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BECK, Alexandre. Tirinha do Armandinho. Zero Hora, Porto Alegre, 2019.
 � O desenvolvimento de um 
estudante autônomo e ético 
Uma questão importante a ser levada em considera-
ção é a formação integral. O estudante não vai à escola 
apenas para aprender conteúdos. Vai também para de-
senvolver-se como futuro adulto responsável e dotado 
da criticidade que o mundo de hoje exige de cada um 
de nós. Sendo assim, é importante contribuir com a for-
mação dos estudantes não somente oferecendo conteú-
dos curriculares convencionais ou conceitos específicos 
de cada disciplina, mas também propostas que dialo-
guem com competências e habilidades que vão além de 
conteúdos puramente disciplinares, como a responsabi-
lidade, a empatia, o pensamento científico, a argumenta-
ção, entre muitas outras possibilidades. 
Uma das maneiras de promover a formação integral 
é favorecendo o desenvolvimento da autonomia por par-
te dos estudantes, conforme a própria proposta do Novo 
Ensino Médio. A sociedade sempre cobra maturidade, 
responsabilidade e ética dos jovens, mas para isso é ne-
cessário que eles possam fazer suas próprias escolhas e 
agir com autonomia. É necessário dar oportunidades pa-
ra que eles aprendam a ser responsáveis e se deparem 
com desafios que estimularão o desenvolvimento de uma 
postura ética e crítica.
Os pais, mães e outros responsáveis podem dialogar 
com os estudantes e orientá-los nesse sentido. No entan-
to, a autonomia do estudante vai se constituindo com o 
tempo, com escolhas e decisões 
do próprio jovem.
Os desafios incenti-
vam os estudantes 
a desenvolverem a 
autonomia. Na foto, 
jovens organizam ma-
teriais para defesa de 
suas ideias em evento.
hpoliveira/Shutterstock
Portanto, é preciso partir do pressuposto de que o 
estudante é um sujeito dotado de história, vontade, cul-
tura, identidade e capacidade de reflexão. A educação 
integral deve considerar o estudante em sua forma inte-
gral, não como alguém que precisa apenas memorizar 
conteúdos para a prova. Em suma, o contexto atual exige 
que tanto o professor quanto o estudante percebam a 
etapa do Ensino Médio como uma oportunidade de de-
senvolvimento mútuo, que envolve e vai muito além dos 
conteúdos disciplinares, e não apenas como uma etapa 
obrigatória antes da vida profissional ou da universidade. 
Isso não diminui, de modo algum, a importância dos con-
teúdos disciplinares. Pelo contrário, são eles que contri-
buem com o pensamento científico, com a inovação, com 
os cuidados com a saúde própria e coletiva, por exemplo. 
Mas a percepção de que educar é um ato complexo e 
completo garante que estejamos atentos e contribuindo 
para a formação de sujeitos responsáveis e dotados de 
senso crítico e ética.
2. A Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve ser 
entendida como uma série de orientações que balizam 
as propostas curriculares para toda a Educação Básica. 
Embora não seja propriamente um currículo, é uma refe-
rência curricular cuja adoção é obrigatória e está prevista 
em lei. A BNCC está de acordo com o Plano Nacional de 
Educação (PNE) e as Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCN). Cada etapa do Ensino Básico possui uma seção 
da BNCC – Educação Infantil, Ensino Fundamental e En-
sino Médio. 
Entre as diferentes motivações para a criação da BNCC 
está o estabelecimento de referenciais de aprendizagem 
para todo o Brasil, o que até então não existia. Estabele-
cer uma base é uma forma de incentivar que todos os 
estudantes brasileiros, independentemente da escola que 
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ORIENTAÇÕES GERAIS | 165
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frequentem ou de sua classe econômica, sigam a mesma 
referência comum obrigatória. A BNCC traz um ganho 
ao garantir que determinados saberes sejam obrigatoria-
mente ensinados em todas as escolas. 
Certamente é desafiador implantar a BNCC con-
templando as regionalidades, individualidades e dife-
rentes culturas em um país continental e diverso como 
o Brasil. Todavia, é justamente em virtude dessa diver-
sidade que a BNCC deve ser vista literalmente como 
uma base, para que seja o ponto a partir do qual a es-
cola e os professores estabeleçam o currículo. Ou seja, 
a Base considera a diversidade nacional e 
permite e incentiva que os profes-
sores trabalhem com questões 
locais diretamente relaciona-
das à vida dos estudantes.
A escola deve respeitar as-
pectos regionais e culturais. 
Na foto, estudantes da etnia 
Kalapalo, aldeia Aiha, Querência 
(MT), 2018.
Delf m
 M
artin
s/Pulsar Imagens
mais amplas que as habilidades, por exemplo, que tratam 
de conhecimentos mais específicos. Mais adiante discu-
tiremos essas diferenças e apresentaremos como as com-
petências gerais são desenvolvidas nesta obra. 
 � O ensino por áreas do 
conhecimento
No Ensino Médio, há quatro áreas do conhecimento: 
Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tec-
nologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciên-
cias Humanas e Sociais Aplicadas.
O trabalho com áreas do conhecimento não implica 
a extinção das disciplinas. A BNCC reconhece a impor-
tância de trabalhar com a perspectiva integrada dos sa-
beres, com as inter-relações dos conceitos de cada disci-
plina e também incentiva a interdisciplinaridade desde a 
concepção do currículo. Isso permite que o estudante 
possa reconhecer melhor o sentido da educação em re-
lação à sua vida e ao seu entorno. Dito de outra forma, a 
interdisciplinaridade dá mais propósito à aprendizagem, 
pois, nessa perspectiva, os conhecimentos se conectam 
e permitem ao estudante chegar a algum lugar. 
Essa é também uma questão da sociedade contem-
porânea, pois o mundo profissional e a própria vida em 
sociedade exigem de todos nós a capacidade de estabe-
lecer conexões entre as diferentes áreas do conhecimen-
to, integrar conceitos e atuar com flexibilidade. Ainda na 
esteira das transformações da sociedade contemporânea, 
a ideia de competências gerais norteadoras tem como 
motivação, em parte, a ideia de uma educação integral, 
como já discutimos. 
A área de Ciências da Natureza e 
suas Tecnologias
Falando mais especificamente de Ciências da Nature-
za e suas Tecnologias, temos as seguintes competências 
específicas dessa área:
A BNCC estrutura-se em áreas do conhecimento, 
competências e habilidades. Há dez competências gerais 
que perpassam todas as quatro áreas do conhecimento. 
Cada área do conhecimento tem suas competências es-
pecíficas e habilidades. As habilidades e as competências 
estão relacionadas; uma vez desenvolvidas todas as habi-
lidades, as competências gerais e específicas também se-
rão desenvolvidas.
 � Competências gerais 
da Educação Básica
A BNCC define as competências da seguinte forma: 
[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos 
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas 
e socioemocionais), atitudes e valores para resolver 
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno 
exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
 (BRASIL, 2018b)
Isso quer dizer que competências são capacidades 
que uma pessoa tem de mobilizar saberes, produzir e 
realizar ações. Não é propriamente o conhecimento, mas 
a capacidade de conhecer e aplicar. Competências são 
Competências específicas de Ciências da 
Natureza e suas Tecnologias para o Ensino 
Médio
1. Analisar fenômenos naturais e processos tecno-
lógicos, com base nas interações e relações entre 
matéria e energia, para propor ações individuais 
e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, 
minimizem impactos socioambientais e melho-
rem as condições de vida em âmbito local, regio-
nal e global.
2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica 
da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborarargu-
mentos, realizar previsões sobre o funcionamento 
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