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CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
EM PSICANÁLISE 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Juliana Santos 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 Nesta abordagem, estudaremos o tema da repetição. Como vimos 
anteriormente, a repetição é um fenômeno que foi observado por Freud em sua 
prática clínica. Os pacientes, na maioria dos casos, ao invés de caminhar de 
acordo com o princípio de prazer, repetiam situações que em nenhuma instância 
psíquica haviam sido prazerosas. 
Assim, ele chama de pulsão de morte a tendência que impele o sujeito a 
uma compulsão à repetição. Portanto, a pulsão de morte se opõe à pulsão de 
vida, que objetiva a satisfação sexual. Portanto, a esse novo dualismo pulsional, 
Freud deu a seguinte conotação: 
• Eros → pulsão de vida, equivale às pulsões sexuais, visa a imortalidade 
da vida pela procriação da espécie. A pulsão de vida está ligada a um 
objeto. 
• Tanatos → pulsão de morte, equivale a uma busca de eliminação total 
das tensões, pela qual tende ao retorno a um estado mítico originário, ou 
seja, um estado anterior à vida. A pulsão de morte não está ligada a um 
objeto, sendo uma energia solta no psiquismo. 
Para chegar à compreensão da pulsão de morte, Freud estabeleceu uma 
linha de pensamento que tem início no texto Recordar, repetir e elaborar, de 
1914. Depois, ele publica O estranho, de 1919, em que o tema da repetição é 
abordado por diferentes vieses, até concluir a sua elaboração final com a tese 
da pulsão de morte. Assim, no primeiro tópico vamos esclarecer essa linha de 
pensamento freudiano, a fim de compreender os seus avanços teóricos. 
Em seguida, vamos trazer as contribuições de Lacan, que deram um novo 
rumo à escuta clínica, pelo desenvolvimento do conceito de repetição. Para 
alcançar o nosso objetivo, é importante compreender o modo como Lacan 
aborda o funcionamento psíquico. Assim, antes de seguir, preste atenção em 
nossas explicações preliminares. 
Sabemos que Freud concebeu o funcionamento psíquico através de dois 
modelos do aparelho psíquico: a primeira tópica, dividida em 3 sistemas 
(inconsciente, consciente e pré-consciente), e a segunda tópica, dividida em 
instâncias (Eu, Supereu, com partes conscientes e inconscientes, e Isso, que 
engloba todo o inconsciente, onde se localiza o núcleo das pulsões). 
 
 
3 
Por sua vez, Lacan concebeu o funcionamento psíquico através de três 
registros: real, simbólico e imaginário. 
• Real: são as experiências vividas que não passam por simbolização, ou 
seja, não passam pela linguagem. Imagine um bebê quando nasce – ele 
vive muitas experiências que deixam registros em seu psiquismo, 
algumas delas serão simbolizadas, isto é, ganharão um sentido, um dizer 
sobre o vivido; mas outras nunca serão simbolizadas, ficarão no registro 
real. 
• Simbólico: são os registros simbolizados; contudo, esses registros são 
frutos de uma simbolização primeira, de uma lei, no qual o sujeito estará 
referido, trata-se do outro simbólico, lugar da lei e linguagem. 
• Imaginário: são os registros especulares da imagem que produz uma 
realidade psíquica para o sujeito a partir de sua relação com o real e o 
simbólico. Assim, o imaginário é aquilo que envolve o sentido e o 
simbólico, produzindo uma ilusão para o sujeito. 
Não podemos seguir com Lacan sem a concepção desses três registros. 
Afinal, inclusive a repetição, como veremos, apresenta o alcance desses 
registros, de modo que existe algo que se repete que está no registro do real, 
razão pela qual o sujeito nunca poderá se recordar desse acontecimento. Nesse 
sentido, Lacan traz uma nova dimensão para o conceito de repetição na teoria 
psicanalítica. Dito tudo isso, vamos seguir em frente! 
TEMA 1 – REPETIÇÃO NA TEORIA PSICANALÍTICA 
No início de sua prática com a psicanálise, Freud observou que o sujeito 
portava uma verdade que não se oferecia docilmente à consciência. Esse 
material esquecido era exatamente o alvo do tratamento, pois, segundo Freud, 
a verdade da doença era apreendida por detrás desse esquecimento. Portanto, 
toda técnica utilizada até esse momento tinha como finalidade a rememoração. 
No entanto, ao iniciar o tratamento da jovem Dora, Freud se confronta com 
um novo elemento, que seria decisivo para o futuro da psicanálise: a repetição. 
No texto Recordar, repetir e elaborar, Freud (1996c, p. 93), declara: “o paciente 
não recorda coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas expressa-o pela 
atuação ou atua-o (acts it out). Ele o reproduz não como lembrança, mas como 
ação repete-o, sem, naturalmente, saber que o está repetindo”. A repetição 
 
 
4 
passa a ser o novo referencial da escuta clínica, e nesse quadro a transferência 
ganha uma nova perspectiva (Freud, 1996c, p. 93): 
Logo percebemos que a transferência é, ela própria, apenas um 
fragmento da repetição e que a repetição é uma transferência do 
passado esquecido, não apenas para o médico, mas também para 
todos os outros aspectos da situação atual. Devemos estar preparados 
para descobrir, portanto, que o paciente se submete à compulsão, à 
repetição, que agora substitui o impulso a recordar, não apenas em 
sua atitude pessoal para com o médico, mas também em cada 
diferente atividade e relacionamento que podem ocupar sua vida... 
Freud foi o primeiro a pensar o aspecto da repetição como um fenômeno 
clínico cuja fonte está na constituição do sujeito. Os protótipos infantis da relação 
de amor mãe-bebê serão posteriormente repetidos pelo sujeito em sua vida 
amorosa e até mesmo na dinâmica de transferência. Garcia-Roza (1986, p. 23) 
declara: 
O que se repete são protótipos infantis, de tal forma que o analista, ao 
ser capturado nestas repetições, toma o lugar da imago paterna ou 
materna, dando lugar à transferência. Essa compulsão a repetir 
padrões arcaicos substitui a recordação, o que faz com que Freud 
identifique a repetição como uma resistência: "Quanto maior a 
resistência, mais extensivamente a atuação (acting out) (repetição) 
substituirá o recordar”. 
A repetição, portanto, ocupa um lugar de resistência que impede a 
associação livre, pois o sujeito atua sem saber que o faz. Por esse mesmo 
motivo, o material esquecido não é recuperado por meio de lembranças. 
1.1 O estranho 
Cinco anos depois, a questão da repetição seria retomada no artigo O 
estranho (Das Unheimlich). Freud (1996a, p. 220) aponta para um novo aspecto 
da repetição, o assustador familiar: "O estranho é aquela categoria aterrorizante 
que remete ao que é conhecido, de velho, e há muito familiar". 
O ponto principal desse texto é o seguinte: a categoria de coisas ou 
acontecimentos que provoca um estranhamento, ou seja, produz angústia, tem 
uma proximidade ao que é familiar, mas que permaneceu oculto. Freud quer 
dizer com isso que aquilo que é absolutamente novo, ou seja, que jamais se deu 
na experiência, não pode ser temido. Nesse sentido, o estranho (Unheimlich) é 
algo que se repete. Garcia-Roza (1986, p. 25) declara: 
O estranho é algo que retorna, algo que se repete, mas que ao mesmo 
tempo se apresenta como diferente. O Unheimlich é uma repetição 
diferencial e não uma repetição do mesmo. Freud refere essa repetição 
 
 
5 
à própria natureza das pulsões, "uma compulsão poderosa o bastante 
para prevalecer sobre o princípio de prazer". 
Ao elaborar sobre a ideia do estranho, Freud nos apresenta uma pesquisa 
com diversas traduções da palavra Unheimlich: no francês é inquiétant, sinistre; 
no espanhol é sinistro; e no árabe e hebreu o estranho tem o mesmo sentido de 
demoníaco. A definição que Freud sublinha é a de Schelling, como algo que 
deveria ter permanecido secreto e oculto, mas veio à luz (Freud, 1996a, p. 278). 
Portanto, a categoria do estranho explicita, em sua terminologia, aquilo que 
Freud define como o estranho familiar. 
No mesmo artigo, Freud faz uma análise do conto “Homem da areia”, de 
Hoffman, que conta a história de Nataniel, uma criança cujamãe, na hora de 
colocá-la na cama para dormir, dizia: “vá pra cama, porque o homem de areia 
está chegando”. 
Nataniel, sempre curioso a respeito dessa personalidade, certa vez 
perguntou para a babá sobre a veracidade do homem de areia. Ela confirmou a 
sua existência, declarando que o homem de areia é perverso e gosta de jogar 
areia nos olhos das crianças até que eles saltem para fora da cabeça. 
Nataniel ficou muito impressionado com a história contada pela babá. Ele 
passou a associar a figura do homem de areia ao advogado Copélio, um homem 
estranho que visitava o seu pai todas as noites. 
Para o azar de Nataniel, uma vez foi flagrado espionando o seu pai no 
escritório com Copélio. Depois de um ano, o seu pai morreu em uma explosão 
durante uma dessas visitas, o que o deixou bastante perturbado. 
Anos depois, Nataniel se tornaria um estudante universitário. Foi morar 
numa cidade universitária, onde adquiriu o hábito de espionar a casa do 
professor Spalanzani, que morava em frente à sua casa. Certa vez, com uma 
luneta, ele observava a filha do professor, a jovem Olimpia. Era uma moça 
bonita, mas estranha. Nataniel se apaixonou por ela, porém Olimpia era, na 
verdade, uma boneca criada pelo professor, cujos olhos tinham sido colocados 
por Copélio, o homem de areia. 
Para Freud, a estranheza do conto se encontra em dois pontos: o ato de 
arrancar os olhos e a presença da boneca, que fomenta em Nataniel a dúvida 
sobre a sua natureza. Freud afirma que a incerteza intelectual sobre o autômato 
(a boneca) é irrelevante frente à estranheza do ato de arrancar os olhos, que 
pode ser relacionado ao terror da castração sentido pelas crianças. Nesse 
 
 
6 
sentido, Freud estabelece uma ligação com o sentimento de estranheza ao 
recalcado: 
Em primeiro lugar, se a teoria psicanalítica está certa ao sustentar que 
todo afeto pertencente a um impulso emocional, qualquer que seja a 
sua espécie, transforma-se, se reprimido, em ansiedade, então, entre 
os exemplos de coisas assustadoras, deve haver uma categoria em 
que o elemento que amedronta pode mostrar-se ser algo reprimido que 
retorna. Essa categoria de coisas assustadoras constituiria então o 
estranho. [...] Em segundo lugar, se é essa, na verdade, a natureza 
secreta do estranho, pode-se compreender por que o uso linguístico 
estendeu das Heimliche (doméstico, familiar) para o seu oposto, das 
Unheimliche; pois esse estranho não é nada novo ou alheio, porém 
algo que é familiar e há muito estabelecido na mente, e que somente 
se alienou desta através do processo da repressão. (Freud, 1996a, p. 
300) 
Portanto, nesse texto Freud estabelece uma relação entre o sentimento 
de estranhamento com uma repetição involuntária, ou seja, uma compulsão a 
repetir, pelo que o estranho é apenas algo que se repete. Esse ponto é essencial 
para elucidar a noção de real na teoria lacaniana. Portanto, guardem com 
cuidado a noção de estranho familiar. 
No ano seguinte, Freud (1920) alinhou as suas elaborações a respeito da 
repetição, chegando a uma formulação final no texto Mais além do princípio de 
prazer, onde concebe a noção de pulsão de morte, considerando a manifestação 
da compulsão à repetição. 
TEMA 2 – REPETIÇÃO DE FREUD A LACAN 
Lacan considera o conceito de repetição como um dos pilares 
fundamentais da psicanálise, pois as suas dimensões abrangem a teoria e a 
clínica. No entanto, Lacan busca primeiramente desfazer o mal-entendido, pois 
percebe que a repetição, em sua época, estava sendo tomada pelo mesmo viés 
da transferência. Garcia-Roza (1986, p. 22) sublinha esse fato: 
Lacan observa que a afirmação segundo a qual a transferência é uma 
repetição tornou-se lugar comum, e que embora a repetição esteja 
presente na transferência, e que foi a propósito desta última que Freud 
abordou o tema da repetição. "o conceito de repetição nada tem a ver 
com o de transferência". 
O que Lacan sublinha aqui é que na transferência ocorre uma 
repetição. O que se repete só faz sentido em uma relação transferencial com o 
analista. Portanto, são conceitos diferentes. Em seu seminário Os quatro 
 
 
7 
conceitos fundamentais da psicanálise, Lacan os distingue e os coloca em série 
ao lado do inconsciente e da pulsão. 
2.1 Desenvolvimento da teoria da repetição 
Provavelmente você já ouviu que “nada se cria, tudo se copia!”. 
Analisando brevemente a história da humanidade, podemos concluir que 
estamos sempre a caminho de repetir o mesmo, como se estivéssemos em uma 
roda gigante, fadados a passar pelo mesmo lugar a cada volta. 
A noção de repetição já estava na filosofia. É possível encontrar, em 
ditados populares, frases que fazem referência à repetição, por exemplo: “A 
felicidade é o desejo pela repetição”; “A vida é um eterno dejà-vu”; “Viemos do 
pó e ao pó voltaremos”... 
A repetição, portanto, se coloca para todos, no discurso social, como um 
saber. Freud se dedicou a criar uma teoria que pudesse conceber um sentido 
lógico para a compreensão desse fenômeno tipicamente humano. Assim, o 
sentido mais radical de repetição foi alcançado através do conceito de pulsão de 
morte, a partir do qual Freud apresentou uma tendência a retornar ao estado 
inorgânico submetido ao princípio de nirvana. 
Em seu Seminário 2, O eu na teoria de Freud (1954-55), Lacan faz uma 
releitura do texto Mais além do princípio de prazer, estabelecendo uma relação 
simbólica à pulsão de morte. Afinal, para Lacan, Freud, quando estabeleceu a 
pulsão de morte, estava vislumbrando na verdade uma morte simbólica do 
sujeito, e não a morte de alcance biológico. Coutinho Jorge (2010, p. 62), em 
referência a essa passagem, define que se trata de uma morte da “vivência 
humana, do intercâmbio humano, da intersubjetividade”, pois há algo no humano 
que coage o sujeito a sair dos limites da vida. 
Portanto, Lacan apreende o tema da pulsão de morte pelo registro da 
ordem simbólica, isto é, pela dimensão da linguagem, por meio da qual, o registro 
de um mais além da vida só poder ser inscrito pela linguagem. Coutinho Jorge 
(2010, p. 63-64), descreve: 
O próprio ser humano se acha, em parte, fora da vida, ele participa do 
instinto [pulsão] de morte. É só daí que ele pode abordar o registro da 
vida. Como a ordem simbólica apresenta uma relação de exterioridade 
em relação ao sujeito, Lacan a situa como a própria pulsão de morte, 
vendo nesta uma relação com o símbolo, “com esta fala que está no 
sujeito sem ser a fala do sujeito”. 
 
 
8 
Portanto, a repetição como manifestação da pulsão de morte, no início 
dos ensinamentos de Lacan, está relacionada ao vigor da ordem simbólica, ou 
seja, o que se repete é algo que foi vivido e censurado, e que por isso participa 
do registro simbólico de forma autonômica. “A linguagem está relacionada com 
a pulsão de morte na medida em que ela determina o ser falante mais além de 
sua condição de vivente” (Jorge, 2010, p. 62). 
No entanto, a partir do seminário 11, Lacan (2008) introduz um novo 
entendimento ao conceito de repetição. Se até o momento a repetição estava 
associada ao rigor do registro simbólico, nesse momento de seu ensino, Lacan 
demonstra que existe algo que se repete e que jamais alcançará a lembrança; 
para além do simbólico, a repetição tem a sua origem no registro real. “O real é 
aqui o que retorna sempre ao mesmo lugar – a esse lugar onde o sujeito, na 
medida em que ele cogita onde, a res cogitans, não o encontra” (Lacan, 2008, p. 
55). Portanto, a repetição, pensada a partir do registro do real, traz uma nova 
dimensão ao aspecto da repetição, pois estaria para além daquilo que o sujeito 
repete como resistência à lembrança, tornando-se uma nova categoria de 
repetição, associada ao O estranho de Freud, por se tratar de algo familiar, ainda 
que indizível. 
TEMA 3 – REPETIÇÃO COMO RESPOSTA DO REAL 
Portanto, a partir do seminário 11, a repetição ganha a dimensão do real. 
Bruce Fink (1997) sublinhaque o real da repetição é justamente aquilo que não 
consegue ser encontrado ou rememorado, que está excluído da cadeia 
significante, ainda que faça girar a cadeia significante ao redor: “O analisando dá 
voltas e mais voltas numa tentativa de articular o que parece estar em questão, 
mas não consegue localizá-lo, a menos que o analista aponte o caminho”. 
No texto A carta roubada, de 1956, Lacan demonstra o funcionamento 
significante e sua insistência na cadeia significante, ou seja, a repetição situada 
na ordem simbólica. A carta roubada é uma história escrita em 1844 por Edgar 
Allan Poe. Conta o sucesso do detetive Dupin na recuperação de uma carta 
comprometedora endereçada à rainha. A carta havia sido furtada dos aposentos 
reais na presença do casal real pelo chantagista ministro D. 
A investigação acerca da carta se configura através da modulação 
escópica dos olhares dos envolvidos, pois foi assim que o detetive Dupin 
conseguiu localizar a carta escondida na casa do ministro D, enxergando aquilo 
 
 
9 
que nenhuma visão inquieta tinha visto até então. Afinal, a carta roubada havia 
sido deixada exposta justamente para enganar os olhares de quem a procurava. 
Contudo, Dupin, ao se dar conta do plano, dá o troco na mesma moeda, 
surrupiando a carta do surrupiador e deixando uma marca registrada de seu 
gesto exitoso. 
A carta, portanto, é o agente da história, pelo qual todos os personagens 
se posicionam, ordenando três tempos e três olhares: 
• O olhar que nada vê; 
• O olhar que vê que o primeiro nada vê e se engana por ter encoberto o 
que ele oculta; 
• O olhar que vê que os olhares anteriores deixam a descoberto o que é 
para esconder. 
Através dessa analogia, Lacan aponta que a linguagem é o lugar do 
equívoco, ou seja, a fala falada se distancia da comunicação e da informação, 
assim como o olhar de quem está de posse do olhar da carta, que perde o olhar 
2 e 3. 
Assim, o sentido se volta ao mesmo lugar, ou seja, à repetição daquilo 
que se repete. O sujeito, na medida em que pensa, não o encontra, pois está 
radicalmente excluído, por se tratar de uma vivência para além da linguagem. 
Logo, para Lacan, a repetição envolve o "impossível de pensar" e o "impossível 
de dizer", mas que insiste e retorna à cadeia significante. 
Isso significa que o sujeito não consegue estar de posse da totalidade, 
pois existe algo a mais na experiência, que está radicalmente excluído, ainda 
que essa totalidade não se exclui na repetição. Ou seja, como a ordem simbólica 
apresenta uma relação de exterioridade em relação ao sujeito, Lacan a situa 
como a própria pulsão de morte, enxergando uma relação com o símbolo, “com 
esta fala que está no sujeito sem ser a fala do sujeito” (Jorge, 2010, p. 64). Isto 
é, um para além da linguagem. 
3.1 Tiquê e Autômaton 
Em Lacan, podemos situar dois aspectos da repetição, apontados no 
seminário 11: o autômaton, associado ao simbólico, e a tiquê, associada ao 
real. Esses termos foram emprestados do vocabulário de Aristóteles sobre 
princípios, na chamada teoria das quatro causas, exposta no Livro I da 
 
 
10 
Metafísica, com respeito aos princípios ou fatores explicativos das coisas. O 
filósofo articula o tema em um conjunto mais amplo, considerando as distinções 
fundamentais de sua filosofia: essência-acidente, ato-potência e matéria-forma, 
no sentido de mostrar que a filosofia consiste fundamentalmente em uma 
indagação de princípios. 
Nesse contexto, as noções de tyche e automaton estão associadas à 
noção de acaso, com referência a algo que acontece sem inteligibilidade da 
razão humana. A tyche designa uma causa oculta para a razão humana, 
enquanto o automaton refere-se uma causa acidental (Garcia-Roza, 1986, p. 
39). 
Lacan usa esses termos para definir os aspectos da repetição. O 
autômaton, como explica Fink (1997), corresponde ao desdobramento 
automático, no inconsciente, da cadeia significante (como o alinhamento dos 
signos que aparecem na rede α, β, ϒ, δ). Contudo, “o real está para além do 
autômaton, do retorno, da volta, da insistência dos signos aos quais nos vemos 
comandados pelo princípio do prazer" (Lacan, 2008). 
Portanto, segundo Lacan, o autômaton está articulado ao simbólico, cuja 
repetição configura o seu aspecto de insistência automática das redes 
significantes, ou seja, de “insistência dos signos”. Garcia-Roza (1986, p. 42-43) 
complementa essa noção de insistência dos signos: 
A insistência dos signos de que Lacan nos fala é a própria insistência 
do desejo; a articulação temporal entre os significantes constituindo-se 
como presença do desejo cujo objeto absoluto falta sempre. O objeto 
presente, ilusão do objeto absoluto, é o que constitui o imaginário, 
marcado pela decepção, pela negatividade, pela castração. Entre 
esses dois objetos – o presente ilusório e o ausente absoluto – é que 
vamos situar a função do real. 
No real, temos a tiquê, que está para além do autômaton, pois nela está 
marcado o encontro com a falta. Afinal, o que se repete sob o jugo da tiquê está 
para além dos jogos dos signos. O seu retorno (no autômaton), por sua vez, está 
para além da fantasia. Ou seja, para além do que é regulado pelo princípio de 
prazer (o autômaton) há o real. 
Assim, o real que se repete é a função que caracteriza a tiquê. O real se 
situa entre dois objetos – o presente ilusório e o ausente absoluto. Bruce Fink 
(1997, p. 241-42), traz um esclarecimento sobre esse assunto: 
O real aqui é o nível de causalidade, o nível daquilo que interrompe o 
funcionamento tranquilo do autômaton, da seriação automática, sujeita 
à lei regular dos significantes do sujeito no inconsciente. Ao passo que 
 
 
11 
os pensamentos do analisando estão destinados a perder sempre o 
alvo do real, conseguindo apenas circular ou gravitar em torno dele, a 
interpretação analítica pode atingir a causa, levando o analisando a um 
encontro com o real: tiquê. O encontro com o real não está situado no 
nível do pensamento, mas no nível onde a "fala oracular" produz não-
senso, aquilo que não pode ser pensamento. 
Desse modo a repetição, como apresentada por Lacan, está articulada 
em duas vertentes: autômaton e tiquê, que se manifestam, para o sujeito, 
indissociável, entre o simbólico e real. A repetição é o fenômeno clínico da 
manifestação da pulsão. 
TEMA 4 – PULSÃO NOS ENSINOS DE LACAN 
Freud criou o conceito de pulsão para abordar a sexualidade humana. 
Porém, de acordo com o que vimos, o verdadeiro estatuto da pulsão só foi 
introduzido com a noção de pulsão de morte, como declara Jorge (2010, p. 121): 
“tudo se passa como se o conceito de pulsão fosse sendo construído na direção 
desse ponto de conclusão que é a pulsão de morte”. 
Existia um esforço para isolar a parte patológica da estrutura, mas Freud 
teve que admitir certa dificuldade com esse trabalho, pois reconheceu que as 
duas espécies de pulsão (vida e morte) sempre se apresentam amalgamadas, 
ou seja, nunca estão em estado puro, mas sim intrincadas uma na outra. Nesse 
sentido, não haveria a possibilidade de atestar a patologia para uma delas, a não 
ser no desintrincamento dessa fusão, pelo qual a pulsão de morte se 
apresentaria em moldes destrutivos para a vida. 
Assim, a pulsão de morte, em alguns momentos dos escritos freudianos, 
também é chamada de pulsão de destruição, pois tende a voltar ao estado de 
não ser. Lacan (2008), no ensino XIII do seminário 11, destaca a função do 
impossível da pulsão de morte, situando o real: “a questão sobre o possível, e o 
impossível não é forçosamente o contrário do possível, ou bem ainda, porque o 
oposto do possível é seguramente o real, seremos levados a definir o real como 
o impossível”. 
Pelo fato de Freud não ter nomeado uma energia específica da pulsão de 
morte, pois a libido é a única energia das pulsões, no pretenso dualismo pulsional 
freudiano podemos situar desde aí um monismo. Nesse sentido,Lacan dará a 
seguinte interpretação a respeito das pulsões: toda pulsão é um seguimento 
da pulsão de morte. 
 
 
12 
Contudo, Lacan não põe em xeque o dualismo freudiano, pois definiu 
desde aí que a pulsão pode assumir diferentes qualidades. Assim, Jorge (2010, 
p. 31) destaca a característica fundamental que estabelece um denominador 
comum entre a pulsão de vida e a pulsão de morte: o seu caráter conservador. 
Freud menciona então duas tendências que, embora aparentemente 
se oponham, são fruto dessa mesma característica comum: tendências 
conservadoras que incitam à repetição e tendências cuja ação se 
manifesta através de formação nova e evolução progressiva. Trata-se, 
para ele, de levar às últimas consequências a hipótese segundo a qual 
todas as pulsões se manifestam através da tendência a reproduzir o 
que já existe. Como já disse o poeta, “Lar é de onde se vem”. 
No seminário VII, A ética da psicanálise, Lacan (2017) demonstra outra 
dimensão da pulsão de morte, que está para além da vontade de destruição, 
considerando a vontade de recomeço, do corte, que abre para o novo, 
convergindo com a pulsão de vida, mas para outro sentido. Continho Jorge 
(2010) aborda o tema a partir da figura a seguir. 
Figura 1 – Pulsão e ser 
 
Fonte: elaborado com base em Jorge, 2010. 
 
 
13 
Ou seja, a pulsão de morte é o que leva o sujeito e o que produz corte em 
uma cadeia significante; é o que produz o novo ao invés do mesmo, em oposição 
ao caminho feito pela pulsão de vida. 
4.1 Toda pulsão é pulsão de morte 
Lacan inscreve o circuito da pulsão por um mesmo denominador, como 
descreve Freud: “uma força constante rumo a um alvo, à satisfação”. Porém, a 
satisfação da pulsão é impossível de ser obtida, pois o objeto de satisfação plena 
é o objeto que Freud chamou das Ding – “a coisa”. Ou seja, ele nunca existiu, 
pois trata-se de um objeto suposto pelo aparelho psíquico. Dessa forma, o 
máximo de satisfação que a pulsão é capaz de obter se liga aos objetos que 
oferecemos, mas logo ela quer outro e outro, sempre em busca de outra coisa, 
pois o que a pulsão quer é das Ding, mas o que recebe é o objeto a. Jorge 
(2010) nos apresenta dois gráficos que nos ajudam a compreender que toda 
pulsão é pulsão de morte. 
Figura 2 – Pulsão: vida e morte 
Fonte: elaborado com base em Jorge, 2010. 
Figura 3 – Pulsão sexual e de morte 
Fonte: Elaborado com base em Jorge, 2010. 
Oferecemos à pulsão os objetos para a sua satisfação, ainda que parcial, 
mas esses objetos em seguida já não a satisfazem, e ela passa a querer outro 
objeto: “Quero outro, quero outra coisa”. Afinal, o que de fato a pulsão visa é das 
Ding, mas o que ela recebe é o objeto a. “E a nossa vida cotidiana é feita disso, 
a vida humana é regida por esse vetor, tendendo a obter a absoluta satisfação, 
impossível de ser obtida. Esse é o dramático, se não o trágico, da existência 
humana” (Jorge, 2010, p. 134). 
 
 
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TEMA 5 – OBJETO DA PULSÃO 
Vimos então que a pulsão se satisfaz parcialmente como objeto a, mas o 
que ela almeja de fato é das Ding. Mas o que são esses objetos da pulsão? 
Vamos ver a resposta dessa questão ao longo do curso, pois não se trata de 
uma resposta simples. Ela envolve conceitos variados, por se tratar de um objeto 
que faz parte da experiência singular de cada sujeito. 
Freud introduz o conceito de das Ding no Projeto (Freud, 1996b). Das Ding 
significa “a coisa”, ou seja, é aquilo que nos é oferecido, mas não é coisa 
nenhuma, pois não se trata de algo em si. Das Ding se inscreve no psiquismo 
como algo que já esteve de posse do sujeito e foi perdido. Por tanto, a partir de 
Lacan (1960), das Ding não estará no campo da memória, nem da percepção, 
pois a sua relação se encontra com o objeto, a mãe. Assim, das Ding é da ordem 
daquilo que não é predicável, de modo que se mantém igual, enquanto perdido. 
Eu costumo pensar em das Ding como sendo a totalidade da experiência 
da relação materna (mãe-bebê), algo dessa relação que escapa, permanecendo 
como uma incógnita para o ser do sujeito (o que foi isso?), deixando um espaço 
faltoso sobre aquilo que um dia foi pleno em si. 
Para dar conta dessa falta inapreensível, pois ela apenas está lá, o sujeito, 
barrado pela lei, constrói, em sua “inocência”, um objeto para se agarrar. Assim, 
o objeto a estará plantado em sua fantasia para sustentar o seu desejo. No 
seminário VI, Lacan (2016, p. 100), conceitualiza o objeto a como o objeto que 
se vincula à pulsão: 
É porque ela se situa aí, essa articulação do sujeito com o objeto, que 
o objeto ocorre ser essa alguma coisa que não é o correlativo e o 
correspondente de uma necessidade do sujeito, mas essa alguma 
coisa que suporta o sujeito precisamente no momento em que ele tem 
de fazer face, se podemos dizer, à sua existência, que suporta o sujeito 
na sua existência, na sua existência no sentido mais radical, ou seja 
justamente que ele existe na linguagem; quer dizer que ele consiste 
em qualquer coisa que está fora dele, em algo que ele não pode agarrar 
na sua natureza própria de linguagem senão no momento preciso em 
que ele, como sujeito, se deve apagar, se desvanecer, desaparecer 
atrás de um significante, o que é precisamente o ponto, se pode-se 
dizer, 'pânico' em torno do qual ele tem de se agarrar a algo – e é 
justamente ao objeto enquanto objeto do desejo que ele se agarra. 
 O conceito de objeto a, nos ensinos de Lacan, ganhará novas dimensões, 
mas em sua relação com das Ding, podemos dizer que é aquilo que faz frente à 
falta inscrita no psiquismo, por meio do qual o encontro com o objeto é sempre 
um reencontro. 
 
 
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NA PRÁTICA 
Agora, traremos exemplos clínicos para complementar o entendimento da 
teoria. Para vislumbrar a repetição como um fenômeno presente em experiência 
clínica, vamos demarcar alguns recortes. 
Na escolha de objeto de amor, podemos verificar que o sujeito busca, 
inconscientemente, resgatar em seus parceiros algo de sua primeira relação 
amorosa, ou seja, mãe-bebê. Mesmo que para a menina a referência imaginária 
ao pai possa ser mais evidenciada, em análise, impreterivelmente encontramos 
algo dessa relação que retorna, e, uma nova relação de amor. 
Outro exemplo de repetição pode ser evidenciado na própria transferência 
com o analista. Em alguns casos, o paciente, às vezes na entrevista, traz como 
queixa: “Eu não dou continuidade a nada, tudo que eu começo eu não termino”. 
Tal fala pode ser um prenúncio: ele está dizendo que logo vai sair da análise. 
Portanto, cabe ao analista, em momento oportuno, trazer essa questão para a 
análise. Certa vez, uma analisante tinha uma queixa como essa. Quando ela 
começou a faltar, o tema foi trazido e a questão da falta de continuidade foi 
associada ao modo como os seus pais tratavam as suas questões na infância, 
pois tudo era tido como sem importância, sem comprometimento. Por exemplo, 
ela teve que iniciar várias vezes o catecismo, até fazer a primeira comunhão, 
pois seus pais sempre interrompiam o curso, por falta de comprometimento de 
levá-la. Assim, vários outros eventos surgiram em análise. Assim, verificamos 
que o não comprometimento dos pais se repetia agora em sua vida adulta. 
Por último, escolhemos trazer um modelo de repetição que chega nos 
consultórios com os dizeres de uma maldição hereditária. Muitas mulheres se 
queixam de que na família todas se casaram com homens alcoólatras – uma 
repetição que podemos localizar no registro real, por se tratar de uma vivência 
traumática. Para que essa repetição possa cessar, é preciso que, em análise ela 
possa ser simbolizada, de modo que aquilo que volta para o mesmo lugar possa 
se ligar a um objeto. Trata-se de uma construção de análise que barra o gozo 
desconhecido do sujeito. 
A clínica psicanalítica é a clínica do real, ou seja, acolhe aquilo que está 
para além da linguagem. 
 
 
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FINALIZANDO 
• Tópico 1: a repetição foi concebidacomo um fenômeno clínico ao longo 
da experiência clínica de Freud. Em Recordar, repetir e elaborar, Freud 
define a repetição como resistência que impede a associação livre. Anos 
depois, no texto O estranho, a repetição será pensada por Freud como 
algo que deveria permanecer em oculto, mas se manifesta, causando 
estranheza. 
• Tópico 2: Lacan situa a repetição como um dos conceitos fundamentais 
da psicanálise. Ele distingue a repetição do conceito de transferência. 
Lacan ainda introduz a dimensão do real da repetição como aquilo que 
jamais será recordado, pois está fora da linguagem. 
• Tópico 3: portanto, para Lacan, a repetição se distingue em duas faces: 
autômaton, que surge na cadeia significante, como uma insistência dos 
signos; e tiquê, que está para além do autômaton, vinculada ao registro 
real. 
• Tópico 4: a pulsão vai ser relida por Lacan como seguimento da pulsão 
de morte. Afinal, tanto a pulsão de vida quanto a pulsão de morte almejam, 
em última análise, das Ding. 
• Tópico 5: das Ding é o objeto que se inscreve no psiquismo como falta, 
produzindo força constante da pulsão. Por ser inalcançável, o sujeito fixa 
em sua fantasia o objeto a, que satisfaz parcialmente a pulsão e sustenta 
o desejo do sujeito. 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
FINK, B. A causa real da repetição. In: _____. Para ler o seminário II de Lacan. 
Rio de Janeiro: Zahar, 1997. 
FREUD, S. O estranho. In: _____, Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 
1996a. v. XVII. 
FREUD, S. O projeto para uma psicologia cientifica. In: _____. Obras 
completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996b. v. I. 
FREUD, S. Recordar, repetir e elaborar. In: _____. Obras completas. Rio de 
Janeiro: Imago, 1996c. v. XII. 
GARCIA-ROZA, L. A. Acaso e repetição em psicanálise: uma introdução à 
teoria das pulsões. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. 
JORGE, C. Fundamentos da psicanálise: de Freud a Lacan. Rio de Janeiro: 
Zahar, 2010. 
LACAN, J. O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da 
psicanálise, Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 
_____. O seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação. Porto Alegre: 
Associação Psicanalítica de Porto Alegre, 2016. 
_____. Seminário, livro 7: A ética da psicanálise – Rio de Janeiro: Zahar, 2017. 
 
 
	Conversa inicial
	1.1 o estranho
	2.1 Desenvolvimento da teoria da repetição
	TEMA 3 – REPETIÇÃO COMO RESPOSTA DO REAL
	3.1 Tiquê e Autômaton
	4.1 Toda pulsão é pulsão de morte
	Na prática
	FINALIZANDO

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