insaturados. Essa diferença é importante no processo 
deabsorção dos ácidos graxos. 
Bromatologia 
 
74 
 
Os ácidos graxos insaturados possuem menor peso e são mais 
facilmente absorvidos no intestino delgado, entretanto eles são mais 
prejudiciais a nível ruminal, pois diminuem a digestão da fibra. 
 
c) Digestão dos lipídeos 
• Não ruminantes 
No caso dos lipídeos a boca e o estômago não secretam enzimas que 
hidrolisam estes compostos, apenas ocorre uma ação mecânica que aumenta 
a superfície do lipídeo, facilitando a ação posterior das enzimas. 
A emulsificação destes compostos ocorre no intestino com ação da bile, 
lípase pancreática e intestinal. 
Os lipídeos absorvidos podem ser depositados na forma de gordura 
corporal ou usados como fonte de energia para processos vitais. 
 
 
 
 
 
 
- Aves 
 
 
 
Gordura da dieta (TG) 
Quebra mecânica dos 
glóbulos de gordura 
Emulsificação com sais biliares 
(ativa as lípases e aumenta a 
superfície de contato dos 
triglicerídeos) 
Moela Duodeno 
Jejuno Jejuno Enterócito 
Ação das lípases 
(triglicerídeos → AGL) 
Absorção (AGL) (AGL → TG) Circulação. 
Bromatologia 
 
75 
 
 
 
 
 
 
• Ruminantes 
As bactérias do rumem possuem capacidade limitada em utilizar os 
ácidos graxos, elas quebram os TG e liberam o glicerol + AGL; o glicerol é 
utilizado para geração e o AGL pode ser incorporado à membrana da bactéria 
ou sofre biohidrogenação. 
No rumem o excesso de lipídeo prejudica a digestibilidade da fibra 
porque exerce um efeito de cobertura. Além disso, o AGL, especialmente os 
poliinsaturados exercem um efeito tóxico sobre os microorganismos (Gram+, 
bactérias metanogênicas e protozoários), que procuram biohidrogenar este 
AGL. 
Assim o perfil dos AG que chegam ao duodeno para absorção é distinto 
do perfil que foi oferecido. Em ruminantes encontramos no duodeno uma 
grande quantidade de ácidos graxos não esterificados e uma proporção 
pequena de AG polissaturados. 
 
- Ruminante 
 
 
Rumem Duodeno 
Gordura da dieta (TG) Ação da lípase microbiana 
(TG → AGL + glicerol) 
Ação detergente com a bile 
(AGL não aderido a partículas) 
Jejuno Jejuno Enterócito 
Ação das lípases 
(Menor que nos não ruminantes) 
Absorção (AGL → TG) Circulação. 
Bromatologia 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 18: Valores de pH, forma química e ação biliar de ruminantes e não 
ruminantes. 
 Não Ruminantes Ruminantes 
pH duodenal 6,0 – 7,0 3,0 – 5,0 
Forma química TG AGL (aderidos a partículas) 
Ação biliar Emulsificação (pk = 3,7) Taurocólico (pk = 1,5) 
Fonte: BERCHIELLI et al. (2006) 
 
 
d) Aspectos sobre o uso de lipídeos na alimentação animal 
• Não Ruminantes 
• Geral 
- Uso 3 a 5% 
- Alta densidade energética 
- Melhora a palabilidade 
Bromatologia 
 
77 
 
- Reduz o pó 
• Aves: 
- Nas aves jovens a absorção de gordura é limitada 
- Mecanismos de digestão e absorção atingem plenitude 
cerca de 2 a 3 semana pós-eclosão (absorção de gordura 
aumenta com a idade) 
 
• Suínos 
- Diminui o incremento calórico (uso no verão) 
- Maior eficiência no catabolismo 
- Preço da gordura 
- Uso de subprodutos + gordura 
 
 
 
• Ruminantes 
- Evitar excesso de gordura, especialmente com alta proporção de 
AG poliinsaturados (compromete a digestão da fibra) 
 
 
 
 
= 
% gordura 
suplementar 
6 x %FDA (dieta) 
% ácidos graxos insaturados na gordura suplementar 
Bromatologia 
 
78 
 
3.3 Proteínas 
São de fundamental importância na alimentação animal porque estão 
intimamente relacionadas os processos vitais das células. 
 
a) Funções 
• Fonte de aminoácidos para síntese de proteína corporal 
• Fonte de aminoácidos para síntese de hormônios e enzimas 
• Fonte de aminoácidos para a síntese de anticorpos 
• Transporte de nutrientes 
• Regulação do metabolismo da água. 
 
b) Classificação dos aminoacidos 
Os aminoácidos são os resíduos da hidrólise das proteínas e do ponto 
de vista da nutrição animal estes são classificados como: 
 
• Aminoácidos essenciais: São aqueles que o organismo animal não 
consegue sintetizar ou sintetizam de forma insatisfatória para atender a 
exigência de mantença e produção, por isso devem ser adicionados a 
dieta. 
 São eles: Arginina, Lisina Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano 
e Valina. 
Bromatologia 
 
79 
 
• Aminoácidos não essenciais: São aqueles que podem ser sintetizados 
pelos animais, podem ser sintetizados a partir de AAUE ou AAE quando 
necessário. 
São eles: Alanina, Ácido Aspártico, Asparagina, Cisteína, Ácido 
glutânico, Glutamina, Glicina, Prolina, Serina e Tirosina. 
 
c) Utilização da proteína - Não Ruminantes. 
 
 
 
 
Nos não ruminantes a digestão protéica inicia-se no estômago através 
do ataque do HCL que desnatura a proteína e ativa o pepsinogênio. A pepsina 
ativa ataca as ligações peptídicas iniciando o processo de hidrólise da 
proteína. 
No intestino delgado várias enzimas proteolíticas (tripsina, 
quimiotripsina, carboxipeptidases) hidrolisam a proteína até a liberação dos 
aminoácidos, os quais serão absorvidos. 
Após a absorção os aminoácidos livres são utilizados para síntese de 
proteína, síntese de glicose, síntese de gordura ou ainda deaminados e 
degradados a CO2 e H2O. 
 
d) Utilização da proteína – Ruminantes. 
Proteína do 
alimento e 
NNP 
No estômago 
a proteína é 
desnaturada 
pela pepsina. 
No intestino 
ocorre o ataque 
de enzimas 
proteolíticas. 
Após o ataque 
os aa’s livres 
são absorvidos 
pelo animal. 
Bromatologia 
 
80 
 
A proteína bruta contida nos alimentos dos ruminantes é composta por 
uma fração degradável no rúmem e uma fração não degradável no rúmem. 
Quando a proteína chega ao rúmem os microorganismos degradam a 
fração PDR da PB e utilizam os aa’s e NH3 para à síntese de proteína 
microbiana. A síntese desta proteína é dependente da energia proveniente da 
degradação dos CHO’s, desta forma quando a velocidade da degradação 
protéica no rúmem excede a velocidade de utilização destes compostos, o 
excesso de amônia atravessa a parede ruminal e pode ser perdida via urina. 
Após a fermentação ruminal, a proteína não degradada no rúmem e a 
proteína microbiana são as fontes de proteína que chegam no intestino. 
O processo de digestão no abomaso e intestino dos ruminantes é 
parecido com o que ocorre com os não ruminantes. 
 
Bromatologia 
 
81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Proteína verdadeira 
e NNP 
NH3 
+ 
NDT 
Boca Intestino 
Fezes 
Proteína Proteina microbiana 
Proteína corporal 
“pool de aminoácidos” 
Saliva 
Fígado Proteína absorvida 
proteina do leite excesso (urina) 
oxidado (energia) 
Rumen 
Bromatologia 
 
82 
 
d.1) Degradação microbiana 
• A proteína é hidrolisada fornecendo aminoácidos e NH3 (parcialmente) 
• O nitrogênio não protéico (NNP) também é hidrolisado a NH3 . 
 
d.2) Síntese de proteína microbiana 
 
 
d.3) Destino da amônia (NH3) 
• Transformar-se em proteína microbiana 
Ser absorvida pela parede do rúmen, e daí ser transportada até o fígado 
onde pode ser excretada ou reciclada na saliva. 
d.4) Absorção pelo animal 
 Parte da proteína alimentar não degradada e a proteína microbiana 
são atacadas a nível de intestino por enzimas proteolíticas,quando ocorre a 
liberação dos aminoácidos e posterior absorção pelo animal. 
 
e) Qualidade protéica 
A avaliação de um alimento como fonte protéica depende principalmente 
de 2 fatores: 
• Da quantidade total de proteína 
• Da proporção dos aminoácidos componentes de proteína 
VB (valor biológico): fração da proteína digerida do alimento que pode 
ser utilizada pelo animal para síntese de tecidos ou substancias orgânicas. 
NNP e proteína verdadeira NH3 + energia (NDT) Proteína microbiana 
Bromatologia 
 
83 
 
% da proteína digerida e absorvida que é retida pelo animal. 
 
➢ Disponibilidade protéica 
A proteína para ser de alta qualidade precisa estar disponível para o 
animal. A celulose e a hemicelulose podem tornar a proteína contida na célula 
inacessível para o ataque enzimático. Em outros casos a digestão pode ser 
inibida por inibidores enzimáticos (inibidor de tripsina – soja crua). 
O tratamento pelo calor também pode afetar a disponibilidade dos 
aminoácidos (Reação de Mailard – complexação do grupamento amina com 
açucares redutores). 
 
➢ Perfil de aminoácidos 
Proteínas que possuem abundância de aa’s indispensáveis são 
consideradas de alta qualidade. Quanto mais o perfil de aa’s se aproxima dos 
requisitos dos animais, maior será o VB. 
Vale ressaltar que a dieta deve conter também uma quantidade 
equilibrada dos aa’s não essenciais porque o metabolismo deamina os aa’s 
essenciais para síntese que necessita. 
 
f) Importância da qualidade protéica 
Em ruminantes é difícil se trabalhar com qualidade protéica pois há 
alteração do perfil de aa’s a nível ruminal. A qualidade protéica é mais 
Bromatologia 
 
84 
 
importante quando se trata de animais de alta produção e os aminoácidos 
limitantes para estes animais são lisina e metionina. 
Para as aves os aa’s limitantes são: lisina, metionina + cisteina, treonina 
e triptofano. Quando se trata de suínos os aa’s limitantes são: arginina, 
histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina+ cisteína, fenilanina + tirosina, 
treonina, triptofano e valina. 
 
g) Aspectos sobre o uso da proteína na alimentação animal. 
 
• Ruminantes 
 
Ruminantes 
 
 
• Proteína microbiana possui um bom perfil de aa’s (animais com até 
4500 kg leite/lactação 
• Animais de alta produção – PNDR 
- 1° Fornecer PDR – para maximizar sintese microbiana 
- 2° Fornecer PNDR – para complementar as exigências dsa 
PM do animal. 
• Fontes de PNDR: farinha de peixe, promil, farelo de soja tratado. 
• Fontes de PDR: farelo de soja, soja grão, farelo de amendoim, farelo 
de canola. 
 Utilizam NNP e proteína verdadeira 
(animais de terminação pode ser única fonte) 
 
Bromatologia 
 
85 
 
• Não Ruminantes 
• Não utilizam uréia 
• Balanceamento de aminoácidos 
• Utilização de aminoácidos sintéticos. 
3.4 Vitaminas 
As vitaminas são substancias que não podem ser sintetizadas pelo 
organismo animal e devem ser obrigatoriamente fornecidos através da 
alimentação. 
A ausência de vitaminas causa vários distúrbios que podem levar o 
animal até a morte. 
a) Funções 
As vitaminas são muito específicas e não são utilizadas como fonte de 
energia e nem como componente estrutural. 
Sua função é permitir a ação de varias enzimas que atuam no 
metabolismo e nos processos celulares. 
b) Classificação 
As vitaminas são divididas em dois grandes grupos: 
• Vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K. 
• Vitaminas hidrossolúveis: vitaminas do complexo B e vitamina C. 
c) Principais vitaminas e suas funções: 
• Vitamina A: relacionada à visão, proteção da pele, sistema nervoso. 
• Vitamina D: relacionada com a absorção de Ca. 
• Vitamina E: antioxidante biológico. 
Bromatologia 
 
86 
 
• Vitamina K: relacionada à coagulação sanguínea. 
• Vitamina B1 : metabolismo dos carboidratos. 
• Vitamina B2 : metabolismo dos carboidratos. 
• Nicotinamida: metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. 
• Ácido pantotênico: metabolismo dos lipídeos. 
• Vitamina B6 : metabolismo dos aminoácidos. 
• Biotina: metabolismo dos aminoácidos. 
• Ácido fólico: metabolismo da glicina. 
• Vitamina B12 : metabolismo dos ácidos nucléicos. 
• Colina: atividade lipotrópica. 
• Vitamina C: formação da matriz protéica dos ossos. 
 
d) Digestão: 
Nos ruminantes os microrganismos do rúmen sintetizam a vitamina K e 
as vitaminas do complexo B. A vitamina D e a vitamina C são sintetizadas pelo 
próprio animal, sendo assim os ruminantes precisam receber somente as 
vitaminas A e E. 
Assim como os ruminantes os monogástricos são capazes de sintetizar 
as vitaminas C e D, necessitando receber somente as vitaminas A, E, K e as 
do complexo B. 
e) Algumas vitaminas e seus precursores 
• Vitamina A: β caroteno. 
• Vitamina D: ergosterol. 
Bromatologia 
 
87 
 
• Vitamina E: tocoferol. 
• Vitamina K: menadiona. 
 
3.5 Minerais 
São compostos inorgânicos que não podem ser sintetizados pelos 
animais e que devem ser integralmente fornecidos pela dieta. 
 
a) Funções: 
Os minerais desempenham diversas funções no organismo animal: 
• Metabolismo energético (ATP). 
• Constituintes de ossos e dentes. 
• Manter regulada a pressão osmótica. 
• Constituição de diversas enzimas e usados como cofatores enzimáticos. 
 
b) Classificação: 
Os minerais são divididos em dois grandes grupos: 
• Macrominerais: Ca, P, Mg, K, Na. Cl e S. 
• Microminerais: Fe, I, Cu, F, Mn, Mo, Zn, Co, Se, Cr, Ni. 
 
c) Principais macrominerais e suas funções. 
• Ca: esqueleto animal, coagulação sanguínea e regulação osmótica. 
• P: esqueleto animal, metabolismo energético (ATP). 
• Mg: trabalho muscular e nervoso. 
Bromatologia 
 
88 
 
• K: função enzimática celular. 
• Na e Cl: regulação de pressão osmótica. 
• S: metabolismo das proteínas. 
 
d) Digestão 
Os minerais são absorvidos a nível de intestino dependendo de sua 
forma física e também da presença ou ausência de outros nutrientes. 
Alguns minerais competem entre si para serem absorvidos e, portanto, o 
nível de um ou mais minerais afeta a taxa de absorção, é o caso, por exemplo, 
da relação de antagonismo existente entre Ca x Zn e Cu x Mo, que não 
possuem sítios específicos de absorção e, portanto, competem entre si. 
No caso de ruminantes uma parte dos minerais é utilizada pelas 
bactérias e o restante vai para o intestino delgado onde é absorvido, mas de 
maneira geral os microrganismos aumentam a disponibilidade dos minerais. 
A composição dos alimentos também influencia na absorção dos 
minerais, exemplo disso são os alimentos que contem fitato, o fitato complexa 
moléculas inorgânicas indisponibilizando-as para a absorção. 
 
Bromatologia 
 
89 
 
e) Relação entre o desempenho animal e o nível de minerais na dieta. 
 
 
 
 
A B 
 
 I II III 
 
 
Região I: abaixo da exigência mínima do animal. 
Região II: região onde a exigência é suprida sem atingir o nível de 
toxidez. 
Região III: Nível de toxidez. 
 A: exigência mínima para o animal produzir sem afetar o consumo, a 
partir do ponto A não se tem mais nenhum ganho. 
 B: nível de toxidez (ponto máximo que pode ser suplementado) 
 
Desempenho 
animal 
 
 Nível na dieta 
 
Bromatologia 
 
90 
 
3.6 Água 
A água é o principal componente quantitativo do organismo (98% da 
célula). 
 
a) Funções 
• Solventes (reações) 
• Termoregulação. (alto calor específico) 
• Evita mudanças na temperatura corporal (1g de água produz 2,45 J de 
calor) 
• Transporte de substâncias 
• Transporte de resíduos 
• Lubrificação (liquido sinovial) 
• Processo de visão 
 
b) Perdas de água 
• Excreção renal 
• Excreção fecal 
• Evaporação 
• Respiração 
• Sudorese 
 
Bromatologia 
 
91 
 
c) Fontes de água 
• Água bebida 
• Água dos alimentos 
• Água metabólica 
• A ingestão voluntária de água depende de vários fatores : temperatura, 
quantidade de água contidanos alimentos e o nível de produção dos 
animais) 
• A ingestão de água tem alta correlação 
• Quanto maior a quantidade de água ingerida junto com os alimentos 
menor será a ingestão voluntária de água 
 
Tabelab 19: Exigência de água por ruminantes em função da umidade do 
alimento ingerido. 
Umidade (10%) Consumo de água L/ Kg.ms-1 
10% (Ração – Feno) 3,7 
30% 3,3 
50% 2,9 
70% (Silagem de capim) 1,5 
 
Água metabólica 
• Proteína – 56g água/ 100g de proteína. 
• Carboidratos – 45g de água/ 100g de CHO. 
• Lipídeos – 119g de água/100g de lipídeos. 
Bromatologia 
 
92 
 
• 23,5 g de água da respiração 12,3g de água metabólica. 
 
d) Requerimento animal 
• Sujeito a muitas perdas 
• De difícil determinação 
 
Tabela 20: Consumo médio de água esperado para as principais espécies 
domésticas. 
Espécie Quantidade ingerida 
Bovinos de corte 22 -66 l/dia 
Bovinos de leite 38 – 110 l/dia 
Caprinos e ovinos 4 -15 l/dia 
Suínos 11 – 19 l/dia 
Aves 0,2 – 0,4 l/dia 
 
e) Consumo de água pelos ruminantes 
• Produção e lotação: disponibilidade de matéria seca e de água. 
• A água fornecida aos animais pode ser oriunda de represas, lagoas, 
diques, precipitação pluviométrica. 
• Deve-se ter atenção quanto à distancia entre os pontos de água e a 
qualidade da mesma. 
• Os bebedouros podem ser de cimento, metálicos. Em terrenos declivosos 
devem estar espaçados a cada 800m e em terrenos planos a cada 1600. 
Bromatologia 
 
93 
 
• O dimensionamento de um bebedouro dever levar em consideração 
alguns aspectos importantes como: tamanho médio dos animais, nível de 
produção, temperatura ambiente, tipo de alimento fornecido e o número de 
animais que vão utilizá-lo. 
 
Ex.: Bovinos de corte em acabamento com 450 Kg de PV, temperatura de 
27ºC. Alimentados a pasto (70% de umidade) com lotação de 100 para 50 ha. 
Consumo médio por animal: 55 L/dia 
Consumo diário do rebanho: 55 x 100 = 5500 L ou 5,5 m³ 
Cálculo da vazão: 5500l de água / 86400s = 0,063 L/s 
 
Fatores que afetam o consumo e água pelos ruminantes: 
• A ingestão de matéria seca que é diretamente ligada com a ingestão 
voluntária de água (IVA): 
IVA: (3,6 x IMS) – 0,99 
• Natureza do alimento 
• Condição fisiológica do animal 
• Nível de produção: quando se aumenta a produção aumenta o consumo 
voluntário e água. Ex.: para se produzir 1Kg de leite são gastos em média 
de 1,5 – 2,5 Kg de água 
• Atividade física: o consumo de água aumenta com o aumento das 
atividades físicas 
• Temperatura da água: ideal de 10 – 25ºC 
Bromatologia 
 
94 
 
Tabela 21: Relação entre a temperatura ambiente o consumo de água/ Kg de MS 
ingerida. 
Temperatura ambiente (ºC ) Consumo (Kg de água /Kg.ms) 
-12 - 4ºC 3,1 
4,4 3,1 
10,0 3,3 
15,6 3,9 
21,1 4,4 
26,7 5,1 
29,4 5,9 
 
f) Consumo de água em aves 
f.1) Importância 
• Aumenta a velocidade de crescimento. 
• Aumenta a taxa metabólica. (por conseqüência aumenta a ingestão de 
água). 
 
f.2) Controle de consumo 
Equilíbrio hídrico : Ai + Aa + Am – (Ae+ Au +Af + Ac) = 0 
Ai = água ingerida. 
Aa = água do alimento. 
Am = água metabólica. 
Ae = água perdida por evaporação. 
Bromatologia 
 
95 
 
Au = água perdida na urina. 
Af = água perdida nas fezes e Ac= água corporal (suor). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equilíbrio 
negativo 
Aumenta a 
concentração de 
sódio e cloro. 
Osmorreceptores. 
Hipotálamo 
Renina 
Rins 
Angiotensina I 
Angiotensina II 
Sede 
Consumo de 
água 
Hormônio 
anti-diurético 
(ADH) 
Diminuição da 
frequência 
urinária 
Conservação da 
água corporal 
Bromatologia 
 
96 
 
f.3) Consumo médio 
IVA = IMS x 2,0 ( termos práticos) 
IVA = idade (dias) x 5,28 ml (medida mais precisa) 
 
Tabela 22: Consumo de água em frangos de corte em diversas idades. 
Idade (dias) Consumo (ml/dia) 
7 8,0 
14 79,8 
21 112,2 
28 148,5 
35 191,6 
42 210,0 
 
f.4) Fatores que afetam o consumo 
• Temperatura ambiental: 
 
Tabela 20: Consumo de água em frangos de corte submetidos a diferentes 
temperaturas. 
Temperatura 
Idade 
1 2 3 4 5 
Termoneutra (24ºC) 47,0 111,0 184,0 244,0 282,0 
Estresse calórico 
(34º) 
61,0 155,0 266,0 366,0 410,0 
Bromatologia 
 
97 
 
O aumento da temperatura implica em aumento das perdas por 
evaporação, maior consumo e água (em torno de 78%), menor fluxo urinário, 
menor quantidade de água nas fezes e menor consumo e alimentos e por 
conseqüência problema no desempenho animal. 
 
• Consumo de ração 
Relação consumo de água / consumo de ração: 
25ºC = 1,88g de água/1g de ração. 
32,5ºC = 3,64 g de água/ 1 g de ração. 
 
• Fase produtiva 
Pré-postura = 1,21 g de água/1g de ração. 
Postura = 2,04g de água/ 1g de ração. 
• Nível de produção 
Tabela 23: Efeito do nível e produção sobre o consumo de água em galinhas 
poedeiras. 
Número de ovos/ano Consumo de água (ml/dia) 
180 169 
215 193 
230 211 
240 224 
 
 
Bromatologia 
 
98 
 
4. Avaliação do valor nutritivo dos alimentos 
A avaliação da qualidade dos alimentos é muito importante para se 
poder balancear rações. É necessário se conhecer a composição química dos 
alimentos, mas apenas isto não é o suficiente para se dizer qual o real valor 
nutritivo dos mesmos, uma alternativa a este problema são os ensaios de 
digestibilidade que determinam como o alimento se comporta no TGI do 
animal e como este animal pode aproveitar os nutrientes que este alimento 
fornece. 
A digestibilidade consiste na determinação da quantidade de nutrientes 
disponíveis para a absorção, sendo função das características intrínsecas do 
próprio alimento, bem como da anatomia fisiológica do animal em questão. 
 
4.1. Determinação da digestibilidade dos nutrientes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Digestibilidade 
Total - “in vivo” 
Parcial - “in situ” 
Convencional 
Indicadores 
Ruminal 
Intestinal 
Bromatologia 
 
99 
 
• Digestibilidade total: considera todo TGI do animal, o cálculo da 
digestibilidade total é feito por diferença, com base nas análises dos 
nutrientes ingeridos e dos nutrientes excretados. 
 
Digestibilidade = (Nutriente ingerido – Nutriente excretado) x 100 
Nutriente ingerido 
 
Para pequenos animais (caprinos, ovinos e suínos) são usadas gaiolas 
de estudos metabólicos ou sacolas de coleta e para animais de grande porte o 
mais comum é o uso de indicadores para se determinar a quantidade de fezes 
produzidas. 
 
% Indicador no alimento = % indicador nas fezes 
consumo de alimento produção de fezes 
 
Ex.: Calcular a digestibilidade de um feno de Coast-cross utilizado na 
alimentação de ovinos. 
 Dados: feno consumido 1,92 kg/dia, fezes excretadas 2,3 kg/dia. 
 Análise bromatológica do feno e das fezes. (base na matéria seca) 
Bromatologia 
 
100 
 
Tabela 24: Teores de matéria seca (MS), nutrientes digestíveis totais (NDT), 
proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB) e extrato não 
nitrogenado (ENN) do feno e fezes. 
 MS% PB% EE% FB% ENN% 
Feno 85 9,3 1,5 35,0 45,1 
Fezes 33 12,0 1,5 31,7 42,8 
 
Correção para matéria seca dos dados de alimento ingerido e produção de 
fezes. 
Feno = 1,92x 0,85 = 1,632 Kg 
Fezes = 2,3 x 0,33 = 0,759 Kg 
 
1) Calcular o coeficiente de digestibilidade da MS, PB, EE, FB e ENN. 
 
Digestibilidade total = 1,632 – 0,759 x 100 = 53,49% 
 1,632 
Digestibilidade da PB = 0,1517– 0,0912 x 100 = 39,88% 
 0,1517 
Digestibilidade do EE = 0,024– 0,0114 x 100 = 52,50% 
 0,024 
Digestibilidade da FB = 0,5705 –0,2409 x 100 = 57,77% 
 0,5705 
Digestibilidade do ENN = 0,736032 –0,324852 x 100 = 55,86% 
 0,736032 
Bromatologia 
 
101 
 
2) Calcular a PD, EED, FD, ENND e NDT. 
Proteína Digestível= 9,3 x 0,3988 = 3,70 
Extrato etéreo Digestível = 1,5 x 0,5250 = 0,7875 
Fibra Digestível = 35 x 0,5777 = 20,219 
Extrativo não Nitrogenado Digestível = 45,1 x 0,5586 = 25,1928 
NDT = 3,70 + 0,7875 x2,25 + 20,219 + 25,1928 = 50,88% 
 
Obs: a digestibilidade da proteína é mais baixa porque sofre influência de 
enzimas do intestino, microrganismos mortos e descamação do TGI, 
aumentando assim a quantidade de proteína nas fezes, portanto a 
digestibilidade da proteína é chamada de digestibilidade aparente, o mesmo 
acontece com a fração mineral da dieta. 
 
4.1.1 Digestibilidade Real x Aparente. 
A digestibilidade de um nutriente é a fração do mesmo que é consumida 
e não é recuperada nas fezes, sendo que alguns nutrientes possuem uma 
fração denominada endógena, é o caso da proteína e dos minerais. 
No caso da proteína, nas fezes existem além da proteína não digerida, 
proteína dos sucos gástricos e proteína microbiana. 
Para ruminantes estima-se que ocorre uma excreção de 0,5 – 0,6g de 
nitrogênio para cada 100g de MS ingerida. Para fazer a correção da 
digestibilidade da proteína é preciso deduzir o valor endógeno. 
 
Bromatologia 
 
102 
 
0,55g N x 6,25 (percentagem de N nas proteínas) = 3,43g de proteína/ 100g 
de MS ingerida 
 
Digestibilidade = Proteína ingerida – (P. excretada – P. endógena) x 100 
Proteína ingerida 
 
 
Correção do exemplo anterior: 
Digestibilidade da PB = 0,1517 – (0,0912 –0,0561) x 100 = 76,86% 
 0,1517 
Fração endógena = 8,976g N x 6,25 = 56,1 
 
Proteína Digestível = 9,3 x 0,7651 = 7,115% 
NDT = 7,115% + 0,7875 x2,25 + 20,219 + 25,1928 = 54,30 
 
Para os lipídeos a fração endógena é muito pequena e, portanto 
desconsiderado, os carboidratos são oxidados a gás carbônico e água, 
portanto, não possuem fração endógena. Assim com as proteínas os minerais 
também possuem uma fração endógena considerável a quantidade destes 
minerais varia para cada elemento. 
 
 
 
Bromatologia 
 
103 
 
4.1.2 Fatores que afetam a digestibilidade dos alimentos. 
A digestibilidade dos alimentos é afetada pela composição do alimento, 
pois quanto maior for o percentual de fibra menor será sua digestibilidade, 
pela composição da dieta (efeito associativo), pelo preparo do alimento (grau 
de moagem) pois quanto menor for a partícula maior é a superfície de contato 
exposta a digestão, pelo nível e ingestão pois quanto maior a ingestão menor 
é a digestibilidade e finalmente pela taxa de passagem pois quanto menos 
tempo o alimento permanecer no TGI do animal menor será sua digestão. 
 
Bromatologia 
 
104 
 
4.1.3 Esquema de uma gaiola para estudos metabólicos apropriada para 
pequenos ruminantes: 
 
 
4.2 Avaliação do valor energético dos alimentos. 
A avaliação do valor energético dos alimentos tem por finalidade máxima 
conhecer quantitativamente quanto o alimento fornece de energia ao animal, 
todos os nutrientes orgânicos produzem energia, porem a determinação é 
difícil pois existem muitas perdas durante o processo. O valor energético dos 
alimentos é expresso em quatro tipos de energia, são elas: energia bruta, 
energia digestível, energia metabolizável, e energia líquida. 
Bromatologia 
 
105 
 
Energia bruta é a energia desprendida pela queima completa de uma 
substância até seu produtos finais de oxidação (gás carbônico e água) a 
energia bruta é expressa em Kcal/g. Os carboidratos possuem valor 
energético médio de 4,15 Kcal/g, os lipídios 9,4 Kcal/g e as proteínas 5,65 
Kcal/g. 
 Apenas o conhecimento do valor de energia bruta não é suficiente para 
determinar o valor energético do alimento, pois grande parte da energia é 
perdida durante a digestão. Ë necessário um valor mais detalhado (energia 
digestível), que compreende a diferença entre a energia fornecida pelo 
alimento e a energia recuperada na análise das fezes. 
 
ED = EB – EF, onde: 
 
ED = energia digestível, EB = energia bruta do alimento, EF = 
energia das fezes. 
 
 Ex.: 
Alimento EB EF ED 
Milho 4,516 0,669 3,847 
Feno de alfafa 4,373 1,959 2,414 
Silagem de milho 4,516 1,434 3,082 
 
Bromatologia 
 
106 
 
A energia digestível apesar de fornecer uma boa idéia do 
aproveitamento energético dos alimentos, também não representa a energia 
disponível para o animal pois parte desta energia se perde através da 
formação de gases principalmente metano e pela urina, portanto o valor que 
mais se aproxima do real é de energia metabolizável (EM) 
 
EM = ED – (E gases + E urina) 
 
A energia metabolizável representa a energia que realmente está 
disponível para os processos metabólicos do animal, mas é muito difícil de ser 
determinada pois exige a medida da produção de metano que só é possível 
com a utilização de câmaras de respiração. Na prática se utiliza o valoe da 
energia digestível ou o valor de NDT (nutrientes digestíveis totais). 
 
Ex.: 
Alimento EB Fezes Urina Metano ED EM 
Milho 4,516 0,669 0,191 0,311 3,847 3,345 
Feno de alfafa 4,373 1,959 0,240 0,358 2,414 1,816 
Silagem de milho 4,516 1,434 0215 0,358 3,082 2,509 
 
Nota se muita semelhança entre os valores de energia bruta para os 
alimentos do exemplo, porém a energia digestível e metabolizável tem valores 
muito diferentes pois a maior perda ocorre nas fezes (40-50% para forragens 
Bromatologia 
 
107 
 
e 20-30% para concentrados). Pode-se estimar o valor de EM pelas fórmulas, 
EM= 0,85 x ED para alimentos concentrados e EM = 0,82 x ED para alimentos 
volumosos. 
 A energia líquida é a que realmente o animal deposita na forma de 
produto ou utiliza na sua mantença. Ela é obtida subtraindo o incremento 
calórico (IC) da energia metabolizável. O IC é a energia perdida durante a 
metabolização dos nutrientes (calor de fermentação + calor do metabolismo 
dos nutrientes após a absorção). 
 
EL = EM – IC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elm (energia líquida de 
mantença) 
Elp (energia líquida de 
produção) E urina 
E gases 
EB ED EM EL 
Fezes IC 
perdas no próprio metabolismo 
IC 1 Kcal/g 0,6 Kcal/g 
Bromatologia 
 
108 
 
4.3 Sistema de nutrientes digestíveis totais 
 O sistema de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi proposto por Henry 
e Morrisom em 1910 e tem seu uso generalizado em condições práticas, 
corresponde a uma medida de valor energético dos alimento e das 
necessidades dos animais e envolve a porção digestível de cada fração do 
alimento. O NDT é variável entre as espécies devido às diferentes 
digestibilidades (monogástricos vs ruminantes). 
As principais limitações do NDT são: o fato de medir a energia em Kg e 
não em unidades energéticas e não considera perda de energia por gases, 
incremento calórico e o valor da energia das proteínas. 
 
Fórmula para cálculo: NDT = %PB (dig) + %ENN (dig) + %FB (dig) + %EE 
(dig) x 2,25; o EE é multiplicado por 2,25 pois os lipídios possuem 2,25 vezes 
mais energia do que os carboidratos. Vale lembrar que 1Kg de NDT equivaleaproximadamente a 4410 Kcl de ED. 
 
Estimativa do NDT em função da análise bromatológica 
 
Fenos, palhas e resíduos fibrosos secos: 
NDT = -17,2649 + 1,2120 PB + 0,8352 ENN + 0,4475 FB + 2,4637 
EE 
 
 
Bromatologia 
 
109 
 
Pastagens e forragens frescas: 
NDT = -21,7656 + 1,4284 PB + 1,0277 ENN + 0,4867 FB + 1,2321 
EE 
 
Silagens e volumosos: 
NDT = -21,9391 + 1,0538 PB + 0,9738 ENN + 0,4590 FB + 3,0016 
EE 
 
Alimentos energéticos: 
NDT = 40,2625+ 0,1969 PB + 0,4028 ENN - 0,1379 FB + 1,903 EE 
 
Alimentos protéicos: 
NDT = 40,3217+ 0,5398 PB + 0,4448 ENN - 0,7007 FB + 1,4223 EE 
 
Sendo: 
ENN = MS – (PB + EE + FB + Cinzas) 
CHOT = MS – (PB + EE + Cinzas) 
CNF = MS – (FDNPB + PB + EE + Cinzas) 
 
Bromatologia 
 
110 
 
5 Fatores antinutricionais 
5.1 Definição 
 Os fatores antinutricionais são substâncias presentes nos alimentos que 
são sintetizados pelo matabolismo secundário das plantas como elementos de 
defesa (proteção contra o ataque de passáros, insetos, etc) e causam efeitos 
deletérios nos animais. 
5.2 Classificação 
• Redutores de digestibilidade: 
- Inibidores enzimáticos; 
-Hemaglutininas; 
-Saponinas (aumentam a viscosidade do material ruminal causando 
timpanismo); 
-Compostos fenólicos. 
 
• Redutores da disponibilidade dos minerais: 
- Ácido fítico (fitato); 
- Ácido oxálico; 
- Gossipol. 
 
• Inativadores de vitaminas: 
- Antivitamina A, D, E, K e complexo B. 
 
 
Bromatologia 
 
111 
 
5.3 Principais fatores antinutricionais. 
5.3.1 Inibidores de enzimas. 
• Inibidores de proteases: 
 
- Presente principalmente nas leguminosas; 
- Tornam a enzima indísponível; 
- São inativados pelo calor. 
 
Ex.: Na soja crua estão presentes os inibidores de tripsina e de quimiotripsina. 
A soja tratada com excesso de calor tem sua atividade ureática diminuída, tem 
os fatores antinutricionais destruiídos e diminuição da disponibilidade protéica. 
Já a soja tratada com pouco calor tem alta atividade ureática, alta 
percentagem de fatores antinutricionais e também a disponibilidade protéica 
reduzida, nos levando a crer que o tratamento térmico para soja deve ser na 
medida certa, pois nem o excesso nem a falta de calor são interessantes. 
• Inibidores de α-amilase: 
 Estes inibidores estão presentes no amendoim, sorgo, milho, trigo e 
diminuem a degradação do amido. 
 
5.3.2 Hemaglutininas (causam aglutinação das células vermelhas do 
sangue). 
- Glicoproteínas; 
- Presente nas leguminosas; 
Bromatologia 
 
112 
 
- Reduzem absorção de nitrogênio, glicose e vitaminas; 
 
Ex.: A ricina presente na torta de mamona que inativa os ribossomos 
impedindo a síntese protéica e o RCA que provoca a aglutinação das células 
vermelhas do sangue. 
Ex.: Curcina presente no Pinhão Manso 
 
5.3.3 Saponinas 
- São glicosídeos de gosto amargo; 
- Presentes na soja e na alfafa; 
- Formam espuma no rúmen, causando timpanismo; 
- Hemolizam células vermelhas do sangue e têm ação lipofílica 
(alteram a permeabilidade de membrana 
 
5.3.4 Compostos fenólicos 
- Polifenóis resultantes do metabolismo secundário das plantas; 
- Mecanismo de defesa química; 
- Formam complexos com as proteínas reduzindo sua 
digestibilidade. 
 
Ex.: tanino (sorgo), complexa carboidratos e minerais, tem afinidae pela 
prolina e inibe enzimas digestivas. 
 
Bromatologia 
 
113 
 
5.3.5 Ácido fítico (fitato) e ácido oxálico (oxalato) 
- Reagem com os minerais formando complexos insolúveis, diminuindo 
sua disponibilidade; 
- O fitato complexa o fósforo, fazendo-se necessário o uso de fitase em 
dietas de aves e suínos aumentando de 20-30% a absorção de fósforo; 
- O oxalato indisponibiliza o cálcio e o magnésio, tornando-se problema 
principalmente para vacas leiteiras de alta produção em início de 
lactação; 
- Forma complexo com Ca, P, Fe, Zn, Cu e Mg no alimento “in natura” e 
no TGI, que são solúveis em pH ácido, mas insolúveis em pH neutro 
 
- Ácido fítico (Cheryom, 1980) 
 
 
 
 
 
 
 
- Ácido oxálico (Midio. et. al., 2000) 
 
 
 
H 
H 
H 
OH 
│ 
O ═ P ─ O 
│ 
O 
OH 
│ 
O ─ P ═ O 
│ 
O 
O 
│ 
O ─ P ═ O 
│ 
OH 
O 
│ 
O ═ P ─ O 
│ 
O OH 
│ 
O ═ P─ O 
│ 
O H 
H 
O 
│ 
O ─ P ═ O 
│ 
O 
H 
O 
HO OH 
C − C 
O 
Bromatologia 
 
114 
 
 
 
5.3.6 Gossipol 
- Presente no algodão; 
- Forma complexos estáveis com o ferro e as proteínas; 
- Diminui a disponibilidade da lisina; 
- Pode estar de duas formas: gossipol livre ou conjugado com a 
lisina. 
- O gossipol livre tem maior efeito tóxico principalmente para 
aves e suínos (4 – 8 semanas, morte). 
- Causa edema pulmonar; 
- Reduz a capacidade carreadora de oxigênio; 
- O gossipol tem seu efeito tóxico reduzido quando se é 
aumentado os níveis de proteína e de ferro da dieta. (lisina sintética) 
- Efeito anticoncepcional (reversível) 
 
 
 
 
5.3.7 Antivitaminas 
- Avidina: estruturalmente muito parecida com a biotina, toma o 
lugar desta vitamina sem realizar a função da mesma; 
- Dicumarol: antivitamina K, impede a coagulação sanguínea; 
Bromatologia 
 
115 
 
- Fitato: diminui a absorção das vitaminas. 
5.4 Principais fatores antinutricionais presentes em alguns alimentos. 
- Soja: inibidor e proteases (tripsina e quimiotripsina), 
hemaglutinina, saponina e compostos fenólicos; 
- Gisassol: Compostos fenólicos (ác. Clorogênico); 
- Sorgo: tanino; 
- Alfafa: saponina; 
- Mamona: ricina. 
 
Bromatologia 
 
116 
 
6 Consumo voluntário de alimentos 
6.1 Introdução 
 Afim de exercer diferentes funções fisiológicas e atender suas exigências 
de mantença e produção o animal precisa ingerir quantidades adequadas de 
nutrientes que são obtidos a partir dos alimentos presentes na dieta. 
 O consumo voluntário representa a quantidade de alimento ingerido 
voluntariamente por um animal durante um certo período de tempo (24h). É de 
suma importância equilibrar o consumo e a produção animal para que não 
haja queda na produtividade (subalimentação) ou depósito excessivo de 
gordura (superalimentação), pois em qualquer um destes casos haverá 
prejuízo para o produtor. 
 
6.2 Mecanismos fisiológicos de regulação do consumo 
 Se compreendermos o que leva um animal a iniciar e a parar de comer 
poderemos entender o controle do consumo voluntário de alimentos. 
 Entretanto, este conhecimento não é tão simples e várias são as teorias 
que têm sido propostas para explicar o controle da ingestão. 
 
6.2.1 Teoria glicostática 
 Em monogástricos o consumo voluntário pode ser controlado pelos níveis 
de glicose plasmática. Pesquisadores mostraram a relativa estabilidade na 
concentração de glicose plasmática comandada pelo hipotálamo. 
Bromatologia 
 
117 
 
 O hipotálamo regula, nestes animais, o consumo através de um balanço 
das ações da área lateral ALH (fome) e ventromedial VMH (saciedade). 
Quando o animal ingere alimento há um aumento no nível de glicose 
plasmática que determina a atividade do centro de saciedade e suprime a 
ação do centro da fome fazendo com que o animal pare de comer. Depois de 
certo período os níveis de glicose plasmática diminuem eliminando a ação do 
centro da saciedade sobre o centro da fome, ativando-o, o que leva o animal a 
iniciar outra ingestão de alimentos. 
 
↑ Ingestão de alimentos → ↑ Glicose plasmática → Hipotálamo ventromedial → Saciedade 
 ↑ ↓ 
Sensação de fome ← Hipotálamo lateral ← ↓ Glicose plasmática ← ↓ Consumo alimentar 
 
 Em ruminantes a teoria glicostática não explica totalmente o controle do 
consumo voluntário, porque a maioria dos açúcares e amido são fermentados 
no rúmen e transformados em AGV pela ação dos microrganismos, e além 
disso estes animais possuem mecanismos ativos para suprir a demanda de 
glicose para o metabolismo (gliconeogênesedo propionato e de aminoácidos). 
 Alguns autores citam que a glicose nestes animais é substituída pelos 
ácidos graxos voláteis, que estimulam a síntese de octopeptídeos e estes 
atuam sobre o centro de saciedade levando o animal a cessar a ingestão. 
 Entretanto, este mecanismo não explica completamente o controle da 
ingestão, especialmente em dietas de baixa qualidade. 
 
Bromatologia 
 
118 
 
 
 
6.2.2 Teoria da distenção estomacal 
 Como a teoria glicostática não explica totalmente o controle de consumo 
em ruminantes, principalmente com dietas de baixa qualidade, uma série de 
evidências apontam que para estes animais o controle de consumo é 
restringido pela capacidade física do rúmen. 
 Segundo alguns pesquisadores, no rúmen existem receptores de tensão 
que integram com o sistema nervoso central para restringir ou cessar a 
ingestão de alimentos. 
 
↑Padrão de alimentação → Enchimento do TGI→ Receptores de tensão → Sist. nervoso central 
 ↑ ↓ 
 Sist. nervoso central ← Hormônios ← ↓ Ác. Graxo volátil ← ↓ Padrão de alimentação 
 
6.3 Regulação do consumo em aves 
 Em aves o controle do consumo é mediado pelo hipotálamo que recebe 
sinais oriundos de fatores intrínsecos de fatores extrínsecos. 
 
6.3.1 Fatores intrísecos 
 Os neurônios hipotalâmicos são expostos a substâncias absorvidas pelo 
TGI que podem induzir o centro de saciedade. 
 
 
Bromatologia 
 
119 
 
 
 
a) Glicose 
 As aves possuem glicorreceptores na parede do terceiro ou quarto 
ventrículo do hipotálamo e também glicorreceptores periféricos que induzem o 
centro da saciedade. 
 
b) Aminoácidos 
 Em aves a tirosina estimula o consumo alimentar, enquanto que o 
triptofano inibe. A explicação para tal fato se deve à constatação de que a 
tirosina é precursora de catecolaminas e o triptofano é precursor de 
serotonina, ambos são neurotransmissores envolvidos com o controle da fome 
e da saciedade. 
 
c) Cálcio 
 Alguns pesquisadores observaram que em aves o nível plasmático de 
cálcio pode atuar sobre o hipotálamo sendo um sinal estimulador para o 
centro da fome. 
 
6.3.2 Fatores extrínsecos 
 Um outro nível de regulação hipotalâmica do consumo do alimento é a 
sinalização advinda dos receptores periféricos localizados no TGI, fígado, e 
sentidos de visão, olfato e paladar. 
Bromatologia 
 
120 
 
 
Mecanismo desencadeadores do estímulo de apreensão e fome 
relacionados ao sistema sensorial: 
Visão 
Social: presença de outra aves 
Cor do alimento: laranja ou verde 
Forma: arredondada 
Gustativo 
Preferência ao doce 
Rejeição ao amargo 
Tolerância ao azedo 
Olfato Odores de manteiga 
 
Receptores periféricos relacionadas ao mecanismo de saciedade. 
 
Papo 
Mecanorreceptores 
Glicorrecptores 
Osmorreceptores 
 
Duodeno 
Mecanorreceptores 
Glicorreceptores 
Osmorreceptores 
 
Fígado 
Glicorreceptores 
Amino - receptores 
Lípidio - receptores 
 
 
Bromatologia 
 
121 
 
 
6.4 Regulação do consumo em ruminantes 
 Em ruminantes a regulação do consumo é mais complexa do que em 
monogástricos, porque ela envolve tanto mecanismos físicos (enchimento do 
rúmen) quanto mecanismos baseados no nível circulante de alguns 
nutrientes. 
 
6.4.1 Fatores relacionados ao animal 
6.4.1.1 Tamanho 
 O limite máximo de consumo de um ruminante é determinado pelas 
exigências de energia do mesmo, as quais estão diretamente correlacionadas 
com o peso vivo dos animais. 
 Isto ocorre porquê a taxa metabólicado animal é proporcinal ao PV0,75 , 
assim a não ser que limitações físicas intervenham limitando o consumo 
(forragens de baixa qualidade) este pode ser expresso em função de PV0,75 . 
 
6.4.1.2 Estádio fisiológico 
 Um aumento nas exigências do animal para energia na dieta é usualmente 
acompanhada por um aumento no consumo voluntário de alimentos. Por isso 
o consumo voluntário de vacas de leite aumenta rapidamente após o parto e 
atinge os níveis máximos no segundo ou terceiro mês de lactação, chegando 
a ser de 30-60% maior do que o consumo de vacas secas. 
Bromatologia 
 
122 
 
 Vale lembrar que no início da lactação o animal não consegue regular seu 
consumo de modo a atender sua de manda energética, correspondendo a 
uma fase crítica na criação de vacas leiteiras, especialmente as de alta 
produção. 
 Com relação à gestação, nos dois terços iniciais a demanda energética 
sofre poucos acréscimos, pois o desenvolvimento do feto é pequeno nesta 
fase, assim o consumo destes animais é semelhante aos de vacas secas. Já 
no terço final ocorre um grande desenvolvimento do feto e por conseqüência 
um grande aumento nas exigências dos animais, entretanto nesta fase o 
crescimento do feto limita o consumo voluntário e ocorre um desequilíbrio 
entre o consumo e a demanda energética. 
 Animais em crescimento tem seu consumo aumentado a medida que 
crescem, porém esta relação não é linear. Isto pode ser explicado pelo teor 
de gordura corporal, animais mais gordos geralmente apresentam um menor 
consumo voluntário. Em parte, esta redução no consumo se deve a redução 
na capacidade abdominal, entretanto com dietas altamente digestíveis, onde o 
volume físico tem pouca importância, também se observa uma redução no 
consumo. 
 Esta redução sugere que existe um “feed back” metabólico da gordura 
sobre o consumo de alimentos. 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
123 
 
 
 
6.4.1.3 Fatores relacionados com a dieta. 
- Digestibilidade 
 Existe uma relação positiva entre o consumo voluntário e a digestibilidade 
da dieta, principalmente forragens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em dietas de baixa qualidade o consumo é limitado por fatores físicos, 
distenção do rúmen, e nestes casos o aumento da digestibilidade implica em 
aumento do consumo voluntário. Com o aumento da digestibilidade os 
fatores físicos passam a ter importância secundária e o consumo é regulado 
pelas exigências energéticas do animal. Com estas dietas o consumo 
decresce com o aumento da digestibilidade, pois o consumo de energia 
permanece o mesmo. 
 
Consumo de 
Matéria seca 
Digestibilidade 
Bromatologia 
 
124 
 
 
 
- Parede celular. 
Em dietas baseadas em volumosos a determinação de parede celular é 
extremamente importante porque existe um alta correlação entre a ingestão 
de matéria seca e % FDN do alimento. 
 
- Palatabilidade. 
A palatabilidade é a impressão total que o animal tem sobre o alimento. 
A alta palatabilidade de um alimento tem um efeito positivo sobre o consumo 
voluntário. 
Diante disto podemos dizer que o consumo voluntário em ruminantes é 
regulado por três mecanismos: o fisiológico, onde a regulação é dada pelo 
balanço energético, o físico, relacionado à capacidade de distencão do rúmen, 
e ainda o psicogênico que envolve o comportamento responsivo. 
 
7. Balanceamento de rações 
O balanceamento correto de rações é apoiado em três pontos básicos: 
- Necessidades dos animais (exigências); 
- Características dos alimentos (composição bromatológica); 
- Relação custo/benefício (lucro). 
 
 
Bromatologia 
 
125 
 
7.1 Exigências nutricionais 
As exigências nutricionais dos animais para manutenção ou para produção 
podem ser encontrados em diversas tabelas que são específicas para as 
diferentes espécies e categorias animais.Essas exigências podem estar 
representadas em termos absolutosou em termos relativos. 
- Termos absolutos: quantidade necessária de cada nutriente em um 
período de 24 h. Ex.: 0,5 Kg de proteína bruta/ dia 
- Termos relativos: quantidade expressa em porcentagem da dieta. 
Ex.: mistura concentrada com 18% de proteína. 
Ex.: 
Cabra de 60 Kg de PV, IMS 4,5% PV. 
Exigência: 2,7 kg de IMS, 13,7% de PB e 69,63% de NDT (relativo), 
370g PB/dia e 1880g NDT/dia(absoluto). 
Vaca de 500 Kg de PV, IMS 2,0% PV. 
Exigência: 10 kg de IMS, 15% de PB e 70% de NDT (relativo), 1500g 
PB/dia e 7000g NDT/dia (absoluto). 
 
7.1.1 Necessidades energéticas 
Os principais nutrientes que devem ser balanceados são a proteína e a 
energia. As exigências energéticas podem vir expressas das seguintes 
maneiras: 
-ED, energia digestível; 
-EM, energia metabolizável; 
Bromatologia 
 
126 
 
-EL, energia líquida; 
-NDT, nutrientes digestíveis totais. 
Para ruminantes normalmente se utiliza o NDT ou a ED enquanto que 
para monogástricos utiliza-se ED ou EM. 
7.1.2 Necessidades protéicas 
As necessidades protéicas são normalmente expressas na forma de 
proteína bruta ou proteína digestível. 
 
Tabela 25: Exigencias nutricionais do gado de corte. 
PV 
(Kg) 
Ganh
o 
(g/dia) 
Consum
o de MS 
(Kg) 
PB 
(Kg) 
PD 
(Kg) 
ELm 
(Kcal) 
ELg 
(Kcal) 
EM 
(Kcal) 
NDT 
(Kg) 
200 
0 3,5 0,30 0,17 4,10 0 7,0 1,9 
500 5,8 0,57 0,35 4,10 1,49 12,1 3,4 
1000 5,9 0,61 0,40 4,10 2,82 14,0 3,7 
300 
0 4,7 0,40 0,23 5,55 0 9,4 2,6 
500 6,2 0,60 0,35 5,55 1,91 14,5 4,1 
1000 7,6 0,80 0,50 5,55 3,82 19,5 5,6 
400 
0 5,9 0,51 0,29 6,89 0 11,8 3,3 
500 7,8 0,69 0,41 6,89 2,67 18,1 5,1 
1000 9,4 0,87 0,54 6,89 5,33 24,5 6,8 
 
Bromatologia 
 
127 
 
Tabela 26: Exigências de Suínos em crescimento. 
PV (Kg) Ganho 
(g/dia) 
Consumo 
(g/dia) 
ED 
(Kcal) 
EM 
(Kcal) 
PB 
(g) 
Conversã
o 
5 200 250 850 805 60 1,25 
10 250 460 1560 1490 92 1,84 
20 450 950 3230 3090 171 2,11 
50 700 1900 6460 6200 285 2,71 
110 820 3110 10570 10185 404 3,79 
 
7.2 Composição dos alimentos 
Existem várias tabelas com a composição dos alimentos que podem ser 
amplamente utilizadas, principalmente para alimentos concentrados. Já que 
para alimentos volumosos é necessário que se tenham muito critério quanto a 
utilização e tabelas uma vez que a variação na composição destes alimentos 
é muito grande. O ideal é que se faça uma análise bromatológica do volumoso 
que se deseja utilizar. 
 
7.3 Métodos utilizados para o balanceamento 
7.3.1 Quadrado de Pearson 
Calcula-se a ração levando em consideração o valor relativo de 
determinado nutriente (geralmente a proteína) estabelecendo as proporções 
entre dois alimentos ou misturas de alimentos. 
 
Bromatologia 
 
128 
 
Ex.: Calcular uma ração para suínos com 20 Kg de PV ganhando 450g/dia: 
Exigências: MS= 950g PB= 171g ED= 3230 Kcal 
Exigência relativa: 18% de PB e 3400 Kcal ED/KgMS 
Alimentos utilizados: 
Milho: 9% de PB e 3500 ED Kcal/Kg 
Soja: 45% de PB e 3380 ED Kcal/Kg 
Balanceamento pela proteína: 
 
 
 
 
 
 
 
Ração Final: 
Alimento MS (Kg) PB(Kg) ED (Kcal) 
Milho 75,0 6,75 2625 
Farelo de soja 25,0 11,25 845 
Total 100,0 18,0 3470 
 
Balanceamento usando três ou mais ingredientes. 
Ex.: Ração para gado e corte com 200 Kg de PV e ganho de 1500g/dia. 
Exigência: MS= 5,9 Kg, PB= 0,61Kg, NDT= 3,7 Kg 
18% 
PB 
FS. 45% 9 partes de FS. (25%) 
Mi. 9% 27 partes de milho (75%) 
Ao todo serão 36 partes 
+ 
Bromatologia 
 
129 
 
Exigência relativa: 10,4% de PB e 63% de NDT. 
Alimentos utilizados MS(%) PB (%) NDT(%) 
Capim Napier 25,0 6,4 48,0 
Fubá de milho 88,0 10,3 91,0 
Farelo de algodão 90,0 33,3 70,0 
Sal mineral 99,0 - - 
Sal comum 99,0 - - 
 
• Pré-fixar a quantidade de sal comum e sal mineral na ração (3% da ração). 
• Calcular de quanto deve ser a composição relativa da mistura de 
concentrado e volumoso. 
 
 MS PB NDT 
Exigência do animal 5,9 0,61 3,7 
Fornecido pelo sal 0,18 - - 
Déficit (Kg) 5,72 0,61 3,7 
Composição relativa - 10,7% 65% 
 
• Estabelecer relação CO:VO: que será de 45:55. 
• Calcular a quantidade fornecida pelo volumoso: 
 
Bromatologia 
 
130 
 
 MS PB NDT 
Exigência animal 5,72 0,61 3,7 
Fornecido pelo volumoso 3,25 0,21 1,56 
Déficit (concentrado) 2,47 0,40 2,14 
 
• Composição relativa do concentrado, referente ao déficit: 16% de PB e 
87,0% de NDT. 
• Cálculo do concentrado: balanceamento pelo NDT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ração Concentrada: 
Alimento MS (Kg) PB (Kg) NDT (Kg) 
Milho 2,00 0,21 1,82 
Farelo de algodão 0,47 0,16 0,33 
Total 2,47 0,37 2,15 
87% 
NDT 
 
Mi. 91% 17 partes de Mi. (81,0%) 
F.A.70% 
4 partes de Far.Alg (19,0%) 
Ao todo serão 21 partes 
+ 
Bromatologia 
 
131 
 
 
• Ração final: 
Alimentos MS (Kg) PB (Kg) NDT (Kg) 
Mat. Nat. 
(Kg) 
Capim napier 3,25 0,20 1,56 13,0 
Fubá de milho 2,00 0,21 1,82 2,27 
Farelo de algodão 0,47 0,16 0,33 0,52 
Sal mineral 0,08 - - 0,08 
Sal comum 0,10 - - 0,10 
Total 5,90 0,58 3,71 15,97 
Exigência do animal 5,90 0,61 3,70 - 
 
Bromatologia 
 
132 
 
7.3.2 Quadrado de Pearson Duplo: 
 
Ex.: Formular uma ração para novilhos em crescimento com 250 Kg de 
PV e ganho de peso de 800 g /dia. 
 
• Exigências: CMS = 6,0 Kg NDT = 67,6% PB = 13,6% 
 
Alimentos MS% PB% NDT% 
Cana picada 23,2 4,31 60,7 
Farelo de trigo 89,0 18,4 70,8 
Milho grão 89,0 9,0 85,0 
Uréia 100 281,0 - 
 
• Resolver para proteína: 
 Fazer duas misturas isoprotéicas uma com NDT acima e outra abaixo de 
67,6%. 
 
 
 
 
 
 
 
13,6% 
PB 
Cana 4,31% 267,4 partes de cana (96,64%). 
58,67% de NDT 
Uréia 281% 
9,29 partes de Uréia (3,36%) 
Ao todo serão 276,69 
Bromatologia 
 
133 
 
• Pré-mistura 1: 13,6% de PB e 58,67 de NDT. 
• Calcular os componentes da pré-mistura 2: 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pré-mistura 2: 13,6% de PB e 78,05% de NDT (34,65+43,40). 
• Resolver pelo NDT: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13,6% 
PB 
67,6% 
NDT 
Farelo de trigo 18,4% 4,6 partes de farelo de trigo. 
(48,94%) 
34,65% de NDT 
+ 
Milho 9,0% 
4,8partes de Milho (51,06%) 
43,40 de NDT 
Ao todo serão 9,4 partes 
Pré-mistura 1- 58,67% 10,45 partes de Pré-mistura 1 
(53,92%) 
Pré-mistura 2- 78,05% 
+ 
8,93 partes de Pré-mistura 2 (46,08%) 
Ao todo serão 19,38 
Bromatologia 
 
134 
 
• Cálculo das pré-misturas: 
Ração total: 6,0Kg de MS 
Pré-mistura 1: 53,92% de 6,0 Kg = 3,23 Kg, sendo que destes 3,23 Kg 
96,64% são de cana o que corresponde a um total de 3,12 Kg de cana (MS) e 
3,36% são de uréia correspondendo a 0,11 Kg de uréia (MS). 
Pré-mistura 2: 46,08% de 6,0 Kg = 2,77 Kg, sendo que destes 2,77 Kg 
(MS) 48,94% são de farelo de trigo, o que corresponde a um total de 1,36 Kg 
de farelo (MS) e 51,06% são de milho correspondendo a 1,41 Kg (MS). 
• Cálculo da ração final: 
Ingredientes % PB (%) NDT(%) MN (Kg) % 
Cana 52,11 2,24 31,63 224,6 80,74 
Farelo de trigo 22,55 4,15 15,97 25,34 9,11 
Milho 23,53 2,11 20,00 26,44 9,50 
Uréia 1,81 5,09 0 1,81 0,65 
Total 100 13,59 67,6 278,19 100,00 
Exigência - 13,6 67,6 - - 
 
7.3.3 Processo algébrico 
 Esse método é utilizado para determinar a proporção de dois alimentos ou 
misturas de alimentos de modo a suprir a exigência de dois ou mais nutrientes 
concomitantemente. 
 
Bromatologia 
 
135 
 
Ex.: Calcular uma ração para suínos em crescimento com 15 Kg de PV e 
ganho médio de 300g/dia. 
Exigência: MS = 900g 
 PB = 23,2% ou 209g 
 ED = 3778 Kcal/Kg ou 85,7% de NDT ou ainda 771 g de 
NDT.(ED = NDT x4410) 
 Ca = 0,78% ou 7,02g de Ca. 
 P = 0,67% ou 6,03 g de P. 
Alimentos MS% PB% NDT% Ca% P% 
Fubá de milho 89 9,0 85,0 0,023 0,31 
Farelo de soja 89 45,0 82,0 0,41 0,62 
Calcário 99 - - 38,0 - 
F. bicálcico 99 - - 23,0 18,0 
Premix mineral 99 - - - - 
Premixvit. 99 - - - - 
Sal comum 99 - - - - 
Óleo 100 - 195,0 - - 
 
• Alimentos pré-fixados: 
Premix mineral (0,05) = 0,45g 
Premix vitamínico (0,5%) = 4,50g 
Sal comum (0,15%) = 1,35g 
Calcário + F. Bicálcico (2,5%) = 22,5g 
Bromatologia 
 
136 
 
Óleo (4,5%) = 40,5g 
Total fornecido pelos pré-fixados = 69,3g 
 
• Calcular o déficit descontando os pré-fixados: 
 MS (g) PB (g) NDT (g) 
Exigência 900 209,0 771,3 
Pré-fixado 69,3 - 78,98 
Déficit 830,7 209,0 692,32 
 
• Montar a equação: 
PB = 0,09 Mi + 0,45 FS = 209 g de PB 
NDT = 0,85 Mi + 0,82 FS = 692,32 g de NDT 
 
• Eliminar a primeira equação: calcular o fator: 
Fator = 0,85 / 0,09 = 9,44 
 
• Multiplicar a primeira equação pelo fator multiplicado por -1. 
 -0,85Mi – 4,25 FS = -1972,96 
 0,85 Mi + 0,82 FS = 692,32 
 3,428 FS = 1280,64 
 FS = 373,6 g 
 
Bromatologia 
 
137 
 
• Substituir FS na primeira equação: 
0,09Mi + 0,45 x (373,6) = 209 
0,09Mi + 168,12 = 209 
0,09Mi = 40,88 
Mi = 454,22 
 
• Calcular os nutrientes fornecidos pelo milho e pelo farelo de soja: 
 MS (g) PB (g) NDT (g) Ca (g) P (g) 
Exigência 900,0 209,0 771,3 7,02 6,03 
Milho 454,22 40,89 386,07 0,10 1,41 
Farelo de soja 373,6 168,12 306,35 1,53 2,32 
Pré-fixados 69,3 0,0 78,98 ? ? 
Total 897,1 209,0 771,48 1,63 3,73 
Déficit -2,9 0,0 +0,1 -5,39 -2,31 
 
• Balancear o cálcio e o fósforo: 
1º Fósforo. 
100g de fosfato bicálcico ----------- 18g de P 
 X g ----------- 2,31 g de P 
X = 12,83 g de fosfato bicálcico 
2º Cálcio. 
100 g de fosfato bicálcico ----------- 23 g de Ca 
12,83 g de FB ------------ Xg de Ca 
X = 2,95 
 
Bromatologia 
 
138 
 
Déficit de cálcio: 5,39 – 2,95 = 2,44g de Ca 
100g de calcário -------------- 38g de Ca 
 Xg -------------- 2,44g de Ca 
X = 6,42g de calcário 
 
• Ração final: 
Alimentos MS (g) % PB(%) NDT(%) Ca(%) P(%) M Nat(g) M Nat(%) 
Milho 454,2 50,82 4,57 43,20 0,01 0,16 510,34 51,22 
Farelo de soja 373,6 41,80 18,81 34,27 0,17 0,26 419,78 42,12 
Calcário 6,42 0,72 - - 0,27 - 6,48 0,65 
F. bicálcico 12,83 1,43 - - 0,33 0,26 12,95 1,30 
Premix min. 0,45 0,05 - - - - 0,45 0,05 
Premix vit 4,50 0,50 - - - - 4,54 0,46 
Sal comum 1,35 0,15 - - - - 1,36 0,14 
Óleo 40,50 4,53 - 8,77 - - 40,50 4,06 
Total 893,85 100 23,38 86,2 0,78 0,68 996,4 100 
Exigência 900,0 23,2 85,7 0,78 0,67 
 
 
Bromatologia 
 
139 
 
Ex. 2: Calcular uma ração para novilhos em crescimento com 300Kg de 
PV e ganho diário de 1,5Kg/dia e peso à maturidade de 533Kg.(peso à 
maturidade é o mesmo que PV com 28% de gordura). 
 
 MS (Kg) NDT (Kg) PM (g) Ca (g) P (g) 
Exigência de mantença - - 274 9 7 
Exigência de produção - - 442 33 13 
Total 7,83 5,99 716 42 20 
% - 76,55 13,65 0,54 0,26 
 
• Fórmulas: 
% de NDT = 60,4 – (0,0392 x PV 28%G) + (24,7 x GDP) = 76,55% 
IMS = 10,3 – (0,00453 x PV 28%G)+(0,0191xPV)+(2,83 x GDP) – 
(0,131 x %NDT) = 7,83 kg 
PB = PM / 0,67 = 1069 g 
 
Alimentos MS (%) NDT (%) PB(%) Ca (%) P (%) 
Milho 89,0 85,0 9,0 0,023 0,31 
Soja grão 90,0 97,3 42,1 0,278 0,655 
Silagem de sorgo 29,9 60,0 6,6 0,35 0,21 
Silagem de milho 27,4 63,0 8,03 0,52 0,16 
Calcário 100 - - 38,0 - 
Fosfato bicálcico 100 - - 23,0 18,0 
Sal comum 100 - - - - 
Premix mineral 100 - - - - 
 
Bromatologia 
 
140 
 
• Relação CO:VO: 
 Depende da produção do animal e da qualidade do volumoso. Quanto 
maior for a produção maior será proporção de concentrado na ração, quanto 
melhor a qualidade do volumoso menor e proporção de concentrado. 
 Vale lembrar que a proporção de volumoso depende da disponibilidade da 
propriedade, quanto maior for a proporção de volumoso na ração, menor será 
o seu custo. 
 Relação CO:VO = 60:40 e no volumoso teremos 50% de silagem de sorgo 
e 50% de silagem de milho. 
CO = 60% da exigência = 4,698 kg MS 
VO = 40% da exigência = 3,132 Kg MS (50% de silagem de sorgo e 50% de 
silagem de milho). 
 
 
• Nutrientes fornecidos pelo volumoso: 
 MS (Kg) NDT (Kg) PB (Kg) Ca (g) P (g) 
Silagem de milho(20%) 1,566 0,987 0,126 8,14 2,51 
Silagem de sorgo(20%) 1,566 0,940 0,103 5,48 3,29 
Total 3,132 1,927 0,229 13,62 5,80 
Exigencia 7,830 5,994 1,069 42 20 
Déficit (concentrado) 4,698 4,067 0,840 28,38 14,20 
 
• Calculando o concentrado: 
 a. Pré-fixados 
Calcário e F. Bicálcico (1% da dieta total) = 78,3g 
Bromatologia 
 
141 
 
Sal comum (0,15%da dieta total) = 11,75g 
Premix mineral (0,5% da dieta total) = 39,15g 
Total = 129,2g 
 
• Nutrientes fornecidos pelos pré-fixados: 
 MS (Kg) NDT (Kg) PB (Kg) Ca (g) P (g) 
Calcário + F. Bicálcico 0,0783 0,0 0,0 ? ? 
Sal comum 0,0117 0,0 0,0 0,0 0,0 
Premix mineral 0,0391 0,0 0,0 0,0 0,0 
Total 0,1292 0,0 0,0 ? ? 
Concentrado 4,698 4,068 0,839 28,38 14,20 
Déficit (milho e soja) 4,570 4,068 0,839 - - 
 
• Montar a equação: 
PB = 0,09Mi + 0,421 SG = 839g de PB 
NDT = 0,85Mi + 0,973 SG = 4068g de NDT 
 
• Multiplicar a primeira equação pelo fator (-9,44): 
 -0,85Mi – 3,974 SG = -7920,16 
 0,85 Mi + 0,973 SG =4068 
 3,001 SG = 3852,16 
 SG = 1283,6g 
 
 
 
Bromatologia 
 
142 
 
• Substituir SG na primeira equação: 
0,09Mi + 0,421 x (1283,6) =839 
0,09Mi + 540,40 = 839 
0,09Mi = 298,6 
Mi = 3317g 
 
• Balancear cálcio e fósforo. 
Calcular os nutrientes oferecidos: 
 MS (Kg) NDT (Kg) PB (Kg) Ca (g) P (g) 
Silagem de milho 1,566 0,986 0,126 8,14 2,51 
Silagem de sorgo 1,566 0,940 0,103 5,48 3,29 
Milho 3,317 2,819 0,298 0,76 10,28 
Soja 1,283 1,248 0,540 3,57 8,40 
Total 7,732 5,993 1,070 17,95 24,48 
Exigência 7,830 5,990 1,069 42 20 
Déficit - - - -24,05 +4,48 
 
Calcular a quantidade de calcário: 
100g de calcário --------------------38 g de Ca 
 x -------------------- 24,05 
x = 63,29g de calcário. 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
143 
 
Ração final: 
Ingrediente MS (Kg) % PB (%) NDT(%) Ca (%) P(%) 
Silagem de milho 1,566 19,96 1,60 12,57 0,10 0,03 
Silagem de sorgo 1,566 19,96 1,32 11,98 0,07 0,04 
Milho 3,317 42,28 3,80 35,93 0,01 0,13 
Soja 1,283 16,35 6,88 15,91 0,05 0,11 
Calcário 0,063 0,80 - - 0,30 - 
Sal comum 0,012 0,15 - - - - 
Premix min 0,039 0,50 - - - - 
Total 7,846 100,0 13,6 76,4 0,53 0,30 
Exigência 7,830 - 13,6 76,5 0,54 0,26 
 
 
 Ração final na matéria natural: 
Ingrediente Matéria natural (Kg) % 
Silagem de milho 5,715 35,24 
Silagem de sorgo 5,237 32,29 
Milho 3,727 22,98 
Soja 1,426 8,79 
Calcário 0,063 0,39 
Sal comum 0,012 0,07 
Premix min 0,039 0,24 
Total 16,219 100 
 
 
Bromatologia 
 
144 
 
Ex.: Calcular uma ração para vacas leiteiras no início da lactação com 
600Kg de PV produzindo 20Kg de leite/dia, com 3,5% de gordura e 3% de 
proteína. 
Fórmulas: 
IMS = -4,69 + (0,0142x PV) + (0,356 x PL) + (1,72x % de gordura) = 
16,97Kg/dia 
%PB = 8,83 - (0,00483 x PV) + (0,119 x Kg de leite) – (0,716 x % gordura) + 
(2,54 x % proteína do leite) = 13,43% 
% NDT = { 48,6 – (0,0183 x PV) + (0,435 x Kg de leite) + (0,728 x %de 
gordura) + (3,46 x % proteina no leite)} x 1,04 = 61,62% 
%Ca = 0,507+ (0,000136 x PV) + (0,00065 x PL) = 0,602 
%P = 0,316 – (0,000062 x PV) + (0,00197 x Kg de leite) = 0,318 
 
Exigências: 
MS (Kg) PB(%) NDT(%) Ca(%) P(%) FDN(%) 
16,97 13,43 61,62 0,60 0,32 35 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
145 
 
Ingredientes disponíveis: 
Alimentos %MS %PB %NDT %Ca %P %FDN 
Pastagem seca 25 4,0 50,0 0,25 0,10 70,0 
Silagem de milho 27,4 8,0 63,0 0,52 0,16 59,1 
Milho grão 89,0 9,0 85,0 0,023 0,31 9,0 
Farelo de soja 89,0 45,0 82,0 0,41 0,62 7,75 
Caroço de algodão 90,0 25,0 90,0 0,12 0,54 37,0 
Uréia 100 281,0 0 0 0 0 
Calcário 100 0 0 38 0 0 
Fosfato bicálcico 100 0 0 23 18 0 
Premix min. e vit. 100 0 0 0 0 0 
Sal comum 100 0 0 0 0 0 
 
• Calcular os pré-fixados: 
Calcário + F. Bicálcico: 3,7% do concentrado = 0,132Kg 
Sal comum: 2,0% do concentrado = 0,071Kg 
Premix mineral: 0,35% do concentrado= 0,013Kg 
Uréia: 5,35% do concentrado = 0,191Kg 
*concentrado = (dieta total – volumoso) = 16,970 – 13,410 = 3,56 
 
 
• Calcular a relação CO:VO: 
Pelo NDT: 
1º) No volumoso: 40% de pasto e 60% de silagem de milho: NDT = 57,8 
2º) No concentrado 10% são fixos ( não têm energia). 
NDT Co = (NDT Mi + NDT FS + NDT CA) / 3 x( Desconta os pré-fixados) 
NDT Co = (90 + 85 + 82) / 3 = 85,67 x 0,886 = 75,90 (100-11,4) 
Bromatologia 
 
146 
 
NDT Vo = 40% pasto + 60% silagem 
NDT Vo = 0,4 x 50 + 0,6 x 63 = 57,8 
 
Cálculo: 
NDT Co + NDT Vo = NDT exigência 
75,90 (1-Vo) + 57,8 Vo = 61,68 
75,90 – 75,90 Vo + 57,8 Vo = 61,68 
-18,1 Vo= -14,22 (-1) 
Vo = 14,22/18,1 = 0,79% 
Co = 21 
Relação CO:VO = 21:79 
 
• Nutrientes fornecidos pelo volumoso: 
Ingrediente MS 
(Kg) 
PB 
(Kg) 
NDT 
(Kg) 
Silagem de milho(46,8%) 8,05 0,644 5,072 
Pasto (31,2%) 5,36 0,214 2,680 
Total 13,41 0,858 7,752 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
147 
 
 
 
• Nutrientes fornecidos pelos pré-fixados: 
Ingrediente MS (Kg) PB (Kg) NDT (Kg) 
Calcário + F.bic. 0,132 0 0 
Sal comum 0,071 0 0 
Premix min 0,013 0 0 
Uréia 0,191 0,537 0 
Total 0,407 0,537 0 
 
• Cálculo do déficit que será corrigido pelo energético+protéico: 
Protéico = 20% de farelo de soja e 80% de caroçode algodão. 
Energético = milho. 
Alimentos MS (Kg) PB (Kg) NDT (Kg) 
Volumoso 13,41 0,858 7,752 
Pré-fixado 0,407 0,537 0 
Total 13,817 1,395 7,752 
Exigência 16,970 2,279 10,457 
Déficit 3,153 0,884 2,705 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
148 
 
• Montar a equação: 
Energético (milho): 0,09PB e 0,85NDT 
Protéico (20% de FS e 80% de CA): PB = (45 x 0,2 + 25 x 0,8) = 29% 
 NDT = (82 x 02 + 90 x 0,8) = 88,4% 
 
 0,09Mi + 0,29 prot = 884 (multiplicar pelo fator -9,44) 
 0,85 Mi + 0,884 prot = 2705 
 
 -0,85Mi – 2,739 prot = - 8348 
 0,85 Mi + 0,884 prot =2705 
 1,855 prot = 5643 
 prot= 3042,05g sendo que 608,41g são de farelo de soja e 
 2433,64g são caroço de algodão. 
 
Milho = 0,09Mi + 0,29 x (3042,05) = 884 
Mi = 20g 
 
 
 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
149 
 
• Calcular o déficit de Ca e P: 
Alimentos MS (Kg) PB (Kg) NDT (Kg) Ca (g) P (g) 
Silagem de milho 8,05 0,644 5,072 41,86 12,88 
Pasto 5,36 0,214 2,680 13 5,,36 
Milho 0,020 0,0018 0,017 0,0046 0,062 
Farelo de soja 0,608 0,274 0,499 2,49 3,77 
Caroço de algodão 2,433 0,608 2,190 2,91 13,14 
Uréia 0,191 0,537 0 0 0 
Sal comum 0,071 0 0 0 0 
Premix min. 0,013 0 0 0 0 
Total 16,746 2,279 10,458 60,26 35,21 
Exigência 16,970 2,279 10,457 102,16 53,97 
Déficit - 0 0 41,90 18,76 
 
1º. Balancear o fósforo: 
100g de F.bic ----------------18g de P 
 x g ----------------18,76 
x = 104,22g de fosfato bicálcico 
2º. Balancear o cálcio: 
104,22g de F.bic x 0,23 (% de Ca) = 23,92 
Déficit = 41,9 – 23,92 = 17,98 
100g de calcário--------------38g de Ca 
 x g --------------17,98 
x = 47,32g de calcário. 
Bromatologia 
 
150 
 
Ração final: 
Alimentos MS (Kg) % PB (%) NDT (%) Ca (%) P (%) 
Silagem de milho 8,05 47,64 3,81 30,02 0,25 0,08 
Pasto 5,36 31,72 1,27 15,86 0,08 0,03 
Milho 0,020 0,12 0,01 0,10 0,00 0,00 
Farelo de soja 0,608 3,60 1,62 2,95 0,01 0,02 
Caroço de algodão 2,433 14,40 3,60 12,96 0,02 0,08 
Uréia 0,191 1,13 3,18 - - - 
Calcário 0,047 0,28 - - 0,11 - 
Fosfato bic. 0,104 0,61 - - 0,14 0,11 
Sal comum 0,071 0,42 - - - - 
Premix min. 0,013 0,08 - - - - 
Total 16,897 100 13,49 61,89 0,61 0,32 
Exigência 16,970 - 13,43 61,62 0,60 0,32 
 
Ração final na matéria natural: 
Alimentos Mat. Natural (kg) 
Silagem de milho 29,380 
Pasto 21,440 
Milho 0,022 
Farelo de soja 0,683 
Caroço de algodão 2,703 
Uréia 0,191 
Calcário 0,047 
F. bicálcico 0,104 
Sal comum 0,071 
Premix 0,013 
Total 54,614 
Bromatologia 
 
151 
 
 
 
 
Ex.: Formular uma ração balanceada para frangos de corte machos de 8 
a 21 dias de idade, utilizando o método algébrico, considerando as 
seguintes informações: 
 
Produto Comercial 
Suplemento vitaminas e microminerais para inclusão em 2 kg por tonelada de 
ração – Níveis por Kg de ração: vitamina A 5.500.000 U.I; vitamina D3 
1.000.000 U.I; vitamina E 6.500; vitamina K3 1.250 mg; vitamina b1 500 mg; 
vitamina B2 2.500 vitamina B6 750 mg; vitamina B12 7.500 mg; ácido fólico 250 
mg; pantotenato de cálcio 6.500 mg; niacina 17.500 mg; biotina 25 mg; 
antioxidante 2.000 mg; cobre 3.000 mg; ferro 25.000 mg; iodo 500 mg; 
manganês 32.500 mg; selênio 100 mg; zinco 22.500 mg; veiculo q.s.p 1000g. 
 
Exigências nutricionais 
Energia metabolizável = 3.050 Kcal/kg, proteína bruta = 21,14%, cálcio = 
0,90%, fósforo disponível 0,45%, sódio = 0,22%, lisina = 1,31%; metionina = 
0,51%; colina = 300mg/Kg. Adaptado de Rostagno et al. (2005). 
 
 
 
Bromatologia 
 
152 
 
 
 
 
 
Alimentos disponíveis 
 
Tabela – Alimentos disponíveis e composição nutricional (na matéria natural). 
Ingredientes 
EM 
 Kcal/ Kg 
PB 
(%) 
Pd 
(%) 
Ca 
(%) 
Na 
(%) 
Lis 
(%) 
Met 
(%) 
Colina 
(%) 
Milho 3381 8,3 0,08 0,03 0,02 0,24 0,17 - 
Farelo de soja 2256 45,3 0,18 0,24 0,02 2,77 0,64 - 
Óleo de soja 8790 - - - - - - - 
Calcáreo calcítico - - - 38,4 - - - - 
Fosfato bicálcico - - 18,5 24,5 - - - - 
Sal comum - - - - 39,7 - - - 
DL - Metionina - - - - - - 98 - 
L - Lisina - - - - - 78 - - 
Cloreto de Colina 60% - - - - - - - 60 
Adaptado de Rostagno et AL. (2005). 
 
Outras informações 
Incluir 300 ppm de probiótico a base de Bacillus subtilis 
Deixar espaço na fórmula de 8% 
 
 
 
 
Bromatologia 
 
153 
 
Proteína 
Montar a equação 
0,083 Milho + 0,453 F. soja = 21,14 
 Milho + F. soja = 92,00 
 
 
 
Milho = 92 – F. soja 
0,083 (92- F. soja) + 0,453 F. soja = 21,14 
7,636 – 0,083 F. soja + 0,453 F. soja = 21,14 
0,37 F. soja = 13,504 
F. soja = 36,5% 
 
Milho = 92 – F. soja 
Milho = 92,36,5 
Milho = 55,5% 
 
Energia Metabolizável 
a) Total EM fornecida pelo Milho e F. soja 
0,555 x 3381 + 0,365 x 2256 = 2700 kcal/ kg 
 Milho F. soja 
b) Deficit 
3050 – 2700 = 350 Kcal/Kg 
 
Bromatologia 
 
154 
 
c) Suplementação com óleo de soja 
8790 Kcal/Kg ---------- 100% 
 350 Kcal/Kg ---------- X 
 X = 3,98% 
Fósforo disponível 
a) Total de fósforo pelo milho + F. soja 
0,08 x 0,555 + 0,18 x 0,365 = 0,1101% 
 Milho F. soja 
b) Déficit = 0,45 – 0,11 = 0,34% 
c) Suplementação com fosfato bicálcico 
 18,5% Pd ---------- 100% 
 0,34 % Pd ---------- X 
 X = 1,84% 
 
Cálcio 
a) Total Ca fornecido pelo milho, F. soja e fosfato bicálcico 
0,03 x 0,555 + 0,24 x 0,365 + 245 x 0,0184 = 0,555% 
 Milho F. soja F. bicálcico 
b) Déficit = 0,90 – 0,555 = 0,345 
c) Suplementação calcário 
 38,4% Ca ---------- 100% 
 0,345% Ca ---------- X 
 X = 0,90% 
 
Bromatologia 
 
155 
 
Sódio 
a) Total fornecido pelos outros ingredientes = 0,0184% 
b) Déficit = 0,2016 
c) Sal comum = 0,51% 
 
Lisina 
a) Total fornecido pelos outros ingredientes = 1,1442% 
b) Déficit = 0,1658% 
c) L. lisina = 0,21% 
 
Metionina 
a) Total fornecido pelos outros ingredientes = 0,32795% 
b) Déficit = 0,18205% 
c) DL. Metionina = 0,19% 
 
Colina 
a) 300mg/kg = 300mg/1000g = 0,3g/ 1000g = 0,03/ 100g 
b) Déficit 0,03% colina 
c) Suplementação com Cloreto de colina 
 60% colina ---------- 100% cloreto de colina 
 0,03% colina ---------- X 
 X = 0,05% Cloreto de colina 
 
 
Bromatologia 
 
156 
 
Probiótico 
300mg/kg = 0,3g/1000g = 0,03g/100g = 0,03% 
Quantidade de probiótico a ser utilizado é de 0,03%. 
 
 
Ração Kg 
Milho 55,5 
Farelo de soja 36,5 
Óleo de soja 3,98 
Calcáreo calcítico 0,90 
Fosfato bicálcico 1,84 
Sal comum 0,51 
DL - Metionina 0,19 
L - Lisina 0,21 
Cloreto de Colina 60% 0,05 
Probiótico 0,03Suplemento 0,20 
 Total 99,91

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