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aceita a entrada de valores binários em, geralmente, 0 V ou Vref e fornece uma tensão de saída proporcional ao valor binário de entrada. A Figura 13.12(a) mostra um circuito em escada com quatro tensões de entrada representando 4 bits de dados digitais e uma tensão de saída CC. A tensão de saída é proporcional ao valor de entrada digital dada pela relação: Vo = D0 × 20 + D1 × 21 × D2 × 22 + D3 × 23 24 Vref (13.1) No exemplo mostrado na Figura 13.12(b), a tensão de saída resultante é: Vo = 0 × 1 + 1 × 2 + 1 × 4 + 0 × 8 16 (16 V) = 6 V Portanto, o valor digital 01102 é convertido em 6 V analógico. A função do circuito em escada é converter os 16 valores binários possíveis de 0000 a 1111 para um dos 16 valores de tensão múltiplos de Vref/16. A utilização de mais seções no circuito em escada possibilita que tenhamos mais entradas binárias e maior quantização de cada estágio. Por exemplo, um circuito em escada de 10 estágios poderia estender o número de degraus de tensão, ou resolução de tensão, para Vref/210, ou Vref/1024. A tensão de referência de Vref = 10 V apresentaria, então, degraus de tensão com valor de 10 V/1024 ou aproximadamente 10 mV. Um número maior de estágios permite maior re- solução de tensão. De modo geral, a resolução de tensão para n estágios em escada é: Vref 2n (13.2) A Figura 13.13 mostra um diagrama em bloco de um DAC típico que utiliza um circuito em escada. Esse circuito, chamado no diagrama de escada R-2R, encontra- -se entre a fonte de corrente de referência e as chaves de corrente conectadas a cada entrada binária. A corrente de saída resultante é proporcional ao valor binário de entrada. A entrada binária seleciona alguns ramos do circuito em escada, o que produz uma corrente de saída, que é o resultado de uma soma ponderada da corrente de referência. Conectar a corrente de saída através de um resistor resultará em uma tensão analógica, se assim for desejado. Saída +9 V 5,1 kΩ 1 kΩ 8,2 kΩ +9 V 9,1 kΩ 7,5 kΩ 1 2 +5 V +1 V Saída alta Vref1 ≅+ 5 V Vref2 ≅ +1 V + – 1 2 3 4 7 5 6 12+ – Entrada Saída baixa Saída baixa Figura 13.11 Operação de dois circuitos comparadores 339 como detector de janela. 606 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos Boylestad_2012_cap13.indd 606 3/11/13 6:28 PM Conversão analógico-digital Conversão de dupla rampa Um método bastante utilizado para converter uma tensão analógica em uma tensão digital é o de dupla rampa. A Figura 13.14(a) mos- tra um diagrama em bloco do conversor básico de dupla rampa. A tensão analógica a ser convertida é aplicada atra- vés de uma chave eletrônica a um circuito integrador ou gerador de rampa (essencialmente uma corrente constante que carrega um capacitor para produzir uma tensão linear em rampa). A saída digital é obtida a partir de um contador que funciona durante ambos os intervalos de inclinação positiva e negativa do integrador. O método de conversão ocorre como segue. Para um intervalo de tempo fixo (geralmente a faixa de contagem completa do contador), a tensão analógica conectada ao integrador aumenta a tensão na entrada do comparador até um determinado valor positivo. A Figura 13.14(b) mostra que, no fim do intervalo fixo de tempo, a tensão do integrador é tanto maior quanto maior for a tensão de entrada. No fim do intervalo fixo de contagem, a conta- gem é ajustada para zero, e a chave eletrônica conecta o integrador a uma tensão de entrada fixa ou de referência. A saída do integrador (ou entrada do capacitor) decresce então a uma taxa fixa. O contador avança durante esse tempo, enquanto a saída do integrador diminui a uma taxa fixa até ficar abaixo da tensão de referência do compara- dor, ao mesmo tempo em que a lógica de controle recebe um sinal (a saída do comparador) para parar a contagem. O valor digital armazenado no contador é então a saída digital do conversor. O uso do mesmo clock e do mesmo integrador para realizar a conversão durante os intervalos de inclinação positiva e negativa tende a compensar os desvios da fre- quência de clock e as limitações de precisão do integrador. Selecionando o valor de entrada de referência e a taxa de clock, podemos graduar a saída do contador de acordo com o desejado. O contador pode ser binário, BCD ou outra forma de contador digital escolhida. Conversão com circuito em escada Outro mé- todo bastante conhecido de conversão analógico-digital utiliza um circuito em escada juntamente com circuitos Io Vref Chaves de corrente R-2R Escada Corrente de referência Entradas digitais Figura 13.13 CI conversor digital-analógico que utiliza circuito em escada R-2R. V (Saída analógica) Entrada digital o Figura 13.12 Circuito em escada de quatro estágios utilizado como conversor digital-analógico: (a) circuito básico; (b) exemplo de circuito com entrada 0110. Capítulo 13 CIs lineares/digitais 607 Boylestad_2012_cap13.indd 607 3/11/13 6:28 PM contadores e comparadores (veja a Figura 13.15). Um con- tador digital avança a partir de zero, enquanto um circuito em escada, acionado pelo contador, gera uma tensão em escada, como mostra a Figura 13.15(b), que aumenta em um incremento de tensão a cada passo de contagem. Um circuito comparador, recebendo a tensão em escada e a tensão de entrada analógica, fornece um sinal para parar a contagem quando a tensão da escada se eleva acima da tensão de entrada. O valor do contador nesse instante é a saída digital. O incremento de tensão do sinal em escada depende do número de bits de contagem utilizado. Um contador de 12 estágios operando um circuito em escada de 12 estágios, utilizando uma referência de 10 V, apresentaria um incremento de tensão igual a: Vref 212 = 10 V 4096 = 2,4 mV Isso resultaria em uma resolução de conversão de 2,4 mV. A taxa de clock do contador afetaria o tempo necessário para fazer uma conversão. Uma taxa de clock de 1 MHz operando um contador de 12 estágios exigiria um tempo máximo de conversão de: 4096 × 1 µs = 4096 µs ≈ 4,1 ms O número mínimo de conversões que poderia ser feito em cada segundo seria, então, número de conversões = 1/4,1 ms ≈ 244 conversões/segundo Entrada analógica Integrador Comparador Vref Clock Entrada digital Pulso de reset Fim da contagem Linear Linear/Digital Digital (a) Entrada de referência Fim da contagem Lógica de controle Pulsos de contagem Intervalo de contagem Contagem digital menor Contagem digital Contagem digital maior Taxa fixa de descarga (b) Tensão de entrada Tensão de entrada menor Contador digital Intervalo de tempo fixo Tens ão de ent rad a m aio r Figura 13.14 Conversor analógico-digital que utiliza o método de dupla rampa: (a) diagrama lógico; (b) forma de onda. 608 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos Boylestad_2012_cap13.indd 608 3/11/13 6:28 PM Na média, com algumas conversões exigindo pouco tempo de contagem e outras próximas ao máximo tempo de contagem, um tempo de conversão de 4,1 ms/2 = 2,05 ms é necessário, e o número médio de conversões é de 2 × 244 = 488 conversões/segundo. Uma taxa de clock mais lenta resultaria em menos conversões por segundo. Um contador utilizando menos estágios de contagem (e menor resolução de conversão) faria mais conversões por segundo. A precisão da conversão depende da precisão do comparador. 13.4 FUnCIonamento De Um CI temporIzaDor Outro circuito integrado analógico-digital bastante utilizado é o versátil temporizador 555. O CI é o resultado de uma combinação de comparadores lineares e flip-flops digitais, como mostra a Figura 13.16. O circuito inteiro costuma ser alojado em um encapsulamento de oito pinos, como especifica a Figura 13.16. Uma conexão em série de três resistores determina os valores da tensão de referência para os dois comparadores em 2VCC/3 e VCC/3. A saída desses comparadores habilita ou desabilita o flip-flop. A saída do circuito flip-flopé, então, trazida até a saída através de um estágio amplificador de saída. O circuito flip-flop também aciona um transistor dentro do CI, com o coletor usualmente sendo levado a um nível baixo para descarregar um capacitor de temporização. operação astável Uma aplicação conhecida do CI temporizador 555 é como um multivibrador astável ou circuito de clock. A análise a seguir do funcionamento do 555 como um cir- cuito astável engloba detalhes das diferentes partes da uni- dade e de como as várias entradas e saídas são utilizadas. A Figura 13.17 mostra um circuito astável construído com um resistor e um capacitor externos para fixar o intervalo de temporização do sinal de saída. O capacitor C carrega-se, tendendo ao valor VCC, através dos resistores externos RA e RB. Como mostra a Figura 13.17, a tensão do capacitor aumenta até ultra- passar 2VCC/3. Essa tensão é a tensão de limiar no pino 6, (a) (b) Entrada analógica Fim da contagem Tensão analógica Início da contagem Intervalo da contagem Fim da contagem Tensão em escada (degraus) Saída digital Pulsos de contagem Pulso de reset Comparador Lógica de controle Contador digital Circuito em escada Clock Figura 13.15 Conversor analógico-digital que utiliza um circuito em escada: (a) diagrama lógico; (b) forma de onda. Capítulo 13 CIs lineares/digitais 609 Boylestad_2012_cap13.indd 609 3/11/13 6:28 PM que leva o comparador 1 a disparar o flip-flop de forma que a saída no pino 3 seja levada para nível baixo. Além disso, o transistor de descarga é ligado, fazendo com que o capacitor seja descarregado através de RB pelo pino 7. A tensão do capacitor diminui, então, até cair abaixo do valor de disparo (VCC/3). O flip-flop é disparado, a saída retorna para o nível alto e o transistor de descarga é des- ligado, fazendo com que o capacitor possa novamente ser carregado através dos resistores RA e RB em direção ao valor de VCC. A Figura 13.18(a) mostra as formas de onda no capacitor e na saída referentes a um circuito astável. Os cálculos dos intervalos de tempo nos quais a saída é alta e baixa podem ser feitos pelas relações Talta 0,7(RA + RB)C (13.3) Tbaixa 0,7RBC (13.4) O capacitor C é carregado através de R + RBA O capacitor C é descarregado através de RB Temporizador 555 Saída alta baixa , Figura 13.17 Multivibrador astável usando o CI 555. VCC Limiar F/F Saída Descarga VrefReset R 1 2 Tensão de controle Entrada de disparo 1 2 3 4 7 5 68 1 3 R R + – + – 2 3 Estágio de saída ( VCC) ( VCC) Figura 13.16 Detalhes do CI temporizador 555. 610 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos Boylestad_2012_cap13.indd 610 3/11/13 6:28 PM O período total é: T = período = Talta + Tbaixa (13.5) A frequência do circuito astável é calculada com,* f = 1 T 1,44 (RA + 2RB)C (13.6) eXemplo 13.1 Determine a frequência e desenhe a forma de onda de saída para o circuito da Figura 13.18(a). solução: Utilizando as Equações 13.3 a 13.6, temos Talta = 0,7(RA + RB)C = 0,7(7,5 × 103 + 7,5 × 103)(0,1 × 10–6) = 1,05 ms Tbaixa = 0,7RBC = 0,7(7,5 × 103)(0,1 × 10–6) = 0,525 ms T = Talta + Tbaixa = 1,05 ms + 0,525 ms = 1,575 ms f = 1 T = 1 1,575 × 10-3 635 Hz As formas de onda aparecem na Figura 13.18(b). operação monoestável O temporizador 555 pode também ser utilizado como um circuito multivibrador monoestável ou de disparo único (one-shot), como mostra a Figura 13.19. Quando o sinal na entrada de disparo apresenta uma borda negativa, ele dispara o monoestável, e a saída no pino 3 vai para o nível alto e permanece ali durante um período de tempo dado por: Talta = 1,1RAC (13.7) Ainda com relação à Figura 13.16, a borda negati- va na entrada de disparo faz o comparador 2 disparar o flip-flop, com a saída no pino 3 indo para nível alto. O capacitor C é carregado em direção a VCC através do re- sistor RA. Durante o intervalo de carga, a saída permanece alta. Quando a tensão através do capacitor atinge o valor de limiar de 2VCC/3, o comparador 1 dispara o flip-flop, com a saída indo para nível baixo. O transistor de descarga também vai a nível baixo, fazendo com que o capacitor permaneça próximo de 0 V até ser novamente disparado. A Figura 13.19(b) mostra o sinal de disparo da entrada e a forma de onda resultante na saída para o temporizador 555 funcionando como monoestável. Períodos de tempo para esse circuito podem variar de microssegundos a vários segundos, o que torna o CI útil para uma vasta gama de aplicações. Temporizador 555 Saída Descarga do capacitor , , ,,,, , ,, , , , , , , Tempo (m/s) Carga do capacitor Tempo (m/s) alta baixa Figura 13.18 Multivibrador astável para o Exemplo 13.1: (a) circuito; (b) formas de onda. * O período pode ser calculado diretamente de T = 0,693(RA + 2RB)C ≈ 0,7(RA + 2RB)C e a frequência, de f 1,44 (RA + 2RB)C . Capítulo 13 CIs lineares/digitais 611 Boylestad_2012_cap13.indd 611 3/11/13 6:28 PM eXemplo 13.2 Determine o período da forma de onda de saída para o circuito da Figura 13.20 quando disparado por um pulso com borda negativa. solução: Utilizando a Equação 13.7, obtemos Talta = 1,1RAC = 1,1(7,5 × 103)(0,1 × 10–6) = 0,825 ms 13.5 osCIlaDor ControlaDo por tensão Um oscilador controlado por tensão (VCO) é um circuito que oferece um sinal variável de saída (normal- mente uma forma de onda quadrada ou triangular) cuja frequência pode ser ajustada sobre uma faixa e controlada por uma tensão CC. Um exemplo de VCO é a unidade de CI 566, que possui circuitos para gerar sinais tanto de onda quadrada quanto triangular, cuja frequência é fixada por um resistor e um capacitor externos e, em seguida, variada por uma tensão CC aplicada. A Figura 13.21(a) mostra que o 566 contém fontes de corrente para carregar e descarregar um capacitor externo C1 a uma taxa deter- minada pelo resistor externo R1 e pela tensão moduladora CC de entrada. Um circuito Schmitt trigger é utilizado para chavear as fontes de corrente para carregar ou descarregar o capacitor. A tensão triangular desenvolvida no capacitor e a onda quadrada do Schmitt trigger são fornecidas como saídas através de amplificadores buffers. A Figura 13.21(b) mostra os pinos de conexão da unidade 566 e um resumo de fórmulas e de valores-limite. O oscilador pode ser programado para operar em uma faixa de frequência de razão 10:1 através da seleção adequada de um resistor e um capacitor externos, e, então, modulado sobre uma faixa cuja frequência pode variar em uma razão 10:1 ajustada por uma tensão de controle VC. A frequência livre, ou frequência central de operação (ƒo), pode ser calculada a partir de fo = 2 R1C1 a V + - VC V + b (13.8) com as seguintes restrições práticas de valores de circuitos: 1. R1 deve estar na faixa de 2 kΩ ≤ R1 ≤ 20 kΩ. 2. VC deve estar na faixa de 3 4 V + ≤ VC ≤ V +. 3. fo deve estar abaixo de 1 MHz. 4. V + deve estar entre 10 V e 24 V. Entrada de disparo Saída Saída Alta Alta Baixa Saída de disparo alta Disparos de entrada temporizam na borda negativa Temporizador 555 Talta , Figura 13.19 Operação do temporizador 555 como monoestável: (a) circuito; (b) formas de onda. Saída CI 555 , , , Entrada de disparo Figura 13.20 Circuito monoestável para o Exemplo 13.2. 612 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos Boylestad_2012_cap13.indd 612 3/11/13 6:28 PM A Figura 13.22 mostra um exemplo no qual o gera- dor de funções com 566 é utilizado para fornecer os sinais com as formas de onda triangular e quadrada em uma frequência fixa determinada por R1, C1 e VC. Um divisor resistivo com R2 e R3 estabelece a tensão modulante CC em um valor fixo VC = R3 R2 + R3 V + = 10 k 1,5 k + 10 k (12 V) = 10,4 V (a qual cai apropriadamente na faixa de tensão de 0,75 V + = 9 V e V + = 12 V). Utilizando a Equação 13.8, temos: fo = 2 (10 × 103)(820 × 10-12) a 12 - 10,4 12 b 32,5 zHk Fontes de correnteSchmitt trigger Amplificadores buffers Entrada de modulação, VC Entrada de modulação, VC GND Saída de onda triagularSaída de onda quadrada , Figura 13.21 Um gerador de funções com 566: (a) diagrama em blocos; (b) configuração de pinos e resumo de dados de operação. , Figura 13.22 Conexão de uma unidade de VCO com 566. Capítulo 13 CIs lineares/digitais 613 Boylestad_2012_cap13.indd 613 3/11/13 6:28 PM O circuito da Figura 13.23 mostra como a frequência da onda quadrada de saída pode ser ajustada utilizando-se a tensão de entrada VC para variar a frequência do sinal. O potenciômetro R3 permite variar VC de cerca de 9 V até quase 12 V, sobre a faixa completa de frequência de 10:1. Na situação em que o cursor do potenciômetro é levado totalmente para cima, a tensão de controle é de VC = R3 + R4 R2 + R3 + R4 (V+) = 5 k + 18 k 510 + 5 k + 18 k (+12 V) = 11,74 V o que resulta em uma frequência de saída mínima de: fo = 2 (10 × 103)(220 × 10-12) a 12 - 11,74 12 b 19,7 kHz Com o cursor de R3 ajustado à extremidade inferior, a tensão de controle é VC = R4 R2 + R3 + R4 (V+) = 18 k 510 + 5 k + 18 k (+12 V) = 9,19 V o que resulta em uma frequência máxima de: fo = 2 (10 × 103)(220 × 10-12) a 12 - 9,19 12 b 212,9 kHz A frequência da onda quadrada de saída pode então ser variada utilizando o potenciômetro R3 para uma faixa de frequência de, no mínimo, 10:1. Em vez de variar o ajuste do potenciômetro para mudar o valor de VC, a frequência da onda quadrada de saída pode ser variada utilizando-se uma tensão modulante de entrada, Vent, que pode ser aplicada como mostra a Fi- gura 13.24. O divisor de tensão estabelece VC em cerca de 10,4 V. Uma tensão CA de entrada de cerca de 1,4 V de pico pode variar VC em torno do ponto de polarização entre as tensões de 9 V e 11,8 V, fazendo com que a frequência de saída varie em uma faixa de 10:1. O sinal de entrada Vent, portanto, modula em frequência a tensão de saída em torno da frequência central, determinada pelo valor de polarização VC = 10,4 V (ƒo = 121,2 kHz). 13.6 malha amarraDa por Fase A malha amarrada por fase (PLL) é um circuito eletrônico que consiste de um detector de fase, um filtro passa-baixas e um oscilador controlado por tensão conec- tados como mostra a Figura 13.25. Aplicações comuns do PLL incluem: (1) sintetizadores de frequência que fornecem múltiplos de uma frequência de um sinal de referência (por exemplo, a frequência portadora para os múltiplos canais de um transmissor que opere na faixa do cidadão (CB) ou transmissores de rádios marítimos pode ser gerada utilizando uma frequência controlada por cristal único, e seus múltiplos obtidos utilizando-se um PLL); (2) circuitos de demodulação FM para operação em FM com excelente linearidade entre a frequência do sinal de entrada e a tensão de saída do PLL; (3) demodu- lação das duas frequências de transmissão de dados ou de portadora em transmissões de dados digitais modulados , ent Figura 13.24 Operação de um VCO com entrada de frequência moduladora. Figura 13.23 Conexão de um 566 como uma unidade VCO. 614 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos Boylestad_2012_cap13.indd 614 3/11/13 6:28 PM em FSK, phase shift keying; e (4) uma ampla variedade de aplicações, incluindo modems, receptores e transmis- sores de telemetria, decodificadores de tom, detectores AM e filtros de rastreamento. Um sinal de entrada, Vi, e o de um VCO, Vo, são comparados por um comparador de fase (veja a Figura 13.25), fornecendo uma tensão de saída, Ve, que representa a diferença de fase entre os dois sinais. Essa tensão é então aplicada a um filtro passa-baixas que fornece uma tensão de saída (amplificada, se necessário), que pode ser tomada como a tensão de saída de um PLL. Essa tensão é realimen- tada para modular a frequência do VCO. O funcionamento em malha fechada (closed-loop) do circuito mantém a fre- quência do VCO amarrada à frequência do sinal de entrada. operação básica do pll A operação básica de um circuito PLL pode ser explicada utilizando-se o circuito da Figura 13.25 como referência. Consideraremos primeiro o funcionamento dos vários circuitos da malha quando ela opera “amarrada” (a frequência do sinal de entrada e a frequência do VCO são iguais). Quando a frequência do sinal de entrada é igual à do VCO para o comparador, a tensão Vd, tomada como saída, tem o valor necessário para manter o VCO “amarrado” ao sinal de entrada. O VCO, então, gera em sua saída um sinal de onda quadrada com amplitude fixa e na frequência da entrada. Podemos obter um desempenho melhor do circuito se a frequência central do VCO, ƒo, corresponder a uma tensão de polarização no centro da faixa de valores possíveis para essa tensão. O amplificador permite esse ajuste na tensão CC, tomando como entrada a saída do filtro. Quando a malha está amarrada, os dois sinais aplicados ao comparador têm a mesma frequência, embora não necessariamente em fase. Uma diferença de fase fixa entre os dois sinais para o comparador resulta em uma tensão CC fixa para o VCO. Mudanças na frequência de entrada do sinal resultam em mudanças na tensão CC do VCO. Dentro de uma faixa de frequências de captura e amarração, a tensão CC força a frequência do VCO a ser igual à da entrada. Durante a fase de “amarração” da malha, a saída do comparador de fase possui componentes em frequências relativas à soma e à diferença dos sinais comparados. O filtro passa-baixas deixa passar somente os componentes de baixa frequência do sinal, possibilitando a amarração entre o sinal de entrada e o sinal do VCO. Devido à faixa de operação limitada do VCO e à conexão de realimentação do circuito PLL, há duas bandas de frequência importantes especificadas para um PLL. A faixa de captura de um PLL é a faixa de frequên- cias centrada em torno da frequência livre do VCO, ƒo, na qual a malha pode adquirir a amarração com o sinal de entrada. Uma vez que o PLL conseguir a captura, ele pode se manter amarrado com o sinal de entrada sobre uma faixa de frequências relativamente ampla, chamada faixa de amarração. aplicações O PLL pode ser utilizado em uma ampla variedade de aplicações, incluindo (1) demodulação de frequên- cia, (2) síntese de frequência e (3) decodificadores FSK. A seguir, damos exemplos de cada um deles. Sinal de entrada Na frequência central do VCO, fo Detector de fase Filtro passa-baixas Amplificador Sinal de saída Figura 13.25 Diagrama em blocos de uma malha amarrada por fase básica (PLL). Capítulo 13 CIs lineares/digitais 615 Boylestad_2012_cap13.indd 615 3/11/13 6:28 PM