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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O L I V R O 0 1 DE C ON TE ÚD O ÍN D IC E Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! DIA 101 13 21 28 44 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 1 DICAS OABENÇOADAS AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI DIREITO ADMINISTRATIVO DICA DO DIA 01 1.PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS O QUE DEVO SABER: O regime jurídico administrativo é composto por regras e princípios para nortear o interesse primário e secundário da administração pública. #LINKMENTAL a) Interesse primário- É o voltado para a vontade do povo. b) Interesse secundário- É vontade do estado enquanto pessoa jurídica. #LINKMENTAL Flávia e se por acaso dois princípios colidirem? E aí? Qual prevalece? Então, não existe princípio absoluto. O que deverá acontecer é uma ponderação de interesses, não devendo nenhum dos princípios em conflito serem excluídos. E se houver um conflito de normas? De regras? E aí? Neste caso a regra que for válida será executada, pois as regras são operadas de modo disjuntivo, de forma que ao utilizar uma consequentemente a outra será excluída. DECOREM! ISSO SEMPRE CAI! CONFLITO DE PRINCÍPIOS- PONDERAÇÃO DE INTERESSES CONFLITO DE REGRAS- PRINCÍPIO DA VALIDADE Classificação dos princípios: Princípio da Legalidade- Para que a administração atue faz-se necessário autorização legislativa. A administração só poderá atuar se estiver na lei. Princípio da Impessoalidade- A administração Pública deverá tratar a todos da mesma forma, sendo proibida a PROMOÇÃO PESSOAL. Por ex: O administrador não poderá valer do seu cargo de prefeito para se promover informando aos eleitores que ele, o prefeito, fez a nova obra da escola pública do Município. Quem Fez foi a Prefeitura e não o prefeito. LEMBRE-SE: Político que utiliza a publicidade dos atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos para fins de promoção pessoal fere o princípio da IMPESSOALIDADE e não da PUBLICIDADE. Princípio da Moralidade- A administração deverá atuar de acordo com a moralidade administrativa. O administrador deverá atuar com ética e moral. Este princípio está relacionado a súmula vinculante nº13 do STF “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. CUIDADO: A FGV possui o entendimento que o nepotismo também poderá dar causa a violação do princípio da Impessoalidade. 2 E agora? Se na questão vier perguntando e tiver duas alternativas, uma para moralidade e outra para impessoalidade? Se na questão vier moralidade e impessoalidade, marque moralidade. Agora, se na questão vier vários outros princípios e impessoalidade ( SEM TER A MORALIDADE COMO OPÇÃO) marque impessoalidade. O princípio da impessoalidade pode ser entendido em duas dimensões: A primeira relacionada à finalidade, exigindo que a atuação da ADM sempre tenha como fim o interesse público; A segunda é relacionada à vedação da promoção pessoal (como no caso da questão) Quanto princípio da moralidade, este se liga à ideia de honestidade e exigência dos padrões éticos por parte dos agentes públicos. OBS: Não há necessidade de Lei formal para a vedação ao nepotismo. A regra do Nepotismo NÃO se aplica a cargos políticos, como por exemplo, cargo de secretário ou Ministro de Estado. Neste caso é possível a nomeação de parentes, desde que eles tenham conhecimento técnico para o exercício do cargo. Publicidade- A administração pública deverá publicar as decisões administrativas para garantir a segurança da sociedade e do Estado, proteger a intimidade e o interesse social. OBS: NÃO CONFUDAM PUBLICIDADE COM PUBLICAÇÃO. Eficiência- A administração pública deverá atuar na busca dos melhores resultados, e com menor custo possível. OBS: Esse princípio não veio expresso na CF/88, ele foi introduzido pela EC 19/00. CUIDADO: A FGV SEMPRE COBRA ISSO OBS: O que a FGV vai cobrar do candidato será se os princípios são expressos ou implícitos na Constituição federal, para que você tenha conhecimento deste tema, assim como se os princípios vinheram EXPRESSAMENTE na constituição ou não. Neste caso, você precisa prestar muita atenção se o princípio da eficiência se encontra no meio dos quais a questão trouxe, pois o princípio da eficiência SE ENCONTRA EXPRESSAMENTE na CF/88, contudo, ele NÃO VEIO EXPRESSAMENTE com a promulgação da CF/88, mas posteriormente com a inserção feita pela EC 19/00. ENTENDERAM? Princípios expressos LIMPE – Art. 37 CF. Legalidade – servidor só faz/deixa de fazer o que a lei manda. Impessoalidade – Isonomia; Finalidade; vedação à promoção pessoal. Moralidade – Dever de > probidade, honestidade, lealdade, ética, decoro, etc. Publicidade - Transparência Eficiência - $$$ Princípios implícitos - BASILARES Supremacia do interesse público Indisponibilidade do interesse público Demais princípios Razoabilidade e proporcionalidade Autotutela Continuidade dos serviços públicos Motivação Especialidade > as entidades adm. indireta não pode ser instituída com finalidades genéricas Reserva legal > exigência de que as entidades da adm indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no caso das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação. Princípio da razoabilidade/proporcionalidade- A administração pública em sua atuação deverá respeitar os subprincípios da: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido 3 estrito. Eles estão IMPLÍCITOS na CF e EXPRESSOS na Lei ordinária. Princípio da indisponibilidade do interesse público- A administração Pública não tem uma escolha livre para gerir e administrar os bens e interesses pública, ela deverá geri-los em prol da coletividade. Princípio da Autotutela- A administração tem o poder-dever de anular seus atos ilegais e revogar os inconvenientes. OBS: O prazo para que a administração reveja seus próprios atos, quando ilegais e se deles decorrem efeitos favoráveis para os destinatários, é DECADENCIAL DE 05 ANOS, contados da data que foram praticados. Princípio da Motivação- As decisões da Administração pública deverão ser motivadas normativamente, para que a coletividade possa ter um controle sobre a legalidade delas. Princípio da Supremacia do interesse público sobre o privado- Existe uma relação de verticalidade, uma relativa preponderância dos interesses definidos pela administração, tidos como públicos ou gerais, daqueles interesses defendidos por particulares. Ex: Intervenção do Estado da propriedade. Princípio da Segurança jurídica- É um dos princípios fundamentais do direito e seu maior objetivo é garantir a estabilidade das relações jurídicas consolidadas. Por ex: A administração públicana fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: 23 I - Receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; II - Receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - Ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - Decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; VI - Prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; IX - Determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar d) acesso a informações sigilosas e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo § 1º (VETADO). § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da 24 autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. O art. 21 do CPP, o qual trata da incomunicabilidade do investigado, não foi recepcionado pela CF/1988. #LINKMENTAL Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado: III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; Uma das características do Inquérito Policial é o sigilo, contudo, este não alcança ao advogado. Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado: XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019) NOVIDADE LEGISLATIVA XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa” O inquérito Policial tem início quando a autoridade policial toma conhecimento da ocorrência de uma infração penal (NOTICIA CRIMINIS), podendo ser, nos casos de AÇÃO PENA PÚBLICA INCONDICIONADA: 1- De ofício- Nos casos de ação penal pública incondicionada 2- De requisição do Juiz ou do MP (NOTICIA CRIMINIS INDIRETA) 25 3- Por qualquer do povo (DELATIO CRIMINIS) 4- Pelo ofendido ou seu representante legal 5- Pelo auto de prisão em flagrante Por sua vez, nos casos de ação penal pública condicionada a instauração do IP poderá ser por requisição do Ministro da JUSTIÇA OU PELO OFENDIDO. Por fim, nos casos de ação penal privada será iniciado mediante requerimento do ofendido ou do seu representante legal. § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fatoe suas circunstâncias; IV - Ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 26 § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. CABE AO MP REQUERER O ARQUIVAMENTO DO IP, NO CASO DE: - Atipicidade da conduta; - Exclusão de ilicitude ou da culpabilidade, salvo inimputabilidade; - Extinção de punibilidade; - Ausência de um mínimo probatório para a instauração da ação criminal. Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (NOVIDADE LEGILSLATIVA) § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. OBS: O juiz não mais se manifesta acerca do arquivamento ou não do Inquérito Policial ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: I - Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II - Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; V - Cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 27 § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses I - Se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei II - Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV - Nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisãoe posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código PRAZOS PARA CONCLUSÃO DOS INQUÉRITOS NATUREZA PRESO SOLTO REGRA GERAL 10 dias + 15* 30 DIAS Justiça Federal (art. 66 Lei 5.010/66 e art. 10, CPP) 15 + 15 30 DIAS 28 Drogas (art. 51, Lei 11.343/06) 30+30 90+90 Crimes contra a Economia Popular (art. 10, Lei 1.521/51) 10 DIAS 10 DIAS CPPM 20 DIAS 40 + 20 DIAS DIREITO CIVIL DICA DO DIA 04 1. DAS PESSOAS O QUE DEVO SABER: O código Civil é estruturado sobre ideia de direito subjetivo. Sujeito de direito: É aquele que pode ser titular de direitos e obrigações na órbita do direito civil, mas que não se confunde com pessoa. Afinal, nem todo sujeito de direito é pessoa. Pessoa: É todo ser humano dotado de personalidade. Personalidade: É a aptidão genérica entregue pelo direito a determinados entes, assim como as pessoas, para que possam exercer direitos e obrigações na órbita do civil. Sendo assim conclui-se, que existe sujeitos de direito personalizados, no caso as pessoas, e os sujeitos despersonalizados, que podem ser humanos ou não. Capacidade de direito x capacidade de fato: A capacidade de direito é uma qualificação dada a um sujeito de direito, é a aptidão genérica de ser titular de direito e obrigações na órbita civil. Esta capacidade existe na sua plenitude, não podendo existir limitações. Por sua vez, a capacidade de fato é a capacidade de exercer “por si só” direitos e obrigações. ( é capacidade de gozo, de exercício) Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro E o que seria nascituro? Ente formado e que possui a viabilidade do nascimento com vida Teorias sobre o nascituro: Teoria Natalista (Art. 2º, primeira parte, CC) Para esta teoria o ser humano adquire personalidade civil ou jurídica somente a partir do seu nascimento com vida, antes disto o que se tem é mera expectativa de direito. A lei apenas protege os direitos que o nascituro adquirirá quando nascer com vida, logo o nascituro possui uma expectativa de direito que será assegurada até seu nascimento com vida. ESTA É A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO CIVIL. Teoria Concepcionista: É possível o ser humano adquirir a personalidade civil ou jurídica desde a concepção, ou seja, antes de nascer. Teoria Condicional: A personalidade jurídica do nascituro se inicia a partir da concepção, contudo, entende que a personalidade do nascituro assume uma condição suspensiva. Tal condição suspensiva ficaria condicionada ao nascimento com vida do nascituro para sua implementação, e, nascendo este com vida, retroagiriam os efeitos da personalidade jurídica desde a concepção. Para esta teoria, o nascituro é uma “pessoa condicional”, e por este motivo a lei lhe garante expectativas de direitos, que dependem do seu nascimento com vida para que se convalidem. Teoria da Personalidade Material: (Maria Helena Diniz). Até o nascimento, os direitos de conteúdo patrimonial ficam sob condição suspensiva. Divide os direitos em Direitos Patrimoniais e Direitos Existenciais (personalidade, vida, honra, dignidade). Os Direitos Patrimoniais ficam sob condição 29 suspensiva, e os Direitos Existenciais eles são adquiridos desde a concepção. Das Incapacidades: Art. 3º do CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Atualmente, apenas os menores de 16 anos são ABSOLUTAMENTE incapazes e deverão ser REPRESENTADOS pelos que a lei ou sentença reconhecem. O Critério de aferição da Capacidade Absoluta é OBJETIVO e CRONOLÓGICO Os atos praticados por uma pessoa absolutamente incapaz são NULOS e retroagem até o momento do seu exercício. EX-TUNC. OBS: A capacidade dos índios é regulada por lei própria. Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - Em caso de os pais decaírem do poder familiar. Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto. Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico. Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar. Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por esta ordem: I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. Art. 4 o São incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - Os pródigos. Um ato jurídico de uma pessoa relativamente incapaz é ANULÁVEL (NULIDADE RELATIVA), e os efeitos da declaração de nulidade NÃO RETROAGEM. EX-NUNC. DICA: EX- NUNC. ESSE N DO NUNC, VOCÊ PENSA: N DE NÃO, DE NÃO RETROAGE. A curatela e tomada de decisão apoiada são os mecanismos e apresentam como os mecanismos de proteção dos relativamente incapazes. A curatela é um processo judicial, com participação OBRIGATÓRIA DO MP. Por sua vez, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 pessoas idôneas com as quais mantenha vinculo e que gozem da sua confiança para prestar-lhe apoio na tomada de decisão. Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico V - Os pródigos. Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua 30 confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo- lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. § 1 o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. § 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. § 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. § 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitossobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado § 9 o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. EMANCIPAÇÃO: É o instituto jurídico de concessão de plena capacidade civil. A emancipação antecipa a capacidade civil E NÃO A MAIORIDADE Formas de emancipação: o Voluntária (Extrajudicial): Deriva da vontade dos pais. Ocorre por concessão dos pais, por meio de instrumento público que será averbado no registro civil. Emancipação Judicial: TUTOR: Deriva de uma sentença (processo judicial). Ocorre quando o Juiz, após ouvir o tutor do menor de 16 anos completos, concede uma sentença declaratória que deverá ser oficiada ao cartório, concedendo a emancipação. Divergência PARENTAL: havendo divergência entre os pais, para que seja emancipado deverá haver um processo judicial. Emancipação Legal (Extrajudicial): Deriva da lei. O CC reconhece situações que geram o efeito da emancipação de forma automática, não havendo necessidade de vontade ou sentença. São elas: Casamento, Exercício de emprego público EFETIVO,) Colação de grau em curso superior, Estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego e economia própria. Obs.: O divórcio não revoga a emancipação. Os pais que emancipam os filhos menores deixam de responder como responsáveis? NÃO. Ainda que os filhos estejam emancipados a responsabilidade civil dos pais continuam a existir. O FIM da personalidade da pessoa NATURAL se dá com a MORTE. São DUAS as hipóteses de morte presumida: (1) decorrente da ausência (desaparece sem deixar qualquer tipo de rastro ou procurador); (2) decorrente das situações do art. 7º do CC (probabilidade extrema de morte daquele que se encontre em perigo de vida e os desaparecidos em campanha de guerra ou feito prisioneiro, caso não seja encontrado até 02 dois anos após o término da guerra). COMORIÊNCIA: É quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião. Não se pode averiguar se algum dos comorientes 31 precedeu aos outros e, então, eles são declarados SIMULTANEAMENTE MORTOS. Não há transmissão de herança entre comorientes. Não haverá reciprocidade hereditária. Os nascimentos, casamentos e óbitos, além da emancipação, interdição e a sentença declaratória de ausência e de morte presumida DEVEM ser registradas em REGISTRO PÚBLICO. 2.DO DIREITO DA PERSONALIDADE O QUE DEVO SABER: Art. 11 do CC. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. Presta atenção: #NOVIDADELEGISLATIVA A lei nº 14.382/2022 modificou alguns artigos da lei de registo público, assim como do código civil relacionados a mudança do prenome e nome da pessoa natural, passando o tema a ter as seguintes regras: 32 Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome, observado que ao prenome serão acrescidos os sobrenomes dos genitores ou de seus ascendentes, em qualquer ordem e, na hipótese de acréscimo de sobrenome de ascendente que não conste das certidões apresentadas, deverão ser apresentadas as certidões necessárias para comprovar a linha ascendente. O oficial de registro civil não registrará prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores, observado que, quando os genitores não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso à decisão do juiz competente, independentemente da cobrança de quaisquer emolumentos. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial de registro lançará adiante do prenome escolhido ao menos um sobrenome de cada um dos genitores, na ordem que julgar mais conveniente para evitar homonímias. O oficial de registro orientará os pais acerca da conveniência de acrescer sobrenomes, a fim de se evitar prejuízos à pessoa em razão da homonímia. Em até 15 (quinze) dias após o registro, qualquer dos genitores poderá apresentar, perante o registro civil onde foi lavrado o assento de nascimento, oposição fundamentada ao prenome e sobrenomes indicados pelo declarante, observado que, se houver manifestação consensual dos genitores, será realizado o procedimento de retificação administrativa do registro, mas, se não houver consenso, a oposição será encaminhada ao juiz competente para decisão A pessoa registrada poderá, após ter atingido a maioridade civil (18 anos) requerer pessoalmente e imotivadamente a alteração de seu prenome, independentemente de decisão judicial, e a alteração será averbada e publicada em meio eletrônico. A alteração imotivada de prenome poderá ser feita na via extrajudicial apenas 1 (uma) vez, e sua desconstituição dependerá de sentença judicial. PRESTA ATENÇÃO: A alteração da modificação do prenome poderá ser feita de forma EXTRAJUDICIAL, agora a sua desconstituição terá que ser feita de forma JUDICIAL. A averbação de alteração de prenome conterá, obrigatoriamente, o prenome anterior, os números de documento de identidade, de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, de passaporte e de título de eleitor do registrado, dados esses que deverão constar expressamente de todas as certidões solicitadas. Finalizado o procedimento de alteração no assento, o ofício de registro civil de pessoas naturais no qual se processou a alteração, aexpensas do requerente, comunicará o ato oficialmente aos órgãos expedidores do documento de identidade, do CPF e do passaporte, bem como ao Tribunal Superior Eleitoral, preferencialmente por meio eletrônico. Se suspeitar de fraude, falsidade, má-fé, vício de vontade ou simulação quanto à real intenção da pessoa requerente, o oficial de registro civil fundamentadamente recusará a retificação A alteração posterior de sobrenomes poderá ser requerida pessoalmente perante o oficial de registro civil, com a apresentação de certidões e de documentos necessários, e será averbada nos assentos de nascimento e casamento, independentemente de autorização judicial, a fim de: I - Inclusão de sobrenomes familiares; II - Inclusão ou exclusão de sobrenome do cônjuge, na constância do casamento; III - exclusão de sobrenome do ex-cônjuge, após a dissolução da sociedade conjugal, por qualquer de suas causas; 33 IV - Inclusão e exclusão de sobrenomes em razão de alteração das relações de filiação, inclusive para os descendentes, cônjuge ou companheiro da pessoa que teve seu estado alterado. Os conviventes em união estável devidamente registrada no registro civil de pessoas naturais poderão requerer a inclusão de sobrenome de seu companheiro, a qualquer tempo, bem como alterar seus sobrenomes nas mesmas hipóteses previstas para as pessoas casadas. O retorno ao nome de solteiro ou de solteira do companheiro ou da companheira será realizado por meio da averbação da extinção de união estável em seu registro. O enteado ou a enteada, se houver motivo justificável, poderá requerer ao oficial de registro civil que, nos registros de nascimento e de casamento, seja averbado o nome de família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordância destes, sem prejuízo de seus sobrenomes de família 3. PESSOAS JURÍDICAS O QUE DEVO SABER: Pessoas jurídicas: São entidades (reunião de pessoas) a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações próprios. São entes formados pela coletividade de bens ou de pessoas a quem a lei atribui personalidade jurídica, com o objetivo de que seja atingida uma determinada finalidade autorizada ou não proibida por Lei. Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - A União; II - Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - As autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem- se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - As associações; II - As sociedades; III - as fundações. IV - As organizações religiosas; V - Os partidos políticos VI - As empresas individuais de responsabilidade limitada Sem o REGISTRO regular da Pessoa jurídica no órgão respectivo, ela será considerada irregular. Sociedade de Fato: Ato constitutivo não existe. Sociedade Irregular: Ato constitutivo existe, mas não foi registrado. OBS: Nos Entes despersonalizados, os seja, nas Pessoas jurídicas irregulares a responsabilidade será pessoal, solidária e ilimitada do sócio que contratou. 34 Assim como ocorre com as pessoas naturais, a extinção da pessoa jurídica determina o fim de sua personalidade jurídica. Pessoas jurídicas de direito público interno: têm, em regra, responsabilidade objetiva pelos danos causados a terceiros. Em situações excepcionais, relacionadas a conduta omissiva, a responsabilidade será subjetiva. Pessoas jurídicas de direito privado: a responsabilidade civil também é, em princípio, do tipo objetiva, pela incidência dos Arts. 932 e 933 do Código Civil de 2002, que determinam que, ainda que não haja culpa de sua parte, o empregador responde pelos atos de seus empregados, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Espécies de Pessoas jurídicas de direito Privado: 1- Sociedade: São pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas (universitas personarum), que se organizam para desenvolver uma atividade econômica com intuito lucrativo. 2- Sociedade Simples: Composta por pessoas que se organizam com intuito lucrativo, mas sem possuir os elementos de empresa (Atividade Profissional, Organizada e Econômica – PEO) 3- Sociedade Empresária: Composta por pessoas que se organizam com o fim comercial, constituindo uma empresa, com atividade organizada e com fim lucrativo. OBS: A Lei nº. 14.195/2021 acabou com as EIRELI (empresas individuais de responsabilidade limitada). A EIRELI era um tipo societário também composto por apenas um sócio, e não era regida por um contrato social – bastando o ato constitutivo de registro na Junta Comercial (EIRELI: Constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País) Associação (Art. 63 a 61, CC): As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas (universitas personarum) que se organizam para desenvolver uma atividade lícita que não seja econômica, isto é, que não tenha intuito lucrativo. PRESTA ATENÇÃO: NOVIDADE LEGISLATIVA Art. 44 do CC: São pessoas jurídicas de direito privado: I - As associações; II - As sociedades; III - as fundações. IV - As organizações religiosas; V - Os partidos políticos. VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) EIRELI NÃO É MAIS CONSIDERADO PESSOA JURÍDICA Art. 48-A. As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias gerais por meio eletrônico, inclusive para os fins do disposto no art. 59 deste Código, respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) CARACTERÍSTICAS: 1-O estatuto não poderá estabelecer direitos e obrigações recíprocos entre os associados (Art. 53, CC) 2-Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais (Art. 55, CC) 3-A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa (Art. 57, CC) 4-A qualidade de associado é intransmissível (gratuita ou onerosamente), salvo disposição em sentido contrário no estatuto (art. 56, CC) 35 assegura a invulnerabilidade dos direitos individuais dos associados (art. 58, CC) A assembleia geral é considerada o órgão máximo dentro da associação. SEMPRE CAI ISSO, PRESTE ATENÇÃO: Havendo a Extinção ou Dissolução da Associação :As cotas ou frações ideais serão destinados à: 1) Entidade de fins não econômicos designada no estatuto, OU 2) Omisso o Estatuto, por deliberação dos associados, destinado à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes, OU 3) Destinados aos próprios associados no limite do que cada um contribuiu, OU 4) Não sendo possível qualquer das hipóteses anteriores à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. Fundações (Art. 62 a 69, CC): As fundações são pessoas jurídicas de direito privado formadas por um patrimônio, uma coletividade de bens (universitasbonorum) para desenvolver uma atividade lícita que não seja econômica, isto é, que não tenha intuito lucrativo Elaboração do estatuto: celebração do estatuto pode ser direta ou própria. Caso o estatuto não venha a ser elaborado - transcorrido 180 (cento e oitenta) dias competirá ao Ministério Público realizar a sua elaboração. 3. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA O QUE DEVO SABER: É importante mencionar que quando ocorre a desconsideração da personalidade jurídica, os bens particulares dos administradores/sócios são utilizados para pagar dívidas da pessoa jurídica. Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica (Caput do artigo 50). Esse abuso pode se dar em duas situações: 1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 2) Confusão patrimonial (ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial). Teorias sobre a desconsideração da personalidade jurídica: TEORIA MAIOR: Exige que haja o abuso de direito ou abuso da personalidade jurídica, que é caracterizado pelo desvio de finalidade, fraude ou confusão patrimonial, não bastando a insuficiência de fundos para quitar suas dívidas. É o caso do Art. 50 do CC. TEORIA MENOR: Não há necessidade de comprovar um motivo, basta haver a insuficiência de fundos (insolvência) para quitar suas dívidas. É o que ocorre no Código de Defesa do Consumidor e no Direito Ambiental DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Ocorre quando o Juiz, por requerimento, autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de dívidas e obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de 36 administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Previsão no artigo 50 do CC. Ocorre quando o Juiz, por requerimento, autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de dívidas e obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 1. DOS BENS O QUE VOCÊ DEVE SABER: No EXAME DE ORDEM você deve ter conhecimento, primordialmente, sobre as classificações dos BENS, que tem início no artigo 79, do CC. 1) BENS IMÓVEIS: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. ATENÇÃO: O referido tipo de bem não pode ser deslocado do local que se situa sem perder valor econômico ou função. Exemplo: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (art. 79). Ainda são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. FIQUE ATENTO: Não perde a característica de bem imóvel dado bem que é deslocado ou retirado provisoriamente de uma construção para novamente nela ser reutilizado. Se for DEMOLIDO, perde a característica de bem imóvel. Nesse sentido: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 1.1) BENS IMÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL (Art. 90, CC): os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta, Herança e direitos e ações que recaem sobre bens imóveis (EX: direito de posse sobre um apartamento e a ação possessória são bens imóveis). 1.2) BENS IMÓVEIS POR ACESSÃO FÍSICA: É qualquer bem que agregue o imóvel. EX: Uma estátua no Jardim de uma casa é considerado bem imóvel por acessão física. Ademais, tudo que se adere naturalmente ao solo, como as árvores, os frutos pendentes, os acessórios são considerados imóveis por acessão física. 37 2) BENS MÓVEIS: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (Art. 82). São aqueles que podem ser movidos de um local para o outro sem que cause uma destruição do Bem ou do local. ATENÇÃO: O referido tipo de bem pode ser deslocado do local que se situa sem perder valor econômico ou função. Atenção: Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 2.1) BENS MÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL (Art. 83, CC): I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 2.2) BENS MÓVEIS POR ANTECIPAÇÃO: São aqueles transformados em bens móveis pelo homem tendo como fim o lucro, a economia. (Exemplos: verduras colhidas, madeira cortada, metal extraído etc). Por serem tratados como bens móveis, não requerem escritura pública para serem comercializados. 2.3) BENS MÓVEIS POR NATUREZA: São os semoventes (animais) e aquilo que pode ser movido por força alheia (copo ou uma cadeira, por exemplo). O bem móvel por natureza é sempre uma coisa corpórea. 3) BENS FUNGÍVEIS: São bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Seu empréstimo chama-se mútuo. 4) BENS INFUNGÍVEIS: São bens que não podem ser substituídas por outros em virtude de uma característica própria que tenham, que o torne individual, como uma obra de arte ou uma medalha recebida por você nas olimpíadas, por exemplo. A INFUGIBILIDADE PODE DECORRER DA VONTADE HUMANA OU DA PRÓPRIA NATUREZA DO BEM, portanto, é subjetiva. Seu empréstimo chama-se comodato. 5) BENS CONSUMÍVEIS: Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Exemplos: Dinheiro, comida, uma geladeira ou televisão para o vendedor da loja, etc. SAIBA DISSO: Os bens consumíveis podem tornar-seinconsumíveis pela vontade das partes, como, por exemplo, uma garrafa de uísque raro que foi emprestada para uma exposição. 6) BENS INCONSUMÍVEIS: São bens que não são destruídos pelo seu uso. Pode ocorrer o uso repetitivo sem que haja alteração de sua substância. Exemplos: carro, geladeira para a dona de casa, livro para o estudante, vestido, sapato. Os bens inconsumíveis podem transformar-se em consumíveis, como, por exemplo, uma garrafa de vinho de colecionador colocado à venda por este. 7) BENS SINGULARES: São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. São representados por uma unidade autônoma. Podem ser: Simples: bens que são compostos por partes de uma idêntica espécie, como, por exemplo, um animal, uma pedra, um vegetal, fruta; Compostos: Formados por partes diferentes/ heterogêneas, como, por exemplo, um 38 automóvel (que é formado por várias peças), uma edificação, etc.... Materiais: bens concretos e corpóreos, como, por exemplo, uma caneca, um foguete, uma mesa. Imateriais: bens incorpóreos e que são impalpáveis, como, por exemplo, uma dívida de crédito, uma marca. 8) BENS COLETIVOS: São aqueles que sendo composto por vários bens singulares formam um TODO homogêneo. Exemplo: biblioteca, enoteca, etc, herança. 9) BENS DIVISÍVEIS: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Exemplo: Água, ouro, saco de feijão, café, petróleo. Atenção: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 10) BENS INDIVISÍVEIS: Bens que não podem ser divididos ou fracionados sem perder as suas propriedades. Ou seja, ao serem fracionados deixam de ser o que era. Exemplo: Carro, relógio. 11) BENS PRINCIPAIS: Bens que não precisam de outro para existir ou ter finalidade. Possui existência autônoma e independente de outro bem. Exemplo: Solo. 12) BENS ACESSÓRIOS: Bens que dependem de outro para existir (O acessório segue o principal). Exemplo: cláusula penal, que é acessório de obrigação principal. A CLASSE DOS BENS ACESSÓRIOS COMPREENDE: 1) Frutos: São todos as acessórios que surgem do bem principal. Eles nascem e renascem periodicamente. Possuem três características básicas: periodicidade (se renovam); não afetam a substancia do bem principal e podem ser separados do bem principal. Os frutos podem ser: PERCEBIDOS/COLHIDOS: Já foram separados do bem principal. PENDENTES: Ainda não foram separados do principal e nem percebidos. PERCIPIENDOS: Ainda não foram colhidos, mas já estão percebidos. ANTECIPADOS: Colhidos antes do tempo correto. ESTANTES: Colhidos, armazenados, já contando (ex: juros). Atenção: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 2) Produtos: são as utilidades que a coisa produz, porém não periodicamente. AFETA a substancia do bem principal, o reduzindo. Exemplo: Minerais, ouro... Atenção: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 3) Pertenças: São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Por exemplo: um trator de uma fazenda; os bens de decoração da casa; etc. ATENÇÃO: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 4) Rendimentos: são espécies do gênero frutos, não constituindo uma categoria autônoma. São 39 os frutos civis consistentes em prestações pecuniárias periódicas provenientes do uso da coisa principal, como aluguel, juros etc. 5) Benfeitorias: são acessórios incorporados ao bem principal pelo homem, visando conservar, melhorar ou embelezar algo ou alguma coisa. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 13) BENS PÚBLICOS: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. ATENÇÃO: Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. ATENÇÃO: Os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. ATENÇÃO: Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. ATENÇÃO: O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído (pago), conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 2. NEGÓCIO JURÍDICO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Art. 104 do CC- A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: I - For confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; 40 II - Corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; III - corresponder à boa-fé; IV - For mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e V - Corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. § 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios. OBS: Como decorar o plano de existência do NJ? MA GO FO – Manifestação de vontade; Objeto e Forma Como decorar o plano de Validade do NJ? É só dar adjetivo ao MA GO FO- Agente CAPAZ, Objeto LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL, Forma PRESCRITA ou não defesa em lei. E o plano de eficácia? É a condição, o termo e o encargo. Vícios redibitórios= Plano de eficácia (objetivo) Vício de consentimento = Plano de validade (subjetivo) DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídicoa evento futuro e incerto. Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - As condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II - As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Obs. Quando as condições impossíveis forem SUSPENSIVAS, invalidam o negócio jurídico. Quando as condições impossíveis forem RESOLUTIVAS, o negócio jurídico será inexistente. Vamos ver agora uma tabela comparativa e “decorativa” relativa à CONDIÇÃO, TERMO e ao ENCARGO. FICA LIGADO: CONDIÇÃO Evento futuro e INCERTO Quando suspensiva: suspende a aquisição e o exercício do direito. Condição incertus an incertus: há absoluta incerteza em relação à ocorrência do evento futuro e incerto Condição incertus an certus: não se sabe se o evento ocorrerá, mas, se acontecer, será dentro de um determinado prazo. TERMO Evento futuro e CERTO Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do direito, mas, apenas o seu exercício - gera direito adquirido. Termo certus an certus: há certeza quanto ao evento futuro e quanto ao tempo de duração. Termo certus an incertus: há certeza quanto ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua duração. ENCARGO/MODO Cláusula acessória à liberalidade NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito - gera direito Adquirido Termo certus an incertus: há certeza quanto ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua duração. 41 Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquelas novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva. Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. Art. 139. O erro é substancial quando: I - Interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. O erro substancial, nos termos do art. 139 do CC, apresenta-se de três formas distintas: erro sobre o objeto (error in substantia), erro sobre a pessoa (error in persona) e erro sobre a natureza do negócio (erro in negotium). Erro sobre a pessoa NO CASAMENTO: Art. 1.557 do CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; E o erro de direito é anulável? 42 Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear a anulação do negócio jurídico, contado: (...) II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; DOLO Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. ( também chamado de recíproco, bilateral, compensado ou enantiomórfico) COAÇÃO Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. ESTADO DE PERIGO Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. No estado de perigo tem se o dolo de aproveitamento, que é a necessidade de salvar- se ou a pessoa de sua família e conhecimento da outra parte. LESÃO Art. 157. Ocorre a lesão quandouma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação 43 manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. OBS: Cuidado para não confundirem a lesão do negócio jurídico com a teoria da imprevisão. A lesão é defeito do Negócio jurídico, ela nasce com o próprio desequilibrando-o. O contrato é INVÁLIDO. Na teoria da imprevisão o que se tem é um contrato VÁLIDO que se desequilibra no curso da sua execução. FRAUDE CONTRA CREDORES A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos causando prejuízo aos seus credores. Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. Vício de consentimento: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o prejudicado é um dos contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. Vício social: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. AÇÃO PAULIANA Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar- se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. A ação pauliana ou revocatória é o remédio utilizado e previsto no ordenamento jurídico para garantir os direitos dos credores quirografários, que eram ao tempo do negócio jurídico fraudulento, e sofreram prejuizo. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. SIMULAÇÃO 44 Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. Em regra, os defeitos do negócio jurídico são ANULÁVEIS e possuem prazo decadencial, contudo, a simulação é um defeito do negócio jurídico que deverá ser declarado NULO e possui prazo prescricional. A simulação provoca a nulidade absoluta do negócio jurídico. É o que prevê o caput do art. 167 do CC. Diante disso, como se trata de matéria de ordem pública, a simulação pode ser declarada até mesmo de ofício pelo juiz da causa (art. 168, parágrafo único, do CC). Como negócio jurídico simulado é nulo, o reconhecimento dessa nulidade pode ocorrer de ofício, até mesmo incidentalmente em qualquer processo em que for ventilada a questão. Logo, é desnecessário o ajuizamento de ação específica para se declarara nulidade de negócio jurídico simulado. Dessa forma, não há como se restringir o seu reconhecimento em embargos de terceiro. Para casos posteriores ao Código Civil de 2002, não é mais possível aplicar o entendimento da Súmula 195 do STJ às hipóteses de simulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1927496/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/04/2021 (Info 694) DIREITO PROCESSUAL CIVIL DICA DO DIA 05 1. DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Os artigos principais correspondentes a tal tema encontram-se entre os arts. 16 ao 20 do CPC. A jurisdição nada mais é do que o poder e atividade de dizer o direito, ou seja, de aplicar o direito a um caso concreto. Poder do Estado de solucionar litígios e aplicar a lei ao caso concreto. A jurisdição é aplicada pelos órgãos destinados à tal função, a fim de obter a composição da lide. No caso, a jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional. Sempre, portanto, temos a necessidade de haver um conflito ou uma lide para que o estado-juiz, incumbido do poder Jurisdicional, diga de quem é o direito (art. 2º, CPC). A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte (importante). (art. 13º, CPC). Também é importante mencionar que a norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada (art. 14º, CPC). O CPC é utilizado como fonte subsidiária em caso de omissão das normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Logo, temos que o interesse e a legitimidade são pressupostos processuais. 45 Isso significa dizer que acaso verifique o juiz, ao receber a inicial, que não se encontram presentes o interesse de agir ou legitimidade para a causa, haverá o indeferimento da petição inicial, nos termos do art. 330, II e III do CPC. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. O interesse do autor pode limitar-se à declaração? Sim, nos exatos termos do art. 19º, do CPC e é possível a ação meramente declaratória, art. 20º, CPC. OBSERVAÇÃO: A ação meramente declaratória é imprescritível. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I – réu de qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil (Em se tratando de PESSOA JURÍDICA, considera- se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal); II – Obrigação tiver que ser cumprida no Brasil; III – A ação se der por fato ocorrido no Brasil. A Ação de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens e recebimento de renda também devem ser de competência da autoridade judiciária brasileira! IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ACIMA NÃO EXCLUEM A COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE. IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ABAIXO EXCLUEM A COMPETÊNCIA INTERNACIONAL, portanto, cabe tão somente a autoridade judiciária Brasileira: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilhade bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. ATENÇÃO: A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 2. LITISPENDÊNCIA O QUE DEVO SABER: Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 46 Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - De alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - Decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - Em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º #PLUSDECONHECIMENTO 3. LITISCONSÓRCIO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Litisconsórcio é quando DUAS OU MAIS PESSOAS PODEM LITIGAM, NO MESMO PROCESSO, EM CONJUNTO, ATIVA OU PASSIVAMENTE. E quando isso pode ocorrer: I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. O litisconsórcio pode se dar no início da demanda (INICIAL) ou no seu curso (ULTERIOR). Litisconsórcio facultativo: Se estabelece pela vontade do autor da ação. Cabimento: Art. 113. Litisconsórcio necessário: É necessário quando a lei ou a natureza da relação jurídica controvertida exige o comparecimento de todos os envolvidos. A falta de um litisconsorte necessário implica em decisão nula (OCORRE nulidade dos atos processuais desde o ajuizamento da ação). Litisconsórcio simples: Faculta ao juiz julgar de forma diferente para cada um dos envolvidos. 47 Em geral, são os casos de litisconsórcio facultativo. Litisconsórcio unitário: Quando o julgado deve ser necessariamente igual para todos os litisconsortes. Em geral, são os casos de litisconsórcio necessário. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações. CONTUDO, se somente um dos réus oferece contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). NOVIDADE LEGISLATIVA/PRESTA ATENÇÃO Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônico. ATENÇÃO - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO: Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. ATENÇÃO – EFEITOS DA CONFISSÃO: A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. ATENÇÃO – APROVEITAMENTO DE RECURSO: O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se recursos distintos ou opostos os seus interesses. 4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS O QUE VOCÊ DEVE SABER: 4.1. DA ASSISTÊNCIA Ocorre a assistência quando o terceiro, pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para lhe dar assistência. A assistência pode ser admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. A parte adversa pode realizar impugnação, no prazo de 15 (quinze) dias, do pedido do assistente. Não havendo qualquer impugnação o pleito será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Se houver alegação de falta interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. A assistência pode ser SIMPLES OU LITISCONSORCIAL. Quando se tratar de ASSISTÊNCIA SIMPLES, o assistente atuará como legitimado extraordinário subordinado (pois é imprescindível a presença do titular da relação jurídica controvertida (assistido)), ou seja, em nome próprio, auxiliará na defesa de direito alheio. A atuação do assistente simples é meramente complementar à do assistido, não podendo ir de encontro à opção processual deste. Nos termos do art. 121, do CPC, o assistente simples deve atuar como auxiliar da parte principal, exercendo os mesmos poderes e 48 sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que o assistido. Já de acordo com o artigo 122, a assistência simples não impede a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Portanto, a parte principal é LIVRE para agir da forma que mais lhe for conveniente. ATENÇÃO: Sendo revelpossui um prazo de 5 anos para anular seus próprios atos, este limite temporal é decorrente da segurança jurídica que os administrados possuem; Quando a administração pública estiver diante de um ato ilegal, ela deverá anula-lo conforme o princípio da legalidade, contudo, caso a retirada deste ato ocasione mais prejuízos do que a sua manutenção, devido ao princípio da segurança jurídica o ato deverá ser mantido, ainda que ilegal, porém seus efeitos deverão ser estabilizados. Princípio da Intranscedência subjetiva das sanções- Segundo este princípio é proibido aplicar sanções a gestão atual por atos executados pela gestão administrativa anterior. Súmula 615: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos OBS: ESTA SUMULA ESTÁ RELACIONADA COM O PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA SUBJETIVA DAS SANÇÕES. #PLUSDECONHECIMENTO Caso você tenha tempo sobrando vou colocar aqui outro assunto para que você estude( posteriormente você revisa), mas caso você não tenha não se preocupe. Este assunto será estudado em outro dia. #extra IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O QUE DEVO SABER: Probidade está relacionado a honestidade, moralidade...a IMPROBIDADE é o contrário disso, é a corrupção administrativa por meio de atitudes desvirtuadas do funcionário público. A Lei nº 8.429/1992 traz as sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa executados por agentes públicos, servidores ou não, contudo, a lei nº 14.230/2021 modificou o artigo mencionado, inclusive, ampliando o rol dos sujeitos ativos que poderão praticar os atos tidos como de improbidade administrativa, vejamos: “Art. 2º da lei nº 8.429/1992, incluído pela lei 14.230/2021: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 4 remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.” O ato ilícito, atualmente, só ocorre na forma DOLOSA, contra as entidades públicas e privadas, GESTORAS DE RECURSOS PÚBLICOS, capaz de acarretar enriquecimento ilícito, lesão ao erário ou violação aos princípios que regem a administração pública. Art. 2º § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Ou seja, é necessário que o agente tenha consciência do ato ilícito além da vontade em praticá-lo). § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Para que o agente seja responsabilizado pelo ato de improbidade, é necessário que a finalidade dolosa do ato seja comprovada) § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador. § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. § 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Percebe-se que este §7º ampliou o rol de entidades privadas, que também poderão sofrer atos de improbidade administrativa, podendo os atos de improbidade administrativa serem praticados contra entidades privadas, que possuem algum tipo de custeio público, independente da entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou não. Olhe a redação anterior: “Art. 1° da Lei n º 8.429/1932 - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. 5 Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos”. DIREITO DO TRABALHO SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 01 1. EMPREGADO E EMPREGADOR O QUE VOCÊ DEVE SABER: Considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Elementos básicos da relação de emprego: Pessoalidade (o trabalho deve ser prestado por pessoa física. Ainda, o empregado não pode transferir seu trabalho para outros (é INTUITU PERSONAE)), Não-eventualidade (A relação empregatícia é contínua e as atividades prestadas devem corresponder às atividades normalmente desenvolvidos na empresa), Subordinação (o empregador é quem dirige a relação, direcionando as ordens e conduzindo a atividade exercida) e onerosidade (contraprestação paga pelo empregador ao empregado pela sua força de serviço). Nesse sentido: TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00112617320155010004 (TRT-1) Jurisprudência•Data de publicação: 12/04/2017 VÍNCULO EMPREGATÍCIO. REQUISITOS. Para que se configure a relação de emprego, é necessário o preenchimento dos requisitos estabelecidos no artigo 3º da CLT , quais sejam: pessoalidade, não-eventualidade, onerosidade e subordinação jurídica, sendo que a ausência de um desses requisitos impossibilita o reconhecimento do vínculo empregatício entre as partes. Portanto, apenas o somatório destes requisitos é que representará o fato constitutivo complexo do vínculo de emprego. 2. EMPREGADO DOMÉSTICO O QUE VOCÊ DEVE SABER: A relação do doméstico é pautada na LC 150/2015. Inicialmente, diga-se que todo empregado doméstico deverá ser registrado. O empregado domésticoou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. Nesse caso, o substituto processual figurará como sujeito da própria relação processual, da qual participará em nome próprio, e não em nome do substituído. Nesse tipo de assistência, o assistente não pode contrariar a vontade do assistido, contudo, se o assistido se omitir, não haverá contrariedade. O assistente simples não poderá transigir, renunciar e reconhecer juridicamente o pedido, pela simples razão de que o DIREITO não lhe pertence. SE LIGA: A substituição não transfere ao substituto a titularidade do direito. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. Quando se tratar de ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL, o assistente tem interesse direto na demanda. O assistente é considerado litigante diverso do assistido e não fica sujeito aos atos deste. O assistente litisconsorcial pode praticar atos sem subordinar-se aos atos praticados pelo assistido. O assistente, portanto, nesse caso, defende direito próprio, no todo ou em parte. EXEMPLO: Assistência de condômino para ajudar na defesa de interesses do condomínio. 4.2. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE Denunciação à lide nada mais é do que o chamamento de outra pessoa para responder à ação. Pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu. A finalidade do instituto é a economia processual. Trata-se de demanda incidente, em processo já em curso. Proposta a denunciação, o processo passará a ter duas demandas: a principal, que envolve o autor e réu; e a incidental, que diz respeito ao denunciante e denunciado. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu. Quando feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, após isso a citação do réu deve ser realizada. A citação do denunciado deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de se tornar sem efeito a denunciação. Caso o denunciado resida em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em lugar incerto, o prazo para a citação será de dois meses. 49 Promovida a citação do denunciado pelo réu, este poderá adotar os seguintes comportamentos (art. 128): contestar o pedido do autor e atuar ao lado do denunciante, como litisconsorte (art. 128, I); permanecer inerte, hipótese em que o denunciante poderá deixar de prosseguir em sua defesa, restringindo a sua atuação à ação regressiva (art. 128, II); confessar os fatos alegados pelo autor, podendo o denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir ao reconhecimento e requerer apenas a procedência da ação regressiva (art. 128, III). Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide (ação incidental). Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. Dito isto, fica claro que o pleito do denunciante de denunciação à lide apenas será apreciado efetivamente na hipótese de a ação principal tiver sido decidida de forma contrária aos seus interesses. Se o denunciante for vencedor na ação principal, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado. Hipóteses de admissibilidade da denunciação - Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. ATENÇÃO: A denunciação à lide não é cabível, no processo de execução, portanto, temos que somente é cabível na fase de conhecimento. 4.3. CHAMAMENTO AO PROCESSO O chamamento ao processo visa incluir inclusão o devedor principal ou os coobrigados pela dívida na relação processual. Ao contrário da denunciação à lide, o chamamento ao processo é medida de intervenção EXCLUSIVA do RÉU. É uma situação de litisconsórcio ulterior. O terceiro chamado ao processo passa a ser litisconsorte do réu, ou seja, também vai virar réu. O momento correto para a promoção do chamamento ao processo é na contestação. Hipóteses de admissibilidade - Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos 50 codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. ATENÇÃO: § 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. 4.4. AMICUS CURIAE Em linhas curtas, o AMICUS CURIAE é um terceiro que ingressa no processo para fornecer subsídios ao órgão jurisdicional para o julgamento da causa. Deve levar em consideração a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia. Pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada e até mesmo um órgão ou entidade sem personalidade jurídica. Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. A DECISÃO É IRRECORRÍVEL! A intervenção do AMICUS CURIAE não implica alteração de competência (Ou seja, quando uma pessoa de direito público, órgão ou empresa pública federal adentra ao processo como amicus curiae em processo em trâmite na Justiça estadual, a competência não se deslocará para a Justiça Federal) nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º, do artigo 138, do CPC (O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas). Portanto, via de regra, o amicus curiae não pode interpor recursos, exceto os EMBARGOS DECLARATÓRIOS e RECURSO DE DECISÃO QUE JULGE O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. O amicus curiae também pode realizar sustentação oral. A coisa julgada não afeta o amicus curiae. 5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA O QUE VOCÊ DEVE SABER: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Portanto, temos que a desconsideração da personalidade jurídica pode ser requerido pela 1) PARTE e 2) MP, quando lhe couber interver no processo. É importante mencionar quequando ocorre a desconsideração da personalidade jurídica, os bens particulares dos administradores/sócios são utilizados para pagar dívidas da pessoa jurídica. Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica (Caput do artigo 50). Esse abuso pode se dar em duas situações: 1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 2) Confusão patrimonial (ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial). O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, 51 no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica também se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. A instauração do incidente suspenderá o processo. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Se a decisão for proferida por relator, em ÓRGÃO COLEGIADO, cabe agravo interno. Se a decisão for proferida pelo Juízo de primeiro grau, cabe agravo de instrumento. O pleito de desconsideração pode ser formulado, inclusive, na própria petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. Nesse caso, NÃO HAVERÁ SUSPENSÃO DO PROCESSO. DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Previsão no artigo 50 do CC. Ocorre quando o Juiz, por requerimento, autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de dívidas e obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 6 ATOS PROCESSUAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER Atos processuais são as ações e movimentos praticados no processo, pelas partes e pelo órgão jurisdicional, com objetivo de produzir uma consequência jurídica. São atos processuais: Petições, despachos, decisões, recursos e demais movimentações. Inicialmente, saiba que os atos e os termos processuais independem de forma determinada (Princípio da liberdade das formas), SALVO quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. É muito simples, mas cai muito, inclusive em provas de concursos, veja você: 1) Os atos e termos processuais Alternativas A) não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando- se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. B) dependem sempre de forma determinada, a ser estabelecida pelo juiz em caso de omissão da lei, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. C) não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando- se inválidos os realizados de outro modo, ainda que Ihe preencham a finalidade essencial. D) dependem sempre de forma determinada, a ser estabelecida pelo juiz em caso de omissão da lei, reputando-se inválidos os realizados de outro modo, ainda que Ihe preencham a finalidade essencial. E) dependem sempre de forma determinada, conforme previsto em lei, reputando-se inválidos os realizados de outro modo, ainda 52 que Ihe preencham a finalidade essencial. Tá vendo? Fica ligado, a simplicidade e literalidade da LEI caem muito! Outro ponto que você deve ter conhecimento, é que os atos processuais SÃO PÚBLICOS, salvo os que tramitam em segredo de justiça. E quando deve ser atribuído o segredo de justiça? Confere abaixo: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Ah, e como já estudamos, o direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. Também é importante você saber que quando o processo versar sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. E claro, obviamente, nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade, o JUIZ deve intervir. Obviamente, em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. Quando houver documento oriundo de língua estrangeira, este somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado. Também fique atento ao artigo 191, do CPC: Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. Os atos processuais podem, além de físicos, se dar por meio eletrônico. É o que prevê o artigo 193, do CPC: “Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei”. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Atenção: Em se tratando de desistência da ação, esta só produzirá efeitos após homologação judicial. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório (É UMA GARANTIA PARA A PARTE). Já os atos e pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. A sentença (via de regra devem ser proferidas pelo Juiz no prazo de 30 dias – art. 226, III) é o 53 pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 (extinção sem resolução do mérito) e 487 (julga o mérito), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (ISSO VAI DEPENDER DE QUE FASE ESTÁ O PROCESSO). Decisão interlocutória (via de regra devem ser feitas pelo Juiz no prazo de 10 dias – art. 226, II) é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre como sentença, ou seja, não tem natureza de extinguir o processo (são decisões QUE NÃO POEM FIM AO PROCESSO - atos pelos quais o juiz resolve questões que surgem durante o processo, mas não são o julgamento dele). São despachos (via de regra devem ser feitos pelo Juiz no prazo de 5 dias – art. 226, I) todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (Meras movimentações administrativas para impulsionar o processo). Note que o CPC prevê prazospara que o Juiz profira suas sentenças, despachos e decisões interlocutórias, contudo, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido. Os atos meramente ordinatórios (atos dos servidores), como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes (a assinatura pode ser feita eletronicamente, na forma da lei). Em razão do princípio da publicidade dos atos processuais, os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. TEMPO DOS ATOS: Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Obs: Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. Portanto, perceba, o fato de o ato ser iniciado antes das 20h não quer dizer que ele pode ser continuado após isso, mas tão somente deve ser continuado/concluído quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. MUITA ATENÇÃO AGORA: O artigo 212, §2º, estabelece que, Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal. Isso quer dizer que NÃO É PRECISO MAIS a autorização expressa do Juiz para a VALIDADE das citações, intimações e penhoras feitas fora do horário previsto no caput do artigo 212, desde que sejam OBSERVADOS E RESPEITADOS os DIREITOS E GARANTIAS DETERMINADOS pela Constituição: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Em resumo, então, tem-se que ainda que o oficial de justiça chegue na casa de alguém para cumprir um mandado de citação ou intimação ANTES das 06h ou APÓS as 20h, e independente do dia (seja ele sábado, domingo ou feriado), a medida citatória/intimatória será considerada válida SE o morador houver consentido e recebido. ATENÇÃO – JUIZADO ESPECIAL: Os mandados dos juizados especiais podem ser realizados em qualquer dia/ hora. Isto porquê a Lei 9.099/95, em seus artigos 12 e 13, autoriza a prática de atos processuais durante a noite e estabelece que, se os atos atingirem sua finalidade, serão considerados válidos. 54 Quando se tratar de ATO ELETRÔNICO, este pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo. Via de regra, durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, exceto TUTELA DE URGENCIA e os atos previstos no art. 212, § 2º, do CPC. Importante: Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas: I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; III - os processos que a lei determinar. FERIADOS: Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense. LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS: Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. PRAZOS DOS ATOS: Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. Prazos processuais: São divididos em próprios e impróprios; peremptórios e dilatórios. Próprios: Prazos que são impostos às partes, gerando a preclusão no seu termo final. Impróprios: Prazo fixado na lei e usado como parâmetro para a prática do ato. A perda de prazo improprio não acarreta preclusão temporal, persistindo a possibilidade de praticar-se o ato mesmo depois de ultimado o mesmo. Dilatório: Prazo que permite a sua ampliação ou redução pela vontade das partes. Peremptório: Prazo que não comporta qualquer dilação ou redução. EXCEÇÃO: Art. 222 (VER TABELA ABAIXO)! Em casos de omissão da lei quanto à fixação do prazo, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade do ato. Art. 218, § 2º: Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas. Art. 218, § 3º: Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. ATENÇÃO: O ATO QUE FOR PRATICADO ANTES MESMO DO SEU TERMO INICIAL SERÁ TIDO COMO VÁLIDO E TEMPESTIVO! Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos processuais)! RECESSO FORENSE: Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. ATENÇÃO: Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 , devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação. VEJA QUE O PRAZO NÃO VOLTA DO COMEÇO!!! IMPORTANTE – ARTIGO 222, CPC: Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. 55 § 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser excedido. MAS SEMPRE LEMBRE-SE: O Novo Código de Processo Civil permite o juiz ampliar os prazos peremptórios nas seguintes hipóteses: Em caso de processo tramitando em comarcas de difícil transporte, por até dois meses (art. 222, caput) Em caso de calamidade pública, podendo a ampliação do prazo ultrapassar dois meses (222, § 2º); Quando ocorre evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. (art. 223, § 1º) – leia o artigo inteiro. Valer dizer que, além das hipóteses acima previstas, o CPC/2015 inovou ao incluir a possibilidade de alteração dos prazos peremptórios, permitindo ao juiz adequá-los às necessidades das partes, tudo com o objetivo de dirimir eventual desigualdade processual decorrente da exiguidade de prazos em causas de maior complexidade. É o que dispõe o artigo 139, IV: "incumbe ao juiz dilatar os prazos processuais e alterar a ordem dos meios de produção de prova, adequando- as às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito". CONTAGEM DOS PRAZOS: os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. E lembre-se: Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos processuais)! ATENÇÃO: Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. FICA ATENTO: Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Então, a contagem (dia 01 do prazo) tem início no dia seguinte à publicação, acaso este dia seja útil (Vide artigo 224, §3º, do CPC). RENÚNCIA AO PRAZO: A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seufavor, desde que o faça de maneira expressa. PRAZO EM DOBRO - ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações. CONTUDO, se somente um dos réus oferece contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). MAIS SOBRE PRAZO EM DOBRO: O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal. No mesmo sentido, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. Ainda, A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais (O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público). Passado isto, ressalte-se que SOBRE O DIA DO COMEÇO DO PRAZO, VALE LER A ÍNTEGRA DO ARTIGO 231, DO CPC, EIS QUE CONSISTE EM IMPORTANTE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA QUE CERTAMENTE SERÁ COBRADA NO EXAME: Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio; 56 II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria. IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico. § 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput . § 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente. § 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação. § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 7. DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS – FAIXA BÔNUS O QUE VOCÊ DEVE SABER: Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - O grau de zelo do profissional; II - O lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais: I - Mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários- mínimos; II - Mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários- mínimos; 57 III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários- mínimos; IV - Mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários- mínimos; V - Mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. § 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º: I - Os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença; II - Não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; IV - Será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. § 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente. § 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. § 6º-A. Quando o valor da condenação ou do proveito econômico obtido ou o valor atualizado da causa for líquido ou liquidável, para fins de fixação dos honorários advocatícios, nos termos dos §§ 2º e 3º, é proibida a apreciação equitativa, salvo nas hipóteses expressamente previstas no § 8º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) § 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. § 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º. § 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de fixação equitativa de honorários sucumbenciais, o juiz deverá observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil a título de honorários advocatícios ou o limite mínimo de 10% (dez por cento) estabelecido no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) § 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. § 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, 58 ultrapassar os respectivos limitesestabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77 . § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. §15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. § 20. O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º, 8º-A, 9º e 10 deste artigo aplica-se aos honorários fixados por arbitramento judicial. (NOVIDADE LEGISLATIVA)é todo aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. Portanto, NÃO ESQUEÇA: O empregador doméstico NÃO PODE TER FINS LUCRATIVOS, o trabalho deve ser prestado em âmbito residencial e mais de dois dias por semana! MENOR NÃO PODE TRABALHAR: É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico. A jornada do doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais. Doméstico e seu empregador podem pactuar regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, 6 se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia. O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. O doméstico PODE TRABALHAR em regime de tempo PARCIAL, (duração não exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais). Para o regime de tempo PARCIAL, somente pode o doméstico realizar, no máximo, UMA HORA EXTRA DIÁRIA, mediante acordo escrito entre empregador e empregado (§ 2º, art. 3º, LC 150). É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo. Deve ser concedido ao doméstico, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas de INTERVALO DE DESCANSO (INTRAJORNADA), admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. Para jornada de trabalho não superior a 6 (seis) horas, o intervalo concedido será de 15 (quinze) minutos. FÉRIAS: O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2 (dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos. O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo. Obs: É permitido ao empregado que reside no local de trabalho nele permanecer durante as férias. DESCONTOS: É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. O empregador PODE efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. LICENÇA-MATERNIDADE: A empregada doméstica gestante tem direito a licença- maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. GARANTIA NO EMPREGO (ESTABILIDADE GESTACIONAL): A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. SEGURO DESEMPREGO: O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada. JUSTA CAUSA DO DOMÉSTICO: As hipóteses de demissão por justa causa do doméstico estão citadas no artigo 27, da LC 150, dentre algumas delas citamos: 1) submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado; 2) ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o 7 empregador doméstico ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem. 3. JORNADA DE TRABALHO O QUE VOCÊ DEVE SABER: O estudo sobre a jornada de trabalho começa no artigo 4º, da CLT, que diz que “Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.” Portanto, todo tempo que o funcionário se encontra à disposição do empregador, seja aguardando ou executando ordens, deve ser considerado como TEMPO DE EFETIVO TRABVALHO. Com o advento da reforma trabalhista ficou estabelecido que não é incluído na duração da jornada de trabalho o tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, por não ser tempo à disposição do empregador (art. 58, § 2º, da CLT). Demais disso, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras, não se deve considerar como tempo à disposição do empregador, portanto, não está compreendido na jornada de trabalho. Conforme disciplinado na Constituição Pátria (art. 7º, XII), a jornada máxima diária será de OITO HORAS e a semanal de QUARENTA E QUATRO HORAS. E se o empregado ultrapassar a referida jornada? R: O empregado que ultrapassa essa jornada diária ou semanal deverá receber horas extraordinárias, com adicional mínimo de 50% e as horas extras deverão ter repercussão nas seguintes verbas: Aviso prévio, 13º, férias, FGTS + Multa de 40% e Repouso semanal. A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal (Art. 59, § 1º, CLT). Há casos em que a remuneração extra pode ser SUPERIOR ao máximo legal de 50%? R: Sim. Nos casos em que existe previsão normativa que estipule o contrário, se assim ficar estabelecido no contrato ou regulamento da empresa. Há casos em que a remuneração extra pode ser INFERIOR ao mínimo legal de 50%? R: Jamais poderá ser estabelecido percentual de remuneração extra inferior ao mínimo legal de 50%. Quando a jornada de trabalho deverá ser anotada? R: Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso. E se o trabalho for executado FORA do estabelecimento? R: O horário dos empregados constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários (Art. 58, § 1º, CLT). 8 A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O que é compensação de jornada? R: Compensação é quando há distribuição da jornada extra prestada pelo empregado em um dia para o outro dia. A compensação de jornada é prevista no artigo 59, § 2º, da CLT, e leciona que “Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira quenão exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias” (É O POPULAR BANCO DE HORAS). CONTUDO, O BANCO DE HORAS poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses. PRESTE ATENÇÃO: É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. Portanto, o acordo de compensação entre empregado e empregador PODE SER REALIZADO POR ACORDO INDIVIDUAL, SEJA TÁCITO OU ESCRITO, DESDE QUE HAJA COMPENSAÇÃO NO MESMO MÊS! IMPORTANTE: A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas. IMPORTANTE: Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação (V. súmula 444 TST). Existem jornadas especiais de trabalho? R: SIM. Há casos, contudo, que pelas especialidades do labor desenvolvido ou condições adversas, fogem à regra da carga horário de 8h diárias e 44h semanais, à saber: 1) Bancários (224, CLT. Mas atenção: Bancário normal = 6h. Bancário com cargo de confiança = 8h. Gerente bancário = Não tem jornada controlada); 2) Advogado (art. 20, Lei 8.906/94); 3) Telefonista/operador de telemarketing (227, CLT); 4) Motorista (235-A ao H, da CLT); 5) Músicos (art. 41, Lei 3.857/60); 6) Jornalistas (303, CLT). Existem, ainda, empregados que laboram em REGIME DE TEMPO PARCIAL. Tá, mas quando deve ser considerado o regime de tempo parcial? R: Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. Logo, trabalho em regime parcial pode se dar de DUAS FORMAS: 1) Cuja duração não exceda 30 horas na semana, sem possibilidade de prestação de horas extras; 9 2) Cuja duração não exceda 26 horas na semana, com possibilidade de realização de até seis horas extras durante a semana. Quanto trabalho, será que ao empregado é conferido o direito de usufruiu de algum intervalo para descansar? R: Sim! A CLT pensou na saúde e higiene dos trabalhadores. O intervalo INTRAjornada (que ocorre dentro da jornada de trabalho, para o funcionário se alimentar/descansar) pode ser concedido da seguinte forma: I) Jornadas de até 4 horas: não faz jus; II) Jornada de mais de 4 horas, até 6 horas: 15 minutos; III) Jornada de mais de 6 horas: Mínimo de UMA HORA (E salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas). O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, ou seja, não gerem reflexos em outras verbas trabalhistas. OBSERVAÇÃO: O INTERVALO NÃO DEVE SER computado na duração do trabalho. O intervalo INTERjornada (aquele concedido entre uma jornada e outra de trabalho) deve ser no mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Existem empregados que são excluídos do controle e do registro do horário de trabalho? R: Sim! Em razão das condições especiais de trabalho, cargo ou até mesmo imposição legal estão dispensados de registros de horários. Tá, entendi. E onde estão essas exceções? R: As exceções aparecem no artigo 62, I, II e III, da CLT: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados (Aqui lembre-se que não basta apenas o trabalhador exercer suas atividades fora do estabelecimento comercial. Deve, sobretudo, ser a atividade exercida ser INCOMPATÍVEL com a fixação de horário de trabalho. Ainda, deve haver anotação na CTPS do trabalhador de tal condição). II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - os empregados em regime de teletrabalho. IMPORTANTE: No caso do inciso II, o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, não pode ser inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% - ou seja, precisa ganhar um “extra de 40%”. IMPORTANTÍSSIMO: Os teletrabalhadores, que estão excluídos do registro de horário, tem regramento previsto junto aos artigos 75-A e 75-E, DA CLT. Sobre isso, alguns pontos merecem destaque: 10 1) O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho (Ou seja, acaso o funcionário eventualmente compareça a empresa para atividade especifica, não rotineira, não há a descaracterização do regime de teletrabalho!). 2) A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. 3) Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. 4) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. 5) As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. ATENTE-SE A TAIS PONTOS, POIS O TELETRABALHO VEM SENDO REITERADAMENTE COBRADO PELA FGV, INCLUSIVE, NAS ÚLTIMAS DUAS PROVAS DE SEGUNDA FASE, FOI ALVO DE QUESTÕES SUBJETIVAS (QUESTÃO 1 DO XXXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO e QUESTÃO 3 DO XXXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO). Durante a faculdade eu já ouvi falar em sobreaviso e horas de prontidão. O que é isso? Existe mesmo?? R: SIM. Ambos existem. Sãos institutos DIFERENTES! Tá, fala aí a diferença entre eles: R: O Sobreaviso, com previsão no artigo 58-A, da CLT, é a possibilidade de o colaborador, mesmo em seu período de descanso, ficar à disposição do empregador aguardando alguma ordem. Considera-se tempo de efetivo serviço. Mas ATENÇÃO: O trabalhador deve ficar aguardando ordens dentro de SUA PRÓPRIA RESIDÊNCIA! (art. 244, §2º, CLT). A hora de sobreaviso equivale a 1/3 da hora normal de trabalho. Já as horas de prontidão, ao contrário do sobreaviso, o empregado FICA À DISPOSIÇÃO DENTRO DA PRÓPRIA EMPRESA! A hora de prontidão equivale ao valor de 2/3 da hora normal laborada. 4. PERÍODOS DE DESCANSO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Os intervalos são os lapsos temporais criadospelo legislador com a principal missão de proteger a saúde e segurança do empregado. Nos intervalos é que o empregado recupera a energia despendida no exercício de seu mister, sua saúde mental e se renova para encarar um novo turno ou uma nova jornada de trabalho. Os principais intervalos são: 1) INTERVALO INTRAJORNADA e 2) INTERVALO INTERJORNADA. INTERVALO INTRAJORNADA: Tem previsão no artigo 71, da CLT. É aquele que é concedido DURANTE a jornada diária de trabalho, para que o empregado descanse, faça uma refeição e renove suas energias para encarar o restante da jornada. Ele é concedido da seguinte forma: I) Jornadas de até 4 horas: não faz jus; 11 II) Jornada de mais de 4 horas, até 6 horas: 15 minutos; III) Jornada de mais de 6 horas: Mínimo de UMA HORA (E salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas). O § 3º, do artigo 71, da CLT, leciona que o limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. Portanto, para que a condição acima seja possibilitada é preciso: 1) por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio; 2) Ouvir o Serviço de alimentação da previdência social; 3) Refeitório que atenda ás exigências legais e 4) empregados não estejam submetidos a prestação de HORAS EXTRAS. NATUREZA DO INTERVALO: A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, ou seja, não gerem reflexos em outras verbas trabalhistas. Portanto, temos que, acaso haja descumprimento o empregador deve ser condenado a pagar: Apenas o período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Tal parcela tem natureza INDENIZATÓRIA e NÃO GERA reflexos em qualquer outra verba trabalhista. O intervalo de uma hora poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido para jornadas inferiores a seis horas poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem. SE LIGUE: REDUÇÃO/FRACIONAMENTO = INTERVALO DE 1H OU MAIS; FRACIONAMENTO = INTERVALO DE 15MIN FIQUE ATENTO (INTERVALOS ESPECIAIS): 1) Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. 2) Nos trabalhos em minas de subsolo deve haver intervalo de 15 minutos a cada 03 horas consecutivas de labor (artigo 298 da CLT) e 3) O trabalho em câmaras frigoríficas e para os trabalhadores que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo (FIQUE ATENTO POIS REGRA GERAL O INTERVALO NÃO É COMPUTADO NA JORNADA, TRATA-SE AQUI, PORTANTO, DE EXCEÇÃO À REGRA). ATENÇÃO MÁXIMA: OS INTERVALOS QUE NÃO ESTEJAM PREVISTOS EM LEI MAS CONCEDIDOS PELO EMPREGADOR, DEVERÃO SER COMPUTADOS NA JORNADAS DE TRABALHO E REMUNERADOS COMO TEMPO À DISPOSIÇÃO. Exemplo: Tempo concedido 12 para lanchar que não seja o intervalo intrajornada. PONTO IMPORTANTE: FIQUE ATENTO AO ARTIGO 611-A, DA CLT, QUE FOI INSERIDO PELA REFORMA TRABALHISTA E, EM SEU INCISO III ASSEGUROU QUE A CONVENÇÃO COLETIVA E O ACORDO COLETIVO DE TRABALHO TÊM PREVALÊNCIA SOBRE A LEI QUANDO DISPUSER SOBRE INTERVALO INTRAJORNADA, RESPEITADO O LIMITE MÍNIMO DE TRINTA MINUTOS PARA JORNADAS SUPERIORES A SEIS HORAS. ATENÇÃO – EMPREGADOS DOMÉSTICOS: Deve ser concedido ao doméstico, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas de INTERVALO DE DESCANSO (INTRAJORNADA), admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia. Para jornada de trabalho não superior a 6 (seis) horas, o intervalo concedido será de 15 (quinze) minutos. 2) INTERVALO INTERJORNADA: Tem previsão no artigo 66, da CLT. É aquele que é concedido ENTRE UMA jornada e outra de trabalho, a fim de que o trabalhador recupere totalmente suas energias e goze do convívio social e familiar. Tem duração MÍNIMA de ONZE HORAS - Artigo 66, da CLT: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. FIQUE ATENTO: A concessão do descanso semanal remunerado não desobriga o empregador de conceder o interjornada mínimo de ONZE HORAS. Em assim sendo, o empregado tem direito a 35 horas consecutivas de descanso semanal (24 horas do DSR+11 interjornada). 3) TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS: Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Esse é o popular “DSR” = DESCANSO SEMANAL REMUNERADO. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. ATENÇÃO – SÚMULA 146, DO TST: O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. ATENÇÃO – LEI 11.306/07: A referida lei autorizou o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal. Ademais, também estabeleceu que o repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo. Por fim, É permitiu o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal. ATENÇÃO – JORNADA 12X36: A remuneração mensal pactuada pelo horário de trabalho 12x36 já abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno. NESSE SENTIDO É A JURISPRUDÊNCIA PÁTRIA: TRT-4 - Recurso Ordinário Trabalhista ROT 00205254920195040018 (TRT-4) Jurisprudência•Data de publicação: 26/08/2021 REGIME DE TRABALHO 12X36. DOMINGOS TRABALHADOS. No regime 12x36, os domingos 13 trabalhados pelo empregado são naturalmente compensados, restando observado o descanso semanal remunerado, motivo pelo qual é indevida a sua remuneração em dobro. 5. TRABALHO NOTURNO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Tem previsão na Constituição Federal, que em seu artigo 7º, IX, assegura aos trabalhadores compreendidos no horário noturno umaremuneração SUPERIOR à do diurno. Isso acontece pois o trabalho noturno é mais prejudicial à saúde do que o diurno e vale tanto para o trabalhador urbano como para o trabalhador rural. Além disso, o menor de DEZOITO ANOS não pode laborar em período considerado como noturno. Como dito, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna (20% PARA O CASO DE TRABALHADOR URBANO). Além disso, a hora do trabalho noturno URBANO será computada como de 52 minutos e 30 segundos (AO INVÉS DE SESSENTA MINUTOS A HORA NOTURNO TERÁ 52 MINUTOS E 30 SEGUNDOS). Considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte (SÓ PARA TRABALHADOR URBANO). ATENÇÃO: Quando houver labor extra em horário além das 5h da manhã, o período posterior também será remunerado como NOTURNO e calculado com base na HORA FICTA NOTURNA DE 52 MINUTOS E 30 SEGUNDOS. Para o trabalhador RURAL as regras não são as mesmas acima vistas! O adicional noturno do rural vale 25%. Não existe hora reduzida, portanto, a hora é 60 minutos. O honorário noturno do rural na pecuária é de 20h às 4h e o do rural na agricultura é de 21h ás 5h. PORTANTO, TEMOS QUE: 1) PECUÁRIA: 20H ÀS 4H; 2) AGRICULTURA: 21H À5 4H. DIREITO PENAL DICA DO DIA 02 1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL O QUE DEVO SABER: 1.Conceito O Direito Penal é um ramo do direito público, composto por um conjunto de normas, as quais são impostas a todas as pessoas e punidas, exclusivamente, pelo Estado. 2.PRINCÍPIOS O conjunto de normas que norteiam a atuação do legislador (na criação do direito penal), como do operador do direito (na aplicação prática). Os princípios do Direito Penal são as garantias que limitam o poder de punir do Estado, alguns expressamente e outros implicitamente, no texto constitucional. Vejamos, alguns dos principais princípios: Princípio da Reserva Legal: Encontramos este princípio expressamente no art. 1º do CP, assim como no art. 5º, XXXIX da CF, pois se trata de um direito fundamental. Art. 1º do CP- Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia Trata-se da taxatividade, certeza ou determinação. É necessário que exista uma lei incriminando a conduta do agente, para que este seja punido. 14 Pergunta: Poderá uma Medida Provisória tratar de matéria penal? Criar um Tipo Penal? Art. 62 da CF- Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - Relativa a: b) direito penal, processual penal e processual civil; Nota-se, que expressamente a CF proíbe a possibilidade de a MP versar sobre Direito Penal. Todavia, doutrinariamente tem-se limitado este entendimento e, afirmado a possibilidade de as Medidas Provisórias versarem sobre direito penal, desde que estas seja, benéficas para o réu, não podendo estabelecer crimes e nem penas. Fique esperto, pois na prova poderá cair uma questão onde uma Medida provisória cria um tipo penal, e caso isso acontecerá haverá uma violação ao princípio da reserva legal, pois ainda que a MP seja posteriormente convertida em lei, ela não poderá versar sobre direito penal incriminador. Além disso, segundo o princípio da legalidade, não se admite a analogia in malam partem, ou seja, analogia para incriminar. Princípio da anterioridade: É um desdobramento da reserva legal, também sendo encontrado no art.1º do CP e art. 5º, XXXIX da CF. Art. 5º, XXXIX da CF- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; A lei penal não pode retroagir, para atingir fatos anteriores a sua entrada em vigor, salvo para beneficiar o réu. Obs.: Cuidado, a vedação de retroagir para prejudicar o réu, faz parte do direito PENAL e não do direito PROCESSUAL PENAL, pois este tem aplicabilidade imediata. Obs. Lei excepcional ou temporária. Art. 3º do CP- A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência Princípio da Alteridade: Segundo Claus Roxin, a conduta do agente deve ultrapassar a quem a pratica, não sendo considerado crime se a conduta só atingiu quem a praticou. Princípio da ofensividade/lesividade: Não há crime sem ofensa aos bens jurídicos tutelados, pelo direito penal, expondo-os a uma efetiva lesão ou a um perigo concreto de lesão. O perigo para ter relevância no direito penal se divide em dois: 1-Perigo concreto: Quando a potencialidade da lesão o bem jurídico tutelado deve ser comprovado no caso concreto; 2-Perigo abstrato: Quando há presunção absoluta de lesão ao bem jurídico tutelado, não necessitando de comprovação desta. Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos: Não são os bens jurídicos que são tutelados pelo direito penal, mas apenas aqueles mais importantes para a vida em sociedade. Princípio da intervenção mínima: Está relacionado à proteção dos bens jurídicos, pois o direito penal somente deverá intervir quando for realmente necessário. Doutrinariamente, este princípio se subdivide em dois: Fragmentariedade: Somente os bens jurídicos mais relevantes devem ser tutelados pelo Estado. 15 Subsidiariedade: O direito penal deverá ser a ultima ratio, o último ramo do direito a ser utilizado. A intervenção penal só deverá ocorrer depois que todos os outros ramos foram insuficientes para solucionar/proteger o bem jurídico em questão. Princípio da responsabilidade pessoal do agente: A responsabilidade penal é pessoal, cada agente responde efetivamente pela conduta que praticou, assim como a pena não poderá passar da pessoa do condenado (Princípio da intranscendência da pena) Princípio da culpabilidade: A culpabilidade é um dos pressupostos da pena. O autor para ser punido deverá ter agido com dolo ou culpa, sendo vedada a responsabilidade penal objetiva, ou seja, a aquela que é punida, independentemente, de culpa, pois se fundamenta na mera ocorrência do resultado. Princípio da Bagatela ou da insignificância: Conforme este princípio, o direito penal não deverá se preocupar com condutas que são irrelevantes e possuem um pequeno ou nenhum grau de reprovação, como por exemplo, um beliscão. Este princípio está relacionado com a tipicidade penal, a qual se divide em formal e material: a) Tipicidade formal - é a correspondência exata entre o fato e os elementos constantes de um tipo penal. É a correspondência da conduta praticada e o texto incriminador. b) Tipicidade material – Essa é a que interessa para o princípio da insignificância. Não basta que a conduta praticada tenha apenas correspondência nos elementos de um tipo penal. Faz-se necessário que a conduta seja capaz de lesar ou expor terceiros a risco, provocar lesões significantes ao bem jurídico tutelado. De acordo com o entendimento do STF, constituem vetores para aplicação do princípio da significância: M A R I 1- Mínima ofensividade da conduta; 2- Nenhuma (Ausência) de periculosidade social; 3- Reduzido grau de reprovabilidade da conduta; 4- Inexpressividade da lesão provocada; Sendo assim, mediante verificação no caso concreto, o princípio da insignificância acarreta a exclusão da tipicidade MATERIAL do fato. Princípio da adequação social: Condutas que são adequadamente aceitas pela sociedade não deverão ser consideradas crimes, como por exemplo, venda de DVD pirata. #olhaolinkmental Vale Mencionar o art. 7º do Estatuto da OAB: Art. 7º (...) § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercíciode sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (obs: a expressão “desacato” foi considerada inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 1.127-8. Entendeu-se que a imunidade profissional do advogado não compreende o desacato, pois conflita com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional). art. 142, inciso I, do Código Penal também trata da cláusula de imunidade profissional dos advogados ao dispor que não constituem injúria ou difamação puníveis a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. Percebam que o mencionado artigo trata apenas da imunidade profissional com relação ao delito de INJÚRIA OU DIFAMAÇAO, em nada dispõe sobre o delito de calúnia. Conclui-se, que o advogado não possui imunidade profissional com relação ao delito de CALÚNIA. 16 Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente de tipicidade. 2. LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO O QUE DEVO SABER: 2.1. Lei penal no tempo Faz-se necessário identificar qual o momento que o crime foi praticado, o artigo 4º do CP traz exatamente a teoria aplicada ao sistema brasileiro, a da atividade. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado Logo, caso o agente tenha praticado o crime antes de completar 18 anos de idade, não importa se ele era penalmente responsável no momento do resultado, pois ao tempo da sua conduta, ele era penalmente inimputável. Dito isto, verifica-se que a teria adotada pelo nosso Código Penal, para o momento em que o crime foi praticado, como regra, é o da ATIVIDADE. Todavia, existe mais duas outras teorias: a do resultado, que tem como fundamento o momento em que se produz o resultado da conduta e a mista ou da ubiquidade, a qual leva em consideração tanto o momento da conduta, como o do resultado. Por sua vez, com relação ao lugar do crime, o art. 6º do CP adota a teoria da ubiquidade: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado O artigo mencionado traz expressamente a teoria da Ubiquidade, podendo ser considerado o lugar da ação ou omissão, assim como o local que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou- se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão competentes para o processo e julgamento do delito, podendo João ser processado e condenado tanto no Brasil quanto no Paraguai, podendo cumprir pena nos dois países. CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado ocorrem em países diversos, Conflito internacional de jurisdição (Soberania) dos países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do mesmo país, Conflito interno de competência. É aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução” Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM “Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.” Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida plurilocais (ação e resultado em local distintos), a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, para fins probatórios (restituição, colheita de prova testemunhal) e, também, pela própria essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da sociedade se envolver emocionalmente com o delito). LEMBRAR: LUTA LU- LUGAR É UBIQUIDADE TA- TEMPO É ATIVIDADE Obs. NÃO SE ESQUEÇA DO CRIME PERMANENTE, POIS CASO O AGENTE VENHA A COMPLETAR 18 ANOS DURANTE A PRÁTICA DA INFRAÇÃO PERMANENTE, ELE RESPONDERÁ PELO CRIME PRATICADO, POIS SERÁ CONSIDERADO IMPUTÁVEL. Súmula 711- A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se 17 a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Obs. O art. 3º do CP traz uma exceção à regra, pois permite a aplicação da ULTRATIVIDADE da lei, para prejudicar o réu, nos casos de lei excepcional (aquela que é editada em situações de emergência) ou de lei temporária (aquela que já prevê em seu texto, o seu tempo de DURAÇÃO. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência 2.2. Lei penal no espaço O código penal adotou o princípio da territorialidade, em relação a lei penal no espaço. Todavia, admite a aplicação de convenções, tratados e regras de direito internacional, excepcionalmente, configurando a territorialidade mitigada. E o que seria esse território para efeito de territorialidade? Conforme o artigo 5º, §1º do CP, o território nacional não engloba apenas o espaço terrestre Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. O artigo mencionado quer dizer que INDEPENDENTE de onde estiver as embarcações ou aeronaves brasileiras, estas serão aplicadas a lei nacional, DESDE QUE SEJAM PÚBLICAS ou estejam a serviço do governo. Entretanto, as embarcações e aeronaves brasileiras privadas terão a aplicação da lei brasileira se acharem, respectivamente no espaço aéreo correspondente (que não tenha “dono”, que não seja de um país específico) ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Extraterritorialidade O artigo 7º do CP dispõe sobre a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território estrangeiro. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - Os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; a) contra a administração pública, por quem está a seu serviço b) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; c) Os incisos acima mencionados trata-se do princípio da extraterritorialidade INCONDICIONADA, pois para que o agente seja julgado não é necessária qualquer condição. d) Importante ressalvar o disposto no §1º, do art. 7º do CP, que consagra a soberania. e) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 18 que absolvido ou condenado no estrangeiro. f) Já no inciso II do art. 7º temos o princípio da extraterritorialidade CONDICIONADA, pois para o agente ser julgado faz-se necessário algumas condições. Princípios norteadores da extraterritorialidade: a) Princípio da defesa ou real- Aplica-se a lei nacional ao crime cometido fora do território nacional, visando a tutela de bem jurídico nacional. b) Princípio da justiça universal- Aplica- se a lei nacionalao crime cometido em qualquer localidade independentemente da nacionalidade do agente. c) Princípio da Nacionalidade Ativa- Aplica-se a lei nacional ao crime cometido por nacional fora de seu país. d) Princípio da Nacionalidade Passiva- Está relacionado a aplicação da lei nacional do agente passivo. e) Princípio da Bandeira ou pavilhão- Aplica-se a lei nacional aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações, mercantes ou de propriedade PRIVADA, quando não forem julgados no estrangeiro. Obs.: Os destroços dos navios ou aeronaves são considerados extensão do território nos quais são matriculados. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - Os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (Princípio da Justiça universal) b) praticados por brasileiro (Princípio da nacionalidade ATIVA, o autor do delito é brasileiro) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados (Princípio da bandeira, do pavilhão....) §§ 2º e 3º que trazem as condições para que a lei brasileira seja aplicada. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Obs.: Quando um brasileiro comete um crime no estrangeiro, como regra, ele será processado e julgado no Brasil pela JUSTIÇA ESTADUAL. Qual território competente? Capital do Estado em que ele MORA ou MOROU. Se ele não mora ou nunca morou, será a Capital da REPÚBLICA, art. 88 do CPP- No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este 19 nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. Obs. CRIMES Á DISTÂNCIA X CRIMES PLURILOCAIS (art.6º do CP) Art. 6º do CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou- se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão competentes para o processo e julgamento do delito, podendo Gil ser processado e condenado tanto no Brasil quanto nos EUA, podendo cumprir pena nos dois países. CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado ocorrem em países diversos, Conflito internacional de jurisdição (Soberania) dos países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do mesmo país, Conflito interno de competência. É aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução” Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM “Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.” Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida plurilocais (ação e resultado em local distintos), a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, para fins probatórios (restituição, colheita de prova testemunhal) e, também, pela própria essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da sociedade se envolver emocionalmente com o delito). Obs. Crime de tortura praticado contra brasileiro no exterior: trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da Lei 9.455?97). No Brasil, a competência para julgar será da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se enquadra, a princípio, em nenhuma das hipóteses do art. 109 da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 107397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/9/2014 (Info 549). #LINKMENTAL #ECA Não tendo sido identificado o responsável e o local em que ocorrido o ato de publicação de imagens pedófilo-pornográficas em site de relacionamento de abrangência internacional, competirá ao juízo federal que primeiro tomar conhecimento do fato apurar o suposto crime de publicação de pornografia envolvendo criança ou adolescente (art. 241-A do ECA). STJ. 3ª Seção. CC 130134-TO, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ- SE), julgado em 9/10/2013 (Info 532). 2.3. Lei penal em relação as pessoas Imunidade diplomática- É uma prerrogativa direcionada ao Estado e não ao indivíduo. A sua finalidade é garantir o fiel cumprimento das funções diplomáticas. Encontra-se regulada na Convenção de Viena de 1961, promulgada no Brasil por meio do decreto nº 56.435/65, onde nos termos do seu artigo 29 “A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá- lo-á com o devido respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade” Além disso, nos termos do artigo 30 seguintes: 20 “A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão” “O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado.” “A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição do Estado creditante” “Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e imunidades mencionados nos artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais do estado acreditado” Obs.: As sedes diplomáticas e as residências dos membros das missões diplomáticas são invioláveis, mas não são consideradas território estrangeiro. Obs. Os cônsules possuem apenas imunidade ao processo (penal ou civil) pelos atos realizados no exercício da sua função. Imunidades Parlamentares- Os membros do poder legislativo possuem prerrogativas e não garantias. As prerrogativas existem para garantir a liberdade dos congressistas ao exercerem seu cargo, por isso, elas não podem ser renunciadas, pois não pertencem a pessoa, mas ao cargo. As imunidades parlamentares podem ser formais ou material. Nos termos do artigo 53 da CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Trata-se da Imunidade MATERIAL, a qual garante ao parlamentar proteção com relação as suas opiniões, palavras e votos, para que tenham liberdade e independência no exercício das suas funções. Todavia, para o STF a imunidade material não é absoluta em toda e qualquer situação, mas apenas quando exercida dentro do Congresso Nacional, do contrário, faz-se necessário que a eventual ofensa feita pelo parlamentar tenha relação temática com o exercício do seu cargo. Ofensas feitas DENTRO do Parlamento: a imunidade seria absoluta. O parlamentar é imune mesmo que a manifestação não tenha relação direta com o exercício de seu mandato. Ofensas feitas FORAdo Parlamento: a imunidade seria relativa. Para que o parlamentar seja imune, é necessário que a manifestação feita tenha relação com o exercício do seu mandato. Por sua vez, a imunidade formal encontra-se disciplina no art. 57, §1º e 2º da CF: “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão” (imunidade formal relacionada a prisão) OBS: A aprovação pela Casa é condição necessária para a manutenção da prisão realizada, sendo feita em votação aberta. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação (imunidade formal relacionada ao processo) “São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores. A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte aos congressistas 21 (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939)” Obs. Os Vereados somente gozam de imunidade material na circunscrição do Município. As Constituições Estaduais ou as respectivas leis orgânicas dos municípios não podem estabelecer imunidades formais em relação aos vereadores, nem ampliar a imunidade material, uma vez que a competência para legislar sobre direito civil, penal e processual é privativa da União. Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente de tipicidade. #LINKMENTAL #CONSTITUCIONAL É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 1026). É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para Defensores Públicos e Procuradores do Estado.É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 Ref-MC/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/11/2020 (Info 1000). #olhaolinkmental Contagem de prazo- Dispõe o art. 10 do CP a respeito da contagem dos prazos penais: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum” Lembre-se: Ainda que o prazo PENAL inicie as 23:00h de determinado dia, este dia será o início do prazo e será computado. DIREITO PROCESSUAL PENAL MATÉRIA DO DIA 03 1.INQUÉRITO POLICIAL O QUE DEVO SABER: O nosso sistema processual é acusatório, ou seja, entre inúmeras características, ele possui a divisão de funções entre as autoridades, a de defender, acusar e julgar. O inquérito Policial é um procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, que consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação prossiga em juízo. Características: Escrito; instrumental; dispensável; sigiloso; inquisitorial; informativo; indisponível; discricionário. Flávia, as garantias da Ampla defesa e do Contraditório se aplicam ao inquérito policial? O inquérito policial é um PROCEDIMENTO administrativo e não um processo. Não existe acusado, mas investigado. Neste caso, não é garantida a ampla defesa e o contraditório. O inquérito Policial não é indispensável para a propositura da ação penal. A sua finalidade é encontrar a justa causa para dar início a ação penal, ou seja, é encontrar a materialidade e indícios de autoria. Logo, caso o MP obtenha informações do acusado, por outros meios, e que estão sejam suficientes para configurar indícios de autoria e materialidade do crime, poderá essas informações serem utilizadas 22 para sustentar a inicial acusatória, independentemente da instauração anterior de um inquérito policial. Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - De ofício; II - Mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Os elementos colhidos no inquérito processual não podem ser utilizados, isoladamente, para fundamentar uma condenação, afinal são elementos de informação, forma colhidos sem o contraditório e a ampla defesa. O valor probatório do inquérito é RELATIVO. O MP é o destinatário, em regra, do inquérito processual, não podendo o magistrado interferir nas investigações. Contudo, existe algumas providências, que dependem obrigatoriamente da autorização do juiz. São as chamadas clausulas de reserva de Plenário. O pacote Anticrime (lei nº 13.964/2019) trouxe uma grande novidade, o juiz das garantias. Esse magistrado possui competência “exclusiva “para atuar na fase de investigação, exatamente para autorizar, quando necessário, as cláusulas de reserva de plenário. A sua criação teve como finalidade garantir um juízo imparcial, que controlará a legalidade e observará se os direitos fundamentais do réu estão sendo violados. A atuação do juiz de garantias abrange todas as infrações penais, exceto crimes de menor potencial ofensivo (com penas de até dois anos) e contravenções penais. E é encerrada com o recebimento da proposta de ação penal (denúncia ou queixa). Outro magistrado vai tratar do processo após a ação penal, até a sentença. O JUIZ DAS GARANTIAS ENCONTRA-SE, NO MOMENTO, SUSPENSO.CONTUDO, COLOCAREI OS ARTIGOS CORRESPONDENTES PARA QUE VOCÊ TENHA CONHECIMENTO SOBRE. Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz