Prévia do material em texto
Maria Emília Mota - MEDXVIII Mecanismos de fecundação MEDXVIII – Maria Emília Mota Conceitos importantes → • Ovócito I → responsável por completar a meiose I formando o ovócito II e 1º glóbulo ocular, além de que é desenvolvido – quando dentro do ovário – pelas células parafoliculares. • Células parafoliculares → produzem estrôgenio e progesterona e o conjunto de células formam o folículo ovariano. Além disso, são responsáveis por envolverem o ovócito II, formando a coroa radiada e um outro grupo forma o cúmulus oofurus e outro, na parte externa, a camada granulosa. • Fertilização: É a junção do espermatozoide com o ovulo. • Fecundação: É a penetração do esqueleto do espermatozoide na zona pelúcida do ovócito secundário Ovócito II → Estruturas: 1. Teca externa → formada por tec. conj. frouxo do estroma ovariano, sem vascularização; 2. Teca interna → altamente vascularizada e produtora dos hormônios androgênios, na qual serão encaminhados p/ as células parafoliculares e convertidos em estrogênio; 3. Antro folicular → formado por células parafoliculares, é uma cavidade que indica o amadurecimento do folículo ovariano pela presença de acúmulo de líquido entre a camada granulosa e coroa radiada; 4. Camada granulosa → formado por células parafoliculares; 5. Coroa radiada → células cúbicas que se organizam em torno do ovócito; 6. Cumulus oofurus → células cúbicas que ligam o ovócito II à camada granulosa e é importante para captura do ovócito pelas fimbrias; 7. Zona pelúcida → glicoproteínas produzidas pelo ovócito que participam do reconhecimento celular, pela ZP3, para penetração do acesso do espermatozoide, pela ZP2, assim como, bloqueia a entrada de novos, pela interação com ZP2 e ZP1; Obs.: A formação do 1º glóbulo polar indica a finalização da meiose I e início da meiose II, com a formação do ovócito II. Mecanismos de fecundação → Havendo ejaculação, dando início a corrida dos espermatozoides, o líquido espermático possui bicarbonato – HCO3 – que é capaz de neutralizar o pH ácido do canal vaginal, elevando para pH 7,2 e, assim permitindo a passagem dos espermatozoides; O colo do útero começa a formar um tampão vaginal gelatinoso, a partir da enzima vesiculase que começa a desnaturar as enzimas do esperma e a coagula-lo. Dessa forma, não permite a passagem de outros espermatozoides, da mesma maneira que, evite que os que passaram retorne ao canal vaginal; O colo do útero produz um muco seroso que facilita a passagem dos espermatozoides, bem como movimentos do útero, através de prostaglandinas – produzida pela vesícula seminal – estimulam peristalse uterina e a pressão intravaginal também contribui para a chegada até o terço superior das tubas uterinas. Maria Emília Mota - MEDXVIII Além disso, os espermatozoides possuem em sua superfície a beta defensina – produzida no epidídimo - que os protegem da ação imunológica congênita. Os espermatozoides passam por uma reação de hiperativação, na qual, através de um receptor da proteína G, ocorre aumento do AMPc que gera aumento do Ca++ intracelular, ativando CK e liberando dinéina – liberando energia para os microtúbulos flagelares, provocando um movimento mais potente com maior velocidade. Logo, durante a passagem para as tubas uterinas, ocorre a capacitação dos espermatozoides, na qual é retirado um grupo de glicoproteínas e proteínas seminais da cabeça do espermatozoides, deixando mais ativo e ocorre a modificação de proteínas e carboidratos da membrana plasmática permitindo o reconhecimento do espermatozoide pela zona pelúcida, através da glicoproteína ZP-3. Após a hiperativação, o espermatozoide chega a coroa radiada com auxílio da atividade da hialuronidase que desintegra a matriz intercelular da coroa radiada, permitindo a formação de um espaço para que o espermatozoide adentre. Com a capacitação, os espermatozoides capacitados ligam-se a ZP-3 na zona pelúcida, assim sendo reconhecidos e iniciando a reação acrossômica → a partir de um receptor de proteína G, ativa fosfolipases que produzem IP3 (trifosfato de inositol) que desenvolve uma série de reações para, enfim, liberar cálcio intracelular e, assim, promover a fusão da membrana plasmática do espermatozoide e membrana acrosssomal externa formando poros que permitem a passagem de enzimas que digerem a zona pelúcida – ZP2. Enzimas: 1. Acrossina → protease que digere as proteínas da ZP; 2. Proteinase ácida → hidrolisa proteínas em pH ácido; 3. Fosfolipase C → cliva fosfolipídios para produção de IP3; 4. Hialuronidase → auxilia no desprendimento da coroa radiada do ovócito II; 5. Colagenase → digere colágeno; 6. Neuraminidase e betaglucuronidase; Obs.: Somente após a reação acrossomica que o espermatozoide atravessa a ZP. Os microvilos do ovócito II unem-se na região de penetração do espermatozoide na ZP formando o cone de fertilização. Assim, as membranas do espermatozoide e ovócito se fundem, pelo auxílio da fertilinas e integrinas – tetraspanina -, e assim, penetram no citoplasma do ovócito, núcleo, mitocôndrias, centríolos e flagelo, enquanto a membrana plasmática fica externa → fecundação completa, com meiose II finalizada e formação do 2º glóbulo polar e o óvulo maduro. • Por que o embrião possui somente mitocôndrias da mãe? As mitocôndrias da peça intermediária do espermatozoide são digeridas no citoplasma do óvulo em formação e, somente, as mitocôndrias maternas contribuem para formação do zigoto. Maria Emília Mota - MEDXVIII • Quais os mecanismos de impedir a poliespermia? Seguida a fecundação, ocorre, em sequência, os seguintes mecanismos: • Despolarização da membrana do ovócito de - 70mV para +20mV; • Reação cortical → abertura dos canais de cálcio pela ativação da proteína G que culmina na produção de IP3 e DAG (diacilglicerol) que aumenta a [Ca++] intracelular; • Reação zonal → liberação dos grânulos corticais, modificação da ZP2 que não consegue mais se ligar no acrossoma ativo e ZP3 que não reconhece mais o espermatozoide capacitado, além de alteração da estrutura, permeabilidade e separação da ZP da membrana do ovócito II. Do óvulo maduro – 23 cromossomos -, pós 2º glóbulo polar, torna-se o pró-núcleo feminino e o núcleo do espermatozoide, aumenta de tamanho e forma o pró núcleo masculino. • Por que o pró núcleo masculino aumenta de tamanho? O DNA do espermatozoide é associada a protaminas que são proteínas que espiralizam mais que as histonas, entretanto, quando o espermatozoide se encontra no citoplasma do óvulo, as protaminas são substituídas por histonas e quando descondensado aumenta o tamanho do núcleo. Os pró núcleos se aproximam e seus envelopes nucleares formam interdigitações que duplicam o DNA e cada cromossomo passa a ter duas cromátides. Em sequência, inicia-se a fertilização: • Fertilização = singamia + anfimixia = determinam a formação do zigoto • Singamia → perda do envoltório nuclear dos pró núcleos • Anfimixia → união dos 2 núcleos – 46 cromossomos - espiralização dos cromossomos e alinhamento dos centríolos no plano equatorial da célula. O centríolo da parte paterna duplica 2x e posicionam em pares nos polos do zigoto, enquanto os cromossomos alinham no fuso e iniciam a primeira divisão do zigoto, dando início ao desenvolvimento embrionário. • Quem mantém as divisões mitóticas do embrião? As ciclinas mantém as células em metáfase, entretanto o fator promotor de mitose, fosfoproteína estimulada pela progesterona, promove a degradação das CK e ativa o óvulo a retomar as divisões mitóticas. • O que acontece se ocorrer a poliespermia? Determina a formação de fusos irregulares, pois entrará mais de um centríolo paterno e, assim, a distribuição dos cromossomos ficam erradase a célula se degenera. • Fecundação de um núcleo haploide masculino + pró núcleo feminino ausente: Os núcleos do espermatozoide se duplicam e restauram o número diploide de cromossomo – 46 -, o zigoto se mantém vivo, entretanto diferenciações anormais começam a formar uma placenta, invés de um embrião → formação da mola hidatiforme, tumor Para o desenvolvimento normal de um embrião, é necessário um pró núcleo feminino e um pró núcleo masculino, pois é necessário genes ativos de ambos os sexos. Maria Emília Mota - MEDXVIII Primeira semana MEDXVIII – Maria Emília Mota A primeira semana do desenvolvimento embrionário ocorre, a partir, do 14º dia do ciclo menstrual. Na fertilização – singamia + anfimixia – ocorre a fusão dos prós núcleos e alinhamento dos cromossomos duplos na placa metafásica e, assim iniciando a 1º clivagem e, dando sequência, as próximas segmentações – divisões mitóticas sequenciais para formação do embrião e feto. Nesse momento, as células derivadas da clivagem liberam fator inicial de gravidez que irá suprimir a defesa imunológica da mãe contra o embrião. A cada clivagem, a célula diminui de tamanho e a medida que as mitoses ocorrem o embrião ‘’rola’’ pela tuba uterina. 1º clivagem → inicia-se cerca de 30h após a fecundação, ocorre com a formação de 2 células jovens, chamadas de blastômeros, quando o zigoto passa pela primeira mitose em plano sagital. 2º clivagem → ocorre de maneira perpendicular à primeira, e forma 4 células com os corpúsculos polares absorvidos 3º clivagem → ocorre em plano meridional, 60h após a fecundação, na qual o embrião em formação encontra-se na tuba uterina, em direção ao útero, e tem-se a formação de 8/16 a 32 células. As próximas clivagens ocorrem em planos diferentes e formando células de tamanho diferentes, devido ao posicionamento dos centríolos, trama do citoesqueleto e filamentos de actina e miosina. Zona pelúcida → limita o crescimento das células totipotentes, impedindo que as células tenham contato direto com a tuba, o que poderia levar ao local de implantação incorreto. Formação da mórula → Após as clivagens, tem-se a formação da mórula, na qual as células passam pela compactação, na qual as células internas da mórula tornam-se mais reunidas com formação das especializações de membrana, unidas por zônulas de oclusão – impedem extravasamento de líquido - e mediadas por glicoproteínas de adesão da superfície célular. Mórula → estágio de 16 à 32 células totipotentes unidas por desmossomos e pontes citoplasmáticas, localizada na tuba uterina adetrando a cavidade uterina, com formação do 3º para o 4º dia do desenvolvimento embrionário. - Células superficiais/externas → desenvolvem mais zonas de oclusão e desmossomos com formação de microvilos e e-caderinas → relacionada a formação da placenta * Zonas de oclusão → evitam a difusão livre de substâncias externas do embrião, formando um ambiente isolado para as mitoses. - Células internas → ricas em junções comunicantes → forma o embrião Formação do blastocisto → Já no útero, a mórula começa a absorver líquidos para cavidade uterina, atravessando a ZP, e determinando a formação da blastocele e do blastocisto. As células começam a ficar pressionadas com o extravasamento de líquidos – segregação da mórula. – e separam as células da periferia com as centrais, além de ter o degeneramento da ZP Maria Emília Mota - MEDXVIII 5º - 6º = desaparecimento da ZP e aumento do blastocisto → Blastocisto tardio → aumento do tamanho do blastocisto com a degeneração da zona pelúcida, é este o estágio de implantação no endométrio uterino. A- Blastocisto de 6 dias. Os blastômeros se dividem em dois grupos → 1. Trofoblasto → células externas que formam a placenta e anexos embrionários, também produzem uma proteína imunossupressora que inibe o mecanismo de defesa da mãe e serve como teste precoce de gravidez; 2. Embrioblasto → conjunto de células totipoentes que desenvolverá o embrião. O blastocisto caminha na cavidade uterina e é alimentado pelas glândulas endometriais e inicia-se sua adesão ao endométrio, pós degeneração da ZP. No 6 dia, pelo trofoblasto são expressas moléculas de selectinas em receptores uterinos, integrinas que se ligam a lamininas e fibronectinas que induzem a migração do blastocisto 7º dia – delaminação do embrioblasto e diferenciação do trofoblasto → Embrioblasto → ocorre a delaminação e formação do hipoblasto – tecido cúbico simples – - HIPOBLASTO → descolamento das células do embrioblasto voltado para a blastocele forma o hipoblasto e determina o fim da primeira semana. Trofoblasto → diferencia-se em duas camadas: - SINCIOTROFOBLASTO → produz enzimas que degradam os tecidos endometriais, permitindo maior adesão e início a implantação ou nidação do embrião no tecido que penetra o endométrio. Produz BHCG e está mais externo. - CITOTROFOBLASTO → fornece células para o crescimento do sinciotrofoblasto à medida que passa por mitoses e perdem sua membrana plasmática fusionando- se e seu citoplasma vai se anexando ao sinciciotrofoblasto e invadindo a camada funcional do endométrio. B- Blastocisto de 7 dias. Maria Emília Mota - MEDXVIII Camada funcional do endométrio → Possui veias e arteriais espiraladas e capilares que se modificam e estabelecem nutrição para o embrião. O endométrio é um tecido epitelial colunar simples com células ciliadas e células secretoras ou não ciliadas, sendo que sua lâmina própria é constituída de tec. conj. frouxo rico em vasos sanguíneos e fibroblastos que se diferenciam-se a medida que o embrião se implanta. Implantação a nível molecular → Ocorre pela integração de moléculas do sinciotrofoblasto e endométrio, na qual participam da adesão: - colágeno - laminina - integrinas - selectinas - ácido hialurônico - colagenases → digerem matriz extracelular permitindo a penetração do embrião - histamina → promove vasodilatação e edema - leucócitos → penetram no endométrio e produzem moléculas que impedem que o organismo da mãe reconheça o embrião como corpo estranho Implantação invasiva → Ocorre quando as células do sinciciotrofoblasto produzem proteínas de adesão que se ligam ao endométrio e o embrião penetra na camada superficial do tecido. Gestação ectópica → Ocorre quando o embrião se fixa fora da cavidade endometrial. Formação de gêmeos → Univitelinos: Os gêmeos univitelinos, como o nome sugere, são aqueles que crescem em um único zigoto, ou seja, a fecundação ocorreu com apenas um espermatozoide e um óvulo. Durante as primeiras fases da multiplicação celular do zigoto, ele se divide em dois, num processo que, apesar de ser um fato, ainda não tem os motivos muito bem explicados pela Medicina. Após se dividirem, os embriões se implantam no útero e começam a se desenvolver de forma independente. Os gêmeos univitelinos são os chamados gêmeos idênticos, sendo sempre do mesmo sexo. Essa característica ocorre porque, por terem se originado do mesmo zigoto, os gêmeos univitelinos compartilham o mesmo DNA. Bivitelinos: Os gêmeos bivitelinos também são conhecidos como gêmeos fraternos, dizigóticos ou diferentes. Ao contrário dos gêmeos univitelinos, os bivitelinos são gerados a partir de dois zigotos diferentes, ou seja, dois espermatozoides diferentes fecundam dois óvulos diferentes. Os embriões, por sua vez, se implantam e se desenvolvem independentemente. Essa é a principal diferença entre os gêmeos univitelinos e bivitelinos, embora ainda haja a possibilidade de gêmeos bivitelinos serem de sexos diferentes, já que o compartilhamento de DNA entre eles é semelhante ao de dois irmãos que nascem em gestações distintas. Maria Emília Mota - MEDXVIIISegunda semana MEDXVIII – Maria Emília Mota A primeira semana finaliza com a implantação superficial do embrião no endométrio, bem como a diferenciação do trofoblasto em sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto e embrioblasto em hipoblasto. Endométrio → epitélio colunar simples com células ciliadas e células secretoras com lâmina basal rica em vasos sanguíneos e glândulas tortuosas, devido a progesterona. Sinciciotrofoblasto → começa a produzir HCG que inibe a luteólise, estimula e mantém o corpo lúteo a continuar a produção de progesterona e mantém o desenvolvimento do endométrio. Sinciciotrofoblasto erosivo → o tecido conjuntivo endometrial e o blastocisto, vagarosamente, se aprofundam no endométrio 7º – 8º dia – continuação da delaminação do embrioblasto → Células do endométrio começam a sofrer apoptose liberando espaço para melhor implantação do embrião, assim como os capilares, antes contínuos, tornam-se capilares sinusóides que apresentam fenestras e facilitam a troca de substâncias por difusão. 9º dia – formação do epiblasto e primeiro anexo embrionário → O embrioblasto mantém sua delaminação e forma o epiblasto – camada de células cilíndricas dorsal ao hipoblasto. Além disso, há a abertura da cavidade amniótica, produzida por cavitação, e a formação do primeiro anexo embrionário, a membrana amniótica, na qual deriva do achatamento das células do epiblasto e corresponde a uma camada de epitélio pavimentoso simples. Disco embrionário bilaminar (embrião) → epiblasto + hipoblasto • epiblasto: camada mais espessa, constituído por células cilíndricas altas, forma o assoalho da cavidade amniótica e está em continuidade com o âmnio. • hipoblasto: constituído por células pequenas cuboides, forma o teto da cavidade exocelômica e está em continuidade com a membrana exocelômica. 9º - 12º dia - reação decidual + tampão fibrinoso + segundo anexo embrionário → Do 9º ao 12º dia corresponde a fase progestacional e ocorre a reação decidual, na qual células do conjuntivo do endométrio acumulam lipídeos e glicogênio e se transformam em células deciduais que produzem inibidores enzimáticos e modulam ação de hidrolases em cima do sinciciotrofoblasto. Logo, a reação decidual é uma reação do endométrio – agora renomeado para decídua -, frente aos sinciciotrofoblasto. Do 10º ao 12º dia, ocorre a formação de um tecido fibrinoso, formando o tampão fibrionoso, rico em colágeno e resultado da cicatrização do embrião já implantado no endométrio. Também nesse período, ocorre a cobertura da cavidade da blastocele pelo hipoblasto com a formação da Maria Emília Mota - MEDXVIII membrana exocelômica – células epiteliais pavimentosas simples com teto pelo hipoblasto - e substituição da blastocele pela cavidade exocelômica que sofrerá rápidas modificações e transformará saco vitelino primário, segundo anexo embrionário. O embrião bilaminar, nesse momento, é coberto, dorsalmente pela cavidade amniótica e ventralmente pelo saco vitelino primário. 12º dia – circulação uteroplacentária → No 12º dia, ocorre o estabelecimento da circulação uteroplacentária primitiva, na qual o sangue da mãe começa a nutrir o embrião. 10º - 12º - nova matriz extracelular → Nesse período, ocorre a separação do saco vitelino primário do citotrofoblasto com formação do mesoderma extraembrionário – tec. conj. frouxo que envolve o âmnio e o saco vitelino primário. 13º dia – celoma extraembrionário + saco vitelino secundário + pedículo do embrião + terceiro anexo embrionário → O mesoderma extraembrionário começa a abrir espaços extraembrionários isolados que formam o celoma extraembrionário, enquanto o mesoderma divide-se em dois folhetos: • folheto somático extraembrionário: contato com âmnio e citotrofoblasto • folheto esplâncnico extraembrionário: contato com saco vitelino primário No 13º dia, ocorre a formação do córion, terceiro anexo embrionário, junção de folheto somático extraembrionário + citotrofoblasto + sinciciotrofoblasto. Pedículo do embrião → participa da formação do cordão umbilical e são áreas do mesoderma extraembrionário que não sofreram apoptose para formação do celoma extraembrionário. → futuramente forma o cordão umbilical. Há a formação do saco vitelino secundário, pela diminuição do saco vitelino primário e nova migração de células do hipoblasto, além da pressão do celoma. 14º dia – vilosidade coriônica primária → Pela proliferação de células do sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto, surgem as vilosidades coriônicas primaria, no 14º dia. No embrião bilaminar, em uma região oposta ao pedículo, tem-se a formação da placa precordal – indica o futuro local da boca e cabeça, parte anterior do corpo -, na qual células hipoblásticas cúbicas tornam-se colunares. Maria Emília Mota - MEDXVIII Terceira semana MEDXVIII – Maria Emília Mota A segunda semana finaliza com a formação das vilosidades coriônicas primárias, bem como a formação da placa pré-cordal, na qual indica a formação anterior do corpo do embrião. Ainda no início da terceira semana, é verificado a formação das duas aortas dorsais, tanto direita, quanto esquerda. Nesse período, ocorre três fases importantes: gastrulação – formação do ectoderma, mesoderma intraembrionário e endoderma, surgimento da notocorda e neurulação. 15º dia – formação da linha primitiva + notocorda + iniciação dos folhetos embrionários → Iniciando a 3º semana têm-se a formação da linha primitiva, através da migração de células do epiblasto para a região mediana do embrião. Linha primitiva (desaparece no fim da 4º semana) → cresce da porção central para a porção caudal, sentido cefalocaudal e serve como rota de migração de células para formação dos três folhetos intraembrionários, notocorda, mesoderma cardiogênica e mesênquima. Nó primitivo → porção de células que se aglomeram na região cranial da linha primitiva que se diferencia na fosseta primitiva. Notocorda → formada a partir de sinais indutores, vindo da porção cefálica do nó primitivo, que se tem início com a formação do processo notocordal, formando uma linha e aumenta de tamanho em direção a placa pré-cordal. Temporariamente, enquanto o processo notocordal ainda é existente, há o canal neuroentérico que é uma comunicação, no local da fosseta primitiva, entre o saco vitelino secundário e a cavidade amniótica, por fim, a medida que a notocorda se fecha e adentra o mesênquima, o canal neuroentérico fecha-se. A notocorda corresponde a um tecido conjuntivo fibroelástico que serve como sustentação do embrião e induz células do ectoderma a formar a placa neural, além de induzir a formação dos corpos vertebrais e sequenciamento inicial do pâncreas. No adulto, a notocorda corresponde ao núcleo pulposo dos discos intervertebrais. 16º dia – formação do alantoide → Pela evaginação do sac o vitelino secundário para o pedículo do embrião, no 16º dia, forma o próximo anexo embrionário, o alantoide. Alantoide → função hematogéna. 15º - 23º dia – formação dos folhetos intraembrionários → Enquanto células do epiblasto vão migrando pela linha primitiva, vai ocorrendo a formação dos folhetos intraembrionários: Maria Emília Mota - MEDXVIII • Ectoderma; • Mesoderma; • Endoderma; Na porção cefálica e caudal não possui mesoderma intraembrionário, assim ocorre o encontro do ectoderma e endoderma que se fusionam e formam, na região cefálica, a membrana bucofaríngea, e na região caudal, a membrana cloacal – voltada para o pedículo do embrião. O mesoderma intraembrionário auxilia na formação do celoma intraembrionário e se divide em três folhetos → 1. Mesoderma paraxial – mais interno → migração de células do epiblasto da região cranial da linha primitiva → forma os somitos; 2.Mesoderma intermediário – medial → migração de células do epiblasto da região mediana da linha primitiva; 3. Mesoderma lateral – mais externo → migração de células do epiblasto da região caudal da linha primitiva. • Sômitos → proliferação do mesoderma intraembrionário que intumesce lateralmente ao tubo neural da região cefálica para região caudal. Até o fim da 5º semana existem cerca de 42 a 44 sômitos. O celoma intraembrionário – mesoderma intraembrionário sofre apoptose e formam os espaços celômicos intraembrionários que logo se fundem e formam o celoma e o mesmo se divide em dois folhetos → 1. Folheto somático intraembrionário → fica em contato com o ectoderma → somatopleura (folheto extra/intra + ectoderma)→ recobre dorsalmente o corpo do embrião; 2. Folheto esplâncnico intraembrionário → fica em contato com o endoderma → esplancnopleura (folheto extra/intra + endoderma) → recobra ventralmente o corpo do embrião. 18º dia – formação completa do sulco neural → A notocorda é responsável pela indução do ectoderma a se diferenciar em placa neural – possui células colunares. A placa neural se invagina ao longo do seu eixo central formando uma depressão chamada de sulco neural, e consequentemente ao lado desta depressão, serão formadas elevações denominadas de pregas neurais que, consequentemente, se fundem, no final da 3º semana, e formam o tubo neural. O tubo neural é responsável, na região cefálica, por formar as vesículas encefálicas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. • Tubo neural → começa em torno do 22º a 23º dia, desenvolve as vesículas encefálicas e, na parte posterior, a medula espinhal. Conforme o tubo neural se destaca do ectoderma de superfície e adentra o mesênquima, as células da crista neural formam uma massa achatada entre o tubo neural e o ectoderma sobrejacente, dando origem a crista neural Maria Emília Mota - MEDXVIII As pregas neurais não fusionadas, a partir da 4º semana, formam o neuróporo rostral, na região cefálica, e o neuróporo caudal, na região caudal. • Neuróporo rostral → fecha no 25º dia; • Neuróporo caudal → fecha no 27º dia. 20º dia – aparecimento da eminência caudal: desenvolvimento secundário do corpo → A linha primitiva produz células mesodérmicas pluripotenciais que formam a eminência caudal e, são células da eminência caudal que são utilizadas para formação da extremidade caudal – região sacral e coccígena - do tubo e crista neural, além da formação dos somitos caudais. 21º dia - Desenvolvimento do coração primitivo na área cardiogênica → Nesse período, células do saco vitelino secundário se diferenciam-se em células mesenquimais que migram para diferentes áreas do embrião e se multiplicam formando um grupo de células chamadas de ilhotas sanguíneas. Nesse grupo, ocorre a diferenciação dos, na qual as células mais periféricas – angioblastos - formam as células endoteliais e as mais internas formam as hemácias nucleadas - hemangioblastos. Ocorrem dois processos nesse meio para formação do coração tubular primitivo. • Coração tubular primitivo → fusão dos tubos endocárdicos e encontra-se na porção dorsal. • Mesoderma cardiogênico: formado pela migração de células do epiblasto pela linha primitiva, localizado na frente da placa pré- cordal. Maria Emília Mota - MEDXVIII Quarta a oitava semana MEDXVIII – Maria Emília Mota Da quarta à oitava semana estabelecem-se estruturas internas e externas, além de verificarmos os dobramentos do embrião. Os dobramentos cefálico, caudal e lateral do embrião ocorrem simultaneamente, entretanto o eixo longitudinal cresce mais rápido do que as laterais do embrião. Parte do saco vitelino secundário é incorporado ao embrião e, assim, dá origem ao intestino primitivo. Além disso, o âmnio envolve todo o corpo do embrião externamente e o mesênquima preenche e envolve as estruturas embrionárias em desenvolvimento e a placenta corresponde ao córion na região do pedículo do embrião. No início da 4º semana, ocorre a formação do tubo neural, deixando os neuróporos já citados acima. Também ocorre o espessamento da região anterior das pregas neurais que se fundem e formam o encéfalo e as vesículas encefálicas: 1. Prosencéfalo – anterior → origina o telencéfalo e diencéfalo; 2. Mesencéfalo – mediana; 3. Rombencéfalo – posterior → origina o mielencéfalo (forma o bulbo) e o metencéfalo (ponte e cerebelo). • O crescimento longitudinal do embrião, nesse momento, promove o dobramento cefálico e envia o septo transverso e área cardiogênica para a porção ventral do embrião. O intestino primitivo é revestido pelo endoderma, irrigado pelas artérias, e se subdivide em três porções: anterior, mediana e posterior. • Intestino anterior → forma a faringe, esôfago, estomago, fígado, pâncreas, vesículas e condutos biliares, região cranial do duodeno e vias aéreas inferiores; • Intestino médio → forma a parte caudal do duodeno, jejuno, íleo, ceco, apêndice, colón ascendente e 2/3 do colón transverso; • Intestino posterior → 1/3 final do colón transverso, colón sigmoide e parte do canal anal, além de dilatar-se e formar a cloaca. Na futura região do pescoço desenvolve-se os arcos faríngeos que formam o aparelho faríngeo. • Faringe primitiva: EVAGINAÇÃO DO ASSOALHO DELA E DA ORIGEM AO DIVERTÍCULO RESPIRATÓRIO, DEPOIS, PULMÕES… Na região cefálica do embrião, inicia-se o desenvolvimento do placoide do cristalino e, na região caudal, destaca-se a eminência caudal. • Placoide do cristalino → forma a lente do olho ou cristalino, proveniente do espessamento do ectoderma; • Placoide nasal → espessamento do ectoderma que forma as fossas nasais → se afunda e forma as fossetas nasais para depois originar fossas nasais. Final da 4º semana e início da 5º semana → O mesoderma desenvolve os brotos dos membros superiores e inferiores. Rins pronefro – não funcionais - são substituídos por rins mesonefros – funcionais – que se localizam próximo aos somitos. Maria Emília Mota - MEDXVIII 6º semana → Os intestinos invadem o celoma extraembrionários formando uma herniação na parte proximal do cordão umbilical. Ainda é observado a eminência caudal. 7º semana → Formação da gonada indiferenciada, localizada na região do rim metanefro, formando a crista urogenital, proveniente do mesoderma intermediário, que recebe células do saco vitelino secundário e, mais para frente, se diferenciam em ovogônias ou espermatogônias. Desaparecimento da eminência caudal e o intestino médio e posterior encontram-se no cordão umbilical. 8º semana → Pálpebras e membros superiores e inferiores formados e há a substituição de rins mesonefros para rins metanefros.