Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

0
 
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
CARLA BITENCOURT 
 
 
 
 
 
 
A DIPLOMACIA BRASILEIRA NOS GOVERNOS DE FERNANDO 
HENRIQUE CARDOSO E LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA A LUZ DO 
MERCOSUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tubarão 
2010 
 1
CARLA BITENCOURT 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DIPLOMACIA BRASILEIRA NOS GOVERNOS DE FERNANDO 
HENRIQUE CARDOSO E LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA A LUZ DO 
MERCOSUL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de graduação de Relações Internacionais 
da Universidade do Sul de Santa Catarina, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel. 
 
 
Orientadora: Profa. Gisele Vargas, Esp. 
 
 
 
Tubarão 
2010 
 2
CARLA BITENCOURT 
 
 
 
A DIPLOMACIA BRASILEIRA NOS GOVERNOS DE FERNANDO 
HENRIQUE CARDOSO E LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA A LUZ DO 
MERCOSUL 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso da graduação de Relações Internacionais da 
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, foi julgado adequado à obtenção do 
título de bacharel em Relações Internacionais e aprovado em sua forma final pelo curso 
de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina. 
Nota TCC: 8,0 
Nota final da disciplina: 8,55 
 
Tubarão, SC, 17 de novembro de 2010. 
Banca Examinadora: 
 
__________________________________________ 
Profª Orientadora: Gisele Vargas, Esp. 
 
__________________________________________ 
Profª examinadora: Milene Pacheco Kindermann, Dra. 
 
__________________________________________ 
Profª examinadora: Gabriela Cesa. 
 3
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 7 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 13 
2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .......................................................................... 13 
2.2. O ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS .................................................... 14 
2.3. ASPECTOS CONCEITUAIS DA DIPLOMACIA ......................................................... 16 
2.4. POLÍTICA EXTERNA E DIPLOMACIA ...................................................................... 19 
2.5 MERCOSUL .................................................................................................................... 22 
2.5.1 Aspectos históricos do bloco .......................................................................................... 22 
2.5.2. Objetivos do MERCOSUL .......................................................................................... 23 
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................... 26 
3.1. CARACTERÍSTICAS DOS GOVERNOS DE FHC A LUZ DO MERCOSUL .............. 26 
3.2. CARACTERÍSTICAS DOS GOVERNOS DE LULA A LUZ DO MERCOSUL ........... 30 
3.3 GOVERNOS DE FHC E LULA ...................................................................................... 38 
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 42 
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus pela dádiva da vida e pela família 
maravilhosa que tive. Vida esta trilhada com muitos obstáculos sendo que ele mesmo 
me deu força, coragem e perseverança para superá-los. 
Agradeço a meus queridos e amados pais, que hoje já não se encontram 
mais entre nós, mas que de onde estiverem estarão torcendo pelo meu sucesso e que em 
vida foram os principais colaboradores em minha vida, em meus estudos, em meus 
projetos e minhas realizações em geral. Sou grata pelo amor e compreensão deles. 
Agradeço a toda a minha família em geral que me apoiou nos momentos 
mais difíceis e me compreendeu nas horas em que tive que deixar a diversão de lado e 
tive que estudar para obter o sucesso desejado de minha futura carreira. 
Agradeço em especial a minha irmã Vera Lúcia, que como irmã me ajudou 
em todos os momentos de minha vida, será e é como uma mãe em minha vida. Foi uma 
amiga, irmã, mãe, companheira fiel e me repreendeu quando necessário, sempre 
pensando no meu melhor. 
Agradeço também a minha professora orientadora Gisele Vargas, que me 
ajudou nos momentos difíceis da vida e na confecção de meu trabalho de conclusão de 
curso. Soube elogiar, agradecer, orientar e corrigir o trabalho. Dedicou-se e empenhou-
se ao máximo para o sucesso da pesquisa. 
Agradeço a todos os meus amigos por me apoiarem, me compreenderem e 
me ajudaram nos mais variados momentos de minha vida. Amigos aqueles que estavam 
presentes em tempos de alegrias e de tristezas, que jamais serão esquecidos de minha 
memória. 
E por fim agradeço a Unisul e demais professores do curso de Relações 
Internacionais, pelos ensinamentos dados, pelas conversas, pelas dicas, pelo apoio em 
geral que dedicaram aos seus alunos. 
 
 
 
 5
RESUMO 
 
O presente estudo que tem por tema analisar a diplomacia brasileira nos governos de 
Fernando Henrique Cardoso (FHC) e nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) 
em relação ao MERCOSUL e tem como problema de pesquisa identificar as estratégias 
de condução da diplomacia brasileira adotadas nos governos de FHC e Lula em relação 
ao MERCOSUL. Sendo como objetivo geral analisar a atuação destes Presidentes em 
relação ao bloco regional econômico MERCOSUL, destacando a diplomacia brasileira 
adotada por cada Chefe de Estado. Na revisão bibliográfica serão abordado os aspectos 
conceituais de diplomacia, política externa, Estado, governo, os aspectos históricos do 
MERCOSUL e seus respectivos objetivos. No capítulo de apresentação e análise de 
dados será elencado uma análise da condução da diplomacia dos Presidentes, FHC e 
Lula, no âmbito do MERCOSUL, por fim realizar um comparativo entre os respectivos 
Presidentes. Ao final da respectiva pesquisa será realizado a conclusão e as 
recomendações sobre o tema e será exposto o resultado do estudo. 
 
Palavras-chave: Diplomacia. MERCOSUL. Lula. FHC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6
ABSTRATC 
 
The present study has as theme to examine the diplomacy in the Brazilian government 
of Fernando Henrique Cardoso (FHC) and the government of Luiz Inacio Lula da Silva 
(Lula) in relation to MERCOSUR and has as research problem to identify the 
conduction strategies of brazilian diplomacy adopted in FHC and Lula in relation to 
MERCOSUR. The main goal is to analyze the performance of these Presidents in 
relation to economic regional bloc MERCOSUR, noting each Brazilian diplomacy 
strategy adopted by each leader. At bibliography it will be discussed the definition of 
diplomacy, foreign policy, state government, the historical aspects of MERCOSUR and 
their respective goals. The data analysis and presentation chapter will review the 
conduct of Presidents FHC and Lula diplomacy, in the MERCOSUR, in order to create 
a comparison between the respective Presidents. The end of the research will be 
conducted to a conclusion and recommendations on the subject and the research result 
will be exposed. 
 
Keywords: Diplomacy. MERCOSUR. Lula. FHC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7
1. INTRODUÇÃO 
 
O tema deste estudo é analisar as estratégias de condução da diplomacia 
brasileira adotadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1995-2002) e 
nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) (2003-2010) em relação ao 
MERCOSUL. 
Por diplomacia entende-se que é o conjunto de pessoas, de instituições e de 
práticas pelas quais se materializam as escolhas do Chefe de Estado, no domínio das 
relações internacionais, incluindo, portanto o corpo de diplomatas, as delegações em 
países estrangeiros e em organizações intergovernamentais, embaixadas,consulados e 
outros organismos de representação do Estado no exterior. (MOITA, 2007). 
Diferentemente da diplomacia a política externa, que é o conjunto de 
objetivos políticos que um determinado Estado almeja alcançar nas suas relações 
internacionais com o mundo, é planejada e organizada de forma que visa proteger os 
interesses nacionais do país, tais como sua segurança nacional e prosperidade 
econômica. (SILVA et al, 2003). 
A diplomacia é um segmento da política externa, sendo esta adotada pelo 
Chefe de Estado e seu ministro de Relações Exteriores para determinar as ações a serem 
efetuadas nas Relações Internacionais. Portanto, a diplomacia é como essas ações serão 
planejadas e executadas pelos diplomatas e demais instituições responsáveis por tais 
procedimentos. 
Vale ressaltar que a atuação da diplomacia e da política externa sempre 
estiveram presentes nas relações transfronteiriças, no entanto, a diplomacia é exercida 
pelo corpo diplomático do governo que considera que o MERCOSUL tem se tornado 
uma das prioridades nas últimas décadas. 
Cabe, nesse contexto, lembrar que o MERCOSUL foi constituído através do 
Tratado de Assunção em 26 de março de 1991, sendo composto pelo Brasil, Uruguai, 
Paraguai e Argentina, que na ocasião acordaram ampliar as dimensões dos seus 
mercados nacionais, com base na premissa de que a integração constitui condição 
fundamental para acelerar o processo de desenvolvimento econômico e social de seus 
povos. (BRASIL, 2010a). 
 8
O bloco econômico MERCOSUL tem como objetivo a formação de um 
mercado comum entre seus Estados-Partes, primando pela livre circulação de bens, 
serviços e fatores de produção entre os países do bloco, o estabelecimento de uma tarifa 
externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em relação a terceiros 
Estados. (BRASIL, 2010a). 
No governo de FHC ficou compreendido, por seu corpo diplomático, que o 
MERCOSUL era uma base possível para a integração econômica da América do Sul 
com o mundo, e que o mesmo conduziria ao fortalecimento das relações econômicas na 
região e para além dela. Entretanto, houve a fragilização do MERCOSUL, devido ao 
fato de serem deixados de lado os aspectos estratégicos e sociais de integração entre os 
Estados membros do bloco, sendo a diplomacia brasileira direcionada com foco 
excessivo na dimensão do livre comércio. De forma geral, percebe-se que os temas 
econômicos e comerciais se sobrepuseram na era FHC sobre a agenda do MERCOSUL. 
(FOLHA, 2010a). 
Em contrapartida, no governo Lula o seu corpo diplomático elegeu o 
MERCOSUL como uma prioridade da diplomacia brasileira, tendo em vista que as 
grandes potências mundiais, tais como União Europeia, Estados Unidos da América, 
China, dentre outros, constituíram seus próprios blocos regionais para fortalecer a 
capacidade de integração entre si. 
Ressalta-se que nesses blocos, que reúnem as grandes potências mundiais, 
os países participantes possuem interesses em comum, tais como garantir as melhores 
condições de livre comércio entre os países membros, reduzir as desigualdades sociais e 
econômicas entre as regiões, fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase 
de crescimento, dentre outros objetivos. Com a adoção dessas ações e de outras, dentro 
do bloco, o mesmo se torna fortalecido na esfera internacional, ampliando a capacidade 
de negociação em fóruns internacionais. 
Em virtude dos históricos desses blocos econômicos, Lula adotou planos 
para o reforço e aprofundamento do MERCOSUL que foi apresentado aos demais 
países integrantes, ou seja, ao Paraguai, à Argentina e ao Uruguai. Tais planos tratam da 
implementação de normas já adotadas e a finalização de um conjunto de outras ações e 
medidas, já negociadas anteriormente, ao seu governo, tais como a coordenação de 
políticas macroeconômicas, a criação de uma moeda comum entre os países do bloco e 
 9
ações para integração profunda dos países na constituição do mercado comum. Este é o 
principal objetivo defendido pelos países membros. (ALMEIDA, 2005) 
Lula ressaltou, diversas vezes, a importância estratégica do MERCOSUL 
para o seu governo, pois poderia constituir uma espécie de base material para a união 
política da América do Sul. Para Lula, os temas sociais e políticos assumiram a 
precedência no processo de integração do bloco. Na sua gestão governamental houve o 
fortalecimento e expansão do bloco MERCOSUL, com ênfase nos aspectos estratégicos 
e sociais do processo de integração. (ALMEIDA, 2005) 
Analisando os aspectos acima destacados, tanto nos governos de FHC, 
quanto nos governos de Lula, os chefes de Estado conduziram à diplomacia brasileira de 
forma diferenciada. Nesse sentido o projeto busca resposta para a seguinte pergunta de 
pesquisa: Quais as estratégias de condução da diplomacia brasileira adotadas no 
governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e no governo de Luiz Inácio Lula da 
Silva (Lula) em relação ao MERCOSUL? 
O presente trabalho tem como objetivo geral distinguir a condução da 
diplomacia brasileira dos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio 
Lula da Silva (Lula) em relação ao bloco regional econômico MERCOSUL. 
Como objetivos específicos, apresentam-se: compreender os aspectos 
conceituais da diplomacia, da política externa, diferenciação entre governo e Estado, 
analisar os aspectos históricos do MERCOSUL e seus objetivos, apresentar as 
características dos governos de FHC e Lula e distinguir a atuação da diplomacia 
brasileira nos governos dos Presidentes FHC e Lula em relação ao referido bloco. 
Podem ser levantar duas hipóteses em relação ao tema, tais como: no 
governo de FHC, o MERCOSUL era visto pela sua administração como uma base 
possível para a integração econômica da região com o mundo e que conduziria ao 
fortalecimento das relações econômicas do Brasil com os demais países; e no governo 
de Lula, o MERCOSUL é uma prioridade da diplomacia brasileira, tendo em vista que 
as grandes potências mundiais constituíram seus próprios blocos regionais para integrar 
e fortalecer as relações econômicas internacionais. 
Este estudo foi realizado com base na atuação dos governos de Fernando 
Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) em relação ao bloco 
regional econômico MERCOSUL, destacando a diplomacia brasileira adotada por cada 
 10
Chefe de Estado. 
O presente trabalho tem como tema a diplomacia brasileira exercida nos 
governos de FHC e de Lula na perspectiva do MERCOSUL. É uma análise dos dois 
governos onde foi apresentada a evolução histórica e a atuação de cada um em suas 
respectivas gestões. 
Importa ressaltar que, por se tratar de um tema atual, a análise da diplomacia 
desses Chefes de Estado em vários âmbitos é fundamental para o entendimento da 
política externa e a execução da diplomacia brasileira nos temas atuais das relações 
internacionais. 
No governo de FHC houve a fragilização do bloco econômico 
MERCOSUL, pois o Chefe de Estado não estabeleceu metas e objetivos em torno das 
alianças estratégicas entre os Estados-Partes do bloco, sendo essa integração 
fundamental para o fortalecimento das relações internacionais entre os integrantes do 
bloco e entre o bloco e o mundo. Nesse contexto, a diplomacia brasileira foi direcionada 
com foco excessivo na dimensão do livre comércio. 
Em contrapartida, no governo de Lula a condução da diplomacia brasileira 
apresenta uma postura mais assertiva. O Chefe de Estado buscou firmar alianças 
privilegiadas no Sul, com foco especial nos processos de integração do MERCOSUL, 
além do estabelecimento de objetivos e metas entre os países para que haja o 
fortalecimento interno do bloco e, num futuro não muito distante, a transformação numa 
potência mundial. 
Portanto, o estudo do presente tema levanta hipóteses e analisa a atuação da 
diplomacia brasileira nos governos de FHC e Lula diante do bloco MERCOSUL. Tem-
se como objetivoaveriguar as atuações dos Chefes de Estado e quais os efeitos 
causados por essa condução de diplomacia diferenciada, levando em consideração que 
são dois mandatos distintos e em tempos diferentes. 
O presente relatório foi desenvolvido por meio da pesquisa bibliográfica. 
Segundo Carvalho (2006), pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta 
de fontes diversas de informação escrita, para coletar dados gerais ou específicos a 
respeito de um determinado tema, podendo ser desenvolvida em diferentes etapas. Para 
Leonel (2007) pesquisa bibliográfica é aquela no qual se desenvolve tentando explicar 
um problema a partir das teorias publicadas em diversos tipos de fontes, tais como, 
 11
livros, artigos, enciclopédias, manuais, dissertações, anais, meios eletrônicos, internet 
dentre outros meios. 
A pesquisa desenvolvida para a realização do TCC II também pode ser 
classificada como uma pesquisa exploratória. De acordo com Leonel (2007), pesquisa 
exploratória tem como principal objetivo proporcionar maior familiaridade com o objeto 
de estudo. É necessário desencadear um processo de investigação que identifique a 
natureza do fenômeno e apresente as características essenciais das variáveis no qual vai 
se estudar, pois o pesquisador poderá não dispor de conhecimentos suficientes para 
montar adequadamente um problema ou elaborar de forma mais precisa uma hipótese. 
O método utilizado para a produção da pesquisa foi indutivo. Para Leonel 
(2007) método indutivo se baseia na generalização de propriedades comuns a certo 
número de casos observados, a todas as ocorrências de fatos similares que poderão se 
verificar no futuro. Portanto, o método indutivo é aquele que, ao partir de premissas 
menores pode-se chega às generalidades. 
A pesquisa bibliográfica foi realizada com base nas produções científicas 
existentes no meio acadêmico, tais como livros, artigos e dissertações e em jornais, 
revistas, internet e vídeos. De acordo com Gilberto Martins (2000), trata-se de um 
estudo para conhecer as contribuições científicas sobre o tema, tendo como objetivo 
recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas existentes sobre o 
fenômeno pesquisado. 
Os dados deste trabalho foram analisados e apresentados em forma de 
relatório para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II e submetido à 
apresentação e aprovação em banca. 
Podem ser apontadas algumas limitações para a realização desse relatório. A 
principal é que o estudo apresenta dois governos distintos, sendo que os artigos, livros e 
demais informações podem ser tendenciosos, haja vista o autor apoiar um determinado 
governo e desconsiderar o outro. 
Outra limitação encontrada é à inexistência de entrevistas com os próprios 
Chefes de Estado, lê-se FHC e Lula, e de seus ministros de relações exteriores, pois 
poderiam servir como uma fonte certa de informações de cada governo. 
Com relação ao MERCOSUL a limitação encontrada refere-se à 
impossibilidade de se realizar visitas a sua secretaria em Montevidéu, sendo análise do 
 12
bloco apenas através de seu site e produções científicas, podendo não conter todas as 
informações necessárias pertinentes ao projeto. 
Este relatório possui introdução, desenvolvimento e conclusão e está 
organizado em quatro capítulos. 
A introdução consiste na exposição do tema, do problema, do objetivo geral 
e os objetivos específicos, as hipóteses, a delimitação do estudo, a justificativa, os 
procedimentos metodológicos e a organização do trabalho. 
O desenvolvimento compreende dois capítulos. O segundo capítulo trata da 
revisão bibliográfica que versa noções de diplomacia, política externa, Estado e 
governo, conhecimentos sobre o MERCOSUL e seus objetivos. 
O terceiro capítulo aborda as características dos governos de FHC e Lula na 
condução da diplomacia brasileira em relação ao MERCOSUL e distinguir a atuação 
nos governos de FHC e Lula a luz do bloco econômico. 
Por fim, no quarto capítulo apresenta a conclusão e as recomendações a 
cerca do tema tratado no Trabalho de Conclusão de Curso II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13
2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
 
2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
 
O homem, desde os tempos mais remotos, usa da diplomacia para 
estabelecer ligações entre pessoas e países para ações sociais e econômicas com 
destaque, nas últimas décadas, na esfera política. O ato de praticar a diplomacia foi um 
importante fato, designado pelo Estado, para estabelecer relações entre nações e que 
vem sendo exercido desde a formação dos primeiros Estados há milênios. 
O Estado considera que as principais funções exercidas pela diplomacia são 
as tarefas de negociar em seu favor com o objetivo de concluir acordos, obter 
informações sobre os acontecimentos de uma determinada situação com outro Estado 
negociador, além de representá-lo em eventos internacionais, defendendo seus 
interesses nacionais. 
As relações internacionais se expandem a cada dia através da globalização, 
por meio de acordos firmados por chefes de Estado em busca de parcerias que serão 
importantes para o desenvolvimento internacional de um Estado. Nas últimas décadas, 
as relações internacionais, destaca-se nas políticas de governo dos Chefes de Estado, 
tornando-se uma das prioridades dos governos. 
Importa destacar que as relações internacionais visam o estudo das relações 
políticas, econômicas e sociais entre diferentes países, cujos reflexos transcendam as 
fronteiras do Estado soberano. O Estado é um dos principais atores da diplomacia e 
política externa nas relações internacionais. 
A política externa, o conjunto de objetivos políticos que um determinado 
Estado almeja alcançar nas suas relações internacionais com o mundo, é planejada e 
organizada de forma a proteger os interesses nacionais do país, tais como a segurança 
nacional e prosperidade econômica. 
Outrossim, a diplomacia é como serão executadas, planejadas e colocadas 
em ação esses objetivos através da atuação de diplomatas e demais instituições 
responsáveis por tais procedimentos. Diferencia-se da política externa pela sua atuação. 
 14
E o MERCOSUL, que está em constante ampliação, é uma das prioridades 
da política externa e da diplomacia brasileira, defendidas pelos Chefes de Estado, pois é 
base para uma integração entre os países membros, para o desenvolvimento desses 
países e consequentemente do bloco econômico. 
 
2.2. O ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
As relações internacionais é a área que representa os interesses do Estado no 
plano internacional. O objeto das relações internacionais é o meio internacional, e é 
compreendido como o conjunto das relações interestatais somadas às relações 
transnacionais. (SILVA, 2008). 
Possuem envolvimento com as relações políticas, econômicas e sociais entre 
diferentes países, no qual essas relações atravessam as fronteiras de um Estado. Entre os 
principais atores internacionais podemos citar os Estados, as empresas transnacionais, 
as organizações internacionais e as organizações não governamentais. (SILVA, 2008). 
De acordo com a Constituição brasileira de 1988, e em seu art. 4º, as 
relações internacionais são regidas pelos seguintes princípios: 
 
A independência nacional, a prevalência dos direitos humanos, a 
autodeterminação dos povos, a não intervenção, a igualdade entre os Estados, 
a defesa da paz, a solução pacífica dos conflitos, o repúdio ao terrorismo e ao 
racismo, a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e a 
concessão de asilo político. (BRASIL, 2010). 
 
Nesse contexto, o Estado é o ator fundamental nas relações internacionais, 
sendo a organização política de um país, com estrutura de poder instituída sobre 
determinado território ou população. O que legitima o poder do Estado é o direito, 
ordem jurídica que regula o funcionamento das instituições e o cumprimento das leis 
pelas quais deve reger-sea coletividade. (GRANDE ENCICLOPÉDIA BARSA, 2005). 
Os elementos componentes do Estado são o poder, território e o povo. Poder 
é a capacidade que o Estado tem para impor a sociedade o cumprimento e a aceitação 
das decisões do governo ou órgão executivo do Estado. O território é o espaço físico no 
qual se exerce o poder. O povo é a comunidade humana que possui elementos culturais, 
 15
vínculos econômicos, tradições e histórias comuns. (GRANDE ENCICLOPÉDIA 
BARSA, 2005). 
O Estado brasileiro é formado pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, tem como fundamentos: 
 
A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Todo o poder emana 
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos da Constituição brasileira de 1988, no art. 1º. Possui objetivos 
fundamentais como construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o 
desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de 
discriminação. (BRASIL, 2010). 
 
É necessário frisar as diferenças entre Estado e governo. Governo é uma 
organização, a autoridade governante de uma unidade política e que tem o poder de 
regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e 
exerce autoridade. (SILVA, 1999). 
É usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração 
executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. 
Normalmente chama-se de governo o conjunto dos dirigentes executivos do Estado ou 
ministros, ou seja, é um grupo de pessoas que tem o poder de mandar em um território, 
de acordo com a lei. (SILVA, 1999). Tem como características: 
 
Criar leis, regras e regulamentações, coletar impostos e imprimir dinheiro; 
possuir sistemas de justiça que listam os atos ou atividades que são contra a 
lei e descrevem punições para violações da lei; usar força policial para 
garantir que a população siga as leis e a segurança pública; ter diplomatas, 
que se comuniquem com governos de outros países, tentando resolver 
problemas ou desentendimentos entre dois países, o que pode ajudar os países 
a evitar guerras, fazerem acordos comerciais e experiências de intercâmbio de 
conhecimento e possuir força militar para proteger o país de ataques e/ou 
para atacar e invadir lugares. (GRANDE ENCICLOPÉDIA BARSA, 2005). 
 
Apesar de ambos estarem interligados para atuar em um único sentido, o de 
administrar uma nação, é notável a diferenciação entre governo e Estado. O Estado tem 
papel fundamental nas relações internacionais, pois é o principal ator da política externa 
 16
de um país, representando assim seus interesses diante de outros Estados e governo é o 
conjunto de instituições que regram uma sociedade. 
 
2.3 ASPECTOS CONCEITUAIS DE DIPLOMACIA 
 
As ações diplomáticas buscam persuadir, pressionar e vincular os diversos 
protagonistas da vida internacional, tais como governamentais e não governamentais, 
com ênfase em objetivos de um país e em seus benefícios. (DANESE, 1999). 
De acordo com Plácido e Silva (1999), diplomacia é derivada de “diploma”, 
que tem a finalidade de dirigir todos os negócios internacionais de um país. Aos 
diplomatas compete a direção e manutenção das relações internacionais, firmando os 
tratados de amizade ou de comércio, de acordo com as necessidades do momento. 
Para Moita (2007), diplomacia é o conjunto de pessoas, de instituições e de 
práticas pelas quais se materializam as escolhas dos Chefes de Estado no domínio das 
relações internacionais, incluindo, portanto o corpo de diplomatas, as delegações em 
países estrangeiros e em organizações intergovernamentais, embaixadas, consulados e 
outros organismos de representação do Estado no exterior. 
Segundo Almeida (2001), os atores envolvidos na condução da diplomacia, 
devem observar dez regras básicas para a sua atuação, tais como: 
 
a) Servir a pátria, mais do que aos governos, conhecer profundamente os 
interesses permanentes da nação e do povo aos quais serve; ter absolutamente 
claros quais são os grandes princípios de atuação do país a serviço do qual se 
encontra. 
b) Ter domínio total de cada assunto, dedicar-se com afinco ao estudo 
dos assuntos de que esteja encarregado, aprofundar os temas em pesquisas 
paralelas. Esta é uma regra absolutamente importante na execução da 
diplomacia. 
c) Adotar uma perspectiva histórica e estrutural de cada tema situá-lo no 
contexto próprio, manter independência de julgamento em relação às ideias 
recebidas e às “verdades reveladas”. 
d) Empregar as armas da crítica ao considerar posições que devam ser 
adotadas por sua delegação e analisar as posições adversárias, procurando 
colocá-las igualmente no contexto de quem as defende. 
e) Dar preferência à substância sobre a forma, ao conteúdo sobre a 
roupagem, aos interesses econômicos concretos sobre disposições jurídico-
abstratas. 
 17
f) Afastar ideologias ou interesses político-partidários das considerações 
relativas à política externa do país. Deve-se buscar o equilíbrio de posições e 
uma definição ampla, verdadeiramente nacional, do que seja interesse 
público relevante. 
g) Antecipar ações e reações em um processo negociador, prever 
caminhos de conciliação e soluções de compromisso, nunca tentar derrotar 
completamente ou humilhar a parte adversa. 
h) Ser eficiente na representação, ser conciso e preciso na informação, 
ser objetivo na negociação. 
i) Valorize a carreira diplomática sem ser carreirista, seja membro da 
corporação sem ser corporatista, não torne absolutas as regras hierárquicas, 
que não podem obstaculizar a defesa de posições bem fundamentadas. 
j) Não faça da diplomacia o foco exclusivo de suas atividades 
intelectuais e profissionais, pratique alguma outra atividade enriquecedora do 
espírito ou do físico, não coloque a carreira absolutamente à frente de sua 
família e dos amigos. A performance profissional é importante, mas ela não 
pode ocupar todo o espaço mental do servidor, à exclusão de outras 
atividades igualmente valorizadas socialmente, seja no esporte, seja no 
terreno da cultura ou da arte. 
 
 Cabe analisar que o diplomata é um agente do Estado, no qual é 
responsável pela execução e condução da diplomacia, sendo que as principais funções 
desse profissional são a representação de seu país perante as comunidades 
internacionais, colher informações necessárias para a formulação da política externa, 
participar de reuniões internacionais, negociar acordos em nome de seu país, assistir as 
missões no exterior de setores do governo e da sociedade, proteger os seus compatriotas 
e promover a cultura e os valores de seu povo. (O DIPLOMATA, 2010). 
O diplomata é preparado para tratar de uma série de temas, que vão desde 
paz e segurança, normas de comércio e relações econômicas e financeiras até direitos 
humanos, meio ambiente, tráfico ilícito de drogas, fluxos migratórios, passando, 
naturalmente, por tudo que diga respeito ao fortalecimento dos laços de amizade e 
cooperação do Brasil com seus múltiplos parceiros externos. (O DIPLOMATA, 2010). 
No âmbito das relações internacionais a diplomacia, de acordo com Barnabé 
(2009), se depara com diversas manifestações, tais como empresarial, presidencial, 
cultural, dentre outras, que envolvem temas diversos, novos atores e uma rede de 
caminhos que escapam da lógica da diplomacia tradicional. 
A diplomacia empresarial é a atividade de representar internacionalmente os 
interesses de uma empresa nacional, é a aproximação do setor privado ao campo das 
Relações Internacionais. O Diplomata Empresarial é o novo ator que milita na interface 
 18
internacional, um mercado sofisticado que realiza transações comerciais para as 
empresas.(TROYJO, 2009). 
Já a diplomacia cultural é o recurso privilegiado na construção de imagem, 
prestígio e confiança que requerem os países, além de contribuir para o diálogo 
intercultural e a união entre os povos. É também uma atividade das relações exteriores, 
que está cada vez mais articulada com objetivos comerciais, econômicos e de 
desenvolvimento, podendo contribuir tanto em forma direta como indireta para as 
relações exteriores. (PODESTÁ apud SOARES, 2008, p. 58). 
De acordo com Danese (1999), a diplomacia presidencial constitui-se de um 
projeto diplomático que não se limita a apenas uma tarefa de comunicação social, sendo 
então uma ação política, de natureza não burocrática, que está no âmbito das 
competências jurídicas dos chefes de Estado e de governo, também como de órgãos e 
agentes das relações internacionais. 
Vale lembrar que referida diplomacia acontece quando o Presidente da 
República tem uma participação pessoal, ativa e efetiva na execução da política externa, 
com o cumprimento de uma extensa agenda internacional, pois necessita inserir o país 
no mundo provendo sua promoção, com viagens a outros países e aos seus Presidentes, 
em organizações e blocos internacionais. (BARNABÉ, 2005). 
Na diplomacia presidencial compete ainda ao Chefe de Estado realizar 
pronunciamentos, participação em foros internacionais, encontros presidenciais, atuando 
diretamente em negócios internacionais, a condução pessoal dos processos de decisão 
de política externa, viagens presidenciais, reuniões com outros Chefes de Estado pra 
resolução de conflitos críticos, dentre outras funções. (PRETO, 2006). 
A diplomacia presidencial é um segmento oposto à diplomacia tradicional, 
sendo que esta última compreende os instrumentos pelos quais os Estados constituem 
ou mantêm relações recíprocas. (APRIGIO, 2010). Além dessas duas diplomacias serem 
opostos há elementos que não são próprios da diplomacia tradicional, tais como a 
opinião pública, anseio em resultados, a projeção e a visibilidade em contraste com o 
anonimato de diplomatas. São questões rotineiras da função do Presidente que fazem 
parte da diplomacia tradicional. (PRETO, 2006). 
Danese (1999) afirma que a diplomacia tradicional e presidencial não são 
opostas, sendo que uma complementa a outra. Houve uma queda da visibilidade da 
 19
diplomacia tradicional para o aumento da visibilidade da diplomacia presidencial, 
segundo o autor. Esta última é a mais presente nos últimos anos, pois é um termo 
utilizado na mídia e em meios acadêmicos, no qual vem se analisando que é um tema 
comum na execução da política externa brasileira. 
A diplomacia, nas suas mais variadas manifestações, mostra-se de extrema 
importância para o Estado e, ao longo do tempo e dos governos analisados adiante, há a 
mudança de uma diplomacia tradicional para uma diplomacia presidencial ativa, pois 
com a globalização e a expansão mundial, viu-se a necessidade de ampliação da mesma. 
 
2.4. DIPLOMACIA E POLÍTICA EXTERNA 
 
A integração entre países vem se ampliando a cada dia e com essa 
integração vem surgindo à necessidade da participação de organizações não 
governamentais e governamentais, empresas privadas e públicas, grupos sociais, dentre 
outros atores internacionais. (OLIVEIRA, 2005). 
Em tempos atuais a política externa reagiu a mudanças e tornou-se mais 
proativa e pragmática. Em tempos anteriores conservava a defesa do multilateralismo 
universal e da autonomia da política externa, e atualmente tem a ambição de programar 
uma agenda internacional. (LIMA, 2010). 
De forma clara e objetiva podemos dizer que política externa é o conjunto 
de atividades políticas, sendo que os Estados defendem seus interesses diante de outros 
Estados. É uma área particular de ação política dos governos e que se projeta em âmbito 
externo. (OLIVEIRA, 2005). 
Possui duas dimensões de planejamento, política de Estado e política de 
governo. As políticas do Estado são os interesses da nação, que são protegidos pela 
Constituição Brasileira, tais como saúde, educação, empregos, dentre outros princípios 
básicos defendidos pela Constituição. De tal modo, pode se concluir que mesmo 
mudando o governo, a ideia não é abandonada e nem tem seus princípios distorcidos. 
(PRETO, 2006). 
São aquelas políticas que envolvem as burocracias de mais de uma agência 
do Estado, que logo passam para o Parlamento, no qual foram realizados estudos 
 20
técnicos, simulações, análises de impacto horizontal e vertical, efeitos econômicos ou 
orçamentários, realizando um cálculo de custo-benefício levando em conta a trajetória 
completa da política que se pretende implementar no Estado. (ALMEIDA, 2009). 
A política de governo são os planos e as ações que o Estado faz para 
garantir os interesses nacionais defendidos pela Constituição brasileira. Como exemplo 
de política de governo pode-se citar a forma como a educação vem se ampliando no 
país, com mais escolas públicas, bolsas de estudos a estudantes carentes nas 
universidades, dentre outras formas de desenvolver a educação no país. Lembrando 
ainda que na troca de governante poderá haver a mudança desta política. (PRETO, 
2006). 
São essas políticas que podem envolver escolhas complexas, mas pode-se 
dizer que o caminho entre a apresentação do problema e a definição de uma política de 
governo, é bem mais curto e simples, ficando geralmente no plano administrativo ou na 
competência dos próprios ministérios setoriais. (ALMEIDA, 2009). 
Entretanto é necessário entender política externa e política doméstica. As 
decisões dessas duas políticas possuem semelhanças em comum, porém cada uma segue 
características próprias. (PRETO, 2006). 
O governo ao tomar decisões externas com outros países, compreende-se 
que não são controladas as reações dos Estados estrangeiros, pois não se detém o 
controle das decisões desses Estados e o mesmo não é defendido pelas leis nacionais, 
esta é a política externa de um país. (PRETO, 2006). 
O governo ao tomar uma decisão de caráter doméstico está protegido pelas 
leis nacionais, por meios administrativos e policiais, sendo estas decisões da política 
doméstica. 
A condução da diplomacia brasileira e da política externa são coordenadas 
pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), que é o órgão político da 
Administração direta cuja missão institucional é auxiliar o Presidente da República na 
formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução, manter relações 
diplomáticas com governos de Estados estrangeiros, organismos e organizações 
internacionais e promover os interesses do Estado e da sociedade de brasileiros no 
exterior. (BRASIL, 2010). 
O MRE possui áreas de competências, tais como: 
 21
Política internacional; relações diplomáticas e serviços consulares; 
participação nas negociações comerciais, econômicas, jurídicas, financeiras, 
técnicas e culturais com Governos e entidades estrangeiras, programas de 
cooperação internacional e de promoção comercial; apoio a delegações, 
comitivas e representações brasileiras em agências e organismos 
internacionais e multilaterais. (BRASIL, 2010). 
 
No trato dos assuntos de sua competência, o MRE possui as seguintes 
incumbências: 
 
a) Executar as diretrizes de política exterior estabelecidas pelo Presidente 
da República; 
b) Propor ao Presidente da República linhas de atuação na condução dos 
negócios estrangeiros; 
c) Recolher as informações necessárias à formulação e execução da 
política exterior do Brasil, tendo em vista os interesses da segurança e do 
desenvolvimento nacionais; 
d) Contribuir para a formulação e implementação, no plano 
internacional, de políticas de interesse para o Estado e a sociedade em 
colaboração com organismos da sociedade civil brasileira; 
e) Administrar as relações políticas, econômicas, jurídicas, comerciais, 
culturais, científicas, técnicas e tecnológicas do Brasil com a sociedade 
internacional; 
f)Negociar e celebrar tratados, acordos e demais atos internacionais; 
g) Promover os interesses governamentais, de instituições públicas e 
privadas, de empresas e de cidadãos brasileiros no exterior. (BRASIL, 2010). 
 
Desse modo, as diretrizes da política externa, quanto às manifestações da 
diplomacia sempre foram utilizadas pelos governantes e pelo MRE, para 
implementarem seus planos de governo, sendo possível citar o ex-Presidente Itamar 
Franco (1992-1995) que estruturou a atuação da diplomacia brasileira de sua gestão em 
torno de três ideias principais: o desenvolvimento do país, a democracia e a paz. 
(GARCIA, 2008). 
Por fim, tanto a diplomacia quanto a política externa brasileira sempre 
foram praticadas por diversos Presidentes e cada um a conduziu de forma diferenciada. 
Contudo, nas últimas décadas, a atuação da diplomacia vem sendo exercida em temas 
atuais, visando o desenvolvimento do país e tendo como foco central as relações 
exteriores do Brasil com diversos países e blocos econômicos, tais como a União 
Europeia, os EUA, a China, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). 
2.5. MERCOSUL 
 22
 
2.5.1. Aspectos históricos do bloco 
 
O MERCOSUL foi fato importante da integração da região da América do 
Sul no ano de 1985 até os dias de hoje. Brasil e Argentina precisavam estreitar suas 
relações comerciais e o bloco foi criado para a formação de um mercado regional. 
(BRASIL, 2010c). 
O bloco foi iniciado já no governo de José Sarney, quando os presidentes do 
Brasil e da Argentina assinaram em 30 de novembro de 1985 a Declaração de Iguaçu, 
tendo como finalidade a aproximação das economias dos dois países, visando interesses 
em comum. (BRASIL, 2010c). 
Logo após a assinatura desta declaração, os resultados da parceria foram 
relatados na Ata de integração entre Brasil e Argentina em 1986, quando foram 
estabelecidos protocolos setoriais, voltados à integração de setores produtivos 
específicos dos respectivos países. (BRASIL, 2010c). 
Em 1988 foi reafirmada essa integração entre os dois países com o tratado 
de Integração, Cooperação e Desenvolvimento,que visava uma meta, a de que os países 
teriam o prazo de dez anos para que juntos pudessem formar um espaço econômico 
comum, com a eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias e a elaboração de 
políticas conjuntas. (FREITAS JÚNIOR, 2006). 
Para cumprir essa meta foi criado o Tratado de Assunção em 26 de março 
de 1991, com a finalidade de criar um Mercado Comum do Sul entre os países, Brasil, 
Argentina, Paraguai e Uruguai. (BRASIL, 2010c). 
Logo após a assinatura do tratado de Assunção foram firmados mais 3 
protocolos: o de Brasília, de Olivos e de Ouro Preto. (FREITAS JÚNIOR, 2006). 
O protocolo de Brasília foi firmado em 17 de dezembro de 1991 e 
estabeleceu soluções para as controvérsias no MERCOSUL. (FREITAS JÚNIOR, 
2006). 
O protocolo de Ouro Preto foi criado em dezembro de 1994 e instituído para 
estabelecer a estrutura institucional do MERCOSUL composto por o Conselho do 
Mercado Comum (CMC), Grupo Mercado Comum (GMC), Comissão de Comércio do 
 23
MERCOSUL (CCM), Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), Foro Consultivo 
Econômico-Social (FCES) e a Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM). 
(FREITAS JÚNIOR, 2006). 
O protocolo de Olivos foi firmado em fevereiro de 2002 para o 
aperfeiçoamento do protocolo de Brasília, para aprimorar as soluções de controvérsias 
entre os estado membros do bloco. (FREITAS JÚNIOR, 2006). 
Foi protocolado e assinado em 24 de julho de 1998 na cidade argentina de 
Ushuaia, o protocolo de Ushuaia, pelos quatro Estados-membros do MERCOSUL, 
Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e os dois Estados-associados Bolívia e Chile, 
reafirmando o compromisso democrático entre os Estados assinados. (FOLHA, 2010). 
E por último foi instituído o Protocolo de adesão da 
República Bolivariana da Venezuela ao MERCOSUL em 2006. Entretanto, este país 
teria que estar em conformidade com a legislação do bloco para ter completa aceitação 
dos Estados-partes. Contudo, este país ainda não é membro, pois o Paraguai não assinou 
o tratado concordando a entrada da Venezuela. 
Portanto o interesse dos países na integração regional para o fortalecimento 
do bloco diante de outros blocos e de outros países é notável. Foram estabelecidos 
protocolos que visam à harmonização entre os países membros do bloco, determinando 
regras e determinações aos membros, para o bom funcionamento do bloco. 
 
2.5.2. Objetivos do MERCOSUL 
 
De acordo com as afirmações de Egler (2006), o MERCOSUL é um amplo 
projeto de integração concebido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que envolve 
dimensões econômicas, políticas e sociais e que tem por objetivo à formação de um 
mercado comum entre os seus Estados-Partes, primando pela livre circulação de bens, 
serviços e fatores de produção entre os países do bloco, o estabelecimento de uma tarifa 
externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em relação a terceiros 
Estados. (BRASIL, 2010a). 
No aspecto econômico, o MERCOSUL assume atualmente o caráter de 
União Aduaneira, mas com principal objetivo de constituir-se em verdadeiro Mercado 
 24
Comum, seguindo os objetivos estabelecidos no Tratado de Assunção, por meio do qual 
o bloco foi fundado, em 1991. 
No que se refere à política tarifária o MERCOSUL conta desde 1995 com 
uma Tarifa Externa Comum (TEC) que abrange todo o universo de produtos 
comercializados com terceiros países. Cerca de nove mil itens tarifários integram hoje a 
nomenclatura comum do MERCOSUL, com tarifas ad valorem que variam, em geral, 
de 0% a 20%, de acordo com a categoria de produtos e a existência ou não de produção 
regional. Há uma série de procedimentos aduaneiros e administrativos que foram 
adotados com vistas a assegurar maior uniformização na aplicação da TEC. (EGLER, 
2006). 
No âmbito social, os cidadãos dos Estados-Partes do MERCOSUL são 
amparados com o direito à residência e ao trabalho em qualquer país do bloco, com o 
único requisito de ter a nacionalidade de algum dos países integrantes. Desde que 
tenham passaporte válido, certidão de nascimento e certidão negativa de antecedentes 
penais, cidadãos dos Estados-Partes podem requerer a concessão de residência 
temporária de até dois anos e antes de expirar este prazo, poderá o mesmo requerer sua 
transformação em residência permanente. (BRASIL, 2010 b). 
Nota-se que o MERCOSUL visa unir todos os integrantes do bloco, com o 
intuito de fazer um intercâmbio econômico, político e social. A vontade de ampliação 
sempre acompanhou o bloco, como se demonstra nos acordos com o Chile e a Bolívia 
para se tornarem Estados associados e mais recentemente com a celebração do Acordo 
de Complementação Econômica com a Comunidade Andina de Nações – CAN e a 
entrada da Venezuela, como sócio de pleno direito. (FREITAS JUNIOR, 2006). 
Para a criação de um mercado comum, o Tratado de assunção previu o 
estabelecimento de programa de liberação comercial, com vistas à aplicação de tarifa 
zero no comércio intrazona para a totalidade do universo tarifário e a implementação de 
uma tarifa externa comum. Reconheceu, ainda, a necessidade de que Paraguai e Uruguai 
cumprissem com o programa de liberação comercial de forma diferenciada. Em 
observância aos princípios do gradualismo e da flexibilidade, os quatro sócios 
consideraram importante que a desgravação tarifária ocorresse em velocidade menos 
intensa para as economias menores do agrupamento. (BRASIL, 2010a). 
 25
O MERCOSUL caracteriza-se pelo regionalismo aberto e isso significa que 
a criação do bloco tem por objetivo não só o incremento do comércio intrazona, mas 
também o estímulo às trocas com terceiros países não associados do bloco. São Estados 
Associados do MERCOSUL a Bolívia desde 1996, o Chile desde 1996, o Peru desde 
2003, a Colômbia e o Equador desde 2004. Além disso, o Tratado de Assunção é aberto, 
mediantenegociação, à adesão dos demais Países Membros da ALADI. (BRASIL, 
2010a). 
Por fim podemos analisar que o MERCOSUL é um bloco em crescimento e 
que tem por seus objetivos a integração dos países, formando um mercado comum, com 
tarifas para a comercialização de produtos para terceiros países, com foco na livre 
circulação de bens, serviços e pessoas, dentre outros pontos estratégicos para o 
fortalecimento do bloco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 
 26
 
3.1. CARACTERÍSTICAS DOS GOVERNOS DE FHC QUANTO A DIPLOMACIA 
BRASILEIRA EM RELAÇÃO AO MERCOSUL 
 
Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi Presidente da República pelo partido 
do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), eleito em 1994 em primeiro turno. 
Seu primeiro governo iniciou-se em 1º de janeiro de 1995 e findou-se em 31 de 
dezembro de 1998. Tentou a reeleição em 1998 e com êxito foi reeleito já no primeiro 
turno novamente, com mandato de 1º de janeiro de 1999 a 31 de dezembro de 2002. 
(RIBEIRO, 2010). 
FHC representava o novo político dos anos 1990, considerado jovial, contra 
a política tradicional, poliglota e intelectualizado. (VIZENTINI, 2005). 
De acordo com Barnabé (2009), FHC possuía certa experiência em relação 
ao planejamento da política externa e com a atuação da diplomacia, pois exerceu a 
função de Ministro das Relações Exteriores no governo de Itamar Franco, o que 
contribuiu para uma gestão diplomática mais eficaz durante seu governo. 
No entendimento de Almeida (2004), FHC estava apto a exercer o cargo de 
Ministro das Relações Exteriores, pois possuía uma grande vivência internacional, 
amplo conhecimento de idiomas e da realidade mundial, possuía contatos estratégicos 
nos meios acadêmicos e políticos nos principais países do mundo. 
Enquanto Ministro, FHC confirmou uma nova visão pragmática do cenário 
mundial, sendo que associava os empresários brasileiros a novos temas econômicos 
externos. (ALMEIDA, 2004). 
Para FHC as linhas de ação prioritárias da diplomacia brasileira e da política 
externa foram as de avançar no caminho da integração regional, aprofundando o 
MERCOSUL, estímulo à estratégia de diversificação de parceiros nas relações 
bilaterais, ação junto às organizações econômicas multilaterais, em especial à OMC, e 
concentrar esforços para elevar a posição de potência internacional do Brasil, tornando-
se um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, usando como 
argumento o tamanho territorial do país, contingente populacional e seu status na 
organização. (VIZENTINI, 2005). 
 27
Houve uma expressiva participação de FHC nas viagens a trabalho, 
participações em fóruns internacionais, encontros regionais, dentre outros eventos em 
que participou e que resultaram em boas relações políticas e sociais entre os Chefes de 
Estados, podemos citar a participação de FHC no fórum econômico do MERCOSUL 
em 2000, onde esteve presente mantendo relações sociais, políticas e comerciais com 
outros Chefes de Estado dos países membros do bloco. (BARNABÉ, 2009). 
Em dois anos e meio de mandato FHC cumpriu uma agenda extensa com 47 
compromissos internacionais, incluindo viagens e escalas, cobrindo praticamente as 
principais modalidades da diplomacia de visitas, deslocamentos e encontros 
presidenciáveis. Fato este que contribuiu para que FHC se encontrasse com quase todos 
os mandatários do mundo, incluindo os presidentes dos países do MERCOSUL. 
(DANESE, 1999). 
É a partir do governo de FHC que a prática da diplomacia presidencial 
ganha vulto e importância no país. Este Presidente era amparado pelo prestígio 
internacional e desafiado pelos novos temas que passaram a compor a agenda da 
diplomacia brasileira, FHC explicitou a relevância do Presidente como ator nas relações 
internacionais e, embora sempre tendo como referência o MRE, o Presidente passou a 
interferir diretamente na condução da política externa do país. (BARNABÉ, 2009). 
O Ministro das Relações Exteriores, no 1º mandato e uma parte do segundo 
mandato de FHC, foi Luiz Felipe Lampreia, no qual representou a presidência e o país 
diante de outros atores internacionais juntamente com o MRE. Em muitos dos seus 
discursos, enquanto Ministro, o mesmo afirmou a importância da presença do 
Presidente diante da política externa e da condução da diplomacia brasileira. (DANESE, 
1999). 
Nos dois mandatos de FHC a conduta da diplomacia brasileira em relação 
com os outros Estados, esteve pautada no pacifismo, na obediência do direito 
internacional, na defesa da autodeterminação e da não intervenção e no pragmatismo da 
defesa dos interesses do Estado. Para FHC e seu ministro de Relações Exteriores, era 
preciso visualizar o futuro do Brasil, portanto a diplomacia brasileira deve atuar a longo 
prazo, se adequando com o mundo atual. (PEREIRA, 2007). 
O Ministro Lampreia afirmou, ainda, que a diplomacia presidencial que 
FHC exercia vinha se destacando era uma exigência da diplomacia moderna, que 
 28
também contribuiu para que houvesse uma sintonia perfeita entre o MRE, a presidência 
e os seus parceiros. (DANESE, 1999). 
De acordo com Pinheiro (2004), no governo de FHC, a linha de atuação 
diplomática buscou reforçar o fortalecimento das instituições multilaterais 
internacionais, pois considerava que o país não possuía autonomia suficiente para deter 
o poder e com essa integração internacional o Brasil poderia se tornar mais forte e com 
maior autonomia em âmbito global. 
A política externa neste governo teve como objetivo principal a inserção do 
Brasil no sistema internacional, inaugurando a imagem de um ator influente. 
Independentemente dos avanços concretos das diretrizes estabelecidas para o âmbito 
internacional, os governos FHC estabeleceram um novo papel ao Brasil, o que esteve 
entre os propósitos brasileiros. (PRADO, 2007). Martins (2005) cita que o Brasil no 
governo FHC se orientou a preservar e ampliar sua margem de ação autônoma no 
mundo. 
Em um dos seus discursos FHC ressaltou a importância da dimensão 
internacional do Brasil no mundo, e disse que uma projeção externa faz parte de solução 
dos problemas do país, sendo que a globalização era irreversível e o país precisava se 
adequar a tal fato, não podendo o Brasil viver isoladamente, por isso o interesse do 
presidente em fazer a promoção do país para o mundo e principalmente para os blocos 
econômicos, tais como União Europeia, MERCOSUL, entre outros. (DANESE, 1999). 
A política internacional do governo de FHC foi comandada pelo ministro 
Luiz Felipe Lampreia, que a definiu como a busca pela autonomia na integração. O uso 
da diplomacia foi intensivo neste governo por ser considerada como uma maneira de 
melhor conduzir a política externa e com isso foi possível aprimorar as relações com os 
países industrializados, aprofundar vínculos com os países da América do Sul, obter um 
diálogo político mais positivo com os Estados Unidos da América e consolidar o 
MERCOSUL. (LOPES, 2006). 
Afirmou ainda FHC, em seu discurso de posse de presidente, que temos que 
valorizar ao máximo a presença do Brasil no mundo, tanto política quanto econômica, 
condição esta que favorece a inserção e a integração regional partindo do MERCOSUL. 
(CARDOSO, 1995). 
Diz, ainda, FHC em seu discurso que: 
 29
 
No caso do Brasil, o MERCOSUL tornou-se, no espaço de menos de uma 
década, o principal projeto da diplomacia nacional. O bloco atrai hoje para a 
região um volume crescente de investimentos de grande porte, com impactos 
importantes na geração de novos empregos. Estou, assim, convencido de que 
as políticas de integração regional têm de ter mecanismos decisivos de 
combate aos efeitos mais danosos da globalização. (CARDOSO, 1995). 
 
O ex-presidente acena que realizará a construção do MERCOSUL, sendo 
para o Brasil é uma prioridade absoluta, uma conquista que veio para ficar, e que não 
deixará de existir pela participação em esquemasde integração de maior abrangência 
geográfica. Segundo o ex-presidente, “O MERCOSUL é tão importante para o Brasil, 
quanto a União Europeia é para a França”. (CARDOSO, 1995). 
De acordo com Rossi (1997), FHC ao encerrar a cúpula econômica do 
MERCOSUL em setembro de 1997, desenhou uma espécie de tabela de prioridades 
para a diplomacia brasileira, na qual o MERCOSUL ocupa de longe o primeiro lugar. 
Entretando, FHC afirma que, “é impensável o futuro do Brasil, da Argentina, do Chile, 
do Paraguai e do Uruguai sem o MERCOSUL”. 
Segundo Oliveira (2005) o MERCOSUL foi instrumentalizado para 
legitimar suas políticas econômicas de abertura comercial, mais do que investido no 
bloco como um projeto comum de integração, durante o governo de FHC. 
Para Almeida (2004), o governo de FHC, adotou o MERCOSUL em sua 
diplomacia presidencial como uma base possível para a integração econômica da região 
com o mundo e que conduziria ao fortalecimento das relações econômicas na região. De 
forma geral, os temas econômicos e comerciais tiveram, para FHC, prioridade sobre os 
demais na agenda do MERCOSUL. 
E ainda para Prado (2007), um dos principais objetivos de FHC para o 
âmbito internacional estava à integração regional, através do aprofundamento do 
MERCOSUL com o envolvimento brasileiro nas discussões da agenda do bloco 
regional, a diversificação e ampliação das relações bilaterais do Brasil, tendo em vista o 
interesse nacional em angariar novas parcerias comerciais e a participação intensa do 
país nos foros das organizações internacionais. 
Entretanto no governo de FHC houve a fragilização do MERCOSUL, pois 
foi dado ênfase excessiva na dimensão do livre comércio, deixando para segundo plano 
 30
os aspectos estratégicos e sociais do processo de integração, ou seja, pouco progresso na 
integração econômica, política e física da América do Sul. (FOLHA, 2006). 
O cenário mundial em que o governo de FHC se baseou para a sua inserção 
internacional começou a se desarticular. Em 1999, no início de seu segundo mandato, o 
MERCOSUL passou por um momento extremamente delicado, onde houve um 
desequilíbrio entre Brasil e Argentina, o que também afetou a relação com os demais 
membros e os países associados. MERCOSUL e seus países membros entram em crise, 
perdendo assim a dinâmica do bloco. (VIZENTINI, 2005). 
Para FHC, as relações com os países membros do bloco eram definidas 
como estratégicas, sendo que houve uma grande ênfase retórica em seu governo a essas 
relações, mas de fato poucas iniciativas foram implementadas durante o primeiro 
mandato, a não ser uma bem sucedida mediação no conflito fronteiriço entre o Peru e o 
Equador, onde os países disputam por um determinado território. (LOPES, 2006). 
O MERCOSUL constitui uma das mais importantes prioridades da 
diplomacia brasileira. O bloco era visto pela administração FHC como uma base 
possível para a integração econômica do Brasil com o mundo e conducente ao 
fortalecimento das relações econômicas na região e fora dela. Neste governo era visto 
que o bloco era possível de integração, porém não o único a ter prioridade. . 
(ALMEIDA, 2004). 
 
3.1. CARACTERÍSTICAS DOS GOVERNOS DE LULA QUANTO A DIPLOMACIA 
BRASILEIRA EM RELAÇÃO AO MERCOSUL 
 
Lula, antes de ser o atual Presidente, tentou a candidatura à presidência em 
outros momentos da política brasileira. Sendo que desde sua primeira campanha política 
já defendia uma política externa brasileira independente e soberana, sem alinhamentos 
automáticos, pautada pelos princípios de autodeterminação dos povos, não ingerência 
nos assuntos internos de outros países e pelo estabelecimento de relações com governos 
e nações em busca de cooperação a base de plena igualdade de direitos e benefícios 
mútuos. (ALMEIDA, 2004). 
 31
Entre tantas tentativas de candidatura ao cargo de presidente, Lula é eleito 
pelo voto direto ao cargo de Presidente da República Federativa do Brasil pelo Partido 
dos Trabalhadores (PT) e assumiu seu mandato no dia 01 de janeiro de 2003 e findou 
em 31 de dezembro de 2006. Tentou reeleição e com sucesso foi eleito novamente a 
Presidente, assumindo seu segundo mandato em 01 de janeiro de 2007 e que findará em 
31 de dezembro de 2010. 
Em seu plano de Governo, dentre outros pontos, Lula reconhece a 
necessidade de revigorar o MERCOSUL, transformando-o em uma zona de 
convergência de políticas estruturais, agrícolas, comerciais, científicas e tecnológicas, 
educacionais e culturais, pois só assim o bloco estará apto para enfrentar desafios 
macroeconômicos, como por exemplo, a política monetária comum, prevista no Tratado 
de Assunção. (LOPES, 2006). 
Lula procurou evidenciar, nesse plano de governo, que os interesses 
nacionais do Brasil e de seus vizinhos poderiam convergir no âmbito regional, e isso 
seria comprovado através da política externa. Outro ponto importante é que esse 
governo considera a política de regionalização compatível com o desenvolvimento 
nacional. (LOPES, 2006). 
Apesar deste plano de governo estar baseado na ideologia partidária do PT, 
as diretrizes para a área internacional foram estabelecidas de forma a englobar o maior 
número de frentes de atuação possível. O investimento em várias questões diplomáticas 
poderia ser mais proveitoso para o Brasil, uma vez que o objetivo principal das escolhas 
nessa esfera era a conquista de maior espaço no sistema internacional. Para tanto, o 
governo adotou medidas que não afetariam a imagem do país, em um cenário global 
caracterizado por intensos jogos de poder e disputas por influência. Nesse sentido, o 
Brasil se portaria de uma forma neutra e sem alinhamentos. (PRADO, 2007). 
Este plano de governo considerava a Política Externa e a diplomacia 
brasileira indispensável para atingir a soberania do país. A diplomacia era tida como um 
meio fundamental para que o governo implantasse um projeto de desenvolvimento 
nacional alternativo, que ambicionava a redução da vulnerabilidade brasileira diante da 
instabilidade dos mercados financeiros globais. Outro objetivo desta política era o de 
contribuir positivamente na redução das tensões internacionais e, assim, atingir um 
equilíbrio econômico, social e político mundial que respeitasse as diferenças culturais, 
étnicas e religiosas. (LOPES, 2006). 
 32
Na condução da diplomacia dos governos de Lula destaca-se um dinamismo 
da diplomacia presidencial brasileira, visto que há uma participação pessoal do Chefe de 
Estado nos assuntos internacionais com intensidade sem igual. Tal afirmação é 
comprovada por meio das viagens de trabalho realizadas pelo Chefe de Estado, um ativo 
circuito de contatos entre Chefes de Estados e seus diplomatas. (BARNABÉ, 2009). 
A Diplomacia Presidencial não foi muito utilizada no governo de Lula, e 
passou a ser definida como Ativismo Diplomático do governo de Lula. Esse termo é 
diferenciado apenas para a distinção entre o governo anterior. (BARNABÉ, 2009). 
De acordo com o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que 
durante os dois mandatos de Lula esteve presente diante do MRE e das relações 
internacionais, para ele a diplomacia do governo Lula é “ativa e altiva”. Este ativismo e 
esta altivez do governo Lula são explicitados pelo caráter mais dinâmico e presencial do 
Presidente e pela imersão do país de maneira mais incisiva em temas diversos, tais 
como a cooperação Sul-Sul, o multilateralismo, o MERCOSUL, a liderança brasileira, 
etc. (BARNABÉ, 2009). 
No governo de Lula, a condução da política externa e da diplomacia 
brasileira são as peças chaves para o sucesso da economia nacional, pois com a abertura 
no mercado externo é possível impulsionar as exportações dos produtos brasileiros, 
contribuindo assim para a expansão dos negócios nacionais. (RIBEIRO, 2007). 
Almeida (2004) afirma que é certo que Lula apresenta um ativismo 
exemplar, evidenciado em dezenas, ou mais propriamente centenas, de viagens e visitasbilaterais do chefe de governo e seu ministro no exterior. 
O Presidente Lula realizou muitas viagens diplomáticas, participando 
ativamente de foros internacionais e debates multilaterais, e consolidando a imagem do 
Brasil como país atuante no cenário global. Tomando como exemplo a participação do 
presidente Lula ao Fórum Econômico Mundial em Davos na Suíça e presença constante 
as reuniões de Cúpula do MERCOSUL. (PRADO, 2007). 
Em seu discurso de posse Lula afirma que “mudança” será a palavra chave 
para a nova era de seu governo, “mudança por meio do diálogo e da negociação, sem 
atropelos ou precipitações, para que o resultado seja consistente e duradouro”. (SILVA, 
2003). 
 33
E para a mudança do país e reconhecimento internacional, Lula afirmou 
ainda em seu discurso que: 
 
A grande prioridade da política externa durante o Governo será a construção 
de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida, com base em 
ideais democráticos e de justiça social. Para isso é essencial uma ação 
decidida de revitalização do MERCOSUL, enfraquecido pelas crises de cada 
um de seus membros e por visões muitas vezes estreitas e egoístas do 
significado da integração. O MERCOSUL, assim como a integração da 
América do Sul em seu conjunto, é sobretudo um projeto político. Mas esse 
projeto repousa em alicerces econômicos comerciais que precisam ser 
urgentemente reparados e reforçados. (SILVA, 2003). 
 
Neste mesmo discurso, o Presidente Lula afirma que o bloco será prioridade 
em seu governo e que pretende investir para a revitalização e fortalecimento do bloco 
para o sucesso dos países membros do MERCOSUL. (SILVA, 2003). 
Em discurso na XXIV reunião de cúpula do MERCOSUL nos dias 18 e 19 
de junho de 2003, Lula afirma novamente a importância do bloco para o 
desenvolvimento de uma integração regional. Disse Lula que é possível retomar os 
passos necessários para consolidar o MERCOSUL como União Aduaneira, para que os 
produtos encontrem mercados sem restrições e trilhar o caminho para a construção de 
um verdadeiro Mercado comum, espaço ampliado de prosperidade para as populações. 
(BRASIL, 2010). 
Visto que Lula possuiu uma agenda extensa de viagens e visitas a outros 
Chefes de Estado, participações em foros internacionais entre outros eventos, podemos 
verificar que Lula foi mediador de vários conflitos entre os países e foi interlocutor de 
vários acordos, tais como o Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e Peru 
(ACE-58), onde este país se torna Estado associado do bloco em 2003, a ratificação pelo 
Brasil do Protocolo de Olivos sobre Solução de Controvérsias no MERCOSUL em 
2003. (BRASIL, 2010). 
Entre os dias 25 e 26 de setembro de 2003 foi realizado em Montevidéu o I 
Encontro de Presidentes de Câmaras dos Poderes Legislativos do MERCOSUL, sendo 
que o Presidente Lula esteve presente no evento para prestigiar o encontro celebrado 
com outros Presidentes do bloco. (BRASIL, 2010). 
 34
O Presidente Lula participa da XXV Cúpula do MERCOSUL em 
Montevidéu, onde foi assinado o Acordo de Complementação econômica entre o 
MERCOSUL e Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59) e foi criado o cargo de 
Presidente da Comissão de Representantes Permanentes do MERCOSUL, em 16 de 
dezembro de 2003. (BRASIL, 2010). 
Lula inaugurou em Berlim a primeira Mostra Institucional do MERCOSUL 
com o objetivo de divulgar a imagem do bloco e promover o comércio entre os blocos, 
no dia 13 de maio de 2004. (BRASIL, 2010). 
Em 2004 o governo brasileiro e os países membros do bloco avançaram nos 
compromissos estabelecidos no Programa de Trabalho para 2004 a 2006, com o 
objetivo de reconstruir a união aduaneira do MERCOSUL e lançar as bases para o 
mercado comum. Lula determinou que o fortalecimento do bloco constituía a prioridade 
central da política externa, a partir de alianças estratégicas com os países da região e da 
construção de um espaço integrado da América do Sul. (BRASIL, 2010). 
Em 7 e 8 de julho de 2004 aconteceu a XXVI Cúpula do MERCOSUL em 
Puerto Iguazú na Argentina, e o Brasil assume a liderança rotativa do bloco. Lula diz 
em seu pronunciamento que irá iniciar prontamente as negociações para a conclusão de 
um acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e o México. (BRASIL, 2010). 
O Presidente Lula participa da XXVIII Cúpula do MERCOSUL na cidade 
de Assunção no Paraguai, onde foi estabelecido o Grupo Bilateral de Inteligência 
Brasil-Paraguai na esfera da pirataria, da falsificação e do contrabando de produtos 
pirateados e falsificados. (BRASIL, 2010). 
Entre os sias 8 e 9 de dezembro de 2005 o Presidente Lula participa da 
XXIX Cúpula do MERCOSUL em Montevidéu, sendo que no mesmo encontro é 
tomada a decisão política de promover o ingresso da Venezuela como membro pleno do 
bloco. É criada ainda a Comissão Estratégica de Reflexão sobre o processo de 
integração sul-americana. (BRASIL, 2010). 
Nos dias 20 e 21 do mês de julho de 2006 o Presidente Lula participa da 
XXX Cúpula do MERCOSUL, na cidade de Córdoba na Argentina, sendo esta a 
primeira a contar com a presença da Venezuela como membro pleno no bloco. 
(BRASIL, 2010). 
 35
No dia 01 de agosto de 2006 o Brasil, representado pelo respectivo 
Presidente Lula, assume a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL. Não apenas em 
2006 que Lula assume a presidência, mas também foi concedido a Lula em vários anos 
e atualmente continua sendo o presidente Pro Tempore do MERCOSUL e sendo 
formalmente entregue o titulo e o cargo de presidente Pro Tempore do MERCOSUL em 
julho de 2010 na Argentina. (BRASIL, 2010). 
A presidência de Lula no MERCOSUL comprova a integração entre os 
países do bloco e o interesse de estabelecer alianças entre os membros do bloco para a 
revitalização do MERCOSUL, fato este importante na história da diplomacia brasileira, 
com a forte presença do Brasil e de seus representantes diante do MERCOSUL. 
O Ministro Amorim afirma ainda que: 
 
O destino do Brasil está ligado aos seus vizinhos da América do Sul. A 
vertente regional é vital para nós. A integração sul-americana é e continuará a 
ser uma prioridade do governo brasileiro. O aprofundamento do 
MERCOSUL faz parte desse processo de reconhecimento do Brasil. Uma 
política pró-integração corresponde ao interesse nacional de longo prazo. 
(AMORIN, 2007). 
 
Almeida (2004) diz que no governo de Lula a prioridade mais importante da 
diplomacia brasileira é o MERCOSUL, com importância estratégica e uma base para a 
união política da América do Sul, livre de influências externas e de limitações 
hegemônicas. Lula vê a necessidade de se inserir no mundo internacional e 
consequentemente as relações exteriores se interligam com outros Estados, ou seja, o 
Brasil mantém relações com todos os países do mundo, principalmente os EUA. 
Entretanto o Presidente afirma que fortalecer o MERCOSUL é fundamental para 
competir igualmente com outros blocos. 
O MERCOSUL como bloco de maior peso diante do conjunto de países em 
desenvolvimento, sendo que Almeida (1998) aponta uma tendência de que este bloco 
possa seguir o exemplo da União Europeia, por essa ser mais comunitária, enquanto o 
MERCOSUL se mostra mais livre-cambista. 
No que tange à política externa, Lula colocou a diplomacia como um 
instrumento de desenvolvimento nacional. O relacionamento externo do Brasil, por 
meio do comércio exterior, da capacitação de tecnologias avançadas e da busca de 
 36
investimentos produtivos, ficou incumbido de contribuir com a melhoria de vida do 
povo brasileiro através da elevação do nível de renda e da geração de emprego. 
(LOPES, 2006). 
Elegeu como a grande prioridade da política externa de seu governo a 
construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida, baseada em 
ideais democráticos e de justiça social. Para tanto se torna essencial à revitalização do 
MERCOSUL e o presidente se comprometeu a apoiar os devidos arranjos institucionais 
necessários paraesse fim. Também se propôs a cuidar da dimensão social, cultural e 
científico-tecnológica do processo de integração, assim como estimular 
empreendimentos conjuntos e fomentar um vivo intercâmbio intelectual e artístico entre 
os países sul-americanos. (LOPES, 2006). 
O Brasil, aproveitando-se da crescente importância do comércio exterior 
para o país e também do uso de sua capacidade diplomática em foros de negociações 
internacionais, tem se projetado no cenário mundial, o que o fez um dos principais 
protagonistas do regime de comércio vigente na atualidade. Prova disso é a liderança 
assumida no Grupo de Países em Desenvolvimento – G20, as vitórias nas soluções de 
controvérsias no âmbito da OMC, em que o país obteve vitória sobre os Estados Unidos 
no caso do algodão e sobre a União Europeia no caso do açúcar. 
No que tange ao aspecto regional, o Brasil tem liderado o MERCOSUL em 
negociações complexas, como MERCOSUL-União Europeia. Salientam ainda que o 
forte protagonismo do Brasil vem através do MERCOSUL e das inúmeras iniciativas 
que o bloco engajou com países e regiões de todo o mundo. (LOPES, 2006). 
Alguns meses antes da posse presidencial, no final de 2002, Lula já havia 
iniciado suas atividades diplomáticas, ao auxiliar na crise venezuelana motivada pela 
greve geral naquele país, imposta pela oposição ao Presidente Hugo Chávez. Ao optar 
pela criação do Grupo de Amigos da Venezuela, o Brasil indicou a tônica das diretrizes 
que seria adotada em âmbito regional. (PRADO, 2007). 
No contexto regional, o Brasil se envolveu em muitas questões polêmicas. 
Além da ajuda para solucionar a crise venezuelana, o governo agiu de maneira 
semelhante no conflito envolvendo a Colômbia e Venezuela em 2005. (PRADO, 2007). 
 37
Alguns meses após a resolução do incidente entre Venezuela e Colômbia, o 
Brasil também se envolveu na crise política vivida pelo Equador em abril de 2005, 
concedendo asilo político ao Presidente Lucio Gutierrez. (PRADO, 2007). 
O MERCOSUL, também inserido nesse propósito, correspondeu a um tema 
bastante discutido no âmbito da política externa do primeiro governo Lula. Em 2004 e 
2006, o governo brasileiro ocupou a presidência pro tempore do bloco regional, e 
indicou diretrizes a serem cumpridas para consolidar, além dos objetivos econômicos, 
tais como o estabelecimento da Tarifa Externa Comum - TEC, o chamado MERCOSUL 
político. Para Lula, o bloco tem condições de, a longo prazo, se tornar um espaço de 
unidade política, onde os países-membros fortaleçam suas decisões, tomadas 
conjuntamente, no sistema internacional. (PRADO, 2007). 
No âmbito do MERCOSUL, o governo deixou claro a pretensão de 
revitalizar o bloco, nas duas ocasiões em que ocupou a presidência pro tempore do 
mesmo, o MERCOSUL político foi anunciado, como uma alternativa à integração sul-
americana. (PRADO, 2007). 
O Brasil conquistou saldos positivos durante o primeiro governo Lula, basta 
indicar que o objetivo final da sua política externa pôde ser, embora de maneira 
limitada, consolidado, O governante agiu de maneira correta quando colocou entre os 
objetivos de sua política exterior a busca de um papel mais importante para o Brasil no 
sistema internacional, não aceitando, portanto, as limitações impostas para os países em 
desenvolvimento. (PRADO, 2007). 
O comércio exterior do governo Lula, portanto, englobou muitas 
possibilidades ao país, inclusive, no aspecto diplomático, a aproximação do Brasil com 
uma ampla rede de países foi positiva para auxiliar nas investidas que necessitavam 
apoio multilateral. (PRADO, 2007). 
Além disso, a figura emblemática do governante foi intensamente projetada 
nos discursos diplomáticos: a diplomacia presidencial foi desenvolvida, juntamente com 
a atuação mais ativa de outros atores da política externa brasileira: além do ministro, 
Celso Amorim, houve o intenso envolvimento do Secretário-Geral das Relações 
Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, e do Assessor Especial para assuntos 
internacionais, Marco Aurélio Garcia, nos assuntos diplomáticos. (PRADO, 2007). 
 38
Atualmente o Brasil está em 8ª posição entre as maiores economias do 
mundo. Fato este alcançado através dos esforços e investimentos do governo federal. 
(BANCO MUNDIAL, 2010a). 
Lula afirmou ainda que seu governo foi uma política externa voltada a 
impulsionar uma “nova geografia mundial”. (LIMA, 2010). 
Tanto o ministro Celso Amorim, como seu principal auxiliar, embaixador 
Samuel Pinheiro Guimarães, têm conduzido uma das fases mais dinâmicas da 
diplomacia brasileira em qualquer época histórica. (LIMA, 2010). 
Por fim pode-se analisar que no governo de Lula o MERCOSUL foi o 
marco principal da sua política externa e da condução da diplomacia brasileira, pois 
com o fortalecimento do bloco e a integração regional o país poderia competir com 
igualdade diante de outros blocos internacionais, sendo assim o Brasil hoje se encontra 
como um país em desenvolvimento com grande reconhecimento mundial. O atual 
presidente ocupa um espaço privilegiado no cenário internacional e é respeitado por 
muitos. 
 
3.3. DIPLOMACIA BRASILEIRA NOS GOVERNOS DE FHC E LULA 
 
De modo geral, em ambos os governos se buscou manter relações 
cooperativas com todos os países da região do MERCOSUL e com o mundo, 
procurando assim que o Brasil se estabelecesse mundialmente como um país forte e 
confiável e tivesse presença diante de outros Estados. (ALMEIDA, 2004). 
Lula não seguiu a política de FHC, modificou a forma de realizar seu plano 
de governo com relação à política externa. Em seu primeiro ano de mandato, direcionou 
sua política externa à ampliação das relações brasileiras no exterior com o intuito de 
elevar o país à potência internacional a fim de equiparar as condições do Brasil, 
considerado um país emergente, às das grandes potências mundiais. (LOPES, 2006). 
Para essa inserção internacional do Brasil ao mundo, tanto Lula quanto 
FHC, disseram em seus discursos que a prioridade seria o MERCOSUL, entretanto cada 
presidente agiu de forma diferenciada diante do bloco. 
 39
Os temas econômicos e comerciais tiveram, para FHC, prioridade sobre os 
demais na agenda do MERCOSUL, enquanto para Lula o social e o político parecem ter 
assumido a precedência no processo de integração. (ALMEIDA, 2004). 
Em relação à integração regional e a participação dinâmica do Brasil no 
MERCOSUL, diretrizes prioritárias da política externa brasileira, o país alcançou 
resultados expoentes durante o mandato de Lula. O governo brasileiro investiu no 
estreitamento das relações político-econômicas com os países vizinhos, além de ocupar 
a presidência Pro Tempore do MERCOSUL, indicando as metas e prioridades para o 
bloco regional de acordo com seus interesses. (PRADO, 2007). 
Enquanto que nos governos de FHC a integração regional foi deixada de 
lado, sem contar que este é um fator fundamental no fortalecimento do MERCOSUL e 
no reconhecimento e respeito mundial. 
No governo de Lula houve o fortalecimento e expansão do MERCOSUL, 
dando ênfase nos aspectos estratégicos e sociais do processo de integração, com grande 
progresso na integração econômica, política e física da América do Sul. Os acordos 
MERCOSUL-Comunidade Andina, a incorporação do Peru e da Venezuela ao 
MERCOSUL, são inúmeras obras realizadas para a integração e o desenvolvimento da 
infraestrutura na região. (BRASIL, 2010). 
Enquanto que no governo de FHC houve a fragilização do MERCOSUL, 
dando ênfase a excessiva dimensão do livre comércio e baixa ênfase nos aspectos 
estratégicos e sociais do processo de integração do bloco. Foram apenas identificados 
algumas ações que FHC realizou na região, tal como a tentativa de resolução de um 
conflito entre Peru e Equador por territórios. 
A diplomacia do governo Lula, em relação ao MERCOSUL, apresenta uma 
postura mais assertiva, mais enfática em torno da chamada defesa da soberania nacional 
e dos interessesnacionais, assim como de busca de alianças privilegiadas no Sul, com 
ênfase especial nos processos de integração da América do Sul e do MERCOSUL, com 
reforço consequente deste último no plano político. (ALMEIDA, 2004). 
Sendo que FHC via o MERCOSUL como possível base pra inserção do país 
no mundo, porém não fez como tal e deu mais ênfase a outros países fora do bloco, 
contando ainda que houve crise no MERCOSUL durante o governo do respectivo ex-
presidente. 
 40
Segundo Almeida (2004), o governo Lula considerou em sua diplomacia 
presidencial, que o MERCOSUL seria uma prioridade da diplomacia brasileira, tendo 
em vista que as grandes potências mundiais montaram seus próprios blocos regionais 
para fortalecer a capacidade de integração entre si, sendo que nesses blocos os países 
participantes possuem interesses comuns, tais como garantir as melhores condições de 
livre comércio entre os países membros, reduzir as desigualdades sociais e econômicas 
entre as regiões, fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de 
crescimento, dentre outros objetivos que os blocos adotam. Com a adoção dessas ações 
e de outras, dentro do bloco, o mesmo se torna fortalecido na esfera internacional, 
ampliando a capacidade de negociação em fóruns internacionais. 
A diplomacia presidencial também se destacou nos governos de FHC, pois 
foi com ele que realmente se iniciou a condução desta, deixando de ser uma diplomacia 
tradicional e se tornando uma diplomacia presidencial, com mais presença e intervenção 
do presidente nos assuntos de política externa e diplomacia brasileira. 
Para diferenciar-se da “Diplomacia Presidencial” de FHC, a política externa 
passou a ser definida pelo “Ativismo Diplomático” de Lula. Nas palavras de seu 
ministro, o Ministro Celso Amorim, a diplomacia do governo Lula é “ativa e altiva”. 
(BARNABÉ, 2009). 
Naturalmente que ambos os Chefes de Estado possuíram uma extensa 
agenda de viagens, participações em ações sociais, eventos internacionais e regionais, 
ou seja, um ativo circuito de contatos internacionais, sendo todos os compromissos 
realizados pelos próprios Chefes de Estado na execução da diplomacia presidencial. 
Entretanto Lula realizou mais visitas a Chefes de Estado do que FHC. (BARNABÉ, 
2005). 
Nesse contexto, ao analisar a diplomacia brasileira na perspectiva do 
MERCOSUL, pois este foi destaque no plano de governo tanto de FHC quanto de Lula, 
nota-se que no governo de FHC a diplomacia foi exercida de forma tradicional e teve 
como foco o planejamento e execução da política externa brasileira, ou seja, essa 
execução é a atuação da diplomacia brasileira nas relações internacionais. (BARNABÉ, 
2009). 
 Enquanto que para Lula o MERCOSUL é uma prioridade para a sua 
política externa, pois o bloco é essencial para a integração regional dos países membros, 
 41
para que haja o fortalecimento do mesmo e que possa tornar uma potência diante de 
outros blocos e países. Lula afirma também que o bloco é uma “paixão” de seu governo 
e reafirmou em seus dois governos que o foco era o fortalecimento do MERCOSUL. 
O Ex-presidente FHC tinha total conhecimento em relação à diplomacia, 
visto por sua vivência internacional e também de seus contatos estratégicos que o 
privilegiaram durante seus respectivos governos. Já Lula não possui tanta experiência 
quanto FHC, contudo fez boa condução das políticas do país e inseriu o Brasil ao 
cenário mundial. 
Por fim pode-se analisar que Lula considerou o MERCOSUL como seu 
principal elemento estratégico de fortalecimento do bloco e do Brasil para uma presença 
forte diante de outros blocos e países. E para FHC o MERCOSUL era apenas mais uma 
base para essa inserção internacional, porém estabeleceu mais alianças com outros 
países fora do bloco, do que com seus vizinhos países membros do bloco. 
Lula afirmou ainda que seu governo foi uma política externa voltada a 
impulsionar uma “nova geografia mundial”. (LIMA, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONCLUSÃO 
 
O presente trabalho tem como objetivo geral distinguir a condução da 
diplomacia brasileira dos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio 
Lula da Silva (Lula) em relação ao bloco regional econômico MERCOSUL. 
Visto que o objetivo da pesquisa acadêmica consiste em analisar a política 
exterior e a diplomacia brasileira dos mandatos de FHC e Lula, no que se refere às 
ações no âmbito regional do bloco MERCOSUL, foi imperativa para uma melhor 
apreciação do tema. 
A diplomacia vem desde os tempos mais antigos até os dias de hoje para a 
solução de conflitos, para negociações em diversos aspectos e atua principalmente nos 
governos e Estados, para uma melhor condução da política externa. 
A política externa são os planos do que será feito nas políticas 
internacionais para o desenvolvimento do país e das relações exteriores com demais 
países e blocos do mundo. 
Política externa e diplomacia caminham junto nas relações internacionais, 
pois uma é segmento da outro. Pois a diplomacia é a forma com serão executadas a 
política externa. E como principal ator destas, são encontrados o Estado, governo e o 
Ministério das Relações Exteriores, responsáveis pela condução da diplomacia e da 
criação da política externa. 
Como parte da política externa e da diplomacia brasileira, o MERCOSUL é 
parte fundamental para o desenvolvimento do país. O bloco econômico MERCOSUL 
tem como objetivo a formação de um mercado comum entre seus Estados-Partes, 
 43
primando pela livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do 
bloco, o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política 
comercial conjunta em relação a terceiros Estados. 
FHC e Lula viam a necessidade de inserir o Brasil no mundo, querendo um 
país com mais autonomia, mas presença e reconhecido mundialmente, fato este que 
contribuiria com o desenvolvimento do país. 
Cabe indicar que o desempenho do mandato de Lula nas relações bilaterais 
do país, bem como no comércio exterior, almejou a conquista de novos parceiros 
econômicos, bem como a busca de novas oportunidades, para, consequentemente, 
angariar um papel mais relevante do país no mercado global. 
Em relação à política externa, o governo Lula foi caracterizado tanto por 
propósitos inovadores quanto pelo prosseguimento de algumas diretrizes tradicionais à 
diplomacia brasileira. Entretanto, a grande alteração ocorreu na postura adotada pelo 
país em âmbito regional, que se tornou mais altiva, tendo em vista o interesse de 
ampliar o espaço do Brasil no cenário global. 
Em seu Plano de Governo Lula qualificou a política externa como 
condicionante do desenvolvimento nacional e isso fez com que fossem geradas muitas 
expectativas sobre ela. 
Dessa forma, a inovação substancial do governo Lula na diplomacia esteve 
relacionada à maneira pela qual o Brasil foi inserido no sistema internacional, através da 
participação incisiva nos foros multilaterais, o esforço para conquistar uma posição 
relevante no mundo, presença constante no MERCOSUL e nos demais eventos dentro 
do bloco e em outros países e blocos. 
As integrações econômicas são provenientes da globalização. Elas têm o 
intuito de promover o desenvolvimento do comércio da região, estimular a eficiência 
através da concorrência, facilitar o acesso a mercados, aproximar os países e elevar o 
nível de vida das populações dos países integrados através do aumento do poder de 
compra. 
A América Latina sempre desejou uma integração econômica. Várias foram 
as tentativas até que chegasse ao bloco MERCOSUL, que objetivava a melhoria das 
condições de vida da população de seus países-membros através da inserção 
 44
competitiva no mundo, de ganhos de produtividade, da ampliação do fluxo de comércio 
com o resto do mundo e da promoção da abertura econômica regional. 
Lula possuía a mesmavisão de FHC em relação a inserção internacional do 
Brasil e do MERCOSUL no mundo. Claro que houve mudanças em seus respectivos 
mandatos, como por exemplo a postura mais autônoma tomada pelo Brasil e a 
diplomacia mais assertiva, que acarretou a difusão de uma imagem positiva do país. 
O MERCOSUL tem grande importância para o Brasil, foi através dele e de 
inúmeras iniciativas engajadas pelo bloco com países e regiões de todo o mundo que o 
país adquiriu protagonismo no cenário mundial. 
Por se tratar de um ciclo de governo em aberto, a forma de captar as 
propostas e objetivos em política externa se dá através das declarações à imprensa, 
discursos, entrevistas, eventuais artigos e obras publicadas que demonstram o 
posicionamento político dos formuladores da política externa brasileira, principalmente, 
do presidente da República. Dessa forma é possível notar como as prioridades de 
política externa são expostas pela versão oficial do próprio governo. (MAPA, 2009). 
A grande prioridade da política externa do governo Lula, conforme 
declarado diversas vezes pelo próprio presidente, é o MERCOSUL e a integração sul 
americana, também compreendida como estratégica para a superação das distorções 
econômicas e comerciais geradas pelas imposições das grandes potências. (MAPA, 
2009). 
Portanto é notável que no governo de FHC, o MERCOSUL era visto pela 
sua administração como uma base possível para a integração econômica da região com 
o mundo e que conduziria ao fortalecimento das relações econômicas do Brasil com os 
demais países. Enquanto que no governo de Lula, o MERCOSUL é uma prioridade da 
diplomacia brasileira, tendo em vista que as grandes potências mundiais constituíram 
seus próprios blocos regionais para integrar e fortalecer as relações econômicas 
internacionais. 
 
 
 
 
 45
5. REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Paulo Roberto. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula. Disponível 
em: <http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1260PExtLula.pdf>. Acesso em 10 abr. 
2010. 
______. Relações internacionais e política externa do Brasil. 2ª ed.ver. amp. e atual. Rio 
Grande do Sul: Editora UFRGS, 2004. 
______. Sobre políticas de governo e políticas de Estado: distinções necessárias. 
Disponível em: <http://www.imil.org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-politicas-
de-Estado-distincoes-necessarias/>. Acesso em: 02 set. 2010. 
AMORIN, Celso. A diplomacia multilateral do Brasil. Disponível em: 
<http://www.scribd.com/doc/40105493/A-Dipomacia-Multilateral-Do-Brasil-Miolo>. 
Acesso em: 20 out. 2010. 
APRIGIO, André E. Ribeiro de Souza. Diplomacia Digital e o papel do “novo 
diplomata”. Disponível em: <http://dspace.universia.net/bitstream/2024/754/1/e-
Diplomacy+-+Peer+Reviewed_Secured.pdf>. Acesso em: 02 out. 2010. 
BARNABÉ, Israel Roberto. O Itamaraty e a Diplomacia Presidencial nos governos 
FHC e Lula. Disponível em: 
<http://www6.ufrgs.br/intrel/Artigo_Diplomacia_Presidencial.pdf>. Acesso em 20 mai. 
2010. 
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. 
Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. Ed. 
ampl. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. 
BRASIL. A criação do MERCOSUL. Disponível em: 
<http://www.MERCOSUL.gov.br/principais-tema-da-agenda-do-
MERCOSUL/aspectos-gerais-do-MERCOSUL/a-criacao-do-MERCOSUL/>. Acesso 
em 21 set. 2010 c. 
______. Bank Mundial. Disponível em: 
<http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/HOMEPORTUGUESE/EXTPAISE
S/EXTLACINPOR/BRAZILINPOREXTN/0,,menuPK:3817201~pagePK:141132~piP
K:141109~theSitePK:3817167,00.html>. Acesso em: 31 out. 2010. 
______. Brasil assume presidência do MERCOSUL e Lula quer reforçar o bloco. 
Disponível em: <http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/internacional-1/brasil-assume-
presidencia-do-MERCOSUL-e-lula-quer-reforcar-o-bloco-13561.html>. Acesso em: 03 
nov. 2010. 
______. Conheça o Ministério. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/o-
ministerio/conheca-o-ministerio/view>. Acesso em: 02 set. 2010. 
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso 
em: 01 out. 2010. 
______. Cronologia da política externa do governo Lula (2003-2006). Disponível 
em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/al000332.pdf>. Acesso em: 01 
nov. 2010. 
 46
______. SILVA, LUIS INÁCIO DA. Mensagem ao Congresso Nacional. Brasília: 
Presidência da República, 2005. 
______. Objetivos do MERCOSUL. Disponível em: 
<http://www.MERCOSUL.gov.br/principais-tema-da-agenda-do-
MERCOSUL/aspectos-gerais-do-MERCOSUL/objetivos-do-MERCOSUL/>. Acesso 
em 01 mai. 2010 a. 
______. O que é MERCOSUL?. Disponível em: 
<http://www.MERCOSUL.gov.br/perguntas-mais-frequentes-sobre-integracao-
regional-e-MERCOSUL-1/sobre-integracao-regional-e-MERCOSUL/>. Acesso em 01 
mai. 2010 b. 
______. Protocolo de Ouro Preto. Disponível em: 
<http://www.MERCOSUL.gov.br/tratados-e-protocolos/protocolo-de-ouro-preto-1/>. 
Acesso em 21 set. 2010 d. 
______. Protocolo de adesão da República bolivariana da Venezuela ao MERCOSUL. 
Disponível em: <http://www.MERCOSUL.gov.br/tratados-e-protocolos/protocolo-de-
adesao-da-republica-bolivariana-da-venezuela-ao-MERCOSUL/protocolo-de-adesao-da-
republica-bolivariana-da-venezuela/>. Acesso em 21 set. 2010 h. 
______. Protocolo de Brasília. Disponível em: 
<http://www.MERCOSUL.gov.br/tratados-e-protocolos/protocolo-de-brasilia-1/>. 
Acesso em 21 set. 2010 d. 
______. Protocolo de Olivos. Disponível em: < 
http://www.MERCOSUL.gov.br/tratados-e-protocolos/protocolo-de-olivos-1/>. Acesso 
em 21 set. 2010 f. 
______. Protocolo de Ushuaia. Disponível em: < http://www.MERCOSUL.gov.br/tratados-
e-protocolos/protocolo-de-ushuaia-1/>. Acesso em 21 set. 2010 g. 
______. Tesouro Nacional. Disponível em: 
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/servicos/glossario/glossario_d.asp>. Acesso em 14 
jun. 2010 a. 
CARDOSO, Fernando Henrique. Discurso de posse do presidente Fernando 
Henrique Cardoso. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/publi_04/colecao/discurs.htm>. Acesso em 01 jul. 2010. 
CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.) Construindo o saber: metodologia 
científica, fundamentos e técnicas. 17. Ed. Campinas: Editora Papirus, 2006. 
DANESE, Sérgio. Diplomacia presidencial. 1 Ed. Rio de Janeiro: Editora TOPBOOKS, 
1999. 
EGLER, Cláudio. MERCOSUL: um território de construção. Disponível em: 
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252006000100013&script=sci_arttext>. Acesso em 31 mai. 2010. 
EPS. Engenharia de Produção e Sistemas. Disponível em: 
<http://www.eps.ufsc.br/disserta99/anice/cap7.html>. Acesso em 31 de mai. de 2010 
FOLHA. Quadro comparativo nos governos Lula e FHC. Disponível em : 
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/20060420-brasil_primeiro_tempo-anexo_1.pdf>. Acesso 
em 02 jun. 2010. 
 47
FREITAS JÚNIOR, Antonio de Jesus da Rocha. Manual do MERCOSUL - Globalização e 
Integração Regional. São Paulo: BH Editora, 2006. 
GARCIA, Eugênio Vargas. Diplomacia brasileira e política externa: documentos 
históricos (1493-2008). Rio de Janeiro: Contraponto, 2008. 
GRANDE enciclopédia Barsa. Macropédia. 3. ed. Rio de Janeiro: Barsa Planeta 
Internacional, 2005. 18 v. 
INESC. Instituto de Estudos Socioeconômicos. Disponível em: 
<http://www.inesc.org.br/biblioteca/publicacoes/outras-
publicacoes/A%20era%20FHC%20e%20o%20Governo%20Lula.pdf. >. Acesso em 15 mai. 2010. 
LEONEL, Vilson. Ciência e pesquisa. 2ª Ed. Rev. e Atual. Palhoça: Unisul Virtual, 
2007. 
LIMA, Maria Regina Soares. Tradição e Inovação na Política Externa Brasileira. 
Disponível em: 
<http://www.plataformademocratica.org/Arquivos/Tradicao%20e%20Inovacao%20na%
20Politica%20Externa%20Brasileira.pdf>. Acesso em: 23 set. 2010. 
LOPES, Lucyene. A política externa brasileira no governo Luiz Inácio Lula da Silva 
com relação ao MERCOSUL. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos-
pdf/politica-externa-mercosul/politica-externa-mercosul.pdf>.Acesso em: 01 out. 2010. 
MAPA, Diego de Moura. Diplomacia e cultura no governo de Lula (2003-2006). Disponível 
em: < http://wwwusers.rdc.puc-
rio.br/agendas_de_politica_externa_iri/pdfs/ec/publicacoes/mapa_cadernos_de_historia_2009
.pdf>. Acesso em: 03 out. 2010. 
MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2 
Ed,. São Paulo: Atlas, 2000. 
MOITA, Luís. Nova Diplomacia: Paradigma, Actores, Espaços. Disponível em: 
<http://aartereal.blogspot.com/2007/03/nova-diplomacia-paradigma-actores.html>. 
Acesso em 21 mai. 2010. 
O DIPLOMATA. Instituto de relações internacionais. Ingressando na carreira 
diplomática. Disponível em: 
<http://www.odiplomata.com.br/navegacao.asp?id=20&pagina=3&sub_pagina=12#>. 
Acesso em: 01 out. 2010. 
OLIVEIRA, Henrique Altemani de. Política externa brasileira. 1ª ed. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2005. 
PEREIRA, Ana Cláudia J.. A política externa e a política de defesa dos governos de 
FHC e Lula: uma reflexão sobre a proeminência de atores e a abertura do debate 
democrático. Disponível em: 
<http://observatorio.iesp.uerj.br/pdfs/27_observador_topico_Observador_v_2_n_12.pdf. 
Acesso em: 10 ago. 2010. 
PINHEIRO, Letícia. Política Externa brasileira (1889-2002). 1ª ed. Rio de Janeiro: 
Editora: J. Zahar, 2004. 
PRADO, Lídia Domingues Peixoto. A política externa do primeiro governo Lula (2003-
2006). Campinas, SP, 2007. Disponível em: 
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp079804.pdf>. Acesso em: 10 
out. 2010. 
 48
PRETO, Alessandra Falcão. O conceito de diplomacia presidencial: o papel da 
Presidência da República na formulação de política externa. Disponível em: 
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-16102006-195630/>. Acesso em: 
01 set. 2010. 
RIBEIRO, Thiago. Governo Fernando Henrique Cardoso. Disponível em: < 
http://www.brasilescola.com/historiab/governo-fernando-henrique-cardoso.htm>. 
Acesso em 01 out. 2010a. 
ROSSI, Clóvis. MERCOSUL e EU são prioritários, diz FHC. Disponível em: 
<http://www.eagora.org.br/arquivo/MERCOSUL-e-UE-so-prioritrios-diz-FHC/>. 
Acesso em: 11 out. 2010. 
SILVA, Amanda Carolina da. O conceito de Estado nas relações internacionais: da 
crítica de Fred Halliday a perspectiva de Pierre Bourdieu. Disponível em: 
<http://siaibib01.univali.br/pdf/Amanda%20Carolina%20da%20Silva.pdf>. Acesso em: 
01 out. 2010. 
SILVA, De Plácido. Vocabulário jurídico. 16. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Ed. 
Forense, 1999. 
SILVA, Luis Inácio da; AMORIM, Celso; GUIMARÃES, S. Pinheiro. A política 
externa do Brasil. Brasília: IPRI, 2003. 
SILVA, Luís Inácio Lula da. Discurso de posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. 
Disponível 
em:<http://www.fiec.org.br/artigos/temas/discurso_de_posse_do_presidente_Luiz_Inaci
o_Lula_da_Silva.htm>. Acesso em 10 jul. 2010. 
SOARES, Maria Susana Arrosa. A Diplomacia Cultural no MERCOSUL. Disponível 
em: < http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v51n1/a03v51n1.pdf >. Acesso em: 01 set. 2010. 
TROYJO, Marcos PRADO, 2007. Diplomacia empresarial. Disponível em: 
<http://diplomaciaempresarial.blogspot.com/>. Acesso em: 02 set. 2010. 
UOL. Dicionário Michaellis. Disponível em: 
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=integração>. Acesso em 15 mai. 2010. 
VIZENTINI, Paulo Gilberto Fagundes. Relações internacionais do Brasil: de Vargas a 
Lula. 3. Ed. rev. e atual. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2008.

Mais conteúdos dessa disciplina