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1 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CURSO DE MEDICINA LABORATÓRIO DE HABILIDADES E SIMULAÇÃO SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO Definição Conjunto de técnicas semiológicas visando avaliar a integridade/função do aparelho respiratório sendo importante instrumento para diagnóstico e conduta médica. Aspectos anatômicos Antes de iniciarmos o exame físico devemos ter noção de limites topográficos do tórax para podermos descrever possíveis alterações de forma precisa. Linhas anatômicas do tórax: Região anterior: 1. Linha médioesternal 2. Linha paraesternal 3. Linha hemiclavicular Região axilar: 1. Linha axilar anterior 2. Linha axilar média 3. Linha axilar posterior Região posterior: 1. Linha Vertebral 2. Linha Escapular 2 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 Outras referências anatômicas importantes: Ângulo esternal e T4 – bifurcação da traqueia. T7 - ângulo da escapula Na região anterior do tórax, a borda inferior do pulmão cruza a 6ª costela na linha hemiclavicular e a 8ª costela linha axilar media. Na região posterior, a borda inferior do pulmão situa-se aproximadamente ao nível do processo espinhoso de T10. Material Estetoscópio 1. Oliva: Posição correta - anteriorizada (seguindo o trajeto do meato auditivo). 2. Campânula – para sons de baixa frequência –B3 e B4. 3. Diafragma – para sons de alta frequência – B1e B2. Avaliação e preparo do paciente 1. Apresentar-se ao paciente. 2. Identificar corretamente o paciente, verificando o nome completo e o número do prontuário. 3. Explicar o procedimento e pedir autorização ao paciente para sua realização. 4. Fazer higienização das mãos. 5. Posicionamento do paciente: I. Exame da região anterior: 3 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 Posicionar o paciente sentado ou em decúbito dorsal. II. Exame da região posterior: Posicionar o paciente sentado à frente do examinador ou de pé em posição ereta. Em pacientes acamados o exame pode ser realizado em decúbito lateral. Técnica 1. Inspeção estática Forma do tórax: Atípica Globoso ou em Tonel Quereniforme = “peito de pombo” Peito Escavado = tórax em funil Cifoescoliose torácica Simetria: Íntima relação com o volume pulmonar de cada lado Abaulamento / Retrações Ginecomastia 4 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 Circulação colateral Cicatrizes Distribuição de pelos 2. Inspeção dinâmica Avaliação do padrão respiratório: Frequência respiratória: Eupneico - 12 a 20 irpm Taquipneico - >20 irpm Bradipneico - <12 irpm São exemplos de anormalidades na frequência e no ritmo respiratório: dispneia, respiração de Cheyne-Stokes, respiração de Kussmaul e respiração de Biot. Avaliar esforço respiratório (Uso de musculatura acessória): Tiragem intercostal Tiragem de fúrcula esternal Batimento de asa de nariz 3. Palpação Elasticidade 1. Posicionar-se lateralmente ao paciente que deve estar sentado Caso seja um paciente idoso, considerar o limite normal de até 24 irpm. 5 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 2. Apoiar as mãos do examinador em pontos diametralmente opostos (anteroposterior ou laterolateral) e efetuar pressão simétrica e simultânea. Expansibilidade 1. Ápice: I. Posicionar-se posteriormente ao paciente, que deve estar sentado eu em pé; II. Apoiar as mãos do examinador sobre o trapézio com os dedos em direção às clavículas e os polegares na parede posterior, na linha vertebral, formando uma prega cutânea; III. Pedir para o paciente inspirar profundamente e observar o afastamento dos dois polegares, que deve ser simétrico. 2. Terço Médio: I. Posicionar-se posteriormente ao paciente, que deve estar sentado ou em pé; II. Apoiar os polegares nas linhas paravertebrais, formando a prega cutânea, enquanto os outros dedos recobrem os arcos costais, aproximadamente no terço médio da caixa torácica; III. Pedir para o paciente inspirar profundamente e observar o afastamento dos dois polegares, que deve ser simétrico. 3. Base: I. Posicionar-se posteriormente ao paciente. II. Apoiar os polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais. III. Fazer uma prega cutânea com os polegares. IV. Pedir para o paciente inspirar profundamente e observar o afastamento dos dois polegares, que deve ser simétrico. Frêmito toracovocal (FTV) 6 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 1. Posicionar o paciente sentado. 2. Posicionar a mão do examinador espalmada sobre o tórax do paciente. A melhor sensação se obtém quando se coloca apenas a face palmar correspondente ao 2º, 3º e 4º quirodáctilos. 3. Solicitar que o paciente diga “33”. 4. Intercalando entre os hemitórax direito e esquerdo (em corda grega), com a mesma mão, examinando: Ápice pulmonar (mão em cunha na região supraclavicular); Região anterior (2º EIE, 2ºEID e 4ºEID); Região lateral – 3 andares; Região posterior: Pedir para o paciente “se abraçar”; Palpar do ápice até a base, delimitando a região inferior com a borda ulnar das mãos. 7 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 4. Percussão 1. Repousar o dedo médio da mão não dominante sobre o espaço intercostal; 2. Realizar a percussão do dedo médio da mão não dominante, com o dedo médio da dominante, flexionando o punho; 3. Percutir nos espaços intercostais (em corda grega), examinando: Ápice pulmonar (Exceção - percutir em cima da clavícula ou na região supraclavicular); Região anterior (2º EIE, 2ºEID e 4ºEID – verifica o lobo médio que é anterior); Região lateral; Região posterior (pedir para o paciente "se abraçar“/ percutir na linha escapular). Executa-se golpeando com a ponta do dedo médio da mão dominante a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio da mão não dominante. É aconselhável a execução de dois golpes seguidos secos e rápidos facilitando a aquisição do ritmo. Som normal: claro atimpânico. São exemplos de sons patológicos: timpânico, hipertimpânico e maciço. Ao se percurtir sob a concavidade do hemidiafragma direito, obtém-se um som maciço correspondente ao fígado. 8 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 5. Ausculta Auscultar nos mesmos locais da percussão de forma comparativa e em “corda grega”; Auscultar o ápice pulmonar na região supraclavicular; Pedir para o paciente "se abraçar" no exame da região posterior. Aconselha-se solicitar ao paciente que realize algumas inspirações profundas com a boca entreaberta e tussa algumas vezes. Som normal: Murmúrio vesicular universalmente audível sem ruídos adventícios. Ruídos adventícios: Ronco, Sibilo, Estertores (crepitantes e subcrepitantes). 9 Laboratório de Habilidades e Simulação Roteiro de Aula Prática 2017 Referências Bibliográficas 1. LOPEZ, M., MEDEIROS, L.Semiologia médica: as bases do diagnósticoclínico, Revinter, 2007. 2. PORTO, C. C. Semiologia médica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 3. BICKLEY, L. S. Bates Propedêutica Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 4. ROCCO, JR. Semiologia Médica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.