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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO PETIÇÃO INICIAL Livro Eletrônico 2 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Apresentação ................................................................................................................................... 3 Petição Inicial ................................................................................................................................... 4 1. Petição Inicial: Como Fazer? O Passo a Passo ...................................................................... 4 2. Petição Inicial: Como já Foi Cobrado na Prova da OAB? ..................................................... 6 3. Petição Inicial: Resolução de uma Prova já Cobrada na Prova da OAB ........................... 8 4. Petição Inicial: Peça Inédita e Dicas de Resolução ............................................................ 14 5. Direito Material: a Relação de Emprego e Dicas Doutrinárias Essenciais para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas ................................................21 6. Resolução de Questões da Prova de 2021 ...........................................................................34 7. Enunciado das Questões da Prova Prática Processual de 2019 ..................................... 37 8. Resolução de Questões da Prova de 2022 .......................................................................... 39 9. Enunciado e Dicas de Resolução das Questões da Prova Prática Processual de 2021.2 ...............................................................................................................................................43 10. Enunciado e Dicas de Resolução das Questões da Prova Prática Processual de 2022 ................................................................................................................................................. 45 11. Resolução da Prova do XXXVII Exame de Ordem Unificado (Prova Aplicada em 30/04/2023) ..................................................................................................................................48 12. O Papel do Preposto no Processo do Trabalho para as Provas Subjetivas ................ 52 13. Resolução das Questões da 2ª Fase do XXXVIII Exame de Ordem Unificado (Setembro/2023) .......................................................................................................................... 53 Resumo ............................................................................................................................................ 57 Mapas Mentais .............................................................................................................................. 59 Referências .....................................................................................................................................60 Sumário O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ApresentAção Olá! Tudo bem contigo? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Tra- balho no TRT 7a Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto em Portugal, professora de preparatórios e faculdades aqui no Ceará, “a Terra do Sol” e faço parte do Time do GRAN CURSOS. Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha, pois a advocacia é uma belíssima carreira para os fortes. O mais importante da minha apresentação é para te dizer que eu entendo sua dor e pressa para ser aprovado na OAB. Também entendo que você quer o máximo de informações de for- ma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances da legislação. Veio ao lugar certo. Isso porque a maioria não tem muito tempo para estudar, seja porque trabalha, faz estágio, tem aulas na faculdade, aquela preocupação com o TCC etc. Eu te parabenizo por você estar lendo este material, pois isso significa que você foi aprova- do na 1ª fase da OAB. Então, você já está com 50% da vitória. Vamos nos dedicar mais um pou- co com a leitura dos nossos materiais, pois vai dar certo se houve compromisso e empenho. Eu e toda a equipe do Gran estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercícios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você sur- preenda a Banca examinadora e não, o contrário. Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar ao êxito final e já estou feliz e motivada em elaborar isso para você. Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato diferente. E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para as provas sem ler esse material. Então, aproveite! Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no curso GRAN. Por gentileza, se você curtiu essa aula, dê um feedback positivo lá no Fórum do Aluno. Se tiver críticas construtivas, também use o fórum para melhorarmos o material, ok? Vamos começar? Maria Rafaela de Castro @mrafaela_castro @juizamariarafaela O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela PETIÇÃO INICIAL 1. petição iniciAl: como FAzer? o pAsso A pAsso A petição inicial é o instrumento da demanda e é ato inicial do processo. Portanto, precisa preencher alguns requisitos obrigatoriamente. Na prova da OAB e na sua vida prática, é prefe- rível apenas citar fontes e dispositivos, sem transcrições desnecessárias. A redação deve ser mais clara e de fácil acesso. É preciso apontar os fatos realmente im- portantes com os pedidos correlatos. Como requisitos devemos constar: 1. Endereçamento da petição inicial. A petição inicial deve indicar o juízo, o órgão ao qual é dirigida no artigo 840 da CLT e artigo 319 do CPC. Aqui também você firma a competência do juízo. Então o direcionamento, a depender da competência, pode ser direcionado ao juiz de primeiro grau ou de tribunal. É preciso conhecer a competência originária. 2. Qualificação das partes. Deve indicar os dados pessoais mais importantes. Caso o autor não dispuser dos dados de qualificação do reu, deve requerer ao juiz as diligências necessárias a sua obtenção. 3. Exposição dos fatos e formulação de pedidos com os fundamentos jurídicos. É essen- cial que apresente os fatos que embasam o pedido. O pedido deve ser formulado com as suas especificações, nos termos do artigo 840 da CLT e artigo 319 do CPC. 4. Assinatura. Não pode constar a sua assinatura, sob pena de zerar a prova. Você deve constar apenas o nome ADVOGADO. O PULO DO GATO Não assine na prova! Não ponha seu nome em nenhum lugar da prova! O caderno de textos de- finitivos da prova prático-profissional não poderá ser assinado, rubricado e/ou conter qualquer palavra e/ou marca que o identifique em outro local que não o apropriado (capa do caderno), sob pena de ser anulado. Assim, a detecção de qualquer marca identificadorano espaço des- tinado à transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da prova prático-profissional e a eliminação do examinando. Ao texto que contenha outra assinatura, será atribuída nota 0 (zero), por se tratar de identificação do examinando em local indevido. Na peça processual, não assine a prova. O que fazer? Quando da realização das provas prá- tico-profissionais, caso a peça profissional e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, o examinando deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. 5. Valor da causa. Aqui observar sobre a liquidação dos pedidos. Isso porque o valor da cau- sa corresponde ao benefício econômico que o autor pretende obter. Em caso de vários pedidos como é a regra trabalhista, deve-se somar todos os valores para fixação do valor da causa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 6. Requerimentos de provas e citação. O artigo 319 do CPC determina que a inicial deve constar a indicação das provas para demonstrar a verdade dos fatos. No entanto, a CLT dispen- sa esse requerimento. 7. Documentos indispensáveis à propositura: normas coletivas por exemplo. Isso está pre- visto no artigo 787 da CLT e artigos 320 e 321 do CPC. A petição inicial deve ser acompanhada dos documentos em que se fundar. 8. Tutela provisória. Se houver urgência no pedido, deve-se abrir um tópico para fins de pe- dir seja a tutela de urgência ou de evidência, observando no momento da prova a inteligência do artigo 311 do CPC. Obs.: � Acerca das situações em que, na petição inicial, pode ter pedido de tutela de urgência ou de evidência, podemos dar como exemplos: liberação do FGTS e seguro desem- prego; reintegração em caso de garantia provisória de emprego. Também pode ser no caso de reintegração em caso de dispensa discriminatória. Também pode pedir multa diária ou astreintes. No pedido de tutela, você deve demonstrar se preenche os requi- sitos legais. Não pode simplesmente colocar o dispositivo e requerer. Deve ser algo mais concreto até para o examinador saber que você consegue aplicar a teoria com a prática. 9. Requerimento de gratuidade judicial. Lembre-se da Reforma Trabalhista, principalmente, observando o valor da remuneração do trabalhador, para fins de encaixar com o direito de gra- tuidade inferior a 40% do maior benefício pago pelo INSS. Aqui se observa o teor do Art. 790, § 3º, da CLT. 10. Deverá ser requerido o pagamento de honorários advocatícios, conforme o Art. 791-A da CLT. No caso, pode exigir o percentual máximo, principalmente, diante da Reforma Trabalhista. Dicas para a sua petição inicial: 1. Frases curtas. 2. Frases diretas. 3. Detalhar todos os fatos. 4. Fazer a correspondência dos fatos e dos pedidos. 5. Evitar transcrição dos dispositivos legais, bastando para o examinador apenas citar e fazer o correspondente com a Súmula ou OJ do TST. O examinador não se importa com a transcrição. 6. Fazer sempre referência à CF/88 quando houver previsão do tema. 7. Em processo do trabalho, você pode aplicar subsidiariamente o CPC. Então sempre ficar com ele por perto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Com base nisso, vamos acompanhar com o mapa mental: REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL Qualificação das partes Endereçamento do juízo Não assine a peça processual Documentação essencial Se existe pedido de tutela provisória - narrativa dos pressupostos Correspondente dispositivo legal e súmulas / OJ do TST Narrativa dos fatos em frases curtas, diretas e objetivas Pedidos Citação 2. petição iniciAl: como já Foi cobrAdo nA provA dA oAb? Posicionei abaixo as peças que foram cobradas nos últimos sete certames da OAB para que você perceba a repetitividade das cobranças: EXAME PEÇA 2021 CONTESTAÇÃO 2020 RECURSO ORDINÁRIO 2019 PETIÇÃO INICIAL 2019 CONTESTAÇÃO 2019 PETIÇÃO INICIAL 2018 RECURSO ORDINÁRIO 2018 CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO (PEÇA UNIFICADA) Assim, passo a analisar duas provas já cobradas pela OAB, mas a resolução veremos no próximo capítulo. Perceba que no ano de 2019, foi cobrada em duas ocasiões. O examinador, na peça processual, narra fatos e quer que o candidato, primeiramente, aponte qual a peça processual cabe na situação e, após, desenvolva a redação sobre a temáti- ca, abordando os temas importantes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela No XXX Exame Unificado, o examinando deverá formular uma petição Inicial de reclamação trabalhista dirigida ao juízo da Vara do Trabalho de Parauapebas /PA, qualificando as partes envolvidas. Deverá requerer gratuidade de justiça, pois está desempregado atualmente, na for- ma do Art. 790, § 3º, da CLT. No caso da prova prática, deverá postular a integração das gorjetas espontaneamente con- cedidas pelos clientes à remuneração, na forma do Art. 457 da CLT e Súmula 354 TST. Veja que aqui basta narrar na prova o correspondente legal e sumulado do TST. Não há necessidade de transcrição. Entre os pedidos, deverá requerer a retificação de sua carteira profissional para que conste a média das gorjetas recebidas, conforme prevê o Art. 29, § 1º, da CLT. Deverá re- querer a devolução do desconto de contribuição sindical efetuado no mês de março, porque não autorizado pelo trabalhador, em violação aos artigos 545, 578, 579 e 582, todos da CLT. Novamente, basta fazer as devidas anotações dos dispositivos da CLT. Deverá requerer o pagamento de horas extras pelo excesso de 8 horas diárias ou 44 horas semanais previstas no Art. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e no Art. 58 da CLT. Deverá requerer o pagamento de 20 minutos diários pela pausa alimentar concedida parcialmente, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT. Deverá requerer o pagamento do adicional noturno na jornada realizada a partir das 22.00h, conforme o Art. 73 da CLT. Deverá requerer a reintegração no emprego pela estabilidade não observada em razão do acidente do trabalho, conforme o Art. 118 e o Art. 21, inciso II, alínea a, ambos da Lei n. 8.213/91, e Súmula 378, I e II, do TST. Deverá requerer a tutela de urgência ou evidência ou pro- visória para a reintegração imediata do trabalhador, na forma do art. 294 ou 300 ou 311 CPC (tutela provisória). Deverá requerer o pagamento de indenização pelo gasto com a vacina antirrábica (dano emergente), conforme o Art. 186, Art. 927 e 949, do CC. Deverá requerer o pagamento de inde- nização por dano moral pelo acidente do trabalho, conforme os artigos 186 e 927 do CC e os artigos 223-B, 223-C e 223-G, todos da CLT. Deverá requerer o pagamento do adicional de peri- culosidade por trabalhar com motocicleta, na forma do Art. 193, § 4º, da CLT. Deverá requerer o pagamento de honorários advocatícios, conforme Art. 791-A da CLT, principalmente, após a Reforma Trabalhista, em que você pode pleitear, no caso, o percentualmáximo. Formular o encerramento da peça, reiterando a tutela de urgência ou evidência ou provisória para a rein- tegração imediata do trabalhador e a procedência dos pedidos, com indicação de data, local, advogado(a) e OAB. Sem assinar, por favor! No ano de 2019, no exame XXVII, também foi exigido que o candidato redigisse uma peti- ção inicial. Deverá ser redigida uma Petição Inicial de Reclamação Trabalhista endereçada ao juízo do Trabalho de Sete Lagoas/MG. As partes deverão ser qualificadas. No caso prática, o candidato deveria requerer a anulação da justa causa porque o trabalha- dor não cometeu nenhuma das irregularidades previstas no Art. 482 da CLT, sendo da empresa o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, conforme Arts. 818, II, da CLT e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 373, II, do CPC e, consequentemente, deve ser postulado o pagamento das verbas resilitórias típicas: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, formulá- rios para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS. Deverá ser requerido o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, das 20.00 às 5.00 h, conforme os Arts. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e 58 da CLT. Lembre-se que se houver correspondência da matéria na CF/88, deve constar, necessa- riamente, o dispositivo constitucional. Deverá ser requerido o pagamento de 40 minutos diá- rios com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT. Deverá ser requerido o pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumprida a partir das 22.00h, conforme o Art. 73 da CLT. Deverá ser requerida a retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida, conforme o Art. 29 da CLT e o Precedente Normativo 105 do TST, além da diferença salarial entre as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais, conforme previsto na norma coletiva da categoria. Deverá ser requerida indenização por dano moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme o Arts. 29, § 4º, da CLT, 223-C, CLT e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho. Deverá ser requerida a devolução do desconto de FGTS, pois se trata de obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei n. 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 e 7º, inciso III, da CRFB/88. Deverá ser requerido o pagamento de honorários advocatícios, conforme o Art. 791- A da CLT. Deverá ser requerida a procedência dos pedidos, a indicação das provas que a parte pretende produzir e o valor atribuído à causa. Não assine a prova. Faça o fechamento o mais formal possível. 3. petição iniciAl: resolução de umA provA já cobrAdA nA provA dA oAb No capítulo acima, abordamos dois exames. Nesse ponto do nosso livro, trarei aqui a ques- tão e a forma como podemos resolver, bem como uma ideia de como seria a redação da peti- ção inicial para que você tenha uma noção geral de como elaborar. Questão da prova prática Pontos a serem desenvolvidos Nelson Aviz procura você, como advogado(a), afirmando que foi empregado da sociedade empresária Alfa Ltda. na sede desta, localizada em Sete Lagoas/MG, de 17/12/2017 a 28/04/2018, tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática. Nelson informa que foi despedido por justa causa, apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo qualquer indenização, mas apenas o saldo salarial do último mês; que a empresa não integrava, para fim algum, o salário-família que Nelson recebia; que trabalhava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, 1) Juízo competente e direcionar: Sete Lagoas/MG 2) Qualificar as partes 3) Abrir um tópico: DOS FATOS/SINOPSE FÁTICA: abordar os pontos da questão em resumo, narrando, principalmente, os pontos mais importantes do contrato de emprego, como data de admissão, dispensa, salário, jornada e função. 4) Observe se existe discussão quanto à modalidade de término da relação de emprego. No caso da prova em perspectiva, temos a situação da justa causa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela com intervalo de 20 minutos para refeição; que o local de trabalho era de difícil acesso e não servido por transporte público regular, pelo que a empresa fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar dele, de forma que Nelson demorava uma hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta; que realizou exame médico na admissão; que Nelson tem uma irmã que trabalha na mesma sociedade empresária, exercendo a função de programadora de jogos digitais. O trabalhador exibe cópias dos contracheques, nos quais há, na parte de crédito, salário de R$ 1.200,00 e uma cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale-transporte e FGTS. Nelson ainda exibiu sua CTPS, na qual consta admissão em 17/12/2017 e saída em 28/04/2018, na função de auxiliar de serviços gerais; na parte de anotações gerais, há anotação de que o empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada. Em pesquisa pela Internet, você localiza a convenção coletiva da categoria de Nelson, com os pisos normativos para todas as funções desempenhadas na sociedade empresária Alfa, dentre elas os seguintes: auxiliar de serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e engenheiro de computação: R$ 6.000,00. Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de Nelson, sem usar dados ou informações que não estejam no enunciado. (Valor: 5,00) 5) Na jornada apontada, verifique se existe supressão do intervalo intrajornada ou interjornada ou ambos. Verifica se ultrapassa as 8 horas diárias e as 44 horas semanais para ver se é o caso de pedido de pagamento de horas extras. Lembre que a Reforma Trabalhista suprimiu as horas in itinere. 6) Veja que provas documentais são mencionadas na abordagem do examinador, principalmente, para fins de fundamentar os seus pedidos. No caso da prova, o examinador trouxe os contracheques do obreiro autor e, ainda, da existência de uma convenção coletiva de trabalho. No caso de negociação coletiva, observe se são normas/regras mais favoráveis, aplicando o princípio da aplicação da norma/condição mais benéfica. 7) Veja se é o caso de discussão de dispensa por justa causa, na medida em que esse tema é cobrado com certa frequência pela OAB. Observe se essa discussão da dispensa por justa causa vem acompanhada de pedido de danos morais, como no caso de anotação indevida do motivo da dispensa. 8) Atenha-se ao que foi mencionado pelo examinador. Não crie situações que não existem, pois isso pode te prejudicar. 9) Veja que o examinador vem colocando pontos relacionados com os descontos que são feitos no contracheque do trabalhador. Deverá ser requerida a devolução do desconto de FGTS, pois se trata de obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei n. 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 e 7º, inciso III, da CRFB/88. 10) Deverá ser requerido o pagamento de honorários advocatícios, conforme o Art. 791- A da CLT. Deverá ser requerida a procedência dos pedidos, a indicação das provas que a parte pretende produzir e o valor atribuído à causa. O conteúdodeste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Como poderíamos, em síntese, elaborar a peça processual? Acompanhe um passo a passo: Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz (a) da _____ Vara do Trabalho de Sete Lagoas/MG (DIRECIO- NAMENTO DO JUÍZO) Nelson Aviz, brasileiro, casado, desempregado, CPF X, Rg Y, domiciliado e residente no seguin- te endereço (…), com procuração anexada aos autos, interpõe RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face da ré Alfa Ltda, pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ ABC, cuja sede está loca- lizada no endereço (….) em Sete Lagoas/MG. (QUALIFICAÇÃO DAS PARTES) I – SINOPSE FÁTICA O reclamante foi empregado da sociedade empresária Alfa Ltda, no período de 17/12/2017 a 28/04/2018, tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática. O término da relação foi dispensa por justa causa aplicada indevidamente pelo empregador, haja vista que o autor não fez nada de errado e quando da dispensa, não recebeu qualquer inde- nização, mas apenas o saldo salarial do último mês. Além da injusta dispensa por justa causa, verifica-se na CTPS do trabalhador anotação inde- vida relacionada ao suposto motivo da justa causa, pois consta admissão em 17/12/2017 e saída em 28/04/2018, na função de auxiliar de serviços gerais, e não na função realmen- te desempenhada pelo trabalhador. Na parte de anotações gerais, conforme documento em anexo, há anotação de que o empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada, havendo uma exposição abusiva do trabalhador. A empresa ré cometia irregularidades quando do pagamento dos valores, principalmente, porque, nos termos dos contracheques anexados com a petição inicial, a empresa não integra- va, para fim algum, o salário-família que recebia e ainda não fazia os devidos pagamentos das horas extras trabalhadas. O reclamante trabalhava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo de 20 minu- tos para refeição, em contrariedade com a legislação em vigente. Além da anotação indevida, o empregador não anotou corretamente a função e o salário do autor, na medida em que há uma convenção coletiva da categoria, com os pisos normativos para todas as funções desempenhadas na sociedade empresária Alfa, dentre elas os seguin- tes: auxiliar de serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e engenheiro de computação: R$ 6.000,00. A função desempenhada do reclamante é diversa do que consta na anotação, o que deve ser retificado com as devidas alterações salariais e da base de cálculo. Com isso, em afronta ao princípio da primazia da realidade sobre a forma, as irregularidades devem ser supridas por prejudiciais ao trabalhador, importando enriquecimento indevido do empregador. II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS Primeiramente, destaca-se o abuso do poder diretivo do empregador que incorreu em erro grave ao encerrar o pacto laboral com o reclamante pela justa causa. Não há razão, pois não O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela preenchidos os requisitos legais, bem como a anulação da justa causa é a medida mais corre- ta a ser feita pelo Judiciário, porque o trabalhador não cometeu nenhuma das irregularidades previstas no Art. 482 da CLT. Ressalte-se que o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, é da empresa, conforme Arts. 818, II, da CLT e 373, II, do CPC e, consequentemente, deve ser postulado o pagamento das verbas resilitórias típicas: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias pro- porcionais acrescidas de 1/3, formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS. Observa-se que o obreiro agiu corretamente em suas atividades e, ainda, o comporta- mento do empregador feriu a razoabilidade e a proporcionalidade exigidas. Acerca da jornada do trabalhador no caso em comento, conforme narrado, percebe-se que havia extrapolamento da jornada constitucionalmente permitida, o que leva ao direito ao recebimento de horas extras, na medida em que não há nenhum banco de horas ou compensação de jorna- da. Deverá ser requerido o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, das 20.00 às 5.00 h, conforme os Arts. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e pelo artigo 58 da CLT. A fundamentação jurídica está atrelada à narrativa fática desenvolvida. Logo, não pode o empregador enriquecer indevidamente com o labor extraordinário do obreiro. O intrajornada também foi descumprido, e, portanto, é devido o pagamento de 40 minutos diários com adicio- nal de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT. Como a jornada do obreiro extrapolava o previsto na CF/88, ainda se observa que avançava pela noite, concedendo ao obreiro o adicional noturno, pois a jornada avançava as 22 h. Dever a ré proceder ao pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumprida a partir das 22.00h, conforme o Art. 73 da CLT. Pelo princípio da primazia da realidade sobre a forma, e, ainda, pelo princípio da proteção e a súmula 12 do TST, nota-se que a atividade realmente desempenhada pelo obreiro não corres- pondia ao que era anotado na CTPS. E, com isso, deve a ré proceder com a devida retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida, conforme o Art. 29 da CLT e o Precedente Normativo 105 do TST, além da dife- rença salarial entre as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais, confor- me previsto na norma coletiva da categoria. Afinal, com a juntada da CCT, nota-se o equívoco da anotação, prejudicando o trabalhador no que tange à sua função e à sua remuneração. Como a medida de justa causa aplicada pelo empregador foi indevida, o RH da empresa ainda cometeu o grave erro de fazer anotações desabonadoras da conduta do obreiro e escrever tex- tualmente a modalidade de ruptura contratual, o que gera um dano in re ipsa ao obreiro, geran- do prejuízos de ordem moral e, ainda, um abuso do poder diretivo, ferindo frontalmente a CLT. Diante desse cenário, reque-se o pagamento de indenização por dano moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme o Arts. 29, § 4º, da CLT, 223-C, CLT e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho. Além dos sucessivos erros e afrontas à legislação trabalhista, a parte ré ainda fez descontos indevidos no salário do obreiro, conforme se observa claramente na prova documentação em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela anexo com essa petição inicial relacionada aos contracheques. Por isso, é justificado o pedido de devolução do desconto de FGTS, pois se trata de obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei n. 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 e 7º, inciso III, da CRFB/88. E, ainda, pelo exercício do direito de ação e diante da Reforma Trabalhista, deve o reclamado arcar com os créditos trabalhistas e, ainda, honoráriosadvocatícios sucumbenciais, conforme o Art. 791-A da CLT. III – DOS PEDIDOS Diante da argumentação fática e jurídica requer-se ao douto juízo: Pedidos declaratórios (é importante quando dividimos no raciocínio e também para o examina- dor entender que temos uma lógica argumentativa e plena da prova e do que foi solicitado por ele): que seja declarada nula a dispensa por justa causa e a real jornada do trabalhador, bem como a sua função e salário realmente devidos. Que seja declarada que a dispensa do obreiro foi sem justa causa, com o direito ao recebimento de todas as verbas rescisórias nesta moda- lidade. Que seja declarada a situação de pobre na forma da lei, com a concessão das benesses da gratuidade judicial. Obrigação de fazer: que seja retificada a data da dispensa, fazendo constar o aviso prévio indenizado proporcional, com a devida projeção, bem como retificada a função e o salário do obreiro, conforme o princípio da primazia da realidade sobre a forma. Se não fizer a retifica- ção no prazo determinado pelo juízo, já requer a aplicação da multa de R$5.000,00 em prol do trabalhador, sem prejuízo da anotação pela Secretaria da Vara. Requer também a expedição de alvarás para o obreiro movimentar sua conta vinculada do FGTS e receber o devido seguro desemprego. (aqui se poderia colocar como pedido de tutela provisória a liberação do FGTS e do seguro desemprego pela peculiar situação pandêmica em que o mundo está passando, pelo fato do obreiro estar desempregado, ser arrimo de família etc.) Obrigação de pagar: que a ré seja condenada a pagar, com juros e correção monetária, as seguintes obrigações trabalhistas: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS; paga- mento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, das 20.00 às 5.00 h; pagamento de 40 minutos diários com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespei- tado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT; pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumprida a partir das 22.00h, conforme o Art. 73 da CLT e planilha em anexo; pagamento da diferença salarial entre as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais, con- forme previsto na norma coletiva da categoria;indenização por dano moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor no importe de R$10.000,00 (dez mil reais); devolução do descon- to de FGTS, pois se trata de obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei n. 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 e 7º, inciso III, da CRFB/88; pagamento de honorários advocatícios, con- forme o Art. 791-A da CLT. (colocar todos os pedidos condenatórios, não precisando colocar a liquidação exata de todos os valores correspondentes). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Requer a citação da ré para responder no prazo legal e, na sua inércia, já requer a declaração dos efeitos da revelia e da confissão ficta. Requer a realização de audiência, ocasião em que produzirá todos os meios de provas orais, comprometendo-se a trazer as testemunhas inde- pendentemente de intimação. Requer o recebimento da prova documental anexada com a pre- sente peça e o deferimento de juntada de provas posteriores relacionadas a fatos novos ou supervenientes. Requer o deferimento da gratuidade judicial, tendo em vista o salário do obreiro na época em que laborava e, pela atual conjuntura, encontrar-se desemprego, sem recursos. Requer a procedência de todos os pedidos (não se diz procedência da ação), com a condena- ção da ré em pagar tudo que está na planilha do PJE em anexo, além das custas processuais e honorários advocatícios em 15% sobre o valor da condenação líquida (é sobre a condenação líquida e, não bruta). Requer que sejam recolhidos todos os encargos previdenciários e fiscais pelo empregador, ora ré no processo. Nestes termos, pede deferimento. Dá-se à causa, nos termos da planilha, o importe de R$30.000,00 (imprescindível colocar o valor da causa). Localidade, data. ADVOGADO (não coloque seu nome na peça) Para ficar mais fácil ainda de fixar vamos criar um mapa mental sobre o que não se pode esquecer: ELABORAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL valor da causa tem que constar raciocionar o que é pedido declaratório, obrigação de fazer e pedido condenatório capricho nas provas que o examinador já te proporciona no enunciado da questão cuidado com os endereçamentos pedidos: pedir a procedência dos pedidos. Não se pede procedência da ação. fundamentação jurídica: usar corretamente os dispositivos constitucionais, da CLT, da legislação e das súmulas dos Tribunais Superiores sinospe fática: trazer os fatos principais pedir gratuidade judicial e honorárrios advocatícios O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 4. petição iniciAl: peçA inéditA e dicAs de resolução Nesse capítulo do nosso livro, trago uma questão nova/inédita para abordagens de assun- tos atuais para ajudar a revisão da matéria, bem como já passar como seria a elaboração da petição inicial no caso. Vou reproduzir aquele mesmo esquema do capítulo anterior. Vamos no passo a passo que eu acho ser fundamental na sua aprendizagem: Caso/questão inédita (2021): Rui da Silva foi contratado pela empresa SO MEDICOS e teve seu contrato de trabalho devidamente assinado na data correta antes da pandemia, na data de 01.01.2019, porém com o salário a menor do que consta no acordo coletivo de trabalho que ele levou ao seu escritório, junto com todos os contracheques do pacto laboral. Como enfermeiro na época de COVID 19, Rui precisou trabalhar em plantões seguidos sendo que não foi conce- dido intervalo para suas refeições e descansos e nem obedecida a jornada 12 x 36. Apesar da situação pandêmica, o hospital não teve o cuidado de estabelecer um banco de horas ou de compensação de jornada. Além disso, Rui batia o ponto manualmente em jornada britânica. Rui só tinha 10 min de intrajornada e laborava, na prática, 24 horas folgando 24 horas. O ponto clímax foi quando o hospital se recusou a trocar as máscaras N95 e oferecer luvas adequadas. Temendo pela própria vida e contaminação de COVID 19 sendo que sua mãe de 85 anos mora- va com ele, deixou de trabalhar na data de 01.02.2021, procurando um advogado para ver seus direitos. O hospital fica localizado em Barreirinhas/MA. Questão inédita/2021 Pontos a serem desenvolvidos Rui foi contratado pela empresa SO MEDICOS e teve seu contrato de trabalho devidamente assinado na data correta antes da pandemia, na data de 01.01.2019, porém com o salário a menor do que consta no acordo coletivo de trabalho que ele levou ao seu escritório, junto com todos os contracheques do pacto laboral. Como enfermeiro na época de COVID 19, Rui precisou trabalhar em plantões seguidos sendo que não foi concedido intervalo para suas refeições e descansos e nem obedecida a jornada 12 x 36. Apesar da situação pandêmica, o hospital não teve o cuidado de estabelecer um banco de horas ou de compensação de jornada. Além disso, Rui batia o ponto manualmente em jornada britânica. Rui só tinha 10 min de intrajornada e laborava, na prática, 24 horas folgando 24 horas.O ponto clímax foi quando o hospital se recusou a trocar as máscaras N95 e oferecer luvas adequadas. Temendo pela própria vida e contaminação de COVID 19 sendo que sua mãe de 85 anos morava com ele, deixou de trabalhar na data de 01.02.2021, procurando um advogado para ver seus direitos. 1) Nesse caso, a questão trata de uma rescisão indireta do contrato de trabalho. Deve-se desenvolver a situação de que o empregador descumpriu regras básicas trabalhistas como entregar EPI adequado para o desenvolvimento das atividades, principalmente, sendo atividade de risco do trabalhador que é um enfermeiro num hospital privado atendendo pacientes com COVID 19. E, com isso, deve-se pleitear todos os direitos trabalhistas nesta modalidade, inclusive, aviso prévio indenizado, proporcional, com a devida projeção na CTPS do trabalhador e anotação de baixa, com as liberações do FGTS e do seguro desemprego. 2) Também deve ser abordado que o salário do obreiro Rui está sendo pago de forma irregular, o que lhe assiste o direito de pagamento de diferenças salariais e ainda anotação na CTPS mediante retificação. Observe que há prova documental referente ao ACT, aplicando-se o princípio da aplicação da condição mais benéfica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 3) Outro ponto importante é que, muito embora, Rui seja da área da saúde e laborou em situação pandêmica, sob a égide de medidas provisórias, o hospital réu não teve o máximo de cuidado no que tange ao regime de banco de horas ou compensação de jornada e que descumpriu totalmente o regime de labor 12 x 36, na medida em que ele passou a laborar em regime de 12x12, sendo devidas as horas extras que extrapolam a jornada de 44 horas semanais com percentual de 50% e reflexos em todas as verbas rescisórias. 4) Deve-se pedir também a concessão de gratuidade judicial e a condenação em honorários advocatícios. 5) Pode pedir danos morais pelas péssimas condições de trabalho e pela exposição excessiva ao risco na negativa de fornecimento de EPI para fins de realização das atividades. 6) Diante da jornada excessiva em que foi descaracterizado o regime de 12 x 36 pode pleitear também dano existencial. 7) Pedir a inversão do ônus da prova, haja vista a jornada britânica nos cartões de pontos anotados pelo Rui durante o pacto laboral. 8) Pedir a citação do réu e a produção de todos os meios de provas. 9) Ainda pode pedir aqui a aplicação das multas dos artigos 467 e 477 da CLT. 10) As retificações na CTPS do obreiro, com a devida baixa, pedindo desde logo aplicação de multa caso o hospital se recuse a cumprir a ordem judicial. Como poderíamos, em síntese, elaborar a peça processual? Acompanhe um passo a passo: Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz (a) da _____ Vara do Trabalho de Barreirinhas/Maranhão (DIRECIONAMENTO DO JUÍZO) Rui da Silva, brasileiro, casado, desempregado, CPF X, Rg Y, domiciliado e residente no seguinte endereço (…), com procuração anexada aos autos, interpõe RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face da ré SÓ MÉDICOS, pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ ABC, cuja sede está loca- lizada no endereço (….) em Barreirinhas/MA. (QUALIFICAÇÃO DAS PARTES) I – SINOPSE FÁTICA O reclamante foi empregado da sociedade empresária SÓ MÉDICOS, no período de 01/01/2019 a 01/02/2021, tendo exercido, na prática, a função de enfermeiro. Na data de 01/02/2021, o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela reclamante teve seu último dia de trabalho, não conseguindo mais desempenhar suas ativi- dades, haja vista a recusa do empregador em fornecer EPI para o labor, observando-se que a atividade do reclamante se insere em alto risco, trabalhando em hospital que atende pacientes com COVID 19. Diante da recusa da ré em oferecer condições mínimas de trabalho, como máscaras N 95 e luvas, o autor não mais retornou às suas atividades, com medo de adoecer, haja vista que sua mãe de 85 anos mora com ele e esse fato era de conhecimento do empregador. O término da relação foi a rescisão indireta, nada recebendo em relação às verbas rescisórias até o presente momento, e, com isso, encontra-se desempregado. Além rescisão indireta mediante o descumprimento reiterado do empregador em atender os diversos comandos legais e constitucionais, verifica-se na CTPS do trabalhador que não foi anotada a devida baixa. A empresa ré cometia irregularidades quando do pagamento dos valores, principalmente, porque, nos termos dos contracheques anexados com a petição inicial, o hospital descumpria as regras impostas no acordo coletivo quanto ao valor do salário do enfermeiro e, ainda, des- caracterizou a jornada de 12x36, quando, na verdade, o obreiro fazia jornada de 24x24, diverso do que consta na CTPS e, com isso, a ré não fazia os devidos pagamentos das horas extras trabalhadas. O reclamante trabalhava com intervalo de 10 minutos para refeição, em contrariedade com a legislação em vigente, verificando-se que além de extrapolar o regime do pacto de 12 x 36, ainda, não se concedia sequer o intervalo de 1 hora, sobrecarregando o reclamante em jornada extenuante, ocasionando-lhe um cansaço contínuo, acarretando diversos prejuízos nas varia- das esferas de sua vida. Além da anotação indevida do salário do reclamante, o empregador não anotou corretamente o salário do autor, na medida em que há acordo coletivo de trabalho categoria, com os pisos normativos para todas as funções desempenhadas no hospital. Com isso, em afronta ao prin- cípio da primazia da realidade sobre a forma, as irregularidades devem ser supridas por preju- diciais ao trabalhador, importando enriquecimento indevido do empregador. II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS Primeiramente, destaca-se o abuso do poder diretivo do empregador que incorreu em erro grave no descumprimento de fornecimento de EPI para que o autor pudesse desempenhar suas funções, recaindo clara situação de rescisão indireta, com a justificada resistência do autor em permanecer nessa situação empregatícia abusiva. Nesse azo, atrai-se a aplicação da rescisão indireta, pois, além de não fornecer condições de trabalho, o réu cometeu diversas irregularidades como pagamento a menor de salários e, sobretudo, descumprindo a jornada inicial pactuada de 12 x 36. Além dos prejuízos financeiros, ainda se constata prejuízos morais, o que leva à compreensão de clara situação de rescisão indireta, proporcionando ao obreiro o pagamento das verbas refe- rentes ao aviso prévio indenizado, com a devida projeção na baixa da CTPS, a multa de 40% do FGTS e liberação do seguro desemprego. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Ressalte-se que o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, é da empresa, conforme Arts. 818, II, da CLT e 373, II, do CPC e, consequentemente,deve ser postulado o pagamento das verbas resilitórias típicas: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias pro- porcionais acrescidas de 1/3, formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS. Observa-se que o obreiro agiu corretamente em suas atividades e, ainda, o comporta- mento do empregador feriu a razoabilidade e a proporcionalidade exigidas. Acerca da jornada do trabalhador no caso em comento, conforme narrado, percebe-se que havia extrapolamento da jornada constitucionalmente permitida, o que leva ao direito ao rece- bimento de horas extras, na medida em que não há nenhum banco de horas ou compensação de jornada. No caso em comento, apesar da situação pandêmica que admite certa flexibilização da jor- nada, nota-se que a ré não cumpria uma jornada que ela mesma pactuou como 12 x 36, e não concedia intervalo para o trabalhador fazer suas refeições, salvo 10 minutos. Na realidade, o obreiro laborava em jornada 24 x 24, diverso do pactuado e não consta em nenhum momento banco de horas ou compensação de jornada, sendo a anotação do horário realizado de forma manual, sendo todos britânicos, invertendo o ônus da prova mais uma vez em desfavor do Hospital demandado. E, portanto, aplica-se o teor da Súmula 338 do TST. Deverá ser requerido o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jor- nada, e, ainda, deve ser considerado o abuso do poder diretivo, ocasionando um dano excessi- vo ao obreiro, o que fundamenta o pedido de dano existencial pelo excesso de jornada 24 x 24, destacadamente, em situação de stress ocasionado pela pandemia. Sugere-se o pagamento de indenização pelo dano existencial o importe de dez mil reais. A submissão habitual do empregado à jornada excessiva, por si só, caracterizava o dano existen- cial, “que dispensa comprovação da existência e da extensão, sendo presumível em razão do fato danoso. A fundamentação jurídica está atrelada à narrativa fática desenvolvida. Logo, não pode o empregador enriquecer indevidamente com o labor extraordinário do obreiro, seja pela supressão do intrajornada, seja pela descaracterização da jornada que fixou anteriormente e, sobretudo, pelo cansaço ao obreiro sem precedentes, gerando diversos transtornos psicológi- cos e em sua vida pessoal. O intrajornada também foi descumprido, e, portanto, é devido o pagamento de 40 minutos diá- rios com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT. Nos termos do Acordo Coletivo do Trabalho juntado em anexo, nota-se que os pagamentos salariais do obreiro eram inferiores ao piso fixado à função de enfermeiro. E, com isso, deve a ré proceder com a devida retificação da CTPS para constar o verdadeiro salário, conforme o Art. 29 da CLT e o Precedente Normativo 105 do TST, além da diferença salarial da função de enfermeiro, conforme previsto na norma coletiva da categoria – o acordo coletivo de trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Como o reclamante foi submetido a risco de sua própria vida e integridade, além de colocar em risco de morte sua mãe de 85 anos que mora com ele, verifica-se o comportamento ina- propriado e injusto do empregador em não fornecer sequer o EPI ao obreiro, gerando um risco de morte de uma doença nefasta como a COVID 19. Diante desse cenário, reque-se o paga- mento de indenização por dano moral nos termos do artigo 223-C, CLT, sugerindo-se o valor de R$10.000,00. E, ainda, pelo exercício do direito de ação e diante da Reforma Trabalhista, deve o reclamado arcar com os créditos trabalhistas e, ainda, honorários advocatícios sucumbenciais, conforme o Art. 791-A da CLT. O reclamante está desempregado e é arrimo de família, razão pela qual requer que seja deferi- da a gratuidade judicial. III – DOS PEDIDOS Diante da argumentação fática e jurídica requer-se ao douto juízo: Pedidos declaratórios (é importante quando dividimos no raciocínio e também para o exami- nador entender que temos uma lógica argumentativa e plena da prova e do que foi solicitado por ele): que seja declarada a rescisão indireta no caso concreto e a real jornada do trabalha- dor, bem como o salário realmente devidos. Que seja declarada que a dispensa do obreiro foi mediante rescisão indireta, com o direito ao recebimento de todas as verbas rescisórias nesta modalidade. Que seja declarada a situação de pobre na forma da lei, com a concessão das benesses da gratuidade judicial. Obrigação de fazer: que seja anotada a data da dispensa, fazendo constar o aviso prévio inde- nizado proporcional, com a devida projeção, bem como retificado o salário do obreiro, confor- me o princípio da primazia da realidade sobre a forma. Se não fizer a retificação no prazo deter- minado pelo juízo, já requer a aplicação da multa de R$5.000,00 em prol do trabalhador, sem prejuízo da anotação pela Secretaria da Vara. Requer também a expedição de alvarás para o obreiro movimentar sua conta vinculada do FGTS e receber o devido seguro desemprego. (aqui se poderia colocar como pedido de tutela provisória a liberação do FGTS e do seguro desem- prego pela peculiar situação pandêmica em que o mundo está passando, pelo fato do obreiro estar desempregado, ser arrimo de família etc.) Obrigação de pagar: que a ré seja condenada a pagar, com juros e correção monetária, as seguintes obrigações trabalhistas: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS; paga- mento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, declarando-se a jornada do obreiro, desde o começo do pacto laboral, como 24 x 24; pagamento de 50 minutos diários com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT; pagamento da diferença salarial, conforme previsto na norma coletiva da categoria e refle- xos em todas as verbas rescisórias;indenização por dano moral pelo dano existencial sofrido pelo autor no importe de R$10.000,00 (dez mil reais); indenização pela situação de risco que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a empresa colocou o trabalhador com a recusa de EPI no importe de R$10.000,00 (dez mil reais); pagamento de honorários advocatícios, conforme o Art. 791-A da CLT. (colocar todos os pedidos condenatórios, não precisando colocar a liquidação exata de todos os valores corres- pondentes). Requer a citação da ré para responder no prazo legal e, na sua inércia, já requer a declaração dos efeitos da revelia e da confissão ficta. Requer a realização de audiência, ocasião em que produzirá todos os meios de provas orais, comprometendo-se a trazer as testemunhas inde- pendentemente de intimação. Requer o recebimento da prova documental anexada com a pre- sente peça e o deferimento de juntada de provas posteriores relacionadas a fatos novos ou supervenientes. Requer o deferimento da gratuidade judicial, tendo em vista o salário do obreiro na época em que laborava e, pela atual conjuntura, encontrar-se desemprego, sem recursos. Requer a procedência de todos os pedidos (não se diz procedência da ação), com a condena- ção da ré em pagar tudo que está na planilha do PJEem anexo, além das custas processuais e honorários advocatícios em 15% sobre o valor da condenação líquida (é sobre a condenação líquida e, não bruta). Requer que sejam recolhidos todos os encargos previdenciários e fiscais pelo empregador, ora ré no processo. Nestes termos, pede deferimento. Dá-se à causa, nos termos da planilha, o importe de R$50.000,00 (imprescindível colocar o valor da causa). Localidade, data. ADVOGADO (não coloque seu nome na peça) Sugere-se, ainda, como dicas: a) não use palavras ou expressões agressivas por mais grave e “revoltante” a situação fáti- ca trazida pelo examinador. Mantenha-se numa linha ZEN, embora sua obrigação é pedir tudo; b) diga o valor da indenização por danos morais; c) analise fato por fato trazido pelo examinador para analisar se existe a afronta a alguma legislação; d) sempre fique atento para qual modalidade de ruptura contratual é o caso trazido pelo examinador; e) não esqueça de pedir a projeção do aviso prévio com o pagamento das verbas; f) no caso de verbas rescisórias ou verbas complementares, peça também os reflexos. Muito cuidado com as gorjetas; g) procure saber e expor de quem é o ônus da prova. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO Devemos fazer uma observação relevante. No caso em comento, temos que se exigia 10 obrei- ros por estabelecimento para fins de ser obrigatório o controle de ponto. Houve mudança na CLT para 20 obreiros por estabelecimento. Ocorre que a Súmula 338 do TST ainda está com base na CLT antes da alteração legislativa e, sendo assim, ainda não foi cancelada a Súmula ou alterada pelo TST, mas na questão de prova, deve ser feita a observação mencionada, des- tacando-se, no entanto, que há Súmula do TST em sentido diverso da legislação e que ainda é fomentada na prática trabalhista. Na questão inédita acima, como tratei de jornada britânica, mencione e revise a seguinte súmula do TST: Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o regis- tro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. II -A presunção de veracidade da jornada de tra- balho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. III -Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. Na questão inédita acima, como tratei de jornada britânica, mencione e revise o conceito de dano existencial, conforme notícia do TST: em 2020, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho excluiu da condenação imposta à Tropical Transportes Ipiranga Ltda., de Ourinhos (SP), o pagamento de indenização de R$ 15 mil a um motorista de caminhão por dano existencial. Por maioria, o colegiado entendeu que o empre- gado não conseguiu comprovar prejuízo familiar ou social em razão da jornada considerada extenuante. Processo n. E-RR-402-61.2014.5.15.0030. O PULO DO GATO Na questão inédita acima, como tratei de jornada britânica, mencione e revise o conceito de dano existencial, conforme notícia do TST: em 2020, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho excluiu da condenação imposta à Tropical Transportes Ipiranga Ltda., de Ourinhos (SP), o pagamento de indenização de R$ 15 mil a um motorista de caminhão por dano existencial. Por maioria, o colegiado entendeu que o empre- gado não conseguiu comprovar prejuízo familiar ou social em razão da jornada considerada extenuante. Processo n. E-RR-402-61.2014.5.15.0030 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?consulta=Consultar&conscsjt=&numeroTst=402&digitoTst=61&anoTst=2014&orgaoTst=5&tribunalTst=15&varaTst=0030&submit=Consultar 21 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 5. direito mAteriAl: A relAção de emprego e dicAs doutrináriAs essen- ciAis pArA revisão e pArA AuxiliAr nA resolução de provAs subjetivAs Já tratamos que a relação de trabalho é gênero e a relação de emprego é espécie. A relação de emprego está caracterizada nos artigos 2 e 3 da CLT, bem como confere nessa relação ao empregado os direitos que já estudamos no artigo 7 da CF/88. A relação de emprego cria a relação contratual entre as partes – empregado e empregador. Por sua vez, o contrato de trabalho pode ser escrito ou verbal, expresso ou tácito e, com isso, é válido pata todos os fins, e a falta de assinatura da CTPS leva às sanções administra- tivas pela Secretaria do Ministério do Trabalho, pois foi extinto o Ministério do Trabalho. Por isso, muito cuidado nas provas em não confundir o gênero com a espécie. Veja a diferença nesse quadro: Relação de Trabalho (gênero) Relação de emprego (espécie) É uma expressa ampla, abrangendo não só quem tem CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) assinada, mas também todos que prestam serviços de alguma forma. Exemplos: cooperativos, autônomos, prestadores de serviços, a diarista, os estagiários, portuários avulsos etc. Aqui temos os trabalhadores. Aqui é um exemplo de relação de trabalho. É a espécie, como o caso de quem tem todos os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho). É aquele que tem CTPS assinada ou que preenche os requisitos legais como não eventualidade, onerosidade, pessoalidade, subordinação jurídica. A exclusividade não é requisito essencial. Exemplo: a doméstica, o assalariado etc. Aqui temos os empregados. Para caracterização da relação de emprego é preciso reunir CUMULATIVAMENTE alguns requisitos que chamamos de elementos fáticos jurídicos que a lei enumera em cinco e do qual você deve ter em mente para fins de resolver as questões de provas: A) prestação por PESSOA FÍSICA (ou pessoa natural). Podem, na prática, utilizarem uma situação de pejotização para mascarar a realidade de uma relação de emprego, como uma espécie de fraude. Nesse sentido, muitas empresas, em algumas situações, exigem que em- pregados constituam Pessoas Jurídicas para emitirem notas fiscais, mas que, na prática, são empregados, aplicando-se, com isso os efeitos da CLT: Art. 9º – Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Logo, a essência do direito do trabalho na condição de empregado é que seja PESSOA FÍSICA/OU NATURAL. O PULO DO GATO Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Não haverá distinções relativas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técni- co e manual. B) PESSOALIDADE DO TRABALHADOR: confere uma natureza de infungibilidade no que tange ao trabalhador. Para o empregador, pode haver mudança da sua situação societária ou até sucessão trabalhista. Mas o empregado deve realizar a sua função, sendo possível, excep- cionalmente, a sua substituição quando houve consentimento das partes para uma situação provisória ou eventual, ou nas substituições previstas em lei ou por negociação coletiva. A re- lação entre as partes desempenhada pelo empregado deve ser pessoal, ou seja, intuito perso- nae, na medida em que o trabalhador não passa suas funções obrigacionais para terceiros ou seus sucessores. Nesse sentido, GODINHO (2019;339) afirma e, na sequência, existe a Súmula 151 do TST: Há, contudo, situações ensejadoras de substituição do trabalhador sem que se veja suprimida a pessoalidade inerente à relação empregatícia. Em primeiro lugar, citem-se as situações de substituição propiciadas pelo consentimento do tomador de serviços: uma eventual substituição consentida (seja mais longa, seja mais curta no tempo), por exem- plo, não afasta, necessariamente, a pessoalidade em relação ao trabalhador original. Súmula n. 159 do TST SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO I – Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. II – Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salá- rio igual ao do antecessor. O PULO DO GATO Na relação de emprego o trabalho prestado tem caráter infungível, pois quem o executa deve realizá-lo pessoalmente, não podendo fazer-se substituir por outra pessoa, salvo se, excep- cionalmente, o empregador concordar. Substituições eventuais com o consentimento do em- pregador ou substituições previstas e autorizadas por lei ou por norma coletiva, como, por exemplo, férias, licença gestante, são válidas e não afastam a característica da pessoalidade; C) NÃO EVENTUALIDADE: traduz a ideia de continuidade da relação empregatícia. Ou seja, há a ideia de que o trabalhador pretende continuar no desempenho de suas funções (princí- pio da continuidade da relação de emprego). Existem diversas teorias que regulamentam a não eventualidade, há diversas teorias que explicam, mas no direito do trabalho para analisar esse pressuposto, pode-se levar em consideração os fins do empreendimento que emprega; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a teoria do evento e a teoria da fixação jurídica. A teoria dos fins do empreendimento analisa a não eventualidade de acordo com seus negócios jurídicos, os fins normais da empresa. A teoria do evento leva em consideração determinado EVENTO/FATO. A teoria da fixação jurídica leva em consideração se o trabalho se fixa ou não a uma fonte de trabalho, ou seja, a questão da exclusividade. Essas teorias apenas são o ponto de partida para tratar da eventualidade na relação de emprego. Cuidado que na LEI COMPLEMENTAR que regulamenta o doméstico, existe norma específica da não eventualidade que, no artigo 1, caput, da LC 150/2015 dispõe ao doméstico (e se aplica somente a eles) o seguinte: Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subor- dinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. PEGADINHA DA BANCA Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. OU SEJA, A PARTIR DE 3 DIAS SEMANAIS JÁ CONFIGURA RELAÇÃO DE EMPREGO. Não se esque- ça: pela lei tem possuir 18 anos, no mínimo. D) mediante SUBORDINAÇÃO JURÍDICA: na relação de emprego, há subordinação jurídica do empregado ao empregador, ou seja, a relação de dependência decorre do fato de que o empregado transfere ao empregador o poder de direção e este assume os riscos da atividade econômica, passando a estabelecer os contornos da organização do trabalho do emprega- do (poder de organização), a fiscalizar o cumprimento pelo empregado das ordens dadas no exercício do poder de organização (poder de controle), podendo, em caso de descumprimento pelo empregado das determinações, impor-lhe as sanções previstas no ordenamento jurídico (poder disciplinar). Para fins de identificação da subordinação jurídica, os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão. Sobre esse assunto, destaque-se a posição de GODINHO (2019;354): Desse modo, o novo preceito da CLT permite considerar subordinados profissionais que realizem trabalho a distância, submetidos a meios telemáticos e informatizados de comando, controle e su- pervisão. Esclarece a regra que os “meios telemáticos e informatizados de comando, controle e su- pervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos do coman- do, controle e supervisão do trabalhador alheio. Ora, essa equiparação se dá em face de dimensões objetiva e também estrutural que caracterizam a subordinação, já que a dimensão tradicional (ou clássica) usualmente não comparece nessas relações de trabalho à distância. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO a subordinação é um conceito dinâmico. Logo, a subordinação que importa para a configu- ração da relação de emprego é a SUBORDINAÇÃO JURÍDICA. Nesse ponto, a subordinação, atualmente, atinge o trabalho home office, por meios telemáticos, serviços de trabalho externo, que se pode controlar por todos os meios, inclusive, é possível falar em subordinação estru- tural em que vários empregados estão na estrutura produtiva, como ocorreu, por exemplo, em casos de “facções de empresas de roupas” que revendiam para as grandes marcas. Importante destacar a ideia de subordinação ESTRUTURAL, em que GODINHO (2019;352- 353) aborda a inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de seus serviços, independen- temente de receber ou não as ordens diretas, mas acolhendo a estrutura de sua dinâmica de organização e funcionamento. Aqui temos a influência do direito italiano e aqui surge também os PARASSUBORDINADOS, que são aqueles inseridos nessa subordinação em rede. Um caso clássico temos aqui na condenação da ZARA e as demais facções “de fundo de quintal” que forneciam a matéria-prima mediante mão de obra mais barata e sem vínculos for- mais e documentais. Aqui temos a tal da subordinação RETICULAR. Destaque-se essa citação abaixo de JOSIANE RODRIGUES JALES BATISTA: Essa subordinação se justifica, na medida em que se acredita que a nova organizaçãoprodutiva faça nascer a empresa rede, que desenvolve uma forma correlata de subordinação, ou seja, de empresas interligadas em rede, que, ao final, irão beneficiar uma empregadora. Logo, havendo a subordinação econômica entre a empresa prestadora de serviços com a tomadora, esta será tam- bém responsável pelos empregados daquela, o que configura a subordinação reticular. Para seus idealizadores, esta modalidade de subordinação poderá alcançar vários casos de alguns trabalha- dores em situações especiais, estendendo a eles os direitos celetistas. E) em que o trabalho deve ser pago – ONEROSIDADE. Significa o ponto econômico da força de trabalho (contrapartida econômica pela prestação do serviço feito pelo trabalhador). Ora, se o contrato de trabalho é bilateral implica concessões e obrigações recíprocas, razão pela qual o trabalhador oferece sua mão de obra em troca de uma contraprestação econômica. O que importa não é o quantum a ser pago, mas, sim, o pacto. Significa que existirá um pagamento pelo serviço prestado. A forma e o tempo de pagamento são acertados pelas partes, podendo ser quinzenal, semanal, mensal. Na verdade, não ultrapassa, geralmente, o mês. O pagamento é “MEDIANTE SALÁRIO”. Lembre-se que, para fins de caracterização do contrato de trabalho, as anotações da CTPS geram apenas presunção juris tantum, ou seja, relativa. Isso significa que as anotações ali pre- sentes, podem ser elididas (descaracterizadas) por prova contrária, nos termos da Súmula 12 do TST, nos seguintes termos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Súmula n. 12 do TST CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção juris et de jure”, mas apenas juris tantum”. O PULO DO GATO Alteridade que é justamente o risco do empreendimento é uma característica do EMPREGA- DOR e, não, do empregado. A exclusividade na realização do trabalho também não é requisito essencial para a caracterização do emprego. Cuidado com isso, porque é frequente em provas cobrarem esses dois nomes: alteridade (risco do empreendimento) e exclusividade. O trabalhador eventual é aquele que não preenche o requisito que tratamos acima da não eventualidade. Nesse caso, para desconfigurar a relação de emprego, o trabalho eventual é aquele que não possui ânimo definitivo de continuar laborando, não se fixa a uma fonte de trabalho, de- sempenha atividades de curto prazo, geralmente, laborando para um determinado evento e não possui, em regra, relação com os fins do empreendimento. Mas é preciso não confundir com o trabalhador intermitente que possui relação de empre- go. Ele foi trazido pela Reforma Trabalhista, e, atualmente, ultrapassadas a MP 808, a literalida- de para as provas é a seguinte na CLT: Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especi- ficamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não § 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de servi- ços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. § 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. § 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho inter- mitente. § 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo § 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. § 6º Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I – remuneração; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela II – férias proporcionais com acréscimo de um terço; III – décimo terceiro salário proporcional; IV – repouso semanal remunerado; e V – adicionais legais. § 7º O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6º deste artigo. § 8º O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. § 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. O PULO DO GATO TRABALHADOR INTERMITENTE tem direitos trabalhistas e é regulamentado na CLT. Nesse ponto, temos a reunião dos cinco elementos primordiais: PRESTAÇÃO DE TRABA- LHO POR PESSOA FÍSICA; COM PESSOALIDADE; NÃO EVENTUALIDADE; ONEROSIDADE E SU- BORDINAÇÃO. Em continuidade, as partes devem ser capazes, o objeto do contrato de trabalho deve ser lícito, possível, determinado ou determinável; forma contratual prescrita em lei e vonta- de das partes em continuar juntas no desempenho de uma atividade mediante recebimento de salários. Dispõe a CF/88 no artigo 7, XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. Além disso, é preciso tratar do objeto, que pode deve ser lícito. Com isso, já adianto uma matéria muito importante: trabalho ilícito x trabalho proibido. Há uma peculiaridade que já abordei antes e que preciso enfatizar pela frequência da co- brança em provas: POLICIAL MILITAR que, inclusive, deixei ao fim do material uma notícia importante do TST. (Por coincidência até julguei um caso parecido quando estava no TRT 14). Então, veja lá no anexo de jurisprudências. Não se esqueça da Súmula n. 386 do TST: POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabi- mento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Trabalho proibido Trabalho ilícito É aquela que ofende a CF/88, mas tem seus direitos resguardados em âmbito trabalhista. É o caso do trabalho infantil dos menores de 18 anos feito de forma irregular, do trabalho em condições insalubres,por exemplo, aos menores de 18 anos. Consequência: a relação de trabalho deve ser preservada para os efeitos trabalhistas e previdenciários. Observações: 1) vamos aprofundar essa matéria na aula de contrato de aprendizagem; 2) também é chamado de trabalho IRREGULAR em algumas bancas. É aquele que corresponde a um ilícito penal. É o caso, por exemplo, da pessoa que trabalha como “avião” no tráfico. No caso do jogo do bicho, veja o seguinte: OJ 199 do TST e uma notícia ao final do material: 199. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico. Consequência: a relação de trabalho não é preservada para os efeitos trabalhistas e previdenciários. Aqui temos que estabelecer a competência da Justiça do Trabalho para fins de processar e julgar servidores celetistas e empregados públicos que são os concursados submetidos à CLT. Note-se, entendimento, recente do STF sobre a questão da competência no caso de greve, nos termos de Repercussão Geral de número 544: A justiça comum, federal ou estadual, é com- petente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. Logo, muito cuidado! Porque isso é pegadinha de prova! PEGADINHA DA BANCA (STF) A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de gre- ve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e funda- ções públicas. Vamos tratar com profundidade em outras aulas sobre o tema, mas é preciso destacar o caso dos servidores administrativos irregulares, ou seja, aqueles que não fizeram concurso pú- blico e ocupam cargos na Administração. Nesse ponto, existe uma súmula específica acerca do tema do TST: SÚMULA N. 363 CONTRATO NULO. EFEITOS A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, res- peitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. Mais uma vez, não se confunda: foi cancelada a OJ 205 do TST. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O STF entende o seguinte: 1) A Justiça do Trabalho não é mais competente para dirimir dissídio individual entre traba- lhador e ente público se há controvérsia acerca do vínculo empregatício. 2) A lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) é suficiente para deslocar a competência da Justiça do Trabalho para a Justiça Comum. Logo, discussões sobre dúvidas se é contrato temporário ou não, quem vai resolver é a Justiça Comum, Federal ou Estadual. 001. (INÉDITA/2020) Valentina ajuíza ação trabalhista na Justiça do Trabalho para discutir controvérsia da relação de emprego com o Município de São Gonçalo do Amarante, aqui no Ceará. Logo, ela pretende reconhecer o vínculo dela, mas há divergências sobre tais pontos. Nesse sentido, o procedimento de Valentina está correto. A resposta está errada, pois a OJ 205 do TST foi cancelada e, com isso, a Justiça do Trabalho não é mais competente para dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há controvérsia acerca do vínculo empregatício. Antes do cancelamento, a resposta estaria cor- reta no gabarito. Veja que o centro da questão é CONTROVÉRSIA do vínculo entre o partes. Se Valentina fosse celetista, a competência seria da Justiça do Trabalho. Errado. 002. (INÉDITA/2020) Valentina está laborando em favor do Município de São Gonçalo do Amarante, aqui no Ceará. Ajuizou ação trabalhista na Justiça do Trabalho e, de repente, anexou no seu processo trabalhista uma legislação que disciplina a contratação por tempo determina- do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Além disso, existe controvérsia da relação de trabalho. Foi cancelada a OJ 205 do TST. O STF entende o seguinte: 1) A Justiça do Trabalho não é mais competente para dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há controvérsia acerca do vínculo empregatício. 2) A lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) é suficiente para deslocar a competência da Justiça do Trabalho para a Justiça Co- mum. Logo, discussões sobre dúvidas se é contrato temporário ou não, quem vai resolver é a Justiça Comum, Federal ou Estadual. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O estágio é diferente da relação de emprego. É regulamento pela Lei número 11.788/2008. Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. Logo, o estágio abrange todos os níveis: fundamental, médio e superior, tanto brasileiros como estudantes estrangeiros que possuam visto para estudo no Brasil. Se houver descumprimento de alguns dos requisitos do artigo 3º da legislação, IMPLICARÁ CARACTERIZAÇÃO DE RELAÇÃO DE EMPREGO, com todas as consequências trabalhistas e previdenciárias. Nesse sentido, veja o artigo 3º muito importante para a sua prova: Art. 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art. 2º desta Lei quanto na prevista no § 2º do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profis- sional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modali- dade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a ins- tituição de ensino; III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. § 1ºO estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7º desta Lei e por menção de aprovação final. § 2º O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. É importante destacar a jornada do estagiário: A jornada de atividade em estágio será de- finida de comum acordo entre a instituição de ensino,a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassa: (1) 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educa- ção especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; (2) 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, des- de que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, ex- ceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. O recesso deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação. Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira pro- porcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano. O descumprimento de qualquer das regras torna o estágio um contrato de emprego com todas as benesses previdenciárias e trabalhistas. A CLT não trata do estagiário, mas tão só do contrato de aprendizagem, referente ao me- nor aprendiz. O PULO DO GATO A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei que estamos estudando ca- racteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. o estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. A eventual concessão de be- nefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. Por fim, é muito importante para os concursos o artigo 17 da LEI: Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades conce- dentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários. § 1º Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no estabelecimento do estágio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 2º Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantita- tivos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles. § 3º Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior. § 4º Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio profissional. § 5º Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio. As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, au- tárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio. É diferente o contrato de aprendizagem com o de estágio, do qual passo a analisar no qua- dro abaixo: Estagiário Menor aprendiz Relação de trabalho Previsão na lei específica contrato formal específico não pode exceder 2 anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. Não existe limite de idade máximo Não tem direitos trabalhistas e previdenciários Jornada: pode ser de 20 a 30 horas semanais. O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. Não tem anotação da CTPS Relação de emprego Previsão na CLT contrato formal específico não pode exceder 2 anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. Só até 24 anos, salvo se for aprendiz portador de deficiência. Direitos trabalhistas e previdenciários Jornada: A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais relativas à duração do trabalho em geral. Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido em 2 (dois) turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a 11(onze) horas. Tem anotação na CTPS Recebe bolsa aprendizagem Recebe salário O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acor- dada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimen- tação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. O trabalhador avulso, aquele contratado com intervenção obrigatória do sindicato ou do ór- gão gestor de mão de obra (OGMO), equipara-se ao trabalhador com vínculo empregatício, con- figurando exceção, pois possui todos os direitos trabalhistas inerentes à relação de emprego. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O trabalhador avulso é diferente do eventual, pois o avulso atua no mercado mediante enti- dade intermediária. No caso é o OGMO ou sindicato. O eventual trabalha sem a intermediação seja do sindicato ou do OGMO. Essa é a principal diferença: AVULSO X EVENTUAL. O PULO DO GATO Associe a situação do avulso com o PORTUÁRIO E NÃO PORTUÁRIO. Aqui temos duas figuras importantes: avulso portuário e não portuário. Quanto à ideia do portuário, destaca-se a Lei n. 12.023/2009. A legislação é pequena, mas você precisa saber alguns dados que colocarei na explicação desse capítulo. Cuidado com as diferenças, masé sempre bom ter a associação com o AVULSO. Impor- tante destacar: intermediação do sindicato ou OGMO (órgão gestor de mão de obra portuária). Também existe responsabilização das empresas tomadoras em relação ao trabalho desen- volvido pelos portuários. As empresas tomadoras do trabalho avulso respondem solidariamente pela efetiva remu- neração do trabalho contratado e são responsáveis pelo recolhimento dos encargos fiscais e sociais, bem como das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social, no limite do uso que fizerem do trabalho avulso intermediado pelo sindicato. As empresas tomadoras do trabalho avulso são responsáveis pelo fornecimento dos Equi- pamentos de Proteção Individual e por zelar pelo cumprimento das normas de segurança no trabalho. Para você conhecer que tipo de atividades são desempenhadas pelos avulsos: as ativi- dades da movimentação de mercadorias em geral desenvolvidas pelos avulsos: I – cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostra- gem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paleti- zação, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; II – operações de equipamentos de carga e descarga; III – pré limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade. Também te- mos como atividades de portuários: I – capatazia: atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte inter- no, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento por- tuário; II – estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga, quando realizados com equipamentos de bordo; III O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela – conferência de carga: contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de em- barcações; IV – conserto de carga: reparo e restauração das embalagens de mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarca- ção, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição; V – vigilância de embarcações: atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercado- rias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e VI – bloco: atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correla O PULO DO GATO Despenca em prova o artigo da CF/88: art. 7, inciso XXXIV – igualdade de direitos entre o tra- balhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Para ficar mais didática a exposição dessa matéria, farei uma tabela abaixo com as distin- ções entre as duas categorias. PORTUÁRIO – Lei 12.815/2013 NÃO PORTUÁRIO – Lei 12.023/2009 Intermediação do Sindicato ou do OGMO. Pode contratar mediante as regras previstas na CLT por tempo indeterminado. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organizados, será realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos. A contratação de trabalhadores portuários de capatazia, bloco, estiva, conferência de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações com vínculo empregatício por prazo indeterminado será feita exclusivamente dentre trabalhadores portuários avulsos registrados. Podem desenvolver atividades gerais de movimentação de mercadorias, como cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, por exemplo. As regras da Lei 12.023/2009 não se aplicam aos trabalho avulso portuário que é regulado pela Lei 12.815/2013. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela PEGADINHA DA BANCA A disposição da CF/88 no artigo 7, inciso XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso vale para os portuários e não portuários. 6. resolução de Questões dA provA de 2021 Nesse capítulo do livro, passo a traçar as dicas do que você deveria redigir nas questões subjetivas do exame XXXII, pois ler espelhos de provas vai te ajudar a ter um norte maior do que esperar dos próximos concursos da OAB: QUESTÃO 1 Jéssica trabalha como operadora de telemarketing em uma sociedade empresária, oferecendo vários produtos, por telefone (seguro de vida, seguro saúde e plano de capitalização, entre ou- tros). A empregadora de Jéssica propôs que ela trabalhasse de sua residência, a partir de feve- reiro de 2018, o que foi aceito. Então, a sociedade empresária montou a estrutura de um home office na casa de Jéssica, e o trabalho passou a ser feito do próprio domicílio da empregada. Passados 7 (sete) meses, a sociedade empresária convocou Jéssica para voltar a trabalhar na sede, a partir do mês seguinte, concedendo prazo de 30 (trinta) dias para as adaptações necessárias. A empregada não concordou, argumentando que já havia se acostumado ao con- forto e à segurança de trabalhar em casa, além de, nessa situação, poder dar mais atenção aos dois filhos menores. Ela ponderou que, para que a situação voltasse a ser como antes, seria necessário haver consenso, mas que, no seu caso, não concordava com esse retroces- so. Diante da situação retratada e dos ditames da CLT, responda aos itens a seguir. A) Analise se a empregada tem razão em negar-se a voltar a trabalhar fisicamente nas dependências da sociedade empresária. Justifique. (Valor: 0,65) B) Se Jéssica ajuizasse ação postulando horas extras no período em que atuou em seu domicílio, que tese você, contratado(a) pela sociedade empresária, sustentaria? Justifique. (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA A) Você faz uma abordagem sobre o que seja teletrabalho e uma breve análise sobre esta nova modalidade, regulamentada na CLT após a Reforma Trabalhista. Na sequência, responda que a empregada não tem razão, pois é direito do empregador retornar do trabalho realizado em do- micílio para o presencial, sendo desnecessária a concordância do empregado para mudança do regime de teletrabalho para o presencial, conforme o Art. 75-C § 2º, da CLT. Você aqui pode fazer alusão ao poder diretivo do empregador, principalmente, porque é sobre ele que recai o risco do empreendimento. B) Você pode brevemente trazer as limitações constitucionais para, na sequência, aduzir que nem todas as situações de uma relação de empregose encaixam no O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela direito ao recebimento de horas extras, como é o caso do teletrabalho. A tese a ser apresenta- da é a de que o teletrabalho não enseja pagamento de horas extras, estando excluído do regi- me de duração horária, na forma do Artigo 62, inciso III, da CLT. O teletrabalho não gera horas extras ou está excluído do regime de duração horária. Não havia aqui necessidade de tratar de jurisprudência, na medida em que não existe qualquer regulamentação sobre o tema. QUESTÃO 2 A sociedade empresária Madeiras de Lei Ltda. contratou você, como advogado(a), para defen- dê-la em uma reclamação trabalhista proposta pelo ex-empregado Roberto. Após devidamente contestada e instruída a demanda, a sentença foi prolatada, julgando o pedido procedente em parte. A sociedade empresária pretende recorrer da sentença porque acha que nada deve ao ex-empregado e questiona o valor dos custos desse recurso. Cientificada por você do valor das custas e do depósito recursal, a sociedade empresária diz que está acumulando capital para abrir novas filiais e ampliar sua rede, de modo que, no momento, em razão de suas prioridades internas, só tem valor disponível para as custas. Considerando a narrativa dos fatos e os ter- mos da CLT, responda às indagações a seguir. A) Indique a alternativa jurídica que viabilizaria a interposição do recurso ordinário sem a necessidade de a sociedade empresária desembolsar o numerário do depósito recursal, considerando que, pela narrativa, ela não é beneficiária de gratuidade de justiça. Justifique. (Valor: 0,65) B) Se a sociedade empresária tivesse a recu- peração judicial deferida pela Justiça Comum antes da sentença, como ficaria a questão do depósito recursal para fins de interposição do recurso ordinário por ela desejado? Justifique. (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA A) Nesse tipo de questão, faça uma introdução explicando o que é depósito recursal. Na CLT, há dispositivos legais dos quais você pode fazer um resumo introdutório para mostrar ao exa- minador que você entende o tema chave da pergunta. Se puder, estabeleça rapidamente, a dis- tinção entre custas e depósito recursal e, aí enfrente a questão, aduzindo que a substituição ou apresentação do depósito recursal em dinheiro por fiança bancária ou seguro garantia judicial, na forma do Art. 899, § 11, da CLT é possível. B) Ainda sobre a temática, desenvolva a resposta no sentido de que a sociedade empresária ficaria isenta do depósito recursal, na forma do Art. 899, § 10, da CLT. Não há necessidade de transcrição de dispositivos ou de indicação de juris- prudência do TST sobre este tema. QUESTÃO 3 Rezende, contratado em 05/04/2019 como cozinheiro no restaurante Paladar Supremo Ltda, trabalhava de segunda à sexta-feira, das 16h às 00h, sem intervalo. Em 04/09/2019, Rezende foi dispensado sem justa causa e ajuizou reclamação trabalhista postulando o pagamento de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 1 hora diária com adicional de 50%, em razão do intervalo para refeição não concedido, além da integração dessa hora com adicional de 50% ao 13º salário, às férias, ao FGTS e ao repouso semanal remunerado. Considerando a situação apresentada e os termos da CLT, responda aos itens a seguir. a) Caso você fosse contratado pela empresa, que reconhece não ter concedido o intervalo para refeição, que tese jurídica você poderia advogar em defesa dos interesses da reclamada para reduzir eventual condenação? (Valor: 0,65) B) Caso a reclamação trabalhista proposta por Re- zende não identificasse nenhum valor, mas apenas a indicação dos direitos que ele postulava, que preliminar você advogaria em favor da empresa? (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA Seria importante você trazer para o examinador o conceito do intervalo intrajornada e as con- sequências da sua supressão, principalmente, as mudanças da Reforma Trabalhista, princi- palmente, acerca da natureza indenizatória. Na sequência, apontar a tese a ser apresentada é a de que o intervalo para refeição devido, após o advento da Lei n. 13.467/17, tem natureza indenizatória e, assim, não gera reflexo em outros direitos, conforme prevê o Art. 71, § 4º, da CLT. No item B, sugiro que você fale que, na defesa dos interesses da empresa, deverá ser sus- citada preliminar de inépcia para extinção do processo sem resolução do mérito porque não houve indicação do valor na petição inicial, em desacordo com o que determina o Art. 840, §§ 1º ou 3º, da CLT, Art. 852-B, I ou § 1º, da CLT, Art. 330, I ou § 1º, I ou II, do CPC ou Art. 337, IV, do CPC. O TST tem um entendimento particular sobre isso a partir de 2020, mas você pode usar o argumento acima. QUESTÃO 4 Clotilde foi contratada, em 10/12/2019, pela sociedade empresária Viação Pontual Ltda., a títu- lo de experiência, por 45 dias, recebendo o valor correspondente a 1,5 salário mínimo por mês. Passado o prazo de 45 dias e não tendo Clotilde mostrado um bom desempenho no serviço, a empregadora resolveu não dar prosseguimento ao contrato, que foi extinto no seu termo final. Ocorre que o ex-empregador não pagou à Clotilde as verbas relativas ao rompimento contra- tual, o que a levou a ajuizar reclamação trabalhista pedindo justamente essas verbas, que fo- ram liquidadas na inicial e alcançaram o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Na sentença, e seguindo os pedidos formulados, considerando, ainda, que a sociedade empresária reconhe- ceu que não pagou qualquer verba por estar em dificuldades financeiras, o juiz julgou proce- dente o pedido e condenou a sociedade empresária ao pagamento de aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, saldo salarial de 15 dias e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da execução, conforme rol de pedidos formulados na de- manda. Diante da narrativa apresentada e dos termos da CLT, responda às indagações a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) Caso você fosse contratado(a) pela sociedade empresária, que tese de mérito apresentaria no recurso ordinário em relação ao objeto da condenação para tentar reduzi-lo? Justifique. (Valor: 0,65) b) Caso fosse necessário, quantas testemunhas, no máximo, a sociedade empresária poderia conduzir à audiência na reclamação trabalhista de Clotilde? Justifique. (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA a) Aborde a diferença do conceito e consequências jurídicas do contrato por prazo indetermi- nado e determinado. Dentre este último, trate das espécies e aprofunde na ideia do contrato de experiência, com ênfase na CLT. A tese defensiva é a de que na extinção de contrato a termo, como é o caso do contrato de experiência, não é devido o pagamento do aviso prévio, conforme Art. 487 da CLT, pois o contrato foi encerradono termo final previsto. Faça menção da exceção da cláusula assecuratória de direito recíproco que não é o caso da questão para “conquistar de vez o coração do examinador”. B) Explique, rapidamente para o examinador, a diferença entre o rito sumaríssimo, sumário e ordinário. Por fim, diga que, uma vez que o valor dos pedidos submete a causa ao procedi- mento sumaríssimo, a sociedade empresária poderia conduzir, no máximo, duas testemunhas, conforme o Art. 852-H, § 2º, da CLT. O PULO DO GATO Não adianta fazer respostas muito longas para não passar a ideia ao examinador que você está enrolando para não responder. Mas também não responda muito diretamente, sem pas- sar para ele uma pequena noção do assunto, demonstrando seu conhecimento. A grande dica é o velho clichê do equilíbrio. Passe um pouco de conceitos, mas não se alongue tanto, pois você ser mal interpretado pelo examinador. Então, as dicas nas respostas da prova de 2021 dão um “caminho das pedras” de como deveria ser a redação das questões subjetivas. Espero muito ter ajudado. 7. enunciAdo dAs Questões dA provA práticA processuAl de 2019 EXAME XXX DA OAB Após juntar durante alguns anos suas economias e auxiliado por seus familiares, Tito comprou uma motocicleta e começou a trabalhar em 15/12/2018 como motoboy na Pizzaria Gourmet Ltda, localizada no Município de Parauapebas, Estado do Pará, realizando a entrega em domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes do empregador. A carteira de trabalho de Tito foi devidamente assinada, com o valor de 1 salário mínimo mensal. Em razão da atividade desempenhada, Tito poderia escolher diariamente um item do cardápio para se O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela alimentar no próprio estabelecimento, sem precisar pagar pelo produto. Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais. Tito exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das 18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. No mês de agosto de 2019, Tito fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Tito, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Tito correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gra- vemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Tito gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrá- bica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empre- sa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias. Nos contracheques de Tito, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80 a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Tito foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho. Considerando que, em outubro de 2019, Tito procurou você, como advogado(a), para pleitear os direitos lesados, informando que continua desempregado, elabore a peça proces- sual pertinente. (Valor: 5,00) EXAME XXVII Nelson Aviz procura você, como advogado(a), afirmando que foi empregado da socie- dade empresária Alfa Ltda. na sede desta, localizada em Sete Lagoas/MG, de 17/12/2017 a 28/04/2018, tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática. Nelson informa que foi despedido por justa causa, apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo qualquer indenização, mas apenas o saldo salarial do último mês; que a em- presa não integrava, para fim algum, o salário-família que Nelson recebia; que trabalhava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos para refeição; que o local de trabalho era de difícil acesso e não servido por transporte público regular, pelo que a empre- sa fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar dele, de forma que Nelson demorava uma hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta; que realizou exame médico na admissão; que Nelson tem uma irmã que trabalha na mesma sociedade empresária, exercendo a função de programadora de jogos digitais. O trabalhador exibe cópias dos contracheques, nos quais há, na parte de crédito, salário de R$ 1.200,00 e uma cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale-transporte O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela e FGTS. Nelson ainda exibiu sua CTPS, na qual consta admissão em 17/12/2017 e saída em 28/04/2018, na função de auxiliar de serviços gerais; na parte de anotações gerais, há anota- ção de que o empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada. Em pesquisa pela Internet, você localiza a convenção coletiva da categoria de Nelson, com os pi- sos normativos para todas as funções desempenhadas na sociedade empresária Alfa, dentre elas os seguintes: auxiliar de serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e engenheiro de computação: R$ 6.000,00. Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de Nelson, sem usar dados ou informações que não estejam no enunciado. (Valor: 5,00) 8. resolução de Questões dA provA de 2022 003. Cícero é piloto da aviação comercial. Após deixar de trabalhar para uma determinada companhia aérea brasileira, porque seus salários estavam atrasados e já contava com cinco anos sem desfrutar férias, foi contratado por uma companhia aérea chinesa, que faz apenas voos locais. Cícero ajuizou reclamação trabalhista em face da ex-empregadora, mas, no dia e na hora designados para a audiência, ele não poderia estar presente, pois estava a trabalho na China, em voo de longa duração, sem a possibilidade de acesso à internet. Ocorre que Cícero tem pressa na solução do processo. Com base na hipótese apresentada, com fundamento na CLT, responda, como advogado(a) de Cícero, aos itens a seguir. a) Considerando que a Vara do Trabalho para qual o processo foi distribuído utiliza o sistema de audiência fracionada, que medida você deverá adotar para evitar o adiamento da audiência ou o arquivamento do processo? Fundamente. (Valor: 0,65) b) Acerca da ruptura do contrato de trabalho, que tese jurídica você sustentaria na reclamação trabalhista? Fundamente. (Valor: 0,60) a) No caso do reclamante não conseguir comparecer à audiência no processo trabalhista, no caso, a 1ª audiência, de forma justificada – como é o caso do obreiro, por estar em viagem internacional para a China, a serviço –, o advogado pode apresentara prova documental soli- citando o adiamento da audiência, mas, no caso de evitar a redesignação da audiência, para garantir a maior celeridade possível, pode-se evitar o arquivamento do feito substituindo-o por outro empregado, mediante a aplicação do art. 843 da CLT: Art. 843. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, indepen- dentemente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de Reclamatórias Plúri- mas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindica- to de sua categoria. (Redação dada pela Lei n. 6.667, de 3.7.1979) § 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. Destaca-se, ainda, o teor do art. 844 da CLT: Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. § 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. (Redação dada pela Lei n. 13.467, de 2017). b) No caso da questão narrada, o reclamante pode pleitear a rescisão indireta do contrato de trabalho, tendo em vista o descumprimento das obrigações trabalhistas pelo seu empregador como o sucessivo e constante atraso de salários. Conforme entendimento jurisprudencial, o atraso de salários reiterado torna o empregador em mora e, portanto, inadimplente, atraindo a aplicação do art. 483 da CLT. Destaca-se que a rescisão indireta do contrato de trabalho está prevista no art. 483 da CLT, caracterizada pela falta grave que o empregador comete com o funcionário. De modo mais claro, é uma demissão por justa causa inversa (do empregado para o empregador), porém, com verbas rescisórias diferentes. No caso, os efeitos da rescisão indi- reta são similares aos da dispensa sem justa causa. 004. Jorge Souza atua como auxiliar de produção em uma indústria alimentícia, recebendo dois salários-mínimos mensais. Ainda com o contrato em vigor, Jorge ajuizou, no ano de 2020, reclamação trabalhista contra o empregador, requerendo o pagamento de insalubridade em grau mínimo, pois afirmou existir, no seu local de trabalho, um agente agressor à sua saú- de. Designada audiência, as partes compareceram, e o juiz verificou que não era possível a conciliação. Então, o magistrado determinou de ofício a realização de prova pericial e que a sociedade empresária antecipasse os honorários do perito, afirmando que não reconsideraria tal comando. Considerando a situação retratada, os ditames da CLT e o entendimento consoli- dado do TST, responda às indagações a seguir. a) Como advogado da sociedade empresária, que medida imediata você adotaria para evitar a antecipação dos honorários periciais? Justifique. (Valor: 0,65) b) Se a perícia confirmasse a insalubridade e, na sentença, o juiz condenasse a reclamada ao pagamento do adicional desejado, na razão de 10% sobre o salário contratual do recla- mante, que tese jurídica você adotaria no recurso, em defesa da empresa, para diminuir a condenação? Justifique. (Valor: 0,60) a) Não se admite agravo de instrumento ou retido das decisões interlocutórias na Justiça do Trabalho. Portanto, se não há previsão de recursos, e, como a empresa precisa, de forma ime- diata, neutralizar os efeitos da decisão, tem-se a situação de interposição do Mandado de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Segurança. Inclusive, esse é o entendimento do TST, principalmente, porque já há precedentes naquela Corte, destacando-se o julgado no RO-518-66.2017.5.11.0000. Portanto, o TST já con- solidou entendimento sobre a ilegalidade da exigência de depósito prévio para o custeio de perícia (Orientação Jurisprudencial 98 da SDI-2). E a Reforma Trabalhista acrescentou o § 3º, ao art. 790-B. da CLT, com a mesma tese contida na OJ 98. Além disso, só para fins de maiores esclarecimentos, a Instrução Normativa 27 do TST faculta ao juiz exigir o depósito prévio, mas ressalva as demandas decorrentes da relação de emprego. Logo, não é possível a exigência de depósito prévio dos honorários periciais. b) A decisão do Magistrado está equivocada, cabendo no Recurso Ordinário sustentar que a base de cálculo não é o salário contratual, mas sim o salário-mínimo vigente. No entanto, registre-se entendimento de 2021 do TST que, embora o Supremo Tribunal Federal tenha estabelecido que a base de cálculo para o adicional de insalubridade é o salário-mínimo, diz poder haver exceções a essa regra, como nos casos em que o adicional é calculado, desde o início da relação trabalhista, tendo como parâmetro o salário-base, conforme o TST. De qualquer forma, a tese pode ser encam- pada no sentido de que o salário contratual não seria o parâmetro, o que diminuiria o quantum da condenação, mas, sim, o salário-mínimo, com base na orientação do Supremo Tribunal Federal. 005. Você foi procurado, como advogado(a), por Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter adquirido um imóvel da sociedade empresária X, em 2000, onde reside com sua família, e que, em setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial de justiça informando a penhora do imóvel, avaliado no ato em R$200.000,00, para pagamento de uma dívida trabalhista de R$12.000,00. Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de empresa, e sequer sabia da exis- tência de qualquer processo, procurou, pela internet, informação pelo número do processo que estava no mandado e constatou que a penhora foi feita no bojo da execução trabalhista de uma empregada que se ativou na sociedade empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o imóvel ter sido anteriormente da sociedade empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. Sobre a hipótese apresentada, e considerando que Hernani jamais integrou o quadro societário da executada, responda aos itens a seguir. a) Que medida judicial você, agora contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 0,65) b) Caso a medida judicial por você adotada fosse indeferida, que recurso você interporia para tentar reverter a situação? (Valor: 0,60) a) Efetuado o depósito ou a penhora, as partes têm cinco dias para impugnar o valor da dívida, desde que o juiz não tenha aberto prazo para contestação antes de proferir a sentença de liquidação ou que, aberto o prazo, na forma do § 2º, do art. 879, da CLT, a parte tenha impugnado satisfatoriamen- te. Já o recurso que pode ser interposto pelo executado é chamado de “embargos à execução”. E, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/resumoForm.do?consulta=1&numeroInt=81932&anoInt=2018 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm 42 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela no caso de um terceiro, como é o caso da questão (ele não é parte no processo, mas uma pessoa que adquiriu o imóvel da sociedade empresária), pode fazer uso dos embargos de terceiros. Os embargos de terceiro têm natureza jurídica de ação possessória, sendo admissíveis quando hou- ver a apreensão judicial de bem de propriedade de terceiro, como narra a questão. Uma das teses que pode suscitar, inclusive, é ser indevida a penhora porque sua situação era a de terceiro de boa-fé e, ainda, do excesso de penhora, haja vista a discrepância do valor da dívida e do imóvel. Pode, ainda, argumentar acerca da situação de bem de família. b) Após a decisão do juiz sobre quaisquer desses recursos, como se trata textualmente, nos termos da questão, de uma EXECUÇÃO TRABALHISTA, é possível ingressar com um novo re- curso, chamado de “Agravo de petição”, no prazo de oito dias. Esse recurso é julgado pelo Tri- bunal Regional do Trabalho correspondente. No caso de execução trabalhista em curso, o cor- reto recurso é o Agravo de Petição e, mesmo sendo embargos de terceiros, não cabe o Recurso Ordinário. Logo, o recurso cabível em face da sentença que julga os embargos de terceiro é o agravo de petição, conforme expressamente dispõe o art. 897, alínea “a”, da CLT. Há também precedentes neste sentido no TST. 006. Ribamar trabalhou como atendente de loja na sociedade empresária Rei do Super Açaí Ltda., de 06/02/2019 a 03/11/2021, quando foi desligado da sociedade. Ribamar não recebeu qualquer indenização e, em razão disso, ele procurou você, como advogado(a), para requerer ju- dicialmente o pagamento das verbas da saída e horas extras. Ajuizada a reclamação trabalhista, a sociedade empresária apresentou contestação, afirmando que o motivo da extinção do contra- to foi força maior, visto que sofreu muito com a pandemia de Covid-19, de modo que a indeniza- ção, se cabível, deveria ser paga pela metade. Para ilustrar a situação, a ré informou que, dos 12 empregados que a sociedade empresária possuía à época dos fatos, atualmente, só restavam 5 funcionários. Para provar a alegação, exibiu as fichas de registro de seus empregados, que confirmam o alegado, mas não juntou controles de ponto do reclamante. Considerando os fatos narrados, a previsão legal e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir. a) Que argumento você apresentaria, em réplica, para tentar descaracterizar a tese de força maior? Justifique. (Valor: 0,65) b) De quem seria o ônus da prova de comprovar a jornada de trabalho e por qual razão? Justi- fique. (Valor: 0,60) a) Na defesa dos interesses do reclamante, deve-se sustentar que não se aplica a tese de força maior porque não houve extinção do estabelecimento ou da empresa, como exige o art. 502 da CLT. O dispositivo é claro em relação às hipóteses em que se aplica essa situação excepcional de resci- são do contrato de trabalho. A força maior só existe quando a empresa tem a inviabilidade da sua atividade econômica e não pode ser usada quando existe mera redução do quadro de funcionários. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela b) O ônus da prova será do empregado, porque a reclamada contava com menos de 20 em- pregados, sendo, então, desnecessário que ela mantivesse controle escrito dos horários de entrada e saída deles, conforme o art. 74, § 2º, da CLT. No caso em liça, cabe ao autor fazer uso de qualquer meio de prova para tais fins. Não há situação de inversão do ônus da prova. Perceba--se que antes eram apenas 10 funcionários, mas houve alteração na CLT, aumentando para o limite de 20 funcionários por estabelecimento. 9. enunciAdo e dicAs de resolução dAs Questões dA provA práticA pro- cessuAl de 2021.2 001. Sheila Melodia procura você, na condição de advogado(a), em 27/08/2021, relatando que é empregada da sociedade empresária Solução Ltda. desde 15/10/2019, recebendo 1 salário-mínimo por mês, estando com o contrato em vigor. Sheila informa que, desde o início do contrato de trabalho, atua como auxiliar de manutenção terceirizada nas dependências da sociedade empresária Tecnologia Ltda., localizada em Campinas/SP, pois existe contrato de prestação de serviços entre ambas as empresas. A empregada informa que jamais assinou qualquer documento ou autorização, sendo aprovada em processo seletivo para, logo após, ter a CTPS anotada. Diz que trabalha de 2ª a 6ª feira, das 9h às 15h, com intervalo de 15 minutos para refeição, e aos sábados, das 8h às 14h, sem intervalo, marcando corretamente os cartões de ponto. Sheila explica que o supervisor da empregadora, alocado junto à socie- dade empresária Tecnologia Ltda. para controlar a qualidade dos serviços, foi substituído há 2 meses, e o novo supervisor, de nome Carlos, tem o estranho e constrangedor hábito de enfileirar as empregadas no início do expediente e exigir que cada trabalhadora lhe dê um beijo no rosto. Carlos justifica esse procedimento dizendo que é uma forma de melhorar a relação da chefia com as subordinadas, e afirma que quem se negar sofrerá punição. Com receio de sofrer algo, Sheila se submete à vontade de Carlos, mesmo contrariada. Sheila lhe apresenta um extrato atual do FGTS, no qual se verifica um único depósito referente à com- petência de novembro de 2019, a certidão de nascimento do seu único filho, que tem 20 anos de idade, uma fotografia na qual aparece com o uniforme da sociedade empresária Solução Ltda., a cópia da ata de audiência de um processo anterior que ela ajuizou contra as empre- sas, com as mesmas pretensões, e que foi extinta sem resolução do mérito (arquivada) de- vido à ausência da trabalhadora à 1ª audiência, tendo ela pago as custas processuais, com grande sacrifício (Reclamação número 0100217-58.2021.5.15.0170, que tramitou perante a 170ª Vara do Trabalho de Campinas), os contracheques de todo o período, nos quais consta, na parte de créditos, o salário-mínimo e, na parte de descontos, a dedução de INSS, sendo que, no mês de março de 2020, consta uma dedução da contribuição sindical de R$ 40,00. Ressalta-se que Sheila nem sabia que havia um sindicato que a representava. A empregada O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela afirma que, diante das irregularidades que sofre, não deseja continuar o contrato de trabalho, mas decidiu não pedir demissão porque foi alertada por familiares que, nesse caso, perderia vários direitos. Por fim, diz que sua situação financeira é periclitante, e não tem recurso finan- ceiro para ajuizar a ação, caso seja necessário adiantar alguma quantia. Elabore, na condição de advogado(a), a peça prático-profissional que melhor defenda os inte- resses de Sheila, sem usar dados ou informações que não estejam no enunciado. (Valor: 5,00) Espelho de Provas Trata-se de uma Reclamação Trabalhista (petição inicial). Deverá requerer a distribuição à 170ª VT de Campinas em razão da dependência/prevenção,com base no Art. 286, inciso II, do CPC. Qualificação das partes Fatos: concentrar-se na narrativa do contrato de trabalho (datas de admissão, data da dispen- sa, modalidade de dispensa, salário e função); narrativa das irregularidades do empregador. Direito: tratar da situação de assédio moral e sobre a rescisão indireta do contrato de trabalho, fundamentando as verbas rescisórias que deveriam ser pagas por ocasião desse reconheci- mento de ruptura contratual. Dos pedidos: pagamento de 15 minutos diários pelo intervalo desrespeitado nos sábados, com adicional de 50%, na forma do art. 71, § 4º, da CLT; a devolução da contribuição sindical descon- tada, porque a autora não era sindicalizada e não autorizou o desconto, sendo então indevido; a diferença de FGTS não depositado, conforme o art. 15 da Lei n. 8.036/1990 ou art. 27, do Decreto n. 99.684/1990; indenização por dano moral pela conduta do supervisor, na forma do art. 223-B e do art. 223-C, da CLT; a resolução ou despedida indireta ou “rescisão indireta” do contrato, dian- te das irregularidades cometidas pelo empregador, conforme o art. 483, alíneas d ou e, da CLT, e o pagamento das seguintes verbas: aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias pro- porcionais +1/3, saque/levantamento do FGTS, indenização de 40% sobre o FGTS e acesso ao seguro-desemprego. Ainda deve pleitear a responsabilidade subsidiária do tomador/contratante, conforme a Súmula 331, inciso IV, do TST, e o art. 5º-A, § 5º, da Lei n. 6.019/1974. Obs.: � Deverá requerer a gratuidade de justiça com base no art. 790, §§ 3º e 4º, da CLT, pois a trabalhadora relata insuficiência financeira e aufere salário inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Deverá requerer hono- rários advocatícios, com base no art. 791-A da CLT. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 10. enunciAdo e dicAs de resolução dAs Questões dA provA práticA pro- cessuAl de 2022 001. Heitor Agulhas trabalhava na sociedade empresária Porcelanas Orientais Ltda. desde 26/10/2020, exercendo a função de vendedor na unidade localizada em Linhares/ES e rece- bendo, em média, quantia equivalente a 1,5 salário-mínimo por mês, a título de comissão. Em janeiro de 2022, o dono do estabelecimento resolveu instalar mais duas prateleiras na loja para poder expor mais produtos e, visando economizar dinheiro, fez a instalação pessoalmente. As prateleiras foram afixadas logo acima do balcão em que trabalhavam os vendedores. Ocorre que o dono da empresa tinha pouca habilidade manual, e, por isso, as prateleiras não foram fixa- das adequadamente. No dia seguinte à instalação malfeita, com o peso dos produtos nelas co- locadas, as prateleiras caíram com todo o material, acertando violentamente a cabeça de Heitor, que estava logo abaixo fazendo um atendimento. Heitor desmaiou com o impacto, foi socorrido e conduzido ao hospital público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça, testa e face, resultando em uma grande cicatriz que, segundo Heitor, passou a despertar a atenção das pessoas, que reagiam negativamente ao vê-lo. Heitor teve o plano de saúde, que era concedido pela sociedade empresária, cancelado após o dia do incidente e teve de usar suas reservas fi- nanceiras para arcar com R$ 1.350,00 em medicamentos, para aliviar as dores físicas, além de R$ 2.500,00 em sessões de terapia, pois ficou fragilizado psicologicamente depois do evento. Heitor ficou afastado em benefício previdenciário por acidente do trabalho (auxílio por incapa- cidade temporária acidentária, antigo auxílio-doença acidentário, código B-91), teve alta mé- dica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa, no mesmo dia. Heitor procura você, como advogado(a), querendo propor alguma medida judicial para defesa dos seus direitos, pois está desempregado, sem dinheiro para se manter e sentindo-se injus- tiçado porque ainda precisará de tratamento médico e suas reservas financeiras acabaram. Além dos documentos comprobatórios do atendimento hospitalar e gastos, Heitor exibe a CTPS devidamente assinada pela sociedade empresária e o extrato do FGTS, onde não cons- tam depósitos nos 3 meses de afastamento pelo INSS. Como advogado de Heitor, elabore a medida judicial em defesa dos interesses dele. (Valor: 5,00) Obs.: � A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, o examinan- do deverá representá-los somente pela expressão “R$”, admitindo-se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim. “Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 46 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Espelho de Provas Trata-se de uma Reclamação Trabalhista (petição inicial) Endereçamento para uma das Varas de Linhares/ES Qualificação das partes Fatos: concentrar-se na narrativa do contrato de trabalho (datas de admissão, data da dispensa, modalidade de dispensa, salário e função); narrativa do acidente e narrativa das irregularidades do empregador (imputar nos fatos a culpa do acidente ao empregador e as ausências de recolhi- mento do FGTS, bem como a indevida dispensa sem justa causa). Pode-se, aqui, fazer menção que o reclamante está desempregado e sem recursos, e, ainda, precisando de dinheiro para cus- tear seu tratamento, e, com isso, utilizar esse contexto para fins de solicitar a gratuidade judicial. Direito: sustentar aqui a existência no caso de garantia provisória no emprego, diante do aci- dente de trabalho, com supedâneo: de acordo com o art. 118, da Lei n. 8.213/1991, o segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo de 12 meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independen- te de percepção de auxílio-acidente. Além disso, pela imputação de culpa do empregador, faz jus ao ressarcimento dos danos materiais e despesas médicas (inclusive, do psicológico). Tratar do dano estético, pois ficou com uma cicatriz que causou uma percepção negativa em seu visual. Tratar aqui de situação de rescisão indireta pelo descumprimento de obrigações trabalhis- tas por parte do empregador. Conforme entendimento jurisprudencial, o atraso de recolhimentos do FGTS reiterado torna o empregador em mora e, portanto, inadimplente, atraindo a aplicação do art. 483 da CLT. Até porque, no que se refere aos recolhimentos do FGTS, ficam a cargo do em- pregador, apesar do afastamento pelo INSS, pois foi o caso de acidente do trabalho típico, pois, se o trabalhador recebeu o auxílio-doença acidentário (B-91), ele terá direito automaticamente ao recolhimento do FGTS durante seu afastamento previdenciário e ainda terá direito à estabilidade provisória no emprego pelo prazo de 12 meses após a alta do INSS. Destaca-se que a rescisão indireta do contrato de trabalho está prevista no art. 483 da CLT, caracterizada pela falta grave que o empregador comete como funcionário. De modo mais claro, é uma demissão por justa causa inversa (do empregado para o empregador), porém, com verbas rescisórias diferentes. No caso, os efeitos da rescisão indireta são similares aos da dispensa sem justa causa. Dos pedidos: pode aqui solicitar realização de perícia médica, documental e oral, bem como pagamento de honorários advocatícios em 15% do valor da condenação líquida; gratuidade judicial; declaração do juízo para fins de considerar o obreiro pobre na forma da lei, acidente de trabalho por culpa do empregador e rescisão indireta do contrato de emprego após o fim do período de estabilidade (acho mais técnico usar o termo garantia provisória no emprego). E, quanto aos pedidos condenatórios, requerer o pagamento de todos os salários e recolhimentos do FGTS no momento do afastamento do obreiro, e, ainda, o pagamento de todo o período de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela garantia provisória no emprego, requerendo-o como indenização, pois se pode sustentar que a reintegração não é viável. Requerer o pagamento de todas as verbas rescisórias e, com o fim do período da estabilidade, projetar o período do aviso prévio indenizado pela caracterização da rescisão indireta, com os recolhimentos de todo o FGTS com a multa dos 40%, bem como as multas dos arts. 467 e 477 da CLT. Pode requerer, ainda, danos morais, materiais (todas as despesas) e estéticos. Na obrigação de fazer, requer a baixa da CTPS do obreiro com a pro- jeção do aviso prévio após o término da estabilidade que é de 12 meses após a alta do INSS. Especificação das verbas rescisórias para a discriminação: FGTS com multa dos 40%, multas dos arts. 467 e 477 da CLT; aviso prévio indenizado, período entre a data da demissão e o final da garantia ao emprego, podendo ser pleiteado inclusive os reflexos em todas as verbas sala- riais e rescisórias; férias vencidas e proporcionais com 1/3; 13º salário proporcional e integral; danos morais, materiais, estéticos. A base de cálculo deve ser a média salarial, com base nas comissões. Pode requerer, ainda, a expedição de alvará para o levantamento do FGTS e para se habilitar junto ao órgão competente para fins de seguro-desemprego. Obs.: � Diante da situação econômica e de saúde do trabalhador, você pode pedir tutela de urgência para fins de que o juízo libere o FGTS que está depositado na conta vinculada do obreiro e, ainda, a expedição de alvará para seguro--desemprego. Não custa tentar! � � Você também poderia ter pedido a reintegração e, na impossibilidade, a indenização estabilitária. Ou já justificar a impossibilidade de reintegração e pedir a indenização estabilitária. Em caso de dispensa sem justa causa por iniciativa do empregador, é possível pedir judicialmente a reintegração ao emprego, com o pagamento de todas as verbas que deixou de receber durante esse período. Normalmente, quando a dispensa é ilegal, por desrespeito a esse período de estabilidade, é conferido o direito de rein- tegração no emprego. Entretanto, há casos em que essa reintegração não é aconse- lhável, em decorrência da quebra da confiança mútua entre empregado e empregador. Mais dicas para sintetizar a ideia: Deverá requerer a responsabilidade civil do empregador que, na hipótese apresentada, envolverá indenização pelos danos materiais (arts. 186, 927 e 949, todos do CC), morais (arts. 223-B, 223-C ou 223-G, todos da CLT, e arts. 186 e 927, ambos do CC) e estéticos (arts. 223-B, 223-C ou 223-G, todos da CLT, ou arts. 186 ou 927, ambos do CC). Deverá requerer o FGTS dos três meses de afastamento, porque o evento foi um acidente de trabalho, conforme art. 15, § 5º, da Lei n. 8.036/1990. Deverá requerer a reintegração, porque o ex-empregado possui estabilidade/garantia no emprego em virtude do acidente do trabalho, conforme o art. 118, da Lei n. 8.213/1991, e a Súmula 378, inciso II, do TST. Deverá requerer o restabelecimento do plano de saúde, conforme a Súmula 440 do TST. Deverá requerer a concessão de tutela de urgência, evidência ou provisória para a reintegração imediata e restabelecimento incontinente do plano de saúde. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Se você gostou do nosso material, dê um feedback positivo. Qualquer dúvida, conte comigo no Fórum do Aluno. Bons estudos! 11. resolução dA provA do xxxvii exAme de ordem uniFicAdo (provA AplicAdA em 30/04/2023) PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL Questão da prova: Ronaldo Lourenço, auxiliar de escritório, trabalhou nesta função para a sociedade empresária Inventários Empresariais Ltda., no período de 20/01/2018 a 08/03/2023. A ex-empregadora atualmente tem, na sua composição societária, dois sócios, Lúcio Gonçal- ves e Antônio Amarante, cada um com 50% das cotas, conforme modificação do contrato social averbada nos órgãos competentes, em 30/01/2018. A modificação do contrato social deu-se em virtude da retirada da sociedade do sócio Jorge Machado, que alienou suas cotas para Antônio Amarante. Após ser dispensado Ronaldo Lourenço ingressou com reclamação trabalhista em face de Inventários Empresariais. Ltda., Lúcio Gonçalves, Antônio Amarante e Jorge Machado, tendo juntado, com a petição inicial, os contratos sociais da sociedade em- presária Inventários Empresariais Ltda. alegando receio de eventuais dificuldades em futura execução, já que o ramo de inventários comerciais passa por momento de dificuldades eco- nômico financeiras, em razão das ferramentas tecnológicas disponíveis. A ação foi distribuída no dia 15/03/2022 para a 85ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ sob o número 0123- 12.2022.5.01.0085. Na inicial Ronaldo Lourenço aduz que trabalhava de segunda a sexta-feira das 8h às 17h, quando trabalhava na sede da empresa. Porém, três vezes por semana, os inventários eram realizados em clientes de outros municípios. Nestes dias, Ronaldo apresen- tava-se às 8h na sede da empresa, horário em que saía um ônibus com vários funcionários para o destino final. O inventário era realizado em média das 10h às 14h, sendo certo que, às 17h, o ônibus já estava de volta à sede da empresa com os funcionários. Por conta destas situações, pretende adicional de transferência, em razão do trabalho em outros municípios. Ronaldo residia e reside em local distante da sede da empresa, razão pela qual necessitava de dois ônibus para chegar ao centro da cidade, onde estava localizada a sede da empresa. Assim sendo, por residir em local de difícil acesso, requer o pagamento de horas in itinere. O trabalho de Ronaldo consistia na coleta de dados, notadamente a quantidade de mercadorias, o que obtinha por informação pessoal e telefônica dos funcionários dos clientes. Munido des- sas informações, Ronaldo lançava a quantidade em um programa específico, que comparava estes dados com os de anos anteriores. Por conta disso, aduziu que tinha, em parte da jornada, funções similares às de digitador, razão pela qual requereu intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados. Pelas mesmas razões Ronaldo pleiteia receber um plus salarial de 30%, alegando acúmulo de função de auxiliar de escritório e digitador. A audiência desta reclama- ção trabalhista foi designada para odia 21/03/2022 e seu cliente recebeu a notificação citató- ria no dia 18/03/2022, sendo certo que na data da audiência seu cliente não poderá participar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela da audiência, dado que já tem compromisso profissional assumido para a mesma data e hora, sendo certo que em razão da proximidade da data não tem como nomear procurador ou alterar seu compromisso. Você, como advogado(a), foi procurado por Jorge Machado para defendê-lo nessa ação trabalhista. Elabore a peça prático-profissional pertinente, de forma fundamenta- da, capaz de defender os interesses do seu cliente na demanda, ciente de que inexiste norma coletiva regente entre a sociedade empresária e seus empregados. (Valor: 5,00) RESPOSTA DA PROFESSORA: A peça correta é CONTESTAÇÃO. A questão tem relação com a ilegitimidade passiva de um dos sócios e é nessa linha que deve ser feita a redação da defesa. Por isso, em sede preliminar (e reiterado no mérito) deve sustentar a ilegitimidade passiva ad causam a exclusão do ex- sócio Jorge Machado, com o argumento de que ele não faz mais parte da sociedade há mais de dois anos da averbação da alteração do contrato social, nos termos do Art. 10-A da CLT, com a consequente extinção do feito, sem resolução do mérito, em relação a ele, conforme o Art. 485, inciso VI, do CPC. Reitere que a averbação foi devidamente regular gerando efeitos jurídicos. A parte processual de pedido de redesignação da audiência deve ser feita, até pela impossi- bilidade do cliente comparecer e não ser prejudicado com uma revelia. Deve alegar que não houve o interstício mínimo de cinco dias entre a notificação e a audiência, como exige o Art. 841 da CLT. Ao entrar no mérito, deve-se argumentar os seguintes pontos, em nome do princípio da im- pugnação especificada dos fatos: 1) pedir a improcedência do pedido de adicional de transfe- rência, pois o autor não foi tecnicamente transferido, já que não houve mudança de domicílio, conforme o Art. 469 da CLT. Enfatizar que não houve mudança territorial exigida por lei. 2) pedir a improcedência das horas in itinere, pois revogado pela Reforma Trabalhista e que o tempo de deslocamento entre a residência e o posto de trabalho não é mais considerado tempo à disposição do empregador, na forma do Art. 58, § 2º, da CLT 3) pedir a improcedência do pe- dido de intervalos equivalentes ao digitador, pois o reclamante confessou expressamente não realizava cálculos, tampouco digitava de forma contínua, razão pela qual improcede o pedido na forma do Art. 72 da CLT e da Súmula 346 do TST. Afirmar que não havia habitualidade na prestação dessa atividade narrada na inicial, desconfigurando qualquer pedido com equipara- ção a digitador., não sendo este o objetivo do contrato de trabalho. 4) pedir a improcedência do pedido de diferença salarial por acúmulo de função, já que a atividade de primordial do autor era realizar inventários e inserir dados nos programas de informática, não havendo na sua atividade a função de digitador, estando as atividades inseridas na sua função, conforme Art. 456, parágrafo único, da CLT. Alegar que não existia qualquer descompasso com as fun- ções desempenhadas principais e que a jurisprudência do TST não confere acúmulo de função quando se trata de atividades complementares que não destoam da função principal. Deverá ser formulado o pedido de honorários advocatícios na forma do art. 791-A da CLT. A peça não O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 50 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela deveria ser assinada e deve constar apenas data e a palavra “advogado”. Perceba que o dire- cionamento da peça deve ser na Vara do RJ apontada na questão. 001. Nelson era técnico de produção na sociedade empresária Horta Saudável Ltda., ganhan- do o valor correspondente a 3 salários-mínimos mensais. Nelson, ao completar 1 ano de tra- balho, acertou com o empregador o aproveitamento das suas férias 2018/2019 em 3 períodos de 10 dias cada, ficando acordado que a fruição desses períodos deveria ocorrer dentro do período concessivo. O acerto foi observado, tendo Nelson recebido integralmente o terço cons- titucional das férias, dois dias antes de aproveitar o primeiro período de 10 dias de férias. Em janeiro de 2020, ao retorno do terceiro e último período de férias, Nelson foi dispensado, sem justa causa, mas não recebeu suas verbas rescisórias. Por essa razão, ajuizou reclamação tra- balhista pelo rito ordinário, requerendo o pagamento das verbas rescisórias devidas, mas não apresentou os valores respectivos pretendidos. Diante da narrativa apresentada e dos termos da CLT, responda às indagações a seguir. A) O fracionamento das férias, no caso apresentado, é válido? Justifique. (Valor: 0,65) B) Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária, indique a preliminar que você suscitaria pelo fato de não haver liquidação nem indicação de valores. Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre férias. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT. A) O fracionamento realizado é inválido, porque a CLT determina que no caso de as férias serem aproveitadas em 3 períodos, 1 deles não pode ser inferior a 14 dias, conforme o Art. 134, § 1º, da CLT. Na ques- tão, houve apenas aproveitamento de 10 dias. Assim, esse contrato não tem validade jurídica, ensejando o pagamento regular das férias em dobro. B) Com a Reforma Trabalhista, os valores da petição inicial quanto aos pedidos devem ser todos liquidados. Percebe-se que, no caso em apreço, o advogado do autor não fez a apresentação dos valores. Assim, na contestação, deve o advogado apresentar uma preliminar, baseando-se na inépcia do pedido, pois não obedecida a CLT: Art. 840, §§ 1º ou 3º, da CLT. Obs: não se ganha pontos na transcrição dos dispositivos, bastando indicá-los. 002. O sindicato dos empregados na indústria têxtil e o sindicato dos empregadores não che- garam a um acordo em sede de negociação coletiva, e estão de comum acordo em judicializar a questão. Assim, encontra-se ainda em vigor a convenção coletiva anterior, cujo termo final se aproxima. O sindicato dos empregados, desejando ver mantidas as conquistas da categoria sem solução de continuidade e com previsão em eventual nova norma coletiva, consulta você, como advogado(a), sobre os itens a seguir. A) A fim de atender ao interesse da categoria dos empregados, admitindo a hipótese de total inviabilidade de consenso na negociação coletiva, nos termos do enunciado, afastada a possibilidade de Protesto Judicial, qual a medida judicial O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 51 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a ser adotada, esclarecendo o prazo para tanto? Justifique. (Valor: 0,65) B) Caso o sindicato dos empregadores desejasse incluir cláusula na convenção coletiva por meio da qual haveria redução do número de diasde férias em casos de licença não remunerada, observados os termos da CLT em vigor, que tese jurídica você desenvolveria para defesa da classe trabalhadora? Jus- tifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre direito coletivo do trabalho. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT. A) Como as partes não tiveram um consenso entre si, não resta outra alter- nativa que instaurar o dissídio coletivo no prazo legal de 60 dias que antecedem o termo final da norma em vigor, conforme o Art. 616, § 3º, da CLT B) As férias são direitos que fazem parte do patamar civilizatório mínimo, razão pela qual seu número de dias legais e suas situações de venda de férias (abono), remuneração (o terço constitucional) e, ainda, a quantidade de dias que podem ser fracionados. Assim, o legislador não permite a negociação por convenção ou acordo coletivo de trabalho e isso se apresenta no Art. 611-B, inciso XI, da CLT, deverá ser alegado que expressamente afirma ser vedado à norma coletiva dispor acerca da redução do número de dias de férias. 003. Em determinada reclamação trabalhista, o juiz julgou procedente, em parte, o pedido e, atendendo a requerimento do autor, formulado na petição inicial, concedeu, na sentença, o bloqueio imediato de patrimônio da sociedade empresária até o limite de R$ 50.000,00 para garantir o resultado útil do processo. Dessa sentença ambas as partes interpuseram recurso. Considerando a situação retratada, as normas da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir. A) Que medida você, como advogado(a) da sociedade empresá- ria, utilizaria para tentar evitar o bloqueio imediato do numerário determinado na sentença? Justifique. (Valor: 0.65) B) Considerando que ambas as partes recorreram da sentença, que prazo a sociedade empresária teria para apresentar contrarrazões ao recurso do reclamante? Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre direito coletivo do trabalho. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT e a jurisprudência do TST. A) A sociedade empresária deverá dirigir requeri- mento de efeito suspensivo ao recurso ordinário ao tribunal, ao relator, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, na forma da Súmula 414, inciso I, do TST, alegando o pre- juízo financeiro que o bloqueio pode ocasionar no desempenho da atividade empresarial e no cumprimento de obrigações trabalhistas com os demais funcionários: Súmula nº 414 do TST MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. B) O prazo de contrarrazões é o mesmo do recurso, portanto de 8 dias, na forma do Art. 900 da CLT. Mesmo ofertando recurso, será inti- mado para contrarrazoar o recurso da parte adversa. 004. O magistrado, em determinada execução trabalhista, ativou todas as ferramentas ele- trônicas requeridas pelo exequente, mas não teve sucesso no bloqueio de patrimônio. Assim, o magistrado intimou o credor a dar andamento ao feito, mas este quedou-se inerte, e, por isso, o juiz determinou a remessa dos autos ao arquivo provisório (arquivo sem baixa). Um ano depois, o magistrado declarou de ofício a prescrição intercorrente, declarando extinta a execução pela inércia do credor. Considerando a situação retratada e os termos da CLT, como advogado(a) do exequente responda aos itens a seguir. A) Que medida judicial você utilizaria para tentar reverter a decisão? Justifique. (Valor: 0,65) B) Na medida judicial a ser utilizada, que tese você apresentaria para tentar afastar a prescrição intercorrente? Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre execução trabalhista, bastando a análise da CLT para resolver. A) O re- curso a ser interposto pelo exequente é o agravo de petição, porque a decisão foi tomada no bojo de uma execução, na forma do Art. 897, alínea a, da CLT. Veja que na execução, temos um recurso específico e se chama AGRAVO DE PETIÇÃO, no prazo de oito dias úteis da intimação da decisão. B) A tese a a ser apontada ao juiz é de que a prescrição intercorrente para se con- figurar exige a paralisação do processo por 2 anos, conforme o Art. 11-A da CLT. No caso em comento, a questão versa que o processo permaneceu paralisado por 1 ano e, portanto, não comporta prescrição intercorrente, devendo a execução prosseguir no seu trâmite regular. 12. o pApel do preposto no processo do trAbAlho pArA As provAs sub- jetivAs O preposto em audiência trabalhista é responsável por representar a empresa, e suas de- clarações podem comprometer e responsabilizar a empresa de acordo com a situação. Com a Reforma Trabalhista, não precisa mais o preposto ser empregado na empresa. A ausência do preposto na audiência implicará confissão ficta e revelia, prejudicando o empregador. A Reforma Trabalhista acrescentou o § 3º no art. 843 da CLT, permitindo que a empresa seja representada por qualquer pessoa, empregado ou não, desde que tenha conhecimento dos fatos. Para permitir a representação da empresa pelo preposto, o mesmo deve ser autorizado junto à Justiça do Trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 53 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela A Carta de preposição é o documento que outorga o poder de representação ao preposto. Por isso, o profissional deve apresentar este documento na primeira ocasião do compareci- mento em juízo. O PULO DO GATO É imprescindível que o preposto da audiência trabalhista tenha conhecimento dos fatos abor- dados, não necessariamente por ter presenciado o mesmo, mas por informações que porem ter chegado ao seu conhecimento. O preposto, como figura parcial, defende os interesses de quem representa. Em resumo sobre o preposto é importante levar isso para as provas objetivas: 1) Não é necessário que o mesmo tenha presenciado os fatos; 2) A empresa pode ser representada por qualquer pessoa, desde que a mesma tenha conhecimento dos fatos; 3) É necessária uma carta de preposição que autoriza junto a justiça do trabalho, para que o preposto represente a empresa. 13. resolução dAs Questões dA 2ª FAse do xxxviii exAme de ordem uniFicAdo (setembro/2023) 001. Douglas ajuizou, em 2022, ação contra seu ex-empregador, a sociedade empresária Serra- lheria Milenar Ltda., postulando FGTS não depositado, adicional noturno, indenização por dano moral e horas extras. Designada audiência, as partes conciliaram no valor de R$ 60.000,00, a ser pago em 10 parcelas de R$ 6.000,00, com a 1ª parcela para 30 dias após. O acordo foi ho- mologado em ata pela juíza que presidiu os trabalhos. A pedido da sociedade empresária, foi estipulado que todo valor pago seria a título de indenização por dano moral. Cinco dias após, o autor peticionou nos autos dizendo que se arrependeu do acordo, manifestando desistência da conciliação, porque um colega em situaçãosemelhante havia recebido valor muito superior. Como ainda não havia recebido nenhuma parcela, requereu a remarcação da audiência para instrução ou, caso o juízo se negasse, que recebesse a petição como recurso ordinário. Diante da situação retratada e dos termos da CLT, responda aos itens a seguir. A) Caso a magistrada concedesse vista da petição à reclamada, que tese jurídica processual você, na condição de advogado(a), sustentaria em defesa da sociedade empresária? Justifique. (Valor: 0,65) B) No caso apresentado, alguma entidade pública precisa ser intimada do acordo homologado judi- cialmente? Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre acordo e seus efeitos. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT e a ideia de coisa julgada. A) Existiu coisa julgada nos autos, razão pela qual não cabe ao autor questionar, na medida em que não existiu vício de consentimento e sim, mero ar- rependimento. A coisa julgada é exatamente para garantir a segurança jurídica nas relações. O O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 54 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela único que pode recorrer, no caso, é a União. Aplica-se, ainda, o teor do art. 831 da CLT e súmula 259 do TST, sentenças homologatórias são irrecorríveis, transitando em julgado de imediato. O acordo faz coisa julgada na data da homologação. B) A União pode recorrer, conforme o teor do art. 833, § 4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que conte- nham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei n. 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos. § 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o § 3º deste artigo. § 6º O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União. Obs.: não se ga- nha pontos na transcrição dos dispositivos, bastando indicá-los. 002. Uma determinada categoria profissional acertou, em convenção coletiva com a categoria econômica, que a jornada de trabalho dos empregados passaria a ser, a partir de fevereiro de 2023, de 4 horas diárias durante os 7 dias da semana. Em contrapartida, os trabalhadores não teriam repouso semanal remunerado, pois mesmo sem o repouso, a jornada seria de 28 horas semanais, inferior ao módulo constitucional. Considerando esses fatos e o que dispõe a CLT, responda às indagações a seguir. A) Quanto à supressão do repouso semanal remunerado, a norma coletiva é válida? Justifique. (Valor: 0,65) B) Se seu cliente, empregado dessa sociedade empresária, considerasse injusta a cláusula e quisesse anulá-la judicialmente, contra quem deveria ajuizar a ação? Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre direito coletivo do trabalho e aplicação dos artigos 611 – A e 611 – B da CLT. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT. A) Não poderia existir a supressão do repouso remunerado, conforme se depreende da CLT no art. 611 – B, em que constituem ob- jeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supres- são ou a redução dos seguintes direitos: inciso IX repouso semanal remunerado (…). Diante disso, a supressão desse direito fere o patamar civilizatório mínimo, sendo considerado direito de indisponibilidade absoluta. A norma coletiva é ILÍCITA. Pode-se mencionar, ainda, o art. 7º da CF/88. B) O trabalhador sozinho não tem legitimidade ativa ad causam para ação anulató- ria direta contra o sindicato e a empresa, porém, em ação individual trabalhista pode suscitar, incidentalmente, a nulidade da cláusula. Ou então fazer uma ação anulatória em litisconsorte necessário com o sindicato nos termos do art. 611 – A, §5º da CLT. 003. Você advoga para um médico que ajuizou reclamação trabalhista em face de uma orga- nização social da saúde, empregadora, Hospital Brasileiro de Bons Cuidados, o qual prestou serviços para a União, também ré nesta reclamação trabalhista, sendo que, além de contestar sua legitimidade no polo passivo, aduz serem indevidos honorários advocatícios em caso de sucumbência por se tratar de ente de direito público. Seu cliente foi dispensado enquanto o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 55 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela contrato entre os réus ainda estava ativo. Ao longo de todo o contrato, a União jamais efetuou qualquer tipo de fiscalização do cumprimento de direitos trabalhistas, o que foi admitido em sede de defesa como fato incontroverso, portanto. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. A) Que tese jurídica você deverá sustentar na ação para obter a condenação da União? Justifique. (Valor: 0,65) B) Que tese jurídica você deverá sustentar para o seu pleito de honorários de advogado em relação à segunda ré? Justifique. (Valor: 0,60) A questão versa sobre responsabilização subsidiária do ESTADO e, ainda, honorários advo- catícios. Logo, o candidato deve estar atento ao disposto na CLT e a jurisprudência do TST e do STF A) Pelo atual entendimento do STF, não cabe condenação automática contra o ente público. Assim, a tese do autor é que se configurou eventual conduta culposa na fiscalização das obrigações trabalhistas de prestadora de serviços, para fins de responsabilização subsidi- ária da Administração Pública, em virtude da tese firmada no RE 760.931 (Tema 246). E, deve pedir responsabilização subsidiária do ente público, com base na Súmula 331, IV do TST. Pode também indicar a Lei da terceirização caso queira – Lei 6019/74 que trata da responsabiliza- ção subsidiária. B) Deve-se utilizar o dispositivo da CLT que afirma existir honorários sucum- benciais mesmo contra a Fazenda Pública, sendo declarado o dispositivo constitucional pelo STF: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. § 1o Os honorários são devi- dos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. 004. Um decreto municipal determinou que a rua em que funcionava uma oficina mecânica deveria ser fechada para a circulação de veículos, considerando-a como área de lazer. Essa medida tornou impossível a continuidade dos negócios da oficina e acarretou o encerramento das suas atividades. O empregador quitou as rescisões dos contratos de trabalho dos em- pregados, sem, contudo, pagar a multa rescisória. Em razão disso, houve o ajuizamento de reclamação trabalhista de um ex-empregado requerendo o pagamento da multa rescisória e da multa do Art. 477 da CLT. A sentença julgou procedente o pedido da multa rescisória e im- procedente o pedido da multa do Art. 477 da CLT. Inicialmente a parte ré se conformou com a decisão. Porém, a parte autora recorreu e o processo encontra-se no prazo de resposta deste recurso da parte autora. Diante destes fatos, na qualidade de advogado da oficina mecânica ré, responda aos itensa seguir. A) Qual a tese jurídica a ser defendida para o não pagamento da indenização rescisória dos contratos? Justifique. (Valor: 0,65) B) Qual a medida processual a ser adotada para viabilizar o reexame da sentença de procedência quanto ao deferimento do pedido de pagamento da multa rescisória? Justifique. (Valor: 0,60) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 56 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela A questão versa sobre rescisão do contrato de trabalho. A) Aplica-se a tese do FATO DO PRÍN- CIPE, conforme o teor do art.486 da CLT, pois houve ato do poder público que impossibilitou a continuidade da atividade e isso seria a justificativa para o não pagamento. B) A parte pode apresentar contrarrazões ou o recurso ordinário adesivo no prazo de 8 dias úteis. O recurso adesivo é possível pois houve sucumbência recíproca. Usar a súmula 283 do TST. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 57 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RESUMO 1) Na relação de emprego o trabalho prestado tem caráter infungível, pois quem o executa deve realizá-lo pessoalmente, não podendo fazer-se substituir por outra pessoa, salvo se, ex- cepcionalmente, o empregador concordar. 2) Substituições eventuais com o consentimento do empregador ou substituições previs- tas e autorizadas por lei ou por norma coletiva, como, por exemplo, férias, licença gestante, são válidas e não afastam a característica da pessoalidade. 3) Na relação de emprego, há subordinação jurídica do empregado ao empregador, ou seja, a relação de dependência decorre do fato de que o empregado transfere ao empregador o poder de direção e este assume os riscos da atividade econômica, passando a estabelecer os contornos da organização do trabalho do empregado (poder de organização), a fiscalizar o cumprimento pelo empregado das ordens dadas no exercício do poder de organização (poder de controle), podendo, em caso de descumprimento pelo empregado das determinações, im- por-lhe as sanções previstas no ordenamento jurídico (poder disciplinar). 4) Relação de emprego não é gratuita ou voluntária, ao contrário, haverá sempre uma pres- tação (serviços) e uma contraprestação (remuneração). Assim, podemos afirmar que onerosi- dade caracteriza-se pelo ajuste da troca de trabalho por salário. O que importa não é o quantum a ser pago, mas, sim, o pacto, a promessa de prestação de serviço de um lado e a promessa de pagamento do salário de outro lado, e o fato de o empregador deixar de pagar o salário não afasta a existência de onerosidade. 5) Existe a OJ 199 do TST e uma notícia ao final do material: 199. JOGO DO BICHO. CON- TRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico. Consequência: a relação de trabalho não é preservada para os efeitos trabalhistas e previdenciários. 6) No trabalho proibido, temos claramente a preservação dos direitos trabalhistas e previ- denciários. É o caso do trabalho em condição insalubre, perigosa e noturna para os menores de 18 anos. 7) Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. 8) A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei que estamos estudan- do caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. 9) O estagiário é diferente do menor aprendiz. O menor aprendiz tem uma relação de em- prego, aplicando-se as regras trabalhistas e previdenciárias. O estagiário é segurado facultati- vo da Previdência Social e o menor aprendiz é segurado obrigatório da Previdência Social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 58 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 10) As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio. 11) O trabalhador avulso, aquele contratado com intervenção obrigatória do sindicato ou do órgão gestor de mão de obra (OGMO), equipara-se ao trabalhador com vínculo emprega- tício, configurando exceção, pois possui todos os direitos trabalhistas inerentes à relação de emprego. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 59 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela MAPAS MENTAIS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL Qualificação das partes Endereçamento do juízo Não assine a peça processual Documentação essencial Se existe pedido de tutela provisória - narrativa dos pressupostos Correspondente dispositivo legal e súmulas / OJ do TST Narrativa dos fatos em frases curtas, diretas e objetivas Pedidos Citação ELABORAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL Valor da causa tem que constar Raciocinar o que é pedido declaratório, obrigação de fazer e pedido condenatório Capricho nas provas que o examinador já te proporciona no enunciado da questão Cuidado com os endereçamentos Pedidos: pedir a procedência dos pedidos. Não se pede procedência da ação. Fundamentação jurídica: usar corretamente os dispositivos constitucionais, da CLT, da legislação e das súmulas dos Tribunais Superiores Sinopse fática: trazer os fatos principais Pedir gratuidade judicial e honorários advocatícios O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 60 de 61www.grancursosonline.com.br Petição Inicial DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011. Bernardes, Felipe. Manual de processo do trabalho. 3a edição. Salvador: Juspodivm, 2021. BRASIL. Código Civil Brasileiro. Brasília: Senado, 2002. BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Brasí- lia: Senado, 1943. BRASIL. Constituição (1988). Constituiçãoda República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. BRASIL. Lei Complementar n. 150 DE 01.06.2015 (regulamenta o trabalhador doméstico). BRASIL. Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Estatuto do Índio. BRASIL. Lei n. 5.889, De 8 De Junho De 1973. Lei do Trabalhador Rural. ______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.stf.jus.br _______Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.tst. jus.br CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2019. DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017. Maria Rafaela Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua- ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 5.889-1973?OpenDocument http://www.stf.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JANAINA DA SILVEIRA BILHALVA RODRIGUES - 01082576069, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Apresentação Petição Inicial 1. Petição Inicial: Como Fazer? O Passo a Passo 2. Petição Inicial: Como já Foi Cobrado na Prova da OAB? 3. Petição Inicial: Resolução de uma Prova já Cobrada na Prova da OAB 4. Petição Inicial: Peça Inédita e Dicas de Resolução 5. Direito Material: a Relação de Emprego e Dicas Doutrinárias Essenciais para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas 6. Resolução de Questões da Prova de 2021 7. Enunciado das Questões da Prova Prática Processual de 2019 8. Resolução de Questões da Prova de 2022 9. Enunciado e Dicas de Resolução das Questões da Prova Prática Processual de 2021.2 10. Enunciado e Dicas de Resolução das Questões da Prova Prática Processual de 2022 11. Resolução da Prova do XXXVII Exame de Ordem Unificado (Prova Aplicada em 30/04/2023) 12. O Papel do Preposto no Processo do Trabalho para as Provas Subjetivas 13. Resolução das Questões da 2ª Fase do XXXVIII Exame de Ordem Unificado (Setembro/2023) Resumo Mapas Mentais Referências AVALIAR 5: Página 61: