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<p>1</p><p>88</p><p>2</p><p>88</p><p>Sumário</p><p>Prática Trabalhista - Petição Inicial .................................................................................................... 4</p><p>1 - Considerações Iniciais .............................................................................................................. 4</p><p>2 – Organização da Justiça do Trabalho ....................................................................................... 4</p><p>3 – Processo e Procedimento ........................................................................................................ 6</p><p>3.1 – Aspectos Iniciais ................................................................................................................ 6</p><p>3.2 – Procedimento – Ritos Processuais .................................................................................... 6</p><p>4 - Reclamação Trabalhista .......................................................................................................... 10</p><p>4.1 – Aspectos Gerais .............................................................................................................. 10</p><p>4.2 – Competência Material e Territorial – R.T ........................................................................ 12</p><p>4.3 - Identificação da Peça Prático Profissional – R.T .............................................................. 17</p><p>4.4 – Esqueleto da Peça Prático Profissional – R.T .................................................................. 18</p><p>5 – Mandamentos da Prof.ª ......................................................................................................... 28</p><p>5.1 – Qualificação – Ficarás Atento ......................................................................................... 28</p><p>5.2 – Verbas Rescisórias – Decorarás ....................................................................................... 30</p><p>5.4 – Requerimentos Finais – Te atentarás! ............................................................................. 33</p><p>5.4 – Preliminares – Não te Preocuparás! ................................................................................ 34</p><p>5.5 – Reflexos – Não temerás! ................................................................................................. 35</p><p>6 – Banco de Teses Jurídicas – R.T ............................................................................................. 36</p><p>6.1 – Teses Jurídicas ................................................................................................................ 36</p><p>6.2 – Tese: Dano Patrimonial e Extrapatrimonial ..................................................................... 50</p><p>6 - Peça Prático-Profissional – XII Exame de Ordem ................................................................... 56</p><p>3</p><p>88</p><p>7 - Peça Prático Profissional – XIV Exame de Ordem – Adaptado ............................................. 58</p><p>8 - Peça Prático Profissional – XX Exame de Ordem - Adaptado ............................................... 65</p><p>9 - Peça Prático Profissional (Autoral) .......................................................................................... 68</p><p>10 - Peça Prática – Enunciado – XXVII Exame de Ordem ........................................................... 72</p><p>4</p><p>88</p><p>PRÁTICA TRABALHISTA - PETIÇÃO INICIAL</p><p>1 - Considerações Iniciais</p><p>A petição inicial no Direito do Trabalho é verificada, principalmente, na peça processual</p><p>denominada Reclamação Trabalhista, revelando-se como uma das peças mais importantes neste</p><p>estudo para segunda fase da OAB.</p><p>Devemos relembrar que a Banca Examinadora da OAB/FGV, até o presente momento, exigiu dos</p><p>alunos o conhecimento de apenas cinco modelos de peças prático profissionais, quais sejam:</p><p>Reclamação Trabalhista, Contestação, Recurso Ordinário, Embargos à Execução, Embargos de</p><p>Terceiro e Ação de Consignação em Pagamento.</p><p>Logo, a Reclamação Trabalhista, Contestação e o Recurso Ordinário têm se tornado as peças</p><p>preferidas dos examinadores no Exame de Ordem, o que faz com que tenhamos que ter total</p><p>atenção a este tópico.</p><p>Antes de aprofundarmos o estudo, devemos lembrar que a CLT não regula especificamente todos</p><p>os aspectos processuais das peças prático-profissionais, motivo pelo qual os aplicadores do direito</p><p>devem utilizar o Código de Processo Civil de forma subsidiária e supletiva sempre que as normas</p><p>processuais forem compatíveis, conforme prevê o artigo 769 da CLT e o artigo 15 do CPC. Por</p><p>outro lado, com relação ao direito comum, este deve ser aplicado ao direito do trabalho sempre</p><p>que presente uma lacuna, independentemente de compatibilidade, já que, pela Teoria do Diálogo</p><p>das Fontes, o direito é uma unidade, o que vem a casar com a alteração promovida pela reforma</p><p>trabalhista em seu artigo 8º, parágrafo primeiro, da CLT.</p><p>Por fim, veja que a Reclamação Trabalhista seguirá os ritos próprios do Processo do Trabalho. Sua</p><p>fundamentação legal está prevista no artigo 840, parágrafo 1º, da CLT, cumulado com o artigo</p><p>319 do CPC/15, este aplicado supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho por força do</p><p>artigo 769 da CLT e do artigo 15 do CPC/15.</p><p>2 – Organização da Justiça do Trabalho</p><p>Antes de qualquer aprofundamento quanto à competência trabalhista, identificação e estrutura da</p><p>Reclamação Trabalhista, devemos relembrar da organização da Justiça do Trabalho, a qual se</p><p>estrutura da seguinte forma, conforme artigo 111 da CF/1988:</p><p>5</p><p>88</p><p>Dessa forma, a Justiça do Trabalho é dividida em três graus de jurisdição:</p><p>ü 1º Grau: Juízes do Trabalho (exercem sua jurisdição nas Varas do Trabalho);</p><p>ü 2º Grau: Tribunal Regional do Trabalho – TRT;</p><p>ü 3º Grau: Tribunal Superior do Trabalho – TST (composto por 27 Ministros).</p><p>O Tribunal Regional do Trabalho é composto por, no mínimo, sete juízes, sendo que, em regra,</p><p>haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho por Estado, com algumas exceções previstas</p><p>em lei.</p><p>A fim de aprofundar o conhecimento, vale tomar nota do artigo 674 da CLT:</p><p>Art. 674 - Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é</p><p>dividido nas oito regiões seguintes:</p><p>1ª Região - Estados da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;</p><p>2ª Região - Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso;</p><p>3ª Região - Estados de Minas Gerais e Goiás e Distrito Federal;</p><p>4ª Região - Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina;</p><p>5ª Região - Estados da Bahia e Sergipe;</p><p>6ª Região - Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte;</p><p>7ª Região - Estados do Ceará, Piauí e Maranhão;</p><p>8ª Região - Estados do Amazonas, Pará, Acre e Territórios Federais do Amapá,</p><p>Rondônia e Roraima.</p><p>6</p><p>88</p><p>Parágrafo único. Os tribunais têm sede nas cidades: Rio de Janeiro (1ª Região), São</p><p>Paulo (2ª Região), Belo Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador (5ª</p><p>Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região) e Belém (8ª Região).</p><p>Já com relação ao Tribunal Superior do Trabalho – TST, há órgãos que compõem a sua própria</p><p>estrutura, sendo eles:</p><p>§ Tribunal Pleno;</p><p>§ Órgão Especial;</p><p>§ Seção Especializada em Dissídio Coletivo;</p><p>§ Seção Especializada em Dissídio Individual – Dividida em duas Subseções; e</p><p>§ Turmas.</p><p>Partindo desta premissa inicial, você já deve saber que as ações com natureza jurídica de Petição</p><p>Inicial poderão ser iniciadas na Vara do Trabalho e até mesmo em sede de Tribunais. Claro, a</p><p>Reclamação Trabalhista propriamente dita sempre iniciará com o Juiz do Trabalho (Vara do</p><p>Trabalho), ou ainda, com o Juiz de Direito, quando não houver Varas do Trabalho existentes em</p><p>determinada localidade.</p><p>Então, desde já, saiba que são de competência originária do Tribunal: Ação Rescisória, Cautelar,</p><p>Mandado de Segurança e Dissídio Coletivo.</p><p>3 – Processo e Procedimento</p><p>3.1 – Aspectos Iniciais</p><p>Conforme</p><p>de vida e no dano à</p><p>vida de relações. Em outras palavras,</p><p>o dano existencial se alicerça em 2 (dois)</p><p>eixos: de um lado, na ofensa ao projeto de</p><p>vida, por meio do qual o indivíduo se volta</p><p>à própria autorrealização integral, ao</p><p>direcionar sua liberdade de escolha para</p><p>proporcionar concretude, no contexto</p><p>espaço-temporal em que se insere, às</p><p>metas, objetivos e idéias que dão sentido à</p><p>sua existência; e, de outra banda, no</p><p>prejuízo à vida de relação, a qual diz</p><p>respeito ao conjunto de relações</p><p>interpessoais, os mais diversos ambientes e</p><p>contextos, que permite ao ser humano</p><p>estabelecer a sua história vivencial e se</p><p>desenvolver de forma ampla e saudável, ao</p><p>comungar com seus pares e experiência</p><p>humana, compartilhando pensamentos,</p><p>sentimentos, emoções, hábitos e reflexões,</p><p>aspirações, atividades e afinidades, e</p><p>crescendo, por meio do contato contínuo</p><p>(processo de diálogo e de dialética) em</p><p>44</p><p>88</p><p>torno da diversidade de ideologias,</p><p>opiniões, mentalidades, comportamentos,</p><p>culturas e valores ínsita à humanidade.”</p><p>#DICA 10</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Estabilidade Quando o empregado for detentor de</p><p>estabilidade, deve-se pleitear a reintegração</p><p>ao emprego, ou, alternativamente, a</p><p>conversão em indenização, como se verifica</p><p>no exemplo abaixo:</p><p>“Diante do exposto, requer-se a</p><p>reintegração do Reclamante com a</p><p>condenação da reclamada no pagamento</p><p>dos salários vencidos, ou, caso não seja esse</p><p>o entendimento de Vossa Excelência, requer</p><p>seja a Reclamada condenada ao pagamento</p><p>dos salários vencidos e vincendos, além da</p><p>incidência do 13º salário, férias + 1/3, FGTS</p><p>e multa de 40% desse período.”</p><p>-------------------------------</p><p>Atenção 01: As principais estabilidade que devemos destacar neste momento para fins de pedido</p><p>de reintegração ou indenização substitutiva são:</p><p>§ Gestante: Art. 10, II, "b", da ADCT e Súmula n. 244, do TST;</p><p>§ Membro da CIPA: Art. 164, 165, §5º, da CLT e Art. 10, II, "a", da CLT;</p><p>§ Membro da CCP: Art. 625-B, §1º, da CLT;</p><p>§ Dirigente Sindical: Art. 8, VIII, da CLT; Art. 543, §3º, da CLT; Súmula n. 369 e 379, do TST;</p><p>e Súmula n. 197 do STF;</p><p>§ Acidente do Trabalho: Art. 118, da Lei n. 8213/91; Súmula n. 32, 378 e art. 12 da Lei n.</p><p>8213/91.</p><p>Atenção 02: Vale lembrar que devemos requisitar uma tutela antecipada sempre que estivermos</p><p>diante de uma situação de urgência, como nas hipóteses de estabilidades provisórias, acima</p><p>mencionadas.</p><p>Ou seja, em caso de urgência, torna-se possível requerer uma tutela provisória, na modalidade de</p><p>tutela antecipada, ou ainda, de tutela cautelar.</p><p>45</p><p>88</p><p>Mas, lembre-se que quando o objetivo for antecipar o mérito em si, ou seja, o pedido final,</p><p>deveremos nos valer de uma tutela antecipada. Em contrapartida, se intenção for a de assegurar</p><p>o resultado útil do processo, nesta situação, devemos nos valer de tutela cautelar.</p><p>#DICA 10</p><p>#DICA 11</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Equiparação salarial Caso o enunciado informe diferença salarial</p><p>entre empregados, sem qualquer razão</p><p>legalmente admitida, deverá se pleitear o</p><p>pagamento das diferenças salariais entre</p><p>paradigma e paragonado, além dos reflexos</p><p>nas verbas contratuais e rescisórias.</p><p>Por fim, deve-se, ainda, requerer a retificação</p><p>das anotações na CTPS (Carteira de Trabalho</p><p>e Previdência Social), sob pena de serem</p><p>feitas pela Secretaria da Vara do Trabalho</p><p>(com relação ao novo salário do empregado).</p><p>ü Artigo 461 da CLT;</p><p>ü Súmula n. 6 do TST</p><p>(Cuidado para alguns</p><p>itens da Súmula que</p><p>perderam sua eficácia</p><p>frente às alterações</p><p>promovidas pela</p><p>reforma no artigo 461</p><p>da CLT).</p><p>#DICA 12</p><p>Intervalo</p><p>Interjornada</p><p>Quando entre o término de uma jornada e o</p><p>início de outra não se respeitar o período de</p><p>11 horas consecutivas de descanso, o</p><p>empregado terá direito a indenização do</p><p>período suprimido com adicional de 50%.</p><p>ü Art. 66 da CLT;</p><p>ü OJ n. 355 da SDI-</p><p>I/TST.</p><p>#DICA 13</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Descanso Semanal</p><p>Remunerado – DSR</p><p>O empregador que, durante o período</p><p>laboral, deixou de conceder o descanso</p><p>ü Artigo, 7º, XV da CF;</p><p>ü Artigo 67 da CLT;</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Mora contumaz,</p><p>atraso no pagamento</p><p>dos salários</p><p>Caso o enunciado informe a ocorrência de</p><p>atraso salarial, igual ou superior a três</p><p>meses, o empregado deverá pleitear a</p><p>rescisão indireta do contrato, em conjunto,</p><p>com o pagamento de todas as verbas</p><p>rescisórias.</p><p>ü Artigo 483 da CLT.</p><p>46</p><p>88</p><p>semanal remunerado, o qual deve ser</p><p>preferencialmente aos domingos, implicará o</p><p>pagamento do DSR de forma dobrada.</p><p>ü Artigo 1º da Lei n.</p><p>605/49;</p><p>ü Súmula n. 146 do TST.</p><p>#DICA 15</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO</p><p>Benefício da Justiça</p><p>Gratuita</p><p>O empregado que não tiver condições de arcar com as custas do</p><p>processo, deverá pleitear, junto à Justiça do Trabalho, o benefício da</p><p>Justiça Gratuita.</p><p>Tal pleito depende, para fins de elaboração da peça, de que o enunciado</p><p>lhe traga a informação de dificuldade financeira do empregado, bem</p><p>como que este preencha os novos critérios exigidos pela reforma</p><p>trabalhista, artigo 790 da CLT.</p><p>#DICA 16</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Salário Substituição Nos termos do TST, enquanto perdurar a</p><p>substituição que não tenha caráter</p><p>meramente eventual, inclusive nas férias, o</p><p>empregado substituto fará jus ao salário</p><p>contratual do substituído.</p><p>Assim, deve-se pleitear as diferenças salariais</p><p>em razão da substituição de outro</p><p>empregado com patamar remuneratório</p><p>maior.</p><p>ü Art. 7º, XXX CF/88;</p><p>ü Súmula 159, I, TST;</p><p>ü Art. 450 da CLT.</p><p>#DICA 17</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Práticas</p><p>Discriminatórias no</p><p>Ambiente de</p><p>Trabalho</p><p>Diante de uma dispensa discriminatória,</p><p>cabe ao empregado pleitear, em sede de</p><p>Reclamação Trabalhista:</p><p>III. Danos morais</p><p>+</p><p>IV. Facultado ao empregado optar, sem</p><p>ingerência do juiz, por:</p><p>ü Artigo 4º da Lei</p><p>9029/95.</p><p>47</p><p>88</p><p>ü Reintegração e pagamento integral das</p><p>verbas trabalhistas referentes ao período</p><p>de afastamento</p><p>OU</p><p>ü Pagamento em dobro referente ao</p><p>período de afastamento.</p><p>Ex. Tal discriminação poderá ter sido</p><p>ocasionada em razão de aspecto ligado ao</p><p>sexo do empregado, idade, cor, raça,</p><p>religião, orientação sexual, obesidade etc.</p><p>#DICA 18</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Acúmulo Funcional Segundo o entendimento do TST, é</p><p>suscetível à caracterização do acúmulo de</p><p>função o desempenho não eventual de</p><p>outras atribuições que não aquela para a</p><p>qual foi contratado o empregado. Nesta</p><p>situação, deverá ser requerido um “plus”</p><p>salarial pelo exercício de função estranha em</p><p>parte do horário de trabalho, com base no</p><p>Art. 456, parágrafo único, da CLT.</p><p>ü Art. 456, § único, da</p><p>CLT.</p><p>#DICA 19</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Reintegração -</p><p>Portador de</p><p>deficiência</p><p>Nos termos do artigo 93, § 1º,</p><p>da Lei nº 8.213 /91, o empregado portador</p><p>de deficiência terá direito à reintegração,</p><p>quando dispensado sem que a empresa</p><p>tenha provado o preenchimento dos</p><p>requisitos do artigo 93, §1º</p><p>da Lei nº 8.21/91, quais sejam, o limite</p><p>mínimo de trabalhadores portadores de</p><p>deficiência ou reabilitados pela previdência</p><p>social, e a contratação de outro profissional</p><p>nas mesmas condições.</p><p>Nesta hipótese legal, deverá ser requerida a</p><p>reintegração ao emprego, haja vista a</p><p>ü Artigo 93, § 1º</p><p>da Lei n 8.213 /91.</p><p>48</p><p>88</p><p>violação dos preceitos legais do Art. 93, § 1º,</p><p>da Lei nº 8.213/91, a contratação de outro</p><p>profissional nas mesmas condições, ou, a não</p><p>observância do limite mínimo de</p><p>trabalhadores portadores de deficiência ou</p><p>reabilitados pela Previdência Social.</p><p>#DICA 20</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Devolução do</p><p>Desconto do FGTS</p><p>Quando o empregador descontar do</p><p>empregado os valores recolhidos a titulo</p><p>de FGTS.</p><p>Nesta situação, deve-se pleitear a</p><p>devolução do desconto de FGTS, pois se</p><p>trata de obrigação do empregador.</p><p>ü</p><p>Art. 15 da Lei nº</p><p>8.036/90;</p><p>ü Art. 7º, III, CRFB/88;</p><p>ü Art. 27 Decreto</p><p>99684/90.</p><p>#DICA 21</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Devolução dos</p><p>descontos de Vale</p><p>Transporte</p><p>Quando o empregador descontar do</p><p>empregado percentual do vale transporte</p><p>acima do limite legal, por exemplo, 10% do</p><p>salário.</p><p>Nesta situação, deve-se pleitear a devolução</p><p>do desconto realizado, acima de 6% do</p><p>salário do reclamante, pois se trata de</p><p>obrigação do empregador.</p><p>ü Art. 9º, I do Decreto n.</p><p>95.247/87.</p><p>#DICA 22</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Salário Família O salário-família é devido ao trabalhador que</p><p>possuir baixa renda e filho com idade de até</p><p>14 anos.</p><p>Diante do exposto, deve-se requerer a</p><p>condenação da reclamada ao pagamento de</p><p>uma cota do salário-familia.</p><p>ü Art. 2º da Lei n.</p><p>4.266/63, Art. 66 da</p><p>Lei n. 8213/91 e Art. 83</p><p>do Decreto n.</p><p>3048/69.</p><p>49</p><p>88</p><p>OBS.: O salário-família é um valor pago ao</p><p>empregado, inclusive o doméstico, e ao</p><p>trabalhador avulso, de acordo com o número</p><p>de filhos ou equiparados que possua. Filhos</p><p>maiores de 14 anos não têm direito, exceto</p><p>no caso dos inválidos (para quem não há</p><p>limite de idade).</p><p>Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-</p><p>se no limite máximo de renda estipulado</p><p>pelo governo federal</p><p>*Não há limite de cotas do salário família</p><p>#DICA 23</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Alimentação paga</p><p>em dinheiro</p><p>Quando a alimentação for paga pelo</p><p>empregador em dinheiro adquirirá natureza</p><p>salarial.</p><p>Nesta hipótese, deve-se requerer a</p><p>integração do valor da alimentação ao salário</p><p>do reclamante com reflexos nas verbas</p><p>contratuais e rescisórias.</p><p>ü Art. 457, §2º da CLT.</p><p>#DICA 24</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Honorários</p><p>Advocatícios</p><p>Sucumbenciais</p><p>A inicial sempre deve conter pedido de</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais, quer</p><p>o empregado esteja representado por</p><p>advogado particular, quer por sindicato.</p><p>Logo, a reclamada deve ser condenada em</p><p>honorários advocatícios, no importe de 15%</p><p>do valor que resultar da liquidação.</p><p>ü Art. 791-A, CLT.</p><p>#DICA 25</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Pedidos No que tange aos pedidos, uma dica</p><p>interessante seria lembrar que: para cada</p><p>------------------------</p><p>50</p><p>88</p><p>pedido deverá, obrigatoriamente, haver um</p><p>argumento anterior, ou seja, uma "causa de</p><p>pedir", sob pena de inépcia do pedido ou da</p><p>petição inicial.</p><p>6.2 – Tese: Dano Patrimonial e Extrapatrimonial</p><p>Neste momento, iremos tratar um pouco sobre algumas teses de direito material e</p><p>extrapatrimonial, de forma que você poderá se deparar especialmente com aquelas atinente a</p><p>Danos Materiais, Morais e Estéticos na Justiça do Trabalho.</p><p>No XII Exame de Ordem, a peça prática restringia-se a essas teses e, de forma reiterada, a banca</p><p>as tem exigido tanto em iniciais, como em defesa, ou, até mesmo, em recurso.</p><p>Inicialmente, observamos que a Justiça do Trabalho possui competência para julgar as ações de</p><p>indenização por danos materiais e/ou morais decorrentes da relação de trabalho, conforme artigo</p><p>114, CF. Nesse sentido, questiona-se:</p><p>Qual é a justiça competente para processar e julgar ações que tenham por</p><p>objeto acidente do trabalho ou doença ocupacional?</p><p>A resposta, neste aspecto, não é certeira, ou seja, deparamo-nos com três espécies de ação, e, a</p><p>depender desta, verificaremos qual é a justiça competente, como se observa:</p><p>I. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO (DANO MATERIAL/MORAL/ESTÉTICO etc.)</p><p>É a ação ajuizada pelo empregado em face do empregador, sendo a competência da Justiça do</p><p>Trabalho, conforme Súmula vinculante n. 22 do STF e Súmula n. 392, TST.</p><p>Nesse sentido, prevalece o entendimento de que a competência da justiça do trabalho também</p><p>abrange as ações indenizatórias ajuizadas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador</p><p>falecido.</p><p>Atenção - A Súmula n. 392, TST foi atualizada pela Resolução 200/2015, de forma que a Justiça</p><p>do Trabalho tornou-se competente para julgar dano em ricochete.</p><p>O Dano em ricochete ou reflexo é aquele que atinge a vítima, de forma que esta falece, e o</p><p>ricochete trata-se do reflexo em outra pessoa ligada à vítima por laços afetivos ou econômicos.</p><p>II. AÇÃO ACIDENTÁRIA (LIDE PREVIDENCIÁRIA)</p><p>51</p><p>88</p><p>É a ação que envolve o auxílio-doença acidentário (espécie B-91), sendo ajuizada pelo trabalhador</p><p>segurado contra o INSS, logo, competência da Justiça Estadual, conforme art. 109, I, CF, Súmulas</p><p>235 e 501 do STF e Súmula 15, STJ.</p><p>III. AÇÃO REGRESSIVA</p><p>Refere-se à ação do INSS em face do empregador negligente na observância de normas de</p><p>higiene, saúde e segurança no trabalho, sendo a competência da Justiça Federal (art. 109, I, CF e</p><p>art. 120, Lei 8.213/91).</p><p>Tendo passado pelos estudos da competência, vamos nos aprofundar acerca das teses de dano</p><p>material, moral e estético:</p><p>Ø DANO MATERIAL: É aquele dano que atinge o patrimônio ‘lato sensu’, e trata-se de um gênero</p><p>que tem como espécie, os danos emergentes e os lucros cessantes, conforme artigos 402 e 949</p><p>do CC.</p><p>Os danos emergentes consubstanciam-se no que a pessoa efetivamente perdeu, pelo dano</p><p>ocasionado a ela. Já os lucros cessantes, disposto no artigo 949 do CC, referem-se ao que a pessoa</p><p>deixou de lucrar em razão do dano a ela ocasionado.</p><p>*PEDIDOS EM SEDE DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA:</p><p>ü Reparação pelo dano material experimentado pelo trabalhador (lucro cessante), no valor de</p><p>R$...</p><p>ü Reparação pelo dano material experimentado pelo trabalhador (dano emergente), no valor</p><p>de R$...</p><p>Ø DANOS MORAIS: É um dano extrapatrimonial que agride os direitos da personalidade (art. 11</p><p>a 21 CC), e, inclusive, viola os preceitos contidos no Princípio da dignidade da pessoa humana</p><p>(art. 1º, III da CF).</p><p>*Exemplos: Violação à intimidade, vida privada, honra, imagem etc.</p><p>*Fundamento legal: artigos 1º, III e 5º, V e X, CF; artigos 223-A a 223-G da CLT e artigos 186 e</p><p>927 do CC, aplicados ao direito do trabalho por força artigo 8º, parágrafo primeiro, CLT.</p><p>*Pedido: O pagamento de indenização por dano moral, em razão do sofrimento injusto a</p><p>que foi submetido o trabalhador, conforme será avaliado por este juízo, nos termos 223-G,</p><p>parágrafo primeiro da CLT, no importe de R$...</p><p>52</p><p>88</p><p>Atenção: Com o advento da reforma trabalhista, a indenização por dano moral passa a ter um</p><p>teto limitador, isso a depender da gravidade do dano sofrido pelo agente, podendo ser leve,</p><p>média, grave, ou, ainda, gravíssima.</p><p>Assim, se o enunciado lhe informar a proporção do dano, você deve pedir a indenização no</p><p>importe fixado pela CLT, como se observa:</p><p>OFENSA LEVE</p><p>Indenização em até três vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido;</p><p>OFENSA MÉDIA</p><p>Indenização em até cinco vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido;</p><p>OFENSA GRAVE</p><p>Indenização em até vinte vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido;</p><p>OFENSA GRAVÍSSIMA</p><p>Indenização em até cinquenta vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido.</p><p>Veja as principais hipóteses de cabimento de indenização por danos morais (dano</p><p>extrapatrimonial) ao empregado:</p><p>I. Assédio sexual ou moral</p><p>Neste ponto, devemos fazer uma ressalva, pois há diferença entre assédio moral e danos morais,</p><p>como se observa:</p><p>DANOS MORAIS ASSÉDIO MORAL</p><p>É o dano, ocasionado por</p><p>determinado ato, o qual agride os</p><p>direitos da personalidade do</p><p>empregado.</p><p>A caracterização do assédio moral está intimamente</p><p>ligada à reiteração de atos que também agridam os</p><p>direitos da personalidade. Logo, um único ato isolado</p><p>não é caracterizador de assédio, mas sim de danos</p><p>morais.</p><p>Na área trabalhista o assédio poderá ser vertical (superior</p><p>para com subordinado) ou horizontal (entre colegas de</p><p>trabalho).</p><p>ASSÉDIO MORAL</p><p>VERTICAL</p><p>ASCENDENTE</p><p>DESCENDENTE</p><p>HORIZONTAL</p><p>53</p><p>88</p><p>II. Revista íntima</p><p>Nos termos do artigo 373-A, VI, da CLT, a legislação trabalhista proíbe a revista íntima em</p><p>empregadas do sexo feminino.</p><p>No entanto, questiona-se:</p><p>É possível a aplicação dessa proibição ao homem?</p><p>Em razão do Princípio da igualdade/isonomia revela-se possível tal vedação ser aplicada também</p><p>ao empregado do sexo masculino, nos termos do art. 5º, caput e inciso I, da CF.</p><p>Observem a diferença técnica entre revista íntima e pessoal:</p><p>REVISTA ÍNTIMA REVISTA PESSOAL</p><p>Nudez Bolsas/pertences dos empregados;</p><p>Exposição visual</p><p>Contato físico Princípio da proporcionalidade e razoabilidade.</p><p>Peças íntimas</p><p>A revista pessoal é totalmente aceita na Justiça do Trabalho e, se efetuada pelo empregador, não</p><p>incorrerá em indenização por danos morais ao empregado; em oposição, verifica-se que a revista</p><p>íntima, a qual é totalmente vedada, deverá gerar indenização em favor do empregado.</p><p>III. Câmeras abusivas no ambiente de trabalho</p><p>Ex.: O ambiente pode ser monitorado por câmeras, o problema residirá apenas pelo seu excesso</p><p>sem qualquer justificativa plausível.</p><p>IV. Controle do uso de banheiros</p><p>Ex.: Empresas de telemarketing.</p><p>V. Fiscalização de e-mails</p><p>Atualmente vem prevalecendo o entendimento de que o e-mail corporativo pode</p><p>ser fiscalizado, desde que atendidos os critérios de razoabilidade e</p><p>proporcionalidade; já no e-mail pessoal, a fiscalização é vedada, e pode gerar</p><p>indenização por danos morais.</p><p>VI. Anotações desabonadoras na CTPS (art. 29, §4º da CLT)</p><p>54</p><p>88</p><p>Ex.: Anotação de dispensa por justa causa, ou, qualquer outra que desabone a pessoa do</p><p>empregado.</p><p>VII. Situações vexatórias no ambiente de trabalho</p><p>Ex.: Empregado ser exposto ao ridículo, ou, qualquer outra situação que seja humilhante.</p><p>VIII. Práticas discriminatórias no ambiente de trabalho</p><p>Fundamentos legais: Art. 7, XXX, XXXI e XXXII CF/88 e Lei 9.029/1995.</p><p>Qualquer tipo de prática discriminatória que o empregado possa sofrer na relação laboral gera a</p><p>ele indenização por danos morais, como se observa na discriminação por sexo, religião, idade,</p><p>raça, orientação sexual, obesidade, etc.</p><p>Atenção: Nos termos da Súmula 443 do TST, presue-se discriminatória a dispensa</p><p>do portador do vírus HIV de outra doença que cause estigma, sendo inválido o</p><p>ato, e cabível a reintegração.</p><p>Desta forma, perante a uma Reclamação Trabalhista, e advogando pelo empregado, deverá se</p><p>requerer:</p><p>ü Indenização por dano moral, nos termos dos artigos 5º, V e X, CF, e 186 e 927 do CC,</p><p>aplicados ao processo do trabalho por força do art. 8º, parágrafo único CLT;</p><p>ü A reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante</p><p>pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros</p><p>legais, OU a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida</p><p>monetariamente e acrescida dos juros legais, nos termos do Art. 4º Lei 9.029/1995.</p><p>Observe que este pedido trata-se de uma faculdade do empregado, podendo ele escolher</p><p>entre a reintegração e o pagamento dobrado do período de afastamento, conforme a</p><p>situação.</p><p>***O enunciado deverá lhe informar se a reintegração é aconselhável ou não para o</p><p>empregado, e a fim de que você, na condição de advogado, consiga pleitear o melhor para</p><p>o seu cliente nesta situação.</p><p>Agora, se o enunciado nada lhe informar, realize o seguinte pleito na peça prático profissional:</p><p>Requer-se a reintegração do empregado com ressarcimento integral de todo o</p><p>período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas,</p><p>corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais. Caso não seja esse o</p><p>55</p><p>88</p><p>entendimento de Vossa Excelência, desde já se requer a percepção, em dobro, da</p><p>remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida</p><p>dos juros legais, nos termos Art. 4º Lei 9.029/1995.</p><p>Ø DANO ESTÉTICO (Espécie de Dano Extrapatrimonial): A banca examinadora de 2ª Fase da OAB</p><p>entende como sendo uma espécie de dano caracterizada pela lesão à imagem exterior do ser</p><p>humano, como fundamentado no artigo 927 do CC e Súmula 387 do STJ.</p><p>Exemplos: perda ou amputação de membros, cicatrizes profundas etc.</p><p>Pedido: O pagamento à indenização pelo dano estético gerado causado ao trabalhador,</p><p>conforme será avaliado por este juízo, nos termos 223-G, parágrafo primeiro, da CLT, no</p><p>importe de R$...</p><p>Assim, vamos esquematizar os danos materiais e extrapatrimoniais para uma melhor fixação da</p><p>matéria.</p><p>DANO MATERIAL (GÊNERO) DANO EXTRAPATRIMONIAL (GÊNERO)</p><p>Danos emergentes Danos morais, estéticos, existencial e</p><p>indenização pela perda de uma chance.</p><p>Lucros cessantes -----------------------------------------</p><p>Ø DANO EXISTENCIAL (Espécie de Dano Extrapatrimonial): O empregado deve ser</p><p>indenizado por dano existencial quando se vir privado de seu convívio familiar, social e da</p><p>saúde, de forma a estar impedido de realizar projetos pessoais de vida. Logo, conforme</p><p>garantido pelo artigo 6º, “caput”, da CLT, o empregado tem direito à desconexão do</p><p>trabalho, ou seja, possui direito ao lazer nas relações de trabalho, e, quando tal direito for</p><p>privado, seja pela excessiva jornada de trabalho ou por outra situação, por exemplo, fará</p><p>jus a uma indenização por dano existencial.</p><p>56</p><p>88</p><p>6 - Peça Prático-Profissional – XII Exame de Ordem</p><p>Antes de qualquer treino, gostaria de lhe dar um conselho, faça todas as peças propostas ao longo</p><p>do nosso estudo, além de todas as rodadas de exercícios que estão disponibilizadas. O treino</p><p>sempre será a melhor forma de se obter a perfeição, acredite!</p><p>O XII EXAME DE ORDEM trouxe uma Peça Prático Profissional que aborda as teses de dano moral,</p><p>material e estético, logo, de suma importância para o seu treino.</p><p>Com intuito de aperfeiçoamento, disponibilizo o enunciado e o gabarito adaptado para que você</p><p>possa analisar, após a elaboração da sua peça. Vamos ao treino !</p><p>PEÇA PROFISSIONAL</p><p>Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, Identidade 0011, CPF</p><p>0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua</p><p>Oliveiras, 150 – Cuiabá – CEP 20000-000: que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central</p><p>de Legumes Ltda., situada na Rua das Acácias, 58 – Cuiabá – CEP 20000-010, tendo recebido por</p><p>último o salário de R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar congelados de</p><p>legumes numa máquina adquirida para tal fim.</p><p>Em janeiro de 2018 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão ficou presa</p><p>no interior do equipamento, ficando afastado pelo INSS e recebendo auxílio doença acidentário,</p><p>tendo retornado ao serviço em abril de 2018, e dispensado em agosto de 2019. No acidente,</p><p>sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a tratamento médico</p><p>e psicológico, diante de seu abalo de natureza gravíssima, situação que implicou em gastos com</p><p>os profissionais R$ 2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos, tendo levado consigo</p><p>os recibos.</p><p>No retorno, tendo sido comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua capacidade</p><p>laborativa, foi readaptado a outra função. A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência</p><p>do acidente, verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos</p><p>componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a</p><p>produtividade.</p><p>57</p><p>88</p><p>Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando</p><p>em média R$200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve condição</p><p>física de realizar esta atividade, o que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego.</p><p>Analisando cuidadosamente o relato feito pelo trabalhador, apresente a peça pertinente à melhor</p><p>defesa, em juízo, dos interesses dele, sem criar dados ou fatos não informados.</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA / ESPELHO DE CORREÇÃO – ADAPTADO</p><p>Elaboração de uma petição inicial (R.T), com endereçamento ao juiz do Trabalho de uma das</p><p>Varas de Cuiabá.</p><p>DANO MATERIAL (DANO EMERGENTE) - o examinando deve requerer a reparação pelo dano</p><p>material</p><p>experimentado pelo trabalhador (dano emergente), no valor de R$ 2.500,00, conforme</p><p>notas fiscais de gastos com o tratamento médico e psicológico, pois comprovada a imprudência</p><p>(culpa) da empresa na alteração do maquinário, nos termos dos artigos 186 e 927 do CC.</p><p>DANO MATERIAL (LUCRO CESSANTE) - o examinando deve requerer a reparação pelo dano</p><p>material experimentado pelo trabalhador (lucro cessante), no valor de R$ 200,00 mensais, no</p><p>período de janeiro a abril de 2018, pois comprovada a imprudência (culpa) da empresa na</p><p>alteração do maquinário, conforme artigos 402 e 950 do CC, o que totaliza o importe de R$...</p><p>DANO MORAL – O examinando deve requerer o pagamento de indenização por danos morais,</p><p>em especial, pelo abalo psicológico de natureza gravíssima a que foi submetido o trabalhador,</p><p>pois comprovada a imprudência (culpa) da empresa na alteração do maquinário.</p><p>ü Art. 5º, V e X, da CF/88, artigos 21, 186 e 927 do CC, art. 223-C da CLT e arts. 223-B e</p><p>223-E da CLT.</p><p>Neste sentido, a indenização deve ser requerida no importe de cinquenta vezes o valor do último</p><p>salário contratual do ofendido, considerando a natureza gravíssima da ofensa, art. 223-G, IV, da</p><p>CLT.</p><p>DANO ESTÉTICO - O examinando deve requerer o pagamento do dano estético gerado no</p><p>trabalhador (amputação de um dedo), pois comprovada a imprudência (culpa) da empresa na</p><p>alteração do maquinário, conforme será avaliado por este juízo, nos termos dos artigos 223-B,</p><p>223-C, 223-E, 223-G, parágrafo primeiro, IV, da CLT, cumulados com as Súmulas 37 e 387 do</p><p>STJ e artigo 223-F da CLT, o que totalizará o valor de R$...</p><p>PENSÃO VITALÍCIA – o examinando deve requerer pensão vitalícia de 20% do salário do</p><p>trabalhador por conta da redução de sua capacidade laborativa, artigo 950 do CC, o que</p><p>corresponde a um importe de R$...</p><p>58</p><p>88</p><p>HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Requer-se a condenação da reclamada ao pagamento de</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais, e no importe de 15% sobre o valor que resultar da</p><p>liquidação, nos termos do artigo 791-A, “caput” da CLT.</p><p>7 - Peça Prático Profissional – XIV Exame de Ordem – Adaptado</p><p>Agora, vamos verificar como a FGV já exigiu dos candidatos a peça prática, Reclamação</p><p>Trabalhista, na 2ª Fase do Exame de Ordem:</p><p>Síntese da entrevista realizada com HEITOR SAMUEL SANTOS, brasileiro, solteiro, desempregado,</p><p>filho de Isaura Santos, portador da identidade nº 559, CPF: 202, residente e domiciliado na Rua</p><p>Sete de Setembro, casa 18 – Manaus – Amazonas – CEP 999:</p><p>• trabalhou na Fábrica de Componentes Eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua Leonardo Malcher,</p><p>7.070 – Manaus – Amazonas – CEP: 210, de 10.11.2017 a 20.11.2018, oportunidade na qual foi</p><p>dispensado sem justa causa e recebeu, corretamente, sua indenização;</p><p>• a empresa possui 220 empregados;</p><p>• é pessoa com deficiência e soube que, após a sua dispensa, não houve contratação de um</p><p>substituto em condição semelhante;</p><p>• seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, estava ocorrendo um</p><p>problema na plataforma institucional, daí por que a ex-empregadora acordou com os empregados</p><p>que o conteúdo de trabalho seria enviado ao e-mail particular de cada um, desde que pudesse</p><p>fazer o monitoramento; que, em razão disso, o empregador teve acesso a diversos escritos e fotos</p><p>particulares do depoente, repassando a terceiros, inclusive, conteúdo íntimo que ele não desejava</p><p>expor, gerando traumas psicológicos irreparáveis em razão dessa ofensa de natureza gravíssima;</p><p>• durante o contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical, mesmo não tendo</p><p>autorizado, de forma prévia e expressa tal desconto;</p><p>• teve a CTPS assinada como assistente de estoque, mas, em parte do horário de trabalho, também</p><p>realizava as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe determinava que ele fizesse pesquisa</p><p>de preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades estranhas ao seu mister de</p><p>assistente de estoque;</p><p>59</p><p>88</p><p>• trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 8h às 16h45, com intervalo de 45 minutos para refeição, e aos</p><p>sábados das 8h às 12h, sem intervalo.</p><p>Você, contratado como advogado particular, deve apresentar a medida processual adequada à</p><p>defesa dos interesses de Heitor, sem criar dados ou fatos não informados, tendo ciência que ele</p><p>encontra-se desempregado e com dificuldades financeiras.</p><p>(Valor: 5,0)</p><p>Para fins de solução do exercício, o candidato deve ter por base as alterações legislativas</p><p>ocasionadas pela Reforma Trabalhista, em razão da adaptação que fizemos frente ao enunciado</p><p>proposto na pela OAB.</p><p>Vamos iniciar a resolução do exercício, lembrando o sistema de passos que devemos realizar na</p><p>hora da prova através do rascunho:</p><p>1. Grifar os dados principais do problema;</p><p>2. Identificação e Previsão Legal da Peça, Endereçamento, Procedimento e Outras</p><p>Peculiaridades – realizado no rascunho;</p><p>ü No caso, em tela, constata-se ser uma Reclamação Trabalhista pelo rito ordinário e com</p><p>fundamento no artigo 840, parágrafo 1º, da CLT, cumulado com o artigo 319 do CPC/15,</p><p>este aplicado supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho por força do artigo</p><p>769 da CLT e do artigo 15 do CPC/15;</p><p>ü Endereçamento: Vara do trabalho de Manaus-AM;</p><p>3. Teses - Realizar no rascunho as anotações das principais informações das teses, os seus</p><p>fundamentos legais correlatos e pedidos;</p><p>ü Tese (1) – REINTEGRAÇÃO, com fundamento no Art. 93, § 1º, da Lei nº 8.213/91;</p><p>ü Tese (2) - DANO MORAL, com fundamento no Art. 5º, V e X, da CF/88, artigos 21, 186</p><p>e 927 do CC, art. 223-B, 223-C, 223-E e 223-G da CLT.</p><p>ü Tese (3) – DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS, com fundamento nos artigos 578 e 579 da</p><p>CLT;</p><p>ü Tese (4) - ACÚMULO FUNCIONAL, com fundamento no Art. 456, § único, da CLT;</p><p>ü Tese (5) –DO INTERVALO SUPRIMIDO, com fundamento no Art. 71, § 4º, da CLT;</p><p>ü Tese (6) – DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA, com fundamento no art. 790, §3º da</p><p>CLT;</p><p>ü Tese (7) –DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, com fundamento no art. 791-A da CLT.</p><p>4. Pedidos / Conclusão da peça - realizado no rascunho;</p><p>ü Requerimento de citação/notificação do réu para contestação;</p><p>ü Procedência dos pedidos (elencá-los); e</p><p>60</p><p>88</p><p>ü Indicação de valor dado à causa.</p><p>5. Elaborar a peça no caderno definitivo da prova.</p><p>OBS.: O rascunho realizado, nos moldes acima, irá lhe despender uma média de uma hora de</p><p>prova, sobrando, ainda, duas horas para transcrição da peça no caderno definitivo.</p><p>Assim, as questões lhe demandarão duas horas, ou seja, trinta minutos para casa questão.</p><p>Siga o meu conselho:</p><p>Inicie a prova pela elaboração da peça prático-profissional e, na sequência, inicie</p><p>as questões! Se você fizer concomitantemente as questões com a peça, ou inverter</p><p>a ordem que estou sugerindo, provavelmente terá problemas no transcorrer da</p><p>prova.</p><p>Assim, devemos fazer a peça prática, antes de qualquer outra questão na prova.</p><p>Combinado?</p><p>Neste momento, vamos transcrever a peça prática para que você possa entender como estruturá-</p><p>la por inteiro. No mais, observe que as teses de mérito sempre serão estruturadas em três</p><p>parágrafos: Fatos, Direito e Pedidos.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO</p><p>TRABALHO DE MANAUS-AM.</p><p>Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, assistente de estoque, portador da</p><p>identidade 559, CPF 202, PIS/PASEP, CTPS, residente e domiciliado em Rua Sete</p><p>de Setembro, casa 18 – Manaus – Amazonas – CEP 999, filho de Isaura Santos,</p><p>nascido em ..., por seu advogado (procuração anexa), com endereço profissional</p><p>em ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor RECLAMAÇÃO</p><p>TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com fulcro no artigo 840, §1º da Consolidação</p><p>das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código de Processo</p><p>Civil (CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por forca do artigo 769 da CLT</p><p>e 15 do CPC, em face de Nimbus S.A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n.</p><p>..., com sede na Rua Leonardo Malcher,</p><p>7.070, Manaus/Amazonas, CEP n. 210,</p><p>pelos fatos e fundamentos a seguir:</p><p>DOS FATOS</p><p>O empregado, Heitor, pessoa com deficiência, exercia a função de assistente de</p><p>estoque na empresa Nimbus S.A., de 2ª a 6ª feira das 8h às 16h45min, e aos</p><p>61</p><p>88</p><p>sábados das 8h às 12h. Laborou na empresa de 10.11.2017 a 20.11.2018,</p><p>oportunidade na qual foi dispensado sem justa causa e recebeu, corretamente, sua</p><p>indenização.</p><p>No entanto, alguns direitos trabalhistas não foram pagos, e nem respeitados, o</p><p>que faz com que ora, ele objetive o ingresso da presente demanda.</p><p>DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>II.I – DA REINTEGRAÇÃO</p><p>O empregado, Heitor, pessoa com deficiência, foi contratado para trabalhar na</p><p>empresa Nimbus S.A., sendo dispensado depois de laborar por aproximadamente</p><p>dois anos.</p><p>No entanto, no ato da dispensa, a empresa não contratou outro empregado</p><p>deficiente, em condições semelhantes, conforme exigido pelo Art. 93, § 1º, da Lei</p><p>nº 8.213/91.</p><p>Neste ponto, ressalta-se que a legislação determina que a empresa com até 200</p><p>empregados está obrigada a preencher 2% (dois por cento) do seu quadro</p><p>funcional, com empregados beneficiários reabilitados ou portadoras de</p><p>deficiência, habilitados, sendo a proporção aplicada conforme o número de</p><p>empregados.</p><p>Desta forma, uma vez violado os preceitos legais acima mencionados, requer-se a</p><p>reintegração ao emprego.</p><p>II.II – DO DANO MORAL</p><p>O e-mail do empregado era monitorado pela empresa, o que foi imposto desde a</p><p>sua contratação por problemas na plataforma institucional, o que permitiu ao</p><p>empregador ter acesso a diversos escritos e fotos particulares do ora reclamante.</p><p>Neste sentido, nos termos do Art. 5º, V e X, da CF/88, artigos 21, 186 e 927 do</p><p>CC e art. 223-C da CLT, a intimidade refere-se a um direito da personalidade,</p><p>sendo que o monitoramento de e-mail pessoal, em conjunto com a exposição de</p><p>seu conteúdo, acabou por violar a intimidade do empregado, direito este tido</p><p>como inviolável, assim como a vida privada, a honra e a imagem.</p><p>Desta forma, a prática deste ato ilícito, arts. 223-B e 223-E da CLT, deverá</p><p>ocasionar a responsabilidade do empregador por dano extrapatrimonial, mais</p><p>62</p><p>88</p><p>especificadamente, dano moral, haja vista os traumas psicológicos irreparáveis e</p><p>de natureza gravíssima.</p><p>Logo, requer-se o pagamento de indenização por dano moral em virtude do</p><p>monitoramento indevido do e-mail pessoal do trabalhador, nos termos acima</p><p>consignados, no importe de cinquenta vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido, considerando a natureza gravíssima da ofensa, art. 223-G, IV, da CLT, e</p><p>os parâmetros para sua mensuração do art. 223-G da CLT.</p><p>II.III- DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS</p><p>O empregado no transcorrer do contrato de trabalho teve descontos referentes à</p><p>contribuição sindical, mesmo não tendo autorizado prévia e expressamente tal</p><p>desconto.</p><p>Neste sentido, patente fica a violação aos preceitos dos artigos 578 e 579 da CLT,</p><p>os quais exigem e preveem como sendo ilegal qualquer desconto efetuado sem</p><p>autorização prévia e expressa do empregado.</p><p>Logo, requer-se a devolução dos valores descontados ilegalmente, a título de</p><p>contribuição sindical.</p><p>II.IV – DO ACÚMULO FUNCIONAL</p><p>O empregado era registrado em sua CTPS como assistente de estoque, mas,</p><p>durante o expediente, ainda, exercia as tarefas de um analista de compras, o que</p><p>era estranho às atividades para quais foi contratado.</p><p>Com fulcro no Art. 456, parágrafo único, da CLT, em razão de o empregado</p><p>exercer além da suas atividades para as quais foi contrato, outras também não</p><p>previstas, caracterizado fica o acúmulo de função.</p><p>Logo, requer-se um “plus” salarial pelo exercício de função estranha em parte do</p><p>horário de trabalho.</p><p>II.V – DO INTERVALO SUPRIMIDO</p><p>O empregado laborava de 2ª a 6ª feira das 8h às 16h45min, com intervalo de 45</p><p>minutos para refeição, e aos sábados das 8h às 12h, sem intervalo.</p><p>O artigo Art. 71, § 4º, da CLT preceitua o direito ao intervalo intrajornada de no</p><p>mínimo uma hora para jornadas acima de 6 horas diárias, de forma que a sua</p><p>redução sem prévia negociação coletiva, neste sentido, ou autorização do</p><p>63</p><p>88</p><p>Ministério do Trabalho, acarreta a indenização do período suprimido com adicional</p><p>de 50%, de forma a totalizar 15 minutos diários, durante a semana.</p><p>Logo, em razão da pausa alimentar parcialmente concedida, requer-se o</p><p>pagamento do período suprimido, ou seja, de 15 minutos diários, com acréscimo</p><p>de 50%,no interregno de 2ª a 6ª feira.</p><p>II.VI – DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA</p><p>O reclamante se encontra desempregado, logo, sem condições de arcar com as</p><p>custas do processo, por não ter rendas suficientes, o que o torna apto a se valer</p><p>dos benefícios de gratuidade da justiça, conforme preceitos exigidos pelo artigo</p><p>790, parágrafo terceiro, da CLT.</p><p>Desta forma, requer-se a concessão do benefício da justiça gratuita.</p><p>II.VII – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS</p><p>O empregado encontra-se amparado por advogado particular, o que torna</p><p>exigível por este profissional, o recebimento dos honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, conforme análise dos quesitos do artigo 791-A, §2º, da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários</p><p>advocatícios sucumbenciais, no importe de 15% sobre o valor que resultar da</p><p>liquidação, conforme preceituado pelo art. 791-A da CLT.</p><p>DOS PEDIDOS</p><p>Diante do exposto, o Reclamante requer a procedência dos pedidos formulados</p><p>na presente ação, com a condenação da Reclamada nos seguintes haveres</p><p>trabalhistas:</p><p>a) A reintegração ao emprego, por tratar-se de dispensa ilegal de pessoa com</p><p>deficiência .... inestimável;</p><p>b) O pagamento do período suprimido do intervalo intrajornada, 15 minutos, de</p><p>2ª a 6ª feira por todo contrato, com acréscimo de 50%, e no importe de R$ ...;</p><p>c) A condenação ao pagamento de indenização por danos morais em cinquenta</p><p>vezes o último salário contratual do ofendido, o que totaliza em R$....;</p><p>d) A devolução do desconto ilegalmente efetuado a título de contribuição sindical,</p><p>no importe de R$ ....;</p><p>64</p><p>88</p><p>e) A condenação da reclamada a um “plus” salarial pelo exercício de função</p><p>estranha em parte do horário de trabalho, no importe de R$ ....;</p><p>f) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, o que</p><p>totaliza em R$...</p><p>g) A concessão do benefício da Justiça Gratuita pela observância de todos os</p><p>quesitos legais do artigo 790 da CLT .... inestimável.</p><p>DOS REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Requer, também, a notificação da reclamada para, em querendo, apresentar</p><p>defesa a presente reclamação, em audiência, sendo que o não comparecimento</p><p>importará na revelia e confissão quanto à matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de direito admitidos, em especial</p><p>prova documental, testemunhal, pericial e outras necessárias, que desde já ficam</p><p>requeridas.</p><p>Dá-se à causa o valor de R$..., correspondente à somatória dos pedidos realizados</p><p>na exordial.</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB nº...</p><p>Assim, tendo compreendido toda estrutura de uma Reclamação Trabalhista, vamos ao treino de</p><p>mais uma peça prático-profissional?</p><p>Neste momento, irei propor mais um exercício a vocês, cujo gabarito consta logo abaixo, a fim</p><p>de que vocês possam conferir a estrutura da peça elaborada, bem como os seus erros e acertos.</p><p>Lembre-se que, conforme o nosso calendário, ainda, teremos rodadas de exercícios, os quais</p><p>vocês terão a oportunidade de me enviar, ok?! Avante nos estudos!!!</p><p>65</p><p>88</p><p>8 - Peça Prático Profissional – XX Exame de Ordem - Adaptado</p><p>Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2015 a 15/09/2015, data na qual teve</p><p>baixa em sua CTPS. A família do ex-empregador vive em Natal/RN. Suzana foi contratada a título</p><p>de experiência por 45 dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana continuou trabalhando</p><p>normalmente.</p><p>Suzana realizava todas as atividades do lar, iniciando o trabalho às 7h e saindo às 16 h, de segunda</p><p>à sexta-feira, sem intervalo para refeição e descanso. Suzana tinha descontado do seu salário 10%</p><p>referente ao vale-transporte, além de sua cota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação</p><p>consumida no emprego.</p><p>Suzana fazia a limpeza dos 3 banheiros existentes na residência mas não recebia qualquer</p><p>adicional. Em determinada ocasião, Suzana viajou com a família por 4 dias úteis para Gramado/RS.</p><p>Nessa ocasião, trabalhou como babá das 8h às 17h, desfrutando de uma hora de almoço. Na data</p><p>da dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de</p><p>1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos.</p><p>Você foi procurado por Suzana para, na condição de advogado(a), redigir a peça prático-</p><p>profissional pertinente em defesa dos interesses da trabalhadora, sem criar dados ou fatos não</p><p>informados.</p><p>Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.</p><p>“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ___ Vara do Trabalho de Natal/RN.”</p><p>Suzana, nacionalidade..., estado civil..., empregada doméstica, RG..., CPF..., PIS/PASEP...,</p><p>CTPS..., residente e domiciliado em ..., filha de ..., nascida em ..., por seu advogado (procuração</p><p>anexa), com endereço profissional em ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor</p><p>RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com fulcro no artigo 840, §1º da</p><p>66</p><p>88</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código de Processo</p><p>Civil (CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por forca do artigo 769 da CLT e 15 do CPC,</p><p>em face de “Família Moraes”, pessoa física..., RG..., CPF..., endereço completo com CEP..., pelos</p><p>fatos e fundamentos a seguir:</p><p>Dos Fatos</p><p>A reclamante, Suzana, iniciou suas atividades laborativas para a reclamada em 15/06/2015 a</p><p>15/09/2015, exercendo a função de empregada doméstica, e trabalhando das 7h às 16 horas,</p><p>em regra, de segunda à sexta-feira. No ato da dispensa, a empregada recebeu os seguintes</p><p>haveres trabalhistas: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário</p><p>proporcional de 3/12 avos.</p><p>Do Direito</p><p>ü Indenização pela Supressão do Intervalo</p><p>A reclamante laborava, em regra, de segunda à sexta-feira, das 7h às 16 h, sem intervalo para</p><p>refeição e descanso.</p><p>No entanto, a espécie de jornada realizada pela empregada não autoriza a supressão do seu</p><p>intervalo, de forma que este deveria ser concedido no período total de 1 hora para refeição e</p><p>descanso, quando a jornada é superior a seis horas diárias, nos termos do art. 13 da LC n.</p><p>150/2015.</p><p>Assim, a não concessão do intervalo, implica na indenização ao empregado do período integral</p><p>com adicional de 50%, o que desde já se requer no importe de uma hora diária por todo o</p><p>contrato de trabalho.</p><p>ü Hora Extra</p><p>A reclamante laborava de segunda à sexta feira, das 7 às 16 horas, sem intervalo para refeição e</p><p>descanso.</p><p>Em razão de não haver qualquer acordo entre as partes visando a compensação de horário na</p><p>referida jornada, com fulcro no Art. 2º, §1º, da LC 150/15 e art. 7º, XIII da CF, observa-se que a</p><p>reclamante laborava diariamente 9 horas, ou seja, realizava 1 hora extra diariamente.</p><p>Diante do exposto, requer o pagamento de uma hora diária na forma de hora extraordinária com</p><p>o respectivo adicional de 50%.</p><p>ü Do Adicional de Viagem</p><p>A reclamante em determinada ocasião viajou com a família por 4 dias úteis para Gramado/RS,</p><p>quando laborou das 8h às 17h, com uma hora de intervalo para refeição e descanso.</p><p>No entanto, o Art. 11, § 2º, da LC 150/15 garante o pagamento de 25% sobre a hora trabalhada</p><p>em viagem, o que não foi arcado pelo empregador.</p><p>Diante do exposto, requer o pagamento do adicional de 25% sobre as 32 horas laboradas na</p><p>viagem, no que tange aos 4 dias.</p><p>ü Da Devolução do Desconto Ilegal de Alimentação</p><p>67</p><p>88</p><p>A reclamante se alimentava no próprio trabalho, o que lhe ocasionava um desconto de 25% do</p><p>valor da alimentação consumida no emprego.</p><p>No entanto, o Art. 18 da LC 150/15 veda de forma expressa os descontos no por fornecimento</p><p>de alimentação pelo empregador doméstico, conforme verificado no caso em tela.</p><p>Diante do exposto, requer a devolução do desconto de 25% da alimentação, frente a sua</p><p>ilegalidade.</p><p>ü Do Desconto do Vale Rransporte</p><p>A reclamante utilizava transporte público e tinha descontado mensalmente do seu salário 10%</p><p>referente ao vale-transporte, além de sua cota-parte do INSS.</p><p>No entanto, nos termos do artigo 4º da Lei 7.418/85, observa-se que o limite do desconto do</p><p>vale transporte a ser efetuado pelo empregador é no importe de 6% do salário base do</p><p>empregado, e o restante deverá ser arcado pelo empregador.</p><p>Diante do exposto, requer-se a devolução a devolução do excesso do desconto do vale</p><p>transporte.</p><p>ü Do Contrato por Prazo Indeterminado</p><p>Inicialmente, observa-se que a empregada doméstica foi contratada sob a égide de um contrato</p><p>de experiência, o qual não foi prorrogado de forma expressa. Neste sentido, pela ausência de</p><p>prorrogação e pela continuação do labor prestado, o contrato de trabalho deve ser reconhecido</p><p>como por prazo indeterminado, nos termos do Art. 5º, § 2º, da LC 150/15.</p><p>Neste sentido, requer-se o reconhecimento do contrato de trabalho como indeterminado, com</p><p>o pagamento dos haveres decorrentes, tais como: aviso prévio de 30 dias e reflexos em férias +</p><p>1/3 e 13º salário, conforme o Art. 23, § 1º, da LC n. 150/15.</p><p>ü Da Anotação/Retificação de Dispensa</p><p>O contrato de experiência uma vez que não prorrogado nos termos da lei, e nestas condições,</p><p>tendo se tornado contrato de trabalho por prazo indeterminado, observa-se o direito da</p><p>empregada em ter aviso prévio em 30 dias, já que laborou por período inferior a um ano,</p><p>conforme Art. 23, § 1º da LC 150/15.</p><p>Nestes termos, requer a retificação da CTPS, com a devida projeção do aviso prévio, nos termos</p><p>da OJ n. 82 da SDI-I/TST, bem como o pagamento da referida verba e seus reflexos nas verbas</p><p>resilitórias.</p><p>ü Dos Honorários Advocatícios</p><p>O empregado encontra-se amparado por advogado particular, o que torna exigível por este</p><p>profissional, o recebimento dos honorários advocatícios sucumbenciais, conforme análise dos</p><p>quesitos do artigo 791-A, §2º da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, no importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação, conforme</p><p>preceituado pelo art. 791-A da CLT.</p><p>ü Dos Pedidos</p><p>68</p><p>88</p><p>Ante o exposto, requer a reclamante a procedência dos pedidos para que a reclamada seja</p><p>condenada nos seguintes termos:</p><p>a) Indenização de 1 hora diária pela supressão do intervalo com adicional de 50%, no importe</p><p>de R$...</p><p>b) Pagamento de 1 hora extra com adicional de 50% pelo excesso de jornada, no importe de</p><p>R$...</p><p>c) Pagamento do adicional de 25% sobre as 32 horas laboradas na viagem, no que tange aos 4</p><p>dias, no importe de R$...</p><p>d) Devolução do desconto de 25% da alimentação, frente a sua ilegalidade, no importe de R$...</p><p>e) Devolução do excesso do desconto do vale transporte, no importe de R$...</p><p>f) Retificação do contrato de trabalho como indeterminado, com a devida retificação da CTPS,</p><p>em especial, quanto a projeção do aviso prévio ... inestimável.</p><p>g) Pagamento do aviso prévio de 30 dias com os devidos reflexos em férias + 1/3 e 13º salário,</p><p>no importe de R$...</p><p>h) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, no</p><p>importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, o que totaliza em R$...</p><p>REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Outrossim, requer a notificação da reclamada, para que querendo compareça em audiência, e</p><p>apresente a sua defesa, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido,</p><p>em especial prova</p><p>documental, testemunhal, pericial e outras mais que se fizerem necessárias e desde já requeridas</p><p>Dá-se a causa o valor de R$ ..., correspondente à somatória dos pedidos realizados na exordial.</p><p>Nesses termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado/OAB n.</p><p>9 - Peça Prático Profissional (Autoral)</p><p>Luiza Braga, brasileira, casada, foi contratada pela empresa Fotos Mágicas LTDA. para</p><p>desempenhar a função de vendedora na cidade de Monte Verde/MG, recebendo salário no valor</p><p>de R$ 1.800,00. Foi admitida em 17/11/2017, laborando das 10 horas às 17 horas, de segunda-</p><p>69</p><p>88</p><p>feira a sábado, usufruindo 30 minutos de intervalo para repouso e alimentação. Na data de</p><p>12/01/2018, tendo em vista a previsão expressa de transferência no contrato individual de</p><p>trabalho, a empregada Luiza foi designada para desempenhar suas funções na filial da empresa na</p><p>cidade do Rio de Janeiro/RJ pelo período de dois meses. Referida transferência mostrou-se</p><p>necessária em decorrência da demanda excessiva de vendas de pacotes turísticos na cidade</p><p>carioca durante o período de férias e do carnaval. Contudo, apesar de Luiza ter desempenhado</p><p>suas atividades de forma muito habilidosa durante o período de transferência, não recebeu</p><p>nenhum valor em razão de referido acontecimento. Ressalte-se, ainda, que durante todo o período</p><p>contratual, a empresa descontava mensalmente do salário de Luiza valores relativos à contribuição</p><p>confederativa, desconsiderando o fato de a empregada não ser filiada ao respectivo sindicato de</p><p>sua categoria. Por fim, na data de 22/07/2018, a empregada foi dispensada sem justa causa,</p><p>recebendo todas as verbas rescisórias a que faz jus.</p><p>Luiza percebe, atualmente, salário inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral</p><p>da Previdência Social.</p><p>Você foi procurado por Luiza para, na condição de advogado(a), redigir a peça prático-profissional</p><p>pertinente em defesa dos interesses da trabalhadora, sem criar dados ou fatos não informados.</p><p>Neste momento, aconselho você a tentar montar esta peça prático-profissional em conjunto com</p><p>a sua CLT organizada e, ao final, conferir as respostas no gabarito abaixo:</p><p>Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho de Monte Verde/MG.</p><p>Luiza Braga, brasileira, solteira, vendedora, RG..., CPF..., PIS/PASEP..., CTPS..., residente e</p><p>domiciliada em ..., filha de ..., nascida em ..., por seu advogado (procuração anexa), com</p><p>endereço profissional em ..., vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor</p><p>RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com fulcro no artigo 840, §1º da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código de Processo</p><p>Civil (CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por forca do artigo 769 da CLT e 15 do CPC,</p><p>em face de Fotos Mágicas LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ..., endereço completo</p><p>com CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir:</p><p>Dos Fatos</p><p>A reclamante prestou serviços à reclamada de 17.11.2017 a 22.07.2018, desempenhando a</p><p>função de vendedora, laborando das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira, com 30 minutos de</p><p>70</p><p>88</p><p>intervalo para refeição e descanso. Em 12.01.2018, foi transferida pelo período de dois meses à</p><p>cidade do Rio de Janeiro/RJ, oportunidade na qual não percebeu nenhuma verba em razão da</p><p>transferência.</p><p>Além disso, a empresa descontava mensalmente o valor referente à contribuição confederativa,</p><p>desconsiderando o fato de a empregada não ser filiada ao respectivo sindicato de sua categoria.</p><p>No ato da dispensa, percebeu todas as verbas rescisórias a que fazia jus.</p><p>Do Direito</p><p>ü Do Intervalo intrajornada</p><p>A reclamante laborava de segunda à sexta-feira, das 10h às 17h, usufruindo de apenas 30</p><p>minutos de intervalo para refeição e descanso.</p><p>No entanto, a concessão parcial do intervalo intrajornada gera o direito ao pagamento, de</p><p>natureza indenizatória, do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da</p><p>remuneração da hora normal de trabalho, conforme prevê o artigo 71, parágrafo 4º, da CLT.</p><p>Assim, requer o reclamante a condenação da reclamada ao pagamento de 30 minutos de</p><p>intervalo para refeição e descanso, com acréscimo de 50%, de natureza indenizatória.</p><p>ü Do Adicional de Transferência</p><p>A reclamante foi transferida, pelo período de dois meses, à cidade do Rio de Janeiro/RJ, em</p><p>razão da demanda excessiva de vendas de pacotes turísticos na cidade carioca durante o período</p><p>de férias e do carnaval, deixando de perceber qualquer valor em decorrência da transferência.</p><p>Entretanto, nos termos do artigo 469, parágrafos 1º ou 3º, da CLT e/ou OJ 113 da SDI-1, do</p><p>TST, em caso de transferência provisória, o empregador deve realizar pagamento suplementar,</p><p>nunca inferior a 25% dos salários que o empregado percebia na localidade anterior, enquanto</p><p>durar essa situação. Assim, faz jus a reclamante ao pagamento de adicional de transferência</p><p>durante os dois meses em que laborou na cidade do Rio de Janeiro/RJ, com os respectivos</p><p>reflexos legais, uma vez que enquadrada nas hipóteses previstas na legislação trabalhista acima</p><p>destacada.</p><p>ü Do Desconto Salarial Indevido</p><p>A empresa realizava mensalmente o desconto referente à contribuição confederativa,</p><p>desconsiderando o fato de a empregada não ser filiada ao respectivo sindicato de sua categoria.</p><p>No entanto, considerando que a reclamante não é filiada ao sindicato de sua categoria</p><p>profissional, não deve existir nenhum desconto por parte da empresa quanto a este título,</p><p>conforme dispõe a Súmula 666 do STF/ S.V. 40 do STF/OJ 17 da SDC do TST/ PN 119 do TST.</p><p>Diante disso, requer a autora a devolução de todos os valores descontados de seu salário a título</p><p>de contribuição confederativa.</p><p>ü Do Benefício da Justiça Gratuita</p><p>71</p><p>88</p><p>A reclamante percebe, atualmente, salário inferior a 40% do limite máximo de benefícios do</p><p>Regime Geral de Previdência Social, conforme artigo 790, §3º, da CLT.</p><p>Diante disso, faz jus à concessão do benefício da Justiça Gratuita.</p><p>ü Dos Honorários Advocatícios</p><p>A reclamante se encontra amparada por advogado particular, o que torna exigível, por este</p><p>profissional, o recebimento dos honorários advocatícios sucumbenciais, conforme análise dos</p><p>quesitos do artigo 791-A, §2º da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, no importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação, conforme</p><p>preceituado pelo art. 791-A da CLT.</p><p>ü Dos Pedidos</p><p>Ante o exposto, requer a reclamante a procedência dos pedidos para que a reclamada seja</p><p>condenada nos seguintes termos:</p><p>a) O pagamento de 30 minutos referentes à supressão do intervalo intrajornada, acrescidos de</p><p>50% sobre a hora normal de trabalho, de natureza indenizatória, no importe de R$...;</p><p>b) O pagamento do adicional de transferência de 25% sobre o salário pelo período de dois</p><p>meses, no importe de R$...;</p><p>c) A devolução dos descontos salariais realizados a título de contribuição confederativa, no</p><p>importe de R$...;</p><p>d) A concessão do benefício da Justiça Gratuita (valor inestimável);</p><p>i) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, no</p><p>importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, o que totaliza em R$...</p><p>REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Outrossim, requer a notificação da reclamada, para que querendo compareça em audiência, e</p><p>apresente a sua defesa, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, em especial prova</p><p>documental, testemunhal, pericial e outras mais que se fizerem necessárias e desde já</p><p>requeridas.</p><p>Dá-se a causa o valor de R$ ..., correspondente à somatória dos pedidos realizados na exordial.</p><p>Nesses termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado/OAB n.</p><p>72</p><p>88</p><p>10 - Peça Prática – Enunciado – XXVII Exame de Ordem</p><p>Por fim, para fecharmos o treino</p><p>de Reclamação Trabalhista, neste PDF, vamos verificar a</p><p>abordagem exigida no XXVII Exame de Ordem:</p><p>Nelson Aviz procura você, como advogado(a), afirmando que foi empregado da sociedade</p><p>empresária Alfa Ltda. na sede desta, localizada em Sete Lagoas/MG, de 17/12/2017 a 28/04/2018,</p><p>tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática. Nelson informa que foi despedido</p><p>por justa causa, apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo qualquer indenização, mas</p><p>apenas o saldo salarial do último mês; que a empresa não integrava, para fim algum, o salário-</p><p>família que Nelson recebia; que trabalhava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo</p><p>de 20 minutos para refeição; que o local de trabalho era de difícil acesso e não servido por</p><p>transporte público regular, pelo que a empresa fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar</p><p>dele, de forma que Nelson demorava uma hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta;</p><p>que realizou exame médico na admissão; que Nelson tem uma irmã que trabalha na mesma</p><p>sociedade empresária, exercendo a função de programadora de jogos digitais. O trabalhador</p><p>exibe cópias dos contracheques, nos quais há, na parte de crédito, salário de R$ 1.200,00 e uma</p><p>cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale-transporte e FGTS. Nelson ainda</p><p>exibiu sua CTPS, na qual consta admissão em 17/12/2017 e saída em 28/04/2018, na função de</p><p>auxiliar de serviços gerais; na parte de anotações gerais, há anotação de que o empregado foi</p><p>dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada. Em pesquisa pela Internet, você</p><p>localiza a convenção coletiva da categoria de Nelson, com os pisos normativos para todas as</p><p>funções desempenhadas na sociedade empresária Alfa, dentre elas os seguintes: auxiliar de</p><p>serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e</p><p>engenheiro de computação: R$ 6.000,00. Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda</p><p>os interesses de Nelson, sem usar dados ou informações que não estejam no enunciado. (Valor:</p><p>5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Nos casos em que a</p><p>lei exigir liquidação de valores, não será necessário que o examinando a apresente, admitindo-se</p><p>que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim.</p><p>73</p><p>88</p><p>Ø Identificação da Peça Prático Profissional: Reclamação Trabalhista.</p><p>Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho de Sete Lagoas/MG.</p><p>Nelson Aviz, nacionalidade..., estado civil..., técnico de informática, RG..., CPF..., PIS/PASEP...,</p><p>CTPS..., residente e domiciliada em ..., filho de ..., nascido em ..., por seu advogado (procuração</p><p>anexa), com endereço profissional em ..., vem respeitosamente, perante Vossa Excelência,</p><p>propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com fulcro no artigo 840, §1º da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código de Processo</p><p>Civil (CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por forca do artigo 769 da CLT e 15 do CPC,</p><p>em face de Alfa LTDA., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo com CEP,</p><p>pelos fatos e fundamentos a seguir:</p><p>Dos Fatos</p><p>O empregado, Nelson Aviz, foi empregado da sociedade empresária Alfa Ltda. na sede desta,</p><p>localizada em Sete Lagoas/MG, de 17/12/2017 a 28/04/2018, na função de técnico de</p><p>informática, e laborando de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos</p><p>para refeição.</p><p>No mais, o empregado foi dispensado por justa causa, quando percebeu tão somente saldo</p><p>salarial do último mês de labor.</p><p>Do Direito</p><p>ü Da Anulação da Justa Causa</p><p>O empregado foi dispensado por justa causa, sem razão aparente, hipótese em que não recebeu</p><p>qualquer indenização, mas tão somente o saldo salarial do último mês.</p><p>Diante dos fatos, observa-se que o trabalhador não incorreu em nenhuma das irregularidades</p><p>previstas em legislação para fins de caracterização de falta grave, artigo 482 da CLT.</p><p>No mais, a empresa possui o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, sendo</p><p>que no caso retratado, não se desincumbido de tal ônus, conforme Arts. 818, II, da CLT e 373,</p><p>II, do CPC.</p><p>Logo, requer-se a anulação da justa, com o consequente pagamento das verbas resilitórias</p><p>típicas, quais sejam: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de</p><p>1/3, formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS.</p><p>74</p><p>88</p><p>ü Das Horas Extras</p><p>O empregado laborava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, sem receber qualquer valor a</p><p>título de horas extras.</p><p>Neste sentido, conforme preceituado no Art. 7º, inciso XIII, da CRFB/88, a jornada</p><p>constitucionalmente prevista é de 8 horas diárias e 44 horas semanais e, no caso em tela, o</p><p>empregado laborava em regime extraordinário, já que laborava de segunda-feira a sábado, das</p><p>20h às 5h.</p><p>Nos termos, do artigo 58 e 59 da CLT, a jornada quando ultrapassar o limite legalmente previsto</p><p>deverá ter a sua hora remunerada com adicional de 50%.</p><p>Assim, requer-se o pagamento das Horas extras correspondentes com adicional de 50% pelo</p><p>excesso de jornada e reflexo nas verbas contratuais e resilitórias.</p><p>ü Do Intervalo Intrajornada</p><p>O empregado laborava de 2ª a 6ª feira das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos para refeição.</p><p>O artigo Art. 71, § 4º, da CLT preceitua o direito ao intervalo intrajornada de no mínimo uma</p><p>hora para jornadas acima de 6 horas diárias, o que não foi observado no caso em tela, já que o</p><p>empregado usufruía tão somente de 20 minutos de intervalo.</p><p>Logo, em razão da pausa alimentar parcialmente concedida, requer-se o pagamento do período</p><p>suprimido, ou seja, de 40 minutos diários, com acréscimo de 50%, no interregno de 2ª a 6ª feira.</p><p>ü Do Adicional Noturno</p><p>O empregado laborava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, sem perceber o respectivo</p><p>adicional noturno.</p><p>Nos termos do artigo 73 da CLT, observa-se que o labor exercido após às 22 horas implica no</p><p>pagamento do respectivo adicional noturno de 20% sobre a hora correspondente.</p><p>Assim, requer-se o pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumprida a partir</p><p>das 22.00h e reflexos nas verbas contratuais e rescisórias.</p><p>ü Da Retificação da CTPS</p><p>O empregado foi admitido e registrado na função de auxiliar de serviços gerais, o que não</p><p>condizia com a função realmente exercida pelo empregado, técnico de informática.</p><p>Nos termos do Art. 29 da CLT e do Precedente Normativo 105 do TST, o empregado por exercer</p><p>função diferente daquela a que foi registrado fará jus a correspondente retificação da CTPS.</p><p>Neste sentido, requer-se a retificação da CTPS, quanto à função exercida, no caso retratado.</p><p>ü Da Diferença Salarial</p><p>O empregado foi admitido e registrado na função de auxiliar de serviços gerais, o que não</p><p>condizia com a função realmente exercida pelo empregado, técnico de informática.</p><p>75</p><p>88</p><p>Conforme previsto na norma coletiva da categoria, o empregado por exercer função diferente</p><p>daquela a que foi registrado fará jus, além da retificação da CTPS, as diferenças salariais entre</p><p>as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais.</p><p>Neste sentido, requer-se o pagamento das diferenças salariais correspondentes entre as funções.</p><p>ü Da Indenização por Dano Moral</p><p>Na CTPS do empregado, especificadamente na parte de anotações gerais, houve anotação de</p><p>que o empregado foi dispensado por justa causa, em razão de conduta inadequada.</p><p>No entanto, nos termos do art. 29, § 4º, da CLT, observa-se como sendo vedada qualquer tipo</p><p>de anotação desabonadora na CTPS do empregado, sob pena de indenização por danos morais</p><p>(Art. 223-C, CLT e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho).</p><p>Diante do exposto, requer-se indenização por dano moral pela anotação</p><p>de penalidade na CTPS</p><p>do empregado.</p><p>ü Da Devolução do Desconto – FGTS</p><p>O empregado tinha descontado de sua remuneração os valores referentes ao recolhimento</p><p>mensal do FGTS.</p><p>No entanto, nos termos dos Arts. 15 da Lei nº 8.036/90, Art. 27 Decreto 99684/90 e Art. 7º,</p><p>inciso III, da CRFB/88, o recolhimento do FGTS é obrigação do empregador, não podendo gerar</p><p>qualquer tipo de desconto na remuneração do empregado.</p><p>Logo, requer-se a devolução dos valores descontos a título de FGTS, frente a sua ilegalidade.</p><p>ü Dos Honorários Advocatícios</p><p>O empregado encontra-se amparado por advogado particular, o que torna exigível por este</p><p>profissional, o recebimento dos honorários advocatícios sucumbenciais, conforme análise dos</p><p>quesitos do artigo 791-A, §2º, da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, no importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação, conforme</p><p>preceituado pelo art. 791-A da CLT.</p><p>ü Dos Pedidos</p><p>Ante o exposto, requer a reclamante a procedência dos pedidos para que a reclamada seja</p><p>condenada nos seguintes termos:</p><p>a) Retificação da CTPS, quanto à função exercida ...... inestimável;</p><p>b) Anulação da justa, com o consequente pagamento das verbas resilitórias típicas, quais</p><p>sejam: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3,</p><p>formulários para saque do FGTS e indenização de 40% sobre o FGTS;</p><p>c) O pagamento de indenização quanto aos 40 minutos suprimidos do intervalo</p><p>intrajornada, acrescidos de 50% sobre a hora normal de trabalho, no importe de R$...;</p><p>76</p><p>88</p><p>d) O pagamento do adicional noturno de 20% % sobre a jornada cumprida a partir das 22h,</p><p>e reflexos nas verbas contratuais e rescisórias, no importe de R$...;</p><p>e) O pagamento das diferenças salariais correspondentes entre as funções de técnico de</p><p>informática e auxiliar de serviços gerais, no total de R$...;</p><p>f) O pagamento de indenização por dano moral pela anotação de penalidade na CTPS do</p><p>empregado, no importe de R$...;</p><p>g) A devolução dos descontos salariais realizados a título de FGTS, no importe de R$...;</p><p>h) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais,</p><p>no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, o que totaliza em R$...</p><p>REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Outrossim, requer a notificação da reclamada, para que querendo compareça em audiência, e</p><p>apresente a sua defesa, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, em especial prova</p><p>documental, testemunhal, pericial e outras mais que se fizerem necessárias e desde já</p><p>requeridas.</p><p>Dá-se a causa o valor de R$ ..., correspondente à somatória dos pedidos realizados na exordial.</p><p>Nesses termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado/OAB n.</p><p>Com a finalidade de reforçar nossos estudos em direito processual e material do trabalho, não</p><p>podemos deixar de treinar a resolução de questões, eis que, se realizada de maneira correta,</p><p>garantirá pontos importantes para sua aprovação.</p><p>(XXV EXAME DE ORDEM) Rafael, um ano e meio após ser dispensado, ajuizou ação trabalhista</p><p>em face do empregador, pretendendo horas extras. No dia da audiência, ele, injustificadamente,</p><p>não compareceu. Um ano depois dessa data, Rafael ajuizou nova ação, com pedido de horas</p><p>extras e adicional de periculosidade. A audiência foi designada para dois meses depois.</p><p>77</p><p>88</p><p>Novamente, de forma injustificada, Rafael não compareceu. Quinze dias após, ele ajuizou, mais</p><p>uma vez, a mesma ação.</p><p>Diante disso, na qualidade de advogado(a) da ré, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Além de apresentar defesa quanto ao mérito propriamente dito dos pedidos, o que você deverá</p><p>alegar na melhor defesa de seu cliente? Justifique.</p><p>b) Indique o fenômeno jurídico processual ocorrido a partir do arquivamento da segunda ação e</p><p>esclareça se é possível o ajuizamento da terceira ação na forma realizada. Justifique.</p><p>(QUESTÃO – XXI EXAME DE ORDEM) Lucas é dirigente sindical e empregado da sociedade</p><p>empresária que o contrata como advogado. Na consulta, resta esclarecido que Lucas praticou</p><p>falta grave e a sociedade empresária quer dispensá-lo.</p><p>Com base no caso narrado, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária, qual a medida a ser adotada a fim de</p><p>implementar a dispensa de Lucas? Fundamente.</p><p>b) Necessitando de prova testemunhal para as suas alegações, com quantas testemunhas você</p><p>poderá contar na implementação da medida acima? Fundamente.</p><p>(QUESTÃO – XXII EXAME DE ORDEM) Em determinada empresa que explora atividade não</p><p>essencial para a sociedade, houve deflagração de greve, porque os trabalhadores reivindicavam</p><p>melhores condições de trabalho, além de reajuste salarial.</p><p>Em relação a essa situação, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Informe o que acontecerá de imediato com o pagamento dos salários dos empregados que</p><p>aderiram à greve.</p><p>b) Se a paralisação fosse oriunda de um lockout, informe o que aconteceria com o salário dos</p><p>empregados.</p><p>(QUESTÃO – XXIV EXAME) Lino foi empregado da sociedade empresária Calçados de Borracha</p><p>Ltda. por quatro anos, atuando internamente como empacotador e, depois, como auxiliar de</p><p>máquinas. Trabalhava de segunda-feira a sábado, das 6h às 12h, com pausa de 15 minutos. Após</p><p>ter sido dispensado por alegação de justa causa, Lino ajuizou reclamação trabalhista requerendo</p><p>o pagamento de adicional de periculosidade, pois se deslocava para a empresa e dela retornava</p><p>de motocicleta, conforme fotografias que juntou aos autos, tendo comprovado,</p><p>documentalmente, ser proprietário de uma motocicleta e ter autorização escrita da empresa para</p><p>estacioná-la no pátio da ré. Lino ainda informou que a empresa custeava 40% da mensalidade do</p><p>78</p><p>88</p><p>curso supletivo que ele frequentava, conforme recibos que juntou, requerendo, então, a</p><p>integração desse valor ao seu salário como utilidade, com pagamento dos reflexos devidos.</p><p>Diante da situação retratada, como advogado(a) contratado(a) para defender a sociedade</p><p>empresária, responda às indagações a seguir.</p><p>a) Em relação ao pedido de adicional de periculosidade, que tese você advogaria? Justifique.</p><p>b) Em relação ao pedido de integração dos 40% da mensalidade do curso supletivo, que tese você</p><p>advogaria? Justifique.</p><p>(QUESTÃO – XXII EXAME DE ORDEM) Paulo e João foram eleitos dirigentes sindicais. Ambos se</p><p>candidataram na mesma data, sendo que João estava em gozo de aviso prévio. Um mês após a</p><p>eleição, ambos foram dispensados.</p><p>Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Paulo e João poderiam ser dispensados? Fundamente.</p><p>b) Na hipótese de reconhecimento da estabilidade, na qualidade de advogado do empregado,</p><p>sendo insustentável o convívio entre empregado e empregador, o que você poderá requerer na</p><p>defesa dos interesses do seu cliente?</p><p>(QUESTÃO – XXV EXAME DE ORDEM) Ramiro, auxiliar de serviços gerais, trabalhou para a</p><p>sociedade empresária Bom Tempo S/A, de 17/12/2017 a 25/02/2018. Cumpria jornada das 8h às</p><p>17h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, de 8h às 12h. De segunda a sexta-feira, deveria ter</p><p>intervalo de uma hora, mas, em razão do volume de trabalho, só conseguia desfrutar de 40</p><p>minutos.</p><p>Tendo Ramiro procurado você como advogado (a), considerando os exatos termos da legislação</p><p>trabalhista em vigor, responda aos itens a seguir.</p><p>a) O que você deverá pleitear em sede de reclamação trabalhista quanto ao intervalo? Justifique.</p><p>b) Qual é a natureza jurídica do pagamento do intervalo suprimido de Ramiro? Justifique.</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Frederico, piloto da aviação civil, após três anos de</p><p>trabalho para a Empresa de Transportes Aéreos Voa Alto S/A., foi dispensado sem receber parte</p><p>das verbas rescisórias, as horas extras e a compensação orgânica. Além disso, foi dispensado</p><p>dentro do último</p><p>ano que antecede sua aposentadoria, o que é vedado por norma coletiva. Em</p><p>razão disso, ajuizou ação em face do ex-empregador, tendo procurado e constituído você como</p><p>advogado(a) para todos esses atos. No dia designado para a audiência, para a qual havia</p><p>requerido antecipação, Frederico não poderá comparecer, pois estará voando para a China, onde</p><p>conseguiu um novo e rentável trabalho.</p><p>79</p><p>88</p><p>Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Considerando a necessidade de realização da audiência na data designada pelo juiz e sua</p><p>condição na qualidade de advogado(a) do autor, qual a medida a ser adotada para evitar o</p><p>adiamento/arquivamento da audiência? (Valor: 0,60)</p><p>b) Considerando tratar-se de piloto da aviação civil, qual o instituto justrabalhista que corresponde</p><p>aos períodos em que Frederico fica no aeroporto aguardando para, eventualmente, render outra</p><p>tripulação? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Lucas trabalhou em uma rede de restaurantes localizada</p><p>em determinado Estado da Federação. A sociedade empresária possui 60 empregados, divididos</p><p>em dez lojas localizadas em municípios diferentes, sendo que cada unidade possui seis</p><p>empregados.</p><p>Após ser dispensado sem justa causa, Lucas ajuizou reclamação trabalhista postulando o</p><p>pagamento de horas extras, afirmando que cumpria extensa jornada de segunda-feira a sábado,</p><p>das 7h às 21h, com intervalo de 20 minutos para refeição.</p><p>Em contestação, a ex-empregadora negou a jornada dita na petição inicial, afirmando que a labuta</p><p>respeitava o módulo constitucional. Em audiência, após verificar que os controles de ponto não</p><p>foram juntados, o advogado do autor requereu a aplicação da confissão em desfavor da</p><p>reclamada.</p><p>Diante da situação retratada, da Lei e do entendimento consolidado pelo TST, responda aos</p><p>questionamentos a seguir.</p><p>a) Como advogado(a) da sociedade empresária, que tese você sustentaria em relação aos cartões</p><p>de ponto? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>b) Caso você fosse contratado pelo trabalhador e a sociedade empresária juntasse controles de</p><p>ponto com marcação de jornada de segunda-feira a sábado, das 8h às 16h, e intervalo de uma</p><p>hora para refeição em todos os dias, que tese você advogaria em prol do seu cliente? Justifique.</p><p>(Valor: 0,60)</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Paulo trabalhou na construtora Casa Feliz S.A. como</p><p>pedreiro por três anos, findos os quais foi dispensado por justa causa sob a alegação de que</p><p>estava desviando sacos de cimento da obra e vendendo esse material a terceiros. Inconformado,</p><p>ajuizou reclamação trabalhista postulando horas extras e a anulação da justa causa, com o</p><p>consequente pagamento das verbas como se a dispensa tivesse sido feita sem justa causa.</p><p>Distribuída a demanda em 30/01/2018, foi designada audiência para o dia 10/04/2018. Na hora</p><p>designada as partes foram apregoadas e sentaram-se à mesa de audiências.</p><p>80</p><p>88</p><p>O juiz indagou do preposto qual era a sua relação com a construtora, tendo ele dito que era um</p><p>terceirizado da empresa que cuidava da parte de limpeza e conservação. O juiz pediu a CTPS do</p><p>preposto, constatando que ela fora assinada pela Limpa Tudo Serviços Terceirizados Ltda.</p><p>Com essa informação, o advogado de Paulo requereu a aplicação da revelia, porque a empresa</p><p>era uma sociedade anônima e não estaria regularmente representada por um empregado.</p><p>Diante da situação retratada e do comando legal vigente, responda às indagações a seguir.</p><p>a) Na qualidade de advogado(a) da construtora, que argumentação jurídica você apresentaria em</p><p>relação ao requerimento do autor? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>b) De que modo, na legislação trabalhista, a alegação de desvio dos sacos de cimento para venda</p><p>a terceiros deve ser juridicamente qualificada? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>(QUESTÃO – XXVII EXAME DE ORDEM) Vitor e Vitória trabalham como vigilantes na mesma</p><p>agência do Banco Cifrão S.A. Ele é vigilante terceirizado e ela é vigilante contratada diretamente</p><p>pelo banco. Ambos trabalham em escala de 12 x 36 horas, conforme acertado na convenção</p><p>coletiva da categoria.</p><p>De acordo com a situação apresentada e com os termos da CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Os empregados citados integram a categoria dos bancários? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>B) Em eventual reclamação trabalhista, com pedido de adicional de periculosidade não pago a</p><p>ambos os empregados durante o contrato, deveria ser realizada prova pericial? Justifique. (Valor:</p><p>0,60)</p><p>(QUESTÃO – XXVII EXAME DE ORDEM) Patrícia foi empregada em uma sociedade empresária de</p><p>gerenciamento de franquias por 8 anos. Inicialmente trabalhou em Maceió/AL e, pelo bom</p><p>trabalho realizado ao longo do tempo, foi promovida a um cargo de confiança e transferida para</p><p>São Paulo/SP, com todas as despesas custeadas pela sociedade empresária. Patrícia mudou-se</p><p>com a família, comprou um imóvel, matriculou seus filhos numa boa escola paulista e permaneceu</p><p>em São Paulo por 5 anos. Ao final desse período, a sociedade empresária, afetada pela crise</p><p>econômica, encerrou suas atividades em 10/10/2018, o que acarretou a dispensa da funcionária.</p><p>Após a dispensa, Patrícia mudou-se para o Rio de Janeiro, local onde ingressou com ação</p><p>trabalhista requerendo o pagamento do adicional de transferência pelo período em que trabalhou</p><p>em São Paulo. Considerando o caso narrado, como advogado(a) da sociedade empresária,</p><p>responda aos itens a seguir.</p><p>A) Sabendo que a sociedade empresária não possui qualquer unidade no Rio de Janeiro e que</p><p>nunca manteve atividade nesse local, qual a medida processual que você deverá adotar em relação</p><p>ao ajuizamento da ação trabalhista nessa unidade da Federação? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>81</p><p>88</p><p>B) Com relação ao pedido da ação, o que você deverá sustentar em defesa? Justifique. (Valor:</p><p>0,60)</p><p>Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não</p><p>confere pontuação.</p><p>(QUESTÃO – XXX EXAME DE ORDEM) Em sentença prolatada por uma Vara do Trabalho, o juiz</p><p>condenou a empresa ao pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade ao</p><p>reclamante, já que a perícia realizada nos autos comprovou que havia agente agressor à saúde do</p><p>trabalhador e que as condições de trabalho geravam acentuado risco de morte. Na sentença, o</p><p>juiz ainda condenou o ex-empregador a devolver ao autor o valor dos honorários do assistente</p><p>técnico contratado pelo trabalhador. Inconformada, a empresa contrata você, como advogado(a),</p><p>para recorrer. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado</p><p>do TST, responda às indagações a seguir.</p><p>A) Que tese jurídica você apresentaria em relação ao deferimento dos adicionais de periculosidade</p><p>e insalubridade? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>B) Que tese jurídica você apresentaria em relação à condenação de devolução dos honorários do</p><p>assistente técnico? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>(XXIII EXAME DE ORDEM - ADAPTADA) Rosa chegava sistematicamente atrasada ao emprego e,</p><p>no horário de serviço, era flagrada usando redes sociais por meio do telefone celular.</p><p>Em razão desses fatos, Rosa recebeu uma advertência e uma suspensão, ambas por escrito e</p><p>devidamente assinadas pela trabalhadora. Ela teve a promessa de que sua CTPS seria assinada, o</p><p>que nunca aconteceu, pois a empresa alegava que ela estava em período de treinamento.</p><p>Diante da situação retratada, responda às indagações a seguir.</p><p>a) A empresa poderá lançar a advertência e a punição aplicadas à empregada na parte de</p><p>anotações gerais? Justifique.</p><p>R: Não, pois é proibido anotar qualquer fato desabonador à conduta do empregado na sua carteira</p><p>profissional, sob pena de indenização por danos morais, na forma do Art. 29, § 4º, da CLT e Art.</p><p>8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho.</p><p>b) Informe em quanto tempo a carteira de trabalho de Rosa deveria ser assinada, justificando sua</p><p>resposta.</p><p>R: A carteira de trabalho de Rosa deve ser assinada em cinco dias</p><p>apontado pelo Professor e Doutrinador Leone Pereira, o "Processo” é o instrumento</p><p>da jurisdição. Ou seja, trata-se de um conjunto de atos processuais coordenados que se sucedem</p><p>no tempo, objetivando a entrega do bem da vida ao jurisdicionado com a aplicação do direito</p><p>objetivo ao caso concreto.</p><p>Assim, podemos afirmar que o "Processo” é o instrumento a ser utilizado para se conseguir a entrega</p><p>da prestação jurisdicional.</p><p>Em contrapartida, o “Procedimento” é a forma / modo ao qual o processo se desenvolverá, o que</p><p>está diretamente ligado ao rito processual.</p><p>3.2 – Procedimento – Ritos Processuais</p><p>E, quando o tema se refere a Procedimentos Trabalhistas, você poderia me questionar o seguinte:</p><p>Priscila, quais são os ritos processuais que temos no processo do trabalho?</p><p>7</p><p>88</p><p>Ou ainda ...</p><p>Priscila, a minha Reclamação Trabalhista poderá tramitar por qual rito processual?</p><p>Vamos por partes, ...</p><p>No Processo do Trabalho podemos destacar três ritos/procedimentos a serem observados, a</p><p>depender do valor da causa, a saber:</p><p>RITO (PROCEDIMENTO) VALOR DA CAUSA</p><p>SUMÁRIO ATÉ 2 SALÁRIOS-MÍNIMOS</p><p>SUMARÍSSIMO Acima de 2 até 40 SALÁRIOS-MÍNIMOS</p><p>ORDINÁRIO ACIMA DE 40 SALÁRIOS-MÍNIMOS</p><p>Reitero que a definição do rito está diretamente ligada ao valor da causa, o qual deve ser apontado</p><p>no ato de propositura da ação. Tal aspecto torna-se importante mencionar, já que depois da</p><p>reforma trabalhista, o valor da causa é obrigatório de ser mencionado na própria petição, conforme</p><p>art. 840, §1º, da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT:</p><p>§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a</p><p>qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o</p><p>pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e</p><p>a assinatura do reclamante ou de seu representante.</p><p>Desta forma, desde já, vale mencionar algumas dicas para fins de que consiga identificar qual rito</p><p>deve colocar na sua peça, bem como entender um pouco das peculiaridades envolventes:</p><p>§ RITO SUMÁRIO: Tal rito dificilmente será exigido pela banca examinadora da OAB, uma vez</p><p>que o valor da causa é muito reduzido (até 02 salários-mínimos) e, na atualidade, quase</p><p>nenhum processo tramita por este rito.</p><p>Neste sentido, destaca-se que a Súmula n. 356, do TST aponta como sendo lícita a fixação do</p><p>valor da alçada com base no salário-mínimo.</p><p>Ainda, observa-se este rito é regido pela Lei n. 5584/70 (Art. 2º) e as suas principais</p><p>características são as seguintes:</p><p>ü Valor da Causa: Até 02 salários-mínimos;</p><p>ü Até 03 testemunhas por parte;</p><p>ü Exceção ao Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, já que, como regra, não cabe</p><p>nenhum recurso neste procedimento, admitindo-se excepcionalmente a interposição</p><p>de Recurso Extraordinário por violação a Constituição Federal.</p><p>§ RITO SUMARÍSSIMO (Art. 852-A e seguintes da CLT): O rito sumaríssimo tem a peculiaridade</p><p>de que os pedidos devam ser certos, líquidos e determinados (Art. 852-B, da CLT), sendo que</p><p>8</p><p>88</p><p>a inobservância implicará em arquivamento da ação (extinção do processo sem resolução de</p><p>mérito).</p><p>Assim, em sede de ação trabalhista, no tópico “Dos Pedidos”, se deverá liquidar todas as</p><p>parcelas, apontando-se o valor desejado, o que deverá totalizar até 40 salários-mínimos.</p><p>Ademais, vale mencionar que neste rito:</p><p>ü Admite-se até 02 testemunhas para cada parte;</p><p>ü A intimação das testemunhas para audiência depende da prova do convite; e</p><p>ü Não se admite citação por edital;</p><p>ü Ficam excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a</p><p>Administração Pública direta, autárquica e fundacional.</p><p>§ RITO ORDINÁRIO: A reforma trabalhista trouxe impactos ao rito ordinário, de forma que este</p><p>rito também passou a exigir que a Reclamação Trabalhista contenha pedidos que sejam certos</p><p>determinados e com a respectiva indicação de seu valor.</p><p>Logo, quando o enunciado lhe trouxer dados que tornem possível mensurar o pedido em seu</p><p>valor, este deverá ser apontado, caso contrário, bastará à indicação de um valor genérico,</p><p>utilizando-se de expressões, como: “no importe de R$...”, ou “avaliado em R$...”, ou “na</p><p>importância de R$...”, ou “no valor de R$...” etc.</p><p>Algumas características do enunciado lhe indicarão se será este o rito adequado da peça, quais</p><p>sejam:</p><p>o Contrato de trabalho extenso;</p><p>o Salário do empregado elevado;</p><p>o Existir pleito de Danos Morais a ser realizado, o que eleva o valor da causa para fins de</p><p>escolha do rito;</p><p>o Existir pedido de verbas que gerem reflexo, o que torna maior o valor dos pedidos e</p><p>supera, para tanto, o rito sumaríssimo. Ex.: Hora Extra, Adicional Noturno, Insalubridade,</p><p>Periculosidade, Transferência, Diferença Salarial, Equiparação Salarial etc.</p><p>Logo, qualquer uma destas características, quando presentes, irão nos conduzir para a escolha do</p><p>rito ordinário na Reclamação Trabalhista.</p><p>E para fins de melhor compreensão e detalhamento da linha do tempo, mais precisamente dos</p><p>atos processuais que compõem o processo no Rito Ordinário, tome nota do seguinte esquema:</p><p>9</p><p>88</p><p>Assim, a linha do tempo, quando aos atos processuais no procedimento ordinário, até a sentença,</p><p>se apresentará aos examinandos da OAB da seguinte forma:</p><p>Ø R.T - Verbal ou Escrita - Distribuição;</p><p>Ø Notificação postal e automática do Reclamado (Citação) – Nos termos do</p><p>Artigo 841 da CLT, no prazo de 48h deve o servidor da secretaria da Vara</p><p>remeter a notificação e contrafé ao Reclamado;</p><p>Ø Recebimento da notificação postal pelo reclamado - Súmula n. 16 do TST:</p><p>“Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de</p><p>sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse</p><p>prazo constitui ônus de prova do destinatário”.</p><p>Ø Audiência – art. 849 da CLT</p><p>Ø Audiência una e contínua – Observa-se que entre o recebimento da</p><p>notificação postal e a data da audiência deve haver um prazo mínimo de 5</p><p>dias (art. 841, CLT).</p><p>Ø Pregão - Art. 846 da CLT;</p><p>Ø 1ª Tentativa de Conciliação - Art. 846 da CLT;</p><p>Ø Defesa da Reclamada – Nos termos do Art. 847, da CLT, verifica-se que a</p><p>defesa poderá ser apresentada na modalidade escrita (eletronicamente) ou</p><p>ainda de forma oral na audiência, no prazo de 20 minutos;</p><p>Ø Réplica ou manifestação do Reclamante;</p><p>Ø Instrução - Art. 848, da CLT:</p><p>(I) Interrogatório e depoimento pessoal das partes – Veja que inicialmente</p><p>se colhe os depoimentos das partes, ouvindo-se primeiro o reclamante</p><p>e, em ato sequencial, a reclamada (art. 820, CLT).</p><p>10</p><p>88</p><p>(II) Oitiva das testemunhas (art. 848, CLT). – Após o depoimento das partes,</p><p>se realiza a oitiva das testemunhas (iniciando-se pelas testemunhas do</p><p>reclamante e, depois, as da reclamada).</p><p>(III) Oitiva dos peritos e assistentes técnicos (se houver necessidade).</p><p>Ø Razões Finais - Art. 850, da CLT - Realizadas após a instrução, de forma oral,</p><p>não excedentes de 10 minutos;</p><p>Ø Segunda Tentativa de Conciliação (Art. 850 da CLT) – Em sendo infrutífera</p><p>a tentativa, o magistrado segue para o sentenciamento.</p><p>Ø Sentença – Art. 850, 851 e 852 da CLT.</p><p>Atenção: Vale lembrar que se diante da sentença nenhuma das partes</p><p>interpuser Recurso Ordinário ao TRT, para fins de reforma da decisão, ocorrerá,</p><p>então, o trânsito em julgado.</p><p>§ RITO ESPECIAL:</p><p>Por fim, a título de complementação, vale lembrar que temos no Processo do Trabalho o</p><p>Procedimento Especial, o qual comtempla ações específicas que exigem regramentos próprios,</p><p>diferentes dos utilizados no Procedimento Comum. A título de exemplo, podemos mencionar que</p><p>seguirá o Procedimento Especial: Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave; Dissídio</p><p>Coletivo; Ação de Cumprimento; Ação Rescisória; e Mandado Segurança.</p><p>4 - Reclamação Trabalhista</p><p>4.1 – Aspectos Gerais</p><p>A Reclamação Trabalhista, como petição inicial, possui características e requisitos próprios, aos</p><p>quais devemos nos ater para uma melhor estruturação da peça prática, bem como para</p><p>úteis, conforme preconiza o Art.</p><p>29 da CLT e o Art. 5º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho, sendo que a ausência de registro</p><p>implica na aplicação de multa.</p><p>(XXV EXAME DE ORDEM) Rafael, um ano e meio após ser dispensado, ajuizou ação trabalhista</p><p>em face do empregador, pretendendo horas extras. No dia da audiência, ele, injustificadamente,</p><p>82</p><p>88</p><p>não compareceu. Um ano depois dessa data, Rafael ajuizou nova ação, com pedido de horas</p><p>extras e adicional de periculosidade. A audiência foi designada para dois meses depois.</p><p>Novamente, de forma injustificada, Rafael não compareceu. Quinze dias após, ele ajuizou, mais</p><p>uma vez, a mesma ação.</p><p>Diante disso, na qualidade de advogado(a) da ré, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Além de apresentar defesa quanto ao mérito propriamente dito dos pedidos, o que você deverá</p><p>alegar na melhor defesa de seu cliente? Justifique.</p><p>R: Deverá ser arguida a prescrição do pedido de adicional de periculosidade, pois a primeira</p><p>demanda interrompeu o curso do prazo prescricional apenas do pedido de horas extras, nos</p><p>termos da Súmula 268 do TST e Art. 11, § 3º, da CLT.</p><p>b) Indique o fenômeno jurídico processual ocorrido a partir do arquivamento da segunda ação e</p><p>esclareça se é possível o ajuizamento da terceira ação na forma realizada. Justifique.</p><p>R: Não é possível o ajuizamento da terceição ação, pois, em razão da perempção operada no caso,</p><p>a parte deveria aguardar o prazo de 6 meses, conforme o Art. 732 da CLT.</p><p>(QUESTÃO – XXI EXAME DE ORDEM) Lucas é dirigente sindical e empregado da sociedade</p><p>empresária que o contrata como advogado. Na consulta, resta esclarecido que Lucas praticou</p><p>falta grave e a sociedade empresária quer dispensá-lo.</p><p>Com base no caso narrado, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária, qual a medida a ser adotada a fim de</p><p>implementar a dispensa de Lucas? Fundamente.</p><p>R: O advogado de Lucas deverá propor um Inquérito Judicial para apuração de falta grave, medida</p><p>processual restrita a alguns empregados estáveis, inclusive, ao dirigente sindical, o qual antes de</p><p>ser dispensado por justa causa, fará jus a uma averiguação mediante inquérito, conforme artigo</p><p>853 da CLT, Súmula 379 TST e Súmula 197 STF.</p><p>b) Necessitando de prova testemunhal para as suas alegações, com quantas testemunhas você</p><p>poderá contar na implementação da medida acima? Fundamente.</p><p>R: O inquérito judicial para apuração de falta grave, regido pelo procedimento especial, se</p><p>diferente das demais demanda trabalhista, em razão das partes poderem apresentar até 6</p><p>testemunha cada uma, conforme artigo 821 da CLT.</p><p>(QUESTÃO – XXII EXAME DE ORDEM) Em determinada empresa que explora atividade não</p><p>essencial para a sociedade, houve deflagração de greve, porque os trabalhadores reivindicavam</p><p>melhores condições de trabalho, além de reajuste salarial.</p><p>Em relação a essa situação, responda aos itens a seguir.</p><p>83</p><p>88</p><p>a) Informe o que acontecerá de imediato com o pagamento dos salários dos empregados que</p><p>aderiram à greve.</p><p>R: Considerando que a greve trata-se de uma hipótese de suspensão do contrato de trabalho, o</p><p>empregado durante toda este período ficará sem perceber os devidos salários, salvo acordo ou</p><p>convenção coletiva em sentido contrário, conforme Art. 7º Lei 7783/89.</p><p>b) Se a paralisação fosse oriunda de um lockout, informe o que aconteceria com o salário dos</p><p>empregados.</p><p>R: O “lockout” é uma hipótese de paralisação das atividades, esta iniciada pelo empregador e com</p><p>a finalidade frustrar negociação e reivindicações dos seus empregados. Neste sentido, nos termos</p><p>do Art. 722, § 3º, CLT e Art. 17, § único, Lei 7783/89, os empregadores deverão arcar com os</p><p>salários de todo o período de suspensão do trabalho.</p><p>(QUESTÃO – XXIV EXAME) Lino foi empregado da sociedade empresária Calçados de Borracha</p><p>Ltda. por quatro anos, atuando internamente como empacotador e, depois, como auxiliar de</p><p>máquinas. Trabalhava de segunda-feira a sábado, das 6h às 12h, com pausa de 15 minutos. Após</p><p>ter sido dispensado por alegação de justa causa, Lino ajuizou reclamação trabalhista requerendo</p><p>o pagamento de adicional de periculosidade, pois se deslocava para a empresa e dela retornava</p><p>de motocicleta, conforme fotografias que juntou aos autos, tendo comprovado,</p><p>documentalmente, ser proprietário de uma motocicleta e ter autorização escrita da empresa para</p><p>estacioná-la no pátio da ré. Lino ainda informou que a empresa custeava 40% da mensalidade do</p><p>curso supletivo que ele frequentava, conforme recibos que juntou, requerendo, então, a</p><p>integração desse valor ao seu salário como utilidade, com pagamento dos reflexos devidos.</p><p>Diante da situação retratada, como advogado(a) contratado(a) para defender a sociedade</p><p>empresária, responda às indagações a seguir.</p><p>a) Em relação ao pedido de adicional de periculosidade, que tese você advogaria? Justifique.</p><p>R: No caso apresentado, o reclamante não atuava como motociclista, mas sim para deslocamento</p><p>particular, sem risco de morte, pelo que descaracterizada atividade de risco, daí porque não há</p><p>previsão legal para o pagamento do adicional de periculosidade, conforme previsto no Art. 193, §</p><p>4º, da CLT.</p><p>b) Em relação ao pedido de integração dos 40% da mensalidade do curso supletivo, que tese</p><p>você advogaria? Justifique.</p><p>R: A educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores</p><p>relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, aos livros e ao material didático, não é considerada</p><p>salário in natura por expressa disposição legal, conforme o Art. 458, § 2º, inciso II, da CLT.</p><p>84</p><p>88</p><p>(QUESTÃO – XXII EXAME DE ORDEM) Paulo e João foram eleitos dirigentes sindicais. Ambos se</p><p>candidataram na mesma data, sendo que João estava em gozo de aviso prévio. Um mês após a</p><p>eleição, ambos foram dispensados.</p><p>Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Paulo e João poderiam ser dispensados? Fundamente.</p><p>R: Paulo goza de estabilidade porque a adquiriu em condições regulares, conforme Art. 8º, inciso</p><p>VIII, da CF/88 e Art. 543, § 3º da CLT; já João, não, porque a candidatura sucedeu no decorrer do</p><p>aviso prévio, fato que não lhe assegura garantia no emprego, conforme Súmula 369, inciso V, do</p><p>TST.</p><p>b) Na hipótese de reconhecimento da estabilidade, na qualidade de advogado do empregado,</p><p>sendo insustentável o convívio entre empregado e empregador, o que você poderá requerer na</p><p>defesa dos interesses do seu cliente?</p><p>R: Nos termos do Art. 496 da CLT, observado que o pleito de reintegração no emprego postulada</p><p>na inicial não se mostra aconselhável, ante o grau de incompatibilidade ao qual chegaram as partes</p><p>envolvidas no litígio, possível revela-se a conversão da reintegração ao emprego no pagamento</p><p>de indenização compensatória, esta referente ao período da estabilidade.</p><p>(QUESTÃO – XXV EXAME DE ORDEM) Ramiro, auxiliar de serviços gerais, trabalhou para a</p><p>sociedade empresária Bom Tempo S/A, de 17/12/2017 a 25/02/2018. Cumpria jornada das 8h às</p><p>17h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, de 8h às 12h. De segunda a sexta-feira, deveria ter</p><p>intervalo de uma hora, mas, em razão do volume de trabalho, só conseguia desfrutar de 40</p><p>minutos.</p><p>Tendo Ramiro procurado você como advogado (a), considerando os exatos termos da legislação</p><p>trabalhista em vigor, responda aos itens a seguir.</p><p>a) O que você deverá pleitear em sede de reclamação trabalhista quanto ao intervalo? Justifique.</p><p>R: Deverá ser requerida a indenização de 20 minutos de intervalo de segunda a sexta-feira, com</p><p>acréscimo de 50%, nos termos do Art. 71, § 4º, da CLT.</p><p>b) Qual é a natureza jurídica do pagamento do intervalo suprimido de Ramiro? Justifique.</p><p>R: O intervalo suprimido tem natureza jurídica indenizatória, nos termos do Art. 71 § 4º, da CLT.</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Frederico, piloto da aviação civil, após três anos de</p><p>trabalho para a Empresa de Transportes</p><p>Aéreos Voa Alto S/A., foi dispensado sem receber parte</p><p>das verbas rescisórias, as horas extras e a compensação orgânica. Além disso, foi dispensado</p><p>dentro do último ano que antecede sua aposentadoria, o que é vedado por norma coletiva. Em</p><p>razão disso, ajuizou ação em face do ex-empregador, tendo procurado e constituído você como</p><p>85</p><p>88</p><p>advogado(a) para todos esses atos. No dia designado para a audiência, para a qual havia</p><p>requerido antecipação, Frederico não poderá comparecer, pois estará voando para a China, onde</p><p>conseguiu um novo e rentável trabalho.</p><p>Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Considerando a necessidade de realização da audiência na data designada pelo juiz e sua</p><p>condição na qualidade de advogado(a) do autor, qual a medida a ser adotada para evitar o</p><p>adiamento/arquivamento da audiência? (Valor: 0,60)</p><p>R: Nos termos do Art. 843, § 2º, da CLT, o autor poderá fazer-se representar, devidamente</p><p>comprovada a impossibilidade de seu comparecimento, por outro empregado que pertença a</p><p>mesma profissão ou pelo seu sindicato, devendo formular tal requerimento.</p><p>b) Considerando tratar-se de piloto da aviação civil, qual o instituto justrabalhista que corresponde</p><p>aos períodos em que Frederico fica no aeroporto aguardando para, eventualmente, render outra</p><p>tripulação? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: Segundo o Art. 44 da Lei nº 13.475/17, trata-se do instituto da reserva, OU prontidão, nos termos</p><p>do Art. 244, § 3º, da CLT.</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Lucas trabalhou em uma rede de restaurantes localizada</p><p>em determinado Estado da Federação. A sociedade empresária possui 60 empregados, divididos</p><p>em dez lojas localizadas em municípios diferentes, sendo que cada unidade possui seis</p><p>empregados.</p><p>Após ser dispensado sem justa causa, Lucas ajuizou reclamação trabalhista postulando o</p><p>pagamento de horas extras, afirmando que cumpria extensa jornada de segunda-feira a sábado,</p><p>das 7h às 21h, com intervalo de 20 minutos para refeição.</p><p>Em contestação, a ex-empregadora negou a jornada dita na petição inicial, afirmando que a labuta</p><p>respeitava o módulo constitucional. Em audiência, após verificar que os controles de ponto não</p><p>foram juntados, o advogado do autor requereu a aplicação da confissão em desfavor da</p><p>reclamada.</p><p>Diante da situação retratada, da Lei e do entendimento consolidado pelo TST, responda aos</p><p>questionamentos a seguir.</p><p>a) Como advogado(a) da sociedade empresária, que tese você sustentaria em relação aos cartões</p><p>de ponto? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: Uma vez que em cada estabelecimento há menos de 20 empregados, nesta situação, torna-se</p><p>desnecessário manter controles escritos dos horários de entrada e saída dos empregados,</p><p>conforme previsto no Art. 74, § 2º, da CLT.</p><p>b) Caso você fosse contratado pelo trabalhador e a sociedade empresária juntasse controles de</p><p>ponto com marcação de jornada de segunda-feira a sábado, das 8h às 16h, e intervalo de uma</p><p>86</p><p>88</p><p>hora para refeição em todos os dias, que tese você advogaria em prol do seu cliente? Justifique.</p><p>(Valor: 0,60)</p><p>R: Quando exibido os controles de ponto com horários invariáveis, o ônus da prova é transferido</p><p>para o ex-empregador, na forma prevista na Súmula 338, inciso III, do TST.</p><p>(QUESTÃO – XXVI EXAME DE ORDEM) Paulo trabalhou na construtora Casa Feliz S.A. como</p><p>pedreiro por três anos, findos os quais foi dispensado por justa causa sob a alegação de que</p><p>estava desviando sacos de cimento da obra e vendendo esse material a terceiros. Inconformado,</p><p>ajuizou reclamação trabalhista postulando horas extras e a anulação da justa causa, com o</p><p>consequente pagamento das verbas como se a dispensa tivesse sido feita sem justa causa.</p><p>Distribuída a demanda em 30/01/2018, foi designada audiência para o dia 10/04/2018. Na hora</p><p>designada as partes foram apregoadas e sentaram-se à mesa de audiências.</p><p>O juiz indagou do preposto qual era a sua relação com a construtora, tendo ele dito que era um</p><p>terceirizado da empresa que cuidava da parte de limpeza e conservação. O juiz pediu a CTPS do</p><p>preposto, constatando que ela fora assinada pela Limpa Tudo Serviços Terceirizados Ltda.</p><p>Com essa informação, o advogado de Paulo requereu a aplicação da revelia, porque a empresa</p><p>era uma sociedade anônima e não estaria regularmente representada por um empregado.</p><p>Diante da situação retratada e do comando legal vigente, responda às indagações a seguir.</p><p>a) Na qualidade de advogado(a) da construtora, que argumentação jurídica você apresentaria em</p><p>relação ao requerimento do autor? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: A tese a ser defendida é a de que o preposto não precisa ser empregado, independentemente</p><p>do porte da empresa, conforme o Art. 843, § 3º, da CLT.</p><p>b) De que modo, na legislação trabalhista, a alegação de desvio dos sacos de cimento para venda</p><p>a terceiros deve ser juridicamente qualificada? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>R: Deve ser qualificada como ato de improbidade, ou seja, de desonestidade, na forma do Art.</p><p>482, alínea a, da CLT.</p><p>(QUESTÃO – XXVII EXAME DE ORDEM) Vitor e Vitória trabalham como vigilantes na mesma</p><p>agência do Banco Cifrão S.A. Ele é vigilante terceirizado e ela é vigilante contratada diretamente</p><p>pelo banco. Ambos trabalham em escala de 12 x 36 horas, conforme acertado na convenção</p><p>coletiva da categoria.</p><p>De acordo com a situação apresentada e com os termos da CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>a) Os empregados citados integram a categoria dos bancários? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: Não, nenhum deles é bancário, porque o vigilante integra categoria profissional diferenciada,</p><p>conforme o Art. 511, § 3º, da CLT e a Súmula 257 do TST.</p><p>87</p><p>88</p><p>b) Em eventual reclamação trabalhista, com pedido de adicional de periculosidade não pago a</p><p>ambos os empregados durante o contrato, deveria ser realizada prova pericial? Justifique. (Valor:</p><p>0,60)</p><p>R: No presente caso, revela-se desnecessária a realização de perícia, porque o vigilante tem direito</p><p>ao adicional de periculosidade em razão de preceito legal, conforme o Art. 193, inciso II, da CLT</p><p>e Anexo III da NR 16, incluído pela Portaria 1.855/2013.</p><p>(QUESTÃO – XXVII EXAME DE ORDEM) Patrícia foi empregada em uma sociedade empresária de</p><p>gerenciamento de franquias por 8 anos. Inicialmente trabalhou em Maceió/AL e, pelo bom</p><p>trabalho realizado ao longo do tempo, foi promovida a um cargo de confiança e transferida para</p><p>São Paulo/SP, com todas as despesas custeadas pela sociedade empresária. Patrícia mudou-se</p><p>com a família, comprou um imóvel, matriculou seus filhos numa boa escola paulista e permaneceu</p><p>em São Paulo por 5 anos. Ao final desse período, a sociedade empresária, afetada pela crise</p><p>econômica, encerrou suas atividades em 10/10/2018, o que acarretou a dispensa da funcionária.</p><p>Após a dispensa, Patrícia mudou-se para o Rio de Janeiro, local onde ingressou com ação</p><p>trabalhista requerendo o pagamento do adicional de transferência pelo período em que trabalhou</p><p>em São Paulo. Considerando o caso narrado, como advogado(a) da sociedade empresária,</p><p>responda aos itens a seguir.</p><p>a) Sabendo que a sociedade empresária não possui qualquer unidade no Rio de Janeiro e que</p><p>nunca manteve atividade nesse local, qual a medida processual que você deverá adotar em</p><p>relação ao ajuizamento da ação trabalhista nessa unidade da Federação? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: No presente caso, a parte deverá apresentar exceção de incompetência territorial, na forma do</p><p>Art. 800 da CLT.</p><p>b) Com relação ao pedido da ação, o que você deverá sustentar em defesa? Justifique. (Valor:</p><p>0,60)</p><p>R: Em sede de defesa deverá ser alegado o não cabimento do adicional de transferência, por esta</p><p>ser definitiva e não provisória, como exigido legalmente, nos termos do Art. 469, § 3º, da CLT e</p><p>OJ 113 do TST.</p><p>Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não</p><p>confere pontuação.</p><p>(QUESTÃO – XXX EXAME DE ORDEM) Em sentença prolatada</p><p>por uma Vara do Trabalho, o juiz</p><p>condenou a empresa ao pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade ao</p><p>reclamante, já que a perícia realizada nos autos comprovou que havia agente agressor à saúde do</p><p>trabalhador e que as condições de trabalho geravam acentuado risco de morte. Na sentença, o</p><p>juiz ainda condenou o ex-empregador a devolver ao autor o valor dos honorários do assistente</p><p>técnico contratado pelo trabalhador. Inconformada, a empresa contrata você, como advogado(a),</p><p>88</p><p>88</p><p>para recorrer. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado</p><p>do TST, responda às indagações a seguir.</p><p>A) Que tese jurídica você apresentaria em relação ao deferimento dos adicionais de</p><p>periculosidade e insalubridade? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: Neste caso, deveria se alegar que não cabe o pagamento simultâneo de ambos os adicionais,</p><p>conforme vedação legal contida no Art. 193, § 2º, CLT.</p><p>B) Que tese jurídica você apresentaria em relação à condenação de devolução dos honorários do</p><p>assistente técnico? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>R: Quando ocorrer a indicação de assistente técnico, e por este ser facultativo, ao autor caberá</p><p>arcará com os honorários deste profissional, comforme Art. 826, CLT; Art. 3º, parágrafo único, da</p><p>Lei nº 5.584/70; e Súmula 341 TST</p><p>1</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Sumário</p><p>Reclamação Trabalhista e Tutela Provisória ...................................................................................................... 3</p><p>1 - Considerações Iniciais ............................................................................................................................... 3</p><p>2 - Tutela Provisória (CPC) e Medida Liminar (CLT) ....................................................................................... 4</p><p>2.1 - Medida Liminar – Art. 659, IX e X, da CLT .......................................................................................... 4</p><p>2.2 - Tutelas Provisórias - Art. 294 a 311 do CPC. ...................................................................................... 8</p><p>3</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E TUTELA PROVISÓRIA</p><p>1 - Considerações Iniciais</p><p>Neste momento, vamos parcialmente mudar o foco do nosso estudo, já que iremos nos ater as Tutelas</p><p>Provisórias, sendo que as suas mais diversas vertentes estão previstas no artigo 300 do CPC, e podem ser</p><p>esquematizadas no seguinte sentido:</p><p>Atente-se ao fato de que a fundamentação da peça prática, independentemente dos pedidos de tutela</p><p>provisória será a mesma, ou seja:</p><p>Artigo 840, parágrafo 1º, da CLT, cumulado com o artigo 319 do CPC/15, este aplicado</p><p>supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT e do</p><p>artigo 15 do CPC/15.</p><p>Vale observar que a peça prática deve ser identificada com o seu “nomen iuris” e com o correto e completo</p><p>fundamento legal. Ou seja, em sede de reclamação trabalhista com tutela provisória, a denominação dada</p><p>à peça será tão somente Reclamação Trabalhista, conforme previsão no edital do Exame de Ordem:</p><p>A indicação correta da peça prática é verificada no nomen iuris da peça</p><p>concomitantemente com o correto e completo fundamento legal usado para justificar</p><p>tecnicamente a escolha feita.</p><p>Ademais, o verbo apropriado para o caso de Reclamação Trabalhista, ainda que em casa de Tutela, é</p><p>"propor".</p><p>E, neste ponto, você pode me questionar:</p><p>Priscilinha, a estrutura da geral da RT será impactada pela presença da Tutela Provisória?</p><p>TUTELA</p><p>PROVISÓRIA</p><p>TUTELA DE</p><p>URGÊNCIA</p><p>TUTELA</p><p>ANTECIPADA</p><p>ANTECEDENTE</p><p>INCIDENTAL</p><p>TUTELA</p><p>CAUTELAR</p><p>ANTECEDENTE</p><p>INCIDENTAL</p><p>TUTELA DE</p><p>EVIDÊNCIA</p><p>4</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Caro aluno(a), preste muita atenção neste ponto, já que nada será afetado na estrutura em si da RT, a qual</p><p>continuará a seguir o seguinte regramento: (1) Endereçamento; (2) Preâmbulo; (3) Fatos; (4) Mérito; (5)</p><p>Pedidos; e (6) Requerimentos Finais.</p><p>Mas, claro, no mérito da peça prático profissional deverá ser elarada uma tese apresentando todos</p><p>aspectos legais para qe a tutela provisória seja concedida.</p><p>2 - Tutela Provisória (CPC) e Medida Liminar (CLT)</p><p>A Tutela Provisória consiste em um gênero de medida processual que busca a efetividade do processo, ou</p><p>seja, sempre que o enunciado lhe trouxer a informação de que a parte autora está em situação de perigo de</p><p>dano ou de difícil reparação, ou ainda, de risco ao resultado útil do processo, nos termos do artigo 294 e</p><p>seguintes do CPC/15.</p><p>Contudo, a CLT trata da matéria como "medida liminar", conforme artigo 659, IX e X, trazendo a</p><p>possibilidade de sua utilização quando o autor estiver diante de uma transferência abusiva, ou, ainda, for o</p><p>caso de reintegração de dirigente sindical, tenha sido ele afastado, suspenso ou dispensado de forma</p><p>irregular.</p><p>Assim, em uma análise comparativa, podemos afirmar que a liminar prevista na CLT se equipara à tutela</p><p>antecipada, nos termos do artigo 300 do CPC.</p><p>2.1 - Medida Liminar – Art. 659, IX e X, da CLT</p><p>Vamos iniciar o estudo sobre as tutelas provisórias pela previsão legal contida na CLT, a qual prevê duas</p><p>possibilidades de o empregado se valer de uma medida liminar, quais sejam:</p><p>a) Art. 659, IX, CLT – O magistrado poderá conceder medida liminar, até decisão final do processo, para</p><p>obstar transferência abusiva de empregado</p><p>A natureza jurídica dessa decisão que concede ou denega o pedido de medida liminar é interlocutória,</p><p>conforme artigo 203, §2º do CPC, sendo tida pelo CPC como todo pronunciamento judicial de natureza</p><p>decisória que não se enquadre como sentença, por critério de exclusão.</p><p>Neste sentido, devemos nos questionar:</p><p>Quando a transferência realizada pelo empregador é considerada abusiva?</p><p>A transferência do empregado, em regra, depende de seu consentimento, não podendo ser realizada de</p><p>forma unilateral e, se assim for, será tida como abusiva. Contudo, o artigo 469, §1º, da CLT autoriza a</p><p>transferência unilateral, ou seja, independentemente da anuência do empregado, exigindo, tão somente, a</p><p>demonstração da real necessidade pelo empregador para que seja considerada válida, como se observa nas</p><p>seguintes hipóteses:</p><p>CARGO DE CONFIANÇA</p><p>5</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>O empregado exercente de cargo de confiança pode ser transferido pelo empregador,</p><p>independentemente de seu consentimento, mas, para que sua validade subsista, deverá o</p><p>empregador demonstrar a real necessidade da referida transferência, sob pena de ser</p><p>caracterizada como abusiva, nos termos da Súmula n. 43 do TST.</p><p>Vale ressaltar que, apesar de a legislação autorizar a transferência de forma unilateral, isso</p><p>não retira deste empregado o direito à percepção do adicional de transferência, uma vez</p><p>que, sempre que provisória, importará em um acréscimo salarial ao empregado de, no</p><p>mínimo, 25%, nos termos da OJ 113 da SDI-I/TST e art. 469, §3º, CLT.</p><p>PREVISÃO CONTRATUAL – IMPLÍCITA OU EXPRESSA</p><p>No caso de haver previsão contratual de forma expressa ou implícita, o empregado poderá</p><p>ser transferido sem que precise consentir com esta situação, mas, para sua validade,</p><p>deverá também o empregador demonstrar a real necessidade.</p><p>A previsão contratual expressa é facilmente identificada pelo aluno, no entanto, a implícita</p><p>se torna um pouco mais complexa e pode ser constatada pela atividade do empregador,</p><p>como, por exemplo, as pessoas que laboram em circo já podem imaginar que serão</p><p>transferidas a qualquer momento.</p><p>Nesta situação, sendo a transferência</p><p>provisória, o empregado fará jus ao adicional de</p><p>transferência de, no mínimo, 25% sobre o salário.</p><p>Em resumo, a transferência será abusiva, quando:</p><p>➢ Não houver concordância expressa do empregado; e</p><p>➢ Na ausência de demonstração da real necessidade da transferência pelo empregador, ainda que</p><p>haja previsão contratual ou, ainda, o empregado desempenhe cargo de confiança.</p><p>Observe a seguinte hipótese: Caso um trabalhador tenha sido contratado para laborar em determinada</p><p>cidade e, posteriormente, venha a ser transferido para prestar serviços em outra localidade de forma</p><p>provisória, a princípio diríamos que ele faria jus ao adicional de transferência. No entanto, caso o enunciado</p><p>traga a informação de que, aos finais de semana, ele retornava para sua residência a fim de ficar junto de</p><p>sua família, o TST já demonstrou entender que, por não haver o ânimo de residência na cidade em que se</p><p>presta serviços, o adicional de transferência não será devido, já que, apesar de a transferência ser provisória,</p><p>não há a mudança de domicilio.</p><p>b) Art. 659, X, CLT – O magistrado poderá conceder medida liminar, até decisão final do processo, para</p><p>reintegrar dirigente sindical</p><p>Segundo o fundamento legal exposto, o magistrado poderá conceder medida liminar até decisão final do</p><p>processo, objetivando reintegrar dirigente sindical que tenha sido afastado, suspenso ou dispensado de</p><p>forma ilegal.</p><p>6</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>O dirigente sindical tem sua estabilidade regulamentada nos seguintes dispositivos:</p><p>✓ Art. 8º, VIII, CF e Art. 543, §3º da CLT – Estabilidade do registro da candidatura até um ano após o final</p><p>do seu mandato;</p><p>✓ Súmulas nº369 e 379 TST;</p><p>✓ OJ nº 365 e 369 da SDI-1 do TST.</p><p>A estabilidade do dirigente sindical se inicia com o registro da sua candidatura e, se eleito, até um ano após</p><p>o fim do mandato de três anos (Artigo 515, b, da CLT), ou seja, totalizando quatro anos de estabilidade. Tal</p><p>prerrogativa se aplica apenas aos sete membros titulares e sete suplentes, os quais também desfrutarão da</p><p>mesma estabilidade.</p><p>Nesse sentido:</p><p>A dispensa do dirigente sindical apenas se tornará válida quando por justa causa e, inclusive, precedida de</p><p>um Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave, conforme Súmula n. 379 do TST, o qual tramita em</p><p>rito especial e deverá ser proposto na Justiça do Trabalho, a fim de validar a dispensa por justa causa do</p><p>dirigente, com a consequente resolução do contrato de trabalho. Tal ação deverá ser intentada no prazo de</p><p>trinta dias, a contar da suspensão do empregado, conforme preceitua o artigo 853 da CLT. Sendo julgado</p><p>improcedente, o dirigente deverá ser reintegrado ou, ainda, ser indenizado pelo período estabilitário no caso</p><p>de a reintegração se tornar desaconselhável (artigo 496 da CLT).</p><p>O TST entende que, para a estabilidade ser válida, o empregado deve comunicar, ao empregador, o registro</p><p>da sua candidatura na vigência do contrato de trabalho, nos termos da Súmula n. 369, I do TST, apesar da</p><p>previsão do artigo 543, §5º, da CLT, como se observa:</p><p>Registro Da Candidatura</p><p>Se eleito, até um ano após o fim do</p><p>mandato (3 anos)</p><p>Ler todos os fundamentos legais</p><p>e marcar na CLT Organizada!</p><p>7</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Art. 543, CLT - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação</p><p>profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do</p><p>exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne</p><p>impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.</p><p>(...)</p><p>§ 5º -Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro</p><p>de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado</p><p>e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no</p><p>mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará no mesmo prazo a</p><p>comunicação no caso da designação referida no final do § 4º.</p><p>Súmula nº 369 do TST - DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA</p><p>I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a</p><p>comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do</p><p>prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer</p><p>meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.</p><p>II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada,</p><p>assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual</p><p>número de suplentes.</p><p>III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade</p><p>se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o</p><p>qual foi eleito dirigente.</p><p>IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato,</p><p>não há razão para subsistir a estabilidade.</p><p>V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período</p><p>de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável</p><p>a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.</p><p>A doutrina e jurisprudência majoritárias entendem que o Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave</p><p>não é requisito essencial para dispensa, quando se tratar de:</p><p>* Gestante (art. 10, inciso II, alínea “b” do ADCT, art. 391-A da CLT e Súmula 244 do TST);</p><p>* Acidentado (Art. 118 da Lei 8.213/91 e Súmula 378 do TST);</p><p>* Representante da CIPA (Artigos 164 e 165 da CLT e Súmulas 676 do STF e 339 do TST);</p><p>* Membro do Conselho Fiscal do FGTS.</p><p>Ler todos os</p><p>fundamentos legais</p><p>e marcar na CLT</p><p>8</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Em resumo, podemos afirmar que quando o dirigente sindical for dispensado dentro do período estabilitário</p><p>sem justa causa, ou, ainda, a dispensa se der por justa causa, mas sem o ajuizamento de inquérito judicial</p><p>para apuração de falta grave, a dispensa será considerada ilegal e o empregado poderá se valer de medida</p><p>liminar para restabelecer a sua garantia.</p><p>Com base nisso, podemos concluir que a medida liminar prevista na CLT, especificamente no artigo 659,</p><p>IX e X, terá apenas a finalidade de:</p><p>✓ Obstar transferência abusiva de empregado; e</p><p>✓ Reintegrar dirigente sindical dispensado de forma ilegal.</p><p>Nas demais situações, o empregado deverá se valer de uma Tutela Provisória, a qual deverá ser regida pelo</p><p>Código de Processo Civil, nos termos dos artigos art. 294 a 311.</p><p>Vale mencionar alguns empregados que poderão buscar uma reintegração por meio da tutela provisória,</p><p>uma vez detentores de estabilidade: Gestante, Cipeiro, Acidentado, Dirigente eleito de cooperativa de</p><p>empregados etc.</p><p>Lembrando sobre tutelas provisórias, tome nota:</p><p>2.2 - Tutelas Provisórias - Art. 294 a 311 do CPC.</p><p>Inicialmente, devemos observar que o Artigo 3º, VI, da IN 39 do TST admitiu a aplicação das tutelas</p><p>provisórias no Processo do Trabalho.</p><p>Quanto as peculiaridades das tutelas provisórias, tome nota:</p><p>▪ A tutela de urgência pode ser concedida no início do processo, no curso do processo ou na sentença;</p><p>▪ A concessão da tutela provisória em sentença visa dar a máxima efetividade possível a seu comando.</p><p>Ou seja, a sentença já está produzindo os seus efeitos até o tribunal proferir a decisão;</p><p>▪ Veja que os recursos são dotados apenas de efeito devolutivo e, sendo a tutela provisória concedida</p><p>antes da sentença, a parte prejudicada poderá se valer de mandado de segurança para tentar obstar</p><p>a produção de seus efeitos imediatos, conforme Súmula nº 414, II, TST. Tal decisão anterior à</p><p>sentença tem natureza de interlocutória e, a princípio, não é passível de interposição</p><p>de recurso</p><p>imediato.</p><p>TUTELA</p><p>PROVISÓRIA</p><p>TUTELA DE</p><p>URGÊNCIA</p><p>TUTELA</p><p>ANTECIPADA</p><p>TUTELA</p><p>CAUTELAR</p><p>TUTELA DE</p><p>EVIDÊNCIA</p><p>9</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No entanto, se a tutela provisória for concedida na sentença, a parte poderá apresentar recurso</p><p>ordinário, artigo 895 da CLT, não podendo, nessa situação, ser utilizado o mandado de segurança</p><p>para impugnar a sentença. Agora, caso o MS já tenha sido impetrado e tenha sido proferida sentença</p><p>superveniente à decisão do MS, este perderá o seu objeto (Súmula 414, I, TST).</p><p>Nesse sentido, prevê a Súmula n. 414 do TST:</p><p>I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do</p><p>mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a</p><p>obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao</p><p>tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do</p><p>tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º,</p><p>do CPC de 2015.</p><p>II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença,</p><p>cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.</p><p>III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado</p><p>de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.</p><p>Assim, avançando no tema, mais precisamente da pedido de Tutela Provisória em sede de Reclamação</p><p>Trabalhista, tome nota:</p><p>A TUTELA PROVISÓRIA, regulamentada pelo CPC/2015, é um gênero que contempla duas espécies:</p><p>a) Tutela de urgência;</p><p>b) Tutela de evidência.</p><p>A tutela de urgência deverá ser utilizada em sede de inicial trabalhista quando o pedido tiver amparo na</p><p>probabilidade do direito e no perigo de dano ou no risco ao resultado útil do processo.</p><p>- Exemplo: A tutela de urgência utilizada para incluir o empregado no plano de saúde a fim de realizar uma</p><p>cirurgia emergencial.</p><p>Nesse sentido, ainda, a tutela de urgência se subdivide em duas espécies: tutela antecipada e tutela</p><p>cautelar, as quais se diferenciam pelas seguintes peculiaridades:</p><p>▪ TUTELA ANTECIPADA (artigos 300, 303 e 304, CPC/2015): é a antecipação, total ou parcial, dos efeitos</p><p>da tutela pretendida no pedido inicial, ou seja, busca antecipar o provimento jurisdicional que, em</p><p>condições normais, seria concedido somente ao final do processo (tutela definitiva).</p><p>Em paralelo, podemos concluir que as “medidas liminares” da CLT têm natureza de tutela antecipada.</p><p>▪ TUTELA CAUTELAR (artigos 300, 301, 305 e seguintes do CPC/2015): tem o objetivo de assegurar o</p><p>resultado útil do processo principal visando garantir a efetividade do processo, acautelando,</p><p>preservando ou conservando determinado direito. Ou seja, trata-se de uma medida protetiva</p><p>provisória que visa evitar a inutilidade do processo, em especial, nos casos em que a tutela definitiva</p><p>não possa ou não tenha mais como ser efetivada.</p><p>10</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Neste sentido, destacamos alguns exemplos da utilização desta medida processual:</p><p>✓ Exemplo (1): Tutela cautelar buscando evitar a dilapidação de patrimônio da empresa;</p><p>✓ Exemplo (2): Tutela cautelar visando ao bloqueio patrimonial ou de bens de determinada</p><p>empresa;</p><p>✓ Exemplo (3): Tutela cautelar para fins de produção antecipada de prova.</p><p>Nesse sentido, prevê o artigo 301 do CPC:</p><p>A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,</p><p>arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra</p><p>medida idônea para asseguração do direito.</p><p>A TUTELA ANTECIPADA e a CAUTELAR podem ser apresentadas de forma antecedente ou incidental.</p><p>A tutela antecedente (artigo 303 do CPC/2015) consiste em uma inicial trabalhista na qual o autor postula</p><p>tão somente a tutela antecipada, de forma que, uma vez concedida à tutela requerida, o autor deverá aditar</p><p>a petição inicial, a fim de complementar sua argumentação com a juntada de novos documentos e o pedido</p><p>de confirmação do pedido na tutela final, conforme procedimento previsto no parágrafo primeiro do artigo</p><p>303 do CPC/2015. Nessa toada, tal procedimento também é cabível na CAUTELAR, conforme artigo 308 do</p><p>CPC/2015.</p><p>Já quanto à tutela antecipada ou cautelar, quando concedidas na modalidade incidental, já vêm</p><p>acompanhadas de todos os demais pedidos do processo. Exemplo: Reclamação trabalhista pleiteando a</p><p>reintegração do empregado, cumulado com horas extras e outros pedidos.</p><p>▪ TUTELA DE EVIDÊNCIA (art. 311, CPC): a tutela de evidência, que independe da demonstração de dano</p><p>ou de risco ao resultado útil do processo, está baseada numa demonstração do direito da parte com</p><p>grau de probabilidade tão elevado, que o torna desde logo evidente, resulta em tratamento</p><p>diferenciado pelo juiz, a fim de evitar o sacrifício do direito do autor frente ao tempo do processo.</p><p>Isso porque, a tutela de evidência é fundada na evidência do direito e, embora seja tutela provisória, não o</p><p>é tutela de urgência, razão pela qual não se cogita do periculum in mora.</p><p>Em todas as hipóteses, previstas no artigo 311 do CPC, a medida pode ser deferida depois da efetiva</p><p>participação do réu no processo. Inclusive, as principais hipóteses de concessão, no direito do trabalho,</p><p>estão ligadas ao abuso do direito de defesa ou ao manifesto propósito protelatório da parte.</p><p>Observe as hipóteses legalmente admitidas no CPC/2015:</p><p>Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de</p><p>perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:</p><p>I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório</p><p>da parte;</p><p>11</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver</p><p>tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;</p><p>III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do</p><p>contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto</p><p>custodiado, sob cominação de multa;</p><p>IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos</p><p>do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.</p><p>Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.</p><p>Logo, verifica-se:</p><p>Agora, vejam a esquematização da peça quando, na Reclamação Trabalhista, estiver presente o pedido de</p><p>medida liminar nos termos da CLT, ou, ainda, tutela provisória, conforme o CPC/2015:</p><p>1. ENDEREÇAMENTO (Art. 651 da CLT)</p><p>“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ... VARA DO TRABALHO DE ...”</p><p>2. QUALIFICAÇÃO DO RECLAMANTE– Nome, nacionalidade, profissão, estado civil, data de nascimento,</p><p>nome da mãe, RG, CPF, CTPS número e série, PIS/PASEP/NIT, endereço completo com CEP;</p><p>2.1 Menção ao Advogado</p><p>2.2 Verbo: Propor ou ajuizar;</p><p>2.3 Rito Ordinário (em regra);</p><p>2.4 RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – Art. 840,§1º da CLT; art. 319, CPC; art. 769 da CLT; art. 15 do CPC.</p><p>***Na prova não há necessidade de indicar como “nomen iuris” da peça como, Reclamação</p><p>Trabalhista com pedido liminar ou com pedido de tutela provisória, bastando indicar como,</p><p>“Reclamação Trabalhista”.</p><p>TUTELA</p><p>PROVISÓRIA</p><p>TUTELA DE</p><p>URGÊNCIA</p><p>TUTELA</p><p>ANTECIPADA</p><p>ANTECEDENTE</p><p>INCIDENTAL</p><p>TUTELA</p><p>CAUTELAR</p><p>ANTECEDENTE</p><p>INCIDENTAL</p><p>TUTELA DE</p><p>EVIDÊNCIA</p><p>12</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2.5 Qualificação da reclamada – 4 itens – Nome, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço</p><p>completo com CEP;</p><p>Reclamante, nacionalidade, estado civil, profissão, data de nascimento, nome da mãe, RG, CPF, CTPS,</p><p>PIS/PASEP/NIT, endereço completo/CEP, por seu advogado que esta subscreve</p><p>(procuração anexa),</p><p>endereço completo/CEP, vem, à presença de Vossa Excelência, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA</p><p>pelo procedimento ordinário, com fundamento no artigo 840, par. 1º da CLT, c/c art. 319 do CPC,</p><p>aplicado subsidiária e supletivamente ao processo do trabalho por força do art. 769 da CLT e art. 15</p><p>do CPC, em face de nome completo da reclamada, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço</p><p>completo/CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados.</p><p>3. FATOS</p><p>Um breve resumo dos fatos, conforme informações contidas no enunciado.</p><p>4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>4.1 DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA</p><p>4.2 DA TUTELA PROVISÓRIA</p><p>4.3 DAS HORAS EXTRAS.</p><p>(....)</p><p>**Atenção, a banca examinadora exige que se faça dois tópicos estíficos neste caso. Ou seja, um</p><p>tópico explicando acerca da estabilidade que deverá ser garantida sob a égide da CLT, e outro</p><p>apontando o direito da tutela provisória (antecipada).</p><p>5. DOS PEDIDOS</p><p>Isso posto, requer o reclamante a procedência de todos os pedidos abaixo elencados:</p><p>a) A concessão liminar da tutela de urgência antecipada, determinando a reintegração imediata do</p><p>reclamante ao emprego... inestimável;</p><p>b) Concessão definitiva da reintegração na sentença... inestimável;</p><p>c) Confirmação definitiva da tutela antecipada na sentença... inestimável;</p><p>d) Caso Vossa Excelência não entenda pela reintegração do reclamante ao emprego (artigo 496 da</p><p>CLT), requer, sucessivamente, seja a reclamada condenada ao pagamento da indenização</p><p>correspondente ao período estabilitário, como se observa:</p><p>- Salários, desde a data da dispensa até o fim da estabilidade, no importe de R$...;</p><p>- Aviso prévio indenizado, no importe de R$...;</p><p>- 13º salário proporcional, no importe de R$...;</p><p>- Férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional, no importe de R$...;</p><p>- FGTS sobre verbas rescisórias, no importe de R$...;</p><p>- Multa de 40% sobre o FGTS depositado, no importe de R$...;</p><p>13</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>- anotação da extinção na CTPS para levantamento do FGTS e requerimento do seguro</p><p>desemprego, estas últimas sob pena de conversão em indenização correspondente, no importe</p><p>de R$...;</p><p>- Multa do artigo 467 e 477, §8º, da CLT, no importe de R$...</p><p>e) A condenação de duas horas extras diárias e reflexos, por todo o contrato de trabalho, no</p><p>importe de R$...</p><p>(...)</p><p>6. DOS REQUERIMENTOS FINAIS – Notificação e protesto por provas</p><p>Requer, também, a notificação da reclamada para em querendo apresente defesa a presente</p><p>reclamação, em audiência, sendo que o não comparecimento importará na revelia e confissão quanto</p><p>à matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de direito admitidos, em especial prova documental,</p><p>testemunhal, pericial e outras necessárias, que desde já ficam requeridas.</p><p>7. VALOR DA CAUSA (não especificar valor)</p><p>Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso).</p><p>8. ENCERRAMENTO</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>Observe que, na peça prático profissional acima estruturada, foi realizado o pleito de</p><p>concessão liminar da tutela de urgência antecipada, contudo estaria igualmente correto</p><p>se houvesse o pleito de concessão de medida liminar e a sua posterior confirmação em</p><p>sentença, quando se enquadrasse em alguma das hipóteses do artigo 659, IX e X da CLT.</p><p>Peça Prático Profissional – XXII Exame de Ordem</p><p>➢ Situação-Problema – Adaptado</p><p>14</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Marina Ribeiro, brasileira, casada, desempregada, filha de Laura Santos, portadora da identidade 855, CPF</p><p>909, residente e domiciliada na Rua Coronel Saturnino, casa 28 – São Paulo-SP – CEP 4444, trabalhou para a</p><p>sociedade empresária Malharia Fina Ltda., localizada na capital paulista, como auxiliar de produção, de</p><p>01/12/2017 a 30/08/2018, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo as verbas da ruptura</p><p>contratual.</p><p>Atualmente Marina está desempregada, mas, na época em que atuava na Malharia Fina, ganhava 1 salário</p><p>mínimo mensal.</p><p>Marina é presidente do seu sindicato de classe, ao qual está filiada desde a admissão, tendo sido eleita e</p><p>empossada no dia 20/04/2018 para um mandato de 2 anos, bem como cientificada a empregadora do fato</p><p>por e-mail, exibido ao advogado. Marina recebeu uniforme e EPI da empresa, jamais sofrendo descontos no</p><p>seu salário em razão disso. Recebia, também, alimentação em dinheiro e trabalhava de 2ª a 6ª feira das</p><p>13.30h às 22.30h, com intervalo de 1 hora, e aos sábados, das 8.00h às 12.00h, sem intervalo. Após o horário</p><p>informado, gastava 20 minutos para troca de uniforme, condição exigida pelo empregador. Marina recebeu</p><p>a participação proporcional nos lucros de 2017 e 2018.</p><p>Marina tem três filhos saudáveis, com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento que</p><p>apresentou. Ela, no ano de 2018, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões, faltou ao emprego em</p><p>ambas e foi descontada a título de falta.</p><p>Em 2018, ela também foi descontada em três dias, quando se ausentou para viajar para o Nordeste e</p><p>comparecer ao enterro de um primo, que falecera em acidente de trânsito.</p><p>Hugo, o superior imediato de Marina, era chefe do setor de produção. Duas vezes na semana, no mínimo,</p><p>dizia que ela tinha um belo sorriso. Por educação, Marina agradecia o elogio.</p><p>Ainda, em 2018, em razão de doença, Hugo ficou afastado do serviço por 90 dias e ela o substituiu até o seu</p><p>retorno.</p><p>Por ocasião do exame demissional, o setor médico da empresa informou que Marina estava apta para a</p><p>dispensa. Nos seus contracheques, em todos os meses desde a admissão, havia o lançamento de crédito de</p><p>um salário mínimo e de duas cotas de salário-família, além de descontos de INSS e do vale-transporte.</p><p>Marina ainda informou que tinha ajuizado uma ação anteriormente e que, como perdera a confiança no</p><p>antigo advogado, não compareceu à audiência para a qual fora intimada. Essa ação havia sido distribuída à</p><p>25ª Vara do Trabalho de São Paulo e, em consulta pela Internet, foi verificado o seu arquivamento.</p><p>Com base nos dados apresentado formule a peça (rito ordinário) de defesa dos interesses de Marina em</p><p>juízo. (Valor: 5,00)</p><p>Conforme já explicado anteriormente, antes de transcrever a peça, devemos em nosso rascunho na prova</p><p>seguir o seguinte sistema de passos:</p><p>1. Grifar os dados principais do problema;</p><p>2. Identificação e Previsão Legal da Peça, Endereçamento, Procedimento e Outras Peculiaridades –</p><p>realizado no rascunho;</p><p>✓ No caso em tela, constata-se uma Reclamação Trabalhista pelo rito ordinário e com</p><p>fundamento no artigo 840, parágrafo 1º, da CLT, cumulado com o artigo 319 do CPC/15, este</p><p>15</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>aplicado supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT</p><p>e do artigo 15 do CPC/15;</p><p>✓ Endereçamento: “EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 25ª VARA DO</p><p>TRABALHO DE SÃO PAULO”;</p><p>Observem que o enunciado menciona o ajuizamento de uma ação anterior, logo, nos termos do</p><p>artigo 286, II, do CPC, deverá ser requerida a distribuição à 25ª Vara do Trabalho de São Paulo,</p><p>em razão da PREVENÇÃO daquele juízo.</p><p>3. Teses - Realizar no rascunho as anotações das principais informações das teses, os seus</p><p>fundamentos legais correlatos e pedidos;</p><p>✓ Tese (1) – DA PREVENÇÃO – Nos termos no artigo 286, II, do CPC, deverá ser requerida a</p><p>distribuição à 25ª Vara do Trabalho de São Paulo, em razão da prevenção daquele juízo.</p><p>✓ Tese (2) - DA JUSTIÇA GRATUITA - Requerimento de assistência judiciária gratuita, nos</p><p>termos do artigo</p><p>790, parágrafo terceiro e quarto da CLT;</p><p>✓ Tese (3) – DA ESTABILIDADE – Pleitear a Reintegração porque a reclamante é</p><p>dirigente sindical, tendo estabilidade no emprego OU sendo vedada sua dispensa,</p><p>conforme Art. 8º, VIII, da CF/88 e Art. 543, § 3º, CLT;</p><p>✓ Tese (4) – DA MEDIDA LIMINAR OU DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, com</p><p>fundamento no Art. 300 CPC ou Art. 659, X, CLT - Possibilidade de indenização, nos</p><p>termos do artigo 496 da CLT e Súmula 396, II do TST;</p><p>✓ Tese (5) –DO SALÁRIO UTILIDADE – Pleitear a Integração da alimentação ao salário,</p><p>em razão de seu pagamento em dinheiro, conforme art. 457, § 2º, da CLT.</p><p>✓ Tese (6) –DAS HORAS EXTRAS – Os minutos excedentes da jornada normal, nesta situação,</p><p>devem ser considerados tempo à disposição do empregador, uma vez que a troca de</p><p>uniforme era exigida pelo empregador, com incidência do adicional de 50%, nos termos da</p><p>Art. 4º, § 2º, VIII e 58, § 1º da CLT.</p><p>As teses</p><p>podem ser</p><p>elaboradas</p><p>em</p><p>conjunto,</p><p>ou seja, em</p><p>um único</p><p>tópico, ou</p><p>separadame</p><p>nte.</p><p>16</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ Tese (7) – DO INTERVALO INTERJORNADA – Pleitear o pagamento de horas extras pela</p><p>inobservância do intervalo mínimo entre a jornada de sexta-feira e sábado, conforme Art.</p><p>66 e 382 da CLT, bem como OJ n. 355 da SDI-I do TST.</p><p>✓ Tese (8) – DO ADICIONAL NOTURNO – O adicional noturno deve ser pago em razão das horas</p><p>à disposição do empregador após 22h00, conforme Art. 73, § 2º, da CLT.</p><p>✓ Tese (9) – DO SALÁRIO-FAMÍLIA (cota faltante) – Pleiteia-se a cota do salário família faltante,</p><p>haja vista a reclamante possuir três filhos menores de quatorze anos de idade, conforme</p><p>preceitos do Art. 66 Lei 8213/91, Art. 83 Decreto n. 3.048/99, Art. 7º, XII, CF/88, Art. 2º Lei</p><p>4266/63 e Art. 4º Decreto 53.153/63.</p><p>✓ Tese (10) – DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO - Requer-se a devolução do desconto realizado</p><p>de forma ilegal, em razão de UM dia de doação de sangue, o que se caracteriza como uma</p><p>falta justificada, conforme prevê o artigo 473, IV, da CLT.</p><p>✓ Tese (11) – DO SALÁRIO-SUBSTITUIÇÃO – O empregado procedeu à substituição do chefe de</p><p>setor de forma não eventual, fazendo jus à percepção das diferenças salariais decorrentes</p><p>da substituição, conforme salário do substituído (Súmula 159, I, TST, Art. 5º e 450 CLT, Art.</p><p>5º e 7º, XXX da CF/88).</p><p>✓ Tese (12) – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Será devido pela parte reversa os honorários</p><p>advocatícios sucumbenciais no importe de R$ 15% do valor que resultar da liquidação, com</p><p>fundamento no art. 791-A da CLT.</p><p>4. Pedidos / Conclusão da peça - realizado no rascunho;</p><p>• Requerimento de citação/notificação do réu para contestação;</p><p>• Procedência dos pedidos;</p><p>• Indicação de valor dado à causa;</p><p>• Data, local, advogado(a), OAB nº...</p><p>5. Elaborar a peça no caderno definitivo da prova.</p><p>Antes de transcrevermos efetivamente a Peça Prático Profissional, vale relembrarmos um pouco sobre a</p><p>Prevenção no Processo do Trabalho: Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial,</p><p>há prevenção quando se tratar de ajuizamento de ação trabalhista com os mesmos pedidos daquela que foi</p><p>anteriormente arquivada, uma vez configurada a hipótese do artigo 286, inciso II, do CPC, que assegura a</p><p>distribuição por dependência quando houver reiteração do pedido.</p><p>Neste sentido, o artigo 286, do CPC, preceitua que:</p><p>Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:</p><p>I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;</p><p>17</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido,</p><p>ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os</p><p>réus da demanda;</p><p>III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo prevento.</p><p>Agora, vamos transcrever a peça, como se fosse para o caderno definitivo da prova. Treine e, na sequência,</p><p>confira o gabarito:</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 25ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO.</p><p>Distribuição por dependência à 25ª Vara do Trabalho – juízo prevento.</p><p>Autos nº ...</p><p>Marina Ribeiro, brasileira, casada, desempregada, portadora da identidade 855, CPF 909, PIS/PASEP, CTPS,</p><p>residente e domiciliada em Rua Coronel Saturnino, casa 28 – São Paulo/SP – CEP 4444, filha de Laura</p><p>Santos, nascida em..., por seu advogado (procuração anexa), com endereço profissional em..., vem</p><p>respeitosamente perante Vossa Excelência, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com</p><p>fulcro no artigo 840, §1º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código</p><p>de Processo Civil (CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por força do artigo 769 da CLT e 15 do CPC,</p><p>em face de Malharia Fina Ltda., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n..., com sede na Rua...,São</p><p>Paulo/SP, CEP n..., pelos fatos e fundamentos a seguir:</p><p>DOS FATOS</p><p>A empregada Marina Ribeiro exercia a função de auxiliar de produção na empresa Malharia Fina Ltda., de</p><p>2ª a 6ª feira, das 13h30 às 22h30, com intervalo de 1 hora e, aos sábados, das 8h00 às 1h00, sem</p><p>intervalo. Laborou na empresa de 01/12/2017 a 30/08/2018, quando foi dispensada sem justa causa,</p><p>recebendo as verbas da ruptura contratual, apesar de ser dirigente sindical.</p><p>No entanto, alguns direitos trabalhistas não foram pagos e nem respeitados, motivos os quais baseiam o</p><p>ingresso da presente demanda.</p><p>DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>II.I – DA PREVENÇÃO</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art55%C2%A73</p><p>18</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A reclamante já havia ajuizado uma ação anteriormente em face do mesmo empregador, mas, pelo não</p><p>comparecimento em audiência designada na 25ª Vara do Trabalho de São Paulo, procedeu-se o seu</p><p>arquivamento.</p><p>Nos termos do Art. 286, II, CPC, verifica-se que, uma vez reiterado os pedidos em face do réu nesta</p><p>demanda, a 25ª Vara do trabalho se torna preventa, e se torna competente para julgar a demanda.</p><p>Logo, requer-se o reconhecimento da prevenção à 25ª VT/SP.</p><p>II.II – DA MEDIDA LIMINAR – REINTEGRAÇÃO</p><p>Como relatado, a reclamante era dirigente sindical, eleita e empossada no dia 20/04/2018 para um</p><p>mandato de 2 anos, tendo o empregador sido cientificado, na época, por e-mail, o que, mesmo assim, não</p><p>impediu a sua dispensa em 30/08/2018.</p><p>O artigo 8º, VIII, da CF e 543, §3º, da CLT preveem vedação à dispensa arbitrária de dirigente sindical, a</p><p>partir do registro de sua candidatura até um ano após o fim do seu mandato, o que não foi respeitado no</p><p>presente caso, já que a empregada ainda era estável, bem como não procedeu a nenhum falta grave que</p><p>justificasse tal dispensa.</p><p>Ademais, nos termos do artigo 659, X, da CLT, sendo a dispensa ilegal, no caso de dirigente sindical, torna-</p><p>se cabível a concessão de medida liminar até decisão final do processo, visando à reintegração da</p><p>reclamante, uma vez que estável. Contudo, caso Vossa Excelência não entenda pela reintegração do</p><p>reclamante ao emprego, conforme dispõe o artigo 496 da CLT, requer-se, sucessivamente, a condenação</p><p>da reclamada ao pagamento da indenização correspondente ao período estabilitário, nos termos da</p><p>Súmula n. 396, II do TST.</p><p>II.III–DO SALÁRIO-UTILIDADE</p><p>Ainda, observa-se que a reclamante recebia alimentação em dinheiro, mas que a referia quantia não</p><p>integrava a sua remuneração para nenhum fim.</p><p>No entanto, a alimentação fornecida em dinheiro pelo empregador, por força do contrato de trabalho,</p><p>caracteriza-se como salário-utilidade, possuindo natureza salarial, logo, integrando a remuneração,</p><p>conforme artigo 457, § 2º, da CLT.</p><p>Desta forma, requer-se a integração da alimentação ao salário para todos os fins.</p><p>II.IV – DAS HORAS EXTRAS</p><p>A empregada, ora reclamante,</p><p>gastava, ao final do seu expediente, 20 minutos na troca de uniforme,</p><p>condição essa exigida pelo empregador.</p><p>Entretanto, tal período não era computado em sua jornada de trabalho, o que está equivocado, haja vista</p><p>se caracterizar como tempo à disposição do empregador, devendo ser, ora, pago como hora extra e com</p><p>o devido adicional de 50%, conforme Súmula nº 366 do TST, artigos 4º, § 2º, VIII, e 58, § 1º, da CLT.</p><p>19</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Por conseguinte, requer-se o pagamento de 20 minutos diários como hora extraordinária, com o</p><p>correspondente adicional de 50% e reflexos.</p><p>II.V – DO INTERVALO INTERJORNADA</p><p>A empregada laborava de 2ª a 6ª feira das 13h30 às 22h30, e, aos sábados, das 8h00 às 12h00, ou seja,</p><p>entre o término da jornada de sexta-feira e o início da jornada de sábado, não sendo respeitado o intervalo</p><p>interjornada mínimo de 11 horas.</p><p>Nesse sentido, nos termos dos artigos 66 e 382 da CLT, o intervalo entre uma jornada e outra deve ser, no</p><p>mínimo, de onze horas consecutivas para descanso, sob pena de pagamento do referido período</p><p>suprimido como hora extra, e com o respectivo adicional de 50%.</p><p>Logo, requer-se o pagamento do período suprimido do intervalo interjornada como hora extra.</p><p>II. VI – DO ADICIONAL NOTURNO</p><p>A jornada de trabalho da reclamante era compreendida, de 2ª à 6ª feira, das 13h30 às 22h30, sem nenhum</p><p>acréscimo, mesmo ultrapassando as 22h00.</p><p>Nesta linha de raciocínio, o artigo 73, § 2º, da CLT prevê que o período noturno é aquele iniciado a partir</p><p>das 22 horas até às 5 horas do dia seguinte, sendo que, no caso em tela, a jornada do reclamante</p><p>ultrapassava às 22 horas, sem perceber o respectivo adicional noturno de 20% sobre a hora noturna.</p><p>Assim, requer-se o pagamento do adicional noturno sob o período à disposição do empregador após as</p><p>22h00.</p><p>II.VII – DO SALÁRIO-FAMÍLIA (cota faltante)</p><p>A empregada possuía três filhos com idades de 12, 10 e 8 anos, conforme certidões de nascimento</p><p>apresentadas ao empregador, sendo-lhe pagas apenas duas cotas de salário-família.</p><p>No entanto, com fundamento no artigo 66 da Lei 8213/91, bem como no artigo 7º, XII, da CF/88, a</p><p>reclamante faria jus a uma terceira cota de salário família, a qual nunca foi recebida, considerando ser de</p><p>baixa renda, além de possuir três filhos com idade inferior a 14 anos.</p><p>Desta forma, requer-se o pagamento de 1 (uma) cota de salário família faltante, nos termos acima</p><p>consignados.</p><p>II.VIII – DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO – DOAÇÃO DE SANGUE</p><p>Conforme verificado, a empregada, no ano de 2018, comprovadamente, doou sangue em duas ocasiões,</p><p>faltando ao serviço em ambas. Ocorre que a empresa lhe descontou os dois dias de faltas.</p><p>20</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No entanto, de acordo com o artigo 473, inciso IV, da CLT, é autorizado ao empregado se ausentar uma</p><p>vez ao ano para doar sangue, sem que sofra qualquer impacto financeiro em seu salário, tratando-se de</p><p>uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho.</p><p>Pelo exposto, requer-se a devolução de 1 (um) dos dias nos quais comprovadamente Marina doou sangue.</p><p>II.IX – DA SUBSTITUIÇÃO</p><p>Dos fatos, observa-se que Hugo, superior imediato de Marina, ficou afastado do serviço por 90 dias,</p><p>oportunidade na qual ela o substituiu, sem nada a mais receber por tal situação.</p><p>Todavia, aquele que substitui outro empregado, de forma não eventual, deverá perceber o salário do</p><p>substituído enquanto durar a substituição, conforme se observou no caso em tela (Súmula 159, inciso I,</p><p>do TST e Art. 5º e 450 da CLT).</p><p>Destarte, requer-se a diferença salarial em razão da substituição do chefe do setor pelo período de 90</p><p>dias, e reflexos.</p><p>II.X -DA JUSTIÇA GRATUITA</p><p>Nos autos da presente demanda, clara revela-se a situação econômica da reclamante, a qual,</p><p>anteriormente à dispensa, já percebia tão somente um salário mínimo e, agora, desempregada, encontra-</p><p>se em situação financeira ainda mais crítica.</p><p>Assim, requer-se a assistência judiciária gratuita, uma vez que não há como a reclamante arcar com as</p><p>despesas processuais sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família, artigo 790, parágrafos terceiro</p><p>e quarto, da CLT.</p><p>II.XI -DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS</p><p>A empregada encontra-se amparada por advogado particular, o que torna o profissional apto à percepção</p><p>dos honorários advocatícios sucumbenciais, conforme análise dos quesitos do artigo 791-A, §2º, da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais no</p><p>importe de 15% sobre o valor que resultar da liquidação, conforme preceituado pelo art. 791-A da CLT.</p><p>DOS PEDIDOS</p><p>Isso posto, requer a reclamante a procedência da Reclamação Trabalhista, nos seguintes termos:</p><p>A) O reconhecimento da prevenção à 25ª Vara do Trabalho de São Paulo... inestimável;</p><p>B) A concessão da medida liminar, determinando a reintegração imediata do reclamante ao</p><p>emprego... inestimável;</p><p>C) Concessão definitiva da reintegração em sede de sentença... inestimável;</p><p>D) Caso Vossa Excelência não entenda pela reintegração da reclamante ao emprego (artigo 496 da</p><p>CLT), requer, sucessivamente, seja a reclamada condenada ao pagamento da indenização</p><p>correspondente ao período estabilitário, como se observa:</p><p>- Salários, desde a data da dispensa até o fim da estabilidade no importe de R$...;</p><p>21</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>- Aviso prévio indenizado, no importe de R$...;</p><p>- 13º salário proporcional, no importe de R$...;</p><p>- Férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional, no importe de R$...;</p><p>- FGTS sobre verbas rescisórias, no importe de R$...;</p><p>- Multa de 40% sobre FGTS depositado, no importe de R$...;</p><p>- Liberação das guias do FGTS – inestimável;</p><p>- Liberação das guias do seguro – desemprego ou indenização substitutiva, nos termos da</p><p>Súmula n. 389 do TST, e no importe de R$...;</p><p>- Multa do artigo 467 e 477, §8º, da CLT, no importe de R$...</p><p>E) A integração da alimentação ao salário para todos os fins, no importe de R$...;</p><p>F) O pagamento de 20 minutos diários como hora extra e com o correspondente adicional de 50% e</p><p>reflexos, no importe de R$...;</p><p>G) O pagamento do período suprimido do intervalo interjornada como hora extra, no importe de R$...;</p><p>H) O pagamento do adicional noturno sob o período à disposição do empregador após as 22h, no</p><p>importe de R$...;</p><p>I) O pagamento de 1 (uma) cota de salário família faltante, nos termos acima consignados, no</p><p>importe de R$...;</p><p>J) A devolução de 1 (um) dos dias nos quais comprovadamente Marina doou sangue, no importe de</p><p>R$...;</p><p>K) A diferença salarial em razão da substituição do chefe do setor pelo período de 90 dias, no importe</p><p>de R$...;</p><p>L) A concessão do benefício da justiça gratuita... inestimável;</p><p>M) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, no importe</p><p>de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação, o que totaliza em R$...</p><p>DOS REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Requer, também, a notificação da reclamada para que, querendo, apresente defesa a presente</p><p>reclamação em audiência, sendo que o não comparecimento importará na revelia e confissão quanto à</p><p>matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial, prova documental,</p><p>testemunhal, pericial e outras necessárias, que desde já ficam requeridas.</p><p>Dá-se à causa o valor de R$...</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>22</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Agora, vamos resolver algumas questões para fixar os principais pontos, vejamos:</p><p>Questão 01.</p><p>(XXIII Exame de Ordem) Uma sociedade empresária do ramo de confecções publicou um anúncio em jornal</p><p>de grande circulação informando que admitiria vários profissionais para</p><p>o seu quadro de funcionários, a</p><p>título de contrato de experiência, desde que comprovada a seguinte exigência profissional: para</p><p>costureiras, experiência comprovada de cinco meses na função; para estoquistas, experiência comprovada</p><p>de um ano na função; para auxiliar de serviços gerais, experiência comprovada de dois meses na função;</p><p>e para administradores, experiência mínima de dois anos na função.</p><p>Diante da situação apresentada e dos termos da CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>A) A exigência em relação aos estoquistas é válida? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>B) Informe o prazo máximo admissível no contrato de experiência. (Valor: 0,60)</p><p>Questão 02.</p><p>(Questão Autoral) Trícia é enfermeira no Hospital Maternidade Cinco de Abril, laborando das 07h00 às</p><p>16h00, com uma hora de intervalo para descanso e refeição. A empregada sempre chega ao trabalho com</p><p>15 minutos de antecedência a fim de colocar seu uniforme, permanecendo mais 15 minutos após a jornada</p><p>para trocar o uniforme, de acordo com o regulamento da empresa, o qual veda o atraso no início da</p><p>jornada. Ainda, após trocar o uniforme, permanece no Hospital, diariamente, por mais 30 minutos, em</p><p>razão da especialização na área da pediatria, que sempre pretendeu fazer. Diante da situação</p><p>apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) Trícia faz jus ao pagamento dos minutos diários para troca de uniforme como hora extraordinária?</p><p>Justifique.</p><p>B) Quanto ao tempo despendido diariamente em razão do curso de especialização, Trícia faz jus ao</p><p>pagamento como hora extraordinária?</p><p>Questão 03.</p><p>(Questão Autoral) Laurindo trabalha na empresa Gráfica Certa Ltda., a qual se localiza na mesma cidade</p><p>em que possui domicílio, qual seja, Porto Alegre/RS. Diariamente, realiza a entrega de produtos a clientes</p><p>que residem em cidades próximas, utilizando-se de sua própria motocicleta. Em uma das entregas, quando</p><p>se dirigia à cidade de Gravataí/RS, sofreu um acidente na estrada, motivo pelo qual permaneceu afastado</p><p>do trabalho, pelo INSS, durante 9 meses.</p><p>23</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Diante da situação apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) O acidente sofrido por Laurindo se enquadra como acidente do trabalho?</p><p>B) O afastamento mencionado afetará as férias de Laurindo?</p><p>Questão 04.</p><p>(Questão Autoral) Lola foi contratada como auxiliar administrativo no Banco Dinheiro Nosso S.A.. Certo</p><p>dia, as câmeras de segurança da agência flagraram Lola furtando valores de um dos caixas. Ato contínuo,</p><p>a empregada foi chamada à sala do Gerente Geral da respectiva agência, o qual lhe comunicou sobre a</p><p>suspensão contratual de 40 dias, aplicada em decorrência dos fatos mencionados.</p><p>Diante da situação apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) A punição aplicada pelo empregador é válida?</p><p>B) A dispensa da empregada por justa causa ao invés da aplicação da suspensão teria respaldo legal?</p><p>Questão 05.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Ferdinando era estoquista em uma empresa multinacional havia 22 anos. O</p><p>empregador, desejoso de reduzir seu quadro de funcionários, lançou, em outubro de 2018, um programa</p><p>de demissão voluntária, com regras claras e objetivas, fixadas em acordo coletivo assinado com o sindicato</p><p>de classe dos empregados. Diante do longo tempo trabalhado, a indenização adicional devida a</p><p>Ferdinando era generosa. Assim, após refletir e conversar com sua família, ele aderiu ao PDV em questão,</p><p>sem lançar ressalvas. Diante da situação apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Caso Ferdinando ajuizasse ação pleiteando horas extras após aderir ao PDV e receber a indenização</p><p>correspondente, que tese jurídica você, contratado pela empresa para defendê-la em juízo, advogaria na</p><p>contestação? (Valor: 0,65)</p><p>B) Se, em vez de aderir ao PDV, o contrato fosse extinto por acordo entre empregado e empregador,</p><p>Ferdinando teria direito a receber o seguro-desemprego? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>Questão 06.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Carlos, como dirigente sindical, vinha representando ativamente os empregados</p><p>de uma sociedade empresária na unidade situada em Porto Alegre/RS. No entanto, para sua surpresa,</p><p>recebeu um comunicado da empresa determinando sua transferência para a unidade de Porto</p><p>Velho/Rondônia. No comunicado constava que a empresa pagaria apenas o transporte de ida e volta, bem</p><p>como a moradia em hotel local. O trabalho em Rondônia duraria cerca de 6 meses e seriam mantidos o</p><p>mesmo salário e a mesma composição remuneratória que ele recebia em Porto Alegre. A mudança deveria</p><p>ocorrer em 15 dias. Carlos procura você, como advogado(a), para uma consulta. Observando o texto da</p><p>CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Que medida judicial prevista expressamente na CLT deverá ser adotada a fim de, imediatamente, evitar a</p><p>transferência de Carlos? Fundamente. (Valor: 0,65)</p><p>B) Caso ocorra a transferência, Carlos terá algum direito trabalhista a reivindicar? Fundamente. (Valor: 0,60)</p><p>24</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Questão 07.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Gustavo era empregado de uma empresa, quando adoeceu gravemente.</p><p>Afastado e em gozo de benefício previdenciário, o INSS o aposentou por invalidez. Contudo, dois anos</p><p>após sua aposentadoria por invalidez, foi constatado, em perícia do respectivo órgão, que Gustavo havia</p><p>recuperado sua capacidade de trabalho, estando curado, razão pela qual houve o retorno à função que</p><p>ocupava antes do afastamento. Ocorre que, nesse ínterim, com cláusula expressa em contrato de trabalho</p><p>dispondo que a contratação se dava em função da aposentadoria por invalidez de Gustavo, a qual poderia</p><p>ser temporária, a empresa contratou Aroldo para as funções exercidas por Gustavo, tendo esclarecido</p><p>acerca da interinidade do contrato. Com o retorno de Gustavo, Aroldo foi dispensado sem que lhe fosse</p><p>paga qualquer indenização. Em razão disso, Aroldo ajuizou ação trabalhista em face da empresa,</p><p>pleiteando indenização.</p><p>A) Você foi contratado(a) para contestar o pedido de Aroldo. O que deverá alegar? Fundamente. (Valor:</p><p>0,65)</p><p>B) Admitindo que o juiz tenha julgado procedente o pedido de Aroldo e que a decisão foi confirmada pelo</p><p>Tribunal Regional do Trabalho após recurso, mantida inalterada após a oposição de embargos de declaração,</p><p>que medida jurídica você poderá adotar para defender a empresa? Fundamente. (Valor: 0,60)</p><p>Questão 08.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) O gerente de uma rede de restaurantes ajuizou reclamação trabalhista</p><p>postulando o pagamento de horas extras pelo excesso de jornada e por não ter pausa alimentar regular.</p><p>Disse o ex-empregado na petição inicial que se ativava na extensa jornada de segunda-feira a sábado, das</p><p>8h às 22h, com intervalo de apenas 30 minutos para refeição; que ganhava salário mensal de R$ 8.000,00</p><p>(oito mil reais) e comandava a loja, tendo por atribuições fiscalizar o funcionamento da empresa e os</p><p>funcionários, fazer a escala de férias dos empregados e negociar com fornecedores, além de abrir e fechar</p><p>a loja (pois tinha a chave da porta e a senha do alarme). O maior salário entre os seus subordinados era</p><p>de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais). Diante da situação retratada e dos ditames da CLT, responda</p><p>aos itens a seguir.</p><p>A) Caso você fosse contratado(a) pela empresa, que tese advogaria em juízo, em favor dela, contra o pedido</p><p>de horas extras? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>B) Se, no dia e na hora designados para a audiência una, nenhuma das partes comparecer ou justificar sua</p><p>ausência, de acordo com CLT, o que ocorrerá com a reclamação trabalhista? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>Questão 01.</p><p>(XXIII Exame de Ordem) Uma sociedade empresária do ramo de confecções publicou um anúncio em jornal</p><p>de grande circulação informando que admitiria vários profissionais para o seu quadro de funcionários, a</p><p>título de contrato de experiência, desde</p><p>que comprovada a seguinte exigência profissional: para</p><p>costureiras, experiência comprovada de cinco meses na função; para estoquistas, experiência comprovada</p><p>de um ano na função; para auxiliar de serviços gerais, experiência comprovada de dois meses na função;</p><p>e para administradores, experiência mínima de dois anos na função.</p><p>Diante da situação apresentada e dos termos da CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>25</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A) A exigência em relação aos estoquistas é válida? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R.: A exigência em relação aos estoquistas de um ano de experiência é inválida porque o Art. 442-A da CLT</p><p>determina que, para fins de contratação, o empregador não exigirá comprovação de experiência prévia do</p><p>candidato a emprego por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de atividade.</p><p>B) Informe o prazo máximo admissível no contrato de experiência. (Valor: 0,60)</p><p>R.: O prazo máximo do contrato de experíência é de 90 dias, admitindo-se uma única prorrogação dentro do</p><p>período máximo, conforme o Art. 445, parágrafo único, da CLT.</p><p>Questão 02.</p><p>(Questão Autoral) Trícia é enfermeira no Hospital Maternidade Cinco de Abril, laborando das 07h00 às</p><p>16h00, com uma hora de intervalo para descanso e refeição. A empregada sempre chega ao trabalho com</p><p>15 minutos de antecedência a fim de colocar seu uniforme, permanecendo mais 15 minutos após a jornada</p><p>para trocar o uniforme, de acordo com o regulamento da empresa, o qual veda o atraso no início da</p><p>jornada. Ainda, após trocar o uniforme, permanece no Hospital, diariamente, por mais 30 minutos, em</p><p>razão da especialização na área da pediatria, que sempre pretendeu fazer. Diante da situação</p><p>apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) Trícia faz juz ao pagamento dos minutos diários para troca de uniforme como hora extraordinária?</p><p>Justifique.</p><p>R: Sim, Trícia faz jus aos minutos utilizados para troca de uniforme, considerando a obrigatoriedade da</p><p>realização da troca na empresa, nos termos do artigo 4º, parágrafo 2º, VIII, da CLT. Logo, o tempo destinado</p><p>para a troca de uniforme devem ser integrados em sua jornada de trabalho para todos os fins legais.</p><p>B) Quanto ao tempo despendido diariamente em razão do curso de especialização, Trícia faz jus ao</p><p>pagamento como hora extraordinária?</p><p>R: Não, Trícia não faz jus ao período no qual está realizando curso, pois se trata de atividade de cunho</p><p>particular, não sendo considerado como tempo à disposição do empregador, nos termos do artigo 4º, IV, da</p><p>CLT.</p><p>Questão 03.</p><p>(Questão Autoral) Laurindo trabalha na empresa Gráfica Certa Ltda., a qual se localiza na mesma cidade</p><p>em que possui domicílio, qual seja, Porto Alegre/RS. Diariamente, realiza a entrega de produtos a clientes</p><p>que residem em cidades próximas, utilizando-se de sua própria motocicleta. Em uma das entregas, quando</p><p>se dirigia à cidade de Gravataí/RS, sofreu um acidente na estrada, motivo pelo qual permaneceu afastado</p><p>do trabalho, pelo INSS, durante 9 meses.</p><p>Diante da situação apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) O acidente sofrido por Laurindo se enquadra como acidente do trabalho?</p><p>R. Sim, o acidente sofrido por Laurindo se enquadra como acidente do trabalho, uma vez que, ainda que o</p><p>veículo utilizado fosse próprio, ocorreu durante a prestação de serviços ao empregador, nos termos do artigo</p><p>21, IV, "a", da Lei nº 8.213/91.</p><p>B) O afastamento mencionado afetará as férias de Laurindo?</p><p>26</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>R. Sim, Laurindo perderá o direito às férias referentes àquele período aquisitivo, haja vista o afastamento</p><p>previdenciário ter se dado em período superior a 6 meses, de acordo com o artigo 133, IV, da CLT.</p><p>Questão 04.</p><p>(Questão Autoral) Lola foi contratada como auxiliar administrativo no Banco Dinheiro Nosso S.A.. Certo</p><p>dia, as câmeras de segurança da agência flagraram Lola furtando valores de um dos caixas. Ato contínuo,</p><p>a empregada foi chamada à sala do Gerente Geral da respectiva agência , o qual lhe comunicou sobre a</p><p>suspensão contratual de 40 dias, aplicada em decorrência dos fatos mencionados.</p><p>Diante da situação apresentada, responda fundamentadamente aos itens a seguir.</p><p>A) A punição aplicada pelo empregador é válida?</p><p>R. Não, a punição aplicada pelo empregador é inválida, considerando que a suspensão contratual só poderá</p><p>ocorrer por, no máximo, 30 dias, sob pena de rescisão injusta do contrato de trabalho, nos termos do artigo</p><p>474 da CLT.</p><p>B) A dispensa da empregada por justa causa ao invés da aplicação da suspensão teria respaldo legal?</p><p>R. Sim, a empresa poderia aplicar a dispensa por justa causa com base na prática de ato de improbidade,</p><p>conforme dispõe o artigo 482, "a", da CLT.</p><p>Questão 05.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Ferdinando era estoquista em uma empresa multinacional havia 22 anos. O</p><p>empregador, desejoso de reduzir seu quadro de funcionários, lançou, em outubro de 2018, um programa</p><p>de demissão voluntária, com regras claras e objetivas, fixadas em acordo coletivo assinado com o sindicato</p><p>de classe dos empregados. Diante do longo tempo trabalhado, a indenização adicional devida a</p><p>Ferdinando era generosa. Assim, após refletir e conversar com sua família, ele aderiu ao PDV em questão,</p><p>sem lançar ressalvas. Diante da situação apresentada, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Caso Ferdinando ajuizasse ação pleiteando horas extras após aderir ao PDV e receber a indenização</p><p>correspondente, que tese jurídica você, contratado pela empresa para defendê-la em juízo, advogaria na</p><p>contestação? (Valor: 0,65)</p><p>R. Deveria-se alegar que a adesão ao PDV, sem que exista ressalva, confere quitação plena e irrevogável em</p><p>relação a todos os direitos decorrentes da relação empregatícia, na forma do Art. 477-B da CLT.</p><p>B) Se, em vez de aderir ao PDV, o contrato fosse extinto por acordo entre empregado e empregador,</p><p>Ferdinando teria direito a receber o seguro-desemprego? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>R. Não, Ferdinando não haveria direito ao seguro desemprego em virtude de vedação legal, conforme</p><p>previsto no Art. 484-A, § 2º, da CLT. Será ainda admitida a alegação de que essa modalidade de ruptura não</p><p>está prevista como ensejadora do seguro desemprego, conforme artigo 3º da Lei 7.998/90.</p><p>Questão 06.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Carlos, como dirigente sindical, vinha representando ativamente os empregados</p><p>de uma sociedade empresária na unidade situada em Porto Alegre/RS. No entanto, para sua surpresa,</p><p>27</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>recebeu um comunicado da empresa determinando sua transferência para a unidade de Porto</p><p>Velho/Rondônia. No comunicado constava que a empresa pagaria apenas o transporte de ida e volta, bem</p><p>como a moradia em hotel local. O trabalho em Rondônia duraria cerca de 6 meses e seriam mantidos o</p><p>mesmo salário e a mesma composição remuneratória que ele recebia em Porto Alegre. A mudança deveria</p><p>ocorrer em 15 dias. Carlos procura você, como advogado(a), para uma consulta. Observando o texto da</p><p>CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Que medida judicial prevista expressamente na CLT deverá ser adotada a fim de, imediatamente, evitar</p><p>a transferência de Carlos? Fundamente. (Valor: 0,65)</p><p>R: No caso em tela, deverá ser ajuizada ação trabalhista com pedido de liminar a fim de sustar a</p><p>transferência, na forma do Art. 659, inciso IX, da CLT.</p><p>B) Caso ocorra a transferência, Carlos terá algum direito trabalhista a reivindicar? Fundamente. (Valor:</p><p>0,60)</p><p>R: Nesta situação, deverá ser requerido adicional de transferência, sendo ainda admitida resposta de</p><p>pagamento suplementar não inferior a 25%, na forma do Art. 469, § 3º, da CLT.</p><p>Questão 07.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) Gustavo era empregado de uma empresa, quando adoeceu gravemente.</p><p>Afastado e em gozo de benefício</p><p>resolvermos questões sobre o tema.</p><p>Os requisitos da Reclamação Trabalhista, especialmente para fins de estruturação da peça prático-</p><p>profissional, devem estar de acordo com as peculiaridades apontadas no artigo 840 da CLT, bem</p><p>como no artigo 319 do CPC/2015, haja vista que este último é mais completo e adequado para</p><p>fins de estruturação da sua peça prático-profissional diante das exigências do Exame de Ordem.</p><p>11</p><p>88</p><p>Art. 319. A petição inicial indicará:</p><p>I - o juízo a que é dirigida;</p><p>II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,</p><p>o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da</p><p>Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do</p><p>réu;</p><p>III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;</p><p>IV - o pedido com as suas especificações;</p><p>V - o valor da causa;</p><p>VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;</p><p>VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de</p><p>mediação.</p><p>(...)</p><p>Neste sentido, vamos observar as peculiaridades de cada requisito mencionado no artigo acima:</p><p>Ø RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - Verbal ou Escrita.</p><p>O início do processo trabalhista para fins de entrega da prestação jurisdicional se dá com a</p><p>propositura da petição inicial, sendo, no caso, a Reclamação Trabalhista, a qual pode ser proposta</p><p>de forma escrita ou verbal.</p><p>Para fins de esquematização, veja:</p><p>A Reclamação Trabalhista, quando verbal, o empregado deverá apresentar-se no prazo de 5 dias</p><p>ao cartório ou secretaria para reduzi-la a termo, conforme os fatos narrados ao servidor da Justiça</p><p>do Trabalho.</p><p>Neste sentido, dispõe o artigo o artigo 786, da CLT:</p><p>Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.</p><p>Reclamação</p><p>Trabalhista</p><p>Verbal Escrita</p><p>12</p><p>88</p><p>Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo</p><p>motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou</p><p>à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.</p><p>Vamos aprofundar um pouco mais?</p><p>A análise do artigo 786 da CLT nos remete ao estudo do instituto da perempção no Processo do</p><p>Trabalho, cujas características diferenciam-se da perempção no Processo Civil.</p><p>Neste sentido, o artigo 786 da CLT dispõe que é incumbência do autor, na distribuição das</p><p>Reclamações Verbais, comparecer à Secretaria para reduzi-la a termo, sob pena de extinção do</p><p>feito e perda do direito de ajuizar nova ação pelo prazo de 06 meses. Ou seja, podemos afirmar</p><p>que se trata de uma hipótese de perempção, quando o empregado propõe uma R.T verbal, mas</p><p>não comparece perante a Justiça do Trabalho para redução a termo.</p><p>E no que tange a Reclamação Trabalhista escrita, esta será observada quando por duas vezes</p><p>seguidas e de forma injustificada, o empregado deixar de comparecer à audiência, dando causa</p><p>ao arquivamento da reclamação trabalhista. Nesta hipótese, o empregado também perderá do</p><p>direito de ajuizar nova ação pelo prazo de 06 meses</p><p>Assim, destaca-se os dispositivos que regulamentam o tema da perempção em nossa CLT:</p><p>Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não</p><p>se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou</p><p>Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6</p><p>(seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.</p><p>Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2</p><p>(duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.</p><p>4.2 – Competência Material e Territorial – R.T</p><p>A Competência no Direito do Trabalho, assim como no Processo Civil, é dividida em material e</p><p>territorial, sendo esta regulamentada pelo artigo 651 da CLT e aquela pelo artigo 114 da CF.</p><p>13</p><p>88</p><p>No que tange à COMPETÊNCIA MATERIAL, verificam-se as hipóteses em que a Justiça do</p><p>Trabalho terá competência para analisar determinadas matérias.</p><p>Algumas matérias específicas, mesmo que envolvam questões juslaborais, serão de competência</p><p>da Justiça Comum ou Federal, o que é importante observar, até para fins de questões e assuntos</p><p>passíveis de exigência na sua prova.</p><p>O artigo 114 da CF prevê que:</p><p>Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:</p><p>I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público</p><p>externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;</p><p>III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e</p><p>trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;</p><p>IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato</p><p>questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;</p><p>V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado</p><p>o disposto no art. 102, I, o;</p><p>VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da</p><p>relação de trabalho;</p><p>VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores</p><p>pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;</p><p>VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e</p><p>II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;</p><p>IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.</p><p>Acerca do artigo acima transcrito, devemos destacar, para fins de prova, os seguintes pontos:</p><p>Ä A Justiça do Trabalho tem competência para julgar relações de emprego, assim</p><p>como as relações de trabalho, como se verifica nos casos autônomos, eventuais,</p><p>avulsos etc.;</p><p>Em resumo, deve-se observar que:</p><p>- Trabalhadores Celetistas: Competência da Justiça do Trabalho;</p><p>- Estatutários ou outros Regimes Jurídico-Administrativos: Competência da</p><p>Justiça Comum.</p><p>14</p><p>88</p><p>Ä A Justiça Do Trabalho tem competência para processar e julgar ações que</p><p>envolvam o exercício do direito de greve, quando relacionadas a trabalhadores</p><p>da iniciativa privada, as quais podem ser propostas por meio de dissídios</p><p>individuais e/ou coletivos;</p><p>- Interditos Proibitórios (iminência do esbulho ou da turbação da posse);</p><p>- Ações de Reintegração de Posse (reintegração de posse diante do esbulho);</p><p>- Ações de Manutenção de Posse (turbação da posse durante a greve).</p><p>Ä A Justiça do Trabalho tem competência para solucionar conflitos existentes</p><p>entre Sindicato X Sindicato, Sindicato X Trabalhador, Sindicato X Empregador;</p><p>Ä São, ainda, de Competência Trabalhista os mandados de segurança, habeas</p><p>corpus e habeas data, quando se referirem a matéria de Direito e Processo do</p><p>Trabalho;</p><p>Ä No que tange aos conflitos de competência entre órgãos da Justiça do</p><p>Trabalho, o Artigo 114, V da CF preceitua que:</p><p>*Conflito entre Vara do Trabalho X Vara do Trabalho (Mesma Região) → TRT</p><p>(Competente para solucionar) – Art. 808 da CLT;</p><p>*Conflito entre TRT X TRT (Regiões Distintas) → TST (Competente para solucionar)</p><p>– Art. 808 da CLT;</p><p>*Conflito entre Vara do Trabalho X Juiz de Direito (Não investido de jurisdição</p><p>trabalhista) → STJ (Competente para solucionar) – Artigo 105, I, d, CF;</p><p>*Conflito entre TST X Órgãos de outros ramos do Poder Judiciário → STF</p><p>(Competente para solucionar) – Art. 102, I, CF.</p><p>ÄAs Ações de Indenização por Dano Extrapatrimonial ou Patrimonial, tipicamente</p><p>conhecidas na esfera civil, serão de competência da Justiça do Trabalho quando</p><p>decorrentes da relação de trabalho;</p><p>Ä As ações acidentárias envolvendo Trabalhador Segurado e INSS, bem como</p><p>aquelas relativas a honorários (Súmula n. 363, STJ), são de Competência da Justiça</p><p>Comum;</p><p>Atenção I: Conforme Súmula n. 363, do STJ, compete à Justiça estadual processar</p><p>e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.</p><p>Atenção II: Não compete a Justiça do Trabalho ações</p><p>previdenciário, o INSS o aposentou por invalidez. Contudo, dois anos</p><p>após sua aposentadoria por invalidez, foi constatado, em perícia do respectivo órgão, que Gustavo havia</p><p>recuperado sua capacidade de trabalho, estando curado, razão pela qual houve o retorno à função que</p><p>ocupava antes do afastamento. Ocorre que, nesse ínterim, com cláusula expressa em contrato de trabalho</p><p>dispondo que a contratação se dava em função da aposentadoria por invalidez de Gustavo, a qual poderia</p><p>ser temporária, a empresa contratou Aroldo para as funções exercidas por Gustavo, tendo esclarecido</p><p>acerca da interinidade do contrato. Com o retorno de Gustavo, Aroldo foi dispensado sem que lhe fosse</p><p>paga qualquer indenização. Em razão disso, Aroldo ajuizou ação trabalhista em face da empresa,</p><p>pleiteando indenização.</p><p>A) Você foi contratado(a) para contestar o pedido de Aroldo. O que deverá alegar? Fundamente. (Valor:</p><p>0,65)</p><p>R: Deverá ser alegado que não cabe o pagamento de indenização no caso de contratação provisória, interina</p><p>ou para substituição de empregado aposentado por invalidez, na forma do Art. 475, § 2º, da CLT.</p><p>B) Admitindo que o juiz tenha julgado procedente o pedido de Aroldo e que a decisão foi confirmada pelo</p><p>Tribunal Regional do Trabalho após recurso, mantida inalterada após a oposição de embargos de</p><p>declaração, que medida jurídica você poderá adotar para defender a empresa? Fundamente. (Valor: 0,60)</p><p>R: Deverá ser interposto recurso de revista, pois a decisão viola texto de lei federal (CLT), conforme o Art.</p><p>896, “c”, da CLT.</p><p>Questão 08.</p><p>(XXVIII Exame de Ordem) O gerente de uma rede de restaurantes ajuizou reclamação trabalhista</p><p>postulando o pagamento de horas extras pelo excesso de jornada e por não ter pausa alimentar regular.</p><p>Disse o ex-empregado na petição inicial que se ativava na extensa jornada de segunda-feira a sábado, das</p><p>28</p><p>28</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>8h às 22h, com intervalo de apenas 30 minutos para refeição; que ganhava salário mensal de R$ 8.000,00</p><p>(oito mil reais) e comandava a loja, tendo por atribuições fiscalizar o funcionamento da empresa e os</p><p>funcionários, fazer a escala de férias dos empregados e negociar com fornecedores, além de abrir e fechar</p><p>a loja (pois tinha a chave da porta e a senha do alarme). O maior salário entre os seus subordinados era</p><p>de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais).</p><p>Diante da situação retratada e dos ditames da CLT, responda aos itens a seguir.</p><p>A) Caso você fosse contratado(a) pela empresa, que tese advogaria em juízo, em favor dela, contra o</p><p>pedido de horas extras? Justifique. (Valor: 0,65)</p><p>R: O advogado deveria alegar a tese de que o empregado ocupa cargo de confiança ou cargo de gestão, sem</p><p>direito a horas extras, já que não há controle de jornada, conforme o Art. 62, inciso II, da CLT</p><p>B) Se, no dia e na hora designados para a audiência una, nenhuma das partes comparecer ou justificar sua</p><p>ausência, de acordo com CLT, o que ocorrerá com a reclamação trabalhista? Justifique. (Valor: 0,60)</p><p>R: A reclamação trabalhista deverá ser arquivada, o que equivale a uma extinção do processo sem resolução</p><p>do mérito, já que reclamante e reclamada se fizeram ausentes em audiência inaugural, na forma do Art. 844</p><p>da CLT.</p><p>1</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Sumário</p><p>Defesa do Reclamado - Contestação ................................................................................................................. 3</p><p>1 - Considerações Iniciais ............................................................................................................................... 3</p><p>Identificação e Características da Contestação ................................................................................................. 6</p><p>1 - Como Identificar a Peça? .......................................................................................................................... 6</p><p>2 - Características da Contestação ................................................................................................................. 8</p><p>3 - Contestação - Matéria de Defesa ........................................................................................................... 10</p><p>Contestação – Preliminares, Prejudiciais e Mérito .......................................................................................... 12</p><p>1 – Preliminares ........................................................................................................................................... 12</p><p>2 - Prejudiciais de Mérito ............................................................................................................................. 24</p><p>2.1 – Prescrição ........................................................................................................................................ 25</p><p>2.2 – Decadência ...................................................................................................................................... 27</p><p>2.3 – Compensação, Dedução e Retenção. ............................................................................................. 28</p><p>3 - Mérito ..................................................................................................................................................... 29</p><p>Estrutura da Peça Prático Profissional ............................................................................................................. 29</p><p>Defesa: Das Exceções Rituais ........................................................................................................................... 36</p><p>1 – Considerações Iniciais ............................................................................................................................ 36</p><p>2 - Da Exceção de Incompetência Relativa (Territorial) ............................................................................... 36</p><p>3 - Da Exceção de Suspeição e Impedimento .............................................................................................. 39</p><p>3.1 - Estrutura da Peça Prático Profissional - Exceção ............................................................................. 42</p><p>Defesa: Reconvenção ....................................................................................................................................... 44</p><p>1 – Considerações Iniciais ............................................................................................................................ 44</p><p>2 - Estrutura da Peça Prática ........................................................................................................................ 46</p><p>XXV EXAME DE ORDEM ................................................................................................................................ 47</p><p>3</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Treino de Peças com a FGV .............................................................................................................................. 52</p><p>II EXAME DE ORDEM (2010.2) – ADAPTADO ............................................................................................... 53</p><p>IV EXAME DE ORDEM – ADAPTADO ............................................................................................................ 57</p><p>XVII EXAME DE ORDEM – ADAPTADO ......................................................................................................... 62</p><p>XXVIII EXAME DE ORDEM ............................................................................................................................. 67</p><p>XXXII EXAME DE ORDEM ..............................................................................................................................</p><p>72</p><p>Treino de Questões com a FGV........................................................................................................................ 77</p><p>DEFESA DO RECLAMADO - CONTESTAÇÃO</p><p>1 - Considerações Iniciais</p><p>Antes de adentrarmos aos aspectos teóricos e práticos de Contestação, devemos reforçar que a peça prático</p><p>profissional, ora em análise, é uma das prediletas da Banca Examinadora, e consequentemente uma das</p><p>mais recorrentes na prova da OAB.</p><p>E quando o tema é defesa, não podemos nos olvidar do artigo 5º, LV da CF, o qual trata do direito à ampla</p><p>defesa e ao contraditório, o que permite à parte interessada impugnar todas as alegações realizadas, em sua</p><p>defesa. Vejamos o disposto na Constituição Federal:</p><p>4</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são</p><p>assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>Neste sentido, a própria CLT aborda a matéria no art. 847 e prevê que a defesa poderá ser apresentada nas</p><p>seguintes modalidades:</p><p>▪ Escrita, até a audiência, pelo sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJE); ou</p><p>▪ Oral, no prazo de 20 minutos.</p><p>Veja o disposto no artigo 847 da CLT:</p><p>Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a</p><p>leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.</p><p>Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial</p><p>eletrônico até a audiência.</p><p>Observe que a contestação como principal forma de defesa, deve ser fundamentada no artigo 847 CLT,</p><p>cumulado com o artigo 336 e seguintes do CPC/2015, aplicado subsidiariamente e supletivamente por força</p><p>do artigo 769 CLT e artigo 15 CPC/2015.</p><p>Há quatro modalidades de defesa / resposta do réu que a reclamada poderá apresentar frente à existência</p><p>de uma ação proposta pelo empregado, quais sejam:</p><p>✓ Contestação - Art. 847, CLT;</p><p>✓ Exceção de Incompetência Territorial - Art. 800, da CLT;</p><p>✓ Exceção de Impedimento ou Suspeição - Art. 799, 801 e 802, da CLT;</p><p>✓ Reconvenção - Art. 343, da CLT.</p><p>Por fim, objetivando elucidar os atos processuais praticáveis até a sentença, para melhor conhecimento</p><p>da linha do tempo no Processo do Trabalho, observe:</p><p>5</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>➢ Elucidando a linha do tempo:</p><p>I. Reclamação Trabalhista (V.T - Art. 651, da CLT) - Distribuída para uma das Varas do Trabalho;</p><p>II. Notificação para que as partes compareçam em audiência;</p><p>o Atenção 01: Entre a Data de Recebimento da Notificação e a Audiência deverá se ter um</p><p>prazo máximo de 05 dias.</p><p>o Atenção 02: Segundo entendimento do TRT, comprovado que a entre a data da</p><p>audiência inicial e a notificação da ré não se observado o prazo mínimo</p><p>de 05 (cinco) dias previsto no art. 841 da CLT, deve-se reconhecer a nulidade processual e</p><p>consequentemente determinar-se o retorno dos autos ao Juízo de Primeiro Grau, para fins</p><p>de designação de nova audiência e prosseguimento regular do feito, sob pena de violação</p><p>aos Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório.</p><p>o Atenção 03: O entendimento sedimentado na Súmula n. 16 do TST é de que se presume</p><p>recebida a notificação 48 horas depois da postagem e que o não recebimento ou a entrega</p><p>após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.</p><p>III. Audiência Una - A sistemática processual trabalhista adota, em regra, a audiência una, conforme</p><p>dispõe o artigo 849 da CLT:</p><p>Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo</p><p>de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação</p><p>para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.</p><p>IV. 1ª Tentativa de Conciliação</p><p>V. Defesa - Escrita ou Oral - Tome nota do Art. 847, da CLT:</p><p>Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa,</p><p>após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.</p><p>VI. Réplica (Quando a parte poderá se manifestar acerca de eventuais documentos apresentados em</p><p>sede de defesa);</p><p>6</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>VII. Instrução - Art. 848, da CLT:</p><p>Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente,</p><p>ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.</p><p>✓ Depoimentos das partes (1º - reclamante; 2º Reclamada - Art. 820, CLT);</p><p>✓ Oitiva das testemunhas (1ª Testemunhas do Reclamante; 2ª Testemunhas da Reclamada; 3º</p><p>Peritos e técnicos - Art. 848, CLT).</p><p>VIII. Razões Finais - Art. 850, da CLT:</p><p>Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não</p><p>excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará</p><p>a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.</p><p>IX. 2ª Tentativa de Conciliação</p><p>Obs.: Segundo a própria jurisprudência do TRT, a prolação de sentença sem</p><p>prévia instrução processual, nem razões finais e tampouco renovação da segunda proposta</p><p>conciliatória, implica em inobservância às disposições processuais elencadas nos artigos 848 e 850</p><p>da CLT , em verdadeira afronta ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º ,</p><p>LV , da CF/88 ), razão pela qual há que se decretar a nulidade dos atos processuais subsequentes,</p><p>com retorno dos autos à Vara de origem, para a reabertura da instrução processual.</p><p>X. Sentença.</p><p>IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA CONTESTAÇÃO</p><p>1 - Como Identificar a Peça?</p><p>O candidato poderá apresentar a peça “Contestação”, sempre que o enunciado informar que um</p><p>determinado empregado ingressou com uma Reclamação Trabalhista e você, na condição de advogado da</p><p>empresa, tem o dever de defendê-la.</p><p>Logo, quando o enunciado nos exigir que pratiquemos o segundo ato processual e em defesa da reclamada,</p><p>estaremos, provavelmente, diante de uma Contestação, mas, sempre lembrando, ainda, que há outras</p><p>formas de resposta do réu, como a Reconvenção, a Exceção de Incompetência Territorial e a Exceção de</p><p>Impedimento ou Suspeição.</p><p>*Régua Processual</p><p>Conforme já mencionamos, e faço questão de reforçar, a identificação da peça prático profissional e das</p><p>correspondentes teses jurídicas deve seguir uma sistemática para fins de lhe facilitar no grande dia, qual</p><p>seja:</p><p>R.T CONTESTAÇÃO</p><p>7</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ Grifar os dados principais do problema;</p><p>✓ Identificação e Previsão Legal da Peça, Endereçamento, Procedimento e Outras Peculiaridades –</p><p>realizado no rascunho;</p><p>*Régua Processual</p><p>✓ Teses - Realizar no rascunho as anotações das principais informações das teses, os seus</p><p>fundamentos legais correlatos e pedidos;</p><p>✓ Pedidos / Conclusão da peça - realizado no rascunho;</p><p>✓ Elaborar a peça no caderno definitivo da prova.</p><p>Observe um exemplo de enunciado, o qual você pode se deparar, e veja como não terá grandes</p><p>dificuldades em identificar a contestação, como peça a ser elaborada:</p><p>XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – ADAPTADO Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em</p><p>razão de ação trabalhista no XX, distribuída para a 99º VT de Belém/PA, com pedidos certos, determinados</p><p>e líquidos, ajuizada pela ex-funcionária Paula, que foi gerente geral de agência de pequeno porte por 4</p><p>anos, período total em que trabalhou para o banco. Sua agência atendia apenas a clientes pessoa física.</p><p>Paula era responsável por controlar o desempenho profissional e a jornada de trabalho dos funcionários</p><p>da agência, além do desempenho comercial desta. Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00</p><p>mensais,</p><p>além da gratificação de função no percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu</p><p>salário era menor que o de João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de agência de grande</p><p>porte atendendo contas de pessoas físicas e jurídicas. Requer as diferenças salariais e reflexos. Paula</p><p>afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, com intervalo de 20 minutos. Requer horas</p><p>extras e reflexos. Paula foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá fixado</p><p>residência com sua família. Por isso, ela requer o pagamento de adicional de transferência. Paula requer</p><p>a devolução dos descontos relativos ao plano de saúde, que assinou no ato da admissão, tendo indicado</p><p>dependentes. Requer, ainda, multa prevista no art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em</p><p>02.03.2018, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias em 12.03.2018, um dia após o</p><p>prazo, segundo sua alegação.</p><p>Redija a peça prático-profissional pertinente ao caso</p><p>O enunciado nos deixa claro a presença de um único ato processual praticado no transcorrer no processo,</p><p>qual seja, a Reclamação Trabalhista e ainda informa que você está advogando em favor do Banco Dinheiro</p><p>Bom S/A, a fim de defendê-lo. Logo, a peça prática cabível e apta, nesta situação, seria uma CONTESTAÇÃO.</p><p>8</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2 - Características da Contestação</p><p>Pois bem, devemos também nos atentar a alguns princípios que regem a Defesa e que permeiam as suas</p><p>principais características. Tome nota:</p><p>➢ Princípio da Impugnação Específica ou do Ônus da Impugnação Específica (artigo 341 do CPC)</p><p>Compete ao Reclamado impugnar especificadamente cada fato/pedido ventilado na exordial. De forma</p><p>que fato não impugnado torna-se incontroverso, havendo a presunção relativa de veracidade.</p><p>Em resumo, cabe réu manifestar-se expressamente acerca de todos os fatos impeditivos, modificativos ou</p><p>extintivos do direito almejado na petição inicial (art. 350 /CPC). E demonstrada nos autos a apresentação de</p><p>defesa contrária às alegações trazidas na exordial, encontra-se estabelecida a controvérsia fática, não</p><p>havendo que se falar em confissão ficta.</p><p>Veja o disposto no art. 350, do CPC:</p><p>Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este</p><p>será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.</p><p>Nesse sentido, ainda prevê o artigo 341 do CPC:</p><p>Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato</p><p>constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:</p><p>I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;</p><p>II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da</p><p>substância do ato;</p><p>III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.</p><p>Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor</p><p>público, ao advogado dativo e ao curador especial.</p><p>Na Justiça do Trabalho não é admitida a Contestação por negativa geral, salvo no caso do Defensor Público,</p><p>advogado dativo e do curador especial. Ou seja, todo fato alegado em inicial trabalhista deverá ser</p><p>respectivamente impugnado, como ora se esquematiza para fins de ilustração.</p><p>Reclamação Trabalhista Contestação</p><p>Pedido A OK</p><p>Pedido B OK</p><p>Pedido C OK</p><p>Pedido D OK</p><p>Pedido E OK</p><p>➢ Princípio da Eventualidade ou da Concentração de Defesas (artigo 336 do CPC)</p><p>9</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, insculpido no art. 300 do Código de Processo Civil, o</p><p>réu deve reunir na defesa todas as alegações com que se opõe ao pedido do autor. Não o fazendo, opera-</p><p>se a preclusão, não podendo a matéria ser ventilada em fases posteriores do processo.</p><p>Acerca do tema, observe o artigo 336 do CPC:</p><p>Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de</p><p>fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que</p><p>pretende produzir.</p><p>Observe que a apresentação da contestação é ônus do réu, logo, a sua não apresentação implicará em</p><p>revelia. Neste sentido, observe que a revelia e seus efeitos se efetuarão no processo sempre que a defesa</p><p>não for apresentada, ou ainda, quando o réu se fizer ausente em audiência.</p><p>Dentre os efeitos da revelia, destacamos:</p><p>I. Presunção de veracidade, quanto aos fatos alegados pelo autor (Artigo 344, do CPC/2015);</p><p>II. Possibilidade de julgamento antecipado da lide, ou, sendo o caso, julgamento do processo no estado</p><p>em que se encontra (Artigo 355, II do CPC);</p><p>III. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato</p><p>decisório no órgão oficial. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no</p><p>estado em que se encontrar. No entanto, atente-se a peculiaridade contida no artigo 852 da CLT:</p><p>Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na</p><p>própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no §</p><p>1º do art. 841.</p><p>Observações Finais:</p><p>✓ O art. 844 da CLT dispõe que o não comparecimento da reclamada à audiência para se defender</p><p>importa revelia, além da confissão quanto à matéria de fato, atraindo o reconhecimento da</p><p>veracidade das alegações trazidas pela autora na exordial. Veja:</p><p>Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da</p><p>reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão</p><p>quanto à matéria de fato.</p><p>✓ A revelia não produz o efeito se havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a</p><p>ação. Assim, em se tratando de litisconsórcio passivo, a contestação de uma das partes aproveita à</p><p>outra ausente, sendo, então, mitigados os efeitos da revelia, nos termos dispostos no art. 844, §4º,</p><p>inciso I, da CLT:</p><p>§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:</p><p>I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação.</p><p>10</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ Conforme o art. 844, §5º, da CLT, inserido pela Lei 13.467 /2017, "ainda que ausente o reclamado,</p><p>presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente</p><p>apresentados". Assim, afasta-se à revelia.</p><p>3 - Contestação - Matéria de Defesa</p><p>Quando a peça prático profissional se referir a uma contestação, devemos lembrar que esta é dividida,</p><p>quando ao seu conteúdo, da seguinte forma:</p><p>✓ Preliminares;</p><p>✓ Prejudiciais de Mérito; e</p><p>✓ Mérito.</p><p>Em resumo, ...</p><p>PRELIMINARES</p><p>As preliminares de mérito devem ser alegadas pelo réu sempre que verificado um vício processual, o qual,</p><p>como regra, importará em extinção do processo sem resolução de mérito, conforme artigo 337 do</p><p>CPC/2015.</p><p>Neste momento, destaco algumas das preliminares mais cobradas na prova da OAB, como: inépcia da</p><p>petição inicial, incompetência absoluta e nulidade da notificação - Muita atenção a elas!</p><p>Mas, para fins de provas, devemos observar todas as possíveis preliminares, as quais poderá se deparar em</p><p>sua prova, nos termos do artigo 337 do CPC:</p><p>Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:</p><p>I - inexistência ou nulidade da citação;</p><p>II - incompetência absoluta e relativa;</p><p>III - incorreção do valor da causa;</p><p>IV - inépcia da petição inicial;</p><p>V - perempção;</p><p>VI - litispendência;</p><p>VII - coisa julgada;</p><p>VIII - conexão;</p><p>IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;</p><p>X - convenção de arbitragem;</p><p>XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;</p><p>XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;</p><p>11</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila</p><p>Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.</p><p>PREJUDICIAIS DE MÉRITO</p><p>Já as prejudiciais de mérito referem-se à existência de fatos impeditivos, modificativos e extintivos do</p><p>direito do autor, como, por exemplo, verificamos na prescrição, decadência, compensação, dedução,</p><p>retenção, pagamento etc.</p><p>MÉRITO</p><p>No mérito, o réu deve rebater frontalmente todos os pedidos realizados pelo reclamante, de forma a negar</p><p>o fato constitutivo do direito do autor.</p><p>Desta forma, todos os pedidos realizados pelo reclamante, neste tópico, deverão ser impugnados, conforme</p><p>artigos 336 e 341 do CPC/2015.</p><p>Desta forma, resumidamente, a contestação será estruturada por tópicos, da seguinte forma:</p><p>1. Endereçamento (Observar o local de ingresso da ação);</p><p>2. Processo nº ...</p><p>3. Preâmbulo</p><p>✓ Qualificação da Reclamada;</p><p>✓ Verbo: Apresentar (Contestação);</p><p>✓ Fundamento Legal: Artigo 847 da CLT.</p><p>4. Dos Fatos;</p><p>5. Preliminar de Mérito;</p><p>✓ Atenção ao artigo 337 do CPC</p><p>6. Prejudiciais de Mérito;</p><p>✓ Atenção à prescrição bienal e quinquenal.</p><p>7. Mérito;</p><p>8. Da Reconvenção (Se houver);</p><p>9. Conclusão;</p><p>10. Requerimentos finais;</p><p>11. Encerramento da peça.</p><p>ATENÇÃO: Ressalto, neste momento, que não necessariamente toda contestação terá</p><p>preliminares e prejudiciais de mérito, por vezes, ocorre de o enunciado apenas nos</p><p>fornecer teses a serem impugnadas no mérito, não havendo vícios processuais e nem fatos</p><p>impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor a serem alegados.</p><p>12</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>CONTESTAÇÃO – PRELIMINARES, PREJUDICIAIS E MÉRITO</p><p>1 – Preliminares</p><p>Neste momento, vamos detalhar todas as preliminares de mérito contidas no artigo 337, do CPC. E, claro,</p><p>vale reforçar que sempre quando estiver falando de uma preliminar, estaremos diante de um problema</p><p>processual, ou seja, no processo em si, em nada relacionando-se com o Direito Material.</p><p>Contudo, vale lembrar que o rol contido no artigo 337, do CPC não é taxativo, de forma que existem</p><p>outras preliminares que impactam diretamente na Contestação, e que ora esquematizamos:</p><p>▪ Inobservância do Art. 840, §1º, da CLT;</p><p>O Art. 840, §1º e 3º, da CLT preceitua que:</p><p>§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das</p><p>partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser</p><p>certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou</p><p>de seu representante.</p><p>(...)</p><p>§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos</p><p>sem resolução do mérito.</p><p>Preliminar</p><p>Art. 337,</p><p>do CPC</p><p>Art. 840,</p><p>§1º, da</p><p>CLT</p><p>Art. 852-</p><p>B, I e II, da</p><p>CLT</p><p>13</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Dentre as inovações trazidas pela Reforma Trabalhista, Lei nº 13.467 /2017, tivemos a exigência de que a</p><p>petição inicial contenha, dentre outros pressupostos, a indicação do pedido com seu respectivo valor (art.</p><p>840, §1º, CLT). Neste sentido, o não atendimento do autor a este novo pressuposto, impõe</p><p>a extinção do processo sem resolução de mérito (art. 840, § 3º, CLT). Ainda, a CLT não admite pedido</p><p>genérico, devendo ser certo e determinado, o que poderá também implicar na extinção do processo sem</p><p>resolução de mérito, art. 485, IV, do CPC, pela não observância dos pressupostos previstos no § 1º do art.</p><p>840, da CLT.</p><p>▪ Inobservância do Art. 852-B, I e II, da CLT;</p><p>O dispositivo legal que regulamenta o rito sumaríssimo, mais precisamente o Art. 852-B, II, da CLT aponta</p><p>que:</p><p>Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:</p><p>I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor</p><p>correspondente;</p><p>II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e</p><p>endereço do reclamado;</p><p>Em resumo, no procedimento sumaríssimo, o pedido deve ser certo ou determinado e indicar o valor</p><p>correspondente às parcelas vindicadas. Não atendido esse pressuposto processual, assim como inexistindo</p><p>a indicação de nome e endereço do reclamado, extingue-se o feito, sem resolução do mérito, nos termos do</p><p>artigo 852-B, §1º, da CLT e Art. 485, do CPC.</p><p>▪ Preliminares do Art. 337, do CPC;</p><p>Ex.: Inépcia; Coisa Julgada; Perempção etc.</p><p>Vamos ao estudo de todos os incisos do Art. 337, do CPC, o qual nos aponta diversas preliminares.</p><p>Vejamos:</p><p>I - Inexistência ou nulidade da citação</p><p>Todo processo para ser tido como válido é essencial e imprescindível que a citação/notificação também seja</p><p>tida como válida, devendo esta ser postal e automática, com aviso de recebimento. Nesta toada, lembre-</p><p>se que a notificação por edital é exceção na praxe trabalhista, não sendo, inclusive, admitida no rito</p><p>sumaríssimo.</p><p>No mais, devemos considerar que não há necessidade de que a citação ou a intimação sejam pessoais, ou</p><p>seja, efetuados na pessoa da parte demandada, bastando à validade a entrega no correto endereço.</p><p>O artigo 841 da CLT, ainda, prevê que a audiência inaugural no processo trabalhista deverá ser a primeira</p><p>desimpedida, depois de 5 (cinco) dias da notificação, conforme art. 841 da CLT:</p><p>14</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48</p><p>(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado,</p><p>notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a</p><p>primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.</p><p>E quando houver o desrespeito ao interregno temporal hábil à elaboração de defesa e garantia do efetivo</p><p>exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório, 05 dias, torna-se nula a citação, a qual não produz</p><p>nenhum efeito.</p><p>Observe que quando se tratar de ente integrante da Administração Pública, o prazo de cinco dias do</p><p>artigo 841 da CLT resta quadruplicado, devendo ser respeitado a antecedência mínima de vinte dias entre a</p><p>notificação e a realização da audiência.</p><p>A título de exemplo, suponha que a reclamada tivesse sido notificada em 16.06.2017 e audiência fosse</p><p>designada para 18.06.2017, estaríamos diante de uma clara nulidade, já que não observado o prazo mínimo</p><p>de cinco dias. Nesta hipótese, deverá se pleitear “a extinção do processo sem resolução de mérito, nos</p><p>termos do artigo 485, IV, do CPC e, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, que se realize</p><p>a designação de nova audiência, observado o prazo mínimo de cinco dias para elaboração da defesa”.</p><p>Segundo jurisprudência dos Tribunais do Trabalho, podemos resumir tais aspectos acima apontados nos</p><p>seguintes pontos:</p><p>➢ A citação é pressuposto de validade do processo, sendo sua ausência causa de nulidade absoluta</p><p>do feito, por ofensa aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido</p><p>processo legal. Embora não se exija prova do recebimento pessoal pelo reclamado, deve haver nos</p><p>autos prova da postagem da notificação nos Correios, a fim que se inicie a presunção de entrega</p><p>prevista na Súmula nº 16 do TST.</p><p>➢ Ainda, quando comprovado que a entre a data da audiência inicial e a notificação da ré não se</p><p>observou o prazo mínimo de 05 (cinco) dias previsto no art. 841 da CLT, torna-se possível a</p><p>declaração de nulidade processual e a determinação de retorno dos autos ao Juízo de Primeiro Grau,</p><p>para designação de nova audiência e prosseguimento regular do feito, sob pena de violação aos</p><p>Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório.</p><p>Em resumo, sempre que o enunciado lhe fornecer datas acerca da audiência e da data de</p><p>recebimento da notificação, devemos nos ater ao fato de que entre esses deverá se ter</p><p>um interregno mínimo de cinco dias, sob pena de nulidade.</p><p>II - Incompetência absoluta e relativa</p><p>Em sede da Justiça do Trabalho, a incompetência absoluta está atrelada ao disposto no artigo 114 da CF, o</p><p>qual nos aponta as matérias que são de competência da Justiça do Trabalho para fins de julgamento, são</p><p>elas:</p><p>15</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>o Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público</p><p>externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>o Ações que envolvam exercício do direito de greve;</p><p>o Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e</p><p>trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;</p><p>o Mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado</p><p>envolver matéria sujeita à sua jurisdição;</p><p>o Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o</p><p>disposto no art. 102, I, o;</p><p>o Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de</p><p>trabalho;</p><p>o Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos</p><p>órgãos de fiscalização das relações de trabalho;</p><p>o Execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus</p><p>acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;</p><p>o Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.</p><p>Veja que em havendo uma situação de incompetência absoluta, ou seja, a propositura de uma ação em que</p><p>contenha matéria a qual a Justiça do Trabalho não seja competente para julgar, dever-se-á alegar a</p><p>incompetência absoluta em sede de preliminar de contestação. E, por tratar-se de matéria de ordem</p><p>pública, observe que a alegação da incompetência poderá ser realizada a qualquer tempo ou grau de</p><p>jurisdição.</p><p>Neste sentido, o art. 64, caput e § 1º, do CPC aponta que:</p><p>A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.</p><p>§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição</p><p>e deve ser declarada de ofício.</p><p>Quando reconhecida a incompetência absoluta, o magistrado irá remeter os autos ao juiz competente.</p><p>Contudo, quando tratar-se da incompetência de apenas alguns pedidos, e não do processo como um todo,</p><p>nesta hipótese, o magistrado deverá extinguir tais pleitos sem resolução de mérito (artigo 485, IV, do CPC).</p><p>Logo, para fins de prova, suscitada a preliminar de incompetência absoluta, dever-se-á pleitear a extinção</p><p>do processo sem resolução do mérito quanto a este pedido.</p><p>16</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Ademais, destaco alguns possíveis pontos de "pegadinha" em prova, quanto a competência /</p><p>incompetência material da Justiça do Trabalho:</p><p>I. A Justiça do Trabalho é incompetente para a execução de contribuições previdenciárias que não</p><p>sejam objeto de acordo homologado ou de sentença condenatória em pecúnia que a Justiça do</p><p>Trabalho proferir, conforma Súmula n. 368, I do TST:</p><p>A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições</p><p>fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições</p><p>previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos</p><p>valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.</p><p>Entenda: A Justiça do Trabalho somente possui competência para executar as contribuições sociais</p><p>(INSS) incidentes sobre a folha de pagamento, quando estivermos diante de:</p><p>✓ Sentença condenatória em pecúnia (Ou seja, executa-se as parcelas previdenciárias apenas</p><p>sobre as parcelas deferidas na sentença); e</p><p>✓ Sentenças homologatórias de acordo.</p><p>Tome nota: Art. 876, parágrafo único, da CLT; Súmula Vinculante n. 53 do STF; e Súmula n. 368, I,</p><p>do TST.</p><p>Nesta toada, caso o trabalhador labore sem CTPS assinada por determinado período e obtenha em</p><p>juízo apenas o reconhecimento de vínculo empregatício, as contribuições que deveriam ter sido</p><p>arcadas pelo empregador naquele período não serão executadas na Justiça do Trabalho. Agora,</p><p>quanto às verbas em que a empresa for condenada, sobre estas incidirão as contribuições, as quais</p><p>serão executadas na justiça especializada.</p><p>No que tange a incompetência relativa, esta deve ser alegada por meio de EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA</p><p>TERRITORIAL, nos termos do artigo 800 da CLT, enquanto a INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA deverá ser arguida</p><p>em sede de preliminar de contestação.</p><p>Desta forma, apesar de a incompetência relativa estar regulamentada como preliminar pelo Código de</p><p>Processo Civil, na seara trabalhista, esta deverá ser apresentada na forma de Exceção e no prazo de cinco</p><p>dias, a contar da notificação, conforme os novos preceitos trazidos pela reforma trabalhista, previsto no</p><p>artigo 800 da CLT:</p><p>17</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar</p><p>da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção,</p><p>seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.</p><p>§1º Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que</p><p>se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.</p><p>§2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se</p><p>existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.</p><p>§3º Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência,</p><p>garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta</p><p>precatória, no juízo que este houver indicado como competente.</p><p>§4º Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com</p><p>a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o</p><p>juízo competente.</p><p>Para fins de comparação e elucidação do tema, tome nota:</p><p>INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA</p><p>Material, funcional e pessoal Territorial</p><p>Matéria de ordem pública Matéria de interesse das partes</p><p>Poderá ser reconhecida de ofício pelo juiz ou</p><p>mediante requerimento da parte em qualquer grau</p><p>de jurisdição.</p><p>O juiz não poderá reconhecer de ofício, devendo</p><p>ser alegada por meio de exceção de</p><p>incompetência, e, caso não alegada, se terá a</p><p>prorrogação da competência.</p><p>Estamos apenas começando as preliminares. Sigamos ...</p><p>III - Incorreção do valor da causa</p><p>Inicialmente, vale destacar que O valor da causa é atribuído pela parte autora com base nos pedidos</p><p>deduzidos na petição inicial.</p><p>Entretanto, diante de uma hipótese de incorreção do valor da causa, o magistrado deverá extinguir o</p><p>processo sem resolução do mérito, isto quando o autor não proceder à retificação no prazo concedido pelo</p><p>magistrado.</p><p>Entenda que se os pedidos serão ou não acolhidos e qual o possível valor da condenação trata-se de uma</p><p>questão de mérito, não abordando-se em sede de preliminar de incorreção do valor da causa.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art843</p><p>18</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A título de exemplo, para fins de prova, observe a hipótese de uma Reclamação Trabalhista que está</p><p>tramitando pelo procedimento ordinário, quando o correto seria o procedimento sumaríssimo. Nesta</p><p>hipótese, deve-se apontar, em sede de contestação, a incorreção no valor da causa, por este não ser líquido,</p><p>certo e determinado, conforme exigido pela legislação, por exemplo, e pleiteando a consequente extinção</p><p>do processo sem a resolução do mérito.</p><p>Atenção: O magistrado pode corrigir de ofício o valor da causa, conforme art. 292, §3º, do CPC:</p><p>§3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa</p><p>quando verificar que não</p><p>corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido</p><p>pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.</p><p>IV - Inépcia da petição inicial</p><p>Quando a petição inicial contém a exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, pedido certo e determinado</p><p>e o valor correspondente, de modo que os elementos dela constantes cumpriram todas as exigências legais,</p><p>não há falar em inépcia da inicial.</p><p>Neste sentido, a petição inicial poderá ser considerada inepta, nos termos do artigo 330, parágrafo</p><p>primeiro do CPC, quando:</p><p>Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:</p><p>I - for inepta;</p><p>(...)</p><p>§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:</p><p>I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;</p><p>II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido</p><p>genérico;</p><p>III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;</p><p>IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.</p><p>A principal hipótese trazida pela OAB, em suas provas, é a existência de um pedido sem a devida causa de</p><p>pedir. Nesta situação, o enunciado não lhe trará nenhuma informação acerca do pleito realizado pelo</p><p>obreiro, ou seja, este se revelará sem razão para existir.</p><p>Logo, tornar-se-á possível, em sede de defesa, pleitear a extinção do processo sem resolução de mérito,</p><p>quanto a este pedido, nos termos do artigo 330, I, e §1º, I, e artigo 485, I e IV, do CPC.</p><p>Observe o seguinte exemplo de enunciado a ser proposto pela banca examinadora:</p><p>Corujinha ajuizou Reclamação Trabalhista em 16/09/2012, perante a 1ª Vara do Trabalho</p><p>de Maceió/AL, em face da empresa XPTO LTDA, afirmando que foi admitido em</p><p>29/11/2004, para exercer a função de agente de manutenção, e que prestava serviços na</p><p>19</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>cidade do Rio de Janeiro/RJ, de segunda-feira a sábado, das 08 horas às 17 horas, com uma</p><p>hora de intervalo para refeição e descanso. Aduziu, também, que foi nomeado, em</p><p>outubro/2008, para exercer o cargo de delegado sindical de representação obreira, e que</p><p>apesar de gozar de estabilidade provisória, foi dispensado imotivadamente, por iniciativa</p><p>de seu empregador. Diante das razões expostas acima, postulou: a) Reintegração ao</p><p>emprego ou indenização substitutiva, em razão de ser detentor de garantia no emprego;</p><p>b) O pagamento do décimo terceiro salário referente ao ano de 2008.</p><p>Nesta hipótese, frente à análise do enunciado, não há causa de pedir para o pedido referente ao pagamento</p><p>do 13º salário de 2008, razão pelo qual deverá se pleitear a extinção do processo sem resolução de mérito.</p><p>Em resumo: O art. 330, § 1º, do CPC/15 prevê que a peça de ingresso será considerada</p><p>inepta quando lhe faltar pedido ou causa de pedir, da narração dos fatos não decorrer</p><p>logicamente a conclusão, ou, ainda, se contiver pedidos incompatíveis entre si. Contudo,</p><p>se não se verifica qualquer das hipóteses a ensejar a inépcia da inicial, uma vez que esta</p><p>forneceu os fundamentos jurídicos do pedido de forma a possibilitar a produção de</p><p>ampla defesa pelos reclamados, não há que se falar em inépcia.</p><p>V - Perempção</p><p>A perempção se caracteriza pelo impedimento temporal de seis meses, quando o empregado não poderá</p><p>ingressar com nova demanda trabalhista.</p><p>As hipóteses que dão ensejo a perempção diferenciam-se se a Reclamação Trabalhista foi proposta de</p><p>forma verbal ou escrita. Veja:</p><p>▪ Reclamação Trabalhista Verbal: Quando o empregado tiver apresentado ao</p><p>distribuidor reclamação verbal, mas não comparecer no prazo de 5 dias para reduzi-la a termo.</p><p>*Efeitos: Perda do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho pelo prazo de 6 meses</p><p>▪ Reclamação Trabalhista Escrita: Se o reclamante, por duas vezes seguidas e de forma injustificada,</p><p>deixa de comparecer à audiência, dando causa ao arquivamento da reclamação trabalhista,</p><p>configurar-se-á perempção.</p><p>*Efeitos: Perda do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho pelo prazo de 6 meses</p><p>Assim, tome nota do art. 731 e 732, da CLT:</p><p>Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se</p><p>apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para</p><p>fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do</p><p>direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.</p><p>Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes</p><p>seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art786</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art844</p><p>20</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Nesta situação, caracterizada a perempção, se deverá requerer em sede de preliminar de contestação,</p><p>conforme artigo 337, V, do CPC, a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do artigo 485,</p><p>V, do CPC.</p><p>Esquematizando:</p><p>Atenção: A título de exemplo, se você obtiver a informação de que o empregado deu causa a um</p><p>arquivamento pelo não comparecimento em audiência e, na sequência, ingressou com nova ação, mas</p><p>desistiu desta, gerando novo arquivamento, não haverá que se identificar a perempção no caso, já que a</p><p>primeira hipótese se refere à desistência e a outra em arquivamento pelo não comparecimento. Logo, a</p><p>situação exemplificativa traçada não se coaduna com a hipótese legal de perempção trabalhista (dois</p><p>arquivamentos seguidos).</p><p>Por fim, vale relembrar que a perempção trabalhista é diferente daquela regulamentada no processo civil,</p><p>a qual entende como sendo hipótese de perempção o abandono do processo por três vezes, implicando em</p><p>sua extinção sem resolução de mérito, o que diferentemente do processo do trabalho, impossibilitará em</p><p>caráter definitivo o direito de demandar judicialmente aquele objeto do réu.</p><p>VI e VII– Litispendência e coisa julgada</p><p>▪ Litispendência: Será observada sempre que houver duas ou mais ações em curso, com as mesmas</p><p>partes, causa de pedir e pedido, ou seja, há identidade de ações.</p><p>▪ Coisa Julgada: Para que haja coisa julgada, faz-se necessária a coexistência da tríplice identidade,</p><p>qual seja: mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido. Mas, a coisa julgada será</p><p>observada apenas quando se repetir ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado</p><p>Veja que para fins de diferenciação destes institutos, inicialmente, você deve observar que na</p><p>litispendência ou coisa julgada, verificar-se-á as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo</p><p>pedido. Contudo, a litispendência ocorre antes do trânsito em julgado, já a coisa julgada após.</p><p>Perempção</p><p>Hipótese I</p><p>• Reclamação Trabalhista</p><p>Verbal</p><p>• Não redução a termo</p><p>no prazo de 05 dias.</p><p>Perempção</p><p>Hipótese II</p><p>• Reclamação Trabalhista</p><p>Escrita</p><p>• 02 Arquivamentos</p><p>Seguidos pelo não</p><p>comparecimento em</p><p>Audiência.</p><p>21</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Desta forma, em havendo litispendência ou coisa julgada, a consequência será a mesma, qual seja, a</p><p>extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, V, do CPC.</p><p>Então, vamos avançando nas preliminares, ...</p><p>VIII - conexão</p><p>Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou</p><p>a causa de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um</p><p>deles já houver sido sentenciado.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto no caput:</p><p>I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato</p><p>jurídico;</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de</p><p>prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo</p><p>sem conexão entre eles.</p><p>Nos termos dos artigos</p><p>55 e 56 do CPC, a conexão será constatada quando houver duas ou mais ações</p><p>conexas, ou seja, em que lhes sejam comuns o pedido ou a causa de pedir. Tal preliminar refere-se à matéria</p><p>de ordem pública, e como tal, pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado (artigo 337, VIII e §5º do CPC).</p><p>Nesta situação, as ações deverão ser reunidas para que possam ser julgadas simultaneamente pelo juízo</p><p>prevento, visando evitar-se decisões conflitantes.</p><p>Observe que a prevenção será identificada pelo juízo que teve o primeiro registro/distribuição do processo,</p><p>conforme artigo 59 do CPC:</p><p>O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>Neste ponto, vale fazer uma diferença conceitual entre conexão e a continência:</p><p>Observar-se-á a continência entre duas ou mais ações, quando houver identidade quanto às partes e a</p><p>causa de pedir, e o objeto de uma ação, por ser mais amplo, abranger o das demais.</p><p>Veja o disposto no art. 56 e 57, do CPC:</p><p>Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto</p><p>às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das</p><p>demais.</p><p>22</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente,</p><p>no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso</p><p>contrário, as ações serão necessariamente reunidas.</p><p>IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização</p><p>O réu terá o ônus de alegar a incapacidade postulatória e a incapacidade de ser parte ou para estar em</p><p>juízo.</p><p>Vamos ao detalhamento dos institutos:</p><p>▪ Incapacidade da Parte: Deve-se destacar que o incapaz deverá ser representado ou assistido por</p><p>seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei (art. 71, do CPC).</p><p>A capacidade processual para estar em juízo é adquirida aos 18 anos, de forma que os incapazes</p><p>deverão ser representados ou assistidos pelos seus pais, tutores ou curadores, sob pena do processo</p><p>ser extinto sem resolução do mérito (artigo 485, VI, do CPC).</p><p>Ademais, atente-se que a incapacidade de ser parte no processo pode ser arguida a qualquer</p><p>tempo, ou reconhecida de ofício pelo julgador, pois se trata de matéria de ordem pública, não</p><p>recaindo os efeitos da preclusão quanto à questão.</p><p>Nesta situação, requer-se a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do</p><p>art. 485, IV e VI do CPC.</p><p>▪ Defeito de Representação: A representação mediante advogado traz como requisito a outorga de</p><p>mandato expresso, ou ainda, de forma tácita. Caso, estejamos diante da inexistência de mandato</p><p>tácito ou expresso, caracterizar-se-á o defeito de representação, a ser alegado e preliminar de</p><p>contestação.</p><p>O artigo 76, do CPC regulamenta o tema no seguinte sentido:</p><p>Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da</p><p>parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.</p><p>§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:</p><p>I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor;</p><p>II – o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;</p><p>Assim, diante da ausência de regularidade de representação, ou ainda, de incapacidade de parte, o</p><p>magistrado deve conceder prazo para regulamentação, e em não ocorrendo, haverá a extinção do processo</p><p>sem resolução de mérito (artigo 485, VI, do CPC).</p><p>Terminamos, Priscilinha? Nunca, filho!</p><p>Mas, estamos em ritmo de reta final das Preliminares. Vem Comigo ...</p><p>23</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>X - convenção de arbitragem</p><p>Inicialmente, destaca-se que a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, lei da Reforma Trabalhista,</p><p>o art. 507-A da CLT dispôs sobre a possibilidade de pactuação em dissídio individual através de cláusula</p><p>compromissória de arbitragem. A nova CLT, portanto, passou a admitir a negociação arbitral em relação</p><p>aos empregados com remuneração superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios</p><p>do Regime Geral de Previdência Social, desde que por iniciativa do empregado ou mediante sua</p><p>concordância expressa, nos termos da Lei nº 9.307/1996.</p><p>Segundos entendimentos jurisprudenciais e doutrinários, o art. 507-A da CLT mitigou o princípio protetivo</p><p>para permitir a transação entre a empresa e o trabalhador de remuneração mais elevada, pela presunção</p><p>de que este detém qualificação diferenciada que o habilita à negociação direta com o entre patronal.</p><p>Para fins de complementação dos estudos, tome nota do art. 507-A, da CLT:</p><p>Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas</p><p>vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência</p><p>Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por</p><p>iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos</p><p>na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.</p><p>Desta forma, se pactuada cláusula compromissória de arbitragem entre as partes e houver Reclamação</p><p>Trabalhista intentada pelo empregado, caberá à reclamada alegar preliminarmente a pactuação de</p><p>arbitragem, pleiteando consequentemente a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos</p><p>do artigo 485, VII do CPC.</p><p>Atenção 01: O magistrado não pode conhecer dessa matéria de ofício, logo, caberá a parte a sua alegação,</p><p>conforme art. 337, § 5º, do CPC:</p><p>Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de</p><p>ofício das matérias enumeradas neste artigo.</p><p>Atenção 02: Antes mesmo da Reforma Trabalhista, a arbitragem já era admitida no Direito do Trabalho, mas</p><p>tão somente no âmbito do Direito Coletivo do Trabalho, conforme art. 114, §1º, da Constituição Federal:</p><p>Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros</p><p>XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual</p><p>A parte é legitima para postular em juízo quando for titular do direito material postulado, ou ainda, quando</p><p>for terceiro interessado. Não podendo, ainda, se olvidar do Ministério Público do Trabalho (MPT) atuando</p><p>no processo trabalhista como custos legis, ou do sindicato representando direitos individuais e coletivos da</p><p>categoria.</p><p>Nesta situação, sendo a parte ilegítima, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito, conforme</p><p>artigo 485, VI, do CPC.</p><p>24</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Quanto ao interesse processual, este é compreendido pela existência do trinômio: necessidade-utilidade-</p><p>adequação. Ou seja, o processo deve ser necessário e útil para se alcançar o objeto pretendido, bem como</p><p>adequada a via processual escolhida. Em não havendo o preenchimento desses requisitos, o processo deverá</p><p>ser extinto sem resolução do mérito, conforme artigo 330, III, do CPC e artigo 485, VI, do CPC.</p><p>XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar</p><p>A falta de caução, como preliminar, a princípio, não terá maiores repercussões na seara trabalhista.</p><p>XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça</p><p>A concessão do Benefício da Justiça Gratuita será indevida, quando não observados os requisitos presentes</p><p>no artigo 790, parágrafo terceiro, da CLT. No entanto, como preliminar não é utilizada em sede de defesa</p><p>trabalhista.</p><p>2 - Prejudiciais de Mérito</p><p>Agora, ainda, na ordem estrutural da peça, após alegadas as devidas preliminares processuais na</p><p>contestação, deverão ser demonstradas, caso existam, as chamadas “prejudiciais de mérito”, ou seja,</p><p>aquelas que dão ensejo a fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor, como por</p><p>exemplo, a prescrição ou a decadência.</p><p>Para fins de melhor esclarecimento, o réu poderá alegar, em sede de contestação:</p><p>▪ Fato Impeditivo: Refere-se àquele</p><p>que impede o surgimento ou o exercício do direito.</p><p>▪ Fato Extintivo do Direito: Refere-se àquele que extingue o direito do autor, como o pagamento.</p><p>▪ Fato Modificativo: É aquele que altera o direito, ora alegado pelo autor da ação, como se verifica no</p><p>reconhecimento do trabalhador como autônomo e não como empregado.</p><p>Desde já, podemos afirmar que as prejudiciais de mérito, como a própria nomenclatura aponta, impede a</p><p>apreciação do mérito, uma vez acolhida. Logo, o acolhimento de uma prejudicial, como regra, implicará na</p><p>extinção do processo com resolução de mérito.</p><p>Desta forma, devemos nos ater as principais prejudiciais de mérito, quais sejam:</p><p>▪ Prescrição;</p><p>▪ Decadência;</p><p>▪ Compensação;</p><p>▪ Dedução;</p><p>▪ Retenção.</p><p>Aprofundando o tema, tome nota das explicações jurídicas de cada instituto, intitulado como prejudicial</p><p>de mérito para fins de alegação em contestação.</p><p>Em resumo, a prejudicial de mérito</p><p>impede a apreciação do mérito!</p><p>25</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2.1 – Prescrição</p><p>A prescrição, uma vez reconhecida, enseja a extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do</p><p>artigo 487, II, do CPC. Nese sentido, o tema está regulamentado pelo art. 7º, XXIX da CF, art. 11 da CLT e</p><p>Súmula 308 do TST.</p><p>No processo do trabalho nos deparamos com dois tipos de prescrição, a bienal e a quinquenal, sendo a</p><p>bienal referente ao prazo de dois anos que o empregado possui para ingressar com a Reclamação</p><p>Trabalhista, após a extinção do contrato; e a prescrição quinquenal, referente ao período de créditos que o</p><p>empregado tem direito, sendo de cinco anos, estes retroagindo da data de ingresso da Reclamação</p><p>Trabalhista.</p><p>Desta forma a prescrição bienal aplica-se a contar do termo final do contrato de trabalho, já a prescrição</p><p>quinquenal deverá atingir os débitos trabalhistas pretéritos, a contar da propositura da reclamação</p><p>trabalhista.</p><p>Ademais, ainda devemos destacar algumas peculiaridades quanto ao instituto da prescrição, veja:</p><p>➢ Menor de 18 anos e Ações Declaratórias</p><p>TERMO FINAL</p><p>DO</p><p>CONTRATO DE</p><p>TRABALHO</p><p>TERMO</p><p>INICIAL DO</p><p>CONTRATO DE</p><p>TRABALHO</p><p>TERMO FINAL</p><p>DO CONTRATO</p><p>DE TRABALHO</p><p>PROPOSTURA DA</p><p>RECLAMAÇÃO</p><p>TRABALHISTA</p><p>Prescrição</p><p>Quinquenal - 5 anos</p><p>TERMO INICIAL</p><p>DO CONTRATO</p><p>DE TRABALHO</p><p>PROPOSTURA DA</p><p>RECLAMAÇÃO</p><p>TRABALHISTA</p><p>Prescrição</p><p>Bienal - 2 anos</p><p>26</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No entanto, observamos que as ações meramente declaratórias são imprescritíveis, (artigo 11, parágrafo</p><p>1º, da CLT), assim como contra menor de 18 anos não corre nenhum prazo de prescricional (artigo 440 da</p><p>CLT).</p><p>➢ Interrupção da Prazo Prescricional</p><p>Nos termos da Súmula nº 268 do TST, observa-se a hipótese capaz de gerar a interrupção da prescrição,</p><p>esta que se consolida com o ajuizamento da reclamação trabalhista, quer em juízo competente ou</p><p>incompetente. Nesta situação, novo prazo se reiniciará de dois anos para o empregado ingressar com nova</p><p>reclamação trabalhista, mas sempre se observando que a interrupção só ocorrerá uma única vez e com</p><p>relação a pedidos idênticos.</p><p>Logo, a título de exemplo, se o empregado ingressa com reclamação trabalhista pleiteando hora extra e</p><p>adicional noturno e, sendo esta ação arquivada, novo prazo prescricional, de dois anos, se iniciará, a contar</p><p>do arquivamento da ação, mas tão somente em relação aos dois pedidos realizados, horas extras e adicional</p><p>noturno, quanto aos demais possíveis pedidos a serem realizados em nova ação, a prescrição não fica</p><p>interrompida.</p><p>Ressaltamos, neste sentido, que majoritariamente entende-se que a interrupção ocorre tanto para</p><p>prescrição bienal, como para a quinquenal, esta continuando a ser projetada do ingresso da primeira</p><p>reclamação trabalhista.</p><p>➢ FGTS</p><p>O instituto do FGTS possui algumas peculiaridades que merecem nossa atenção, em especial, quanto à</p><p>prescrição de suas parcelas que, anteriormente, a decisão do STF era no sentido de ser trintenária, sempre</p><p>se respeitando o biênio para propositura da ação. Ou seja, a contar da rescisão do contrato de trabalho, o</p><p>empregado poderia pleitear junto à Justiça do Trabalho no prazo de dois anos as parcelas referentes ao seu</p><p>FGTS, e teria direito aos últimos 30 anos do contrato de trabalho, a contar do ingresso da Reclamação</p><p>Trabalhista.</p><p>Contudo, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) em sede de decisão proferida no Agravo em Recurso</p><p>Extraordinário (ARE) n. 709.212, em 13.11.2014, no qual o Ministro Gilmar Mendes, Relator, declarou a</p><p>inconstitucionalidade da regra especial da prescrição trintenária, prevista nos arts. 23, § 5º, da Lei nº</p><p>8.036/90 e 55 do Decreto nº 99.684/90.</p><p>Neste julgamento do ARE n. 709.212, o STF aplicou a chamada “Teoria da Modulação dos Efeitos do</p><p>Julgado”, com eficácia ex nunc, de modo que para ações cuja prescrição ainda não tinham sido iniciada até</p><p>a data do julgamento pelo STF, qual seja, 13.11.2014, o prazo será de cinco anos; por outro lado, para as</p><p>hipóteses em que o prazo prescricional já estivesse em curso em 13.11.2014, aplica-se o que ocorrer</p><p>primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou, 5 anos, a partir da data do julgamento (Súmula n. 362 do</p><p>TST).</p><p>➢ Observação Final - Prescrição Total:</p><p>27</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A Prescrição Total está prevista e regulamentada no artigo 11, §2º, da CLT, o qual preceitua que:</p><p>Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em</p><p>cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção</p><p>do contrato de trabalho.</p><p>§2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de</p><p>alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito</p><p>à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.</p><p>Vamos explicar o tema, ...</p><p>Segundo entendimento dos Tribunais Trabalhistas, a prescrição total incidirá sobre as pretensões</p><p>decorrentes de prestações sucessivas não previstas em lei, cujo inadimplemento pode advir tanto de uma</p><p>alteração contratual lesiva realizada pelo empregador, quanto da simples inadimplência da parcela, nos</p><p>termos do art. 11, § 2º, da CLT. Logo, quando a parcela questionada estiver assegurada por preceito de lei,</p><p>a prescrição a ser aplicada será a quinquenal.</p><p>Acerca do tema, a Súmula n. 294 do TST ainda regulamenta que:</p><p>Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração</p><p>do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também</p><p>assegurado por preceito de lei.</p><p>Logo, se estivermos diante de um caso em que haja a supressão dos direitos, e isto seja decorrente de ato</p><p>único do empregador, e não estando as parcelas previstas em lei, deve-se reconhecer a prescrição total do</p><p>direito de ação (Súmula n. 294, do TST). Outrora, quando o direito à parcela estiver assegurado</p><p>por preceito de lei. não há que se falar em prescrição total do direito de ação da autora, mas tão somente</p><p>em prescrição parcial.</p><p>Veja que, nestes casos, o prazo prescricional (total ou parcial) será de cinco anos, tanto para parcelas</p><p>previstas em lei, como aquelas concedidas por mera liberalidade do empregador.</p><p>2.2 – Decadência</p><p>No que tange à decadência, temos alguns prazos específicos no processo do trabalho, como se observa:</p><p>✓ Mandando de Segurança (MS) – O prazo para o MS ser impetrado é de 120 dias, a contar da ciência</p><p>acerca da ilegalidade do ato praticado, conforme artigo 23 da Lei n. 12.016/2009.</p><p>✓ Ação Rescisória – O prazo decadencial é de dois anos para o ajuizamento da ação, a contar do trânsito</p><p>em julgado da última decisão proferida no processo (artigo 975 do CPC e Súmula n. 100, I, do TST).</p><p>✓ Inquérito Judicial para apuração de falta</p><p>grave – O prazo decadencial para sua propositura é de 30</p><p>dias, a contar da data de suspensão do empregado, se esta tiver ocorrido, nos termos da Súmula n.</p><p>403 do STF, artigo 853 da CLT. Neste sentido, há uma exceção a ser observada na Súmula n. 62 do TST:</p><p>28</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>O prazo de decadência do direito do empregador de ajuizar inquérito em face do</p><p>empregado que incorre em abandono de emprego é contado a partir do momento em que</p><p>o empregado pretendeu seu retorno ao serviço.</p><p>2.3 – Compensação, Dedução e Retenção.</p><p>O instituto da compensação trata-se de uma forma de extinção da obrigação, quando autor e réu são ao</p><p>mesmo tempo credores e devedores recíprocos, envolvendo dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.</p><p>A alegação da compensação deve ser feita como matéria de defesa, sob pena de preclusão, e de forma a se</p><p>admitir a compensação apenas de dívidas de natureza trabalhista, como por exemplo, adiantamentos</p><p>salariais, aviso prévio não cumprido pelo empregado etc.</p><p>Logo, não se admite a compensação de dívidas de natureza civil ou comercial.</p><p>Acerca do tema, tome nota da Súmula n. 18 e 48 do TST:</p><p>Súmula 18 do TST</p><p>A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista.</p><p>Súmula 48 do TST</p><p>A compensação só poderá ser arguida com a contestação.</p><p>Por fim, o artigo 767 da CLT ainda aponta que:</p><p>Art. 767. A compensação, ou retenção, só poderá ser arguida como matéria de defesa.</p><p>No mais, a compensação não deve ser confundida com a dedução, já que esta poderá ser reconhecida de</p><p>ofício pelo magistrado e trata-se de um "cruzamento de crédito".</p><p>Palavra-chave: Cruzamento de Créditos.</p><p>Em contrapartida, a dedução trata-se de uma forma de extinção da obrigação, no qual o autor pleiteia em</p><p>juízo títulos já pagos pelo réu, o que inclusive poderá ser reconhecido de ofício, a fim de evitar o</p><p>enriquecimento ilícito.</p><p>Palavra-chave: Abatimento</p><p>Por fim, a retenção consiste na possibilidade da reclamada, por exemplo, reter algum bem do reclamante,</p><p>até que este quite a sua dívida em relação àquele, o que deve ser alegado também em sede de defesa, sob</p><p>pena de preclusão.</p><p>Neste sentido...</p><p>29</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>COMPENSAÇÃO DEDUÇÃO RETENÇÃO</p><p>Quando as partes são credoras e</p><p>devedoras simultaneamente.</p><p>É a dedução realizada em razão</p><p>de verbas que já foram pagas</p><p>durante a relação de trabalho.</p><p>É o direito do credor em</p><p>conservar sob sua possa a coisa</p><p>legitimamente, até que a</p><p>obrigação seja adimplida.</p><p>Deve ser arguida em contestação,</p><p>e limita-se a débitos de natureza</p><p>trabalhista – Art. 767 da CLT e</p><p>Súmula n. 18 e 48 do TST.</p><p>Pode ser alegada e conhecida em</p><p>qualquer grau / tempo.</p><p>Deve ser arguida em defesa – Art.</p><p>767 da CLT.</p><p>Não pode ser reconhecida de</p><p>ofício.</p><p>Poderá ser reconhecida de ofício,</p><p>com fulcro no Princípio da</p><p>vedação ao enriquecimento sem</p><p>causa.</p><p>Não pode ser reconhecida de</p><p>ofício.</p><p>3 - Mérito</p><p>E, finalmente, a defesa direta de mérito trata-se do momento processual em que serão rebatidos</p><p>frontalmente todos os fatos constitutivos do direito do autor, de forma que a não impugnação específica</p><p>gerará a presunção relativa de veracidade das alegações do autor.</p><p>ESTRUTURA DA PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL</p><p>Avançando nos estudos, agora, vamos melhor compreender a real estrutura da Contestação, e a qual você</p><p>deverá reproduzir na prova.</p><p>1. ENDEREÇAMENTO (Art. 651 da CLT).</p><p>“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ...VARA DO TRABALHO DE ...”.</p><p>*Caso o enunciado lhe informe o local de ajuizamento da Reclamação Trabalhista, este deverá ser</p><p>especificado na Contestação, como exemplo, 2ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.</p><p>30</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2. Processo nº ...</p><p>3. Preâmbulo</p><p>3.1 Qualificação Completa da Reclamada - Nome, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ,</p><p>endereço completo com CEP;</p><p>3.2 Menção ao Advogado</p><p>3.3 Verbo: Apresentar;</p><p>3.4 Rito Ordinário (em regra);</p><p>3.5 Contestação – artigo 847, da CLT c/c artigo 336 e seguintes do CPC, aplicados por força</p><p>do artigo 769, da CLT e artigo 15, do CPC.</p><p>***Na prova há necessidade de indicar apenas o “nomen iuris” da peça, como sendo,</p><p>Contestação, ou seja, ainda que seja diante de uma Contestação com reconvenção,</p><p>deverá indicar tão somente o nome da peça como “Contestação”.</p><p>3.6 Qualificação do reclamante – 4 itens – Já qualificada nos autos;</p><p>COMÉRCIO DE TAPETES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº...,</p><p>endereço completo com CEP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu</p><p>advogado que esta subscreve, com endereço profissional completo e CEP (Procuração Anexa),</p><p>nos autos da reclamação trabalhista que lhe move Rodolfo Silva, apresentar CONTESTAÇÃO,</p><p>com fulcro no artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com os artigos</p><p>336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC), aplicados por força do artigo 769, da CLT e</p><p>artigo 15, do CPC, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.</p><p>4. DOS FATOS</p><p>Um breve resumo dos fatos, conforme informações contidas no enunciado.</p><p>5. DA PRELIMINAR</p><p>As preliminares devem ser verificadas entre as hipóteses contidas no artigo 337 do CPC e, em</p><p>regra, extinguem o processo sem resolução do mérito, conforme artigo 485 do CPC.</p><p>Observem que não necessariamente haverá preliminar a ser arguida, pode existir ou não, a</p><p>depender do enunciado.</p><p>Como exemplo, veja a elaboração de tese, acerca da inépcia da petição inicial:</p><p>Inicialmente, é importante mencionar que o artigo 337, IV, do CPC determina</p><p>que compete ao réu, alegar, antes de discutir o mérito, a inépcia da petição</p><p>inicial, o que ocorreu exatamente no presente caso, senão vejamos.</p><p>Isso porque, o Reclamante formulou pedido de pagamento do décimo terceiro</p><p>salário do ano de 2008, sem apresentar a respectiva causa de pedir, motivo</p><p>pelo qual referido pedido deverá ser considerado inepto e sua petição inicial</p><p>ser indeferida, nos termos do artigo 485, I, do CPC.</p><p>Desta forma, requer seja acolhida a presente preliminar inépcia da petição</p><p>inicial, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, em</p><p>conformidade com o artigo 485, IV, do CPC.</p><p>6. DAS PREJUDICIAIS DE MÉRITO</p><p>31</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Neste momento, deverão ser arguidos os fatos impeditivos, modificativos e extintivos</p><p>do autor, tais como: prescrição, decadência, compensação, dedução e retenção.</p><p>A título de exemplo, observe a tese de prescrição quinquenal:</p><p>O Autor foi admitido pela Ré na data de 09/07/2005, tendo sido dispensado</p><p>em 18/10/2012. Ajuizou a presente reclamação trabalhista em 06/11/2013.</p><p>Ocorre que os artigos 7º, XXIX, da Constituição Federal (CF); e 11, caput, da</p><p>CLT, combinados com a Súmula 308, I, do TST determinam que os créditos</p><p>trabalhistas prescrevem retroagindo-se cinco anos contados da data da</p><p>propositura da ação, motivo pelo qual se verifica a ocorrência da prescrição</p><p>parcial.</p><p>Portanto, a Reclamada postula o acolhimento da prejudicial de mérito, com a</p><p>pronúncia da prescrição quinquenal, considerando-se prescritas as parcelas</p><p>anteriores a 06/11/2008, com a consequente extinção do processo com</p><p>resolução do mérito, em obediência ao disposto no artigo 487, II, do CPC.</p><p>7. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>7.1 DO NÃO CABIMENTO DO ADICIONAL NOTURNO.</p><p>7.2 DO NÃO CABIMENTO DAS HORAS EXTRAS.</p><p>7.3 DO NÃO CABIMENTO DA REINTEGRAÇÃO.</p><p>(....)</p><p>8. DA CONCLUSÃO</p><p>Neste tópico deverá se pedir o acolhimento da preliminar, prejudicial de mérito e a</p><p>improcedência de todos os pedidos ventilados na exordial, como se verifica no exemplo,</p><p>a seguir:</p><p>“Diante do exposto, a Reclamada requer que seja acolhida a preliminar de</p><p>inépcia</p><p>da petição inicial, com a consequente extinção do processo sem</p><p>resolução do mérito, bem como da prejudicial de mérito, qual seja, prescrição</p><p>quinquenal, considerando-se prescritas as parcelas anteriores a 06/11/2008,</p><p>com a consequente extinção com resolução do mérito, e, no mérito, sejam</p><p>julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados pelo</p><p>Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais e honorários</p><p>advocatícios, à luz do art. 791- A, da CLT.</p><p>“Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente</p><p>prova testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.”</p><p>9. ENCERRAMENTO</p><p>32</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>Assim, vamos ao efetivo treino para que possa colocar em prática toda a estrutura estudada. E, neste</p><p>momento, vamos analisar a Peça Prático Profissional do XVIII Exame de Ordem.</p><p>XVIII EXAME DE ORDEM – ADAPTADO</p><p>Nos autos da reclamação trabalhista 1234, movida por Gilson Reis em face da sociedade empresária</p><p>Transporte Rápido Ltda., em trâmite perante a 15ª Vara do Trabalho do Recife/PE, a dinâmica dos fatos e</p><p>os pedidos foram articulados da seguinte maneira:</p><p>O trabalhador foi admitido em 13/05/2009, recebeu aviso prévio em 09/11/2014, para ser trabalhado, e</p><p>ajuizou a demanda em 20/04/2015.</p><p>Exercia a função de auxiliar de serviços gerais.</p><p>Requereu sua reintegração porque, em 20/11/2014, apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical</p><p>da sua categoria, informando o fato ao empregador por e-mail, o que lhe garante o emprego na forma do</p><p>Art. 543, § 3º, da CLT, não respeitada pelo ex-empregador.</p><p>Que trabalhava de segunda a sexta-feira das 5:00h às 15:00h, com intervalo de duas horas para refeição,</p><p>jamais recebendo horas extras nem adicional noturno, o que postula na demanda.</p><p>Que o intervalo interjornada não era observado, daí porque deseja que isso seja remunerado como hora</p><p>extra.</p><p>Contratado como advogado (a), você deve apresentar a medida processual adequada à defesa dos</p><p>interesses da sociedade empresária Transporte Rápido Ltda., sem criar dados ou fatos não informados.</p><p>Conforme já explicado anteriormente, antes de transcrever a peça, devemos em nosso rascunho na prova,</p><p>seguir o seguinte sistema de passos:</p><p>1. Passo 01: Grifar os dados principais do problema;</p><p>2. Passo 02: Identificação e Previsão Legal da Peça, Endereçamento, Procedimento e Outras</p><p>Peculiaridades – realizado no rascunho;</p><p>▪ No caso, em tela, constata-se ser uma Contestação com fundamento no artigo 847 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de</p><p>Processo Civil (CPC/2015), aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da</p><p>CLT e artigo 15 do CPC/15;</p><p>33</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>▪ Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA</p><p>DO TRABALHO DE RECIFE/PE.</p><p>▪ PROCESSO Nº 1234</p><p>3. Passo 03: Teses - Realizar no rascunho as anotações das principais informações das teses, os</p><p>seus fundamentos legais correlatos e pedidos:</p><p>▪ Inicialmente, observa-se a ausência de preliminares de mérito, conforme as previstas no</p><p>artigo 337 do CPC;</p><p>▪ Na sequência, ao analisar as possíveis prejudiciais de mérito, identificaríamos a</p><p>prescrição quinquenal, nos termos dos arts. 7º, XXIV da CF, 11, “caput” da CLT, Súmula</p><p>308, I, TST e art.487, II, CPC/15;</p><p>▪ Mérito - Tese (1) – INDEVIDA A REINTEGRAÇÃO – Súmula 369, V, TST;</p><p>▪ Mérito - Tese (2) – DO NÃO CABIMENTO DAS HORAS EXTRAS– Art. 7º, XIII, CF/88 e Art.</p><p>58 da CLT;</p><p>▪ Mérito - Tese (3) – DO NÃO CABIMENTO DO ADICIONAL NOTURNO– Art. 73, § 2º, da CLT;</p><p>▪ Mérito - Tese (4) – DO NÃO CABIMENTO DAS HORAS EXTRAS REFERENTES AO INTERVALO</p><p>INTERJORNADA – Art. 66 da CLT.</p><p>4. Passo 04: CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS - realizado no rascunho;</p><p>▪ Acolhimento da prejudicial de mérito;</p><p>▪ Improcedência de todos os pedidos, ventilados na exordial;</p><p>▪ Condenação em Custas Processuais e Honorários Advocatícios Sucumbenciais;</p><p>▪ Protesto por provas;</p><p>▪ Data, local, advogado (a), OAB nº...</p><p>*Atenção – Não há valor da causa, salvo se houvesse reconvenção junto com a contestação!</p><p>5. Passo 05: Elaborar a peça no caderno definitivo da prova.</p><p>Agora, vamos transcrever a peça, como se fosse para o caderno definitivo da prova:</p><p>34</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA DO TRABALHO DE RECIFE/PE.</p><p>PROCESSO Nº 1234</p><p>Transporte Rápido Ltda., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo com CEP, por seu</p><p>advogado abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em</p><p>epígrafe, que lhe move Gilson Reis, já qualificado, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847</p><p>da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil</p><p>(CPC/2015), aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos</p><p>e fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>O Reclamante foi admitido em 13/05/2009, na função de auxiliar de serviços gerais. Em 09/11/2014 recebeu</p><p>aviso prévio a ser trabalhado, e ajuizou Reclamação Trabalhista em 20/04/2015 pleiteando os seguintes</p><p>haveres: a) Reintegração, uma vez que apresentou candidatura a dirigente sindical em 20/11/2014; b) Horas</p><p>extras; c) Adicional noturno; e d) Intervalo interjornada remunerado como hora extra.</p><p>II. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL</p><p>No direito do trabalho, os créditos trabalhistas prescrevem em dois anos, após a extinção do contrato de</p><p>trabalho, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da reclamação, conforme art. 7º, XXIX, da Constituição</p><p>Federal, art. 11, caput, da CLT e Súmula 308, I do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>No caso em tela, verifica-se que o Reclamante foi contratado em 13/05/2009, e dispensado em 09/11/2014,</p><p>com aviso prévio a ser cumprido, tendo ainda ajuizado a presente demanda em 20/04/2015. Portanto,</p><p>encontram-se prescritos todos os créditos anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da</p><p>ação, ou seja, anteriores a 20/04/2010.</p><p>De rigor, portanto, requer-se a pronúncia da prescrição quinquenal / parcial, com a consequente extinção</p><p>do feito com resolução de mérito, art.487, II, do CPC/15, no que tange aos pedidos anteriores a 20/04/2010.</p><p>III. DO MÉRITO</p><p>III. I - INDEVIDA A REINTEGRAÇÃO</p><p>O reclamante pleiteia reintegração por entender possuir estabilidade decorrente de sua candidatura ao</p><p>cargo de dirigente sindical da sua categoria em 20/11/2014.</p><p>35</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No entanto, a referida candidatura se deu no curso do aviso prévio do empregado, o que lhe retira o direito</p><p>a estabilidade provisória conferida ao dirigente sindical nos termos da Súmula 369, V, do TST.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>III.II – DO NÃO CABIMENTO DAS HORAS EXTRAS</p><p>O reclamante pleiteia horas extras, em razão de laborar de segunda a sexta-feira das 05h00min às 15h00min,</p><p>com intervalo de duas horas para refeição.</p><p>No entanto, a jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais é constitucionalmente garantida,</p><p>Art. 7º, XIII, da CF/88, e não foi violada em nenhum momento, em especial, quanto ao intervalo intrajornada</p><p>que pode ser de até 2 horas, como verificado no caso em tela.</p><p>Diante do exposto, com fulcro no Art. 58 “caput” da CLT, e pela observância dos preceitos legais, requer-se</p><p>a improcedência do pleito de horas extras.</p><p>III.III – DO NÃO CABIMENTO DO ADICIONAL NOTURNO</p><p>O reclamante pleiteia adicional noturno, em razão de laborar de segunda a sexta-feira das 05h00min às</p><p>15h00min.</p><p>No entanto, o período de labor</p><p>frente ao INSS.</p><p>15</p><p>88</p><p>ÄA Justiça do Trabalho também será competente para executar as contribuições</p><p>previdenciárias devidas, em razão de condenação ou homologação de acordo</p><p>ocorrido frente aos Juízes ou Tribunais do Trabalho.</p><p>Atenção I: A Justiça do Trabalho não irá executar o INSS acerca de verbas já pagas</p><p>ao obreiro.</p><p>Atenção II: Tome nota dos dispositivos relacionados ao tema, quais sejam: Art.</p><p>876, parágrafo único, da CLT; Súmula n. 368, I, do TST; e Súmula Vinculante n. 58</p><p>do STF.</p><p>A COMPETÊNCIA TERRITORIAL está regulamentada no artigo 651 da CLT e, novamente, para</p><p>que não nos restem dúvidas acerca do tema, ressaltamos os seguintes aspectos:</p><p>Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada</p><p>pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao</p><p>empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.</p><p>§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência</p><p>será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o</p><p>empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização</p><p>em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.</p><p>§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste</p><p>artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro,</p><p>desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional</p><p>dispondo em contrário.</p><p>§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora</p><p>do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar</p><p>reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos</p><p>serviços.</p><p>ÄRegra - Competência Territorial:</p><p>ÄExceções - Competência Territorial:</p><p>Ä A Reclamação Trabalhista, em regra, deve ser ajuizada no local efetivo da</p><p>prestação de serviço, independentemente do local da contratação ou de seu</p><p>domicílio.</p><p>Exemplo: Se o empregado foi contratado no Rio de Janeiro para prestar</p><p>serviço em São Paulo, a ação deverá ser ajuizada em São Paulo.</p><p>16</p><p>88</p><p>No entanto, caso o empregado seja Agente Ou Viajante Comercial, teremos uma exceção à regra</p><p>já explicada:</p><p>Agora, sendo o empregado brasileiro e contratado para trabalhar no estrangeiro, a regra de</p><p>competência também será alterada, nos termos estipulados pelo parágrafo segundo do Artigo</p><p>651 da CLT:</p><p>Por fim, quando o empregador realizar atividade fora do local da contratação, como ocorre nas</p><p>empresas circenses, verificar-se-á a seguinte regra:</p><p>O empregado poderá ingressar com ação trabalhista no local da contratação ou</p><p>em qualquer local em que tenha prestado serviço, ou seja, ficará a critério do</p><p>empregado.</p><p>Neste sentido, caso o enunciado traga a informação de que o empregado deseja ingressar com</p><p>uma ação trabalhista em face de seu ex-empregador, e que sempre prestou serviços na cidade de</p><p>Salvador, devemos endereçar a peça prático-profissional para a Vara do Trabalho de Salvador.</p><p>AGENTE OU</p><p>VIAJANTE</p><p>COMERCIAL</p><p>Ä(1) A ação deverá ser proposta na Vara da localidade em</p><p>que a empresa tenha agência ou filial e a esta o</p><p>empregado esteja subordinado.</p><p>Ä(2) Na ausência de Agência ou filial a que esteja</p><p>subordinado , o empregado deverá ajuizar a ação no local</p><p>de seu domicílio ou na localidade mais próxima.</p><p>Ä O empregado brasileiro contratado para laborar no estrangeiro poderá ingressar com</p><p>Reclamação Trabalhista no Brasil, desde que não haja convenção internacional em contrário.</p><p>Contudo, no que se refere à legislação, serão aplicadas as regras de Direito Processual</p><p>Brasileiras, e as de Direito Material serão a do País no qual o obreiro prestou serviços, ou seja,</p><p>os direitos trabalhistas do país estrangeiro (Princípio da Territorialidade).</p><p>Ä Já na hipótese de o empregado ser brasileiro e contratado no Brasil, uma vez transferido</p><p>para o exterior, a legislação processual e material aplicável será a brasileira, conforme artigo</p><p>2ª da Lei n. 7064/82.</p><p>17</p><p>88</p><p>4.3 - Identificação da Peça Prático Profissional – R.T</p><p>Em sede da prova de 2ª Fase da AOB, torna-se um dos pontos mais importantes a identificação</p><p>da Peça Prático Profissional frente a qualquer tipo de enunciado que a Banca Examinadora da OAB</p><p>possa lhe propor.</p><p>Desta forma, em sede de Reclamação Trabalhista, devemos prontamente observar que o</p><p>enunciado não lhe trará relatado qualquer tipo de ato processual que tenha sido praticado,</p><p>cabendo a você, como advogado, dar início ao processo, ou seja, se valendo da propositura de</p><p>uma Reclamação Trabalhista.</p><p>A título de exemplo, observe o seguinte enunciado:</p><p>Rubens foi contratado pela empresa “Confecções Brasileiras” Ltda. para exercer a função de</p><p>estoquista, recebendo como salário a quantia mensal de R$ 2.500,00. Sua admissão ocorreu em</p><p>12/01/2018. Rubens prestava serviços na cidade de São Paulo-SP, onde também residia com sua</p><p>família. Trabalhava de 2ª a 6ª feira das 8h às 16h45min, com intervalo de 45 minutos para refeição,</p><p>e aos sábados das 8h às 12h, sem intervalo. Em meados de 2019, Rubens foi dispensado sem justa</p><p>causa, mas de forma humilhante perante diversos empregados da empresa, o que lhe causou</p><p>danos psicológicos de natureza grave.</p><p>QUESTÃO: Como advogado de Rubens, promova a medida judicial cabível para defesa de seus</p><p>direitos.</p><p>Neste momento, na prova, você deverá realizar uma régua processual apontando a existência ou</p><p>não de atos processuais no enunciado, da seguinte forma:</p><p>*Régua Processual</p><p>Observe, que se o enunciado não nos relata nenhum ato processual para ser</p><p>colocado na régua, caberá a você, examinando, a elaboração do primeiro ato, qual</p><p>seja: Reclamação Trabalhista, com fulcro no artigo 840, parágrafo 1º, da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cumulado com o artigo 319 do Código</p><p>de Processo Civil (CPC), este aplicado supletiva e subsidiariamente ao processo</p><p>do trabalho por força do artigo 769 da CLT e do artigo 15 do CPC.</p><p>A identificação da peça e das teses deve ser muito bem organizada na hora da prova, de forma</p><p>que você deverá observar a seguinte sistemática no seu rascunho:</p><p>1. Grifar os dados principais do problema;</p><p>18</p><p>88</p><p>2. Identificação e Previsão Legal da Peça, Endereçamento, Procedimento e</p><p>Outras Peculiaridades – realizado no rascunho;</p><p>3. Teses - Realizar no rascunho as anotações das principais informações das</p><p>teses, os fundamentos legais correlatos e pedidos;</p><p>4. Pedidos / Conclusão da peça - realizado no rascunho;</p><p>5. Elaborar a peça no caderno definitivo da prova.</p><p>No exemplo em tela, o enunciado nos relata diversas insatisfações do empregado perante as</p><p>violações dos seus direitos trabalhistas, de forma a solicitar que manejemos o meio processual</p><p>cabível para defesa dos direitos do empregado, tais como:</p><p>I. DO INTERVALO INTRAJORNADA;</p><p>Fundamento: Art. 71, §4º, da CLT</p><p>II. DOS DANOS MORAIS;</p><p>Fundamento: Art. 5º, V e X, da CF; Art. 186 e 927 do CC; Art. 223-G, da CLT</p><p>III. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.</p><p>Fundamento: Art. 791-A, da CLT</p><p>4.4 – Esqueleto da Peça Prático Profissional – R.T</p><p>De forma resumida, podemos afirmar que o esqueleto da peça prático profissional, Reclamação</p><p>Trabalhista, deverá ser apresentado da seguinte forma:</p><p>ü Endereçamento;</p><p>*Atenção as regras do Art. 651, da CLT.</p><p>ü Preâmbulo - Qualificação das Partes;</p><p>*Qualificar reclamante e reclamada</p><p>ü Dos Fatos;</p><p>*Tópico reduzido, de forma a computar até 05 linhas.</p><p>ü Dos Fundamentos Jurídicos;</p><p>*Cada tese deve ser abordada em tópico específico, como se observa a título</p><p>de exemplo:</p><p>19</p><p>88</p><p>I - Das Horas Extras</p><p>II - Do Adicional Noturno</p><p>III - Do FGTS</p><p>ü Dos Pedidos;</p><p>*Pedindo de Procedência e Condenação da reclamada em ...</p><p>ü Dos Requerimentos Finais;</p><p>*Notificação da Reclamada;</p><p>*Protesto por Provas.</p><p>ü Encerramento.</p><p>Agora, vamos ao detalhamento de cada item do esqueleto da Reclamação Trabalhista para fins</p><p>de que você melhor compreenda</p><p>refere-se a uma jornada de trabalho iniciada e encerrada em período</p><p>estritamente diurno, 05h00min às 15h00min, uma vez que o período noturno caracteriza-se entre as 22h de</p><p>um dia e 5h do dia seguinte, conforme Art. 73, § 2º da CLT, o não se verifica no caso em tela.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pedido de adicional noturno.</p><p>III. IV – DO NÃO CABIMENTO DO INTERVALO INTERJORNADA.</p><p>O reclamante pleiteia indenização pela não observância do intervalo interjornada de 11 horas consecutivas</p><p>ao término do expediente e o início do seguinte.</p><p>Contudo, tal alegação não prospera, haja vista que a jornada do reclamante era das 5h às 15h, ou seja,</p><p>observou-se um intervalo entre as jornadas de 14 horas, o que é superior ao exigido em lei, de onze horas</p><p>consecutivas, conforme Art. 66 da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito indenizatória do intervalo.</p><p>IV. DA CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer o acolhimento da prejudicial de mérito, prescrição quinquenal, e, no mérito,</p><p>sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados pelo Reclamante, condenando-o ao</p><p>pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art. 791- A, da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova</p><p>testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>36</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>DEFESA: DAS EXCEÇÕES RITUAIS</p><p>1 – Considerações Iniciais</p><p>Inicialmente, tome nota de algumas considerações:</p><p>No processo do trabalho, temos três tipos de exceções rituais, regulamentadas nos artigos 799 a 802, da</p><p>CLT, e as quais devemos nos atentar:</p><p>✓ Exceção de Incompetência Relativa;</p><p>✓ Exceção de Impedimento; e</p><p>✓ Exceção de Suspeição.</p><p>2 - Da Exceção de Incompetência Relativa (Territorial)</p><p>Antes de adentramos propriamente na Incompetência Territorial, tome nota de algumas premissas:</p><p>➢ A incompetência absoluta pode ser classificada como material, em razão da pessoa ou funcional e,</p><p>diferentemente do que ocorre com a incompetência relativa (territorial), pode ser conhecida de</p><p>ofício pelo magistrado, por se tratar de uma objeção processual, alegável a qualquer tempo e grau</p><p>de jurisdição.</p><p>➢ Desta forma, a incompetência absoluta deve ser alegada como preliminar de mérito, ou seja, na</p><p>contestação, sendo que, em contrapartida, a incompetência territorial deve ser alegada por meio de</p><p>exceção, e não poderá ser conhecida de ofício pelo juiz, logo, dependendo de manifestação da parte.</p><p>Agora, partindo para o tema em foco, Exceção de Incompetência Territorial, tome nota:</p><p>A alegação da Exceção de Incompetência Territorial deverá estar embasada no artigo 651 da CLT, o qual</p><p>trata das hipóteses de local de ajuizamento da Reclamação Trabalhista.</p><p>37</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A exceção possui previsão no artigo 800 da CLT, sendo que, a sua apresentação deve ocorrer no prazo de</p><p>cinco dias a contar da notificação, ou seja, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta</p><p>exceção.</p><p>Quando protocolada a petição, o processo será suspenso, não se realizando audiência até que se decida</p><p>acerca da exceção. Nesta situação, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o</p><p>reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias, podendo,</p><p>ainda, designar audiência para produção de prova oral, caso entenda necessário.</p><p>Neste sentido, a peça de exceção deverá ser apresentada em peça autônoma e anteriormente à defesa.</p><p>Quando decidida a exceção de incompetência relativa territorial, o processo retomará seu curso, com a</p><p>designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.</p><p>Na hipótese de não acolhimento da exceção, não caberá nenhum recurso de forma imediata, o que</p><p>igualmente ocorrerá quando acolhida a exceção, se remetido o processo a juízo vinculado ao mesmo TRT.</p><p>Contudo, caso acolhida a exceção e remetido o processo para outra vara e de TRT distinto ao que estava</p><p>vinculado anteriormente, nesse caso, estaremos diante de uma decisão interlocutória terminativa do feito</p><p>e que, nos termos da Súmula 214, “c”, TST, permitirá a propositura de recurso ordinário frente ao TRT do</p><p>juízo que acolheu a exceção.</p><p>Agora, vamos, então, avançar para a estrutura da Peça Prático Profissional, ora em análise.</p><p>E, neste momento, você poderá me questionar:</p><p>Priscilinha, como identificar a Peça de Exceção de Incompetência Territorial na prova da</p><p>OAB?</p><p>Inicialmente, o examinando deve entender que o objetivo desta Peça é único: Arguir a incompetência</p><p>territorial com fulcro no art. 651, da CLT.</p><p>E, claro, vale lembrar que a exceção de incompetência territorial é uma petição autônoma frente a</p><p>contestação, ou seja, não deve ser alegada no bojo da contestação e tampouco como preliminar (diferente</p><p>da incompetência absoluta).</p><p>Quanto ao prazo para a sua apresentação, devemos seguir o regramento contido no artigo 800, da CLT, prazo</p><p>de 5 dias, contados do recebimento da notificação.</p><p>Então, voltamos ao questionamento em foco: Como identificá-la?</p><p>Pois bem, você observará que o examinador no enunciado lhe apontará claramente que o único ponto de</p><p>discordância frente a ação proposta é o local de ajuizamento da ação (Reclamação Trabalhista).</p><p>Mas, atente-se que se o examinador trouxer a existência de vários pontos de discordância do réu frente a</p><p>ação proposta pelo autor, a medida cabível para fins de defesa será a Contestação.</p><p>38</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>O fundamento legal da Peça Prático Profissional, Exceção de Incompetência Territorial, será o artigo 800, da</p><p>CLT, mas o fundamento base de argumentação jurídica será o art. 651, da CLT.</p><p>Sigamos, agora, ao estudo da estrutura da peça, Exceção de Incompetência Territorial.</p><p>Tome nota:</p><p>1. Endereçamento</p><p>“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ...VARA DO TRABALHO DE ...”.</p><p>*Caso o enunciado lhe informe o local de ajuizamento da Reclamação Trabalhista, este deverá</p><p>ser especificado no enunciado, como exemplo, 2ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.</p><p>2. Processo Número</p><p>3. Preâmbulo:</p><p>A. Qualificação completa do excipiente (4 itens)</p><p>B. Advogado</p><p>C. Verbo: apresentar ou opor</p><p>D. Identificação da peça: Exceção de incompetência relativa (incompetência territorial)</p><p>E. Fundamentação legal: art. 847, 799 e 800 CLT</p><p>F. Qualificação do excepto (já qualificado nos autos)</p><p>EXCIPIENTE, (qualificação completa), vem por intermédio de seu advogado abaixo assinado (cf.</p><p>procuração anexa), na reclamação trabalhista que lhe move o EXCETO, já qualificado, opor</p><p>EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL, com fundamento no artigo 800 da CLT, pelos</p><p>seguintes fatos e fundamentos.</p><p>4. Fatos</p><p>5. Dos Fundamentos Jurídicos – A tese terá por base a violação ao art. 651 da CLT.</p><p>O reclamante propôs Reclamação Trabalhista em São Paulo, quando o local da prestação de</p><p>serviço sempre ocorreu no Rio de Janeiro.</p><p>Nos termos do art. 651 da CLT, observa-se que pelas regras de competência relativa na Justiça</p><p>do Trabalho, a competência territorial é determinada pela localidade em que o empregado</p><p>prestou serviços no período de labor, ainda que tenha sido contratado noutro local.</p><p>Nos termos consignados nos autos, evidente fica que o reclamante nunca laborou na cidade de</p><p>São Paulo, e tampouco sua contratação se deu nesta localidade, razão pela qual inexiste a</p><p>possibilidade deste juízo julgar a demanda.</p><p>Assim, diante do exposto, requer que os autos sejam remetidos para a Vara do Trabalho do Rio</p><p>de Janeiro/RJ, local da prestação dos serviços.</p><p>39</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>6. Pedido</p><p>Acolhimento da exceção com remessa dos autos para o juízo competente.</p><p>Ante o exposto, o excipiente requer o conhecimento da exceção de incompetência relativa,</p><p>com a consequente remessa dos autos à Vara do Trabalho de ___, para que o processo retome</p><p>seu curso com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual</p><p>perante o juízo competente.</p><p>7. Requerimentos finais</p><p>A. Suspensão do processo ate o julgamento da exceção;</p><p>B. Intimação do excepto para manifestação no prazo de 5 dias;</p><p>C. Protesto por provas.</p><p>No mais, requer a suspensão do feito até julgamento da exceção, art. 800, § 1o da CLT, e a</p><p>intimação do exceto para que querendo se manifeste, no prazo de 5 dias, conforme art. 800, §</p><p>2o da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, em especial prova</p><p>documental, pericial e outras mais que se fizerem necessárias e que desde já ficam requeridas.</p><p>8. Encerramento</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data</p><p>Advogado e OAB nº ...</p><p>3 - Da Exceção de Suspeição e Impedimento</p><p>A exceção de suspeição e de impedimento tem como objetivo questionar a imparcialidade do juiz no seu</p><p>exercício jurisdicional, nos termos dos artigos 799, 801 e 802 da CLT, a fim de se evitar que haja qualquer</p><p>tipo de parcialidade em suas decisões. Neste sentido, vale considerar que qualquer parte pode alegar a</p><p>suspeição ou o impedimento do magistrado.</p><p>O novo Código de Processo Civil prevê que a suspeição e o impedimento devem ser alegados por simples</p><p>petição, conforme artigo 146 do CPC, ou seja, como um incidente processual; já a CLT regulamentou o</p><p>assunto, trazendo que sua apresentação frente à Justiça do Trabalho deve ocorrer por meio de exceção.</p><p>Assim, a exceção de suspeição/impedimento trata-se de uma peça autônoma apresentada em audiência,</p><p>antes da contestação. No entanto, ressalto, neste tópico, que se a OAB exibir a apresentação de Contestação</p><p>com Exceção de Suspeição/Impedimento, esta deverá ser feita no bojo da própria contestação, ou seja,</p><p>como um tópico preliminar, já que o edital é claro ao não admitir a apresentação de duas peças</p><p>concomitantes.</p><p>40</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A suspeição está regulamentada no artigo 801 da CLT, o qual prevê:</p><p>O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por</p><p>algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes:</p><p>a) inimizade pessoal;</p><p>b) amizade íntima;</p><p>c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;</p><p>d) interesse particular na causa.</p><p>Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na</p><p>pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo</p><p>motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante</p><p>deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida,</p><p>aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se</p><p>originou.</p><p>Atenção: A hipótese prevista no art. 801, “c”, da CLT refere-se a um impedimento previsto no art. 144, IV,</p><p>do CPC. Contudo, a CLT o aponta como hipótese de suspenção tão somente por uma questão temporal, já</p><p>que na época, a hipótese, em análise, não existia para fins de impedimento, tendo advindo com o CPC.</p><p>Já as hipóteses de impedimento devem ser observadas conforme os preceitos do artigo 144 do CPC:</p><p>Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:</p><p>I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como</p><p>membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;</p><p>II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;</p><p>III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do</p><p>Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou</p><p>afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;</p><p>IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,</p><p>consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;</p><p>V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte</p><p>no processo;</p><p>VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;</p><p>VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego</p><p>ou decorrente de contrato de prestação de serviços;</p><p>VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,</p><p>companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro</p><p>grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;</p><p>IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.</p><p>41</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Veja que o artigo 134, do CPC estabelece, em rol taxativo, as hipóteses em que é defeso ao juiz exercer as</p><p>suas funções judicantes. E apesar de a CLT não mencionar o impedimento de forma expressa em seu texto,</p><p>torna-se possível a aplicação de forma subsidiária, por força do art. 769, da CLT.</p><p>Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, em uma análise paralela de impedido e suspeição,</p><p>pode-se destacar que:</p><p>▪ O Impedimento ocorre quando o Juiz não pode continuar atuando em determinado processo, já</p><p>que existe uma causa determinada que fere o princípio da imparcialidade na realização de suas</p><p>funções. Logo, as hipóteses em que se pode arguir o impedimento são mais graves do que aquelas</p><p>relativas à suspeição;</p><p>▪ A caracterização do impedimento é de ordem objetiva; enquanto a da suspeição é subjetiva. Logo,</p><p>quando se tem causas de impedimento ocorre presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade</p><p>do Juiz, e que ele se encontra impedido;</p><p>▪ Em sede de eventual julgamento, por juiz impedido, estaremos diante de uma nulidade absoluta do</p><p>julgado, a qual pode ser arguida, inclusive, em sede de Ação Rescisória (art. 966, II, do CPC). Logo,</p><p>pode ser alegada a qualquer tempo, não há preclusão, quanto a sua alegação;</p><p>▪ No que tange a suspeição, art. 801, da CLT, esta refere-se a uma hipótese menos grave, mas que</p><p>também impede o juiz de atuar no feito. Trata-se de uma nulidade relativa (Art. 795, da CLT), e</p><p>quando não alegada no momento oportuno, na primeira oportunidade que houver para falar no</p><p>processo, o juiz poderá continuar atuando no processo (preclusão).</p><p>▪ Nos termos do Art. 145, §1º, do CPC, poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo,</p><p>sem necessidade de declarar suas razões;</p><p>▪ Por fim, vale mencionar que nos termos do art. 148 do CPC, aplicam-se os motivos de impedimento</p><p>e de suspeição: I – ao membro do Ministério Público; II – aos auxiliares da justiça; III – aos demais</p><p>sujeitos imparciais do processo.</p><p>➢ PROCEDIMENTO – EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO / IMPEDIMENTO</p><p>Desta forma, apresentada a exceção de suspeição / impedimento, o juiz deverá se manifestar no prazo de</p><p>48 horas e, uma vez acolhida, deverá remeter o processo ao seu substituto legal. Caso rejeitada a exceção,</p><p>o processo deve ser remetido ao TRT para julgar o incidente, o qual poderá tomar as seguintes providências:</p><p>✓ Não acolher a alegação de impedimento / suspeição, rejeitando-a;</p><p>ou</p><p>42</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ Acolher a alegação, e tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará</p><p>o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo, ainda, o juiz recorrer da</p><p>decisão, conforme art. 146, parágrafo quinto, do CPC:</p><p>Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal</p><p>condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo</p><p>o juiz</p><p>recorrer da decisão</p><p>*Atenção: Quando reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do</p><p>qual o juiz não poderia ter atuado. E, nesta situação, o tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se</p><p>praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição (Art. 146, §6º e 7º, do CPC).</p><p>Com base no exposto, questiono:</p><p>É possível alegar simultaneamente suspeição, impedimento e incompetência?</p><p>R. Sim, ocasião em que o juiz julgará na seguinte ordem: exceção de impedimento, suspeição e</p><p>incompetência.</p><p>Cabe alguma medida processual a fim de recorrer da decisão que não acolhe a exceção</p><p>de suspeição / impedimento?</p><p>R. Não, haja vista que se trata de uma decisão interlocutória, a qual nos termos do artigo 893, parágrafo</p><p>primeiro da CLT, é irrecorrível.</p><p>3.1 - Estrutura da Peça Prático Profissional - Exceção</p><p>Logo, veja a estrutura da peça de exceção suspeição / impedimento, a ser apresentada, caso se exigida de</p><p>forma autônoma na prova:</p><p>1. ENDEREÇAMENTO</p><p>“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA DO TRABALHO DE...”.</p><p>*Caso o enunciado lhe informe o local de ajuizamento da Reclamação Trabalhista, este deverá ser</p><p>especificado no enunciado, como exemplo, 2ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.</p><p>2. PROCESSO nº ...</p><p>3. PREÂMBULO:</p><p>43</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A. Qualificação completa do excipiente (4 itens) e do excepto (já qualificado nos autos).</p><p>B. Advogado</p><p>C. Verbo: apresentar ou opor.</p><p>D. Identificação da peça: Exceção de impedimento ou suspeição</p><p>E. Fundamentação legal: art. 847, 799, 801 e 802 da CLT c/c art. 146, do CPC, aplicável por força do</p><p>art. 769 da CLT e art. 15 do CPC.</p><p>F. Qualificação do excepto (já qualificado nos autos).</p><p>Nome do excipiente (empresa), pessoa jurídica de direito público ou privado, CNPJ nº ..., endereço</p><p>completo com CEP, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração anexa), endereço</p><p>completo com CEP, vem à presença de Vossa Excelência, nos autos da reclamação trabalhista que lhe</p><p>move o RECLAMANTE, já qualificado na inicial, opor EXCEÇÃO DE ___, com fundamento nos artigos 847,</p><p>799, 801 e 802 da CLT c/c com o art. 146 do CPC, aplicado por força do art. 769 da CLT, pelos motivos</p><p>de fato e fundamento a seguir expostos:</p><p>4. FATOS</p><p>5. FUNDAMENTOS (TESES)</p><p>A. Impedimento: Art.144, do CPC e 801 da CLT (parentesco);</p><p>OU</p><p>B. Suspeição: art. 145, do CPC e 801 da CLT (amizade e inimizade).</p><p>6. PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer o conhecimento da Exceção de Suspeição / Impedimento para a devida</p><p>manifestação de Vossa Excelência.</p><p>Requer, ainda, a procedência da Exceção suscitada, com o reconhecimento do impedimento /</p><p>suspeição, ordenando a remessa dos autos ao substituto legal.</p><p>Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, desde já, se requer o sobrestamento do feito,</p><p>até que o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho julgue a presente exceção, nos moldes do artigo 146</p><p>do CPC.</p><p>7. REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>A. Suspensão do processo até o julgamento da exceção (artigo 799 da CLT);</p><p>B. Requer a designação da audiência de instrução e julgamento dentro de 48 horas, à luz do art. 802</p><p>da CLT;</p><p>C. Protesto por provas.</p><p>No mais, requer a suspensão do feito até o julgamento final da exceção, nos termos do art. 799 da CLT.</p><p>Por fim, requer a intimação do exceto para manifestação e a designação de audiência de instrução e</p><p>julgamento no prazo de 48 horas.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, em especial prova</p><p>documental, pericial e outras mais que se fizerem necessárias e que desde já ficam requeridas.</p><p>8. ENCERRAMENTO</p><p>44</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Nesses termos, pede deferimento.</p><p>Local e data</p><p>Advogado e OAB nº...</p><p>DEFESA: RECONVENÇÃO</p><p>1 – Considerações Iniciais</p><p>✓ Fundamento legal: Artigo 343 do CPC;</p><p>✓ Natureza Jurídica: Ação autônoma e conexa ao processo;</p><p>✓ Partes: Autor da Reconvenção (Reconvinte) / Réu da Reconvenção (Reconvindo).</p><p>Observe que o autor da reconvenção (reconvinte) trata-se do réu na ação principal; em</p><p>contrapartida, o réu da reconvenção (reconvindo), na realidade é o autor da ação principal.</p><p>O instituto da reconvenção possui previsão legal no art. 343 do CPC, aplicado ao Processo do Trabalho por</p><p>força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, e consiste no contra-ataque do réu em face do autor, ou</p><p>ainda, podemos afirmar que é uma modalidade de resposta do réu.</p><p>O novo CPC não mais determina a sua alegação como peça autônoma, sendo, atualmente, uma tese a ser</p><p>elaborada no bojo da contestação, logo após o mérito. Tome nota:</p><p>Art. 343, CPC - Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar</p><p>pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.</p><p>Assim, destaca-se alguns exemplos, frutos de contrato de trabalho, em que a reconvenção se torna possível</p><p>na Justiça do Trabalho, como se observa:</p><p>✓ Danos morais ocasionados pelo empregado perante a empresa;</p><p>✓ Dano ao patrimônio da empresa;</p><p>✓ Não devolução pelo empregado de equipamento da empresa etc.</p><p>A reconvenção possui algumas características legais a serem observadas, quais sejam:</p><p>▪ Trata-se de uma modalidade de defesa que possui natureza de ação da reclamada contra o</p><p>reclamante, ou seja, é um contra-ataque do réu em face do autor;</p><p>45</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>▪ Com o advento do novo CPC, houve um fortalecimento da Reconvenção como tese no bojo da</p><p>própria Contestação (artigo 343 do CPC/2015), o que se admite, em razão do princípio da celeridade</p><p>e simplicidade processual. Nesta situação, a contestação deverá conter expressa previsão de</p><p>notificação da reconvinda para que querendo apresente defesa, sob pena de confissão quanto à</p><p>matéria de fato, bem como trazer valor da causa, no que tange à reconvenção;</p><p>▪ A Justiça do Trabalho deve ser competente para julgar a Reconvenção, assim como a ação principal;</p><p>▪ O procedimento deve ser o mesmo da ação, a qual se reconvém;</p><p>▪ Não é cabível no procedimento sumário e sumaríssimo, conforme doutrina majoritária;</p><p>▪ A reconvenção é guiada pelo Princípio da Autonomia, ou seja, em havendo a desistência da ação</p><p>principal, ou a sua própria extinção, isto não implicará em extinção da reconvenção, a qual seguirá</p><p>para julgamento.</p><p>▪ A sentença apreciará simultaneamente a ação principal e a reconvenção;</p><p>▪ Diante da sentença proferida será cabível Recurso Ordinário;</p><p>▪ Nos termos do art. 343, §6º do CPC/2015, o Réu poderá propor Reconvenção independente da</p><p>contestação, caso em que será apresentada em peça autônoma. Tome nota:</p><p>O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.</p><p>▪ Se houver desistência ou qualquer causa extintiva da ação principal, a Reconvenção seguirá seu</p><p>regular trâmite, por se tratar de ação autônoma. Ou seja, a reconvenção não é acessória a ação</p><p>principal, conforme art. 343, § 2º, do CPC:</p><p>A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito</p><p>não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.</p><p>▪ Nos termos do Art. 791-A, § 5º, do CPC, são devidos honorários de sucumbência em sede de</p><p>reconvenção;</p><p>▪ A compensação não se confunde com a reconvenção, sendo esta cabível sempre que o montante a</p><p>ser compensado for superior ao valor da causa, e ainda estiverem presentes os seus requisitos legais.</p><p>46</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>2 - Estrutura da Peça Prática</p><p>Logo, observe a estrutura da peça da Contestação com Reconvenção:</p><p>1. ENDEREÇAMENTO COMPLETO, sem abreviaturas – Artigo 651 da CLT</p><p>“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA DO TRABALHO DE ...”.</p><p>Obs.:</p><p>Caso o enunciado lhe informe o local de ajuizamento da Reclamação Trabalhista, este deverá</p><p>ser especificado na sua peça, como exemplo, 2ª Vara do Trabalho de São Paulo/SP.</p><p>2. PROCESSO N° ...</p><p>3. QUALIFICAÇÃO DA RECLAMADA E RECLAMANTE</p><p>COMÉRCIO DE TAPETES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº..., endereço</p><p>completo com CEP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta</p><p>subscreve, com endereço profissional completo e CEP (Procuração Anexa), nos autos da reclamação</p><p>trabalhista que lhe move Rodolfo Silva, apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com os artigos 336 e seguintes do Código de</p><p>Processo Civil (CPC), aplicados por força do artigo 769, da CLT e artigo 15, do CPC, pelos motivos de fato</p><p>e de direito a seguir expostos.</p><p>4. FATOS / RESUMO DA DEMANDA / DO CONTRATO DE TRABALHO</p><p>5. DAS PRELIMINARES</p><p>✓ Artigo 337 do CPC/2015.</p><p>6. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO</p><p>7. DA DEFESA DIRETA DE MÉRITO</p><p>8. DA RECONVENÇÃO</p><p>9. DA CONCLUSÃO</p><p>✓ Acolhimento da preliminar e consequente extinção do processo sem resolução do mérito (art.</p><p>485, inciso I do CPC/2015);</p><p>✓ Acolhimento da prescrição e a consequente resolução do mérito (art. 487, II do CPC/15);</p><p>✓ Improcedência de todos os pedidos ventilados na exordial;</p><p>✓ Procedência do pedido reconvencional;</p><p>✓ Condenação em Honorários Advocatícios, com base no art. 791-A da CLT.</p><p>Diante do exposto, a Reclamada requer que seja acolhida a preliminar de inépcia da petição inicial, com</p><p>a consequente extinção no processo sem resolução do mérito, quanto a este pedido, bem como a</p><p>pronúncia da prescrição quinquenal, extinguindo-se com resolução do mérito os pedidos anteriores a</p><p>.../.../..., e, no mérito, sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados pelo</p><p>Reclamante, bem como sua condenação em custas processuais e honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, nos moldes do art. 791-A da CLT.</p><p>No mais, seja julgado procedente o pedido reconvencional, condenando-se o autor ao pagamento da</p><p>quantia de R$10.000,00, decorrentes do dano causado ao réu, bem como a sua condenação ao</p><p>pagamento de honorários advocatícios, com base no art. 791-A da CLT.</p><p>10. DOS REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>✓ Notificação do reconvindo;</p><p>✓ Protesto por Provas.</p><p>47</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Neste sentido, ainda, requer a intimação do autor-reconvindo para apresentar defesa, sob pena de</p><p>revelia e confissão em relação à matéria fática.</p><p>Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas em especial,</p><p>documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes.</p><p>11. ENCERRAMENTO</p><p>Dá à reconvenção o valor de R$ ...</p><p>Nesses termos, pede deferimento.</p><p>Local e data</p><p>Advogado e OAB nº...</p><p>Vamos ao treino oficial de Reconvenção, conforme cobrado pela Banca FGV no XXV Exame de Ordem.</p><p>Tome nota:</p><p>XXV EXAME DE ORDEM</p><p>SITUAÇÃO PROBLEMA</p><p>Você foi contratado (a) pela Floricultura Flores Belas Ltda., que recebeu citação de uma reclamação</p><p>trabalhista com pedido certo, determinado e com indicação do valor, movida em 27/02/2018 pela ex-</p><p>empregada Estela, que tramita perante o juízo da 50ª Vara do Trabalho de João Pessoa/PB e recebeu o</p><p>número 98.765.</p><p>Estela foi floricultora na empresa em questão de 25/10/2012 a 29/12/2017 e ganhava mensalmente o</p><p>valor correspondente a dois salários mínimos. Na demanda, requereu os seguintes itens: - a aplicação da</p><p>penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido</p><p>a infração prevista na referido diploma legal; - o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30%</p><p>sobre o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das</p><p>flores que manipulava; - o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a</p><p>extensa jornada de segunda a sexta feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos</p><p>sábados, das 16h às 20h, sem intervalo; - o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor</p><p>das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio,</p><p>concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal.</p><p>Afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão,</p><p>contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. A sociedade empresária informou</p><p>que, assim que foi cientificada do aviso prévio, Estela teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se</p><p>injustiçada com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada</p><p>precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, quando</p><p>deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou</p><p>violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que</p><p>gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu, além de apresentar a</p><p>guia da RAIS comprovando possuir 7 empregados, os contracheques da autora e o documento assinado</p><p>pela empregada autorizando o desconto de plano de saúde.</p><p>Diante dessa narrativa, apresente a peça pertinente na melhor defesa dos interesses da reclamada. (Valor:</p><p>5,00)</p><p>48</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA / ESPELHO DE CORREÇÃO</p><p>✓ Elaboração de uma Contestação, com endereçamento ao juiz do Trabalho da 50ª VARA DO</p><p>TRABALHO DE JOÃO PESSOA/PB.</p><p>✓ Processo nº 98.765</p><p>✓ Indicação das partes envolvidas – FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA. e ESTELA</p><p>(CONTESTAÇÃO – art. 847 da CLT).</p><p>✓ PRELIMINAR – Nos termos do artigo 337, II do CPC, deve-se alegar em Preliminar de</p><p>Contestação a Incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para apreciação e condenação</p><p>criminal referente ao Art. 49 da CLT, conforme o Art. 114, inciso IX, da CRFB/88.</p><p>Logo, requer-se a extinção do processo sem resolução do mérito, artigo 485, IV, do CPC,</p><p>quanto a este pedido de condenação criminal.</p><p>✓ PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - Arguição da prescrição quinquenal com relação as parcelas</p><p>anteriores a 27.02.2013, nos termos do art. 7º XXIX, da CF; 11 da CLT e Súmula 308, I, TST.</p><p>Logo, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, à luz do art. 487, II, do CPC,</p><p>quanto às parcelas postuladas anteriores aos últimos 5 anos, contados do ajuizamento da</p><p>ação, ou seja, anteriores a 27.02.2013.</p><p>✓ ADICIONAL DE PENOSIDADE - Sustentar que o adicional de penosidade não foi</p><p>regulamentado, estando previsto apenas no Art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/88.</p><p>✓ HORAS EXTRAORDINÁRIAS – Apontar pelo não cabimento das horas extras uma vez que pela</p><p>própria narrativa da petição inicial se verifica que o módulo constitucional não foi</p><p>ultrapassado, conforme o Art. 7º, inciso XIII, da CF/88 e o Art. 58 da CLT.</p><p>✓ NÃO CABIMENTO DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT - Indevida a multa do Art. 477 da CLT,</p><p>haja vista que o pagamento das verbas rescisórias foi realizado no prazo legal, nos termos do</p><p>Art. 477, § 6º, da CLT.</p><p>✓ DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS - A reclamante alega que foi obrigada a aderir ao desconto</p><p>do plano de saúde, o que não assiste razão, já que autorizou expressamente, sendo inválida</p><p>qualquer presunção de vício de vontade, neste sentido, conforme OJ n. 160 da SDI-I/TST. No</p><p>mais, observa-se válido o desconto realizado, já que autorizado expressamente pelo</p><p>empregado, Súmula 342 do TST, e ora, a ele caberá a prova da possível existência de qualquer</p><p>vício de vontade envolvido, artigo 818, I da CLT.</p><p>✓ RECONVENÇÃO – Deverá ser requerido o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela</p><p>autora, uma vez que presentes os requisitos da responsabilidade civil, culpa, dano e nexo, nos</p><p>termos do Art. 343 do CPC e Art. 186 e 927 do CC. No mais, requer a condenação da</p><p>49</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>reclamante-reconvinda aos honorários advocatícios sucumbenciais no importe de 15%, nos</p><p>termos do artigo 791-A, §5º da CLT.</p><p>✓ CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS – Diante do exposto, a Reclamada requer que seja acolhida</p><p>a preliminar de incompetência absoluta, com a consequente extinção no processo sem</p><p>resolução do mérito, quanto a este pedido, bem como a pronúncia da prescrição quinquenal,</p><p>extinguindo-se com resolução do mérito os pedidos anteriores a 27/02/2013, e, no mérito,</p><p>sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados pelo Reclamante, bem</p><p>como sua condenação em custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, nos</p><p>moldes do art. 791-A da CLT.</p><p>No mais, seja julgado procedente o pedido reconvencional, condenando-se o autor ao</p><p>pagamento da quantia de R$300,00, decorrentes do dano causado ao réu, bem como a sua</p><p>condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios sucumbenciais, com base no</p><p>art. 791-A “caput” e §5º da CLT.</p><p>✓ Neste sentido, ainda, requer a intimação do autor-reconvindo para apresentar defesa, sob</p><p>pena de revelia e confissão em relação à matéria fática.</p><p>✓ Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas em</p><p>especial, documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes.</p><p>✓ Dá à reconvenção o valor de R$ 300,00.</p><p>✓ Nesses termos, pede deferimento.</p><p>✓ Local e data</p><p>Advogado e OAB nº...</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA/PB.</p><p>PROCESSO Nº 98.765</p><p>Floricultura Flores Belas LTDA., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo por seu</p><p>advogado abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em</p><p>epígrafe, que lhe move Estela, já qualificada, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC/2015),</p><p>aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos e</p><p>fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>50</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A Reclamante foi admitida em 25/10/2002, na função de floricultora e foi dispensada em 29/12/2017. Em</p><p>27/02/2018 ajuizou Reclamação Trabalhista pleiteando os seguintes haveres:</p><p>a) a aplicação da penalidade criminal cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré; b) o pagamento de</p><p>adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base; c) o pagamento de horas extras com adição</p><p>de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta feira, das 10h às 20h, com intervalo</p><p>de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo; d) o pagamento da multa do Art.</p><p>477, § 8º, da CLT. Afirmou, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na</p><p>admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal.</p><p>Por fim, ao ser dispensada Estela arremessou uma pedra contra a empresa causando danos.</p><p>II. DA PRELIMINAR DE MÉRITO - INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO</p><p>No presente caso, observa-se que a reclamante requereu a aplicação da penalidade criminal prevista</p><p>cominada no Art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido a infração no referido</p><p>diploma legal.</p><p>No entanto, vale ressaltar a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para apreciação e condenação</p><p>criminal referente ao artigo 49 da CLT, conforme preconiza o artigo. 114, inciso IX, da Constituição Federal</p><p>(CRFB/88).</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar supracitada, com a extinção do processo sem</p><p>resolução de mérito quanto a este pedido, nos termos do art. 485, incisos I e IV, do CPC.</p><p>III. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL</p><p>No direito do trabalho, os créditos trabalhistas prescrevem em dois anos, após a extinção do contrato de</p><p>trabalho, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da reclamação, conforme art. 7º, XXIX, da Constituição</p><p>Federal, art. 11, caput, da CLT e Súmula 308, I do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>No caso em tela, verifica-se que a Reclamante foi contratado em 25/10/2012, e dispensada em 29/12/2017,</p><p>tendo ainda ajuizado a presente demanda em 27/02/2018. Portanto, encontram-se prescritos todos os</p><p>créditos anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a</p><p>27/02/2013.</p><p>De rigor, portanto, requer-se a pronúncia da prescrição quinquenal/parcial, com a consequente extinção do</p><p>feito com resolução de mérito, art. 487, II, do CPC/15, no que tange aos pedidos anteriores a 27/02/2013.</p><p>IV. DO MÉRITO</p><p>IV.I – DO ADICIONAL DE PENOSIDADE</p><p>A reclamante pleiteou o pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base,</p><p>porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava.</p><p>51</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Contudo, o adicional de penosidade não foi regulamentado, estando previsto tão somente no Art. 7º, inciso</p><p>XXIII, da CRFB/88.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. II - DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS</p><p>A reclamante pleiteia o pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a e extensa</p><p>jornada de segunda a sexta feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, aos sábados,</p><p>das 16h às 20h, sem intervalo.</p><p>No entanto, não há em que se falar em horas extras uma vez que pela própria narrativa da petição inicial se</p><p>verifica que o módulo constitucional não foi ultrapassado, conforme o Art. 7º, inciso XIII, da CF/88 e o Art.</p><p>58 da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. III – DO NÃO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477, DA CLT.</p><p>A reclamante requereu o pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas resilitórias</p><p>somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma</p><p>indenizada, extrapolando o prazo legal.</p><p>No entanto, a multa do Art. 477 da CLT se torna indevida, haja vista que o pagamento das verbas rescisórias</p><p>foi realizado no prazo legal, nos termos do Art. 477, § 6º, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. IV – DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS</p><p>A reclamante alega que foi obrigada a aderir ao desconto do plano de saúde, o que não assiste razão, já que</p><p>autorizou expressamente, sendo inválida qualquer presunção de vício de vontade, neste sentido, conforme</p><p>OJ n. 160 da SDI-I/TST.</p><p>No mais, observa-se válido o desconto realizado, já que autorizado expressamente pelo empregado, Súmula</p><p>342 do TST, e ora, a ele caberá a prova da possível existência de qualquer vício de vontade envolvido, artigo</p><p>818, I da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. V – DA RECONVENÇÃO</p><p>A reclamante ao ser dispensa, começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente</p><p>contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa gastou R$ 300,00 na</p><p>recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibida nos autos.</p><p>52</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Assim, requer-se o valor de R$ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela autora, uma vez que presentes os</p><p>requisitos da responsabilidade civil, culpa, dano e nexo, nos termos do Art. 343 do CPC e arts. 186 e 927 do</p><p>CC. No mais, requer a condenação da reclamante-reconvinda aos honorários advocatícios sucumbenciais no</p><p>importe de 15%, nos termos do artigo 791-A, §5º da CLT.</p><p>V. DA CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de incompetência absoluta, com a consequente</p><p>extinção do pedido sem resolução do mérito, quanto a este pedido, bem como a pronúncia da prescrição</p><p>quinquenal, considerando-se prescritas as parcelas anteriores a 27/02/2013, com a consequente extinção</p><p>com resolução do mérito, e, no mérito, sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos</p><p>formulados pelo Reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios,</p><p>à luz do art. 791- A, da CLT.</p><p>No mais, seja julgado procedente o pedido reconvencional, condenando-se o autor ao pagamento da quantia</p><p>de R$300,00, decorrentes do dano causado ao réu, bem como a sua condenação ao pagamento de custas e</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais, com base no art. 791-A, “caput” e §5º da CLT.</p><p>Neste sentido, ainda, requer a intimação do autor-reconvindo para apresentar defesa, sob pena de revelia e</p><p>confissão em relação à matéria fática.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova</p><p>testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>Dá-se à reconvenção o valor de R$ 300,00.</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>TREINO DE PEÇAS COM A FGV</p><p>Após toda a análise teórica das peças, estamos no momento de colocar em prática tudo que foi aprendido.</p><p>Então, vamos juntos treinar as principais peças da FGV?</p><p>53</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>II EXAME DE ORDEM (2010.2) – ADAPTADO</p><p>SITUAÇÃO-PROBLEMA</p><p>Kelly Amaral, assistida por advogado particular não vinculado ao seu sindicato de classe, ajuizou</p><p>reclamação trabalhista, pelo rito ordinário, em face do Banco Finanças S/A (RT n o 1234/2010), em</p><p>13.09.2010. A reclamante afirma que foi admitida em 04.08.2002 para exercer a função de gerente-geral</p><p>da agência, e que prestava serviços diariamente de segunda a sexta, das 9h às 20h, com intervalo para</p><p>repouso e alimentação de 30 minutos diários, apesar de não se submeter a controle de ponto. Seu</p><p>contrato extinguiu-se em 15.07.2009, em razão de dispensa imotivada, quando recebia salário no valor de</p><p>R$ 5.000,00, acrescido de 45% a título de gratificação de função.</p><p>Em janeiro de 2009, a reclamante foi nomeada para exercer o cargo de delegada sindical de representação</p><p>obreira, no setor de cultura e desporto da entidade. Inobstante, tal estabilidade foi dispensada</p><p>imotivadamente, por iniciativa de seu empregador. Inobstante não prestar atividades adstritas ao caixa</p><p>bancário, por isonomia, requer o recebimento da parcela quebra de caixa, com a devida integração e</p><p>reflexos legais.</p><p>Alegou, também, fazer jus à isonomia salarial com o Sr. Osvaldo Maleta, readaptado funcionalmente por</p><p>causa previdenciária, e, por tal, desde janeiro/2008 exerce a função de gerente-geral de agência, ou seja,</p><p>com idêntica função ao autor da demanda, na mesma localidade e para o mesmo empregador e cujo</p><p>salário fixo superava R$ 8.000,00, acrescidos da devida gratificação funcional de 45%. Alega também a não</p><p>fruição e recebimento das férias do período 2007/2008, inobstante admitir ter se retirado em licença</p><p>remunerada por 32 dias durante aquele período aquisitivo.</p><p>Diante do exposto, POSTULOU a reintegração ao emprego em face da estabilidade acima perpetrada, ou</p><p>indenização substitutiva, e a condenação do banco empregador ao pagamento de 2 horas extraordinárias</p><p>diárias, com adicional de 50% e de 30 minutos extras, pela supressão do intervalo mínimo de uma hora.</p><p>Postulou também o recebimento da parcela denominada quebra de caixa, bem como sua integração e</p><p>reflexos nos termos da lei, diferenças salariais e reflexos em aviso-prévio, férias integrais e proporcionais,</p><p>13º salário integral e proporcional, FGTS + 40%, em face de pleito de equiparação e férias integrais</p><p>2007/2008, de forma simples e acrescidos de 1/3 pela não concessão a tempo e modo. Pleiteou, por fim,</p><p>a condenação do reclamado ao pagamento de indenização por danos morais e de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais no importe de 30%.</p><p>Considerando que a reclamação trabalhista foi ajuizada perante a 1ª Vara do Trabalho de Boa</p><p>Esperança/MG, redija, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo banco empregador, a peça</p><p>processual adequada, a fim de atender aos interesses de seu cliente.</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA / ESPELHO DE CORREÇÃO – ADAPTADO</p><p>✓ Endereçamento: Ao juiz do Trabalho da 1ª Vara do Trabalho de Boa Esperança/MG.</p><p>54</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ Processo nº 1234/2010</p><p>✓ Indicação das partes envolvidas – Banco Finanças S/A e Kelly Amaral</p><p>✓ Peça: CONTESTAÇÃO – Art. 847 da CLT.</p><p>✓ PRELIMINAR – Inépcia do pedido de danos morais, em razão da ausência de causa de pedir.</p><p>*Pleitear a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do arts. 485, I, e 330, I</p><p>e § 1º, ambos do CPC.</p><p>✓ PREJUDICIAL – Arguição da prescrição quinquenal, nos termos do art. 7º XXIX, da CF; 11 da</p><p>CLT e Súmula 308, I, TST.</p><p>*Pedir a extinção com resolução do mérito das parcelas anteriores a 13.09.2005, conforme</p><p>artigo 487, II do CPC.</p><p>✓ HORAS EXTRAS, INTERVALOS E REFLEXOS – gerente geral de agência sem controle de horário</p><p>– não faz jus a horas extras e tampouco a indenização por supressão do intervalo, conforme</p><p>art. 62, II, da CLT e Súmula no 287 do TST.</p><p>✓ ESTABILIDADE – reintegração ou indenização – Delegado sindical não tem estabilidade – falta</p><p>de representação eletiva – improcedência, nos termos da OJ 369 da SDI-1 do TST.</p><p>✓ QUEBRA DE CAIXA - Atividade exercida não enseja a percepção da parcela – improcedência.</p><p>✓ EQUIPARAÇÃO SALARIAL – impossibilidade: paradigma em readaptação impede pleito</p><p>equiparatório, logo, requer-se a improcedência, nos termos do art. 461, § 4º, da CLT.</p><p>✓ FÉRIAS VENCIDAS E NÃO USUFRUÍDAS: Licença remunerada superior a 30 dias dentro do</p><p>período aquisitivo impede o direito a fruição de férias, nos termos do artigo 133, II da CLT.</p><p>✓ HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS – São devidos entre o mínimo de 5% e o</p><p>máximo de 15% sobre o valor atualizado da causa, logo, requer-se a improcedência do pedido</p><p>de honorários no total de 30%, á luz do art. 791-A da CLT.</p><p>✓ CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS – Acolhimento da preliminar de inépcia e prescrição</p><p>quinquenal, e, no mérito, a improcedência dos pedidos, inclusive, de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais.</p><p>- Requer, ainda, a condenação ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, à luz do art. 791-A, da CLT.</p><p>- Protesto pelos meios de prova admitidos em Direito.</p><p>✓ Encerramento</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BOA</p><p>ESPERANÇA/MG.</p><p>55</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>PROCESSO Nº 1234/2010</p><p>Banco Finanças S/A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo com CEP, por seu</p><p>advogado abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em</p><p>epígrafe, que lhe move Kelly Amaral, já qualificada, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo</p><p>847 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil</p><p>(CPC/2015), aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos</p><p>e fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>A Reclamante foi admitida em 04/08/2002, na função de gerente-geral de uma agência bancária.</p><p>Em 15/07/2009 foi dispensada, e ajuizou Reclamação Trabalhista em 13/09/2010 pleiteando os seguintes</p><p>haveres: a) Reintegração, por ser delegada sindical de representação obreira; b) Horas extras, intervalos e</p><p>reflexos; c) Quebra de Caixa; d) Equiparação Salarial; e) Férias vencidas e não usufruídas; e f) Pagamento dos</p><p>honorários advocatícios no importe de 30%.</p><p>II. DA PRELIMINAR DE INÉPCIA</p><p>Preliminarmente, cabe ao réu alegar antes de discutir o mérito, as nulidades processuais no primeiro</p><p>momento de se manifestar no processo, nos termos dos arts. 794 e 795 da CLT.</p><p>No presente caso, observa-se que a reclamante apresentou</p><p>o pedido de danos morais sem a referida causa</p><p>de pedir, caracterizando assim, inépcia da petição inicial, nos termos dos arts. 330, I, § 1º, inciso I e art. 337,</p><p>inciso IV, ambos do CPC.</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial, com a extinção do</p><p>processo sem resolução de mérito quanto a este pedido, nos termos do art. 485, incisos I e IV, do CPC.</p><p>III. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL</p><p>No direito do trabalho, os créditos trabalhistas prescrevem em dois anos, após a extinção do contrato de</p><p>trabalho, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da reclamação, conforme art. 7º, XXIX, da Constituição</p><p>Federal, art. 11, caput, da CLT e Súmula 308, I, do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>No caso em tela, verifica-se que a Reclamante foi contratada em 04/08/2002, e dispensada em 15/07/2009,</p><p>tendo ainda ajuizado a presente demanda em 13/09/2010. Portanto, encontram-se prescritos todos os</p><p>créditos anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a</p><p>13/09/2005.</p><p>De rigor, portanto, requer-se a pronúncia da prescrição quinquenal/parcial, com a consequente extinção do</p><p>feito com resolução de mérito, art.487, II, do CPC/15, no que tange aos pedidos anteriores a 13/09/2005.</p><p>IV. DO MÉRITO</p><p>IV. I - DAS HORAS EXTRAS, INTERVALOS E REFLEXOS</p><p>56</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A reclamante pleiteia o pagamento de 2 horas extraordinárias diárias, com adicional de 50% e de 30 minutos</p><p>extras, pela supressão do intervalo mínimo de uma hora.</p><p>No entanto, a reclamante exercia a função de gerente geral de agência sem controle de horário, logo não</p><p>faz jus a horas extras e tampouco a indenização por supressão do intervalo, conforme art. 62, II, da CLT e</p><p>Súmula no 287 do TST.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV.II – DO NÃO CABIMENTO DA REINTEGRAÇÃO</p><p>A reclamante foi nomeada para exercer o cargo de delegada sindical de representação obreira, no</p><p>setor de cultura e desporto da entidade, e pleiteou sua reintegração por entender possuir estabilidade.</p><p>Contudo, o empregado que exerce o cargo de delegado sindical não possui estabilidade por ausência de</p><p>representação eletiva, nos termos do da OJ 369 da SDI-1 do TST.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito de horas extras.</p><p>IV.III – DO NÃO CABIMENTO DO QUEBRA DE CAIXA</p><p>A reclamante exercia a função de gerente geral e pleiteou o recebimento da parcela denominada quebra de</p><p>caixa por entender fazer jus a essa benesse.</p><p>No entanto, a função de gerente geral da agência não faz jus ao percebimento do referido adicional de</p><p>quebra de caixa, nos termos do PN 103 (positivo), do TST.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pedido de quebra de caixa.</p><p>IV. IV – DO NÃO CABIMENTO DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS VENCIDAS</p><p>A reclamante alegou também a não fruição e recebimento das férias do período 2007/2008, ainda que tenha</p><p>admitido ter se retirado em licença remunerada por 32 dias durante aquele período aquisitivo.</p><p>No entanto, a licença remunerada superior a 30 (trinta) dias dentro do período aquisitivo impede o direito</p><p>a fruição das férias, conforme dispõe o art. 133, inciso II, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito do pagamento das férias.</p><p>IV. V – DO NÃO CABIMENTO DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL</p><p>A reclamante percebia o salário de R$ 5.000,00 e postou o pedido de equiparação salarial com o Sr. Osvaldo</p><p>Maleta, readaptado mesmo funcionalmente por causa previdenciária, com idêntica função, na mesma</p><p>localidade e para o empregador e cujo salário fixo superava R$ 8.000,00.</p><p>57</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No entanto, não se torna possível o pedido de equiparação salarial quando o paradigma for um empregado</p><p>readaptado, conforme preconiza o art. 461, parágrafo quarto, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito de equiparação salarial.</p><p>IV. VI – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS</p><p>A reclamante postulou a condenação do reclamado ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais.</p><p>Contudo, os honorários advocatícios sucumbências são devidos entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%</p><p>sobre o valor atualizado da causa, logo, requer-se a improcedência do pedido de honorários no total de 30%,</p><p>à luz do art. 791-A, da CLT.</p><p>V. DA CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de inépcia, com a consequente extinção do</p><p>pedido sem resolução do mérito, bem como da prejudicial de mérito, qual seja, prescrição quinquenal,</p><p>considerando-se prescritas as parcelas anteriores a 13/09/2005, com a consequente extinção com</p><p>resolução do mérito, e, no mérito, sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados</p><p>pela Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art.</p><p>791- A, da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova</p><p>testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>IV EXAME DE ORDEM – ADAPTADO</p><p>SITUAÇÃO-PROBLEMA</p><p>Anderson Silva, assistido por advogado não vinculado ao seu sindicato de classe, ajuizou reclamação</p><p>trabalhista, pelo rito ordinário, em face da empresa Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. (RT no</p><p>0055.2010.5.01.0085), em 10.01.2011, afirmando que foi admitido em 03.03.2002, na função de</p><p>58</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>divulgador de produtos, para exercício de trabalho externo, com registro na CTPS dessa condição, e salário</p><p>mensal fixo de R$ 3.000,00 (três mil reais).</p><p>Alegou que prestava serviços de segunda-feira a sábado, das 9h às 20h, com intervalo para alimentação</p><p>de 01 (uma) hora diária, não sendo submetido a controle de jornada de trabalho, e que foi dispensado</p><p>sem justa causa em 18.10.2010, na vigência da garantia provisória de emprego prevista no art. 55 da Lei n</p><p>o 5.764/71, já que ocupava o cargo de diretor suplente de cooperativa criada pelos empregados da ré.</p><p>Afirmou que não lhe foi pago o 13º salário do ano de 2009 e que não gozou as férias referentes ao período</p><p>aquisitivo 2007/2008, admitindo, porém, que se afastou, nesse mesmo período, por 07 (sete) meses, com</p><p>percepção de auxílio-doença.</p><p>Aduziu, ainda, que foi contratado pela ré, em razão da morte do Sr. Wanderley Cardoso, para exercício de</p><p>função idêntica, na mesma localidade, mas com salário inferior em R$ 1.000,00 (um mil reais) ao que era</p><p>percebido pelo paradigma, em ofensa ao art. 461, caput, da CLT. Por fim, ressaltou que o deslocamento</p><p>de sua residência para o local de trabalho, e vice-versa, era realizado em transporte coletivo fretado pela</p><p>ré, não tendo recebido vale-transporte durante todo o período do contrato de trabalho.</p><p>Diante do anteriormente exposto, POSTULOU: a) a sua reintegração no emprego, ou pagamento de</p><p>indenização substitutiva, em face da estabilidade provisória prevista no art. 55 da Lei no 5.674/71; b) o</p><p>pagamento de 02 (duas) horas extraordinárias diárias, com adicional de 50% (cinquenta por cento), e seus</p><p>reflexos no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos terceiros salários integrais e</p><p>proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento); c) o pagamento em dobro</p><p>das férias referentes ao período aquisitivo de 2007/2008, acrescidas do terço constitucional, nos moldes</p><p>art. 137 da CLT; d) o pagamento das diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial com o</p><p>paradigma apontado e seus reflexos no aviso prévio, férias integrais e proporcionais, décimos terceiros</p><p>salários integrais e proporcionais, FGTS e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento); e) o</p><p>pagamento dos valores correspondentes aos vales-transportes não fornecidos durante todo o período</p><p>contratual;</p><p>e f) o pagamento do 13o salário do ano de 2008.</p><p>Considerando que os pedidos estavam liquidados e que a reclamação trabalhista foi distribuída à 85ª Vara</p><p>do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, redija, na condição de advogado(a) contratado(a) pela empresa, a peça</p><p>processual adequada, a fim de atender aos interesses de seu cliente.</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA / ESPELHO DE CORREÇÃO – ADAPTADO</p><p>✓ Endereçamento: Ao juiz do Trabalho da 85ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO/RJ.</p><p>✓ Indicação das partes envolvidas – COMÉRCIO ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA. e</p><p>ANDERSON SILVA</p><p>✓ Peça: CONTESTAÇÃO – Art. 847 da CLT</p><p>✓ PRELIMINAR – Nos termos do artigo 337, IV do CPC, observa-se a inépcia do pedido de 13º</p><p>salário do ano de 2008, em razão da ausência de causa de pedir.</p><p>59</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>*Pleitear a extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do arts. 485, I, e 330, I</p><p>e § 1º, ambos do CPC.</p><p>✓ PREJUDICIAL – Arguição da prescrição quinquenal com relação às parcelas anteriores a</p><p>10.01.2006, nos termos do art. 7º XXIX, da CF; 11 da CLT e Súmula 308, I, TST.</p><p>Logo, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, à luz do art. 487, II, do CPC,</p><p>quanto às parcelas postuladas anteriores aos últimos 5 anos, contados do ajuizamento da</p><p>ação, ou seja, anteriores a 10.01.2006.</p><p>✓ ESTABILIDADE E REINTEGRAÇÃO – Com fulcro na OJ 253 da SDI-I do TST, o diretor suplente</p><p>de cooperativa não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 55 da Lei no</p><p>5.764/71, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de</p><p>direção das cooperativas, não se estendendo tal garantia aos suplentes.</p><p>Logo, requer a improcedência do pedido de reintegração, bem como de indenização</p><p>substitutiva.</p><p>✓ HORAS EXTRAS E REFLEXOS – Atividade externa incompatível com controle de jornada, nos</p><p>termos do art. 62, I, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de 2 horas extras diárias, bem como</p><p>seus reflexos postulados.</p><p>✓ FÉRIAS DO PERÍODO 2007/2008 – Perda do direito as férias em face do afastamento</p><p>previdenciário, conforme art. 133, IV, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de férias.</p><p>✓ EQUIPARAÇÃO SALARIAL:</p><p>- Ausência de contemporaneidade, nos termos do art. 461, § 5º, da CLT;</p><p>-Substituição de cargo vago, nos termos da Súmula 159, II, do TST.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de equiparação salarial, bem como</p><p>seus reflexos.</p><p>✓ VALES-TRANSPORTES – Verifica-se a exoneração da obrigação de concessão do vale-</p><p>transporte pelo empregador, art. 4º do Decreto n. 95.247/87, considerando que fornecia</p><p>transporte coletivo fretado por ele, e o vale-transporte apenas tornar-se-ia devido para uso</p><p>no deslocamento residência-trabalho e vice-versa, quando em transporte coletivo público art.</p><p>1º da Lei no 7.418/85, o que não ocorreu no caso em tela.</p><p>✓ CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS – “Diante do exposto, a Reclamada requer que seja acolhida</p><p>a preliminar de inépcia da petição inicial, com a consequente extinção no processo sem</p><p>resolução do mérito, quanto a este pedido, bem como a pronúncia da prescrição quinquenal,</p><p>extinguindo-se com resolução do mérito os pedidos anteriores a 10/01/2006, e, no mérito,</p><p>sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados pelo Reclamante, bem</p><p>como sua condenação em custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, nos</p><p>moldes do art. 791-A da CLT.”</p><p>Protesto pelos meios de prova admitidos em Direito.</p><p>Encerramento.</p><p>60</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 85ª VARA DO TRABALHO DE RIO DE</p><p>JANEIRO/RJ.</p><p>PROCESSO Nº 0055.2010.5.01.0085</p><p>Comércio Atacadista de Alimentos LTDA., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo por</p><p>seu advogado abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em</p><p>epígrafe, que lhe move Anderson Silva, já qualificado, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo</p><p>847 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil</p><p>(CPC/2015), aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos</p><p>e fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>O Reclamante foi admitido em 03/03/2002, na função de divulgador de produtos para exercer trabalho</p><p>externo. Em 18/10/2010 foi dispensado, e ajuizou Reclamação Trabalhista em 10/01/2011 pleiteando</p><p>diversos haveres trabalhistas,</p><p>II. DA PRELIMINAR DE MÉRITO - INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL</p><p>Preliminarmente, cabe ao réu alegar antes de discutir o mérito, as nulidades processuais no primeiro</p><p>momento de se manifestar no processo, nos termos dos arts. 794 e 795 da CLT.</p><p>No presente caso, observa-se que o reclamante apresentou o pedido do pagamento do 13º salário do ano</p><p>de 2008 sem a referida causa de pedir, caracterizando assim, inépcia da petição inicial, nos termos dos arts.</p><p>330, I, § 1º, inciso I e art. 337, inciso IV, ambos do CPC.</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial, com a extinção do</p><p>processo sem resolução de mérito quanto a este pedido, nos termos do art. 485, incisos I e IV, do CPC.</p><p>III. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL</p><p>No direito do trabalho, os créditos trabalhistas prescrevem em dois anos, após a extinção do contrato de</p><p>trabalho, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da reclamação, conforme art. 7º, XXIX, da Constituição</p><p>Federal, art. 11, caput, da CLT e Súmula 308, I do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>No caso em tela, verifica-se que o Reclamante foi contratado em 03/03/2002, e dispensado em 18/10/2010,</p><p>tendo ainda ajuizado a presente demanda em 10/01/2011. Portanto, encontram-se prescritos todos os</p><p>créditos anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a</p><p>10/01/2006.</p><p>61</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>De rigor, portanto, requer-se a pronúncia da prescrição quinquenal/parcial, com a consequente extinção do</p><p>feito com resolução de mérito, art. 487, II, do CPC/15, no que tange aos pedidos anteriores a 10/01/2006.</p><p>IV. DO MÉRITO</p><p>IV.I – DO NÃO CABIMENTO DA REINTEGRAÇÃO</p><p>O reclamante pleiteou sua reintegração já que ao seu ver estava na vigência da garantia provisória de</p><p>emprego prevista no art. 55 da Lei n. 5.764/71, já que ocupava o cargo de diretor suplente de cooperativa</p><p>criada pelos empregados da ré.</p><p>Contudo, com fulcro na OJ 253 da SDI-I do TST, o diretor suplente de cooperativa não é beneficiário da</p><p>estabilidade provisória prevista no art. 55 da Lei no 5.764/71, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que</p><p>exerçam ou ocupem cargos de direção das cooperativas, não se estendendo tal garantia aos suplentes.</p><p>Logo, requer a improcedência do pedido de reintegração, bem como de indenização substitutiva.</p><p>IV. II - DAS HORAS EXTRAS, INTERVALOS E REFLEXOS</p><p>O reclamante pleiteia o pagamento de 2 horas extraordinárias diárias, com adicional de 50% e reflexos nas</p><p>demais parcelas, mesmo exercendo atividade externa na empresa.</p><p>No entanto, a atividade externa exercida pelo reclamante é incompatível com controle de jornada, conforme</p><p>art. 62, I, da CLT, logo, não há em que se falar em pedido de horas extras e reflexos.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de 2 horas extras diárias, bem como seus reflexos</p><p>postulados.</p><p>IV. III – DO NÃO CABIMENTO DAS FÉRIAS</p><p>O reclamante alegou também a não fruição e recebimento das férias do período 2007/2008, ainda que tenha</p><p>admitido que se afastou, nesse mesmo período, por 07 (sete) meses, com percepção de auxílio-doença.</p><p>No entanto, o empregado que se afastar do trabalho percebendo auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,</p><p>não terá direito a fruição das férias, conforme dispõe o art.</p><p>133, inciso II, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito das férias.</p><p>IV. IV – DO NÃO CABIMENTO DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL</p><p>O reclamante aduziu que foi contratado pela ré, em razão da morte do Sr. Wanderley Cardoso, para exercício</p><p>de função idêntica, na mesma localidade, mas com salário inferior em R$ 1.000,00 (um mil reais) ao que era</p><p>percebido pelo paradigma, em ofensa ao art. 461, caput, da CLT.</p><p>No entanto, são requisitos para a equiparação salarial que o trabalho exercido pelo empregado requerente</p><p>(paragonado) e o paradigma deve ser de igual produtividade e valor, no exercício da mesma função e</p><p>prestados no mesmo estabelecimento, e ao mesmo empregador. Ademais, a equiparação salarial só será</p><p>62</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, nos termos do art. 461, ''caput'' e § 5º,</p><p>da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de equiparação salarial, bem como seus reflexos.</p><p>IV. V – DO NÃO CABIMENTO DO VALE-TRANSPORTE</p><p>O reclamante ressaltou que o deslocamento de sua residência para o local de trabalho, e vice-versa, era</p><p>realizado em transporte coletivo fretado pela ré, não tendo recebido vale-transporte durante todo o período</p><p>do contrato de trabalho.</p><p>No entanto, verifica-se a exoneração da obrigação de concessão do vale-transporte pelo empregador, pois</p><p>nos termos do art. 109 do Decreto n. 10.854/21, o empregado fornecia transporte coletivo fretado por ele,</p><p>e o vale-transporte apenas tornar-se-ia devido para uso no deslocamento residência-trabalho e vice-versa,</p><p>quando em transporte coletivo público art. 1º da Lei no 7.418/85, o que não ocorreu no caso em tela.</p><p>V. DA CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de inépcia, com a consequente extinção do</p><p>pedido sem resolução do mérito, quanto a este pedido, bem como a pronúncia da prescrição quinquenal,</p><p>considerando-se prescritas as parcelas anteriores a 10/01/2006, com a consequente extinção com</p><p>resolução do mérito, e, no mérito, sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos formulados</p><p>pelo Reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art.</p><p>791- A, da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova</p><p>testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>XVII EXAME DE ORDEM – ADAPTADO</p><p>SITUAÇÃO PROBLEMA</p><p>Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista nº XX, distribuída para a</p><p>99º VT de Belém/PA, com pedidos certos, determinados e líquidos, ajuizada pela ex-funcionária Paula,</p><p>que foi gerente geral de agência de pequeno porte por 4 anos, período total em que trabalhou para o</p><p>banco. Sua agência atendia apenas a clientes pessoa física. Paula era responsável por controlar o</p><p>63</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>desempenho profissional e a jornada de trabalho dos funcionários da agência, além do desempenho</p><p>comercial desta. Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais, além da gratificação de função</p><p>no percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era menor que o de João Petrônio,</p><p>que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de agência de grande porte atendendo contas de pessoas físicas</p><p>e jurídicas. Requer as diferenças salariais e reflexos. Paula afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda</p><p>a sexta-feira, com intervalo de 20 minutos. Requer horas extras e reflexos. Paula foi transferida de São</p><p>Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá fixado residência com sua família. Por isso, ela requer</p><p>o pagamento de adicional de transferência. Paula requer a devolução dos descontos relativos ao plano de</p><p>saúde, que assinou no ato da admissão, tendo indicado dependentes. Requer, ainda, multa prevista no</p><p>art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em 02.03.2018, uma segunda-feira, e a empresa só pagou</p><p>as verbas rescisórias em 12.03.2018, um dia após o prazo, segundo sua alegação.</p><p>Redija a peça prático-profissional pertinente ao caso. (Valor: 5,00)</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA / ESPELHO DE CORREÇÃO – ADAPTADO</p><p>✓ Endereçamento: Ao juiz do Trabalho da 99ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM/PA.</p><p>✓ Processo nº ...</p><p>✓ Indicação das partes envolvidas – BANCO BOM DINHEIRO S/A e PAULA</p><p>✓ Peça: CONTESTAÇÃO – Art. 847 da CLT.</p><p>✓ EQUIPARAÇÃO SALARIAL – Não assiste razão à reclamante, pelos seguintes motivos:</p><p>- Com fulcro no art. 461, caput e § 1º, da CLT, a equiparação salarial não se revela possível,</p><p>haja vista a diferença de função, já que a reclamante era gerente de agência pessoa física e o</p><p>paradigma, pessoa jurídica. No mais, observa-se uma diferença de produtividade, haja vista</p><p>que a reclamante gerenciava agência de pequeno porte, enquanto o paradigma, de grande</p><p>porte.</p><p>- Por fim, a equiparação salarial não deve prosperar por laborarem em estabelecimentos</p><p>distintos.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>✓ DAS HORAS EXTRAS E REFLEXOS – Nos termos da Súmula 287 do TST, ao gerente-geral de</p><p>agência bancária presume-se o exercício de encargo de gestão, enquadrando-o no art. 62, II,</p><p>da CLT.</p><p>Assim, não faz jus às horas extras os gerentes, exercentes de cargos de gestão, e que</p><p>percebam a gratificação correspondente (40% do salário).</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>64</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>✓ DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – A transferência do empregado ocorreu em caráter</p><p>definitivo, logo, não ensejando o direito a percepção do respectivo adicional, nos termos do</p><p>art. 469, § 3º, da CLT e da OJ 113 da SDI-1 do TST.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>✓ DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO – Conforme o entendimento consubstanciado</p><p>na Súmula nº 342 do C. TST o desconto efetuado a título de plano de saúde não fere o</p><p>disposto no artigo 462 da CLT, desde que autorizado pelo trabalhador previamente e por</p><p>escrito, como observado no presente caso.</p><p>No mais, o fato dos descontos terem sido autorizados no momento da contratação do</p><p>emprego não faz presumir, por si só, o vício de consentimento, conforme OJ n. 160 da SDI-</p><p>I/TST.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>✓ DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT – No caso em tela, a empregada foi dispensa em</p><p>02.03.2018, segunda-feira, e a empresa realizou o pagamento das verbas rescisórias em</p><p>12.03.2018, logo, observado o prazo de 10 dias estipulados no art. 477, § 6º, da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de multa do artigo 477 da CLT.</p><p>✓ CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS – Diante do exposto, requer a TOTAL IMPROCEDÊNCIA dos</p><p>pedidos formulados pela Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais e</p><p>honorários advocatícios, à luz do art. 791- A, da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente</p><p>prova testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>Protesto pelos meios de prova admitidos em Direito.</p><p>Encerramento.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 99ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM/PA.</p><p>PROCESSO Nº ...</p><p>Banco Bom Dinheiro S/A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo com CEP, por seu</p><p>advogado abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em</p><p>epígrafe, que lhe move Paula, já qualificada, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC/2015),</p><p>65</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos</p><p>e</p><p>fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>A Reclamante exercia a função de gerente geral de uma agência bancária de pequeno porte para a</p><p>reclamada, na qual permaneceu por 4 anos. Em 12/03/2018 foi dispensada, e ajuizou Reclamação</p><p>Trabalhista em pleiteando os seguintes haveres: a) Equiparação Salarial e demais reflexos; b) Horas extras,</p><p>intervalos e reflexos; c) Adicional de Transferência; d) Devolução dos descontos relativos ao plano de saúde;</p><p>e) Multa do art. 477 da CLT.</p><p>II. DO MÉRITO</p><p>II. I – DO NÃO CABIMENTO DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL</p><p>Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais como gerente de pessoas físicas, além da</p><p>gratificação de função no percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era menor que</p><p>o de João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de agência de grande porte atendendo contas</p><p>de pessoas físicas e jurídicas, e requer as diferenças salariais e reflexos.</p><p>No entanto, o reclamante não faz jus ao pedido de equiparação salarial porque as funções eram diferentes,</p><p>pois a paragonada era gerente de pessoa física enquanto o modelo cuidava de carteira de pessoas físicas e</p><p>jurídicas, não atendendo ao disposto no Art. 461, ‘’caput’’ e § 1º, CLT e Súmula 6, III TST.</p><p>No mais, os trabalhos de Paula e de João Petrônio não tinham o mesmo valor, por terem produtividade</p><p>distinta, em razão da diferença no porte entre as agências, ensejando a tese de que a produtividade do</p><p>modelo era superior, conforme Art. 461, § 1º, CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>II. II - DAS HORAS EXTRAS E REFLEXOS</p><p>A reclamante era gerente geral e afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, com</p><p>intervalo de 20 minutos, requerendo horas extras e reflexos.</p><p>No entanto, deve-se contestar o pedido de horas extras porque a autora ocupava cargo de confiança de</p><p>gerente-geral, sendo autoridade máxima no local, possuindo poder de gestão e recebendo gratificação de</p><p>função superior a 40%, inserindo-a então na exceção prevista no Art. 62, II e § único da</p><p>CLT, ratificado pela Súmula 287, do TST. Por conseguinte, não faz jus a sobrejornada, já que não possui limite</p><p>de jornada.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>II. III - DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA</p><p>66</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>A reclamante foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá fixado residência</p><p>com sua família. Por isso, ela requer o pagamento de adicional de transferência.</p><p>No entanto, a transferência da empregada ocorreu em caráter definitivo, logo, não ensejando o direito a</p><p>percepção do respectivo adicional, nos termos do art. 469, § 3º, da CLT e da OJ 113 da SDI, do TST.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>II. IV - DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO</p><p>A reclamante requer a devolução dos descontos relativos ao plano de saúde, que assinou no ato da</p><p>admissão, tendo indicado dependentes.</p><p>Contudo, de acordo com o entendimento consubstanciado na Súmula nº 342 do TST, o desconto efetuado a</p><p>título de plano de saúde não fere o disposto no artigo 462 da CLT, quando autorizado pelo trabalhador</p><p>previamente e por escrito, como observado no presente caso.</p><p>No mais, o fato dos descontos terem sido autorizados no momento da contratação do emprego não faz</p><p>presumir, por si só, o vício de consentimento, conforme OJ n. 160 da SDI-I/TST.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido.</p><p>II. V - DA MULTA DO ART. 477 DA CLT</p><p>No caso em tela, a empregada foi dispensa em 02.03.2018, segunda-feira, e a empresa realizou o pagamento</p><p>das verbas rescisórias em 12.03.2018, logo, observado o prazo de 10 dias estipulados no art. 477, § 6º, da</p><p>CLT.</p><p>Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de multa do artigo 477 da CLT.</p><p>III. DA CONCLUSÃO</p><p>Diante do exposto, requer-se a TOTAL IMPROCEDÊNCIA dos pedidos formulados pela Reclamante,</p><p>condenando-a ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, à luz do art. 791- A, CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova</p><p>testemunhal, documental e depoimento pessoal do Reclamante.</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n. ...</p><p>67</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>XXVIII EXAME DE ORDEM</p><p>SITUAÇÃO PROBLEMA</p><p>A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A. procura você, como advogado(a), afirmando que</p><p>Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação</p><p>trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e com</p><p>indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá, sob o número 1000/2018.</p><p>Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de</p><p>doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia.</p><p>Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua</p><p>integração, para todos os fins, como salário utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade</p><p>empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto</p><p>de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro</p><p>de 2018. Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da</p><p>sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do</p><p>empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma que foi coagida</p><p>moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa</p><p>causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o</p><p>pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como</p><p>cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em</p><p>uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria acúmulo</p><p>funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer o pagamento de um plus salarial de 30% sobre</p><p>o valor do seu salário. Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o</p><p>fundamentou na causa de pedir. Joana juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética</p><p>da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico,</p><p>que lhe foi entregue pela empresa na admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou</p><p>de julho de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta</p><p>básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então,</p><p>advoga que a anterior prorrogou-se automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que</p><p>informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria</p><p>todos os dias ao fim do expediente. A ex-empregadora entregou a você o pedido de demissão escrito de</p><p>próprio punho pela autora e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um pedido</p><p>de demissão. Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos interesses de seu</p><p>cliente. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo</p><p>à pretensão.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.</p><p>Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não será necessário que o examinando a apresente,</p><p>admitindo-se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim.</p><p>68</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>PADRÃO DE RESPOSTA</p><p>a estrutura desta peça tão cobrada pela banca examinadora.</p><p>Tome nota do enunciado que utilizaremos anteriormente para fins de melhor aprender a estrutura</p><p>da Reclamação Trabalhista:</p><p>Rubens foi contratado pela empresa “Confecções Brasileiras” Ltda. para exercer a função de</p><p>estoquista, recebendo como salário a quantia mensal de R$ 2.500,00. Sua admissão ocorreu em</p><p>12/01/2018. Rubens prestava serviços na cidade de São Paulo-SP, onde também residia com sua</p><p>família. Trabalhava de 2ª a 6ª feira das 8h às 16h45min, com intervalo de 45 minutos para refeição,</p><p>e aos sábados das 8h às 12h, sem intervalo. Em meados de 2019, Rubens foi dispensado sem justa</p><p>causa, mas de forma humilhante perante diversos empregados da empresa, o que lhe causou</p><p>danos psicológicos de natureza grave.</p><p>QUESTÃO: Como advogado de Rubens, promova a medida judicial cabível para defesa de seus</p><p>direitos.</p><p>1º: Endereçamento</p><p>Para fins de endereçamento, devemos observar, como regra, as informações sobre o último local</p><p>da prestação do serviço do empregado, ainda que tenha sido contratado em outra localidade,</p><p>observada também as exceções do art. 651, da CLT</p><p>Neste caso, o enunciado mencionou a Cidade e o Estado em que se deu a prestação de serviços</p><p>do empregado Rubens, o que deve ser utilizado para fins de endereçamento, no seguinte sentido:</p><p>“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ... Vara do Trabalho de São Paulo/SP”</p><p>OU</p><p>20</p><p>88</p><p>“Ao Douto Juízo da ... Vara do Trabalho de São Paulo/SP”</p><p>Veja, teríamos duas possibilidades corretas de endereçamento, conforme acima apontado.</p><p>Calma! Já sei o que vai me questionar:</p><p>- Priscila, conforme o novo CPC, o correto não seria apenas "juízo"?</p><p>- Pois bem, vou lhe esclarecer: As duas formas estão corretas, ou seja, a OAB</p><p>aceitará o endereçamento com menção a “juiz do trabalho” OU “juízo da .... Vara</p><p>do Trabalho de ....”.</p><p>Outro ponto para lhe alertar é no sentido que quando o enunciado mencionar somente a cidade,</p><p>por exemplo, Salvador, como local da prestação de serviço, você não deve mencionar o Estado,</p><p>Bahia - BA, sob pena de caracterizar a identificação do candidato. Ou seja, nesta situação, o</p><p>campo do Estado deverá ser informado no endereçamento com reticências, veja:</p><p>“Ao Douto Juízo da ... Vara do Trabalho de Salvador/...”</p><p>Assim, nestas situações, preencha o campo não informado pelo enunciado com as devidas</p><p>reticências, conforme modelo acima.</p><p>2º: Preâmbulo</p><p>ü Qualificação das Partes</p><p>O reclamante (autor) e a reclamada (réu) devem ser qualificados na inicial trabalhista, de forma</p><p>completa.</p><p>Vale lembrar que os dados não informados no enunciado, não deverão ser preenchidos no</p><p>preâmbulo da peça prática profissional.</p><p>Neste sentido, o reclamante (empregado) deve ser qualificado por meio de 11 quesitos, enquanto</p><p>a reclamada (empregador), por meio de 4 quesitos:</p><p>21</p><p>88</p><p>ÄEMPREGADO: “Nome completo..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., data de</p><p>nascimento..., nome da mãe..., RG n...., CPF n...., CTPS n..., PIS/PASEP/NIT ..., endereço completo</p><p>e CEP...”.</p><p>ÄEMPREGADOR: “Nome completo..., Pessoa jurídica de direito privado..., CNPJ..., endereço</p><p>completo e CEP...”.</p><p>Em resumo, a qualificação deverá ser apresentada sob a seguinte estruturação para fins</p><p>exemplificativos, supondo que o enunciado tenha me fornecido as informações abaixo</p><p>consignadas:</p><p>Rubens, nacionalidade..., estado civil..., estoquista, RG..., CPF..., PIS/PASEP ...,</p><p>CTPS..., residente e domiciliado em ..., filho de ..., nascido em ..., por seu</p><p>advogado (procuração anexa), com endereço profissional em ..., vem</p><p>respeitosamente perante Vossa Excelência, propor RECLAMAÇÃO</p><p>TRABALHISTA, pelo rito ordinário, com fulcro no artigo 840, §1º da Consolidação</p><p>das Leis do Trabalho (CLT) combinado com artigo 319 do Código de Processo Civil</p><p>(CPC), aplicado supletiva e subsidiariamente por força do artigo 769 da CLT e 15</p><p>do CPC, em face de “Confecções Brasileiras” Ltda., pessoa jurídica de direito ...,</p><p>CNPJ nº ..., endereço completo com CEP ..., pelos fatos e fundamentos a seguir:</p><p>Algumas observações para fins de complementação, veja:</p><p>§ Não tenha receio, em sede da peça, o nome do autor (reclamante) ou réu (reclamada)</p><p>poderão ser colocados em letra maiúscula ou minúscula. Não Há uma regra!</p><p>§ Todos os dados fornecidos pelo examinador, como nacionalidade, estado civil, profissão,</p><p>RG, CPF etc., deverão estar apontados na peça, sob pena de não pontuação.</p><p>o Atenção 01: Cuidado com o regramento contido no Edital da OAB:</p><p>Na elaboração dos textos da peça profissional e das respostas às questões</p><p>discursivas, o examinando deverá incluir todos os dados que se façam necessários,</p><p>sem, contudo, produzir qualquer identificação ou informações além daquelas</p><p>fornecidas e permitidas nos enunciados contidos no caderno de prova. Assim, o</p><p>examinando deverá escrever o nome do dado seguido de reticências ou de “XXX”</p><p>(exemplo: “Município...”, “Data...”, “Advogado...”, “OAB...”, “MunicípioXXX”,</p><p>“DataXXX”, “AdvogadoXXX”, “OABXXX” etc.).</p><p>A omissão de dados que forem legalmente exigidos ou necessários para a correta</p><p>solução do problema proposto acarretará em descontos na pontuação atribuída ao</p><p>examinando nesta fase.</p><p>§ Atenção aos verbos a serem utilizados para cada peça processual, de forma que:</p><p>22</p><p>88</p><p>o Verbo Propor: Ação - Reclamação Trabalhista</p><p>o Verbo Oferecer: Contestação;</p><p>o Verbo Interpor: Recursos;</p><p>o Verbo Impetrar: Mandado de Segurança.</p><p>§ Cuidado com o fundamento da Reclamação Trabalhista, já que o parágrafo primeiro do art.</p><p>840 da CLT, obrigatoriamente deve ser mencionado.</p><p>§ A indicação do rito processual da Reclamação Trabalhista está diretamente conectada com</p><p>o valor causa. De toda forma, quando não houver como identificar o rito, você poderá deixá-</p><p>lo de forma genérica, ou seja, "rito...".</p><p>3º: Fatos</p><p>Antes de qualquer análise, vale mencionar que a OAB, em suas últimas provas, não tem realizado</p><p>qualquer tipo de pontuação para este tópico, uma vez que a própria banca examinadora lhe</p><p>fornece os fatos.</p><p>Assim, diante de tal aspecto, você poderia me questionar:</p><p>Priscila, posso desconsiderar esse quesito já que não há pontuação?!</p><p>NÃO!!!</p><p>A existência do tópico "Dos Fatos" é essencial, haja vista que este faz parte da estruturação da</p><p>peça prática. Logo, a sua supressão faz com que a peça não esteja adequadamente estruturada,</p><p>nos termos da CLT e do CPC, o que pode, de alguma forma, ocasionar-lhe a perda de pontos.</p><p>Portanto, o resumo dos fatos deve ser feito de uma forma extremamente resumida, alcançando,</p><p>no máximo, 5 linhas. Veja que a ideia deste tópico é a de realizar um resumo do contrato de</p><p>trabalho, sem a necessidade de discriminar todos os pedidos.</p><p>4º: Fundamentos Jurídico</p><p>Os fundamentos jurídicos da peça prático-profissional se referem às teses que deverão ser arguidas</p><p>no tópico de “Mérito”, mais precisamente posterior aos fatos.</p><p>23</p><p>88</p><p>Neste tópico, devemos fazer um desmembramento de parágrafos a fim de facilitarmos a</p><p>estruturação de cada tese jurídica.</p><p>Não entendi, Priscila. Devo desmembrar o fundamento jurídico em parágrafos</p><p>específicos, a cada tese?</p><p>SIM !!</p><p>A ideia é que você separe a tese em três parágrafos, sendo um destinado a</p><p>explicar os fatos, outro para fundamentar e argumentar a tese jurídica e, por fim,</p><p>faça um parágrafo trazendo o pedido que deseja (procedência).</p><p>Em resumo, a título de exemplo, observe que em uma tese de horas extras, devemos apontar os</p><p>fatos que deram ensejo a este pedido, o fundamento jurídico que embasa tal pleito e, por fim, o</p><p>pedido de forma específica.</p><p>Utilizando, como exemplo, o caso do Rubens acima apontado, nos depararíamos com as seguintes</p><p>teses:</p><p>I. DO INTERVALO INTRAJORNADA</p><p>II. DOS DANOS MORAIS</p><p>O empregado sempre laborou para a empresa “XPTO” LTDA., de segunda a</p><p>sexta-feira das 10:00 às 22 horas, com uma hora de intervalo para refeição e</p><p>descanso, e aos sábados das 8h às</p><p>/ ESPELHO DE CORREÇÃO</p><p>✓ Endereçamento: Ao juiz do Trabalho da 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá.</p><p>✓ Processo nº 1000/2018.</p><p>✓ Indicação das partes envolvidas – Tecelagem Fio de Ouro S.A. e Joana da Silva</p><p>✓ Peça: CONTESTAÇÃO – Art. 847 da CLT.</p><p>✓ PRELIMINAR – Deverá suscitar preliminar de inépcia em relação ao pedido de adicional</p><p>de periculosidade (Art. 337, IV do CPC), com a extinção do processo sem resolução do</p><p>mérito em relação a esse pleito, na forma do Art. 330, § 1º, inciso I, e do Art. 485, inciso</p><p>I, ambos do CPC/15.</p><p>✓ DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL (PARCIAL) - Deverá ser arguida a prejudicial de mérito</p><p>de prescrição parcial, para ver declarado prescrito todo e qualquer suposto direito</p><p>anterior a 15/10/2013, conforme o Art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88, OU o Art. 11, caput,</p><p>da CLT OU a Súmula 308, inciso I, do TST.</p><p>✓ DO DANO MORAL - Deverá ser contestado o pedido de indenização por dano moral</p><p>porque doença degenerativa não é considerada doença profissional nem doença do</p><p>trabalho, na forma do Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 8.213/91.</p><p>✓ DO PLANO ODONTOLÓGICO – Deverá ser sustentado que o plano odontológico não</p><p>caracteriza salário utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art. 458, § 2º, inciso</p><p>IV e § 5º, da CLT, daí porque não poderá ser integrado ao salário.</p><p>✓ CESTA BÁSICA - Deverá ser contestado o pedido de cesta básica porque a norma coletiva</p><p>juntada findou em julho de 2018 e não possui ultratividade, na forma do Art. 614, § 3º,</p><p>da CLT.</p><p>✓ DAS PRÁTICAS RELIGIOSAS - Deverá ser contestado o pedido de tempo à disposição</p><p>porque a participação voluntária do empregado em práticas religiosas dentro da</p><p>empresa não o caracteriza, por explícita vedação legal, na forma do Art. 4º, § 2º, inciso</p><p>I, da CLT.</p><p>✓ DO PEDIDO DE DEMISSÃO – Deverá ser negada a coação no pedido de demissão e</p><p>advogado que o ônus de provar o alegado vício de consentimento pertence à autora, na</p><p>forma do Art. 818, inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC/15.</p><p>✓ DO ACÚMULO FUNCIONAL - Deverá ser contestado o pedido de acúmulo funcional</p><p>porque a atividade desempenhada pela autora era compatível com a sua condição</p><p>pessoal e profissional, na forma do Art. 456, parágrafo único, da CLT.</p><p>✓ CONCLUSÃO / REQUERIMENTOS</p><p>69</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>- Renovação da preliminar de inépcia e prejudicial de mérito (prescrição parcial);</p><p>- Requerimento de improcedência dos pedidos do autor.</p><p>Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas em</p><p>especial, documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes.</p><p>Nesses termos, pede deferimento.</p><p>Local e data</p><p>Advogado e OAB nº...</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ/..</p><p>PROCESSO Nº 1000/2018.</p><p>Tecelagem Fio de Ouro S.A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço completo por seu advogado</p><p>abaixo subscrito (procuração em anexo – endereço), nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, que</p><p>lhe move Joana da Silva, já qualificada, vem apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 847 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c artigos 336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC/2015),</p><p>aplicados ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos fatos e</p><p>fundamentos a seguir.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>Joana da Silva foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, e ajuizou reclamação com</p><p>trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e indicação</p><p>de seu valor. No entanto, tais pedidos não merecem prosperar os quais passo a rebatê-los neste momento.</p><p>II. DA PRELIMINAR DE INÉPCIA</p><p>Preliminarmente, cabe ao réu alegar antes de discutir o mérito, as nulidades processuais no primeiro</p><p>momento de se manifestar no processo, nos termos dos arts. 794 e 795 da CLT.</p><p>No presente caso, observa-se que o reclamante apresentou o pedido do pagamento do adicional de</p><p>periculosidade sem a referida causa de pedir, caracterizando assim, inépcia da petição inicial, nos termos</p><p>dos arts. 330, I, § 1º, inciso I e art. 337, inciso IV, ambos do CPC.</p><p>Diante do exposto, requer-se o acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial, com a extinção do</p><p>processo sem resolução de mérito quanto a este pedido, nos termos do art. 485, incisos I e IV, do CPC.</p><p>III. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL</p><p>70</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>No direito do trabalho, os créditos trabalhistas prescrevem em dois anos, após a extinção do contrato de</p><p>trabalho, e cinco anos anteriores ao ajuizamento da reclamação, conforme art. 7º, XXIX, da Constituição</p><p>Federal, art. 11, caput, da CLT e Súmula 308, I do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>No caso em tela, verifica-se que a Reclamante foi contratada em 10/05/2008, e dispensada em 29/09/2018,</p><p>tendo ainda ajuizado a presente demanda em 15/10/2018. Portanto, encontram-se prescritos todos os</p><p>créditos anteriores aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a</p><p>15/10/2013.</p><p>De rigor, portanto, requer-se a pronúncia da prescrição quinquenal/parcial, com a consequente extinção do</p><p>feito com resolução de mérito, art. 487, II, do CPC/15, no que tange aos pedidos anteriores a 15/10/2013.</p><p>IV. DO MÉRITO</p><p>IV.I – DO DANO MORAL</p><p>A reclamante pleiteou da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima</p><p>de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de</p><p>ergonomia.</p><p>Contudo, tal pedido merece ser contestado porque doença degenerativa não é considerada doença</p><p>profissional nem doença do trabalho, na forma do Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 8.213/91.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. II - DO PLANO ODONTOLÓGICO</p><p>A reclamante alegou que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua</p><p>integração, para todos os fins, como salário utilidade.</p><p>Contudo, o plano odontológico não caracteriza salário utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art.</p><p>458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque não poderá ser integrado ao salário.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. III – DA NÃO ULTRATIVIDADE DA NORMA COLETIVA - CESTA BÁSICA</p><p>A reclamante requereu o pagamento de cestas básicas não pagas após o término do período de vigência de</p><p>norma coletiva.</p><p>Entretanto, a supressão do pagamento de cesta básica por término de vigência em norma coletiva é válida</p><p>e não gera direito adquirido. Ademais, não é admitido sua dilação após seu período de vigência máxima de</p><p>2 anos, logo, sendo vedada sua ultratividade, nos termos do art. 614, § 3º da CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. IV – DO PEDIDO DE DEMISSÃO</p><p>71</p><p>81</p><p>ESTRATÉGIA OAB</p><p>Direito do Trabalho – Priscila Ferreira</p><p>oab.estrategia.com |</p><p>Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade a empresária</p><p>alegaria dispensa por justa causa. Assim, requer anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos</p><p>como sendo uma dispensa sem justa causa.</p><p>Contudo, a coação no pedido de demissão deve ser negada, pois cabe ao advogado da reclamante o ônus</p><p>de provar o alegado vício de consentimento pertence à autora, na forma do Art. 818, inciso I, da CLT e do</p><p>Art. 373, inciso I, do CPC/15.</p><p>Diante do exposto, requer-se a improcedência do pleito.</p><p>IV. V – DO ACÚMULO FUNCIONAL</p><p>A reclamante alega que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato,</p><p>após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição, o que no seu entendimento</p><p>gerou um acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer o pagamento de um plus</p><p>salarial de 30% sobre o valor do seu salário.</p><p>No entanto, o pedido de acúmulo</p><p>12h, sem intervalo, de forma a nunca ter</p><p>recebido qualquer verba extra por tal jornada.</p><p>Nos termos no artigo 7º, XVI, da CF e art. 58 e 59, "caput" da CLT, o</p><p>empregado deveria cumprir uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas</p><p>semanais, e não de onze horas diárias, como é o caso, havendo confronto claro</p><p>com a legislação vigente, já que laborava 3 horas extraordinárias diariamente.</p><p>Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de três</p><p>horas extras diárias por todo o período do pacto laboral, bem como os reflexos</p><p>salariais decorrentes.</p><p>FATOS</p><p>FUNDAMENT</p><p>O</p><p>PEDIDO</p><p>24</p><p>88</p><p>III. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS</p><p>5º: PEDIDOS</p><p>O tópico dos pedidos, a ser realizado na sequência do tópico de “Mérito” da peça prático-</p><p>profissional, ensejará a repetição de todos os pleitos mencionados com a finalidade de que cada</p><p>causa de pedir tenha seu correspondente pedido. Ou seja, a conclusão da Reclamação</p><p>Trabalhista, deverá se apresentar ao examinador, nos termos do enunciado do "Rubens" acima</p><p>apresentado, da seguinte forma:</p><p>DOS PEDIDOS</p><p>Ante o exposto, requer o reclamante a procedência dos pedidos para que a</p><p>reclamada seja condenada ao pagamento de:</p><p>a) Indenização dos 15 minutos de intervalo suprimidos com acréscimo de 50%,</p><p>no importe de R$ ...</p><p>b) Indenização por danos morais em vinte vezes o último salário contratual do</p><p>ofendido, o que totaliza em R$....;</p><p>Rubens foi dispensado sem justa causa, mas de forma humilhante perante diversos</p><p>empregados da empresa</p><p>A prática deste ato ilícito, nos termos dos arts. 223-B e 223-E da CLT, deverá ocasionar a</p><p>responsabilidade do empregador por dano extrapatrimonial, mais especificadamente,</p><p>dano moral, haja vista os traumas psicológicos irreparáveis e de natureza grave.</p><p>Isto posto, requer-se o pagamento de indenização por danos morais em vinte</p><p>vezes o último salário contratual do ofendido, o que totaliza em R$....</p><p>O empregado encontra-se amparado por advogado particular, o</p><p>que torna exigível por este profissional, o recebimento dos</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais, conforme análise dos</p><p>quesitos do artigo 791-A, §2º, da CLT.</p><p>Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais, no importe de 15%</p><p>sobre o valor que resultar da liquidação, conforme preceituado</p><p>pelo art. 791-A da CLT.</p><p>FUNDAMENTO</p><p>FUNDAMENTO</p><p>25</p><p>88</p><p>c) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios</p><p>sucumbenciais, no importe de 15%, sobre o valor que resultar da liquidação,</p><p>o que totaliza em R$...</p><p>Atenção a algumas peculiaridades no tópico dos pedidos:</p><p>§ Se o enunciado lhe trouxer dados que tornem possível o apontamento de valor, este deve</p><p>ser indicado, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, isto aplicável</p><p>tanto no rito sumaríssimo, como no ordinário. Neste sentido, como regra, a OAB, por vezes,</p><p>não lhe trará dados que lhe permitam quantificar a verba, hipótese em que deverá se valer</p><p>apenas da seguinte expressão: “no importe de R$...”, ou “avaliado em R$...”, ou “na</p><p>importância de R$...”, ou “no valor de R$...” etc.</p><p>§ A OAB não lhe exigirá a realização de cálculos, mas tão somente o apontamento genérico</p><p>de valores;</p><p>§ Quando o pedido envolver verbas rescisórias, também não precisará apontar o valor em si,</p><p>mas, se o enunciado lhe trouxer dados que lhe permita calcular os avos de cada verba,</p><p>assim você deverá fazer para fins de pontuação.</p><p>§ Quando o pedido não tiver valor aferível, deverá se colocar o termo “inestimável”, já que</p><p>não haverá liquidação de valores, como ocorre com o pleito específico de reintegração, ou</p><p>ainda, de concessão de medida liminar / tutela provisória.</p><p>6º: REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>No tópico pertinente aos requerimentos finais, deve-se solicitar a notificação da reclamada para</p><p>que, querendo, apresente defesa frente à Reclamação Trabalhista proposta pelo reclamante.</p><p>Ademais, deve-se fazer também menção aos meios de prova que a parte pretende produzir no</p><p>transcorrer do processo, como: prova documental, depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e,</p><p>por fim, pleitear a procedência de todos os pedidos realizados.</p><p>Neste sentido:</p><p>Ä DOS REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>Requer, ainda, a notificação da reclamada para que, querendo, compareça em</p><p>audiência e apresente defesa, uma vez que o seu não comparecimento importará</p><p>na revelia e confissão quanto à matéria de fato.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em</p><p>especial, a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas.</p><p>7º: VALOR DA CAUSA</p><p>26</p><p>88</p><p>Toda inicial trabalhista deverá ter apontado o valor da causa no final da peça, sendo este</p><p>totalmente desconexo com a competência. Na Justiça do Trabalho, o valor da causa está</p><p>diretamente relacionado ao rito processual, diferentemente do que ocorre no Processo Civil.</p><p>O Processo do Trabalho possui três ritos/procedimentos a serem observados, a depender do valor</p><p>da causa, a saber:</p><p>RITO (PROCEDIMENTO) VALOR DA CAUSA</p><p>SUMÁRIO ATÉ 2 SALÁRIOS MÍNIMOS</p><p>SUMARÍSSIMO DE 2 A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS</p><p>ORDINÁRIO ACIMA DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS</p><p>Provavelmente, em sede da prova da AOB, não haverá como especificar um valor certo e</p><p>determinado ao final da peça, e caso isto ocorra, você deverá apontar o valor da causa, da seguinte</p><p>forma:</p><p>Ä Dá-se à causa o valor de R$ ..., correspondente à somatória dos pedidos</p><p>realizados na inicial trabalhista.</p><p>8º: ENCERRAMENTO</p><p>A peça prático profissional, por fim, se encerra com o pedido de deferimento da ação proposta,</p><p>nos seguintes termos:</p><p>Nesses termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado e OAB nº ....</p><p>No encerramento da peça prática não se deve identificar o Local e Data, ainda que este tenha sido</p><p>fornecido no enunciado para fins de endereçamento, bem como não se deverá assinar ou colocar</p><p>qualquer nome de advogado ou número da OAB, sob pena de se considerar identificação da peça</p><p>e gerar a anulação da prova!</p><p>Diante de todo o detalhamento que realizamos até este momento, agora, devemos observar a</p><p>peça prática totalmente estruturada, para fim de que tenhamos uma melhor visualização da</p><p>estrutura da Reclamação Trabalhista.</p><p>Vejamos:</p><p>27</p><p>88</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE</p><p>____.</p><p>Nome completo do reclamante, nacionalidade, estado civil, profissão, data de nascimento,</p><p>nome da mãe, RG, CPF, CTPS, PIS/PASEP/NIT, endereço completo/CEP, por seu advogado que</p><p>esta subscreve (procuração anexa), endereço completo/CEP, vem, à presença de Vossa</p><p>Excelência, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo procedimento ordinário, com</p><p>fundamento no artigo 840, parágrafo 1º da CLT, c/c art. 319 do CPC, aplicado subsidiária e</p><p>supletivamente ao processo do trabalho por força do art. 769 da CLT e art. 15 do CPC, em face</p><p>de nome completo da reclamada, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, endereço</p><p>completo/CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS</p><p>III. DOS PEDIDOS</p><p>IV. REQUERIMENTOS FINAIS</p><p>V. VALOR DA CAUSA</p><p>Dá-se à causa o valor de R$ ..., correspondente à somatória dos pedidos realizados na</p><p>inicial trabalhista.</p><p>Obs.: Muita atenção às informações do enunciado, em especial,</p><p>quanto à profissão do reclamante para verificar se não há regra</p><p>própria, como exemplo, para os bancários.</p><p>Atenção: Quando citada a fundamentação legal, mas não for</p><p>especificado o inciso ou parágrafo correspondente, equivalerá à</p><p>ausência de fundamento, e, consequentemente, não haverá</p><p>pontuação!</p><p>Resumo dos fatos trazidos no enunciado!</p><p>Procedência e condenação da reclamada em cada um dos</p><p>pleitos realizados no mérito da peça prático profissional.</p><p>ü Notificação da reclamada, para que, querendo, compareça em</p><p>audiência e apresente a sua defesa, sob pena de caracterizar</p><p>revelia e confissão quanto à matéria de fato.</p><p>ü Protesto por provas.</p><p>28</p><p>88</p><p>Nesses</p><p>termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local e data.</p><p>Advogado</p><p>OAB n.</p><p>5 – Mandamentos da Prof.ª</p><p>5.1 – Qualificação – Ficarás Atento</p><p>Em sede da prova da OAB, por vezes, poderemos estar diante de uma situação de grupo</p><p>econômico, terceirização, ou ainda de sócio retirante. Pois bem, tais situações impactarão</p><p>diretamente no preâmbulo da peça, mais precisamente na qualificação e no mérito.</p><p>Logo, pode-se afirmar que a qualificação das figuras envolvidas no polo ativo/passivo estará</p><p>diretamente conectada com a responsabilidade das empresas envolvidas (solidária ou subsidiária).</p><p>Vejamos:</p><p>v GRUPO ECONÔMICO</p><p>Caso o enunciado da banca examinadora lhe aponte uma situação em que estará diante de uma</p><p>ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob</p><p>a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua</p><p>autonomia, integrem grupo econômico, haverá responsabilidade solidária pelas obrigações</p><p>decorrentes da relação de emprego.</p><p>Nesta situação, teremos impacto no preâmbulo, assim como no mérito da peça. Veja:</p><p>o Preâmbulo: Todas as empresas do grupo deverão estar apontadas no polo da ação e, ainda,</p><p>apontando-se existir uma responsabilidade solidária entre elas.</p><p>Atenção: Tais informações só devem ser preenchidas se alguma informação,</p><p>neste sentido, estiver presente no enunciado. O preenchimento equivocado</p><p>poderá ocasionar identificação de prova e a atribuição da nota zero.</p><p>29</p><p>88</p><p>o Mérito: Em sede de mérito, devemos demonstrar a existência de responsabilidade solidária</p><p>entre as empresas do grupo, quer seja um grupo econômico por coordenação ou por</p><p>subordinação.</p><p>o Pedido: Diante do exposto, requer-se a responsabilidade solidária entre as empresas "A"</p><p>e "B", integrantes de grupo econômico.</p><p>Atenção: No exemplo acima, apontamos o termo “qualificação completa” das reclamadas</p><p>apenas para fins de praticidade, mas, quando estiver na prova, o examinando deve colocar</p><p>todos os dados de forma específica, tanto para reclamada como reclamante, assim como</p><p>já exemplificado anteriormente.</p><p>v TERCEIRIZAÇÃO</p><p>Explicando o tema, antes de adentramos ao mérito, veja:</p><p>A terceirização provoca uma relação trilateral em face da contratação de força de trabalho</p><p>no mercado capitalista: o obreiro, prestador de serviços, que realiza suas atividades</p><p>materiais e intelectuais junto à empresa tomadora de serviços; a empresa terceirizante, que</p><p>contrata este obreiro, firmando com ele os vínculos jurídicos trabalhistas pertinentes; a</p><p>empresa tomadora de serviços, que recebe a prestação de labor, mas não assume a posição</p><p>clássica de empregadora desse trabalhador envolvido.</p><p>Neste sentido, o entendimento do STF é no sentido de que "é licita a terceirização ou</p><p>qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas,</p><p>independentemente do objeto social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade</p><p>subsidiária da empresa contratante".</p><p>o Preâmbulo: A empresa terceirizante e terceirizada (tomadora) deverão compor o polo da</p><p>ação, de forma a se apontar a existência de responsabilidade subsidiaria entre elas.</p><p>30</p><p>88</p><p>o Mérito: Diante do exposto, restando demonstrada a prestação de serviços em prol</p><p>das tomadoras, razão pela qual cabível a responsabilização subsidiária, por aplicação do</p><p>item IV, da Súmula 331 do TST.</p><p>o Pedido: Diante do exposto, requer-se a responsabilidade subsidiária do</p><p>tomador/contratante, conforme a Súmula 331, inciso IV, do TST e o Art. 5º-A, § 5º, da Lei</p><p>nº 6.019/74.</p><p>Obs. 01: No exemplo acima, apontamos o termo “qualificação completa” das reclamadas</p><p>apenas para fins de praticidade, mas, quando estiver na prova, o examinando deve colocar</p><p>todos os dados de forma específica, tanto para reclamada como reclamante, assim como</p><p>já exemplificado anteriormente.</p><p>Obs. 02: Quando for constatada fraude na terceirização, a responsabilidade da empresa</p><p>terceirizante e da tomadora tornar-se-á solidária.</p><p>5.2 – Verbas Rescisórias – Decorarás</p><p>§ Para fins de maior aprofundamento, destaco as principais hipóteses de extinção do</p><p>contrato de trabalho:</p><p>31</p><p>88</p><p>Dispensa com</p><p>Justa Causa</p><p>Pedido de</p><p>Demissão</p><p>Dispensa sem</p><p>Justa Causa</p><p>Rescisão</p><p>Indireta</p><p>Culpa</p><p>Recíproca</p><p>Distrato</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3.</p><p>OBS: Art. 482,</p><p>CLT.</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3;</p><p>3) Férias</p><p>proporcionais</p><p>+1/3;</p><p>4) 13º salário</p><p>proporcional.</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3;</p><p>3) Férias</p><p>proporcionais +</p><p>1/3;</p><p>4) 13º salário</p><p>proporcional;</p><p>5) Aviso prévio;</p><p>6) Indenização</p><p>do FGTS (40%);</p><p>7) Saque do</p><p>FGTS e do</p><p>Seguro</p><p>Desemprego</p><p>(SD).</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3;</p><p>3) Férias</p><p>proporcionais</p><p>+1/3;</p><p>4) 13º salário</p><p>proporcional;</p><p>5) Aviso prévio;</p><p>6) Indenização</p><p>do FGTS (40%);</p><p>7) Saque do</p><p>FGTS e do</p><p>Seguro</p><p>Desemprego</p><p>(SD).</p><p>OBS: Art. 483,</p><p>CLT.</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3;</p><p>3) Férias</p><p>proporcionais</p><p>+1/3 (metade);</p><p>4) 13º salário</p><p>proporcional</p><p>(metade);</p><p>5) Aviso prévio</p><p>(metade);</p><p>6) Indenização</p><p>do FGTS (20%)</p><p>- metade;</p><p>7) Saque do</p><p>FGTS.</p><p>OBS: Art. 484,</p><p>da CLT.</p><p>1) Saldo de</p><p>Salário;</p><p>2) Férias</p><p>vencidas</p><p>(integrais) +</p><p>1/3;</p><p>3) Férias</p><p>proporcionais</p><p>+1/3;</p><p>4) 13º salário</p><p>proporcional;</p><p>5) Aviso prévio</p><p>(metade, se</p><p>indenizado);</p><p>6) Indenização</p><p>do FGTS (20%);</p><p>7) Saque do</p><p>FGTS (80%).</p><p>OBS: Art. 484-A</p><p>da CLT.</p><p>Atenção: Neste momento, peço a sua atenção para caso a banca cobre de você a exigência de</p><p>verbas rescisórias devidas em determinada espécie de dispensa. Veja que, como regra, você só</p><p>deverá apontar as verbas devidas, não havendo necessidade de apontar a proporcionalidade das</p><p>verbas, mais precisamente os avos.</p><p>32</p><p>88</p><p>Agora, se o enunciado lhe trouxer a data da contratação e da dispensa do empregado, aconselho</p><p>que o cálculo dos avós de cada verba rescisória seja feito, como do décimo terceiro, férias etc.</p><p>Então, vamos a um exemplo prático para fins de melhor visualização:</p><p>Enunciado: A sociedade empresária SPTO, estabelecida em São Paulo/SP, dedica-se à construção</p><p>civil. Ela contratou o empregado João, em 05/01/2018, para exercer a função de pedreiro.</p><p>Contudo, diante da necessidade de redução do seu quadro de pessoal, concedeu-lhe aviso prévio,</p><p>em 10/10/2018, na forma indenizada. João ficou muito triste com a situação e ainda tentou apelar</p><p>junto à direção da sociedade empresária para que não fosse dispensado. Porém, não só motivado</p><p>pela crise, mas também porque o trabalho de João não se mostrava de boa qualidade, a sociedade</p><p>empresária manteve a extinção, tal qual havia manifestado originalmente. Foi marcado, então, o</p><p>dia 15/10/2018 para o pagamento das verbas rescisórias devidas, mas a empresa não cumpriu com</p><p>o respectivo pagamento.</p><p>Inconformado com a situação, João procura você para, na condição de advogado(a), adotar as</p><p>medidas judiciais cabíveis para a espécie.</p><p>Para fins de melhor ilustração, irei apontar o esqueleto desta peça prático profissional que envolve</p><p>o dever da ré em pagar verbas rescisórias não adimplidas na extinção do contrato de trabalho.</p><p>1. Endereçamento</p><p>2. Preâmbulo – Qualificação completa (reclamante e reclamado); propor</p><p>Reclamação Trabalhista com fulcro no art. 840, parágrafo primeira, da CLT.</p><p>3. Dos Fatos</p><p>4. Dos Fundamentos Jurídicos</p><p>4.1 Das Verbas Rescisórias</p><p>O empregado foi contratado pela reclamada em 05/01/2018, e dispensado, sem</p><p>justa causa, em 10/10/2018, quando lhe foi concedido aviso prévio na forma</p><p>indenizada.</p><p>Contudo, a ré não adimpliu com as verbas rescisórias, as quais passam a ser</p><p>pleiteadas: saldo salarial (10 dias), aviso prévio, 13º salário proporcional, férias</p><p>proporcionais acrescidas de 1/3, entrega das guias para saque do FGTS (ou o</p><p>TRCT), indenização de 40% sobre o FGTS</p><p>(ou a juntada do comprovante do</p><p>depósito da indenização de 40%) e entrega dos formulários de seguro-</p><p>desemprego.</p><p>33</p><p>88</p><p>(...)</p><p>4.2 Da Multa do Art. 477, da CLT.</p><p>O reclamante foi dispensado em 10/10/2018, mas não recebeu as verbas</p><p>rescisórias no prazo de 10 dias, inobservando-se por completo os preceitos do</p><p>artigo 477, parágrafo sexto, da CLT.</p><p>Neste sentido, requer-se a multa prevista no Art. 477, § 8º, da CLT, no valor de</p><p>um salário do empregado, em razão do atraso no pagamento das devidas verbas</p><p>rescisórias.</p><p>4.3 Da Multa do Art. 467, da CLT.</p><p>Com fulcro no artigo 467, da CLT, o reclamante requer que o pagamento das</p><p>verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da</p><p>incidência de multa de 50% sobre o valor correspondente.</p><p>5. Dos Pedidos: Procedência + Condenação</p><p>6. Dos Requerimentos Finais: Notificação + Protesto por Provas</p><p>7. Do valor da Causa / Encerramento</p><p>Obs.: No modelo acima, não calculamos os avos de cada verba, já que não tínhamos as datas para</p><p>a realização de tal cálculo. Contudo, veja que apontamos todas as verbas devidas de forma</p><p>específica, o que deverá ser feito por você em sua prova também.</p><p>5.4 – Requerimentos Finais – Te atentarás!</p><p>Destaco que no tópico dos requerimentos finais deverá estar presente os seguintes aspectos:</p><p>ü Notificação da Reclamada;</p><p>ü Concessão do Benefício da Justiça Gratuita - Tal tópico poderá estar presente no mérito e</p><p>nos pedidos, ou tão somente no tópico dos requerimentos finais;</p><p>ü Condenação em Honorários Advocatícios - O pleito de condenação dos honorários</p><p>advocatícios também poderá estar apontado no mérito e nos pedidos, ou tão somente nos</p><p>requerimentos finais.</p><p>Para fins de melhor visualização, veja como ficaria estruturado o tópico de requerimentos finais</p><p>com todos os quesitos presentes (notificação, justiça gratuita e honorários advocatícios):</p><p>34</p><p>88</p><p>“Outrossim, requer a notificação da reclamada, para que querendo compareça em</p><p>audiência, e apresente a sua defesa, sob pena de revelia e confissão quanto a</p><p>matéria de fato.</p><p>Requer, ainda a concessão do Beneficio de Justica Gratuita, por se tratar de</p><p>pessoa com insuficiência de recursos, não podendo arcar com os custas do</p><p>processo, e por preencher os requisitos necessários do artigo 790, §3º da CLT.</p><p>E, por fim, requer a condenação do autor ao pagamento de honorários</p><p>advocatícios sucumbenciais, nos termos do art. 791-A, da CLT.</p><p>Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, em</p><p>especial prova documental, testemunhal, pericial e outras mais que se fizerem</p><p>necessárias e desde já requeridas.”</p><p>5.4 – Preliminares – Não te Preocuparás!</p><p>Destaco o entendimento de alguns doutrinadores, dos quais me filio, no sentido de que não existe</p><p>preliminar de Reclamação Trabalhista. Veja, a justificativa para tal aspecto é que "preliminar"</p><p>refere-se a um vício processual, logo, como podemos falar em vício processual em sede de RT, se</p><p>nem sequer existe processo ainda.</p><p>Neste sentido, todas as hipóteses que nos remetem a uma tramitação preferencial no processo do</p><p>trabalho deverão ser abordadas em mérito, como primeiro tópico, após a alegação dos fatos.</p><p>Logo, destacamos as principais hipóteses de prioridade na tramitação dos processos e</p><p>procedimentos:</p><p>• Idoso (Mais de 60 Anos)</p><p>Fundamento Legal: Lei n. 10.741/2003 + Art. 71 e 1048, I, do CPC</p><p>Neste caso, deve-se pleitear pela prioridade na tramitação dos processos e procedimentos.</p><p>• Portador de Doença Grave</p><p>Fundamento Legal: Art. 1048, I, do CPC</p><p>Haverá prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, quando figurar como parte /</p><p>interessado, pessoa portadora de doença grave (Art. 6º, XIV, da Lei n. 7713/198);</p><p>• Pessoa com deficiência</p><p>35</p><p>88</p><p>Fundamento Legal: Art. 9º, VII, da Lei nº13.146/2015.</p><p>Observe que a pessoa com deficiência possui direito à atendimento prioritário, em especial</p><p>quanto a tramitação processual e procedimento judiciais em que for parte / interessada.</p><p>• Adolescente</p><p>Fundamento Legal: Art. 1048, II, do CPC e Art. 4º, parágrafo único, do ECA.</p><p>Os adolescentes, assim regidos pelo ECA, terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou</p><p>tribunal.</p><p>5.5 – Reflexos – Não temerás!</p><p>No Direito do Trabalho, estaremos diante da possibilidade de reflexos, quando estivermos frente</p><p>a uma verba de Natureza Salarial e que seja paga com Habitualidade. Logo, se estivermos diante</p><p>de um pleito de dano moral, por exemplo, não há que se falar em reflexos, já que esta verba é</p><p>tipicamente indenizatória, não integrando ao salário para nenhum fim, e consequentemente não</p><p>gerando reflexos em outras verbas.</p><p>Em paralelo, as horas extras, por exemplo, possuem natureza salarial, e quando habituais, gerarão</p><p>reflexos.</p><p>Dica: Hapited</p><p>Você deve estar pensando o que significa "hapited", né?</p><p>Pois bem, para fins de facilitar a sua memorização, destaco as principais verbas de natureza salarial</p><p>que geral reflexos, são elas: Hora Extra; Adicional Noturno; Periculosidade; Insalubridade;</p><p>Transferência; Equiparação Salarial; e Diferenças Salariais.</p><p>Exemplos de pedidos que geram reflexos, tome nota:</p><p>ü Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno,</p><p>no importe de 20%, quanto as horas laboradas após às 22h, além dos devidos reflexos nas</p><p>verbas contratuais e rescisórias.</p><p>ü Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças</p><p>salariais decorrentes da equiparação salarial, além dos reflexos nas verbas contratuais e</p><p>rescisórias.</p><p>ü Assim, requer a condenação da reclamada no pagamento de 02 horas extras diárias, com</p><p>acréscimo do adicional de 50% e reflexos em verbas contratuais e rescisórias.</p><p>36</p><p>88</p><p>6 – Banco de Teses Jurídicas – R.T</p><p>Na prova da OAB, muitas teses poderão ser exigidas do examinando para fins de conhecimento.</p><p>Por tal razão, iremos ressaltar algumas dicas de possíveis teses a serem cobradas na Reclamação</p><p>trabalhista, em conjunto, com os correlatos fundamentos legais e pedidos</p><p>6.1 – Teses Jurídicas</p><p>#DICA 01</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Horas Extras Quando o empregado laborar em regime de</p><p>hora extra, deve-se pleitear as horas de</p><p>sobrejornada com os devidos reflexos nas</p><p>verbas contratuais (DSR's Descansos</p><p>Semanais Remunerados, 13ºs salários, férias</p><p>+ 1/3 e FGTS Fundo de Garantia do Tempo</p><p>de Serviço depositado) e rescisórias (saldo</p><p>de salário, aviso prévio, 13º proporcional,</p><p>férias + 1/3 proporcional e 40% da multa do</p><p>FGTS).</p><p>ü Art. 58 da CLT;</p><p>ü Art. 7º, XIII, CRFB/88</p><p>#DICA 02</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Conselho da Prof.ª: Realize a</p><p>marcação dos fundamentos</p><p>legais em sua CLT Organizada,</p><p>de forma que esta cor facilite o</p><p>desenvolvimento das teses.</p><p>37</p><p>88</p><p>Verbas com</p><p>incidência de</p><p>reflexo</p><p>“H.A.P.I.T.E.D”</p><p>Alguns pleitos trabalhistas ensejam reflexos</p><p>em outras verbas, tal como ocorre nos</p><p>pedidos de</p><p>- Hora extra;</p><p>- Adicional noturno;</p><p>- Periculosidade;</p><p>- Insalubridade;</p><p>- Transferência;</p><p>- Equiparação salarial; e</p><p>- Diferença salarial.</p><p>Tais verbas ensejarão reflexos nas verbas</p><p>contratuais (DSR's Descansos Semanais</p><p>Remunerados, 13ºs salários, férias + 1/3 e</p><p>FGTS Fundo de Garantia do Tempo de</p><p>Serviço depositado); e se o contrato já tiver</p><p>sido rescindido também nas verbas</p><p>rescisórias (Saldo de salário, aviso prévio, 13º</p><p>salário proporcional, férias + 1/3</p><p>proporcionais e multa de 40% do FGTS).</p><p>------------------------</p><p>#DICA 03</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Troca de Uniforme Os trabalhadores da empresa “X” possuem</p><p>obrigatoriedade da troca de uniforme na</p><p>empresa , sendo, por via de</p><p>consequência, obrigatória a troca da</p><p>vestimenta no início e no final da jornada de</p><p>trabalho. Assim, os minutos utilizados pelo</p><p>empregado para troca e término da jornada</p><p>constituem tempo à disposição do</p><p>empregador, devendo integrar a jornada de</p><p>trabalho,</p><p>a teor do disposto no art. 4º da</p><p>CLT.</p><p>Diante do exposto, requer-se o pagamento</p><p>de … horas extras, acrescidos de 50% e</p><p>reflexos, no importe de R$….</p><p>ü Art. 4º, parágrafo</p><p>segundo, VIII, da CLT;</p><p>ü Art. 7º, XVI, CRFB/88;</p><p>ü Art. 59, parágrafo</p><p>primeiro, da CLT.</p><p>#DICA 04</p><p>38</p><p>88</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Adicional Noturno O empregado urbano que laborar em</p><p>período noturno, aquele compreendido</p><p>entre as 22 horas de um dia até às 5 horas do</p><p>dia seguinte, terá direito ao adicional</p><p>noturno de 20% sobre o valor da hora diurna.</p><p>Desta forma, quando o empregador não</p><p>arcar com o referido pagamento, deve-se</p><p>pleitear a condenação da reclamada em</p><p>adicional noturno, no importe de 20%, bem</p><p>como os devidos reflexos.</p><p>*Lembre-se de que, tratando-se de</p><p>empregado rural, o adicional deverá ser</p><p>pago no importe de 25%.</p><p>ü Artigo, 7º, IX da CF;</p><p>ü Artigo 73 da CLT;</p><p>ü Súmula n. 60 e 265 do</p><p>TST;</p><p>ü OJ n. 97 da SDI-I/TST.</p><p>#DICA 05</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Verbas Rescisórias</p><p>Inadimplidas</p><p>Quando as verbas rescisórias não forem</p><p>pagas pelo empregador, ou ainda,</p><p>adimplidas com atraso, depois do 10º dia</p><p>da rescisão, será devida as a multas do</p><p>artigos 467 (50% da parte incontroversa</p><p>das verbas rescisórias) e 477, § 8º, da CLT.</p><p>Observe que o enunciado deverá informar</p><p>que até a presente data o empregado não</p><p>recebeu suas verbas rescisórias ou, se as</p><p>tiver recebido, o pagamento ocorreu fora</p><p>do prazo legalmente admitido, qual seja,</p><p>dez dias.</p><p>Atenção: Independentemente de o aviso</p><p>prévio ter sido cumprido pelo empregado,</p><p>ou ainda que, trate-se de aviso prévio</p><p>indenizado, o prazo para pagamento das</p><p>verbas rescisórias deve ocorrer em até dez</p><p>dias, contados a partir do término do</p><p>contrato, sob pena de pagamento de</p><p>ü Arts. 467 e 477, § 8º da</p><p>CLT.</p><p>39</p><p>88</p><p>multa de um salário, conforme artigo 477,</p><p>§8º, da CLT.</p><p>Quanto mencionamos o inadimplemento das verbas rescisórias, devemos lembra quanto ao pleito</p><p>d pagamento das verbas rescisórias em si e não apenas da umlta do art. 467 e 477, da CLT. Veja:</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Não pagamento</p><p>das verbas</p><p>rescisórias pelo</p><p>empregador</p><p>Na hipótese de dispensa sem justa causa</p><p>deverão ser pleiteados: aviso prévio</p><p>indenizado de ... dias, 13º salário</p><p>proporcional (x/12), férias proporcionais</p><p>(x/12) + 1/3, saldo salarial de ... dias, multa</p><p>de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do</p><p>Tempo de Serviço) e entrega de formulários</p><p>para saque do FGTS e requerimento do</p><p>seguro desemprego, estas últimas sob pena</p><p>de conversão em indenização</p><p>correspondente.</p><p>Por fim, deve-se pleitear, ainda, as multas</p><p>dos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT.</p><p>Atenção 01: Lembrando que tais cálculos</p><p>somente devem ser realizados com base na</p><p>última remuneração do empregado,</p><p>conforme previsto pela reforma trabalhista,</p><p>no artigo 477 da CLT.</p><p>Atenção 02: O cálculo em avos de cada</p><p>verba será ensinado na aula de</p><p>procedimento especial. Mas, na última prova</p><p>que tivemos a cobrança de verbas</p><p>rescisórias, não se exigiu tal cálculo, mas tão</p><p>somente que se apontassem as verbas</p><p>devidas.</p><p>Atenção 03: Quanto às verbas em si, não há</p><p>necessidade de fundamentá-las, quando de</p><p>sua especificação.</p><p>ü Artigos 7º, XXI, da CF</p><p>e 487, parágrafo</p><p>primeiro, da CLT;</p><p>ü Artigo 18, parágrafo</p><p>primeiro da Lei n.</p><p>8036/90;</p><p>ü Súmula n. 389 do TST;</p><p>ü Art. 467 e 477, § 8º, da</p><p>CLT.</p><p>40</p><p>88</p><p>#DICA 06</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Intervalo</p><p>intrajornada</p><p>(Supressão e</p><p>Redução)</p><p>O empregador que não conceder o intervalo</p><p>intrajornada, ou concedê-lo de forma</p><p>reduzida, deverá ter o período suprimido</p><p>indenizado, com acréscimo de 50%</p><p>(cinquenta por cento) sobre o valor da</p><p>remuneração da hora normal de trabalho.</p><p>*Atenção – Com a reforma trabalhista, tal</p><p>verba passou a ter natureza indenizatória,</p><p>não gerando reflexos.</p><p>ü Artigo 71, parágrafo</p><p>quarto da CLT.</p><p>#DICA 07</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Desconto -</p><p>Contribuição</p><p>Sindical</p><p>O empregado no transcorrer do contrato de</p><p>trabalho teve descontos referentes à</p><p>contribuição sindical, mesmo não tendo</p><p>autorizado prévia e expressamente tal</p><p>desconto.</p><p>Neste sentido, patente fica a violação aos</p><p>preceitos dos artigos 578 e 579 da CLT, os</p><p>quais exigem e preveem como sendo ilegal</p><p>qualquer desconto efetuado sem</p><p>autorização prévia e expressa do</p><p>empregado.</p><p>Logo, se requer a devolução dos valores</p><p>descontados ilegalmente, a título de</p><p>contribuição sindical.</p><p>ü Artigo 578 e 579, da</p><p>CLT</p><p>#DICA 08</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Práticas</p><p>Discriminatórias no</p><p>Ambiente de</p><p>Trabalho</p><p>Diante de uma dispensa discriminatória,</p><p>cabe ao empregado pleitear, em sede de</p><p>Reclamação Trabalhista:</p><p>I. Danos morais</p><p>+</p><p>ü Artigo 4º da Lei</p><p>9029/95.</p><p>41</p><p>88</p><p>II. Facultado ao empregado optar, sem</p><p>ingerência do juiz, por:</p><p>ü Reintegração e pagamento integral das</p><p>verbas trabalhistas referentes ao período</p><p>de afastamento</p><p>OU</p><p>ü Pagamento em dobro referente ao</p><p>período de afastamento.</p><p>Ex. Tal discriminação poderá ter sido</p><p>ocasionada em razão de aspecto ligado ao</p><p>sexo do empregado, idade, cor, raça,</p><p>religião, orientação sexual, obesidade etc.</p><p>#DICA 09</p><p>Para fins de esquematização, inicialmente, tome nota:</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Danos Materiais:</p><p>-Danos Emergentes;</p><p>-Lucros Cessantes.</p><p>DANOS EMERGENTES</p><p>Observa-se o dever de reparação pelo dano</p><p>material experimentado pelo trabalhador (dano</p><p>emergente), no valor de R$ 2.500,00, conforme</p><p>notas fiscais de gastos com o tratamento</p><p>médico e psicológico, pois comprovada a</p><p>imprudência (culpa) da empresa.</p><p>Art. 186; 402; 927; e</p><p>949, do CC.</p><p>DANO MATERIAL</p><p>DANOS EMERGENTES</p><p>LUCROS CESSANTES</p><p>DANO</p><p>EXTRAPATRIMONIAL</p><p>DANOS MORAIS</p><p>DANOS ESTÉTICOS</p><p>42</p><p>88</p><p>LUCROS CESSANTES</p><p>O empregado deve ser reparado pelo dano</p><p>material experimentado pelo trabalhador (lucro</p><p>cessante), no valor de R$ 200,00 mensais, no</p><p>período de 10.12.2011 a 19.05.2012, pois</p><p>comprovada a imprudência (culpa) da empresa.</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Dano</p><p>Extrapatrimonial:</p><p>- Dano Moral;</p><p>- Dano Estético;</p><p>DO DANO MORAL</p><p>Observa-se que o ato ilícito praticado pela</p><p>reclamada ensejou ofensa à esfera</p><p>extrapatrimonial do trabalhador, o que enseja,</p><p>neste momento, a reparação por danos morais,</p><p>à luz dos arts. 223-B e 223-E, da CLT; art. 5º, V</p><p>e X, da CF; e Art. 186 e 927, do CC.</p><p>Destacamos as principais hipóteses</p><p>ensejadoras de danos morais:</p><p>ü Assedio sexual ou moral;</p><p>ü Câmeras abusivas no ambiente de</p><p>trabalho;</p><p>ü Controle abusivo do uso de banheiros;</p><p>ü Anotações desabonadoras na CTPS – (art.</p><p>29, CLT + Art. 8º da Portaria n. 41 do</p><p>Ministério do Trabalho);</p><p>ü Situações degradantes ou vexatórias;</p><p>ü Revista íntima.</p><p>ü Art. 5, V e X, da CF;</p><p>ü Art. 114, VI, da CF;</p><p>ü Súmula n. 392, do</p><p>TST;</p><p>ü Art. 186 e 927, do</p><p>CC;</p><p>ü Art. 223-B; 223-C;</p><p>223-D; e 223-E, da</p><p>CLT;</p><p>ü Art. 11 a 21, do CC</p><p>(Direitos da</p><p>Personalidade);</p><p>SITUAÇÃO DICAS / PEDIDO FUNDAMENTO LEGAL</p><p>Dano</p><p>Extrapatrimonial:</p><p>- Dano Existencial</p><p>A configuração do dano existencial é</p><p>condicionada à comprovação do prejuízo</p><p>causado pelas condutas do empregador,</p><p>demonstrando-se as limitações do</p><p>ü Art. 6, da CF.</p><p>43</p><p>88</p><p>empregado em relação à sua vida fora do</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>Neste sentido conceitua Hidemberg Alves</p><p>Frota:</p><p>"O dano existencial constitui espécie</p><p>de dano imaterial que acarreta à vítima, de</p><p>modo parcial ou total, a impossibilidade de</p><p>executar, dar prosseguimento ou</p><p>reconstruir o seu projeto de vida (na</p><p>dimensão-familiar, afetivo-sexual,</p><p>intelectual, artística, científica, desportiva,</p><p>educacional ou profissional, dentre outras)</p><p>e a dificuldade de retomar sua vida de</p><p>relação (de âmbito público ou privado,</p><p>sobretudo na seara da convivência familiar,</p><p>profissional ou social). Subdivide-se</p><p>no dano ao projeto</p>

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