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PSICOLOGIA E TRABALHO Unidade 3 Trabalho e Subjetividade Professora Janaina Seixas janainamelhem@professor.multivix.edu.br Psicodinâmica do Trabalho • Discutir a importância da subjetividade hoje e o modo como apreendê-la nas organizações do trabalho a partir de uma abordagem atualmente conhecida como Psicodinâmica do Trabalho. • Isso significa privilegiar uma determinada ótica, ou seja, aquela que articula sofrimento e saúde no trabalho. Trabalho e Subjetividade A percepção de que o trabalho pode ter consequências sobre a saúde mental dos indivíduos é muito antiga. Podemos encontrá-la no clássico "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin - sensível à violência produzida pelas transformações contemporâneas do taylorismo e do fordismo sobre os trabalhadores. • A ideia de automatização das pessoas • A perda da visão do todo • O excesso que o corpo não dá conta. • A invasão na vida do trabalhador Trabalho e Subjetividade Taylor (1995), quando propôs a Organização Científica do Trabalho (OCT) e sua tripla divisão (divisão do modo operatório, divisão entre órgãos de concepção intelectual e execução e divisão dos homens), aparentemente buscou eliminar a subjetividade do trabalho por meio do controle dos corpos dos trabalhadores cindidos de suas mentes. Ao observarmos sua concepção de organização como um todo, ele reafirma a importância da subjetividade. A direção e os planejadores – para produzir e impor as diretrizes da empresa, sua política, sua estratégia e seus objetivos – necessitam pensar, decidir, planejar, avaliar, assim por diante. Trabalho e Subjetividade Dejours e Abdoucheli (1994) afirmam que numa organização hierarquizada do tipo piramidal quanto mais se sobe na estrutura da empresa, mais se abrem as possibilidades para a expressão e imposição dos desejos de quem ocupa os postos de chefia. Nesse sentido, somente a alta direção poderia manifestar mais plenamente os seus anseios, pensamentos e desejos. A subjetividade dos trabalhadores é reafirmada pela necessidade de seu controle para que aquilo que foi traçado seja rigorosamente cumprido. Logo, quanto mais se desce na hierarquia da empresa, menor vai ser a possibilidade de expressão de seus pensamentos e desejos na condução das atividades. Trabalho e Subjetividade Autores como Womack, Jones e Roos (1992), Wagner III e Hollenbeck (1999), Boyett e Boyett (1999) defendem que a flexibilização do trabalho surge como uma necessidade imposta pela nova ordem econômica e que põe novos desafios à questão da subjetividade. Em geral, eles vêem a flexibilização como um fenômeno positivo e defendem que não se deve mais tentar controlar nem amordaçar a subjetividade como foi a intenção taylorista. Hoje, criatividade, iniciativa própria, sensibilidade, maturidade pessoal, capacidade de interação interpessoal, liderança, devem ser pesquisadas, compreendidas e desenvolvidas. Para se ter vantagens competitivas e agregação de valores deve-se valorizar esse novo perfil psicológico. Psicodinâmica do Trabalho • A Psicodinâmica do trabalho é uma abordagem que propõe a compreensão da relação subjetiva que os trabalhadores têm com seu trabalho. Tem atenção especial às formas de mobilização da inteligência e da personalidade, no trabalho. • Nesta ótica, o trabalho tem lugar central na construção da identidade do sujeito, na realização pessoal e nos processos de saúde/doença. • O trabalho é tudo aquilo que se faz além de prescrito, é toda mobilização necessária a execução de uma tarefa. Psicodinâmica do Trabalho • A teoria da Psicodinâmica do trabalho busca compreender como as pessoas, sujeitas as mais diversas situações de trabalho, conseguem evitar a doença e a loucura. • A normalidade aqui, não é concebida como simples ausência de doença e de sofrimento, mas como resultado, das estratégias defensivas elaboradas, para resistir aquilo que é desestabilizante ou até mesmo nocivo para o funcionamento psíquico e a saúde mental. (Dejours, 1992). • Quando a forma de organização do trabalho entra em conflito com a vida psíquica do sujeito, fragiliza suas possibilidades de adaptação ao meio. Psicodinâmica do Trabalho • “A insatisfação do trabalho não corresponde só ao conteúdo significativo do trabalho nem ao seu conteúdo simbólico, mas que existe, paralelamente na profissão, uma satisfação em relação com o exercício do corpo, no sentido físico e nervoso.” (Dejours, 1992) • A patologia surge quando se rompe o equilíbrio, e o sofrimento não é mais contornável, ou seja, quando o trabalhador já utilizou todos os seus recursos intelectuais e psicoafetivos para dar conta da atividade e demandas impostas pela organização, e percebe que nada pode fazer para se adaptar e/ou transformar o trabalho (Dejours, 1999). Psicodinâmica do Trabalho • Uma outra característica importante é que a Psicodinâmica do Trabalho visa à coletividade de trabalho e não aos indivíduos isoladamente. • Após diagnosticar o sofrimento psíquico em situações de trabalho, ela não busca atos terapêuticos individuais, mas intervenções voltadas para a organização do trabalho à qual os indivíduos estejam submetidos. • As práticas de tratamento e reabilitação devem proporcionar ao trabalhador não somente a tomada de consciência, mas também uma instrumentalização que permita mudar sua relação com o trabalho, transformando o processo de tratamento em um processo de participação ativa e em uma ação transformadora. Professora Janaina Seixas janainamelhem@professor.multivix.edu.br REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA LANCMAN, Selma e UCHIDA, Seiji. Trabalho e subjetividade: o olhar da psicodinâmica do trabalho. Cad. psicol. soc. trab. [online]. 2003, vol.6 Slide 1: PSICOLOGIA E TRABALHO Slide 2: Psicodinâmica do Trabalho Slide 3: Trabalho e Subjetividade Slide 4: Trabalho e Subjetividade Slide 5: Trabalho e Subjetividade Slide 6: Trabalho e Subjetividade Slide 7: Psicodinâmica do Trabalho Slide 8: Psicodinâmica do Trabalho Slide 9: Psicodinâmica do Trabalho Slide 10: Psicodinâmica do Trabalho Slide 11