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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS 
ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU 
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA 
AULA 4 
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Seja bem-vindo à nossa quarta aula de português deste curso de 
exercícios para o MPU! 
Hoje estudaremos sintaxe da oração e do período e, ainda, 
compreensão, interpretação e tipologia textual. Faremos isso dividindo 
o conteúdo em três partes. Na primeira, estudaremos os termos da oração; 
na próxima, as orações em si mesmas; finalmente trataremos do texto. Os 
exercícios de provas anteriores estão igualmente separados. 
E por falar em “período” e “oração”, você se lembra de como 
identificar um(a)? Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os 
exemplos seguintes e responda ao que se pede. 
a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem? 
b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado. 
Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo 
acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou. 
Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo 
enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma 
informação satisfatória para a situação em que é utilizado. 
Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas 
frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo 
ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um 
enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto. 
O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo 
desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas: 
– Ai! 
– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro. 
As frases de maior complexidade normalmente se organizam a 
partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza 
ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração. 
 
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Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não 
há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal 
“está” e constitui a única oração do diálogo. 
A frase organizada em orações constitui o período, que 
pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado 
por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é 
marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por 
vírgula ou ponto e vírgula. Veja os exemplos: 
Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só 
oração). 
Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três 
orações). 
Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na 
segunda parte da aula, ao tratarmos das orações, será necessário 
estabelecer distinção entre período composto por coordenação, por 
subordinação e período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da 
oração. E só faz sentido falar deles quando estivermos diante de uma 
oração. 
TERMOS DA ORAÇÃO 
O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e 
resumida do que entendemos por termos da oração. 
TERMOS DA ORAÇÃO 
Essenciais 
1 - Sujeito 
2 - Predicado 
Integrantes 
1 – Complemento verbal 
2 – Complemento nominal 
3 – Agente da passiva 
Acessórios 
1 – Adjunto adverbial 
2 – Adjunto adnominal 
3 – Aposto 
 
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Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões 
de provas anteriores! 
Texto 1 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar 
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma 
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: 
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria 
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. 
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que 
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes 
relativos exercem a mesma função sintática. 
Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes 
relativos integram: 
(1) [que sinto] 
(2) [e que não gosta mais da gente]. 
 
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O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os 
pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de 
regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como 
termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (= 
aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração 
(3) [como se chama o]. 
O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa” 
presente na oração 
(4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais]. 
O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos 
termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva 
preferencialmente na ordem direta: 
(1.1) [sinto aquilo] 
(1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente] 
Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e 
“uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de 
objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”. 
Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca 
examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus 
correspondentes semânticos nas orações em que surgem. 
Resposta – Item errado. 
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido 
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz 
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, 
na segunda. 
 
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Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto 
adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa 
ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”. 
Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina 
de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal 
é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal 
“tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse 
tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo 
verbal é classificado de agente da passiva. Esse termo da oração surge 
sempre preposicionado. E no caso em análise, a preposição que o introduz é 
justamente a preposição “por”. 
Resposta – Item certo. 
Texto 2 
Canção do Ver (fragmento) 
1 Por viver muitos anos 
dentro do mato 
Moda ave 
4 O menino pegou 
um olhar de pássaro – 
Contraiu visão fontana. 
7 Por forma que ele enxergava 
as coisas 
Por igual 
10 como os pássaros enxergam. 
As coisas todas inominadas. 
Água não era ainda a palavra água. 
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. 
 
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As palavras eram livres de gramáticas e 
Podiam ficar em qualquer posição. 
16 Por forma que o menino podia inaugurar. 
Podia dar às pedras costumes de flor. 
Podia dar ao canto formato de sol. 
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a 
[palavra abelha e entrar dentro dela. 
Como se fosse infância da língua. 
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009)Em “Por viver muitos anos/dentro do 
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a 
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de 
modo nos períodos em que se insere. 
Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No 
primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que 
comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A 
compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período 
na forma direta: 
O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos 
dentro do mato. 
Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente 
indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por 
igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo. 
Pode, sem problema algum, ser substituída por igualmente. 
Resposta – Item errado. 
Texto 3 
 
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A diferença na linguagem 
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na 
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos 
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...) 
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma 
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos. 
Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração 
concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por 
exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito 
também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta, 
então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela. 
Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por 
sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não 
aparece materialmente expressa na mesma oração da qual o verbo “fazem” 
é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos” 
quem fazem uso dos acentos referidos no texto. 
A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como 
sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a 
presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do 
substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar 
assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção... 
Resposta – Item certo. 
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo 
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, 
 
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organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de 
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e 
analiticamente o mundo das superfícies. (...) 
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a 
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar 
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no 
desenvolvimento do texto. 
Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter 
nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê--
lo. Isso o faz lembrar algo? Sim, o aposto! Essa é a função sintática do 
trecho analisado. Facilitarei um pouco as coisas para você. 
Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um 
substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo, 
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em: 
a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso, 
escreveu vários livros. 
b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda. 
c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor 
salário, assistência médica e redução da carga horária. 
d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras 
alegres. 
e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo 
era paixão. 
O aposto também pode vir representado por uma oração 
(oração subordinada substantiva apositiva). 
 
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Só quero uma coisa: que vocês estudem. 
Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere 
(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da 
passiva, etc.). 
Ela, Dora, foi muitíssimo discreta. 
As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das 
propriedades. 
O aposto especificativo não vem marcado por sinais de 
pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é, 
normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo 
comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição. 
A cidade de Lisboa é linda. 
O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente. 
O mês de maio é o mês das noivas. 
Resposta – Item certo. 
 (...) 
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias 
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir 
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual 
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a 
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de 
haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que 
Pred. do Suj. 
Suj
 
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25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa 
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um 
governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 
28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...) 
Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado 
de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1 
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às 
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta. 
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego 
impessoal do verbo haver na forma “Há”. 
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro” 
exerce a função de sujeito. 
Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em 
construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o 
primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é, 
possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar 
com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é 
refletida no seu verbo auxiliar. 
Existirão oportunidades melhores. 
Hão de existir oportunidades melhores. 
Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado 
sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER 
empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também 
assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá 
invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente. 
Sujeito 
Sujeito Simples 
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Haverá oportunidades melhores. 
Há de haver oportunidades melhores. 
A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a 
expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo 
“faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das 
dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal: 
“...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...” 
Perceba que temos um caso de sujeito composto com três 
núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta. 
Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A. 
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no 
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava 
quatrocentas e noventa. (...) 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). 
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. 
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, 
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no 
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” 
(l. 1). 
Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser 
empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da 
oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca 
Objeto Direto 
Objeto Direto 
Sujeito Composto 
 
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examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU, 
primeira pessoa do singular e oculto no período. 
Resposta – Item errado. 
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência 
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, 
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a 
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações 
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento 
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais 
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as 
características próprias de cada uma das nossas múltiplas 
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma 
unidade na diversidade. 
(...) 
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. 
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). 
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito 
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações 
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7) 
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4). 
Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente, 
essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele 
complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente 
deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para 
que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você 
concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos 
 
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o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal 
“reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque. 
Resposta – Item certo. 
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste 
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo 
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das 
principais mudanças nas perspectivas para a economia 
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro 
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado 
em 6,2%. 
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se” 
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado. 
Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da 
oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa 
do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do 
processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças. 
É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos 
diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase, 
referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua 
indeterminação. 
A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o 
pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do 
sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países 
 
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africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação 
(Fica-se feliz em ambientes harmoniosos). 
Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE, 
isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do 
verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de 
ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o 
sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão 
“O consumo das famílias”. 
Resposta – Item errado. 
O avanço da publicidade na Internet 
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase 
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de 
usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por 
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na 
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado 
publicitário do país. 
Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do 
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se 
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de 
“elevação” (l. 2). 
Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que, 
conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que 
complementa seu valor semântico classifica-se como complemento 
nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”). 
Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao 
 
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substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou 
delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros 
adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e 
substantivo). 
A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o 
CN e não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas 
dicas importantes: 
I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio 
ou adjetivo é CN. 
Ela mora perto do curso. (CN) 
II. Substantivo concreto não admite CN. 
Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.) 
III. Todo termo que depende de substantivo abstrato 
será CN se a preposição não for de. 
A alegria na paz é infinita. (CN) 
IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado 
será CN quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e 
será ADJ. ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a 
origem do processo). 
A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que 
a expressão “da vacina” indica o que foi descoberto). 
A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – 
agora, o termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir). 
Resposta – Item errado. 
 
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(...) A democratização no século XX 
não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as 
chamadas sociedades ocidentais. 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida 
do queo texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a 
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16), 
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o 
sujeito da oração seja claramente identificado. 
Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do 
verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à 
preposição que o antecede: 
“Está na hora de a onça beber água.” (certo) 
“Está na hora da onça beber água.” (errado) 
Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo 
“atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução 
adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto 
adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há 
necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a). 
Resposta – Item errado. 
 (...) 
À luz desses entendimentos é que os direitos humanos 
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em 
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos, 
 
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que traduzem as transformações e os avanços históricos da 
16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma 
sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e 
contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 
19 de grupos sociais. 
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos. 
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações). 
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está 
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14) 
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14). 
Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o 
pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar 
aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 – 
“mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem. Res-
posta – Item errado. 
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez 
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre 
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável 
mudança de comportamento das autoridades municipais, que 
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. 
 (...) 
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 
19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA 
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado, 
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas 
 
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22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam 
caminhar até o trabalho. 
(...) 
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1) 
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito 
indeterminado. 
Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o 
sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo 
novamente: 
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja 
referência a outro termo anteriormente identificado. 
Telefonaram para você. 
Gritaram muito. 
b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação, 
intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos 
objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na 
terceira pessoa do singular: 
Ficou-se feliz. 
Vive-se bem. 
Gosta-se de você. 
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada 
 – bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com 
sujeito representado pelo termo “o vinho”). 
Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de 
ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se 
confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de 
 
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ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito, 
e não parte integrante do verbo. 
Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é 
o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no 
texto. 
Resposta – Item errado. 
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as 
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto 
adverbial de lugar deslocado. 
Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a 
utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso. 
Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de 
adjuntos adverbiais. 
Lembre-se de que adjunto adverbial denota as 
circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o 
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a 
forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é 
habitualmente desenvolvida pelas pessoas. 
Resposta – Item certo. 
 (...) 
A exposição das gestantes à poluição, em especial 
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do 
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes 
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e 
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar 
 
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das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias 
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...) 
35 O poluente associado à maior 
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono 
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima 
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar 
é questão que merece atenção urgente dos administradores 
40 públicos. 
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações). 
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no 
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de 
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma 
enumeração. 
Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados 
pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere 
a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo, 
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos – 
enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo 
“consequências” 
Resposta – Item certo. 
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro 
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a 
função de aposto. 
Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a 
veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de 
“monóxido de carbono”. 
 
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Resposta – Item certo. 
1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena 
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada 
sempre a construção de uma rede unificada de transportes 
4 como a única forma de assegurar a integridade do território. 
Todavia, foi somente após a Independência que começou a 
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com 
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao 
desenvolvimento econômico. Durante os governos do 
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros 
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de 
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a 
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à 
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente 
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o 
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um 
sistema nacional de comunicações e de que o 
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial 
para o alargamento da base econômica do país. (...) 
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). 
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se” 
indica sujeito indeterminado. 
Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar 
que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem 
 
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determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na 
casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um 
obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O 
termo sublinhado é o sujeito da locução verbal. 
Resposta – Item errado. 
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está 
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração: 
“número” (l.10). 
Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo 
número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central, 
nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele 
estão seus adjuntos adnominais. Vai aqui outra “colher chá”. 
Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve 
para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser 
expresso por: 
a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas. 
b) locução adjetiva: Era um homem de consciência. 
c) artigo: O mar era um lago sereno e azul. 
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua. 
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas. 
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe 
pelo rosto. 
Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado 
por mais de um adjunto adnominal: 
As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. 
 
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Núc. do ODNúc. do Suj. 
Núc. do ODNúc. do Suj. 
Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com 
predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para 
facilitá-lo a distinguir um e outro. 
Assim como o complemento nominal, o adjunto 
adnominal também é parte efetiva do mesmo termo que tem o 
substantivo como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome 
substantivo e perceber que o adjunto adnominal também desaparece: 
O novo método facilitou os alunos despreparados. 
Ele facilitou-os. 
A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do 
objeto: 
Sua atitude deixou seus amigos perplexos. 
Ela deixou-os perplexos. 
Resposta – Item certo. 
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o 
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença” 
(l.16). 
AA AA AA AA 
Suj. OD 
AA AA POD 
Suj. OD POD 
 
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Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo 
que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo 
abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente 
do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu 
complemento. 
Resposta – Item certo. 
ORAÇÕES 
Na segunda parte da aula, darei continuidade ao estudo sobre a 
sintaxe da oração e do período, mas agora com o foco voltado para a 
relação existente entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos 
sobre o que é uma oração e o que é um período. Lembra-se de que iniciei 
minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? 
Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler o que eu disse no 
princípio. Se precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, 
apostilas, resumos etc.). 
Você perceberá que o Cespe não está dando ênfase às 
nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao 
período. 
De início, você deve observar que as orações surgem 
organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou 
composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou 
uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta. 
Vive-se um momento social delicado. 
Os alunos continuam estudando. 
Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso 
em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade 
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas. 
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Eu vou à escola; você, à praia. 
A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o 
verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já 
que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, 
é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a 
coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o 
elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras 
palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, 
adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período. 
É necessário que vocês estudem. 
A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: 
“É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que a 
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo 
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde 
está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração 
(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque 
a frase na ordem direta: 
Que vocês estudem é necessário. 
Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: 
substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim: 
Isso é necessário. 
Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela 
oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha 
alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de 
subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”, 
tradutor da noção de posição abaixo, dependência. 
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Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem 
articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada. 
Eu disse que trabalho e estudo. 
As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”) 
subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o 
significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto 
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações 
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se 
à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, 
ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo. 
Orações Subordinadas
Substantivas 
1 – Subjetiva 
2 – Predicativa 
3 – Objetiva Direta 
4 – Objetiva Indireta 
5 – Completiva Nominal 
6 – Apositiva 
Adverbiais 
1 –Causal 
2 – Consecutiva 
3 – Condicional 
4 – Concessiva 
5 – Comparativa 
6 – Conformativa 
7 – Temporal 
8 – Proporcional 
9 – Final 
Adjetivas 
1 – Explicativa 
2 – Restritiva
Orações Coordenadas 
Sindéticas 
1 – Aditiva 
2 – Adversativa 
3 – Alternativa 
4 – Conclusiva 
5 – Explicativa 
Assindéticas
 
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Passemos aos exercícios. 
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
(...) 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece 
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período 
em que esse termo se apresenta. 
Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este 
item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é 
frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa (= 
que, porque, porquanto) ou conclusiva (= logo, pois, portanto, por 
conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso). Na maioria das vezes, 
dizemos que ela será explicativa quando surgir antes do verbo da oração a 
que pertence e conclusiva quando surgir depois dele e separada por vírgula. 
Não está errado; mas não é tudo, já que não devemos analisar uma oração 
simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a 
relação semântica estabelecida entre ela e outra. 
Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção 
de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se 
 
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dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias 
que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas 
estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas 
educacionais. 
Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é 
claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às 
conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, todavia. 
Resposta – Item errado. 
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem 
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de 
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu 
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais, 
formais e informais. (...) 
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações). 
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que” 
(l. 2) é adjetiva explicativa. 
Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de 
adjetivo restritivo ao substantivo “estatísticas”, restringindo seu alcance 
semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que 
se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas. 
Resposta – Item errado. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de 
 
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novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca 
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem 
 eliminar. (...) 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 
22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após 
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa. 
Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma 
característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um 
adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do 
texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se 
separá-la do termo a que se refere pela pontuação. 
Resposta – Item certo. 
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde 
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de 
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação 
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito 
 oficial. 
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. 
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não 
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima. 
Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, 
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de 
locais em que foram verificados problemas. 
 
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Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela 
conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com 
valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a 
causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a 
incoerência entre eles. 
Resposta – Item certo. 
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do 
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter 
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em 
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão 
de seu poder. (...) 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após 
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa. 
Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a 
natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se 
autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para 
expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”, 
representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui, 
a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial 
dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo 
sinal de pontuação. 
Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de 
vírgulas com orações subordinadas adjetivas. 
Resposta – Item certo. 
 
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(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores 
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles 
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase 
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 
19 sustentáveis”. (...) 
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações). 
25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que 
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de 
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva. 
Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou 
resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do 
elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas 
consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder-
se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante elesincorporarem 
os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da 
sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis. 
Resposta – Item certo. 
1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem 
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público 
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de 
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados 
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade 
civil quebra a polaridade entre público e privado. 
(...) 
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção 
 
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da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação 
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações). 
26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a 
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por 
qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto, 
Porquanto, Conquanto. 
Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos 
misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os 
três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações 
coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas. 
Não existe problema em tais substituições. Todavia (e esta é mais uma 
conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera 
significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir 
noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica 
concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este 
modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas: 
conquanto, ainda que, embora. 
Resposta – Item errado. 
Estamos diante de uma nova articulação entre 
vida pessoal e debate público, responsabilidade 
individual e coletiva, liberdade e solidariedade. 
4 A construção do indivíduo é inseparável da 
transformação social. A emergência da opinião pública 
coincide com a abertura de novos espaços para a 
7 formação e comunicação de opiniões. (...) 
Idem, ibidem. 
 
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27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical 
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a 
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula. 
Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é 
conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia 
atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo 
explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às 
alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre 
vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva, 
liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável 
da transformação social. 
Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que 
o Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os 
significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de 
confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas. 
Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui, 
denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se 
a “embora”). 
Resposta – Item errado. 
(...) A partir da 
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e 
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o 
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes 
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio 
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético 
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura 
 
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13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de 
literatura e de cultura. 
Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa 
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília: 
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações). 
28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do 
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l. 
13) por que amplia. 
Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e 
de cultura” encontra-se reduzida: sem conjunção que a introduza e com 
verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da preposição “para” pelo 
pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar” por “amplia” faz surgir 
oração desenvolvida: “...sua literatura representa uma cabal contribuição 
que amplia os conceitos de literatura e de cultura”. As duas formas estão 
gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a natureza adjetiva 
restritiva da primeira. 
Resposta – Item certo. 
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência, 
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns 
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de 
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para 
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os 
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 
7 Abraão. 
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados 
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999. 
 
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29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido 
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo 
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto. 
Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os 
aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o 
Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis 
significados trazidos por essa conjunção. 
O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação 
conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a 
estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de 
natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo 
pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original. 
Resposta – Item errado. 
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. (...) 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor 
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na 
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de 
 
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Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões 
temerárias e causavam grandes fracassos. 
Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o 
segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos” 
exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam refénsde sua própria 
coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão 
reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal 
conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi 
simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção 
causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito 
imperfeito do indicativo). 
Resposta – Item certo. 
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção 
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula 
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as 
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como 
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”. 
Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração 
adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a 
correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança 
proposta. 
Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda 
parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele 
que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases: 
Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será 
homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por 
 
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Oraç. Subord. Adj. Restritivas 
Oraç. Subord. 
Adj. Explicativas 
uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que 
necessariamente a frase se tornou incoerente. 
A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias, 
ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com 
elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples 
exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho. 
Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma 
viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de 
roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido 
uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso 
não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou 
começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz. Res-
posta – Item certo. 
Saiba mais sobre orações adjetivas. 
Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as 
orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas: 
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando, 
realçando, amplificando uma informação sobre ele. 
O jovem que estuda passa. 
O homem que luta vence. 
O homem, que é mortal, almeja a vida eterna. 
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. 
No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a 
verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não 
 
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sujeito 
sujeito 
constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): 
nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence 
(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não 
podem ser separadas do substantivo por vírgulas. 
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico 
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo 
a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não 
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas 
da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar 
alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo. 
Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas 
apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome 
relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome 
relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função 
sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função, 
o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele 
substitui (o antecedente). 
Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver 
definitivamente os problemas. 
Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os 
problemas.] 
Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por 
um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo 
(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são 
introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por 
 
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preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo, 
gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas. 
Essas são as idéias tão valorizadas por ele. 
Via-se um cartaz comunicando a falência. 
Nosso argumento foi o primeiro a cair. 
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos, 
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência 
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse 
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define 
10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos. 
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais 
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e 
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem 
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável. 
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida 
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações). 
32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do 
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior 
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: 
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...). 
Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva 
conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem 
impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o 
cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos 
iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva. 
 
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Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o 
que se declara no período anterior. 
Resposta – Item errado. 
 (...) 
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa 
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e 
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a 
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da 
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 
16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo 
significativo. 
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 
33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento 
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o 
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula. 
Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição, 
sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo 
melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito. 
Resposta – Item errado. 
1 O poder político é produto de uma convenção, não 
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente 
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus 
direitos naturais, consubstanciados na propriedade,na vida, 
na liberdade e em outros bens. (...) 
 
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Destarte, a razão da organização da sociedade, da 
16 formação do poder político e da construção do Estado é a 
conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de 
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais. 
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, 
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 
34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), 
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político 
e outras formas de poder. 
Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e 
“da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (= 
conforme postulava Aristóteles). 
Resposta – Item errado. 
Observação – O vocábulo “como” é apelidado de curinga, pois 
pode integrar orações que expressam diferentes valores semânticos. A 
propósito, vejamos o comportamento dele nas frases em que surge: 
1. VERBO: Eu como pouco. 
2. ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO: Como vai? 
3. ADVÉRBIO DE INTENSIDADE: Como chove! 
4. PREPOSIÇÃO ACIDENTAL (por = na qualidade de, com caráter 
de): Como professor ele é muito prudente. / É tido como sábio. 
5. PALAVRA EXPLICATIVA ( = a saber, assim, isto é): Teve boas notas 
em algumas matérias, como em Matemática, Geografia e História. 
6. PALAVRA DE REALCE (pode ser retirada da oração, sem prejuízo do 
sentido desta): Sentiu um como estalo na cabeça. / Assim é como se 
deve falar. 
 
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7. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL (= quando, logo que): O 
menino, como ouviu isto, levantou e correu! 
8. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL (= porque): Como estivesse 
doente, faltou à aula. 
9. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: O rapaz era preto como 
carvão. 
10. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONFORMATIVA (= conforme): 
Respondeu como devia. 
11. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: Vê como ele canta bem! 
/ Aposto como ele virá para o jantar. / Garanto como ele se 
apresentará bem. 
12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA (= e): “Assim Saul como Davi 
eram homens de grandes espíritos”. (Pe. Antônio Vieira) 
35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção 
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido 
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto. 
Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação 
da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante 
disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia 
conclusiva, tal como Assim sendo. 
Resposta – Item certo. 
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia 
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não 
necessariamente de mercado. De modo geral, a 
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, 
 
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assim como desigualdades sociais em geral não contribuem 
para a fixação de uma tradição democrática. (...) 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do 
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a 
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3). 
Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem 
valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma 
ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De 
modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está 
sendo considerado. 
Resposta – Item errado. 
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da 
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas 
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 
16 linguagem. (...) 
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 
37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e 
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois 
argumentos mutuamente excludentes. 
Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de 
argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da 
desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do 
estatuto que Rousseau confere à linguagem”. 
 
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Resposta – Item errado. 
38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original 
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi 
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos 
pela conjunção coordenativa nem. 
Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e 
significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada. Res-
posta – Item errado. 
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez 
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre 
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável 
mudança de comportamento das autoridades municipais, que 
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. 
(...) 
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 
39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após 
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração 
subordinada adjetiva explicativa. 
Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula 
constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo 
“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo 
não é separada pela vírgula. 
Resposta – Item certo. 
 
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Agora entramos na parte final da aula de hoje. Conforme 
anunciei, trataremos aqui de tipologia, compreensão e interpretação textual. 
É possível que você esteja exausto; mas não “entregue os 
pontos”. Seu esforço há de ser recompensado. 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
Tipologia textual designa uma espécie de sequência 
teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição 
(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). 
Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção. 
Obs.: Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) usa o termo 
“dissertação” em vez de “exposição” e “argumentação”, mas faz 
distinção entre o tipo argumentativo “strictu sensu” e o tipo não 
argumentativo “stricto sensu”. 
Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto 
expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e 
dissertação argumentativa). 
Cuidados para evitar envenenamentos 
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora 
do alcance das crianças; 
Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 
4 e leia a bula antes de consumi-los; 
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção 
ao seu prazo de validade; 
7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar 
qualquer medicamento; 
 
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Evite tomar remédio na frente de crianças; 
10 Não ingiranem dê remédio no escuro para que não haja 
trocas perigosas; 
Não utilize remédios sem orientação médica e com 
13 prazo de validade vencido; 
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; 
Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação 
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; 
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados 
despertam a atenção e a curiosidade natural das 
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 
22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora 
do alcance dos pequenos. 
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 
40. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas 
oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto 
narrativo. 
Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa 
como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à 
manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais 
empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo 
(“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a 
fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor 
dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento 
(você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no 
processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional. 
 
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Resposta – Item errado. 
1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de 
sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo 
como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento 
4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia 
de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da 
meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de 
7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica 
chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo 
das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola 
10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons 
profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por 
serem o que são e gostarem do que gostam. 
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações). 
41. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto 
de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade 
e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de 
forma pessoal. 
Comentário – É frequente o Cespe/UnB fazer esta afirmativa, portanto 
acostume-se com ela. De fato, o uso de primeira pessoa do singular (eu e 
suas formas correspondentes: me, mim, comigo) confere ao texto maior 
grau de subjetividade, pois revela a posição do narrador em relação ao que 
está sendo tratado. Também a opção pelo uso da primeira pessoa do plural 
(nós e formas correlatas: nos, conosco) pode denotar a intenção do autor 
em incluir o leitor na relação de pessoas que compartilham de sua opinião. 
O enunciador pode lançar mão de uma série de 
procedimentos por meio dos quais imprime sua marca no enunciado, seja 
 
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explicitamente, seja implicitamente. Essas marcas que deixam o enunciado 
mais subjetivo são os pronomes pessoais, as desinências verbais de pessoa, 
os pronomes possessivos e os pronomes de tratamento. 
Ele possui, além das possibilidades lexicais, escolhas 
sintáticas que propiciam, em princípio, dois tipos de formulações, a saber: o 
discurso subjetivo e o discurso objetivo. No primeiro, o enunciador se 
confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção 
enunciada, enquanto, no segundo, ele procura apagar qualquer vestígio de 
sua existência individual. 
Resposta – Item certo. 
42. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no 
meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam 
interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos 
gêneros próprios do discurso científico. 
Comentário – O discurso científico caracteriza-se, entre outros aspectos, 
pelo emprego de linguagem formal, objetiva e clara. Utiliza o padrão 
estabelecido nas gramáticas normativas. Dispensa gírias, figuras de 
linguagem e qualquer construção que denote ambigüidade ou ironia. Não é o 
caso do texto em análise, cujas expressões destacadas traduzem 
informalidade e se aproximam do universo coloquial, impróprio ao gênero 
científico. 
Resposta – Item certo. 
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
 
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menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. 
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou 
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles 
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo 
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma 
característica que as distingue das demais: elas são 
administradas por uma parceria entre o governo e uma 
19 associação formada por empresários da região. Os 
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas 
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é 
concedido bônus no salário. 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
43. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo 
textual narrativo ficcional. 
Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos 
contam a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos 
conhecimento acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de 
educação daquele Estado. O texto é dissertativo expositivo. 
Resposta – Item errado. 
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 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
GrupoMóvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
 
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O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
44. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características 
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. 
Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto 
informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de 
comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um 
assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um 
locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as 
informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este 
pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos 
propriamente ditos. 
Resposta – Item errado. 
Trabalho escravo: 
longe de casa há muito mais de uma semana 
1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação 
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel 
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil 
libertações de trabalhadores submetidos a condições 
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 
7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra 
 
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Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações 
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de 
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para 
trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, 
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca 
teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba 
nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir 
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma 
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em 
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de 
R$ 5 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 
45. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns 
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais 
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. 
Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se 
por meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos 
relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais 
relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto 
alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde, 
como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de 
trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do 
MTE. 
 
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Resposta – Item certo. 
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar 
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões 
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão 
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, 
fracos ou simplesmente estúpidos. 
16 Tão antigas como o conceito são as receitas para 
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão 
19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; 
terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 
22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de 
decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
 
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46. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a 
origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como 
narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente 
argumentativo. 
Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja, 
puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional. 
No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou 
caracterizam o conceito de “groupthinking”. 
Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos 
narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No 
segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia” 
e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por considerá-
lo indesejável. 
Resposta – Item certo. 
47. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-
9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso 
metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), 
“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o 
valor negativo e indesejável de groupthinking. 
Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o 
autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de 
vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem 
carga semântica negativa. 
Resposta – Item certo. 
 
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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
Passo agora a tratar de compreensão e interpretação de texto. É 
muito comum nas provas elaboradas pelo Cespe/UnB constarem itens que 
exigem conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos 
dedutivos e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se 
pretende com esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de 
assimilar e transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender, 
mas exigem atenção por parte dos candidatos. A instituição costuma fazer 
um “jogo de palavras” para tentar confundi-los. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores (...). 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p.757. 
48. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo 
“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice. 
Comentário – Morfologicamente, os artigos têm a propriedade de 
associarse a um substantivo, determinando ou indeterminado seu 
significado. De acordo com o contexto, após o vocábulo “uma” (artigo 
indefinido) deveria surgir o substantivo “esquisitice”, que, apesar da 
elipse, nos remete à palavra “esquisitices” (note que não há outro sub-
stantivo anterior). Resposta – Item certo. 
 Caro eleitor, 
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou 
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 
 
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4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, 
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a 
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 
7 Brasil como modelo nessa área. 
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 
República e dos governadores de alguns estados. O país, 
10 mais do que nunca, conta com você. 
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se 
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses 
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. 
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa 
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa 
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país 
e de seu estado. 
Você estará determinando o Brasil que teremos nos 
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu 
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a 
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento 
é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — 
está depositada a confiança em dias felizes. 
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a 
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de 
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude 
 
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para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor 
contribuição que você poderá dar a sua Pátria. 
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 
49. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa 
área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo 
eleitoral. 
Comentário – Note que, no final do primeiro parágrafo, o ministro Marco 
Aurélio faz comentário sobre a campanha política, o alto índice de 
comparecimento às urnas, a agilidade com que os votos foram contados e a 
segurança de que tivemos uma votação expressiva. É em relação ao 
processo eleitoral (“nessa área”) que o Brasil surge como modelo, nas 
palavras do ministro. 
Resposta: Item certo. 
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não 
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. 
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes 
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras 
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas 
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco 
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que 
até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e 
fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente 
10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto 
houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros. 
Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 
13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas. 
O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os 
 
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empresários se organizarem na defesa de seus interesses e 
16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade 
sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns 
internacionais. 
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações). 
50. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo 
“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”. 
Comentário – A expressão em destaque resgata a oração “obter 
financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial”, que integra a 
sequência de prioridades enumeradas no texto. 
Resposta – Item errado. 
1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que 
o sistema democrático exige a descentralização do poder. 
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 
4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos 
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao 
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 
7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também 
fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não 
signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 
10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem 
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse 
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 
13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. 
O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a 
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 
 
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16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre 
 os estados. 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
51. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações 
lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta. 
A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2). 
B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7). 
C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas 
também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8). 
D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10). 
Comentário – Em A, o pronome oblíquo átono “o” surge acompanhado de 
“l”, em virtude da ênclise formada com o verbo “associar”, que perde a letra 
“r” e recebe acento agudo no “a”, por se tratar de oxítona terminada em “a”. 
Em B, o vocábulo “deles” é composto pela preposição “de” 
(“fora de”) e pelo pronome pessoal do caso oblíquo tônico “eles”. Este 
retoma a expressão “comitês dos partidos”. 
Na alternativa C, há uma recuperação anafórica da expressão 
em destaque feita pelo emprego do pronome demonstrativo “isso”. 
Em D, a preposição “a” (que surge em decorrência da 
regência do verbo “dar” – transitivo direto e indireto) une-se ao pronome 
relativo “o qual” para retomar “o leitor múltiplo e bem identificado”. 
Resposta – Certo; certo; certo; errado – conforme o gabarito oficial. Mas a 
mim me pareceu que, na alternativa A, a referência é ao “poder” 
mencionado também na linha 5. Tenho a impressão de que a banca errou ao 
digitar “(l.2)”. 
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Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel— Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
 
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O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
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52. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir 
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” 
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma 
pessoa. 
Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os 
candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia 
alusão, provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da 
proximidade entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão. 
Portanto, prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele” 
retoma, de fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi 
dirigida. Mas o segundo emprego recupera “patrão”, personagem que 
aparece pela primeira vez na linha 6. 
Resposta – Item errado. 
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos 
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta 
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve 
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os 
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o 
 
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atendimento às demandas públicas da maior parte da 
população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 
10 formas de participação/representação. 
Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência 
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses 
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos 
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de 
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde 
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. 
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de 
todas as gerações ou ciclos possíveis. 
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. 
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 
53. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo 
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre 
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na 
base da ideia de democracia. 
Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que 
isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de 
reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de 
instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que 
haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por 
regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo 
pronome demonstrativo “isso”). 
Resposta – Item certo. 
 
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54. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, 
na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de 
coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”. 
Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior, 
subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve” 
mantém relações de coesão e de concordância. 
Resposta – Item errado. 
55. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na 
organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e 
resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da 
população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de 
participação/representação” (l.10). 
Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um 
governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e 
procedimentos claros. 
Resposta – Item errado. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. (..) 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
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56. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no 
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” 
(l.1). 
Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de 
uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, 
resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa 
controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa). 
Resposta – Item errado. 
 (...) 
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos 
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 
10 constituem indicadores de modernidade. 
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes 
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio 
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um 
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que 
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação 
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-
17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o 
 
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sujeitoimplícito da oração “dão mais valor a um modelo de 
desenvolvimento” (l.13-14). 
Comentário – Textualmente, o trecho “os que pensam assim” aponta para 
aqueles que não consideram “os carros de luxo que trafegam pelos bairros 
elegantes das capitais ou os telefones celulares” exemplos da modernidade. 
Eles são os que “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento”. 
Resposta – Item certo. 
Então, como está indo? As questões apresentadas até aqui 
expressam aquilo que o Cespe/UnB espera que você saiba. Porém ainda há 
mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações 
dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles! 
Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva 
Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem 
questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do 
candidato com base em argumentos dedutivos (“Depreende-se...”. “Conclui-
se...”) ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o enunciado pode ser um 
pouco diferente, ou não tão claro como tentei transmitir. Mas, em última 
análise, é isso mesmo o que a banca está querendo de você. Dependendo da 
abordagem, a sua resposta será diferente. A tabela abaixo certamente lhe 
será útil: 
Dedução Indução (inferência) 
Parte, geralmente, de uma verdade 
universal para se chegar a uma 
verdade particular ou singular. 
Geralmente, parte de enunciados 
particulares, singulares e, deles, 
infere-se um enunciado universal. 
Este método de raciocínio é válido Não fornece provas evidentes para a 
 
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quando suas premissas podem 
fornecer provas evidentes para 
uma conclusão. 
verdade de uma conclusão. Ela pode, 
apenas, fornecer alguns indícios. 
Em todo argumento dedutivo, a 
conclusão deve estar presente 
nas premissas. 
O grande problema do processo 
indutivo é seu caráter 
probabilístico. 
Os argumentos dedutivos são 
estéreis, não apresentam nenhum 
conhecimento novo. Assim como já 
está contida nas premissas, a 
conclusão nunca vai além delas. 
A indução pode ir além das 
premissas — por oferecer novas 
informações que as premissas não 
possuíam. 
Agora você deve responder às questões de provas do 
Cespe/UnB. 
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
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Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
58. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva 
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o 
trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração 
correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para 
ficar e eu fiquei” (l. 6-7). 
 
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Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho 
que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou 
impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4) 
mesmo depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso 
o correu há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários 
trabalhadores (l. 4) que, ao que tudo indica, estavam em condições 
semelhantes à de Jacaré. 
Resposta – Item errado. 
No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na 
Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as 
ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam. 
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a 
ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica. 
O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens 
doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, 
procurando recuperar a saúde. 
(...) 
Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações) 
59. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo 
filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do 
século passado. 
Comentário – O texto associa a circunstância de tempo indicada por “no 
princípio do século” a “um grupo de personagens doentes”. Naquela época, 
eles “se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde”. A 
obra literária encenada em Davos é de 1924, isto é, do século passado; 
porém 24 anos depois do seu início. 
Resposta – Item errado. 
 
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60. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro 
parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que 
todos eles paralisam o ser humano. 
Comentário – Subentender o que diz a banca examinadora neste item é 
desconsiderar completamente as evidências escritas no texto. Toda 
e qualquer inferência deve limitar-se às “pistas”, aos “rastros” encontrados 
no próprio texto, e não extrapolá-lo deliberadamente. Assim sendo, 
observe que as orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS “que nos 
paralisam” e “que nos mobilizam” limitam semanticamente o alcance dos 
substantivos “ansiedades” e “perplexidades”. Portanto podemos suben-
tender que existem certas ansiedades e perplexidades que não nos afetam 
como outras. Resposta – Item errado. 
Desenvolvimento, ambiente e saúde 
(...) 
O desenvolvimento, como processo de incorporação 
sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na 
16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das 
sociedades organizadas, tem sido reconhecido como 
ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 
19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar 
contra o objetivo comum, quando se baseia em valores, 
premissas e processos que interferem negativamente nos 
22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e 
 coletiva. 
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). 
 
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61. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a 
saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos 
ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um 
desenvolvimento sustentável. 
Comentário – Muito cuidado com este jogo de palavras que a banca 
examinadora faz para ludibriar os candidatos. Apenas a primeira parte da 
assertiva está correta. A saúde individual e coletiva guarda estreita relação 
com os ecossistemas, de modo que uma interferência neles causa reflexos 
nela. Apesar disso, a parte final do item traz uma construção sintática cujo 
teor semântico não encontra respaldo no texto original. Tomar as 
expressões “valores”, “premissas” e “processos” em oração adjetiva 
restritiva caracterizadora dos ecossistemas é admitir que há outros 
ecossistemas que não influenciam a saúde individual e coletiva. Note que, no 
período original, o substantivo “ecossistemas” é empregado em sentido 
amplo, não restrito. 
Resposta – Item errado. 
1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo 
banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que 
atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. 
4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares 
do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de 
toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 
7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de 
toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas 
que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo 
10 derramadas por navios durante o movimento de carga e 
descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de 
 
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pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 
13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos. 
Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações). 
62. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que, 
se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1), 
seus níveis de poluição não seriam tão altos. 
Comentário – Não há como sustentar o que a banca examinadora 
argumenta em nenhuma passagem do texto. Ele aponta causas 
contemporâneas para a poluição do Mar Mediterrâneo. Contribuem para esse 
tipo de raciocínio os verbos empregados no presente do indicativo. O fato de 
ele ser o “Berço da civilização ocidental” nada mais é do que outra 
característica daquele mar, sem qualquer relação direta com seu atual 
estado de conservação. 
Resposta – Item errado. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 
7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, 
de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si 
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. 
 
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Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos 
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo 
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou 
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
63. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação 
do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua 
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, 
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se 
submetem, quanto os que a ele resistem. 
Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios 
elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “ 
“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâm-
icas” (l 1-2)”; 
“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter 
negativo do poder (...), mas também ao seu caráter 
positivo” (l. 5-7); 
“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10); 
“Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos 
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo” 
(l. 12-15). 
Resposta – Item certo. 
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64. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o 
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente 
nas relações de opressão social. 
Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para 
sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao 
dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou 
repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, 
adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as 
evidências do próprio texto. 
Resposta – Item errado. 
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro 
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é 
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às 
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 
7 conflitantes. 
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos 
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 
10 constituem indicadores de modernidade. 
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes 
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio 
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um 
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que 
 
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pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação 
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
 econômicas. 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
65. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro 
de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não 
assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. 
Comentário – Inferir isso é desconsiderar completamente o que está dito 
nas linhas 2 e 3, por exemplo: “...o futuro de um país não é obra do acaso 
ou da fatalidade.” O autor é contundente quanto a isso. Além do mais, não é 
unânime a ideia de que a modernidade assegura (repare o verbo no 
presente, indicando um acontecimento real, concreto) um padrão de vida 
democrático a todos os seus cidadãos, como dá a entender a banca 
examinadora por meio da abordagem que faz. Repare que o texto (e sempre 
temos que nos reportar a ele) informa que, para alguns, a modernidade é 
evidenciada pela alta tecnologia, pelas belas construções e pelos 
deslumbrantes automóveis e, paraoutros, ela “seria” (repare agora o uso do 
subjuntivo, indicando apenas uma possibilidade, um fato ainda não 
estabelecido) o que o enunciado, em outras palavras, diz que ela já é. Res-
posta – Item errado. 
Entramos no último tópico desta seção da aula. Passo a tratar 
então de reescritura de texto (ou de parte dele). 
Reescritura de Texto 
 
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Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre 
a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei 
aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no 
concurso que você fará, só que com outra “roupagem”: a paráfrase. 
Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do 
texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para 
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer 
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras 
palavras, mas também com outra estruturação sintática. 
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão 
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram 
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na 
hora de parafrasear o texto original. 
Passemos à análise de questões do Cespe/UnB que envolvem 
esse assunto, o último desta aula. 
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem 
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de 
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com 
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, 
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, 
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas 
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não 
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por 
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta 
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. 
 
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13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando 
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; 
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 
16 a lei. 
(...) 
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 
66. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção 
gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o 
trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte 
forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. 
Comentário – No texto original, o verbo esquecer é empregado como 
transitivo indireto. Tem como sujeito toda a expressão “os discursos que 
ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta”. 
Seu objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo átono “me”, que – 
em virtude da existência de duas palavras atrativas – antecede o verbo, 
podendo ficar entre elas ou depois da última. Na nova redação, a ideia 
original foi preservada; contudo mudou-se a estruturação sintática da frase. 
Agora, o verbo utilizado é o esquecer-se, pronominal. O que funcionava 
anteriormente como sujeito tornou-se objeto indireto; e o antigo objeto 
indireto (“me”) transformou-se em parte integrante do verbo. Tudo de 
acordo com a perfeita correção gramatical e com o significado original do 
texto. 
Resposta – Item certo. 
 Caro eleitor, 
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou 
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 
 
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4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, 
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a 
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 
7 Brasil como modelo nessa área. 
 (...) 
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 
67. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a 
substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de 
inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que 
prejudica a coerência do texto. 
Comentário – Minha sugestão é que você reescreva, à parte, o trecho da 
forma que a banca sugere, sempre que possível e principalmente se tiver 
dificuldades em “visualizar” as modificações propostas. Então, mãos à obra! 
No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias. 
Além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma 
irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma 
tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e 
segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área. 
Agora, atente para o que a banca está dizendo. Ela 
argumenta que essa forma de reescritura causa “truncamento sintático” e 
prejuízo à “coerência do texto”. Em outras palavras, o Cespe/UnB alega que 
as modificações causam problemas quanto à correção gramatical e à 
preservação do sentido original das informações. Compare os dois modelos e 
constate que o texto continua coeso, correto e coerente. 
Resposta – Item errado. 
 (...) 
 
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10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, 
primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do 
que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, 
13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de 
corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a 
confiança dos investidores no país, governado por um 
16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições 
previstas para o fim do ano. 
Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações). 
68. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção 
gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração 
desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano. 
Comentário – Conhecimento sobre análise sintática é importante para a 
resolução deste item. Para ser mais didático, dividirei minha explicação em 
dois momentos: o primeiro sobre aposto, e o segundo sobre oração 
subordinada adjetiva explicativa. 
Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um 
substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo, 
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo. No texto original, ele 
é representado pela expressão “com eleições previstas para o fim do ano”. 
Note também que ele estabelece um nexo semântico de caráter 
explicativo com o substantivo a que se refere (“país”). Outra característica 
desse tipo de aposto é sua separação do substantivo por meio de uma 
vírgula. 
A alteração proposta no item analisado traz uma oração 
(observe a presença da locução verbal “são previstas”) também de caráter 
explicativo. Esta é introduzida pelo pronome relativo “cujas”, que, 
 
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semanticamente, estabelece uma relação de posse/dependência entre 
os substantivos “país” e “eleições”. 
Diante disso, não há nenhuma alteração na linha 
argumentativa (coerência) do texto original ao se proceder à substituição de 
um termo nominal de caráter explicativo (aposto) por outro de base verbal 
também de caráter explicativo (oração subordinada adjetiva 
explicativa). Em relação à correção gramatical,a alteração proposta 
respeita as normas da gramática normativa. 
Resposta – Item certo. 
Celular recebe ligação e relâmpago 
Não é recomendável usar telefones celulares durante 
tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas 
elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente. 
Os especialistas relataram o caso de uma menina de 
15 anos que usava o telefone em um parque quando foi 
eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos 
permanentes à saúde. 
O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde 
pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim, 
poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse 
Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino 
 Unido. 
Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida 
pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele 
humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado 
flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um 
 
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telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o 
flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos. 
Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações). 
Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à 
correção gramatical. 
69. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades, 
médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de 
telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas 
elétricas. 
Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre 
os celulares que atraem descargas elétricas e os que não os atraem. Isso 
ocorre por causa da utilização inoportuna da oração subordinada adjetiva 
“que (...) atraíam descargas elétricas”, que restringe o significado semântico 
de “telefones celulares”. Além disso, os médicos não fizeram o alerta, 
estando eles mesmos em uma circunstância de chuva. 
Resposta – Item errado. 
70. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram 
uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade, 
ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu, 
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 
Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a 
informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações 
feitas: 
 “Os especialistas relataram o caso de...” 
Os médicos mencionaram uma situação em que... 
 “A jovem sobreviveu...” 
 
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 Ela não morreu... 
“...mas teve danos permanentes à saúde.” 
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 
Resposta – Item certo. 
71. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou, 
também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela, 
altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo, 
tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover. 
Comentário – A correção gramatical é infringida. A utilização da conjunção 
subordinativa condicional “caso” obriga o verbo ser a flexionar-se no 
presente do subjuntivo: seja. É importante salientar que, se fosse 
empregada a conjunção subordinativa condicional se, a forma verbal “for” 
(futuro do subjuntivo) estaria também correta. 
Resposta: Item errado. 
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro 
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é 
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às 
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 
7 conflitantes. 
(...) 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
 
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72. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de 
estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho 
“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito 
intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático 
— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que 
preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade 
de sua argumentação. 
Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência, 
mas realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da 
reiteração da estrutura aludida. 
Resposta: Item certo. 
Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos. 
Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá 
dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas, 
principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu 
conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do MPU 
e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o que 
decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer 
mesmo trabalhar no Ministério Público da União, vá em frente! 
Bons estudos e que Deus o abençoe! 
Professor Albert Iglésia 
 
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
Texto 1 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar 
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma 
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: 
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria 
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. 
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que 
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes 
relativos exercem a mesma função sintática. 
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido 
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz 
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, 
na segunda. 
Texto 2 
Canção do Ver (fragmento) 
 
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1 Por viver muitos anos 
dentro do mato 
Moda ave 
4 O menino pegou 
um olhar de pássaro – 
Contraiu visão fontana. 
7 Por forma que ele enxergava 
as coisas 
Por igual 
10 como os pássaros enxergam. 
As coisas todas inominadas. 
Água não era ainda a palavra água. 
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. 
As palavras eram livres de gramáticas e 
Podiam ficar em qualquer posição. 
16 Por forma que o menino podia inaugurar. 
Podia dar às pedras costumes de flor. 
Podia dar ao canto formato de sol. 
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a 
[palavra abelha e entrar dentro dela. 
Como se fosse infância da língua. 
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do 
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a 
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de 
modo nos períodos em que se insere. 
Texto 3 
 
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A diferença na linguagem 
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na 
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos 
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...) 
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma 
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos. 
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo 
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, 
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de 
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e 
analiticamente o mundo das superfícies. (...) 
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a 
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar 
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no 
desenvolvimento do texto. 
 (...) 
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias 
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir 
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual 
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a 
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de 
 
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haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que 
25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa 
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um 
governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 
28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...) 
Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado 
de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1 
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às 
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta. 
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego 
impessoal do verbo haver na forma “Há”. 
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro” 
exerce a função de sujeito. 
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no 
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava 
quatrocentas e noventa. (...) 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). 
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. 
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, 
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no 
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” 
(l. 1). 
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência 
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, 
 
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4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a 
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações 
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento 
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais 
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as 
características próprias de cada uma das nossas múltiplas 
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma 
unidade na diversidade. 
(...) 
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. 
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). 
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito 
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações 
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7) 
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4). 
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste 
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo 
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das 
principais mudanças nas perspectivas para a economia 
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro 
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado 
em 6,2%. 
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se” 
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado. 
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O avanço da publicidade na Internet 
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase 
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de 
usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por 
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na 
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado 
publicitário do país. 
Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do 
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se 
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de 
“elevação” (l. 2). 
(...) A democratização no século XX não 
se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as 
chamadas sociedades ocidentais. 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida 
do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a 
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16), 
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o 
sujeito da oração seja claramente identificado. 
 (...) 
 
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À luz desses entendimentos é que os direitos humanos 
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em 
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos, 
que traduzem as transformações e os avanços históricos da 
16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma 
sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e 
contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 
19 de grupos sociais. 
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos. 
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações). 
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está 
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14) 
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14). 
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez 
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre 
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável 
mudança de comportamento das autoridades municipais, que 
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. 
 (...) 
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 
19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA 
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado, 
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas 
22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam 
caminhar até o trabalho. 
(...) 
 
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Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1) 
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito 
indeterminado. 
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as 
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto 
adverbial de lugar deslocado. 
 (...) 
A exposição das gestantes à poluição, em especial 
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do 
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes 
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e 
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar 
das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias 
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...) 
35 O poluente associado à maior 
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono 
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima 
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar 
é questão que merece atenção urgente dos administradores 
40 públicos. 
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações). 
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no 
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de 
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma 
enumeração. 
 
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16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro 
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a 
função de aposto. 
1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena 
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada 
sempre a construção de uma rede unificada de transportes 
4 como a única forma de assegurar a integridade do território. 
Todavia, foi somente após a Independência que começou a 
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com 
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao 
desenvolvimento econômico. Durante os governos do 
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação 
10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros 
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de 
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a 
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à 
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente 
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o 
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um 
sistema nacional de comunicações e de que o 
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial 
para o alargamento da base econômica do país. (...) 
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). 
 
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17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se” 
indica sujeito indeterminado. 
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está 
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração: 
“número” (l.10). 
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o 
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença” 
(l.16). 
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
(...) 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece 
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período 
em que esse termo se apresenta. 
 
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1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem 
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de 
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu 
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais, 
formais e informais. (...) 
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações). 
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que” 
(l. 2) é adjetiva explicativa. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de 
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca 
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem 
eliminar. (...) 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 
22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após 
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa. 
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde 
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de 
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação 
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito 
 oficial. 
 
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Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. 
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não 
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima. 
Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, 
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de 
locais em que foram verificados problemas. 
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do 
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter 
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em 
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão 
de seu poder. (...) 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após 
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa. 
(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores 
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles 
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase 
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 
19 sustentáveis”. (...) 
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações). 
25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que 
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de 
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva. 
 
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1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem 
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público 
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de 
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados 
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade 
civil quebra a polaridade entre público e privado. 
(...) 
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedadecivil e democracia: crise e reinvenção 
da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação 
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações). 
26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a 
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por 
qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto, 
Porquanto, Conquanto. 
Estamos diante de uma nova articulação entre 
vida pessoal e debate público, responsabilidade 
individual e coletiva, liberdade e solidariedade. 
4 A construção do indivíduo é inseparável da 
transformação social. A emergência da opinião pública 
coincide com a abertura de novos espaços para a 
7 formação e comunicação de opiniões. (...) 
Idem, ibidem. 
27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical 
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a 
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula. 
 
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(...) A partir da 
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e 
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o 
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes 
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio 
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético 
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura 
13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de 
literatura e de cultura. 
Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa 
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília: 
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações). 
28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do 
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l. 
13) por que amplia. 
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência, 
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns 
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de 
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para 
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os 
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 
7 Abraão. 
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados 
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999. 
29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido 
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo 
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto. 
 
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1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. (...) 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor 
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na 
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de 
Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões 
temerárias e causavam grandes fracassos. 
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção 
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula 
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as 
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como 
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”. 
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos, 
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência 
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse 
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define 
 
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10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos. 
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais 
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e 
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem 
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável. 
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida 
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações). 
32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do 
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior 
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: 
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...). 
 (...) 
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa 
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e 
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a 
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da 
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 
16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo 
significativo. 
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 
33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento 
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o 
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula. 
1 O poder político é produto de uma convenção, não 
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente 
 
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com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus 
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, 
na liberdade e em outros bens. (...) 
Destarte, a razão da organização da sociedade, da 
16 formação do poder político e da construção do Estado é a 
conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de 
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais. 
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, 
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 
34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), 
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político 
e outras formas de poder. 
35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção 
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido 
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto. 
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia 
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não 
necessariamente de mercado. De modo geral, a 
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, 
assim como desigualdades sociais em geral não contribuem 
para a fixação de uma tradição democrática. (...) 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
 
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36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do 
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a 
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3). 
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões dadesqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas 
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 
16 linguagem. (...) 
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 
37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e 
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois 
argumentos mutuamente excludentes. 
38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original 
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi 
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos 
pela conjunção coordenativa nem. 
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez 
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre 
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável 
mudança de comportamento das autoridades municipais, que 
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. 
(...) 
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 
 
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39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após 
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração 
subordinada adjetiva explicativa. 
Cuidados para evitar envenenamentos 
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora 
do alcance das crianças; 
Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 
4 e leia a bula antes de consumi-los; 
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção 
ao seu prazo de validade; 
7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar 
qualquer medicamento; 
Evite tomar remédio na frente de crianças; 
10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja 
trocas perigosas; 
Não utilize remédios sem orientação médica e com 
13 prazo de validade vencido; 
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; 
Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação 
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; 
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados 
despertam a atenção e a curiosidade natural das 
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 
22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora 
do alcance dos pequenos. 
 
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Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 
40. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas 
oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto 
narrativo. 
1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de 
sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo 
como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento 
4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia 
de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da 
meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de 
7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica 
chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo 
das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola 
10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons 
profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por 
serem o que são e gostarem do que gostam. 
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações). 
41. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto 
de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade 
e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de 
forma pessoal. 
42. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no 
meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam 
interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos 
gêneros próprios do discurso científico. 
 
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1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. 
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou 
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles 
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo 
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma 
característica que as distingue das demais: elas são 
administradas por uma parceria entre o governo e uma 
19 associação formada por empresários da região. Os 
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas 
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é 
concedido bônus no salário. 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
43. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo 
textual narrativo ficcional. 
 
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 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
 
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O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
44. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características 
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. 
Trabalhoescravo: 
longe de casa há muito mais de uma semana 
1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação 
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel 
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil 
libertações de trabalhadores submetidos a condições 
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 
7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra 
Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações 
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de 
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para 
trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, 
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca 
teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba 
 
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nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir 
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma 
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em 
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de 
R$ 5 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 
45. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns 
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais 
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. 
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar 
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões 
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão 
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, 
fracos ou simplesmente estúpidos. 
 
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16 Tão antigas como o conceito são as receitas para 
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão 
19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; 
terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 
22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de 
decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
46. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a 
origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como 
narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente 
argumentativo. 
47. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-
9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso 
metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), 
“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o 
valor negativo e indesejável de groupthinking. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores (...). 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 
48. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo 
“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice. 
 
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 Caro eleitor, 
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou 
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, 
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a 
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 
7 Brasil como modelo nessa área. 
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 
República e dos governadores de alguns estados. O país, 
10 mais do que nunca, conta com você. 
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se 
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses 
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. 
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa 
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa 
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país 
e de seu estado. 
Você estará determinando o Brasil que teremos nos 
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu 
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a 
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento 
 
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é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — 
está depositada a confiança em dias felizes. 
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a 
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de 
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude 
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor 
contribuição que você poderá dar a sua Pátria. 
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 
49. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa 
área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo 
eleitoral. 
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não 
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. 
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes 
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras 
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas 
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco 
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que 
até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e 
fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente 
10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto 
houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros. 
Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 
13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas. 
O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os 
empresários se organizarem na defesa de seus interesses e 
 
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16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade 
sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns 
internacionais. 
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações). 
50. (Cespe/TSE/AnalistaJudiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo 
“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”. 
1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que 
o sistema democrático exige a descentralização do poder. 
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 
4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos 
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao 
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 
7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também 
fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não 
signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 
10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem 
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse 
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 
13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. 
O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a 
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 
16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre 
os estados. 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
51. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações 
lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta. 
 
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A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2). 
B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7). 
C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas 
também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8). 
D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10). 
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
 
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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
52. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir 
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” 
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma 
pessoa. 
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos 
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta 
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve 
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os 
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o 
atendimento às demandas públicas da maior parte da 
 
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população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 
10 formas de participação/representação. 
Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência 
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses 
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos 
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de 
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde 
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. 
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de 
todas as gerações ou ciclos possíveis. 
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. 
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 
53. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo 
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre 
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na 
base da ideia de democracia. 
54. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, 
na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de 
coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”. 
55. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na 
organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e 
resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da 
 
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população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de 
participação/representação” (l.10). 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. (..) 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
56. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no 
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” 
(l.1). 
 (...) 
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos 
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 
10 constituem indicadores de modernidade. 
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes 
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio 
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um 
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que 
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação 
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
econômicas. 
 
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Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-
17) retoma,por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o 
sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de 
desenvolvimento” (l.13-14). 
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
antes? 
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
saiu? 
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
vaquinhas... 
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es-
tá 
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
 
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Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
Jacaré — Faz uns 30 anos. 
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
58. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva 
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o 
trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração 
correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para 
ficar e eu fiquei” (l. 6-7). 
No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na 
Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as 
ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam. 
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a 
ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica. 
O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens 
 
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doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, 
procurando recuperar a saúde. 
(...) 
Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações) 
59. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo 
filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do 
século passado. 
60. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro 
parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que 
todos eles paralisam o ser humano. 
Desenvolvimento, ambiente e saúde 
(...) 
O desenvolvimento, como processo de incorporação 
sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na 
16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das 
sociedades organizadas, tem sido reconhecido como 
ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 
19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar 
contra o objetivo comum, quando se baseia em valores, 
premissas e processos que interferem negativamente nos 
22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e 
 coletiva. 
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). 
61. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a 
saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos 
 
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ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um 
desenvolvimento sustentável. 
1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo 
banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que 
atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. 
4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares 
do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de 
toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 
7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de 
toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas 
que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo 
10 derramadas por navios durante o movimento de carga e 
descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de 
pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 
13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos. 
Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações). 
62. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que, 
se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1), 
seus níveis de poluição não seriam tão altos. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 
 
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7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, 
de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si 
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. 
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos 
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo 
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou 
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
63. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação 
do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua 
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, 
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se 
submetem, quanto os que a ele resistem. 
64. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o 
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente 
nas relações de opressão social. 
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro 
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é 
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às 
 
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vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 
7 conflitantes. 
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos 
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 
10 constituem indicadores de modernidade. 
Modernidadeseria assegurar a todos os habitantes 
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio 
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um 
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que 
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação 
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
65. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro 
de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não 
assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. 
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem 
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de 
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com 
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, 
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 
 
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7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, 
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas 
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não 
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por 
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta 
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. 
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando 
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; 
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 
16 a lei. 
(...) 
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 
66. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção 
gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o 
trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte 
forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. 
 Caro eleitor, 
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou 
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, 
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a 
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 
7 Brasil como modelo nessa área. 
 (...) 
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 
 
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67. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a 
substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de 
inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que 
prejudica a coerência do texto. 
 (...) 
10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, 
primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do 
que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, 
13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de 
corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a 
confiança dos investidores no país, governado por um 
16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições 
previstas para o fim do ano. 
Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações). 
68. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção 
gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração 
desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano. 
Celular recebe ligação e relâmpago 
Não é recomendável usar telefones celulares durante 
tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas 
elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente. 
Os especialistas relataram o caso de uma menina de 15 
anos que usava o telefone em um parque quando foi 
eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos 
permanentes à saúde. 
 
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O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde 
pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim, 
poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse 
Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino 
 Unido. 
Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida 
pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele 
humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado 
flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um 
telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o 
flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos. 
Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações). 
Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à 
correção gramatical. 
69. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades, 
médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de 
telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas 
elétricas. 
70. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram 
uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade, 
ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu, 
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 
71. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou, 
também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela, 
 
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altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo, 
tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover. 
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro 
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é 
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às 
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 
7 conflitantes. 
(...) 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 
72. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de 
estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho 
“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito 
intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático 
— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que 
preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade 
de sua argumentação. 
 
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GABARITO 
1. Item errado 
2. Item certo 
3. Item errado 
4. Item certo 
5. Item certo 
6. B 
7. Item errado 
8. Item certo 
9. Item errado 
10. Item errado 
11. Item errado 
12. Item errado 
13. Item errado 
14. Item certo 
15. Item certo 
16. Item certo 
17. Item errado 
18. Item certo 
19. Item certo 
20. Item errado 
21. Item errado 
22. Item certo 
23. Item certo 
24. Item certo 
25. Item certo 
26. Item errado 
27. Item errado 
28. Item certo 
29. Item errado 
30. Item certo 
31. Item certo 
32. Item errado 
33. Item errado 
34. Item errado 
35. Item certo 
36. Item errado 
37. Item errado 
38. Item errado 
39. Item certo 
40. Item errado41. Item certo 
42. Item certo 
43. Item errado 
44. Item errado 
45. Item certo 
46. Item certo 
47. Item certo 
48. Item certo 
49. Item certo 
50. Item errado 
51. Certo, certo, certo, errado (ler 
a ressalva) 
52. Item errado 
53. Item certo 
54. Item errado 
55. Item errado 
 
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56. Item errado 
57. Item certo 
58. Item errado 
59. Item errado 
60. Item errado 
61. Item errado 
62. Item errado 
63. Item certo 
64. Item errado 
65. Item errado 
66. Item certo 
67. Item errado 
68. Item Certo 
69. Item errado 
70. Item certo 
71. Item errado 
72. Item certo

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