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Anotações 364Licenciado para - A rthur P om peu P ereira de M enzes - 05655454343 - P rotegido por E duzz.com HABILIDADE 20 AS VISÕES CLÁSSICAS Não sempre foi exaltado e apreciado como nos dias de hoje: ao longo da Idade Média, a concepção e compreensão do trabalho eram significativamente diferentes. Naquela época, o trabalho era um indicador de condição e papel social. Essa dinâmica passou por transformações significativas com o advento do capitalismo, especialmente após a Revolução Industrial, e continua a evoluir com as novas tecnologias de informação, comunicação e mídias sociais. Nesse contexto, é evidente que o trabalho é um dos temas mais minuciosamente explorados, não apenas pela Sociologia, mas por todo o campo das Ciências Humanas. Abordaremos como três dos principais clássicos da Sociologia lançaram luz sobre essa questão, apresentando pontos de partida e perspectivas distintas. As ideias relacionadas à luta entre classes sociais, coesão social e racionalidade orientarão nossa análise desses pensadores sociais. Desenvolvendo a habilidade Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. A habilidade 20 é um tanto quanto peculiar, pois é a única que que traz consigo o verbo selecionar e isso não é à toa, na habilidade 20 vamos ver diversos pontos de vista dos pensadores sobre como a tecnologia impactou no mundo do trabalho. Na habilidade 20 continuaremos com aquela mesma constante de pensar criticamente sobre como as inovações de tecnologia impacta realidade social, dessa vez o foco é no trabalho. O viés da sociologia sobre a questão do trabalho é muito marcante nessa habilidade, portanto veremos algumas visões mais clássicas à respeito da sociologia do Trabalho de Karl Marx, Weber e Durkheim. Para outros pensadores que aparecerem na prova, os próprios textos motivadores já lhe encaminharam para as respostas, mas é importante ver esses três clássicos antes para desenvolver essa habilidade. KARL MARX E A LUTA DE CLASSES Para Marx, o trabalho desempenha um papel crucial na construção da sociedade e na maneira como um indivíduo se integra nesse contexto. É essencial que ele esteja organicamente integrado à sua coletividade e ganhe importância na medida em que o seu trabalho é útil para o grupo. No entanto, Marx aponta que o trabalho, dentro da lógica capitalista, apresenta características específicas. Em sua análise, o pensador oferece uma visão crítica da divisão social do trabalho no modo de produção capitalista: existe uma classe que detém a propriedade privada dos meios de produção, conhecida como burguesia, e outra classe que não possui os meios de produção, vendendo sua força de trabalho em troca de remuneração, o proletariado. Marx desenvolve aqui seu conceito de luta de classes, destacando que a burguesia mantém uma relação de exploração e apropriação do trabalho do proletariado. 365Licenciado para - A rthur P om peu P ereira de M enzes - 05655454343 - P rotegido por E duzz.com ÉMILE DURKHEIM E A SOLIDARIEDADE Assim como Marx, Durkheim também examina a divisão social do trabalho, que, em diferentes graus, resulta em especialização e na distribuição de tarefas entre os membros de uma coletividade. Esse contexto gera padrões de solidariedade, que são os vínculos sociais e as formas de integração entre os indivíduos. O pensador compreende que nas sociedades complexas e industriais, como a capitalista, a forma de solidariedade presente é a Solidariedade Orgânica. Isso ocorre porque a divisão social do trabalho resulta em uma interdependência entre os indivíduos, constituindo a base dos laços estabelecidos nessa forma de integração. Em última análise, podemos concluir que Durkheim percebe o trabalho como um elemento de coesão social, capaz de unir e aproximar os membros da sociedade, promovendo harmonia e afirmação social. O conceito central de sua teoria, a mais-valia, desempenha um papel crucial na explicação de como Marx percebe a exploração da classe trabalhadora pela burguesia. O trabalho é responsável por transformar a natureza, produzir mercadorias e agregar valor a elas, tornando o trabalhador essencial para a produção de valor. No entanto, na lógica capitalista, a força de trabalho é tratada como uma mercadoria, resultando no trabalhador recebendo uma remuneração em troca de sua atividade na produção, ou seja, o salário. MAX WEBER E A ÉTICA PROTESTANTE O alemão escreveu um livro em 1904 chamado "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", obra na qual tenta demonstrar a relação entre religião e economia, dois fatores que inicialmente pareciam distantes e inconciliáveis. Weber mostra que o Capitalismo só se tornou possível devido a uma mudança na postura religiosa em relação ao trabalho. Por muito tempo, o trabalho foi visto como uma atividade penosa e sacrificante. Além disso, para a Igreja Católica, a busca pelo lucro era considerada um pecado. Weber estuda como a Reforma Protestante no Século XVI, especificamente as concepções puritana e calvinista, transformou a visão acerca do trabalho. Em resumo, Marx não encara o trabalho na sociedade contemporânea de maneira positiva. O autor alemão percebe o trabalho como um elemento de alienação, especialmente na sociedade industrial do século XIX, o período em que Marx escreve, o que resulta no controle exercido sobre o proletariado e na dominação imposta pela burguesia. Para a visão marxista, é fundamental compreender que o valor recebido pelo trabalhador é menor do que o valor que ele efetivamente produz com seu trabalho. Essa disparidade entre a riqueza produzida e o salário é a mais-valia, que constitui a fonte do lucro para a burguesia e a base da exploração do trabalhador. A Reforma Protestante moldada no século XVI por Lutero, Calvino e Henrique VIII gera, para Weber, uma alteração no entendimento do "lucro". Essa mudança acaba por estimular a busca pela acumulação de capitais, um elemento necessário para a evolução da classe burguesa. Desse modo, observa-se um novo cenário fundamentado em valores religiosos que possibilitaram a acumulação de riquezas e a prosperidade econômica. Para Weber, essa ética protestante foi um elemento decisivo para a consolidação e crescimento da burguesia e o desenvolvimento do capitalismo. Weber procura demonstrar que o trabalho teve uma mudança de posicionamento originada por uma alteração religiosa. O Capitalismo, segundo ele, é um modelo sustentado por uma concepção de mundo na qual o lucro é essencial para o funcionamento social. 366Licenciado para - A rthur P om peu P ereira de M enzes - 05655454343 - P rotegido por E duzz.com