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Modulo 15 Rapida biografia de Meaine Klein Melanie Klein foi uma das maiores psicanalistas da história. Seguidora de Freud, com genialidade e amor à verdade erigiu uma escola com pensamentos próprios e distintos. Como disse uma amiga, quando Klein em 1935 insistia que era uma freudiana: "agora já é tarde - você é uma Kleiniana". Suas teorias vieram de seus trabalhos com crianças, o que possibilitou a investigação psicanalítica dos primeiros meses de vida, abrindo as portas para o tratamento de pacientes psicóticos. Outros desenvolvimentos se seguiram à psicanálise de crianças, como o estudo dos estados maníaco depressivos, a identificação projetiva como defesa do ego, e a inveja primária na constituição da personalidade. Sua teoria das posições depressiva e esquizoparanóides são a primeira grande sistematização da teoria psicanalítica. Vida: Melanie Reizes nasceu em Viena em 30/03/1882 e morreu em Londres em 22/09/1960, aos 78 anos. A vida pessoal de Klein é repleta de perdas e decepções: seu pai se chamava Moriz Reises, nunca foi bem sucedido na vida, estampando essa melancolia em suas atitudes. Sua mãe, Libussa aparentemente era extremamente dominadora e invasiva, trabalhando em uma loja de plantas e animais exóticos para ajudar na renda familiar. Sua gravidez não havia sido desejada, tendo Klein teve um relacionamento distante com seu pai; era bastante apegada à sua mãe e a irmã Sidonie, que morre aos 8 anos de idade. Outras perdas serão sentidas na vida de Melanie Klein. Casou-se cedo aos 17 anos com o engenheiro químico Arthur Stevan Klein com quem ficou casada até 1926, com então 44 anos. Klein sofria com as constantes viagens do marido, bem como com seus problemas com depressão. Teve 03 filhos: Mellita, Hans e Erich. Mellita se mostrará sua adversária ferrenha no campo psicanalítico, e Hans morre em um acidente de alpinismo em 1934 (suspeita-se que tenha sido um suicídio). Klein morre em 1960, ironicamente, não de câncer, cuja cirurgia fora bem sucedida, mas por complicações em função de uma queda enquanto se recuperava dessa cirurgia. (Ela recusara a ajuda da enfermeira durante a noite). Obra: Em 1914 inicia sua análise com Sandór Ferenczi em Budapeste e em 1919 torna-se membro da Sociedade Psicanalítica da Hungria. Inicia sua análise com Karl Abrahan em 1924 que morre 11 meses depois. Em 1925, a pedido de Ernest Jones, muda-se para Londres, e em 1927 torna-se membro da Sociedade Britânica de Psicanálise. Klein desde 1923 apresentava divergências, ainda que veladas, em relação a alguns postulados freudianos, em especial ao desenvolvimento psíquico antes dos três anos de idade. Porém essa divergência, que inicialmente era velada, ficou explicita com a publicação de um livro de Anna Freud (Tratamento psicanalítico de crianças) onde esta acusava Klein de não fazer psicanálise. Uma série de artigos são publicados em resposta a Anna Freud, e em 1932 Klein publica seu livro “Psicanálise de Crianças”, livro que até hoje é a base para trabalhos com crianças. Mais abaixo trataremos das divergências teóricas entre ambas. Resumo de seus principais conceitos: Seus conceitos foram absorvidos ao corpus da Psicanálise: a importância do mundo interno e da fantasia inconsciente, a teoria das posições, a destrutividade, mas também a generosidade, o amor, a reparação e a esperança, numa dialética permanente PRINCIPAIS CONCEITOS Melanie Klein (1935) considera o desenvolvimento psíquico como uma progressão através dos estágios psico-sexuais, e descreve também fenômenos como as relações do ego com seus objetos externos e internalizados, e as flutuações das ansiedades psicóticas arcaicas. Nesse artigo, a teórica baseou- se na interação da pulsão de vida e pulsão de morte (amor e ódio). Klein também distingue a ansiedade como paranóide (persecutória ou esquizo- paranóide) e depressiva. Nos primeiros meses de vida, o bebe tem impulsos sádicos dirigidos não só contra o seio da mãe, mas também contra o interior do seu corpo, desejos esses de esvazia-los, devorar seu conteúdo e destrui-lo de forma sádica. Existem o mecanismo de introjeção e projeção, onde o ego introjeta objetos bons e maus, sendo o seio da mãe o primeiro para ambos. Ou seja, o objeto é bom quando obtido e mau quando perdido, e maus também quando projeta sua agressividade, além da frustração. Essas imagos, que o bebe considera perigosos e que irão destrui-lo, são instalados no mundo externo e dentro do ego. A negação da realidade psíquica, ou escotomização, é um modo de defesa contra o medo dos perseguidores internos ou externos, podendo gerar restrição da projeção e introjeção, além da negação da realidade externa, sendo um processo de base das psicoses mais graves. Depois do truque de @kingarturo23, ... MUNDO INTERNO A geografia da mente é ampliada e Klein descreve o mundo interno da criança tão real quanto o mundo externo. Ansiedades, fantasias inconscientes e defesas inatas fazem parte desse mundo interno e constituem a estruturação da subjetividade da criança. O Outro, segundo Klein, não é um objeto externo representado, e sim, a externalização de um elemento psíquico dinâmico interno da criança. O mundo interno é criado a partir dos processos das primeiras relações objetais (seio/bebe), iniciando com objetos parciais (posição esquisoparanoide) e, a partir que houver maior integração do ego infantil, é estabelecida uma relação com objetos totais, entrando na posição depressiva. PROJEÇÃO, INTROJEÇÃO E INDENTIFICAÇÃO PROJETIVA Devido ao ego do bebe não ser integrado inicialmente, ele se defende da ansiedade através de mecanismos mentais: projeção e introjeção. Já a identificação projetiva, é uma ferramenta básica na infância que serve para controlar o objeto persecutório na posição esquisoparanoide e se livrar das angustias expulsando-as da mente. FANTASIA São as interpretações da criança conforme suas percepções da realidade, influenciadas pelo principio de prazer e dor. As fantasias garantem a divisão entre o objeto bom e o objeto mau na posição esquiso-paranoide. POSIÇÃO ESQUISOPARANOIDE E POSIÇÃO DEPRESSIVA Klein descreveu dois importantes estágios no desenvolvimento psíquico no primeiro ano de vida da criança: a posição esquizo-paranóide e a posição depressiva. Inicialmente, existe um predomínio dos impulsos destrutivos na criança, que enxerga o mundo externo também como destrutivo e persecutório. A posição esquizo-paranóide caracteriza-se por esses impulsos e, nessa fase, o conflito acontece em função da sobrevivência do ego. Nessa posição, existem mecanismos mentais como a projeção, introjeção, objeto bom/ idealizado, objeto mau/ persecutório, idealização, negação e identificação projetiva. Conforme ocorrem influências de impulsos amorosos dirigidos para o mundo externo, é desenvolvido um relacionamento mais positivo com a mãe e a criança conscientiza-se de sua própria ambivalência. Nessa fase, a criança tem ansiedade relacionada ao medo de que seus próprios impulsos destrutivos possam destruir sua mãe amada e, a percepção de sua própria ambivalência a leva a intensos sentimentos de responsabilidade, desespero, ansiedade e culpa. Assim, a posição depressiva pode ser caracterizada por um modo mais maduro de relacionamento com o outro, o qual possibilita uma nova forma de moralidade. Na posição depressiva, a criança preocupa-se com o bem-estar do outro, diferentemente da posição esquizo-paranóide, onde a mesma está preocupada apenas com o bem-estar do ego. Outra característica da posição depressiva é o ego que se torna mais identificado com o outro, e essa preservação do outro é sentida como garantia da preservação do próprio ego. Aliás, nessa condição, existe a possibilidade de uma preocupação real com o bem-estar do outro, independentemente doego. Na teoria de Klein, a ansiedade depressiva é a fonte da verdadeira capacidade de amar, a qual é inicialmente expressa através de ansiedade pela destruição do outro, culpa, remorso, desejo de reparar o dano feito, responsabilidade em preservar o outro e tristeza relacionada com a possibilidade de perdê-lo. A capacidade de identificação com o outro na posição depressiva tem como conseqüência o amor. Assim, a criança se torna capaz de encontrar outros objetos de interesse e o seu amor é dirigido também para outras pessoas e coisas. Klein menciona ser a posição central do desenvolvimento da criança, que acarreta a saúde mental assim como a sua capacidade de amar, e depende de uma firme internalização do objeto bom. Caso isso não aconteça, podem acarretar o estado psíquico da criança para a doença depressiva. Segundo Frederico Seewald, no capitulo 39, Fundamentos Psicanalíticos com Crianças e Adolescentes, do livro Fundamentos Psicanalíticos Teoria, Técnica e Clínica, o uso da terapia de psicanalise em crianças e adolescentes é possível e viável desde que sejam respeitados e utilizados os mesmos protocolos de conduta das teorias psicanalíticas dos autores e pesquisadores da área da Psicanálise, levando sempre em consideração a realidade vivida destes indivíduos, com o auxílio e colaboração de seus responsáveis, ou seja, seus pais, sendo que os mesmos também devem ser ouvidos para que as sessões de terapia possam ser analisadas na amplitude das histórias de vidas de todos os envolvidos. Seewald relata que em suas experiências de atendimentos com crianças e adolescentes, a escuta e analise dos fatos vividos entre os familiares são primordiais para que a terapia transcorra da melhor forma possível, já que esses pequenos indivíduos tem uma história a ser contada antes mesmo de seu nascimento. Frederico Seewald discorre também sobre vários autores que pesquisaram “A PSICANÁLISE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES” chegando até a se perguntar se ela existe. Porém, é Melanie Klein, psicanalista austríaca, que atuou na Inglaterra a partir dos anos de 1930, uma grande seguidora de Freud, que aprofunda os conceitos de Freud em sua clínica psicanalítica infantil, ganhando o título de particularidade e fundando uma das importantes escolas psicanalíticas inglesas, a escola kleiniana. Melanie Klein aborda a importância do método analítico de aproximação, onde o brincar implicava na expressão de fantasias, desejos, e que, portanto, era impregnado de significados e simbolismos, possibilitando o uso do mesmo. Segundo Klein, sua teoria se fundamenta à partir da infância mais primitiva, das fantasias inconscientes, que se fazem presentes logo após o nascimento do bebê e do seu primeiro contato com o mundo externo, bem como na teoria do caráter inato, no qual desenvolve-se a personalidade através das pulsões de vida e de morte, em associação com as relações objetais. Em sua pesquisa sobre as neuroses infantis, Klein transmite a importância do estudo da complexa psique do bebê, já desde os seus primeiros dias de vida. Seu conteúdo psicanalítico rico e análise aprofundada só pode ser comparada à obra de Sigmund Freud. Klein propôs estudar e compreender a psique infantil tão povoada de angústias e a desvelar esta fase que é, na teoria psicanalítica, fundamental e responsável pela construção psíquica do indivíduo. Resumo O propósito deste livro é o de sintetizar os princípios fundamentais do método psicanalítico – teoria, psicopatologia, técnica e prática clínica – com uma abordagem didática sem, no entanto, perder uma necessária simplicidade e acessibilidade. Existia e ainda existe uma certa resistência por parte de alguns psicanalistas que atendem adultos em considerar que crianças e adolescentes teriam potencial para o atendimento psicanalítico. Porém, não há dúvidas de que grande parte dos avanços do conhecimento psicanalítico é oriundo dos profissionais analistas que tiveram nesse público as suas principais fontes de estudos, observações e inspirações. As pesquisas em áreas como as dos bebês e transgeracionais nos levam a crer que a psicanálise está direcionada para o futuro e cada vez mais dinâmica, criativa e revolucionária. Melanie Klein foi sem dúvida quem deu um novo sentido e aplicabilidade à utilização de brinquedos na técnica de análise de crianças. Ela sentia a necessidade de uma técnica terapêutica com esse tipo de paciente que pudesse transpor a barreira da linguagem, que nesse caso não era eficaz, e assim observou que através do brincar e de jogos as crianças manifestaram seus desejos e fantasias de uma maneira bem simples e relacionou isso aos estudos dos sonhos de Freud . O simbólico, expresso nas brincadeiras, era parte da linguagem, ou seja, o brinquedo tem proximidade com o sonho. Para Klein a ação, que é mais primitiva que a palavra e o pensamento, constituiu a parte mais importante da conduta da criança e do adolescente. Winnicot traz uma nova dimensão do brincar. Ele irá alertar os psicanalistas para que concedam mais atenção à criança que brinca do que o conteúdo da brincadeira e propõe que o brincar seja estudado como um tema em si próprio pois o brincar infantil também se aplica na terapêutica com adultos como por exemplo na escolha das palavras, nas inflexões de voz, e no senso de humor. Aplicadas/Psicologia/FUNDAMENTOS-PSICANALÍTICOS-EM-CRIANÇAS-E- ADOLESCENTES-172… 2/5 compreensão mais direta e é rotulado como algo pejorativo, quase religioso. A complexidade irredutível foi um conceito da biologia moderna utilizado pelo bioquímico Michael Behe que consiste em duas etapas. A primeira etapa busca especificar a função do sistema e de seus componentes, que é composto por várias partes que contribuem para a função. Na segunda etapa questiona- se se todos os componentes são necessários à função. Podemos citar o aparelho psíquico como um sistema complexo e em sua degradação máxima temos os elementos básicos: perceber, sentir e agir em relação ao perceber e ao sentir. Caso um desses três elementos seja retirado não teríamos um aparelho psíquico da forma como o compreendemos. Através do entendimento do conceito da complexidade irredutível salientase a importância da conduta, da ação, dentro da estrutura básica da mente. O símbolo se faz presente no universo infantil através do brincar, pois a criança se comunica brincando e a linguagem que se apresenta nesse contexto é o símbolo que adquire seu real estatuto e possibilita dar sentido aos sintomas, lapsos, sonhos, etc. Ao analisarmos o campo linguístico e o campo visual percebe-se que as crianças e os adolescentes utilizam muito mais a dramatização do que o relato, sendo assim devemos nos empenhar em observar e não apenas escutar, pois o plano se processará mais pelas ações impulsivas do que pela associação livre. Na clínica terapêutica com crianças e adolescentes as peculiaridades e as potencialidades desenvolvidas deverão ser examinadas dentro de cada eixo para que possa haver um cuidado com a categorização, pois muitas vezes se pretende estabelecer uma correlação apressada para a cura das neuroses e um desânimo com relação a problemas de conduta. Freud utilizou o jogo Fort Da (ir e vir do carretel), que seu neto jogava, para referenciar a ausência e a presença do outro. Viabilizava poder representar um desaparecimento\aparecimento, uma perda. Em torno dessa noção Winnicott desenvolveu uma das suas mais brilhantes contribuições, a teoria dos objetos transicionais, cuja teoria contribui para o entendimento das relações objetais no desenvolvimento emocional do sujeito. O júbilo e o desamparo são dois extremos pelos quais se alternam as relações humanas, inclusive o contato analítico, por toda vida, pela fenomenologia transicional. O analista tem uma maior eficiência no trabalho analítico, objeto e campo, quando encarados dessa forma. Toda criança vivencia o processo de criar um corpo ( ser uma pessoa) e à medida que o bebê sedesenvolve ele vai adquirindo esse novo status, a experiência instintiva e a repetida e silenciosa experiência de estar sendo cuidado fisicamente contribuem para este processo. A personalização satisfatória vincula-se ao outro, no qual tem sua principal referência e matéria- Mi c r o s Mi c r o s o Microso Add the extension Download Anúncios Não exibir mais este anúncio Anúncio? Por quê? 23/04/23, 23:22 FUNDAMENTOS PSICANALÍTICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES - Trabalho acadêmico - Márcia Weiler https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Psicologia/FUNDAMENTOS- PSICANALÍTICOS-EM-CRIANÇAS-E-ADOLESCENTES-172… 3/5 prima, e ao ambiente no qual ele está inserido. Tudo o que faz parte do ambiente que envolve a criança, colabora para a construção ou destruição dos seus processos . Não podemos afirmar que uma criança absorve tudo indiscriminadamente, pois cada sujeito tem as suas especificidades que são inseridas dentro do mito familiar assim como a estruturação do casal paternal e a circulação do desejo que possibilita a produção de diferenças. Bibliografía: h ps://www.webar gos.com/ar gos/os-principais-conceitos-de-melanie-klein/135702 h ps://khimeraterapias.com.br/a-teoria-objetal-de-klein-e-a-psicanalise-com-criancas/ A dimensão que inclui a força bruta e a natureza desenfreada fazem parte daqueles a vidades indesejadas que a a vidade motora do brincar nos releva, pois escapa da Página Inicial / SociaisAplicadas / Psicologia 23/04/23, 23:22 FUNDAMENTOS PSICANALÍTICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES - Trabalho acadêmico - Márcia Weiler h ps://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-