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Fernanda Braga MED UFT Fisiologia Feminina e Ciclo Menstrual Anatomia Uterina Como colher o Preventivo? 1. Identifique as iniciais da paciente e a data de nascimento no lado fosco da lâmina, utilizando lápis grafite. 2. Introduza o espéculo, gire e abra-o lentamente e com delicadeza. 3. Colete a amostra ECTOCERVICAL com a espátula de Ayre, girando 360° e a amostra ENDOCERVICAL , girando a escova 360°. 4. Realize o esfregaço em toda a lâmina. Com a espátula de Ayre em um movimento reto e com a escova em um giro de 360° . Oogênse e Desenvolvimento Folicular nos Ovários Etapas Oogênese: Célula germinativa primordial → oócito primário→ oócito secundário → óvulo Na puberdade tem em torno de 300 mil oócitos no ovário e 400 a 500 folículos primordiais se desenvolvem o bastante para expelir os óvulos por volta dos 13 aos 46 anos de vida. Sistema Hormonal Feminino 1. GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas), a partir de comandos do córtex o hipotálamo libera o GnRH de forma pulsátil. É responsável por regular indiretamente a atividade gonadal por meio de estímulos da secreção de LH e FSH pela hipófise. O GnRH é inibido pelo e estrogênio e pela progesterona quando em altos níveis. Ele é liberado de forma pulsátil de 5 a 25 minutos de duração, que ocorrem a cada 1 a 2 horas. A sua pulsatilidade vai determinar qual tipo de gonadotropina vai ser liberada pela hipófise, se o pulso for frequente e de pequena amplitude será a fase folicular, na fase folicular tardia há um aumento da frequência e amplitude dos pulsos. Na fase lútea, há aumento do intervalo entre os pulso (queda da frequência) e a amplitude é maior. Se o pulso for constante vai existir a inibição tanto do FSH quanto do LH. a. Outros fatores que influencia na liberação ou inibição do GnRH são neurotransmissores: b. Melatonina (-), endorfinas (-), dopamina (-), prolactinas (-), c. Sistemas adrenérgicos (+), glutamato (+), norepinefrina (+) neuropeptideo Y (+) . d. Fatores ambientais também atuam nessa regulação, estresse, exercícios físicos e desnutrição. 1ª fase: ↑frequência ↓amplitude - Final Folicular: estímulo para ↑LH 2ª fase: ↓frequência ↑amplitude - Final Lútea: estímulo para ↑FSH 2. FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), hormônios sexuais hipofisários anteriores (adenohipófise) que são secretados em resposta à liberação de GnRH. FSH é responsável por produzir estrogênio e inibina B no ovário e estimular o recrutamento e o crescimento dos folículos ovarianos e a seleção para dominância até que o óvulo esteja maduro para ser fecundado. LH tem meia vida de 20 minutos, responsável pela ovulação. 3. Estrogênio (estradiol) e Progesterona, que são secretados pelos ovários em resposta aos dois hormônios sexuais hipofisários anteriores. 4. Inibina A e B (produzidas pelas células granulosas) – inibina B age na fase folicular (primeira fase do ciclo- inibe FSH) e inibina A age na fase lútea (inibe FSH também). a. A inibina B é um marcador direto da atividade ovariana e está relacionada com o número de ovócitos obtidos. A dosagem de inibina B é um teste simples que pode ajudar pacientes e médicos na avaliação da reserva ovariana e, consequentemente, na estimativa do prognóstico de um ciclo de fertilização in vitro. b. A principal função da inibina A é inibir o FSH, é antagonista da ativina. 5. Ativina- produzida na hipófise e estimula o ++ FSH 6. Folistatina- produzido na e hipófise e no ovário e inibe a ativina controlando a secreção de FSH. Ciclo Menstrual ou Ciclo Ovariano · O ciclo menstrual dura em média 28 dias, mais curto 20 e mais longo 45 dias. · Ciclo de maior duração está associado à menor fertilidade · Hormônios Gonadotrópicos: · São LH e FSH · Na ausência deles os ovários são inativos, como ocorre durante a infância; · Entre 9 e 12 anos a hipófise começa a secretar progressivamente mais FSH e LH levando ao início de ciclos menstruais normais (período da puberdade), mas quem começa tudo é o FSH primeiro; · Fase folicular: 1° dia do ciclo até a ovulação · Aumento FSH (início) / estrogênio/ Inibina B · Seleção de folículo dominante: ele tem mais receptores de FSH · Elevação do Estrogênio e Inibina B INIBEM a secreção de FSH · Ovulação: pico estradiol 🡪 pico de LH · ↑ LH e ↑Prostaglandinas com luteinização (receptor de LH) · Surgem receptor de LH também na granulosa · OBS: ↑ discreto da progesterona 12 a 24 horas antes da ovulação (↑ FSH no meio do ciclo) · Se não houver o pico de FSH não tem o pico de LH · Ovulação 32-36h após início ↑LH e 10-12h após seu pico máximo · Fase Lútea: ovulação 🡪 até início da menstruação · ↑ Progesterona ↑ inibina A · Fase fixa de 14 dias de duração · Portanto, a primeira fase (folicular) que varia – fase de maturação folicular · Regressão do corpo lúteo 🡪 ↓ E, ↓P4 e ↓ inibina A · ↑ pulsos de GnRH e ↑FSH 🡪 reinicia o ciclo · Útero🡪 preparo endometrial · Na 1ª fase: proliferação 🡪 estrogênio · Na 1ª fase tardia: proliferativo tardio 🡪 aspecto trilaminar do endométrio · Na 2ª fase: endométrio secretor 🡪 glândulas desenvolvidas – aa enoveladas 🡪 Camadas do Endométrio: · Compacta (superficial) – camada funcional · Esponjosa (média) – camada funcional · Basal (profunda)- poucas alterações Resumo do Ciclo Menstrual: O ciclo começa no primeiro dia da menstruação, no início do ciclo o hipotálamo libera pulsatilidade mais frequente do GnRH, fazendo o FSH ser produzido em maior quantidade. O FSH estimula as células da granulosa a fazer o recrutamento folicular e o desenvolvimento do folículo primordial no ovário. A células da granulosa secretam liquido folicular que tem elevada quantidade de estradiol e esse estrogênio faz as células terem mais receptores de FSH aumentando sua produção. O FSH atua aumentando o número de receptores de FSH e LH nas células da granulosa. Cada folículo tem sensibilidade própria ao FSH, o oócito mais amadurecido (com mais receptores), sintetiza inibina B e estrogênio em maior concentração, os demais sofrem atresia. A alta quantidade de estrogênio e a inibina B combinados causam a inibição do FSH por feedback negativo. Com isso os receptores do LH causam um aumento da pulsatilidade do GnRH (amplitude maior e frequência baixa), aumentando a produção de LH. O LH estimula as células da teca a produzir androgênios, além da função de produzir a luteinização das células somáticas foliculares (teca + granulosa) 🡪 O LH faz a ruptura folicular, liberando o óvulo maduro: ovulação. Nessa segunda fase do ciclo menstrual, após o pico de LH, começa a ser produzido progesterona pelo corpo lúteo, o pico máximo de progesterona se dá no 8° dia depois do rompimento folicular. Depois disso, a progesterona cai e a mulher menstrua e se inicia novamente o ciclo. · Crescimento do Folículo Ovariano: Folículo Primordial: células granulosas secretam um fator inibidor da maturação do oócito e mantém o no estado primordial. FSH: causa o crescimento de 6 a 12 folículos primários por mês, mas apenas um desenvolve, os outros sofrem atresia. Líquido Folicular: secretado pelas células granulosas e contém elevada concentração de estrogênio, causando o aparecimento do antro. Feedback positivo: 1. Estrogênio do líquido folicular faz com que aumente os receptores de FSH nas células granulosas, tornando-as mais sensíveis à maturação. 2. O FSH e os estrogênios se combinam para promover receptores de LH, aumentando a estimulação do LH, FSH e secreção folicular mais rápida. 3. O LH e o estrogênio causam proliferação das células tecais e sua secreção. · Apenas um folículo amadurece completamente por mês e os restantes sofrem atresia. · O pico do LH é necessário para a Ovulação. O LH age sinergicamente com FSH. · O LH age nas células tecais, convertendo-as em células secretoras de progesterona. · O estrogênio cai um dia antes da ovulação e a progesterona começa a aumentar. Corpo Lúteo: Depois da expulsão do óvulo do folículo, as células tecais e granulosas se transformam rapidamente em células luteínicas. As células granulosas secretam grande quantidadede progesterona e uma pequena quantidade de estrogênio, e as células da teca produzem hormônios androgênicos, testosterona e androstenediona, que, em sua maioria, são convertidos pelas células granulosas em hormônios sexuais femininos. O corpo lúteo secreta grande quantidade de progesterona e de estrogênio por aproximadamente 12 dias sob o estímulo contínuo da concentração decrescente de LH. Após os 12 dias, quando os valores de LH são mínimos devido à inibição do hipotálamo por feedback pelo estrogênio ou progesterona, o corpo lúteo degenera-se e deixa de secretar hormônios. Quase toda a progesterona em mulheres não grávidas é produzida no corpo lúteo; Quase todos os estrogênios são secretados pelos ovários, com apenas uma mínima quantidade sendo sintetizada pelo córtex adrenal. Ciclo endometrial e Menstruação Passa por 3 fases: 1- Proliferação 2- Desenvolvimento de mudanças secretoras 3- Menstruação Fase Proliferativa/Estrogênica: é iniciada pela secreção de estrogênios secretados pelos folículos em desenvolvimento, 1 a 4 dias após a menstruação. No começo de cada ciclo, a maior parte do endométrio foi perdida durante a menstruação, restando apenas uma fina camada de estroma endometrial. O estrogênio secretado pelos folículos em desenvolvimento durante a fase inicial do ciclo estimula a rápida proliferação das células estromais e epiteliais do endométrio. Toda a superfície do endométrio é reepitelizada entre 4 e 7 dias após o início da menstruação. Durante os próximos 10 dias, os efeitos estimulatórios do estrogênio promovem o desenvolvimento e o espessamento do endométrio em até 4 mm. Fase Secretora/Progestacional: resulta de mudanças desencadeadas pela progesterona. Depois da ovulação, o corpo lúteo secreta grande quantidade de progesterona e de estrogênio. O efeito da progesterona é promover o intumescimento e as mudanças secretórias do endométrio. As glândulas secretam muco e as células endometriais acumulam lipídios e glicogênio em seu citoplasma. A vasculatura do endométrio continua a aumentar em resposta às necessidades do tecido em desenvolvimento. No pico da fase secretória, uma semana depois da ovulação, o endométrio possui aproximadamente 6 mm de espessura. Menstruação: ocorre nos 2 dias seguintes à involução do corpo lúteo. Sem o estímulo do estrogênio e da progesterona secretados pelo corpo lúteo, o endométrio rapidamente involui para cerca de 65% da sua espessura anterior. Assim, começando cerca de 24 horas antes da menstruação, o suprimento de vasos sanguíneos do endométrio torna-se vasoespático, resultando em isquemia e finalmente necrose tecidual. Áreas hemorrágicas desenvolvem-se no tecido necrótico e gradativamente as camadas externas se separam da parede uterina. Cerca de 48 horas após o início da menstruação, todas as camadas superficiais do endométrio já descamam. A distensão da cavidade uterina, os altos níveis de prostaglandina E2 produzida pelos tecidos isquêmico e necrótico e os baixos níveis de progesterona contribuem para o estímulo das contrações uterinas, que expelem o tecido escamado e o sangue. A menstruação normalmente é não coagulada devido à presença de uma fibrinolisina liberada junto com o tecido endometrial. Esteroidogênese Ovariana: 🡪 Teoria das duas Célula: a biossíntese do estrogênio exige a ação combinada do LH e FSH 1. Nos folículos pré-antrais e antrais, os receptores para LH estão presentes apenas nas células da teca e os receptores de FSH apenas na granulosa. 2. Apenas as células da teca, externas no folículo, são vascularizadas, de maneira que são as únicas com acesso ao colesterol plasmático, portanto, as únicas com a capacidade de produzir os primeiros esteróides da cascata. 3. As células da teca expressam todas as enzimas necessárias à produção de androstenediona. Converte progesterona em androgênio. Portanto, cabe às células da teca a produzir progesterona e androgênios, os quais entraram nas células da granulosa por difusão e serão convertidos a estrogênios pela enzima aromatase. Androgênio: androstenediona e testosterona Enzimas aromatase: transforma o androgênio em estrogênio Regulação por Feedback do eixo Hipotalâmico-hipofisário-ovariano em mulheres. Obs.1: existem testes de LH em farmácia para saber se está ovulando Obs.2: a alimentação da mãe afeta a reserva ovariana do feto do sexo feminino, se a mãe faz restrição alimentar ou dieta hipercalórica faz alteração nestas reservas. Obs.3: a produção de folículos primordiais ocorre apenas no feto na gestação, perdemos folículos desde o nascer e ele não é mais produzido depois do nascimento. A perda/atresia de folículos ocorre constantemente e acontece mesmo pré-folicular antes mesmo da ação hormonal, ou seja, não é influenciada apenas por hormônios. Obs.4: quanto mais velho o folículo menor a fertilidade e maior a chance de malformação fetal. 🡪 Colo uterino – Muco Cervical: · Fase folicular: predomina função do estrogênio – aumenta a filância + cristalização em folha de samambaia – muco transparente e elástico · Fase Lútea: predomina ação da progesterona – muco espesso sem cristalização. image4.png image1.png image8.jpg image7.png image3.jpg image9.png image6.jpg image2.jpg image10.png image5.jpg