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1 
 
 
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
2 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................................... 4 
1. BREVE RESGATE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃOESPECIAL ................................. 5 
2. EDUCAÇÃO ESPECIAL -PARADIGMAS .............................................................. 15 
3. AHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NOBRASIL .......................................... 18 
4. ONUEASCONFERÊNCIASMUNDIAIS .................................................................. 26 
FIQUE ATENTO ........................................................................................................................ 30 
1) Deficiência: ............................................................................................................ 44 
2) Discriminação contra as pessoas portadoras dedeficiência: ........................... 44 
5. ALEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA EDUCAÇÃO ESPECIALE INCLUSIVA ..... 50 
Art. 206 50 
Art. 205 50 
Art. 206 50 
Art. 208 50 
Art. 213 51 
1989 – Lei nº 7.853/89 ............................................................................................................... 52 
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90 ......................................... 52 
1990 – Declaração Mundial de Educação para Todo ............................................................ 52 
1994 – Declaração de Salamanca ........................................................................................... 52 
1994 – Política Nacional de Educação Especial .................................................................... 52 
1999 – Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89 ................................................. 54 
2001–DiretrizesNacionaisparaaEducaçãoEspecialnaEducaçãoBásica(Resolução 
CNE/CEB nº2/2001) ............................................................................................... 54 
2001 – Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001 ........................................... 54 
2001 – Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil peloDecreto nº 
3.956/2001 .............................................................................................................. 56 
2002 – Resolução CNE/CP nº1/2002 ....................................................................................... 56 
2002 – Lei nº 10.436/02 ............................................................................................................. 56 
2003 – Portaria nº 2.678/02 ...................................................................................................... 56 
2004 – Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas eClasses Comuns 
da Rede Regular ................................................................................................... 56 
2004 – Decreto nº 5.296/04 ...................................................................................................... 58 
2005 – Decreto nº 5.626/05 ...................................................................................................... 58 
2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos ................................................. 58 
2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE ....................................................... 58 
2007 – Decreto nº 6.094/07 ...................................................................................................... 58 
2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva daEducação Inclusiva.... 59 
3 
 
 
2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ................................... 60 
2008 – Decreto nº 6.571 ........................................................................................................... 60 
2009 – Decreto nº 6.949 ........................................................................................................... 60 
2009 – Resolução No. 4 CNE/CEB .......................................................................................... 60 
2011 – Plano Nacional de Educação (PNE) ............................................................................ 60 
6. AEDUCAÇÃO ESPECIAL EASTERMINOLOGIA .................................................. 63 
 Definição de Surdez/Deficiência Auditiva ........................................................... 65 
 Definição de DeficiênciaVisual ............................................................................ 65 
 Definição de DeficiênciaFísica ............................................................................ 67 
 Definição de DeficiênciaIntelectual ..................................................................... 67 
 Definição de Transtornos Globais doDesenvolvimento .................................... 69 
Nível III para casos que exigem apoio muito substancial, com: .......................................... 71 
Nível II para casos que exigem apoio substancial, com:...................................................... 71 
Nível I para casos que exigem apoio. Na ausência de apoios, podem apresentar: ........... 71 
 Definição de Altas Habilidades ouSuperdotação .............................................. 73 
7. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO –AEE .................................. 74 
8. DIVERSIDADE X INCLUSÃO: CONCEITO, TEORIAE 
PRÁTICANAEDUCAÇÃOINFANTIL ...................................................................... 79 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 92 
 
 
4 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à 
crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa 
instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para 
a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e 
colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente 
para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, 
conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre 
pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
1. BREVE RESGATE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃOESPECIAL 
 
Os conceitos legais, históricos e conceituais serão aprofundados no decorrer 
do curso. Porém, consideramos importante, nessa disciplina, apresentar um breve 
panorama histórico, pois acreditamos que pode contribuir para minimizar os mitos 
existentes e ampliar, assim, a disseminação do conhecimento científico. 
Ao analisar os aspectos históricos relacionados ao tratamento e, 
posteriormente,aoatendimentoeducacionaldispensadoàspessoascomdeficiência, 
TGD e altas habilidades/superdotação, observamos queosconceitos de um ou de 
outro estão atrelados ao conhecimento científico da época. Além disso, esses 
aspectos históricos e o atendimento educacional estão associados às condições de 
vida, social e cultural, de cada povo, que estabelece as normas de convivências com 
aquelas pessoas que, por algum motivo, diferenciam-se das demais (RODRIGUES; 
LEITE,2010). 
Tais razões explicam, na história da organização da sociedade humana, um 
processocontínuodecriaçãoerecriaçãodecategorizaçãodaspessoas,elaboradoa partir 
de fatores econômicos, sociais, culturais e históricos (MATTOS,2002).Em linhas gerais, a evolução do conceito de deficiência na história da 
humanidade pode ser dividida em três períodos: 
 O primeiro, que abrange da pré-história até a IdadeMédia; 
 O segundo, que vai até a Revolução Industrial, que aconteceu no final 
do século XIXe, 
 O terceiro, até os diasatuais. 
 
 
1.1 AEducação Especial no Mundo e noBrasil 
 
 
A história da educação especial remonta a idade antiga onde eram comuns as 
práticasdeexclusãodascriançasquenasciamcomalgumadeficiência.Porexemplo, em 
Esparta, antiga Grécia, algumas crianças deficientes eram abandonadas em 
montanhas bem altas e desertas, a própria sorte, e geralmente morriam de fome ou 
eram devorados poranimais. 
Na Antiga Roma, as crianças consideradas com algum defeito, eram atiradas 
nos rios mais fundos, ou de penhascos bem altos. Os egípcios matavam seus 
6 
 
 
deficientes com marretadas na cabeça e os enterravam em urnas nos sarcófagos, 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
acreditandoqueassim,aalmasepurificariaevoltariaperfeitaembelezaeinteligência 
(CORREIA,1997,p.56).Registroscomprovamquevemdelongotempoaresistência à 
aceitação social das pessoas deficientes, e que suas vidas sempre foram ameaçadas. 
Na Europa, na Idade Média, os deficientes eram associados aos demônios e 
aos atos de feitiçaria. Por esse motivo eram perseguidos e mortos. Faziam parte da 
categoria dos excluídos, devendo ser afastados do convívio social ou ser sacrificado. 
Havia posições ambíguas: 
 Uma seria a marca da punição divina, a expiação dospecados; 
 Outra dizia respeito a expressão do poder sobrenatural, ou seja, o 
acesso as verdades inatingíveis para a maioria (FERREIRA, 1994, p. 67). 
Para Ferreira (1994), a história do atendimento a pessoacom Necessidades 
Educacionais Especiais, no mundo ocidental, começa em meados do século XVI 
quando a questão da diferença ou a fuga ao padrão considerado normal vai passar 
da órbita de influência da igreja para se tornar objeto da medicina. 
No século XVII e meados do século XIX, inicia-se a chamada fase de 
institucionalização, onde as pessoas deficientes eram segregadas e protegidas em 
instituiçõesresidenciais.LogonoiníciodoséculoXX,surgemasescolaseasclasses 
especiais dentro das escolas públicas, visando oferecer ao deficiente uma educação 
diferenciada. 
Jean Marc Itard, (1774-1838) no início do século XIX, passa a ser considerado 
o pai da educação especial, após desenvolver tentativas de educar um menino de 12 
anos chamado Vitor, o menino lobo (menino considerado com deficiência mental 
profunda, criado por lobos na floresta). Esse caso ficou conhecido como o caso do 
Selvagem de Aveyron. Itard foi reconhecido como o primeiro estudioso a usar um 
método sistematizado para ensinar deficientes. Ele acreditava que a inteligência de 
seu aluno “retardado” era educável. Até os dias atuais ele é referência para os 
estudiosos (JANNUZZI, 1992). 
NaépocadoBrasilColônia,osdeficientesnãotinhamnenhumtipodeatenção do 
poder público, viviam à margem da sociedade que somente poucos foi direcionando 
a atenção para a situação de total desprezo na qual essas pessoas viviam. A 
8 
 
 
filantropia foi instituída antes que houvesse uma manifestação do poder 
públicodaépoca,vindoaacontecernofinaldoséculoXIXcomacriaçãodasprimeiras 
instituições governamentais para a educação de pessoas surdas ecegas. 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entende-
secomomarcohistóricodaeducaçãoespecialnoBrasiloperíodofinaldoséculoXIX,comacr
iaçãodoInstitutodosMeninosCegos,em1854,sobadireçãodeBenjaminConstant,eoInstit
utodosSurdos-
Mudos,em1857,(JANNUZZI,1985,2004;MAZZOTTA,2005).Em1874écriadonaBahiao
HospitalJulianoMoreira, dando início a assistência médica aos indivíduos 
comdeficiênciaintelectual, e em 1887, é criada no Rio de Janeiro a “Escola México” 
para oatendimentode 
pessoascomdeficiênciasfísicaseintelectuais(JANNUZZI,1992;MAZZOTTA,2005).Algu
ns médicos foram os primeiros a estudar os casos 
decriançascomprejuízosmaisgravesecriaraminstituiçõesparacriançasjuntoasanatórios 
psiquiátricos.Locaisondeascriançasrecebiamtratamentosespecíficos,porémainda 
institucionalizados. 
Helena Antipoff (1892-1974) pesquisadora, estudou psicologia na França, na 
Universidade de Sorbonne, chegando ao Brasil criou o Laboratório de Psicologia 
Aplicada na Escola de Aperfeiçoamento de Professores, em Minas Gerais, em 1929. 
Iniciouumapropostadeorganizaçãodaeducaçãoprimárianaredecomumdeensino 
baseado na composição de classes homogêneas. Classes essas que a autora 
acreditava ser possível colocar crianças com alguma deficiência junto às crianças 
normais.HelenaAntipoffem1932criouaSociedadePestalozzideMinasGerais,que mais 
tarde a partir de 1945, iria se expandir no país. A primeira escola com o nome 
“Pestalozzi” foi criada em Canoas, Rio Grande do Sul, em 1927.A autora e 
pesquisadora participou de muitas outras iniciativas entre elas implantação da 
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE, em1954. 
A igualdade de oportunidades passou a significar a obrigatoriedade e 
gratuidade do ensino, ao mesmo tempo em que a segregação daqueles que não 
atendiam as exigências escolares, passou a ser justificada pela adequação da 
educação que lhes seria oferecida. 
No período de 1961, a história da educação especial, passou por um período 
de ampliação das instituições especializadas. Estas instituições surgiram, portanto, 
10 
 
 
em resposta ao silêncio do poder público e ao descaso social com as pessoas 
consideradas deficientes, explica Romero (2006, p. 21) que: 
 
[...] as iniciativas privadas configuraram-se nesse período como a própria 
expressão do atendimento implantado. Embora o modelo institucionalizado 
possa ser considerado segregacionista, pois mantinha as pessoas com 
deficiências distantes dos espaços regulares de ensino, é preciso levar em 
conta que esse modelo, em certa medida, propunha-se a responder às 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
necessidades educacionais específicas dos diferentes tipos de deficiência. 
Por outro lado, cumpre considerar também que a existência dessas 
instituições contribuiu em grande medida para que o poder público tenha se 
isentado desse compromisso no sentido de inviabilizar ou até mesmo 
dificultaroingressoeapermanênciadaspessoascomdeficiênciasnaescola 
regular. 
 
Em 1964, instala-se a primeira unidade assistencial da APAE, o Centro 
Ocupacional Helena Antipoff, tendo como objetivo oferecer habilitação profissional a 
adolescentesdeficientesmentaisdosexofeminino.Aprimeiraunidademultidisciplinar 
integrada para prestação de assistência a deficientes mentais e formação de pessoal 
técnico especializado foi o Centro de Habilitação de Excepcionais inaugurado no dia 
22 de maio de 1971 na APAE de São Paulo (MAZZOTTA,1996). 
Na década de 1950, contava-se em torno de 190 estabelecimentos de ensino 
especial, sendo sua grande maioria públicos e em escolas. (JANNUZZI, 1992). Em 
1954, é criada a primeira escola especial da Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais-APAE,noRiodeJaneiro,sobinfluênciadocasaldenorte-americanos 
Beatrice Bemis e George Bemis, membros daNationalAssossition for Children e aatual 
Nationalassociation for RetardedeCitizens-NARCH. 
No final da década de setenta, são implantados os primeiros cursos de 
formaçãodeprofessoresnaáreadeeducaçãoespecialaoníveldoterceirograueos 
primeiros programas de pós-graduação a se dedicarem à área de educação especia 
Na atualidade, em relação a formação de docentes, no contexto da educação 
inclusiva, surgiu a necessidade de complementação nos currículos dos cursos de 
FormaçãodeDocentesedeoutroscursosdeprofissionaisedisciplinasqueinterajam com 
os alunos com necessidades educacionais especiais (NUNES,et al, 1999; BUENO, 
2002). 
Segundo Mazzota (1980), autor explica que a década de 1980 ficou marcada 
peloiníciodasuperaçãodavisãoassistencialistaedasperspectivasdebenevolência, 
através de ações que comemoraram em 1981, o Ano Internacional dasPessoas com 
Deficiência, apoiado pela Organização das Nações Unidas - ONU, onde defendeu o 
desdobramentos que culminaram na elaboração de dois planos: Plano de Ação da 
12 
 
 
Comissão Internacional de Pessoas Deficientes (1981) e Plano Nacional da Ação 
Conjunta para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência(1985). 
Mendes(2006)apontaqueosdebatessobreinclusãonoBrasilganharamforça 
nadécadade1990porcontadapenetraçãodaculturaamericanaemnossa 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sociedade, considerando que os movimentos de reforma no sistema educacional 
como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (BRASIL, 1990) e a 
Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994). 
A partir desses documentos norteadores, surge com força total, a Resolução 
CNE/CPnº1/2002,comouminstrumentolegalqueestabeleceasDiretrizesNacionais para 
a formação de Professores da Educação Básica, a determinação legal de que 
sejaprevistanoscurrículosdoscursosofertadospelasinstituiçõesdeensinosuperior a 
formação docente que atenda à diversidade, abordando conhecimentos referentes às 
diferentes especificidades dos alunos com alguma necessidade educacional especial. 
Percebe-se que houve incremento de disciplinas nos currículos de faculdades e 
Universidades, em especial de Pedagogiacomo: 
 Libras; 
 Fundamentos da Educação EspecialInclusiva. 
Onde são abordados temas históricos e contextos dos mais variados, entre 
eles, tipos de deficiências, leis e direitos que permeiam o aluno especial, mas é 
necessário rever as cargas horárias que por vezes são insuficientes para dar conta 
dos assuntos tratados, impossibilitando melhor aprofundamento teórico. 
Nodia9dejaneirode2001foiinstituídaaLeinº10.172,quetratadaEducação 
Especial no Plano Nacional de Educação. Esse documento estabeleceu como meta 
principal: [...]a formação de recursos humanos com capacidade de oferecer o 
atendimentoaoseducandosespeciaisnascreches,pré-escolas,centrosdeeducação 
infantil, escolas regulares de ensino fundamental, médio e superior, bem como 
instituições específicas e outras. Instituições específicas (BRASIL, 2001, p.80) 
Emrelaçãoaolocalondeoatendimentoeducacionalespecializadodeveserrealizado é 
especificado no Artigo 5ºque: 
 
[...]prioritariamente,nasaladerecursosmultifuncionais,daprópriaescolaou em 
outra escola de ensino regular de turno inverso da escolarização, não sendo 
substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro 
de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas 
com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito 
14 
 
 
Federal ou Municípios (BRASIL, 2009,p.1). 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. EDUCAÇÃO ESPECIAL -PARADIGMAS 
 
Figura 1:Períodos históricos da evolução na educação especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: (MANZINI, 2010). 
 
 
Figura 2:Evolução na educação especial - Etapas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: (MANZINI, 2010). 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Segregação 
 
Institucionalização: Fundamenta-se na ideia e na concepção de que o 
estudante da Educação Especial não é produtivo e estaria bem cuidado se mantido 
em ambiente segregado. 
Expansão de institutos, hospitais, manicômios etc. 
 
 
2.2 Integração 
 
Serviços: Caracteriza-se pela oferta de serviços, organizados em três etapas: 
avaliaçãoporumaequipedeprofissionais,intervençãoeencaminhamentoparaavida 
nacomunidade. 
Expansão das escolas especiais, das entidades assistenciais e dos centros de 
reabilitação. 
 
2.3 Suporte 
 
Parte-se do pressuposto que o estudante da Educação Especial tem direito à 
convivêncianãosegregadaeaoacessoimediatoecontínuoaosrecursosdisponíveis aos 
demaiscidadãos. 
Expansão da disponibilidade de suportes materiais e humanos, melhoria de 
estrutura física (acessibilidade) de forma que o acesso de todos os estudantes a 
quaisquer recursos da comunidade seja garantido. 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. AHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NOBRASIL 
 
3.1 MarcosFundamentais 
 
Criação do Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant – 
IBC), em 1854. 
Criação do Instituto dos Surdos-Mudos (atualmente, Instituto Nacional de 
Educação de Surdos – INES) em 1857, na cidade do Rio de Janeiro. 
Miranda(2003)descrevequeambosforamcriadospelaintercessãodeamigos ou 
de pessoas próximas ao Imperador, fato que configura a prática do favor e da 
caridade,oqueeracomumnaquelaépocatambémnasrelaçõescomaspessoascom 
deficiência. Tal tipo de relação corroborou o caráter assistencialista, que balizou a 
atenção à pessoa com deficiência e à Educação Especial, em particular, desde seu 
início. 
Caráter assistencialista se refere a ações que não transformam a realidade 
social da pessoa necessitada de algo, pois atende apenas às necessidades 
individuais e emergentes por serem pontuais sem promover mudanças estruturais 
efetivaseduradouras.Umexemplosãoasdoaçõesqueacontecemesporadicamente ou 
sob solicitação sem um caráter de projetos em longo prazo que resultem em 
mudanças. 
Mesmo que sem um objetivo coletivo, a fundação desses dois Institutos 
representou(eaindarepresenta)umaconquistaparaoatendimentodaspessoascom 
deficiência, abrindo espaço para a conscientização da educação de surdos e cegos. 
Todavia,“[...] 
1872-Jáhaviaumapopulaçãode15.848cegose11.595surdosnopaís,mas eram 
atendidos apenas 35 cegos e 17 surdos” (MAZZOTTA, 1996, p.29). 
 
3.2 Após a Proclamação daRepública 
 
Profissionais que haviam ido estudar na Europa começaram a retornar 
19 
 
 
entusiasmados com a ideia de modernizar o país. 
Em 1906, as escolas públicas começaram a atender os estudantes com 
deficiência intelectual, no Rio de Janeiro. 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 1911, foi criado o Serviço de Higiene e Saúde Pública do Estado de São 
Paulo, instituindo o serviço de inspeção médico-escolar, que viria trabalhar 
conjuntamente com o Serviço de Educação, na defesa da Saúde Pública. 
Entre 1912 e 1913 foi criado o chamado Laboratório de Pedagogia 
Experimental ou Gabinete de Psicologia Experimental, na Escola Normal de São 
Paulo (atual Escola Caetano de Campos). 
Em 1917, dando continuidade à providência anterior, foram estabelecidas as 
normasparaaseleçãode“anormais”,jáquenaépocaprevaleciaapreocupaçãocom 
aeugeniadaraça,sendoomedodedegenerescênciasetarasumaquestãodesaúde 
pública (JANNUZZI, 1992; PESSOTTI,1984). 
Entre as décadas de 1930 e 1940, várias foram as mudanças na educação 
brasileira, principalmente em relação à expansão da educação básica. A preocupação, 
porém, versava sobre as reformas na educação do estudante sem deficiência, 
enquanto que as discussões sobre educação das pessoas com deficiências 
continuavam, ainda, semespaço. 
As propostas da Educação Especial, na época, baseavam-se em duas 
vertentes: 
 MÉDICO-PEDAGÓGICA:caracterizava pela preocupação 
higienizadoraetevecomoconsequênciasainstalaçãodeescolasemhospitais, o 
que promoveu maior segregação de atendimentos aos estudantes com 
deficiência 
 PSICOPEDAGÓGICA:buscava a educação dos “anormais”, que eram 
identificadospormeiodeescalaspsicológicaseescalasdeinteligência.Mesmo 
tendo como objetivo a educação do estudante com deficiência, essa vertente 
também revelou um caráter segregatório, dando origem às classes especiais 
públicas (JANNUZZI, 1992; MENDES,1995). 
Em1945foicriadaaSociedadePestalozzidoBrasile,em1954,aAssociação de Pais 
e Amigos dos Excepcionais (APAE). Nessa fase, observa-se a criação de escolas 
especiais beneficentes. A expansão dessas instituições privadas e filantrópicas 
desobrigava o poder público do atendimento educacional a essa parcela da 
21 
 
 
populaçãoestudantil. 
Assim, a necessidade de educação para as pessoas com deficiências, com 
“atendimento especial”, “material especial” e “professor especial”, começou a ser 
22levada em consideração. Nesse período, surgem as escolas especiais e, mais tarde, 
as classes especiais dentro de escolas comuns. 
O sistema educacional brasileiro cria dois subsistemas: 
 EducaçãoComum; 
 EducaçãoEspecial. 
Ambas com objetivos aparentemente iguais, ou seja, “formar o cidadão para a 
vida em sociedade e no trabalho”. 
 
“ Nesse momento, pode-se dizer que as escolas especiais se 
constituíram como instituições revolucionárias, pois ofereciam ensino para 
quem sequer o tinha como direito.” 
 
 
Até a década de 1950 - Em algumas deficiências, observou-se, no Brasil, o 
mesmopadrãodedesenvolvimentodoatendimentoocorridoemoutrospaíses,ainda que 
com muitos anos de atraso, como o atendimento às pessoas com deficiência auditiva 
e visual. No geral, observa-se que a fase de negligência e omissão e, principalmente, 
exclusão social, no Brasil, foi estendida por mais tempo, 
provavelmenteatéessadécada.”OatendimentonaEuropa,porsuavez,foiinstituído 
nofinaldoséculoXIX,comacriaçãodeclasseseescolascujoobjetivoeraescolarizar 
crianças com deficiência, em especial aquelas com deficiência intelectual.“ 
Nessemomento,pode-sedizerqueasescolasespeciaisseconstituíramcomo 
instituições revolucionárias, pois ofereciam ensino para quem sequer o tinha como 
direito. 
Nadécadade1960,ocorreuamaiorexpansãononúmerodeescolasdeensino 
especial já vista nopaís. 
Em 1969, havia mais de 800 estabelecimentos de ensino especial para 
estudantes com deficiência intelectual, cerca de quatro vezes mais do que a 
quantidade existente no início da década. Concomitantemente, aumentaram as 
classes especiais que funcionavam nas escolas públicas, em especial aquelas 
direcionadas aos estudantes com deficiência intelectual (JANNUZZI, 1992). 
Na década de 1970 - O conceito de integração, que se caracterizava pela 
escolarização das crianças com deficiências em ambientes o menos segregados 
possível, junto com seus pares de idade cronológica, e com a oferta de apoios 
necessários a cada estudante. Esse modelo se opunha aos modelos desegregação 
23 
 
 
e defendia-se a ideia de possibilitar às pessoas com deficiência condições de vida o 
mais normal possível. 
1980–Décadamarcanteparaaspropostasdedefiniçãodaspolíticaspúblicas da 
educação especial. Foram norteadas pelos princípios da normalização e da 
integração, o que se observou foram ações voltadas para a retirada de estudantes das 
classes comuns. Esses estudantes, colocados nas classes especiais, deveriam ser 
preparados para o retorno à classe comum, o que demonstra um equívoco no 
entendimento do princípio. Ou seja, nesse período, acreditava-se que o estudante é 
quem deveria se adaptar à escola, sendo predominante o caráter de integração à 
educação dos estudantes da EducaçãoEspecial. 
A partir de 1990, o Brasil aderiu aos movimentos mundiais pela educação 
inclusiva, que versavam sobre ações políticas, culturais, sociais e pedagógicas, 
desencadeadas em defesa do direito de todos os estudantes de aprenderem juntos, 
sem discriminação. 
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p.1): 
 
[…] constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de 
direitos humanos, que conjuga a igualdade e diferença como valores 
indissociáveis, que avança em relação à ideia de equidade formal ao 
contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e 
fora daescola. 
 
. 
Muitos foram os movimentos de organizações internacionais que propuseram 
diretrizes para a inclusão da pessoa com deficiência. O Brasil, em diferentes 
governos, comprometeu-se em assumi-las. Tais atos resultaram na elaboração de 
decretoseleisquepassaramagarantirapresençadoestudantecomdeficiênciano 
sistema regular deensino. 
As leis anteriores culminaram na Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva, que traz uma mudança na terminologia. As 
necessidades educativas especiais passam a ser denominadas deficiências, 
transtornos globais do desenvolvimento (que substitui o termo condutas típicas) e altas 
habilidades/superdotação. 
A atual política considera, ainda, a Educação Especial como modalidade de 
24 
 
 
educação escolar e como campo de conhecimento, buscando o entendimento do 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
processo educacional de estudantes da Educação Especial. Presente em todas as 
etapas dos níveis básicos ao superior de ensino, ela passa a ser complemento da 
formação desses estudantes, perdendo sua condição de substituir o ensino comum, 
curricular em escolas e classes especiais (BRASIL, 2008). 
A partir de então, observamos um crescente número de alunos da Educação 
Especial em todo território nacional. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ONUEASCONFERÊNCIASMUNDIAIS 
 
Vimos as diferentes formas de convivência do deficiente com a sociedade até 
ofinaldoséculopassado.Comisso,percebeuqueavisãosobreadeficiênciaésocial e 
historicamente construída, porque, em cada época, os homens dispõem de 
informações, recursos, conhecimentos, crenças e valores próprios daquele momento 
dahistória. 
Pode-se perceber até aqui que o caminho percorrido pelos deficientes até 
chegarem à condição de serem escolarizados foi longo e muitas vezes cruel. No 
entanto, e felizmente, o mundo mudou, os conhecimentos foram se ampliando, a 
Medicina evoluiu e as tecnologias chegaram para facilitar o cotidiano das pessoas. 
Contudo, ainda hoje há barreiras de diferentes naturezas a serem transpostas no 
convívio da sociedade com o deficiente. Entre as atuais dificuldades, está o desafio 
de tornar universal o acesso à educação, à saúde, à segurança e ao emprego. 
NocampodaEducaçãoEspecial,nemtodasasalternativaserespostasforam 
encontradas para os impasses da convivência social. Entretanto, o percurso até aqui 
sófoipossívelporque,noséculopassado,algunsdocumentosinternacionaisgerados em 
diferentes momentos tornaram-se marcos históricos e nortearam as conquistas em 
diversos campos, tanto para as pessoas de uma maneira geral, como particularmente 
para aquelas com necessidadesespeciais. 
Destacam-se, dentre esses marcos históricos: 
 Declaração Universal dos Direitos do Homem pela ONU(1948); 
 Convenção sobre os Direitos da Criança(1989); 
 Conferência Mundial Educação para Todos (1990), com a Declaração 
Mundial de Educação para Todos(1990); 
 Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: 
acesso e qualidade, com a Declaração de Salamanca(1994); 
 Convenção de Guatemala (1999) e a Carta do Terceiro Milênio (1999). 
Vamos ver, então, com mais detalhe, cada um dessesacontecimentos. 
27 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU): 
Fundada após a Segunda Guerra Mundial, em 24 de outubro de 1945, com 
apromulgaçãodaCartadasNaçõesUnidas,assinadaporrepresentantesde 
51 países, inclusive o Brasil. Nela são apresentados os objetivos que 
norteiam e pautam essa instituição: manter a paz mundial; proteger os 
Direitos Humanos; promover o desenvolvimento econômico e social das 
nações; estimular a autonomia dos povos dependentes; reforçar os laços 
entre todos os estados soberanos. A carta vem selar o compromisso da 
comunidadeinternacionaldezelarpelapazmundialepelacordialidadeentre os 
povos do planeta. Atualmente a ONU conta com a participação de 192 países 
e é o mais respeitado fórum de discussões e encaminhamentos dos 
problemasmundiais.SeisórgãosprincipaisconstituemaONU:aAssembleia 
Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o 
Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. 
Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceçãodo 
Tribunal, que fica em Haia, naHolanda. 
 
 
 
 
4.1 DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos(1948) 
 
O primeiro, e talvez o mais importante, acontecimento da história no campo 
dosdireitosdoserhumanofoiaDeclaraçãoUniversaldosDireitosHumanosadotada 
pelaOrganizaçãodasNaçõesUnidas(ONU),nodia10dedezembrode1948.Apesarde 
não constituir uma lei, esse documento é utilizado para nortear boa parte das 
decisõestomadaspelacomunidadeinternacional.Éumtextodereferênciaética,que 
estabelece os direitos naturais de todos os seres humanos, independentemente de 
nacionalidade, cor, sexo, orientação religiosa e política (TONELLO,2001). 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira declaração do gênero de que se tem notícia 
foi a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, em 1789, na França. Com dezessete 
artigos, esta declaração foi promulgada na primeira 
fase da Revolução Francesa, cujo lema era 
Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Inspirada nas 
ideias iluministas, esta fase da história foi fértil na 
reflexão sobre os princípios da condição humana e 
sobre as relações de poder entre os homens. Esta 
declaraçãotambémserviudefontedeinspiraçãopara a 
Declaração que vigorahoje. 
Antes de destacar os trechos mais importantes da Declaração, é necessário 
contextualizarosfatos,asreivindicaçõeseacompreensãodehomemedesociedade 
daquele tempo. O mundo vivia o pós-guerra em 1948. Cerca de 50 milhões de 
pessoasmorreramemcombate,pertode6milhõesdejudeusforamexterminadosem 
campos de concentração nazistas, e um sem-número de pessoas mutiladas e 
deficientes voltavam para seus países de origem. Nessa época, essas pessoas que, 
por diferentes motivos, se sentiam prejudicadas na convivência em sociedade, 
começaram a reivindicar seus direitos (TONELLO,2001). 
A Declaração surge, então, da união dos governos para a criação de 
mecanismos capazes de “proteger o homem contra o homem, as nações contra as 
nações e sempre que homens e nações se arroguem o poder de violar direitos” 
(BRASIL, 1990, p. 7). 
Este documento garante a educação para todos, indistintamente, quaisquer 
que sejam as origens ou condição social. É dentro desse contexto da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos que a Secretaria de Educação Especial do MEC 
(Seesp/MEC), desde 1994, destaca e tem sempre presente em suas decisões os 
seguintes princípios dessa Declaração: 
 Todo ser humano é elemento valioso, qualquer que seja a idade, sexo, 
29 
 
 
NÍVEL MENTAL, condições emocionais e antecedentes culturais que possua, 
ougrupoétnico,nívelsocialecredoaquepertença.Estevaloréinerenteasua 
natureza e às potencialidades que traz emsi. 
30 
 
 
 Todo ser humano, em todas as suas dimensões, é o centro e o foco de 
qualquer movimento para a sua promoção. O princípio é válido tanto para as 
pessoas normais e para as ligeiramente afetadas como, também, para as 
gravementeprejudicadas,queexigemumaaçãointegradaderesponsabilidade e 
de realizaçõespluridirecionais. 
 Todo ser humano conta com possibilidades reais, mínimas que sejam, 
de alcançar pleno desenvolvimento de suas habilidades e de adaptar-se 
positivamente ao ambientenormal. 
 Todo ser humano tem direito de reivindicar condições apropriadas de 
vida, aprendizagem e ação; de desfrutar de convivência condigna e de 
aproveitar as experiências que lhes são oferecidas para desempenhar sua 
função social como pessoa e membro atuante de umacomunidade. 
 Todo ser humano, por menor contribuição que possa dar à sociedade, 
deve fazer jus ao direito de igualdade de oportunidades, que lhe assiste como 
integrante de umasociedade. 
 Todo ser humano, sejam quais forem as suas condições de vida, tem 
direito de ser tratado com respeito e dignidade (BRASIL, 1995, p.7-8). 
 
FIQUE ATENTO 
Importantes aspectos abordados na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos: O Art. XXIV da Declaração Universal dos DireitosHumanos prevê 
quetodapessoatemdireitoaorepousoelazer(...);OArt.XXVdaDeclaração 
Universal dos Direitos do Homem prevê que toda pessoa tem direito a um 
padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar, 
inclusive alimentação, vestuário, habitações, cuidados médicos e serviços 
sociais indispensáveis (...); O Art. XXV.2 da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos prevê que toda maternidade e infância têm direito a cuidados e 
assistência especiais(...) 
 
 
 
 
 
4.2 Convenção Sobre os Direitos da Criança(1989) 
 
Outro marco histórico internacional foi a Convenção sobre os Direitos da 
Criança,de20denovembrode1989,adotadapelaAssembleiadasNaçõesUnidase 
ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de1990. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trata-se de um documento que enuncia um amplo conjunto de direitos 
fundamentais – direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais – de todas as 
crianças, assim como as respectivas disposições para que sejam aplicadas. 
Os Estados Partes presentes na convenção, considerando os princípios 
fundamentaisdasNaçõesUnidaseasdisposiçõesprecisasemdiferentestratadosde 
direitos humanos e outros textos pertinentes, reafirmam o fato de as crianças, devido 
a sua vulnerabilidade, necessitarem de proteção e de atençãoespecial. 
ParaaConvenção,sãoquatroospilaresfundamentaisqueestãorelacionados com 
todos os outros direitos dascrianças: 
 A não discriminação: que significa que todas as crianças têm o direito a 
desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as 
circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte domundo; 
 O interesse superior da criança: deve ser uma consideração prioritária 
em todas as ações e decisões que lhe digamrespeito; 
 Asobrevivênciaeodesenvolvimento:sublinhamaimportânciavitalpara a 
garantia de acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que 
as crianças possam desenvolver-seplenamente; 
 A opinião da criança: que significa que a voz das crianças deve ser 
ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus 
direitos (UNICEF,2009). 
A Convenção sobre os Direitos da Criança tem 54 artigos, que podem ser 
divididos em quatro categorias: 
 Os direitos à sobrevivência – por exemplo, o direito a cuidados 
adequados; 
 Os direitos relativos ao desenvolvimento – por exemplo, o direito à 
educação; 
 Osdireitosrelativosàproteção –porexemplo,odireitodeserprotegida 
contraexploração; 
 Osdireitosdeparticipação–porexemplo,odireitodeemitirsuaopinião 
(UNICEF,2009). 
32 
 
 
Em seu Artigo 1º, a Convenção define criança como todo ser humano menor 
de 18 anos de idade, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, a maioridade 
for alcançada mais cedo. 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O quinto princípio dessa Convenção explicita os direitos dos portadores de 
necessidades especiais, levando os educadores, em geral, a assumirem a 
responsabilidade de valorizá-los como indivíduos e como seres sociais. 
O Artigo 23, da referida Convenção, prescreve que: 
 OsEstadosPartesreconhecemàcriançamentalefisicamentedeficiente o 
direito de desfrutar de uma vida plena e decente, em condições que garantam sua 
dignidade, favoreçam sua autonomia e facilitem sua participação ativa na comunidade. 
 Os Estados Partes reconhecem à criança deficiente o direito de se 
beneficiar de cuidados especiais. Eles também, de acordo com os recursos 
disponíveis e sempre que a criança ou seus responsáveis reúnam as condições 
requeridas, estimularão e assegurarão a prestação da assistência solicitada. Esta 
deve ser adequada ao estado da criança e às circunstâncias de seus pais ou das 
pessoas encarregadas de seuscuidados. 
 Atendendo às necessidades particulares da criança deficiente, a 
assistência fornecida, conforme disposto no parágrafo 2º do presente artigo, será 
gratuitasemprequepossível,levando-seemconsideraçãoasituaçãoeconômicados 
paisoudaspessoasquecuidemdacriança,evisaráasseguraràcriançadeficienteo acesso 
efetivo à educação, à capacitação, aos serviços de saúde, aos serviços de 
reabilitação, à preparação para o emprego e às atividades recreativas, e que ela se 
beneficie desses serviços de forma a assegurar uma integração social tão completa 
quanto possível e o desenvolvimento pessoal, incluindo os domínios cultural e 
espiritual. 
 Os Estados Partes promoverão,com o espírito de cooperação 
internacional, um intercâmbio adequado de informações nos campos da assistência 
médica preventiva e do tratamento médico, psicológico e funcional das crianças 
deficientes, inclusive a divulgação de informações a respeito dos métodos de 
reabilitação e dos serviços de ensino e formação profissional, bem como o acesso a 
essa informação, a fim de que os Estados Partes possam aprimorar sua capacidade 
e seus conhecimentos e ampliar sua experiência nesses campos. Nesse sentido, 
serão levadas especialmente em conta as necessidades dos países em 
34 
 
 
desenvolvimento (UNICEF,2009). 
Para a Convenção, a criança deficiente tem direito a cuidados especiais, 
educação e formação adequada, que lhe permitam ter uma vida plena e decente, em 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
condições de dignidade, e atingir o maior grau de autonomia e integração social 
possível (UNICEF, 2009). 
 
4.3 Conferência Mundial de Educação Para Todos(1990) 
 
Quarenta anos depois que as nações do mundo afirmaram na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos que toda pessoa tem direito à educação, ainda na 
década de 1990, mais de 100 milhões de crianças não tinham acesso ao ensino 
primário,960milhõesdeadultoseramanalfabetosemaisdeumterçodosadultosno mundo 
não tinham acesso ao conhecimento impresso e às novastecnologias. 
Uma década antes do terceiro milênio, enquanto nos países mais 
desenvolvidos o crescimento econômico permitiu financiar a educação, mesmo 
considerando que ainda milhões de pessoas continuassem a viver na pobreza e 
analfabetas, nos países menos desenvolvidos o acesso à educação foi dificultado 
ainda mais por inúmeros problemas. 
O acesso às informações disponíveis no mundo, importante para a 
sobrevivência e bem-estar das pessoas, continua crescendo em um ritmo acelerado, 
e nossa capacidade em comunicar é fundamental para levar a informação de forma 
que os conhecimentos sobre qualidade de vida estejam disponíveis. A pesquisa e as 
experiências acumuladas em inovações, reformas e nos progressos alcançados em 
educação, em muitos países, fazem com que a meta de educação básica para todos 
– pela primeira vez na história – seja uma meta viável (Preâmbulo da Declaração 
Mundial da Educação para Todos – satisfação das necessidades básicas de 
Aprendizagem). 
Nesse cenário mundial, em março de 1990, em Joimtien, Tailândia, os 
participantes reunidos para a Conferência Mundial sobre Educação para Todos 
relembram que a educação pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, 
mais sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro e que é de importância 
fundamental para o progresso pessoal e social e, entre outras constatações, 
proclamam a Declaração Mundial sobre Educação para Todos – satisfação das 
36 
 
 
necessidades básicas de Aprendizagem. 
Os 10 artigos da Declaração tratam de: satisfazer as necessidades básicas de 
aprendizagem; expandir o enfoque no sentido das práticas correntes; universalizar o 
acesso à educação e promover a equidade; concentrar a atenção naaprendizagem; 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ampliar os meios e o raio de ação da educação básica; propiciar um ambiente 
adequado à aprendizagem; desenvolver uma política contextualizada de apoio; 
mobilizar recursos e fortalecer a solidariedade internacional. 
Portanto, a Conferência Mundial sobre Educação para Todos (1990) ratifica o 
direito de toda criança à educação, direito esse proclamado desde a Declaração de 
Direitos Humanos em 1948. 
 
4.4 Conferência Mundial Sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e 
Qualidade(1994) 
 
Essaconferênciafoioutroacontecimentoimportantenocenáriointernacionale 
aconteceu em Salamanca, Espanha, entre os dias 7 e 10 de junho de1994. 
Nessa oportunidade, os delegados representantes dos 92 governos e de 25 
organizações internacionais reafirmaram, por meio de um documento denominado 
“Declaração de Salamanca”, o compromisso com a Educação para Todos, 
reconhecendo a necessidade e a urgência de ser o ensino ministrado, no sistema 
comum de educação, a todas as crianças, jovens e adultos com necessidades 
educativas especiais e apoiaram a Linha de Ação para as Necessidades Educativas 
Especiais,cujoespíritorefletidoemsuasdisposiçõeserecomendaçõesdeveorientar 
organizações e governos. 
 
4.4.1 Declaraçãode Salamanca(1994) 
 
A Declaração de Salamanca é, portanto, o documento resultante da 
Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais. E, por isso, ela é 
outro marco internacional no contexto da garantia dos direitos das pessoas com 
necessidades educacionais especiais e deficiência. 
EssaDeclaraçãounificaosprincípios,apolíticaeaspráticasdaintegraçãodas 
pessoas com necessidades educativas especiais. O documento da Declaração de 
Salamanca (1994) proclamaque: 
38 
 
 
 Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser dada 
a oportunidade de obter e manter um nível adequado deconhecimentos. 
 Cada criança tem características, interesses, capacidades e 
necessidades de aprendizagem que lhe sãopróprias. 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ossistemaseducativosdevemserprojetadoseosprogramasaplicados de 
modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e 
necessidades. 
 As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso 
à escola regular, que deverá integrá-las numa pedagogia centrada na pessoa, capaz 
de atender a essasnecessidades. 
 As escolas regulares, com essa orientação inclusiva, constituem os 
meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias, criando-se 
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando 
educação para todos, além de proporcionar uma educação efetiva à maioria das 
crianças e melhorar tanto a eficiência como a relação custo-benefício de todo o 
sistema educacional (BRASIL,1995). 
A Declaração de Salamanca traz, ainda, novas ideias sobre necessidades 
educativas especiais e diretrizes de ação no Plano Nacional, que incluem: 
 A política e as formas deorganização. 
 Os aspectosescolares. 
 A formação do pessoaldocente. 
 Osserviçosexternosqueservirãodeapoio.EducaçãoEspecial|Marcos 
históricos internacionais da Educação Especial até o século XX 80 CEDERJ – As 
áreas prioritárias (educação pré-escolar, preparação para a vida adulta, educação 
continuada de adultos e demeninas). 
 A participação da comunidade e os recursosnecessários. 
Este documento se torna, no Brasil, um referencial que sinaliza um novo 
momento para a Educação Especial, que passa a difundir a filosofia da Educação 
Integradora.Assimchamadainicialmente,aEducaçãoIntegradorarecebe,maistarde, o 
nome de Educação Inclusiva. Antes não havia nada tãoespecífico. 
A Declaração orienta as práticas da educação para todos e que as escolas, 
agora integradoras, devem acolher as crianças independentemente de suas 
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas. Essa Declaração 
advoga a pedagogia centrada na criança. 
40 
 
 
 
Pedagogiacentradanacriançaéaquelacapazdeeducarcomsucessotodos os 
alunos, inclusive os que sofrem de deficiências graves. O mérito dessas 
escolas não está só na capacidade de dispensar educação de qualidade a 
todas as crianças; com sua criação, dá-se um passo importante para tentar 
mudaratitudesdediscriminaçãoecriarcomunidadesqueacolhematodosem 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sociedades integradas. A pedagogia centrada na criança contribui, inclusive, 
para evitar desperdícios de recursos e frustração de esperanças, 
consequências frequentes da má qualidade do ensino (BRASIL, 1994). 
 
AlgumasdasideiasaseguirmostrarãooalcancedaDeclaraçãodeSalamanca 
naorientaçãoeprocedimentosemdiferentesaspectosnaáreadaEducaçãoEspecial. 
 O Direito da Criança- Toda criança com deficiência tem o direito de 
manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade de 
estar certadisso. 
 Princípio Fundamental -As escolasdevem acolher todas as crianças, 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, 
linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem 
dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações 
distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e 
crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas oumarginalizadas. 
 NecessidadesEducativasEspeciais:Talexpressãorefere-seatodas as 
crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas 
dificuldades de aprendizagem. Em algum momento de sua escolarização, muitas 
crianças têm dificuldades de aprendizagem e, portanto, necessidades educativas 
especiais. Um exemplo é aquela criança que, por ter baixa visão, necessita de um 
determinadotipodeampliaçãodemateriaispedagógicosparaquepossalererealizar as 
atividades da mesma forma que as outras crianças. Nesse caso, a escola deve 
oferecer todo o apoio adicional necessário à educação da criança, podendo fazê-lo 
em salas de recursos, no contraturno – no outro período da escola regular ou, em 
alguns casos, até mesmo em escolasespecializadas. 
 Escola Integradora:É a escola cujo desafio é desenvolver uma 
pedagogia centrada na criança, capaz de educar com sucesso todos os alunos, 
inclusiveosquesofremdedeficiênciasgraves.Umexemploéaqueatendeacriança que 
necessita de uma atenção diferenciada e orientada de forma que se adapte aos 
diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e que assegure, a ela, um ensino de 
qualidade. 
42 
 
 
 Pressupostos:Todas as diferenças humanas são normais e a 
aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às necessidades de cada criança, e não ao 
contrário. Assim, a escola e os professores devem favorecer a aprendizagem e não 
esperarqueoalunoseajusteàescola.Agoracabeàescolaseorganizaresepreparar 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
para receber a todos. Uma pedagogia centrada na criança é válida para todos os 
alunos e, consequentemente, para toda a sociedade. Assim, as escolas que 
centralizamoensinonacriançasãoabaseparaaconstruçãodeumasociedadeque respeita 
tanto a dignidade quanto as diferenças de todos os seres humanos e possibilita a 
todos condições de aprendizagem mais adequadas à necessidade de cadaum. 
 
4.5 Convenção de Guatemala(1999) 
 
Um outro acontecimento importante, ainda no final do século XX, foi a 
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, que aconteceu na Guatemala em maio 
de 1999, conhecida como Convenção de Guatemala. 
Essa Convenção foi promulgada pelo Brasil, por meio do Decreto n. 
3.956/2001, que afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos 
humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas e define discriminação 
com base na deficiência toda diferenciação, exclusão ou ainda restrição que possa 
impedir ou anular os direitos humanos e suas liberdades fundamentais. 
A importância desse Decreto, para a educação, é que ele exige uma 
reinterpretação da educação especial compreendida no contexto da diferenciação e 
orienta procedimentos no sentido de tomar medidas de caráter legislativo, social, 
educacional, trabalhista e de qualquer outra natureza no sentido de eliminar a 
discriminação e proporcionar a integração da pessoa com necessidades especiais à 
sociedade. 
Guatemala é um país situado a oeste da América Central, marcado pela 
oposição entre os indígenas de origem maia, que exercem forte influência na cultura 
nacional – metade da população, e a elite de origem espanhola, que controla a 
economia e o poder político. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.5.1 Convenção deGuatemala 
 
OsEstadosPartesreafirmaramqueaspessoasportadorasdedeficiênciatêm os 
mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que 
essesdireitos,inclusiveodireitodenãosersubmetidasàdiscriminaçãocombasena 
deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser 
humano. 
AindaosEstadosPartesdediferentesregiõeseorganizações,presentesnessa 
convenção,combaseemváriosdocumentosinternacionais,doperíodoentreosanos 
de1975a1996,concordaramemumasériedeaçõeseencaminhamentostraduzidos em 14 
artigos. Alguns merecem destaque, pois tratam dedefinições: 
Artigo I: Para os efeitos desta Convenção, entende-se por: 
1) Deficiência: 
O termo “deficiência” significa uma restrição física, mental ou sensorial, de 
natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais 
atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico 
e social. 
2) Discriminação contra as pessoas portadoras dedeficiência: 
A expressão “discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência” 
significa toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, 
antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de 
deficiênciapresenteoupassada,quetenhaoefeitooupropósitodeimpedirouanular 
oreconhecimento,gozoouexercícioporpartedaspessoasportadorasdedeficiência de 
seus direitos humanos e suas liberdadesfundamentais. 
(...) Dos objetivos e formas para alcançá-los: 
Artigo II: Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de 
discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena 
integração à sociedade. 
Artigo III: Para alcançar os objetivos desta Convenção, os Estados Partes 
comprometem-se a: 
45 
 
 
Tomarasmedidasdecaráterlegislativo,social,educacional,trabalhista,oude 
qualquer outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação contra 
as pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integraçãoà 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sociedade, entre as quais as medidas abaixo enumeradas, que não devem ser 
consideradas exclusivas: 
 
Medidas das autoridades governamentais e/ou entidades privadas para 
eliminar progressivamente a discriminação e promover a integração na 
prestação ou fornecimento de bens, serviços, instalações, programas e 
atividades,taiscomooemprego,otransporte,ascomunicações,ahabitação, o 
lazer, a educação, o esporte, o acesso à justiça e aos serviços policiais e às 
atividades políticas e deadministração; 
Medidasparaqueosedifícios,osveículoseasinstalaçõesquevenhamaser 
construídos ou fabricados em seus respectivos territórios facilitem o 
transporte,acomunicaçãoeoacessodaspessoasportadorasdedeficiência; 
Medidas para eliminar, na medida do possível, os obstáculos arquitetônicos, 
de transporte e comunicações que existam, com a finalidade de facilitar o 
acesso e uso por parte das pessoas portadoras de deficiência;e 
Medidas para assegurar que as pessoas encarregadas de aplicar esta 
Convenção e a legislação interna sobre esta matéria estejam capacitadas a 
fazê-lo. 
 
2) Trabalhar prioritariamente nas seguintesáreas: 
 
 
Prevenção de todas as formas de deficiência que possam ser prevenidas; 
Detecção e intervenção precoce, tratamento, reabilitação, educação, 
formação ocupacional e prestação de serviços completos para garantir o 
melhor nível de independência e qualidade de vida para as pessoas 
portadoras de deficiência; 
Sensibilização da população, por meio de campanhas de educação, 
destinadas a eliminar preconceitos, estereótipos e outras atitudes que 
atentam contra o direito das pessoas a serem iguais, permitindo desta forma 
o respeito e a convivência com as pessoas portadoras de deficiência. Por 
exemplo, campanhas veiculadas na mídia como “Ser diferente é normal” 
(CONVENÇÃO INTERAMERICANA, 1999). 
 
Atualmente, para além do aspecto educacional, de certa forma nos é familiar 
começar a pensar na remoção de barreiras arquitetônicas e atitudinais com vistas à 
acessibilidade da pessoa com necessidades especiais ou com alguma deficiência. A 
mídiaimpressaetelevisivaatodomomentoexploraessamensagem,mas,háquinze, vinte 
anos esse enfoque não existia. Assim, a Convenção de Guatemala (1999)acrescentouaosdocumentosanterioresanecessidadedesepreveniredeseeliminar todas 
as formas de discriminação contra as pessoas com necessidades especiais e propiciar 
sua plenaintegração. 
47 
 
 
 
4.6 Cartado Terceiro Milênio(1999) 
 
Quase na virada do século passado, os Estados Membros, certos e 
determinados de que os direitos humanos de qualquer pessoa, em qualquer 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sociedade, deveriam ser reconhecidos e protegidos, aprovaram a Carta do Terceiro 
Milênio em 9 de novembro de 1999, em Londres, Grã-Bretanha, pela Assembleia 
Governativa da Rehabilitation International. 
Noterceiromilêniotem-seadeterminaçãodequeosdireitoshumanosdecada 
pessoa, em qualquer sociedade, devem ser reconhecidos e protegidos. Essa Carta é 
proclamada para transformar essa visão em realidade. Segundo o documento, os 
direitos humanos básicos são rotineiramente negados a segmentos inteiros da 
população mundial, nos quais se encontram muitosdos 
600 milhões de crianças e mulheres e homens que têm deficiência. O documento 
destaca: 
No texto ainda consta que: 
 
Busca-se um mundo onde oportunidades iguais para pessoas com 
deficiência se tornem consequência natural de políticas e leis que 
apoiem o acesso e a plena inclusão em todos os aspectos da 
sociedade. O progresso científico e social no século XX aumentou a 
compreensãosobreovalorúnicoeinvioláveldecadavida.Contudo,a 
ignorância, o preconceito, a superstição e o medo ainda dominam 
grande parte das respostas da sociedade à deficiência (CARTA..., 
1999). 
 
As estatísticas dão conta de que pelo menos 10% da população de qualquer 
sociedade já nasce com, ou adquire, uma deficiência e aproximadamente uma em 
cada quatro famílias possui uma pessoa com deficiência. No Brasil, segundo ocenso 
demográficodoInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE,2000)24milhões de 
brasileiros apresentam algum tipo de incapacidade (limitação para atividade) ou 
deficiência,oquesignifica14,4%dapopulaçãobrasileira.ParaoséculoXXI,portanto, 
combasenaCartadoTerceiroMilênio(1999)“precisamosaceitaradeficiênciacomo parte 
comum da variada condiçãohumana”. 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3:Orientações sobre deficiência para o terceiro milênio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: (MANZINI, 2010). 
 
 
UmadasorientaçõesmaisimportantesparaoTerceiroMilênioestánohomem, e, 
por extensão, na sociedade: a de “aceitar a deficiência como parte comum da variada 
condição humana”. Assim talvez seja possível garantir a todo ser humano dignidade, 
independentemente de sua condição, e estimular a solidariedade entre todas as 
pessoas doplaneta. 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. ALEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA EDUCAÇÃO ESPECIALE 
INCLUSIVA 
 
1988 – Constituição da República Federativa do Brasil 
Estabelece“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV). 
Define, ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo 
o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o 
trabalho. 
 
Art. 206 
Inciso I, estabelece “igualdade de condições de acesso e permanência na 
escola” como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a 
oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular 
de ensino (art. 208). 
 
Art. 205 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa,seupreparoparaoexercíciodacidadaniaesuaqualificaçãoparaotrabalho. 
 
Art. 206 
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de 
condições para o acesso e permanência na escola; 
 
Art. 208 
O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular deensino; 
IV - Atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos deidade. 
51 
 
 
 
 
Art. 213 
Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a 
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I – Comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação. 
 
1989 – Lei nº 7.853/89 
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração 
social.Definecomocrimerecusar,suspender,adiar,cancelarouextinguiramatrícula 
deumestudanteporcausadesuadeficiência,emqualquercursoouníveldeensino, 
sejaelepúblicoouprivado.Apenaparaoinfratorpodevariardeumaquatroanosde prisão, 
maismulta. 
 
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90 
O artigo 55 reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os 
pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede 
regular de ensino”. 
 
1990 – Declaração Mundial de Educação para Todo 
Documentos internacionais passam a influenciar a formulação das políticas 
públicas da educação inclusiva. 
 
1994 – Declaração de Salamanca 
Dispõe sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades 
educacionais especiais. 
 
1994 – Política Nacional de Educação Especial 
Em movimento contrário ao da inclusão, demarca retrocesso das políticas 
pública ao orientar o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso 
às classes comuns do ensino regular àqueles que “(…) possuem condições de 
acompanharedesenvolverasatividadescurricularesprogramadasdoensinocomum, no 
mesmo ritmo que os alunos ditosnormais”. 
53 
 
 
 
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 
9.394/96No artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos 
alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas 
necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
exigido para a conclusão do ensino fundamental em virtude de suas deficiências e; a 
aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. 
Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a 
“possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado” (art. 24, inciso V) e “(…) oportunidades educacionais apropriadas, 
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de 
trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). Em seu trecho mais controverso (art. 
58 e seguintes), diz que “o atendimento educacional especializado será feito em 
classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições 
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do 
ensino regular”. 
 
1999 – Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89 
Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência,defineaeducaçãoespecialcomoumamodalidadetransversalatodosos níveis 
e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial 
ao ensinoregular. 
 
2001–
DiretrizesNacionaisparaaEducaçãoEspecialnaEducaçãoBásica(Resolução 
CNE/CEB nº2/2001) 
Determinam que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, 
cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais (art. 2º), o que contempla, portanto, o 
atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à 
escolarização. Porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular,acaba 
por não potencializar a educação inclusiva prevista no seu artigo2º. 
 
2001 – Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001 
Destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir 
55 
 
 
seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade 
humana”. 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2001– Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil 
peloDecreto nº 3.956/2001 
Afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e 
liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com 
base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o 
exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. 
 
2002 – Resolução CNE/CP nº1/2002 
Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de 
ProfessoresdaEducaçãoBásica,definequeasinstituiçõesdeensinosuperiordevem 
prever em sua organização curricular formação docente voltada para a atenção à 
diversidadeequecontempleconhecimentossobreasespecificidadesdosalunoscom 
necessidades educacionaisespeciais. 
 
2002 – Lei nº 10.436/02 
Reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e 
expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar 
seuusoedifusão,bemcomoainclusãodadisciplinadeLibrascomoparteintegrante do 
currículo nos cursos de formação de professores e defonoaudiologia. 
 
2003 – Portaria nº 2.678/02 
Aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do 
Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da 
Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o 
território nacional. 
 
2004 – Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas 
eClasses Comuns da Rede Regular 
 
OMinistérioPúblicoFederaldivulgaodocumentocomoobjetivodedisseminar os 
57 
 
 
conceitos e diretrizes mundiais para ainclusão. 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2004 – Decreto nº 5.296/04 
Regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e 
critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com 
mobilidade reduzida (implementação do Programa Brasil Acessível). 
 
2005 – Decreto nº 5.626/05 
RegulamentaaLeinº10.436/02,visandoàinclusãodosalunossurdos,dispõe sobre 
a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de 
professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa 
como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no 
ensinoregular. 
 
2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos 
Lançado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, pelo Ministério da 
Educação,peloMinistériodaJustiçaepelaUNESCO.Objetiva,dentreassuasações, 
fomentar, no currículo da educação básica, as temáticas relativas às pessoas com 
deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem inclusão, acesso e 
permanência na educaçãosuperior. 
 
2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE 
Traz como eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a 
implantação de salas de recursos multifuncionais e a formação docente para o 
atendimento educacional especializado. 
 
2007 – Decreto nº 6.094/07 
Estabelece dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação a 
garantiadoacessoepermanêncianoensinoregulareoatendimentoàsnecessidades 
educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas 
públicas. 
59 
 
 
 
2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
daEducação Inclusiva 
Traz as diretrizes que fundamentam uma política pública voltada à inclusão 
escolar, consolidando o movimento histórico brasileiro. 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
AprovadapelaONUedaqualoBrasilésignatário.EstabelecequeosEstados Parte 
devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino. 
Determina que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema 
educacional geral e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino 
fundamentalgratuitoecompulsório;equeelastenhamacessoaoensinofundamental 
inclusivo,dequalidadeegratuito,emigualdadedecondiçõescomasdemaispessoas na 
comunidade em que vivem(Art.24). 
 
2008 – Decreto nº 6.571 
Dá diretrizes para o estabelecimento do atendimento educacional 
especializado no sistema regular de ensino (escolas públicas ou privadas). 
 
2009 – Decreto nº 6.949 
Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
DeficiênciaeseuProtocoloFacultativo,assinadosemNovaYork,em30demarçode 2007. 
Esse decreto dá ao texto da Convenção caráter de norma constitucional brasileira. 
 
2009 – Resolução No. 4 CNE/CEB 
Institui diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado 
na Educação Básica, que deve ser oferecido no turno inverso da escolarização, 
prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra 
escola de ensino regular. O AEE pode ser realizado também em centros de 
atendimento educacional especializado públicos e em instituições de caráter 
comunitário, confessional ou filantrópico sem fins lucrativos conveniados com a 
Secretaria de Educação (art.5º). 
 
2011 – Plano Nacional de Educação (PNE) 
Projeto de lei ainda em tramitação. A Meta 4 pretende “Universalizar, para a 
população de 4 a 17 anos: 
61 
 
 
 Atendimento escolar aos estudantes comdeficiência; 
 Transtornos globais dodesenvolvimento; 
 Altas habilidades ou superdotação na rede regular deensino. 
62 
 
 
Dentre as estratégias, está: 
 Garantir repasses duplos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(FUNDEB) a estudantesincluídos; 
 Implantar mais salas de recursosmultifuncionais; 
 Fomentar a formação de professores deAEE; 
 Ampliar a oferta doAEE; 
 Manter e aprofundar o programa nacional de acessibilidade nasescolas 
públicas; 
 Promover a articulação entre o ensino regular e oAEE; 
 Acompanhar e monitorar o acesso à escola de quem recebe obenefício 
de prestaçãocontinuada. 
 
 
2012 – Lei nº 12.764 
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno 
doEspectroAutista;ealterao§3ºdoart.98daLeinº8.112,de11dedezembro de1990. 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. AEDUCAÇÃO ESPECIAL EASTERMINOLOGIA 
 
Tendo em vista a diversidade de termos utilizados no que se refere Educação 
Especial, foi propôs-se que se padronize a nomenclatura referente a este tema. 
Taliniciativatemextremarelevânciatendoemvistaquedesignaçõesdiferentes 
para os mesmos serviços, profissionais e recursos dificultam a compreensão e 
propiciamequívocosnasproposiçõesdediretrizesepolíticas,tomadasdedecisõese 
orientações técnicas, tanto ao Poder Judiciário quanto das instânciasinternas. 
Desse modo, apresenta-se a seguir o contexto da terminologia mais aspectos 
relevantes que justificam tal proposição. 
 
6.1 Pessoa comDeficiência 
 
Tendo em vista que essa questão não existe somente em âmbito paulista, o 
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONAD, 
subordinadoàSecretariaEspecialdeDireitosHumanos,publicou,em2009,oParecer 
CONAD 21/09, que trata especificamente sobre esse tema. No citado Parecer, fica 
estabelecido, em suaanálise: 
“As terminologias para designar pessoas com deficiência foram sendo 
modificadas durante os períodos históricos, tendo os vocábulos acompanhado as 
mudanças ocorridas a partir de diferentes paradigmas sociais vigentes. 
O atual contexto dos direitos das pessoas com deficiência está baseado no 
modelosocialdedireitoshumanos,cujopressupostoédereconhecimentodepessoa com 
deficiência como pessoa humana em primeiro lugar, titular de direitos e liberdades 
fundamentais, independentemente de sua limitação funcional. Nesse sentido, não se 
porta uma deficiência como se fosse uma bolsa que se retira em seguida para no 
momento posterior recolocá-la. Por isso a expressão pessoa portadora de deficiência 
não é uma boa expressão para identificar o segmento. Pessoas com necessidades 
especiais também não identifica de fato sobre que grupo está-se referindo se 
considerarmos que todos têm algumanecessidade especial. Com o advento da 
64 
 
 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, juntamente com 
seu Protocolo Facultativo, por intermédio da promulgação do 
DecretoLegislativonº186,de09dejulhode2008,aprovadacomequivalênciaformal 
aumaemendaconstitucionalumaveztendoseguido,tantonaCâmarados 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deputados quanto no Senado Federal, o quórum qualificado determinado e na forma 
definidapelo§3º,doart.5º,daConstituiçãoFederal,omaisnovoparâmetrovalorativo do 
ordenamento jurídico brasileiro é a positivação da expressão traduzida para o 
português como pessoa com deficiência. 
Noâmbitodalegislaçãobrasileira,oconceitolegalpormenorizadoencontra-se no 
Decreto5.296/2004.” 
Portanto, não se deve utilizar: 
 
 
 Necessidadesespeciais; 
 Portador ou pessoaportadora; 
 Aluno ou pessoaespecial; 
 Deficiente. 
 
 
A expressão adequada é pessoa com deficiência e suas variações, tais como: 
aluno com deficiência, mulher com deficiência, jovem com deficiência, pessoa com 
deficiência visual/auditiva/intelectual, autismo etc. 
As deficiências se apresentam definidas nos Decretos Federais nº 3.298/1999 
e 5.296/2004, conforme segue: 
 
 Definição de Surdez/Deficiência Auditiva 
Segundo a alínea "b", do §1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 
dedezembro,de2004,sãoconsideradaspessoascomsurdez/deficiênciaauditivaas 
queapresentamperdaauditivabilateral,igualouacimadequarentaeumdecibéis(41 dB) 
ou mais, aferida por audiometria na média das frequências de 500Hz, 1.000Hz, 
2.000Hz e 3.000Hz. Esta perda pode estar ou não associada a outrasdeficiências. 
 
 Definição de DeficiênciaVisual 
Segundo a alínea "c", do §1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 
de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência visual as que 
apresentam: 
66 
 
 
1.1 - Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor 
olho, com a melhor correçãoóptica; 
1.2 -Baixavisão,quesignificaacuidadevisualentre0,3e0,05nomelhorolho, com a 
melhor correçãoóptica; 
67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 -Oscasosnosquaisasomatóriadamedidadocampovisualemambosos olhos 
for igual ou menor que60o; 
1.4 - A ocorrência simultânea de quaisquer das condiçõesanteriores. 
 
 
 Definição de DeficiênciaFísica 
Segundo a alínea "a", do §1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 
de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência física aquelas que 
apresentam alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo 
humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a 
formadeparaplegia,paraparesia,monoplegia,monoparesia,tetraplegia,tetraparesia, 
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de 
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou 
adquirida, à exceção das deformidades estéticas e das que não produzam dificuldades 
para o desempenho defunções. 
SegundooMEC,“DeficiênciaFísicaserefereaocomprometimentodoaparelho 
locomotorquecompreendeoSistemaOsteoarticular,oSistemaMusculareoSistema 
Nervoso.AsdoençasoulesõesqueafetamquaisquerdessesSistemasisoladamente ou 
em conjunto podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, 
segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesãoocorrida.” 
 
 Definição de DeficiênciaIntelectual 
Segundo a alínea" d", do §1º, do artigo 5º, do Decreto Federal nº 5.296, de02 
de dezembro de 2004, são consideradas pessoas com deficiência intelectual as que 
apresentam: 
o Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com 
manifestação antes dos dezoitoanos; 
o Limitaçõesassociadasaduasoumaisáreasdehabilidadesadaptativas, tais 
como: 
 
• Comunicação; 
68 
 
 
• Cuidadopessoal; 
• Habilidadessociais; 
• Utilização dos recursos dacomunidade; 
• Saúde esegurança; 
69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Habilidadesacadêmicas; 
• Lazer;e 
• Trabalho. 
 
 
Ainda, segundo a Associação Americana de Deficiência Intelectual e 
Desenvolvimento - AAIDD: 
"Deficiência intelectual é uma incapacidade caracterizada por limitações 
significativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizado, resolução 
de problemas) 
quanto no comportamento adaptativo, que cobre uma gama de habilidades 
sociais e práticas do dia a dia. Esta deficiência se origina antes da idade de 18." 
 
 Definição de Transtornos Globais doDesenvolvimento 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV (APA, 
2002) utiliza o termo Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) para caracterizar 
os quadros com prejuízos nas habilidades de interação social, de comunicação e de 
comportamento, e com presença de interesses e atividades estereotipados. Os TGD 
englobam o Transtorno Autista, o Transtorno de Rett, o Transtorno Desintegrativo da 
Infância, o Transtorno de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem 
Outra Especificação. 
Atualmente, a Associação Americana de Psiquiatria lançou o DSM-5 que 
discute critérios clínicos diferenciados e a elaboração de uma nova categoria 
diagnóstica para incluir o autismo. Propõe excluir da condição de TGD o Transtorno 
Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Rett. 
Deacordocomoparágrafo1º,doartigo1º,daLeiFederalnº12.764/2012,que Institui 
a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do 
EspectroAutista, 
"§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do 
espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos 
seguintes incisos I ou II: 
70 
 
 
I - Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da 
interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não 
verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em 
desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível dedesenvolvimento; 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II -Padrõesrestritivoserepetitivosdecomportamentos,interesseseatividades, 
manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por 
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de 
comportamento ritualizados; interesses restritos efixos. 
§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com 
deficiência, para todos os efeitos legais” 
Assim, especificamente em relação à legislação e às orientações para a 
modalidade, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo irá utilizar a 
denominação Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com o DSM-5, o 
Transtorno do Espectro Autista (TEA), é subdividido em três níveis: 
Nível III para casos que exigem apoio muito substancial, com: 
a) graves déficits na capacidade de comunicação social, verbal e nãoverbal; 
b) gravesprejuízosnofuncionamento,muitolimitadoemdarinícioainterações 
sociais, resposta mínima às propostas sociais deoutros; 
c) inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a 
mudança ou outros comportamentos repetitivos/restritos que interferem 
significativamente no funcionamento, em todas asesferas; 
d) grande sofrimento/ dificuldade em alterar o foco ouação. 
Nível II para casos que exigem apoio substancial, com: 
a) déficits acentuados das habilidades de comunicação social, verbal e não 
verbal; 
b) prejuízos sociais aparentes, mesmo comapoio; 
c) limitação em dar início a interações sociais e respostas reduzidas ou 
anormais a aberturas sociais deoutros; 
d) inflexibilidade de comportamento, dificuldade em lidar com a mudança, ou 
outros comportamentosrepetitivos/restritos; 
e) sofrimento e/ou dificuldade em alterar o foco ouação. 
Nível I para casos que exigem apoio. Na ausência de apoios, podem 
apresentar: 
a) déficits na comunicação social, causando prejuízosvisíveis; 
72 
 
 
b) dificuldade em iniciar interações sociais e exemplos claros de resposta 
atípica ou mal sucedida de incursõessociais dosoutros; 
c) interesse reduzido em interaçõessociais; 
d) inflexibilidade decomportamento; 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) dificuldade em alternaratividades; 
f) problemas de organização e planejamento são obstáculos àindependência. 
 
 
 Definição de Altas Habilidades ouSuperdotação 
Segundo a Resolução SE nº 81/2012, que dispõe sobre o processo de 
aceleração de estudos para alunos com altas habilidades/superdotação na rede 
estadual de ensino, a definição desses alunos se estabelece, em seu Artigo 1º: 
"São considerados alunos com altas habilidades/superdotação, aqueles que 
apresentam potencial elevado e grande envolvimento com áreas do conhecimento 
humano, isoladas ou combinadas, tais como as áreas intelectual, acadêmica, 
psicomotora, de liderança e de criatividade, associados a um alto grau de motivação 
para a aprendizagem e para a realização de tarefas em assuntos de seu interesse." 
74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO –AEE 
 
No que se refere a recursos e profissionais, há legislações e documentos 
nacionais que estabelecem as denominações que devem ser utilizadas. Seguem 
alguns exemplos: 
NaConstituiçãoFederaldoBrasil,de1988,bemcomonaResoluçãoCNE/CEB 
04/09,estabelece-se: 
Atendimento Educacional Especializado (AEE) - Essa expressão se refere ao 
atendimento que se oferece aos alunos público-alvo da Educação Especial, tal como 
preconizam os Artigos 1º e 2º da Resolução CNE/CEB 04/09: 
 
“[...] os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, 
transtornosglobaisdodesenvolvimentoealtashabilidades/superdotaçãonas 
classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em 
centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de 
instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem finslucrativos. 
 
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do 
aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e 
estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e 
desenvolvimento de sua aprendizagem. 
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de 
acessibilidadenaeducaçãoaquelesqueasseguramcondiçõesdeacessoaocurrículo dos 
alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos 
materiaisdidáticosepedagógicos,dosespaços,dosmobiliárioseequipamentos,dos 
sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demaisserviços.” 
Na Secretaria de Educação de São Paulo, segundo a Resolução SE nº 61/14, 
esse tipo de atendimento é denominado Atendimento Pedagógico Especializado 
(APE). No entanto, o CAESP/CAPE já utiliza a expressão AEE em seus documentos 
epareceresatéqueaResoluçãoSE61/14sejaatualizadaeaexpressãoAtendimento 
Educacional Especializado (AEE) substitua o Atendimento PedagógicoEspecializado 
(APE). 
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Dessa forma, para se referir ao atendimento realizado pelo professor 
especializado na sala de recursos e em outros ambientes escolares, deve-se utilizar 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE. 
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7.1 Profissional deApoio 
 
AsSecretariasdeEducaçãoeSaúdedeSãoPauloassinaramcomoMinistério 
Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê a presença de um 
profissional cuidador nas escolas, que tem comodefinição: 
“[...] CUIDADOR – é o profissional ou prestador de serviços, devidamente 
capacitado, que proporciona o atendimento e apoio necessários a alunos com 
deficiência, cujas limitações lhes acarretem dificuldade de caráter permanente ou 
temporário no cotidiano escolar, e que não conseguem, com independência e 
autonomia, realizar, dentre outras, atividades relacionadas à alimentação, higiene 
bucal e íntima, utilização de banheiro, locomoção, administração de medicamentos 
constantes de prescrição médica (mediante autorização escrita dos responsáveis, 
salvo na hipótese em que esta atividade for privativa de enfermeiro, nos termos da 
legislação).” 
Nanormatizaçãonacional,esseprofissionaltemadenominaçãodeprofissional de 
apoio. Essa expressão está presente nas Notas Técnicas nº 19/10 e nº 24/12 da 
SECADI-SecretariadeEducaçãoContinuada,Alfabetização,DiversidadeeInclusão, 
subordinada ao MEC, e na Lei Federal 13.146/15, dentre outrosdocumentos. 
Portanto, o CAESP/CAPE propõe que o termo Cuidador seja substituído por 
Profissional de Apoio para seguir as orientações nacionais acerca desse profissional. 
 
7.2 ProfessorInterlocutor 
 
O profissional que realiza, na sala de aula regular, a interpretação em Língua 
Brasileira de Sinais (LIBRAS) aos alunos com deficiência auditiva que fazem uso 
dessa Língua são denominados, na Secretaria de Educação, de professores 
interlocutores. 
NãosãochamadosdeintérpretesdeLIBRASporteremsuasfunçõesvoltadas à 
interpretação de conteúdos pedagógicos, ou seja, são professores que realizam uma 
mediação didática. Portanto, não basta que saibam LIBRAS, mas precisam ter uma 
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formação na área da docência. Dessa forma, a Secretaria de Educaçãoacredita 
oferecer um atendimento mais qualificado aos alunos com deficiência auditiva que 
utilizam a LIBRAS como forma decomunicação. 
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A Resolução SE nº 08/16 preconiza, em seu Artigo 1º:“Artigo 1º - Serão 
atribuídas aulas a docente para atuar, como interlocutor da Língua Brasileira 
de Sinais - LIBRAS, na unidade escolar que contar com alunos matriculados 
em ano/ série do ensino fundamental ou médio, inclusive na Educação de 
JovenseAdultos-EJA,comdeficiênciaauditiva,surdosousurdocegoseque 
utilizem a LIBRAS como forma de comunicação, observado o disposto na 
presente resolução.” Portanto, a atuação desse docente é específica, não 
podendo ser, somente, de interpretação sem nenhum caráter pedagógico. 
Além disso, esse profissional pode atuar junto a alunos com surdocegueira, 
caso tenham formação paraisso. 
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8. DIVERSIDADE X INCLUSÃO: CONCEITO, TEORIAE
 PRÁTICANAEDUCAÇÃOINFANTIL 
 
8.1 Inclusão: Aspectos Legais eConceituais 
 
A inclusão escolar prevista pela Lei de Diretrizes e Bases (LDBeN), N° 9394, 
de 20 de dezembro de 1996, e pela Constituição Federal, foi um marco histórico, 
conquistado após anos de questionamentos e reflexões de diversas categorias 
profissionais, em especial a pedagogia, sobre o tema. 
Sabemos que a lei é um instrumento importante na garantia da inclusão, pois 
busca equipar e superar dificuldades maiores que os demais alunos com a mesma 
idade, em virtude dessa singularidade, esses alunos precisam de estratégias 
pedagógicas e métodos próprios para sua aprendizagem. 
Apropostaemetodologiadeensinotalqualdescritanaletradalei,sugereuma forma 
de educar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, com professores 
capacitados para atender as necessidades de todos os alunos, qualquer que seja o 
nível de educação. Porém além de questão política educacional faz se necessário 
comprometimento e motivação dos profissionais para integrar esses alunos nas 
classesregulares. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) classifica e 
categoriza o aluno com necessidades especiais em diversos tipos de deficiência, no 
entanto não trata especificamente de outras subjetividades as quais os alunos 
também necessitam de um apoio e mediação de profissional capacitado para 
promover a inclusão e respeito a diversidade. Dentre esta diversidade nem sempre 
falamos de pessoas com deficiência, mas pessoas diferentes e que devem conviver 
de forma ética e solidária, respeitando as diferenças, tratando como igual. 
Namesmalinhadainclusãodealunoscomdeficiência,tambémsepercebeumacerta
urgênciadenovasideiassobrenecessidadesdascrianças,emespecialnaEducação 
infantil. O trabalho das instituições deve estar amparado 
pelaLDB(1990),noqueserefereaooferecimentoderecursosaosalunossegundosuasnec80 
 
 
essidades.Postoissooqueseobservaéumanecessidadedeatençãoafatoresescolares, 
comoaflexibilidadeesensibilidadedosprofessores,agestãoescolar,aproduçãode 
informaçãoepesquisa,aformaçãodepessoaldocente,aofertadeserviçosexternos 
deapoioeetc;bemcomoanecessidadedeumamaiordisponibilidadederecursos 
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para a construção de escolas inclusivas e reflexivas e maior participação da 
comunidade escolar – interna e externa. 
Ainclusão,queédecorrentedaintegração,sediferencioudessaporsugerirquenãos
ãoascriançasquedevemseajustarasexigênciasdaescola,eraosistemadeeducaçãoqued
everiaserrevistoparaatendertodososalunosindependentedesuascondiçõespoiséodeve
rdaescolaserofacilitadornaintegraçãosocialdoaluno.Oconceitodeintegração,segundo
Mazotta(1982)deveenvolveroespaçoeotempo de convivência no mesmo ambiente. 
Assim quanto maior 
aoportunidadedeconvivênciamelhorosresultados,desdequeaescolaeoambientesejam
preparados 
adequadamente para uma integração de forma “gradativa”. 
No entanto o que percebemos nas produções e práticas atuais é que vivemos 
um momento de valorização da igualdade e de inclusão nas sociedades atuais. 
Diversos grupos e minorias buscam possibilidades de valorização pessoal e social, e 
mesmonãotendoaconsciênciadalutapelosdireitos,ascriançascontamcomatores e 
militantes em busca da inclusão e da convivênciasocial. 
A segregação vivenciada historicamente pela pessoa com deficiência, hojeem 
dia se configura em socialização e todas as leis criadas corroboram para a garantia 
desses direitos. Ainda um desafio posto nos espaços de inclusão refere-se aquestão 
da integração Social da pessoa com deficiência, ou seja, o processo de integração, 
participação ativa dos grupos, e com toda a comunidadeescolar. 
A educação inclusiva aponta para uma possibilidade legal de educação para 
todos,istoéaeducaçãoquevisareverteropercursodaexclusão,aocriarcondições, 
estruturas e espaços para uma diversidade de educandos. Desta forma buscamos o 
ideal de uma escola inclusiva que possa transformar não apenas a estrutura física, 
masaspectossubjetivoscomoasatitudeseamentalidadedoseducadoresedetodos os 
atores da comunidade escolar, para aprender a lidar com asdiferenças. 
A Educação Especial é de responsabilidade de todos, sem exclusividade ou 
exclusão dos poderes públicos e particulares. A partir das trocas e interações, as 
criançasampliamsuaschancesdeseapropriarcommaisqualidadedomundoaoseu redor. 
82 
 
 
Elas são seres sociais por natureza, e podem aprender desde cedo a coexistir sem 
maioresconflitos. 
Asociedadesóseráinclusivasepudermosidentificarcontradições,paradoxos 
epromoverrupturas.Enfrentarpesadelos,superaroconformismoenãodesistirda 
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utopiadaeducaçãoinclusivacomoumparadigmaeducacionalbuscandorompercom as 
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora daescola. 
A Educação Inclusiva, em especial na educação infantil, supõe uma atenção 
individualizada e ao mesmo tempo social, sem preconceitos ou discriminações, 
respeitando e ofertando uma atenção de qualidade para todos os alunos, em seus 
diferentes ritmos de aprendizagem, cultura e estilos. 
As limitações encontradas no sistema educacional são inúmeras para uma 
educaçãodequalidadeapessoascomnecessidadesespeciais,entretantoépossível 
reverter o quadro, ou seja, reconhecer a diversidade existente nos espaços de 
socialização das crianças, em especial nos espaços escolares, é fazer socialização 
um meio de transformação, valorização da diferença e da singularidade de cada 
pessoa, tenha ela deficiência ou não. Nesse sentido existe o desafio de incluir, com 
sucesso, todas as crianças no processo de ensino-aprendizagem o que exige que as 
escolassejamverdadeiramenteinclusivas,eabertasàdiversidade.Háquesereverter o 
modo de pensar, e de fazer educação nas salas de aula, de planejar e de avaliar o 
ensino e de formar e aperfeiçoar o professor, especialmente os que atuam nos 
primeiros anos de ensino bem como no ensino fundamental. É importante a inclusão 
dentro e fora da escola, nesse sentido, é coerente a ideia de Ferrera e Guimarães 
(2003,p.117). 
“A inclusão é uma força cultural para a renovação da escola, mas, para ter 
sucesso, as escolas devem torna-se comunidades conscientes. Sem esse sentidode 
comunidade, os esforços para alcançar resultados expressivos são inoperantes.” 
Portanto, é imprescindível dominarmos bem os conceitos exclusivistas para 
que possamos ser participantes ativos na construção de uma sociedade que seja 
realmente para todas as pessoas, independentemente de cor, idade, gênero, tipo de 
necessidade, deficiência especial e qualquer outro atributo pessoal. 
Muitos caminhos ainda devem ser percorridos, barreiras a serem derrubadas, 
no que diz respeito aos aspectos técnicos, materiais, políticos e humanos, mas é 
preciso considerar os avanços alcançados, é preciso valorizar as competências 
coletivamente construídas em um período tão curto, que vêm proporcionando a 
84 
 
 
promoção da Educação Inclusiva. 
O papel da escola se apresenta, portanto, como uma instituição que promove 
e entende uma educação com qualidade, a educação que respeita a diversidade e 
amplia cada vez mais os recursos necessários para a aprendizagem dos sujeitos 
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como cidadãos, ou seja, um campo aberto essas probabilidades ou possibilidadesde 
real inclusão escolar esocial. 
Para que estes paradigmas da educação tradicional seja ressignificados, é 
necessário, além da flexibilidade e adaptações dos planos de ensino, metodologias e 
recursos; que os processos de avaliação sejam adequados ao desenvolvimento dos 
alunos que apresentam necessidades especiais, sendo relevante pensar também a 
oferta de serviços de apoio especializado (pedagógico, psicológico e de outras áreas 
afins), realizado nas classes comuns, valorizando os professores especializados em 
educação especial. 
O segredo do sucesso na inclusão é a disposição para trabalhar e construir 
uma rede que se adapte e pense em estratégias que superem as limitações dos 
profissionais e possa de verdade dar apoio a todos. Todos os alunos, 
independentemente de deficiência, querem se sentir incluídos, fazer amizades e 
conviver de maneira saudável. 
A integração também é um direito que deve ser garantido a todas as crianças 
e mediada pelo profissional envolvido na educação das crianças com ou sem 
necessidadesespeciaisouespecíficas.Emumaperspectivamaisampla,aintegração 
contémformulaçõesquepermitemainclusãodealgunsalunoscomasmaisdiferentes 
especificidades no do sistema regular deeducação. 
Devemoslevaremconsideraçãoqueumapropostadeatendimentointegrativa 
necessita de investimentos e comprometimento, embora algumas escolas já tenham 
feito as adaptações necessárias como rampas, elevadores, banheiros, sinalizações, 
para todos (braile e sinais), mas estamos muito aquém do necessário. Não só no 
aspecto estrutural, mas em nível de consciência social epolítica. 
No Brasil, apesar de mais tardiamente que em outros países, contamos com um 
dispositivolegalemdefesaaoatendimentoeducacionalàspessoascomdeficiências, 
asaber,aConstituiçãoFederalde1988,emseuartigo208eaLDBEN9394/96,mas foi nos 
últimos anos que se intensificou na prática a política educacionalinclusiva. 
A escola é um sistema submetido não só aos termos legais, mas também aos 
valores sociais e culturais dominantes. Não basta a organização escolar estar 
86 
 
 
adaptada a letra da Lei, se não houver maturidade do profissional em educação na 
busca de um trabalho efetivo, de uma vivência para a construção do conhecimento, 
com capacidade de desenvolver recursos nos alunos para lidar com a frustração das 
possibilidades de insucessos. E para que esse profissional possa atingir todas essas 
87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
metas desafiantes, precisa ser incluído nos planos governamentais de capacitação e 
apoio constantes, garantindo assim,maiores possibilidades de real atendimento a 
Educação Inclusiva. 
Criançascomaautoestimaelevadasãoasquesedesenvolvemmaissegundo 
pesquisas feitas através de observações em sala de aula. Geralmente elas surgem 
defamíliasestruturadas,queporsuaveztemafunçãodeformarocaráter,deeducar para os 
desafios davida. 
A educação de pessoas com deficiência surge de forma solidária, contudo 
ainda de maneira segregada e excludente. Apresentava caráter assistencialista e 
terapêuticopelapreocupaçãoemespecialdaigrejaedereligiososnaEuropa.Depois de 
alguns anos, surgiram na América do norte, programas de cuidados básicos a saúde, 
alimentação, educação e moradia, para uma parcela da população, até então 
abandonada pelasociedade. 
Estudantes com necessidades especiais eram aqueles que possuíam 
dificuldades maiores que os demais alunos com a mesma idade, em virtude dessa 
singularidade,essesalunosprecisamdeestratégiaspedagógicasemétodospróprios para 
suaaprendizagem. 
Esse método de ensino, compreendido como educação especial, não era 
oferecidonarederegulardeensino,nemhaviaprofessorescapacitadosparaatender 
essealuno,emnívelmédioousuperior,eprofessorescomespecializaçãoadequada, para 
integrar esse aluno nas classesnormais. 
Toda essa nova perspectiva e problematização das novas metodologias foram 
embasadasnosmovimentosinternacionaisafavordainclusãosãocomoConferência 
Mundial sobre Educação para Todos (Tailândia, 1990) Declaração de Nova Délhi 
(Índia, 1993) e Declaração de Salamanca (Espanha, 1994). O Brasil foi convidado, 
mas não participou, contudo, influenciado por esses movimentos, reformula seus 
marcos legais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 
1996), passando a classificar o aluno com necessidades especiaiscomo: 
 
Criançascomdeficiência:alunosqueapresentamdeficiênciamental,física, 
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auditiva, visual oumúltipla; 
Crianças com condutas típicas:alunos com comportamentos de 
portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos, ou 
psiquiátricos que afetam o desenvolvimento e envolvimento 
social;Criançasdealtorisco:alunosquetemoseudesenvolvimentodebilitadopo
r causa de fatores da gestação inadequada, alimentação imprópria, 
nascimento prematuroetc; 
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Portadoresdealtashabilidades:ossuperdotados,poisapresentamgrande 
nívelintelectual,aptidãoacadêmicaespecífica,capacidadecriativaprodutiva, 
altaperformanceemliderança,elevadacapacidadepsicomotora,talentopara 
asartes. 
 
AConstituiçãoFederal,emseuartigo206,estabeleceodireitodosalunoscom 
necessidades educacionais especiais de frequentarem os serviços de atendimento 
educacional especializado (BRASIL, 1988). Porém ainda necessitamos de maiores 
esclarecimentoseadequaçõesdasinstituiçõesparaquedefatoasdiferençaspossam 
sertrabalhadas. 
As necessidades especiais educacionais tratam-se de toda dificuldade que o 
sujeito tem em aprender, a escola precisa achar um método de ensinar todas as 
crianças e jovens, incluindo aqueles que possuem inferioridade física e intelectual para 
que eles possam obter êxito em seu desenvolvimento educacional. 
É necessário que aconteça algumas mudanças na rede de ensino, reconhecer 
e valorizar é o princípio para uma educação que atenda as diversidades com a 
garantiadesucesso,compreendendoasváriasformasdesernaheterogeneidadedo ser 
humano. A inclusão, que é decorrente da integração, se diferenciou dessa por sugerir 
que não são as crianças que devem se ajustar as exigências da escola, era o sistema 
de educação que deveria ser revisto para atender todos os alunos independente de 
suas condições, pois é o dever da escola ser o facilitador na integração social doaluno. 
O conceito de integração, segundo Mazzota, (1982) apresentavam as 
seguintes dimensões: 
 Integração Física:envolve o espaço e o tempo de convivência no 
mesmo ambiente. Assim quanto maior fosse a oportunidade de convivência melhor 
seriam os resultados, desde que a escola e o ambiente fossem preparados 
adequadamente e a integração ocorresse de forma“gradativa”. 
 Integração Funcional: supõe a utilização dos mesmos recursos 
educacionais disponíveis no ensinocomum. 
 Integração Social:Diz respeito ao processo de integração com omeio, 
àcomunicaçãoeàinter-relaçãopormeiodaparticipaçãoativadosgrupos,naescola e 
90 
 
 
nacomunidade. 
PortantoaEducaçãoInclusivavemganhandoforçanoBrasildesdemeadosda 
décadade1990,eampliasuaconcepçãodeeducaçãoespecial,tendoafinalidade 
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de permitir a todos os alunos os mesmos direitos daqueles que não possuem 
nenhuma deficiência ou que não sofram nenhum tipo de preconceito, a ter o direito a 
educação, possibilitando a matrícula nas escolas de ensino regular, concedendo, 
àqueles que necessitarem, atendimento pedagógico especializado. 
Para a criança em desenvolvimento, é importante a manifestação de 
afetividade,esolidariedade,sepretendidoosensoinclusão.Estemovimentodeveser não 
apenas educacional, mas também social e político no que se refere aestratégias 
deintervençãoconscienteeresponsável,nocontextoeducacional,paraquenofuturo as 
crianças venham também, defender o direito de todos os alunos desenvolverem e 
concretizarem as suaspotencialidades. 
92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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