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Prévia do material em texto

Comunicação e 
Expressão
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
EduFatecie
E D I T O R A
Reitor
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino 
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz 
Campano Santini
Diretor Administrativo 
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico 
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e 
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino 
Prof.ª Dra. Nelma Sgarbosa 
Roman de Araújo
Coordenação Adjunta de 
Pesquisa 
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de 
Extensão 
Prof. Esp. Heider Jeferson 
Gonçalves 
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância 
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design
e Diagramação
André Dudatt
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Candido Berthier Fortes, 
2177, Centro Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rua Pernambuco, 1.169, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4 
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site/
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir do 
site ShutterStock
https://orcid.org/0000-0001-5409-4194
2021 by Editora EduFatecie 
Copyright do Texto © 2021 Os autores 
Copyright © Edição 2021 Editora EduFatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva 
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora EduFatecie. Permitido 
o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a 
possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
EQUIPE EXECUTIVA
Editora-Chefe 
Prof.ª Dra. Denise 
Kloeckner Sbardeloto
Editor-Adjunto 
Prof. Dr. Flávio Ricardo 
Guilherme
Assessoria Jurídica 
Prof.ª Dra. Letícia 
Baptista Rosa
Ficha Catalográfica 
Tatiane Viturino de 
Oliveira
Zineide Pereira dos 
Santos
Revisão Ortográ-
fica e Gramatical
Prof.ª Esp. Bruna 
Tavares Fernades
Secretária
Geovana Agostinho 
Daminelli
Setor Técnico 
Fernando dos Santos 
Barbosa
Projeto Gráfico, 
Design e 
Diagramação
André Dudatt
www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
M775c Monteiro, Lucimari de Campos 
 Comunicação e expressão / Lucimari de Campos Monteiro. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 69 p. : il. Color. 
 ISBN 978-65-87911-36-6 
1. Língua portuguesa - Gramática. 2. Linguagem e línguas - uso.
I. Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.
 CDD : 23 ed. 469.798 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
AUTORA
Professora Lucimari de Campos Monteiro
●	 Pós-graduada	em	Docência	do	Ensino	Superior	(Faveni	–	ES)
●	 Especialista	em	Marketing,	Novas	Mídias	e	Redes	Sociais	(UNIARA	-	SP)
●	 Licenciada	em	Letras	Português-Inglês	(FIRA	–	SP)	
●	 Professora	Conteudista	–	UniFatecie
	
													Link	do	Currículo	Lates:	http://lattes.cnpq.br/3060516310351242	
Possui	experiência	como	docente	no	Ensino	Fundamental	II	e	Médio	nas	disciplinas	
de	Gramática,	Literatura	e	Redação.	No	ensino	superior	atuou	como	docente	nos	cursos	de	
Letras,	Agronomia,	Engenharia	Civil,	Jornalismo,	Publicidade	e	Administração,	nas	discipli-
nas	de	Comunicação	Empresarial,	Linguística,	Mídia,	Análise	e	Produção	de	texto,	e	outras	
da	área	da	comunicação	e	educação,	no	interior	de	São	Paulo.	Atuou,	ainda,	em	Agências	
de	Publicidade	no	Paraná	como	redatora	de	peças	publicitárias.	Possui	experiência	com	
correção	das	Redações	do	ENEM,	revisão	de	textos	acadêmicos	em	geral	e	Trabalhos	de	
Conclusão	de	Curso.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja	muito	bem-vindo(a)!
Prezado(a)	aluno(a),	se	você	é	alguém	que	gosta	de	estudar	a	língua	portuguesa	em	
todos	os	seus	aspectos,	isso	já	é	o	início	de	uma	grande	caminhada	que	vamos	fazer	juntos	
a	partir	de	agora.	Proponho,	junto	com	você,	construir	nosso	conhecimento	sobre	caracterís-
ticas	da	comunicação	e	formas	de	expressão	abrangendo	os	mais	variados	âmbitos.
Na	Unidade	I	começaremos	a	nossa	jornada	pelo	conceito	de	comunicação	baseado	
nas	relações	humanas,	depois,	ainda	na	mesma	unidade	falaremos	sobre	Comunicação	e	
interação	pela	linguagem	e	apontaremos	os	elementos	de	interação	para	que	seja	possível	
o	ato	comunicativo.
Já	na	Unidade	II	vamos	ampliar	nossos	conhecimentos	sobre	os	elementos	de	co-
municação	e	vamos	conhecer	os	aspectos	socioculturais	da	fala	e	da	escrita.	Apontaremos,	
ainda,	as	relações	e	distanciamento	entre	oralidade	e	escrita,	evidenciando	características	
pertinentes	aos	aspectos	do	texto	oral	e	do	texto	escrito,	bem	como	sua	utilização	e	dife-
renças	evidentes.
Já	nas	Unidades	III	e	IV	vamos	dar	continuidade	aos	conceitos,	mas	focando	nas	ques-
tões	formais	do	uso	da	língua	portuguesa,	trazendo	a	Frase	como	unidade	de	composição,	o	
Texto	como	unidade	de	sentido	e	o	Gênero	discursivo	como	produto	da	interação	verbal.
Na	unidade	IV	finalizaremos	nosso	assunto	sobre	comunicação	e	expressão	com	
o	 foco	 em	produção	 textual,	 principiando	 pelos	Critérios	 de	 textualidade,	 para	 que	 seja	
possível	entender	como	se	dá	a	construção	 textual,	e	depois	partindo	para	os	aspectos	
gerais	de	textos	escritos	e	orais	da	esfera	acadêmica,	evidenciando	suas	características	e	
respectivas	diferenças.
Aproveito	para	reforçar	o	convite	a	você,	para	junto	conosco	percorrer	esta	jornada	
de	 conhecimento	 e	 multiplicar	 os	 conhecimentos	 sobre	 tantos	 assuntos	 abordados	 em	
nosso	material.	Esperamos	contribuir	para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional.	
Muito obrigada e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 3
Conceitos de Comunicação
UNIDADE	II	................................................................................................... 18
Linguagem Oral X Linguagem Escrita
UNIDADE	III	.................................................................................................. 33
Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 51
Produção Textual
3
Plano de Estudo:
●	 Comunicação	nas	relações	humanas;
●	 Comunicação	e	interação	pela	linguagem;
●	 Elementos	da	interação	pela	linguagem.
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conceituar	e	contextualizar	as	várias	maneiras	de	comunicação;
●	 	Compreender	como	se	dá	o	processo	comunicativo.
UNIDADE I
Conceitos de Comunicação
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
4UNIDADE I Conceitos de Comunicação
INTRODUÇÃO
Prezado(a)	 aluno(a),	 a	 partir	 de	 agora	 vamos	 embarcar	 em	 uma	 viagem	 pelo	
conhecimento.
Nesta	unidade	vamos	conhecer	o	conceito	de	comunicação	e	linguagem,	passando	
pelos	 caminhos	 das	 funções	 da	 linguagem	 e	 embarcando	 nos	 estudos	 de	 Jakobson,	
linguista	do	século	XX.
Por	meio	dos	seus	estudos	pudemos	conhecer	os	elementos	essenciais	do	processo	
de	comunicação	e	nos	aprofundarmos	no	que	temos	hoje	sobre	referência	na	temática.
Bons estudos e vamos nessa!
5UNIDADE I Conceitos de Comunicação
1. COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS
Comunicação	pode	ser	entendido	como	todo	o	processo	em	que	há	troca	de	infor-
mações	entre	duas	ou	mais	pessoas.	Temos	comunicação	em	todos	os	lugares,	seja	por	
meio	de	publicidades	expostas	nas	ruas,	nos	smartphones,	na	internet	de	modo	geral,	na	
tv,	enfim,	respiramos	comunicação.
Mas	 quando	 pensamos	 em	 comunicação	 entre	 pessoas	 que	 convivem	 ou	 que	
estabelecem	algum	vínculo	de	contato,	temos	as	relações	humanas,	ou	interpessoais,	que	
pode	ser	no	ambiente	de	trabalho,	escolar,	acadêmico,	familiar,	amoroso	etc.
O	processo	comunicativomostra	que	para	que	haja	 interação	e	 reconhecimento	
da	mensagem,	é	necessário	relação.	Quando	se	fala	em	relação	pode-se	apontar	as	mais	
variadas	formas	de	se	relacionar	e	de	se	fazer	entendido	em	um	ato	comunicativo,	afinal,	
relação	é	o	reflexo	de	interação	que	há	entre	pessoas,	e	pessoas	possuem	as	mais	variadas	
formas	de	se	expressar.
As	relações	 interpessoais	podem	ser	entendidas	como	aquelas	em	que	se	esta-
belecem	trocas,	sejam	de	experiências,	de	mensagens,	de	atos,	de	diálogos	e	de	todo	e	
qualquer	canal	e	forma	de	emitir	e	receber	informação.	Mantém-se	relação	afetiva,	amorosa,	
profissional	e	pessoal,	e	entre	todas	não	há	como	classificar	o	grau	de	importância,	todas	
são,	em	algum	momento,	importantes	nas	suas	devidas	proporções	e	intensidades.
Por	isso,	manter	uma	relação	é	viajar	no	interior	do	outro,	é	tentar	se	fazer	enten-
dido	quando	o	processo	de	conhecimento	do	lado	de	lá	está	apenas	em	seu	início	e	para	
6UNIDADE I Conceitos de Comunicação
que	a	comunicação	se	estabelece	é	necessário,	segundo	Sabino	(2017,	on-line),	a	empatia,	
entre	outras	coisas:
As	principais	diretrizes	para	a	comunicação	eficiente	são	empatia,	para	isso	o	
emissor	precisa	entrar	‘inteiro’	no	processo	comunicativo	e	o	mesmo	também	
precisa	ser	sensível	ao	comportamento	do	receptor.	O	processo	de	comuni-
cação	necessita,	no	mínimo,	de	seis	elementos:	emissor,	mensagem,	recep-
tor,	referência,	canal	e	um	código	conhecido	por	ambos.
O	caminho,	então,	para	o	sucesso	das	relações	interpessoais	é	entendido	quando	
o	processo	comunicativo	consegue	desenvolver-se	do	início	ao	fim	sem	que	haja	quebra	
ou	ruídos	que	o	impeçam	de	acontecer,	assim,	a	mensagem	será	passada	de	forma	clara	
e	eficaz.
Entendamos	como	ruído	tudo	o	que	for	capaz	de	atrapalhar	o	processo	comuni-
cativo.	Podem	ser	situações	simples,	como	barulho,	conversas,	 trânsito,	música	alta,	ou	
algo	mais	grave,	como	defeitos	em	aparelhos	eletrônicos,	ou	mesmo	problemas	auditivos.	
Em	qualquer	uma	das	situações	apresentadas	há	ruídos,	há	algo	que	está	atrapalhando	o	
sucesso	da	mensagem,	por	isso,	ela	não	chega	com	eficiência	ao	seu	destino	final.
Pensando	no	âmbito	corporativo,	é	preciso	entender	que	as	camadas	e	setores	
de	uma	empresa	precisam	estar	sempre	em	harmonia	para	que	essa	relação	interpessoal	
seja	feita	de	forma	natural	e	positiva,	afinal	todas	elas	são	formadas	por	colaboradores	com	
intenções	e	opiniões	diversas	e	é	aí	que	o	trabalho	em	equipe	deve	acontecer	de	forma	que	
beneficie	a	todos.
Quando	os	colaboradores	se	sentem	bem	no	ambiente	em	que	trabalham,	têm	acesso	
aos	seus	superiores	de	forma	respeitosa	e	mantêm	a	hierarquia	em	funcionamento,	tudo	se	
estabelece	de	maneira	saudável,	pois	a	comunicação	não	foi	afetada	e	é	possível	avaliar	onde	
os	erros	estão	acontecendo	e	traçar	estratégias	para	que	os	problemas	sejam	resolvidos.
Nas	suas	devidas	proporções,	cada	empresa	deve	manter	esse	ato	comunicativo	e	
essa	abertura	de	diálogo	entre	seus	colaboradores,	para	que	problemas	maiores	e	futuros	
sejam	resolvidos	ainda	na	sua	origem.
7UNIDADE I Conceitos de Comunicação
2. COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO PELA LINGUAGEM
A	comunicação	por	meio	da	linguagem	pode	acontecer	das	mais	variadas	maneiras.	
Primeiramente,	vamos	conceituar	linguagem:	tudo	o	que	fazemos	com	o	objetivo	de	emitir	
uma	informação,	pode	ser	gesto,	palavra,	sons,	imagens	etc.
Se	temos	vários	tipos	de	linguagem,	significa	que	temos	várias	opções	de	comuni-
cação	ou	várias	maneiras	de	estabelecer	essa	comunicação,	tudo	vai	depender	do	contexto	
inserido.
Vamos	pensar	na	língua	portuguesa	como	se	fosse	uma	roupa.	Se	você	está	se	
preparando	para	uma	festa	de	gala,	vai	trajar	as	peças	necessárias	para	tal	evento,	mas	se	
o	seu	evento	for	casual,	você	usará	peças	que	correspondam	com	a	realidade	do	que	você	
participará.
Assim	também	acontece	com	a	nossa	forma	de	comunicar	e	de	se	expressar,	se	
você	está	em	uma	conversa	entre	amigos,	se	sentirá	mais	à	vontade,	já	em	um	local	que	
exija	um	discurso	formal,	sua	postura	será	diferente.
Em	 língua	 portuguesa	 temos	 o	 estudo	 das	 funções	 da	 linguagem,	 tais	 funções	
existem	para	que	sejam	analisados	o	ponto	de	partida	de	quem	produz	a	mensagem	e	cada	
uma	delas	possui	um	objetivo.
No	tópico	seguinte	vamos	conhecer	um	pouco	sobre	os	elementos	essenciais	do	
processo	de	comunicação,	tais	elementos	estão	diretamente	ligados	às	funções	da	lingua-
gem	que	vamos	conhecer	agora.	Vejamos:
8UNIDADE I Conceitos de Comunicação
A	 nível	 de	 curiosidade	 (pois	 o	 aprofundamento	 se	 dará	 a	 seguir)	 os	 elementos	
essenciais	são:	emissor,	receptor,	mensagem,	código,	canal	e	referente.
As	funções	da	linguagem	são:
●	 Função	referencial:	tem	como	objetivo	informar,	seu	foco	está	no	contexto	da	
situação;
●	 Função	emotiva:	está	diretamente	ligado	ao	emissor,	pois	é	ele	quem	produz	a	
emoção	do	que	será	dito;
●	 Função	apelativa:	como	o	próprio	nome	diz,	apela	para	algo,	tenta	convencer	
sobre	alguma	coisa;
●	 Função	poética:	é	a	escolha	das	palavras	certas	para	produzir	o	efeito	poético	
nos	textos;
●	 Função	metalinguística:	tenta	explicar	o	código	através	dele	mesmo,	o	melhor	
exemplo	é	o	dicionário...	palavras	falando	de	palavras;
●	 Função	fática:	é	a	conversa	“de	elevador”,	“de	fila	do	banco”,	aquela	rápida	e	
que	fazemos	por	educação	no	dia	a	dia.
Cada	uma	das	 funções	está	associada	 com	os	elementos	da	 comunicação	que	
vimos.	Vejamos	na	figura	a	seguir	de	forma	mais	clara:
FIGURA 1 - FUNÇÕES DA LINGUAGEM X ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Fonte:	a	autora.
Fica	evidente,	portanto,	que	as	 funções	da	 linguagem	estão	diretamente	 ligadas	
aos	elementos	da	comunicação,	por	isso,	usamos	todos	os	dias	e	a	todo	o	momento	sem	
perceber.
Função Referencial: 
Referente
Função Poética: 
Mensagem
Função Metalinguística: 
Código
Função Fática: Canal
Função Apelativa: 
Receptor
Função Emotiva: 
Emissor
9UNIDADE I Conceitos de Comunicação
O	que	 não	 se	 pode	 deixar	 de	 analisar,	 na	 verdade,	 é	 a	 forma	 como	 cada	 uma	
dessas	funções	da	 linguagem	estão	sendo	usadas	no	dia	a	dia.	Ouvir	com	calma	o	que	
o	outro	tem	a	dizer	antes	de	responder	é	sempre	uma	boa	alternativa	para	que	não	haja	
problemas	na	comunicação	e	nenhum	tipo	de	equívoco	de	interpretação.
Podemos	tomar	como	lição,	ainda,	a	antiga	brincadeira	 infantil	“telefone	sem	fio”	
para	entender	como	os	 ruídos	podem	atrapalhar	 também	o	processo	comunicativo.	Por	
isso,	é	sempre	bom	manter	a	calma,	falar	devagar	e	tentar	passar	para	frente	apenas	o	que	
você	tem	certeza	que	é	verdade.		
10UNIDADE I Conceitos de Comunicação
3. ELEMENTOS DA INTERAÇÃO PELA LINGUAGEM
Falar	em	comunicação	é	sempre	uma	atividade	de	reflexão	e	busca	por	conceitos,	afi-
nal	encontramos	informações	o	tempo	todo,	em	todos	os	lugares	e	das	mais	variadas	maneiras.	
Mas	 já	parou	para	pensar	como	se	dá	esse	processo	de	 troca	de	 informações?	
Para	que	você	receba	uma	mensagem	é	preciso	que	alguém	tenha	enviado	esse	conteúdo.	
Isso	acontece	tão	automaticamente	desde	que	nascemos	que,	possivelmente,	você	nunca	
tenha	parado	para	analisar	de	onde	vem	esse	processo	comunicativo	ou	como	ele	funciona	
de	fato.
Antes	 de	 nos	 aprofundarmos	 no	 assunto	 vamos	 ver	 o	 que	 o	 dicionário	 on-line	
Michaelis	nos	traz	como	definição	para	a	palavra	 linguagem:	“qualquer	meio	sistemático	
de	comunicar	ideias	ou	sentimentos	por	meio	de	signos	convencionais,	sonoros,	gráficos,	
gestuais	 etc.”	 ou	 ainda	 “Conjunto	 de	 sinais	 falados,	 escritos	 ou	 gesticulados	 de	 que	 se	
serve	o	homem	para	exprimir	esses	pensamentos	e	sentimentos”.
Diante	das	definições	que	acabamos	de	saber	fica	evidente	que	linguagem	é	tudo	
o	que	podemos	usar	para	nos	comunicar,	emitir	e	receber	mensagens.	
No	final	da	década	de	1960,	um	linguista	russo	chegou	ao	Brasil	e	começou	seu	
contato	com	a	Língua	Portuguesa,	Roman	Jakobson	deixou	um	legado	importantíssimo	de	
estudos	e	é	considerado	um	dos	mais	importantes	nomesda	linguística	do	século	XX.	A	
partir	de	seus	estudos	foi	possível	identificar	como	se	organizava	esse	processo	comunica-
tivo	e	principalmente	como	as	funções	da	linguagem	seriam	estabelecidas.
11UNIDADE I Conceitos de Comunicação
Para	estabelecer	as	funções	da	linguagem,	Jakobson	tomou	por	referência	
três	funções	básicas	da	língua	propostas	por	Karl	Buhler	-	função	expressiva;	
função	conativa;	 função	de	representação	-,	e	 também	os	 fatores	constitu-
tivos	do	ato	de	comunicação	verbal.	Como	fatores	constitutivos,	o	 linguista	
apresenta:	1)	remetente	(codificador);	2)	mensagem;	3)	destinatário	(decodi-
ficador);	4)	contexto	(ao	qual	se	faz	referência	durante	a	comunicação	e	deve	
ser	de	possível	compreensão	ao	destinatário);	5)	código	(deve	ser	parcial	ou	
totalmente	comum	ao	remetente	e	ao	destinatário);	e,	6)	contato	(canal	físico	
a	partir	do	qual	se	estabelece	a	comunicação;	envolve	também	uma	conexão	
psicológica	entre	 remetente	e	destinatário)	 (WINCH;	NASCIMENTO,	2012,	
p.	221).
Vamos	agora	conhecer	com	mais	detalhes	cada	um	desses	seis	itens	estabelecidos	
por	Jakobson:
1. O remetente ou emissor (codificador)
Entende-se	 remetente	 como	o	 indivíduo,	 grupo	 ou	 até	mesmo	organização	 que	
deseja	 se	 comunicar,	 em	 outras	 palavras	 é	 aquele	 que	 vai,	 de	 fato,	 emitir	 uma	
mensagem.	Essa	preparação	da	mensagem,	inserção	no	meio	correto,	forma	como	
ela	se	organizará	e	 todos	os	elementos	que	a	compõe	diz	 respeito	somente	ao	
remetente,	ou	seja,	a	quem	vai	se	pronunciar	a	respeito	de	algo.	
2. Mensagem
A	codificação	é	mais	um	dos	elementos	essenciais,	é	por	meio	dela	que	a	mensa-
gem,	através	de	códigos	e	símbolos,	é	elaborada,	podendo	ser	transmitida.	Vale	
lembrar	que	quando	se	fala	em	códigos	e	símbolos	fala-se	em	tudo	que	pode	ser	
passível	 de	entendimento,	 nisso	 inclui-se:	 palavras,	 números,	 imagens,	 sons	ou	
gestos	e	movimentos	físicos.	
É	nesse	momento	que	o	emissor	codifica,	ou	seja,	 transforma	a	mensagem	em	
símbolos	 que	 o	 receptor	 seja	 capaz	 de	 decodificar,	 que	 é	 o	 entender	 de	 forma	
correta	e	adequadamente	–	emissor	e	 receptor	devem	atribuir	o	mesmo	sentido	
aos	símbolos.	
3. Destinatário ou receptor (decodificador)
Já	a	decodificação	é	o	processo	pelo	qual	aquele	que	recebe	a	mensagem,	chama-
do	de	destinatário	ou	receptor,	interpreta,	ou	seja,	decodifica	os	símbolos	existentes	
que	dão	origem	à	mensagem.
Ele	utiliza	seu	conhecimento	a	sua	experiência	para	entender	os	símbolos	
da	mensagem;	em	alguns	casos,	pode	consultar	uma	autoridade,	como	um	
dicionário	ou	um	 livro	de	códigos.	É	somente	no	estágio	da	decodificação	
que	o	receptor	se	torna	mais	ativo.	O	significado	que	ele	atribui	aos	símbolos	
pode	ser	igual	ou	diferente	daquele	planejado	pelo	emissor.	Se	os	significa-
dos	 diferirem,	 a	 comunicação	 é	 quebrada	 e	 a	má	 interpretação,	 provável.	
(LACOMBE,	2005,	p.	15).
É	ele	que	de	fato	recebe	a	mensagem,	esse	recebimento	pode	ser	intencional	ou	não.
12UNIDADE I Conceitos de Comunicação
4. Contexto ou referente
O	referente	é	tudo	o	que	está	em	torno	da	mensagem	e	deve	ser	de	conhecimento	
de	 destinatário	 e	 remetente.	A	mensagem	 só	 será	 de	 fato	 completa	 se	 os	 dois	
compartilharem	do	mesmo	entendimento.
5. Código
É	 a	maneira	 pelo	 qual	 a	mensagem	 se	 organiza,	 ou	 seja,	 pode	 ser	 através	 de	
palavras	(escritas	ou	faladas),	gestos,	expressões	faciais	ou	corporais,	mímica	etc.
6. Canal
Outro	fator	determinante	no	processo	comunicativo	é	a	transmissão	que,	em	termos	
gerais,	pode	ser	entendido	como	o	processo	pelo	qual	os	símbolos	que	representam	
a	mensagem	são	mandados	ao	seu	receptor.	
Há	ainda	a	possibilidade	de	denominar	transmissão	como	canal,	ou	seja,	trata-se	
do	meio	em	que	a	mensagem	se	organizará	para	chegar	ao	seu	receptor.	O	canal	pode	
ser	entendido	como	as	mais	variadas	formas	de	caminho	com	diferentes	capacidades	de	
transmissão	de	informações,	como	exemplo:	bilhete	de	papel,	mensagem	em	rede	social,	
mensagem	via	SMS,	diálogo,	conversa	em	grupo	etc.	Veja	na	Figura	2	como	esses	elemen-
tos	se	relacionam:
FIGURA 2 - ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Fonte:	a	autora.
Fica	evidente,	portanto,	que	para	que	seja	possível	uma	comunicação	completa	
e	eficaz	todos	os	seis	elementos	estipulados	por	Jakobson	precisam	estar	em	harmonia.
Quando	um	deles	não	se	encaixa	no	todo	há	uma	quebra	no	processo	comunicativo	e	a	
mensagem	é	quebrada,	chegando	de	forma	equivocada,	causando	ambiguidade,	interpre-
Referente
Mensagem
Código
Canal
ReceptorEmissor
13UNIDADE I Conceitos de Comunicação
tações	erradas,	entre	tantos	outros	problemas	sérios	que	podem	acontecer	por	falta	de	uma	
comunicação	eficaz.
Por	isso,	é	extremamente	importante	que	a	comunicação	nas	relações	pessoais,	
principalmente	 familiar	 e	 profissional,	 se	 estabeleça	 adequadamente	 evitando	 prejuízos	
dos	mais	variados.
SAIBA MAIS
Comunicação: publicidade ou propaganda?
Já	parou	para	pensar	qual	é	a	diferença	entre	os	dois	termos?
É	notório	que	o	tempo	todo	a	sociedade	está	exposta	a	um	bombardeio	de	informações,	
e	quando	se	fala	em	informação	pode-se	citar	os	mais	variados	meios	e	formas	para	que	
esta	se	propague.
A	propaganda	existe	para	propagar	uma	ideia	e	a	publicidade	tem	o	objetivo	de	fazer	
com	que	um	produto	ou	serviço	 seja	 vendido.	Baseado	nesses	conceitos	é	possível	
perceber	 como	dia	 após	dia	 há	uma	exposição	exacerbada	de	 fotos,	 vídeos,	 textos,	
imagens	e	todo	e	qualquer	tipo	de	conteúdo	que	é	possível	compartilhamento.
Tudo	é	comunicação,	mas	cada	um	deles	cumpre	com	o	seu	objetivo.	Enquanto	a	pro-
paganda	visa	passar	informações,	a	publicidade	visa	a	venda,	o	lucro.
Fonte:	a	autora.
REFLITA
“O	mais	importante	na	comunicação	é	ouvir	o	que	não	foi	dito”	
(PETER	DRUCKER).
14UNIDADE I Conceitos de Comunicação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	conhecemos	os	conceitos	de	comunicação	e	linguagem	e	pudemos	
aprender	também	sobre	a	teoria	de	Jakobson	e	como	sua	contribuição	para	aos	estudos	da	
comunicação	foi	importante.
As	funções	da	linguagem	estão	diretamente	ligadas	com	os	elementos	essenciais	
do	processo	de	comunicação,	cada	um	deles	faz	referência	a	um	elemento	e	se	completa	
de	alguma	forma	no	ato	comunicativo.
Espero	que	este	tenha	sido	um	tempo	de	bons	estudos	e	aprendizado.
Até mais!
15UNIDADE I Conceitos de Comunicação
LEITURA COMPLEMENTAR 
É	importante	saber	o	nome	das	coisas.	Ou,	pelo	menos,	saber	comunicar	o	que	
você	quer.	Imagine-se	entrando	numa	loja	para	comprar	um...	um...	como	é	mesmo	o	
nome?	
“Posso	ajudá-lo,	cavalheiro?”	
“Pode.	Eu	quero	um	daqueles,	daqueles...”	
“Pois	não?”	
“Um...	como	é	mesmo	o	nome?”	
“Sim?”	
“Pomba!	Um...	um...	Que	cabeça	a	minha.	A	palavra	me	escapou	por	completo.	É	uma	
coisa	simples,	conhecidíssima.”	
“Sim	senhor.”	
“O	senhor	vai	dar	risada	quando	souber.”	
“Sim	senhor.”	
“Olha,	é	pontuda,	certo?”	
“O	quê,	cavalheiro?”	
“Isso	que	eu	quero.	Tem	uma	ponta	assim,	entende?	Depois	vem	assim,	assim,	faz	uma	
volta,	aí	vem	reto	de	novo,	e	na	outra	ponta	tem	uma	espécie	de	encaixe,	entende?	Na	
ponta	tem	outra	volta,	só	que	está	e	mais	fechada.	E	tem	um,	um...	Uma	espécie	de,	
como	é	que	se	diz?	De	sulco.	Um	sulco	onde	encaixa	a	outra	ponta,	a	pontuda,	de	sorte	
que	o,	a,	o	negócio,	entende,	fica	fechado.	É	isso.	Uma	coisa	pontuda	que	fecha.	Enten-
de?”	
“Infelizmente,	cavalheiro...”	
“Ora,	você	sabe	do	que	eu	estou	falando.”	
“Estou	me	esforçando,	mas...”	
“Escuta.	Acho	que	não	podia	ser	mais	claro.	Pontudo	numa	ponta,	certo?”	
“Se	o	senhor	diz,	cavalheiro.”	
“Como,	se	eu	digo?	Isso	já	é	má	vontade.	Eu	sei	que	é	pontudo	numa	ponta.	Posso	não	
saber	o	nome	da	coisa,	isso	é	um	detalhe.	Mas	sei	exatamente	o	que	eu	quero.”	
“Sim	senhor.	Pontudo	numa	ponta.”	
“Isso.	Eu	sabia	que	você	compreenderia.	Tem?”	
“Bom,	eu	preciso	saber	mais	sobre	o,	a,	essa	coisa.	Tente	descrevê-la	outra	vez.	Quem	
sabe	o	senhor	desenha	para	nós?”	
“Não.	Eu	não	sei	desenhar	nem	casinha	com	fumaçasaindo	da	chaminé.	Sou	uma	nega-
ção	em	desenho.”	
16UNIDADE I Conceitos de Comunicação
“Sinto	muito.”	
“Não	precisa	sentir.	Sou	técnico	em	contabilidade,	estou	muito	bem	de	vida.	Não	sou	um	
débil	mental.	Não	sei	desenhar,	só	isso.	E	hoje,	por	acaso,	me	esqueci	do	nome	desse	
raio.	Mas	fora	isso,	tudo	bem.	O	desenho	não	me	faz	falta.	Lido	com	números.	Tenho	
algum	problema	com	os	números	mais	complicados,	claro.	O	oito,	por	exemplo.	Tenho	
que	fazer	um	rascunho	antes.	Mas	não	sou	um	débil	mental,	como	você	está	pensando.”	
“Eu	não	estou	pensando	nada,	cavalheiro.”	
“Chame	o	gerente.”	
“Não	será	preciso,	cavalheiro.	Tenho	certeza	de	que	chegaremos	a	um	acordo.	Essa	coisa	
que	o	senhor	quer,	é	feito	do	quê?”	
“É	de,	sei	lá.	De	metal.”	
“Muito	bem.	De	metal.	Ela	se	move?”	
“Bem...	É	mais	ou	menos	assim.	Presta	atenção	nas	minhas	mãos.	É	assim,	assim,	dobra	
aqui	e	encaixa	na	ponta,	assim.”	
“Tem	mais	de	uma	peça?	Já	vem	montado?”	
“É	inteiriço.	Tenho	quase	certeza	de	que	é	inteiriço.”	
“Francamente...”	
“Mas	é	simples!	Uma	coisa	simples.	Olha:	assim,	assim,	uma	volta	aqui,	vem	vindo,	vem	
vindo,	outra	volta	e	clique,	encaixa.”	
“Ah,	tem	clique.	É	elétrico.”	
“Não!	Clique,	que	eu	digo,	é	o	barulho	de	encaixar.”	
“Já	sei!”	
“Ótimo!”	
“O	senhor	quer	uma	antena	externa	de	televisão.”	
“Não!	Escuta	aqui.	Vamos	tentar	de	novo...”	
“Tentemos	por	outro	lado.	Para	o	que	serve?”	
“Serve	assim	para	prender.	Entende?	Uma	coisa	pontuda	que	prende.	Você	enfia	a	ponta	
pontuda	por	aqui,	encaixa	a	ponta	no	sulco	e	prende	as	duas	partes	de	uma	coisa.”	
“Certo.	Esse	instrumento	que	o	senhor	procura	funciona	mais	ou	menos	como	um	gigan-
tesco	alfinete	de	segurança	e...”	
“Mas	é	isso!	É	isso!	Um	alfinete	de	segurança!”	
“Mas	do	jeito	que	o	senhor	descrevia	parecia	uma	coisa	enorme,	cavalheiro!”	
“É	que	eu	sou	meio	expansivo.	Me	vê	aí	um...	um...	Como	é	mesmo	o	nome?”	
Fonte:	Veríssimo	(1982,	p.	35-37).
 
17UNIDADE I Conceitos de Comunicação
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	O	corpo	fala
Autor:	Pierre	Weil	e	Roland	Tompakow
Ano: 2015
Editora:	Vozes
Sinopse:	O	 livro	 tenta	desvendar	a	 comunicação	não-verbal	 do	
corpo	humano,	primeiramente	analisando	os	princípios	subterrâ-
neos	que	regem	e	conduzem	o	corpo.	A	partir	desses	princípios	
aparecem	as	expressões,	gestos	e	atos	corporais	que,	de	modos	
característicos	estilizados	ou	inovadores,	expressam	sentimentos,	
concepções,	 ou	 posicionamentos	 internos.	 Acompanham	 350	
ilustrações.
FILME/VÍDEO
Título: Cidadão	Kane
Ano:	1941
Sinopse:	O	longa	narra	a	ascensão	de	Charles	Foster	Kane,	um	
mito	da	comunicação	norte-americana.	De	garoto	pobre	do	interior	
a	magnata	mundial	de	um	império	do	jornalismo	e	da	publicidade,	
a	história	da	personagem	é	contada	a	partir	da	sua	morte.	Um	jor-
nalista	recebe	a	tarefa	de	investigar	qual	era,	afinal,	o	significado	
da	última	palavra	proferida	por	Kane:	“Rosebud”.	Inspirado	na	vida	
do	milionário	William	Randolph	Hearst,	é	um	filme	obrigatório	para	
qualquer	 profissional	 da	 área.	 Uma	 referência	 sobre	 como	 criar	
uma	narrativa	eficaz.
18
Plano de Estudo:
●	 Aspectos	socioculturais	da	fala	e	da	escrita;
●	 Relações	e	distanciamento	entre	oralidade	e	escrita;
●	 Aspectos	do	texto	oral	e	do	texto	escrito.
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conceituar	e	contextualizar	as	várias	maneiras	de	comunicação;
●	 	Compreender	como	se	dá	o	processo	comunicativo.	
UNIDADE II
Linguagem Oral X 
Linguagem Escrita
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
19UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
INTRODUÇÃO
Prezado(a)	 aluno(a),	 a	 partir	 de	 agora	 vamos	 embarcar	 em	 uma	 viagem	 pelo	
conhecimento.
Nesta	unidade	vamos	conhecer	o	conceito	de	comunicação	e	linguagem	e	também	
a	diferença	da	linguagem	oral	e	escrita,	bem	como	entender	a	origem	da	escrita	e	como	ela	
está	diretamente	relacionada	à	fala	no	processo	comunicativo.
Pensar	 em	 comunicação	 e	 expressão	 é	 pensar	 e	 analisar	 como	 as	 linguagens	
verbais	e	não	verbais	se	relacionam	e	como	essa	aplicação	acontece	em	sala	de	aula.	Por	
isso,	teremos	nesta	unidade	dicas	de	como	analisar	textos	da	oralidade	e	textos	escritos.	
É	 importante,	 portanto,	 lembrar	 que	 essa	 mistura	 dos	 gêneros	 textuais	 é	
importantíssima	para	que	o	processo	de	ensino	e	aprendizagem	seja	ainda	mais	completo.
Bons estudos e vamos nessa!
20UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
1. ASPECTOS SOCIOCULTURAIS DA FALA E DA ESCRITA
A	origem	da	escrita	é	datada	em	3500	anos	a.C.	e	seus	primeiros	registros	podem	
ser	 encontrados	na	Mesopotâmia	 com	a	escrita	 cuneiforme,	 como	ficou	 conhecida.	Um	
emaranhado	de	símbolos	e	figuras	que	deram	início	à	escrita	e	que	foi	fundamental	para	
os	 registros	da	época.	Sua	principal	 função	era	 registrar	 tudo	que	estava	 relacionado	à	
administração	e	contabilidade,	e	seus	mais	de	dois	mil	símbolos	eram	fundamentais	para	
tais	registros.
Um	pouco	depois	da	escrita	 cuneiforme,	 é	 inventada	a	escrita	egípcia,	 os	
hieróglifos.	Hieróglifo (ηιερογλυφικοσ)	quer	dizer,	literalmente,	gravura sagra-
da. A	escrita	nasce,	no	Egito,	não	a	serviço	do	comércio,	como	aconteceu	
com	outras	escritas,	mas	de	um	poder	onde	o	religioso	e	o	político	são	in-
dissociáveis;	lá,	é	considerada	como	um	dom	de	Deus	e	uma	vocação	que	
garante	a	ordem	do	mundo	(ROJO,	2006,	p.	12).
Tempos	 depois,	 a	 escrita	 egípcia	 nasce	 com	o	 objetivo	 religioso,	 não	 comercial	
como	se	tinha	até	então.	Essa	transformação	da	história	da	humanidade	foi	um	verdadeiro	
divisor	de	águas,	afinal	o	que	 temos	de	registros	mais	precisos	hoje	 foram	aqueles	que	
passaram	a	ser	registrados	pós-escrita.
Já	a	escrita	como	transcrição	ou	representação	da	fala	se	deu	ao	longo	dos	tempos	
com	a	tentativa	de	representar	aquilo	que	se	queria	dizer,	essa	evolução	no	processo	de	
comunicação	foi,	obviamente,	sendo	modificada	e	se	alterando	ao	longo	dos	anos.
O	que	de	fato	nos	interessa	aqui	é	a	forma	como	a	escrita	acontece	no	processo	
de	ensino	aprendizagem	e	como	a	fala	está	aliada	em	todo	esse	contexto	comunicacional.
21UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
Tudo	se	passa	como	se	a	escrita	já	tivesse	sido	inventada	antes	de	ser	posta	
em	relação	com	a	língua,	antes	de	ser	fonetizada:	o	advento	da	escrita	é	o	
advento	de	algo	que	 já	é	a	escrita	 (considerando	que	a	sua	característica	
fundamental	é	o	isolamento	de	um	traço	significante	através	da	grafia)	e	que,	
depois	de	uma	evolução	lenta	e	descontínua,	acaba	por	poder	servir	de	su-
porte	ao	som	(BARTHES;	MARTY,	1987,	p.	32).
Em	termos	gerais	podemos	dizer	que	a	fala	e	a	escrita	são	elementos	da	comuni-
cação	que	se	estabelecem	da	seguinte	maneira:
● Modalidade oral e escrita;
● Registro formal e informal; 
● Variedade padrão e não-padrão.
Por	meio	das	modalidades	podemos	identificar	a	linguagem	expressa	da	seguinte	
maneira:
● Oral:	linguagem	falada	(espontânea);
● Escrita:	linguagem	que	se	utiliza	de	signos	(planejada).
Quando	falamos	sobre	registros	estamos	nos	referindo	ao:
● Formal:	 normalmente	 utilizado	 na	 escrita,	mas	 há	 casos	 em	que	 se	 utiliza	 a	
formalidade,	como	um	discurso	presidencial,	por	exemplo;
● Informal:	a	conversa	do	dia	a	dia,	a	troca	de	informações	com	pessoas	que	você	
convive	e	que	não	há	exigência	de	formalidade.
Já	sobre	a	variedade,	temos:
● Padrão:	que	é	aquele	estabelecido	pela	gramática	e	chamado	também	de	norma	
culta,	possuindo	maior	prestígio	social;
● Não padrão:	que	é	a	linguagem	do	dia	a	dia	e	que	não	se	remete	à	gramática	
para	as	construções.
Outra	forma	de	conhecermos	os	aspectos	socioculturais	da	língua	é	entendendo	
algumas	variações	que	ela	tem.	Vejamos:
● Variação histórica: como	o	próprio	nome	sugere,	é	aquela	que	sofreu	variações	
e	se	transformou	ao	longo	do	tempo.	Temos	vários	exemplos	desse	acontecimento,	como	
as	palavras:	pharmácia/farmácia;	vosmecê/você;	entre	tantas	outras;
● Variação Regional: de	 acordo	 com	determinada	 região	 é	 possível	 identificar	
diferençano	uso	de	algumas	palavras,	como,	por	exemplo:	a	palavra	mandioca,	que	em	
certas	regiões	é	usada	como	macaxeira;	e	abóbora,	que	é	conhecida	como	jerimum;
22UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
● Variação Social: pertence	a	um	grupo	seleto	e	específico	de	pessoas,	ou	seja,	
corresponde	 às	 gírias	 e	 costumes	 de	 um	 determinado	 grupo,	 e	 também	pode	 ser	 uma	
linguagem	utilizada	pelas	pessoas	de	maior	prestígio	social.	Nesse	aspecto	da	variação	
encontramos	os	jargões,	que	pertencem	a	uma	classe	profissional	mais	específica,	como,	
por	exemplo,	os	médicos,	os	profissionais	da	informática,	policiais	etc.
É	válido	ressaltar	que	a	linguagem	escrita	e	a	linguagem	falada	se	difere	quanto	ao	
seu	uso,	ou	seja,	enquanto	uma	é	individual	(fala)	a	outra	é	social	(escrita),	mas	veremos	
tais	informações	com	maior	precisão	nos	próximos	tópicos.
23UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
2. RELAÇÕES E DISTANCIAMENTO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA
Falar	em	oralidade	e	escrita	é	muito	bom	para	que	seja	possível	identificar	o	que	é	
característica	de	um	tipo	de	texto	e	de	outro.	Primeiramente,	vamos	definir	a	oralidade	e	a	
escrita	enquanto	comunicação:
● Oralidade:	 forma	de	se	comunicar	por	meio	da	 fala,	expondo	opiniões,	argu-
mentos	e	considerações	sobre	um	determinado	assunto	e	em	um	determinado	contexto	
comunicativo.	É	espontânea,	requer	domínio	apenas	da	fala	e	é	preciso	que	o	receptor	da	
mensagem	esteja	dentro	do	contexto	da	mensagem	para	que	haja	entendimento;
● Escrita:	no	contexto	comunicativo	a	escrita	é	tudo	aquilo	que	se	utiliza	de	pala-
vras	escritas,	seja	um	bilhete,	um	texto	maior,	uma	narração	ou	qualquer	elemento	que	faça	
uso	de	palavras.	A	combinação	de	várias	palavras	dá	origem	a	uma	frase/oração,	várias	
frases	a	um	parágrafo	e	vários	parágrafos	em	um	texto.
	
A	principal	diferença,	então,	da	 linguagem	oral	e	da	 linguagem	escrita	é	que	na	
oralidade	usamos	a	fala	e	na	escrita	usamos	palavras	para	que	haja	comunicação.
Pensando	no	contexto	escolar,	em	que	há	o	aprendizado	de	tipos	de	textos	e	lin-
guagens,	as	linguagens	oral	e	a	escrita	se	distanciam	pelas	suas	características,	mas	se	
unem	no	ato	comunicativo.
Temos,	então,	dois	tipos	de	linguagem:	a	verbal	e	a	não	verbal:
24UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
● Linguagem verbal:	é	aquela	em	que	se	utilizam	palavras	para	o	ato	comunica-
tivo,	pode	ser	expressada	através	da	fala	ou	da	escrita,	por	um	diálogo	ou	por	um	bilhete,	
enfim,	tudo	o	que	se	utiliza	palavras	como	principal	meio	de	comunicação;
● Linguagem não verbal: já	a	linguagem	não	verbal	é	aquela	em	que	há	o	pro-
cesso	comunicativo,	há	contexto	e	referente,	mas	não	há	utilização	de	palavras	como	forma	
de	transmissão	de	informação.	A	linguagem	não	verbal	acontece	muito	quando:
●	 Não	é	viável	a	escrita	em	determinadas	situações,	como	as	placas	de	trânsito	e		
	 o	semáforo;
●	 Expressões	faciais;
●	 Gestos;
●	 Mímicas;
●	 Fotos;
●	 Imagens;
●	 Desenhos.
Ou	seja,	a	 linguagem	não	verbal	pode	ser	utilizada	em	situações	em	que	não	é	
recomendado	o	uso	de	palavras	ou	mesmo	quando	não	há	condições	de	seu	uso,	seja	por	
qual	motivo	for.
Portanto,	a	relação	entre	a	oralidade	e	a	escrita	se	estabelece	em	determinadas	
situações.	Se	o	foco	do	estudo	e	da	análise	for	uma	situação	de	comunicação,	como	um	
diálogo,	por	exemplo,	será	possível	identificar	o	uso	da	linguagem	oral	e	verbal	através	das	
palavras,	bem	como	em	momentos	específicos	o	uso	da	linguagem	não	verbal	através	de	
expressões	e	gestos.	Pode	acontecer	ainda,	e	é	muito	comum	durante	um	diálogo,	que	haja	
mistura	dos	dois	tipos	de	linguagem,	enquanto	se	fala	algo,	se	representa	com	mímica	ou	
enfatiza	com	gestos	e	expressões	durante	a	fala.
Já	quando	o	foco	de	estudo	e	de	análise	for	textual,	pensando	agora	em	um	contex-
to	escolar,	o	que	se	deve	sempre	levar	em	consideração	é	que	os	textos	escritos	possuem	
suas	características	voltadas	para	a	gramática	tradicional	ou	a	gramática	normativa.
Nessa	gramática,	as	regras	que	se	exigem	na	construção	do	texto	se	baseia	nor-
malmente	em:
●	 Coesão;
●	 Coerência;	
●	 Intertextualidade;	
●	 Denotação;	
25UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
●	 Conotação;	
●	 Figuras	de	linguagem;
●	 Figuras	de	pensamento.
Esses	 itens	são	 imprescindíveis	para	a	construção	correta	do	seu	 texto,	seja	de	
qual	gênero	ou	tipo	for.	É	válido	ressaltar	que	temos:
Tipos textuais:
●	 Narração;
●	 Descrição;
●	 Dissertação;
●	 Injuntivo.
Gêneros textuais:
●	 Artigo	de	opinião;
●	 Autobiografia;
●	 Biografia;
●	 Carta	de	leitor;
●	 Carta	de	solicitação;
●	 Conto	de	fadas;
●	 Entrevista;
●	 Relato	de	viagem;
●	 Relato	histórico;
●	 Relatório	científico;
●	 Resenhas	críticas;
●	 Romance;
Percebe-se,	portanto,	que	os	tipos	são	apenas	quatro,	mas	os	gêneros	são	infinitos	
e	estão	diretamente	relacionados	aos	tipos,	por	exemplo,	a	Fábula	é	um	gênero	textual	que	
pertence	ao	tipo	“narração”.
●	 Fábula;
●	 Lenda;
●	 Ficção	científica;
●	 Palestra;
●	 Piada;
●	 Regulamento.
●	 Conto	maravilhoso;
●	 Conto;
●	 Curriculum	vitae;
●	 Diário;
●	 Editorial;
●	 Ensaio;
26UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
3. ASPECTOS DO TEXTO ORAL E DO TEXTO ESCRITO
Estudar	os	gêneros	textuais	e	os	tipos	de	textos	na	escola	é	sempre	um	grande	
desafio,	afinal	são	inúmeras	opções	e	formatos	que	podemos	trabalhar	em	sala	de	aula	e	
abordar	os	seus	mais	variados	aspectos.
Mas	quando	falamos	em	texto,	talvez	a	primeira	ideia	que	nos	venha	à	mente	são	as	
características	do	texto	narrativo,	que	acaba	sendo	um	dos	mais	usados,	de	fato,	em	sala.	
Mas	e	os	textos	orais?	Você	tem	proximidade	com	os	gêneros	que	pertencem	a	essa	esfera?
Muitas	vezes	o	material	que	nos	é	proposto	para	trabalhar	em	sala	nos	engessa	e	
não	permite	muitas	aberturas,	mas	quando	há	possibilidades	de	incorporar	outros	gêneros	
textuais,	ou	mesmo	realizar	uma	boa	mistura	do	verbal	e	do	não	verbal,	certamente	teremos	
um	resultado	no	mínimo	interessante.
O	texto	oral	é	aquele	do	dia	a	dia,	é	a	conversa,	a	troca	de	informações,	as	histórias	
que	as	crianças	–	principalmente	as	do	ensino	fundamental	I	–	adoram	contar,	aquilo	que	
vivenciaram	e	aquilo	que	gostam	de	compartilhar.	Mas	enquanto	tipos	de	texto,	 temos	o	
seminário,	por	exemplo,	como	um	 texto	da	oralidade.	O	que	não	se	pode	em	momento	
algum	é	desprezar	os	tipos	de	textos	que	existem	da	linguagem	oral	e	achar	que,	por	serem	
exatamente	da	oralidade,	não	depreende	regras	ou	ao	menos	instruções.
Outro	fator	importantíssimo	e	que	merece	nossa	atenção	é	sempre	levar	em	consi-
deração	o	conhecimento	empírico,	prévio,	a	bagagem	que	seu	aluno	traz	de	casa,	sua	forma	
de	pensar,	agir	e,	consequentemente,	transposto	no	seu	falar	e	maneira	de	se	expressar.
27UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
Por	isso,	temos	a	realidade	da	escola	em	que:
[...]	O	uso,	pelos	alunos	provenientes	das	camadas	populares,	de	variantes	
linguísticas	social	e	escolarmente	estigmatizadas	provoca	preconceitos	 lin-
guísticos	e	leva	a	dificuldades	de	aprendizagem,	já	que	a	escola	usa	e	quer	
ver	usada	a	variante-padrão	socialmente	prestigiada	(SOARES,	1989,	p.	17).
Há	aqui	um	delicado	e	tênue	limite	entre	o	que	é	“certo	e	errado”.	Essa	concepção	
se	 dá	 através	 do	 estudo	 da	Gramática	 normativa	 que	 temos	 no	 ambiente	 escolar.	 Tais	
regras	se	estabelecem	para	que	a	forma	padrão	da	língua	portuguesa	seja	aprendida	pelos	
alunos	e	colocada	em	prática	na	construção	de	textos	escritos,	normalmente	tudo	o	que	é	
padrão	e	formalizado,	como	documentos,	redações,	processos	de	seleção	de	vestibulares	
e	concursos.	
O	que	acontece,	de	fato,	é	que	os	alunos	têm	acesso	durante	sua	vida	escolar,	a	
partir	das	regras	gramaticais,	às	divisões	em	classes	e	todas	às	características	e	pré-requi-
sitos	que	a	língua	exige	na	construção	textual.
Com	o	surgimento	dos	estudos	do	texto,	o	enfoque	vai	deixando	de	fixar-	se	
apenas	no	produto	e	se	desloca	para	o	processo.A	linguagem	deixa	de	ser	
vista	como	mera	verbalização	e	passa	a	ser	incorporada,	nas	análises	tex-
tuais,	a	observação	das	condições	de	produção	de	cada	atividade	interacio-
nal.	A	elaboração	do	texto	escrito	–	assim	como	do	oral	–	envolve	um	objetivo	
ou	intenção	do	locutor.	Contudo,	o	entendimento	desse	texto	não	diz	respeito	
apenas	ao	conteúdo	semântico,	mas	à	percepção	das	marcas	de	seu	proces-
so	de	produção.	Essas	marcas	orientam	o	interlocutor	no	momento	da	leitura,	
na	medida	em	que	são	pistas	linguísticas	para	a	busca	do	efeito	de	sentido	
pretendido	pelo	produtor	(PAULA,	2018,	on-line).
Portanto,	fica	evidente	que	os	aspectos	dos	textos	orais	se	diferenciam	dos	textos	
escritos.	Enquanto	na	oralidade	temos	alguns	tipos	de	textos	mais	voltados	para	o	público,	
na	escrita	essas	características	aumentam.	Vejamos	alguns	tipos	de	gêneros	orais:
● discussão em grupo:	 coloca-se	um	 tema	em	discussão	e	os	 integrantes	do	
grupo	expõem	sua	opinião	baseados	em	argumentos;
● exposição oral:	normalmente	acontece	de	forma	individual	e	há	a	exposição	so-
bre	um	assunto	que	foi	estudado	previamente,	pode	ser	utilizado	em	ambiente	corporativo	
ou	acadêmico;
● seminário:	muito	utilizado	na	apresentação	de	trabalhos	acadêmicos	ou	escola-
res,	o	seminário	possui	características	específicas	em	que	são	avaliados:	postura,	tom	de	
voz,	organização	do	conteúdo	pelo	grupo	etc.;
● entrevista oral: perguntas	e	respostas,	elas	podem	se	dividir	em	espontâneas	
ou	direcionadas	através	de	perguntas	previamente	formuladas	pelo	entrevistador;
● debate regrado:	com	um	mediador	sempre	à	frente,	o	debate	possui	temática	
específica	e	tem	o	objetivo	de	expor	um	assunto	de	interesse	coletivo.
28UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
Já	os	textos	escritos	são	vários	e	as	características	mudam	de	acordo	com	a	finali-
dade	e	o	objetivo	de	cada	um	deles.	Vejamos	alguns:
● Narração:	os	textos	narrativos	podem	se	subdividir	em	romance,	novela,	conto,	
crônica,	fábula,	parábola,	entre	outros.	Cada	um	deles	possui	características	distintas,	mas	
a	base	é	a	narração,	é	o	contar	algo;
● Descrição:	detalhamento	de	um	personagem,	de	um	cenário	ou	mesmo	de	um	
acontecimento.	Essa	descrição	pode	ser	ainda	física	ou	psicológica,	tudo	depende	de	quem	
conta	e	de	qual	ângulo	está	observando	os	acontecimentos;
● Injuntivo: e	o	texto	instrucional,	normalmente	encontrado	em	bulas	de	remédios,	
manuais	de	produtos	novos,	editais	etc.;
● Dissertação:	argumentativo	ou	expositivo,	é	o	tipo	de	texto	mais	solicitado	em	
vestibulares	e	no	ENEM.	Dissertar	é	o	mesmo	que	“falar	sobre”,	seja	apenas	expondo	ou	
argumentando	sobre	a	temática.
Os	textos	orais	e	escritos	se	diferem	por	terem	objetivos	distintos,	mesmo	dentro	das	
características	de	um	ou	de	outro,	os	objetivos	são	muito	específicos	e	a	sua	utilização	também.
Portanto,	os	gêneros	e	tipos	textuais	são	muito	diferentes	e	usados	para	finalidades	
específicas,	tudo	depende	do	seu	objetivo.
SAIBA MAIS
Língua	falada	e	língua	escrita
Não	devemos	confundir	língua	com	escrita,	pois	são	dois	meios	de	comunicação	dis-
tintos.	A	escrita	representa	um	estágio	posterior	de	uma	língua.	A	língua falada	é	mais	
espontânea,	abrange	a	comunicação	linguística	em	toda	sua	totalidade.	Além	disso,	é	
acompanhada	pelo	tom	de	voz,	algumas	vezes	por	mímicas,	incluindo-se	fisionomias.	
A	língua escrita	não	é	apenas	a	representação	da	língua	falada,	mas	sim	um	sistema	
mais	disciplinado	e	rígido,	uma	vez	que	não	conta	com	o	jogo	fisionômico,	as	mímicas	
e	o	tom	de	voz	do	falante.
No	Brasil,	por	exemplo,	todos	falam	a	língua	portuguesa,	mas	existem	usos	diferentes	
da	língua	devido	a	diversos	fatores.	Dentre	eles,	destacam-se:
29UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
Fatores regionais: é	possível	notar	a	diferença	do	português	falado	por	um	habitante	
da	região	nordeste	e	outro	da	região	sudeste	do	Brasil.	Dentro	de	uma	mesma	região,	
também	há	variações	no	uso	da	língua.	No	estado	do	Rio	Grande	do	Sul,	por	exemplo,	
há	diferenças	entre	a	língua	utilizada	por	um	cidadão	que	vive	na	capital	e	aquela	utili-
zada	por	um	cidadão	do	interior	do	estado.
Fatores culturais:	o	grau	de	escolarização	e	a	formação	cultural	de	um	indivíduo	tam-
bém	são	fatores	que	colaboram	para	os	diferentes	usos	da	língua.	Uma	pessoa	escolari-
zada	utiliza	a	língua	de	uma	maneira	diferente	da	pessoa	que	não	teve	acesso	à	escola.
Fatores contextuais:	nosso	modo	de	falar	varia	de	acordo	com	a	situação	em	que	nos	
encontramos:	quando	conversamos	com	nossos	amigos,	não	usamos	os	 termos	que	
usaríamos	se	estivéssemos	discursando	em	uma	solenidade	de	formatura.
Fatores profissionais:	o	exercício	de	algumas	atividades	requer	o	domínio	de	certas	
formas	de	língua	chamadas	línguas técnicas.	Abundantes	em	termos	específicos,	es-
sas	formas	têm	uso	praticamente	restrito	ao	intercâmbio	técnico	de	engenheiros,	quí-
micos,	profissionais	da	área	de	direito	e	da	informática,	biólogos,	médicos,	linguistas	e	
outros	especialistas.
Fatores naturais:	o	uso	da	 língua	pelos	 falantes	sofre	 influência	de	 fatores	naturais,	
como	idade	e	sexo.	Uma	criança	não	utiliza	a	língua	da	mesma	maneira	que	um	adulto,	
daí	falar-se	em	linguagem	infantil	e	linguagem	adulta.
Fonte:	Só	Português	(2020,	on-line).	
REFLITA
“Morre	lentamente	quem	não	muda	de	marca,	não	se	arrisca	a	vestir	uma	nova	cor	ou	
não	conversa	com	quem	não	conhece”
	(MARTHA	MEDEIROS).
30UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	pudemos	conhecer	um	pouco	sobre	a	diferença	da	linguagem	oral	e	
escrita,	bem	como	entender	a	origem	da	escrita	e	como	ela	está	diretamente	relacionada	à	
fala	no	processo	comunicativo.
Pensar	 em	 comunicação	 e	 expressão	 é	 pensar	 e	 analisar	 como	 as	 linguagens	
verbais	e	não	verbais	se	relacionam	e	como	essa	aplicação	acontece	em	sala	de	aula.
Trabalhar	gêneros	textuais	orais	requer	atenção	quanto	as	características,	afinal	os	
gêneros	voltados	para	a	escrita	sempre	foram	os	mais	comuns	e	trabalhados	no	dia	a	dia	
escolar.
Por	isso,	é	importante	fazer	essa	mistura	dos	gêneros	textuais	para	que	o	processo	
de	ensino	e	aprendizagem	seja	ainda	mais	completo.
31UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
LEITURA COMPLEMENTAR
Características da oralidade:
●	 Ideia	de	maior	proximidade	entre	locutor	e	receptor;
●	 Relação	direta	entre	falantes;
●	 Contexto	interfere;
●	 Uso	de	recursos	extralinguísticos,	tais	como:	gestos,	expressões	faciais,		 	
	 postura,	entonação;
●	 Possibilidade	de	refazer	a	mensagem,	caso	não	seja	interpretada	adequadamente;
●	 Transmissão	maior	de	ideias,	reflexões	e	emoções;
●	 Preocupação	maior	com	a	assimilação	da	mensagem	do	que	a	forma	que	ela		
	 será	transmitida.
Características da escrita:
●	 Segue	as	normas	cultas	de	linguagem	padrão	do	idioma;
●	 Objetividade	e	clareza	nas	ideias;
●	 Registro	documental;
●	 Rigor	gramatical;
●	 Apuração	do	vocabulário;
●	 Exigência	de	elaboração	e	esforço	de	apresentação;
●	 Busca	evitar	a	ambiguidade;
●	 Prevê	questionamentos	e	explora	abrangência	nas	ideias	para	sanar	dúvidas.
Fonte:	Cegalla	(2008).
32UNIDADE II Linguagem Oral X Linguagem Escrita
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	Oralidade	na	Educação	Básica.	O	que	Saber,	Como	Ensinar	
Autor:	Robson	Santos	de	Carvalho	e	Celso	Ferrarezi	Junior
Ano:	2018
Editora:	Parábola
Sinopse:	Oralidade	na	educação	básica:	o	que	saber,	como	ensi-
nar	é	o	último	tomo	de	uma	trilogia	sobre	o	que	seria	a	prática	de	
uma	pedagogia	da	comunicação.	Depois	de	discutir	as	deficiências	
do	ensino	de	língua	materna	no	país	e	as	consequências	que	delas	
decorrem	na	vida	de	milhões	de	estudantes	silenciados,	extorqui-
dos	de	sua	língua	e	dos	direitos	de	saber	 ler	e	escrever	compe-
tentemente,	não	poderíamos	deixar	de	apresentar	caminhos	para	
sanar	tais	problemas.	Os	tomos	precedentes	são	produzir	textos	
na	educação	básica:	o	que	saber,	como	fazer	(2015)	e	de	alunos	a	
leitores:	o	ensino	da	leitura	na	educação	básica(2017),	todos	pela	
parábola	editorial.	Agora,	com	esta	obra	sobre	o	ensino	da	oralida-
de	(ouvir	e	falar),	completamos	nossa	proposta	de	possibilidades	
concretas	 de	 desenvolvimento	 das	 competências	 comunicativas	
na	educação	básica	brasileira.	A	grande	quantidade	de	atividades	
práticas	e	progressivas	sugeridas	permitirá	o	desenvolvimento	da	
oralidade	nas	crianças	e	adolescentes	desde	os	primeiros	contatos	
com	a	escola,	de	forma	planejada,	sistemática	e	eficiente.
FILME/VÍDEO
Título: Os	inconfidentes
Ano:	1972
Sinopse:	Lançado	por	Joaquim	Pedro	de	Andrade,	Os Inconfiden-
tes é	uma	coprodução	entre	Brasil	e	Itália	que	narra	a	história	da	
Inconfidência	Mineira.	Um	grupo	de	intelectuais	e	membros	da	alta	
elite	brasileira	se	juntam	para	libertar	o	país	da	opressão	portugue-
sa.	De	todos,	Tirandentes	(José	Wilker)	é	aquele	que	está	disposto	
a	ir	até	o	fim,	custe	o	que	custar.
O	filme	foi	baseado	nos	livros	Os Autos da Devassa	e	Romanceiro 
da Inconfidência.	Apresenta	a	reconstrução	do	período	e	influen-
ciou	diversas	produções	literárias.
Além	de	 ilustrar	um	importante	momento	da	história	brasileira,	a	
obra	 também	é	 interessante	por	contar	acontecimentos	políticos	
que	 influenciaram	 fortemente	o	 trabalho	de	autores	como	Santa	
Rita	Durão,	Tomás	Antônio	Gonzaga	e	Basílio	da	Gama.	Também	
vale	a	pena	conferir	o	roteiro	de	Cecília	Meireles,	Eduardo	Escorel	
e	do	próprio	Joaquim	Pedro	de	Andrade!
33
Plano de Estudo:
●	 A	frase	como	unidade	de	composição;
●	 Texto	como	unidade	de	sentido;
●	 Gênero	discursivo	como	produto	da	interação	verbal.
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conceituar	e	contextualizar	as	várias	maneiras	de	comunicação;
●	 	Compreender	como	se	dá	o	processo	comunicativo.
UNIDADE III
Questões Formais no Uso
da Língua Portuguesa
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
34UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
INTRODUÇÃO
Prezado(a)	aluno(a),	a	partir	de	agora	vamos	embarcar	em	uma	viagem	pelo	co-
nhecimento.
Nesta	unidade	vamos	conhecer	o	conceito	de	frase,	oração	e	período,	bem	como	
entender	como	essas	diferenças	são	fundamentais	na	construção	do	sentido.
Veremos	ainda	sobre	o	texto	e	o	sentido	no	que	diz	respeito	aos	critérios	de	cons-
trução	textual,	o	que	usar	e	não	usar,	como	e	quando	aplicar	algumas	características.	Os	
vícios	de	 linguagem,	denotação,	conotação,	ambiguidade	entre	 tantos	outros	elementos	
pertinentes	à	construção	textual.
Por	fim,	vamos	conhecer	os	conceitos	de	Mikhail	Bakhtin	e	suas	definições	sobre	
os	gêneros	do	discurso,	bem	como	sua	aplicabilidade	na	prática.
Bons estudos e vamos nessa!
35UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
1. A FRASE COMO UNIDADE DE COMPOSIÇÃO
O	estudo	da	língua	é	dividido	em	partes	e	cada	uma	delas	é	responsável	por	uma	
característica	específica	na	estrutura	do	todo.	A	língua	se	organiza	em	cinco	áreas,	sendo:	
a	fonética,	fonologia,	morfologia,	sintaxe	e	semântica.	A	fonética	se	divide	em	três	partes,	
que	estudam:	o	aparelho	fonador,	onde	o	som	é	produzido;	a	variedade	de	sons	que	podem	
ser	produzidos	e	o	significado	desses	sons.	Já	a	fonética	é	o	conjunto	da	anatomia	humana	
com	os	sons	dos	signos.
A	fonologia,	por	sua	vez,	estuda	o	valor	que	o	som	tem	para	a	sociedade,	é	fun-
cional.	A	morfologia	estuda	o	processo	de	formação	das	palavras,	a	divisão	das	classes	
gramaticais.
A	sintaxe	é	responsável	pelo	estudo	da	organização	das	frases,	em	outras	palavras	
é	a	parte	da	 língua	que	se	apropria	das	combinações	entre	as	classes	gramaticais.	E	a	
semântica	estuda	o	significado	de	cada	palavra	no	processo	de	comunicação,	mas	nos	
aprofundaremos	sobre	tais	questões	mais	adiante.
Unidades	de	composição	podem	ser	entendidas	como	 tudo	aquilo	que	se	agru-
pa	para	a	construção	do	 texto,	em	outras	palavras,	podemos	definir	 como	os	 itens	que	
constituem	e	constroem	o	texto	pouco	a	pouco.	Temos,	então,	nessa	construção	a	frase,	
a	oração	e	o	período	que,	 juntos,	compõem	o	todo	de	um	texto.	Veremos	a	seguir	suas	
características.
36UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
1.1 Frase
A	frase	pode	ser	entendida	como	um	enunciado	que	tem	a	capacidade	de	transmitir	
um	sentido,	um	significado	diante	de	um	determinado	contexto	comunicativo,	que	chama-
mos	de	interação	verbal.
Observe	alguns	exemplos	de	frases	curtas:
–	Ai!
–	Socorro!
–	O	quê?
–	Silêncio
–	Pare!
–	Que	tragédia!
–	Como	assim?
–	Fogo!
Essas	 frases,	em	sua	grande	maioria,	são	 formadas	por	uma	ou	duas	palavras.	
Portanto,	podemos	definir	frases	como	uma	unidade	mínima	de	significação	e	contexto.
1.1.1 Principais características das frases
●	 É	marcada	por	pontuação	no	final,	às	vezes	ponto	final,	exclamação	ou	interrogação;
●	 A	entonação	na	oralidade	é	muito	importante	para	que	haja	entendimento;
●	 A	expressividade	que	se	coloca	na	frase	faz	toda	diferença	de	interpretação;
●	 Pode	apresentar	verbo	ou	não.
Listamos	aqui	características	bem	abrangentes	apenas	para	entendimento.	
1.1.2 Classificação das frases 
● Frases interrogativas: é	a	pergunta	que	fazemos	nos	mais	variados	contextos,	
normalmente	é	finalizada	com	ponto	de	interrogação	(?).	Exemplo:	Está	gostando	do	passeio?
● Frases exclamativas:	é	aquela	bem	expressiva	e	que	demonstra	uma	reação	
exaltada.	Normalmente	esse	tipo	de	frase	finalizamos	com	ponto	de	exclamação	ou	reticên-
cias	(!		…).	Exemplo:	Que	susto!
● Frases declarativas: conhecidas	também	como	afirmativas,	as	declarativas	são	
aquelas	marcadas	pela	entonação	expressiva	ou	intencional	e	são	finalizadas	com	o	ponto	
final	(.).	Exemplo:	Hoje	iremos	ao	cinema.
● Frases imperativas:	é	um	tipo	de	ordem	ou	comando	e	é	finalizado	pelos	pontos	
de	exclamação	e	final	(!		.).	Exemplo:	Coma	tudo!
37UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
1.2 Oração
A	oração,	em	Língua	Portuguesa,	pode	ser	entendida	como	uma	unidade	sintática,	
ou	 seja,	 é	 um	enunciado	 (curto	 ou	 longo)	 que	 tem	obrigatoriamente	 a	 presença	 de	 um	
verbo.
Normalmente,	na	construção	de	uma	oração	temos:
●	 um	sujeito;
●	 termos	essenciais;
●	 integrantes	ou	acessórios.
Observe	alguns	exemplos	de	orações:
–	Venha!
–	Esse	bolo	parece	muito	gostoso.
–	Chove	muito	na	minha	cidade.
Perceba	que	a	diferença	básica	entre	a	frase	e	a	oração	é	que	na	oração	há	pre-
sença	de	um	verbo,	por	obrigatoriedade,	enquanto	nas	frases	não	há.	Em	termos	gerais,	se	
há	sentido	é	frase,	se	há	sentido	e	um	verbo	é	oração.	Veja:
Menina linda (sem verbo = frase)
A menina é linda (há verbo = oração)
1.3 Período
O	período	em	um	texto	é	constituído	por	uma	unidade	sintática	com	uma	ou	mais	
orações	com	sentido	completo.	Ou	seja,	na	oralidade	marcamos	o	início	dos	períodos	pela	
entonação,	já	na	escrita	o	início	dos	períodos	é	marcado	pela	letra	maiúscula	no	começo	
da	oração	e	a	pontuação	específica	que	demarca	sua	extensão.
Os	períodos	podem	se	dividir	em	dois:	simples	ou	compostos.	
1.3.1 Período simples
Os	períodos	simples	são	aqueles	em	que	apresentam	apenas	uma	oração,	ou	seja,	
há	apenas	um	trecho	com	apenas	um	verbo	(ou	uma	locução	verbal)	e	sentido	completo.	
Exemplos:	
Minha	gatinha	dorme	muito!	(verbo	dormir)
Minha	gatinha	está	dormindo	muito!	(está	dormindo	=	locução	verbal)	
38UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
A	locução	verbal	se	caracteriza	por	possuir	dois	verbos	ou	mais,	normalmente	um	
principal	e	um	auxiliar,	mas	juntos	eles	exercem	a	função,	o	sentido	de	um	verbo	só,	por	
isso,	é	considerado	período	simples,	pois	o	entendimento	é	de	uma	única	situação.
1.3.2 Período composto
Os	 períodos	 compostos	 são	 aqueles	 que	 possuem	 mais	 de	 uma	 oração,	 ou	
seja,	dois	ou	mais	verbos.
	Exemplo:	
Julia	me	chamou	para	ir	ao	cinema	mais	tarde.	(Período	composto	por	duas	ora-
ções:	verbos	chamar	e	ir).
39UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
2. TEXTO COMO UNIDADE DE SENTIDO
Pensar	 em	 texto	 é,	 antes	 de	 tudo,	 pensar	 em	 linguagem	 como	meio	 de	 comu-nicação,	afinal	é	através	dos	 textos	que	nos	comunicamos,	e	quando	 falamos	em	 texto	
podemos	apontar	modalidades	orais	e	escritas.	
A	semântica	é	a	parte	da	língua	portuguesa	responsável	por	estudar	o	significado	
das	palavras,	de	uma	frase	ou	mesmo	de	um	contexto	comunicativo,	é	por	meio	dela	que	
temos	acesso	às	características	do	que	“se	quis	dizer”	em	um	determinado	momento	e	meio.	
É	válido	ressaltar	que	a	semântica	também	leva	em	consideração	aspectos	geográficos,	de	
tempo	e	de	espaço	para	que	haja	melhor	compreensão	da	significação.
Portanto,	a	definição	e	a	constituição	básica	de	texto	na	unidade	linguística	comu-
nicativa	básica	é:
Texto	é	a	unidade	linguística	comunicativa	fundamental,	produto	da	atividade	
verbal	humana,	que	possui	sempre	caráter	social:	está	caracterizado	por	seu	
estrato	semântico	e	comunicativo,	assim	como	por	sua	coerência	profunda	
e	superficial,	devida	à	 intenção	(comunicativa)	do	 falante	de	criar	um	texto	
íntegro,	e	à	sua	estruturação	mediante	dois	conjuntos	de	regras:	as	próprias	
do	nível	textual	e	as	do	sistema	da	língua	(BERNÁRDEZ,	1982,	p.	35).
É	notório	que	o	texto	se	qualifica	como	interação	humana	e	o	que	vamos	nos	ater	
aqui	nesta	unidade	é	o	texto	enquanto	modalidade	escrita	e	unidade	de	sentido.	Para	isso,	
separamos	 algumas	 das	 principais	 características	 de	 como	 construir	 um	 texto	 com	 seu	
sentido	estruturado,	veja	na	sequência.
40UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
2.1 Coesão
Para	que	haja	uma	construção	 textual	coesa	é	necessário	que	os	elementos	do	
texto	se	comuniquem,	em	outras	palavras,	a	coesão	 textual	pode	ser	entendida	como	a	
aplicação	dos	conectivos	nas	orações.	Essa	relação	entre	as	palavras	escolhidas	para	a	
construção	do	texto	(de	todas	as	classes	gramaticais)	é	que	nos	traz	a	coesão	dos	elemen-
tos,	mas	para	que	isso	aconteça	é	preciso	escolher	corretamente	os	conectivos	(sejam	as	
conjunções,	os	pronomes	ou	os	advérbios).
Exemplo:	Nós	não	sabemos	quem	é	o	sortudo,	mas ela	sabe.	
2.2 Coerência
A	coerência	é	marcada	em	relação	ao	texto	como	um	todo.	A	relação	que	se	estabe-
lece	entre	os	parágrafos	e	o	que	está	explicitado	no	contexto,	seja	ele	com	as	informações	
internas	ou	externas	do	texto	em	si.	Para	que	não	haja	confusão,	vamos	a	uma	explicação	
bem	simples:	a	coesão	diz	respeito	aos	elementos	internos	do	parágrafo,	a	coerência	diz	
respeito	ao	texto	como	um	todo	e	às	referências	que	existem	dentro	e	fora	do	texto,	ou	seja,	
o	contexto.
Exemplo de falta de coerência: Peru,	panetone,	rabanada	e	nozes.	Tudo	pronto	
para	a	Páscoa!	(entende-se	que	tais	alimentos	são	característicos	do	Natal,	não	da	Páscoa).
2.3 Denotação
O	sentido	denotativo	de	um	texto	se	refere	ao	seu	sentido	literal,	ou	seja,	quando	usa-
mos	uma	expressão	ou	termo	no	seu	sentido	real,	quando	queremos	dizer	exatamente	aquilo.
Exemplo: Ela	é	uma	mulher	baixa	(pouca	estatura).
2.4 Conotação
Diferente	do	sentido	denotativo,	o	sentido	conotativo	é	aquele	em	que	usamos	as	
palavras	no	seu	sentido	figurado,	quando	dizemos	uma	coisa	querendo	dizer	outra,	ou	seja,	
é	o	tipo	de	sentido	muito	utilizado	na	literatura	ou	quando	queremos	enfatizar	algo.
Exemplo: Ela	é	uma	mulher	baixa	(no	sentido	de	ser	sem	modos,	que	gosta	de	
baixaria,	barraco	etc.)
2.5 Intertextualidade
A	intertextualidade	acontece	quando	nos	referimos	a	algo	já	existente	no	texto	que	
estamos	construindo.	Para	que	haja	entendimento,	o	 receptor	dessa	mensagem	precisa	
41UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
estar	por	dentro	do	assunto	que	foi	abordado,	ou	seja,	precisa	saber	do	contexto	que	ali	foi	
empregado.
Exemplo: O	Rei	do	futebol	será	homenageado	na	próxima	semana.	(Rei	do	futebol	=	
Pelé.	É	preciso	que	haja	conhecimento	dessa	informação	para	haver	sentido	a	frase	toda).
2.6 Ambiguidade
A	 ambiguidade	 ocorre	 quando	 uma	 frase	 ou	 expressão	 gera	 duplo	 sentido	 de	
interpretação.	Ela	pode	acontecer	propositalmente	ou	não,	quando	a	construção	gera	am-
biguidade	sem	que	haja	intenção	é	preciso	ler	com	calma	o	texto	produzido	e	substituir	as	
palavras	ou	termos	que	foram	escolhidos	e	geraram	essa	ambiguidade.	Já	se	a	construção	
foi	intencional,	ótimo!	Agora	é	deixar	a	imaginação	do	leitor	o	levar.
Exemplo: 	A	polícia	perseguiu	o	bandido	até	a	sua	casa.	(A	casa	era	da	polícia	ou	
do	bandido?)
2.7 Vícios de Linguagem
Os	 vícios	 de	 linguagem	 podem	 ser	 entendidos	 como	 elementos	 utilizados	 na	
construção	do	texto	para	enfatizar	algo	ou	acontecem	sem	que	o	autor	perceba,	de	forma	
equivocada.	Vejamos:
2.7.1 Pleonasmo vicioso ou redundância
O	pleonasmo	vicioso	acontece	quando	há	repetição	desnecessária	de	uma	infor-
mação	na	frase.	
Exemplos:
Entrei para dentro	da	loja	quando	começou	a	chover.
Acharemos	outra alternativa	para	essa	situação.
2.8 Barbarismo
É	um	desvio	da	norma	gramatical,	ela	pode	ocorrer	como	erro	de	pronúncia	ou	na	escrita:	
Exemplos:
Solicitei	à	cliente	sua	rúbrica.	(rubrica)
Vamos	andar	de	bicicreta.	(bicicleta)
Eu	advinhei quem	ganharia	o	sorteio.	(adivinhei)
Sou	a	filha	mais maior	de	casa.	(maior)
42UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
2.9 Estrangeirismos
Quando	se	usa	sem	necessidade	uma	palavra	de	outra	língua:	
Exemplos: 
O	show	é	hoje!	(espetáculo)
Vamos	tomar	um	drink?	(drinque)
2.10 Solecismo
É	o	desvio	de	sintaxe	e	pode	ocorrer:
Concordância
Exemplo: Haviam	muitas	pessoas	naquela	sala.	(Havia)
Regência
Exemplo:	Eu	assisti	o	filme	no	cinema.	(ao)
Colocação:
Exemplo:	Pulei	 tanto	na	 festa	das	crianças	que	não	aguentei-me	em	pé	no	dia	
seguinte.	(não	me	aguentei	em	pé)
Tais	elementos	são	importantes	para	uma	construção	adequada	do	texto,	portanto	
é	 imprescindível	que	seja	 feita	uma	correção	após	a	escrita	para	verificar	se	há	ou	não	
falhas	na	concordância	dos	elementos	escolhidos.
43UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
3. GÊNERO DISCURSIVO COMO PRODUTO DA INTERAÇÃO VERBAL
Para	que	o	ensino	de	línguas	a	partir	dos	gêneros	discursivos	fosse	normalizado	
no	Brasil,	 criou-se	os	Parâmetros	Curriculares	Nacionais	 (PCN).	Tais	 parâmetros	 é	 que	
norteiam	os	educadores	de	todo	país	e	estabelecem	o	que,	de	fato,	os	alunos	aprenderão.
Nos	PCNs	é	possível	encontrar	algumas	informações	sobre	o	trabalho	com	os	gê-
neros	discursivos,	veja:
Todo	texto	se	organiza	dentro	de	determinado	gênero	em	função	das	inten-
ções	comunicativas,	como	parte	das	condições	de	produção	dos	discursos,	
as	quais	geram	usos	sociais	que	os	determinam.	Os	gêneros	são,	portanto,	
determinados	historicamente,	constituindo	formas	relativamente	estáveis	de	
enunciados,	disponíveis	na	cultura.	São	caracterizados	por	três	elementos:	
o	conteúdo	temático:	o	que	é	ou	pode	tornar-se	dizível	por	meio	do	gênero;	
a	construção	composicional:	estrutura	particular	dos	textos	pertencentes	ao	
gênero;	o	estilo:	configuráveis	específicas	das	unidades	de	linguagem	deriva-
das,	sobretudo,	da	posição	enunciativa	do	locutor;	conjuntos	particulares	de	
sequências	que	compõem	o	texto	etc.	(BRASIL,	1998,	p.	21).
Portanto,	é	imprescindível	que	os	professores	de	língua	portuguesa	estejam	sem-
pre	por	dentro	do	que	os	PCNs	dizem	e	a	forma	como	vão	aplicar	os	conteúdos	em	sala.
Mas,	além	das	políticas	educacionais,	e	não	menos	importantes	que	estas,	está	o	
conceito	estabelecido	sobre	gêneros	discursivos.	Antes	de	se	aplicar	de	fato	uma	atividade	
em	sala	ou	analisar	um	 texto	do	gênero	discursivo	vamos	ao	que	propõe	Mikhail	Bakh-
tin	(2009)	a	respeito	da	organização	de	nosso	discurso	por	meio	dos	gêneros	discursivos.
De	origem	russa,	Bakhtin	foi	um	importante	nome	dos	estudos	da	linguagem,	ele	
postula	que,	no	momento	da	interação,	seja	ela	oral	ou	escrita,	os	sujeitos	recorrem	a	deter-
44UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
minados	gêneros	discursivos.	Tais	escolhas,	como	ele	classifica,	estão	diretamente	ligadas	
às	necessidades	dos	falantes/escritores.Em	termos	gerais,	podemos	dizer	que	os	gêneros	
discursivos	são	determinados	pelo	discurso	e	surgem	em	todo	ato	comunicativo	humano.
Bakhtin	 classifica	 os	 gêneros	 discursivos	 como	 primários	 e	 secundários.	
Os	primários	são	os	mais	simples,	 relacionados,	 sobretudo,	 com	o	campo	
da	oralidade,	como	o	diálogo,	o	qual	é	considerado	a	forma	mais	clássica	de	
comunicação,	 conferindo	 importância	 singular	 às	 ideologias	 cotidianas.	 Já	
os	secundários	são	os	mais	complexos,	como	o	romance,	o	conto,	a	crônica,	
o	artigo	de	opinião,	os	manuais	de	 instrução,	os	 textos	científicos,	oficiais,	
publicitários,	a	Redação	escolar,	entre	outros	(ARAÚJO,	2018,	on-line).	
Fica	evidente,	portanto,	que	Bakhtin	traz	um	conceito	sobre	o	que	são	os	gêneros	
discursivos	e	como	eles	podem	ser	aplicados	em	sala.	O	estudioso	mostra	ainda	que	o	
texto	em	si	não	é	uma	estrutura	fechada,	afinal	trata-se	do	estudo	da	língua	e	a	língua	é	viva	
e	social,	capaz	de	explanar	as	mais	variadas	características	e	formas.
Essa	relativa	estabilidade	de	que	fala	o	estudioso	significa	que	não	existe	um	
modelo	 imutável	 de	 texto,	 uma	estrutura	 predeterminada	 e	 canônica;	 pelo	
contrário,	os	gêneros	discursivos	são	tipos	relativamente	estáveis	de	enun-
ciados	justamente	porque	eles	constantemente	evoluem	para	atender	às	ne-
cessidades	imediatas	dos	sujeitos	em	qualquer	situação	comunicativa,	como	
é	o	caso	da	carta	e	do	e-mail	(ARAÚJO,	2018,	on-line).	
Portanto,	os	gêneros	discursivos	podem	ser	entendidos	como	qualquer	manifes-
tação	 verbal	 que	 se	 organiza	 em	um	dado	 contexto	 comunicativo,	 como	uma	 conversa	
informal	entre	amigos,	uma	tese	de	doutorado,	seja	linguagem	oral	ou	escrita.	Tudo	o	que	
envolve	 o	 discurso	 pode	 ser	 classificado	 como	 gênero	 discursivo.	Temos,	 então,	 vários	
gêneros	discursivos:
●	 anúncio;
●	 conferência;
●	 conto	(literário,	popular,	maravilhoso,	
	 de	fadas,	de	aventuras…);
●	 cordel;
●	 crônica;
●	 fábula;
●	 relatório;
●	 repente;
●	 reportagem;
●	 romance;
●	 seminário;
●	 tese;
●	 verbete.
●	 relatório;
●	 repente;
●	 reportagem;
●	 romance;
●	 seminário;
●	 tese;
●	 verbete.
●	 monografia;
●	 notícia;
●	 palestra;
●	 parlenda;
●	 poema;
●	 receita	médica		 	
	 ou	culinária;
45UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
Entre	tantos	outros	que	podemos	encontrar	no	nosso	dia	a	dia	e	fazem	parte	do	
cotidiano	da	população	em	geral.
Fica	claro,	portanto,	que	todos	os	gêneros	discursivos,	sejam	eles	orais	ou	escritos,	
fazem	parte	da	interação	verbal	humana,	pois	são	eles	que	nos	levam	ao	ato	comunicativo,	
independente	do	contexto	em	que	estão	inseridos	e	utilizados.
SAIBA MAIS
Tipos e gêneros textuais
Tipos	e	gêneros	textuais	são	duas	categorias	diferentes	de	classificação	textual.	Os	ti-
pos	textuais	são	modelos	abrangentes	e	fixos	que	definem	e	distinguem	a	estrutura	e	os	
aspectos	linguísticos	de	uma	narração,	descrição,	dissertação	e	explicação.
Exemplos de tipos textuais:
●	 Texto	narrativo;
●	 Texto	descritivo;
●	 Texto	dissertativo	expositivo;
●	 Texto	dissertativo	argumentativo;
●	 Texto	explicativo	injuntivo;
●	 Texto	explicativo	prescritivo.
Os	aspectos	gerais	dos	tipos	de	texto	concretizam-se	em	situações	cotidianas	de	co-
municação	 nos	 gêneros	 textuais,	 textos	 flexíveis	 e	 adaptáveis	 que	 apresentam	 uma	
intenção	comunicativa	bem	definida	e	uma	função	social	específica,	adequando-se	ao	
uso	que	se	faz	deles.
Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos:	
●	 romances;
●	 contos;
●	 fábulas;
●	 novelas;
●	 crônicas,	entre	outros.
● Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos:	
●	 diários;
●	 relatos	de	viagens;
●	 folhetos	turísticos;
46UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
●	 cardápios	de	restaurantes;
●	 classificados,	entre	outros.
Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos:	
●	 jornais;
●	 enciclopédias;
●	 resumos	escolares;
●	 verbetes	de	dicionário,	entre	outros.
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos:	
●	 artigos	de	opinião;
●	 abaixo-assinados;
●	 manifestos;
●	 sermões,	entre	outros.
Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos:	
●	 receitas	culinárias;
●	 manuais	de	instruções;
●	 bula	de	remédio,	entre	outros.
Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos:	
●	 leis;
●	 cláusulas	contratuais;
●	 edital	de	concursos	públicos,	entre	outros.
Fonte:	Neves	(2007).	
REFLITA
“Na	realidade	não	são	palavras	o	que	pronunciamos	ou	escutamos,	mas	verdades	ou	
mentiras,	 coisas	boas	ou	más,	 importantes	ou	 triviais,	 agradáveis	ou	desagradáveis,	
etc.	A	palavra	está	sempre	carregada	de	um	conteúdo	ou	de	um	sentido	ideológico	ou	
vivencial”	
(MIKHAIL	BAKHTIN).	
47UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	pudemos	conhecer	um	pouco	sobre	a	diferença	entre	frase,	oração	
e	período,	bem	como	entender	como	essas	diferenças	são	fundamentais	na	construção	do	
sentido.
Após,	vimos	sobre	o	texto	e	o	sentido	no	que	diz	respeito	aos	critérios	de	construção	
textual,	o	que	usar	e	não	usar,	como	e	quando	aplicar	algumas	características.
Por	fim,	conhecemos	os	ensinamentos	de	Mikhail	Bakhtin	e	suas	definições	sobre	
os	gêneros	do	discurso,	bem	como	sua	aplicabilidade	na	prática.	
48UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
LEITURA COMPLEMENTAR 
Do gênero discursivo ao gênero textual
Do	 gênero	 discursivo	 ao	 gênero	 textual	 Marcuschi	 (2008)	 apresenta	 algumas	
perspectivas	de	estudo,	tanto	no	contexto	mundial	como	no	brasileiro,	sobre	as	diferentes	
abordagens	relacionadas	ao	estudo	dos	gêneros.	Ele	destaca	que	um	consenso	existente	
entre	essas	perspectivas	é	que,	para	comunicar-se,	o	indivíduo	recorre	aos	gêneros,	como	
uma	forma	de	se	adequar	a	determinado	contexto.		Ele	acrescenta	ainda	que	os	textos	e/ou	
discursos	circulam	através	dos	gêneros.	Ora,	se	os	textos	e/ou	discursos	circulam	através	
de	gêneros,	por	que	então	o	uso	de	termos	distintos	como	gênero	do	discurso	ou	gênero	
discursivo	e	gênero	textual?	Para	alguns	autores,	a	exemplo	de	Marcuschi	(2008,	p.	154),	
essa	distinção	não	é	tão	relevante,	como	é	possível	se	observar	em	uma	nota	de	rodapé	
em	que	o	autor	justifica	o	uso	do	termo	escolhido	por	ele:
Não	vamos	discutir	aqui	se	é	mais	pertinente	a	expressão	“gênero	textual”	
ou	a	expressão	“gênero	discursivo”	ou	“gênero	do	discurso”.	Vamos	adotar	a	
posição	de	que	todas	essas	expressões	podem	ser	usadas	intercambialmen-
te,	salvo	naqueles	momentos	em	que	se	pretende,	de	modo	explícito	e	claro,	
identificar	algum	fenômeno	específico.
Em	outro	momento,	Marcuschi	(2008,	p.	58)	acrescenta:
A	tendência	é	ver	o	texto	no	plano	das	formas	linguísticas	e	de	sua	organi-
zação,	ao	passo	que	o	discurso	seria	o	plano	do	funcionamento	enunciativo,	
o	plano	da	enunciação	e	efeitos	de	sentido	na	sua	circulação	sociointerativa	
e	discursiva	envolvendo	outros	aspectos.	[...]	São	muito	mais	duas	maneiras	
complementares	de	enfocar	a	produção	linguística	em	funcionamento
Percebe-se	aqui	uma	tendência	de	se	conceber	o	gênero	como	um	artefato	textual	
discursivo,	 sendo	 analisado	 tanto	 em	 seu	 aspecto	 organizacional	 interno	 como	 em	 seu	
funcionamento	sociointerativo.	 Isso	porque,	para	se	produzir	um	gênero	 textual,	existem	
normas	que	não	são	rígidas,	mas	necessárias,	caso	se	pretenda	a	compreensão	e	a	intera-
ção	por	parte	de	todos	os	envolvidos	no	processo	comunicativo.	A	título	de	exemplo	tem-se	
o	ofício,	um	gênero	que	faz	parte	da	correspondência	oficial:	quando	o	indivíduo	faz	uso	
desse	gênero	deve	se	adequar	às	exigências	impostas	pela	situação	comunicativa.	
Assim,	o	que	se	deve	dizer	ou	não,	o	como	e	o	quanto	dizer,	dependerá	de	inter-
locutores	definidos	e	dos	contextos	nos	quais	os	textos	poderão	circular.	Nesse	sentido,	
Marcuschi	(2008)	lembra	que	uma	das	tendências	atuais	é	a	de	se	estudarem	as	relações	
e	não	a	distinção	entre	texto	e	discurso,	pois	estes	podem	ser	considerados	aspectoscom-
plementares	da	atividade	enunciativa.	E	acrescenta:
49UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
Entre	o	discurso	e	o	texto	está	o	gênero,	que	é	aqui	visto	como	prática	social	
e	prática	textual-discursiva.	Ele	opera	como	a	ponte	entre	o	discurso	como	
uma	atividade	mais	universal	e	o	texto	enquanto	a	peça	empírica	particulari-
zada	e	configurada	numa	determinada	composição	observável.	Gêneros	são	
modelos	correspondentes	a	formas	sociais	reconhecíveis	nas	situações	de	
comunicação	em	que	ocorrem.	Sua	estabilidade	é	relativa	ao	momento	histó-
rico-social	em	que	surge	e	circula	(MARCUSCHI,	2008,	p.	84).
Para	apoiar	a	concepção	de	tratar	os	gêneros	textuais	como	elementos	tipicamente	
discursivos,	Marcuschi	(2008)	apresenta	a	proposta	de	uma	releitura	que	inclua	o	texto	no	
contexto	das	práticas	discursivas	sem	dissociá-lo	de	sua	historicidade	e	de	suas	condições	
de	produção.	Para	Adam	(1999,	apud	MARCUSCHI,	2008,	p.	83),	o	gênero	textual	pode	ser	
entendido	como	 “a	diversidade	socioculturalmente	 regulada	das	práticas	discursivas	hu-
manas”	e	“a	separação	do	textual	e	do	discursivo	é	essencialmente	metodológica”.	Assim,	
reforçando	esse	aspecto,	Marcuschi	(2008,	p.	81-82)	comenta:
Trata-se	de	“reiterar	a	articulação	entre	o	plano	discursivo	e	textual”,	conside-
rando	o	discurso	como	o	“objeto	de	dizer”	e	o	texto	como	o	“objeto	de	figura”.	
O	discurso	dar-se-ia	no	plano	do	dizer	(a	enunciação)	e	o	texto	no	plano	da	
esquematização	(a	configuração).	Entre	ambos,	o	gênero	é	aquele	que	con-
diciona	a	atividade	enunciativa.
Para	sintetizar	essa	concepção	do	gênero	 textual	 com	 foco	na	 relação	entre	os	
aspectos	textuais	e	discursivos,	podemos	destacar	algumas	características	apresentadas	
por	Marcuschi	(2008).	Para	ele,	o	gênero	apresenta	dois	aspectos	importantes:	a	gestão	
enunciativa,	que	inclui	a	escolha	dos	planos	de	enunciação,	modos	discursivos	e	tipos	tex-
tuais,	e	a	composicionalidade,	que	diz	respeito	à	identificação	de	unidades	ou	subunidades	
textuais.	Assim,	o	domínio	de	um	gênero	 textual	não	significa	o	domínio	de	 “uma	 forma	
linguística	e	sim	uma	forma	de	realizar	linguisticamente	objetivos	específicos	em	situações	
sociais	particulares”	(MARCUSCHI,	2008,	p.	154).
Fonte:	Farias	(2013,	on-line).
50UNIDADE III Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	1001	dicas	de	português:	Manual	descomplicado
Autor:		Dad	Squarisi	e	Paulo	José	Cunha
Ano:	2015
Editora: Contexto
Sinopse:	Você	está	escrevendo	aquele	texto	que	pode	mudar	sua	
vida,	mas	fica	em	dúvida	se	está	utilizando	a	palavra	correta,	se	
não	cometeu	nenhuma	gafe	na	última	frase.	O	que	fazer?	Encontre	
seu	tira-dúvidas	neste	1001	dicas	de	português.	De	fácil	consulta,	é	
perfeito	para	quem	precisa	de	respostas	rápidas	para	“brancos”	ou	
“pegadinhas”	que	nossa	língua	nos	prega.	E	não	enrola	o	leitor,	vai	
direto	ao	ponto,	sem	teoria	desnecessária.	Quando	usar	“ao	invés	
de”	e	“em	vez	de”?	Qual	a	diferença,	se	há	alguma,	entre	“aonde”	
e	“onde”?	“Água-de-colônia”	se	escreve	com	hífen	mesmo?	Aliás,	
por	que	tem	esse	nome?	Para	essas	e	muitas	outras	questões,	o	
leitor	encontrará	aqui	respostas	claras,	diretas	e	divertidas.	Como	
estão	em	ordem	alfabética,	é	fácil	encontrar	o	que	você	precisa.
FILME/VÍDEO
Título:	Escritores	da	Liberdade
Ano: 2007
Sinopse:	Uma	 jovem	e	 idealista	professora	chega	a	uma	esco-
la	 de	 um	 bairro	 pobre,	 que	 está	 corrompida	 pela	 agressividade	
e	 violência.	 Os	 alunos	 se	mostram	 rebeldes	 e	 sem	 vontade	 de	
aprender,	e	há	entre	eles	uma	constante	tensão	racial.	Assim,	para	
fazer	com	que	os	alunos	aprendam	e	também	falem	mais	de	suas	
complicadas	vidas,	a	professora	Gruwell	(Hilary	Swank)	lança	mão	
de	métodos	diferentes	de	ensino.	Aos	poucos,	os	alunos	vão	reto-
mando	a	confiança	em	si	mesmos,	aceitando	mais	o	conhecimento	
e	reconhecendo	valores	como	a	tolerância	e	o	respeito	ao	próximo.
51
Plano de Estudo:
●	 Critérios	de	textualidade;
●	 Aspectos	gerais	de	textos	escritos	da	esfera	acadêmica;
●	 Aspectos	gerais	de	textos	orais	da	esfera	acadêmica.
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conhecer	a	evolução	da	contabilidade	e	seus	fundamentos	históricos;
●	 Conceituar	a	contabilidade,	seu	objetivo	e	suas	áreas	de	aplicação;
●	 Identificar	os	aspectos	legais	da	contabilidade;
●	 Compreender	as	características	da	informação	e	quem	as	utiliza.
UNIDADE IV
Produção Textual
Professor Esp. Lucimari de Campos Monteiro
52UNIDADE IV Produção Textual
INTRODUÇÃO
Prezado(a)	aluno(a),	a	partir	de	agora	vamos	embarcar	em	uma	viagem	pelo	co-
nhecimento.
No	primeiro	 tópico	vamos	conhecer	os	critérios	de	 textualidade	e	como	 tais	ele-
mentos	são	importantes	para	a	construção	do	seu	texto,	bem	como	enfatizar	a	utilização	da	
coesão	e	da	coerência,	vista	na	unidade	III	desta	apostila.
Depois,	veremos	as	características	dos	textos	da	esfera	acadêmica	dividida	entre	os	
da	oralidade	e	os	da	escrita.	Cada	um	com	sua	particularidade	requer	atenção	e	o	momento	
certo	de	produção.	Esperamos	que	seja	um	passo	a	mais	na	construção	do	conhecimento.	
Bons estudos e vamos nessa!
53UNIDADE IV Produção Textual
1. CRITÉRIOS DE TEXTUALIDADE
A	produção	de	texto	é	uma	das	maneiras	que	temos	de	nos	expressar.	Indepen-
dente	do	contexto	em	que	o	texto	será	veiculado,	produzir	algo	é	a	melhor	forma	de	expor	
pensamentos,	argumentar	e	colocar	o	seu	ponto	de	vista	sobre	determinado	assunto.
Quando	pensamos	em	produção	de	texto	no	âmbito	acadêmico	temos	várias	op-
ções	e	estilos,	e	até	mesmo	a	divisão	entre	os	modelos	da	oralidade	e	os	modelos	escritos.
Aqui	vamos	enfatizar	alguns	critérios	de	textualidade,	ou	seja,	são	as	condições	de	
produção	textual	que	devem	ser	entendidas	para	que	a	sua	comunicação	seja	completa.	
Em	termos	gerais	são	elementos	que	compõe	a	sua	construção	de	produção	e	que	devem	
estar	facilmente	delimitados.	Vamos	a	eles:
1.1 Intencionalidade
Todo	texto	precisa	fazer	sentido	para	alguém,	por	 isso	a	 intenção	que	se	coloca	
na	produção	é	aquela	que	o	seu	leitor	terá	contato,	mas	é	válido	lembrar	que	os	recursos	
utilizados	para	convencer	o	leitor	ou	fazê-lo	acreditar	em	algo	que	se	diz	é	o	que	faz	toda	
diferença	durante	a	produção.	O	que	eu	quero	dizer?	Para	quem	eu	quero	dizer?	Estou	
sendo	claro	nos	meus	argumentos	escolhidos?	Os	exemplos	que	utilizei	foram	suficientes	
para	exemplificar?
Esses	são	alguns	questionamentos	que	podem	ser	feitos	para	que	seja	possível	
identificar	se	a	intencionalidade	atingiu	seu	objetivo.
54UNIDADE IV Produção Textual
1.2 Intertextualidade
A	intertextualidade	está	diretamente	ligada	ao	exterior	do	texto,	fazer	uma	intertex-
tualidade	requer	muito	cuidado,	afinal	é	preciso	se	perguntar	se	é	importante	para	o	texto	
que	você	 traga	elementos	ou	 ideias	de	outros	autores,	e	se	essas	 ideias	realmente	vão	
contribuir	para	a	construção	da	sua	produção.	
Se	você	perceber	que	a	intertextualidade	vai	reforçar	o	seu	ponto	de	vista	e	embasar	
melhor	os	seus	argumentos	é	muito	interessante	usá-las,	mas	se	não	forem	necessárias,	é	
melhor	contar	apenas	com	a	ideia	original.
 
1.3 Informatividade
O	primeiro	passo	para	a	construção	da	sua	produção	textual	é	o	esboço,	pois	é	
nesse	primeiro	momento	que	você	vai	afunilar	as	ideias	e	as	informações	que	têm	em	mãos	
para	colocar	no	seu	texto.
O	tempo	todo	somos	bombardeados	de	 informações,	por	 isso	é	preciso	dosar	a	
quantidade	e	principalmente	a	qualidade	das	informações	que	você	tem	para	que	a	sua	pro-
dução	textual	seja	rica	e	clara.	Lembre-se	de	que	muita	informação	nem	sempre	é	sinônimo	
de	qualidade,	portanto	selecione	o	que	de	fato	é	relevante	para	o	seu	texto.
	
1.4 Aceitabilidade
Aquela	 famosa	costura	 textual	pode	ser	 também	chamada	de	aceitabilidade,	ou	
seja,	organizar	bem	as	informações,	ser	persuasivo	e	convincente,	fazendo	um	encadea-
mento	lógico	das	ideias,	leva	o	leitor	a	aceitar	o	que	você	está	dizendo.	Afinal,	é	o	desejo	do	
escritor	que	o	seu	leitor	entenda	a	mensagemque	deseja	passar	por	meio	das	informações	
e	dos	argumentos	escolhidos.
Por	isso,	é	muito	importante	que	no	seu	esboço	seja	programado	o	que	você	deseja	
colocar	 no	 texto	 e	 em	 que	momento	 essas	 ideias	 vão	 se	 complementar	 durante	 a	 sua	
produção.
Lembre-se	de	que	o	seu	 leitor	não	sabe	o	que	você	está	pensando,	ele	apenas	
sabe	o	que	está	escrito	ali	e	para	que	a	sua	mensagem	seja	transmitida	corretamente	é	
necessário	que	não	haja	ambiguidade	e	nem	confusão	nas	informações	que	foram	trans-
mitidas.
55UNIDADE IV Produção Textual
1.5 Situacionalidade
Aqui	vamos	falar	sobre	o	contexto,	ou	seja,	tudo	aquilo	que	faz	referência	ao	texto	e	
que	traz	à	produção	uma	situação	favorável	para	quem	o	lerá	ou	ainda	para	quem	fará	uso	
dessa	produção	para	trabalho	etc.
Lembre-se	de	que	o	contexto	é	parte	fundamental	da	sua	produção,	por	isso,	desde	
o	 começo	 é	 necessário	 que	 estejam	 bem	delimitadas	 as	 informações	 e	 elementos	 que	
mostrem	exatamente	o	contexto,	por	exemplo:
●	 Datas;
●	 Fatos;
●	 Citações;
●	 Entrevistas;
●	 Números;
●	 Fontes;
●	 Imagens;
●	 Fotos.
Ou	seja,	qualquer	elemento	que	remeta	ao	contexto	do	texto	será	bem-vindo	para	
que	o	leitor	esteja	pronto	para	entender	a	mensagem	que	se	quer	passar.
Vale	ressaltar	ainda	que	para	a	produção	textual	ser	ainda	mais	completa	e	intei-
ramente	correta	é	preciso	que	haja	coesão	e	coerência,	elementos	esses	que	vimos	na	
Unidade	III	da	nossa	apostila,	e	que	devem	ser	sempre	colocados	em	prática	durante	a	
construção	textual.
56UNIDADE IV Produção Textual
2. ASPECTOS GERAIS DE TEXTOS ESCRITOS DA ESFERA ACADÊMICA
Os	textos	acadêmicos	são	produções	textuais	científicas	baseadas	em	pesquisas,	
observações	e	análises.	Eles	são	muito	 importantes	para	que	o	estudo	de	determinado	
tema	seja	desenvolvido	e	com	o	tempo	as	pesquisas	avancem.
Mas,	antes	de	conhecermos	alguns	deles,	vamos	observar	qual	é	a	estrutura	básica	
dessas	produções	acadêmicas.	
2.1 Estrutura Organizacional dos Textos Acadêmicos
Os	textos	acadêmicos	possuem	características	específicas,	que	devem	ser	segui-
das	à	risca,	mas	é	bom	lembrar	que	a	estrutura	organizacional	deles	está	baseado	em	três	
partes:	introdução,	desenvolvimento	e	conclusão.		
● Introdução:	na	introdução	é	o	momento	de	apresentar	o	tema	escolhido,	aqui	
as	ideias	centrais	serão	apresentadas	de	forma	sutil,	sem	muito	aprofundamento,	porém	é	
preciso	deixar	bem	claro	o	que	se	pretende	tratar	no	texto	como	um	todo;
● Desenvolvimento:	no	desenvolvimento	é	o	momento	de	aprofundar	os	conhe-
cimentos	sobre	a	produção,	aqui	são	elencadas	informações	e	argumentações	escolhidos	
pelo	autor	para	confirmar	o	que	foi	levantado	como	hipóteses	na	introdução;
● Conclusão:	 como	o	próprio	nome	diz	é	aqui	que	as	 ideias	serão	concluídas,	
o	fechamento	do	pensamento	deve	acontecer	nessa	parte	final	do	texto	e	as	perguntas	e	
hipóteses	respondidas	ou,	ao	menos,	mostrar	que	há	possibilidades	de	soluções	para	os	
57UNIDADE IV Produção Textual
problemas.	É	ainda	na	conclusão	que	o	seu	texto	deve	conversar	com	a	sua	introdução,	fazendo	
uma	costura	das	ideias	apontadas	nos	primeiros	parágrafos	e	fechando	as	lacunas	que	porventura	
hajam.	
Depois	de	conhecermos	a	estrutura	básica	dos	textos	acadêmicos,	vamos	ver	alguns	dos	
aspectos	gerais	de	textos	escritos	da	esfera	acadêmica.
2.2 Artigo Científico
Os	artigos	científicos	ou	artigos	acadêmicos,	como	são	também	chamados,	têm	de	12	a	
15	páginas,	digitadas	em	fonte	Times	New	Roman,	tamanho	12,	com	espaçamento	simples	ou	um	
e	meio.	Eles	são	mais	simples	e	podem	ser	solicitados	como	trabalho	para	congressos	científicos	
ou	ainda	de	conclusão	de	curso	de	graduação	e	em	algum	curso	que	exija	a	produção	acadêmica.	
De	modo	geral,	a	formatação	dos	trabalhos	acadêmicos	segue	o	padrão	ABNT	-	Associa-
ção	Brasileira	de	Normas	Técnicas,	tanto	nos	artigos	quanto	nos	demais	modelos	de	trabalhos	que	
veremos	a	seguir.
2.3 Monografia
O	termo	monografia	refere-se	a	qualquer	 trabalho	científico	que	visa	aprofundar	um	as-
sunto	específico,	por	 isso	é	chamado	de	monografia:	a	escrita	sobre	um	 tema	específico.	Ela	é	
solicitada	em	sua	grande	maioria	como	trabalho	de	conclusão	de	curso	na	graduação	ou	em	cursos	
de	especialização	e	MBA,	mas	varia	muito	de	Instituição	de	Ensino.	
As	regras	de	formatação	seguem	as	mesmas	da	ABNT,	a	diferença	é	que	a	monografia	
possui	mais	páginas	por	ser	dividida	em	capítulos.	Sua	estrutura	básica	é:
QUADRO 1 - ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais
Folha	de	rosto Introdução	 Referências
Errata Referencial	teórico Glossário	
Folha	de	aprovação Material	e	métodos Apêndices
Dedicatória	 Resultados	e	discussão	 Anexos
Agradecimentos Considerações	finais Índice	
Epígrafe	 ** **
Resumo	em	língua	vernácula ** **
Resumo	em	língua	estrangei-
ra	(abstract)
** **
sumário ** **
Lista	de	ilustrações ** **
Lista	de	tabelas ** **
Lista	de	abreviaturas	e	siglas ** **
Lista	de	símbolos ** **
Fonte:	a	autora.
58UNIDADE IV Produção Textual
Os	 elementos	 que	 foram	 destacados	 no	 quadro	 são	 opcionais,	 os	 demais	 são	
obrigatórios.
2.4 Dissertação
Já	a	dissertação	é	um	tipo	de	produção	acadêmica	para	um	segundo	momento,	
quando	 decidimos	 ingressar	 no	mestrado.	 Dissertação	 é,	 portanto,	 um	 tipo	 de	 trabalho	
muito	parecido	com	a	monografia,	porém	mais	aprofundada	e	bem	mais	detalhada	e	ex-
tensa	do	que	a	produção	da	graduação.	Requer	mais	pesquisas	e	um	mergulho	no	tema	
escolhido,	ela	normalmente	é	dividida	em	capítulos,	além	da	estrutura	padrão	de	introdução	
e	conclusão,	durante	os	quais	o	autor	disserta	sobre	diferentes	aspectos	do	tema	proposto.
2.5 Tese
A	tese	é	outro	tipo	de	produção	acadêmica	escrita,	mas	para	ao	doutorado.	Aqui,	
a	diferença	básica	é	que	a	análise	precisa	ser	original,	por	isso,	é	importante	que	não	se	
tenha	na	área	uma	proposta	de	estudo	parecida	àquela	escolhida	durante	o	doutorado.
Em	todos	os	textos	acadêmicos	a	formatação	é	parte	fundamental,	mas	vale	lem-
brar	que	a	ABNT	possui	regras	padrões	básicas	e	que	as	instituições	de	ensino	possuem	
flexibilidade	em	fazer	pequenas	alterações	na	sua	formatação,	por	isso,	é	possível	encontrar	
diferenças	mínimas	de	uma	instituição	para	outra.
59UNIDADE IV Produção Textual
3. ASPECTOS GERAIS DE TEXTOS ORAIS DA ESFERA ACADÊMICA
Assim	como	os	textos	escritos	acadêmicos,	os	orais	acadêmicos	também	são	es-
truturados	dentro	de	um	modelo	e	merecem	nossa	atenção.	Muitas	vezes	não	nos	damos	
conta	de	que	um	determinado	tipo	de	texto	faz	parte	da	esfera	acadêmica	e	como	tal	deve	
receber	sua	estrutura	fidedigna.
[...]	A	relação	entre	gêneros	orais	e	gêneros	escritos	não	é	uma	relação	de	
dicotomia.	É	antes	uma	relação	de	continuidade	e	de	efeito	mútuo,	isto	é,	gê-
neros	orais	podem	sustentar	gêneros	escritos;	gêneros	escritos	podem	sus-
tentar	gêneros	orais.	Eles	estão	em	mútua	 interdependência,	 cada	gênero	
oral	que	entra	na	escola,	em	geral,	pressupõe	a	escrita,	assim	como	cada	
gênero	escrito	trabalhado	na	escola	pressupõe	o	oral	(SCHNEUWLY;	ROJO,	
2006,	p.	467).
Vamos	 conhecer	 alguns	 dos	 gêneros	 da	 oralidade	 da	 esfera	 acadêmica	 e	 suas	
respectivas	características:
3.1 Seminário
O	gênero	seminário	é	um	dos	mais	conhecidos	no	âmbito	acadêmico.	Segundo	Se-
verino	(2008,	p.	90),	o	seminário	é	“um	método	de	estudo	e	atividade	didática	específica	de	
cursos	universitários	e	seu	objetivo	principal	é	levar	todos	os	participantes	a	uma	reflexão	
aprofundada	de	determinado	problema,	a	partir	de	textos	e	em	equipe”.
Esse	gênero	oral	requer	pesquisa	e	muita	atenção,	normalmente	é	avaliado	aqui	
o	conjunto	da	apresentação:	voz,	postura,	domínio	de	conteúdo,	tempo	estipulado	para	a	
apresentação,	divisão	da	temática	entre	os	participantes	etc.
60UNIDADE IV Produção Textual
3.2 Exposição oral
Outro	gênero	bem	comum	no	ambiente	acadêmico	é	o	da	exposição	oral,	que	Costa	
(2008,	p.	97)	define	como:
Discurso	emque	se	desenvolve	um	assunto	(conteúdo	referencial),	ou	trans-
mitindo-se	informações,	ou	descrevendo-se	ou,	ainda,	explicando-se	algum	
conteúdo	a	um	auditório	de	maneira	bem	estruturada.	Trata-se	de	um	gênero	
público	pelo	qual	um	expositor	especialista	faz	uma	comunicação	a	um	au-
ditório	que	se	dispõe	a	ouvir	e	aprender	alguma	coisa	sobre	o	tema	desen-
volvido.
O	gênero	exposição	oral	tem	como	objetivo:	informar;	preparar	uma	reflexão;	pre-
parar	uma	discussão.	
Podemos	ainda	dividir	esse	viés	acadêmico	em	três	fases:
●	 a	primeira	corresponde	ao	que	antecede	a	apresentação,	que	é	o	momento	de	
pesquisa	e	organização	de	informações	e	materiais;
●	 a	segunda	corresponde	ao	momento	durante	a	apresentação	e	como	o	apre-
sentador	se	posicional,	voz,	postura,	domínio	do	tema	etc.;
●	 a	terceira,	ao	momento	final,	que	é	quando	a	plateia	pode	fazer	questionamen-
tos	e	abre-se	um	momento	para	um	pequeno	debate	de	ideias.
A	diferença	básica	entre	o	seminário	e	a	exposição	oral	é	que	o	seminário	é	apenas	
uma	apresentação	sobre	o	tema	e	normalmente	é	realizado	em	grupo,	já	a	apresentação	
oral	é	na	maioria	das	vezes	individual	e	ao	final	há	um	momento	para	reflexão	da	temática	
abordada.
3.3 Debate
O	debate	é	um	gênero	da	oralidade	que	requer	organização.	Debater	sobre	deter-
minado	tema	é	sempre	uma	boa	maneira	de	conhecer	o	pensamento	do	outro.
Mas	é	válido	lembrar	que	todo	debate	precisa	de	regras.	Normalmente	essas	re-
gras	são	básicas,	mas	podem	variar	de	contexto	para	contexto.	É	preciso	que	haja	um	
mediador	conduzindo	o	debate	e	dando	voz	a	um	ou	ao	outro	debatedor	e	tempo	para	cada	
argumento	exposto.
Os	temas	debatidos	sempre	apontam	vários	posicionamentos	e	mostram	diferentes	
pontos	de	vista,	por	isso,	sempre	há	divergência	nas	argumentações.
61UNIDADE IV Produção Textual
SAIBA MAIS
Diferenças	entre	gênero	literário,	tipo	textual	e	gênero	textual
Por	Débora	Silva
Gênero literário	–	Os	gêneros	textuais	abrangem	todos	os	tipos	de	texto,	ao	contrário	
dos	gêneros	literários	que,	como	o	próprio	nome	já	indica,	aborda	apenas	os	literários.	
O	gênero	 literário	é	classificado	de	acordo	com	a	sua	forma,	podendo	ser	do	gênero	
dramático,	lírico,	épico,	narrativo	etc.
Tipo textual	–	É	a	forma	como	um	texto	se	apresenta.	Pode	ser	classificado	como	nar-
rativo,	argumentativo,	dissertativo,	descritivo,	informativo	ou	injuntivo.
gêneros textuais - Os	gêneros	textuais	são	inúmeros	e	cada	um	deles	possui	o	seu	
próprio	estilo	de	escrita	e	de	estrutura.	Confira	alguns	deles	a	seguir:
Conto	maravilhoso;
Conto	de	fadas;
Fábula;
Carta	pessoal;
Lenda;
Telefonema;
Poema;
Narrativa	de	ficção	científica;
Fonte:	Silva	(2018,	on-line).
REFLITA
“A	sintaxe	é	uma	questão	de	uso,	não	de	princípios.	Escrever	bem	é	escrever	claro,	não	
necessariamente	certo.	Por	exemplo:	dizer	 ‘escrever	claro’	não	é	certo,	mas	é	claro,	
certo?”
	(Luís	Fernando	Veríssimo)
62UNIDADE IV Produção Textual
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	unidade	pudemos	conhecer	os	critérios	de	textualidade	e	quais	são	os	elemen-
tos	importantes	no	momento	da	construção	textual.	Demos	início	ao	processo	de	escolha	das	
informações	e	sugestões	de	como	estruturar	o	seu	texto	antes	de	escrevê-lo	de	fato.
Nos	tópicos	dois	e	três	foi	possível	conhecer	os	gêneros	textuais	da	esfera	acadê-
mica,	divididos	entre	orais	e	escritos,	e	conhecer	as	características	de	cada	um	deles.
Esperamos	que	tenha	sido	um	momento	de	grande	aprendizado	e	contribuição	para	
a	sua	formação.	Refaça	a	leitura	do	que	gerou	dúvidas	e	anotações	na	hora	de	estudar.	
Bons estudos e boa aplicação.
63UNIDADE IV Produção Textual
LEITURA COMPLEMENTAR 
Produção acadêmica relevante para quem?
	Jean	Von	Hohendorff
Em	2015,	 foi	 publicado,	 na	 revista	Nature,	 o	Manifesto	 Leiden.	Esse	Manifesto,	
escrito	por	Diana	Hicks,	Paul	Wouters,	Ludo	Waltman,	Sarah	de	Rijcke	e	 Ismael	Rafols,	
apresenta	10	princípios	para	avaliação	de	pesquisas	(acesse	o	Manifesto	aqui).	Esse	grupo	
de	cientometristas,	cientistas	sociais	e	administradores	de	pesquisa	considera	preocupante	
o	que	eles	intitularam	de	má	aplicação	dos	indicadores	de	performance	acadêmica	(e.g.,	
fator	de	impacto,	índice	h).	O	grupo	não	se	opõe	a	estes	indicadores,	porém	defende	que	
não	sejam	utilizados	isoladamente,	em	detrimento	de	avaliações	qualitativas	das	pesquisas	
realizadas.	Assim,	avaliações	quantitativas	devem	subsidiar	avaliações	qualitativas.
Particularmente,	um	dos	princípios	do	Manifesto	-	o	de	número	3,	“Protect excellen-
ce in locally relevant research”	(Proteger	a	excelência	de	pesquisa	relevante	em	nível	local)	
-	captou	minha	atenção.	Esse	princípio	indica	que	a	excelência	em	pesquisa	é	equacionada	
pelo	número	de	publicações	em	língua	inglesa,	 inclusive	com	diversos	países	instituindo	
metas	de	publicação	em	 journals	norte-americanos	de	alto	fator	de	impacto.	Porém,	isso	
é	problemático	nas	ciências	sociais	e	humanas,	uma	vez	que	muitas	pesquisas	realizadas	
nessas	áreas	possuem	maior	vinculação	com	demandas	locais.	A	pluralidade	e	a	relevância	
social	das	pesquisas	realizadas	nas	ciências	humanas	e	sociais	tende	a	ser	suprimida	em	
detrimento	da	produção	de	artigos	que	sejam	aceitos	em	journals	com	alto	fator	de	impacto,	
sendo	a	maioria	deles	do	norte	global.	É	necessário,	portanto,	que	se	invista	em	métricas	
que	considerem	publicações	de	pesquisas	de	excelência	em	nível	local.
Desde	2015,	quando	o	Manifesto	Leiden	foi	publicado,	pouco	parece	ter	se	avançado	
em	modificar	o	modo	como	se	avalia	produção	científica	mundialmente.	Isto	foi	abordado,	no	
início	de	fevereiro,	num	texto,	também	publicado	pela	Nature,	intitulado	“Let’s move beyond 
the rhetoric: It’s time to change how we judge research”,	de	autoria	de	Stephen	Curry	-	um	
professor	do	Imperia	College	London.	Nesse	texto,	Curry	cita	o	Manifesto	Leiden	e	demais	
declarações	favoráveis	à	mudança	nas	métricas	de	produção	científica	e	enfatiza:	“It is time 
to shift from making declarations to finding solutions”,	ou	seja,	está	na	hora	de	avançar,	de	
encontrar	soluções.	Quais	seriam	essas	soluções?	Difícil	de	responder	a	essa	pergunta.	
Curry,	no	texto	publicado	pela	Nature,	indica	que	é	necessário	identificar	e	publicizar	bons	
exemplos	de	avaliação	de	pesquisas	e	produções	acadêmicas.	Parece	que	seguimos	em	
busca	desses	exemplos.
Aqui	no	Brasil,	a	Coordenação	de	Aperfeiçoamento	de	Pessoal	de	Nível	Superior	
(CAPES)	é	a	fundação,	vinculada	ao	Ministério	da	Educação,	que	estabelece	critérios	para	
64UNIDADE IV Produção Textual
a	 avaliação	 dos	 programas	 de	 pós-graduação	stricto	sensu	 e,	 consequentemente,	 para	
a	avaliação	das	pesquisas	 realizadas	no	país.	De	acordo	com	o	Relatório	de	Avaliação	
Quadrienal	2017,	são	utilizados	cinco	critérios	para	a	avaliação	dos	programas:	proposta	
do	programa;	corpo	docente;	corpo	discente,	teses	e	dissertações;	produção	intelectual	e;	
inserção	social.
Embora	se	reconheça	os	esforços	da	CAPES	em	tornar	a	avaliação	menos	quan-
titativa,	 o	 quesito	 produção	 intelectual	 ainda	 é	 baseado	 em	 itens	 quantitativos,	 como	 o	
número	de	publicações	e	o	Qualis	CAPES	ou	Fator	de	Impacto	dos	periódicos	nos	quais	
tais	publicações	 foram	realizadas.	Ou	seja,	ainda	não	avançamos	ao	ponto	de	avaliar	a	
relevância	local	da	pesquisa.	Isso	porque,	pesquisas	com	relevância	local	podem	não	ser	
de	interesse	de	periódicos	mais	bem	colocados	no	Qualis	CAPES	e/ou	com	maior	Fator	
de	 Impacto.	Vale	 ressaltar,	ainda,	que	muitos	periódicos	mais	bem	colocados	no	Qualis	
CAPES	têm	publicado	seus	artigos	em	inglês	com	o	objetivo	de	internacionalização.	Não	
se	 trata	de	desconsiderar	 publicações	em	periódicos	 com	Qualis	CAPES	e/ou	Fator	 de	
Impacto	maiores.	Se	trata,	no	entanto,	de	não	considerar	exclusivamente	tais	publicações	
como	parâmetro	de	relevância	da	produção	científica.
A	busca	de	consideração	de	atividades	locais	relevantes	é	verificada	no	critério	5	
da	avaliação	CAPES	-	Inserção	social	-,	que	consiste,	“para	a	Área	de	Psicologia,	[…]	às	
ações	dos	Programas[…]	na	disseminação,	transferência	e/ou	aplicação	de	conhecimen-
tos	e	tecnologias	produzidas	pelos	programas	em	benefício	de	diferentes	setores	sociais,	
visando	minimizar	ou	solucionar	problemas	socialmente	relevantes.”	Veja	bem:	“problemas	
socialmente	relevantes”	e	não	pesquisas	relevantes	em	nível	local!
Exemplos	de	atividades	consideradas	no	quesito	inserção	social	são	consultorias	e	
assessorias	para	implantação	de	políticas	públicas,	cursos	de	extensão	para	profissionais	
e	público	em	geral,	programas	de	intervenções	junto	a	instituições	(e.g.,	escolas,	hospitais,	
conselho	tutelar)	e	eventos	de	divulgação	científica	para	público	técnico	e	geral.	É	percep-
tível,	portanto,	o	esforço	em	se	considerar	a	aplicação	e	a	transferência	do	conhecimento	
obtido	com	pesquisas	para	as	comunidades	locais.	E	isso	é	excelente!	A	ciência	precisa	
se	aproximar	cada	vez	mais	do	cotidiano!	Porém,	parece	que	ainda	não	se	encontrou	uma	
forma	de	avaliar	especificamente	a	pesquisa	relevante	em	nível	local.	Isso	porque	o	quesito	
inserção	social	avalia	outras	atividades	desenvolvidas	em	nível	local,	que	podem	(ou	não)	
ser	produto	de	pesquisas.
O	que	fazer,	então?	Sou	defensor	da	ideia	de	que	devemos	iniciar	grandes	mudan-
ças	com	pequenos	passos,	que	conduzirão	ao	objetivo	final.	E	devemos	começar	por	nós	
mesmos!	
Fonte:	Hohendorff	(2017,	on-line).
65UNIDADE IV Produção Textual
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	 Uma	 outra	 escrita	 acadêmica:	 ensaios,	 experiências	 e	
invenções
Autor:	Cristiana	Callai	e	Anelice	Ribetto
Ano:	2016
Editora:	Lamparina
Sinopse:	Se	há	um	fascínio	que	aprecio	no	exercício	da	escrita	
é	essa	indefinível	atração	para	transfigurar	a	vida,	expandindo	e	
deslocando	fluxos	de	pensamento,	em	uma	produção	existencial	
e	coletiva.	Se	esses	movimentos	não	desprezam	heranças,	tidas	
por	muitos	como	perdidas,	eles	também	não	correm	atrás	de	res-
postas	 certeiras,	 capazes	 de	 ir	matando	minutos,	 horas	 e	 dias,	
por	buscarem,	principalmente,	nas	entre	palavras	e	entrelinhas,	o	
que	mais	 faísca,	como	perplexidades	e	perguntas,	acendendo	a	
mais	importante	das	artes:	a	de	viver,	recriando-nos	e	recriando	a	
vida	em	interligações	viscerais,	sempre	efêmeras	e	 incessantes,	
sempre	potentes	para	nos	destruir,	 sem	eliminar	a	possibilidade	
de	nos	propor	recomeços.	Importa	ressaltar	que	esses	intervalos	
e	 questões	 que	 levantam	 poeiras	 e	 instalam	 desassossegos	 e	
esperanças	não	se	deixam	acomodar	com	equações	e	respostas	
silogísticas	e	tranquilizadoras.	Pelo	contrário,	uma	vez	postas	em	
movimento,	essas	interpelações	à	vida,	à	linguagem	e	à	educação	
desconhecem	os	caminhos	de	retorno	às	quietudes	de	um	ponto	
final	e	tanto	podem	subir	espiraladas	pelo	tempo,	como	se	perder	
nos	desertos	arenosos	da	vida,	ou,	em	um	momento	qualquer,	sem	
maiores	anúncios,	estourar	em	reminiscências	indagadoras:	o	que	
é	escrever?	Como	escrever	sem	nos	deixarmos	acimentar	pelos	
padrões	da	escrita	acadêmica?	Como	potencializar	a	vida	e	sua	
capacidade	de	diferir	e	criar	enquanto	pensamos,	conversamos,	
escrevemos,	vivemos?	(Prefácio	de	Célia	Linhares)
FILME/VÍDEO
Título:	Sem	limites
Ano:	2011
Sinopse:	 Eddie	 Morra	 (Bradley	 Cooper)	 sofre	 de	 bloqueio	 de	
escritor.	Um	dia,	ele	 reencontra	na	 rua	seu	ex-cunhado,	Vernon	
(Johnny	Whitworth),	que	lhe	apresenta	um	remédio	revolucionário	
que	permite	o	uso	de	100%	da	capacidade	 cerebral.	O	efeito	é	
imediato	em	Eddie,	pois	ele	passa	a	se	lembrar	de	tudo	que	já	leu,	
ouviu	ou	viu	em	sua	vida.	A	partir	de	então	ele	consegue	apren-
der	 outras	 línguas,	 fazer	 cálculos	 complicados	e	escrever	muito	
rapidamente,	mas	para	manter	este	ritmo	precisa	tomar	o	remédio	
todo	dia.	Seu	desempenho	chama	a	atenção	do	empresário	Carl	
Van	Loon	(Robert	De	Niro),	que	resolve	contar	com	sua	ajuda	para	
fechar	um	dos	maiores	negócios	da	história.
66
REFERÊNCIAS
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WINCH,	P.	G.;	NASCIMENTO,	S.	S.	Estudos	da	Língua(gem).	Vitória	da	Conquista:	,	2012.
69UNIDADE IV Produção Textual
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a)	aluno(a),
Neste	material,	busquei	 trazer	para	você	os	conceitos	de	comunicação	e	formas	
de	expressão	em	vários	âmbitos	e	aplicações.	Para	isso,	apontei	as	definições	do	que	é	
comunicação	e	como	ela	ocorre	nas	relações	interpessoais,	depois,	nas	unidades	finais,	
vimos	sobre	a	comunicação	e	as	formas	de	construção	de	texto,	seja	na	oralidade	ou	na	
escrita.	Espero	que	as	dúvidas	tenham	sido	sanadas	e	que	todas	as	informações	tenham	
chegado	até	você	de	maneira	didática	e	possível	de	compreensão.
Além	desses	conceitos,	 falamos	sobre	Comunicação	e	 interação	pela	 linguagem	
e	apontamos	os	elementos	de	interação	para	que	seja	possível	o	ato	comunicativo.	Vimos	
ainda	os	elementos	de	comunicação	e	conhecemos	os	aspectos	socioculturais	da	fala	e	da	
escrita.	Além	dos	aspectos	teóricos,	que	contribuíram	profundamente	para	o	entendimen-
to	dos	assuntos	aqui	abordados,	 trouxemos	exemplos	para	que	fosse	possível	a	melhor	
compreensão	de	como	a	comunicação	é	importante	e	como	fazê-la	corretamente	faz	toda	
a	diferenta	no	contexto	situacional.
As	unidades	III	e	IV	nos	mostraram	as	questões	formais	do	uso	da	língua	portugue-
sa,	trazendo	a	Frase	como	unidade	de	composição,	o	Texto	como	unidade	de	sentido	e	o	
Gênero	discursivo	como	produto	da	interação	verbal.
Finalizaremos	 nosso	 assunto	 sobre	 comunicação	 e	 expressão	 com	 o	 foco	 em	
produção	 textual,	 principiando	 pelos	 Critérios	 de	 textualidade,	 para	 que	 fosse	 possível	
entender	como	se	dá	a	construção	textual,	e	depois	partindo	para	os	aspectos	gerais	de	
textos	escritos	e	orais	da	esfera	acadêmica,	evidenciando	suas	características	e	respecti-
vas	diferenças.
A	partir	de	agora	acreditamos	que	você	já	está	preparado(a)	para	seguir	em	frente	
e	aplicar	os	conceitos	aprendidos	de	comunicação,	expressão	e	produção	textual,	seja	na	
oralidade,	na	escrita	acadêmica	ou	não.
	
Até uma próxima oportunidade. Muito obrigada!
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br/editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
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