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CAPÍTULO 2. Nutrientes dos alimentos este capítulo, iremos entender a importância que os nutrientes dos alimentos têm para o crescimento e a produção de leite. N conteúdo celular de uma planta é constituído por amido, açúcares, cinza, proteína e óleos (Figura 2.1). A parede celular é constituída por pectina, hemicelulose, celulose e lignina Carboidratos Figura 2.1 A célula de uma planta com Os carboidratos são a principal fonte de energia na dieta das estrutura da parede celular detalhada vacas leiteiras. Os carboidratos constituem cerca de 70% da dieta e consistem em seis tipos diferentes, dependendo da alimentação. A Figura 2.2 ilustra um fluxograma de carboidratos vegetais com base em sua classificação. Ao balancear as dietas, esses seis tipos de carboidratos determinam o potencial de ingestão de uma dieta e seu conteúdo energético. Conteúdo celular: -Proteína 1. Açúcares: são encontrados dentro das células de plantas Parede Primária -Acúcares em crescimento e em alimentos como melaços e soro de leite. -Gorduras -Amido Parede Secundária Os açúcares são rapidamente fermentados pelas bactérias do rúmen. nível de açúcar nas dietas de vacas leiteiras varia de 2 a 6% da matéria seca total. 2. Amido: também é encontrado dentro das células vegetais e é altamente digestível (75 a 95%). É a principal reserva de energia da semente da planta. Fermenta rapidamente no rúmen se processado (moído finamente ou floculado a vapor). (Parede Secundária) amido da cevada e do trigo também tendem a fermentar rapidamente, enquanto o milho, o sorgo e os grãos processados FDN (Fibra em Hemicelulose grosseiramente fermentam mais lentamente. amido pode Detergente Neutro) representar de 24 a 30% da matéria seca da dieta. Lignina FDA 3. Pectina: é encontrada na parede celular da planta. Esta porção (Fibra em Celulose da parede celular é a que fermenta mais rapidamente. É encontrada Detergente Ácido) em altos níveis na polpa de beterraba, polpa cítrica e leguminosas. (Parede Primária) CAPÍTULO 2. NUTRIENTES DOS ALIMENTOS 13A pectina produz mais ácido acético quando fermentada no Os níveis recomendados dos diversos tipos de carboidratos rúmen em comparação com o conteúdo celular. em diferentes estágios de lactação e gestação estão na Tabela 2 e Tabela 3 do Apêndice. 4. Hemicelulose: também é encontrada na parede celular Outra forma de expressar os carboidratos disponíveis no rúmen com uma digestibilidade de 70%. As bactérias convertem são os carboidratos fermentáveis no rúmen (CFR). Esses carboidratos essas ligações complexas de glicose em ácidos graxos voláteis. podem ser usados pela microbiota ruminal como fontes de energia, A hemicelulose pode representar de 10 a 15% da matéria seca como açúcar, amido e fibra solúvel, os quais são analisados pela da dieta. maioria dos laboratórios. O CFR é semelhante ao CNF sem os ácidos de fermentação da silagem, que não fornecem uma fonte 5. Celulose: é um importante carboidrato estrutural e dá de carbono para a microbiota ruminal. O nível sugerido para vacas rigidez à parede da planta. Animais de estômago simples de alta produção é de mais de 39% e permite a mudança de fontes (como os suínos) não conseguem digerir a celulose, enquanto dependendo dos custos de alimentação. as bactérias do rúmen podem degradar esses carboidratos complexos. A digestibilidade da celulose é menor que 30 a Fibra 40%. As forragens maduras têm mais celulose. A celulose pode compor de 15 a 20% da matéria seca da dieta. Duas classificações principais de fibras são usadas para descrever o conteúdo de fibra dos alimentos. 6. Lignina: não é um carboidrato verdadeiro, mas faz parte Fibra em detergente ácido (FDA): consiste em da parede celular. Quando as plantas amadurecem e produzem celulose, lignina e compostos de nitrogênio lignificado sementes, o conteúdo de lignina aumenta. A digestibilidade (também chamados de proteína danificada pelo calor, da lignina é zero, e a lignina pode se ligar a outros nutrientes, proteína indigestível em detergente ácido ou PIDA). reduzindo a digestibilidade de toda a célula. Os níveis de lignina FDA pode ser analisado quimicamente através da devem ser baixos (2 a 4 por cento da matéria seca da dieta). mistura do alimento com uma solução detergente Os carboidratos não fibrosos (CNF) consistem em ácidos acidificada e aquecimento. orgânicos, pectina, amido e açúcares que fermentam no rúmen e Fibra em detergente neutro (FDN): é composta por FDA são altamente digestíveis (mais de 80%). Para calcular CNF, use (celulose e lignina) e hemicelulose. Outro termo para a seguinte fórmula (todos os nutrientes devem ser expressos com FDN é o conteúdo da parede celular. O FDN representa o base em 100% da matéria seca): conteúdo total de fibra de um alimento. CNF = 100 (% proteína bruta + % FDN + % gordura + % mineral) FDN é usado para estimar o consumo de matéria seca e Por exemplo, farelo de glúten de milho teria um valor de está relacionado ao tempo de ruminação. Ao se referir a FDN, 24% de CNF. duas definições podem ser usadas. FDN químico se refere à 100 (20% proteína + 50% FDN + 1% gordura + 5% mineral) = quantidade de FDN determinada pela mistura do alimento com um detergente neutro e aquecimento em laboratório. Tabela 2.1 Exemplos de diversas análises de fibra Níveis sugeridos de cada fração com base na matéria seca para silagem de milho de carboidratos para vacas de alta Intervalo Normal produção com base na matéria seca Média Baixo Alto Fração de Nível Grupo FDA 24.66 17.06 32.36 carboidrato aFDN %MS 41.00 51.92 Ácidos orgânicos Fração CNF aFDNom 40.10 29.71 Açucar 50.76 Fração CNF/CFR Amido 24 a 30 Fração CNF/CFR FDND30 43.57 64.17 Fibra solúvel 8 11 Fração CNF/CFR FDND120 %FDN 71.54 80.34 Hemicelulose FDND240 73.90 65.70 10 12 FDN 83.20 (FDA+hemicelulose) uFDNom30 18.20 13.30 23.30 Celulose 17 19 Fração FDA uFDNom120 %MS 7.02 Lignina 15.78 Fração FDA uFDNom240 10.50 14.90 14 CAPÍTULO 2. NUTRIENTES DOS ALIMENTOS Fonte: Laboratório DairyLandFigura 2.2 Carboidratos das Plantas Sistema de carboidratos de plantas onde FDA = fibra em detergente ácido, FDN = fibra em detergente neutro, CNF = carboidratos não fibrosos, FSDN = fibra solúvel em detergente neutro, e mono e oligossacarídeos. Fonte: USDA/University of Wisconsin. Carboidratos das Plantas Conteúdo Celular Parede Celular Ácidos Amidos Frutanos Substâncias Mono + Hemicelulose Celulose Orgânicos Pécticas Oligossacarideos Galactanos FDA B-glucanos FSDN FDN Polissacarídeos não amiláceos CNF Um segundo termo é FDN efetivo (também conhecido 2.3 ilustra a variação nos valores de uFDN-240 horas de como FDNe), que mede comprimento do alimento, ou seja, várias fontes de forragem. sua forma física. Os valores para FDNe são determinados Um guia para nível máximo de uFDN é calcular 0,35 a peneirando os alimentos ou usando telas para separar 0,40% do peso corporal. Por exemplo, uma vaca Jersey de 454 tamanho das partículas de forragem (Penn State Forage kg poderia ingerir até 1,8 kg de uFDN de forragem. Se nível Separator). Partículas de alimento com mais de 2 centímetros estiver muito baixo, a acidose ruminal pode ser um problema, contribuem para mat ruminal, fazem com que a vaca bem como taxas mais altas de passagem de alimento. Alguns remastigue alimento e mantenha os movimentos ruminais produtores de leite adicionam 0,45 kg de palha para retardar normais. As vacas precisam mastigar um mínimo de 450 a passagem do alimento e melhorar a fermentação ruminal. minutos por dia para manter pH ruminal normal (5,9 a 6,5). Outro termo e forma de análise de fibra é a fibra Um novo termo que pode auxiliar na determinação do bruta. A fibra bruta (FB) foi teste de fibra padrão e ainda nível de FDN para estimar consumo de forragem é uFDN é exigida nos rótulos de alimentos. A análise de fibra bruta (fibra indigestível em detergente neutro). não é uma estimativa precisa da fibra total porque a fervura A Tabela 2.1 ilustra vários resultados de fibra em silagens do alimento com diluentes ácidos e alcalinos resulta na de milho. Os laboratórios de teste de forragem reportam três dissolução de parte da lignina e hemicelulose e é medida valores de uFDN: uFDN-30 horas, uFDN-120 horas e uFDN- como açúcar e amido. Os valores de fibra dos alimentos 240 horas após tempo de fermentação ruminal. A Figura estão listados na Tabela 4, 5, e 6 dos Apêndices. CAPÍTULO 2. NUTRIENTES DOS ALIMENTOS 15Figura 2.3 Variação do uFDN240 em diferentes forragens Fonte: Laboratório Dairyland 50% Silagem pré-secada de leguminosas Silagem pré-secada de 40% gramíneas Todas as silagens de Milho 30% Silagens de Milho BMR Silagens de Grãos Pequenos 20% de 140.964 Amostras Safra de 2016 10% % 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% uFDNom240 Conjunto de Peneiras Penn State O comprimento das partículas de forragem é uma questão importante na nutrição de ruminantes. As três peneiras separadoras de partículas da Penn State são mostradas à direita - a quarta caixa inferior não tem orifícios e coleta as partículas que passam pelas três primeiras. Três tipos de conjunto de peneiras estão disponíveis: sistema de três caixas, sistema de quatro caixas com a terceira peneira contendo uma caixa de 1,1 mm ou um sistema de quatro caixas com a terceira peneira com abertura de 4 mm. As recomendações para cada sistema estão listadas na tabela abaixo. As três ou quatro caixas são empilhadas em ordem de tamanho do furo, com a caixa com os maiores furos no topo. Para utilizar, coloque a forragem ou TMR na caixa superior. Agite o separador cinco vezes e gire a unidade um quarto de volta. Agite e gire um total de oito vezes e, em seguida, pese o restante do material em cada uma das peneiras e na caixa inferior. As porcentagens de diferentes comprimentos de partícula podem então ser calculadas (na matéria natural). Recomenda-se que pelo menos 2 a 8 por cento de um TMR permaneça na caixa superior. Observe as seguintes recomendações. 6 Peneira Segunda Terceira superior peheira peneira Fundo TMR 2-8 >40 ND 20 >40 ND 50 ND 30 ND 40 20 >40 50 40 20 >40 20-30 50 30-40Gorduras e óleos Embora a gordura e o óleo sejam usados alternadamente, Ácidos graxos poliinsaturados as gorduras são sólidas à temperatura ambiente e geralmente são de origem animal. Exemplos são sebo e graxa. Os óleos (PUFAs) e a reprodução são líquidos em temperatura ambiente e geralmente vêm de fontes vegetais como soja, milho e caroço de algodão. Neste Os PUFAs são ácidos graxos poliinsaturados livro, gordura se refere às fontes de energia de gordura e óleo. de cadeia longa (como os ácidos graxos linoleico, O conteúdo de energia da gordura é 2,25 vezes maior do que o linolênico e com cadeia de 20 carbonos) dos carboidratos e das proteínas, devido à maior proporção de encontrados em alguns óleos vegetais e de peixe. carbono para oxigênio nas gorduras. Os bezerros consumirão Alimentar as vacas com PUFAs antes e depois do dietas contendo 16 a 30% de gordura, pois precisam de fontes de parto pode melhorar o desempenho reprodutivo, energia mais concentradas, dependendo dos fatores ambientais. aumentando os níveis séricos de progesterona As gorduras são adicionadas às dietas de vacas leiteiras como e inibindo a liberação de prostaglandina. fonte de energia, para melhorar a palatabilidade, para manter Estudos de campo relataram melhores taxas de o escore de condição corporal, para ajudar a fertilidade e/ou fertilidade e concepção quando os PUFA foram para reduzir a poeira e partículas finas das rações. O excesso suplementados. de gordura pode diminuir a ingestão de matéria seca, reduzir a digestibilidade da fibra e aumentar os custos com alimentação. As estratégias para o uso de fontes de gordura em rações para vacas em lactação são descritas abaixo. 1. Adicione as primeiras 454 gramas de gorduras provenientes de fontes de sementes oleaginosas (como grãos de soja, canola ou caroço de algodão) porque essas fontes de gordura são mais baratas por kg de óleo. O caroço de algodão com línter pode ser fornecido sem qualquer processamento pois o línter faz com que o caroço flutue, ficando preso no mat ruminal e seja mastigado pela vaca. Limite a quantidade de 3,2 kg (MN) 2. o segundo incremento de gordura pode vir através da por vaca por dia. gordura animal, como sebo ou graxa (não utilizar misturas de gorduras recicladas de restaurantes). Essas gorduras são A soja pode ser fornecida inteira ou processada. mais saturadas (menos ligações duplas em sua estrutura Quanto mais fina a semente é processada, mais química). As gorduras animais podem ser fornecidas na degradável é a proteína. O aquecimento da soja reduz proporção de 227 gramas mais 454 gramas de óleo vegetal a degradabilidade da proteína. A soja extrusada deve de sementes oleaginosas, ou 454 a 680 gramas como a ser fornecida em níveis mais baixos porque a gordura única fonte de gordura adicionada. As gorduras animais são é removida de dentro da célula da planta e é um "óleo normalmente duas vezes mais caras do que os óleos vegetais. livre" que pode reduzir o pH ruminal e a digestão da As gorduras animais são difíceis de manusear na fazenda, fibra. Os níveis sugeridos para o fornecimento de soja exigindo aquecimento para derreter a gordura e misturar estão listados aqui. uniformemente. Em alguns países, como o Brasil, é proibido alimentar o gado leiteiro com gordura animal. Soja crua: Máximo de 1,8 kg (MN) por vaca por dia (devido à redução da digestão de proteínas relacionada a enzimas 3. As gorduras inertes são o terceiro tipo de gordura produzida vegetais, como o inibidor de tripsina); comercialmente. Esses produtos são inativos no rúmen (não afetando pH ruminal ou a digestão das fibras). Os processos Soja extrusada: Máximo de 1,8 kg (MN) por vaca por dia comerciais incluem hidrogenação (tornando os ácidos (devido ao óleo livre no rúmen); graxos mais saturados), formando um sabão de cálcio, e encapsulamento. Essas fontes de gordura são duas vezes mais Soja tostada: Máximo de 3,2 kg (MN) por vaca por dia caras do que as fontes animais. Esses produtos são adicionados (devido à quantidade total de gorduras insaturadas); na proporção de 227 a 454 gramas por dia e são mais fáceis de manusear por serem produtos secos. Verifique as fontes de A semente de canola deve ser processada (limite de 0,9 gordura, pois alguns desses produtos comerciais têm ácidos a 1,4 (MN)); graxos saturados de dezesseis carbonos (principalmente para aumentar a porcentagem de gordura do leite), enquanto As sementes de girassol podem ser fornecidas inteiras outros produtos têm uma mistura de ácidos graxos saturados (limite de 0,9 a 1,4 kg (MN)). de dezesseis e dezoito carbonos. CAPÍTULO 2. NUTRIENTES DOS ALIMENTOS 17Proteína (aminoácidos) A proteína é necessária para o crescimento, desenvolvimento Dietas à base de silagem de milho e capim podem ter baixo fetal, reposição de células e enzimas (mantença) e produção de teor de metionina e lisina. leite. Os aminoácidos são os tijolos básicos necessários para Geralmente, selecionar alimentos ricos em PNDR com os atender às necessidades de proteína. Reveja o Capítulo 1 para aminoácidos desejados pode ser uma alternativa importante saber o destino das proteínas no rúmen. A Figura 2.4 ilustra para atender às exigências de aminoácidos. Os aminoácidos como o nitrogênio é utilizado por vacas leiteiras. Os valores comerciais protegidos são mais caros do que as fontes são expressos em gramas de nitrogênio. Para converter em oriundas de alimentos. proteína bruta, multiplique os gramas de nitrogênio por 6,25. Os Ao avaliar as mudanças de aminoácidos nas dietas, aminoácidos são fornecidos à vaca leiteira a partir de fontes de certifique-se de monitorar a produção de leite e as alterações proteína microbiana e proteínas dos alimentos não degradadas na porcentagem de proteína do leite. no rúmen (by-pass ou proteína não degradada no rúmen, PNDR). As exigências de proteína e a composição dos alimentos teste de nitrogênio ureico do leite (NUL) está disponível estão listados no apêndice. Modelos de computador calculam os comercialmente em laboratórios regionais e geralmente é aminoácidos fornecidos por fontes microbianas e de alimentos. enviado pelos laboratórios dos laticínios. Se há excesso de Geralmente, lisina, metionina e/ou histidina são considerados os produção de amônia no rúmen e esta não é capturada pela primeiros aminoácidos limitantes (Tabela 2.2 e Tabela 2.3). microbiota ruminal, ou se a dieta contém proteína em excesso, As recomendações abaixo podem ser consideradas ao a amônia do rúmen ou das células animais se acumulam no balancear as dietas para aminoácidos: sangue. fígado converte a amônia do sangue em ureia, A proteína microbiana possui a mais alta qualidade, é liberando-a de volta no sangue como NUS (nitrogênio ureico balanceada para atender às necessidades das vacas leiteiras do sangue). Os rins removem o excesso de NUS e o excretam na e é a fonte mais econômica de aminoácidos. Maximizar a urina como um produto residual. Outra via de excreção do NUS produção de proteína microbiana é o objetivo principal. é a reciclagem no rúmen e no leite. Como o leite é produzido É difícil estimar a produção de proteína microbiana, pois a partir de nutrientes no sangue, altos níveis de NUS resultam esse valor é afetado pelo consumo de matéria seca, pelo em níveis elevados de Para recomendações, consulte o ambiente e pelo pH ruminal, forma e processamento da quadro Avaliação dos Níveis de NUL no capítulo 1. dieta e pelas fontes de alimentos. As dietas à base de leguminosas geralmente têm baixo teor Minerais de metionina. Os minerais são necessários para as funções regulatórias e estruturais dos animais. Duas categorias de minerais devem ser Figura 2.4 Uso esquemático de 494 gramas de nitrogênio consumido por uma vaca leiteira Ureia Ureia Artérias 105 156 AA Rúmen Intestino N Ingerido PNDR Aminoácidos Leite 494 PDR (AA) 171 157 N Urina 155 Bactérias AA Glândulo Mamária Coração 184 Rim 176 Proteína AA -91 -190 Ureia 260 Ureia AA Veias Fonte: Universidade de Wisconsin 18 CAPÍTULO 2 NUTRIENTES DOS ALIMENTOSTabela 2.2 Exigências de lisina e metionina para vacas Holandesas Relações comuns entre minerais para evitar desequilíbrio Produção Lisina Metionina de leite (Gramas/ % dos AA (Gramas/ % dos AA Zinco Cobre (kg/dia) dia) Essenciais dia) Essenciais Ferro Cobre 27 104 16.3 33 5.1 Potássio Magnésio 54 151 48 5.1 Cobre Molibdênio 1 Potássio Sódio 64 198 16.3 63 5.1 Nitrogênio Enxofre Fonte: Nova Hampshire Tabela 2.3 Lisina e metionina como porcentagem dos aminoácidos essenciais (AAE) Fatores limitantes exemplo do barril Lisina Metionina Item A metáfora do barril na nutrição de vacas leiteiras % dos AA Essenciais ilustra qual nutriente ou aminoácido está limitando a produção de leite ou seus componentes. O objetivo Produtos de Origem Animal do produtor de leite ou nutricionista é manter todas as Leite 16.0 tábuas do barril no mesmo nível para otimizar a produção Musculatura Magra 16.3 e reduzir os custos com alimentação. Neste exemplo, a 5.1 adição de metionina pode aumentar o desempenho até Microbiota Ruminal a limitação pela lisina. O nutricionista pode aumentar os Bactérias 5.2 dois aminoácidos neste ponto para corresponder aos níveis de outros aminoácidos. Protozoários 4.2 Alimentos Sorgo 5.6 4.3 DDG 6.2 5.2 Milho, grão Milho, silagem 4.8 Girassol, farinha 5.4 Algodão, farelo 9.6 Cevada Aveia 4.3 Alfafa 11.1 3.8 Farelo de Soja 3.1 Farinha de 15.7 Segundo Aminoácido Limitante Farinha de peixe 6.3 Primeiro Aminoácido Limitante Fonte: Nova Hampshire CAPÍTULO NUTRIENTES DOS ALIMENTOS 19fornecidas: Um terceiro grupo de minerais são exigidos para vacas Os macrominerais incluem cálcio, cloro, magnésio, leiteiras, mas não é suplementado no momento. Flúor e fósforo, potássio, sódio e enxofre. Os macro minerais são molibdênio são exemplos desses minerais. Pesquisas adicionais suplementados em gramas por vaca por dia e expressos serão necessárias antes de suplementar rotineiramente esses como uma porcentagem da matéria seca da ração. A minerais. Tabela 2.4 lista a função, os sinais de deficiência e as fontes A Tabela 4, 5 e 6 do Apêndice listam os níveis de suplementares comuns de macrominerais. Sódio, potássio, macrominerais encontrados nos alimentos. A Tabela 2 e 3 do cloro e enxofre são íons fortes e afetam o equilíbrio ácido- Apêndice listam as exigências minerais para vacas leiteiras. base nas vacas. O Capítulo 12 descreve o manejo desse As exigências de cálcio e fósforo estão listadas na Tabela 7 equilíbrio ácido-base (a diferença cátion-ânion da dieta, ou do Apêndice. DCAD) nas dietas de vacas pré-parto. Os minerais podem ser suplementados como inorgânicos Os microminerais incluem cobalto, cromo, cobre, iodo, ferro, (como cloreto de sódio) ou minerais orgânicos. Os minerais manganês, selênio e zinco. Esses minerais são adicionados orgânicos podem apresentar-se complexados com um aminoácido; em miligramas por dia e expressos em partes por milhão associados a proteína, ácido graxo volátil ou carboidrato; e/ou ligante na matéria seca da dieta. A Tabela 2.5 relaciona a função, os de hidroxila. Os minerais inorgânicos são a forma mais comum sintomas de deficiência e as fontes suplementares comuns porque são mais baratos e mais concentrados do que os minerais de microminerais. orgânicos. Minerais orgânicos são adicionados como um complexo Tabela 2.4 Macrominerais na dieta de vacas leiteiras Sinais de Relações entre Fontes do Função Deficiência minerais mineral Calcário calcítico, Formação dos e Raquitismo, crescimento Carbonato de Ca, Cálcio (Ca) dentes, coagulação ósseo retardado, fraturas, Fósforo, sanguínea, contração baixa produção de leite, febre cloreto de Ca, do leite, hipocalcemia Magnésio propionato de Ca, muscular fosfato mono e bicálcico Formação dos e Fosfato mono e Raquitismo, baixo crescimento, Cálcio, Ferro, dentes, metabolismo da bicálcico, farinha de Fósforo (P) problemas reprodutivos, energia, parte do DNA Alumínio, fosfato monossódico apetite depravado Magnésio Balanço ácido-base, contração muscular, Comportamento alimentar Sódio (Na) transmissões neurais, anormal, lambe urina, Potássio, Sal comum menor apetite, baixa Bicarbonato de sódio pressão osmótica, pH produção de leite Cloro sanguínea Controle da pressão osmótica e balanço Perda de apetite, Sal comum fraqueza, desejo de sal, Sódio, Cloro (CI) produção Cloreto de potássio, alcalose sanguínea, Potássio cloreto de cálcio de ácido clorídrico lambe urina Pressão osmótica e Perda do brilho do pelo, Bicarbonato de K, balanço ácido-base, Sódio, Cloro, Potássio (K) queda na ingestão de cloreto de K, sulfato de transmissões neurais matéria seca Magnésio sulfato de K-Mg Ativador enzimático, Hiperirritabilidade muscular, Cálcio, Óxido de Mg, Magnésio (Mg) ósseo e muscular, salivação, convulsões, contração muscular tetania das pastagens Fósforo, carbonato de Mg, sulfato de K-Mg Potássio Aminoácidos compostos Crescimento microbiano Cobre, Sulfato de Ca, sulfato por enxofre, vitaminas do Enxofre (S) reduzido, queda do apetite Molibdênio, de amônio, sulfato de complexo B, digestão da celulose, balanço ácido base sódio, sulfato de K-Mg Nitrogênio 20 CAPÍTULO 2. NUTRIENTES DOS ALIMENTOSTabela 2.5 Microminerais na dieta de vacas leiteiras Função Sinais de Deficiência Relações entre minerais Fontes do mineral Aumento da sensibilidade à Menor saúde no período de insulina, reduz mobilização Cromo (Cr) transição e queda na de gorduras, ameniza Nenhuma produção de leite Cromo orgânico estresse térmico Sais enriquecidos com Síntese de vitamina B12 pela Apetite reduzido anemia, Nenhuma microminerais, carbonato Cobalto (Co) microbiota ruminal pelos arrepiados (vitamina B12) de CO cloreto de Co, Co orgânico Ativação enzimática, Pelos arrepiados, mudança Sulfatos, Sais enriquecidos com Cobre (Cu) síntese sanguínea, atuação na dos pelos (cinza ou microminerais, carbonato no sistema nervoso avermelhados), diarreia, ferro de Cu, sulfato de Cu, queda da imunidade, mastite Cu orgânico Síntese de tiroxina Bócio, pescoço inchado em lodato de cálcio, dihidroiodeto de etileno (hormônio) bezerros, taxa metabólica lodo reduzida, baixo desempenho Nenhuma diamina, sais enriquecidos reprodutivo, saúde dos cascos com microminerais, iodeto de K Parte da hemoglobina, Sais enriquecidos com Ferro (Fe) sistemas enzimáticos, Anemia Cobre microminerais, sulfato sistema imune ferroso Sais enriquecidos com Crescimento, formação Crescimento retardado, Cálcio, zinco, microminerais, carbonato Manganês (Mn) óssea, ativação enzimática problemas reprodutivos, ferro, anormalidades esqueléticas de Mn, sulfato de Mn, Mn Formação de enzima Problemas reprodutivos, Selenito de sódio, (glutationa peroxidase), mastite, disfunção do sistema Cálcio, enxofre selenato de sódio, Selênio (Se) proteção das membranas imune, doença do músculo Se orgânico celulares, imunidade branco, retenção de placenta Ativação enzimática, Paraqueratose da pele, Sais enriquecidos com reparação de tecidos elevação da contagem microminerais.sulfat de Zinco (Zn) danificados, imunidade, de células somáticas, Ferro, cobre, manganês Zn, carbonato de Zn, formação da queratina mastite, problemas de casco, dos tetos Zn orgânico rigidez articular Tabela 2.6 Vitaminas lipossolúveis para vacas leiteiras Função Deficiência Fonte Visão normal, preserva Cegueira noturna, problemas Beta caroteno, vitamina A Vitamina A revestimento epitelial, de pele, mastite, bezerros sintética, premix de vitaminas imunidade fracos, problemas reprodutivos Crescimento e desenvolvimento Raquitismo, osteomalácia, Vitamina D2 sintética (origem vegetal) Vitamina D ósseo normal, metabolismo febre do leite, hipocalcemia e D3 (origem animal), premix de do cálcio e fósforo vitaminas Doença do músculo branco, Vitamina F sintética, Antioxidante, associado Vitamina E mastite, sabor de leite oxidado premix de vitaminas com selênio Hemorragias associadas com Vitamina K sintética, Vitamina K Coagulação sanguínea intoxicação por trevo doce premix de vitaminas CAPÍTULO NUTRIENTES DOS ALIMENTOS 21(zinco-metionina seria um exemplo) ou quelato (proteinato de cobre por exemplo). Os microminerais orgânicos geralmente custam mais por miligrama do que os microminerais inorgânicos adicionados. Os minerais orgânicos podem ser alimentados com Estimando a ingestão de água as seguintes condições: Vacas secas em pré-parto Murphy et al. (1983) desenvolveu a seguinte equação Vacas que estão abertas (primeiros 120 dias após o parto) para estimar quantos litros de água uma vaca leiteira Vacas doadoras e receptoras usadas na transferência de poderia consumir com base no consumo de matéria seca embriões (CMS) e a produção de leite. Vacas estressadas por doenças, meio ambiente, calor ou outras causas Litros de água por dia = 23.0 + (2.38 X CMS) + (0.63 X produção de leite) Vitaminas As vitaminas são compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades. Elas não fornecem fontes significativas de energia, mas atuam em reações químicas. Duas classificações de vitaminas são usadas: 1. Vitaminas lipossolúveis: Vitamina A, D, E (geralmente são suplementadas) e K. 2. Vitaminas hidrossolúveis: Vitaminas do complexo B (niacina, biotina e tiamina podem ser suplementados) e vitamina C. Quando os alimentos são armazenados ou fermentados, as vitaminas lipossolúveis podem precisar ser suplementadas. As vitaminas lipossolúveis são adicionadas como unidades internacionais (UI). Uma UI é igual a uma unidade da USP (Farmacopeia dos Estados Unidos). As forragens e pastagens minimamente processadas são ricas em vitaminas lipossolúveis. A niacina (vitamina B3) é suplementada em 6 gramas diárias pré e pós-parto para minimizar a cetose e limitar a mobilização de gordura em vacas com alto ECC. Metade da niacina adicionada pode ser protegida da degradação ruminal para obter níveis mais elevados no sangue e a outra metade não protegida para ser usada pela microbiota ruminal. A tiamina é adicionada se a síntese ruminal for interrompida. A biotina (20 mg por vaca por dia) é adicionada para a saúde dos cascos e maior produção de leite. A Tabela lista as funções das vitaminas lipossolúveis e os sinais de deficiência. Água A água é o nutriente exigido em maior quantidade pelo animal. A quantidade (expressa em litros por dia) depende do tamanho do animal, produção de leite, temperatura, ingestão de matéria seca e de minerais. A Tabela 2.7 relaciona a quantidade de água necessária para vacas leiteiras em diferentes estágios de lactação, gestação e temperatura. A qualidade da água é de extrema importância para estimular a ingestão adequada. As vacas precisam de uma fonte de água para cada 20 animais, ou 30 centímetros de espaço de cocho para cada 20 animais. Um grande suprimento de água deve estar disponível assim que as vacas deixam a sala de ordenha e quando consomem grandes quantidades de matéria seca. A água não deve conter bactérias e os níveis de nitrato, sulfatos e sal devem ser monitorados. Consulte a Tabela 2.8. 22 CAPÍTULO NUTRIENTES DOS ALIMENTOSTabela 2.7 Consumo de água de vacas leiteiras litros/dia Temperatura Peso Leite 4°C e abaixo 16°C 27°C Novilhas 91 kg 0 8,8L 11,0L 14,5L 181 kg 0 16,3L 20,3L 26,9L 363 kg 0 27,8L 34,8L 46,7L 544 kg* 0 38,2L 47,6L 63,9L Vacas secas* 635 kg 0 42,7L 52.9L 71,4L 726 kg 0 45,8L 56.4L 76,2L Vacas em lactação** 9 kg 52,9L 63,9L 78,9L 27 kg 96,9L 115,0L 135,2L 635 kg 36 kg 118,9L 140,5L 170,5L 45 kg 141,0L 166,1L 201,3L *Mantença e gravidez / **Mantença e produção de leite Tabela 2.8 Recomendações de qualidade de água para vacas leiteiras Análise Margem aceitável Problemas com altos níveis pH 6,0 8,0 Redução no consumo de água Sólidos dissolvidos totais (SDT), Acima de 3000 ppm pode ocorrer diarreia temporaria, Altos níveis sais solúveis totais (SST), 0 1.000 ppm causam recusa de água e diarreia salinidade persistente. Dureza 0 120 ppm Em geral não há problemas Menor consumo de água devido Ferro 0 3.000 ppm ao sabor Nitrato 0 100 ppm Problemas reprodutivos Nitrito 0 10 ppm Enxofre 0 500 ppm Menor consumo de água, diarreia Bactérias totais por 100 ml Problemas de saúde doenças Coliformes fecaisDispositivos de monitoramento da ruminação À direita temos exemplos de dispositivos usados para monitorar a ruminação. Novas tecnologias estão disponíveis para registrar o tempo que cada animal passa ruminando e consumindo alimento. Esses dispositivos estão disponíveis comercialmente, sendo os gravadores em forma de colar e os brincos as duas opções mais populares. Essas unidades capturam os minutos por dia e dados que refletem a saúde da vaca, detecção de cio e condições de saúde ou de ambiente. Aqui estão alguns dos parâmetros disponíveis como resultado de pesquisa e desenvolvimento. Os dados apresentados refletem o impacto negativo dos distúrbios metabólicos na ruminação diária em vacas recém-paridas. Um valor que serve de guia é que o tempo de ruminação deve ser superior a 450 minutos por vaca por dia, no mínimo, com um valor ideal sendo acima de 550 minutos para vacas saudáveis. custo de adicionar essa tecnologia como um complemento aos sistemas de 600 detecção ou identificação de cio pode ser acessível. Vacas 500 em transição e vacas no início Saudável da lactação parecem ser as 400 Cetose ou Metrite Leve mais recomendadas para usar uma coleira de ruminação. 300 Cetose ou Metrite Moderada 200 Deslocamento de Abomaso 100 0 2 3 4 5 6 7 Dias pós parto Exemplo de coleira para monitoramento da ruminação na prática. 24 CAPÍTULO 2 NUTRIENTES DOS ALIMENTOS