Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Pá
gi
na
32 32
32
Pelo conjunto de medidas, verifica-se que a política mercantilista pressupunha uma ampla
intervenção do Estado, seja assumindo diretamente certas atividades econômicas, seja criando
condições favoráveis a determinados grupos para alcançar os objetivos visados. Não se tratava
de uma política absurda, como poderia parecer por sua obsessão pelos metais preciosos. Pelo
contrário, era coerente com as possibilidades de ação dos Estados nacionais em via de criação
e crescimento, em um período no qual a moeda metálica tinha uma grande importância para
consolidar o Estado.
2.10. O "EXCLUSIVO" COLONIAL
Qual o significado e o papel das colônias nesse contexto?
Elas deveriam contribuir para a auto-suficiência da metrópole, transformando-se em
áreas reservadas de cada potência colonizadora, na concorrência internacional com as demais.
Para isso, era preciso estabelecer uma série de normas e práticas que afastassem os
concorrentes da exploração das respectivas colônias. Esse conjunto de normas e práticas,
criado de acordo com as concepções mercantilistas, constituía o sistema colonial. Seu eixo
básico consistia no "exclusivo" metropolitano, segundo a expressiva linguagem da época, ou
seja, na exclusividade do comércio externo da colônia em favor da metrópole.
Tratava-se de impedir ao máximo que navios estrangeiros transportassem mercadorias da
colônia, sobretudo para vender diretamente em outros países da Europa. Inversamente,
procurava-se também impedir que mercadorias, em especial as não produzidas na metrópole,
chegassem à colônia em navios desses países. Em termos simplificados, buscava-se deprimir,
até onde fosse possível, os preços pagos na colônia por seus produtos, para vendê-los com
maior lucro na metrópole. Buscava-se também obter maiores lucros da venda na colônia, sem
concorrência, dos bens por ela importados. O "exclusivo" colonial teve várias formas:
arrendamento, exploração direta pelo Estado, criação de companhias privilegiadas de
comércio, beneficiando determinados grupos comerciais metropolitanos etc.
Tomando agora o caso português, que nos interessa de perto, seria equi¬vocado pensar
que os preceitos mercantilistas foram aplicados sempre consistentemente. Se insistimos em
lhes dar grande importância, é porque eles apontam para o sentido mais profundo das
relações Metrópole-Colônia, embora não contem toda a história dessas relações.
Curiosamente, a aplicação mais conseqüente da política mercantilista só se deu em meados do
século XVIII, sob o comando do Marquês de Pombal, quando seus princípios já eram postos em
dúvida no resto da Europa Ocidental.
A Coroa lusa abriu brechas nesses princípios, principalmente devido aos limites de sua
capacidade de impô-los. Não estamos falando apenas da existência do contrabando, pois o
contrabando era uma quebra pura e simples das regras do jogo. Estamos falando sobretudo da
posição de Portugal no conjunto das nações européias. Os portugueses estiveram na
vanguarda da expansão marítima, mas não tinham os meios de monopolizar seu comércio
colonial. Já durante o século XVI, as grandes praças comerciais não se situavam em Portugal,
mas na Holanda. Os holandeses foram importantes parceiros comerciais de Portugal,
transportando sal e vinho portugueses e açúcar brasileiro, em troca de produtos
manufaturados, queijos, cobre e tecidos. Obtiveram com isso muitas facilidades.

Mais conteúdos dessa disciplina