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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 1 Seja bem-vindo à nossa quarta aula de português deste curso de exercícios para o MPU! Hoje estudaremos sintaxe da oração e do período e, ainda, compreensão, interpretação e tipologia textual. Faremos isso dividindo o conteúdo em três partes. Na primeira, estudaremos os termos da oração; na próxima, as orações em si mesmas; finalmente trataremos do texto. Os exercícios de provas anteriores estão igualmente separados. E por falar em “período” e “oração”, você se lembra de como identificar um(a)? Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e responda ao que se pede. a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem? b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado. Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou. Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma informação satisfatória para a situação em que é utilizado. Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto. O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas: – Ai! – Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro. As frases de maior complexidade normalmente se organizam a partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 2 Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal “está” e constitui a única oração do diálogo. A frase organizada em orações constitui o período, que pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por vírgula ou ponto e vírgula. Veja os exemplos: Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só oração). Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três orações). Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na segunda parte da aula, ao tratarmos das orações, será necessário estabelecer distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração. TERMOS DA ORAÇÃO O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e resumida do que entendemos por termos da oração. TERMOS DA ORAÇÃO Essenciais 1 - Sujeito 2 - Predicado Integrantes 1 – Complemento verbal 2 – Complemento nominal 3 – Agente da passiva Acessórios 1 – Adjunto adverbial 2 – Adjunto adnominal 3 – Aposto CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 3 Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões de provas anteriores! Texto 1 O que é o que é? 1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes relativos exercem a mesma função sintática. Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes relativos integram: (1) [que sinto] (2) [e que não gosta mais da gente]. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 4 O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (= aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração (3) [como se chama o]. O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa” presente na oração (4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais]. O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva preferencialmente na ordem direta: (1.1) [sinto aquilo] (1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente] Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e “uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”. Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus correspondentes semânticos nas orações em que surgem. Resposta – Item errado. 2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, na segunda. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 5 Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”. Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal “tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo verbal é classificado de agente da passiva. Esse termo da oração surge sempre preposicionado. E no caso em análise, a preposição que o introduz é justamente a preposição “por”. Resposta – Item certo. Texto 2 Canção do Ver (fragmento) 1 Por viver muitos anos dentro do mato Moda ave 4 O menino pegou um olhar de pássaro – Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava as coisas Por igual 10 como os pássaros enxergam. As coisas todas inominadas. Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 6 As palavras eram livres de gramáticas e Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar. Podia dar às pedras costumes de flor. Podia dar ao canto formato de sol. 19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a [palavra abelha e entrar dentro dela. Como se fosse infância da língua. Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. 3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009)Em “Por viver muitos anos/dentro do mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de modo nos períodos em que se insere. Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período na forma direta: O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos dentro do mato. Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo. Pode, sem problema algum, ser substituída por igualmente. Resposta – Item errado. Texto 3 CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 7 A diferença na linguagem 1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...) Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos. Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta, então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela. Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não aparece materialmente expressa na mesma oração da qual o verbo “fazem” é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos” quem fazem uso dos acentos referidos no texto. A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção... Resposta – Item certo. 1 Toda a questão do conhecimento, como desejo de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 8 organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 4 partir do que se deve denominar uma filosofia de superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e analiticamente o mundo das superfícies. (...) Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a 3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no desenvolvimento do texto. Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-- lo. Isso o faz lembrar algo? Sim, o aposto! Essa é a função sintática do trecho analisado. Facilitarei um pouco as coisas para você. Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo, especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em: a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso, escreveu vários livros. b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda. c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor salário, assistência médica e redução da carga horária. d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras alegres. e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo era paixão. O aposto também pode vir representado por uma oração (oração subordinada substantiva apositiva). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 9 Só quero uma coisa: que vocês estudem. Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere (sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da passiva, etc.). Ela, Dora, foi muitíssimo discreta. As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das propriedades. O aposto especificativo não vem marcado por sinais de pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é, normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição. A cidade de Lisboa é linda. O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente. O mês de maio é o mês das noivas. Resposta – Item certo. (...) 19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual 22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que Pred. do Suj. Suj CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 10 25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...) Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1 6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta. A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego impessoal do verbo haver na forma “Há”. B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro” exerce a função de sujeito. Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é, possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é refletida no seu verbo auxiliar. Existirão oportunidades melhores. Hão de existir oportunidades melhores. Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente. Sujeito Sujeito Simples CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 11 Haverá oportunidades melhores. Há de haver oportunidades melhores. A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo “faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal: “...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...” Perceba que temos um caso de sujeito composto com três núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta. Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A. 1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. (...) Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (l. 1). Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca Objeto Direto Objeto Direto Sujeito Composto CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 12 examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU, primeira pessoa do singular e oculto no período. Resposta – Item errado. 1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, 4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento 7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das nossas múltiplas 10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma unidade na diversidade. (...) Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). 8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7) complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4). Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente, essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 13 o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal “reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque. Resposta – Item certo. 1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se” (l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado. Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças. É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase, referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua indeterminação. A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 14 africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação (Fica-se feliz em ambientes harmoniosos). Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE, isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão “O consumo das famílias”. Resposta – Item errado. O avanço da publicidade na Internet 1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por 4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado publicitário do país. Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de “elevação” (l. 2). Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que, conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que complementa seu valor semântico classifica-se como complemento nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”). Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 15 substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e substantivo). A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas importantes: I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou adjetivo é CN. Ela mora perto do curso. (CN) II. Substantivo concreto não admite CN. Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.) III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN se a preposição não for de. A alegria na paz é infinita. (CN) IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ. ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do processo). A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que a expressão “da vacina” indica o que foi descoberto). A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir). Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 16 (...) A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida do queo texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16), deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à preposição que o antecede: “Está na hora de a onça beber água.” (certo) “Está na hora da onça beber água.” (errado) Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo “atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a). Resposta – Item errado. (...) À luz desses entendimentos é que os direitos humanos 13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 17 que traduzem as transformações e os avanços históricos da 16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 19 de grupos sociais. Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos. Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações). 12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14) retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14). Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 – “mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem. Res- posta – Item errado. 1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável mudança de comportamento das autoridades municipais, que passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. (...) É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado, pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 18 22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam caminhar até o trabalho. (...) Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1) indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito indeterminado. Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo novamente: a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a outro termo anteriormente identificado. Telefonaram para você. Gritaram muito. b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação, intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira pessoa do singular: Ficou-se feliz. Vive-se bem. Gosta-se de você. Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada – bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com sujeito representado pelo termo “o vinho”). Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 19 ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito, e não parte integrante do verbo. Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no texto. Resposta – Item errado. 14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto adverbial de lugar deslocado. Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso. Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de adjuntos adverbiais. Lembre-se de que adjunto adverbial denota as circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é habitualmente desenvolvida pelas pessoas. Resposta – Item certo. (...) A exposição das gestantes à poluição, em especial 16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e 19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 20 das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...) 35 O poluente associado à maior probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono 37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos. Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações). 15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração. Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo, especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos – enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo “consequências” Resposta – Item certo. 16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a função de aposto. Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de “monóxido de carbono”. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 21 Resposta – Item certo. 1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada sempre a construção de uma rede unificada de transportes 4 como a única forma de assegurar a integridade do território. Todavia, foi somente após a Independência que começou a se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com 7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Durante os governos do Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a 13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o 19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. (...) Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). 17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se” indica sujeito indeterminado. Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 22 determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O termo sublinhado é o sujeito da locução verbal. Resposta – Item errado. 18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração: “número” (l.10). Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central, nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele estão seus adjuntos adnominais. Vai aqui outra “colher chá”. Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser expresso por: a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas. b) locução adjetiva: Era um homem de consciência. c) artigo: O mar era um lago sereno e azul. d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua. e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas. f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe pelo rosto. Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por mais de um adjunto adnominal: As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 23 Núc. do ODNúc. do Suj. Núc. do ODNúc. do Suj. Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para facilitá-lo a distinguir um e outro. Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e perceber que o adjunto adnominal também desaparece: O novo método facilitou os alunos despreparados. Ele facilitou-os. A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do objeto: Sua atitude deixou seus amigos perplexos. Ela deixou-os perplexos. Resposta – Item certo. 19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença” (l.16). AA AA AA AA Suj. OD AA AA POD Suj. OD POD CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 24 Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu complemento. Resposta – Item certo. ORAÇÕES Na segunda parte da aula, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da oração e do período, mas agora com o foco voltado para a relação existente entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma oração e o que é um período. Lembra-se de que iniciei minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler o que eu disse no princípio. Se precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos etc.). Você perceberá que o Cespe não está dando ênfase às nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao período. De início, você deve observar que as orações surgem organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta. Vive-se um momento social delicado. Os alunos continuam estudando. Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade (coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 25 Eu vou à escola; você, à praia. A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período. É necessário que vocês estudem. A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: “É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que a primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo (“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração (“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque a frase na ordem direta: Que vocês estudem é necessário. Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim: Isso é necessário. Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”, tradutor da noção de posição abaixo, dependência. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 26 Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada. Eu disse que trabalho e estudo. As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”) subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo. Orações Subordinadas Substantivas 1 – Subjetiva 2 – Predicativa 3 – Objetiva Direta 4 – Objetiva Indireta 5 – Completiva Nominal 6 – Apositiva Adverbiais 1 –Causal 2 – Consecutiva 3 – Condicional 4 – Concessiva 5 – Comparativa 6 – Conformativa 7 – Temporal 8 – Proporcional 9 – Final Adjetivas 1 – Explicativa 2 – Restritiva Orações Coordenadas Sindéticas 1 – Aditiva 2 – Adversativa 3 – Alternativa 4 – Conclusiva 5 – Explicativa Assindéticas CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 27 Passemos aos exercícios. 1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. (...) Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período em que esse termo se apresenta. Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa (= que, porque, porquanto) ou conclusiva (= logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso). Na maioria das vezes, dizemos que ela será explicativa quando surgir antes do verbo da oração a que pertence e conclusiva quando surgir depois dele e separada por vírgula. Não está errado; mas não é tudo, já que não devemos analisar uma oração simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a relação semântica estabelecida entre ela e outra. Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 28 dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas educacionais. Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, todavia. Resposta – Item errado. 1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem distante das estatísticas que apontam para uma taxa de desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu 4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais, formais e informais. (...) O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações). 21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que” (l. 2) é adjetiva explicativa. Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de adjetivo restritivo ao substantivo “estatísticas”, restringindo seu alcance semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas. Resposta – Item errado. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 29 novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. (...) Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após “paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa. Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se separá-la do termo a que se refere pela pontuação. Resposta – Item certo. O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito oficial. Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. 23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não representa continuação coesa e coerente para o trecho acima. Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de locais em que foram verificados problemas. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 30 Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a incoerência entre eles. Resposta – Item certo. 1 Uma antiga preocupação dos legisladores do passado era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão de seu poder. (...) Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após “províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa. Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”, representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui, a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo sinal de pontuação. Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de vírgulas com orações subordinadas adjetivas. Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 31 (...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores 16 usuários na construção do plano, mas é importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...) Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações). 25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva. Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder- se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante elesincorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis. Resposta – Item certo. 1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de 4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade civil quebra a polaridade entre público e privado. (...) Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 32 da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações). 26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto, Porquanto, Conquanto. Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas. Não existe problema em tais substituições. Todavia (e esta é mais uma conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas: conquanto, ainda que, embora. Resposta – Item errado. Estamos diante de uma nova articulação entre vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva, liberdade e solidariedade. 4 A construção do indivíduo é inseparável da transformação social. A emergência da opinião pública coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...) Idem, ibidem. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 33 27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula. Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva, liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável da transformação social. Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que o Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas. Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui, denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se a “embora”). Resposta – Item errado. (...) A partir da 7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes 10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 34 13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de literatura e de cultura. Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações). 28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l. 13) por que amplia. Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e de cultura” encontra-se reduzida: sem conjunção que a introduza e com verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da preposição “para” pelo pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar” por “amplia” faz surgir oração desenvolvida: “...sua literatura representa uma cabal contribuição que amplia os conceitos de literatura e de cultura”. As duas formas estão gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a natureza adjetiva restritiva da primeira. Resposta – Item certo. 1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência, produz uma nova metafísica da vida humana: alguns salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de 4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão. Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 35 29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto. Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis significados trazidos por essa conjunção. O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original. Resposta – Item errado. 1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. (...) Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 36 Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos. Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos” exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam refénsde sua própria coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito imperfeito do indicativo). Resposta – Item certo. 31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”. Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança proposta. Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases: Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 37 Oraç. Subord. Adj. Restritivas Oraç. Subord. Adj. Explicativas uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que necessariamente a frase se tornou incoerente. A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias, ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho. Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz. Res- posta – Item certo. Saiba mais sobre orações adjetivas. Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas: restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando, realçando, amplificando uma informação sobre ele. O jovem que estuda passa. O homem que luta vence. O homem, que é mortal, almeja a vida eterna. Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 38 sujeito sujeito constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence (somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não podem ser separadas do substantivo por vírgulas. No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo. Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função, o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele substitui (o antecedente). Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver definitivamente os problemas. Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os problemas.] Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo (forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 39 preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas. Essas são as idéias tão valorizadas por ele. Via-se um cartaz comunicando a falência. Nosso argumento foi o primeiro a cair. (...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos, 7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define 10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos. Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e 13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem perceber, vamos construindo uma sociedade descartável. Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações). 32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: (...) profissionais, conquanto priorizamos (...). Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 40 Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o que se declara no período anterior. Resposta – Item errado. (...) Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e 13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo. Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula. Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição, sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito. Resposta – Item errado. 1 O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos naturais, consubstanciados na propriedade,na vida, na liberdade e em outros bens. (...) CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 41 Destarte, a razão da organização da sociedade, da 16 formação do poder político e da construção do Estado é a conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de modo que eles possam gozar os seus direitos naturais. Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político e outras formas de poder. Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e “da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (= conforme postulava Aristóteles). Resposta – Item errado. Observação – O vocábulo “como” é apelidado de curinga, pois pode integrar orações que expressam diferentes valores semânticos. A propósito, vejamos o comportamento dele nas frases em que surge: 1. VERBO: Eu como pouco. 2. ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO: Como vai? 3. ADVÉRBIO DE INTENSIDADE: Como chove! 4. PREPOSIÇÃO ACIDENTAL (por = na qualidade de, com caráter de): Como professor ele é muito prudente. / É tido como sábio. 5. PALAVRA EXPLICATIVA ( = a saber, assim, isto é): Teve boas notas em algumas matérias, como em Matemática, Geografia e História. 6. PALAVRA DE REALCE (pode ser retirada da oração, sem prejuízo do sentido desta): Sentiu um como estalo na cabeça. / Assim é como se deve falar. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 42 7. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL (= quando, logo que): O menino, como ouviu isto, levantou e correu! 8. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL (= porque): Como estivesse doente, faltou à aula. 9. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: O rapaz era preto como carvão. 10. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONFORMATIVA (= conforme): Respondeu como devia. 11. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: Vê como ele canta bem! / Aposto como ele virá para o jantar. / Garanto como ele se apresentará bem. 12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA (= e): “Assim Saul como Davi eram homens de grandes espíritos”. (Pe. Antônio Vieira) 35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção “Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto. Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia conclusiva, tal como Assim sendo. Resposta – Item certo. 1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a 4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 43 assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. (...) Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3). Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está sendo considerado. Resposta – Item errado. (...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...) Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e “mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois argumentos mutuamente excludentes. Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do estatuto que Rousseau confere à linguagem”. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 44 Resposta – Item errado. 38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos pela conjunção coordenativa nem. Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada. Res- posta – Item errado. 1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável mudança de comportamento das autoridades municipais, que passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. (...) Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após “autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração subordinada adjetiva explicativa. Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo “autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo não é separada pela vírgula. Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 45 Agora entramos na parte final da aula de hoje. Conforme anunciei, trataremos aqui de tipologia, compreensão e interpretação textual. É possível que você esteja exausto; mas não “entregue os pontos”. Seu esforço há de ser recompensado. TIPOLOGIA TEXTUAL Tipologia textual designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção. Obs.: Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) usa o termo “dissertação” em vez de “exposição” e “argumentação”, mas faz distinção entre o tipo argumentativo “strictu sensu” e o tipo não argumentativo “stricto sensu”. Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e dissertação argumentativa). Cuidados para evitar envenenamentos 1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los; Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 46 Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingiranem dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 40. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto narrativo. Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo (“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento (você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 47 Resposta – Item errado. 1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento 4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de 7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola 10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por serem o que são e gostarem do que gostam. Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações). 41. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de forma pessoal. Comentário – É frequente o Cespe/UnB fazer esta afirmativa, portanto acostume-se com ela. De fato, o uso de primeira pessoa do singular (eu e suas formas correspondentes: me, mim, comigo) confere ao texto maior grau de subjetividade, pois revela a posição do narrador em relação ao que está sendo tratado. Também a opção pelo uso da primeira pessoa do plural (nós e formas correlatas: nos, conosco) pode denotar a intenção do autor em incluir o leitor na relação de pessoas que compartilham de sua opinião. O enunciador pode lançar mão de uma série de procedimentos por meio dos quais imprime sua marca no enunciado, seja CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 48 explicitamente, seja implicitamente. Essas marcas que deixam o enunciado mais subjetivo são os pronomes pessoais, as desinências verbais de pessoa, os pronomes possessivos e os pronomes de tratamento. Ele possui, além das possibilidades lexicais, escolhas sintáticas que propiciam, em princípio, dois tipos de formulações, a saber: o discurso subjetivo e o discurso objetivo. No primeiro, o enunciador se confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção enunciada, enquanto, no segundo, ele procura apagar qualquer vestígio de sua existência individual. Resposta – Item certo. 42. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos gêneros próprios do discurso científico. Comentário – O discurso científico caracteriza-se, entre outros aspectos, pelo emprego de linguagem formal, objetiva e clara. Utiliza o padrão estabelecido nas gramáticas normativas. Dispensa gírias, figuras de linguagem e qualquer construção que denote ambigüidade ou ironia. Não é o caso do texto em análise, cujas expressões destacadas traduzem informalidade e se aproximam do universo coloquial, impróprio ao gênero científico. Resposta – Item certo. 1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 49 menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma 19 associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário. Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 43. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo textual narrativo ficcional. Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos contam a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos conhecimento acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de educação daquele Estado. O texto é dissertativo expositivo. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 50 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. GrupoMóvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 51 O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 44. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos propriamente ditos. Resposta – Item errado. Trabalho escravo: longe de casa há muito mais de uma semana 1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil libertações de trabalhadores submetidos a condições desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 52 Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de R$ 5 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 45. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se por meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde, como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do MTE. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 53 Resposta – Item certo. 1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. 16 Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento crítico e as visões alternativas à visão 19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 54 46. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo. Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja, puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional. No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou caracterizam o conceito de “groupthinking”. Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia” e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por considerá- lo indesejável. Resposta – Item certo. 47. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5- 9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e indesejável de groupthinking. Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem carga semântica negativa. Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 55 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Passo agora a tratar de compreensão e interpretação de texto. É muito comum nas provas elaboradas pelo Cespe/UnB constarem itens que exigem conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos dedutivos e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se pretende com esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de assimilar e transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender, mas exigem atenção por parte dos candidatos. A instituição costuma fazer um “jogo de palavras” para tentar confundi-los. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores (...). Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p.757. 48. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo “uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice. Comentário – Morfologicamente, os artigos têm a propriedade de associarse a um substantivo, determinando ou indeterminado seu significado. De acordo com o contexto, após o vocábulo “uma” (artigo indefinido) deveria surgir o substantivo “esquisitice”, que, apesar da elipse, nos remete à palavra “esquisitices” (note que não há outro sub- stantivo anterior). Resposta – Item certo. Caro eleitor, 1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 56 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. O país, 10 mais do que nunca, conta com você. Democracia é algo que lhe diz respeito e que se aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e de seu estado. Você estará determinando o Brasil que teremos nos 22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está depositada a confiança em dias felizes. 28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 31 quem realmente compreende a importância de sua atitude CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 57 para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor contribuição que você poderá dar a sua Pátria. Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 49. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo eleitoral. Comentário – Note que, no final do primeiro parágrafo, o ministro Marco Aurélio faz comentário sobre a campanha política, o alto índice de comparecimento às urnas, a agilidade com que os votos foram contados e a segurança de que tivemos uma votação expressiva. É em relação ao processo eleitoral (“nessa área”) que o Brasil surge como modelo, nas palavras do ministro. Resposta: Item certo. 1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes 4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco 7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente 10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros. Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas. O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 58 empresários se organizarem na defesa de seus interesses e 16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns internacionais. Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações). 50. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo “o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”. Comentário – A expressão em destaque resgata a oração “obter financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial”, que integra a sequência de prioridades enumeradas no texto. Resposta – Item errado. 1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o sistema democrático exige a descentralização do poder. Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 59 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre os estados. Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 51. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta. A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2). B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7). C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8). D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10). Comentário – Em A, o pronome oblíquo átono “o” surge acompanhado de “l”, em virtude da ênclise formada com o verbo “associar”, que perde a letra “r” e recebe acento agudo no “a”, por se tratar de oxítona terminada em “a”. Em B, o vocábulo “deles” é composto pela preposição “de” (“fora de”) e pelo pronome pessoal do caso oblíquo tônico “eles”. Este retoma a expressão “comitês dos partidos”. Na alternativa C, há uma recuperação anafórica da expressão em destaque feita pelo emprego do pronome demonstrativo “isso”. Em D, a preposição “a” (que surge em decorrência da regência do verbo “dar” – transitivo direto e indireto) une-se ao pronome relativo “o qual” para retomar “o leitor múltiplo e bem identificado”. Resposta – Certo; certo; certo; errado – conforme o gabarito oficial. Mas a mim me pareceu que, na alternativa A, a referência é ao “poder” mencionado também na linha 5. Tenho a impressão de que a banca errou ao digitar “(l.2)”. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 60 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel— Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 61 O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 52. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” (l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma pessoa. Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia alusão, provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da proximidade entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão. Portanto, prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele” retoma, de fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi dirigida. Mas o segundo emprego recupera “patrão”, personagem que aparece pela primeira vez na linha 6. Resposta – Item errado. 1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 62 atendimento às demandas públicas da maior parte da população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 10 formas de participação/representação. Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de todas as gerações ou ciclos possíveis. Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 53. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base da ideia de democracia. Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo pronome demonstrativo “isso”). Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 63 54. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”. Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior, subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve” mantém relações de coesão e de concordância. Resposta – Item errado. 55. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10). Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos claros. Resposta – Item errado. 1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 64 56. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” (l.1). Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa). Resposta – Item errado. (...) Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí- cio 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16- 17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 65 sujeitoimplícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (l.13-14). Comentário – Textualmente, o trecho “os que pensam assim” aponta para aqueles que não consideram “os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares” exemplos da modernidade. Eles são os que “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento”. Resposta – Item certo. Então, como está indo? As questões apresentadas até aqui expressam aquilo que o Cespe/UnB espera que você saiba. Porém ainda há mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles! Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do candidato com base em argumentos dedutivos (“Depreende-se...”. “Conclui- se...”) ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o enunciado pode ser um pouco diferente, ou não tão claro como tentei transmitir. Mas, em última análise, é isso mesmo o que a banca está querendo de você. Dependendo da abordagem, a sua resposta será diferente. A tabela abaixo certamente lhe será útil: Dedução Indução (inferência) Parte, geralmente, de uma verdade universal para se chegar a uma verdade particular ou singular. Geralmente, parte de enunciados particulares, singulares e, deles, infere-se um enunciado universal. Este método de raciocínio é válido Não fornece provas evidentes para a CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 66 quando suas premissas podem fornecer provas evidentes para uma conclusão. verdade de uma conclusão. Ela pode, apenas, fornecer alguns indícios. Em todo argumento dedutivo, a conclusão deve estar presente nas premissas. O grande problema do processo indutivo é seu caráter probabilístico. Os argumentos dedutivos são estéreis, não apresentam nenhum conhecimento novo. Assim como já está contida nas premissas, a conclusão nunca vai além delas. A indução pode ir além das premissas — por oferecer novas informações que as premissas não possuíam. Agora você deve responder às questões de provas do Cespe/UnB. Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 67 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 58. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para ficar e eu fiquei” (l. 6-7). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 68 Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4) mesmo depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso o correu há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários trabalhadores (l. 4) que, ao que tudo indica, estavam em condições semelhantes à de Jacaré. Resposta – Item errado. No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam. Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde. (...) Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações) 59. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do século passado. Comentário – O texto associa a circunstância de tempo indicada por “no princípio do século” a “um grupo de personagens doentes”. Naquela época, eles “se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde”. A obra literária encenada em Davos é de 1924, isto é, do século passado; porém 24 anos depois do seu início. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 69 60. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que todos eles paralisam o ser humano. Comentário – Subentender o que diz a banca examinadora neste item é desconsiderar completamente as evidências escritas no texto. Toda e qualquer inferência deve limitar-se às “pistas”, aos “rastros” encontrados no próprio texto, e não extrapolá-lo deliberadamente. Assim sendo, observe que as orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS “que nos paralisam” e “que nos mobilizam” limitam semanticamente o alcance dos substantivos “ansiedades” e “perplexidades”. Portanto podemos suben- tender que existem certas ansiedades e perplexidades que não nos afetam como outras. Resposta – Item errado. Desenvolvimento, ambiente e saúde (...) O desenvolvimento, como processo de incorporação sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na 16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das sociedades organizadas, tem sido reconhecido como ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar contra o objetivo comum, quando se baseia em valores, premissas e processos que interferem negativamente nos 22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e coletiva. Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br70 61. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um desenvolvimento sustentável. Comentário – Muito cuidado com este jogo de palavras que a banca examinadora faz para ludibriar os candidatos. Apenas a primeira parte da assertiva está correta. A saúde individual e coletiva guarda estreita relação com os ecossistemas, de modo que uma interferência neles causa reflexos nela. Apesar disso, a parte final do item traz uma construção sintática cujo teor semântico não encontra respaldo no texto original. Tomar as expressões “valores”, “premissas” e “processos” em oração adjetiva restritiva caracterizadora dos ecossistemas é admitir que há outros ecossistemas que não influenciam a saúde individual e coletiva. Note que, no período original, o substantivo “ecossistemas” é empregado em sentido amplo, não restrito. Resposta – Item errado. 1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. 4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo 10 derramadas por navios durante o movimento de carga e descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 71 pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos. Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações). 62. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que, se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1), seus níveis de poluição não seriam tão altos. Comentário – Não há como sustentar o que a banca examinadora argumenta em nenhuma passagem do texto. Ele aponta causas contemporâneas para a poluição do Mar Mediterrâneo. Contribuem para esse tipo de raciocínio os verbos empregados no presente do indicativo. O fato de ele ser o “Berço da civilização ocidental” nada mais é do que outra característica daquele mar, sem qualquer relação direta com seu atual estado de conservação. Resposta – Item errado. 1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 72 Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamente ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 63. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem. Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “ “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâm- icas” (l 1-2)”; “Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder (...), mas também ao seu caráter positivo” (l. 5-7); “O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10); “Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo” (l. 12-15). Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 73 64. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas relações de opressão social. Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as evidências do próprio texto. Resposta – Item errado. 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí- cio 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 74 pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 65. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. Comentário – Inferir isso é desconsiderar completamente o que está dito nas linhas 2 e 3, por exemplo: “...o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade.” O autor é contundente quanto a isso. Além do mais, não é unânime a ideia de que a modernidade assegura (repare o verbo no presente, indicando um acontecimento real, concreto) um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos, como dá a entender a banca examinadora por meio da abordagem que faz. Repare que o texto (e sempre temos que nos reportar a ele) informa que, para alguns, a modernidade é evidenciada pela alta tecnologia, pelas belas construções e pelos deslumbrantes automóveis e, paraoutros, ela “seria” (repare agora o uso do subjuntivo, indicando apenas uma possibilidade, um fato ainda não estabelecido) o que o enunciado, em outras palavras, diz que ela já é. Res- posta – Item errado. Entramos no último tópico desta seção da aula. Passo a tratar então de reescritura de texto (ou de parte dele). Reescritura de Texto CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 75 Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no concurso que você fará, só que com outra “roupagem”: a paráfrase. Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras, mas também com outra estruturação sintática. Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão (correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na hora de parafrasear o texto original. Passemos à análise de questões do Cespe/UnB que envolvem esse assunto, o último desta aula. 1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não 10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 76 13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei. (...) Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 66. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. Comentário – No texto original, o verbo esquecer é empregado como transitivo indireto. Tem como sujeito toda a expressão “os discursos que ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta”. Seu objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo átono “me”, que – em virtude da existência de duas palavras atrativas – antecede o verbo, podendo ficar entre elas ou depois da última. Na nova redação, a ideia original foi preservada; contudo mudou-se a estruturação sintática da frase. Agora, o verbo utilizado é o esquecer-se, pronominal. O que funcionava anteriormente como sujeito tornou-se objeto indireto; e o antigo objeto indireto (“me”) transformou-se em parte integrante do verbo. Tudo de acordo com a perfeita correção gramatical e com o significado original do texto. Resposta – Item certo. Caro eleitor, 1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 77 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área. (...) Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 67. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que prejudica a coerência do texto. Comentário – Minha sugestão é que você reescreva, à parte, o trecho da forma que a banca sugere, sempre que possível e principalmente se tiver dificuldades em “visualizar” as modificações propostas. Então, mãos à obra! No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias. Além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área. Agora, atente para o que a banca está dizendo. Ela argumenta que essa forma de reescritura causa “truncamento sintático” e prejuízo à “coerência do texto”. Em outras palavras, o Cespe/UnB alega que as modificações causam problemas quanto à correção gramatical e à preservação do sentido original das informações. Compare os dois modelos e constate que o texto continua coeso, correto e coerente. Resposta – Item errado. (...) CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 78 10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, 13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a confiança dos investidores no país, governado por um 16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições previstas para o fim do ano. Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações). 68. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano. Comentário – Conhecimento sobre análise sintática é importante para a resolução deste item. Para ser mais didático, dividirei minha explicação em dois momentos: o primeiro sobre aposto, e o segundo sobre oração subordinada adjetiva explicativa. Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo, especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo. No texto original, ele é representado pela expressão “com eleições previstas para o fim do ano”. Note também que ele estabelece um nexo semântico de caráter explicativo com o substantivo a que se refere (“país”). Outra característica desse tipo de aposto é sua separação do substantivo por meio de uma vírgula. A alteração proposta no item analisado traz uma oração (observe a presença da locução verbal “são previstas”) também de caráter explicativo. Esta é introduzida pelo pronome relativo “cujas”, que, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 79 semanticamente, estabelece uma relação de posse/dependência entre os substantivos “país” e “eleições”. Diante disso, não há nenhuma alteração na linha argumentativa (coerência) do texto original ao se proceder à substituição de um termo nominal de caráter explicativo (aposto) por outro de base verbal também de caráter explicativo (oração subordinada adjetiva explicativa). Em relação à correção gramatical,a alteração proposta respeita as normas da gramática normativa. Resposta – Item certo. Celular recebe ligação e relâmpago Não é recomendável usar telefones celulares durante tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente. Os especialistas relataram o caso de uma menina de 15 anos que usava o telefone em um parque quando foi eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos permanentes à saúde. O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim, poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino Unido. Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 80 telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos. Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações). Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à correção gramatical. 69. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades, médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas elétricas. Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre os celulares que atraem descargas elétricas e os que não os atraem. Isso ocorre por causa da utilização inoportuna da oração subordinada adjetiva “que (...) atraíam descargas elétricas”, que restringe o significado semântico de “telefones celulares”. Além disso, os médicos não fizeram o alerta, estando eles mesmos em uma circunstância de chuva. Resposta – Item errado. 70. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade, ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu, tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações feitas: “Os especialistas relataram o caso de...” Os médicos mencionaram uma situação em que... “A jovem sobreviveu...” CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 81 Ela não morreu... “...mas teve danos permanentes à saúde.” tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. Resposta – Item certo. 71. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou, também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela, altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo, tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover. Comentário – A correção gramatical é infringida. A utilização da conjunção subordinativa condicional “caso” obriga o verbo ser a flexionar-se no presente do subjuntivo: seja. É importante salientar que, se fosse empregada a conjunção subordinativa condicional se, a forma verbal “for” (futuro do subjuntivo) estaria também correta. Resposta: Item errado. 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. (...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 82 72. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade de sua argumentação. Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência, mas realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da reiteração da estrutura aludida. Resposta: Item certo. Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos. Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas, principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do MPU e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer mesmo trabalhar no Ministério Público da União, vá em frente! Bons estudos e que Deus o abençoe! Professor Albert Iglésia CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 83 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS Texto 1 O que é o que é? 1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes relativos exercem a mesma função sintática. 2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, na segunda. Texto 2 Canção do Ver (fragmento) CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 84 1 Por viver muitos anos dentro do mato Moda ave 4 O menino pegou um olhar de pássaro – Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava as coisas Por igual 10 como os pássaros enxergam. As coisas todas inominadas. Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. As palavras eram livres de gramáticas e Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar. Podia dar às pedras costumes de flor. Podia dar ao canto formato de sol. 19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a [palavra abelha e entrar dentro dela. Como se fosse infância da língua. Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. 3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de modo nos períodos em que se insere. Texto 3 CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPUPROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 85 A diferença na linguagem 1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...) Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos. 1 Toda a questão do conhecimento, como desejo de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 4 partir do que se deve denominar uma filosofia de superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e analiticamente o mundo das superfícies. (...) Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a 3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no desenvolvimento do texto. (...) 19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual 22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 86 haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que 25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...) Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1 6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta. A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego impessoal do verbo haver na forma “Há”. B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro” exerce a função de sujeito. 1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. (...) Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (l. 1). 1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 87 4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento 7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das nossas múltiplas 10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma unidade na diversidade. (...) Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). 8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7) complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4). 1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se” (l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 88 O avanço da publicidade na Internet 1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por 4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado publicitário do país. Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de “elevação” (l. 2). (...) A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16), deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. (...) CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 89 À luz desses entendimentos é que os direitos humanos 13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos, que traduzem as transformações e os avanços históricos da 16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 19 de grupos sociais. Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos. Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações). 12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14) retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14). 1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável mudança de comportamento das autoridades municipais, que passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. (...) É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado, pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas 22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam caminhar até o trabalho. (...) CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPUPROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 90 Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). 13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1) indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito indeterminado. 14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto adverbial de lugar deslocado. (...) A exposição das gestantes à poluição, em especial 16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e 19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...) 35 O poluente associado à maior probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono 37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos. Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações). 15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 91 16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a função de aposto. 1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada sempre a construção de uma rede unificada de transportes 4 como a única forma de assegurar a integridade do território. Todavia, foi somente após a Independência que começou a se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com 7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Durante os governos do Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação 10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a 13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o 19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. (...) Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 92 17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se” indica sujeito indeterminado. 18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração: “número” (l.10). 19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença” (l.16). 1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. (...) Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período em que esse termo se apresenta. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 93 1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem distante das estatísticas que apontam para uma taxa de desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu 4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais, formais e informais. (...) O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações). 21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que” (l. 2) é adjetiva explicativa. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. (...) Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após “paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa. O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito oficial. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 94 Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. 23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não representa continuação coesa e coerente para o trecho acima. Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de locais em que foram verificados problemas. 1 Uma antiga preocupação dos legisladores do passado era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão de seu poder. (...) Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após “províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa. (...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores 16 usuários na construção do plano, mas é importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...) Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações). 25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 95 1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de 4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade civil quebra a polaridade entre público e privado. (...) Miguel Darcy de Oliveira. Sociedadecivil e democracia: crise e reinvenção da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações). 26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto, Porquanto, Conquanto. Estamos diante de uma nova articulação entre vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva, liberdade e solidariedade. 4 A construção do indivíduo é inseparável da transformação social. A emergência da opinião pública coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...) Idem, ibidem. 27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 96 (...) A partir da 7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes 10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura 13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de literatura e de cultura. Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações). 28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l. 13) por que amplia. 1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência, produz uma nova metafísica da vida humana: alguns salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de 4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão. Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999. 29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 97 1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. (...) Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos. 31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”. (...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos, 7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 98 10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos. Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e 13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem perceber, vamos construindo uma sociedade descartável. Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações). 32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: (...) profissionais, conquanto priorizamos (...). (...) Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e 13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo. Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula. 1 O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 99 com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, na liberdade e em outros bens. (...) Destarte, a razão da organização da sociedade, da 16 formação do poder político e da construção do Estado é a conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de modo que eles possam gozar os seus direitos naturais. Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político e outras formas de poder. 35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção “Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto. 1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a 4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. (...) Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 100 36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3). (...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões dadesqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...) Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e “mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois argumentos mutuamente excludentes. 38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos pela conjunção coordenativa nem. 1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade 4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável mudança de comportamento das autoridades municipais, que passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão. (...) Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 101 39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após “autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração subordinada adjetiva explicativa. Cuidados para evitar envenenamentos 1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los; Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 102 Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 40. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto narrativo. 1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento 4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de 7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola 10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por serem o que são e gostarem do que gostam. Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações). 41. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de forma pessoal. 42. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos gêneros próprios do discurso científico. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 103 1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma 19 associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário. Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 43. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo textual narrativo ficcional. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 104 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 105 O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 44. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. Trabalhoescravo: longe de casa há muito mais de uma semana 1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil libertações de trabalhadores submetidos a condições desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 106 nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de R$ 5 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 45. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. 1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 107 16 Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento crítico e as visões alternativas à visão 19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 46. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo. 47. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5- 9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e indesejável de groupthinking. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores (...). Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 48. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo “uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 108 Caro eleitor, 1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. O país, 10 mais do que nunca, conta com você. Democracia é algo que lhe diz respeito e que se aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e de seu estado. Você estará determinando o Brasil que teremos nos 22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 109 é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está depositada a confiança em dias felizes. 28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 31 quem realmente compreende a importância de sua atitude para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor contribuição que você poderá dar a sua Pátria. Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). 49. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo eleitoral. 1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes 4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco 7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente 10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros. Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas. O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os empresários se organizarem na defesa de seus interesses e CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 110 16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns internacionais. Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações). 50. (Cespe/TSE/AnalistaJudiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo “o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”. 1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o sistema democrático exige a descentralização do poder. Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre os estados. Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 51. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 111 A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2). B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7). C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8). D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10). Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 112 Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 52. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” (l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma pessoa. 1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o atendimento às demandas públicas da maior parte da CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 113 população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 10 formas de participação/representação. Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de todas as gerações ou ciclos possíveis. Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 53. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base da ideia de democracia. 54. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”. 55. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 114 população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10). 1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 56. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” (l.1). (...) Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí- cio 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 115 Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16- 17) retoma,por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (l.13-14). Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes? Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu? Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei. Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas vaquinhas... Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa? Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada? Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda es- tá devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 116 Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? Jacaré — Faz uns 30 anos. Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir. O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, cerca de R$ 100 mil. Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 58. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para ficar e eu fiquei” (l. 6-7). No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam. Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 117 doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde. (...) Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações) 59. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do século passado. 60. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que todos eles paralisam o ser humano. Desenvolvimento, ambiente e saúde (...) O desenvolvimento, como processo de incorporação sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na 16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das sociedades organizadas, tem sido reconhecido como ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar contra o objetivo comum, quando se baseia em valores, premissas e processos que interferem negativamente nos 22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e coletiva. Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). 61. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 118 ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um desenvolvimento sustentável. 1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. 4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo 10 derramadas por navios durante o movimento de carga e descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos. Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações). 62. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que, se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1), seus níveis de poluição não seriam tão altos. 1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 119 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamente ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 63. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem. 64. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas relações de opressão social. 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 120 vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade. Modernidadeseria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí- cio 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, 16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 65. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. 1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 121 7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não 10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. 13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei. (...) Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 66. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. Caro eleitor, 1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área. (...) Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 122 67. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que prejudica a coerência do texto. (...) 10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, 13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a confiança dos investidores no país, governado por um 16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições previstas para o fim do ano. Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações). 68. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano. Celular recebe ligação e relâmpago Não é recomendável usar telefones celulares durante tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente. Os especialistas relataram o caso de uma menina de 15 anos que usava o telefone em um parque quando foi eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos permanentes à saúde. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 123 O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim, poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino Unido. Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos. Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações). Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à correção gramatical. 69. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades, médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas elétricas. 70. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade, ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu, tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde. 71. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou, também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela, CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 124 altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo, tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover. 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. (...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 72. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade de sua argumentação. CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 125 GABARITO 1. Item errado 2. Item certo 3. Item errado 4. Item certo 5. Item certo 6. B 7. Item errado 8. Item certo 9. Item errado 10. Item errado 11. Item errado 12. Item errado 13. Item errado 14. Item certo 15. Item certo 16. Item certo 17. Item errado 18. Item certo 19. Item certo 20. Item errado 21. Item errado 22. Item certo 23. Item certo 24. Item certo 25. Item certo 26. Item errado 27. Item errado 28. Item certo 29. Item errado 30. Item certo 31. Item certo 32. Item errado 33. Item errado 34. Item errado 35. Item certo 36. Item errado 37. Item errado 38. Item errado 39. Item certo 40. Item errado41. Item certo 42. Item certo 43. Item errado 44. Item errado 45. Item certo 46. Item certo 47. Item certo 48. Item certo 49. Item certo 50. Item errado 51. Certo, certo, certo, errado (ler a ressalva) 52. Item errado 53. Item certo 54. Item errado 55. Item errado CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS ANALISTA ADMINISTRATIVO DO MPU PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA AULA 4 www.pontodosconcursos.com.br 126 56. Item errado 57. Item certo 58. Item errado 59. Item errado 60. Item errado 61. Item errado 62. Item errado 63. Item certo 64. Item errado 65. Item errado 66. Item certo 67. Item errado 68. Item Certo 69. Item errado 70. Item certo 71. Item errado 72. Item certo