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Trato gastrointestinal Visão geral Funções: O sistema digestório tem como função principal a quebra dos alimentos para que seus nutrientes possam, posteriormente, serem absorvidos durante a rota do componente que foi ingerido. Mecânica (mastigação) Propulsão (movimentos peristálticos) Química (digestão e absorção) Observação: é uma conexão contínua da boca até o ânus Órgãos acessórios: fígado e pâncreas Tubo digestivo O tubo digestivo é um tubo contínuo de aproximadamente 9 metros de comprimento, da boca até o ânus. Sendo formado por: 1- Boca (cavidade bucal) 2- Faringe 3- Esôfago 4- Estômago 5- Intestino delgado 6- Intestino Grosso 7- Reto 8- Ânus As paredes do tubo digestivo são compostas por quatro camadas: Mucosa: revestimento mais interno, constituído por células epiteliais Submucosa: composta por tecido conjuntivo com fibras, vasos sanguíneos e terminações nervosas Muscular: consiste em musculo esqueléticos da boca, faringe e da parte superior do esôfago, que permitem o ato voluntário da deglutição. O restante do tudo digestivo é formado por musculatura lisa, que ajuda a quebra o alimento e conduzi-lo pelo tubo digestivo Serosa ou adventícia: camada mais externa Boca e faringe O interior da boca é revestido por uma membrana mucosa e seu teto é composto por dois palatos: o mole e o duro Palato duro: formado pelo osso maxilar e palatino, revestido por mucosa Palato mole: composto por uma dobra de mucosa móvel O palato mole é uma região em forma de arco que separa a boca na nasofaringe e que contém uma estrutura em forma de cone chamada de úvula (responsável por impedir que o alimento acesse a cavidade nasal) Já a língua e seus músculos estão fixados no assoalho da boca, ajudando tanto na mastigação quanto na deglutição Observação: A saliva é composta 99% de água e fornece um meio para dissolução dos alimentos. O restante é composto por cloretos, que ativam a amilase salivar, mucina e lisozima (enzima que destrói bactérias) A amilase salivar inicia a degradação de carboidratos complexos em açúcares simples Esôfago e estômago Esôfago: quando o alimento é engolido, ele penetra na porção superior do esôfago Ele é um tubo muscular de aproximadamente 25cm, iniciando na extremidade inferior da faringe, atrás da traqueia, continua pelo mediastino, em frente a coluna vertebral, atravessando o diafragma e chegando ao estômago Os músculos do terço superior do esôfago são voluntários enquanto os da parte inferior são involuntários Entre o esôfago e o estômago existe um anel muscular que relaxa permitindo que o bolo alimentar entre no estômago e se fecha para impedir que ele seja regurgitado do estômago Estômago: encontra-se na porção superior da cavidade abdominal. A parede do estômago é formada por 4 camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa Mucosa: contém milhões de glândulas que secretam os sucos gástricos necessários para a digestão Muscular: é composta por músculos lisos que ajudam o estomago a realizar peristaltismo, que desloca o bolo alimentar em direção ao intestino delgado Intestino delgado Podendo medir até 5 metros de comprimento e possui as mesmas 4 camadas do estômago. É aqui que ocorre a preparação final dos nutrientes a serem absorvidos Ele é formado por três regiões: duodeno, jejuno e íleo Duodeno: mede cerca de 30cm e enrola-se em torno da cabeça do pâncreas É aqui que se encontra a ampola hepatopancreatica Jejuno: mede cerca de 2,5 metros Íleo: mede cerca de 3,5 metros Além das enzimas contidas na bile e no suco pancreático, o intestino delgado possui células que secretam os sucos intestinais que contêm enzimas responsáveis por degradar o amido em glicose, as proteínas em aminoácidos e as gorduras em ácidos graxos e glicerol Intestino grosso, reto e ânus O alimento semilíquido, o quimo, é transportado do íleo para o intestino grosso por meio de uma abertura chamada de válvula ileocecal (localizada na região inferior direita do abdômen) O intestino grosso também é chamado de cólon e possui quatro segmentos: ascendente, transverso, descendente e sigmóide Juntos eles somam cerca de 1,5 metros e possui 5 cm de diâmetro A mucosa intestinal produz o muco, uma lubrificação que facilita a passagem das fezes Reto e ânus Os últimos 25cm do tubo digestivo formam o reto O canal anal corresponde os últimos 5cm do reto, cuja abertura externa é o ânus O ânus é fechado por músculos do esfíncter anal, um voluntario e outro involuntário, que permanecem contraídos até que ocorra a defecação do intestino grosso Órgãos anexos Glândulas salivares A saliva é secretada por três pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais. Glândulas parótidas: encontra-se em ambos os lados da face, na frente e abaixo das orelhas É nelas que ocorre a inflamação proveniente da caxumba O ducto protídeo leva para a boca as secreções e desemboca na superfície interna das bochechas, em frente o segundo molar superior Glândulas submandibulares: encontra-se abaixo da parótida O ducto submandibular é responsável por levar a secreção para a cavidade bucal, na base anterior da língua Glândulas sublinguais: é a menor entre as três e se localiza abaixo da língua Observação: cada glândula produz secreções com diferentes componentes formando a saliva e com funções diferenciadas da degradação dos alimentos Pâncreas Localizado atrás do estômago, funciona como glândula exócrina e endócrina. É formado por células chamadas de ilhotas de Langherans, responsáveis pela função endócrina do pâncreas (insulina e glucagon) Já as células acinares e as do ducto pancreático, responsáveis pela função exócrina, produzem sucos digestivos e bicarbonato de sódio, respectivamente. Fígado É considerado a maior glândula do corpo e é o segundo maior órgão (perde somente para a pele). Dentre as funções do fígado: 1- Produção da bile 2- Produzir glicose (glicogênese) 3- Armazenar glicose me forma de glicogênio (gliconeogênese) 4- Detoxificar substâncias nocivas como álcool 5- Produzir proteínas do sangue como protrombina, fibrinogênio, globulina, heparina, albumina 6- Preparo da ureia 7- Estocagem de vitaminas 8- Remover glóbulos vermelhos desgastados e reciclar seu conteúdo em ferro Vesícula biliar É um pequeno órgão verde localizado na face inferior do fígado. Ela é responsável por armazenar a bile e dispensá-la no duodeno. Ductos: o ducto hepático se junta ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. É por meio desse ducto que a bile é eliminada do duodeno. Se esse ducto estiver bloqueado, a bile poderá entrar na corrente sanguínea e causar o amarelamento da pele e dos olhos (icterícia) Bile É um líquido verde-amarelado necessário para a digestão de gorduras Diariamente, são produzidos cerca de 800 a 1000ml de bile, na qual contém sais biliares, pigmentos biliares (principalmente a bilirrubina proveniente da degradação da hemoglobina), colesterol, fosfolipídios e eletrólitos. Cavidade oral Boca É formada pelos lábios e pela rima da boca A rima da boca é o espaço entre os lábios (ao passa por esse espaço alcança-se o vestíbulo) Limites da cavidade oral Vestíbulo É o espaço entre os lábios e o arco dentário É aqui que fica localizado os dois freios labiais (superior e inferior) e também o ostio do ducto protídeo Cavidade própria da boca Língua O assoalho da boca é totalmente ocupado pela língua, sendo ela dividida em duas partes pelo sulco terminal 2/3 anteriormente e 1/3 posteriormente Sulco terminal: é uma estrutura me forma deV e que apresenta em seu vértice o forame cego Forame cego: é um resquício do ducto tireoglosso, que é o ducto que da origem a glândula da tireoide e língua Divisão Parte dorsal: existem diversas estruturas especializadas na captação do gosto- as papilas linguais As papilas linguais possuem em seu interior os corpúsculos gustatórios/calículos que são responsáveis pela percepção do gosto Parte posterior: a porção posterior ao sulco terminal (raiz da língua) é constituída por um tecido linfoide chamado de tonsila lingual A tonsila lingual é um tecido de defesa, que faz parte do anel linfático da faringe Observação: A raiz da língua está presa a epiglote (cartilagem superior da laringe) Duas pregas são responsáveis por ligar a raiz da língua a epiglote- a prega glossoepligótica medianas e laterais Inervação A língua possui uma inervação muito rica., sendo inervada a partir de 4 nervos cranianos 1- Nervo trigêmeo- sensibilidade geral (tato e temperatura) 2- Nervo facial- sensibilidade especial (paladar) 3- Nervo glossofaríngeo- sensibilidade geral e especial 4- Nervo hipoglosso- inervação motora Músculos da língua A língua é dividida em metades por um septo fibroso mediano que se estende por todo o seu comprimento e se fixa inferiormente no osso hioide Músculos extrínsecos: genioglosso, hioglosso, condroglosso, estiloglosso e palatoglosso Músculos intrínsecos: longitudinal superior inferior, transverso e vertical Observação: o musculo bucinador não é da língua, mas atua em conjunto com ela na movimentação do bolo alimentar Palato e fauces Palato duro Possui uma base óssea, formada pelo processo palatino da maxila e pelo osso palatino Nele é encontrado uma fossa incisiva que apresenta cerca de 4 forames incisivos por onde passa os nervos nasopalatinos O palato duro é ao mesmo tempo o assoalho da cavidade nasal e o teto da cavidade oral Há presença de glândulas salivares menores que tem uma importante contribuição na produção da saliva Palato mole Possui uma estrutura muscular e mucosa Também é chamado de véu palatino Formado por dois arcos o palatoglosso e o palatofaríngeo, entre os dois encontra-se a fossa palatina que aloja a tonsila palatina A parte final e mais pendente do palato mole, na região mediana, é a úvula paliativa É a úvula palatina e o arco palatino em conjunto com a base da língua que vão delimitar a região chamada de fauces Fauces É uma passagem da cavidade oral para a orofaringe Ela representa para o sistema digestório a passagem da parte anterior para a parte posterior no interior da faringe Dentes Acoplados a maxila e a mandíbula Na criança é 10 dentes em cada arco No adulto são 16 dentes em cada arco sendo 3 molares. 2 pré-molares, 1 canino e 2 incisivos em cada lado do arco Dentes permanentes Dente isolado Coroa: existe uma parte mais resistente chamada de esmalte dentário Entre a coroa e a raiz do dente tem uma região chamada de colo do dente (tem a interseção entre o dente e a gengiva) Arco de dentina: faz a articulação do dente com osso do alvéolo dentário é uma parte do periodonto que possibilita a inserção do dente no osso alveolar, por intermédio da ancoragem do ligamento periodontal Seu interior é cavitário chamado de polpa, que contém vasos sanguíneos e os nervos Periodonto: é a região onde a articulação do dente com o alvéolo dentário, aqui são encontrados os ligamentos periodontais Observação: o alvéolo dentário é a cavidade da maxila e mandíbula onde os dentes ficam alojados Glândulas salivares Existem dois conjuntos de glândulas salivares 1- As menores que são microscópicas e submucosa 2- As maiores, que são compostas por 3 pares de glândulas (parótida, submandibular e sublingual) Parótida É a maior das glândulas salivares Ela possui uma pequena extensão em cima do musculo masseter, que é uma glândula parótida acessória Ducto parótideo: ela desemboca sua secreção no ducto parótideo, este que atravessa transversalmente o musculo masseter e penetra o musculo bucinador (quase que em um ângulo de 90 graus) O ducto parótideo alcança vestíbulo da boca na parte superior (na papila do ducto parótideo onde se encontra o seu ostio) INERVAÇÃO: o nervo facial (plexo parótido) atravessa glândula parótida e a divide em duas partes: Uma profundamente a ele e outra superficial a ele Ele também forma no interior da parótida um plexo parótideo onde vai sair os ramos terminais em direção aos músculos da mímica Observação: essa relação é muito importante pois a glândula parótida pode ser acometida por processos infecciosos e isso pode provocar alterações na inervação dos músculos da mímica, como paralisias faciais devido ao comprometimento do nervo facial Glândulas submandibulares e sublinguais Ambas vão desembocar suas secreções na cavidade oral embaixo da língua Debaixo da língua se encontra o freio lingual e em cada lado dele existe uma carúncula sublingual que apresentam os ostios das glândulas submandibular (principalmente) e sublingual Observação: a glândula sublingual desemboca também por diversos ductos menores presentes na prega sublingual que se estende lateralmente ao freio da língua Faringe A faringe é formada por um túbulo musculo mucoso Relações anatômicas: é posterior a cavidade nasal, oral e a laringe Ela se estende da base do crânio até aproximadamente a sexta vertebra cervical Partes A faringe é dividida em três partes 1- Parte nasal da faringe (nasofaringe ou epifaringe) - vai da base do crânio até o ápice da úvula 2- Parte oral da faringe (orofaringe)- vai do ápice da úvula ao ápice da epiglote 3- Parte laríngea da faringe (laringofaringe ou epofaringe) - vai do ápice da epiglote até a parte final da cartilagem cricoide Parte nasal da faringe Ela contém a tonsila faríngea, que é constituída de tecido linfoide e compõe o conjunto o anel linfático da faringe, juntamente com a tonsila lingual e tonsila palatina A tonsila faríngea as vezes pode crescer demais, ocluindo a passagem da cavidade nasal para a nasofaringe, causando, assim, alterações respiratórias Essa alteração é o que comumente chamado de adenoide, que pode ser retirada por meio de uma tonsilectomia TORO TUBAL: é um conjunto musculo membranoso que se localiza da parte faríngea da tuba auditiva e se estende até a orelha média O ostio faríngeo da tuba auditiva que faz a comunicação da nasofaringe com a orelha média- essa comunicação existe para que haja passagem de ar, que é essencial para a propagação das ondas sonoras No entanto, uma secreção nasal contaminada também pode passar através do ostio faríngeo da tuba auditiva e atingir a orelha média provocando um quadro chamado de otite média A otite média é uma das maiores complicações do quadro gripal da criança Parte laríngea Musculo da faringe 1- Musculo constritor superior 2- Musculo constritor médio 3- Musculo constritor inferior (vai até a transição da faringe para o esôfago) 4- Músculo salpigofaringeo: 5- Musculo palatofaríngeo Observação: ocorre um estreitamento na região de transição da faringe e esôfago (esfíncter esofagiano superior), causado pelo musculo constritor inferior da faringe A faringe termina após o fim da cartilagem cricoide Aplicação clínica Na deglutição ocorre a ação sucessiva dos músculos constritores da faringe que impele o bolo alimentar para o esôfago Ao mesmo tempo, existe uma ação da musculatura da laringe no sentido de elevação da laringe e abaixamentoda epiglote, fechando a laringe para evitar que o bolo alimentar possa alcançar a via respiratória Observação: é a ação muscular que permite a deglutição Deglutição Divertículo de Zenker É uma projeção sacular da mucosa e da submucosa da transição faringoesofárica, que se assenta acima do musculo cricofaríngeo, sendo um pseudodivertículo (divertículo falso) Isso ocorre porque na região de transição da musculatura faríngea para a esofágica, encontra-se o triângulo de Killian, nessa região pode haver uma franqueza muscular e possibilitar a ocorrência de um divertículo Observação: o divertículo é uma ocorrência devido ao mal desenvolvimento embriológico Pode infeccionar e precisar de tratamento Esôfago É uma estrutura que começa na junção faringo- esofágica (limite inferior da cartilagem cricoide, onde se tem o esfíncter esofagiano superior) e termina na junção esofagogástrica Ele vai pelo mediastino posterior e passa exatamente atrás do coração no átrio esquerdo Junção faringoesofágica Contrições Cervical: por conta da parte cricofaríngea do musculo constritor inferior da faringe É a mais importante pois é aqui que se forma o esfíncter esofagiano superior Broncoaórtica: por conta do arco aórtico e do brônquio esquerdo Diafragmática: por conta da passagem do esôfago pelo hiato esofágico Estômago O estômago está localizado no andar supramesocólico (acima do mesocolón transverso- uma prega horizontal de peritônio) → o mesocolón transverso vai do colón transverso até a parede posterior do abdômen, ele divide a cavidade em andares, sendo o que está acima o dele chamado de supramesocólico → O andar supramesocólico engloba o estomago, o baço, o fígado, o pâncreas e o duodeno e está protegido pelo gradil costal Divisão O estômago é dividido em três grandes camadas: mucosa, muscular e serosa (peritônio visceral) A camada muscular também é dividida em três: camada longitudinal (mais externa), circular e obliqua → Essas camadas musculares são dispostas em diferentes direções devido a necessidade de realizar os movimentos peristálticos (contrações em direções e sentidos diferentes para movimentar o bolo alimentar) Porções 1- Cardia (incisura cárdica) 2- Fundo gástrico 3- Incisura angular- divide o corpo da região pilórica 4- Parte pilórica- composta pelo antro e o piloro (canal pilórico) Observação: depois do piloro tem o duodeno- entre os dois é possível observar o esfíncter pilórico Importante Na pequena curvatura do estômago se encontra o omento menor e grande curvatura, o omento maior → Ambos os omentos são pregas de peritônio → Em recém-nascidos pode acontecer uma hipertrofia do esfíncter pilórico, causando uma distensão estomacal devido a obstrução intestinal (oliva pilórica) Omento → Menor: é uma prega de peritônio ligado a pequena curvatura → Maior: é uma prega de peritônio ligada a grande curvatura Funções Ele tem a função de defesa para a cavidade abdominal, além de que é através dele que é feita a vascularização do estômago → As artérias gástricas direita e esquerda de unem do omento menor → As artérias gastromentais direita e esquerda se unem no omento maior Importante A maior parte da vascularização do andar supramesocólico vem do tronco celíaco → O tronco celíaco forma a artéria hepática comum, a esplênica e a gástrica esquerda → É da artéria hepática comum que vai sair a gástrica direita Tronco celíaco 1- Hepática comum 2- Esplênica 3- Gástrica esquerda A partir dessas artérias podemos observar → A hepática comum forma a gástrica direita → A esplênica forma a gastromental esquerda → A gastroduodenal forma a gastromental direita Vestindo a jakelo Aplicação clínica: úlcera péptica ou gástrica (pode acontecer no estômago ou no duodeno) → Uma das causas mais comuns é a infecção por H. pylori, que é combatida por meio de administração de antibiótico Duodeno O duodeno é a primeira e menor porção do intestino delgado → Ele se inicia do lado direito em relação a linha mediana, faz uma curva se dirigindo a linha e a atravessa para terminar e dar inicia ao jejuno Porções O intestino delgado é dividido em 4 porções 1- Porção superior 2- Parte descendente- ela é a mais importante pois é aqui que desemboca as secreções vindas do fígado e do pâncreas 3- Parte horizontal 4- Porção ascendente- sofre uma angulação para começar o jejuno (flexura duodeno jejunal) Relações anatômicas → Convexidade da porção descendente com o rim direito e a glândula suprarrenal direita → Concavidade duodenal que vai alojar em seu interior a cabeça do pâncreas Importante É devido a proximidade do pâncreas com o duodeno, que alterações na cabeça do pâncreas pode causar uma compressão na concavidade duodenal, dificultando para o esvaziamento das secreções que acontecem na região Papilas No duodeno contém duas papilas: maior e menor, elas estão localizadas na parte descendentes e tem intima relação com os ductos → Ducto colédoco: traz a secreção biliar para o interior do duodeno → Ducto pancreático: se junta com o ducto colédoco e os dois desembocam na papila maior Observação: na papila menor desemboca um ducto pancreático acessório Vestindo o jaleko Aplicação clínica: a papila duodenal maior pode ser acessada por um endoscópio e injetar contraste na região que vai atingir as vias pancreáticas e biliares → Isso permite observar todo o trajeto e a integridade dos ductos Lembrando... 1- Ducto comum: ducto hepático direito + ducto hepático esquerdo 2- Ducto colédoco: ducto hepático comum + ducto cístico 3- Ampola hepatopancreatica: ducto colédoco + ducto pancreático Jejuno e íleo O jejuno e o íleo constituem a maior parte o intestino delgado e se distribuem atras de alças → Essas alças ficam localizadas em uma espécie de moldura feita pelo intestino grosso → Ambos têm um papel importante na absorção de nutrientes Jejuno Íleo Parte terminal do íleo Papila ileal Relações anatômicas 1- Jejuno: localizado mais superiormente e a esquerda 2- Íleo: localizado mais inferiormente a direita Observação: o final do íleo é chamado de íleo terminal, ele estabelece uma relação anatômica intima com a primeira porção do intestino grosso- o ceco → Lembrando que as alças do intestino delgado são bem diferentes das alças do intestino grosso Alças As alças estão pressas a parede posterior por uma reflexão do peritônio- o mesentério → O mesentério permite que as estruturas tenham uma mobilidade e vai conduzir a vascularização para esses órgãos Vascularização Ela vem toda da artéria mesentérica superior → É ela que fornece as artérias jejunais e ileais que são distribuídas em arcadas (em arcos e sub arcos) → Esse formado de vascularização em arcada faz com que seja uma vascularização protegida pois tem duas chegadas do sangue, de um lado e do outro Junção ileocecal A junção é feita através de uma projeção do íleo para dentro do ceco, que é chamada de papila ileal (válvula ileocecal) Observação: essa papila forma dois lábios, um inferior e outro superior e entre eles um orifício que é o orifício da papila → A artéria ileocolica que é responsável pela vascularização do íleo terminal e do ceco Vestindo o jaleko Aplicação clínica: o mesentério que liga o intestino delgado a parede permitea mobilidade dele. Entretanto, se o mesentério for muito longo essa mobilidade pode ser prejudicial → Um mesentério muito longo pode favorecer a torção do intestino em torno de si próprio e, consequentemente, a torção do mesentério e dos vasos sanguíneos do seu interior- vólvulo intestinal Vólvulo intestinal: ocorre a isquemia na porção onde ocorre a torção do mesentério- há interrupção do fluxo de sangue do órgão (se trata de uma emergência médica) Intestino grosso O intestino grosso se encontra em torno do intestino delgado, formando uma espécie de moldura Estruturas exclusivas → Apêndices omentais → Saculações → Tênia: seguem por todo o intestino grosso e todas elas se encontram na raiz do apêndice Porções 1- Ceco 2- Cólon ascendente (retroperitoneal) 3- Colón transverso (intraperitoneal) 4- Cólon descendente (retroperitoneal) 5- Cólon sigmoide (intraperitoneal) 6- Reto 7- Anus Observação: tanto o cólon ascendente como o descendente são retroperitoneais- estão atras do peritônio → Transverso e sigmoide são intraperitoneais, eles têm o meso (lembrando que, se eles são intraperitoneais eles podem sofrer torções) Ângulos Existem dois ângulos: um esquerdo e um direito, sendo o esquerdo o mais alto → Ângulo direito: tem uma relação intima com o fígado- flexura hepática → Ângulo esquerdo: tem uma relação intima com o baço- flexura esplênica Ceco A junção ileocecal possui uma válvula ileocecal, que possui um lábio superior, um inferior e um orifício central O ceco também possui orifício que da para o apêndice vermiforme → Acúmulo de fezes e fecálitos podem entrar nesse orifício e causar uma obstrução, levando a isquemia desse órgão (apendicite) Válvula ileocecal A válvula ileocecal tem uma importância clínica que é de impedir a volta das fezes para o íleo em casos de obstrução do intestino grosso que leva ao aumento do ceco (quando ele está em torno de 5 a 6cm, ele está prestes a ter uma perfuração/rompimento) → Por conta da válvula, as fezes vão do íleo para o ceco, mas não voltam e como o intestino grosso está obstruído, o ceco fica cada vez maior → Esse acúmulo no ceco faz uma pressão na parede intestinal muito grande levando a uma isquemia, necrosando a parede do ceco de levando ao rompimento (explosão cecal que causa uma peritonite fecal- fezes dentro do peritônio) Vascularização Ceco: a vascularização é feita pela artéria ileocolica Cólon: é feita inicialmente a partir da artéria mesentérica superior e seus ramos que vão pelo mesentério, vascularizando todo o cólon ascendente e o transverso → A outra porção é feita pela mesentérica inferior que faz a vascularização do cólon descendente e do sigmoide e a região inicial do reto Na região da flexura esplênica é onde se tem o fim da vascularização pela mesentérica superior e o início da vascularização pela mesentérica inferior → É um ponto divisor de águas- está entre a vascularização de um e de outro → Como esse é o último ponto de vascularização, ele é o primeiro ponto a sofrer em casos de isquemia mesentérica (é a primeira região a sofrer a isquemia) Na junção reto sigmoide, existe um outro ponto que está entre duas vascularizações (entre a mesentérica inferior e a ilíaca interna) → É outro ponto divisor de águas, primeiro ponto a sofrer isquemia Observação: a arcada da vascularização que vai pelo mesentério é chamada de arcada de Riolan Vestindo o jaleko Radiografia do abdômen: presença de gás dentro da alça (observar o tamanho da alça intestinal) → Cólon transverso muito dilatado e não há presença de gás do reto, o que sugere uma obstrução Obstrução intestinal Uma obstrução intestinal pode ser causada por vários motivos, sendo o mais comum o tumor de cólon, mas também acontecer por outros motivos como: → Volvo de sigmoide (torção de sigmoide) → Infestação por áscaris lumbricoides, bolo de áscaris (lombriga)- o tratamento é cirúrgico e não é incomum nos países da américa latina Reto e ânus Juntos, o reto e o anus formam a parte final da via digestória → Junção reto sigmoide: é a passagem do colón sigmoide para o reto, ao nível aproximadamente da terceira vertebra sacral Reto Ele começa na terceira vertebra sacral e se estende inferiormente até o coxis, onde se tem o final do reto e o início do canal anal que vai em direção ao anus Pregas Presença de pregas transversais que vão formar flexuras → Da prega média para baixo há uma dilatação do reto que é chamada de ampola retal → Essas pregas vão funcionando como amortecedores, fazendo que a chegada das fezes no anus seja mais suave para que então haja o relaxamento do esfíncter e o processo de evacuação Anus Controle de abertura Na parede do anus há uma estrutura muscular interna lisa, que é o esfíncter involuntário → Externamente é uma estrutura muscular esquelética que é o esfíncter voluntario Mucosa: conjunto de colunas anais que determinam o aparecimento de válvulas entre elas → Essas válvulas vão cercar junto com as colunas, as depressões (seios anais) → Nessa região pode haver o empactamento de fezes, proliferação de bactérias, formação de fístulas que pode se completar até a pele Observação: quando é uma fístula completa é menos grave pois tem uma abertura na pele → Quando não tem a abertura na pele (incompleta) tem maior probabilidade de ocorrer um processo inflamatório e formar abcessos Vascularização Irrigação Feita por 3 artérias que se anastomosam na região 1- Artéria retal superior (origina na mesentérica inferior) 2- Artéria retal média (origina na ilíaca interna) 3- Artéria retal inferior (origina na ilíaca interna) Drenagem Feita por 3 veias (veia retal superior, média e inferior) que se anastomosam amplamente na parede do reto 1- Veia retal superior drena para a veia mesentérica inferior (sistema porta) 2- Veia retal média drena para a veia ilíaca interna (sistema cava inferior) 3- Veia retal inferior drena para a veia ilíaca interna (sistema cava inferior) Observação: as anastomoses das veias podem constituir uma via de ligação porta-cava (entre o sistema porta através da mesentérica inferior e o sistema cava através da ilíaca interna) → As hipertensões portais podem interferir na vascularização dessa região, levando a um regime irregular de passagem sanguínea que leva a dilatação dos vasos e formação de varizes hemorroidárias (causada por uma hipertensão portal) Vestindo o jaleko Hemorroida → Hemorroida causada por varizes → As hemorroidas podem ser internas (pode sofrer um prolapso para o exterior) e a externa → Elas possuem um grande potencial hemorrágico