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expansão marítima europeia Grandes Navegações Expansão Marítima Portuguesa Expansão Marítima Espanhol “Descobrimento” do Brasil 1. “Para o conjunto da economia europeia, no século XVI, caracterizada pela produção em crescimento e pelo aumento das transações mercantis, ao lado de um novo crescimento de sua população, o efeito mais importante dos grandes descobrimentos foi a alta geral dos preços...” O efeito a que o texto se refere foi provocado: a) pelo grande afluxo de metais preciosos. b) pela ampliação da área de produção agrícola. c) pela redução do consumo de produtos manufaturados. d) pela descoberta de novas rotas comerciais no Oriente. e) pelo deslocamento do eixo comercial para o mediterrâneo. 2. Sobre as características das Grandes Navegações do século XV, indique a alternativa incorreta: a) Em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o Cabo do Borjador, abrindo portas para a conquista lusitana sobre o litoral africano. b) Desde o século XII, a entrada dos produtos orientais se dava pelo monopólio exercido pelos comerciantes italianos e árabes no Mar Mediterrâneo. Com o objetivo de superar a dependência para com esses atravessadores, Portugal promoveu esforços para criar uma rota que ligasse diretamente os comerciantes portugueses aos povos do Oriente. c) Como consequência das várias expedições realizadas pelos portugueses na costa ocidental do continente africano, o navegador Vasco da Gama conseguiu chegar à cidade indiana de Calicute em 1498, e voltou a Portugal com uma embarcação cheia de especiarias. d) Ao mesmo tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha, mesmo envolvida no processo de expulsão dos mouros da Península Ibérica, acompanhou os portugueses nas expedições marítimas. O fim da chamada Guerra de Reconquista foi apenas mais um passo para o fortalecimento dos espanhóis na corrida de expansão marítima. e) A rivalidade entre Portugal e Espanha pela exploração das novas terras descobertas levou ambos os reinos a assinarem tratados definidores das regiões a serem dominadas por cada um deles. Em 1493, a Bula Intercoetera estabeleceu as terras a 100 léguas de Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde, instituindo o Tratado de Tordesilhas. 3. “Todo homem de bom juizo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem ai ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.” Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de a) gosto pela aventura. b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido. d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados. 4. Sobre as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar que a a) centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os muçulmanos na guerra de Reconquista, o que garantiu o estabelecimento de alianças diplomáticas com os demais reinos ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo por meio da expansão ultramarina. b) guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português, uma vez que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a centralização do poder, requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão marítima e comercial. c) canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão ultramarina, só foi possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos da península Ibérica na guerra de Reconquista, interessados em expulsar o invasor muçulmano que havia fechado o rentável comércio no Mediterrâneo. d) expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino português, ainda não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir a sua unificação política contra os demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos muçulmanos como forma de impedir o fortalecimento do futuro Estado luso. e) vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e financeira do Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a expansão marítima e comercial, condição essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa Ocidental. 5. A segurança com que Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral empreenderam a travessia do Atlântico demonstra que seus trajetos não podiam ser frutos do acaso (...) o achamento da nova terra, porém, não passou de um acontecimento que por felicidade se adicionou à missão principal que era a Índia, para onde, feita a aguada (o abastecimento de água), a armada se dirigia. (MAGALHÃES, Joaquim Romeiro. “Quem descobriu o Brasil?” In: FIGUEIREDO, Luciano (org). História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, pp. 19-20) O texto faz referência à controvérsia sobre a intencionalidade ou não, por parte dos portugueses, da “descoberta do Brasil” em 1500. Segundo a interpretação histórica construída pelo autor, a esquadra de Pedro Álvares Cabral a) se perdeu durante a travessia do Atlântico e ao achar novas terras, ali se instalou com segurança para implantar novos povoados, desistindo de seu plano inicial. b) sabia da existência de novas terras, mas seu achamento foi fruto do acaso, posto que os portugueses ainda não dominavam rotas marítimas para a Índia. c) percorreu uma rota oceânica previamente planejada, encontrando novas terras, que foram importantes para o reabastecimento das embarcações, após o qual prosseguiu em sua missão. d) empenhou-se na descoberta de terras ao longo de sua rota pelo Atlântico, uma vez que essa missão, ao longo da travessia, substituiu o objetivo de atingir a Índia. e) supunha que o trajeto almejado seria feito com segurança, o que não ocorreu quando a extrema falta de água obrigou-a a aportar em terras que já eram colonizadas pelos europeus. 6. "Hoje, os aviões nos levam, por exemplo, de São Paulo ou Rio de Janeiro a Lisboa em apenas 9 horas, de maneira confortável, de modo que, ao chegarmos ao nosso destino, pouco sentimos o efeito da viagem de tantos milhares de quilômetros. Coisa bem diferente passava a tripulação das caravelas que cruzava o Atlântico, por mais de 45 dias sem ver terra" Sobre as Grandes Navegações e' correto afirmar a) A estratégia portuguesa utilizada para chegar ao Oriente foi a circum- navegação da África. Em 1415, marinheiros lusos tomaram a cidade de Ceuta, importante entreposto comercial dos árabes, localizada no norte do continente africano. b) A viagem era penosa, cheia de imprevistos devido aos poucos avanços tecnológicos do período, levando à falta de orientação, pois instrumentos como o astrolábio e a bússola só foram descobertos por ocasião da Revolução Industrial. c) Os reis Fernando e Isabel decidiram financiar o projeto de Colombo para chegar ao Oriente, que dominou a rota da circum-navegação da África até o extremo sul deste continente, fundando feitorias no litoral africano e atingindo o Cabo da Boa Esperança. d) O empreendimento desde o principio tinha por meta principal encontrar novas terras e alcançou seu objetivo com Cristóvão Colombo e Pedro Alvares Cabral ao chegarem à América e ao Brasil respectivamente. e) A descentralização política, o fortalecimento do sistema feudal, a localização geográfica e os avanços tecnológicos foram fatores determinantes para o sucesso destas expedições. 7. Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode- se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses a) políticos,inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha. b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais, decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha. c) políticos, vinculados as práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa através de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição. d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes a vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico. e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre Geografia e Astronomia. 8. Leia atentamente as afirmações abaixo, sobre a expansão marítima e comerciaI moderna, e assinale a alternativa correta. I. O papel pioneiro na expansão marítima e comercial moderna foi dos Países Ibéricos, tendo Portugal iniciado o feito. II. O papel pioneiro na expansão marítima e comercial moderna foi dos Países Ibéricos, tendo a Espanha iniciado o feito. III. As conquistas espanholas em África (Ilhas Canárias) durante o século XIV, demonstraram a força da Invencível Armada as demais nações europeias. IV. A Revolução de Avis foi um marco antecedente fundamental para essa expansão. V. Bartolomeu Dias, navegador portugues, foi o responsável pela passagem pelo sul da Africa e pela chegada às Indias. a) Apenas as afirmações I, III e V estão corretas; b) Apenas as afirmações I e IV estão corretas; c) Apenas as afirmações II e V estão corretas; d) Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas; e) Apenas as afirmações III, IV e V estão corretas. 9. “Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua jurisdição.” O texto remete diretamente a) à competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos. b) aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas. c) ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária. d) às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas. e) à aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima. 10. Leia o enunciado abaixo. No contexto das grandes navegações, iniciou-se um processo de deslocamento do eixo comercial e econômico europeu do __________ para o __________. Em função da __________ do comércio, desenvolveram-se concepções econômicas na Europa, no século XVI, que ficaram conhecidas como __________. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado acima, na ordem em que aparecem. a) Mar Mediterrâneo – Oceano Índico – expansão – industrialismo b) Oceano Índico – Oceano Atlântico – retração – imperialismo c) Oceano Atlântico – Mar Mediterrâneo – expansão – mercantilismo d) Mar Mediterrâneo – Oceano Atlântico – expansão – mercantilismo e) Oceano Atlântico – Mar Mediterrâneo – retração – industrialismo 11. O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente,… a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano. b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente. c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias. d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América. e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia. 12. A descoberta europeia da América, ou o achamento como pensam outros, não foi um acontecimento isolado da história europeia, tendo em vista que: a) A viagem de Colombo representou o fechamento súbito do sistema transoceânico de comércio e navegação, uma vez que a África ficou isolada das transações comercias com os europeus. b) A grande inovação dos marinheiros e mercadores do século XV, dentre eles os portugueses, foi saber como os ventos e as correntes do oceano Atlântico podiam ser utilizados para permitir as viagens entre os continentes. c) Foi a partir das viagens de Colombo que o astrolábio e o quadrante, instrumentos que facilitavam as leituras das posições dos corpos celestes, foram inventados, no século XVI. d) Durante séculos, os marinheiros europeus tinham visto apenas o contorno do mundo oceânico, com a viagem de Colombo, os franceses partiram na frente e foram únicos no contato intercontinentais. e) A viagem de Colombo permitiu a superação das rotas comerciais com as Índias Orientais contornando a África, pois o comércio passou a ser predominantemente no Atlântico Norte. 13. Considere as seguintes afirmações. I. Com a descoberta do caminho para as Índias, contornando a África, Portugal passou a dominar o comércio de especiarias, beneficiando a burguesia. II. Enquanto os portugueses exploravam a costa africana e descobriam o caminho para as Índias, os espanhóis, na audaciosa viagem de Colombo, tinham por objetivo atingir a China através do Atlântico. III. O plano de Cristóvão Colombo para atingir as Índias consistia em chegar a oeste viajando no sentido leste. IV. Entre 1497 e 1498, Vasco da Gama completou a epopeia marítima portuguesa, aportando em Calicute, nas Índias. Dessas afirmações, a) somente uma está correta. b) somente duas estão corretas. c) somente três estão corretas. d) todas estão corretas. e) nenhuma está correta. 14. A chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492, tomando posse das terras encontradas para o rei de Espanha, constituiu um momento importante da chamada “era dos descobrimentos”. Analise as afirmativas abaixo referentes às relações entre a expansão ibérica e a transição de feudalismo para capitalismo: I. a constituição de um Estado nacional e a centralização do poder político na figura do rei foram fatores decisivos na expansão marítima portuguesa e espanhola. II. a opção atlântica dos países ibéricos deveu-se à impossibilidade de realizar um projeto expansionista na direção do continente europeu e do Mediterrâneo. III. a expansão marítima espanhola foi determinada pelas necessidades dos capitais italianos, especialmente os da cidade de Gênova, que buscavam superar o monopólio veneziano no oriente. IV. o desenvolvimento do comércio e da produção foi uma alavanca para a expansão uma vez que possibilitou o desenvolvimento de técnicas de navegação e o acúmulo de capital nas mãos de comerciantes portugueses. Assinale a opção que contém as afirmativas corretas: a) somente I e VI. b) somente I e II.c) somente II e III. d) somente I, II e IV. e) somente II e IV. 15. Em 1994 comemoraram-se os 500 anos da assinatura do Tratado de Tordesilhas, assinado pelos soberanos de Espanha e Portugal. Sobre o Tratado de Tordesilhas é correto afirmar que: a) assegurou o monopólio português sobre as duas margens do Atlântico sul, na medida em que incorporou ao “Império português” as terras a oeste - o “Brasil”, de que os lusitanos tomariam posse seis anos depois. b) foi assinado sob protestos generalizados dos reinos europeus, particularmente do Império Germânico, que propôs a intervenção da Igreja Luterana. c) teve o propósito de pacificar as relações entre Espanha e Portugal, já que a primeira insistia em participar da rota africana - o “périplo africano” - para as Índias. d) seria modificado no século seguinte quando, a partir da União ibérica (1580-1640), o território brasileiro ganharia os contornos que tem atualmente. e) alargou a representação do mundo conhecido para o que será o continente americano, embora fosse conservada pelos europeus a concepção de uma Terra plana, delimitada a Oeste pelo novo continente. 16. A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais destaca-se: a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia; b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna; c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir; d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, característica do século XV; e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese. 17. A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada: a) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" do Oriente, responsáveis inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV; b) à tradição marítima lusitana, direcionada para o "mar Oceano" (Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros; c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente; d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias; e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca da "passagem" que levaria às Índias. 18. Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI: a) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na expansão e à presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros; b) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo, voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas; c) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus; d) a descentralização político-administrativa do Estado português, possibilitando a contribuição de cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima; e) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz. 19. "As grandes mudanças que se verificam na arte náutica durante a segunda metade do século XV levam a crer na possibilidade de chegar-se, contornando o continente africano, às terras do Oriente. Não se pode afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula presidissem as navegações do período henriquino, animada por objetivos estritamente mercantis. (...) Com a expedição de Antão Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino (...) Da mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio se achava até então em mãos de mercadores árabes, começam a transportá-lo os barcos lusitanos, por volta de 1447." (Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos portugueses.) Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho acima: a) A descoberta do continente americano por espanhóis, e depois, por portugueses, revela o grande anseio dos navegadores ibéricos por chegar às riquezas do Oriente através de uma rota pelo Ocidente. b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de descoberta para o Oriente através do Atlântico, visto que lhes bastavam as riquezas alcançadas na África, ou seja, ouro, marfim e escravos. c) Embora a descoberta de uma rota africana para o Oriente fosse para os portugueses, algo cada vez mais realizável em razão dos avanços técnicos, foi a exploração comercial da costa africana o que, de fato, impulsionou as viagens do período. d) As navegações portuguesas, à época de D. Henrique, eram motivadas, acima de tudo, pelo exotismo fabuloso do Oriente; secundariamente, contudo, dedicavam-se os portugueses ao comércio de escravos, ouro e marfim, sobretudo na costa africana. e) Durante o período henriquino, os grandes aperfeiçoamentos técnicos na arte náutica permitiram aos portugueses chegar ao Oriente contornando o continente africano. 20. "Sem dúvida, a atração para o mar foi incentivada pela posição geográfica do país, próximo às ilhas do Atlântico e à costa da África. Dada a tecnologia da época, era importante contar com correntes marítimas favoráveis, e elas começavam exatamente nos portos portugueses... Mas há outros fatores da história portuguesa tão ou mais importantes." Assinale a alternativa que apresenta outros fatores da participação portuguesa na expansão marítima e comercial europeia, além da posição geográfica: a) O apoio da Igreja Católica, desde a aclamação do primeiro rei de Portugal, já visava tanto à expansão econômica quanto à religiosa, que a expansão marítima iria concretizar. b) Para o grupo mercantil, a expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando a crise do século. Para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, cargos e pensões; para a Igreja Católica, maior cristianização dos "povos bárbaros". c) O pioneirismo português deve-se mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas dinásticas, do que a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de Portugal. d) Desde o seu início, a expansão marítima, embora contasse com o apoio entusiasmado do grupo mercantil, recebeu o combate dos proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio eram perdulários. e) Ao liderar a arraia-miúda na Revolução de Avis, a burguesia manteve a independência de Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na expansão. 21. Acerca da expansão marítima comercial implementada pelo Reino Português, podemos afirmar que: a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento. b) a conquista da Baía de Arguim permitiu a Portugal montar uma feitoria e manter o controle sobre importantíssima rota comercial intra-africana. c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede de abastecimento de escravos para o mercado europeu. d) o domínio português de Piro e Sidon e o consequente monopólio de especiarias do Oriente Próximo tornaram desinteressante a conquista da Índia. e) a expansãoda lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto nos portos africanos quanto nas praças brasileiras. 22. No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa. Todavia "em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para alguns particulares (…)" (Azevedo, J. L. de, ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONÔMICO, Livraria Clássica Editora, pág. 180). Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal, concluímos que: a) a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna. b) a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade agrícola, diminuição da mão de obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia nacional. c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV, empobreceu a economia nacional que ficou carente de capitais. d) a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal. e) o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI. 23. A conquista de Constantinopla pelos turcos, em 1453, interrompeu o comércio por terra entre a Europa e a Ásia, obrigando os europeus a buscarem novas rotas comerciais, agora pelo mar. Esse fato beneficiou os países atlânticos e ajudou a deslocar o eixo econômico para a Europa Ocidental. Portugal e Espanha tomaram a dianteira nesse processo, que ficou conhecido como expansão marítima. Além do acontecimento da tomada de Constantinopla e suas decorrências, algumas outras condições favoreceram os países ibéricos na expansão marítima, entre elas: a) A existência de uma burguesia mercantil forte, responsável pelo financiamento e administração do empreendimento marítimo sem a participação do Estado. b) Um sólido conhecimento das rotas do Oceano Atlântico, apesar da inexistência de instrumentos seguros de navegação. c) A centralização política e administrativa dos Estados português e espanhol, em torno de monarquias absolutistas. d) A disponibilidade de um grande excedente populacional para as viagens marítimas, além dos pequenos riscos dessas viagens para as tripulações das embarcações. e) A restrição do mercado de especiarias do Oriente, com a busca conseqüente de novos mercados no Ocidente. 24. Para compreender a expansão marítima nos séculos XV e XVI, é necessário considerar a importância da cartografia. Sobre o tema, é correto afirmar que os cartógrafos representaram o mundo: a) ignorando a hagiografia medieval e as crenças na existência de monstros marinhos e de correntes de ventos nos oceanos. b) valendo-se de conhecimentos acumulados e transmitidos por meio da filosofia, da astronomia e da experiência concreta. c) confirmando os conhecimentos estáticos sobre o planeta, resultante da observação direta dos espaços desconhecidos. d) desconhecendo o valor político de sua arte de cartografar para os rumos da rivalidade castelhano-portuguesa. e) anotando nos mapas pontos geográficos, longitudes e latitudes com exímia precisão, em função dos eficazes instrumentos de navegação. ----------------------------------------------------- GABARITO -------------------------------------------------------- 1. A 2. D 3. C 4. B 5. C 6. A 7. E 8. B 9. D 10. D 11. A 12. B 13. C 14. A 15. A 16. D 17. E 18. A 19. C 20. B 21. A 22. B 23. C 24. B