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CAMPUS DE ENSINO METROPOLITANO II 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS BM 2011 
 
Disciplina: 
ÉTICA E CIDADANIA 
 
FACILITADOR: 
Subtenente PM: Sandro Viana 
E-mail: sandroviana2012@hotmail.com 
Face: Sandro Viana 
Instagram: sandro.viana2017 
Fone: 996747171 9 (zap) 
 
Jaboatão dos Guararapes, 2017 
mailto:sandroviana2012@hotmail.com
 
A ÉTICA E A CIDADANIA NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE 
PERNAMBUCO 
 
 
Quando nos referimos à ética, estamos falando de teoria, de pensamento, de 
reflexão de uma norma de relações de convivência entre pessoas. É comum confundir ética e 
moral. A moral é formada por um conjunto de princípios, normas e regras de 
comportamentos. A moral pertence do domínio da prática. 
 
É objeto da ética, como parte da filosofia, questionar: 
 
- a ausência, a origem e as condições em que se realizam os atos morais, 
- a natureza, as funções e os parâmetros do julgamento moral. 
 
E para que serve esse questionamento do ato moral, que como costume é 
absorvido, aceito e praticado por um conjunto de pessoas em determinado tempo e espaço? 
Serve, entre outros fins, para conduzir o homem à reflexão sobre a 
responsabilidade do ato moral que é de livre escolha do indivíduo. 
 
Possibilitando com isso: 
 
- orientação para o bem; 
- previsão de possíveis conseqüências das alternativas de conduta adotada; 
- avaliação do ato e decisão para indicação de qual conduta é mais adequada 
dos nossos objetivos e mais coerente com os nossos valores. 
 
A ética conduz a visões, leituras, interpretações e decisões no campo moral; e 
essas decisões são pessoais. 
Porém, alguns pensadores colocaram essa individualidade no ser humano como 
um todo, ou seja “o que é ético é o que vale para todos os homens em qualquer situação”. 
 
Assim, para melhor visualizar a prática ética entre os diversos grupos 
humanos, que possuem estrutura moral diversa, de acordo com suas posições filosóficas, 
religiosas e política e por isso, acabam direcionando as suas reflexões, é prudente pensar nas 
diversas expressões da ética, como: 
- ética cristã; 
- ética budista; 
- ética marxista; 
- ética kantiana; 
- ética hippie; 
- ética de princípios; 
- ética de responsabilidade; 
- ética profissional. 
 
A ética profissional, objeto do nosso debate, trata, sob o ponto de vista moral, 
das questões específicas que ocorrem no cotidiano dos que executam trabalho, prestam 
serviço ou ocupam determinadas funções em determinadas áreas e setores profissionais. 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO EM EQUIPE 
 
 
 
- Somos éticos? 
 
 
 
 
 
- Somos cidadãos? 
 
 
 
 
 
- Existe ética na minha profissão? 
 
 
 
 
 
- O que entendemos sobre cidadania? 
 
 
 
 
 
- Existe cidadania na nossa profissão? 
 
 
 
 
 
-Ética e cidadania é apenas uma disciplina do curso ou pode servir para o nosso 
enriquecimento, aprimoramento e crescimento pessoal? 
 
 
 
 
 
 
-Podemos mudar a nossa visão do mundo a partir da discussão da importância 
da ética e da cidadania na minha vida? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estas e outras perguntas estarão em debate no presente curso. As respostas, 
porém não serão encontradas facilmente, antes deve-se buscá-las na vida, no dia a dia das 
relações com as pessoas, na leitura das manchetes de jornais e televisão e, principalmente, 
na leitura do mundo como ele se apresenta no passado, no presente e no futuro. 
 
 
 
 
 
 
 
O PORQUÊ DO ESTUDO DA ÉTICA NA CORPORAÇÃO 
 
Acreditamos que nossa atuação como cidadãos ativos e éticos poderá melhorar 
muito se desenvolvermos alguns conhecimentos teóricos, determinadas habilidades e 
posturas adequadas a situações específicas do cotidiano no âmbito: 
- das relações interpessoais; 
- dos conflitos e problemas coletivos; 
- da esfera pública; 
- do trabalho; 
- do exercício profissional; 
- dos intercâmbios com o meio ambiente etc. 
 
Enfim, não é apenas em termos profissionais que precisamos ou podemos ser 
competentes. É necessário desenvolvermos competências também nas diferentes áreas das 
relações humanas, competências essas que, do ponto de vista da ética e da cidadania, se 
relacionam, no nosso juízo, com uma série de saberes, fazeres e modos de ser, tais como: 
 
1. ter disposição para: 
* o debate, ________________________________________________________ 
* a compreensão, __________________________________________________ 
* a compaixão, ____________________________________________________ 
* a solidariedade, __________________________________________________ 
* a boa vontade, ___________________________________________________ 
* a resistência a opressão e exploração, ________________________________ 
_______________________________________________________________ 
* a cooperação, ___________________________________________________ 
* a mobilização e luta coletiva, _______________________________________ 
* o trabalho comunitário, ___________________________________________ 
 
2. ver e compreender os fatos interpretando-os do ponto de vista: 
* da ética, _______________________________________________________ 
* da ciência, _____________________________________________________ 
 
* da cidadania, ___________________________________________________ 
 
4. ler, pela ótica dos diversos segmentos envolvidos e contextualizados 
historicamente: 
* os atos, _________________________________________________________ 
* fatos, __________________________________________________________ 
* sistemas, _______________________________________________________ 
* processos, ______________________________________________________ 
* organizações, ___________________________________________________ 
* instituições sociais; _______________________________________________ 
 
 
5. perceber problemas e compreendê-los à luz: 
* das várias áreas do conhecimento, ___________________________________ 
* da interpretação das diversas formas de linguagem e expressão, 
_______________________________________________________________ 
* das experiências vividas pessoalmente; _______________________________ 
 
6. saber rearranjar: 
* as informações obtidas, ____________________________________________ 
* os conhecimentos e habilidades desenvolvidos, 
_______________________________________________________________ 
* as possibilidade de atuação isoladamente ou em grupo de forma a enfrentar 
situações-problema ocorridas no meio social, 
_______________________________________________________________ 
* intervir solidariamente na realidade; __________________________________ 
 
7. orientar-se sempre por princípios éticos e praticar a cidadania ativa no seu 
cotidiano, reconhecendo-se como responsável pelos seus atos e omissões. 
 
OBS: Utilize a linha ao lado de cada habilidade para treinar seu modo de 
perceber as coisas e sua reação pessoal buscando uma ação real e sua prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS 10 MANDAMENTOS DA PRÁTICA DA ÉTICA NO TRABALHO 
 
Enquanto essas competências e habilidades são importantes para cada um de nós, em 
nível pessoal ou interpessoal e coletivo, há outras que são especialmente importantes no mundo 
do trabalho, qualquer que seja a área ou a profissão em que atuamos. 
Vejamos a seguir o que podemos chamar de os 10 mandamentos da prática da 
ética no trabalho: 
 
I - Conscientizar-se da importância, do valor e da responsabilidade de cada 
trabalhador, do valor de cada trabalhador em relação à qualidade do trabalho produzido e 
da responsabilidade de cada trabalhador em relação à qualidade do produto ou serviço à ser 
oferecido; às condições de higiene e segurança durante o processo de produção e no ambiente 
de trabalho; ao respeito ao ambiente de trabalho; ao respeito ao meio ambiente, ao 
patrimônio e à imagem da empresa. 
 
II - Identificar e respeitar os direitos e deveresde cidadania inerentes às condições 
de produtor, consumidor, empregador, empregado, parceiro, concorrente, membro da 
comunidade interna e da comunidade externa à empresa. 
III - Conhecer as regras básicas de convivência social, segundo os princípios da 
liberdade, igualdade, justiça e equidade e as legislações que as normatizam. 
 
IV - Reconhecer e ser capaz de prever situações que representem riscos ou 
desrespeito à igualdade física, mental, moral e social dos cidadãos e de selecionar 
procedimentos que possam evitá-los. 
 
V - Trabalhar em equipe e cooperativamente, respeitando e valorizando a 
autonomia, a contribuição e a diversidade de cada um e estimulando, no grupo, ações 
responsáveis e solidárias. 
 
VI - Guiar-se pela racionalidade no uso dos recursos materiais, pela 
solidariedade no trato com as pessoas e pela prudência e sensatez em ambos os casos. 
 
VII - Atualizar-se continuamente, incorporando a sua prática cotidiana 
conhecimentos, técnicas e atitudes propícias ao seu desenvolvimento profissional e relacional. 
 
VIII - Discernir o momento propício e a situação adequada e justa para oferecer 
ou pedir ajuda, aprender ou ensinar, cooperar ou competir (concorrer), conservar ou 
transformar, sempre de acordo com os princípios da responsabilidade e da solidariedade. 
 
IX - Relacionar-se com as pessoas com as quais lida, em seu trabalho, valorizando 
suas contribuições e realizações e respeitando suas características pessoais, necessidades e 
possibilidades. 
 
X - Estar sempre atento para que as normas de qualidade no processo de produção 
ou no atendimento de clientes, as normas das relações pessoais dentro da empresa e as 
normas das condições ambientais e sociais, em geral, sejam garantidas. 
 
Após esta leitura podemos nos perguntar: 
- Sou ético no meu ambiente de trabalho? ___________________________________ 
- Praticar ética exige sacrifícios, cultura elevada ou dedicação excessiva? 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
A ÉTICA COMO APRIMORAMENTO PESSOAL E CRESCIMENTO PESSOAL 
 
Considerando as profissões, em suas especificidades, além das competências 
individuais, sociais e de trabalho, alguns cuidados especiais, do ponto de vista técnico, 
precisam ser tomados. Cuidados esses que dependem do tipo de relação que o profissional 
estabelece com as pessoas, os objetos, o meio ambiente, quando conduz ou presta serviços. 
Muitas profissões têm seu próprio Código de Ética formalmente estabelecido, outras e tem 
informal, apenas introjetado. 
Essas reações demonstram que nós, cidadãos, estamos nos tornando mais 
exigentes em relação à garantia e preservação de nossos direitos e conscientes de que eles só 
poderão se efetivar com a valorização da ética como princípio norteador da conduta em todas 
as esferas da vida social. 
Existe, ainda, um outro aspecto que não poderíamos deixar de assinalar e que diz 
respeito ao mundo do trabalho. É a “nova filosofia ou política” das empresas em relação aos 
seus recursos humanos: funcionários, empregados, chefes, diretores, executivos. Essa 
“filosofia” norteia a conduta ética de todos, subordinando-os ao interesse maior da 
coletividade e da sobrevivência da organização. 
Com efeito, quando se fala de perfis profissionais desejáveis, além das 
competências técnicas o que se procura e se valoriza muito hoje são as chamadas 
competências individuais e sociais, caracterizadas por conhecimentos, habilidades e atitudes 
que propiciem a capacidade de trabalhar em equipe de forma cooperativa, conciliar conflitos 
surgidos no grupo e se comunicar não apenas no sentido de receber ou enviar mensagens e 
informações mais de compreensão recíproca. 
A postura ética tem sido, por tanto, cada vez mais um requisito para a valorização 
de um profissional no mundo do trabalho. No mundo empresarial, a ética esta sendo 
encarada até como “um bom negócio”, pois a confiança que ela expira, resulta em 
credibilidade, repercute na capitação de recursos de capital, favorece o estabelecimento e 
parcerias comerciais e conquista a preferência de fidelidade do cliente/consumidor. 
A postura ética, aliada a postura cidadã, tem levado não só muitas pessoas a 
prestarem trabalhos voluntários e assim engajarem em movimentos de defesa da cidadania, 
como também tem estimulado muitas associações, instituições e empresas a desencadear ou 
apoiar campanhas e adotar procedimentos que visem à melhoria da qualidade de vida de 
seus funcionários, de suas respectivas famílias e de segmentos sociais carentes de recursos ou 
de políticas públicas que atendam efetivamente as suas necessidades. 
Não é por acaso que dentre as transformações ocorridas na educação em vários 
países, inclusive no nosso, estar a valorização do ensino-aprendizagem voltado não apenas 
para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades no campo técnico, científico, 
artístico-literário mais também o crescimento da preocupação com o desenvolvimento de 
identidade éticas e cidadãos. 
Foi no bojo dessas transformações que, no Brasil, o Ministério da Educação 
lançou alguns documentos dando diretrizes e parâmetros para a educação de nível 
fundamental e básico e para o ensino profissionalizante. Neles a sensibilidade, a ética, a 
política da igualdade, a cidadania aparecem como questões fundamentais, altamente 
relevantes, tanto na formação geral do indivíduo como na preparação para a vida social, o 
mundo do trabalho e o exercício da profissão. 
Algumas instituições educacionais públicas e privadas instituíram ética e cidadania 
como componentes obrigatórios em seus currículos, à exemplo temos o Corpo de Bombeiros 
Militar de Pernambuco, outras, estão trabalhando suas questões de forma transversal, nas 
diversas disciplina e projetos, e há também, àquelas que criaram programas de trabalho 
voluntários, de ação de defesa da cidadania de prestação de serviços à comunidade. 
 
 
 
 
 
ORIGEM DO TERMO ÉTICA 
 
O termo ética é de origem grega, de ethos, que significa comportamento. O sentido 
de ethos passou, com o tempo, por modificações, denominando, inicialmente, o local da 
morada, habitação, passando, depois, a significar a atitude do homem perante a sociedade, 
seus valores espirituais em relação ao mundo, enfim, o seu caráter. 
A ética faz referência aos diferentes caráteres (plural do caráter) que existem em uma 
mesma sociedade, ou seja, as individualidades das pessoas, e as possibilidades de responderem de 
formas diversas ao tradicionalmente estabelecido, sem submissão passiva as normas, mas aceitando-
as e concordando com o ponto de vista de seus valores referentes ao Bem ou ao Mal. 
É preciso lembrar, porém, que nem todos os que pensam, falam ou escreve sobre 
moral e ética, distinguem de forma muito precisa uma da outra. 
No entanto – e, quanto a isso, parece haver consenso – ao nos referirmos tanto a 
moral quanto a ética estaremos sempre considerando as ações humanas do ponto de vista do 
Bem e do Mal, e, conseqüentemente, avaliando-as como corretas ou não e censurando-as ou 
aprovando-as, conforme o caso. 
Por tanto se moral e ética não são a mesma coisa pelo menos coincidem em muitos 
aspectos. 
Moral vem do latim – a língua dos Romanos antigos – e a palavra é mos, com o 
plural mores significando costumes, modos, donde as expressões “aprender bons modos”, 
“pessoas sem modo”, “que modos são estes, menino!?!” e outras tantas, quando pessoas mais 
velhas chamam a atenção os mais jovens, que as chocam com a formam como se sentam, se 
vestem, falam com os pais etc. 
Se a primeira vista os sentidos parecem iguais, ainda que sutilmente, pode-se 
entender que, no primeiro caso – a palavra moral – deveria se referir aos modos já 
cristalizados em uma sociedade, aos quais todos os indivíduos deveriam se adequar e com os 
quais acabam se acostumando. 
 
Essas diferenças podem ser percebidas nas seguintes acepções: 
1.A ética e a moral só se referem a ações humanas. Os demais seres viventes não 
são morais, imorais, amorais, éticos ou antiéticos. Não são passíveis de julgamento, pois suas 
ações são produtos de determinismo biológico. 
2. Pertence ao campo da moral e da ética apenas as ações humanas livres, 
conscientes. Só podem ser consideradas ações morais ou éticas aquelas que resultam da 
liberdade de definir o que é certo ou errado, de aceitar agir de uma ou outra maneira, de 
decidir mudar as regras porque não as considera coerentes com seus valores de certo ou 
errado, mesmo que, para isso, tenha de enfrentar os detentores de poder (familiar, político, 
religioso, militar, econômico ou outros, inclusive a opinião pública). As ações que foram 
movidas por forte pressão psicológica ou por pressão de outros, sem qualquer possibilidade 
de escolha do sujeito, estão isentas de julgamento moral ou ético. 
3. Tanto a moral quanto a ética se referem ao campo das ações e não ao dos 
conhecimentos. O conhecimento proveniente de pesquisas, estudos, observação da realidade, não esta 
sujeito a julgamentos, pois refletem o que é, o que pertence ao reino da necessidade. Já o uso que 
fazemos dele aplicando-o ao que poder vir a ser, que pertence ao reino da possibilidade, isso sim é 
passivo de julgamento. A ciência, a técnica, a arte não estão sujeitas a regras morais, mais 
o modo como as utilizamos para atingir objetivo, pois, com elas podemos fazer bem ou mal. 
 
Podemos tomar como exemplo o desenvolvimento científico para produção de 
armas (química, biológicas), as técnicas de manipulação da medicina (clonagem de seres 
vivos) e as artes influenciam milhões de pessoas á práticas criminosas (livros ideológicos). 
 
 
 
 
 
 
Por fim, podemos concluir e ao mesmo tempo fazer a introdução do estudo da 
ética a partir do que diz Renato Janine Ribeiro (eminente filósofo brasileiro da atualidade): 
 
“(...) obedecer, só por medo ao castigo, é condenável moralmente (...) um homem justo 
(ou bom) é o que procura ser sempre justo ou bom. Ora, é perfeitamente possível um homem 
injusto, ou mau, praticar ações justas, ou boas: basta que ele siga a letra da lei. E da mesma 
forma pode muito bem um homem justo, ou bom, cometer atos injustos, ou maus: no empenho 
de fazer bem, ele pode se equivocar – ou até mesmo decidir que a letra da lei não vale, que a lei 
é injusta, e que é o caso de violar sua carne para lhe salvar o espírito”. 
 
 
 PORQUÊ DA ÉTICA NA CORPORAÇÃO 
 
1. A ética observa o comportamento humano e aponta seus erros e desvios . 
2. A ética formula os princípios básicos a que deve subordinar-se a conduta do homem, 
onde quer que se encontre. 
3. A par de valores genéricos e estáveis, a ética é ajustável a cada época e a cada 
circunstância. 
4. A ética depende da filosofia, pois cada sistema moral baseia-se em outro, de natureza 
filosófica e, conseqüentemente, ela varia com as filosofias. 
Concluindo: A ética não deve ser considerada como fonte de pesadas e enfadonhas 
obrigações, mas como uma filosofia moral dignificante. 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA, UMA VISÃO DO BRASIL 
 
A ética é um tema que acompanha a humanidade desde quando o primeiro 
homem apareceu neste planeta, pois diz respeito às relações entre as pessoas com o objetivo 
de estabelecer princípios do agir humano. 
 
Não é, portanto, uma questão nova e os gregos foram, talvez, os primeiros a torná-
la objeto de estudo e investigação, tendo como exemplo maior Aristóteles, o filósofo que mais se 
preocupou com a ética, ensinando-a de modo irrepreensível em duas obras: "Ética” e "Ética a 
Nicômacos". Nesta mesma época, quatro séculos antes de Cristo, Hipócrates debruçou sobre o 
assunto, aplicando a ética à medicina e produzindo alentado estudo que se materializou no 
compêndio "O Juramento", base de toda a ética médica mundial, até os dias atuais. 
 
O vocábulo ética é, pois, como já vimos, proveniente do grego (ethos, morada) 
que teve como correspondente latino a palavra "moris", que significa moral, embora haja 
diferença entre os dois termos: a ética como depositária dos princípios universais e a moral 
significando um conjunto de valores condensados por uma sociedade, em determinado tempo 
e lugar. 
 
O atual período histórico da humanidade é bastante especial e grave, pois que 
as referências usadas pela sociedade para julgar e avaliar as suas ações, foram 
gradativamente se enfraquecendo, em razão de dois principais fatos: 
 
Primeiro: a religião já não é mais a balizadora hegemônica dos costumes; 
 
Segundo: a ciência e a razão, que substituíram durante algum tempo a 
religião, agora não são mais referências para orientar a humanidade. 
 
Daí porque vive a humanidade atual sob dois parâmetros que não podem 
servir como referência: 
 
A tecnologia, que desenvolveu-se extraordinariamente neste século. 
 
A expansão ilimitada do capitalismo, na sua fase pós-moderna, principalmente 
considerando-se o fracasso do comunismo como proposta ética de um modelo social. O 
aumento do poderio do homem propiciado pela tecnologia e os efeitos incontroláveis da 
ganância e da acumulação do capital, colocam freqüentemente em risco a vida humana, em 
todas as suas formas. 
 
Nesse aspecto é importante é importante observar o mundo hoje, as guerras 
de dominação, a opressão dos países pobres pelos países ricos, e até o equilíbrio da ordem 
mundial estabelecido pelo poderio bélico e econômico das nações. 
 
 
 
 
 
 
Nos negócios, nas atividades científicas e nas políticas governamentais tomam-se 
decisões que podem levar a conseqüências desastrosas e incontroláveis para as pessoas 
e sociedade. No plano individual, este foi o século das liberdades humanas, que se 
expandiram em 8 graus variáveis, passando-se a viver uma experiência única em que tudo é 
permitido. Daí dizer que vivemos num mundo onde, lado a lado, se experimenta a maravilha 
e o quase êxtase e o terror, materializado pela violência, sob todas as modalidades. 
 
O homem hoje não vive sob os dogmas religiosos, os tabus, os pecados. O 
conhecimento do homem lhe deu a liberdade maior, lhe permitiu alterar sua vida e vivê-la 
dentro do seu entendimento, mesmo que isso esteja fora de concepções religiosas. 
 
Interessar-se pela ética, nestes tempos, é uma atitude preliminarmente 
racional, pois certamente significará a sobrevivência da espécie humana a longo prazo. A 
ética deve ser o desafio de uma nova sociedade, na busca da construção de um agir correto, 
respeitando-se a cada um e beneficiando-se a todos. Devemos ser éticos não por medo da lei 
ou da norma, do pecado ou do inferno, mas por almejar uma vida melhor e de qualidade, 
para nós, a nossa família e a sociedade. 
 
E é esta qualidade, hoje tão decantada na economia global e globalizante, que 
somente poderá ser aceita se traduzida pelo trinômio ético da veracidade, do compromisso e do 
cuidado com o ser humano. No entanto, o Brasil é um país sem tradição ética. A história política 
destes 500 anos de idade demonstra esta assertiva. Desejou-se construir um grande país nesta 
última metade do século (pelo menos este foi o discurso político ouvido nos últimos 50 anos), e é 
verdadeiro que construímos grandezas e chegamos à oitava potência econômica do mundo 
ocidental. Mas construímos, também, miséria, fome e a falência ou inoperância de instituições 
como a Justiça, o aparelho policial e uma série de serviços próprios do Estado. Um estado hoje 
na forma de República (Res = coisa), de coisa pública possibilita ao cidadão, ou melhor a sua 
instituição representativa (clube, sociedade, organismo e até instituições políticas) importar-se 
com aqueles que conduzem a coisa pública exigindo-lhe um mínimo ético, que se seguido, 
impediria sobremaneira os conceitos que desde sempre vêm desconstruindo uma nação e 
impedindo sua ascensão e fortalecimento. 
 
A desculpa dada pelos economistas oficiais para todas essasmazelas é que mais 
importante é o controle da inflação e a adequação do orçamento fiscal. No seu entendimento, 
uma vez debelada a inflação e estabilizada a economia, as mazelas sociais estariam, no 
mínimo, contidas. Entendemos que a questão é mais ética do que econômica e originada, 
principalmente, dos seguintes fatos: desvalorização das coisas nacionais; ausência de um 
projeto político nacional permanente; esvaziamento das instituições públicas, 
principalmente aquelas relativas à educação e à saúde; deterioração das relações entre os 
diversos grupos sociais: ascensão da cultura da violência, do medo e da indiferença; a 
descrença nos políticos e no seu comportamento geralmente imediatista e míope, quando não 
corrupto; as dificuldades de consenso social e a ausência de uma ação coletiva permanente 
de coalisão social em que vigore o sentido de pátria. 
 
O Brasil apresenta dificuldades éticas que geralmente são fruto de uma visão 
curta e estreita da sociedade, onde impera a mediocridade e a falta de grandeza. Estamos vivendo 
numa sociedade do medo: de um lado os ricos enclausurados nas suas mansões, à semelhança de 
castelos medievais e usando toda a tecnologia eletrônica de segurança, inclusive automóveis 
blindados para se locomover; de outro os pobres e miseráveis relegados às favelas e aos cortiços, 
sem esperança de uma vida decente, atemorizados pelas violências da polícia e dos bandidos. Por 
outro lado, a classe média apresentando-se com todos estes temores e acrescentando o medo de 
perder o pouco que lhe resta de "status" e possibilidades econômicas. 
 
 
Daí a razão no dizer que o brasileiro, sempre conhecido pela cordialidade, está se 
tornando cada vez mais agressivo. Veja a violência urbana e rural. A sociedade brasileira foi 
construída sob a égide da imposição de regras, primeiro pela Coroa Portuguesa, para atender 
aos interesses da Corte, que impediram o país durante dois séculos de criar as suas instituições 
educacionais e seguir o seu próprio destino econômico. E como vimos a sociedade brasileira 
não nasceu e nem progrediu através de bases éticas sólidas e estáveis. Estamos a caminho de 
nos tornarmos efetivamente uma nação, na medida em que abraçarmos uma proposta 
concreta que signifique uma matriz ética para todos os brasileiros. 
 
* Depois veio a república que se manteve, ora sob o poder das armas dos marechais, 
ora sob o poder econômico do políticos do café-com-leite, que só viam a nação no eixo Sul-Sudeste, 
relegando o resto da nação a dura sorte. Em seguida um estado novo, o regime ditatorial que 
enfraquece a democracia, a sociedade e coloca o povo sob o manto das oligarquias e do 
patrimonialismo. Passando depois para um breve período de democracia plena na década de 50, 
voltamos de novo à ditadura. Novamente a liberdade de opinião e discordância havia sido suprimida. 
Hoje vivemos sob um novo modelo de regime democrático. Agora podemos iniciar nossa jornada 
como nação ética. Fundamentada nos direitos e garantias individuais. 
 
Adaptação do Texto da Enciclopédia Encarta. 
 
 
 
 
A ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
 
 
 
 
Veremos a seguir uma série de considerações que devem ser levadas em conta 
quando pretendemos agir como servidores públicos pautados por princípios éticos, são eles: 
 
1 - Corrupção, ineficiência e privilégios, estes são alguns dos vícios que tentam 
impingir, como arraigados de cultura, ao serviço público nacional. (combata-os) 
 
2 - Assim considerando, os detratores dos funcionários públicos apelam para a 
demissão generalizada e leis mais rigorosas, fazendo passar a imagem de que todo servidor 
público é, “a priori”, desonesto. (reaja, faça sua parte, ser honesto é defender o serviço 
público de uma maneira geral) 
 
3 - Está provado que se deformações existem no setor público, também ocorrem 
no privado, pois todos fazem parte da mesma sociedade. Assim, é possível encontrar 
corrupção até nos mais avançados países do mundo, onde predominam a democracia social 
e o progresso. (a visão da qualidade do serviço público passa por você) 
 
4 - As leis, por mais rigorosas que sejam, não resolvem sequer em parte, muito 
menos no todas, questões como corrupção e ineficiência. Se ao lado de sanções severas 
aplicadas aos infratores, não se instalar um processo educativo que faça o cidadão adotar, 
tanto na iniciativa pública quanto no setor privado, um código de valores éticos, este estado 
de coisas perdurará por muito tempo. (seja ético, eduque-se) 
 
5 - A ética não pode, absolutamente, estar vinculada à pedagogia do medo à 
punição, mas sim à autonomia do cidadão em escolher servir à sociedade, solidariamente. 
(um código de ética aponta valores, não punição) 
 
6 - Para isso, necessário se faz empreender um grande projeto nacional de educação 
cívica, de modo a propiciar às novas gerações de brasileiros a oportunidade de optar pelo bem 
comum. (elevar o espírito empreendedor do brasileiro, excluir o famoso “jeitinho brasileiro”) 
 
7 - As escolas, em todos os níveis, e as demais instituições sociais, devem-se esforçar 
pela adoção de códigos de ética que balizem o trabalho nelas desenvolvido e ofereçam a seus 
10 
servidores a oportunidade de se sentirem realizados, como empregados e cidadãos, pela 
função que exercem. (você deve conhecer e praticar seu regulamento de ética) 
 
8 - É certo que o modelo econômico determina e estimula as empresas privadas a 
buscarem o lucro como resultado da própria essência do capital. Por outro lado, governos e 
governantes, em todos os níveis, se vêem pressionados pelo clientelismo político e econômico. (o 
servidor público deve servir ao povo, a nação, independente de pressão social ou econômica) 
 
9 - À exceção – raríssima – de algumas empresas privadas e órgãos 
governamentais, a imensa maioria das instituições brasileiras carece de normas éticas e 
morais. (o CBMPE já tem a sua norma, divulgue isso, com atitudes principalmente) 
 
10 - Essa ausência se faz sentir no seio das instituições escolares, onde os futuros 
administradores são formados e tem servido de estímulo ao descompromisso desses 
profissionais para assumirem condutas corretas em benefício do conjunto da sociedade. 
(aqui reside a importância do estudo e da abordagem da ética na corporação) 
 
11 - Agir com ética significa – em nível de qualquer instituição, seja pública ou 
privada – responder, da melhor maneira, aos anseios do cidadão comum, sem que isto 
signifique que o servidor venha a transigir, no que se refere aos objetivos maiores da 
instituição em que atua. (o regulamento de ética dos Militares Estaduais de Pernambuco tem 
como bem maior a prestação de um excelente serviço público). 
 
12 - O gerenciamento do setor público não tem conseguido obter um rendimento 
adequado em parte porque se encontra desprovido de instrumentos morais que permeiem 
suas ações, de modo a colocar os seus servidores em harmonia com os seus objetivos e aos da 
sociedade a qual deve servir. (o nosso código de ética visa assegurar esse rendimento no 
serviço público). 
 
13 - Concomitantemente, é importante institucionalizar mecanismos que visem a 
prevenção dos desvios de conduta profissional - como a criação de auditorias internas 
permanentes - a fim de se apurar, devidamente, as responsabilidades e punir, adequadamente, 
os transgressores, de modo transparente. Tais medidas, ao final, serviriam para desestimular os 
incautos e pusilâmines, a delinqüir. (no nosso caso andam apartados o regulamento (código) de 
ética e o código disciplinar dos Militares Estadual de Pernambuco-CDMEPE). 
 
14 - É correto o que faço? Estou violando alguma lei ou a política da instituição a 
que pertenço? O que minha decisão me fará sentir? Estarei orgulhoso e tranqüilo se a minha 
decisão for veiculada pela imprensa? Como se sentirão, minha família e meus amigos, 
quando conhecerem essa minha decisão? (perguntas como estas devem vir antes de se 
observarno CDMEPE qual é a punição prevista para meus atos). 
 
15 - Estas são algumas das perguntas fundamentais que o servidor público deve 
se fazer. As suas próprias respostas poderão, no mínimo, indicar se a sua conduta é, ou não, 
ética, no cargo que ocupa. (façamos, nós, as nossas perguntas). 
 
16 - A própria instituição, por sua vez, deveria assumir uma política de recursos 
humanos, adotando um plano de carreira que premie o bom funcionário, aquele que se 
esforça pela melhoria do atendimento, que se atualiza profissionalmente, de modo a 
incentivá-la a optar pela ética. (na falta de uma política maior devemos colaborar para a sua 
criação, com o nosso anseio e a nossa prática). 
 
17 - Por fim, a esta profilaxia devem ser adicionadas normas judiciosas de seleção de 
pessoal, que possibilitem avaliar a personalidade e o caráter do candidato, além dos critérios 
11 
meramente técnicos, o que, por certo, fará florescer uma nova mentalidade de servidor público, 
exemplo de probidade e eficiência. (a disciplina de ética e cidadania em todos os cursos do CBMPE, 
favorece a esta postura, o nosso funcionário já não pode dizer que nada sabe, nada via) 
 
18 - Se houver, em todos, a consciência que a ética significa uma opção pelo bem 
comum, ficará assegurado que a honestidade será sempre um dever de todo cidadão. 
(FAÇAMOS A NOSSA PARTE) 
 
Texto adaptado de José Geraldo de Freitas Drumond *Reitor da UNIMONTES 
Minas Gerais, AGO 2002. 
 
 
 
 
A ÉTICA DOS MILITARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
A seguir transcrevemos na integra o Decreto de aprovação e o regulamento de 
ética dos militares do estado de Pernambuco, os quais sedimentam e fortalecem a atitude 
ética do Bombeiro Militar como cidadão e como profissional. 
Conhecer o “código de ética” para aplicá-lo nas ações do cotidiano, fortalecendo-
o, tornando-o parte integrante de sua postura profissional. Essa é a nossa intenção e não 
somente deixá-lo guardado dentro de uma gaveta para consulta oportuna. 
 
 
DECRETO Nº 22.114, de 13 de MARÇO de 2000 
 
Aprova o Regulamento de Ética Profissional dos Militares do Estado de 
Pernambuco e dá outras providências. 
O Governador do Estado, no uso das suas atribuições que lhe são conferidas pelo 
Artigo 37, incisos II e IV, da Constituição do Estado; 
Considerando as diretrizes na área de Segurança Pública, em nível federal e estadual, 
no tocante à instituição de normas de Ética Profissional para as Corporações Militares; e 
Considerando a necessidade de dotar a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros 
Militar de Pernambuco de um instrumento específico para regular as condutas éticas de seus 
integrantes; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DECRETA: 
 
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento de Ética Profissional dos Militares do 
Estado de Pernambuco, anexo a este Decreto. 
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua 
publicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGULAMENTO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS MILITARES DO ESTADO DE 
PERNAMBUCO 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º O Regulamento de Ética Profissional dos Militares do Estado de 
Pernambuco norteia-se por princípios que formam a consciência profissional do militar 
estadual e representa imperativos de sua conduta, traduzindo-se pelo fiel cumprimento à lei, 
às ordens das autoridades constituídas, ao cumprimento dos princípios norteadores dos 
direitos humanos e dos demais princípios que norteiam a vida em sociedade. 
 
Art. 2º A função militar está revestida de certa parcela do Poder Estatal, 
possibilitando tomadas de decisões, impondo regras, dando ordens, por vezes restringindo bens 
e interesses jurídicos, direitos individuais e coletivos, dentro dos limites autorizados por lei. 
 
Art. 3º Para o desempenho da missão, o militar estadual deve possuir atributos 
intelectuais, técnico-profissionais, e, acima de tudo, morais, colocando-o como espelho da 
cidadania; deve possuir firmeza de caráter, dedicação ao trabalho e profissionalismo, 
atuando sempre com senso de justiça, pré-requisitos que a sociedade espera e exige do 
verdadeiro militar estadual. 
 
Art. 4º O militar estadual, ao ingressar na carreira, prestará o compromisso de 
honra, em caráter solene afirmando a sua consciente aceitação dos valores profissionais, dos 
deveres éticos, do sentimento do dever, do pundonor, do decoro da classe e a firme disposição 
de bem cumpri-los. 
§ 1º Honra Militar é a qualidade íntima do militar estadual que se conduz com 
integridade, honestidade, honradez e justiça, observando com rigor os deveres morais que 
tem consigo e seus semelhantes. 
§ 2º Sentimento do Dever Militar consiste no envolvimento com uma tomada de 
consciência perante o caso concreto, ou seja, com a realidade, implicando no reconhecimento da 
obrigatoriedade de um comportamento militar coerente, justo e equânime. 
§ 3º Pundonor Militar é o sentimento de dignidade própria, procurando o militar 
estadual ilustrar e dignificar a Corporação, através da beleza e retidão moral que se conduz, 
resultando honestidade e decência. 
§ 4º Decoro da Classe Militar é a qualidade do militar estadual, baseada no 
respeito próprio dos companheiros e da comunidade a que serve, visando o melhor e mais 
digno desempenho da profissão militar. 
 
 
CAPÍTULO II 
 
DA DEONTOLOGIA MILITAR 
 
Art. 5º A Deontologia Militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, 
traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar atinja 
plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da ordem pública. 
 
Parágrafo único. Aplicada aos militares estaduais, independentemente de posto 
ou graduação, a Deontologia Militar reúne valores úteis e lógicos a valores espirituais 
superiores, destinados a elevar a profissão militar a nível de missão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEÇÃO I 
 
DOS VALORES MILITARES 
 
 
 
Art. 6º Os valores militares, determinantes da moral do militar estadual, são os 
seguintes: 
patriotismo, revelado no amor e dedicação à Pátria; 
civismo, através do culto aos símbolos e tradições da Pátria, das Polícias 
Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, além da dedicação ao interesse público; 
hierarquia, traduzida no respeito e valorização dos postos e graduações; 
disciplina, significando exato cumprimento do dever, essencial à preservação da 
ordem pública; 
profissionalismo, revelado pelo exercício da profissão com entusiasmo e perfeição; 
lealdade, manifestada pela fidelidade aos compromissos para com a Pátria, Polícias 
Militares, Corpos de Bombeiros Militares e aos superiores hierárquicos; 
constância, significando firmeza de ânimo e fé nas Polícias Militares e nos 
Corpos de Bombeiros Militares; 
espírito de corpo, traduzido pelo orgulho de suas Instituições, mediante 
identificação legítima entres seus componentes; 
honra, revelada como busca legítima do reconhecimento e consideração, tanto 
interna, quanto externamente, das Polícias Militares e aos Corpos de Bombeiros Militares; 
dignidade, correspondendo ao respeito a si próprio e aos seus semelhantes, 
indistintamente; 
honestidade, demonstrada através da probidade, tanto no exercício da função 
pública, quanto na vida particular; 
coragem, demonstrada pelo destemor ante o perigo e o devotamento à proteção 
de pessoas, do patrimônio e do meio ambiente. 
 
 
SEÇÃO II 
 
DOS DEVERES DO MILITAR ESTADUAL 
 
Art. 7º Os deveres éticos, emanados dos valores militares e que conduzem a 
atividade profissional sob o signo da retidão moral, são os seguintes: 
Cultuar e zelar pela inviolabilidade dos símbolos e das tradições da Pátria, dos 
Estados, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares; 
Cumprir os deveres de cidadão; 
Preservara natureza e o meio ambiente; 
Servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão de preservar 
a ordem pública, promover sempre o bem-estar comum; 
Atuar com devotamento no interesse púbico, colocando-o acima dos interesses 
particulares; 
Atuar de forma disciplinada e disciplinadora, respeitando os superiores e 
preocupando-se com a integridade física, moral e psíquica dos subordinados, envidando 
esforços para bem encaminhar a solução dos problemas apresentados; 
Cumprir e fazer cumprir a Constituição, as leis e as ordens legais de autoridades 
competentes, exercendo sua atividade profissional com responsabilidade, incutindo, 
também, o senso de responsabilidade em seus subordinados; 
Ser justo, na apreciação de atos e méritos de subordinados; 
Dedicar-se em tempo integral e exclusivamente ao serviço militar, buscando, 
com todas as energias, o êxito do serviço, o aperfeiçoamento técnico-profissional e moral; 
estar sempre preparado para as missões que venha a desempenhar, entendendo 
que os problemas particulares não devem prejudicar sua atividade profissional; 
Exercer as funções com integridade e equilíbrio, seguindo os princípios que regem a 
administração pública, não sujeitando o cumprimento do dever às influências indevidas; 
 
 
 
Abster-se, quando no serviço ativo, do uso de influências de pessoas ou autoridades 
estranhas, para a obtenção de facilidades pessoais ou para esquivar-se ao cumprimento da ordem 
ou obrigações impostas, em razão do serviço ou de circunstâncias em que se encontre; 
Procurar manter boas relações com outras categorias profissionais, conhecendo e 
respeitando os limites de competência, mas elevando o conceito e os padrões de sua própria 
profissão, sendo cioso de sua competência e autoridade; 
Ser fiel na vida militar, cumprindo os compromissos com a Pátria, com o Estado, 
com sua Instituição e com seus superiores hierárquicos, bem como na vida familiar; 
Manter ânimo forte e fé nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, 
mesmo diante das maiores dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para 
solucioná-las; 
Zelar pelo bom nome da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e de 
seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos; 
Manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida militar, evitando comentários 
desairosos sobre os componentes da Corporação, ainda que na reserva ou reformados, solidarizando-
se nas dificuldades que possam ser minimizadas com sua ajuda ou intervenção; 
Não pleitear para si cargo ou função que esteja sendo exercido por outro 
militar; Proceder, sempre, de maneira ilibada, na vida pública e particular; 
Conduzir-se de modo que não seja subserviente e nem venha a ferir os princípios 
de respeito e decoro militar, ainda que na inatividade; 
Abster-se do uso do posto, graduação ou cargo, para obter facilidades pessoais 
de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; 
Abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações 
hierárquicas em: Atividade político-partidária, salvo quando candidato 
a cargo eletivo; Atividade comercial ou industrial; 
Pronunciamento público a respeito de assunto político que influencie o ambiente 
militar, salvo os de natureza técnica; 
Exercício de cargo ou função de natureza civil; 
Garantir assistência moral e material à família; 
Amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal; Exercer 
a profissão sem alegar restrições de ordem religiosa, política, racial ou social; Respeitar 
a integridade física, moral e psíquica da pessoa do condenado ou de quem 
seja objeto de incriminação; 
Observar as normas de boa educação, sendo discreto nas atitudes, maneiras, na 
linguagem escrita e falada; 
Manter-se, constantemente, cuidadoso com sua apresentação e postura pessoal, 
sabendo que a elegância de porte e de espírito revelam o cavalheiro ou a dama que todo o 
militar estadual deve representar em público e na vida particular; 
Evitar publicidade visando a própria promoção pessoal; 
agir com isenção, eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não usando sua 
condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedades; 
Não abusar dos meios e dos bens públicos postos à sua disposição, nem distribuí-
los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administração pública, coibindo ainda 
a transferência de tecnologia própria das funções militares; 
Exercer a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida de 
qualquer espécie, sendo incorruptível, como, também, opor-se rigorosamente a todos os atos 
dessa natureza; 
Atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação dos bens 
públicos, cuja utilização lhe for confiada; 
Proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e 
desprendimento pessoal, arriscando, se necessário, a própria vida; 
Atuar sempre, respeitados os impedimentos legais, mesmo não estando de serviço, 
para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento 
e no local, força de serviço suficiente; 
 
Manter sigilo de assuntos de natureza confidencial de que venha a ter ciência em razão da 
atividade profissional, exceto para satisfazer interesse da justiça e da disciplina militar; 
Exercer todos os atos de serviço com presteza e pontualidade, desenvolvendo o hábito 
de estar na hora certa, no local determinado e no momento certo, para exercer a sua habilidade. 
§ 1º A dedicação integral e exclusiva ao serviço militar, de que trata o inciso X deste 
artigo, obriga ao militar estadual, independente de quadro, qualificação, especialização, 
atividade técnica, sexo ou nível hierárquico, ao cumprimento de jornada de trabalho que 
compreende serviços de polícia ostensiva de preservação da ordem pública ou de bombeiro, 
instrução, ações e operações, exercícios de adestramento, revistas, formaturas, paradas, 
diligências, patrulhamento, expediente, serviços de escalas normais, extraordinárias ou especiais 
e outros encargos estabelecidos pelo respectivo chefe ou comandante, por períodos e turnos 
variáveis e subordinados apenas aos interesses do dever ou da missão militar. 
 
§ 2º Além das condições fixadas no parágrafo anterior, o militar estadual está 
sujeito às exigências das situações extraordinárias da tropa, decorrentes de ordens de 
sobreaviso, de prontidão e de marcha. 
§ 3º Ao militar estadual da ativa é vedado exercer atividade de segurança privada, 
fazer parte de firmas comerciais, de empresas industriais e serviços de qualquer natureza, 
ou nela exercer função ou emprego remunerado, exceto como acionista, quotista em 
sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. 
§ 4º Os militares estaduais, em atividade, podem exercer diretamente a gestão de 
seus bens, desde que não infrinjam o disposto no parágrafo anterior. 
§ 5º São proibidas aos militares estaduais da ativa quaisquer manifestações individuais 
ou coletivas sobre atos de superiores, de caráter reinvidicatório, de cunho político-partidário e sobre 
assuntos de natureza militar de caráter sigiloso, sujeitando-se às demonstrações internas de boa e sã 
camaradagem e aos preceitos expressos no Regulamento Disciplinar. 
§ 6º Observados os preceitos da Ética Militar e os valores militares, em suas 
manifestações essenciais, é assegurado ao militar estadual inativo e aos agregados, para 
concorrerem a cargos eletivos, o direito da participação no meio civil, em atividades político-
partidárias e em manifestações sobre quaisquer assuntos, excetuados os de natureza militar 
de caráter sigilosos. 
§ 7º A prescrição do parágrafo anterior não se aplica aos militares estaduais 
inativos, quando na situação de mobilizados ou convocados para o serviço ativo. 
§ 8º É vedada a utilização de componentes das Polícias Militares e dos Corpos de 
Bombeiros Militares em órgãos civis, públicos ou privados, sob pena deresponsabilidade de 
quem os permitir, ressalvadas as situações previstas expressamente em lei ou regulamento. 
§9º É vedado, também, aos militares estaduais, da ativa, o comparecimento e a 
participação, fardado, em quaisquer manifestações político-partidárias, exceto quando em 
serviço. 
§ 10. Ao militar estadual é proibido o exercício cumulativo de cargos ou empregos 
públicos, ressalvado o contido na Constituição Federal. 
§ 11. O Comandante Geral poderá determinar aos seus subordinados da ativa 
que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem de seus 
bens, quando haja razões que recomendem tal medida. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
 
DA VIOLAÇÃO DOS VALORES E DOS DEVERES ÉTICOS 
 
 
 
16 
Art. 8º A violação dos valores e dos deveres éticos dos militares estaduais constituirá 
crime, contravenção ou transgressão disciplinar, conforme o disposto em legislação específica. 
§ 1º É obrigação de todo militar estadual cumprir e fazer cumprir os deveres éticos; 
§ 2º A violação dos preceitos será tão mais grave quanto mais elevado for o grau 
hierárquico de quem a cometer; 
§ 3º Havendo concurso de crime militar e transgressão disciplinar, da mesma 
natureza, a apuração de responsabilidade criminal militar não sobrestará o procedimento 
disciplinar; 
§ 4º A inobservância ou falta de exação no cumprimento dos deveres especificados 
em lei ou regulamento, poderá acarretar ao militar estadual responsabilidades de ordem 
civil, administrativa e criminal; 
§ 5º A responsabilidade de que trata o parágrafo anterior, pela participação de mais de 
um militar estadual, é solidária, respondendo cada um proporcionalmente pelos danos causados; 
 
 
 
CAPÍTULO IV 
 
DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Art. 9º Cabe a todo militar estadual a observância das prescrições contidas no 
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, instituído pela 
Organização das Nações Unidas, e ratificado pelo Governo brasileiro. 
 
Art. 10. Ao militar estadual cabe o cumprimento da lei, no âmbito de suas 
atribuições, servindo à comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em 
conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer. 
 
Art. 11. No cumprimento do seu dever, o militar estadual deve respeitar e proteger a 
dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todas as pessoas. 
 
Art. 12. Somente será permitido ao militar estadual o emprego da força quando 
se afigure estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento do seu dever. 
 
Art. 13. Nenhum militar estadual pode infligir, instigar ou tolerar qualquer ato de tortura 
ou qualquer outra forma de tratamento cruel, desumano ou degradante, nem invocar ordens 
superiores ou circunstâncias excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma ameaça à segurança 
nacional, instabilidade política e interna ou qualquer outra emergência pública, como justificação 
para torturas ou outras formas de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 
 
Art. 14. Os militares estaduais devem assegurar a proteção da saúde das pessoas 
que estiverem sob sua guarda. 
 
Art. 15. Os militares estaduais não devem cometer qualquer ato de corrupção. 
Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos desta índole. 
 
Art. 16. Deve o militar estadual respeitar a capacidade e as limitações individuais de 
todo o cidadão, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, 
idade, religião, cunho político, posição social e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
CAPÍTULO V 
 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
 
17 
Art. 17. O Código Disciplinar Militar do Estado de Pernambuco deve refletir, no seu 
conteúdo, as normas de conduta e os preceitos éticos recomendáveis aos militares estaduais. 
 
Art. 18. As disciplinas de Deontologia Militar, Direitos Humanos e Cidadania, 
serão ministradas como matérias curriculares obrigatórias nos cursos de formação, 
adaptação e aperfeiçoamento do militar estadual, em todos os níveis e quadros. 
 
Art. 19. Os Comandantes Gerais das Corporações Militares Estaduais, ouvido 
o Secretário de Defesa Social, poderão instituir, através de Portaria, manuais de Conduta 
e de Posturas Éticas, detalhando as normas constantes deste regulamento. 
 
 
 
 
 
 
 
CIDADANIA E O BOMBEIRO MILITAR 
 
 
 
 
E Cidadania, o que é? 
 
Cidadania tem a ver com cidade, civilização, tem a ver com a conduta no mundo 
das relações sociais e políticas. Sem ética a cidadania se esvazia, se corrompe. 
 
A consciência da cidadania na modernidade é produto de alguns acontecimentos 
históricos. Na Revolução Francesa estabeleceram-se os princípios fundamentais da cidadania: 
igualdade de direitos, liberdade nas mais amplas formas e o princípio fraternidade. 
 
No entanto, a classe proletária viu-se à margem dos direitos de cidadania 
"naturais e universais" promulgado por essa revolução de cidadania moderna, só 
conseguindo uma nova afirmação de seus direitos quando a Carta da ONU reconheceu as 
liberdades públicas e os direitos sociais para todos os cidadãos. 
 
Enquanto educadores, é importante estimularmos os alunos a aprender a lutar, como 
cidadãos, pelos direitos, mas é também imprescindível compreender o seguinte: direitos só se 
tornam realidade à medida que cada pessoa cumpre seus deveres para com os outros. 
 
Se temos o direito à liberdade e à dignidade, os outros também o tem. Basta 
respeitarmos a liberdade e dignidade do outro e já estaremos contribuindo para transformar 
o projeto de cidadania em realidade. 
 
 
 
 
A construção de um Brasil melhor depende da ação da sociedade. Os cidadãos, 
através da educação e da participação de todos, devem atuar para que o regime democrático 
e o estado de direito sejam exercidos de forma plena. Isso significa desenvolver a educação e 
permitir a que todos os brasileiros tenham acesso a ela; garantir os direitos dos idosos; 
difundir a informação por todos os modos e meios e fazer com que a lei seja de fato o 
instrumento de justiça. 
 
Nunca se falou tanto sobre cidadania em nossa sociedade, trata-se de uma expressão 
em moda e que tem sido usada por todas as correntes de pensamento. A expressão, como 
 
18 
veremos, tem diversos significados e deve ser utilizada considerando a efetiva totalidade de 
direitos e deveres dos cidadãos. 
 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a 
qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos 
civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. 
 
No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim 
significa cidade, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na 
cidade. Já no sentido ateniense do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das 
decisões nos destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos chamados de dentro para 
fora) na Ágora (praça pública, onde o povo livre se reunia para deliberar sobre decisões de 
comum acordo). Dentro desta concepção surge a democracia grega, onde somente 10% da 
população determinava os destinos de toda a Cidade (eram excluídos os escravos, mulheres 
e artesãos), pois, eram estes o povo livre, o cidadão grego) 
 
A mídia confunde muito o Direito do Cidadão e a expressão cidadania com os 
Direitos Políticos e o Direito de votar. Enquanto num contexto desenvolvido, a cidadania é 
vista com ênfase nos direitos políticos, pois os direitos mínimos do homem são respeitados, 
no contexto do terceiro mundo jamais pode ser pensada fora de uma totalidade que envolve 
as questões da autonomia, da democracia e do desenvolvimento. 
 
É fundamental possibilitar que os cidadãos conquistem autonomia, do contrário 
estaremos sempre alinhados à indústria cultural que impõe padrões de consumo, de valores 
e de ideologia. Assima cidadania também deve dizer respeito à autonomia de uma sociedade, 
no sentido de a mesma ter condições de traçar suas próprias políticas em uma sociedade 
democrática e com participação efetiva do povo. 
 
A democracia participativa traz consigo a capacidade política da sociedade em se 
organizar e participar ativamente do poder, e sob o viés sócio-econômico, é a consagração 
dos direitos mínimos do homem visando atingir a cidadania plena, que pressupõe uma 
educação que permite ao povo definir seus próprios valores. 
 
(Texto adaptado de Rodrigo Freire - Advogado e Presidente do Avante Cidadão, ONG 
representativa dos direitos do cidadão e do acesso a ética e cidadania.) 
 
 
 
 
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DIREITOS DE CIDADANIA? 
 
O conjunto de direitos que os cidadãos possuem estão relacionados na 
Constituição Federal, especialmente no art. 5
º,
 capítulo destinado aos direitos e deveres 
individuais e coletivos, dentro da parte que trata dos direitos e garantias fundamentais. 
 
O artigo 5
o
 da Constituição Federal apresenta 77 direitos e liberdades individuais e coletivas. 
 
Os artigos 6
o
, 7
o
, 8
o
, 9
o
, 10
o
, 11
o
 da Constituição Federal apresentam os direitos sociais e 
trabalhistas. 
 
Já os arts. 12
o
 até o 16
o
 mostram quais são os direitos políticos e aqueles referentes à 
nacionalidade. 
 
Como são em grande quantidade, abordaremos neste ponto apenas alguns, que consideramos 
mais próximos do cotidiano dos cidadãos e que mais estão sujeitos a serem desrespeitados. 
 
19 
1) TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI (Caput art. 5º e Inciso I) 
 
Significa que ninguém poderá sofrer qualquer tipo de discriminação em razão de sexo, 
raça, cor, por ser pobre, pelas preferências sexuais ou crenças religiosas. 
 
2) NINGUÉM É OBRIGADO A FAZER OU DEIXAR DE FAZER ALGUMA COISA 
SENÃO EM VIRTUDE DA LEI (Inciso II) 
 
Em outras palavras, significa que só estamos obrigados a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa se alguma lei determinar. 
 
Ninguém pode, por exemplo, obrigar uma empregada doméstica a utilizar somente o elevador 
de serviço de um prédio, porque não existe nenhuma lei que estabeleça essa situação. 
 
3) NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO A TORTURA NEM A TRATAMENTO HUMANO 
DEGRADANTE (Inciso III) 
 
Significa que a tortura, mesmo praticada pela polícia ou qualquer outra autoridade é crime 
considerado, inclusive, hediondo, ou seja, dos mais cruéis. Nem mesmo os chamados 
bandidos ou marginais, quando são presos, podem ser submetidos a tortura ou a qualquer 
outro tratamento desumano ou cruel. 
 
4) SÃO INVIOLÁVEIS A INTIMIDADE, A VIDA PRIVADA, A HONRA E A IMAGEM 
DAS PESSOAS, ASSEGURANDO O DIREITO DE INDENIZAÇÃO PELO DANO 
MATERIAL OU MORAL DECORRENTE DE SUA VIOLAÇÃO (Inciso X) 
 
Este artigo garante quatro direitos que não podem ser violados: 
 
- direito a intimidade: é o direito relativo às questões de vida privada de cada cidadão. 
 
- direito à honra: a honra é o sentimento da própria dignidade e reputação. A ofensa à honra 
das pessoas é crime., que pode resultar em condenação a quem ofende, além de indenização 
por danos materiais ou morais. 
 
- Direito à imagem: a imagem é a representação que as pessoas possuem perante elas mesmas 
e outras pessoas, como por exemplo, um cargo ou uma função. 
 
5) A CASA É ASILO INVIOLÁVEL DO INDIVÍDUO, NINGUEM NELA PODENDO 
PENETRAR SEM CONSENTIMENTO DO MORADOR, SALVO EM CASO DE 
FLAGRANTE DELITO OU DESASTRE, OU PARA PRESTAR SOCORRO, OU 
DURANTE O DIA, POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL. (Inciso XI) 
 
Este artigo da Constituição protege a cada das pessoas, que é considerada sagrada. 
 
Ninguém, nem a polícia ou qualquer outra autoridade pode entrar na casa de uma pessoa, 
sem o consentimento do morador, a não ser nos seguintes casos: 
 
- flagrante delito: é quando um crime está sendo cometido dentro de casa. 
 
- desastre: (incêndio, desabamento, etc.) 
 
- prestar socorro 
 
- durante o dia, com ordem por escrito de um Juiz 
20 
6) É PLENA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO PARA FINS LÍCITOS, VEDADA A DE 
CARÁTER PARAMILITAR (Inciso XVII) 
 
Significa que ninguem pode impedir que as pessoas se reúnam, a não ser que a reunião tenha 
finalidade, por exemplo de planejar algum crime ou formar uma organização semelhante as 
polícias civil ou militar. 
 
Um exemplo de associação ou organização com essa finalidade e que é proibida é a dos 
conhecidos como “justiceiros” que se reúnem para assassinar “bandidos” e assaltantes. 
 
7) O ESTADO PROMOVERÁ, NA FORMA DA LEI, A DEFESA DO CONSUMIDOR 
(Inciso XXXII) 
 
Este artigo protege os cidadãos e cidadãs contra os abusos cometidos pelos 
estabelecimentos comerciais, consórcios e outros. 
 
Para a proteção do consumidor existe o Código do Consumidor, que prevê punições para 
casos de atraso de entrega de mercadorias; venda de produtos estragados ou com a validade 
vencida, e outros abusos cometidos pelos estabelecimentos comerciais. 
 
8) TODOS TÊM DIREITO A RECEBER DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS INFORMAÇÕES DE 
INTERESSE PARTICULAR, OU DE INTERESSE COLETIVO GERAL, QUE SERÃO 
PRESTADOS NA LEI, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE, RESSALVADAS 
AQUELAS CUJO SIGILO SEJA IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DA SOCIEDADE 
E DO ESTADO. (Inciso XXXIII) 
 
Isto quer dizer que todos os órgãos públicos, governamentais, estão obrigados a prestar 
informações de interesse dos cidadãos. 
 
Assim, qualquer pessoa pode pedir, por escrito, alguma informação de seu interesse, ou de 
interesses de vários cidadãos, como por exemplo, quando vai sair uma aposentadoria que foi 
solicitada. 
 
9) SÃO TODOS ASSEGURADOS, INDEPENDENTEMENTE DO PAGAMENTO DE 
TAXAS: (Inciso XXXIV) 
 
O DIREITO DE PETIÇÃO DOS PODERES PÚBLICOS EM DEFESA DOS DIREITOS 
OU CONTRA A ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. 
 
A OBTENÇÃO DE CERTIDÕES EM REPARTIÇÕES PÚBLICAS, PARA DEFESA DE 
DIREITOS E ESCLARECIMENTO DE SITUAÇÕES DE INTERESSE PESSOAL. 
 
Este artigo traz dois direitos que todos os cidadãos tem, em relação aos órgãos públicos. 
 
O primeiro é o direito de petição, ou seja, de pedir, geralmente por escrito, a qualquer órgão 
governamental, para defender direitos ou denunciando atos ilegais ou abuso de poder. Por 
exemplo, se alguém tem notícia de que qualquer autoridade, seja policial ou não, cometeu 
uma ilegalidade, esse cidadão pode colocar no papel aquilo que presenciou ou sofreu e fazer 
a denúncia ao órgão responsável. 
 
Suponha-se que alguém se dirija a uma repartição pública e seja destratado pelo servidor 
que ao atendeu, seja quem for. 
 
 
21 
Este pessoa pode relatar o que aconteceu, por escrito, e dirigir a denúncia ao Presidente do 
Órgão a que pertence aquele servidor. 
 
direito de obter certidões: todo e qualquer cidadão e cidadã pode dirigir-se a qualquer repartição 
pública e solicitar sempre por escrito, uma certidão, ou seja, um documento esclarecendo alguma 
situação de seu interesse. Por exemplo: certidão de sua situação eleitoral, certidão de bons 
antecedentes, etc. A repartição pública é obrigada a fornecer esse documento. 
 
10) A PRÁTICA DO RACISMO CONSTITUI CRIME INAFIANÇÁVEL E 
IMPRESCRITÍVEL, SUJEITO A PENA DE RECLUSÃO, NOS TERMOS DA LEI (Inciso 
XLII) 
 
Quem comete crime de racismo não tem direito a pagar fiança para ser solto. 
 
11) É ASSEGURADO AOS PRESOS O RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA E 
MORAL (Inciso XLIX) 
 
Os presos não podem sofrer tratamento desumano ou cruel. O maior castigo, para qualquer 
pessoa que tenha cometido um crime, é a própria privação da liberdade, quando se perde o 
contato com a família, os amigos, a sociedade, e se perde o direito a locomoção. 
 
12) NINGUÉM SERÁ PRESO SENÃO EM FLAGRANTE DELITO OU POR ORDEM 
ESCRITA E FUNDAMENTADA DE AUTORIDADE JUDICIAL COMPETENTE, SALVO 
NOS CASOS DE TRANSGRESSÃO MILITAR OU CRIME PROPRIAMENTE MILITAR, 
DEFINIDOS EM LEI. (Inciso LXI) 
 
Qualquer pessoa só poderá ser presa em três situações, sendo as duas primeiras as mais comuns: 
 
- em flagrante: ouseja, no momento ou imediatamente após a prática de um crime. 
 
- ordem escrita de autoridade judiciária: quer dizer que, se não for em flagrante, o policial 
deve apresentar um documento assinado pelo juiz, ordenando a prisão. 
 
- transgressão ou crime militar: são crimes cometidos geralmente por militares, quando no 
exercício de seu trabalho. 
 
É direito também garantido a todos os presos, naquelas circunstâncias, de serem 
informados de seus direitos, que são: 
 
- de permanecer calado: ou seja, de somente prestar esclarecimentos na presença de um Juiz. 
 
- de ser assistido pela família; 
 
- de contatar um advogado. 
 
Além desses direitos, denominados individuais e coletivos, existem os direitos 
sociais e políticos assegurados no Art. 6º que diz: são direitos sociais a educação, a saúde, o 
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma da Constituição. 
 
Dentre estes direitos destacamos: 
 
- carteira de trabalho assinada 
 
22 
- salário nunca inferior ao salário mínimo 
 
- Jornada de trabalho de 8 (oito) horas semanais e, se superior às oito horas, obrigação do 
empregador de pagar o serviço extraordinário. 
 
- férias anuais remuneradas. 
 
- licença-gestante de 120 dias, remunerada. 
 
- proibição de diferença de salário em razão de sexo, idade ou estado civil, ou mesmo 
deficiência física. 
 
- direito de organizar ou se associar a sindicatos da categoria 
 
Como dissemos anteriormente, aqui não estão todos os direitos e liberdades que o 
cidadão ou cidadã possui em virtude da Constituição Federal ou das leis. Outras legislações, 
como por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código do Consumidor 
trazem direitos de cidadania. Mas esses direitos, previstos nas leis especiais, são todos 
decorrentes daqueles previstos na Constituição Federal. 
 
 
OBSERVAÇÃO: na linha inferior de cada lei faça uma anotação (com suas 
próprias palavras) do que ela garante para o exercício da cidadania. 
 
 
Mas a existência de uma lei não garante necessariamente a sua execução. Aliás, 
há uma distância entre a proclamação de um direito e a forma de desfrutá-lo efetivamente. 
No Brasil, mais especificamente, existe um grande fosso social que separa a legislação 
vigente, a realidade social e as práticas de legitimação de seus conteúdos. 
 
 
 
 
Apenas escolhemos aqueles que estão mais próximos dos cidadãos e que 
costumam ser desrespeitados com maior freqüência. 
 
È com a leitura e releitura dos nossos direitos e deveres como cidadãos que 
podemos melhor exercer a nossa cidadania. 
 
 
 
 
 
A CIDADANIA NA PRÁTICA 
 
É preciso garantir ainda que o Estado brasileiro sirva aos cidadãos, que as 
autoridades públicas cumpram suas funções de forma adequada e que cada cidadão exerça 
a condição de cidadania em sua plenitude, em todos os direitos e obrigações. 
 
A seguir veremos uma série de princípios Fundamentais do Instituto da Cidadania 
ONG dedicada a defesa do cidadão e da prática de uma cidadania plena no Brasil: 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CIDADANIA 
 
23 
1. O Estado deve servir ao cidadão; 
 
2. Cada cidadão deve exercer sua cidadania em sua plenitude; 
 
3. A lei deve ser, de fato, o instrumento de justiça e se aprimorar onde não estiver cumprindo 
sua finalidade; 
 
4. Cada brasileiro deve ter educação básica, cultural e de civilidade, especialmente na 
infância e adolescência, com o envolvimento dos seus país; 
 
5. Os idosos devem ser considerados, reconhecidos e poder exercer seus direitos e obrigações 
de cidadania, na fase da vida em que se encontram; 
 
6. A informação precisa ser difundida por todos os modos e meios de forma a alcançar todos 
os cidadãos, para que estes se entendam como tal e saibam o que isso significa, evitando-se 
manipulações de qualquer natureza; 
 
7. O conhecimento da História da Nação e seus símbolos deve servir de subsídio para o 
soerguimento da cidadania brasileira; 
 
8. As autoridades públicas devem cumprir suas funções de maneira apropriada, seguindo os 
princípios da ética e da moralidade exigidos pelo exercício da cidadania; 
 
9. A Educação deve ser a pedra fundamental para a consciência da cidadania e seu pleno 
exercício, através de programas específicos desenvolvidos nas escolas de todos os níveis; 
 
10. A cidadania deve ser tratada como instrumento de crescimento de cada brasileiro e defendida e 
desenvolvida com o apoio de todos os brasileiros, sem prevenção se qualquer natureza. 
 
O princípio fundamental da cidadania se resume na seguinte frase: 
 
O Estado deve servir o cidadão. 
 
Neste sentido a cidadania plena somente se dará, mediante um processo educacional 
sério que vise modificar as estruturas sociais, as atitudes dos indivíduos, a mentalidade, as 
significações, o fortalecimento da família e os valores éticos e comportamentais. 
 
A seguir observaremos que a sociedade brasileira de uma maneira ou de outra 
vem se expressando de forma a garantir os direitos de cidadania. 
Neste documento traremos as letras de algumas canções do passado onde se 
observa algumas tentativas de expressão. Cabe ao leitor atualizar esta visão a partir da 
análise das letras das músicas atuais, são elas: 
 
 
Titãs - Comida 
by Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer 
 
Bebida é agua 
 
Comida é pasto 
Você tem sede de que? 
Você tem fome de que? 
A gente não quer só comida, 
 
A gente comida, diversão e arte 
 
24 
A gente não quer só comida, 
A gente quer saída para qualquer parte, 
hum A gente não quer só comida, 
 
A gente quer bebida, diversão, 
balé A gente não quer só comida, 
 
A gente quer a vida como a vida 
quer Bebida é agua 
 
Comida é pasto 
Você tem sede de que? 
 
Você tem fome de que? 
A gente não quer só comer, 
 
A gente quer comer e quer fazer 
amor A gente não quer só comer, 
 
A gente quer prazer pra aliviar a 
dor A gente não quer só dinheiro, 
 
A gente quer dinheiro e felicidade 
A gente não quer só dinheiro, 
 
A gente quer inteiro e não pela metade 
 
Bebida é agua 
 
Comida é pasto 
Você tem sede de que? 
Você tem fome de que? 
A gente não quer só comida, 
 
A gente comida, diversão e arte 
A gente não quer só comida, 
A gente quer saída para qualquer parte, 
hum A gente não quer só comida, 
 
A gente quer bebida, diversão, 
balé A gente não quer só comida, 
 
A gente quer a vida como a vida 
quer Bebida é agua 
 
Comida é pasto 
Você tem sede de que? 
 
Você tem fome de que? 
A gente não quer só comer, 
 
A gente quer comer e quer fazer 
amor A gente não quer só comer, 
 
A gente quer prazer pra aliviar a 
dor A gente não quer só dinheiro, 
 
A gente quer dinheiro e felicidade 
A gente não quer só dinheiro, 
 
A gente quer inteiro e não pela metade 
 
Desejo, 
Necessidade e vontade 
 
25 
Necessidade e desejo 
Necessidade e vontade 
 
Necessidade e desejo 
Necessidade e vontade, au 
 
 
 
 
Chico Buarque - Morte E Vida Severina 
by Chico Buarque 
 
Esta cova em que estás, com palmos medida 
É a conta menor que tiraste em vida 
 
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo 
É a parte que te cabe deste latifúndio 
 
Não é cova grande, é cova medida 
É a terra que querias ver dividada 
 
É uma cova grande pra teu pouco defunto Mas 
estarás mais amplo que estavas no mundo 
 
É uma cova grande pra teu defunto parco 
Porém mais que no mundo, te sentirás largo 
 
É uma cova grande pra tua carne pouca 
Mas a terra dada nao se abre a boca 
 
É a conta menor que tiraste em vida 
 
É a parte que te cabe deste latifúndio 
(É a terra que querias ver dividida) 
 
É a terra que querias ver dividida 
(É a parte que te cabe deste latifúndio) 
 
Estarás mais ancho que estavas no mundo 
 
 
 
Titãs - Polícia 
 
Dizem que ela existe pra ajudar 
Dizem que ela existe pra proteger 
Eu sei que ela pode te parar 
Eu sei que ela pode te prender 
 
Polícia! Para quem precisa?Polícia! Para quem precisa de polícia? 
 
Dizem pra você obedecer 
Dizem pra você responder 
Dizem pra você cooperar 
Dizem pra você respeitar 
Polícia! Para que precisa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
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