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ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 1 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 2 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 3 Eclesiologia ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 4 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica (Sistema de Catalogação Editorial) ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas 1.Teologia 2.Teologia Sistemática 3.Dogmática Teologia cristã: Suporte para grade curricular: Bacharel. São Paulo:Editora Pergunta Porque, 2021. Curso Livre Bacharelado em Teologia ISBN: 978-65-86693-10-2 IMPRESSO NO BRASIL/ PRINTED IN BRAZIL Copyright 2021, ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas 1ª. Edição: Setembro/2021 � Impressão e Produção: Editora Pergunta Porque Fabio Quintiliano de OliveiraDiagramação, Arte da Capa e Ajustes Gráficos: (11) 9 4725-3195 | fabio.qo@hotmail.com Adson BeloRevisão Teológica e Organização: Jaqueline RobertoCorreção Ortográfica: ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 5 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica (Sistema de Catalogação Editorial) ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas 1.Teologia 2.Teologia Sistemática 3.Dogmática Teologia cristã: Suporte para grade curricular: Bacharel. São Paulo:Editora Pergunta Porque, 2021. Curso Livre Bacharelado em Teologia ISBN: 978-65-86693-10-2 IMPRESSO NO BRASIL/ PRINTED IN BRAZIL Copyright 2021, ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas 1ª. Edição: Setembro/2021 � Impressão e Produção: Editora Pergunta Porque Fabio Quintiliano de OliveiraDiagramação, Arte da Capa e Ajustes Gráficos: (11) 9 4725-3195 | fabio.qo@hotmail.com Adson BeloRevisão Teológica e Organização: Jaqueline RobertoCorreção Ortográfica: Em 2008 o Ministério Pescador de Almas começou a oferecer cursos preparatórios para obreiros e mentoria de forma geral. No ano de 2013 iniciou- se o seminário de bacharelado em teologia, se formando, assim, o Instituto Teológico Pescador de Almas (ITEPA Bible College), sob a direção do Prof. Adson Belo, pastor sênior da IMAFE Ministério Pescador de Almas e idealizador do projeto #PerguntaPorque. É com muita alegria que hoje iniciaremos um novo módulo, e você faz parte de uma geração que compreende o valor das Escrituras. Por isso, o nosso sincero desejo que a cada dia o crescimento na graça e no conhecimento seja realidade em sua vida! Temos certeza de que serão dias de mergulhos profundos neste oceano que é a Palavra de Deus! Aplique-se na leitura e com certeza você terá um aproveitamento muito melhor do seu curso e será grandemente abençoado. Seja bem-vindo ao EclesiologiaVocê está recebendo o material básico do módulo de que compõe o Curso Livre de Bacharel em Teologia. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 6 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 7 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 8 Sumário Eclesiologia Introdução 11 Definição do termo Igreja 17 Figuras bíblicas da Igreja 29 A fundação da Igreja 41 A organização das Igrejas 47 Os oficiais da Igreja 53 O batismo e a ceia do Senhor 61 A missão da Igreja 81 Formas de governo da Igreja 89 Exercícios 95 Bibliografia 99 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 9 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 10 IntroduçãoIntroduçãoIntrodução ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 11 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 12 Há muitas coisas no Novo Testamento que indicam a importância da doutrina que estamos estudando agora. Por exemplo, lemos que Cristo amou a Igreja e que deu a Si mesmo por ela (Efésios 5:25; Mateus 13:45); que o propósito prin- cipal de Deus para esta era, a construção da Igreja (Mateus 16:18); que Paulo considerava seu maior pecado o de ter perseguido a Igreja (1 Coríntios 15:9; Gálatas 1:13); e que o apóstolo muito sofreu pela Igreja (Colossenses 1:24). É, portanto, apropriado estudarmos o tipo de vida organizada que Deus pla- nejou para o povo salvo, durante esta era. A Igreja está inserida no mundo cósmico, mas pertence ao mundo espiritual que abordamos acima. É preciso entender primeiro quem habita nele, ou seja, quem forma esse mundo. Podemos citar três categorias de seres espirituais: • Deus – Trindade; • Anjos e demônios; • Homem. Destes, somente o homem vive numa dimensão material, e isso, somente en- quanto estiver na carne, ou seja, neste mundo. Vejamos as palavras do Mestre a seus discípulos: Mateus 28:18: “E, aproxi- mando- se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade (poder) no céu e na terra.” Essa autoridade foi outorgada aos discípulos, pois em se- guida disse: Mateus 28:19: “portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando- os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”; - fazei homens espirituais, que estejam dispostos a viverem fora desse mundo. O Apóstolo Paulo compreendeu essa verdade e declara em Gálatas 2:20: “Já estou cruci- ficado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entre- gou a si mesmo por mim.” Paulo aceita exatamente o que Jesus tenta ensinar a Igreja no início. Ela deveria viver num mundo diferenciado, não em questões de costumes, mas sim, na realidade da fé. Ao dar ordem, “Portanto ide”, Jesus declarou uma guerra constante contra o ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 13 reino das trevas, foi o mesmo que dizer aos discípulos: “ide e atacai todas as fortalezas do inimigo, retirando de lá todos os que me pertencem por direito de sangue”. A Igreja por ser responsável pela salvação do homem, não pode ser material, pois a alma não é matéria, mas sim, espírito. Nessa condição a Igreja trava uma luta totalmente espiritual contra o reino das trevas; Efésios 6:12: “... pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.” A luta da Igreja é contra as hostes espirituais. A Igreja é um corpo vivo que se move sobre a terra por meio de seus mem- bros ativos, tendo como cabeça a pessoa de Jesus Cristo e a vida regida pelo Espírito Santo. Membro é uma parte do corpo que une duas ou mais partes, exemplo: as pernas andam, mas estão ligadas diretamente ao tronco que por sua vez, está ligado ao pescoço e este a cabeça de onde vem todos os sinais e reflexos para os demais membros. No mundo espiritual existem regras fundamentais e estas são seguidas pela Igreja, do mesmo modo que os membros do corpo, embora tenham auto- nomia, não podem fazer o que bem quiserem, por isso, suas ações são con- troladas pelo cérebro, que é comandado pela alma, que é controlado pelos princípios éticos e morais. A Igreja recebeu a unção para conduzir os homens até o Reino de Cristo onde se localiza a Igreja viva. Essa unção é permanente, pois é dada pelo Espírito Santo atuante na Igreja (corpo). A união permanente da Igreja deu-se no dia de Pentecostes, em Atos 2: “1. Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mes- mo lugar. 2. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3. E lhes apareceramumas línguas como que de fogo, que se distribuí- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 14 am, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” Nota-se que todos que estavam no cenáculo receberam da porção (unção), a Igreja estava formada, os membros colocados cada um em seu lugar, os minis- térios formados e o poder necessário para a guerra declarada derramado so- bre os discípulos (membros do CORPO VIVO). Nesse momento, eles passaram da esfera terrena à esfera espiritual, não eram mais os mesmos, e já não se importavam com as coisas terrenas: Atos 2:45: “E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um.” A Igreja (Corpo Vivo) começava a andar no mundo, seu poder era manifestado em todos os lugares, um novo mundo estava se formando com a chegada do Espírito Santo – era o mundo espiritual, onde a Igreja como organismo vivo se movia e se move formando verdadeiras multidões de células vivas que se reproduzem diariamente. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 15 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 16 Defi nição do termo Igreja ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 17 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 18 DEFINIÇÃO DO TERMO IGREJA Eclesiologia é o estudo da igreja em sua natureza, ordenanças, ministério, missão e governo. Desde que a igreja é o corpo divinamente constituído, atra- vés do qual o evangelho é pregado e os crentes são instruídos, o estudo cui- dadoso e uma compreensão clara sobre ela são evidentemente importantes. O melhor ponto para começar tal estudo é mediante definições. O significado básico do termo “Igreja” A igreja é um aspecto da doutrina cristã sobre o qual praticamente todos, crentes e descrentes, têm uma opinião. Em partes é, porque sendo uma insti- tuição da sociedade, a igreja pode ser observada e estudada pelos métodos da ciência social. Isso, porém, nos apresenta um dilema. Podemos ser tentados a definir a igreja pelo que é empiricamente. Tal abordagem, no entanto, poderia confundir o real com o ideal e, por mais interessante que seja, tal abordagem deve ser evitada. O significado do termo igreja destaca-se melhor quando estudado no contexto grego e veterotestamentário. No grego clássico, a pa- lavra grega usada no Novo Testamento para designar a igreja (ekklésia), referia-se sim- plesmente a uma assembleia dos cidadãos de uma localidade. O equivalente mais próximo do Antigo Testamento (qãhãl) não é tanto uma especificação dos membros de uma assembleia, mas uma designação do ato de se reunirem. Em Mateus 16:18 temos a menção do termo “Igreja” pela primeira vez na Bíblia. Ela é a tradução do grego “ekklésia”, que no sentido comum e linguístico gre- go, significa chamado, convocado, reunido, como no caso de uma reunião ou assembleia de pessoas reunidas. O termo é derivado de duas palavras gregas, o prefixo ek (ekklésia) indica no grego que o povo reunido era composto de cidadãos livres e não a massa co- mum do povo. Um exemplo disso vemos em Atos 19:39. A palavra ajuntamento é no original “ekklésia”. E, legítimo que a precede, significa de acordo com a lei, legal. Não era qualquer um que fazia parte de uma ekklésia. “Klésia” é um substantivo originado do verbo kalein, significando “chamar”, ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 19 convocar, reunir pessoas para um determinado fim. Originalmente, “os chamados para fora” constituíam o grupo de legisladores da república grega, convocados de suas comunidades para tratarem de assun- tos de interesse público. Quando nos referimos a uma sessão da Assembleia Estadual, estamos usando a palavra “assembleia” exatamente como os gregos empregavam ekklésia. A palavra grega ekklésia, literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação. No Novo Testamento, o termo designa principalmente o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Efésios 2:19), com o propósito de adorar a Deus. Nos tempos do Novo Testamento, quando Jesus aplicou a palavra ekklesia para designar o corpo que Ele iria formar, Ele tomou de empréstimo seu sen- tido pelo menos de duas fontes: • O uso judeu da palavra congregação de Israel; e • O emprego da palavra grega para referir-se a uma reunião de pessoas como um corpo constituído e organizado. O uso judaico de ekklésia traduz geralmente o termo hebraico qãhãl que era a palavra do Antigo Testamento para a congregação de Israel no deserto. O termo aplicado a Israel não significa que ele é a Igreja, uma vez que aquele povo era formado somente da descendência de Abraão, ao passo que a Igreja do Senhor é chamada dentre todas as nações e todos os povos, contanto que sejam pessoas nascidas de novo através do Espírito Santo. Quando Jesus disse: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18), Ele não deu ênfase à palavra igreja, mas à palavra “minha”. A igreja é única, não por ser chamada igreja, mas sim por ser a assembleia dos crentes que pertencem a Jesus, que constituem o seu corpo. Quando um articulista apresenta duas igrejas, a do arrebatamento e a igreja que fica, na realidade ele ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 20 tem razão em assim afirmar. Outrossim, seria bom que o mesmo explicasse que a igreja que fica não faz parte da ekklésia convocada por Jesus e sim que por outros interesses foi formada. Exemplos de igreja local • Um grupo de crentes reunidos numa casa (Rm 16:5; Fm v.2); • Os crentes de uma determinada cidade ou localidade (1 Co 1:2; 1 Ts 1:1); • Os crentes de uma província, região, país ou continente (1 Ts 2:14; Gl 1:2); • A casa de oração ou templo aonde se reúne a igreja é também chama- da igreja. Daí falarmos em torre da igreja, dimensões da igreja, inaugu- ração da igreja etc; • Os distintos ramos do cristianismo são também chamados de igrejas. Daí dizer-se Igreja Assembleia de Deus, Igreja Batista, Igreja Presbite- riana, etc; • Grupo dos que professam ser crentes em qualquer lugar. Assim, lemos acerca da igreja em: Jerusalém (At 8.1:11-22); Antioquia (At 13:1); Éfeso (At 20:17); e das igrejas da Ásia (Ap 1:4) etc. As igrejas locais em conjunto deveriam ser uma réplica fiel da Igreja verdadei- ra, a Igreja universal; a maioria delas falha neste aspecto de maneira triste. A Palavra usada para igreja universal: • O fato desta palavra ser usada no sentido universal é provado por Cristo ter falado de construir Sua “Igreja” (1 Co 15:9; Gl 1:13; Fp 3:6; At 8:3); • Por estar escrito que Cristo amou a “Igreja” e a Si mesmo entregou por ela (Ef 5:25); • Por nosso Senhor estar purificando e santificando “a Igreja” (Ef 5:26-27); ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 21 • Por ser Ele o cabeça da “Igreja” (Ef 1:22; 5:23; Cl 1:18); • Por Ele ter estabelecido apóstolos, profetas, mestres, etc., na “Igreja” (1 Co 12:28); • E por ser a assembleia universal dos crentes desta era chamada de“i- greja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12:23). Em todas essas passagens, é usada a palavra grega ekklésia. Por si mesma, essa palavra quer dizer simplesmente um grupo de pessoas convocadas, como em uma assembleia de cidadãos em um estado de governo autônomo; mas o Novo Testamento a encheu com um conteúdo espiritual, de maneira que passa a significar um povo chamado para deixar o mundo e as coisas pecaminosas e viver uma vida consagrada a Deus. A unidade da igreja As palavrasde Jesus trazem uma visão panorâmica a respeito da unidade mui- to mais densa, mais profunda, que transcende as definições a que estamos acostumados, quer sejam teológicas, filosóficas, ou mesmo do próprio dicio- nário de língua portuguesa. Observe que, na perspectiva de Jesus a unidade está relacionada à pessoa e a reciprocidade: “como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti”. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” João 1:1-3 A unidade cristã está associada ao SER e ao ESTAR. Veja as palavras de Jesus: “a fim de que sejam um”. A prática da unidade quando não tem seu início a partir da pessoa em si não passa de mera conveniência, a unidade não se inicia no lugar ou no interesse que esteja envolvido, Jesus afirmou por duas vezes que tinha prazer em estar com os discípulos. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 22 Após orar para que sejam um, Jesus diz: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comi- go os que me deste” João 17:24 E ainda: “...voltarei, e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu es- tou estejais vós também.” João 14:3 A unidade cristã se revela no prazer de estar com a pessoa, muito mais do que os lugares que essa pessoa possa me proporcionar. Jesus disse que esses discípulos, cada um com seu temperamento, seus defeitos, suas limitações, estiveram com ele nas tentações: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tenta- ções” Lucas 22;28 Por mais simples que seja a expressão de Tomé, quando os discípulos estavam a caminho de Betânia, há algo que devemos considerar: “Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos discípulos: Vamos tam- bém nós para morrermos com ele.” João 11;16 Nisso aprendemos uma lição básica a respeito da personalidade de Tomé; tal- vez não seja visto como um discípulo de grandes revelações e grandes ini- ciativas, como Pedro foi. Talvez não tenha sido um discípulo de visão como André, que mesmo contra as evidências naturais andou entre a multidão e levou a Jesus um moço com cinco pães e dois peixes, Tomé não aparece entre os três principais, não tem a tesouraria sob sua responsabilidade ou algum barco à disposição do colégio apostólico, ele simplesmente vive a unidade! Vamos também nós para morrer com ele! Tudo o que Tomé compreende na morte de Lázaro, é que o amigo de Jesus, hospedeiro dos discípulos, irmão de Marta e Maria morreu. Ainda não ficou claro para Tomé o que Jesus vai fazer em Betânia, mas, ele diz: “Vamos nós também para morrermos com ele.” ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 23 Hipérbole ou não, ou um mero hebraismo segundo alguns, fazendo alusão a participar do luto da casa, consideremos essa expressão: Vamos nós também! Pois revela a prática da unidade. Penso que precisamos ter revelações e manifestações de fé como Pedro, mas, os líderes da igreja brasileira clamam, suspiram, por liderados dispostos a viver unidade como o jovem Tomé. A revelação esclarece, traz soluções, har- moniza, a manifestação da fé produz sinais, mas, são apenas manifestações, e por mais expressivas que sejam, são apenas momentâneas, enquanto a unida- de se vive diariamente. Pedro quando teve a revelação de Cristo disse: “Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Mateus 16:16 Pedro em meio a tempestade disse: “Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” Mateus 14:28 O jovem Tomé disse: “Vamos nós também!” A primeira característica da unidade está ligada ao Ser, depois ao Estar, no sentido de dividir o mesmo ambiente e as mesmas experiências do ambiente, a exemplo da casa hospedeira em Betânia, estiveram ali nos grandes banquetes, estariam ali no momento do luto. Partimos então para a terceira característica da unidade; seu poder de criação. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele” João 1:3 “Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim: crede ao menos por causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pe- dirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” João 14:11-13 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 24 “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem e seme- lhança” Gênesis 1:26 O homem foi criado em unidade, e nas palavras de Jesus fica claro que dois níveis de obras somente serão efetuados por nós através da unidade: I. “as obras que eu faço” II. “obras maiores” * A unidade de cento e vinte homens no cenáculo, perseverando em oração preparou o ambiente para o dia de Pentecostes; * A unidade de Davi e Jônatas trouxe livramento a Davi em tempos de perseguição; * A unidade dos quatro amigos: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, trouxe revelação de Deus e promoção a esses quatro jovens; * A unidade da fé entre Josué e Calebe deu-lhes o direito à herança em Canaã; * A unidade de Josué a Moisés fez-lhe sucessor de Moisés. Não há su- cessão legítima no ministério sem que antes haja uma trajetória de uni- dade; * A unidade de Rute a Noemi lhe conectou a linhagem de Cristo; * A unidade de Jônatas e Aimáas prestou um grande serviço ao rei Davi, quando fugia de Absalão; * A unidade de Ageu e Zacarias trouxe um reavivamento a um povo dis- perso e indiferente ao templo do Senhor; * A unidade de Paulo e Silas no Espírito e em adoração, no interior de um cárcere em Filipos, provocou um terremoto e cadeias se quebraram. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 25 A unidade quebra cadeias! “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; aí, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Tam- bém, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão: o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.” Eclesiastes 4;9-12 A unidade da igreja com Cristo é seu maior segredo para vencer os desertos da vida. É possível que enquanto você lê esse simples devocional esteja se questionando como vencer, como romper, como encontrar a saída de algum deserto que possa estar atravessando, guarde essa chave de unidade em seu coração: “Que é isso que sobe do deserto, como colunas de fumo, perfu- mado de mirra e de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do mercador? É a liteira de Salomão; sessenta valentes estão ao redor dela, dos valentes de Israel. Todos sabem manejar a espada e são destros na guerra; cada um leva a espada à cinta, por causa dos temores noturnos.” Cantares 3;6-8 Na poesia hebraica o rei e seus companheiros vêm atravessando o deserto em direção ao Líbano, levantando nuvens de poeira. Uma alegoria incrível da trajetória de um obreiro: I. Poeira do deserto; representando o desgaste das longas jornadas; II. Mirra e incenso aromático: sacrifício e uma vida de constante oração; III. Espada à cinta; o manejo da palavra e o preparo para a obra do santo ministério; ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 26 IV. Sessenta valentes ao redor dela: Aqui reside o segredo de um obreiro vencedor; a consciência que não pode deixar sua formação no meio da travessia. Nisso a palavra “unidade” é algo militar. Na linguagem militar “unidade” é um corpo de tropas com incumbência e manobras próprias. Você faz parte de uma unidade real, que está atravessando um deserto, mas, está a caminho de um casamento, veja: “Saí, ó filhas de Sião, e contemplai ao rei Salomão com a coroa com que suamãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do seu coração.” Cantares 3;11 “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado?” Cantares 8;5 A igreja de Cristo tem consciência que não entra em desertos sozinha, e o deserto não a afasta de Cristo, antes faz com que a relação se torne mais es- treita, mais íntima, mais próxima. O segredo para resistir os desertos da vida cristã, como igreja é; estar encostada ao seu amado. Unidade! ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 27 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 28 Figuras Bíblicas da Igreja ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 29 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 30 FIGURAS BÍBLICAS DA IGREJA A seguir precisamos indagar a respeito das qualidades ou características da verdadeira igreja. Vamos abordar este tópico examinando algumas das figuras que Paulo usou para a Igreja. Apesar de haver grande número de figuras, exa- minaremos as principais delas. A Igreja como povo de Deus Paulo escreveu sobre a decisão divina de fazer dos crentes seu povo: Ele pró- prio [Deus] disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (2 Co 6.16). A igreja é constituída do povo de Deus. Ela pertence a ele e Ele pertence a ela. O conceito da igreja como povo de Deus destaca a iniciativa de Deus na es- colha das pessoas. No Antigo Testamento, ele não adotou para si uma nação existente, mas na realidade criou um povo para si. Ele escolheu Abraão e, depois, por meio dele, fez surgir o povo de Israel. No Novo Testamento, esse conceito de Deus escolhendo um povo é alargado, passando a incluir tan- to judeus como gentios na igreja. Assim, Paulo escreve aos tessalonicenses: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela san- tificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Ts 2.13,14; veja tb. 1 Ts 1.4). Entre os textos do Antigo Testamento em que Israel é identificado como povo de Deus estão Êxodo 15.13, 16; Números 14.8; Deuteronômio 32.9,10; Isaías; Jeremias 12.7-10 e Oséias 1.9,10; 2.23. Em Romanos 9.24-26, Paulo aplica as declarações de Oséias ao ato de Deus tomar os gentios juntamente com os judeus: Deus “também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios”. Assim como também diz em Oséias: “Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 31 serão chamados filhos do Deus vivo”. O conceito de Israel e a igreja como povo de Deus contém algumas implica- ções. Deus se orgulha deles. Ele provê cuidado e proteção a seu povo; ele o mantém “como a menina dos olhos” (Dt 32.10). Por fim, ele espera que seja seu povo sem reservas e fidelidade total. A exigência de exclusividade da parte de Jeová em relação a seu povo é ilustrada pela história de Oséias que exige exclusividade de sua esposa infiel, Gômer. É como se todo o povo de Deus tivesse recebido uma marca especial. No Antigo Testamento, a circuncisão era a prova de propriedade divina. Ela era exigida de todas as crianças de sexo masculino do povo de Israel, bem como dos convertidos ou dos prosélitos de sexo masculino. Era um sinal externo da aliança que os tornara povo de Deus. Também era um sinal subjetivo da aliança, uma vez que era aplicado indivi- dualmente a cada pessoa, enquanto a arca servia como sinal objetivo para o grupo como um todo. Em lugar dessa circuncisão externa da carne, encontrada na administração da antiga aliança, encontramos sob a nova aliança uma circuncisão interna do coração. Paulo escreveu: “Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra” (Rm 2.29, veja tb. Fp 3.3). Embora no Antigo Testamento, ou sob a antiga aliança, o povo de Deus fosse a nação de Israel, no Novo Testamento a inclusão no povo de Deus não era baseada em identidade nacional: “Nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (Rm 9.6). É a inclusão na aliança de Deus que distingue o povo de Deus; tal povo é formado de todos os que “chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios” (v. 24). Para Israel, a aliança era a aliança de Abraão; para a igreja, é a nova aliança forjada e estabelecida por Cristo (2 Co 3.3-18). Espera-se do povo de Deus uma qualidade especial de santidade. Deus sem- pre esperou que Israel fosse puro e santificado. Como noiva de Cristo, a igreja também precisa ser santa: “Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25b-27). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 32 A Igreja como corpo de Cristo Talvez a figura mais extensa da igreja seja sua representação como o corpo de Cristo. Essa figura salienta que a igreja é agora o centro da atividade de Cristo, assim como seu corpo físico a centralizava durante seu ministério ter- reno. A imagem é usada tanto para a igreja universal (Ef 1.22,23) como para congregações locais (1 Co 12.27). A figura do corpo de Cristo também salienta a ligação da igreja, como um grupo de crentes, com Cristo. A salvação, em toda sua complexidade, é em grande parte uma consequência da união com Cristo. Cristo no crente é a base da fé e da esperança. Paulo escreve: “Aos quais [santos] Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1.27; veja tb. Gl 2.20). A figura da igreja como corpo de Cristo comporta vários aspectos: • Cristo é a cabeça desse corpo (Cl 1.18) do qual os crentes, como indi- víduos, são membros ou partes. Todas as coisas foram criadas nele, por ele e para ele (Cl 1.16). Ele é o princípio, o primogênito (v. 15). “*Serão convergidas+ em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dis- pensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10, NVI). Os crentes, unidos a ele, estão sendo alimentados por meio dele, a cabeça a que estão ligados (Cl 2.19). Sendo a cabeça do corpo (Cl 1.18), ele também governa a igreja: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade” (Cl 2.9,10). Cristo é o Senhor da igreja. Ela deve ser guiada e controlada por suas orientações e atividade. • A figura do corpo de Cristo também fala da ligação mútua entre todas as pessoas que compõem a igreja. Não existe algo como uma vida cristã isolada, solitária. Em 1 Coríntios 12, Paulo desenvolve o conceito da interligação do corpo, especialmente com respeito aos dons do Espírito. Aqui, ele salienta a dependência de cada crente em relação a todos os outros. Existe, nesse entendimento do corpo, uma mutualidade; cada crente encoraja e edifica os outros. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 33 Em Efésios 4.11-16, Paulo desenvolve essa ideia do valor da contribuição de cada um para os outros. Deve haver uma pureza do todo. Membros do corpo devem levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2) e restaurar os que são encontrados em pecado (v. 1). Em alguns casos, como aqui, lidar com membros em pecado pode significar restauração terna. Às vezes, pode significar afastar da comunhão os quea estão maculando. Ou seja, na realidade, pode implicar exclusão ou excomunhão. Em Mateus 18.8,17, Jesus falou dessa possibilidade, assim como o fez Paulo em Romanos 16.17 e 1 Coríntios 5.12,13. • O corpo deve ser caracterizado pela comunhão genuína. Isso não sig- nifica meras relações sociais, mas um sentimento de intimidade e uma compreensão mútua. Deve haver empatia e encorajamento (edificação). O que é experimentado por um é experimentado por todos. Assim, Pau- lo escreve: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” (1 Co 12.26). A igreja no livro de Atos chegou a dividir bens materiais uns com osoutros. • O corpo deve ser unido. Os membros da igreja de Corinto estavam divididos quanto aos líderes religiosos a que deviam seguir (l Co 1.10-17; 3.1-9). Haviam formado divisões ou facções que se evidenciavam demais nas reuniões da igreja (l Co 11.17-19). Isso, porém, não deveria ocorrer, pois todos os crentes são batizados no corpo pelo mesmo Espírito (l Co 12.12,13; veja tb. Ef 4.4-6). • Sendo o corpo de Cristo, a igreja é a extensão de seu ministério. Não devemos levar essa ideia longe demais, entendendo que a igreja seja uma encarnação literal de Cristo, pois o resultado seria um virtual pan- teísmo. Antes, devemos olhar para a Grande Comissão de Cristo. Tendo mencionado que toda autoridade no céu e na terra havia sido dada a ele (Mt 28.18), Jesus enviou seus discípulos para evangelizar, batizar e ensinar, prometendo-lhes que sempre estaria com eles, até o final dos tempos (v. 19,20). Cristo lhes disse que deveriam prosseguir com seu trabalho e que o fariam em grau assombroso (Jo 14.12). A obra de Cristo, portanto, sendo feita por todos, será feita pelo seu corpo, a igreja. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 34 A Igreja como templo do Espírito Santo Completando o conceito trinitário da igreja, segundo a perspectiva de Paulo, há a figura da igreja como o templo do Espírito. É o Espírito que fez surgir a igreja. Essa obra impressionante do Espírito ocorreu a partir do primeiro con- vertido a Cristo, alcançado pelo Espírito Santo. E o Espírito continua trazendo pessoas para a igreja: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (l Co 12.13). É importante observar que o Espírito Santo é quem introduz o crente no corpo de Cristo, a Igreja, formando um corpo. A igreja é agora habitada pelo Espírito, tanto no aspecto individual como no coletivo. Paulo escreve aos coríntios: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Co 3.16,17). Em outra passagem ele descreve os crentes como “santuário dedicado ao Senhor para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2.21,22). Habitando na igreja, o Espírito Santo partilha com ela sua vida. Aquelas qua- lidades próprias de sua natureza e “ fruto do Espírito” serão encontradas na igreja: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Cl 5.22,23). A presença de tais qualidades são indicações da atividade do Espírito Santo e, portanto, em certo sentido, da genuinidade da igreja. É o Espírito Santo que transmite o poder para a igreja, como Jesus indicou em Atos 1.8. Por causa da vinda iminente do Espírito com poder, Jesus pôde dar aos discípulos a promessa incrível de que fariam obras maiores que as dele (Jo 14.12). Assim, Jesus lhes disse: “Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” Jo 16.7). É o Espírito que faz tudo o que é necessário para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (v. 8). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 35 O Espírito, sendo um, também produz unidade no corpo. Isso não significa uniformidade, mas uma unanimidade em propósito e em ação. Da igreja primi- tiva, diz-se que “era um o coração e a alma” (At 4.32). As pessoas chegavam a partilhar todos os bens materiais (2.44,45; 4.32, 34,35). O Espírito havia cria- do nelas uma consciência maior de participação no grupo que de identidade individual e, portanto, elas consideravam suas posses não “minhas” e “suas”, mas“nossas”. O Espírito Santo, habitando na igreja, também cria uma sensibilidade à li- derança do Senhor. Jesus havia prometido continuar com os discípulos (M t 28.20; Jo 14.18, 23). Mas ele também disse que precisava partir para que o Espírito Santo pudesse vir (Jo 16.7). Concluímos que a habitação do Espírito é o meio de Jesus estar presente conosco. Assim, Paulo escreveu: “Vós, porém não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça” (Rm 8.9,10). Paulo usa indiscriminada- mente as ideias de Cristo estar em nós e do Espírito habitar em nós. Quando o Espírito habitasse nos discípulos de Jesus, ele lhes traria à lem- brança os ensinamentos do Senhor (Jo 14.26) e os guiaria a toda verdade (Jo 16.13). Essa obra do Espírito foi ilustrada de forma impressionante no caso de Pedro. Em uma visão, Pedro recebeu a ordem de matar e comer certos animais impuros que foram descidos à terra em algo que parecia um grande lençol (At 10.11-13). A primeira resposta de Pedro foi: “De modo nenhum, Senhor!” (v. 14), pois estava bem consciente da proibição de comer animais impuros. Pedro logo percebeu, porém, que a essência da mensagem da visão não era que ele devia comer animais impuros, mas que devia levar o evangelho aos gentios bem como aos judeus (v. 17- 48). O Espírito que habitava nele fez com que Pedro tomasse consciência de que o Senhor o estava conduzindo aos gentios e fez com que ele se dispusesse a obedecer. O Espírito Santo faz com que os crentes firmes em seus caminhos sejam aten- tos e obedientes à liderança do Senhor. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 36 O Espírito também é, em certo sentido, o soberano da igreja, pois é ele quem equipa o corpo, dispensando os dons que, em alguns casos são pessoas para preencher vários ofícios e, em outros, são habilidades especiais. Ele decide quando um dom será concedido e a quem ele será conferido (1 Co 12.11). Finalmente, o Espírito Santo torna a igreja santa e pura. Pois assim como o templo era um lugar santo e puro sob a antiga aliança porque Deus nele habi- tava, assim também os crentes são santificados sob a nova aliança porque são o templo do Espírito Santo (1Co 6.19,20). A Igreja como um edifício de Deus Vejamos algumas características de um edifício material, representando ver- dades mais profundas do edifício espiritual de Deus – a Igreja: O alicerce do edifício. (1 Co 3.9-11). Muitos edifícios têm ruído, o exame pericial revela falhas na fundação. Ora material inferior, ora é a mão de obra; ora é a planta em que houve falha de cálculo. Tudo isso fornece lições espirituais a respeito da Igreja quando con- sideramos que o seu alicerce é nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo é a pedra fundamental desse edifício Mt 16.18. A estrutura do edifício. (1 Co 3.10). Um prédio não pode ser construído de maneira imprevista ou casual. Ele obe- dece a um plano traçado que pode ser o de um simples e humilde prédio até a um arranha-céu. Uma vez que o alicerce da igreja é ilimitado, ela pode crescer sem parar, mas à medida que ela cresce, precisa cuidar da sua estrutura para que esta apresente aos olhos de Deus simetria, ordem, equilíbrio, beleza e perfeição e, assim, receba a aprovação dEle nodia do seu acabamento e ins- peção. A planta da construção do edifício. (Hb 8.5). Essa planta é a palavra de Deus. É através dela que as almas se salvam e são edificadas na fé cristã. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 37 Veja a planta da Igreja em 2 Tm 1.13; 1 Pe 4.11; 1 Co 4.6. O construtor do edifício. (Ef 2.22; 4.4) O supremo construtor é o Espírito que dirige a Igreja, mas Ele a edifica através de homens chamados para isso. Os materiais da construção. (1 Co 3.12). Vemos nesta passagem a menção de seis materiais de construção. Três mate- riais são bons, são aprovados por Deus. Três outros não servem. Ei-los: 1. Ouro. Representa duas coisas: a. A glória de Deus (comparar as expressões bíblicas “querubins de ouro”, e “querubins de glória”, em Êx 37.7 – Hb 9.5). Então, trabalhar com ouro na edificação da Igreja é trabalhar para a glória de Deus, em tudo o que fizermos para Ele (1 Co 10.31). Ouro é o trabalho feito exclusiva- mente para glória de Deus. b. A fé em Deus (1 Pe 1.7 – Ap 3.18). A fé é o único elemento denominado santíssimo no Novo Testamento (Jd 20). É trabalhar sempre na depen- dência de Deus pela fé, sem jamais confiar em nossa própria capacidade. 2. Prata. Isso fala da redenção da alma mediante a expiação (Êx 30.11-15). Trabalhar com prata é empenhar prioritariamente nossos dons, tempo, na salvação dos perdidos. 3. Pedras Preciosas. Representam as doutrinas da Palavra de Deus. (Comparar Êx 28.17- 20,30 + Sl 119.130 + 2 Pe 1.19). Vejamos na simbologia bíblica o que representam estes três materiais impres- táveis: 1. Madeira. Representa a humanidade. A madeira vive da terra e tem duração limitada. (Sl 1.3; Lc 21.29). 2. Feno. É capim. É comida de animais (Dn 4.25,32,33). Trabalhar com ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 38 feno é alimentar a natureza carnal do homem natural, ou do crente car- nal. 3. Palha. É a casca vazia, sem grão. Representa a hipocrisia, inclusive quanto a falsos ensinamentos; mero ritualismo sem vida, meros precei- tos humanos destituídos de poder divino. (Sl 1.4). A Igreja como noiva de Cristo (2 Co 11.2,3; Ef 5.24,31,32; Ap 19.7) Como noiva de Cristo, a Igreja está desposada com Ele; como tal, ela deve ser fiel a Cristo (Tg 4.4), prepara-se para a cerimônia das bodas (Ap 19.7,8); como tal, também, vai um dia ser a esposa de Cristo (Jo 3.29; Ap 19.7) e reinar com Ele (Ap 19.6-20). A Igreja como ministério (gr. diakonia) espiritual Ela ministra por meios de dons (gr. charismata) outorgados pelo Espírito San- to (Rm 12.6; 1 Co 1.7); A Igreja como comunhão espiritual (gr. koinonia) (2 Co 13.14) Isto inclui a habitação nela do Espírito Santo ( Lc 11.13; Jo 7.37-39), a unidade do Espírito (Ef 4.4) e o batismo com o Espírito (At 1.5). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35). A Igreja como um exército engajado num conflito espiritual Batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef 6.17). Seu combate é espi- ritual, contra Satanás e o pecado. O Espírito está na Igreja e a enche, é guer- reiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18 Hb 4.12); A Igreja como a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15) Funcionando, assim, como alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpa- dores e os falsos mestres. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 39 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 40 A Fundação da Igreja ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 41 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 42 A FUNDAÇÃO DA IGREJA A época da sua fundação Alguns afirmam que a Igreja é nada mais que a “Israel espiritual” do Novo Testamento, isto é, a continuação da Israel do Velho Testamento, creem ne- cessariamente que a Igreja começou nos tempos do Velho Testamento. Há os que afirmam que ela começou com João Batista. Ele foi o apóstolo de uma nova dispensação, e, portanto, a Igreja começou com ele. Kramer afirma que “a igreja cristã” começou quando os doze apóstolos foram enviados. Alguns afirmam que ela começou com Cristo. Todavia, as palavras do próprio Cristo demonstram que essas posições não são bíblicas. Ele declarou em Cesaréia de Filipe, quando da ocasião de Sua quarta e última retirada da Galileia, que a igreja ainda estava no futuro. “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). A Palavra ensina que a Igreja foi fundada no Dia de Pentecostes (At 2). Mais recentemente, alguns passaram a ensinar que ela começou quando Paulo disse em Antioquia da Pisídia: “eis que nos voltemos para os gentios” (At 13.45-49). A falsidade destas diversas teo- rias tornar-se-á evidente quando considerarmos o ensinamento bíblico sobre este assunto. Muitas coisas provam que a Igreja foi fundada no dia de Pentecostes (At 2). Lemos que havia 120 aguardando a promessa do Espírito quando o dia de Pen- tecostes chegou. Esses primeiros 120 foram os primeiros a serem batizados com o Espírito, e foram oficializados como membros fundadores da igreja de Jerusalém. Em resposta à pregação de Pedro e dos outros apóstolos, quase 3.000 “receberam a palavra”, foram batizados, e acrescentados a eles naque- le dia” (At 2.14,41). Pouco mais tarde, esta igreja local havia aumentado para 5.000 (At 4.4). Fica claro por essas passagens que os crentes agiam como uma unidade incorporada. Tinham um padrão doutrinário definido (At 2.42), tinham comunhão uns com os outros como crentes: observavam as ordenanças do batismo e da Ceia. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 43 Sobre quem ou o que é a Igreja fundada A igreja católica romana, com base em Mt 16.18, ensina que Pedro é a “pedra” sobre a qual a Igreja é edificada. Entretanto, está equivocada quanto a inter- pretação, o significado real desta passagem é que Cristo edificará a sua Igreja sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os demais discípulos, isto é, que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16; At 3.13-26). Neste texto, Jesus emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo de “Pedro” (gr. petros, que significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: “sobre esta pedra (gr. petra, que significa uma grande rocha maciça ou rochedo) edificarei a minha igreja”, isto é, sobre a confissão feita por Pedro. Não há dúvida de que se trata da pessoa de Jesus Cristo que é a pedra, isto é, o único e grande alicerce da Igreja (1 Co 3.11). Pedro declara que Jesus é a “pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores reprovaram” (1 Pe 2.4,6,7; At 4.11). Pedro e os demais discípulos são “pedras vivas”, como parte da estrutura da casa espiritual (a igreja) que Deus está edificando (1 Pe 2.5). Em lugar nenhum as Escrituras declaram que Pedro seria a autoridade supre- ma e infalível sobre todos os demais discípulos (cf. At 15; Gl 2.11). Nem está dito, também, na Bíblia que Pedro teria sucessores infalíveis, representantes de Cristo e cabeças da Igreja. A maneira da fundação A Igreja não foi organizada pelo homem, mas teve sua origem em Deus. Em Hb 12.23, esta Igreja é chamada de “igreja dos primogênitos” (prototokon, sendo plural). Isto é, o novo nascimento é a primeira condição na fundação desta Igreja. A segunda é o batismo no “corpo de Cristo” produzido pelo Espírito: “Pois, todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres. e todos temos bebido de um Espírito” (1Co 12.13). Características da Igreja no NovoTestamento 1. A Igreja, embora seja um organismo, como organização, é o agrupa- mento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 44 que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5). 2. Mediante o poderoso testemunho da Igreja os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à Igreja; parti- cipam da ceia do Senhor e esperam a volta de Jesus (At 2.41,42; 4.33). 3. O batismo com o Espírito Santo será pregado e concedido aos novos crentes e sua presença e poder se manifestarão (At 2.39). A promessa do batismo com o Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecostes, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: “a vós - ouvintes de Pedro; “a vossos filhos” - à geração seguinte; “à todos os que estão longe” - à terceira e às subse- quentes. 4. O batismo com o Espírito Santo não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecostes (cf. At 2.38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. 5. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, espe- rar e experimentar o mesmo batismo com o Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do Novo Testamento (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). 6. Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4- 11). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 45 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 46 A OrganizaçãoA Organização das Igrejas ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 47 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 48 A ORGANIZAÇÃO DAS IGREJAS O fato da organização Tem havido indivíduos e até grupos de crentes que têm ensinado que as Escri- turas não dão apoio para nossas igrejas organizadas dos dias de hoje. Entretanto diversas coisas demonstram que deve ter havido uma organização simples mesmo na Igreja de Jerusalém. Eis algumas dentre outras: 1. Os crentes aderiam um padrão doutrinário definido (At 2.42); 2. Reuniam-se para comunhão espiritual (At 2.42); 3. Uniam-se em orações (ibid.); 4. Praticavam o batismo (At 2.41); 5. Observavam a ceia do Senhor ((At 2.42,46); 6. Mantinham registro do número de membros (At 2.14,41; 4.4); 7. Reuniam-se para o culto público (At 2.46); 8. Providenciavam ajuda material para os necessitados dentre eles (At 2.44,45); 9. Os apóstolos eram os ministros nesta Igreja, mas logo acrescentaram os sete varões de Atos 6.1-7 para cuidar de ministrar aos pobres. Como acabamos de ver, todos esses fatores indicam princípios de organização na Igreja de Jerusalém. Tinham oficiais eclesiásticos Há, além do exemplo da primeira Igreja, muitas outras indicações de que as Escrituras ensinam que é próprio e necessário organizar grupos locais de cren- tes em igrejas. Paulo, ao voltar pelo mesmo caminho que tomara até Derbe em sua primeira viagem, promoveu-lhes “em cada igreja a eleição de presbíteros” ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 49 (At 14.23). A igreja de Jerusalém nomeou diáconos para cuidar das necessida- des das pessoas. Na Igreja de Éfeso havia “presbíteros” (At 20.17), na Igreja de Antioquia “profetas e mestres” (At 13.1), e na Igreja de Filipos, “bispos e diáconos” (Fp1.1). Tinham hora estabelecida para suas reuniões Temos informação de que os discípulos se reuniam no “primeiro dia da se- mana”, logo depois da ressurreição de Cristo (Jo 20.19,26). Em sua carta aos Coríntios, Paulo recomendava a seus leitores que, no primeiro dia da semana, separassem parte do que o Senhor lhes concedesse (1 Co 16.2). Isto é, no dia em que a coleta ia ser tirada. E na última jornada de Paulo a Jerusalém, ele para em Trôade e se reúne com os discípulos no primeiro dia da semana (At 20.7). Regulamentavam o decoro na Igreja Eles regulamentavam o decoro na igreja (1 Co 14.34) e exerciam disciplina ecle- siástica. Jesus havia dado instruções para que, no caso do crente que se recu- sasse a dar ouvidos a uma admoestação em particular, a disputa fosse levada à igreja para disciplina (Mt 18.17). Paulo pede aos Coríntios que definitivamen- te exerçam a disciplina eclesiástica (1 Co 5.13). Em 3 Jo 10, lemos que Diótrefes agiu de modo arbitrário quando tratava da disciplina da igreja. Levantavam dinheiro para a obra do Senhor Escrevendo de Éfeso à Igreja de Corinto, Paulo diz que já deu ordens às igrejas da Galácia, e então dá-lhes instruções para contribuir para a coleta para os santos (1 Co 16.1,2). Devem dar sistematicamente (no primeiro dia da semana), proporcionalmente (na medida do que receberem), e com um propósito (para os santos). Em sua Segunda epístola aos Coríntios, ele insta com eles para que deem liberadamente (2 Co 8.7-9) e com alegria (2 Co 9.7). Ele elogia as igrejas da Macedônia por sua grande liberalidade a este respeito (2 Co 8.1-5), e insta com a igreja de Corinto para seguir o exemplo delas. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 50 Mandavam cartas de recomendação a outras Igrejas Isto se deu quando Apolo deixou Éfeso e se dirigiu a Corinto (At 18.24-28). Está subentendido também na pergunta sarcástica de Paulo quanto a se deveria levar carta de recomendação quando voltasse a Corinto (2 Co 3.1). Rm 16.1,2 é provavelmente uma amostra desse tipo de carta com relação a ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 51 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 52 Os Ofi ciais da Igreja ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 53 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 54 OS OFICIAIS DA IGREJA Havia pelo menos três cargos diferentes nas igrejas primitivas Pastor, Presbítero e Bispo Estes três termos denotam um único cargo no Novo Testamento. At 20.17,28 diz que os “presbíteros” da Igreja de Éfeso foram constituídos em “bispos” so- bre o rebanho, com a finalidade de “alimentar” (pastor, poimainein) a igreja de Deus. Temos aqui os termos “presbíteros”, “bispos” e “pastores” usados para os mesmos homens. Em 1 Pe 5.1,2, os deveres de um “pastor” são atribuídos aos “presbíteros que há entre vós”, isto é, os dois eram a mesma coisa. Tanto João (2 Jo 1; 3 Jo 1) quanto Pedro (1 Pe 5.1) eram apóstolos, e, no entanto, se diziam “presbíteros”. Certamente isto não implicava em um cargo abaixo do de pastor e bispo. Em Tito 1.5-9, os termos “presbítero” e “bispo” são usados intercambiavelmente. O termo grego ocorre dezoito vezes no Novo Testa- mento, mas somente Ef 4.11 é traduzido por “pastor”. Seu significado real é o de pastor de ovelhas; e este é o significado em todas as outras referências (por exemplo: Mt 9.36; 26.31; Lc 2.8; Jo 10.2; Hb 13.20; 1 Pe 2.25). Diáconos A palavra vem do grego diakonos (Fp 1.1). Diácono significa “servo”. Uma das funções deles na igreja do Novo Testamento é vista em At 6.1-6. Deviam aju- dar os pastores, cuidando dos assuntos temporais e materiais da igreja de tal maneira que os pastores pudessem dedicar-se à oração e ao ministério da Palavra (At 6.4). As qualificações espirituais dos diáconos são essencialmente as mesmas dos pastores (1 Tm 3.1-7). Dons ministeriais para a Igreja Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Este versículo alista os dons deministério que Cristo deu à igreja. 1. Apóstolos. O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 55 Novo Testamento. O verbo “apostello” significa enviar alguém em mis- são especial como mensageiro e representante pessoal de quem o en- via. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1 2. Profetas. Os profetas eram homens que falavam sob o impulso dire- to do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o Novo Testamento, foram levanta- dos pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4). É preciso distinguir o “dom de profecia” (mencionado em 1 Co 12.7, concedido pelo Espírito); com o “dom ministerial de profecia” (em Ef 4.11 concedido por Jesus). Como “dom de ministério”, a profecia é concedida a apenas a alguns crentes, os quais servem a igreja como ministros profetas. O “dom de pro- fecia” é a manifestação momentânea do Espírito da profecia potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). O ministério profético do Antigo Testamento ajuda-nos a compreender o do Novo Testamento. A missão principal dos profetas do Antigo Testamento era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do Antigo Testamento. A função do profeta na igreja incluía o seguinte: a. Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3); b. Devia exercer o dom de profecia; c. Às vezes predizia o futuro (At 11.28; 21.10,11); d. Desmascarar o pecado e proclamar a justiça, advertir do juízo vindou- ro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 56 (Lc 1. 14- 17); e. Zelo pela pureza da igreja (1 Co 6.9-11); f. Compreensão do perigo dos falsos ensinos (2 Co 11.12-15); g. Dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (1 Co 15.3,4); h. Interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (At 20.27-31). A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está su- jeita ao julgamento da igreja, de outros profetas e da Palavra de Deus. A con- gregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1 Co 14. 29-33; 1 Jo 4.1). Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar do Espírito (2 Tm 3.1-9). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1 Co 14.3). 3. Evangelistas. Evangelistas eram homens de Deus, capacitados e co- missionados por Jesus para anunciar o evangelho, isto é, as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). Filipe o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do Novo Testamento: a. Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35); b. Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12); ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 57 c. Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanha- vam as suas pregações (At 8.6,7,13); d. Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14- 17). O evangelista é essencial no propósito de Deus para a Igreja. A igreja que re- conhece o dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14- 41). 4. Pastores. Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados pres- bíteros (At 20.17; Tt 1.5), bispos ou supervisores (1 Tm 3.1; Tt 1.7). A tarefa do pastor inclui: a. Cuidar da sã doutrina e refutar as heresias (Tt 1.9-11); b. Ensinar a palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1 Ts 5.12; 1 Tm 3.1-5); c. Ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8); d. Esforçar-se de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: Salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que sur- gem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16). Segundo o Novo Testamento, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, segundo a sabedoria do Espírito concedida ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 58 à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato. O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (1 Tm 3.1-7): I. Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mun- do (At 20.28-31); II. Haverá distorção da palavra de Deus, e os padrões do evangelho se- rão abandonados (2 Tm 1.13,14); III. Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de Deus (1 Tm 4.6, 14-16); IV. Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2 Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina e disciplinados segundo o propósito da piedade (1 Tm 4.6,7). 5. Doutores ou Mestres. Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.12). Vejamos algumas das qualifi- cações que o mestre deve possuir: a. Defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evange- lho que lhe foi confiado (2 Tm 1.11-14); b. O propósito de ensinar a palavra de Deus a fim de preservar a verda- de e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. A igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá seus en- sinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais do evangelho. Princípios e práticas falsos serão desmascarados e a pureza da ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 59 mensagem original de Cristo será conhecida de seus membros. Ordenanças da Igreja Podemos definir “ordenança” como um rito externo ordenado por Cristo para ser administrado na Igreja, como sinal visível da verdade salvadora da fé cris- tã. O Novo Testamento prescreve duas ordenanças: o Batismo nas águas e a Ceia do Senhor. Strong diz: “Ordenança é um rito simbólico que põe em destaque as verdades cen- trais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal. O Batismo e a Ceia do Senhor são ritos que se tornaram ordenanças por ordem espe- cífica deCristo. Rito é um símbolo usado com regularidade e intenção sagrada. Símbolo é um sinal, uma representação visível de uma verdade ou ideia invisível.” ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 60 O Batismo do Senhor e a Ceia ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 61 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 62 O BATISMO E A CEIA DO SENHOR O significado da palavra batismo. De acordo com o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa” 2ª edição revista e aumentada de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, seguem abaixo as seguin- tes definições acerca de Batismo: Batismo [do gr. Baptismós, “mergulho”, pelo lat. Baptismu.] S.M. 1. Sacramento da Igreja Católica Apostólica Romana, no qual a ablução, a imersão ou a simples aspersão com água significa um renascer espiri- tual, com purificação de todas as culpas e pecados; 2. Iniciação religiosa; 3. Admissão solene a uma seita religiosa; 4. Ato de dar nome a uma pessoa ou coisa; 5. Ablução, imersão; 6. Cerimônia de lançamento de navio, avião, etc., em que são benzidos solenemente, após o quê, em geral, se quebra de encontro a eles uma garrafa de champanha; 7. Cerimônia de iniciação dos que aprenderam os principais movimen- tos da capoeira, realizada publicamente, e na qual os alunos atacam os mestres ou capoeiristas antigos, fazendo a demonstração de golpes. De conformidade com “O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento” publicado no Brasil pela Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, como segue-se: * (baptõ) “mergulhar”; * (baptizõ), “mergulhar”, “imergir”, “submergir”, “batizar”; * (baptismos), “ato de mergulhar”. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 63 Obs.: baptizõ é uma forma intensiva de baptõ que significa mergulhar” e “fa- zer perecer” (como por meio de afogar um homem ou afundar um navio). Daí a origem do significado do “batismo de sofrimento”, “batismo de fogo” e “ba- tismo com fogo” (lago de fogo). Além das palavras-chave baptõ/baptizõ, portanto, que indicam imersão total, no Novo Testamento, o termo foi estendido para expressar uma renovação completa da existência humana”. Na Septuaginta (LXX) Baptõ ocasionalmente traduz o hebraico do Antigo Testamento tãbal (mergulhar). Baptzõ ocorre em Is 21, é empregado metaforicamente da destruição; mas em 2 Rs 5.14, é empregado na forma média, com respeito à sétupla imersão no Jordão por Naamã. Isto é significativo, pois neste caso não há sugestão da destruição de Naamã. O termo na história de Naamã significa um mergulho ritual para a purificação. Baptizõ, tanto em contextos judaicos como nos cristãos, normalmente sig- nificava “imergir”, e que, mesmo quando veio a ser um termo técnico para o batismo, o pensamento de imersão permanece. O emprego do termo para limpar utensílios não comprova o contrário, sendo que normalmente se limpava os utensílios deixando-os imersos na água. Empregos metafóricos. Os empregos metafóricos do termo no Novo Testamento parecem tomar isto como fato consumado: * A profecia que o Messias batizará com o Espírito Santo e com fogo como num líquido (Mt 3.11); * O “batismo” dos israelitas na nuvem e no mar (1 Co 10.2); * E a ideia da morte de Jesus como batismo (Mc 10.38-39 baptisma; Lc 12.50); ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 64 * A representação feita por Paulo, do batismo como sendo o sepulta- mento e a ressurreição com Cristo, está de acordo com este ponto de vista; * A filosofia e as estatísticas dão o seguinte para o Novo Testamento Baptõ (duas vezes em João 13.26, e em Lucas 16.24), e somente com o significado de mergulhar. Baptizõ é um termo técnico para o batismo, e em todos os Evangelhos, ocorre principalmente na narrativa do batismo de João, em particular àquele admi- nistrado por Jesus. É somente nos Evangelhos sinópticos que João é descrito como baptistes (empregado como substantivo: Mateus 7 vezes, Marcos 2 ve- zes, Lucas 3 vezes). Em Atos, do outro lado, baptizõ é quase sempre empregado com respeito ao batismo cristão (18 em 21 passagens; 3 se referem ao batismo de João). Fora disto, o verbo ocorre apenas em duas outras ocasiões em Romanos (6.3), 9 ve- zes em 1 Co (especialmente 1.13-17) e em Gálatas (3.37). Das formas substan- tivas, baptismos ocorre apenas uma vez em Marcos e duas vezes em Hebreus, e baptisma ocorre 4 vezes cada em Marcos e Lucas, 6 vezes em Atos e duas vezes em Mateus, com referência ao batismo de João. É somente em Romanos 6.4; Ef 4.5; Cl 2.12 e 1 Pe 3.21 que é empregado com respeito ao batismo cristão. Além disto, é digno de nota que estas palavras nunca se acham em 1 e 2 Ts, as Epístolas Pastorais e Gerais, e Apocalipse, com exceção de Hebreus (6.2; 9.10) e 1 Pe 3.21. O Batismo de João é universalmente descrito pelo verbo baptizõ; isto também se diz respeito ao batismo cristão pelo Novo Testamento inteiro. Opiniões a respeito do significado da palavra “batismo”. Dentre os opinantes acerca do significado da palavra “batismo”, estão pasto- res, bispos, teólogos de diversas igrejas, autoridades da língua grega. Batis- mo por aspersão ou derramamento etc., que validam a interpretação bíblica, mesmo sendo alguns deles, fundadores, seguidores do batismo por aspersão ou efusão e indivíduos que praticam o batismo infantil. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 65 * Scapula diz: “Mergulhar, imergir, como fazemos com qualquer coisa com o propósito de tingi-la.” * Schleusner diz: “Significa, propriamente mergulhar, imergir, imergir em água.” * Parkhurst diz: “Mergulhar, imergir, ou meter em água.” *Stevens diz: “Imergir, submergir ou sepultar em água.” * Robinson diz: “Imergir, afundar...” O professor Moses Stuart, da América do Norte, declarou: “Batismo significa mergulhar, meter ou imergir em qualquer líquido. Todos os lexicógrafos e crí- ticos de qualquer nomeada concordam sobre isso.” Stourdza, erudito e diplomata russo diz: “A Igreja Ocidental, portanto, des- viou-se do exemplo de Jesus Cristo, obliterou inteiramente a sublimidade do sinal externo. Batismo e Imersão são idênticos.” O Deão Stanley, erudito e historiador da Igreja Oriental afirma: “A prática da Igreja Oriental, e o significado do vocábulo, não dão motivo suficiente para qualquer dúvida de que a forma original do batismo era imersão completa nas profundas águas batismais.” Martinho Lutero, o fundador da Igreja Luterana, disse: “O termo, batismo, é grego; em latim pode ser traduzido por Mersio, uma vez que imergimos qualquer coisa em água, para que o todo seja coberto pela água.” (Works, V. I, pg.77, 1582). Melancthon, o mais erudito e hábil colaborador de Lutero, escreveu: “Batismo é imersão em água.” (Works, V.I pg. 71, 1582). John Wesley, fundador da Igreja Metodista, diz: “Sepultados com Ele, alude à maneira antiga de batizar por imersão”. Nota sobre Rm 6.4; João Calvino, o grande teólogo, erudito e comentador, reputado por Scaliger como o homem mais erudito da Europa (o autor não concorda com estas qua- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 66 lificações mencionadas a pessoa de Calvino), fundador do presbiterianismo escreveu: “Pelas palavras de João (cap. 3,23) pode-se inferir que o batismo era administrado por João e por Cristo, mediante mergulho do corpo inteiro sob a água.” Poole diz: “É evidente que tanto Cristo como João batizavam emergindo todo o corpo na água, pois do contrário não teriam tido a necessidade de buscar lugares onde houvesse abundância de água.” Cave, em sua notável obra sobre as Antigüidades Cristãs, diz: “A pessoa a ser batizada era inteiramente imersa, ou posta debaixo da água.” (Prim.Christ. P.I. Cap. X, pg. 320). Grotius, a quem seu biógrafo chama um dos nomes mais ilustres da literatura, da política e da teologia, diz: “Que o batismo era realizado por imersão, e não por derramamento, se entende pelo próprio sentido da palavra, como também pelos lugares escolhidos para administração do rito.” (Anot. sobre Mat. 3,6; e Jo 3,23); Adam Clarck, o grande comentarista metodista, declara: “Fazendo alusão às imersões praticadas no caso de adultos, nas quais pessoas pareciam ser se- pultadas sob a água, como Cristo foi sepultado no coração da terra.” (Com. sobre Col.2,12); O Bispo Bossuet, o célebre bispo Católico francês, orador e conselheiro de estado, afirma: “Batizar significa afundar, conforme admitido por todo o mundo.” A conclusão que chegaram os homens acima mencionados é do mesmo pa- recer de grandes universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra, quando questionadas pelo Dr. John T. Cristian, com a seguinte pergunta: “Há qualquer léxico grego-inglês que defina a palavra baptizo por aspergir ou derramar?” (O Batismo Estranho e os Batistas”, pg. 26-27). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 67 Respostas Americanas: Prof. Dodge, Universidade de Michigan: “Não há nenhum léxico grego-inglês que defina aspergir ou derramar como um dos sentidos da palavra grega bap- tizo.” Prof. H. W. Humphreys, Universidade Vanderbilt: “Não há nenhum léxico gre- go-inglês padrão de que aspergir queira dizer derramar como um dos signifi- cados da palavra grega baptizo.” Respostas Inglesas: Prof. H. Kinatton, D.D. Universidade de Durhan: “A palavra baptizo quer dizer afundar, ou mergulhar na água, não respingar. Não sei de nenhum léxico que substitua respingar por batizar”. Prof. G. E. Mamdin, Universidade de Londres: “Não sei de qualquer léxico gre- go-inglês que dê o significado de respingar ou derramar. Se alguém o fizer, eu diria que se enganou.” Prof. R. C. Jebb, Universidade de Cambridge: “Não sei se há qualquer léxico autorizado grego- inglês que faz a palavra significar respingar ou derramar. Apenas posso dizer que semelhante palavra nunca pertenceu a baptizo no grego clássico.” A prática do Batismo em água era conhecida. A prática do batismo no Antigo Testamento, pelos judeus, está evidente, uma vez, que seu exercício no Novo Testamento não foi tido como algo inédito, se- não por que era praticado (Jo 1.25). Não se perguntou a João “que novo ritual é este?”, senão que: “por que batizas tu?”. Ou seja, do que se depreende: “com que autoridade visto não seres o Cristo ou Elias ou um dos profetas”? Está, portanto, claro que até então somente Elias, o profeta ou o próprio Cristo teriam autoridade para fazê-lo, segundo aqueles que interrogaram a João. Nos escritos do evangelho encontramos o Profeta João Batista, em ple- no exercício do seu ministério, “batismo em água.” ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 68 Selecionamos abaixo, alguns textos bíblicos, a fim de que tenhamos uma vi- são aclarada do que afirmamos acima. Em Mateus 3.1,5,6,7,11 lemos: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregan- do no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus ... Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?... E eu, em verdade, vos batizo com água...” Em Marcos 1.4-8 encontramos o presente texto: “Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados. E toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus peca- dos. E João andava vestido de pelos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre, e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.” Em Lucas 3.7-16: “Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Pro- duzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fa- zer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo. E, estando o povo em expectação e pensando todos de João, em seu ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 69 coração, se, porventura, seria o Cristo, respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água...” Em João Jo 1.31-33: “E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: eu vi o Espírito descer do céu como pomba e repousar sobre ele. Eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo”. A Fórmula Batismal Mt 28.18-19: “E, chegando-se, Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder nos céus e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando- -as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. A palavra grega EXSOYA, traduzida aqui como poder está relacionada a “au- toridade” dentro de uma supremacia. A tradução mais correta é “toda autori- dade” em vez de “todo o poder”. Pois poder aqui significa poder sobre; poder de legislar. A Grande Comissão é baseada e sustentada pela autoridade do Senhor ressurreto e exaltado, que promete estar sempre presente com seu povo. Foi com esta autoridade que o Senhor deu a ordem da grande comissão, cer- cada de três princípios: ide (lit., indo), batizando e ensinando. Esta é a tarefa missionária da Igreja. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Aqui há evidência da Trindade: um Deus (o nome) que subsiste em três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo). Cada um dos três é distinto dos demais; cada um pos- sui todos os atributos divinos; no entanto, os três são um. Este é um mistério que nenhuma analogia pode ilustrar satisfatoriamente. Os apóstolos receberam instruções específicas para batizarem sobre a au- toridade específica do Deus Tríuno (eis to onoma tou patros kai tou hyiou kai tou hagiou peneumatos). O batismo bíblico ensinado por Jesus deve ser, portanto, efetuado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A Ceia do Senhor ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 70 Esta ordenança foi instituída por Cristo na noite em que foi traído (Mt 26.26- 30; Mc 14.22-26; Lc 22.17-20). A importância da ceia. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro. Sua importância no passado. É um memorial (gr. anamnesis) da morte de Cristo no calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado reden-tor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cair- mos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22). É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (Mt 26.27,28). Sua importância no presente. A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinonia) com Cristo e de parti- cipação nos benefícios da sua morte sacrificial e ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (1 Co 10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (Lc 24.35). É o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compro- misso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar-nos com a missão de Cristo (Mt 26.28). Sua importância no futuro. A ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messi- ânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 71 Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo e encena a oração: “Venha o teu Reino” (Mt 6.10; Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa impor- tância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade. Quem instituiu a ceia? Foi o Senhor Jesus, como Paulo diz em 1 Co 11.23 “na noite em que foi traído”. Com o pão e com o vinho. E com imperativos: “tomai e comei”, “bebei dele todos”. Esses imperativos partem da autoridade de Jesus e expressam que a Ceia é uma ordenança de Jesus. Quando Jesus instituiu a ceia? O judeu contava o tempo de um pôr do sol ao outro; hoje seria e como é em Israel de 18 a 18 horas. Jesus comeu a Páscoa e a seguir instituiu a Ceia Memo- rial, mais ou menos 20 horas, para o Judeu já novo dia, portanto quinta-feira e para nós ainda quarta-feira (Jo 13.1ss) pela nossa contagem do tempo que vai de 0:00 hora até 24:00. Observamos que conforme Jo 31.1, Jesus antecipa a páscoa para 13° dia, portanto quinta-feira, pois para sexta é oferecido como cordeiro pascoal. Onde Jesus instituiu a ceia? Foi na cidade de Jerusalém, provavelmente no Monte Sião. Jesus estava em Betânia e encarregou Pedro e João de prepararem a Páscoa (Lc 22.8) e deu- -lhes as devidas instruções (Lc 22.9-11). A casa deveria ser de um amigo do Mestre, provavelmente um discípulo. Era um espaçoso cenáculo. Neste re- feitório Jesus comeu a Páscoa com os discípulos e instituiu a Ceia do Senhor. No mesmo recinto, após a ressurreição, Jesus se encontra duas vezes com os apóstolos (Jo 20.19,26). Sabemos por Atos 1.13 que os 120 discípulos se reuni- ram nesse recinto esperando o Pentecostes. As condições para participação. As condições para a participação na Ceia do Senhor são regeneração e uma ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 72 vida de obediência a Cristo. Que a regeneração é uma condição, é evidenciado pelo fato de ter o Senhor dado a ordenança a Seus discípulos (Mt 26.27), e dos discípulos a terem observado entre si (At 2.46,47; 20.7; 1 Co 11.18- 20,22), e de ser exigido que cada participante examine a si mesmo para ver se está ou não qualificado a participar da Ceia (1 Co 11.27,29). Que uma vida de obediência é uma condição, é evidenciado pelo fato de que pessoas que caem em pecado devem ser excluídas da Igreja (1 Co 5.11-13; 2 Ts 3.6), bem como os que ensinam falsa doutrina (2 Jo 10,11; Tt 3.10) e promovem divisões e dissenções (Rm 16.17). Opiniões diversas acerca do significado da ceia. Encontramos de imediato, um fato curioso acerca da ceia do Senhor. Virtu- almente todos os ramos do cristianismo a praticam. Mas, por outro lado, há muitas interpretações. Historicamente, na realidade criou e continua criando separação entre vários grupos cristãos. Portanto, é um fator que, ao mesmo tempo, une e divide a cristandade. Por vezes, o aspecto do valor espiritual ou prático da ceia do Senhor perdeu- se na disputa sobre aspectos teóricos. As questões teóricas são importantes (elas afetam as considerações espirituais) e, portanto, não devem ser des- cartadas com tanta rapidez. Se, porém, nos atolamos nas questões técnicas e não chegamos a lidar com o significado prático, perdemos de vista todo o motivo pelo qual Cristo estabeleceu a ceia. Não é suficiente compreender seu significado. Precisamos também vivenciar esse significado. Eis algumas concepções: A concepção católica romana tradicional – transubstanciação A posição católica romana oficial sobre a ceia do Senhor foi redigida no Con- cílio de Trento (1545- 63). Embora muitos católicos, especialmente nos países ocidentais, tenham hoje abandonado alguns dos aspectos dessa concepção, ela ainda fundamenta a fé de grande número deles. Devemos examinar seus princípios principais. A transubstanciação é a doutrina de que quando o sacerdote oficiante consa- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 73 gra os elementos, ocorre uma verdadeira mudança metafísica. As substâncias do pão e do vinho, o que de fato são, transformam- se respectivamente na carne e no sangue de Cristo. Note que o que muda é a substância ou a es- sência, não os acidentes. Assim, o pão mantém a forma, a textura e o sabor do pão. Mas Cristo por inteiro está plenamente presente em cada uma das partículas da hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa eucaristia, como é denominada, ingerem literalmente o corpo físico e o sangue de Cristo. O segundo princípio importante da concepção católica é de que a ceia do Se- nhor abrange um ato sacrificial. Na missa, um sacrifício real é novamente ofe- recido por Cristo em favor dos adoradores. É um sacrifício no mesmo sentido em que foi a crucificação. O terceiro princípio da concepção católica é o sacerdotalismo, a ideia de que um sacerdote devidamente ordenado deve estar presente para consagrar a hóstia. Sem tal sacerdote para oficiar a ceia, os elementos permanecem meros pão e vinho. Quando, porém, um clérigo qualificado segue a fórmula devida, os elementos são completa e permanentemente transformados no corpo e no sangue de Cristo. No ministrar tradicional do sacramento, o cálice foi afastado dos leigos, sen- do tomado apenas pelo clero. A razão principal era o perigo de o sangue ser derramado. Pois caso o sangue de Jesus fosse pisado, isso seria um sacrilégio. Além disso, havia dois argumentos para sustentar que os leigos não precisa- vam tomar o cálice. Primeiro, o clero atua de forma representativa em favor do leigo. Segundo os leigos nada ganham por tomar o cálice. O sacramento é completo sem ele, pois cada partícula, tanto do pão como do vinho, contém, de modo completo, o corpo, a alma e a divindade de Cristo. A concepção luterana - consubstanciação A concepção luterana difere da concepção católica romana em muitos pontos, mas não em todos. Lutero manteve a concepção católica de que o corpo e o ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 74 sangue de Cristo estão fisicamente presentes nos elementos. O que Lute- ro negou foi a doutrina católica da transubstanciação. As moléculas não são transformadas em carne e sangue. Mas o corpo e o sangue de Cristo estão presentes “em, com e sob” o pão e o vinho. Não que o pão e o vinho tornem-se corpo e sangue de Cristo, mas que agora temos o corpo e o sangue, além do pão e do vinho. Embora alguns usem o termo consubstanciação para denotar o conceito luterano de que o corpo e o pão estão presentes simultaneamente, que o sangue e o vinho coexistem, esse termo não é de Lutero. Pensando em umasubstância interpenetrando-se noutra, ele usou como analogia uma barra de ferro aquecida no fogo. A substância do ferro não deixa de existir quando a substância do fogo se interpenetra nele, aquecendo-o até alta temperatura. Lutero rejeitou outras facetas da concepção católica de missa. Em particular, rejeitou a ideia de que a missa é um sacrifício. Uma vez que Cristo morreu e expiou o pecado de uma vez por todas, e uma vez que o crente é justificado pela fé, tendo por base aquele sacrifício único, não há necessidade de repetir sacrifícios Lutero também rejeitou o sacerdotalismo. A presença do corpo e do sangue de Cristo não é uma consequência dos atos do sacerdote. É, pelo contrário, uma consequência do poder de Jesus Cristo. Que dizer do benefício do sacramento? Aqui, as posições de Lutero não são tão claras como desejaríamos. Ele insiste que, pela participação no sacra- mento, a pessoa recebe benefício real, perdão dos pecados e confirmação da fé. Esse benefício deve-se, porém, não aos elementos do sacramento, mas à recepção da Palavra, pela fé. Nesse ponto, quase soa como se Lutero con- siderasse o sacramento um simples meio de proclamação, ao qual a pessoa responde como a um sermão. Porém, se o sacramento é apenas uma forma de proclamação, qual seria o significado da presença do corpo e do sangue de Cristo? Em outras ocasiões, parece que Lutero sustentava que o benefício vem realmente do ato de comer o corpo de Cristo. O que fica claro nas de- clarações disparatadas de Lutero é que, pelo fato de tomar os elementos, os crentes recebem um benefício espiritual que, de outra forma, não poderiam experimentar. A concepção reformada ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 75 A terceira concepção importante quanto à ceia do Senhor é a concepção cal- vinista ou reformada. Embora o termo calvinismo em geral instile imagens de uma perspectiva específica da salvação e da iniciativa de Deus nisso, o ato de Deus escolher certas pessoas, decretando que elas crerão e serão salvas, não é isso que temos em mente neste momento. Antes, estamos nos referindo à concepção calvinista da ceia do Senhor. A concepção reformada sustenta que Cristo está presente na ceia do Senhor, mas não em forma física ou corpórea. Antes, sua presença no sacramento é espiritual ou dinâmica. Usando o sol como ilustração, Calvino afirmou que Cristo está presente como influência. O sol permanece no céu, mas seu calor e luz estão presentes na terra. Assim, o resplendor do Espírito nos transmite a comunhão da carne e do sangue de Cristo. De acordo com Romanos 8.9-11, é pelo Espírito e apenas pelo Espírito que Cristo habita em nós. A noção de que realmente comemos o corpo de Cristo e bebemos seu sangue é absurda. Em vez disso, os verdadeiros comungantes são espiritualmente nutridos quan- do o Espírito Santo lhes dá uma relação mais estreita com a pessoa de Cristo. Além disso, embora os elementos dos sacramentos signifiquem ou represen- tem o corpo e o sangue de Cristo, fazem mais que isso. Eles também selam. Louis Berkhof afirma que a ceia do Senhor sela o amor de Cristo para os cren- tes, dando-lhes a certeza de que todas as promessas da aliança e as riquezas do evangelho são deles por doação divina. Em troca de um direito pessoal e de uma verdadeira posse de toda essa riqueza, os crentes expressam fé em Cristo como Salvador e prestam obediência a ele como Senhor e Rei. Existe, portanto, um genuíno benefício objetivo do sacramento. Isso não é gerado pelo participante; antes, é trazido para o sacramento pessoalmente por Cristo. Ao tomar os elementos, o participante de fato recebe de novo, e de modo contínuo, a vitalidade de Cristo. Esse benefício, porém, não deve ser considerado automático. O efeito do sacramento depende em grande parte da fé e da receptividade do participante. A concepção zwingliana ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 76 A última concepção que vamos examinar é a de que a ceia do Senhor é apenas uma comemoração. Essa concepção costuma ser associada a Ulrich Zwinglio, que destacou a importância do sacramento para relembrar a morte de Cristo e sua eficácia em favor do crente. Assim, a ceia do Senhor é, em essência, uma comemoração da morte de Cristo. O valor do sacramento está simplesmente em receber pela fé os benefícios da morte de Cristo. Assim, o efeito da ceia do Senhor não é diferente em nature- za, digamos, do efeito de um sermão. Ambos são modalidades de proclama- ção. Em ambos os casos, como em todas as proclamações, existe a essenciali- dade absoluta da fé para que se possa obter algum benefício. Podemos dizer, portanto, que não se trata tanto de o sacramento trazer Cristo ao comungan- te, mas de a fé do crente trazer Cristo para o sacramento. Lidando com as questões Agora precisamos nos debater com as questões apresentadas por essas con- cepções e tentar chegar a alguma solução. A primeira questão é se o corpo e o sangue de Cristo realmente estão presentes nos elementos empregados e em que sentido isso acontece. Algumas respostas têm sido apresentadas: * O pão e o vinho são o corpo e o sangue físico de Cristo (concepção católica romana); * O pão e o vinho contêm o corpo e o sangue físico (concepção lutera- na); * O pão e o vinho contêm espiritualmente o corpo e o sangue (concep- çãoreformada); * Eles representam o corpo e o sangue (concepção zwingliana); * O modo mais natural e direto de entender as palavras de Jesus, “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”, é no sentido literal. Entretanto, nesse caso particular, ocorre que há certasconsiderações que se levan- tam contra a interpretação literal. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 77 Em primeiro lugar, se tomarmos “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue” literalmente, temos um problema. Se Jesus queria dizer que o pão e o vinho, naquele momento, no cenáculo, eram sua carne e seu sangue, ele estava afir- mando que sua carne e seu sangue estavam em dois lugares ao mesmo tempo, uma vez que sua forma corpórea estava logo ali, junto aos elementos. Isso seria uma negação de sua encarnação, que limitava sua natureza física humana a um lugar. Em segundo lugar, há dificuldades conceituais para os que declaram que Cris- to está corporalmente presente nas ocorrências subsequentes da ceia do Se- nhor. Aqui enfrentamos o problema de como duas substâncias (carne e pão) podem estar simultaneamente no mesmo lugar (concepção luterana) ou como determinada substância (sangue) pode existir sem nenhuma de suas caracte- rísticas habituais (concepção católica). Embora os que defendem uma presen- ça física ofereçam explicações para sua posição, o argumento deles baseia-se numa espécie de metafísica que soa muito estranha às mentes do século xx, parecendo-nos, aliás, insustentável. Se as palavras de Jesus não devem ser tomadas literalmente, o que ele queria dizer com “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”? Quando falou essas palavras, ele estava chamando a atenção para seu relacionamento individual com cada crente. É notável que em muitas outras ocasiões, quando mencionou esse fato, ele tenha usado metáforas para se caracterizar: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”; “Eu sou a videira, vós, os ramos”; “Eu sou o bom pastor”; “Eu sou o pão da vida”. Na última ceia ele usou uma metáfora semelhante: “Isto *este pão+ é o meu corpo”; “Isto *este vinho+ é o meu sangue”, que poderia ser interpretado: “Isto representa *ou significa+ meu corpo” e “Isto representa *ou significa+ meu sangue”. Essa abordagem nos poupa do tipo de dificuldades encontradas pela ideia de que Cristo está fisicamente presente noselementos. Mas que dizer da ideia de que Cristo está espiritualmente presente? Ao ava- liarmos essa concepção, é importante lembrar que Jesus prometeu estar com ADRIANA RODRIGUES LUCAS- drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 78 os discípulos em todos os lugares e em todos os tempos (Mt 28.20; Jo 14.23; 15.4- 7). Mas Ele também prometeu estar conosco especialmente quando nos reunimos como crentes (Mt 18.20). A ceia do Senhor, como um ato de adora- ção, é, portanto, uma oportunidade especialmente propícia para encontrá-lo. É provável que a presença especial de Cristo no sacramento seja em forma de influência e não de natureza metafísica. Nesse sentido, é significativo que o relato paulino da ceia do Senhor não mencione a presença de Cristo. Pelo contrário, simplesmente diz: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anuncias a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Co 11.26). Esse versículo dá a enten- der que o rito é basicamente comemorativo. Como, portanto, entender a ceia do Senhor? Devemos entender a ceia do Senhor como um momento de rela- cionamento e comunhão com Cristo. Devemos chegar a cada observância dela confiando que ali vamos nos encontrar com Ele, pois Ele prometeu encontrar- -se conosco. Devemos pensar no sacramento não tanto como uma presença de Cristo, mas como uma promessa e potencial de um relacionamento mais íntimo com Ele. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 79 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 80 A Missão da Igreja ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 81 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 82 A MISSÃO DA IGREJA * Evangelização. O tópico que se destaca nos dois relatos sobre as últimas palavras de Jesus aos discípulos é a evangelização. Em Mateus 28.19 ele os instrui: “lde, portan- to, fazei discípulos de todas as nações”. Em Atos 1.8 ele diz: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tan- to em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Esse foi o último assunto que Jesus tratou com seus discípulos. Parece que Ele via a evangelização como a própria razão da existência deles. O chamado para a evangelização é uma ordem. Tendo aceitado Jesus como Senhor, os discípulos haviam se colocado sob seu governo e estavam obriga- dos a fazer tudo o que Ele lhes pedisse, pois Ele disse: “Se me amais, guar- dareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Se os discípulos realmente amassem o Senhor, cumpririam esse chamado para a evangelização. Não se tratava de uma questão opcional para eles. Mas os discípulos não foram enviados simplesmente em seu próprio poder. Jesus prefaciou sua comissão com a afirmação: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18). Tendo toda a autoridade, Ele comissionou os discípulos como seus agentes. Assim, eles tinham o direito de ir e evangelizar todas as nações. Além disso, Jesus prometeu aos discípulos que o Espírito Santo viria sobre eles e que, por conseguinte, receberiam poder. Portanto, eles tinham a autoridade e a capacidade para a tarefa. E mais, receberam a ga- rantia de que não estariam sendo enviados sozinhos. Embora corporalmente Jesus lhes tivesse sido tirado, estaria espiritualmente com eles até o final dos tempos (Mt 28.20). Note também a amplitude da comissão: ela é totalmente inclusiva. Em Mateus Jesus fala de “todas as nações” e em Atos 1.8 Ele fornece uma enumeração específica: “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Não havia restrição geográfica à comissão. Os discípulos deveriam levar o evangelho a todos os lugares, a todas as nações e a todos os tipos de pessoas. Não podiam, é claro, cumprir ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 83 a tarefa sozinhos. Antes, à medida que conseguissem convertidos, esses con- vertidos, por sua vez, evangelizariam outros. Assim, a mensagem se difundiria em círculos cada vez maiores e por fim a tarefa se completaria. * Edificação A segunda grande função da igreja é a edificação dos crentes. Embora Jesus tenha destacado muito mais a evangelização, a edificação dos crentes é lo- gicamente anterior. Paulo falou repetidas vezes sobre a edificação do corpo. Em Efésios 4.12, por exemplo, ele afirma que Deus deu vários dons para a igreja “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. Os crentes devem crescer até a medida de Cristo, “de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (v. 16). O potencial para a edificação é o critério pelo qual todas as atividades, inclusive nosso discurso, devem ser medidas: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (v. 29). Há outras passagens, por exemplo, 1 Coríntios 12, em que Paulo associa os dons espirituais à edificação. Todos os vários membros da igreja receberam dons. Esses dons não são para satisfação pessoal, mas para a edificação do corpo como um todo (14.4,5,12). Embora haja diversidade de dons, não deve haver divisões dentro do corpo. Alguns desses dons são mais notáveis que outros, mas nem por isso são mais importantes (12.14-25). Nenhum dom é comum a todos (12.27-31); isso significa, por outro lado, que nenhuma pessoa possui todos os dons. Além disso, na discussão de Paulo sobre certos dons espirituais controverti- dos, ele levanta a questão da edificação. Ele diz, por exemplo, em 1 Coríntios 14.4,5: “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação”. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 84 A importância de edificar os outros quando uma pessoa exercita os dons con- trovertidos é mencionada novamente, de várias formas, nos versículos 12, 17 e 26. A última dessas referências acrescenta: “Seja tudo feito para edificação”. Note que edificação é um trabalho mútuo realizado por todos os membros do corpo. Não é apenas o ministro ou o pastor que devem edificar os outros membros. Há vários meios pelos quais os membros da igreja devem ser edificados. Um deles é a comunhão. O Novo Testamento fala de koinonia, literalmente, pos- se ou gerência comum de todas as coisas. E, aliás, de acordo com Atos 5, os membros da igreja primitiva tinham até suas posses materiais em comum. Pau- lo fala de um participar das experiências dos outros: “Se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com Ele todos se regozijam” (1 Co 12.26). Enquanto a dor se reduz, a alegria aumenta quando partilhada. Devemos nos incentivar mutuamente e ser solidários uns com os outros. A igreja também edifica seus membros pela instrução ou ensino. Isso faz par- te da tarefa mais ampla do discipulado. Uma das ordens de Jesus na Grande Comissão foi de ensinar os convertidos a “guardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mt 28.20). Com esse intuito, um dos dons para as igrejas é “pastores e mestres” (Ef 4.11) visando preparar e equipar o povo de Deus para o serviço. A educação pode assumir várias formas e ocorrer em muitos níveis. É dever da igreja utilizar todos os meios e tecnologias legítimas hoje dispo- níveis. A pregação é um meio de instrução que vem sendo usado pela igreja cristã desde o princípio. Com o fim de permitir a edificação mútua, Deus ca- pacita a igreja com vários dons distribuídos e concedidospelo Espírito Santo (1 Co 12.11). * Adoração Outra atividade da igreja é a adoração. Enquanto a edificação centra-se no crente e o beneficia, a adoração centra-se no Senhor. A igreja primitiva se reunia para adorar regularmente, uma prática ordenada e recomendada pelo apóstolo Paulo. Sua orientação aos coríntios para que separassem dinheiro no primeiro dia da semana (1 Co 16.2) insinua que eles se reuniam regularmente ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 85 para adoração naquele dia. O autor de Hebreus exorta seus leitores a não ne- gligenciarem sua própria assembleia, como era costume de alguns (Hb 10.25). Embora a adoração coloque Deus em evidência, também deve beneficiar os adoradores. Isso inferimos da advertência de Paulo contra orações, músicas e ações de graças que não chegam a edificar porque não há ninguém presente para interpretar seu significado aos que não compreendem (1 Co 14.15-17). * Preocupação social Atravessando as várias funções da igreja até aqui examinadas, existe a res- ponsabilidade de praticar atos de amor e compaixão cristã tanto para crentes como para descrentes. É claro que Jesus se importava com os problemas dos necessitados e dos sofredores. Ele curou os doentes e por vezes até res- suscitou mortos. Se a igreja for dar continuidade ao ministério dele, estará engajada em alguma forma de ministério aos necessitados e sofredores. Que Jesus esperava isso dos crentes evidencia-se na parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37). Jesus contou essa parábola para o intérprete da lei que, com- preendendo que a pessoa pode herdar a vida eterna amando a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo, perguntou quem era o próximo. Ao responder à pergunta, Jesus também explicou o que significa amar o próximo como a si mesmo. Na mesma linha, Jesus insinua em Mateus 25.31-46 que o sinal pelo qual os verdadeiros crentes podem ser distinguidos dos que fazem confissões vazias são os atos de amor feitos em nome de Jesus, seguindo seu exemplo. A ênfase na preocupação social transporta-se também para as epístolas. Tia- go é especialmente vigoroso ao salientar o cristianismo prático. Considere, por exemplo, sua definição de religião: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tri- bulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27). Ele é categórico contra a demonstração de favoritismo em relação aos ricos, um mal que existia mesmo dentro da igreja (2.1-11). Ele denuncia o incentivo verbal desacompanhado de ação: “Se um irmão ou irmã estiver necessitado de rou- pas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até ficar satisfeito, sem, porém, dar-lhe nada, de que adianta ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 86 isso? Assim, também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (2.15-17, NVI). A preocupação social também inclui a condenação dos injustos. Amós e vários outros profetas do Antigo Testamento clamaram veementemente contra o mal e a corrupção de seus dias. João Batista condenou, de modo semelhan- te, o pecado de Herodes, o governante de seus dias, embora isso tenha lhe custado a liberdade (Lc 3.19,20) e, por fim, a própria vida (Mc 6.17-29). A igreja deve mostrar interesse e atuar sempre que vê necessidades, sofrimentos ou erros. O centro do ministério da igreja: o Evangelho Jesus confiou aos crentes as boas novas que haviam caracterizado seu pró- prio ensino e pregação desde o início. É significativo que, no livro de Marcos, a primeira atividade registrada de Jesus após o batismo e a tentação seja sua pregação do evangelho na Galileia (Mc 1.14,15). De modo semelhante, Lucas registra que Jesus inaugurou seu ministério em Nazaré lendo Isaías 61.1,2 e aplicando a profecia a si mesmo: “0 Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou- me para proclamar liber- tação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). A palavra chave do Novo Testamento equivalente a evangelho, euangelion, denota boas notícias. Ela possui dois sentidos básicos: a proclamação ativa da mensagem e o conteúdo proclamado. Os dois sentidos ocorrem em 1 Coríntios 9.14: “*os] que pregam o evangelho [o conteúdo] que vivam do evangelho [o ato de proclamá-lo+”. É significativo que em muitas ocasiões Paulo usa euan- gelion sem nenhum qualificativo, ou seja, não há nenhum adjetivo, frase ou expressão para definir o significado do “evangelho” (Rm 1.16; 10.16; 11.28). É evidente que euangelion possuía um significado suficientemente estabelecido para que os leitores de Paulo soubessem com precisão o que ele queria dizer. Surge uma pergunta: se Paulo e seus leitores entendiam que o evangelho abrangia certo conteúdo, qual seria tal conteúdo? Embora Paulo não nos dê em parte alguma uma exposição completa e detalhada dos princípios do evan- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 87 gelho, algumas passagens indicam seu conteúdo. Em Romanos 1.3,4 ele fala do “*evangelho+ com respeito ao Filho, o qual, segundo a carne, veio da des- cendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espí- rito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”. Em 1 Coríntios 15 Paulo lembra aos leitores os termos em que lhes havia pregado o evangelho (v. 1): “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas [...] aos doze [...] por mais de quinhentos irmãos de uma só vez [...] foi visto por Tiago *...+ e *...+ também por mim” (v. 3-8). Uma referência mais curta é a exortação de Paulo em 2 Timóteo 2.8: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evan- gelho”. Paulo entendia que o evangelho se centrava em Jesus Cristo e no que Deus havia feito por seu intermédio. Os pontos essenciais do evangelho são a po- sição de Jesus Cristo como o Filho de Deus, sua humanidade genuína, sua morte pelos nossos pecados, seu sepultamento, ressurreição, aparecimentos subsequentes e vinda futura para julgamento. Não devemos pensar, contudo, no evangelho como um mero recitar dessas verdades teológicas e eventos históricos. Antes, ele relaciona essas verdades e eventos à situação de cada crente. Assim, Jesus morreu, mas Ele morreu “pelos nossos pecados” (1 Co 15.3). A ressurreição de Jesus também não é uma ocorrência isolada; é o início da ressurreição geral de todos os crentes (1 Co 15.20 em conjunto com Rm 1.3,4). Além disso, o fato do julgamento vindouro diz respeito a todos. Todos seremos avaliados de acordo com nossa atitude e reação pessoal em relação ao evangelho (2Ts 1.8). ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 88 For mas de da Igreja Governo ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 89 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 90 FORMAS DE GOVERNO DA IGREJA Uma forma ideal de governo eclesiástico obedecerá aos princípios bíblicos de ordem e de sacerdócio de todos os crentes. * Episcopal Ao longo de toda a história da igreja, houve várias formas básicas de governo da igreja. Na forma episcopal de governo da igreja, a autoridade reside no bispo. Há vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é encontrada na Igreja Metodista, que só possui um nível de bispos. Um pouco mais desenvolvidaé a estrutura governamental da Igreja Anglicana ou Episcopal, enquanto a Igreja Católica- Romana possui o sistema mais completo de hierarquia, com a auto- ridade investida especialmente no sumo pontífice, o bispo de Roma, o papa. Inerente à estrutura episcopal é a ideia de diferentes níveis de ministério ou diferentes graus de ordenação. O primeiro nível é o do ministro ou do sacer- dote comum. Em algumas igrejas, há passos ou divisões dentro desse primeiro nível, por exemplo, diácono e presbítero. Os clérigos nesse nível são autoriza- dos a desempenhar todas as tarefas básicas associadas ao ministério, ou seja, pregam e ministram os sacramentos. Além desse nível, porém, há um segundo nível de ordenação que constitui uma pessoa bispo. O papel dos bispos é exercer o poder de Deus de que foram investidos. Em particular, como repre- sentantes de Deus e pastores, governam um grupo de igrejas e cuidam dele, em vez de simplesmente cuidar de uma congregação local. Entre seus poderes está a de ordenar ministros ou sacerdotes. * Presbiteriana O sistema presbiteriano de governo da igreja também coloca a autoridade em determinado ofício, mas o ofício individual e o detentor do ofício destacam-se menos que uma série de grupos representativos que exercem tal autoridade. O oficial principal na estrutura presbiteriana é o presbítero. Os presbíteros são encontrados na igreja do Novo Testamento. Em Atos 11.30 lemos sobre a ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 91 presença dos presbíteros na congregação de Jerusalém: os irmãos de Antio- quia providenciaram auxílio material aos crentes de Jerusalém, enviando suas ofertas aos presbíteros pelas mãos de Barnabé e Saulo (NVI). As epístolas pastorais também mencionam os presbíteros. Parece que na época do Novo Testamento as pessoas escolhiam seus presbí- teros, indivíduos a quem consideravam particularmente qualificados para di- rigir a igreja. Ao selecionar presbíteros para dirigir a igreja, as pessoas tinham consciência de que se conformavam, pelo ato externo, com a escolha que o Senhor já fizera. No sistema presbiteriano, entende-se que a autoridade de Cristo é dispensada a indivíduos crentes, que a delegam aos presbíteros por eles escolhidos e aos que passam a representá-los dali em diante. Uma vez eleitos ou designados, os presbíteros atuam em favor ou no lugar dos indiví- duos crentes. É, portanto, entre os presbíteros que a autoridade divina de fato atua dentro da igreja. Essa autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da igreja local, o conselho (presbiteriana) ou o consistório (reformada) é o grupo responsável pelas decisões. Todas as igrejas de uma área são governadas pelo presbitério (presbiteriana) ou classe (reformada). O grupo seguinte é o sínodo, formado por igual número de presbíteros leigos e clérigos escolhidos pelos presbité- rios ou classes. No nível mais alto, a Igreja Presbiteriana também possui uma assembleia geral, chamada Supremo Concílio, composta mais uma vez de re- presentantes leigos e clérigos dentre os presbíteros. As prerrogativas de cada um desses concílios são descritas na constituição da denominação. O sistema presbiteriano difere do episcopal no fato de existir só um nível de clero. Só existe o presbítero docente (o pastor) ou o presbítero regente. Não existem níveis mais altos, como o de bispo. É claro que certas pessoas são eleitas para cargos administrativos dentro dos concílios. Elas são seleciona- das (de baixo) para presidir ou supervisionar, executando funções específicas. Não são bispos, não havendo ordenações especiais para tais funções. Não existe autoridade especial inerente ao ofício. Outra medida de nivelamento no sistema presbiteriano é uma coordenação deliberada entre clérigos e leigos. Ambos os grupos são incluídos em todos os concílios. Ninguém possui pode- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 92 res ou direitos especiais que o outro não possua. * Congregacional A terceira forma de governo da igreja destaca o papel do cristão como in- divíduo e tem a igreja local como centro de autoridade. Dois conceitos são básicos ao sistema congregacional: autonomia e democracia. Por autonomia entendemos que a congregação é independente e governa a si mesma. Não há poderes externos que possam ditar diretrizes para a igreja local. Por de- mocracia entendemos que cada membro da congregação local tem voz em seus assuntos. São os indivíduos da congregação que possuem e exercem a autoridade. A autoridade não é prerrogativa de um único indivíduo ou de um grupo seleto. Entre as principais denominações que praticam a forma de go- verno congregacional estão os grupos batistas, congregacionais e boa parte dos grupos luteranos. Seguindo um princípio de autonomia, cada igreja local chama seu próprio pas- tor e determina seu próprio orçamento. Ela adquire e gere propriedades inde- pendentemente de quaisquer autoridades externas. O princípio da democracia baseia-se no sacerdócio de todos os crentes que, segundo entendem, ficaria prejudicado, caso bispos ou presbíteros recebessem a prerrogativa de tomar as decisões. A obra de Cristo toma tais dirigentes desnecessários, pois agora cada crente tem acesso ao Santo dos Santos e pode ter acesso direto a Deus. Além disso, como Paulo nos relembra, cada membro ou parte do corpo pode fazer uma contribuição valiosa para o bem-estar do todo. Há, decerto, alguns elementos de democracia representativa dentro da for- ma congregacional de governo da igreja. Certas pessoas são eleitas por livre escolha dos membros do corpo para servir de maneiras especiais. Todas as decisões mais importantes, porém, tais como a contratação de um pastor e a compra ou venda de propriedades, são tomadas pela igreja como um todo. * Sem governo Certos grupos, tais como os quacres (Amigos) e os Irmãos de Plymouth, ne- gam que a igreja tenha necessidade de uma forma concreta ou visível de go- ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 93 verno. Por conseguinte, virtualmente eliminaram toda estrutura de governo. Eles destacam em lugar disso a atuação interna do Espírito Santo; Ele exerce sua influência sobre os indivíduos crentes e os dirige de maneira direta, não por meio de organizações ou instituições. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 94 Exercícios ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 95 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 96 Exercícios 1. Explique a importância de se estudar a doutrina da igreja. 2. A que mundo pertence a igreja? 3. Explique a relação dos mundos com a Igreja. 4. Qual é o teor da ordem de Cristo a Sua Igreja quanto ao mundo? Ex- plique fornecendo detalhes dessa ordem. 5. Como e onde a Igreja deve cumprir seu principal trabalho? 6. Metaforicamente a igreja é comparada a que? Explique fornecendo um comparativo. 7. Explique fornecendo textos bíblicos o acontecimento que marcou o inicio dostrabalhos da igreja no mundo. 8. Forneça uma descrição da característica da Igreja Primitiva e faça um comparativo da igreja atual, determinando os pontos em comum, os pontos que já foram abandonados e os pontos que ainda não foram assumidos. 9. Estabeleça o paralelo existente entre a Igreja e a Sinagoga. 10. Qual é a relação que existe entre a Igreja e o Reino de Deus? 11. Qual é diferença entre a Igreja e uma denominação? 12. Explique os sentidos etimológicos do termo Igreja. 13. Como se pode determinar a unidade da Igreja? 14. Cite as figuras de linguagem que a Igreja representa. 15. Qual é a importância e como é ministrada a Ceia na Igreja Evangélica. 16. Explique os elementos da Ceia e faça uma refutação bíblica sobre aeucaristia. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 97 17. Qual é o elemento determinado por Deus a Israel que a Ceia do Se- nhor substitui atualmente? 18. Estabeleça a principal tarefa da Igreja e como deve realizá-la? 19. Examine o Livro de Atos dos Apóstolos e determine a principal ação social da igrejae, utilizando os mesmos versículos criterize-os para nos- sos dias. 20. Estabeleça as formas de governo da Igreja fazendo comentários so- bre cada tido e determine o tipo de governo de sua igreja. Faça um jul- gamento se está correto emrelação a Bíblia. ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleColl ege 98 Bibliografi a ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 ITEPA BIBLE COLLEGE Eclesiologia 99 ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200 #EuSouITEPABibleCollege 100 Bíblia de Estudo Pentecostal. Ed. CPAD, 1995, Flórida – EUA. Bíblia de Refe- rência Thompson. Ed. Vida, 1990, Flórida -EUA. Bíblia com as Referências e Anotações. Dr. C. I. Scofield. Dagg, John L. Manual de Teologia. Ed. Fiel da Missão Evangélica Literária, 1989, SP – Brasil. Kittel, Gerhard. A Igreja no Novo Testamento. Duffield, Guy P. 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