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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
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Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 101
13
21
28
44
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
DICA DO DIA 01 
1.PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
O QUE DEVO SABER: 
O regime jurídico administrativo é composto por 
regras e princípios para nortear o interesse 
primário e secundário da administração pública. 
#LINKMENTAL 
a) Interesse primário- É o voltado para a 
vontade do povo. 
b) Interesse secundário- É vontade do estado 
enquanto pessoa jurídica. 
#LINKMENTAL 
Flávia e se por acaso dois princípios colidirem? E 
aí? Qual prevalece? 
Então, não existe princípio absoluto. O que 
deverá acontecer é uma ponderação de 
interesses, não devendo nenhum dos princípios 
em conflito serem excluídos. 
E se houver um conflito de normas? De regras? 
E aí? Neste caso a regra que for válida será 
executada, pois as regras são operadas de modo 
disjuntivo, de forma que ao utilizar uma 
consequentemente a outra será excluída. 
DECOREM! ISSO SEMPRE CAI! 
CONFLITO DE PRINCÍPIOS- PONDERAÇÃO DE 
INTERESSES 
CONFLITO DE REGRAS- PRINCÍPIO DA 
VALIDADE 
Classificação dos princípios: 
Princípio da Legalidade- Para que a 
administração atue faz-se necessário 
autorização legislativa. A administração só 
poderá atuar se estiver na lei. 
Princípio da Impessoalidade- A administração 
Pública deverá tratar a todos da mesma forma, 
sendo proibida a PROMOÇÃO PESSOAL. Por ex: 
O administrador não poderá valer do seu cargo 
de prefeito para se promover informando aos 
eleitores que ele, o prefeito, fez a nova obra da 
escola pública do Município. Quem Fez foi a 
Prefeitura e não o prefeito. 
LEMBRE-SE: Político que utiliza a publicidade 
dos atos, programas, obras e serviços dos 
órgãos públicos para fins de promoção pessoal 
fere o princípio da IMPESSOALIDADE e não da 
PUBLICIDADE. 
Princípio da Moralidade- A administração 
deverá atuar de acordo com a moralidade 
administrativa. O administrador deverá atuar 
com ética e moral. 
Este princípio está relacionado a súmula 
vinculante nº13 do STF “A nomeação de 
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de 
servidor da mesma pessoa jurídica investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, 
para o exercício de cargo em comissão ou de 
confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal”. 
CUIDADO: A FGV possui o entendimento que o 
nepotismo também poderá dar causa a 
violação do princípio da Impessoalidade. 
 
 
 
2 
 
E agora? Se na questão vier perguntando e tiver 
duas alternativas, uma para moralidade e outra 
para impessoalidade? 
Se na questão vier moralidade e 
impessoalidade, marque moralidade. Agora, se 
na questão vier vários outros princípios e 
impessoalidade ( SEM TER A MORALIDADE 
COMO OPÇÃO) marque impessoalidade. 
O princípio da impessoalidade pode ser 
entendido em duas dimensões: 
 A primeira relacionada à finalidade, 
exigindo que a atuação da ADM 
sempre tenha como fim o interesse 
público; 
 A segunda é relacionada à vedação da 
promoção pessoal (como no caso da 
questão) 
Quanto princípio da moralidade, este se liga à 
ideia de honestidade e exigência dos 
padrões éticos por parte dos agentes públicos. 
OBS: Não há necessidade de Lei formal para a 
vedação ao nepotismo. 
A regra do Nepotismo NÃO se aplica a cargos 
políticos, como por exemplo, cargo de secretário 
ou Ministro de Estado. Neste caso é possível a 
nomeação de parentes, desde que eles tenham 
conhecimento técnico para o exercício do cargo. 
Publicidade- A administração pública deverá 
publicar as decisões administrativas para 
garantir a segurança da sociedade e do Estado, 
proteger a intimidade e o interesse social. 
OBS: NÃO CONFUDAM PUBLICIDADE COM 
PUBLICAÇÃO. 
Eficiência- A administração pública deverá atuar 
na busca dos melhores resultados, e com menor 
custo possível. 
OBS: Esse princípio não veio expresso na CF/88, 
ele foi introduzido pela EC 19/00. CUIDADO: A 
FGV SEMPRE COBRA ISSO 
OBS: O que a FGV vai cobrar do candidato será 
se os princípios são expressos ou implícitos na 
Constituição federal, para que você tenha 
conhecimento deste tema, assim como se os 
princípios vinheram EXPRESSAMENTE na 
constituição ou não. Neste caso, você precisa 
prestar muita atenção se o princípio da 
eficiência se encontra no meio dos quais a 
questão trouxe, pois o princípio da eficiência SE 
ENCONTRA EXPRESSAMENTE na CF/88, 
contudo, ele NÃO VEIO EXPRESSAMENTE com a 
promulgação da CF/88, mas posteriormente 
com a inserção feita pela EC 19/00. 
ENTENDERAM? 
Princípios expressos LIMPE – Art. 37 CF. 
 
Legalidade – servidor só faz/deixa de fazer o 
que a lei manda. 
Impessoalidade – Isonomia; Finalidade; 
vedação à promoção pessoal. 
Moralidade – Dever de > probidade, 
honestidade, lealdade, ética, decoro, etc. 
Publicidade - Transparência 
Eficiência - $$$ 
 
Princípios implícitos - BASILARES 
Supremacia do interesse público 
Indisponibilidade do interesse público 
 
Demais princípios 
Razoabilidade e proporcionalidade 
Autotutela 
Continuidade dos serviços públicos 
Motivação 
Especialidade > as entidades adm. indireta não 
pode ser instituída com finalidades genéricas 
 
Reserva legal > exigência de que as entidades 
da adm indireta sejam criadas ou autorizadas 
por leis específicas e a de que, no caso das 
fundações, leis complementares definam suas 
áreas de atuação. 
Princípio da razoabilidade/proporcionalidade- 
A administração pública em sua atuação deverá 
respeitar os subprincípios da: adequação, 
necessidade e proporcionalidade em sentido 
 
 
 
3 
 
estrito. Eles estão IMPLÍCITOS na CF e 
EXPRESSOS na Lei ordinária. 
 
Princípio da indisponibilidade do interesse 
público- A administração Pública não tem uma 
escolha livre para gerir e administrar os bens e 
interesses pública, ela deverá geri-los em prol da 
coletividade. 
Princípio da Autotutela- A administração tem o 
poder-dever de anular seus atos ilegais e 
revogar os inconvenientes. 
OBS: O prazo para que a administração reveja 
seus próprios atos, quando ilegais e se deles 
decorrem efeitos favoráveis para os 
destinatários, é DECADENCIAL DE 05 ANOS, 
contados da data que foram praticados. 
Princípio da Motivação- As decisões da 
Administração pública deverão ser motivadas 
normativamente, para que a coletividade possa 
ter um controle sobre a legalidade delas. 
Princípio da Supremacia do interesse público 
sobre o privado- Existe uma relação de 
verticalidade, uma relativa preponderância dos 
interesses definidos pela administração, tidos 
como públicos ou gerais, daqueles interesses 
defendidos por particulares. Ex: Intervenção do 
Estado da propriedade. 
Princípio da Segurança jurídica- É um dos 
princípios fundamentais do direito e seu maior 
objetivo é garantir a estabilidade das relações 
jurídicas consolidadas. Por ex: A administração 
públicana fase 
de investigação e a substituição da atuação 
probatória do órgão de acusação 
 Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável 
pelo controle da legalidade da investigação 
criminal e pela salvaguarda dos direitos 
individuais cuja franquia tenha sido reservada à 
autorização prévia do Poder Judiciário, 
competindo-lhe especialmente: 
 
 
 
23 
 
I - Receber a comunicação imediata da prisão, 
nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da 
Constituição Federal; 
II - Receber o auto da prisão em flagrante para o 
controle da legalidade da prisão, observado o 
disposto no art. 310 deste Código 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, 
podendo determinar que este seja conduzido à 
sua presença, a qualquer tempo; 
IV - Ser informado sobre a instauração de 
qualquer investigação criminal; 
V - Decidir sobre o requerimento de prisão 
provisória ou outra medida cautelar, observado 
o disposto no § 1º deste artigo; 
VI - Prorrogar a prisão provisória ou outra 
medida cautelar, bem como substituí-las ou 
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o 
exercício do contraditório em audiência pública 
e oral, na forma do disposto neste Código ou em 
legislação especial pertinente; 
VII - decidir sobre o requerimento de produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e 
não repetíveis, assegurados o contraditório e a 
ampla defesa em audiência pública e oral; 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, 
estando o investigado preso, em vista das razões 
apresentadas pela autoridade policial e 
observado o disposto no § 2º deste artigo; 
IX - Determinar o trancamento do inquérito 
policial quando não houver fundamento 
razoável para sua instauração ou 
prosseguimento; 
X - requisitar documentos, laudos e informações 
ao delegado de polícia sobre o andamento da 
investigação; 
XI - decidir sobre os requerimentos de: 
a) interceptação telefônica, do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e 
telemática ou de outras formas de 
comunicação; 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de 
dados e telefônico; 
c) busca e apreensão domiciliar 
d) acesso a informações sigilosas 
e) outros meios de obtenção da prova que 
restrinjam direitos fundamentais do 
investigado; 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do 
oferecimento da denúncia; 
XIII - determinar a instauração de incidente de 
insanidade mental 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia 
ou queixa, nos termos do art. 399 deste 
Código; 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer 
necessário, o direito outorgado ao investigado e 
ao seu defensor de acesso a todos os elementos 
informativos e provas produzidos no âmbito da 
investigação criminal, salvo no que concerne, 
estritamente, às diligências em andamento; 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente 
técnico para acompanhar a produção da 
perícia; 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de 
não persecução penal ou os de colaboração 
premiada, quando formalizados durante a 
investigação 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições 
definidas no caput deste artigo 
§ 1º (VETADO). 
§ 1º O preso em flagrante ou por força de 
mandado de prisão provisória será 
encaminhado à presença do juiz de garantias no 
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em 
que se realizará audiência com a presença do 
Ministério Público e da Defensoria Pública ou de 
advogado constituído, vedado o emprego de 
videoconferência. 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das 
garantias poderá, mediante representação da 
 
 
 
24 
 
autoridade policial e ouvido o Ministério 
Público, prorrogar, uma única vez, a duração do 
inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se 
ainda assim a investigação não for concluída, a 
prisão será imediatamente relaxada 
 Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias 
abrange todas as infrações penais, exceto as de 
menor potencial ofensivo, e cessa com o 
recebimento da denúncia ou queixa na forma 
do art. 399 deste Código 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões 
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução 
e julgamento. 
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das 
garantias não vinculam o juiz da instrução e 
julgamento, que, após o recebimento da 
denúncia ou queixa, deverá reexaminar a 
necessidade das medidas cautelares em curso, 
no prazo máximo de 10 (dez) dias. 
§ 3º Os autos que compõem as matérias de 
competência do juiz das garantias ficarão 
acautelados na secretaria desse juízo, à 
disposição do Ministério Público e da defesa, e 
não serão apensados aos autos do processo 
enviados ao juiz da instrução e julgamento, 
ressalvados os documentos relativos às provas 
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou 
de antecipação de provas, que deverão ser 
remetidos para apensamento em apartado 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso 
aos autos acautelados na secretaria do juízo das 
garantias 
 Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, 
praticar qualquer ato incluído nas 
competências dos arts. 4º e 5º deste Código 
ficará impedido de funcionar no processo. 
O art. 21 do CPP, o qual trata da 
incomunicabilidade do investigado, não foi 
recepcionado pela CF/1988. 
#LINKMENTAL 
Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado: 
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e 
reservadamente, mesmo sem procuração, 
quando estes se acharem presos, detidos ou 
recolhidos em estabelecimentos civis ou 
militares, ainda que considerados 
incomunicáveis; 
Uma das características do Inquérito Policial é 
o sigilo, contudo, este não alcança ao 
advogado. 
Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado: 
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes 
Judiciário e Legislativo, ou da Administração 
Pública em geral, autos de processos findos ou 
em andamento, mesmo sem procuração, 
quando não estiverem sujeitos a sigilo ou 
segredo de justiça, assegurada a obtenção de 
cópias, com possibilidade de tomar 
apontamentos; (Redação dada pela Lei 
nº 13.793, de 2019) NOVIDADE LEGISLATIVA 
XIV - examinar, em qualquer instituição 
responsável por conduzir investigação, mesmo 
sem procuração, autos de flagrante e de 
investigações de qualquer natureza, findos ou 
em andamento, ainda que conclusos à 
autoridade, podendo copiar peças e tomar 
apontamentos, em meio físico ou digital; 
Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, 
no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados 
em procedimento investigatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de 
defesa” 
O inquérito Policial tem início quando a 
autoridade policial toma conhecimento da 
ocorrência de uma infração penal (NOTICIA 
CRIMINIS), podendo ser, nos casos de AÇÃO 
PENA PÚBLICA INCONDICIONADA: 
1- De ofício- Nos casos de ação penal 
pública incondicionada 
2- De requisição do Juiz ou do MP 
(NOTICIA CRIMINIS INDIRETA) 
 
 
 
25 
 
3- Por qualquer do povo (DELATIO 
CRIMINIS) 
4- Pelo ofendido ou seu 
representante legal 
5- Pelo auto de prisão em flagrante 
Por sua vez, nos casos de ação penal pública 
condicionada a instauração do IP poderá ser por 
requisição do Ministro da JUSTIÇA OU PELO 
OFENDIDO. 
Por fim, nos casos de ação penal privada será 
iniciado mediante requerimento do ofendido ou 
do seu representante legal. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento 
de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia. 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática 
da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que 
não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais 
II - Apreender os objetos que tiverem relação 
com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o 
esclarecimento do fatoe suas circunstâncias; 
IV - Ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que 
for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título 
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser 
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham 
ouvido a leitura; 
VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e 
coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a 
exame de corpo de delito e a quaisquer outras 
perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo 
processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob 
o ponto de vista individual, familiar e social, sua 
condição econômica, sua atitude e estado de 
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e 
quaisquer outros elementos que contribuírem 
para a apreciação do seu temperamento e 
caráter. 
X - Colher informações sobre a existência de 
filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado 
pela pessoa presa. 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a 
infração sido praticada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à 
reprodução simulada dos fatos, desde que esta 
não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à 
repressão dos crimes relacionados ao tráfico de 
pessoas, o membro do Ministério Público ou o 
delegado de polícia poderão requisitar, 
mediante autorização judicial, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem 
imediatamente os meios técnicos adequados – 
como sinais, informações e outros – que 
permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso. 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo 
de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, 
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia 
em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela. 
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do 
que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz 
competente. 
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar 
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, 
mencionando o lugar onde possam ser 
encontradas. 
 
 
 
26 
 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o 
indiciado estiver solto, a autoridade poderá 
requerer ao juiz a devolução dos autos, para 
ulteriores diligências, que serão realizadas no 
prazo marcado pelo juiz. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá 
requerer a devolução do inquérito à autoridade 
policial, senão para novas diligências, 
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá 
mandar arquivar autos de inquérito. 
CABE AO MP REQUERER O ARQUIVAMENTO 
DO IP, NO CASO DE: 
- Atipicidade da conduta; 
- Exclusão de ilicitude ou da culpabilidade, 
salvo inimputabilidade; 
- Extinção de punibilidade; 
- Ausência de um mínimo probatório para a 
instauração da ação criminal. 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do 
Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de 
revisão ministerial para fins de homologação, 
na forma da lei. (NOVIDADE LEGILSLATIVA) 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, 
não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância 
competente do órgão ministerial, conforme 
dispuser a respectiva lei orgânica 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes 
praticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do 
inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
OBS: O juiz não mais se manifesta acerca do 
arquivamento ou não do Inquérito Policial 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e 
tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal 
sem violência ou grave ameaça e com pena 
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério 
Público poderá propor acordo de não 
persecução penal, desde que necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do 
crime, mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e alternativamente: 
I - Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, 
exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
II - Renunciar voluntariamente a bens e direitos 
indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades 
públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a 
dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal); 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada 
nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a 
entidade pública ou de interesse social, a ser 
indicada pelo juízo da execução, que tenha, 
preferencialmente, como função proteger bens 
jurídicos iguais ou semelhantes aos 
aparentemente lesados pelo delito; 
V - Cumprir, por prazo determinado, outra 
condição indicada pelo Ministério Público, 
desde que proporcional e compatível com a 
infração penal imputada. 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao 
delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e 
diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
 
 
 
27 
 
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se 
aplica nas seguintes hipóteses 
I - Se for cabível transação penal de competência 
dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da 
lei 
II - Se o investigado for reincidente ou se houver 
elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, 
exceto se insignificantes as infrações penais 
pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) 
anos anteriores ao cometimento da infração, 
em acordo de não persecução penal, transação 
penal ou suspensão condicional do processo; 
e 
IV - Nos crimes praticados no âmbito de 
violência doméstica ou familiar, ou praticados 
contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino, em favor do agressor. 
§ 3º O acordo de não persecução penal será 
formalizado por escrito e será firmado pelo 
membro do Ministério Público, pelo investigado 
e por seu defensor. 
§ 4º Para a homologação do acordo de não 
persecução penal, será realizada audiência na 
qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, 
por meio da oitiva do investigado na presença 
do seu defensor, e sua legalidade 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, 
insuficientes ou abusivas as condições dispostas 
no acordo de não persecução penal, devolverá 
os autos ao Ministério Público para que seja 
reformulada a proposta de acordo, com 
concordância do investigado e seu defensor. 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não 
persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução 
perante o juízo de execução penal. 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à 
proposta que não atender aos requisitos legais 
ou quando não for realizada a adequação a que 
se refere o § 5º deste artigo. 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá 
os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das 
investigações ou o oferecimento da 
denúncia. 
§ 9º A vítima será intimada da homologação do 
acordo de não persecução penal e de seu 
descumprimento 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições 
estipuladas no acordo de não persecução penal, 
o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, 
para fins de sua rescisãoe posterior 
oferecimento de denúncia. 
§ 11. O descumprimento do acordo de não 
persecução penal pelo investigado também 
poderá ser utilizado pelo Ministério Público 
como justificativa para o eventual não 
oferecimento de suspensão condicional do 
processo. 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo 
de não persecução penal não constarão de 
certidão de antecedentes criminais, exceto para 
os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não 
persecução penal, o juízo competente decretará 
a extinção de punibilidade. 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério 
Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o investigado poderá requerer a remessa 
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 
deste Código 
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DOS INQUÉRITOS 
NATUREZA PRESO SOLTO 
REGRA GERAL 10 dias + 15* 30 DIAS 
Justiça 
Federal (art. 
66 Lei 
5.010/66 e 
art. 10, CPP) 
15 + 15 30 DIAS 
 
 
 
28 
 
Drogas (art. 
51, Lei 
11.343/06) 
30+30 90+90 
Crimes contra 
a Economia 
Popular (art. 
10, Lei 
1.521/51) 
10 DIAS 10 DIAS 
CPPM 20 DIAS 40 + 20 DIAS 
 
DIREITO CIVIL 
 DICA DO DIA 04 
 
1. DAS PESSOAS 
O QUE DEVO SABER: 
O código Civil é estruturado sobre ideia de 
direito subjetivo. 
Sujeito de direito: É aquele que pode ser titular 
de direitos e obrigações na órbita do direito civil, 
mas que não se confunde com pessoa. Afinal, 
nem todo sujeito de direito é pessoa. 
Pessoa: É todo ser humano dotado de 
personalidade. 
Personalidade: É a aptidão genérica entregue 
pelo direito a determinados entes, assim como 
as pessoas, para que possam exercer direitos e 
obrigações na órbita do civil. 
Sendo assim conclui-se, que existe sujeitos de 
direito personalizados, no caso as pessoas, e os 
sujeitos despersonalizados, que podem ser 
humanos ou não. 
Capacidade de direito x capacidade de fato: A 
capacidade de direito é uma qualificação dada a 
um sujeito de direito, é a aptidão genérica de ser 
titular de direito e obrigações na órbita civil. Esta 
capacidade existe na sua plenitude, não 
podendo existir limitações. Por sua vez, a 
capacidade de fato é a capacidade de exercer 
“por si só” direitos e obrigações. ( é capacidade 
de gozo, de exercício) 
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres na ordem civil. 
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa 
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro 
E o que seria nascituro? Ente formado e que 
possui a viabilidade do nascimento com vida 
Teorias sobre o nascituro: 
Teoria Natalista (Art. 2º, primeira parte, CC) 
Para esta teoria o ser humano adquire 
personalidade civil ou jurídica somente a partir 
do seu nascimento com vida, antes disto o que 
se tem é mera expectativa de direito. A lei 
apenas protege os direitos que o nascituro 
adquirirá quando nascer com vida, logo o 
nascituro possui uma expectativa de direito 
que será assegurada até seu nascimento com 
vida. ESTA É A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO 
CÓDIGO CIVIL. 
Teoria Concepcionista: É possível o ser humano 
adquirir a personalidade civil ou jurídica desde a 
concepção, ou seja, antes de nascer. 
Teoria Condicional: A personalidade jurídica do 
nascituro se inicia a partir da concepção, 
contudo, entende que a personalidade do 
nascituro assume uma condição suspensiva. Tal 
condição suspensiva ficaria condicionada ao 
nascimento com vida do nascituro para sua 
implementação, e, nascendo este com vida, 
retroagiriam os efeitos da personalidade jurídica 
desde a concepção. Para esta teoria, o nascituro 
é uma “pessoa condicional”, e por este motivo a 
lei lhe garante expectativas de direitos, que 
dependem do seu nascimento com vida para 
que se convalidem. 
Teoria da Personalidade Material: (Maria 
Helena Diniz). Até o nascimento, os direitos de 
conteúdo patrimonial ficam sob condição 
suspensiva. Divide os direitos em Direitos 
Patrimoniais e Direitos Existenciais 
(personalidade, vida, honra, dignidade). Os 
Direitos Patrimoniais ficam sob condição 
 
 
 
29 
 
suspensiva, e os Direitos Existenciais eles são 
adquiridos desde a concepção. 
Das Incapacidades: 
Art. 3º do CC: São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
Atualmente, apenas os menores de 16 anos são 
ABSOLUTAMENTE incapazes e deverão ser 
REPRESENTADOS pelos que a lei ou sentença 
reconhecem. 
O Critério de aferição da Capacidade Absoluta é 
OBJETIVO e CRONOLÓGICO 
Os atos praticados por uma pessoa 
absolutamente incapaz são NULOS e retroagem 
até o momento do seu exercício. EX-TUNC. 
OBS: A capacidade dos índios é regulada por lei 
própria. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em 
tutela: 
I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes 
julgados ausentes; 
II - Em caso de os pais decaírem do poder 
familiar. 
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete 
aos pais, em conjunto. 
Parágrafo único. A nomeação deve constar de 
testamento ou de qualquer outro documento 
autêntico. 
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai 
ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não 
tinha o poder familiar. 
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais 
incumbe a tutela aos parentes consanguíneos 
do menor, por esta ordem: 
I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais 
próximo ao mais remoto; 
II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo 
os mais próximos aos mais remotos, e, no 
mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em 
qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o 
mais apto a exercer a tutela em benefício do 
menor. 
Art. 4 o São incapaz, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer: 
I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
IV - Os pródigos. 
Um ato jurídico de uma pessoa relativamente 
incapaz é ANULÁVEL (NULIDADE RELATIVA), e os 
efeitos da declaração de nulidade NÃO 
RETROAGEM. EX-NUNC. 
DICA: EX- NUNC. ESSE N DO NUNC, VOCÊ 
PENSA: N DE NÃO, DE NÃO RETROAGE. 
A curatela e tomada de decisão apoiada são os 
mecanismos e apresentam como os 
mecanismos de proteção dos relativamente 
incapazes. 
A curatela é um processo judicial, com 
participação OBRIGATÓRIA DO MP. Por sua vez, 
a tomada de decisão apoiada é o processo pelo 
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 
2 pessoas idôneas com as quais mantenha 
vinculo e que gozem da sua confiança para 
prestar-lhe apoio na tomada de decisão. 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I - Aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade 
II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico 
V - Os pródigos. 
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o 
processo pelo qual a pessoa com deficiência 
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com 
as quais mantenha vínculos e que gozem de sua 
 
 
 
30 
 
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de 
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessários 
para que possa exercer sua capacidade. 
§ 1 o Para formular pedido de tomada de decisão 
apoiada, a pessoa com deficiência e os 
apoiadores devem apresentar termo em que 
constem os limites do apoio a ser oferecido e os 
compromissos dos apoiadores, inclusive o 
prazo de vigência do acordo e o respeito à 
vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa 
que devem apoiar. 
§ 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada 
será requerido pela pessoa a ser apoiada, com 
indicação expressa das pessoas aptas a 
prestarem o apoio previsto no caput deste 
artigo. 
§ 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de 
tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por 
equipe multidisciplinar, após oitiva do 
Ministério Público, ouvirá pessoalmente o 
requerente e as pessoas que lhe prestarão 
apoio. 
§ 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá 
validade e efeitossobre terceiros, sem 
restrições, desde que esteja inserida nos limites 
do apoio acordado 
§ 9 o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, 
solicitar o término de acordo firmado em 
processo de tomada de decisão apoiada. 
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão 
de sua participação do processo de tomada de 
decisão apoiada, sendo seu desligamento 
condicionado à manifestação do juiz sobre a 
matéria. 
EMANCIPAÇÃO: É o instituto jurídico de 
concessão de plena capacidade civil. A 
emancipação antecipa a capacidade civil E NÃO 
A MAIORIDADE 
Formas de emancipação: 
o Voluntária (Extrajudicial): Deriva da vontade 
dos pais. Ocorre por concessão dos pais, por 
meio de instrumento público que será averbado 
no registro civil. 
Emancipação Judicial: 
TUTOR: Deriva de uma sentença (processo 
judicial). Ocorre quando o Juiz, após ouvir o 
tutor do menor de 16 anos completos, concede 
uma sentença declaratória que deverá ser 
oficiada ao cartório, concedendo a 
emancipação. 
Divergência PARENTAL: havendo divergência 
entre os pais, para que seja emancipado deverá 
haver um processo judicial. 
Emancipação Legal (Extrajudicial): Deriva da lei. 
O CC reconhece situações que geram o efeito da 
emancipação de forma automática, não 
havendo necessidade de vontade ou sentença. 
São elas: Casamento, Exercício de emprego 
público EFETIVO,) Colação de grau em curso 
superior, Estabelecimento civil ou comercial ou 
relação de emprego e economia própria. 
Obs.: O divórcio não revoga a emancipação. 
Os pais que emancipam os filhos menores 
deixam de responder como responsáveis? 
NÃO. Ainda que os filhos estejam emancipados 
a responsabilidade civil dos pais continuam a 
existir. 
O FIM da personalidade da pessoa NATURAL se 
dá com a MORTE. 
São DUAS as hipóteses de morte presumida: (1) 
decorrente da ausência (desaparece sem deixar 
qualquer tipo de rastro ou procurador); (2) 
decorrente das situações do art. 7º do CC 
(probabilidade extrema de morte daquele que 
se encontre em perigo de vida e os 
desaparecidos em campanha de guerra ou feito 
prisioneiro, caso não seja encontrado até 02 
dois anos após o término da guerra). 
COMORIÊNCIA: É quando dois ou mais 
indivíduos falecerem na mesma ocasião. Não se 
pode averiguar se algum dos comorientes 
 
 
 
31 
 
precedeu aos outros e, então, eles são 
declarados SIMULTANEAMENTE MORTOS. 
Não há transmissão de herança entre 
comorientes. Não haverá reciprocidade 
hereditária. 
Os nascimentos, casamentos e óbitos, além da 
emancipação, interdição e a sentença 
declaratória de ausência e de morte presumida 
DEVEM ser registradas em REGISTRO PÚBLICO. 
2.DO DIREITO DA PERSONALIDADE 
O QUE DEVO SABER: 
Art. 11 do CC. Com exceção dos casos previstos 
em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo 
o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a 
lesão, a direito da personalidade, e reclamar 
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá 
legitimação para requerer a medida prevista 
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou 
qualquer parente em linha reta, ou colateral 
até o quarto grau. 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o 
ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade 
física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será 
admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou 
altruístico, a disposição gratuita do próprio 
corpo, no todo ou em parte, para depois da 
morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser 
livremente revogado a qualquer tempo. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida, a tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele 
compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser 
empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo 
público, ainda quando não haja intenção 
difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o 
nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades 
lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à 
administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a 
transmissão da palavra, ou a publicação, a 
exposição ou a utilização da imagem de uma 
pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização 
que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama 
ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais. (Vide ADIN 4815) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de 
ausente, são partes legítimas para requerer essa 
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os 
descendentes. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é 
inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências 
necessárias para impedir ou fazer cessar ato 
contrário a esta norma. 
Presta atenção: 
#NOVIDADELEGISLATIVA 
A lei nº 14.382/2022 modificou alguns artigos 
da lei de registo público, assim como do código 
civil relacionados a mudança do prenome e 
nome da pessoa natural, passando o tema a ter 
as seguintes regras: 
 
 
 
32 
 
 Toda pessoa tem direito ao nome, nele 
compreendidos o prenome e o sobrenome, 
observado que ao prenome serão acrescidos os 
sobrenomes dos genitores ou de seus 
ascendentes, em qualquer ordem e, na hipótese 
de acréscimo de sobrenome de ascendente que 
não conste das certidões apresentadas, deverão 
ser apresentadas as certidões necessárias para 
comprovar a linha ascendente. 
 O oficial de registro civil não registrará 
prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os 
seus portadores, observado que, quando os 
genitores não se conformarem com a recusa do 
oficial, este submeterá por escrito o caso à 
decisão do juiz competente, 
independentemente da cobrança de quaisquer 
emolumentos. 
Quando o declarante não indicar o nome 
completo, o oficial de registro lançará adiante 
do prenome escolhido ao menos um sobrenome 
de cada um dos genitores, na ordem que julgar 
mais conveniente para evitar homonímias. 
O oficial de registro orientará os pais acerca da 
conveniência de acrescer sobrenomes, a fim de 
se evitar prejuízos à pessoa em razão da 
homonímia. 
Em até 15 (quinze) dias após o registro, qualquer 
dos genitores poderá apresentar, perante o 
registro civil onde foi lavrado o assento de 
nascimento, oposição fundamentada ao 
prenome e sobrenomes indicados pelo 
declarante, observado que, se houver 
manifestação consensual dos genitores, será 
realizado o procedimento de retificação 
administrativa do registro, mas, se não houver 
consenso, a oposição será encaminhada ao juiz 
competente para decisão 
 A pessoa registrada poderá, após ter atingido a 
maioridade civil (18 anos) requerer 
pessoalmente e imotivadamente a alteração de 
seu prenome, independentemente de decisão 
judicial, e a alteração será averbada e publicada 
em meio eletrônico. 
 A alteração imotivada de prenome poderá ser 
feita na via extrajudicial apenas 1 (uma) vez, e 
sua desconstituição dependerá de sentença 
judicial. 
PRESTA ATENÇÃO: A alteração da modificação 
do prenome poderá ser feita de forma 
EXTRAJUDICIAL, agora a sua desconstituição 
terá que ser feita de forma JUDICIAL. 
A averbação de alteração de prenome conterá, 
obrigatoriamente, o prenome anterior, os 
números de documento de identidade, de 
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da 
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, 
de passaporte e de título de eleitor do 
registrado, dados esses que deverão constar 
expressamente de todas as certidões solicitadas. 
Finalizado o procedimento de alteração no 
assento, o ofício de registro civil de pessoas 
naturais no qual se processou a alteração, aexpensas do requerente, comunicará o ato 
oficialmente aos órgãos expedidores do 
documento de identidade, do CPF e do 
passaporte, bem como ao Tribunal Superior 
Eleitoral, preferencialmente por meio 
eletrônico. 
 Se suspeitar de fraude, falsidade, má-fé, vício de 
vontade ou simulação quanto à real intenção da 
pessoa requerente, o oficial de registro civil 
fundamentadamente recusará a retificação 
 A alteração posterior de sobrenomes poderá 
ser requerida pessoalmente perante o oficial de 
registro civil, com a apresentação de certidões e 
de documentos necessários, e será averbada 
nos assentos de nascimento e casamento, 
independentemente de autorização judicial, a 
fim de: 
I - Inclusão de sobrenomes familiares; 
II - Inclusão ou exclusão de sobrenome do 
cônjuge, na constância do casamento; 
III - exclusão de sobrenome do ex-cônjuge, após 
a dissolução da sociedade conjugal, por 
qualquer de suas causas; 
 
 
 
33 
 
IV - Inclusão e exclusão de sobrenomes em razão 
de alteração das relações de filiação, inclusive 
para os descendentes, cônjuge ou companheiro 
da pessoa que teve seu estado alterado. 
Os conviventes em união estável devidamente 
registrada no registro civil de pessoas naturais 
poderão requerer a inclusão de sobrenome de 
seu companheiro, a qualquer tempo, bem como 
alterar seus sobrenomes nas mesmas hipóteses 
previstas para as pessoas casadas. 
O retorno ao nome de solteiro ou de solteira do 
companheiro ou da companheira será 
realizado por meio da averbação da extinção de 
união estável em seu registro. 
 O enteado ou a enteada, se houver motivo 
justificável, poderá requerer ao oficial de 
registro civil que, nos registros de nascimento e 
de casamento, seja averbado o nome de família 
de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que 
haja expressa concordância destes, sem prejuízo 
de seus sobrenomes de família 
3. PESSOAS JURÍDICAS 
O QUE DEVO SABER: 
Pessoas jurídicas: São entidades (reunião de 
pessoas) a que a lei confere personalidade, 
capacitando-as a serem sujeitos de direitos e 
obrigações próprios. São entes formados pela 
coletividade de bens ou de pessoas a quem a lei 
atribui personalidade jurídica, com o objetivo de 
que seja atingida uma determinada finalidade 
autorizada ou não proibida por Lei. 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito 
público, interno ou externo, e de direito 
privado. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público 
interno: 
I - A União; 
II - Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - As autarquias, inclusive as associações 
públicas; 
V - as demais entidades de caráter público 
criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, 
as pessoas jurídicas de direito público, a que se 
tenha dado estrutura de direito privado, regem-
se, no que couber, quanto ao seu 
funcionamento, pelas normas deste Código. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público 
externo os Estados estrangeiros e todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito 
internacional público. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público 
interno são civilmente responsáveis por atos 
dos seus agentes que nessa qualidade causem 
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo 
contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito 
privado: 
I - As associações; 
II - As sociedades; 
III - as fundações. 
IV - As organizações religiosas; 
V - Os partidos políticos 
VI - As empresas individuais de responsabilidade 
limitada 
Sem o REGISTRO regular da Pessoa jurídica no 
órgão respectivo, ela será considerada irregular. 
Sociedade de Fato: Ato constitutivo não existe. 
Sociedade Irregular: Ato constitutivo existe, 
mas não foi registrado. 
OBS: Nos Entes despersonalizados, os seja, nas 
Pessoas jurídicas irregulares a responsabilidade 
será pessoal, solidária e ilimitada do sócio que 
contratou. 
 
 
 
34 
 
Assim como ocorre com as pessoas naturais, a 
extinção da pessoa jurídica determina o fim de 
sua personalidade jurídica. 
Pessoas jurídicas de direito público interno: 
têm, em regra, responsabilidade objetiva pelos 
danos causados a terceiros. Em situações 
excepcionais, relacionadas a conduta omissiva, a 
responsabilidade será subjetiva. 
Pessoas jurídicas de direito privado: a 
responsabilidade civil também é, em princípio, 
do tipo objetiva, pela incidência dos Arts. 932 e 
933 do Código Civil de 2002, que determinam 
que, ainda que não haja culpa de sua parte, o 
empregador responde pelos atos de seus 
empregados, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele. 
Espécies de Pessoas jurídicas de direito 
Privado: 
1- Sociedade: São pessoas jurídicas de 
direito privado formadas pela união de 
pessoas (universitas personarum), que 
se organizam para desenvolver uma 
atividade econômica com intuito 
lucrativo. 
2- Sociedade Simples: Composta por 
pessoas que se organizam com intuito 
lucrativo, mas sem possuir os 
elementos de empresa (Atividade 
Profissional, Organizada e Econômica – 
PEO) 
3- Sociedade Empresária: Composta por 
pessoas que se organizam com o fim 
comercial, constituindo uma empresa, 
com atividade organizada e com fim 
lucrativo. 
OBS: A Lei nº. 14.195/2021 acabou com 
as EIRELI (empresas individuais de 
responsabilidade limitada). A EIRELI era um 
tipo societário também composto por apenas 
um sócio, e não era regida por um contrato 
social – bastando o ato constitutivo de registro 
na Junta Comercial (EIRELI: Constituída por uma 
única pessoa titular da totalidade do capital 
social, devidamente integralizado, que não será 
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário 
mínimo vigente no País) 
Associação (Art. 63 a 61, CC): As associações são 
pessoas jurídicas de direito privado formadas 
pela união de pessoas (universitas personarum) 
que se organizam para desenvolver uma 
atividade lícita que não seja econômica, isto é, 
que não tenha intuito lucrativo. 
PRESTA ATENÇÃO: NOVIDADE LEGISLATIVA 
Art. 44 do CC: São pessoas jurídicas de direito 
privado: 
I - As associações; 
II - As sociedades; 
III - as fundações. 
IV - As organizações religiosas; 
V - Os partidos políticos. 
VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) 
EIRELI NÃO É MAIS CONSIDERADO PESSOA 
JURÍDICA 
 
Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, 
sem prejuízo do previsto em legislação especial 
e em seus atos constitutivos, poderão realizar 
suas assembleias gerais por meio eletrônico, 
inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste 
Código, respeitados os direitos previstos de 
participação e de manifestação. (Incluído pela 
Lei nº 14.382, de 2022) 
 
CARACTERÍSTICAS: 
1-O estatuto não poderá estabelecer direitos e 
obrigações recíprocos entre os associados (Art. 
53, CC) 
2-Os associados devem ter iguais direitos, mas o 
estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais (Art. 55, CC) 
3-A exclusão do associado só é admissível 
havendo justa causa (Art. 57, CC) 
4-A qualidade de associado é intransmissível 
(gratuita ou onerosamente), salvo disposição 
em sentido contrário no estatuto (art. 56, CC) 
 
 
 
35 
 
assegura a invulnerabilidade dos direitos 
individuais dos associados (art. 58, CC) 
A assembleia geral é considerada o órgão 
máximo dentro da associação. 
SEMPRE CAI ISSO, PRESTE ATENÇÃO: 
Havendo a Extinção ou Dissolução da 
Associação :As cotas ou frações ideais serão 
destinados à: 1) Entidade de fins não 
econômicos designada no estatuto, OU 2) 
Omisso o Estatuto, por deliberação dos 
associados, destinado à instituição municipal, 
estadual ou federal, de fins idênticos ou 
semelhantes, OU 3) Destinados aos próprios 
associados no limite do que cada um contribuiu, 
OU 4) Não sendo possível qualquer das 
hipóteses anteriores à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União. 
Fundações (Art. 62 a 69, CC): As fundações são 
pessoas jurídicas de direito privado formadas 
por um patrimônio, uma coletividade de bens 
(universitasbonorum) para desenvolver uma 
atividade lícita que não seja econômica, isto é, 
que não tenha intuito lucrativo 
Elaboração do estatuto: celebração do estatuto 
pode ser direta ou própria. Caso o estatuto não 
venha a ser elaborado - transcorrido 180 (cento 
e oitenta) dias competirá ao Ministério Público 
realizar a sua elaboração. 
 
3. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
O QUE DEVO SABER: 
É importante mencionar que quando ocorre a 
desconsideração da personalidade jurídica, os 
bens particulares dos administradores/sócios 
são utilizados para pagar dívidas da pessoa 
jurídica. 
Somente poderá ocorrer a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado 
que houve abuso da personalidade jurídica 
(Caput do artigo 50). 
Esse abuso pode se dar em duas situações: 
1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa 
jurídica com o propósito de lesar credores e para 
a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 
2) Confusão patrimonial (ausência de separação 
de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; II - transferência de ativos ou de 
passivos sem efetivas contraprestações, exceto 
os de valor proporcionalmente insignificante; e 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial). 
Teorias sobre a desconsideração da 
personalidade jurídica: 
TEORIA MAIOR: Exige que haja o abuso de 
direito ou abuso da personalidade jurídica, que 
é caracterizado pelo desvio de finalidade, fraude 
ou confusão patrimonial, não bastando a 
insuficiência de fundos para quitar suas dívidas. 
É o caso do Art. 50 do CC. 
TEORIA MENOR: Não há necessidade de 
comprovar um motivo, basta haver a 
insuficiência de fundos (insolvência) para quitar 
suas dívidas. É o que ocorre no Código de 
Defesa do Consumidor e no Direito Ambiental 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
Ocorre quando o Juiz, por requerimento, 
autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de 
dívidas e obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público 
quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares de 
 
 
 
36 
 
administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo 
abuso. 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio 
de finalidade é a utilização da pessoa jurídica 
com o propósito de lesar credores e para a 
prática de atos ilícitos de qualquer natureza. 
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a 
ausência de separação de fato entre os 
patrimônios, caracterizada por: 
I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; 
II - Transferência de ativos ou de passivos sem 
efetivas contraprestações, exceto os de valor 
proporcionalmente insignificante; 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial. 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste 
artigo também se aplica à extensão das 
obrigações de sócios ou de administradores à 
pessoa jurídica. 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem 
a presença dos requisitos de que trata 
o caput deste artigo não autoriza a 
desconsideração da personalidade da pessoa 
jurídica. 
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera 
expansão ou a alteração da finalidade original 
da atividade econômica 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
Previsão no artigo 50 do CC. 
Ocorre quando o Juiz, por requerimento, 
autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de 
dívidas e obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica. 
1. DOS BENS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
No EXAME DE ORDEM você deve ter 
conhecimento, primordialmente, sobre as 
classificações dos BENS, que tem início no artigo 
79, do CC. 
1) BENS IMÓVEIS: São bens imóveis o solo e 
tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. ATENÇÃO: O referido tipo de 
bem não pode ser deslocado do local que se 
situa sem perder valor econômico ou função. 
Exemplo: São bens imóveis o solo e tudo quanto 
se lhe incorporar natural ou artificialmente (art. 
79). Ainda são considerados bens imóveis: os 
direitos reais sobre imóveis e as ações que os 
asseguram e o direito à sucessão aberta. 
FIQUE ATENTO: Não perde a característica de 
bem imóvel dado bem que é deslocado ou 
retirado provisoriamente de uma construção 
para novamente nela ser reutilizado. Se for 
DEMOLIDO, perde a característica de bem 
imóvel. 
Nesse sentido: 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas 
conservando a sua unidade, forem removidas 
para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de 
um prédio, para nele se reempregarem. 
1.1) BENS IMÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL 
(Art. 90, CC): os direitos reais sobre imóveis e as 
ações que os asseguram e o direito à sucessão 
aberta, Herança e direitos e ações que recaem 
sobre bens imóveis (EX: direito de posse sobre 
um apartamento e a ação possessória são bens 
imóveis). 
1.2) BENS IMÓVEIS POR ACESSÃO FÍSICA: É 
qualquer bem que agregue o imóvel. EX: Uma 
estátua no Jardim de uma casa é considerado 
bem imóvel por acessão física. Ademais, tudo 
que se adere naturalmente ao solo, como as 
árvores, os frutos pendentes, os acessórios são 
considerados imóveis por acessão física. 
 
 
 
37 
 
2) BENS MÓVEIS: São móveis os bens suscetíveis 
de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social (Art. 82). São 
aqueles que podem ser movidos de um local 
para o outro sem que cause uma destruição do 
Bem ou do local. ATENÇÃO: O referido tipo de 
bem pode ser deslocado do local que se situa 
sem perder valor econômico ou função. 
Atenção: Os materiais destinados a alguma 
construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; 
readquirem essa qualidade os provenientes da 
demolição de algum prédio. 
2.1) BENS MÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL 
(Art. 83, CC): 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as 
ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações. 
2.2) BENS MÓVEIS POR ANTECIPAÇÃO: 
São aqueles transformados em bens móveis 
pelo homem tendo como fim o lucro, a 
economia. (Exemplos: verduras colhidas, 
madeira cortada, metal extraído etc). Por serem 
tratados como bens móveis, não requerem 
escritura pública para serem comercializados. 
2.3) BENS MÓVEIS POR NATUREZA: 
São os semoventes (animais) e aquilo que pode 
ser movido por força alheia (copo ou uma 
cadeira, por exemplo). O bem móvel por 
natureza é sempre uma coisa corpórea. 
3) BENS FUNGÍVEIS: São bens móveis que 
podem ser substituídos por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. Art. 85. São 
fungíveis os móveis que podem substituir-se 
por outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. 
Seu empréstimo chama-se mútuo. 
4) BENS INFUNGÍVEIS: São bens que não podem 
ser substituídas por outros em virtude de uma 
característica própria que tenham, que o torne 
individual, como uma obra de arte ou uma 
medalha recebida por você nas olimpíadas, por 
exemplo. 
A INFUGIBILIDADE PODE DECORRER DA 
VONTADE HUMANA OU DA PRÓPRIA 
NATUREZA DO BEM, portanto, é subjetiva. 
Seu empréstimo chama-se comodato. 
5) BENS CONSUMÍVEIS: Art. 86. São consumíveis 
os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância, sendo também 
considerados tais os destinados à alienação. 
Exemplos: Dinheiro, comida, uma geladeira ou 
televisão para o vendedor da loja, etc. 
SAIBA DISSO: Os bens consumíveis podem 
tornar-seinconsumíveis pela vontade das 
partes, como, por exemplo, uma garrafa de 
uísque raro que foi emprestada para uma 
exposição. 
6) BENS INCONSUMÍVEIS: São bens que não são 
destruídos pelo seu uso. Pode ocorrer o uso 
repetitivo sem que haja alteração de sua 
substância. 
Exemplos: carro, geladeira para a dona de casa, 
livro para o estudante, vestido, sapato. Os bens 
inconsumíveis podem transformar-se em 
consumíveis, como, por exemplo, uma garrafa 
de vinho de colecionador colocado à venda por 
este. 
7) BENS SINGULARES: São singulares os bens 
que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. São 
representados por uma unidade autônoma. 
Podem ser: 
Simples: bens que são compostos por partes de 
uma idêntica espécie, como, por exemplo, um 
animal, uma pedra, um vegetal, fruta; 
Compostos: Formados por partes diferentes/ 
heterogêneas, como, por exemplo, um 
 
 
 
38 
 
automóvel (que é formado por várias peças), 
uma edificação, etc.... 
Materiais: bens concretos e corpóreos, como, 
por exemplo, uma caneca, um foguete, uma 
mesa. 
Imateriais: bens incorpóreos e que são 
impalpáveis, como, por exemplo, uma dívida de 
crédito, uma marca. 
8) BENS COLETIVOS: São aqueles que sendo 
composto por vários bens singulares formam 
um TODO homogêneo. 
Exemplo: biblioteca, enoteca, etc, herança. 
9) BENS DIVISÍVEIS: Bens divisíveis são os que se 
podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, 
ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Exemplo: Água, ouro, saco de feijão, café, 
petróleo. 
Atenção: Os bens naturalmente divisíveis 
podem tornar-se indivisíveis por determinação 
da lei ou por vontade das partes. 
10) BENS INDIVISÍVEIS: Bens que não podem 
ser divididos ou fracionados sem perder as suas 
propriedades. Ou seja, ao serem fracionados 
deixam de ser o que era. 
Exemplo: Carro, relógio. 
11) BENS PRINCIPAIS: Bens que não precisam 
de outro para existir ou ter finalidade. Possui 
existência autônoma e independente de outro 
bem. 
Exemplo: Solo. 
12) BENS ACESSÓRIOS: Bens que dependem de 
outro para existir (O acessório segue o 
principal). 
Exemplo: cláusula penal, que é acessório de 
obrigação principal. 
A CLASSE DOS BENS ACESSÓRIOS 
COMPREENDE: 
1) Frutos: São todos as acessórios que surgem 
do bem principal. Eles nascem e renascem 
periodicamente. Possuem três características 
básicas: periodicidade (se renovam); não 
afetam a substancia do bem principal e podem 
ser separados do bem principal. 
Os frutos podem ser: 
PERCEBIDOS/COLHIDOS: Já foram separados do 
bem principal. 
PENDENTES: Ainda não foram separados do 
principal e nem percebidos. 
PERCIPIENDOS: Ainda não foram colhidos, mas 
já estão percebidos. 
ANTECIPADOS: Colhidos antes do tempo 
correto. 
ESTANTES: Colhidos, armazenados, já contando 
(ex: juros). 
Atenção: Apesar de ainda não separados do 
bem principal, os frutos e produtos podem ser 
objeto de negócio jurídico. 
2) Produtos: são as utilidades que a coisa 
produz, porém não periodicamente. AFETA a 
substancia do bem principal, o reduzindo. 
Exemplo: Minerais, ouro... 
Atenção: Apesar de ainda não separados do 
bem principal, os frutos e produtos podem ser 
objeto de negócio jurídico. 
3) Pertenças: São pertenças os bens que, não 
constituindo partes integrantes, se destinam, 
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao 
aformoseamento de outro. Por exemplo: um 
trator de uma fazenda; os bens de decoração 
da casa; etc. 
ATENÇÃO: Os negócios jurídicos que dizem 
respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da 
manifestação de vontade, ou das circunstâncias 
do caso. 
4) Rendimentos: são espécies do gênero frutos, 
não constituindo uma categoria autônoma. São 
 
 
 
39 
 
os frutos civis consistentes em prestações 
pecuniárias periódicas provenientes do uso da 
coisa principal, como aluguel, juros etc. 
5) Benfeitorias: são acessórios incorporados ao 
bem principal pelo homem, visando conservar, 
melhorar ou embelezar algo ou alguma coisa. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser 
voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou 
recreio, que não aumentam o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou 
sejam de elevado valor. 
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o 
uso do bem. 
§ 3º São necessárias as que têm por fim 
conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os 
melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao 
bem sem a intervenção do proprietário, 
possuidor ou detentor. 
13) BENS PÚBLICOS: São públicos os bens do 
domínio nacional pertencentes às pessoas 
jurídicas de direito público interno; todos os 
outros são particulares, seja qual for a pessoa a 
que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, 
mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou 
terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, 
estadual, territorial ou municipal, inclusive os de 
suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio 
das pessoas jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma 
dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em 
contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público a que se tenha dado estrutura de direito 
privado. 
ATENÇÃO: Os bens públicos de uso comum do 
povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação. 
ATENÇÃO: Os bens públicos dominicais podem 
ser alienados, desde que observadas as 
exigências legais. 
ATENÇÃO: Os bens públicos não estão sujeitos 
a usucapião. 
ATENÇÃO: O uso comum dos bens públicos 
pode ser gratuito ou retribuído (pago), 
conforme for estabelecido legalmente pela 
entidade a cuja administração pertencerem. 
 
2. NEGÓCIO JURÍDICO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Art. 104 do CC- A validade do negócio jurídico 
requer: 
I - Agente capaz; 
II - Objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste 
ainda que o seu autor haja feito a reserva 
mental de não querer o que manifestou, salvo 
se dela o destinatário tinha conhecimento. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando 
as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e 
não for necessária a declaração de vontade 
expressa. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do 
lugar de sua celebração. 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe 
atribuir o sentido que: 
I - For confirmado pelo comportamento das 
partes posterior à celebração do negócio; 
 
 
 
40 
 
II - Corresponder aos usos, costumes e práticas 
do mercado relativas ao tipo de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
IV - For mais benéfico à parte que não redigiu o 
dispositivo, se identificável; e 
V - Corresponder a qual seria a razoável 
negociação das partes sobre a questão 
discutida, inferida das demais disposições do 
negócio e da racionalidade econômica das 
partes, consideradas as informações disponíveis 
no momento de sua celebração. 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar 
regras de interpretação, de preenchimento de 
lacunas e de integração dos negócios. 
 
OBS: Como decorar o plano de existência do NJ? 
MA GO FO – Manifestação de vontade; Objeto e 
Forma 
Como decorar o plano de Validade do NJ? 
É só dar adjetivo ao MA GO FO- Agente CAPAZ, 
Objeto LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL, 
Forma PRESCRITA ou não defesa em lei. 
E o plano de eficácia? 
É a condição, o termo e o encargo. 
Vícios redibitórios= Plano de eficácia (objetivo) 
Vício de consentimento = Plano de validade 
(subjetivo) 
 
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, 
derivando exclusivamente da vontade das 
partes, subordina o efeito do negócio jurídicoa 
evento futuro e incerto. 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que 
lhes são subordinados: 
I - As condições física ou juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas; 
II - As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou 
contraditórias. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições 
impossíveis, quando resolutivas, e as de não 
fazer coisa impossível. 
Obs. Quando as condições impossíveis forem 
SUSPENSIVAS, invalidam o negócio jurídico. 
Quando as condições impossíveis forem 
RESOLUTIVAS, o negócio jurídico será 
inexistente. 
Vamos ver agora uma tabela comparativa e 
“decorativa” relativa à CONDIÇÃO, TERMO e ao 
ENCARGO. 
FICA LIGADO: 
CONDIÇÃO 
Evento futuro e INCERTO 
Quando suspensiva: suspende a aquisição e 
o exercício do direito. 
Condição incertus an incertus: há absoluta 
incerteza em relação à ocorrência do evento 
futuro e incerto 
Condição incertus an certus: não se sabe se o 
evento ocorrerá, mas, se acontecer, será 
dentro de um determinado prazo. 
 
TERMO 
Evento futuro e CERTO 
Quando suspensivo: NÃO impede a 
aquisição do direito, mas, apenas o seu 
exercício - gera direito adquirido. 
Termo certus an certus: há certeza quanto 
ao evento futuro e quanto ao tempo de 
duração. 
Termo certus an incertus: há certeza quanto 
ao evento futuro, mas incerteza quanto à 
sua duração. 
 
ENCARGO/MODO 
Cláusula acessória à liberalidade 
NÃO impede a aquisição nem o exercício do 
direito - gera direito Adquirido 
Termo certus an incertus: há certeza quanto 
ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua 
duração. 
 
 
 
41 
 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio 
jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se 
não verificar, não se terá adquirido o direito, a 
que ele visa. 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob 
condição suspensiva, e, pendente esta, fizer 
quanto àquelas novas disposições, estas não 
terão valor, realizada a condição, se com ela 
forem incompatíveis. 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto 
esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, 
podendo exercer-se desde a conclusão deste o 
direito por ele estabelecido. 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, 
extingue-se, para todos os efeitos, o direito a 
que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de 
execução continuada ou periódica, a sua 
realização, salvo disposição em contrário, não 
tem eficácia quanto aos atos já praticados, 
desde que compatíveis com a natureza da 
condição pendente e conforme aos ditames de 
boa-fé. 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos 
de condição suspensiva ou resolutiva, é 
permitido praticar os atos destinados a 
conservá-lo. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, 
mas não a aquisição do direito. 
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no 
que couber, as disposições relativas à condição 
suspensiva e resolutiva. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição 
nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no negócio jurídico, 
pelo disponente, como condição suspensiva. 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo 
ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo 
determinante da liberalidade, caso em que se 
invalida o negócio jurídico. 
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, 
quando as declarações de vontade emanarem 
de erro substancial que poderia ser percebido 
por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio. 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - Interessa à natureza do negócio, ao objeto 
principal da declaração, ou a alguma das 
qualidades a ele essenciais; 
II - Concerne à identidade ou à qualidade 
essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade, desde que tenha 
influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à 
aplicação da lei, for o motivo único ou principal 
do negócio jurídico. 
O erro substancial, nos termos do art. 139 do CC, 
apresenta-se de três formas distintas: erro sobre 
o objeto (error in substantia), erro sobre a 
pessoa (error in persona) e erro sobre a natureza 
do negócio (erro in negotium). 
Erro sobre a pessoa NO CASAMENTO: 
Art. 1.557 do CC. Considera-se erro essencial 
sobre a pessoa do outro cônjuge: 
 I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra 
e boa fama, sendo esse erro tal que o seu 
conhecimento ulterior torne insuportável a vida 
em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, 
que, por sua natureza, torne insuportável a vida 
conjugal; 
 III - a ignorância, anterior ao casamento, de 
defeito físico irremediável que não caracterize 
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, 
por contágio ou por herança, capaz de pôr em 
risco a saúde do outro cônjuge ou de sua 
descendência; 
E o erro de direito é anulável? 
 
 
 
42 
 
Art. 849. A transação só se anula por dolo, 
coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou 
coisa controversa. 
Parágrafo único. A transação não se anula por 
erro de direito a respeito das questões que 
foram objeto de controvérsia entre as partes. 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do 
negócio jurídico quando a pessoa, a quem a 
manifestação de vontade se dirige, se oferecer 
para executá-la na conformidade da vontade 
real do manifestante. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear a anulação do negócio 
jurídico, contado: (...) II - no de erro, dolo, fraude 
contra credores, estado de perigo ou lesão, do 
dia em que se realizou o negócio jurídico; 
DOLO 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por 
dolo, quando este for a sua causa. 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação 
das perdas e danos, e é acidental quando, a seu 
despeito, o negócio seria realizado, embora por 
outro modo. 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o 
silêncio intencional de uma das partes a 
respeito de fato ou qualidade que a outra parte 
haja ignorado, constitui omissão dolosa, 
provando-se que sem ela o negócio não se teria 
celebrado. 
Art. 149. O dolo do representante legal de uma 
das partes só obriga o representado a 
responder civilmente até a importância do 
proveito que teve; se, porém, o dolo for do 
representante convencional, o representado 
responderá solidariamente com ele por perdas e 
danos 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com 
dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o 
negócio, ou reclamar indenização. ( também 
chamado de recíproco, bilateral, compensado 
ou enantiomórfico) 
COAÇÃO 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da 
vontade, há de ser tal que incuta ao paciente 
fundado temor de dano iminente e 
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos 
seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não 
pertencente à família do paciente, o juiz, com 
base nas circunstâncias, decidirá se houve 
coação. 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do 
exercício normal de um direito, nem o simples 
temor reverencial. 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação 
exercida por terceiro, se dela tivesse ou 
devesse ter conhecimento a parte a que 
aproveite, e esta responderá solidariamente 
com aquele por perdas e danos. 
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a 
coação decorrer de terceiro, sem que a parte a 
que aproveite dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e danos que 
houver causado ao coacto. 
ESTADO DE PERIGO 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo 
quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave 
dano conhecido pela outra parte, assume 
obrigação excessivamente onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não 
pertencente à família do declarante, o juiz 
decidirá segundo as circunstâncias. 
No estado de perigo tem se o dolo de 
aproveitamento, que é a necessidade de salvar-
se ou a pessoa de sua família e conhecimento da 
outra parte. 
LESÃO 
Art. 157. Ocorre a lesão quandouma pessoa, 
sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação 
 
 
 
43 
 
manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
§ 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações 
segundo os valores vigentes ao tempo em que 
foi celebrado o negócio jurídico. 
§ 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se 
for oferecido suplemento suficiente, ou se a 
parte favorecida concordar com a redução do 
proveito. 
OBS: Cuidado para não confundirem a lesão do 
negócio jurídico com a teoria da imprevisão. 
A lesão é defeito do Negócio jurídico, ela nasce 
com o próprio desequilibrando-o. O contrato é 
INVÁLIDO. 
Na teoria da imprevisão o que se tem é um 
contrato VÁLIDO que se desequilibra no curso 
da sua execução. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES 
A fraude contra credores ou fraude pauliana 
consiste na hipótese em que o devedor 
insolvente ou próximo a essa situação realiza 
negócios gratuitos ou onerosos causando 
prejuízo aos seus credores. 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita 
de bens ou remissão de dívida, se os praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à 
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser 
anulados pelos credores quirografários, como 
lesivos dos seus direitos. 
§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja 
garantia se tornar insuficiente. 
§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo 
daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os 
contratos onerosos do devedor insolvente, 
quando a insolvência for notória, ou houver 
motivo para ser conhecida do outro 
contratante. 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e 
valem os negócios ordinários indispensáveis à 
manutenção de estabelecimento mercantil, 
rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor 
e de sua família. 
Vício de consentimento: o defeito está na 
formação da vontade (vontade interna) e o 
prejudicado é um dos contratantes. Ex.: Erro, 
Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. 
Vício social: o defeito está na manifestação da 
vontade (vontade externa) e o prejudicado é 
sempre um terceiro. Ex.: fraude contra credores 
e simulação. 
AÇÃO PAULIANA 
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor 
insolvente ainda não tiver pago o preço e este 
for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-
se-á depositando-o em juízo, com a citação de 
todos os interessados. 
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para 
conservar os bens, poderá depositar o preço que 
lhes corresponda ao valor real. 
A ação pauliana ou revocatória é o remédio 
utilizado e previsto no ordenamento jurídico 
para garantir os direitos dos credores 
quirografários, que eram ao tempo do negócio 
jurídico fraudulento, e sofreram prejuizo. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
II - No de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico; 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a 
invalidade parcial de um negócio jurídico não o 
prejudicará na parte válida, se esta for 
separável; a invalidade da obrigação principal 
implica a das obrigações acessórias, mas a 
destas não induz a da obrigação principal. 
SIMULAÇÃO 
 
 
 
44 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas 
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na 
substância e na forma. 
§ 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos 
quando: 
I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a 
pessoas diversas daquelas às quais realmente se 
conferem, ou transmitem; 
II - Contiverem declaração, confissão, condição 
ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem 
antedatados, ou pós-datados. 
Em regra, os defeitos do negócio jurídico são 
ANULÁVEIS e possuem prazo decadencial, 
contudo, a simulação é um defeito do negócio 
jurídico que deverá ser declarado NULO e 
possui prazo prescricional. 
A simulação provoca a nulidade absoluta do 
negócio jurídico. É o que prevê o caput do art. 
167 do CC. Diante disso, como se trata de 
matéria de ordem pública, a simulação pode ser 
declarada até mesmo de ofício pelo juiz da causa 
(art. 168, parágrafo único, do CC). Como negócio 
jurídico simulado é nulo, o reconhecimento 
dessa nulidade pode ocorrer de ofício, até 
mesmo incidentalmente em qualquer processo 
em que for ventilada a questão. Logo, é 
desnecessário o ajuizamento de ação específica 
para se declarara nulidade de negócio jurídico 
simulado. Dessa forma, não há como se 
restringir o seu reconhecimento em embargos 
de terceiro. Para casos posteriores ao Código 
Civil de 2002, não é mais possível aplicar o 
entendimento da Súmula 195 do STJ às 
hipóteses de simulação. STJ. 3ª Turma. REsp 
1927496/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 27/04/2021 (Info 694) 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
DICA DO DIA 05 
1. DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os artigos principais correspondentes a tal tema 
encontram-se entre os arts. 16 ao 20 do CPC. 
A jurisdição nada mais é do que o poder e 
atividade de dizer o direito, ou seja, de aplicar o 
direito a um caso concreto. Poder do Estado de 
solucionar litígios e aplicar a lei ao caso 
concreto. 
A jurisdição é aplicada pelos órgãos destinados 
à tal função, a fim de obter a composição da 
lide. 
No caso, a jurisdição civil é exercida pelos juízes 
e pelos tribunais em todo o território nacional. 
Sempre, portanto, temos a necessidade de 
haver um conflito ou uma lide para que o 
estado-juiz, incumbido do poder Jurisdicional, 
diga de quem é o direito (art. 2º, CPC). 
 A jurisdição civil será regida pelas normas 
processuais brasileiras, ressalvadas as 
disposições específicas previstas em tratados, 
convenções ou acordos internacionais de que o 
Brasil seja parte (importante). (art. 13º, CPC). 
Também é importante mencionar que a norma 
processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a vigência 
da norma revogada (art. 14º, CPC). 
O CPC é utilizado como fonte subsidiária em 
caso de omissão das normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos. 
Para postular em juízo é necessário ter interesse 
e legitimidade. 
Logo, temos que o interesse e a legitimidade 
são pressupostos processuais. 
 
 
 
45 
 
Isso significa dizer que acaso verifique o juiz, ao 
receber a inicial, que não se encontram 
presentes o interesse de agir ou legitimidade 
para a causa, haverá o indeferimento da 
petição inicial, nos termos do art. 330, II e III do 
CPC. 
Ninguém poderá pleitear direito alheio em 
nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração? 
Sim, nos exatos termos do art. 19º, do CPC e é 
possível a ação meramente declaratória, art. 
20º, CPC. 
OBSERVAÇÃO: A ação meramente declaratória 
é imprescritível. 
Compete à autoridade judiciária brasileira 
processar e julgar as ações em que: I – réu de 
qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil 
(Em se tratando de PESSOA JURÍDICA, considera-
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou 
sucursal); II – Obrigação tiver que ser cumprida 
no Brasil; III – A ação se der por fato ocorrido no 
Brasil. 
A Ação de alimentos, quando o credor tiver 
domicílio ou residência no Brasil ou o réu 
mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou 
propriedade de bens e recebimento de renda 
também devem ser de competência da 
autoridade judiciária brasileira! 
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ACIMA 
NÃO EXCLUEM A COMPETÊNCIA 
INTERNACIONAL CONCORRENTE. 
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ABAIXO 
EXCLUEM A COMPETÊNCIA 
INTERNACIONAL, portanto, cabe tão 
somente a autoridade judiciária 
Brasileira: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilhade 
bens situados no Brasil, ainda que o autor 
da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou 
dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda 
que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional. 
ATENÇÃO: A ação proposta perante 
tribunal estrangeiro não induz 
litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e 
acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Não compete à autoridade judiciária brasileira 
o processamento e o julgamento da ação 
quando houver cláusula de eleição de foro 
exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
 
2. LITISPENDÊNCIA 
O QUE DEVO SABER: 
 Art. 21. Compete à autoridade judiciária 
brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, 
estiver domiciliado no Brasil; 
II - No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato 
praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso 
I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa 
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial 
ou sucursal. 
 
 
 
46 
 
 Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária 
brasileira processar e julgar as ações: 
I - De alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no 
Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como 
posse ou propriedade de bens, recebimento de 
renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - Decorrentes de relações de consumo, 
quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, 
se submeterem à jurisdição nacional. 
 Art. 23. Compete à autoridade judiciária 
brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - Conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; 
II - Em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o autor da herança 
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução 
de união estável, proceder à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o titular seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio 
fora do território nacional. 
 Art. 24. A ação proposta perante tribunal 
estrangeiro não induz litispendência e não obsta 
a que a autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que lhe são conexas, 
ressalvadas as disposições em contrário de 
tratados internacionais e acordos bilaterais em 
vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante 
a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira 
quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 Art. 25. Não compete à autoridade judiciária 
brasileira o processamento e o julgamento da 
ação quando houver cláusula de eleição de foro 
exclusivo estrangeiro em contrato internacional, 
arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às 
hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 
1º a 4º 
#PLUSDECONHECIMENTO 
 
3. LITISCONSÓRCIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Litisconsórcio é quando DUAS OU MAIS 
PESSOAS PODEM LITIGAM, NO MESMO 
PROCESSO, EM CONJUNTO, ATIVA OU 
PASSIVAMENTE. 
E quando isso pode ocorrer: 
I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de 
obrigações relativamente à lide; 
II - Entre as causas houver conexão pelo pedido 
ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto 
comum de fato ou de direito. 
O litisconsórcio pode se dar no início da 
demanda (INICIAL) ou no seu curso (ULTERIOR). 
Litisconsórcio facultativo: Se estabelece pela 
vontade do autor da ação. Cabimento: Art. 113. 
Litisconsórcio necessário: É necessário quando 
a lei ou a natureza da relação jurídica 
controvertida exige o comparecimento de 
todos os envolvidos. A falta de um litisconsorte 
necessário implica em decisão nula (OCORRE 
nulidade dos atos processuais desde o 
ajuizamento da ação). 
Litisconsórcio simples: Faculta ao juiz julgar de 
forma diferente para cada um dos envolvidos. 
 
 
 
47 
 
Em geral, são os casos de litisconsórcio 
facultativo. 
Litisconsórcio unitário: Quando o julgado deve 
ser necessariamente igual para todos os 
litisconsortes. Em geral, são os casos de 
litisconsórcio necessário. 
Os litisconsortes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, como litigantes 
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso 
em que os atos e as omissões de um não 
prejudicarão os outros, mas os poderão 
beneficiar. 
ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem 
diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações. 
CONTUDO, se somente um dos réus oferece 
contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS 
EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM 
DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 
229, §2º). 
NOVIDADE LEGISLATIVA/PRESTA ATENÇÃO 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem 
diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações, em 
qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, 
havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos 
processos em autos eletrônico. 
 
ATENÇÃO - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE 
MEDIAÇÃO: Havendo litisconsórcio, o 
desinteresse na realização da audiência deve 
ser manifestado por todos os litisconsortes. 
ATENÇÃO – EFEITOS DA CONFISSÃO: A 
confissão judicial faz prova contra o confitente, 
não prejudicando, todavia, os litisconsortes. 
ATENÇÃO – APROVEITAMENTO DE RECURSO: O 
recurso interposto por um dos litisconsortes a 
todos aproveita, salvo se recursos distintos ou 
opostos os seus interesses. 
 
4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
4.1. DA ASSISTÊNCIA 
Ocorre a assistência quando o terceiro, 
pendente uma causa entre duas ou mais 
pessoas, tendo interesse jurídico em que a 
sentença seja favorável a uma das partes, 
intervém no processo para lhe dar assistência. 
A assistência pode ser admitida em qualquer 
procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no 
estado em que se encontre. 
A parte adversa pode realizar impugnação, no 
prazo de 15 (quinze) dias, do pedido do 
assistente. Não havendo qualquer impugnação 
o pleito será deferido, salvo se for caso de 
rejeição liminar. 
Se houver alegação de falta interesse jurídico 
para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem 
suspensão do processo. 
A assistência pode ser SIMPLES OU 
LITISCONSORCIAL. 
Quando se tratar de ASSISTÊNCIA SIMPLES, o 
assistente atuará como legitimado 
extraordinário subordinado (pois é 
imprescindível a presença do titular da relação 
jurídica controvertida (assistido)), ou seja, em 
nome próprio, auxiliará na defesa de direito 
alheio. 
A atuação do assistente simples é meramente 
complementar à do assistido, não podendo ir de 
encontro à opção processual deste. 
Nos termos do art. 121, do CPC, o assistente 
simples deve atuar como auxiliar da parte 
principal, exercendo os mesmos poderes e 
 
 
 
48 
 
sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que 
o assistido. 
Já de acordo com o artigo 122, a assistência 
simples não impede a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da 
ação, renuncie ao direito sobre o que se funda 
a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
Portanto, a parte principal é LIVRE para agir da 
forma que mais lhe for conveniente. 
ATENÇÃO: Sendo revelpossui um prazo de 5 anos para anular 
seus próprios atos, este limite temporal é 
decorrente da segurança jurídica que os 
administrados possuem; Quando a 
administração pública estiver diante de um ato 
ilegal, ela deverá anula-lo conforme o princípio 
da legalidade, contudo, caso a retirada deste ato 
ocasione mais prejuízos do que a sua 
manutenção, devido ao princípio da segurança 
jurídica o ato deverá ser mantido, ainda que 
ilegal, porém seus efeitos deverão ser 
estabilizados. 
Princípio da Intranscedência subjetiva das 
sanções- Segundo este princípio é proibido 
aplicar sanções a gestão atual por atos 
executados pela gestão administrativa anterior. 
Súmula 615: Não pode ocorrer ou permanecer 
a inscrição do município em cadastros 
restritivos fundada em irregularidades na 
gestão anterior quando, na gestão sucessora, 
são tomadas as providências cabíveis à 
reparação dos danos eventualmente 
cometidos 
OBS: ESTA SUMULA ESTÁ RELACIONADA COM 
O PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA SUBJETIVA 
DAS SANÇÕES. 
#PLUSDECONHECIMENTO 
Caso você tenha tempo sobrando vou colocar 
aqui outro assunto para que você estude( 
posteriormente você revisa), mas caso você 
não tenha não se preocupe. Este assunto será 
estudado em outro dia. 
#extra 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
O QUE DEVO SABER: 
 
Probidade está relacionado a honestidade, 
moralidade...a IMPROBIDADE é o contrário 
disso, é a corrupção administrativa por meio de 
atitudes desvirtuadas do funcionário público. 
A Lei nº 8.429/1992 traz as sanções aplicáveis 
aos atos de improbidade administrativa 
executados por agentes públicos, servidores ou 
não, contudo, a lei nº 14.230/2021 modificou o 
artigo mencionado, inclusive, ampliando o rol 
dos sujeitos ativos que poderão praticar os atos 
tidos como de improbidade administrativa, 
vejamos: 
“Art. 2º da lei nº 8.429/1992, incluído pela lei 
14.230/2021: Para os efeitos desta Lei, 
consideram-se agente público o agente 
político, o servidor público e todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
 
 
 
4 
 
remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nas entidades 
referidas no art. 1º desta Lei. 
Parágrafo único. No que se refere a recursos de 
origem pública, sujeita-se às sanções previstas 
nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, 
que celebra com a administração pública 
convênio, contrato de repasse, contrato de 
gestão, termo de parceria, termo de 
cooperação ou ajuste administrativo 
equivalente.” 
O ato ilícito, atualmente, só ocorre na forma 
DOLOSA, contra as entidades públicas e 
privadas, GESTORAS DE RECURSOS PÚBLICOS, 
capaz de acarretar enriquecimento ilícito, lesão 
ao erário ou violação aos princípios que regem a 
administração pública. 
Art. 2º § 1º Consideram-se atos de improbidade 
administrativa as condutas dolosas tipificadas 
nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos 
previstos em leis especiais. 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e 
consciente de alcançar o resultado ilícito 
tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não 
bastando a voluntariedade do agente. (Ou seja, 
é necessário que o agente tenha consciência do 
ato ilícito além da vontade em praticá-lo). 
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho 
de competências públicas, sem comprovação de 
ato doloso com fim ilícito, afasta a 
responsabilidade por ato de improbidade 
administrativa. (Para que o agente seja 
responsabilizado pelo ato de improbidade, é 
necessário que a finalidade dolosa do ato seja 
comprovada) 
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade 
disciplinado nesta Lei os princípios 
constitucionais do direito administrativo 
sancionador. 
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade 
na organização do Estado e no exercício de suas 
funções e a integridade do patrimônio público e 
social dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário, bem como da administração direta e 
indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. 
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos 
de improbidade praticados contra o patrimônio 
de entidade privada que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
entes públicos ou governamentais, previstos 
no § 5º deste artigo. 
§ 7º Independentemente de integrar a 
administração indireta, estão sujeitos às 
sanções desta Lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade 
privada para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra no seu patrimônio 
ou receita atual, limitado o ressarcimento de 
prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito 
sobre a contribuição dos cofres públicos. 
Percebe-se que este §7º ampliou o rol de 
entidades privadas, que também poderão sofrer 
atos de improbidade administrativa, podendo os 
atos de improbidade administrativa serem 
praticados contra entidades privadas, que 
possuem algum tipo de custeio público, 
independente da entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinquenta por cento do patrimônio 
ou não. 
Olhe a redação anterior: 
“Art. 1° da Lei n º 8.429/1932 - Os atos de 
improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a 
administração direta, indireta ou fundacional 
de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de 
Território, de empresa incorporada ao 
patrimônio público ou de entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos 
na forma desta lei. 
 
 
 
5 
 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às 
penalidades desta lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade 
que receba subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público bem como 
daquelas para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da 
receita anual, limitando-se, nestes casos, a 
sanção patrimonial à repercussão do ilícito 
sobre a contribuição dos cofres públicos”. 
 
DIREITO DO TRABALHO 
SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 01 
1. EMPREGADO E EMPREGADOR 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Considera-se empregada toda pessoa física que 
prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
Considera-se empregador a empresa, individual 
ou coletiva, que, assumindo os riscos da 
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço. 
Elementos básicos da relação de emprego: 
Pessoalidade (o trabalho deve ser prestado por 
pessoa física. Ainda, o empregado não pode 
transferir seu trabalho para outros (é INTUITU 
PERSONAE)), Não-eventualidade (A relação 
empregatícia é contínua e as atividades 
prestadas devem corresponder às atividades 
normalmente desenvolvidos na empresa), 
Subordinação (o empregador é quem dirige a 
relação, direcionando as ordens e conduzindo a 
atividade exercida) e onerosidade 
(contraprestação paga pelo empregador ao 
empregado pela sua força de serviço). 
Nesse sentido: 
TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 
00112617320155010004 (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
12/04/2017 
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. REQUISITOS. Para 
que se configure a relação de emprego, é 
necessário o preenchimento dos requisitos 
estabelecidos no artigo 3º da CLT , quais 
sejam: pessoalidade, não-eventualidade, 
onerosidade e subordinação jurídica, sendo 
que a ausência de um desses requisitos 
impossibilita o reconhecimento do vínculo 
empregatício entre as partes. Portanto, 
apenas o somatório destes requisitos é que 
representará o fato constitutivo complexo do 
vínculo de emprego. 
 
2. EMPREGADO DOMÉSTICO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A relação do doméstico é pautada na LC 
150/2015. 
Inicialmente, diga-se que todo empregado 
doméstico deverá ser registrado. 
O empregado domésticoou, de qualquer outro 
modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual. Nesse 
caso, o substituto processual figurará como 
sujeito da própria relação processual, da qual 
participará em nome próprio, e não em nome 
do substituído. 
Nesse tipo de assistência, o assistente não pode 
contrariar a vontade do assistido, contudo, se o 
assistido se omitir, não haverá contrariedade. 
O assistente simples não poderá transigir, 
renunciar e reconhecer juridicamente o pedido, 
pela simples razão de que o DIREITO não lhe 
pertence. 
SE LIGA: A substituição não transfere ao 
substituto a titularidade do direito. 
Transitada em julgado a sentença no processo 
em que interveio o assistente, este não poderá, 
em processo posterior, discutir a justiça da 
decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou 
pelas declarações e pelos atos do assistido, foi 
impedido de produzir provas suscetíveis de 
influir na sentença; 
II - Desconhecia a existência de alegações ou de 
provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu. 
Quando se tratar de ASSISTÊNCIA 
LITISCONSORCIAL, o assistente tem interesse 
direto na demanda. 
O assistente é considerado litigante diverso do 
assistido e não fica sujeito aos atos deste. 
O assistente litisconsorcial pode praticar atos 
sem subordinar-se aos atos praticados pelo 
assistido. 
O assistente, portanto, nesse caso, defende 
direito próprio, no todo ou em parte. 
EXEMPLO: Assistência de condômino para 
ajudar na defesa de interesses do condomínio. 
 
4.2. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
Denunciação à lide nada mais é do que o 
chamamento de outra pessoa para responder à 
ação. 
Pode ser promovida tanto pelo autor quanto 
pelo réu. 
A finalidade do instituto é a economia 
processual. Trata-se de demanda incidente, em 
processo já em curso. 
Proposta a denunciação, o processo passará a 
ter duas demandas: a principal, que envolve o 
autor e réu; e a incidental, que diz respeito ao 
denunciante e denunciado. 
A citação do denunciado será requerida na 
petição inicial, se o denunciante for autor, ou 
na contestação, se o denunciante for réu. 
Quando feita a denunciação pelo autor, o 
denunciado poderá assumir a posição de 
litisconsorte do denunciante e acrescentar 
novos argumentos à petição inicial, após isso a 
citação do réu deve ser realizada. 
A citação do denunciado deve ser promovida 
no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de se 
tornar sem efeito a denunciação. 
Caso o denunciado resida em outra comarca, 
seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em 
lugar incerto, o prazo para a citação será de 
dois meses. 
 
 
 
49 
 
Promovida a citação do denunciado pelo réu, 
este poderá adotar os seguintes 
comportamentos (art. 128): contestar o pedido 
do autor e atuar ao lado do denunciante, como 
litisconsorte (art. 128, I); permanecer inerte, 
hipótese em que o denunciante poderá deixar 
de prosseguir em sua defesa, restringindo a sua 
atuação à ação regressiva (art. 128, II); confessar 
os fatos alegados pelo autor, podendo o 
denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir 
ao reconhecimento e requerer apenas a 
procedência da ação regressiva (art. 128, III). 
Se o denunciante for vencido na ação principal, 
o juiz passará ao julgamento da denunciação da 
lide (ação incidental). 
Procedente o pedido da ação principal, pode o 
autor, se for o caso, requerer o cumprimento 
da sentença também contra o denunciado, nos 
limites da condenação deste na ação 
regressiva. 
Dito isto, fica claro que o pleito do denunciante 
de denunciação à lide apenas será apreciado 
efetivamente na hipótese de a ação principal 
tiver sido decidida de forma contrária aos seus 
interesses. 
Se o denunciante for vencedor na ação 
principal, a ação de denunciação não terá o seu 
pedido examinado, sem prejuízo da 
condenação do denunciante ao pagamento das 
verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
Hipóteses de admissibilidade da denunciação - 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, 
promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo 
à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os 
direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo 
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o 
prejuízo de quem for vencido no processo. 
ATENÇÃO: A denunciação à lide não é cabível, 
no processo de execução, portanto, temos que 
somente é cabível na fase de conhecimento. 
 
4.3. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
O chamamento ao processo visa incluir inclusão 
o devedor principal ou os coobrigados pela 
dívida na relação processual. 
Ao contrário da denunciação à lide, o 
chamamento ao processo é medida de 
intervenção EXCLUSIVA do RÉU. 
É uma situação de litisconsórcio ulterior. 
O terceiro chamado ao processo passa a ser 
litisconsorte do réu, ou seja, também vai virar 
réu. 
O momento correto para a promoção do 
chamamento ao processo é na contestação. 
Hipóteses de admissibilidade - Art. 130. É 
admissível o chamamento ao processo, 
requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra 
um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o 
credor exigir de um ou de alguns o pagamento 
da dívida comum. 
A citação daqueles que devam figurar em 
litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na 
contestação e deve ser promovida no prazo de 
30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. 
Se o chamado residir em outra comarca, seção 
ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o 
prazo será de 2 (dois) meses. 
A sentença de procedência valerá como título 
executivo em favor do réu que satisfizer a 
dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, 
do devedor principal, ou, de cada um dos 
 
 
 
50 
 
codevedores, a sua quota, na proporção que 
lhes tocar. 
ATENÇÃO: § 5º O cumprimento da sentença 
não poderá ser promovido em face do fiador, 
do coobrigado ou do corresponsável que não 
tiver participado da fase de conhecimento. 
 
4.4. AMICUS CURIAE 
Em linhas curtas, o AMICUS CURIAE é um 
terceiro que ingressa no processo para fornecer 
subsídios ao órgão jurisdicional para o 
julgamento da causa. 
Deve levar em consideração a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da 
controvérsia. 
Pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, com representatividade 
adequada e até mesmo um órgão ou entidade 
sem personalidade jurídica. 
Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que 
solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae. A DECISÃO É 
IRRECORRÍVEL! 
A intervenção do AMICUS CURIAE não implica 
alteração de competência (Ou seja, quando 
uma pessoa de direito público, órgão ou 
empresa pública federal adentra ao processo 
como amicus curiae em processo em trâmite na 
Justiça estadual, a competência não se 
deslocará para a Justiça Federal) nem autoriza 
a interposição de recursos, ressalvadas a 
oposição de embargos de declaração e a 
hipótese do § 3º, do artigo 138, do CPC (O 
amicus curiae pode recorrer da decisão que 
julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas). 
Portanto, via de regra, o amicus curiae não 
pode interpor recursos, exceto os EMBARGOS 
DECLARATÓRIOS e RECURSO DE DECISÃO QUE 
JULGE O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE 
DEMANDAS REPETITIVAS. 
O amicus curiae também pode realizar 
sustentação oral. 
A coisa julgada não afeta o amicus curiae. 
 
5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica será instaurado a pedido 
da parte ou do Ministério Público, quando lhe 
couber intervir no processo. 
Portanto, temos que a desconsideração da 
personalidade jurídica pode ser requerido pela 
1) PARTE e 2) MP, quando lhe couber interver no 
processo. 
É importante mencionar quequando ocorre a 
desconsideração da personalidade jurídica, os 
bens particulares dos administradores/sócios 
são utilizados para pagar dívidas da pessoa 
jurídica. 
Somente poderá ocorrer a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado 
que houve abuso da personalidade jurídica 
(Caput do artigo 50). 
Esse abuso pode se dar em duas situações: 
1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa 
jurídica com o propósito de lesar credores e para 
a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 
2) Confusão patrimonial (ausência de separação 
de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; II - transferência de ativos ou de 
passivos sem efetivas contraprestações, exceto 
os de valor proporcionalmente insignificante; e 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial). 
O incidente de desconsideração é cabível em 
todas as fases do processo de conhecimento, 
 
 
 
51 
 
no cumprimento de sentença e na execução 
fundada em título executivo extrajudicial. 
O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica também se aplica ao 
processo de competência dos juizados 
especiais. 
A instauração do incidente suspenderá o 
processo. 
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa 
jurídica será citado para manifestar-se e 
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 
(quinze) dias. 
Concluída a instrução, se necessária, o incidente 
será resolvido por decisão interlocutória. 
Se a decisão for proferida por relator, em 
ÓRGÃO COLEGIADO, cabe agravo interno. 
Se a decisão for proferida pelo Juízo de 
primeiro grau, cabe agravo de instrumento. 
O pleito de desconsideração pode ser 
formulado, inclusive, na própria petição inicial, 
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. Nesse caso, NÃO HAVERÁ SUSPENSÃO 
DO PROCESSO. 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
Previsão no artigo 50 do CC. 
Ocorre quando o Juiz, por requerimento, 
autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de 
dívidas e obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica. 
 
6 ATOS PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Atos processuais são as ações e movimentos 
praticados no processo, pelas partes e pelo 
órgão jurisdicional, com objetivo de produzir 
uma consequência jurídica. 
São atos processuais: Petições, despachos, 
decisões, recursos e demais movimentações. 
Inicialmente, saiba que os atos e os termos 
processuais independem de forma 
determinada (Princípio da liberdade das 
formas), SALVO quando a lei expressamente a 
exigir, considerando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, lhe preencham a 
finalidade essencial. 
É muito simples, mas cai muito, inclusive em 
provas de concursos, veja você: 
1) Os atos e termos processuais 
Alternativas 
A) não dependem de forma 
determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir, reputando-
se válidos os que, realizados de 
outro modo, Ihe preencham a 
finalidade essencial. 
B) dependem sempre de forma 
determinada, a ser estabelecida 
pelo juiz em caso de omissão da lei, 
reputando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, Ihe 
preencham a finalidade essencial. 
C) não dependem de forma 
determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir, reputando-
se inválidos os realizados de outro 
modo, ainda que Ihe preencham a 
finalidade essencial. 
D) dependem sempre de forma 
determinada, a ser estabelecida 
pelo juiz em caso de omissão da lei, 
reputando-se inválidos os 
realizados de outro modo, ainda 
que Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
E) dependem sempre de forma 
determinada, conforme previsto 
em lei, reputando-se inválidos os 
realizados de outro modo, ainda 
 
 
 
52 
 
que Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
Tá vendo? Fica ligado, a simplicidade e 
literalidade da LEI caem muito! 
Outro ponto que você deve ter conhecimento, é 
que os atos processuais SÃO PÚBLICOS, salvo os 
que tramitam em segredo de justiça. 
E quando deve ser atribuído o segredo de 
justiça? Confere abaixo: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de 
corpos, divórcio, separação, união estável, 
filiação, alimentos e guarda de crianças e 
adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo 
direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive 
sobre cumprimento de carta arbitral, desde que 
a confidencialidade estipulada na arbitragem 
seja comprovada perante o juízo. 
Ah, e como já estudamos, o direito de consultar 
os autos de processo que tramite em segredo 
de justiça e de pedir certidões de seus atos é 
restrito às partes e aos seus procuradores. 
Também é importante você saber que quando 
o processo versar sobre direitos que admitam 
autocomposição, é lícito às partes plenamente 
capazes estipular mudanças no procedimento 
para ajustá-lo às especificidades da causa e 
convencionar sobre os seus ônus, poderes, 
faculdades e deveres processuais, antes ou 
durante o processo. E claro, obviamente, nos 
casos de nulidade ou de inserção abusiva em 
contrato de adesão ou em que alguma parte se 
encontre em manifesta situação de 
vulnerabilidade, o JUIZ deve intervir. 
Obviamente, em todos os atos e termos do 
processo é obrigatório o uso da língua 
portuguesa. 
Quando houver documento oriundo de língua 
estrangeira, este somente poderá ser juntado 
aos autos quando acompanhado de versão 
para a língua portuguesa tramitada por via 
diplomática ou pela autoridade central, ou 
firmada por tradutor juramentado. 
Também fique atento ao artigo 191, do CPC: 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes 
podem fixar calendário para a prática dos atos 
processuais, quando for o caso. 
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os 
prazos nele previstos somente serão 
modificados em casos excepcionais, 
devidamente justificados. 
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a 
prática de ato processual ou a realização de 
audiência cujas datas tiverem sido designadas 
no calendário. 
Os atos processuais podem, além de físicos, se 
dar por meio eletrônico. É o que prevê o artigo 
193, do CPC: “Os atos processuais podem ser 
total ou parcialmente digitais, de forma a 
permitir que sejam produzidos, comunicados, 
armazenados e validados por meio eletrônico, 
na forma da lei”. 
Os atos das partes consistentes em declarações 
unilaterais ou bilaterais de vontade produzem 
imediatamente a constituição, modificação ou 
extinção de direitos processuais. 
Atenção: Em se tratando de desistência da 
ação, esta só produzirá efeitos após 
homologação judicial. 
As partes poderão exigir recibo de petições, 
arrazoados, papéis e documentos que 
entregarem em cartório (É UMA GARANTIA 
PARA A PARTE). 
Já os atos e pronunciamentos do juiz 
consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
A sentença (via de regra devem ser proferidas 
pelo Juiz no prazo de 30 dias – art. 226, III) é o 
 
 
 
53 
 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 (extinção sem 
resolução do mérito) e 487 (julga o mérito), põe 
fim à fase cognitiva do procedimento comum, 
bem como extingue a execução (ISSO VAI 
DEPENDER DE QUE FASE ESTÁ O PROCESSO). 
Decisão interlocutória (via de regra devem ser 
feitas pelo Juiz no prazo de 10 dias – art. 226, II) 
é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre como sentença, 
ou seja, não tem natureza de extinguir o 
processo (são decisões QUE NÃO POEM FIM AO 
PROCESSO - atos pelos quais o juiz resolve 
questões que surgem durante o processo, mas 
não são o julgamento dele). 
São despachos (via de regra devem ser feitos 
pelo Juiz no prazo de 5 dias – art. 226, I) todos 
os demais pronunciamentos do juiz praticados 
no processo, de ofício ou a requerimento da 
parte (Meras movimentações administrativas 
para impulsionar o processo). 
Note que o CPC prevê prazospara que o Juiz 
profira suas sentenças, despachos e decisões 
interlocutórias, contudo, havendo motivo 
justificado, pode o juiz exceder, por igual 
tempo, os prazos a que está submetido. 
Os atos meramente ordinatórios (atos dos 
servidores), como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, 
devendo ser praticados de ofício pelo servidor e 
revistos pelo juiz quando necessário. 
Os despachos, as decisões, as sentenças e os 
acórdãos serão redigidos, datados e assinados 
pelos juízes (a assinatura pode ser feita 
eletronicamente, na forma da lei). 
Em razão do princípio da publicidade dos atos 
processuais, os despachos, as decisões 
interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a 
ementa dos acórdãos serão publicados no 
Diário de Justiça Eletrônico. 
TEMPO DOS ATOS: Os atos processuais serão 
realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) 
horas. 
Obs: Serão concluídos após as 20 (vinte) horas 
os atos iniciados antes, quando o adiamento 
prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
Portanto, perceba, o fato de o ato ser iniciado 
antes das 20h não quer dizer que ele pode ser 
continuado após isso, mas tão somente deve 
ser continuado/concluído quando o adiamento 
prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
MUITA ATENÇÃO AGORA: O artigo 212, §2º, 
estabelece que, Independentemente de 
autorização judicial, as citações, intimações e 
penhoras poderão realizar-se no período de 
férias forenses, onde as houver, e nos feriados 
ou dias úteis fora do horário estabelecido neste 
artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso 
XI, da Constituição Federal. 
Isso quer dizer que NÃO É PRECISO MAIS a 
autorização expressa do Juiz para a VALIDADE 
das citações, intimações e penhoras feitas fora 
do horário previsto no caput do artigo 212, 
desde que sejam OBSERVADOS E RESPEITADOS 
os DIREITOS E GARANTIAS DETERMINADOS 
pela Constituição: “a casa é asilo inviolável do 
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial”. 
Em resumo, então, tem-se que ainda que o 
oficial de justiça chegue na casa de alguém para 
cumprir um mandado de citação ou intimação 
ANTES das 06h ou APÓS as 20h, e independente 
do dia (seja ele sábado, domingo ou feriado), a 
medida citatória/intimatória será considerada 
válida SE o morador houver consentido e 
recebido. 
ATENÇÃO – JUIZADO ESPECIAL: Os mandados 
dos juizados especiais podem ser realizados em 
qualquer dia/ hora. Isto porquê a Lei 9.099/95, 
em seus artigos 12 e 13, autoriza a prática de 
atos processuais durante a noite e estabelece 
que, se os atos atingirem sua finalidade, serão 
considerados válidos. 
 
 
 
54 
 
Quando se tratar de ATO ELETRÔNICO, este 
pode ocorrer em qualquer horário até as 24 
(vinte e quatro) horas do último dia do prazo. 
Via de regra, durante as férias forenses e nos 
feriados, não se praticarão atos processuais, 
exceto TUTELA DE URGENCIA e os atos 
previstos no art. 212, § 2º, do CPC. 
Importante: Art. 215. Processam-se durante as 
férias forenses, onde as houver, e não se 
suspendem pela superveniência delas: 
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e 
os necessários à conservação de direitos, 
quando puderem ser prejudicados pelo 
adiamento; 
II - a ação de alimentos e os processos de 
nomeação ou remoção de tutor e curador; 
III - os processos que a lei determinar. 
FERIADOS: Além dos declarados em lei, são 
feriados, para efeito forense, os sábados, os 
domingos e os dias em que não haja expediente 
forense. 
LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS: Os atos 
processuais realizar-se-ão ordinariamente na 
sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro 
lugar em razão de deferência, de interesse da 
justiça, da natureza do ato ou de obstáculo 
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. 
PRAZOS DOS ATOS: Os atos processuais serão 
realizados nos prazos prescritos em lei. 
Prazos processuais: São divididos em próprios e 
impróprios; peremptórios e dilatórios. 
Próprios: Prazos que são impostos às partes, 
gerando a preclusão no seu termo final. 
Impróprios: Prazo fixado na lei e usado como 
parâmetro para a prática do ato. A perda de 
prazo improprio não acarreta preclusão 
temporal, persistindo a possibilidade de 
praticar-se o ato mesmo depois de ultimado o 
mesmo. 
Dilatório: Prazo que permite a sua ampliação ou 
redução pela vontade das partes. 
Peremptório: Prazo que não comporta qualquer 
dilação ou redução. EXCEÇÃO: Art. 222 (VER 
TABELA ABAIXO)! 
Em casos de omissão da lei quanto à fixação do 
prazo, o juiz determinará os prazos em 
consideração à complexidade do ato. 
Art. 218, § 2º: Quando a lei ou o juiz não 
determinar prazo, as intimações somente 
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 
(quarenta e oito) horas. 
Art. 218, § 3º: Inexistindo preceito legal ou 
prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) 
dias o prazo para a prática de ato processual a 
cargo da parte. 
ATENÇÃO: O ATO QUE FOR PRATICADO ANTES 
MESMO DO SEU TERMO INICIAL SERÁ TIDO 
COMO VÁLIDO E TEMPESTIVO! 
Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO 
COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se 
somente aos prazos processuais)! 
RECESSO FORENSE: Suspende-se o curso do 
prazo processual nos dias compreendidos entre 
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
Durante a suspensão do prazo, não se realizarão 
audiências nem sessões de julgamento. 
ATENÇÃO: Suspende-se o curso do prazo por 
obstáculo criado em detrimento da parte ou 
ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 , 
devendo o prazo ser restituído por tempo igual 
ao que faltava para sua complementação. VEJA 
QUE O PRAZO NÃO VOLTA DO COMEÇO!!! 
IMPORTANTE – ARTIGO 222, CPC: 
Na comarca, seção ou subseção judiciária onde 
for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar 
os prazos por até 2 (dois) meses. 
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes. 
 
 
 
55 
 
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite 
previsto no caput para prorrogação de prazos 
poderá ser excedido. 
MAS SEMPRE LEMBRE-SE: O Novo Código de 
Processo Civil permite o juiz ampliar os 
prazos peremptórios nas seguintes 
hipóteses: 
Em caso de processo tramitando em 
comarcas de difícil transporte, por até dois 
meses (art. 222, caput) 
Em caso de calamidade pública, podendo a 
ampliação do prazo ultrapassar dois meses 
(222, § 2º); 
Quando ocorre evento alheio à vontade da 
parte e que a impediu de praticar o ato por 
si ou por mandatário. (art. 223, § 1º) – leia o 
artigo inteiro. 
Valer dizer que, além das hipóteses acima 
previstas, o CPC/2015 inovou ao incluir a 
possibilidade de alteração dos prazos 
peremptórios, permitindo ao juiz adequá-los às 
necessidades das partes, tudo com o objetivo 
de dirimir eventual desigualdade processual 
decorrente da exiguidade de prazos em causas 
de maior complexidade. 
É o que dispõe o artigo 139, IV: "incumbe ao juiz 
dilatar os prazos processuais e alterar a ordem 
dos meios de produção de prova, adequando-
as às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito". 
CONTAGEM DOS PRAZOS: os prazos serão 
contados excluindo o dia do começo e incluindo 
o dia do vencimento. E lembre-se: Na contagem 
de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS 
DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos 
processuais)! 
ATENÇÃO: Os dias do começo e do vencimento 
do prazo serão protraídos para o primeiro dia 
útil seguinte, se coincidirem com dia em que o 
expediente forense for encerrado antes ou 
iniciado depois da hora normal ou houver 
indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
FICA ATENTO: Considera-se como data de 
publicação o primeiro dia útil seguinte ao da 
disponibilização da informação no Diário da 
Justiça eletrônico. Então, a contagem (dia 01 do 
prazo) tem início no dia seguinte à publicação, 
acaso este dia seja útil (Vide artigo 224, §3º, do 
CPC). 
RENÚNCIA AO PRAZO: A parte poderá renunciar 
ao prazo estabelecido exclusivamente em seufavor, desde que o faça de maneira expressa. 
PRAZO EM DOBRO - ATENÇÃO: Os 
litisconsortes que tiverem diferentes 
procuradores, de escritórios de advocacia 
distintos, terão prazos contados em dobro para 
todas as suas manifestações. CONTUDO, se 
somente um dos réus oferece contestação, O 
PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM 
NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O 
PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). 
MAIS SOBRE PRAZO EM DOBRO: O Ministério 
Público gozará de prazo em dobro para 
manifestar-se nos autos, que terá início a partir 
de sua intimação pessoal. No mesmo sentido, a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo 
em dobro para todas as suas manifestações 
processuais, cuja contagem terá início a partir 
da intimação pessoal. Ainda, A Defensoria 
Pública gozará de prazo em dobro para todas as 
suas manifestações processuais (O prazo tem 
início com a intimação pessoal do defensor 
público). 
Passado isto, ressalte-se que SOBRE O DIA DO 
COMEÇO DO PRAZO, VALE LER A ÍNTEGRA DO 
ARTIGO 231, DO CPC, EIS QUE CONSISTE EM 
IMPORTANTE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA QUE 
CERTAMENTE SERÁ COBRADA NO EXAME: 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, 
considera-se dia do começo do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de 
recebimento, quando a citação ou a intimação 
for pelo correio; 
 
 
 
56 
 
II - a data de juntada aos autos do mandado 
cumprido, quando a citação ou a intimação for 
por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da 
intimação, quando ela se der por ato do 
escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação 
assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da 
citação ou da intimação ou ao término do prazo 
para que a consulta se dê, quando a citação ou 
a intimação for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que 
trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de 
juntada da carta aos autos de origem 
devidamente cumprida, quando a citação ou a 
intimação se realizar em cumprimento de 
carta; 
VII - a data de publicação, quando a intimação 
se der pelo Diário da Justiça impresso ou 
eletrônico; 
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der 
por meio da retirada dos autos, em carga, do 
cartório ou da secretaria. 
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na 
forma prevista na mensagem de citação, do 
recebimento da citação realizada por meio 
eletrônico. 
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do 
começo do prazo para contestar corresponderá 
à última das datas a que se referem os incisos I 
a VI do caput . 
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo 
para cada um é contado individualmente. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado 
diretamente pela parte ou por quem, de 
qualquer forma, participe do processo, sem a 
intermediação de representante judicial, o dia 
do começo do prazo para cumprimento da 
determinação judicial corresponderá à data em 
que se der a comunicação. 
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à 
citação com hora certa. 
 
7. DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS – FAIXA BÔNUS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar 
honorários ao advogado do vencedor. 
§ 1º São devidos honorários advocatícios na 
reconvenção, no cumprimento de sentença, 
provisório ou definitivo, na execução, resistida 
ou não, e nos recursos interpostos, 
cumulativamente. 
§ 2º Os honorários serão fixados entre o 
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, 
atendidos: 
I - O grau de zelo do profissional; 
II - O lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - O trabalho realizado pelo advogado e o 
tempo exigido para o seu serviço. 
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for 
parte, a fixação dos honorários observará os 
critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º 
e os seguintes percentuais: 
I - Mínimo de dez e máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido até 200 (duzentos) salários-
mínimos; 
II - Mínimo de oito e máximo de dez por cento 
sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 200 (duzentos) 
salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-
mínimos; 
 
 
 
57 
 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento 
sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-
mínimos; 
IV - Mínimo de três e máximo de cinco por cento 
sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-
mínimos; 
V - Mínimo de um e máximo de três por cento 
sobre o valor da condenação ou do proveito 
econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) 
salários-mínimos. 
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º: 
I - Os percentuais previstos nos incisos I a V 
devem ser aplicados desde logo, quando for 
líquida a sentença; 
II - Não sendo líquida a sentença, a definição do 
percentual, nos termos previstos nos incisos I a 
V, somente ocorrerá quando liquidado o 
julgado; 
III - não havendo condenação principal ou não 
sendo possível mensurar o proveito econômico 
obtido, a condenação em honorários dar-se-á 
sobre o valor atualizado da causa; 
IV - Será considerado o salário-mínimo vigente 
quando prolatada sentença líquida ou o que 
estiver em vigor na data da decisão de 
liquidação. 
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação 
contra a Fazenda Pública ou o benefício 
econômico obtido pelo vencedor ou o valor da 
causa for superior ao valor previsto no inciso I do 
§ 3º, a fixação do percentual de honorários deve 
observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, 
a faixa subsequente, e assim sucessivamente. 
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 
3º aplicam-se independentemente de qual seja 
o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de 
improcedência ou de sentença sem resolução de 
mérito. 
§ 6º-A. Quando o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido ou o valor 
atualizado da causa for líquido ou liquidável, 
para fins de fixação dos honorários 
advocatícios, nos termos dos §§ 2º e 3º, é 
proibida a apreciação equitativa, salvo nas 
hipóteses expressamente previstas no § 8º 
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, 
de 2022) 
§ 7º Não serão devidos honorários no 
cumprimento de sentença contra a Fazenda 
Pública que enseje expedição de precatório, 
desde que não tenha sido impugnada. 
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou 
irrisório o proveito econômico ou, ainda, 
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz 
fixará o valor dos honorários por apreciação 
equitativa, observando o disposto nos incisos do 
§ 2º. 
§ 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para 
fins de fixação equitativa de honorários 
sucumbenciais, o juiz deverá observar os 
valores recomendados pelo Conselho Seccional 
da Ordem dos Advogados do Brasil a título de 
honorários advocatícios ou o limite mínimo de 
10% (dez por cento) estabelecido no § 2º deste 
artigo, aplicando-se o que for 
maior. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito 
contra pessoa, o percentual de honorários 
incidirá sobre a soma das prestações vencidas 
acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. 
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os 
honorários serão devidos por quem deu causa 
ao processo. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os 
honorários fixados anteriormente levando em 
conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o 
disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao 
tribunal, no cômputo geral da fixação de 
honorários devidos ao advogado do vencedor, 
 
 
 
58 
 
ultrapassar os respectivos limitesestabelecidos 
nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. 
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são 
cumuláveis com multas e outras sanções 
processuais, inclusive as previstas no art. 77 . 
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em 
embargos à execução rejeitados ou julgados 
improcedentes e em fase de cumprimento de 
sentença serão acrescidas no valor do débito 
principal, para todos os efeitos legais. 
§ 14. Os honorários constituem direito do 
advogado e têm natureza alimentar, com os 
mesmos privilégios dos créditos oriundos da 
legislação do trabalho, sendo vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial. 
§15. O advogado pode requerer que o 
pagamento dos honorários que lhe caibam seja 
efetuado em favor da sociedade de advogados 
que integra na qualidade de sócio, aplicando-se 
à hipótese o disposto no § 14. 
§ 16. Quando os honorários forem fixados em 
quantia certa, os juros moratórios incidirão a 
partir da data do trânsito em julgado da 
decisão. 
§ 17. Os honorários serão devidos quando o 
advogado atuar em causa própria. 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja 
omissa quanto ao direito aos honorários ou ao 
seu valor, é cabível ação autônoma para sua 
definição e cobrança. 
§ 19. Os advogados públicos perceberão 
honorários de sucumbência, nos termos da lei. 
§ 20. O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 
8º, 8º-A, 9º e 10 deste artigo aplica-se aos 
honorários fixados por arbitramento 
judicial. (NOVIDADE LEGISLATIVA)é todo aquele que 
presta serviços de forma contínua, subordinada, 
onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa 
à pessoa ou à família, no âmbito residencial 
destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. 
Portanto, NÃO ESQUEÇA: O empregador 
doméstico NÃO PODE TER FINS LUCRATIVOS, o 
trabalho deve ser prestado em âmbito 
residencial e mais de dois dias por semana! 
MENOR NÃO PODE TRABALHAR: É vedada a 
contratação de menor de 18 (dezoito) anos para 
desempenho de trabalho doméstico. 
A jornada do doméstico não excederá 8 (oito) 
horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais. 
Doméstico e seu empregador podem pactuar 
regime de compensação de horas, mediante 
acordo escrito entre empregador e empregado, 
 
 
 
6 
 
se o excesso de horas de um dia for 
compensado em outro dia. 
O trabalho não compensado prestado em 
domingos e feriados deve ser pago em dobro, 
sem prejuízo da remuneração relativa ao 
repouso semanal. 
O doméstico PODE TRABALHAR em regime de 
tempo PARCIAL, (duração não exceda 25 (vinte 
e cinco) horas semanais). 
Para o regime de tempo PARCIAL, somente pode 
o doméstico realizar, no máximo, UMA HORA 
EXTRA DIÁRIA, mediante acordo escrito entre 
empregador e empregado (§ 2º, art. 3º, LC 150). 
É obrigatório o registro do horário de trabalho 
do empregado doméstico por qualquer meio 
manual, mecânico ou eletrônico, desde que 
idôneo. 
Deve ser concedido ao doméstico, no mínimo, 1 
(uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas de 
INTERVALO DE DESCANSO (INTRAJORNADA), 
admitindo-se, mediante prévio acordo escrito 
entre empregador e empregado, sua redução a 
30 (trinta) minutos. 
Para jornada de trabalho não superior a 6 (seis) 
horas, o intervalo concedido será de 15 (quinze) 
minutos. 
FÉRIAS: O período de férias poderá, a critério do 
empregador, ser fracionado em até 2 (dois) 
períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 
(quatorze) dias corridos. 
O abono de férias deverá ser requerido até 30 
(trinta) dias antes do término do período 
aquisitivo. 
Obs: É permitido ao empregado que reside no 
local de trabalho nele permanecer durante as 
férias. 
DESCONTOS: É vedado ao empregador 
doméstico efetuar descontos no salário do 
empregado por fornecimento de alimentação, 
vestuário, higiene ou moradia, bem como por 
despesas com transporte, hospedagem e 
alimentação em caso de acompanhamento em 
viagem. 
O empregador PODE efetuar descontos no 
salário do empregado em caso de adiantamento 
salarial e, mediante acordo escrito entre as 
partes, para a inclusão do empregado em 
planos de assistência médico-hospitalar e 
odontológica, de seguro e de previdência 
privada, não podendo a dedução ultrapassar 
20% (vinte por cento) do salário. 
Poderão ser descontadas as despesas com 
moradia de que trata o caput deste artigo 
quando essa se referir a local diverso da 
residência em que ocorrer a prestação de 
serviço, desde que essa possibilidade tenha 
sido expressamente acordada entre as partes. 
LICENÇA-MATERNIDADE: A empregada 
doméstica gestante tem direito a licença-
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem 
prejuízo do emprego e do salário. 
GARANTIA NO EMPREGO (ESTABILIDADE 
GESTACIONAL): A confirmação do estado de 
gravidez durante o curso do contrato de 
trabalho, ainda que durante o prazo do aviso 
prévio trabalhado ou indenizado, garante à 
empregada gestante a estabilidade provisória 
prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do 
Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias. 
SEGURO DESEMPREGO: O empregado 
doméstico que for dispensado sem justa causa 
fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no 
valor de 1 (um) salário-mínimo, por período 
máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou 
alternada. 
JUSTA CAUSA DO DOMÉSTICO: As hipóteses de 
demissão por justa causa do doméstico estão 
citadas no artigo 27, da LC 150, dentre algumas 
delas citamos: 1) submissão a maus tratos de 
idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou 
de criança sob cuidado direto ou indireto do 
empregado; 2) ato lesivo à honra ou à boa fama 
ou ofensas físicas praticadas contra o 
 
 
 
7 
 
empregador doméstico ou sua família, salvo em 
caso de legítima defesa, própria ou de outrem. 
 
3. JORNADA DE TRABALHO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O estudo sobre a jornada de trabalho começa no 
artigo 4º, da CLT, que diz que “Considera-se 
como de serviço efetivo o período em que o 
empregado esteja à disposição do empregador, 
aguardando ou executando ordens, salvo 
disposição especial expressamente 
consignada.” 
Portanto, todo tempo que o funcionário se 
encontra à disposição do empregador, seja 
aguardando ou executando ordens, deve ser 
considerado como TEMPO DE EFETIVO 
TRABVALHO. 
Com o advento da reforma trabalhista ficou 
estabelecido que não é incluído na duração da 
jornada de trabalho o tempo despendido pelo 
empregado até o local de trabalho e para o seu 
retorno, caminhando ou por qualquer meio de 
transporte, inclusive o fornecido pelo 
empregador, por não ser tempo à disposição do 
empregador (art. 58, § 2º, da CLT). 
Demais disso, quando o empregado, por escolha 
própria, buscar proteção pessoal, em caso de 
insegurança nas vias públicas ou más condições 
climáticas, bem como adentrar ou permanecer 
nas dependências da empresa para exercer 
atividades particulares, entre outras, não se 
deve considerar como tempo à disposição do 
empregador, portanto, não está compreendido 
na jornada de trabalho. 
Conforme disciplinado na Constituição Pátria 
(art. 7º, XII), a jornada máxima diária será de 
OITO HORAS e a semanal de QUARENTA E 
QUATRO HORAS. 
E se o empregado ultrapassar a referida 
jornada? 
R: O empregado que ultrapassa essa jornada 
diária ou semanal deverá receber horas 
extraordinárias, com adicional mínimo de 50% e 
as horas extras deverão ter repercussão nas 
seguintes verbas: Aviso prévio, 13º, férias, FGTS 
+ Multa de 40% e Repouso semanal. 
A remuneração da hora extra será, pelo menos, 
50% (cinquenta por cento) superior à da hora 
normal (Art. 59, § 1º, CLT). 
Há casos em que a remuneração extra pode ser 
SUPERIOR ao máximo legal de 50%? 
R: Sim. Nos casos em que existe previsão 
normativa que estipule o contrário, se assim 
ficar estabelecido no contrato ou regulamento 
da empresa. 
Há casos em que a remuneração extra pode ser 
INFERIOR ao mínimo legal de 50%? 
R: Jamais poderá ser estabelecido percentual de 
remuneração extra inferior ao mínimo legal de 
50%. 
Quando a jornada de trabalho deverá ser 
anotada? 
R: Para os estabelecimentos com mais de 20 
(vinte) trabalhadores será obrigatória a 
anotação da hora de entrada e de saída, em 
registro manual, mecânico ou eletrônico, 
conforme instruções expedidas pela Secretaria 
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério 
da Economia, permitida a pré-assinalação do 
período de repouso. 
E se o trabalho for executado FORA do 
estabelecimento? 
R: O horário dos empregados constará do 
registro manual, mecânico ou eletrônico em seu 
poder. 
Não serão descontadas nem computadas como 
jornada extraordinária as variações de horário 
no registro de ponto não excedentes de cinco 
minutos, observado o limite máximo de dez 
minutos diários (Art. 58, § 1º, CLT). 
 
 
 
8 
 
A supressão total ou parcial, pelo empregador, 
de serviço suplementar prestado com 
habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, 
assegura ao empregado o direito à indenização 
correspondente ao valor de 1 (um) mês das 
horas suprimidas, total ou parcialmente, para 
cada ano ou fração igual ou superior a seis 
meses de prestação de serviço acima da jornada 
normal. 
O que é compensação de jornada? 
R: Compensação é quando há distribuição da 
jornada extra prestada pelo empregado em um 
dia para o outro dia. 
A compensação de jornada é prevista no artigo 
59, § 2º, da CLT, e leciona que “Poderá ser 
dispensado o acréscimo de salário se, por força 
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o 
excesso de horas em um dia for compensado 
pela correspondente diminuição em outro dia, 
de maneira quenão exceda, no período 
máximo de um ano, à soma das jornadas 
semanais de trabalho previstas, nem seja 
ultrapassado o limite máximo de dez horas 
diárias” (É O POPULAR BANCO DE HORAS). 
CONTUDO, O BANCO DE HORAS poderá ser 
pactuado por acordo individual escrito, desde 
que a compensação ocorra no período máximo 
de seis meses. 
PRESTE ATENÇÃO: É lícito o regime de 
compensação de jornada estabelecido por 
acordo individual, tácito ou escrito, para a 
compensação no mesmo mês. 
Portanto, o acordo de compensação entre 
empregado e empregador PODE SER 
REALIZADO POR ACORDO INDIVIDUAL, SEJA 
TÁCITO OU ESCRITO, DESDE QUE HAJA 
COMPENSAÇÃO NO MESMO MÊS! 
IMPORTANTE: A prestação de horas extras 
habituais não descaracteriza o acordo de 
compensação de jornada e o banco de horas. 
IMPORTANTE: Em exceção ao disposto no art. 59 
desta Consolidação, é facultado às partes, 
mediante acordo individual escrito, convenção 
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, 
estabelecer horário de trabalho de doze horas 
seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de 
descanso, observados ou indenizados os 
intervalos para repouso e alimentação (V. 
súmula 444 TST). 
Existem jornadas especiais de trabalho? 
R: SIM. Há casos, contudo, que pelas 
especialidades do labor desenvolvido ou 
condições adversas, fogem à regra da carga 
horário de 8h diárias e 44h semanais, à saber: 
1) Bancários (224, CLT. Mas atenção: 
Bancário normal = 6h. Bancário com cargo de 
confiança = 8h. Gerente bancário = Não tem 
jornada controlada); 
2) Advogado (art. 20, Lei 8.906/94); 
3) Telefonista/operador de telemarketing 
(227, CLT); 
4) Motorista (235-A ao H, da CLT); 
5) Músicos (art. 41, Lei 3.857/60); 
6) Jornalistas (303, CLT). 
Existem, ainda, empregados que laboram em 
REGIME DE TEMPO PARCIAL. 
Tá, mas quando deve ser considerado o regime 
de tempo parcial? 
R: Considera-se trabalho em regime de tempo 
parcial aquele cuja duração não exceda a trinta 
horas semanais, sem a possibilidade de horas 
suplementares semanais, ou, ainda, aquele 
cuja duração não exceda a vinte e seis horas 
semanais, com a possibilidade de acréscimo de 
até seis horas suplementares semanais. 
Logo, trabalho em regime parcial pode se dar de 
DUAS FORMAS: 
1) Cuja duração não exceda 30 horas na 
semana, sem possibilidade de prestação de 
horas extras; 
 
 
 
9 
 
2) Cuja duração não exceda 26 horas na 
semana, com possibilidade de realização de até 
seis horas extras durante a semana. 
Quanto trabalho, será que ao empregado é 
conferido o direito de usufruiu de algum 
intervalo para descansar? 
R: Sim! A CLT pensou na saúde e higiene dos 
trabalhadores. 
O intervalo INTRAjornada (que ocorre dentro 
da jornada de trabalho, para o funcionário se 
alimentar/descansar) pode ser concedido da 
seguinte forma: 
I) Jornadas de até 4 horas: não faz jus; 
II) Jornada de mais de 4 horas, até 6 horas: 15 
minutos; 
III) Jornada de mais de 6 horas: Mínimo de UMA 
HORA (E salvo acordo escrito ou contrato 
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 
(duas) horas). 
O limite mínimo de uma hora para repouso ou 
refeição poderá ser reduzido por ato do 
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, 
quando ouvido o Serviço de Alimentação de 
Previdência Social, se verificar que o 
estabelecimento atende integralmente às 
exigências concernentes à organização dos 
refeitórios, e quando os respectivos 
empregados não estiverem sob regime de 
trabalho prorrogado a horas suplementares 
A não concessão ou a concessão parcial do 
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e 
alimentação, a empregados urbanos e rurais, 
implica o pagamento, de natureza indenizatória, 
apenas do período suprimido, com acréscimo de 
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho, ou 
seja, não gerem reflexos em outras verbas 
trabalhistas. 
OBSERVAÇÃO: O INTERVALO NÃO DEVE SER 
computado na duração do trabalho. 
O intervalo INTERjornada (aquele concedido 
entre uma jornada e outra de trabalho) deve ser 
no mínimo de 11 (onze) horas consecutivas 
para descanso. 
Existem empregados que são excluídos do 
controle e do registro do horário de trabalho? 
R: Sim! Em razão das condições especiais de 
trabalho, cargo ou até mesmo imposição legal 
estão dispensados de registros de horários. 
Tá, entendi. E onde estão essas exceções? 
R: As exceções aparecem no artigo 62, I, II e III, 
da CLT: 
I - os empregados que exercem atividade 
externa incompatível com a fixação de horário 
de trabalho, devendo tal condição ser anotada 
na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no 
registro de empregados (Aqui lembre-se que 
não basta apenas o trabalhador exercer suas 
atividades fora do estabelecimento comercial. 
Deve, sobretudo, ser a atividade exercida ser 
INCOMPATÍVEL com a fixação de horário de 
trabalho. Ainda, deve haver anotação na CTPS 
do trabalhador de tal condição). 
II - os gerentes, assim considerados os 
exercentes de cargos de gestão, aos quais se 
equiparam, para efeito do disposto neste 
artigo, os diretores e chefes de departamento 
ou filial. 
III - os empregados em regime de teletrabalho. 
IMPORTANTE: No caso do inciso II, o salário do 
cargo de confiança, compreendendo a 
gratificação de função, se houver, não pode ser 
inferior ao valor do respectivo salário efetivo 
acrescido de 40% - ou seja, precisa ganhar um 
“extra de 40%”. 
IMPORTANTÍSSIMO: Os teletrabalhadores, que 
estão excluídos do registro de horário, tem 
regramento previsto junto aos artigos 75-A e 
75-E, DA CLT. 
Sobre isso, alguns pontos merecem destaque: 
 
 
 
10 
 
1) O comparecimento às dependências do 
empregador para a realização de atividades 
específicas que exijam a presença do 
empregado no estabelecimento não 
descaracteriza o regime de teletrabalho (Ou 
seja, acaso o funcionário eventualmente 
compareça a empresa para atividade 
especifica, não rotineira, não há a 
descaracterização do regime de teletrabalho!). 
2) A prestação de serviços na modalidade 
de teletrabalho deverá constar expressamente 
do contrato individual de trabalho, que 
especificará as atividades que serão realizadas 
pelo empregado. 
3) Poderá ser realizada a alteração entre 
regime presencial e de teletrabalho desde que 
haja mútuo acordo entre as partes, registrado 
em aditivo contratual. 
4) Poderá ser realizada a alteração do 
regime de teletrabalho para o presencial por 
determinação do empregador, garantido prazo 
de transição mínimo de quinze dias, com 
correspondente registro em aditivo contratual. 
5) As disposições relativas à 
responsabilidade pela aquisição, manutenção 
ou fornecimento dos equipamentos 
tecnológicos e da infraestrutura necessária e 
adequada à prestação do trabalho remoto, bem 
como ao reembolso de despesas arcadas pelo 
empregado, serão previstas em contrato 
escrito. 
ATENTE-SE A TAIS PONTOS, POIS O 
TELETRABALHO VEM SENDO 
REITERADAMENTE COBRADO PELA FGV, 
INCLUSIVE, NAS ÚLTIMAS DUAS PROVAS DE 
SEGUNDA FASE, FOI ALVO DE QUESTÕES 
SUBJETIVAS (QUESTÃO 1 DO XXXII EXAME DE 
ORDEM UNIFICADO e QUESTÃO 3 DO XXXI 
EXAME DE ORDEM UNIFICADO). 
Durante a faculdade eu já ouvi falar em 
sobreaviso e horas de prontidão. O que é isso? 
Existe mesmo?? 
R: SIM. Ambos existem. Sãos institutos 
DIFERENTES! 
Tá, fala aí a diferença entre eles: 
R: O Sobreaviso, com previsão no artigo 58-A, da 
CLT, é a possibilidade de o colaborador, mesmo 
em seu período de descanso, ficar à disposição 
do empregador aguardando alguma ordem. 
Considera-se tempo de efetivo serviço. 
Mas ATENÇÃO: O trabalhador deve ficar 
aguardando ordens dentro de SUA PRÓPRIA 
RESIDÊNCIA! (art. 244, §2º, CLT). 
A hora de sobreaviso equivale a 1/3 da hora 
normal de trabalho. 
Já as horas de prontidão, ao contrário do 
sobreaviso, o empregado FICA À DISPOSIÇÃO 
DENTRO DA PRÓPRIA EMPRESA! 
A hora de prontidão equivale ao valor de 2/3 da 
hora normal laborada. 
4. PERÍODOS DE DESCANSO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os intervalos são os lapsos temporais criadospelo legislador com a principal missão de 
proteger a saúde e segurança do empregado. 
Nos intervalos é que o empregado recupera a 
energia despendida no exercício de seu mister, 
sua saúde mental e se renova para encarar um 
novo turno ou uma nova jornada de trabalho. 
Os principais intervalos são: 1) INTERVALO 
INTRAJORNADA e 2) INTERVALO 
INTERJORNADA. 
 INTERVALO INTRAJORNADA: 
Tem previsão no artigo 71, da CLT. 
É aquele que é concedido DURANTE a jornada 
diária de trabalho, para que o empregado 
descanse, faça uma refeição e renove suas 
energias para encarar o restante da jornada. 
Ele é concedido da seguinte forma: 
I) Jornadas de até 4 horas: não faz jus; 
 
 
 
11 
 
II) Jornada de mais de 4 horas, até 6 horas: 15 
minutos; 
III) Jornada de mais de 6 horas: Mínimo de UMA 
HORA (E salvo acordo escrito ou contrato 
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 
(duas) horas). 
O § 3º, do artigo 71, da CLT, leciona que o limite 
mínimo de uma hora para repouso ou refeição 
poderá ser reduzido por ato do Ministro do 
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido 
o Serviço de Alimentação de Previdência Social, 
se verificar que o estabelecimento atende 
integralmente às exigências concernentes à 
organização dos refeitórios, e quando os 
respectivos empregados não estiverem sob 
regime de trabalho prorrogado a horas 
suplementares. 
Portanto, para que a condição acima seja 
possibilitada é preciso: 1) por ato do Ministro do 
Trabalho, Indústria e Comércio; 2) Ouvir o 
Serviço de alimentação da previdência social; 
3) Refeitório que atenda ás exigências legais e 
4) empregados não estejam submetidos a 
prestação de HORAS EXTRAS. 
NATUREZA DO INTERVALO: A não concessão ou 
a concessão parcial do intervalo intrajornada 
mínimo, para repouso e alimentação, a 
empregados urbanos e rurais, implica o 
pagamento, de natureza indenizatória, apenas 
do período suprimido, com acréscimo de 50% 
(cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho, ou 
seja, não gerem reflexos em outras verbas 
trabalhistas. 
Portanto, temos que, acaso haja 
descumprimento o empregador deve ser 
condenado a pagar: Apenas o período 
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta 
por cento) sobre o valor da remuneração da 
hora normal de trabalho. Tal parcela tem 
natureza INDENIZATÓRIA e NÃO GERA reflexos 
em qualquer outra verba trabalhista. 
O intervalo de uma hora poderá ser reduzido 
e/ou fracionado, e aquele estabelecido para 
jornadas inferiores a seis horas poderá ser 
fracionado, quando compreendidos entre o 
término da primeira hora trabalhada e o início 
da última hora trabalhada, desde que previsto 
em convenção ou acordo coletivo de trabalho, 
ante a natureza do serviço e em virtude das 
condições especiais de trabalho a que são 
submetidos estritamente os motoristas, 
cobradores, fiscalização de campo e afins nos 
serviços de operação de veículos rodoviários, 
empregados no setor de transporte coletivo de 
passageiros, mantida a remuneração e 
concedidos intervalos para descanso menores 
ao final de cada viagem. SE LIGUE: 
REDUÇÃO/FRACIONAMENTO = INTERVALO DE 
1H OU MAIS; FRACIONAMENTO = INTERVALO 
DE 15MIN 
FIQUE ATENTO (INTERVALOS ESPECIAIS): 1) Nos 
serviços permanentes de mecanografia 
(datilografia, escrituração ou cálculo), a cada 
período de 90 (noventa) minutos de trabalho 
consecutivo corresponderá um repouso de 10 
(dez) minutos não deduzidos da duração normal 
de trabalho. 2) Nos trabalhos em minas de 
subsolo deve haver intervalo de 15 minutos a 
cada 03 horas consecutivas de labor (artigo 298 
da CLT) e 3) O trabalho em câmaras frigoríficas e 
para os trabalhadores que movimentam 
mercadorias do ambiente quente ou normal 
para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora 
e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, 
será assegurado um período de 20 (vinte) 
minutos de repouso, computado esse intervalo 
como de trabalho efetivo (FIQUE ATENTO POIS 
REGRA GERAL O INTERVALO NÃO É 
COMPUTADO NA JORNADA, TRATA-SE AQUI, 
PORTANTO, DE EXCEÇÃO À REGRA). 
ATENÇÃO MÁXIMA: OS INTERVALOS QUE 
NÃO ESTEJAM PREVISTOS EM LEI MAS 
CONCEDIDOS PELO EMPREGADOR, DEVERÃO 
SER COMPUTADOS NA JORNADAS DE 
TRABALHO E REMUNERADOS COMO TEMPO 
À DISPOSIÇÃO. Exemplo: Tempo concedido 
 
 
 
12 
 
para lanchar que não seja o intervalo 
intrajornada. 
PONTO IMPORTANTE: FIQUE ATENTO AO 
ARTIGO 611-A, DA CLT, QUE FOI INSERIDO PELA 
REFORMA TRABALHISTA E, EM SEU INCISO III 
ASSEGUROU QUE A CONVENÇÃO COLETIVA E O 
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO TÊM 
PREVALÊNCIA SOBRE A LEI QUANDO DISPUSER 
SOBRE INTERVALO INTRAJORNADA, 
RESPEITADO O LIMITE MÍNIMO DE TRINTA 
MINUTOS PARA JORNADAS SUPERIORES A SEIS 
HORAS. 
ATENÇÃO – EMPREGADOS DOMÉSTICOS: 
Deve ser concedido ao doméstico, no mínimo, 1 
(uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas de 
INTERVALO DE DESCANSO (INTRAJORNADA), 
admitindo-se, mediante prévio acordo escrito 
entre empregador e empregado, sua redução a 
30 (trinta) minutos. 
Caso o empregado resida no local de trabalho, 
o período de intervalo poderá ser 
desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que 
cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, 
até o limite de 4 (quatro) horas ao dia. 
Para jornada de trabalho não superior a 6 (seis) 
horas, o intervalo concedido será de 15 (quinze) 
minutos. 
 2) INTERVALO INTERJORNADA: 
Tem previsão no artigo 66, da CLT. 
É aquele que é concedido ENTRE UMA jornada e 
outra de trabalho, a fim de que o trabalhador 
recupere totalmente suas energias e goze do 
convívio social e familiar. 
Tem duração MÍNIMA de ONZE HORAS - Artigo 
66, da CLT: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho 
haverá um período mínimo de 11 (onze) horas 
consecutivas para descanso. 
FIQUE ATENTO: A concessão do descanso 
semanal remunerado não desobriga o 
empregador de conceder o interjornada mínimo 
de ONZE HORAS. Em assim sendo, o empregado 
tem direito a 35 horas consecutivas de descanso 
semanal (24 horas do DSR+11 interjornada). 
 
 3) TRABALHO AOS DOMINGOS E 
FERIADOS: 
Será assegurado a todo empregado um 
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas 
consecutivas, o qual, salvo motivo de 
conveniência pública ou necessidade imperiosa 
do serviço, deverá coincidir com o domingo, no 
todo ou em parte. Esse é o popular “DSR” = 
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO. 
Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, 
com exceção quanto aos elencos teatrais, será 
estabelecida escala de revezamento, 
mensalmente organizada e constando de 
quadro sujeito à fiscalização. 
ATENÇÃO – SÚMULA 146, DO TST: O trabalho 
prestado em domingos e feriados, não 
compensado, deve ser pago em dobro, sem 
prejuízo da remuneração relativa ao repouso 
semanal. 
ATENÇÃO – LEI 11.306/07: A referida lei 
autorizou o trabalho aos domingos nas 
atividades do comércio em geral, observada a 
legislação municipal. Ademais, também 
estabeleceu que o repouso semanal 
remunerado deverá coincidir, pelo menos uma 
vez no período máximo de três semanas, com o 
domingo. Por fim, É permitiu o trabalho em 
feriados nas atividades do comércio em geral, 
desde que autorizado em convenção coletiva 
de trabalho e observada a legislação municipal. 
ATENÇÃO – JORNADA 12X36: A remuneração 
mensal pactuada pelo horário de trabalho 12x36 
já abrange os pagamentos devidos pelo 
descanso semanal remunerado e pelo descanso 
em feriados, e serão considerados 
compensados os feriados e as prorrogações de 
trabalho noturno. 
NESSE SENTIDO É A JURISPRUDÊNCIA PÁTRIA: 
TRT-4 - Recurso Ordinário Trabalhista ROT 
00205254920195040018 (TRT-4) 
Jurisprudência•Data de publicação: 26/08/2021 
REGIME DE TRABALHO 12X36. DOMINGOS 
TRABALHADOS. No regime 12x36, os domingos 
 
 
 
13 
 
trabalhados pelo empregado são naturalmente 
compensados, restando observado o descanso 
semanal remunerado, motivo pelo qual é 
indevida a sua remuneração em dobro. 
 
5. TRABALHO NOTURNO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Tem previsão na Constituição Federal, que em 
seu artigo 7º, IX, assegura aos trabalhadores 
compreendidos no horário noturno umaremuneração SUPERIOR à do diurno. 
Isso acontece pois o trabalho noturno é mais 
prejudicial à saúde do que o diurno e vale tanto 
para o trabalhador urbano como para o 
trabalhador rural. 
Além disso, o menor de DEZOITO ANOS não 
pode laborar em período considerado como 
noturno. 
Como dito, o trabalho noturno terá 
remuneração superior à do diurno e, para esse 
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 
20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a 
hora diurna (20% PARA O CASO DE 
TRABALHADOR URBANO). 
Além disso, a hora do trabalho noturno 
URBANO será computada como de 52 minutos 
e 30 segundos (AO INVÉS DE SESSENTA 
MINUTOS A HORA NOTURNO TERÁ 52 
MINUTOS E 30 SEGUNDOS). 
Considera-se noturno o trabalho executado 
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte (SÓ PARA TRABALHADOR URBANO). 
ATENÇÃO: Quando houver labor extra em 
horário além das 5h da manhã, o período 
posterior também será remunerado como 
NOTURNO e calculado com base na HORA 
FICTA NOTURNA DE 52 MINUTOS E 30 
SEGUNDOS. 
Para o trabalhador RURAL as regras não são as 
mesmas acima vistas! 
O adicional noturno do rural vale 25%. 
Não existe hora reduzida, portanto, a hora é 60 
minutos. 
O honorário noturno do rural na pecuária é de 
20h às 4h e o do rural na agricultura é de 21h ás 
5h. 
PORTANTO, TEMOS QUE: 
1) PECUÁRIA: 20H ÀS 4H; 
2) AGRICULTURA: 21H À5 4H. 
 
DIREITO PENAL 
DICA DO DIA 02 
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
O QUE DEVO SABER: 
1.Conceito 
O Direito Penal é um ramo do direito público, 
composto por um conjunto de normas, as quais 
são impostas a todas as pessoas e punidas, 
exclusivamente, pelo Estado. 
 
2.PRINCÍPIOS 
O conjunto de normas que norteiam a atuação 
do legislador (na criação do direito penal), como 
do operador do direito (na aplicação prática). Os 
princípios do Direito Penal são as garantias que 
limitam o poder de punir do Estado, alguns 
expressamente e outros implicitamente, no 
texto constitucional. 
Vejamos, alguns dos principais princípios: 
Princípio da Reserva Legal: Encontramos este 
princípio expressamente no art. 1º do CP, assim 
como no art. 5º, XXXIX da CF, pois se trata de um 
direito fundamental. 
Art. 1º do CP- Não há crime sem lei anterior que 
o defina. Não há pena sem prévia 
Trata-se da taxatividade, certeza ou 
determinação. É necessário que exista uma lei 
incriminando a conduta do agente, para que 
este seja punido. 
 
 
 
14 
 
Pergunta: Poderá uma Medida Provisória tratar 
de matéria penal? Criar um Tipo Penal? 
Art. 62 da CF- Em caso de relevância e urgência, 
o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
 I - Relativa a: 
 b) direito penal, processual penal e processual 
civil; 
Nota-se, que expressamente a CF proíbe a 
possibilidade de a MP versar sobre Direito Penal. 
Todavia, doutrinariamente tem-se limitado este 
entendimento e, afirmado a possibilidade de as 
Medidas Provisórias versarem sobre direito 
penal, desde que estas seja, benéficas para o 
réu, não podendo estabelecer crimes e nem 
penas. 
Fique esperto, pois na prova poderá cair uma 
questão onde uma Medida provisória cria um 
tipo penal, e caso isso acontecerá haverá uma 
violação ao princípio da reserva legal, pois ainda 
que a MP seja posteriormente convertida em lei, 
ela não poderá versar sobre direito penal 
incriminador. 
Além disso, segundo o princípio da legalidade, 
não se admite a analogia in malam partem, ou 
seja, analogia para incriminar. 
Princípio da anterioridade: É um 
desdobramento da reserva legal, também sendo 
encontrado no art.1º do CP e art. 5º, XXXIX da 
CF. 
Art. 5º, XXXIX da CF- não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal; 
A lei penal não pode retroagir, para atingir fatos 
anteriores a sua entrada em vigor, salvo para 
beneficiar o réu. 
Obs.: Cuidado, a vedação de retroagir para 
prejudicar o réu, faz parte do direito PENAL e 
não do direito PROCESSUAL PENAL, pois este 
tem aplicabilidade imediata. 
Obs. Lei excepcional ou temporária. Art. 3º do 
CP- A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência 
Princípio da Alteridade: Segundo Claus Roxin, a 
conduta do agente deve ultrapassar a quem a 
pratica, não sendo considerado crime se a 
conduta só atingiu quem a praticou. 
Princípio da ofensividade/lesividade: Não há 
crime sem ofensa aos bens jurídicos tutelados, 
pelo direito penal, expondo-os a uma efetiva 
lesão ou a um perigo concreto de lesão. O perigo 
para ter relevância no direito penal se divide em 
dois: 
1-Perigo concreto: Quando a potencialidade da 
lesão o bem jurídico tutelado deve ser 
comprovado no caso concreto; 
2-Perigo abstrato: Quando há presunção 
absoluta de lesão ao bem jurídico tutelado, não 
necessitando de comprovação desta. 
 
Princípio da exclusiva proteção dos bens 
jurídicos: Não são os bens jurídicos que são 
tutelados pelo direito penal, mas apenas 
aqueles mais importantes para a vida em 
sociedade. 
Princípio da intervenção mínima: Está 
relacionado à proteção dos bens jurídicos, pois 
o direito penal somente deverá intervir quando 
for realmente necessário. Doutrinariamente, 
este princípio se subdivide em dois: 
Fragmentariedade: Somente os bens jurídicos 
mais relevantes devem ser tutelados pelo 
Estado. 
 
 
 
15 
 
Subsidiariedade: O direito penal deverá ser a 
ultima ratio, o último ramo do direito a ser 
utilizado. A intervenção penal só deverá ocorrer 
depois que todos os outros ramos foram 
insuficientes para solucionar/proteger o bem 
jurídico em questão. 
Princípio da responsabilidade pessoal do 
agente: A responsabilidade penal é pessoal, 
cada agente responde efetivamente pela 
conduta que praticou, assim como a pena não 
poderá passar da pessoa do condenado 
(Princípio da intranscendência da pena) 
Princípio da culpabilidade: A culpabilidade é um 
dos pressupostos da pena. O autor para ser 
punido deverá ter agido com dolo ou culpa, 
sendo vedada a responsabilidade penal objetiva, 
ou seja, a aquela que é punida, 
independentemente, de culpa, pois se 
fundamenta na mera ocorrência do resultado. 
Princípio da Bagatela ou da insignificância: 
Conforme este princípio, o direito penal não 
deverá se preocupar com condutas que são 
irrelevantes e possuem um pequeno ou nenhum 
grau de reprovação, como por exemplo, um 
beliscão. Este princípio está relacionado com a 
tipicidade penal, a qual se divide em formal e 
material: 
a) Tipicidade formal - é a correspondência 
exata entre o fato e os elementos 
constantes de um tipo penal. É a 
correspondência da conduta praticada e o 
texto incriminador. 
b) Tipicidade material – Essa é a que 
interessa para o princípio da 
insignificância. Não basta que a conduta 
praticada tenha apenas correspondência 
nos elementos de um tipo penal. Faz-se 
necessário que a conduta seja capaz de 
lesar ou expor terceiros a risco, provocar 
lesões significantes ao bem jurídico 
tutelado. 
De acordo com o entendimento do STF, 
constituem vetores para aplicação do princípio 
da significância: M A R I 
1- Mínima ofensividade da conduta; 
2- Nenhuma (Ausência) de periculosidade 
social; 
3- Reduzido grau de reprovabilidade da 
conduta; 
4- Inexpressividade da lesão provocada; 
Sendo assim, mediante verificação no caso 
concreto, o princípio da insignificância acarreta 
a exclusão da tipicidade MATERIAL do fato. 
Princípio da adequação social: Condutas que 
são adequadamente aceitas pela sociedade não 
deverão ser consideradas crimes, como por 
exemplo, venda de DVD pirata. 
#olhaolinkmental 
Vale Mencionar o art. 7º do Estatuto da OAB: 
Art. 7º (...) § 2º O advogado 
tem imunidade profissional, não constituindo 
injúria, difamação ou desacato puníveis 
qualquer manifestação de sua parte, no 
exercíciode sua atividade, em juízo ou fora dele, 
sem prejuízo das sanções disciplinares perante a 
OAB, pelos excessos que cometer. (obs: a 
expressão “desacato” foi considerada 
inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 
1.127-8. Entendeu-se que 
a imunidade profissional do advogado não 
compreende o desacato, pois conflita com a 
autoridade do magistrado na condução da 
atividade jurisdicional). 
 art. 142, inciso I, do Código Penal também trata 
da cláusula de imunidade profissional dos 
advogados ao dispor que não constituem injúria 
ou difamação puníveis a ofensa irrogada em 
juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador. Percebam que o mencionado 
artigo trata apenas da imunidade profissional 
com relação ao delito de INJÚRIA OU 
DIFAMAÇAO, em nada dispõe sobre o delito de 
calúnia. Conclui-se, que o advogado não possui 
imunidade profissional com relação ao delito de 
CALÚNIA. 
 
 
 
16 
 
Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente 
de tipicidade. 
2. LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
O QUE DEVO SABER: 
2.1. Lei penal no tempo 
Faz-se necessário identificar qual o momento 
que o crime foi praticado, o artigo 4º do CP traz 
exatamente a teoria aplicada ao sistema 
brasileiro, a da atividade. 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado 
Logo, caso o agente tenha praticado o crime 
antes de completar 18 anos de idade, não 
importa se ele era penalmente responsável no 
momento do resultado, pois ao tempo da sua 
conduta, ele era penalmente inimputável. 
Dito isto, verifica-se que a teria adotada pelo 
nosso Código Penal, para o momento em que o 
crime foi praticado, como regra, é o da 
ATIVIDADE. Todavia, existe mais duas outras 
teorias: a do resultado, que tem como 
fundamento o momento em que se produz o 
resultado da conduta e a mista ou da 
ubiquidade, a qual leva em consideração tanto 
o momento da conduta, como o do resultado. 
Por sua vez, com relação ao lugar do crime, o 
art. 6º do CP adota a teoria da ubiquidade: 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no 
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado 
O artigo mencionado traz expressamente a 
teoria da Ubiquidade, podendo ser 
considerado o lugar da ação ou omissão, assim 
como o local que se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à 
distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou 
em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou-
se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão 
competentes para o processo e julgamento do 
delito, podendo João ser processado e 
condenado tanto no Brasil quanto no Paraguai, 
podendo cumprir pena nos dois países. 
CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado 
ocorrem em países diversos, Conflito 
internacional de jurisdição (Soberania) dos 
países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE 
 CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado 
ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do 
mesmo país, Conflito interno de competência. É 
aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), 
como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. 
“A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução” 
Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da 
Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM 
“Art. 63. A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal.” 
Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida 
plurilocais (ação e resultado em local distintos), 
a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, 
para fins probatórios (restituição, colheita de 
prova testemunhal) e, também, pela própria 
essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da 
sociedade se envolver emocionalmente com o 
delito). 
LEMBRAR: LUTA 
LU- LUGAR É UBIQUIDADE 
TA- TEMPO É ATIVIDADE 
Obs. NÃO SE ESQUEÇA DO CRIME 
PERMANENTE, POIS CASO O AGENTE VENHA A 
COMPLETAR 18 ANOS DURANTE A PRÁTICA DA 
INFRAÇÃO PERMANENTE, ELE RESPONDERÁ 
PELO CRIME PRATICADO, POIS SERÁ 
CONSIDERADO IMPUTÁVEL. 
Súmula 711- A lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao crime permanente, se 
 
 
 
17 
 
a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência. 
Obs. O art. 3º do CP traz uma exceção à regra, 
pois permite a aplicação da ULTRATIVIDADE da 
lei, para prejudicar o réu, nos casos de lei 
excepcional (aquela que é editada em situações 
de emergência) ou de lei temporária (aquela 
que já prevê em seu texto, o seu tempo de 
DURAÇÃO. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência 
2.2. Lei penal no espaço 
O código penal adotou o princípio da 
territorialidade, em relação a lei penal no 
espaço. Todavia, admite a aplicação de 
convenções, tratados e regras de direito 
internacional, excepcionalmente, configurando 
a territorialidade mitigada. 
E o que seria esse território para efeito de 
territorialidade? Conforme o artigo 5º, §1º do 
CP, o território nacional não engloba apenas o 
espaço terrestre 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo 
de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
O artigo mencionado quer dizer que 
INDEPENDENTE de onde estiver as embarcações 
ou aeronaves brasileiras, estas serão aplicadas a 
lei nacional, DESDE QUE SEJAM PÚBLICAS ou 
estejam a serviço do governo. Entretanto, as 
embarcações e aeronaves brasileiras privadas 
terão a aplicação da lei brasileira se acharem, 
respectivamente no espaço aéreo 
correspondente (que não tenha “dono”, que 
não seja de um país específico) ou em alto-mar. 
 § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos 
crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em voo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
Extraterritorialidade 
O artigo 7º do CP dispõe sobre a aplicação da lei 
brasileira a crimes cometidos em território 
estrangeiro. 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: 
I - Os crimes: 
 a) contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, 
sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
a) contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço 
b) d) de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
c) Os incisos acima mencionados trata-se 
do princípio da extraterritorialidade 
INCONDICIONADA, pois para que o 
agente seja julgado não é necessária 
qualquer condição. 
d) Importante ressalvar o disposto no §1º, 
do art. 7º do CP, que consagra a 
soberania. 
e) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é 
punido segundo a lei brasileira, ainda 
 
 
 
18 
 
que absolvido ou condenado no 
estrangeiro. 
f) Já no inciso II do art. 7º temos o 
princípio da extraterritorialidade 
CONDICIONADA, pois para o agente ser 
julgado faz-se necessário algumas 
condições. 
Princípios norteadores da extraterritorialidade: 
 
a) Princípio da defesa ou real- Aplica-se a 
lei nacional ao crime cometido fora do 
território nacional, visando a tutela de 
bem jurídico nacional. 
b) Princípio da justiça universal- Aplica-
se a lei nacionalao crime cometido em 
qualquer localidade 
independentemente da nacionalidade 
do agente. 
c) Princípio da Nacionalidade Ativa- 
Aplica-se a lei nacional ao crime 
cometido por nacional fora de seu país. 
d) Princípio da Nacionalidade Passiva- 
Está relacionado a aplicação da lei 
nacional do agente passivo. 
e) Princípio da Bandeira ou pavilhão- 
Aplica-se a lei nacional aos crimes 
praticados em aeronaves ou 
embarcações, mercantes ou de 
propriedade PRIVADA, quando não 
forem julgados no estrangeiro. Obs.: 
Os destroços dos navios ou aeronaves 
são considerados extensão do 
território nos quais são matriculados. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: 
II - Os crimes: 
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil 
se obrigou a reprimir (Princípio da Justiça 
universal) 
 b) praticados por brasileiro (Princípio da 
nacionalidade ATIVA, o autor do delito é 
brasileiro) 
 c) praticados em aeronaves ou 
embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados (Princípio 
da bandeira, do pavilhão....) 
 §§ 2º e 3º que trazem as condições para que a 
lei brasileira seja aplicada. 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: a) entrar o agente no território 
nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos 
quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora 
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Obs.: Quando um brasileiro comete um crime no 
estrangeiro, como regra, ele será processado e 
julgado no Brasil pela JUSTIÇA ESTADUAL. 
Qual território competente? Capital do Estado 
em que ele MORA ou MOROU. Se ele não mora 
ou nunca morou, será a Capital da REPÚBLICA, 
art. 88 do CPP- No processo por crimes 
praticados fora do território brasileiro, será 
competente o juízo da Capital do Estado onde 
houver por último residido o acusado. Se este 
 
 
 
19 
 
nunca tiver residido no Brasil, será competente 
o juízo da Capital da República. 
Obs. CRIMES Á DISTÂNCIA X CRIMES 
PLURILOCAIS (art.6º do CP) 
Art. 6º do CP - Considera-se praticado o crime no 
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado. 
O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à 
distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou 
em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou-
se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão 
competentes para o processo e julgamento do 
delito, podendo Gil ser processado e condenado 
tanto no Brasil quanto nos EUA, podendo 
cumprir pena nos dois países. 
CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado 
ocorrem em países diversos, Conflito 
internacional de jurisdição (Soberania) dos 
países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE 
 CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado 
ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do 
mesmo país, Conflito interno de competência. É 
aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), 
como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. 
“A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução” 
Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da 
Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM 
“Art. 63. A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal.” 
Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida 
plurilocais (ação e resultado em local distintos), 
a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, 
para fins probatórios (restituição, colheita de 
prova testemunhal) e, também, pela própria 
essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da 
sociedade se envolver emocionalmente com o 
delito). 
Obs. Crime de tortura praticado contra 
brasileiro no exterior: trata-se de hipótese de 
extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da 
Lei 9.455?97). 
No Brasil, a competência para julgar será da 
Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura, 
praticado contra brasileiros, ter ocorrido no 
exterior não torna, por si só, a Justiça Federal 
competente para processar e julgar os agentes 
estrangeiros. Isso porque a situação não se 
enquadra, a princípio, em nenhuma das 
hipóteses do art. 109 da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 107397-DF, Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 24/9/2014 (Info 549). 
#LINKMENTAL #ECA 
Não tendo sido identificado o responsável e o 
local em que ocorrido o ato de publicação de 
imagens pedófilo-pornográficas em site de 
relacionamento de abrangência internacional, 
competirá ao juízo federal que primeiro tomar 
conhecimento do fato apurar o suposto crime 
de publicação de pornografia envolvendo 
criança ou adolescente (art. 241-A do ECA). 
STJ. 3ª Seção. CC 130134-TO, Rel. Min. Marilza 
Maynard (Desembargadora convocada do TJ-
SE), julgado em 9/10/2013 (Info 532). 
2.3. Lei penal em relação as pessoas 
Imunidade diplomática- É uma prerrogativa 
direcionada ao Estado e não ao indivíduo. A sua 
finalidade é garantir o fiel cumprimento das 
funções diplomáticas. 
Encontra-se regulada na Convenção de Viena de 
1961, promulgada no Brasil por meio do decreto 
nº 56.435/65, onde nos termos do seu artigo 29 
“A pessoa do agente diplomático é inviolável. 
Não poderá ser objeto de nenhuma forma de 
detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-
lo-á com o devido respeito e adotará todas as 
medidas adequadas para impedir qualquer 
ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade” 
Além disso, nos termos do artigo 30 seguintes: 
 
 
 
20 
 
“A residência particular do agente diplomático 
goza da mesma inviolabilidade e proteção que 
os locais da missão” 
“O agente diplomático gozará de imunidade de 
jurisdição penal do Estado acreditado.” 
“A imunidade de jurisdição de um agente 
diplomático no Estado acreditado não o isenta 
da jurisdição do Estado creditante” 
“Os membros da família de um agente 
diplomático que com ele vivam gozarão dos 
privilégios e imunidades mencionados nos 
artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais 
do estado acreditado” 
Obs.: As sedes diplomáticas e as residências 
dos membros das missões diplomáticas são 
invioláveis, mas não são consideradas 
território estrangeiro. 
Obs. Os cônsules possuem apenas imunidade 
ao processo (penal ou civil) pelos atos 
realizados no exercício da sua função. 
Imunidades Parlamentares- Os membros do 
poder legislativo possuem prerrogativas e não 
garantias. As prerrogativas existem para garantir 
a liberdade dos congressistas ao exercerem seu 
cargo, por isso, elas não podem ser renunciadas, 
pois não pertencem a pessoa, mas ao cargo. 
As imunidades parlamentares podem ser 
formais ou material. Nos termos do artigo 53 da 
CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas 
opiniões, palavras e votos”. Trata-se da 
Imunidade MATERIAL, a qual garante ao 
parlamentar proteção com relação as suas 
opiniões, palavras e votos, para que tenham 
liberdade e independência no exercício das suas 
funções. 
Todavia, para o STF a imunidade material não é 
absoluta em toda e qualquer situação, mas 
apenas quando exercida dentro do Congresso 
Nacional, do contrário, faz-se necessário que a 
eventual ofensa feita pelo parlamentar tenha 
relação temática com o exercício do seu cargo. 
Ofensas feitas DENTRO do Parlamento: 
a imunidade seria absoluta. O parlamentar é 
imune mesmo que a manifestação não tenha 
relação direta com o exercício de seu mandato. 
Ofensas feitas FORAdo Parlamento: 
a imunidade seria relativa. Para que 
o parlamentar seja imune, é necessário que a 
manifestação feita tenha relação com o 
exercício do seu mandato. 
Por sua vez, a imunidade formal encontra-se 
disciplina no art. 57, §1º e 2º da CF: “Os 
Deputados e Senadores, desde a expedição do 
diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde 
a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse 
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte 
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão” (imunidade formal relacionada a 
prisão) 
OBS: A aprovação pela Casa é condição 
necessária para a manutenção da prisão 
realizada, sendo feita em votação aberta. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto 
da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação 
(imunidade formal relacionada ao processo) 
“São constitucionais dispositivos da 
Constituição do Estado que estendem aos 
Deputados Estaduais as imunidades formais 
previstas no art. 53 da Constituição Federal 
para Deputados Federais e Senadores. A leitura 
da Constituição da República revela, sob os 
ângulos literal e sistemático, que os Deputados 
Estaduais também têm direito às imunidades 
formal e material e à inviolabilidade que foram 
conferidas pelo constituinte aos congressistas 
 
 
 
21 
 
(membros do Congresso Nacional). Isso porque 
tais imunidades foram expressamente 
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 
da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 
5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, 
julgados em 8/5/2019 (Info 939)” 
Obs. Os Vereados somente gozam de 
imunidade material na circunscrição do 
Município. As Constituições Estaduais ou as 
respectivas leis orgânicas dos municípios não 
podem estabelecer imunidades formais em 
relação aos vereadores, nem ampliar a 
imunidade material, uma vez que a 
competência para legislar sobre direito civil, 
penal e processual é privativa da União. 
Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente 
de tipicidade. 
#LINKMENTAL #CONSTITUCIONAL 
É inconstitucional norma de constituição 
estadual que estende o foro por prerrogativa de 
função a autoridades não contempladas pela 
Constituição Federal de forma expressa ou por 
simetria. 
STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 
6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 1026). 
É inconstitucional dispositivo de Constituição 
Estadual que confere foro por prerrogativa de 
função para Defensores Públicos e Procuradores 
do Estado.É inconstitucional norma de 
constituição estadual que estende o foro por 
prerrogativa de função a autoridades não 
contempladas pela Constituição Federal de 
forma expressa ou por simetria. 
STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 
Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 
Ref-MC/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados 
em 20/11/2020 (Info 1000). 
#olhaolinkmental 
Contagem de prazo- Dispõe o art. 10 do CP a 
respeito da contagem dos prazos penais: “O dia 
do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum” 
Lembre-se: Ainda que o prazo PENAL inicie as 
23:00h de determinado dia, este dia será o 
início do prazo e será computado. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 MATÉRIA DO DIA 03 
1.INQUÉRITO POLICIAL 
O QUE DEVO SABER: 
O nosso sistema processual é acusatório, ou 
seja, entre inúmeras características, ele possui a 
divisão de funções entre as autoridades, a de 
defender, acusar e julgar. 
 
O inquérito Policial é um procedimento 
administrativo inquisitório e preparatório, 
presidido pela autoridade policial, que consiste 
em um conjunto de diligências realizadas pela 
polícia investigativa objetivando a identificação 
das fontes de prova e a colheita de elementos 
de informação quanto à autoria e materialidade 
da infração penal, a fim de possibilitar que o 
titular da ação prossiga em juízo. 
 
Características: Escrito; instrumental; 
dispensável; sigiloso; inquisitorial; informativo; 
indisponível; discricionário. 
Flávia, as garantias da Ampla defesa e do 
Contraditório se aplicam ao inquérito policial? 
O inquérito policial é um PROCEDIMENTO 
administrativo e não um processo. Não existe 
acusado, mas investigado. Neste caso, não é 
garantida a ampla defesa e o contraditório. 
O inquérito Policial não é indispensável para a 
propositura da ação penal. A sua finalidade é 
encontrar a justa causa para dar início a ação 
penal, ou seja, é encontrar a materialidade e 
indícios de autoria. Logo, caso o MP obtenha 
informações do acusado, por outros meios, e 
que estão sejam suficientes para configurar 
indícios de autoria e materialidade do crime, 
poderá essas informações serem utilizadas 
 
 
 
22 
 
para sustentar a inicial acusatória, 
independentemente da instauração anterior 
de um inquérito policial. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito 
policial será iniciado: 
I - De ofício; 
 II - Mediante requisição da autoridade judiciária 
ou do Ministério Público, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II 
conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as 
circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais 
característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os 
motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação 
de sua profissão e residência. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento 
de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia. 
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver 
conhecimento da existência de infração penal 
em que caiba ação pública poderá, verbalmente 
ou por escrito, comunicá-la à autoridade 
policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação 
pública depender de representação, não poderá 
sem ela ser iniciado. 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade 
policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para 
intentá-la. 
Os elementos colhidos no inquérito processual 
não podem ser utilizados, isoladamente, para 
fundamentar uma condenação, afinal são 
elementos de informação, forma colhidos sem o 
contraditório e a ampla defesa. 
O valor probatório do inquérito é RELATIVO. 
O MP é o destinatário, em regra, do inquérito 
processual, não podendo o magistrado interferir 
nas investigações. Contudo, existe algumas 
providências, que dependem obrigatoriamente 
da autorização do juiz. São as chamadas 
clausulas de reserva de Plenário. 
O pacote Anticrime (lei nº 13.964/2019) trouxe 
uma grande novidade, o juiz das garantias. Esse 
magistrado possui competência “exclusiva “para 
atuar na fase de investigação, exatamente para 
autorizar, quando necessário, as cláusulas de 
reserva de plenário. A sua criação teve como 
finalidade garantir um juízo imparcial, que 
controlará a legalidade e observará se os 
direitos fundamentais do réu estão sendo 
violados. 
A atuação do juiz de garantias abrange todas as 
infrações penais, exceto crimes de menor 
potencial ofensivo (com penas de até dois anos) 
e contravenções penais. E é encerrada com o 
recebimento da proposta de ação penal 
(denúncia ou queixa). Outro magistrado vai 
tratar do processo após a ação penal, até a 
sentença. 
O JUIZ DAS GARANTIAS ENCONTRA-SE, NO 
MOMENTO, SUSPENSO.CONTUDO, COLOCAREI 
OS ARTIGOS CORRESPONDENTES PARA QUE 
VOCÊ TENHA CONHECIMENTO SOBRE. 
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura 
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz

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