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1 | P á g i n a Jacob Levy Moreno 1889-1974 – Médico Romeno. Fundou em 1921 o Teatro Vienense da Espontaneidade, experiência que constituiu a base de suas ideias da psicoterapia de grupo e do psicodrama. 1ª Sessão de Psicodrama oficial deu-se em 1º de Abril de 1921, com Moreno. 1930 – Psicodrama é introduzido no Brasil, por Helena Antipoff em Belo Horizonte – MG Tarefa central do psicodrama é resgatar a espontaneidade. ↳ conceito central do psicodrama. ↱ Teatro na Grécia. Maneira de acesso as notícias do mundo Pilares do Psicodrama: Hassidismo, Teatro Grego e a Fenomenologia. ↳ Movimento religioso judaico do século XVIII “Moreno: Quatro Momentos Criativos” 1- Religioso e Filosófico (até 1920) Tema predominante: As filosofias da existência Criação: O “Seinismo” Influência: Hassidismo – movimento religioso judaico do século XVIII Fé e crença religiosa podem ser observadas nesse período. Tristeza diante da Primeira Grande Guerra. Necessidade pessoal das relações fraternais, simplicidade e busca de uma relação harmoniosa com Deus. Já falava em espontaneidade e criatividade como elementos de superação da doença. 2- Teatral e terapêutico (1921 – 1924) Tema predominante: O teatro Criação: O Psicodrama (1º de Abril de 1921) Nesse período, Moreno funda o “Teatro da Espontaneidade” com a intenção de quebrar a “conserva natural” do teatro da época. Ele conhecia o poder de catarse do teatro, mas discordava do uso de textos decorados e ensaiados. 3- Sociológico e Grupal (1925 – 1941) Emigração para EUA em 1925 Tema predominante: A preocupação com o social e com a dinâmica dos grupos. Criações: Psicoterapia de Grupo (1931) e Sociometria (1932). Moreno vinha da Europa impregnada da fenomenologia e do pensamento existencialista, chega nos EUA absorvido pelas ideias do behaviorismo, foi então envolvido pela necessidade de medir, que naquele momento era tendência predominante. 2 | P á g i n a 4- Organização e Consolidação (1942-1974) Tema predominante: Articulação e estruturação das suas ideias como método de psicoterapia válido e aceito pela comunidade científica. Criação: Socionomia Última fase caracterizada pelo afunilamento progressivo de seus interesses em direção ao trabalho psicoterápico. Passa a se preocupar também com a formação de um corpo de doutrina, o que faz dentro do título geral de Socionomia. Ciência Socionômica Para Moreno, o indivíduo é concebido e estudado através de suas relações interpessoais. Para estudar essas inter-relações entre as pessoas, Moreno criou a Socionomia, cujo nome vem: Do latim Sociu = companheiro, grupo Do grego Nomos = regra, lei Assim sendo, Socionomia seria então o estudo das leis que regem o comportamento social e grupal. A teoria Socionômica surge para pesquisar o comportamento humano nos seus aspectos intra e interindividuais. Sociodinâmica Estuda o funcionamento (ou dinâmica) das relações interpessoais. Tem como método de estudo o role—playing, ou jogo de papeis que permite ao indivíduo atuar dramaticamente diversos papeis, desenvolvendo assim um papel espontâneo e criativo. Sociometria Tem por objetivo medir as relações entre as pessoas e seu método é o teste sociométrico, suja aplicação criteriosa possibilita quantificar as relações estudadas. É a ciência da medida do relacionamento humano. O teste sociométrico tem por finalidade esclarecer a rede de vínculos que constituem a estrutura dos grupos. Quando fazemos uma escolha: exercício sociométrico Sociatria Constitui a terapêutica das relações sociais. Seus métodos são: Psicoterapia de Grupo Psicodrama e Sociodrama. Segundo Moreno, a aplicação destes três métodos possibilitaria o tratamento e possivelmente a cura do social mais amplo. Apesar dessa divisão clássica, na prática o trabalho do psicodramatista é referido de modo genérico como foi consagrado pelo uso: Psicodrama Em suma, é como faço tratamento da sociedade, a ciência do tratamento das relações sociais. Resumindo, os três métodos da Sociatria... ● Psicodrama: tem foco no individuo ● Sociodrama: o tema trabalhado é sobre o grupo ● Psicoterapia de grupo: trabalha as duas coisas (individual e grupo) 3 | P á g i n a Visão Moreniana de Homem O Homem Moreniano é um indivíduo social, porque nasce em sociedade e necessita dos outros para sobreviver, sendo apto para a convivência com os demais. Toda a sua teoria parte desta ideia do homem em relação, e portanto, a inter-relação entre as pessoas constitui seu eixo fundamental. Na visão Moreniana, os recursos inatos do homem são a espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade. Desde o início, ele traz consigo fatores favoráveis a seu desenvolvimento que não vem acompanhados por tendências destrutivas. Entretanto, essas condições, que favorecem a vida e a criação, podem ser perturbadas por ambientes ou sistema sociais constrangedores. Neste caso, resta a possibilidade de recuperação dos fatores vitais, através da renovação das relações afetivas e da ação transformadora sobre o meio. Para ele, o nascimento é a sua primeira entrada na cena da vida social, e não uma perda de conforto e da quase inatividade da vida intrauterina para o excesso de estímulos do mundo extrauterino. Para Moreno, o homem nasce espontâneo e deixa de sê-lo devido a fatores adversos do meio ambiente. A Revolução Criadora Moreniana é a proposta de recuperação da espontaneidade e da criatividade, através do rompimento com padrões de comportamento estereotipados, com valores e formas de participação na vida social que acarretam a automatização do ser humano (conservas naturais). A espontaneidade é a capacidade de agir de modo “adequado” diante de situação novas, criando uma resposta inédita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situações preestabelecidas. Proposta Primordial de Moreno é a da adequação e do ajustamento do homem a si mesmo. Nesse sentido, ser espontâneo significa estar presente às situações, configuradas pelas relações afetivas e sociais, procurando transformar seus aspectos insatisfatórios. Quando recupera sua liberdade ou luta por ela, o homem reafirma sua essência, o que é próprio de sua natureza, ou seja, a espontaneidade. Assim sendo, a criatividade é indissociável da espontaneidade, já que esta última é um fator que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se Teoria Socionômica Sociodinâmica - Interpretação de papéis - Role-playing(jogo de papéis) - Teatro Espontâneo Sociometria - Teste Sociométrico Sociatria - Psicoterapia de Grupo - Psicodrama - Sociodrama 3 Ramos Métodos 4 | P á g i n a Tripé da Prática Psicodramática ● 3 Contextos ● 5 Instrumentos ● 3 Etapas Contexto Encadeamento de vivências provadas individuais ou coletivas que se inter-relacionam no espaço- tempo. Quando falamos desse contexto, os instrumentos (abaixo) se misturam. O diretor sempre considera essas três coisas: ● Contexto Social – o que está repercutindo na sociedade ● Contexto Grupal – a história do grupo ● Contexto Dramático – constituído pela realidade dramática no “como se fosse”. Instrumentos Meio executado na execução do método e das técnicas psicodramáticas. ● Ego auxiliar – quem está atuando. Auxilia o protagonista. Interage com o protagonista. É um observador social: é parte do público a maior parte do tempo e em alguns momentos ele se separa. ● Cenário – Espaço Multidimensional e móvel onde ocorre a ação dramática, projetado de acordo com as necessidades terapêuticas ● Protagonista – Proto: primeiro Agonistes: Lutador/Competidor. É o primeiro representante do púbico. ● Diretor – Dirige a cena que está acontecendo.Monta o cenário Terapeuta do protagonista e ao mesmo tempo está olhando para a plateia, pois é o Analista social. ● Público – Caixa de ressonâncias. Conjunto dos demais participantes da sessão psicodramática. Etapas ● Aquecimento É o momento em que se dá a escolha do protagonista e a preparação para a dramatização. Inicialmente dá-se o aquecimento inespecífico, que pode ser verbal ou corporal e termina com o surgimento do protagonista, que poderá ser um indivíduo ou o próprio grupo. Em seguida há o aquecimento específico, ou seja, o aquecimento do protagonista, preparando-o para a ação dramática. ● Dramatização Nessa etapa é que se dá a ação dramática propriamente dita. O protagonista, já devidamente aquecido, começa a representar, no contexto dramático, as figuras de seu mundo interno, presentificando seu conflito no cenário. Aqui é que o ego-auxiliar tem a importante função de ajudar, de forma decisiva, o protagonista a perceber os vários aspectos dos elementos presentes na ação dramática. Esta fase termina com a elucidação, encaminhamento ou a resolução do conflito exposto. ● Compartilhar Moreno chama essa fase também de participação terapêutica do grupo. Nessa etapa cada elemento do grupo pode expressar: em primeiro lugar, aquilo que o tocou e emocionou na dramatização, os sentimentos nele despertados e também sua própria vivência de conflitos semelhantes. Em seguida são feitos outros comentário a respeito da cena a que assistiu. 5 | P á g i n a Técnicas para Psicodrama 1 - Solilóquio Monólogo do protagonista. O que está pensando nesse momento 2 – Solilóquio Terapêutico É a retratação de diálogos e ações paralelas, de pensamentos e sentimentos ocultos, acompanhando pensamentos e ações abertamente expressos. 3 – Auto apresentação O protagonista apresenta-se a si mesmo, à sua mãe, seu pai, seu irmão. Etc. Ele desempenha todos esses papéis, de forma inteiramente subjetiva, tal como os experimenta e percebe. 4 – Auto Realização O Protagonista representa, com a ajuda de alguns egos auxiliares, os planos de sua vida, por mais remotos que estes possam estar relativamente à situação atual. 5 – Psicodrama Alucinatório O paciente encena as alucinações e delírios que está tendo atualmente (embora possam não ser designados como tais pelo diretor). O paciente representa as vozes que ouve, os sons que emanam da cadeira onde se senta, as visões que tem... 6 – Duplo O paciente representa a si mesmo e um ego auxiliar é solicitado a representá-lo para “estabelecer uma identidade com o paciente”, a mover-se, a agir, a conduzir-se como paciente. 7 – Duplo Múltiplo O protagonista está no palco com vários duplos, cada um representando uma parte do paciente: um fazendo o papel dele agora; outro, como ele era há cinco anos; um outro, como ele era quando, aos três anos de idade, etc. 8 – Espelho Quando o paciente for incapaz de representar a si mesmo em palavras ou ações, um ego auxiliar é colocado no local da ação do espaço psicodramático. O ego auxiliar re-dramatiza o paciente, copiando seu comportamento, procurando expressar seus sentimentos em palavras e movimentos. 9 – Inversão de Papéis Um paciente, numa situação interpessoal, por exemplo, com sua mãe, “coloca-se no lugar da mãe”, e esta fica no lugar do filho. A mãe pode ser uma mãe real, tal como num psicodrama in situ, ou ser representada por um ego auxiliar. Na inversão de papéis, o filho fica representando a mãe e esta, o filho. 10 – Projeção de futuro O paciente retrata na dramatização a maneira como vislumbra seu futuro 6 | P á g i n a Técnicas Auxiliares 1 – Hipinodrama O hipnodrama é uma mescla de hipnoterapia com psicodrama. 2 – Choque Psicodramático Pede-se ao paciente que se lance de volta à sua experiência alucinatória enquanto ela ainda for vívida. 3 – Improvisação para avaliação da personalidade O sujeito é trazido ao teatro de psicodrama ou a uma situação de vida sem preparo prévio. 4 – Psicodrama didático e role playing Utilizado como um método de ensino, egos auxiliares, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras assumem o papel de um paciente numa ocorrência diária. 5 – Psicodrama combinado com narcossíntese, LSD, etc. Sob a influência de drogas, o paciente alivia certas experiências, ou tendo se submetido à terapia com drogas, precisa integrar seu menodrama, conforme se desenvolveu dentro dele 6 – Psicodrama familiar e terapia familiar Marido e mulher, mãe e filho são tratados em conjunto e não isoladamente, muitas vezes face a face, e não separadamente. Seminários Mitodrama Trata-se da terapia pelo drama e pelos mitos. É um método criado pela atriz inglesa Claire Schrader. Mito Diz o que a ciência e a razão não conseguem. Não tem uma lógica linear. É uma das maneiras pelas quais a psique coletiva se personifica Para todo evento humano há sempre um mito correspondente. Tudo que nos acontece, tem um mito que traz a origem da história. Drama Permite que criemos um tempo imaginário (não linear) A verdadeira segunda vez, permite a libertação da primeira. (Princípio do psicodrama) A ação nasce num universo trágico. 4 universais da psicoterapia ● Tempo ● Espaço ● Realidade ● Cosmo v v v v 7 | P á g i n a - Qual o tempo da terapia? Aqui agora? Passado? Futuro? - Qual espaço? Posso estar em casa, no meio da floresta, na faculdade...criação! - Realidade não existe...é um ângulo! Pode ser olhado por outros ângulos. - Cosmo, é o todo! Influência dos mitos que trazem essa ideia coletiva do todo. Pensar em mitodrama é usar o recurso da mitologia para conduzir situações que talvez não sejam fáceis de chegar. Psicodrama com casais Átomo Social – menor unidade relacional do indivíduo. Representam as relações que eu tenho, que estabeleço ao decorrer da vida. Ao decorrer do relacionamento acontece uma aproximação do átomo social, eles se misturam. No início “cada um com suas coisas”, posteriormente ocorre o encontro desses papéis, chega-se a um ponto comum. Psicodrama com crianças Nas ludoterapia o terapeuta presencia o brincar da criança ou colabora para que este ocorra. Na terapia psicodramática a brincadeira é o teatro de faz-de-conta; Ao atuar no “como se” ou “fazendo de conta que” a criança expressa e atinge sua sensibilidade (medos, prazer, etc.); Revela o sentido que o mundo tem para ela ou revê através dos papéis imaginários que é capaz de reconhecer, imitar e interpretar. No processo terapêutico com a criança trabalha-se os seus vínculos. Paralelamente, no processo com os pais tem-se como foco sua relação com os filhos. Psicodrama e Psicoterapia Breve Uma forma de tratamento de distúrbios de natureza emociona, fundamentada no referencial teórico do Psicodrama, possui objetivos terapêuticos determinados, se restringe a abordar certas áreas de conflito previamente limitadas em um foco, dando especial ênfase ao atual. Caracterizada por se desenvolverem em um tempo limitado de duração, fixado no início do processo. Possibilidade de atingir o retorno do paciente as suas condições psíquicas anteriores ao transtorno apresentado, em um tempo mínimo, ajudando a pessoa a aceitar a realidade de seu ser no mundo e também na realização de si mesma. Objetos intermediários, em resumo, são mediadores da comunicação natural; ● Utiliza-se para além da aprendizagem e criatividade; ● Utiliza-se como diagnóstico e facilitador da intervenção grupal; ● Favorece: rir, divertir-se, perceber padrões e também criações inusitadas.