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ITEPA BIBLE COLLEGE
Eclesiologia
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ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200
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Eclesiologia
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Eclesiologia
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4
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica (Sistema de Catalogação Editorial)
ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas
1.Teologia 2.Teologia Sistemática 3.Dogmática
Teologia cristã: Suporte para grade curricular: Bacharel. São
Paulo:Editora Pergunta Porque, 2021. Curso Livre Bacharelado
em Teologia
ISBN: 978-65-86693-10-2
IMPRESSO NO BRASIL/ PRINTED IN BRAZIL
Copyright 2021, ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas
1ª. Edição: Setembro/2021
�
Impressão e Produção: Editora Pergunta Porque
Fabio Quintiliano de OliveiraDiagramação, Arte da Capa e Ajustes Gráficos:
(11) 9 4725-3195 | fabio.qo@hotmail.com
Adson BeloRevisão Teológica e Organização:
Jaqueline RobertoCorreção Ortográfica:
ADRIANA RODRIGUES LUCAS - drika.r.lucas@gmail.com - IP: 181.225.172.200
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Eclesiologia
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica (Sistema de Catalogação Editorial)
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1.Teologia 2.Teologia Sistemática 3.Dogmática
Teologia cristã: Suporte para grade curricular: Bacharel. São
Paulo:Editora Pergunta Porque, 2021. Curso Livre Bacharelado
em Teologia
ISBN: 978-65-86693-10-2
IMPRESSO NO BRASIL/ PRINTED IN BRAZIL
Copyright 2021, ITEPA - Instituto Teológico Pescador de Almas
1ª. Edição: Setembro/2021
�
Impressão e Produção: Editora Pergunta Porque
Fabio Quintiliano de OliveiraDiagramação, Arte da Capa e Ajustes Gráficos:
(11) 9 4725-3195 | fabio.qo@hotmail.com
Adson BeloRevisão Teológica e Organização:
Jaqueline RobertoCorreção Ortográfica:
Em 2008 o Ministério Pescador de Almas começou a oferecer cursos
preparatórios para obreiros e mentoria de forma geral. No ano de 2013 iniciou-
se o seminário de bacharelado em teologia, se formando, assim, o Instituto
Teológico Pescador de Almas (ITEPA Bible College), sob a direção do Prof.
Adson Belo, pastor sênior da IMAFE Ministério Pescador de Almas e idealizador
do projeto #PerguntaPorque. É com muita alegria que hoje iniciaremos um
novo módulo, e você faz parte de uma geração que compreende o valor das
Escrituras. Por isso, o nosso sincero desejo que a cada dia o crescimento na
graça e no conhecimento seja realidade em sua vida!
Temos certeza de que serão dias de mergulhos profundos neste
oceano que é a Palavra de Deus!
Aplique-se na leitura e com certeza você terá um aproveitamento
muito melhor do seu curso e será grandemente abençoado.
Seja bem-vindo ao
EclesiologiaVocê está recebendo o material básico do módulo de
que compõe o Curso Livre de Bacharel em Teologia.
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Sumário
Eclesiologia
Introdução 11
Definição do termo Igreja 17
Figuras bíblicas da Igreja 29
A fundação da Igreja 41
A organização das Igrejas 47
Os oficiais da Igreja 53
O batismo e a ceia do Senhor 61
A missão da Igreja 81
Formas de governo da Igreja 89
Exercícios 95
Bibliografia 99
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IntroduçãoIntroduçãoIntrodução
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Eclesiologia
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Há muitas coisas no Novo Testamento que indicam a importância da doutrina 
que estamos estudando agora. Por exemplo, lemos que Cristo amou a Igreja e 
que deu a Si mesmo por ela (Efésios 5:25; Mateus 13:45); que o propósito prin-
cipal de Deus para esta era, a construção da Igreja (Mateus 16:18); que Paulo 
considerava seu maior pecado o de ter perseguido a Igreja (1 Coríntios 15:9; 
Gálatas 1:13); e que o apóstolo muito sofreu pela Igreja (Colossenses 1:24). 
É, portanto, apropriado estudarmos o tipo de vida organizada que Deus pla-
nejou para o povo salvo, durante esta era.
A Igreja está inserida no mundo cósmico, mas pertence ao mundo espiritual 
que abordamos acima. É preciso entender primeiro quem habita nele, ou seja, 
quem forma esse mundo. Podemos citar três categorias de seres espirituais:
• Deus – Trindade;
• Anjos e demônios;
• Homem.
Destes, somente o homem vive numa dimensão material, e isso, somente en-
quanto estiver na carne, ou seja, neste mundo.
Vejamos as palavras do Mestre a seus discípulos: Mateus 28:18: “E, aproxi-
mando- se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade (poder) 
no céu e na terra.” Essa autoridade foi outorgada aos discípulos, pois em se-
guida disse: Mateus 28:19: “portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, 
batizando- os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”; - fazei homens 
espirituais, que estejam dispostos a viverem fora desse mundo. O Apóstolo 
Paulo compreendeu essa verdade e declara em Gálatas 2:20: “Já estou cruci-
ficado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que 
agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entre-
gou a si mesmo por mim.” Paulo aceita exatamente o que Jesus tenta ensinar 
a Igreja no início. Ela deveria viver num mundo diferenciado, não em questões 
de costumes, mas sim, na realidade da fé.
Ao dar ordem, “Portanto ide”, Jesus declarou uma guerra constante contra o 
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reino das trevas, foi o mesmo que dizer aos discípulos: “ide e atacai todas as 
fortalezas do inimigo, retirando de lá todos os que me pertencem por direito 
de sangue”.
A Igreja por ser responsável pela salvação do homem, não pode ser material, 
pois a alma não é matéria, mas sim, espírito. Nessa condição a Igreja trava uma 
luta totalmente espiritual contra o reino das trevas; Efésios 6:12: “... pois não 
é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, 
contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as 
hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.” A luta da Igreja é contra 
as hostes espirituais.
A Igreja é um corpo vivo que se move sobre a terra por meio de seus mem-
bros ativos, tendo como cabeça a pessoa de Jesus Cristo e a vida regida pelo 
Espírito Santo. Membro é uma parte do corpo que une duas ou mais partes, 
exemplo: as pernas andam, mas estão ligadas diretamente ao tronco que por 
sua vez, está ligado ao pescoço e este a cabeça de onde vem todos os sinais e 
reflexos para os demais membros.
No mundo espiritual existem regras fundamentais e estas são seguidas pela 
Igreja, do mesmo modo que os membros do corpo, embora tenham auto-
nomia, não podem fazer o que bem quiserem, por isso, suas ações são con-
troladas pelo cérebro, que é comandado pela alma, que é controlado pelos 
princípios éticos e morais.
A Igreja recebeu a unção para conduzir os homens até o Reino de Cristo onde 
se localiza a Igreja viva. Essa unção é permanente, pois é dada pelo Espírito 
Santo atuante na Igreja (corpo). A união permanente da Igreja deu-se no dia 
de Pentecostes, em Atos 2:
“1. Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mes-
mo lugar.
2. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, 
e encheu toda a casa onde estavam sentados.
3. E lhes apareceramumas línguas como que de fogo, que se distribuí-
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am, e sobre cada um deles pousou uma.
E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras 
línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.”
Nota-se que todos que estavam no cenáculo receberam da porção (unção), a 
Igreja estava formada, os membros colocados cada um em seu lugar, os minis-
térios formados e o poder necessário para a guerra declarada derramado so-
bre os discípulos (membros do CORPO VIVO). Nesse momento, eles passaram 
da esfera terrena à esfera espiritual, não eram mais os mesmos, e já não se 
importavam com as coisas terrenas: Atos 2:45: “E vendiam suas propriedades 
e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um.”
A Igreja (Corpo Vivo) começava a andar no mundo, seu poder era manifestado 
em todos os lugares, um novo mundo estava se formando com a chegada do 
Espírito Santo – era o mundo espiritual, onde a Igreja como organismo vivo 
se movia e se move formando verdadeiras multidões de células vivas que se 
reproduzem diariamente.
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Defi nição do
termo
Igreja
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DEFINIÇÃO DO TERMO IGREJA
Eclesiologia é o estudo da igreja em sua natureza, ordenanças, ministério, 
missão e governo. Desde que a igreja é o corpo divinamente constituído, atra-
vés do qual o evangelho é pregado e os crentes são instruídos, o estudo cui-
dadoso e uma compreensão clara sobre ela são evidentemente importantes. 
O melhor ponto para começar tal estudo é mediante definições.
O significado básico do termo “Igreja”
A igreja é um aspecto da doutrina cristã sobre o qual praticamente todos, 
crentes e descrentes, têm uma opinião. Em partes é, porque sendo uma insti-
tuição da sociedade, a igreja pode ser observada e estudada pelos métodos da 
ciência social. Isso, porém, nos apresenta um dilema. Podemos ser tentados a 
definir a igreja pelo que é empiricamente. Tal abordagem, no entanto, poderia 
confundir o real com o ideal e, por mais interessante que seja, tal abordagem 
deve ser evitada. O significado do termo igreja destaca-se melhor quando 
estudado no contexto grego e veterotestamentário. No grego clássico, a pa-
lavra grega 
usada no Novo Testamento para designar a igreja (ekklésia), referia-se sim-
plesmente a uma assembleia dos cidadãos de uma localidade. O equivalente 
mais próximo do Antigo Testamento (qãhãl) não é tanto uma especificação 
dos membros de uma assembleia, mas uma designação do ato de se reunirem.
Em Mateus 16:18 temos a menção do termo “Igreja” pela primeira vez na Bíblia. 
Ela é a tradução do grego “ekklésia”, que no sentido comum e linguístico gre-
go, significa chamado, convocado, reunido, como no caso de uma reunião ou 
assembleia de pessoas reunidas.
O termo é derivado de duas palavras gregas, o prefixo ek (ekklésia) indica no 
grego que o povo reunido era composto de cidadãos livres e não a massa co-
mum do povo. Um exemplo disso vemos em Atos 19:39. A palavra ajuntamento 
é no original “ekklésia”. E, legítimo que a precede, significa de acordo com a 
lei, legal. Não era qualquer um que fazia parte de uma ekklésia.
“Klésia” é um substantivo originado do verbo kalein, significando “chamar”, 
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convocar, reunir pessoas para um determinado fim.
Originalmente, “os chamados para fora” constituíam o grupo de legisladores 
da república grega, convocados de suas comunidades para tratarem de assun-
tos de interesse público. Quando nos referimos a uma sessão da Assembleia 
Estadual, estamos usando a palavra “assembleia” exatamente como os gregos 
empregavam ekklésia.
A palavra grega ekklésia, literalmente, refere-se à reunião de um povo, por 
convocação. No Novo Testamento, o termo designa principalmente o conjunto 
do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus 
(Efésios 2:19), com o propósito de adorar a Deus.
Nos tempos do Novo Testamento, quando Jesus aplicou a palavra ekklesia 
para designar o corpo que Ele iria formar, Ele tomou de empréstimo seu sen-
tido pelo menos de duas fontes:
• O uso judeu da palavra congregação de Israel; e
• O emprego da palavra grega para referir-se a uma reunião de pessoas 
como um corpo constituído e organizado.
O uso judaico de ekklésia traduz geralmente o termo hebraico qãhãl que era 
a palavra do Antigo Testamento para a congregação de Israel no deserto.
O termo aplicado a Israel não significa que ele é a Igreja, uma vez que aquele 
povo era formado somente da descendência de Abraão, ao passo que a Igreja 
do Senhor é chamada dentre todas as nações e todos os povos, contanto que 
sejam pessoas nascidas de novo através do Espírito Santo.
Quando Jesus disse: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 
16:18), Ele não deu ênfase à palavra igreja, mas à palavra “minha”. A igreja é 
única, não por ser chamada igreja, mas sim por ser a assembleia dos crentes 
que pertencem a Jesus, que constituem o seu corpo. Quando um articulista 
apresenta duas igrejas, a do arrebatamento e a igreja que fica, na realidade ele 
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tem razão em assim afirmar. Outrossim, seria bom que o mesmo explicasse 
que a igreja que fica não faz parte da ekklésia convocada por Jesus e sim que 
por outros interesses foi formada.
Exemplos de igreja local
• Um grupo de crentes reunidos numa casa (Rm 16:5; Fm v.2);
• Os crentes de uma determinada cidade ou localidade (1 Co 1:2; 1 Ts 1:1);
• Os crentes de uma província, região, país ou continente (1 Ts 2:14; Gl 
1:2);
• A casa de oração ou templo aonde se reúne a igreja é também chama-
da igreja. Daí falarmos em torre da igreja, dimensões da igreja, inaugu-
ração da igreja etc;
• Os distintos ramos do cristianismo são também chamados de igrejas. 
Daí dizer-se Igreja Assembleia de Deus, Igreja Batista, Igreja Presbite-
riana, etc;
• Grupo dos que professam ser crentes em qualquer lugar. Assim, lemos 
acerca da igreja em: Jerusalém (At 8.1:11-22); Antioquia (At 13:1); Éfeso 
(At 20:17); e das igrejas da Ásia (Ap 1:4) etc.
As igrejas locais em conjunto deveriam ser uma réplica fiel da Igreja verdadei-
ra, a Igreja universal; a maioria delas falha neste aspecto de maneira triste.
A Palavra usada para igreja universal:
• O fato desta palavra ser usada no sentido universal é provado por 
Cristo ter falado de
construir Sua “Igreja” (1 Co 15:9; Gl 1:13; Fp 3:6; At 8:3);
• Por estar escrito que Cristo amou a “Igreja” e a Si mesmo entregou por 
ela (Ef 5:25);
• Por nosso Senhor estar purificando e santificando “a Igreja” (Ef 5:26-27);
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• Por ser Ele o cabeça da “Igreja” (Ef 1:22; 5:23; Cl 1:18);
• Por Ele ter estabelecido apóstolos, profetas, mestres, etc., na “Igreja” 
(1 Co 12:28);
• E por ser a assembleia universal dos crentes desta era chamada de“i-
greja dos primogênitos
arrolados nos céus” (Hb 12:23).
Em todas essas passagens, é usada a palavra grega ekklésia. Por si mesma, 
essa palavra quer dizer simplesmente um grupo de pessoas convocadas, como 
em uma assembleia de cidadãos em um estado de governo autônomo; mas o 
Novo Testamento a encheu com um conteúdo espiritual, de maneira que passa 
a significar um povo chamado para deixar o mundo e as coisas pecaminosas e 
viver uma vida consagrada a Deus.
A unidade da igreja
As palavrasde Jesus trazem uma visão panorâmica a respeito da unidade mui-
to mais densa, mais profunda, que transcende as definições a que estamos 
acostumados, quer sejam teológicas, filosóficas, ou mesmo do próprio dicio-
nário de língua portuguesa. Observe que, na perspectiva de Jesus a unidade 
está relacionada à pessoa e a reciprocidade: “como és tu, ó Pai, em mim e eu 
em ti”.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi 
feito se fez.” João 1:1-3
A unidade cristã está associada ao SER e ao ESTAR. Veja as palavras de Jesus: 
“a fim de que sejam um”. A prática da unidade quando não tem seu início a 
partir da pessoa em si não passa de mera conveniência, a unidade não se inicia 
no lugar ou no interesse que esteja envolvido, Jesus afirmou por duas vezes 
que tinha prazer em estar com os discípulos.
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Após orar para que sejam um, Jesus diz:
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comi-
go os que me deste” João 17:24
E ainda:
“...voltarei, e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu es-
tou estejais vós também.” João 14:3
A unidade cristã se revela no prazer de estar com a pessoa, muito mais do 
que os lugares que essa pessoa possa me proporcionar. Jesus disse que esses 
discípulos, cada um com seu temperamento, seus defeitos, suas limitações, 
estiveram com ele nas tentações:
“Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tenta-
ções” Lucas 22;28 
Por mais simples que seja a expressão de Tomé, quando os discípulos estavam 
a caminho de Betânia, há algo que devemos considerar:
“Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos discípulos: Vamos tam-
bém nós para morrermos com ele.” João 11;16
Nisso aprendemos uma lição básica a respeito da personalidade de Tomé; tal-
vez não seja visto como um discípulo de grandes revelações e grandes ini-
ciativas, como Pedro foi. Talvez não tenha sido um discípulo de visão como 
André, que mesmo contra as evidências naturais andou entre a multidão e 
levou a Jesus um moço com cinco pães e dois peixes, Tomé não aparece entre 
os três principais, não tem a tesouraria sob sua responsabilidade ou algum 
barco à disposição do colégio apostólico, ele simplesmente vive a unidade! 
Vamos também nós para morrer com ele! Tudo o que Tomé compreende na 
morte de Lázaro, é que o amigo de Jesus, hospedeiro dos discípulos, irmão de 
Marta e Maria morreu. Ainda não ficou claro para Tomé o que Jesus vai fazer 
em Betânia, mas, ele diz:
“Vamos nós também para morrermos com ele.”
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Hipérbole ou não, ou um mero hebraismo segundo alguns, fazendo alusão a 
participar do luto da casa, consideremos essa expressão: Vamos nós também! 
Pois revela a prática da unidade.
Penso que precisamos ter revelações e manifestações de fé como Pedro, mas, 
os líderes da igreja brasileira clamam, suspiram, por liderados dispostos a 
viver unidade como o jovem Tomé. A revelação esclarece, traz soluções, har-
moniza, a manifestação da fé produz sinais, mas, são apenas manifestações, e 
por mais expressivas que sejam, são apenas momentâneas, enquanto a unida-
de se vive diariamente. Pedro quando teve a revelação de Cristo disse:
“Tu És o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Mateus 16:16
Pedro em meio a tempestade disse:
“Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” 
Mateus 14:28
O jovem Tomé disse: “Vamos nós também!”
A primeira característica da unidade está ligada ao Ser, depois ao Estar, no 
sentido de dividir o mesmo ambiente e as mesmas experiências do ambiente, a 
exemplo da casa hospedeira em Betânia, estiveram ali nos grandes banquetes, 
estariam ali no momento do luto. Partimos então para a terceira característica 
da unidade; seu poder de criação.
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele” João 1:3
“Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim: crede ao menos por 
causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que 
aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras 
maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pe-
dirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado 
no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” 
João 14:11-13
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“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem e seme-
lhança” Gênesis 1:26
O homem foi criado em unidade, e nas palavras de Jesus fica claro que dois 
níveis de obras somente serão efetuados por nós através da unidade:
I. “as obras que eu faço”
II. “obras maiores”
* A unidade de cento e vinte homens no cenáculo, perseverando em 
oração preparou o ambiente para o dia de Pentecostes;
* A unidade de Davi e Jônatas trouxe livramento a Davi em tempos de 
perseguição;
* A unidade dos quatro amigos: Daniel, Hananias, Misael e Azarias, 
trouxe revelação de Deus e promoção a esses quatro jovens;
* A unidade da fé entre Josué e Calebe deu-lhes o direito à herança em 
Canaã;
* A unidade de Josué a Moisés fez-lhe sucessor de Moisés. Não há su-
cessão legítima no ministério sem que antes haja uma trajetória de uni-
dade;
* A unidade de Rute a Noemi lhe conectou a linhagem de Cristo;
* A unidade de Jônatas e Aimáas prestou um grande serviço ao rei Davi, 
quando fugia de Absalão;
* A unidade de Ageu e Zacarias trouxe um reavivamento a um povo dis-
perso e indiferente ao templo do Senhor;
* A unidade de Paulo e Silas no Espírito e em adoração, no interior de 
um cárcere em Filipos, provocou um terremoto e cadeias se quebraram.
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A unidade quebra cadeias!
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu 
trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; aí, porém, 
do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Tam-
bém, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como 
se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe 
resistirão: o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.” 
Eclesiastes 4;9-12
A unidade da igreja com Cristo é seu maior segredo para vencer os desertos 
da vida. É possível que enquanto você lê esse simples devocional esteja se 
questionando como vencer, como romper, como encontrar a saída de algum 
deserto que possa estar atravessando, guarde essa chave de unidade em seu 
coração:
“Que é isso que sobe do deserto, como colunas de fumo, perfu-
mado de mirra e de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do 
mercador? É a liteira de Salomão; sessenta valentes estão ao redor 
dela, dos valentes de Israel. Todos sabem manejar a espada e são 
destros na guerra; cada um leva a espada à cinta, por causa dos 
temores noturnos.” Cantares 3;6-8
Na poesia hebraica o rei e seus companheiros vêm atravessando o deserto 
em direção ao Líbano, levantando nuvens de poeira. Uma alegoria incrível da 
trajetória de um obreiro:
I. Poeira do deserto; representando o desgaste das longas jornadas;
II. Mirra e incenso aromático: sacrifício e uma vida de constante 
oração;
III. Espada à cinta; o manejo da palavra e o preparo para a obra do 
santo ministério;
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IV. Sessenta valentes ao redor dela: Aqui reside o segredo de um 
obreiro vencedor; a consciência que não pode deixar sua formação no 
meio da travessia. Nisso a palavra “unidade” é algo militar. Na linguagem 
militar “unidade” é um corpo de tropas com incumbência e manobras 
próprias. Você faz parte de uma unidade real, que está atravessando um 
deserto, mas, está a caminho de um casamento, veja:
“Saí, ó filhas de Sião, e contemplai ao rei Salomão com a coroa com 
que suamãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do 
seu coração.” Cantares 3;11 “Quem é esta que sobe do deserto, e 
vem encostada ao seu amado?” Cantares 8;5
A igreja de Cristo tem consciência que não entra em desertos sozinha, e o 
deserto não a afasta de Cristo, antes faz com que a relação se torne mais es-
treita, mais íntima, mais próxima. O segredo para resistir os desertos da vida 
cristã, como igreja é; estar encostada ao seu amado. Unidade!
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Figuras 
Bíblicas
da Igreja
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FIGURAS BÍBLICAS DA IGREJA
A seguir precisamos indagar a respeito das qualidades ou características da 
verdadeira igreja. Vamos abordar este tópico examinando algumas das figuras 
que Paulo usou para a Igreja. Apesar de haver grande número de figuras, exa-
minaremos as principais delas.
A Igreja como povo de Deus
Paulo escreveu sobre a decisão divina de fazer dos crentes seu povo: Ele pró-
prio [Deus] disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão 
o meu povo (2 Co 6.16). A igreja é constituída do povo de Deus. Ela pertence a 
ele e Ele pertence a ela.
O conceito da igreja como povo de Deus destaca a iniciativa de Deus na es-
colha das pessoas. No Antigo Testamento, ele não adotou para si uma nação 
existente, mas na realidade criou um povo para si. Ele escolheu Abraão e, 
depois, por meio dele, fez surgir o povo de Israel. No Novo Testamento, esse 
conceito de Deus escolhendo um povo é alargado, passando a incluir tan-
to judeus como gentios na igreja. Assim, Paulo escreve aos tessalonicenses: 
“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo 
Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela san-
tificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante 
o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 
Ts 2.13,14; veja tb. 1 Ts 1.4).
Entre os textos do Antigo Testamento em que Israel é identificado como povo 
de Deus estão Êxodo
15.13, 16; Números 14.8; Deuteronômio 32.9,10; Isaías; Jeremias 12.7-10 e Oséias 
1.9,10; 2.23.
Em Romanos 9.24-26, Paulo aplica as declarações de Oséias ao ato de Deus 
tomar os gentios juntamente com os judeus: Deus “também chamou, não só 
dentre os judeus, mas também dentre os gentios”. Assim como também diz em 
Oséias: “Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não 
era amada; e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo 
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serão chamados filhos do Deus vivo”.
O conceito de Israel e a igreja como povo de Deus contém algumas implica-
ções. Deus se orgulha deles. Ele provê cuidado e proteção a seu povo; ele o 
mantém “como a menina dos olhos” (Dt 32.10). Por fim, ele espera que seja seu 
povo sem reservas e fidelidade total. A exigência de exclusividade da parte 
de Jeová em relação a seu povo é ilustrada pela história de Oséias que exige 
exclusividade de sua esposa infiel, Gômer. É como se todo o povo de Deus 
tivesse recebido uma marca especial. No Antigo Testamento, a circuncisão era 
a prova de propriedade divina. Ela era exigida de todas as crianças de sexo 
masculino do povo de Israel, bem como dos convertidos ou dos prosélitos de 
sexo masculino. Era um sinal externo da aliança que os tornara povo de Deus. 
Também era um sinal subjetivo da aliança, uma vez que era aplicado indivi-
dualmente a cada pessoa, enquanto a arca servia como sinal objetivo para o 
grupo como um todo.
Em lugar dessa circuncisão externa da carne, encontrada na administração 
da antiga aliança, encontramos sob a nova aliança uma circuncisão interna 
do coração. Paulo escreveu: “Porém judeu é aquele que o é interiormente, e 
circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra” (Rm 2.29, 
veja tb. Fp 3.3). Embora no Antigo Testamento, ou sob a antiga aliança, o povo 
de Deus fosse a nação de Israel, no Novo Testamento a inclusão no povo de 
Deus não era baseada em identidade nacional: “Nem todos os de Israel são, 
de fato, israelitas” (Rm 9.6). É a inclusão na aliança de Deus que distingue o 
povo de Deus; tal povo é formado de todos os que “chamou, não só dentre 
os judeus, mas também dentre os gentios” (v. 24). Para Israel, a aliança era a 
aliança de Abraão; para a igreja, é a nova aliança forjada e estabelecida por 
Cristo (2 Co 3.3-18).
Espera-se do povo de Deus uma qualidade especial de santidade. Deus sem-
pre esperou que Israel fosse puro e santificado. Como noiva de Cristo, a igreja 
também precisa ser santa: “Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por 
ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água 
pela palavra, para apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem 
ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25b-27).
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A Igreja como corpo de Cristo
Talvez a figura mais extensa da igreja seja sua representação como o corpo 
de Cristo. Essa figura salienta que a igreja é agora o centro da atividade de 
Cristo, assim como seu corpo físico a centralizava durante seu ministério ter-
reno. A imagem é usada tanto para a igreja universal (Ef 1.22,23) como para 
congregações locais (1 Co 12.27). A figura do corpo de Cristo também salienta 
a ligação da igreja, como um grupo de crentes, com Cristo. A salvação, em 
toda sua complexidade, é em grande parte uma consequência da união com 
Cristo. Cristo no crente é a base da fé e da esperança. Paulo escreve: “Aos 
quais [santos] Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste 
mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1.27; 
veja tb. Gl 2.20).
A figura da igreja como corpo de Cristo comporta vários aspectos:
• Cristo é a cabeça desse corpo (Cl 1.18) do qual os crentes, como indi-
víduos, são membros ou partes. Todas as coisas foram criadas nele, por 
ele e para ele (Cl 1.16). Ele é o princípio, o primogênito (v. 15). “*Serão 
convergidas+ em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dis-
pensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10, NVI). Os crentes, unidos 
a ele, estão sendo alimentados por meio dele, a cabeça a que estão 
ligados (Cl 2.19). Sendo a cabeça do corpo (Cl 1.18), ele também governa 
a igreja: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da 
Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo 
principado e potestade” (Cl 2.9,10). Cristo é o Senhor da igreja. Ela deve 
ser guiada e controlada por suas orientações e atividade.
• A figura do corpo de Cristo também fala da ligação mútua entre todas 
as pessoas que compõem a igreja. Não existe algo como uma vida cristã 
isolada, solitária. Em 1 Coríntios 12,
Paulo desenvolve o conceito da interligação do corpo, especialmente 
com respeito aos dons do Espírito. Aqui, ele salienta a dependência de 
cada crente em relação a todos os outros. Existe, nesse entendimento 
do corpo, uma mutualidade; cada crente encoraja e edifica os outros. 
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Em Efésios 4.11-16, Paulo desenvolve essa ideia do valor da contribuição 
de cada um para os outros. Deve haver uma pureza do todo. Membros 
do corpo devem levar as cargas uns dos outros (Cl 6.2) e restaurar os 
que são encontrados em pecado (v. 1). Em alguns casos, como aqui, lidar 
com membros em pecado pode significar restauração terna. Às vezes, 
pode significar afastar da comunhão os quea estão maculando. Ou seja, 
na realidade, pode implicar exclusão ou excomunhão. Em Mateus 18.8,17, 
Jesus falou dessa possibilidade, assim como o fez Paulo em Romanos 
16.17 e 1 Coríntios 5.12,13.
• O corpo deve ser caracterizado pela comunhão genuína. Isso não sig-
nifica meras relações sociais, mas um sentimento de intimidade e uma 
compreensão mútua. Deve haver empatia e encorajamento (edificação). 
O que é experimentado por um é experimentado por todos. Assim, Pau-
lo escreve: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com 
ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” (1 Co 12.26). A 
igreja no livro de Atos chegou a dividir bens materiais uns com osoutros.
• O corpo deve ser unido. Os membros da igreja de Corinto estavam 
divididos quanto aos líderes religiosos a que deviam seguir (l Co 1.10-17; 
3.1-9). Haviam formado divisões ou facções que se evidenciavam demais 
nas reuniões da igreja (l Co 11.17-19). Isso, porém, não deveria ocorrer, 
pois todos os crentes são batizados no corpo pelo mesmo Espírito (l Co 
12.12,13; veja tb. Ef 4.4-6).
• Sendo o corpo de Cristo, a igreja é a extensão de seu ministério. Não 
devemos levar essa ideia longe demais, entendendo que a igreja seja 
uma encarnação literal de Cristo, pois o resultado seria um virtual pan-
teísmo. Antes, devemos olhar para a Grande Comissão de Cristo. Tendo 
mencionado que toda autoridade no céu e na terra havia sido dada a 
ele (Mt 28.18), Jesus enviou seus discípulos para evangelizar, batizar e 
ensinar, prometendo-lhes que sempre estaria com eles, até o final dos 
tempos (v. 19,20). Cristo lhes disse que deveriam prosseguir com seu 
trabalho e que o fariam em grau assombroso (Jo 14.12). A obra de Cristo, 
portanto, sendo feita por todos, será feita pelo seu corpo, a igreja.
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A Igreja como templo do Espírito Santo
Completando o conceito trinitário da igreja, segundo a perspectiva de Paulo, 
há a figura da igreja como o templo do Espírito. É o Espírito que fez surgir a 
igreja. Essa obra impressionante do Espírito ocorreu a partir do primeiro con-
vertido a Cristo, alcançado pelo Espírito Santo. E o Espírito continua trazendo 
pessoas para a igreja: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados 
em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos 
nós foi dado beber de um só Espírito” (l Co 12.13). É importante observar que o 
Espírito Santo é quem introduz o crente no corpo de Cristo, a Igreja, formando 
um corpo.
A igreja é agora habitada pelo Espírito, tanto no aspecto individual como no 
coletivo. Paulo escreve aos coríntios: “Não sabeis que sois santuário de Deus 
e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de 
Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” 
(1 Co 3.16,17). Em outra passagem ele descreve os crentes como “santuário 
dedicado ao Senhor para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2.21,22).
Habitando na igreja, o Espírito Santo partilha com ela sua vida. Aquelas qua-
lidades próprias de sua
natureza e “ fruto do Espírito” serão encontradas na igreja: amor, alegria, paz, 
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio 
(Cl 5.22,23). A presença de tais qualidades são
indicações da atividade do Espírito Santo e, portanto, em certo sentido, da 
genuinidade da igreja.
É o Espírito Santo que transmite o poder para a igreja, como Jesus indicou em 
Atos 1.8. Por causa da vinda iminente do Espírito com poder, Jesus pôde dar 
aos discípulos a promessa incrível de que fariam obras maiores que as dele (Jo 
14.12). Assim, Jesus lhes disse: “Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, 
o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” Jo 
16.7). É o Espírito que faz tudo o que é necessário para convencer o mundo do 
pecado, da justiça e do juízo (v. 8).
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O Espírito, sendo um, também produz unidade no corpo. Isso não significa 
uniformidade, mas uma unanimidade em propósito e em ação. Da igreja primi-
tiva, diz-se que “era um o coração e a alma” (At 4.32). As pessoas chegavam a 
partilhar todos os bens materiais (2.44,45; 4.32, 34,35). O Espírito havia cria-
do nelas uma consciência maior de participação no grupo que de identidade 
individual e, portanto, elas consideravam suas posses não “minhas” e “suas”, 
mas“nossas”.
O Espírito Santo, habitando na igreja, também cria uma sensibilidade à li-
derança do Senhor. Jesus havia prometido continuar com os discípulos (M 
t 28.20; Jo 14.18, 23). Mas ele também disse que precisava partir para que o 
Espírito Santo pudesse vir (Jo 16.7). Concluímos que a habitação do Espírito é 
o meio de Jesus estar presente conosco. Assim, Paulo escreveu: “Vós, porém 
não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em 
vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, 
Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas 
o espírito é vida, por causa da justiça” (Rm 8.9,10). Paulo usa indiscriminada-
mente as ideias de Cristo estar em nós e do Espírito habitar em nós.
Quando o Espírito habitasse nos discípulos de Jesus, ele lhes traria à lem-
brança os ensinamentos do Senhor (Jo 14.26) e os guiaria a toda verdade (Jo 
16.13). Essa obra do Espírito foi ilustrada de forma impressionante no caso de 
Pedro. Em uma visão, Pedro recebeu a ordem de matar e comer certos animais 
impuros que foram descidos à terra em algo que parecia um grande lençol (At 
10.11-13). A primeira resposta de Pedro foi: “De modo nenhum, Senhor!” (v. 
14), pois estava bem consciente da proibição de comer animais impuros. Pedro 
logo percebeu, porém, que a essência da mensagem da visão não era que ele 
devia comer animais impuros, mas que devia levar o evangelho aos gentios 
bem como aos judeus (v. 17- 48). O Espírito que habitava nele fez com que 
Pedro tomasse consciência de que o Senhor o estava conduzindo aos gentios 
e fez com que ele se dispusesse a obedecer.
O Espírito Santo faz com que os crentes firmes em seus caminhos sejam aten-
tos e obedientes à liderança do Senhor.
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O Espírito também é, em certo sentido, o soberano da igreja, pois é ele quem 
equipa o corpo, dispensando os dons que, em alguns casos são pessoas para 
preencher vários ofícios e, em outros, são habilidades especiais. Ele decide 
quando um dom será concedido e a quem ele será conferido (1 Co 12.11).
Finalmente, o Espírito Santo torna a igreja santa e pura. Pois assim como o 
templo era um lugar santo e puro sob a antiga aliança porque Deus nele habi-
tava, assim também os crentes são santificados sob a nova aliança porque são 
o templo do Espírito Santo (1Co 6.19,20).
A Igreja como um edifício de Deus
Vejamos algumas características de um edifício material, representando ver-
dades mais profundas do edifício espiritual de Deus – a Igreja:
O alicerce do edifício. (1 Co 3.9-11).
Muitos edifícios têm ruído, o exame pericial revela falhas na fundação. Ora 
material inferior, ora é a mão de obra; ora é a planta em que houve falha de 
cálculo. Tudo isso fornece lições espirituais a respeito da Igreja quando con-
sideramos que o seu alicerce é nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo é a pedra 
fundamental desse edifício Mt 16.18.
A estrutura do edifício. (1 Co 3.10).
Um prédio não pode ser construído de maneira imprevista ou casual. Ele obe-
dece a um plano traçado que pode ser o de um simples e humilde prédio até a 
um arranha-céu. Uma vez que o alicerce da igreja é ilimitado, ela pode crescer 
sem parar, mas à medida que ela cresce, precisa cuidar da sua estrutura para 
que esta apresente aos olhos de Deus simetria, ordem, equilíbrio, beleza e 
perfeição e, assim, receba a aprovação dEle nodia do seu acabamento e ins-
peção.
A planta da construção do edifício. (Hb 8.5).
Essa planta é a palavra de Deus. É através dela que as almas se salvam e são 
edificadas na fé cristã.
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Veja a planta da Igreja em 2 Tm 1.13; 1 Pe 4.11; 1 Co 4.6.
O construtor do edifício. (Ef 2.22; 4.4)
O supremo construtor é o Espírito que dirige a Igreja, mas Ele a edifica através 
de homens chamados para isso.
Os materiais da construção. (1 Co 3.12).
Vemos nesta passagem a menção de seis materiais de construção. Três mate-
riais são bons, são aprovados por Deus. Três outros não servem. Ei-los:
1. Ouro. Representa duas coisas:
a. A glória de Deus (comparar as expressões bíblicas “querubins de 
ouro”, e “querubins de glória”, em Êx 37.7 – Hb 9.5). Então, trabalhar com 
ouro na edificação da Igreja é trabalhar para a glória de Deus, em tudo 
o que fizermos para Ele (1 Co 10.31). Ouro é o trabalho feito exclusiva-
mente para glória de Deus.
b. A fé em Deus (1 Pe 1.7 – Ap 3.18). A fé é o único elemento denominado 
santíssimo no Novo Testamento (Jd 20). É trabalhar sempre na depen-
dência de Deus pela fé, sem jamais confiar em nossa própria capacidade.
2. Prata. Isso fala da redenção da alma mediante a expiação (Êx 30.11-15). 
Trabalhar com prata é empenhar prioritariamente nossos dons, tempo, 
na salvação dos perdidos.
3. Pedras Preciosas. Representam as doutrinas da Palavra de Deus. 
(Comparar Êx 28.17- 20,30 + Sl 119.130 + 2 Pe 1.19).
Vejamos na simbologia bíblica o que representam estes três materiais impres-
táveis:
1. Madeira. Representa a humanidade. A madeira vive da terra e tem 
duração limitada. (Sl 1.3; Lc 21.29).
2. Feno. É capim. É comida de animais (Dn 4.25,32,33). Trabalhar com 
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feno é alimentar a natureza carnal do homem natural, ou do crente car-
nal.
3. Palha. É a casca vazia, sem grão. Representa a hipocrisia, inclusive 
quanto a falsos ensinamentos; mero ritualismo sem vida, meros precei-
tos humanos destituídos de poder divino. (Sl 1.4).
A Igreja como noiva de Cristo (2 Co 11.2,3; Ef 5.24,31,32; Ap 19.7)
Como noiva de Cristo, a Igreja está desposada com Ele; como tal, ela deve ser 
fiel a Cristo (Tg 4.4), prepara-se para a cerimônia das bodas (Ap 19.7,8); como 
tal, também, vai um dia ser a esposa de Cristo (Jo 3.29; Ap 19.7) e reinar com 
Ele (Ap 19.6-20).
A Igreja como ministério (gr. diakonia) espiritual
Ela ministra por meios de dons (gr. charismata) outorgados pelo Espírito San-
to (Rm 12.6; 1 Co 1.7);
A Igreja como comunhão espiritual (gr. koinonia) (2 Co 13.14)
Isto inclui a habitação nela do Espírito Santo ( Lc 11.13; Jo 7.37-39), a unidade 
do Espírito (Ef 4.4) e o batismo com o Espírito (At 1.5). Esta comunhão deve 
ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 
13.34,35).
A Igreja como um exército engajado num conflito espiritual
Batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef 6.17). Seu combate é espi-
ritual, contra Satanás e o pecado. O Espírito está na Igreja e a enche, é guer-
reiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas do domínio de 
Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18 Hb 4.12);
A Igreja como a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15)
Funcionando, assim, como alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve 
sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpa-
dores e os falsos mestres.
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A Fundação
da Igreja
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A FUNDAÇÃO DA IGREJA
A época da sua fundação
Alguns afirmam que a Igreja é nada mais que a “Israel espiritual” do Novo 
Testamento, isto é, a continuação da Israel do Velho Testamento, creem ne-
cessariamente que a Igreja começou nos tempos do Velho Testamento. Há os 
que afirmam que ela começou com João Batista. Ele foi o apóstolo de uma 
nova dispensação, e, portanto, a Igreja começou com ele. Kramer afirma que 
“a igreja cristã” começou quando os doze apóstolos foram enviados. Alguns 
afirmam que ela começou com Cristo.
Todavia, as palavras do próprio Cristo demonstram que essas posições não 
são bíblicas. Ele declarou em Cesaréia de Filipe, quando da ocasião de Sua 
quarta e última retirada da Galileia, que a igreja ainda estava no futuro. “Sobre 
esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). A Palavra ensina que a Igreja foi 
fundada no Dia de Pentecostes (At 2). Mais recentemente, alguns passaram a 
ensinar que ela começou quando Paulo disse em Antioquia da Pisídia: “eis que 
nos voltemos para os gentios” (At 13.45-49). A falsidade destas diversas teo-
rias tornar-se-á evidente quando considerarmos o ensinamento bíblico sobre 
este assunto.
Muitas coisas provam que a Igreja foi fundada no dia de Pentecostes (At 2). 
Lemos que havia 120 aguardando a promessa do Espírito quando o dia de Pen-
tecostes chegou. Esses primeiros 120 foram os primeiros a serem batizados 
com o Espírito, e foram oficializados como membros fundadores da igreja de 
Jerusalém. Em resposta à pregação de Pedro e dos outros apóstolos, quase 
3.000 “receberam a palavra”, foram batizados, e acrescentados a eles naque-
le dia” (At 2.14,41). Pouco mais tarde, esta igreja local havia aumentado para 
5.000 (At 4.4). Fica claro por essas passagens que os crentes agiam como uma 
unidade incorporada. Tinham um padrão doutrinário definido (At 2.42), tinham 
comunhão uns com os outros como crentes: observavam as ordenanças do 
batismo e da Ceia.
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Sobre quem ou o que é a Igreja fundada
A igreja católica romana, com base em Mt 16.18, ensina que Pedro é a “pedra” 
sobre a qual a Igreja é edificada. Entretanto, está equivocada quanto a inter-
pretação, o significado real desta passagem é que Cristo edificará a sua Igreja 
sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os demais discípulos, isto é, 
que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16; At 3.13-26). Neste texto, Jesus 
emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo de “Pedro” (gr. petros, que 
significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: “sobre esta pedra (gr. petra, 
que significa uma grande rocha maciça ou rochedo) edificarei a minha igreja”, 
isto é, sobre a confissão feita por Pedro.
Não há dúvida de que se trata da pessoa de Jesus Cristo que é a pedra, isto 
é, o único e grande alicerce da Igreja (1 Co 3.11). Pedro declara que Jesus é a 
“pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores reprovaram” (1 Pe 
2.4,6,7; At 4.11). Pedro e os demais discípulos são “pedras vivas”, como parte 
da estrutura da casa espiritual (a igreja) que Deus está edificando (1 Pe 2.5).
Em lugar nenhum as Escrituras declaram que Pedro seria a autoridade supre-
ma e infalível sobre todos os demais discípulos (cf. At 15; Gl 2.11). Nem está 
dito, também, na Bíblia que Pedro teria sucessores infalíveis, representantes 
de Cristo e cabeças da Igreja.
A maneira da fundação
A Igreja não foi organizada pelo homem, mas teve sua origem em Deus. Em Hb 
12.23, esta Igreja é chamada de “igreja dos primogênitos” (prototokon, sendo 
plural). Isto é, o novo nascimento é a primeira condição na fundação desta 
Igreja. A segunda é o batismo no “corpo de Cristo” produzido pelo Espírito: 
“Pois, todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer 
judeus, quer gregos, quer servos, quer livres. e todos temos bebido de um 
Espírito” (1Co 12.13).
Características da Igreja no NovoTestamento
1. A Igreja, embora seja um organismo, como organização, é o agrupa-
mento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, 
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que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com 
Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5).
2. Mediante o poderoso testemunho da Igreja os pecadores são salvos, 
nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à Igreja; parti-
cipam da ceia do Senhor e esperam a volta de Jesus (At 2.41,42; 4.33).
3. O batismo com o Espírito Santo será pregado e concedido aos novos 
crentes e sua presença e poder se manifestarão (At 2.39). A promessa do 
batismo com o Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no 
dia de Pentecostes, mas também para todos os que cressem em Cristo 
durante toda esta era: “a vós - ouvintes de Pedro; “a vossos filhos” - à 
geração seguinte; “à todos os que estão longe” - à terceira e às subse-
quentes.
4. O batismo com o Espírito Santo não foi uma ocorrência isolada, sem 
repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecostes (cf. At 
2.38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica.
5. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, espe-
rar e experimentar o mesmo batismo com o Espírito que foi prometido 
e concedido aos cristãos do Novo Testamento (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; 
Lc 24.49).
6. Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-
11).
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A OrganizaçãoA Organização
das Igrejas
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A ORGANIZAÇÃO DAS IGREJAS
O fato da organização
Tem havido indivíduos e até grupos de crentes que têm ensinado que as Escri-
turas não dão apoio para nossas igrejas organizadas dos dias de hoje.
Entretanto diversas coisas demonstram que deve ter havido uma organização 
simples mesmo na Igreja de Jerusalém. Eis algumas dentre outras:
1. Os crentes aderiam um padrão doutrinário definido (At 2.42);
2. Reuniam-se para comunhão espiritual (At 2.42);
3. Uniam-se em orações (ibid.);
4. Praticavam o batismo (At 2.41);
5. Observavam a ceia do Senhor ((At 2.42,46);
6. Mantinham registro do número de membros (At 2.14,41; 4.4);
7. Reuniam-se para o culto público (At 2.46);
8. Providenciavam ajuda material para os necessitados dentre eles (At 
2.44,45);
9. Os apóstolos eram os ministros nesta Igreja, mas logo acrescentaram 
os sete varões de Atos 6.1-7 para cuidar de ministrar aos pobres.
Como acabamos de ver, todos esses fatores indicam princípios de organização 
na Igreja de Jerusalém.
Tinham oficiais eclesiásticos
Há, além do exemplo da primeira Igreja, muitas outras indicações de que as 
Escrituras ensinam que é próprio e necessário organizar grupos locais de cren-
tes em igrejas. Paulo, ao voltar pelo mesmo caminho que tomara até Derbe em 
sua primeira viagem, promoveu-lhes “em cada igreja a eleição de presbíteros” 
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(At 14.23). A igreja de Jerusalém nomeou diáconos para cuidar das necessida-
des das pessoas. Na Igreja de Éfeso havia “presbíteros” (At 20.17), na Igreja 
de Antioquia “profetas e mestres” (At 13.1), e na Igreja de Filipos, “bispos e 
diáconos” (Fp1.1).
Tinham hora estabelecida para suas reuniões
Temos informação de que os discípulos se reuniam no “primeiro dia da se-
mana”, logo depois da ressurreição de Cristo (Jo 20.19,26). Em sua carta aos 
Coríntios, Paulo recomendava a seus leitores que, no primeiro dia da semana, 
separassem parte do que o Senhor lhes concedesse (1 Co 16.2). Isto é, no dia 
em que a coleta ia ser tirada. E na última jornada de Paulo a Jerusalém, ele 
para em Trôade e se reúne com os discípulos no primeiro dia da semana (At 
20.7).
Regulamentavam o decoro na Igreja
Eles regulamentavam o decoro na igreja (1 Co 14.34) e exerciam disciplina ecle-
siástica. Jesus havia dado instruções para que, no caso do crente que se recu-
sasse a dar ouvidos a uma admoestação em particular, a disputa fosse levada 
à igreja para disciplina (Mt 18.17). Paulo pede aos Coríntios que definitivamen-
te exerçam a disciplina eclesiástica (1 Co 5.13). Em 3 Jo 10, lemos que Diótrefes 
agiu de modo arbitrário quando tratava da disciplina da igreja.
Levantavam dinheiro para a obra do Senhor
Escrevendo de Éfeso à Igreja de Corinto, Paulo diz que já deu ordens às igrejas 
da Galácia, e então dá-lhes instruções para contribuir para a coleta para os 
santos (1 Co 16.1,2). Devem dar sistematicamente (no primeiro dia da semana), 
proporcionalmente (na medida do que receberem), e com um propósito (para 
os santos). Em sua Segunda epístola aos Coríntios, ele insta com eles para que 
deem liberadamente (2 Co 8.7-9) e com alegria (2 Co 9.7). Ele elogia as igrejas 
da Macedônia por sua grande liberalidade a este respeito (2 Co 8.1-5), e insta 
com a igreja de Corinto para seguir o exemplo delas.
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Mandavam cartas de recomendação a outras Igrejas
Isto se deu quando Apolo deixou Éfeso e se dirigiu a Corinto (At 18.24-28). Está 
subentendido também na pergunta sarcástica de Paulo quanto a se deveria 
levar carta de recomendação quando voltasse a Corinto (2 Co 3.1). Rm 16.1,2 é 
provavelmente uma amostra desse tipo de carta com relação a
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Os Ofi ciais
da Igreja
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OS OFICIAIS DA IGREJA
Havia pelo menos três cargos diferentes nas igrejas primitivas
Pastor, Presbítero e Bispo
Estes três termos denotam um único cargo no Novo Testamento. At 20.17,28 
diz que os “presbíteros” da Igreja de Éfeso foram constituídos em “bispos” so-
bre o rebanho, com a finalidade de “alimentar” (pastor, poimainein) a igreja de 
Deus. Temos aqui os termos “presbíteros”, “bispos” e “pastores” usados para 
os mesmos homens. Em 1 Pe 5.1,2, os deveres de um “pastor” são atribuídos 
aos “presbíteros que há entre vós”, isto é, os dois eram a mesma coisa. Tanto 
João (2 Jo 1; 3 Jo 1) quanto Pedro (1 Pe 5.1) eram apóstolos, e, no entanto, se 
diziam “presbíteros”. Certamente isto não implicava em um cargo abaixo do 
de pastor e bispo. Em Tito 1.5-9, os termos “presbítero” e “bispo” são usados 
intercambiavelmente. O termo grego ocorre dezoito vezes no Novo Testa-
mento, mas somente Ef 4.11 é traduzido por “pastor”. Seu significado real é 
o de pastor de ovelhas; e este é o significado em todas as outras referências 
(por exemplo: Mt 9.36; 26.31; Lc 2.8; Jo 10.2; Hb 13.20; 1 Pe 2.25).
Diáconos
A palavra vem do grego diakonos (Fp 1.1). Diácono significa “servo”. Uma das 
funções deles na igreja do Novo Testamento é vista em At 6.1-6. Deviam aju-
dar os pastores, cuidando dos assuntos temporais e materiais da igreja de tal 
maneira que os pastores pudessem dedicar-se à oração e ao ministério da 
Palavra (At 6.4). As qualificações espirituais dos diáconos são essencialmente 
as mesmas dos pastores (1 Tm 3.1-7).
Dons ministeriais para a Igreja
Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas 
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”.
Este versículo alista os dons deministério que Cristo deu à igreja.
1. Apóstolos. O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no 
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Novo Testamento. O verbo “apostello” significa enviar alguém em mis-
são especial como mensageiro e representante pessoal de quem o en-
via. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos 
por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1
2. Profetas. Os profetas eram homens que falavam sob o impulso dire-
to do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida 
espiritual e pureza da igreja. Sob o Novo Testamento, foram levanta-
dos pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma 
mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
É preciso distinguir o “dom de profecia” (mencionado em 1 Co 12.7, concedido 
pelo Espírito); com o “dom ministerial de profecia” (em Ef 4.11 concedido por 
Jesus). Como “dom de ministério”, a profecia é concedida a apenas a alguns 
crentes, os quais servem a igreja como ministros profetas. O “dom de pro-
fecia” é a manifestação momentânea do Espírito da profecia potencialmente 
disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18).
O ministério profético do Antigo Testamento ajuda-nos a compreender o do 
Novo Testamento. A missão principal dos profetas do Antigo Testamento era 
transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de 
Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes 
eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os 
apóstolos são um exemplo do ideal do Antigo Testamento.
A função do profeta na igreja incluía o seguinte:
a. Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, 
por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, animar, consolar 
e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3);
b. Devia exercer o dom de profecia;
c. Às vezes predizia o futuro (At 11.28; 21.10,11);
d. Desmascarar o pecado e proclamar a justiça, advertir do juízo vindou-
ro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus 
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(Lc 1. 14- 17);
e. Zelo pela pureza da igreja (1 Co 6.9-11);
f. Compreensão do perigo dos falsos ensinos (2 Co 11.12-15);
g. Dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem 
(1 Co 15.3,4);
h. Interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com 
os sentimentos de Deus (At 20.27-31).
A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está su-
jeita ao julgamento da igreja, de outros profetas e da Palavra de Deus. A con-
gregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, 
se ela é de Deus (1 Co 14. 29-33; 1 Jo 4.1).
Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a 
igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, 
desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia 
(1 Co 14.3). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão 
e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja 
já não será o lugar do Espírito (2 Tm 3.1-9). Por outro lado, a igreja com os 
seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada 
à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade 
do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1 Co 14.3).
3. Evangelistas. Evangelistas eram homens de Deus, capacitados e co-
missionados por Jesus para anunciar o evangelho, isto é, as boas novas 
da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa 
localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder 
da salvação (Rm 1.16). Filipe o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata 
a obra deste ministério, segundo o padrão do Novo Testamento:
a. Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35);
b. Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12);
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c. Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanha-
vam as suas pregações (At 8.6,7,13);
d. Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14- 
17).
O evangelista é essencial no propósito de Deus para a Igreja. A igreja que re-
conhece o dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, 
proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 
2.14- 41).
4. Pastores. Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e 
cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados pres-
bíteros (At 20.17; Tt 1.5), bispos ou supervisores (1 Tm 3.1; Tt 1.7).
A tarefa do pastor inclui:
a. Cuidar da sã doutrina e refutar as heresias (Tt 1.9-11);
b. Ensinar a palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1 Ts 5.12; 
1 Tm 3.1-5);
c. Ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8);
d. Esforçar-se de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 
12.15).
Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: Salvaguardar a verdade apostólica 
e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que sur-
gem dentro da igreja.
Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o 
Bom Pastor (Jo 10.11-16).
Segundo o Novo Testamento, uma igreja local era dirigida por um grupo de 
pastores (At 20.28; Fp
1.1). Os pastores eram escolhidos, segundo a sabedoria do Espírito concedida 
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à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato.
O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar 
de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente 
do Espírito (1 Tm 3.1-7):
I. Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mun-
do (At 20.28-31);
II. Haverá distorção da palavra de Deus, e os padrões do evangelho se-
rão abandonados (2 Tm 1.13,14);
III. Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme 
o propósito de Deus (1 Tm 4.6, 14-16);
IV. Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2 Tm 4.4).
Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos 
com as palavras da fé e da sã doutrina e disciplinados segundo o propósito da 
piedade (1 Tm 4.6,7).
5. Doutores ou Mestres. Os mestres são aqueles que têm de Deus um 
dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a 
fim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.12). Vejamos algumas das qualifi-
cações que o mestre deve possuir:
a. Defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evange-
lho que lhe foi confiado
(2 Tm 1.11-14);
b. O propósito de ensinar a palavra de Deus a fim de preservar a verda-
de e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso 
inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus.
A igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá seus en-
sinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais 
do evangelho. Princípios e práticas falsos serão desmascarados e a pureza da 
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mensagem original de Cristo será conhecida de seus membros.
Ordenanças da Igreja
Podemos definir “ordenança” como um rito externo ordenado por Cristo para 
ser administrado na Igreja, como sinal visível da verdade salvadora da fé cris-
tã. O Novo Testamento prescreve duas ordenanças: o Batismo nas águas e a 
Ceia do Senhor.
Strong diz:
“Ordenança é um rito simbólico que põe em destaque as verdades cen-
trais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal. O Batismo e a 
Ceia do Senhor são ritos que se tornaram ordenanças por ordem espe-
cífica deCristo. Rito é um símbolo usado com regularidade e intenção 
sagrada. Símbolo é um sinal, uma representação visível de uma verdade 
ou ideia invisível.”
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O Batismo
do Senhor 
e a Ceia
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O BATISMO E A CEIA DO SENHOR
O significado da palavra batismo.
De acordo com o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa” 2ª edição revista e 
aumentada de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, seguem abaixo as seguin-
tes definições acerca de Batismo:
Batismo [do gr. Baptismós, “mergulho”, pelo lat. Baptismu.] S.M.
1. Sacramento da Igreja Católica Apostólica Romana, no qual a ablução, 
a imersão ou a simples aspersão com água significa um renascer espiri-
tual, com purificação de todas as culpas e pecados;
2. Iniciação religiosa;
3. Admissão solene a uma seita religiosa;
4. Ato de dar nome a uma pessoa ou coisa;
5. Ablução, imersão;
6. Cerimônia de lançamento de navio, avião, etc., em que são benzidos 
solenemente, após o quê, em geral, se quebra de encontro a eles uma 
garrafa de champanha;
7. Cerimônia de iniciação dos que aprenderam os principais movimen-
tos da capoeira, realizada publicamente, e na qual os alunos atacam os 
mestres ou capoeiristas antigos, fazendo a demonstração de golpes.
De conformidade com “O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo 
Testamento” publicado no Brasil pela Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 
como segue-se:
* (baptõ) “mergulhar”;
* (baptizõ), “mergulhar”, “imergir”, “submergir”, “batizar”;
* (baptismos), “ato de mergulhar”.
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Obs.: baptizõ é uma forma intensiva de baptõ que significa mergulhar” e “fa-
zer perecer” (como por meio de afogar um homem ou afundar um navio). Daí 
a origem do significado do “batismo de sofrimento”, “batismo de fogo” e “ba-
tismo com fogo” (lago de fogo).
Além das palavras-chave baptõ/baptizõ, portanto, que indicam imersão total, 
no Novo Testamento, o termo foi estendido para expressar uma renovação 
completa da existência humana”.
Na Septuaginta (LXX) Baptõ ocasionalmente traduz o hebraico do Antigo 
Testamento tãbal (mergulhar).
Baptzõ ocorre em Is 21, é empregado metaforicamente da destruição; mas 
em 2 Rs 5.14, é empregado na forma média, com respeito à sétupla imersão 
no Jordão por Naamã. Isto é significativo, pois neste caso não há sugestão da 
destruição de Naamã. O termo na história de Naamã significa um mergulho 
ritual para a purificação.
Baptizõ, tanto em contextos judaicos como nos cristãos, normalmente sig-
nificava “imergir”, e que, mesmo quando veio a ser um termo técnico para o 
batismo, o pensamento de imersão permanece.
O emprego do termo para limpar utensílios não comprova o contrário, sendo 
que normalmente se limpava os utensílios deixando-os imersos na água.
Empregos metafóricos.
Os empregos metafóricos do termo no Novo Testamento parecem tomar isto 
como fato consumado:
* A profecia que o Messias batizará com o Espírito Santo e com fogo 
como num líquido (Mt 3.11);
 * O “batismo” dos israelitas na nuvem e no mar (1 Co 10.2);
* E a ideia da morte de Jesus como batismo (Mc 10.38-39 baptisma; Lc 
12.50);
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* A representação feita por Paulo, do batismo como sendo o sepulta-
mento e a ressurreição com Cristo, está de acordo com este ponto de 
vista;
* A filosofia e as estatísticas dão o seguinte para o Novo Testamento 
Baptõ (duas vezes em João 13.26, e em Lucas 16.24), e somente com o 
significado de mergulhar.
Baptizõ é um termo técnico para o batismo, e em todos os Evangelhos, ocorre 
principalmente na narrativa do batismo de João, em particular àquele admi-
nistrado por Jesus. É somente nos Evangelhos sinópticos que João é descrito 
como baptistes (empregado como substantivo: Mateus 7 vezes, Marcos 2 ve-
zes, Lucas 3 vezes).
Em Atos, do outro lado, baptizõ é quase sempre empregado com respeito ao 
batismo cristão (18 em 21 passagens; 3 se referem ao batismo de João). Fora 
disto, o verbo ocorre apenas em duas outras ocasiões em Romanos (6.3), 9 ve-
zes em 1 Co (especialmente 1.13-17) e em Gálatas (3.37). Das formas substan-
tivas, baptismos ocorre apenas uma vez em Marcos e duas vezes em Hebreus, 
e baptisma ocorre 4 vezes cada em Marcos e Lucas, 6 vezes em Atos e duas 
vezes em Mateus, com referência ao batismo de João.
É somente em Romanos 6.4; Ef 4.5; Cl 2.12 e 1 Pe 3.21 que é empregado com 
respeito ao batismo cristão. Além disto, é digno de nota que estas palavras 
nunca se acham em 1 e 2 Ts, as Epístolas Pastorais e Gerais, e Apocalipse, com 
exceção de Hebreus (6.2; 9.10) e 1 Pe 3.21.
O Batismo de João é universalmente descrito pelo verbo baptizõ; isto também 
se diz respeito ao batismo cristão pelo Novo Testamento inteiro.
Opiniões a respeito do significado da palavra “batismo”.
Dentre os opinantes acerca do significado da palavra “batismo”, estão pasto-
res, bispos, teólogos de diversas igrejas, autoridades da língua grega. Batis-
mo por aspersão ou derramamento etc., que validam a interpretação bíblica, 
mesmo sendo alguns deles, fundadores, seguidores do batismo por aspersão 
ou efusão e indivíduos que praticam o batismo infantil.
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* Scapula diz: “Mergulhar, imergir, como fazemos com qualquer coisa 
com o propósito de tingi-la.”
* Schleusner diz: “Significa, propriamente mergulhar, imergir, imergir em 
água.”
* Parkhurst diz: “Mergulhar, imergir, ou meter em água.”
*Stevens diz: “Imergir, submergir ou sepultar em água.”
* Robinson diz: “Imergir, afundar...”
O professor Moses Stuart, da América do Norte, declarou: “Batismo significa 
mergulhar, meter ou imergir em qualquer líquido. Todos os lexicógrafos e crí-
ticos de qualquer nomeada concordam sobre isso.”
Stourdza, erudito e diplomata russo diz: “A Igreja Ocidental, portanto, des-
viou-se do exemplo de Jesus Cristo, obliterou inteiramente a sublimidade do 
sinal externo. Batismo e Imersão são idênticos.”
O Deão Stanley, erudito e historiador da Igreja Oriental afirma: “A prática da 
Igreja Oriental, e o significado do vocábulo, não dão motivo suficiente para 
qualquer dúvida de que a forma original do batismo era imersão completa nas 
profundas águas batismais.”
Martinho Lutero, o fundador da Igreja Luterana, disse: “O termo, batismo, 
é grego; em latim pode ser traduzido por Mersio, uma vez que imergimos 
qualquer coisa em água, para que o todo seja coberto pela água.” (Works, V. 
I, pg.77, 1582).
Melancthon, o mais erudito e hábil colaborador de Lutero, escreveu: “Batismo 
é imersão em água.” (Works, V.I pg. 71, 1582).
John Wesley, fundador da Igreja Metodista, diz: “Sepultados com Ele, alude à 
maneira antiga de batizar por imersão”. Nota sobre Rm 6.4;
João Calvino, o grande teólogo, erudito e comentador, reputado por Scaliger 
como o homem mais erudito da Europa (o autor não concorda com estas qua-
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lificações mencionadas a pessoa de Calvino), fundador do presbiterianismo 
escreveu: “Pelas palavras de João (cap. 3,23) pode-se inferir que o batismo 
era administrado por João e por Cristo, mediante mergulho do corpo inteiro 
sob a água.”
Poole diz: “É evidente que tanto Cristo como João batizavam emergindo todo 
o corpo na água, pois do contrário não teriam tido a necessidade de buscar 
lugares onde houvesse abundância de água.”
Cave, em sua notável obra sobre as Antigüidades Cristãs, diz: “A pessoa a ser 
batizada era inteiramente imersa, ou posta debaixo da água.” (Prim.Christ. P.I. 
Cap. X, pg. 320).
Grotius, a quem seu biógrafo chama um dos nomes mais ilustres da literatura, 
da política e da teologia, diz: “Que o batismo era realizado por imersão, e não 
por derramamento, se entende pelo próprio sentido da palavra, como também 
pelos lugares escolhidos para administração do rito.” (Anot. sobre Mat. 3,6; e 
Jo 3,23);
Adam Clarck, o grande comentarista metodista, declara: “Fazendo alusão às 
imersões praticadas no caso de adultos, nas quais pessoas pareciam ser se-
pultadas sob a água, como Cristo foi sepultado no coração da terra.” (Com. 
sobre Col.2,12);
O Bispo Bossuet, o célebre bispo Católico francês, orador e conselheiro de 
estado, afirma:
“Batizar significa afundar, conforme admitido por todo o mundo.”
A conclusão que chegaram os homens acima mencionados é do mesmo pa-
recer de grandes universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra, quando 
questionadas pelo Dr. John T. Cristian, com a seguinte pergunta: “Há qualquer 
léxico grego-inglês que defina a palavra baptizo por aspergir ou derramar?” 
(O Batismo Estranho e os Batistas”, pg. 26-27).
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Respostas Americanas:
Prof. Dodge, Universidade de Michigan: “Não há nenhum léxico grego-inglês 
que defina aspergir ou derramar como um dos sentidos da palavra grega bap-
tizo.”
Prof. H. W. Humphreys, Universidade Vanderbilt: “Não há nenhum léxico gre-
go-inglês padrão de que aspergir queira dizer derramar como um dos signifi-
cados da palavra grega baptizo.”
Respostas Inglesas:
Prof. H. Kinatton, D.D. Universidade de Durhan: “A palavra baptizo quer dizer 
afundar, ou mergulhar na água, não respingar. Não sei de nenhum léxico que 
substitua respingar por batizar”.
Prof. G. E. Mamdin, Universidade de Londres: “Não sei de qualquer léxico gre-
go-inglês que dê o significado de respingar ou derramar. Se alguém o fizer, eu 
diria que se enganou.”
Prof. R. C. Jebb, Universidade de Cambridge: “Não sei se há qualquer léxico 
autorizado grego- inglês que faz a palavra significar respingar ou derramar. 
Apenas posso dizer que semelhante palavra nunca pertenceu a baptizo no 
grego clássico.”
A prática do Batismo em água era conhecida.
A prática do batismo no Antigo Testamento, pelos judeus, está evidente, uma 
vez, que seu exercício no Novo Testamento não foi tido como algo inédito, se-
não por que era praticado (Jo 1.25). Não se perguntou a João “que novo ritual 
é este?”, senão que: “por que batizas tu?”. Ou seja, do que se depreende: “com 
que autoridade visto não seres o Cristo ou Elias ou um dos profetas”? Está, 
portanto, claro que até então somente Elias, o profeta ou o próprio Cristo 
teriam autoridade para fazê-lo, segundo aqueles que interrogaram a João.
Nos escritos do evangelho encontramos o Profeta João Batista, em ple-
no exercício do seu ministério, “batismo em água.”
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Selecionamos abaixo, alguns textos bíblicos, a fim de que tenhamos uma vi-
são aclarada do que afirmamos acima.
Em Mateus 3.1,5,6,7,11 lemos: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregan-
do no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino 
dos céus ... Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província 
adjacente ao Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os 
seus pecados. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham 
ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira 
futura?... E eu, em verdade, vos batizo com água...”
Em Marcos 1.4-8 encontramos o presente texto: “Apareceu João batizando no 
deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados. 
E toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com 
ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus peca-
dos. E João andava vestido de pelos de camelo e com um cinto de couro em 
redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre, e pregava, dizendo: 
Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, 
abaixando-me, desatar a correia das sandálias. Eu, em verdade, tenho-vos 
batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.”
Em Lucas 3.7-16: “Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por 
ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Pro-
duzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós 
mesmos: Temos Abraão por pai, porque eu vos digo que até destas pedras 
pode Deus suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz 
das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada no 
fogo. E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo 
ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e 
quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. E chegaram também uns 
publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fa-
zer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado. E 
uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que faremos? E ele lhes 
disse: A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso 
soldo. E, estando o povo em expectação e pensando todos de João, em seu 
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coração, se, porventura, seria o Cristo, respondeu João a todos, dizendo: Eu, 
na verdade, batizo-vos com água...”
Em João Jo 1.31-33: “E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado 
a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: eu vi 
o Espírito descer do céu como pomba e repousar sobre ele. Eu não o conhecia, 
mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: sobre aquele que 
vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito 
Santo”.
A Fórmula Batismal
Mt 28.18-19: “E, chegando-se, Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o 
poder nos céus e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-
-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.
A palavra grega EXSOYA, traduzida aqui como poder está relacionada a “au-
toridade” dentro de uma supremacia. A tradução mais correta é “toda autori-
dade” em vez de “todo o poder”. Pois poder aqui significa poder sobre; poder 
de legislar. A Grande Comissão é baseada e sustentada pela autoridade do 
Senhor ressurreto e exaltado, que promete estar sempre presente com seu 
povo.
Foi com esta autoridade que o Senhor deu a ordem da grande comissão, cer-
cada de três princípios: ide (lit., indo), batizando e ensinando. Esta é a tarefa 
missionária da Igreja. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Aqui há 
evidência da Trindade: um Deus (o nome) que subsiste em três pessoas (Pai, 
Filho e Espírito Santo). Cada um dos três é distinto dos demais; cada um pos-
sui todos os atributos divinos; no entanto, os três são um. Este é um mistério 
que nenhuma analogia pode ilustrar satisfatoriamente.
Os apóstolos receberam instruções específicas para batizarem sobre a au-
toridade específica do Deus Tríuno (eis to onoma tou patros kai tou hyiou 
kai tou hagiou peneumatos). O batismo bíblico ensinado por Jesus deve ser, 
portanto, efetuado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
A Ceia do Senhor
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Esta ordenança foi instituída por Cristo na noite em que foi traído (Mt 26.26- 
30; Mc 14.22-26; Lc 22.17-20).
A importância da ceia.
Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro.
Sua importância no passado.
É um memorial (gr. anamnesis) da morte de Cristo no calvário, para redimir 
os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos 
mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado reden-tor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cair-
mos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).
É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da 
parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (Mt 
26.27,28).
Sua importância no presente.
A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinonia) com Cristo e de parti-
cipação nos benefícios da sua morte sacrificial e ao mesmo tempo, comunhão 
com os demais membros do corpo de Cristo (1 Co 10.16,17). Nessa ceia com o 
Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial 
(Lc 24.35).
É o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke) 
mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compro-
misso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de 
identificar-nos com a missão de Cristo (Mt 26.28).
Sua importância no futuro.
A ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messi-
ânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor 
(Mt 8.11; 22.1-14).
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 Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo e encena a oração: 
“Venha o teu Reino” (Mt 6.10; Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa impor-
tância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do 
Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua 
vontade.
Quem instituiu a ceia?
Foi o Senhor Jesus, como Paulo diz em 1 Co 11.23 “na noite em que foi traído”. 
Com o pão e com o vinho. E com imperativos: “tomai e comei”, “bebei dele 
todos”. Esses imperativos partem da autoridade de Jesus e expressam que a 
Ceia é uma ordenança de Jesus.
Quando Jesus instituiu a ceia?
O judeu contava o tempo de um pôr do sol ao outro; hoje seria e como é em 
Israel de 18 a 18 horas. Jesus comeu a Páscoa e a seguir instituiu a Ceia Memo-
rial, mais ou menos 20 horas, para o Judeu já novo dia, portanto quinta-feira 
e para nós ainda quarta-feira (Jo 13.1ss) pela nossa contagem do tempo que 
vai de 0:00 hora até 24:00. Observamos que conforme Jo 31.1, Jesus antecipa 
a páscoa para 13° dia, portanto quinta-feira, pois para sexta é oferecido como 
cordeiro pascoal.
Onde Jesus instituiu a ceia?
Foi na cidade de Jerusalém, provavelmente no Monte Sião. Jesus estava em 
Betânia e encarregou Pedro e João de prepararem a Páscoa (Lc 22.8) e deu-
-lhes as devidas instruções (Lc 22.9-11). A casa deveria ser de um amigo do 
Mestre, provavelmente um discípulo. Era um espaçoso cenáculo. Neste re-
feitório Jesus comeu a Páscoa com os discípulos e instituiu a Ceia do Senhor. 
No mesmo recinto, após a ressurreição, Jesus se encontra duas vezes com os 
apóstolos (Jo 20.19,26). Sabemos por Atos 1.13 que os 120 discípulos se reuni-
ram nesse recinto esperando o Pentecostes.
As condições para participação.
As condições para a participação na Ceia do Senhor são regeneração e uma 
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vida de obediência a Cristo. Que a regeneração é uma condição, é evidenciado 
pelo fato de ter o Senhor dado a ordenança a Seus discípulos (Mt 26.27), e dos 
discípulos a terem observado entre si (At 2.46,47; 20.7; 1 Co 11.18- 20,22), e de 
ser exigido que cada participante examine a si mesmo para ver se está ou não 
qualificado a participar da Ceia (1 Co 11.27,29). Que uma vida de obediência é 
uma condição, é evidenciado pelo fato de que pessoas que caem em pecado 
devem ser excluídas da Igreja (1 Co 5.11-13; 2 Ts 3.6), bem como os que ensinam 
falsa doutrina (2 Jo 10,11; Tt 3.10) e promovem divisões e dissenções (Rm 16.17).
Opiniões diversas acerca do significado da ceia.
Encontramos de imediato, um fato curioso acerca da ceia do Senhor. Virtu-
almente todos os ramos do cristianismo a praticam. Mas, por outro lado, há 
muitas interpretações. Historicamente, na realidade criou e continua criando 
separação entre vários grupos cristãos. Portanto, é um fator que, ao mesmo 
tempo, une e divide a cristandade.
Por vezes, o aspecto do valor espiritual ou prático da ceia do Senhor perdeu- 
se na disputa sobre aspectos teóricos. As questões teóricas são importantes 
(elas afetam as considerações espirituais) e, portanto, não devem ser des-
cartadas com tanta rapidez. Se, porém, nos atolamos nas questões técnicas 
e não chegamos a lidar com o significado prático, perdemos de vista todo o 
motivo pelo qual Cristo estabeleceu a ceia. Não é suficiente compreender 
seu significado. Precisamos também vivenciar esse significado. Eis algumas 
concepções:
A concepção católica romana tradicional – transubstanciação
A posição católica romana oficial sobre a ceia do Senhor foi redigida no Con-
cílio de Trento (1545- 63). Embora muitos católicos, especialmente nos países 
ocidentais, tenham hoje abandonado alguns dos aspectos dessa concepção, 
ela ainda fundamenta a fé de grande número deles. Devemos examinar seus 
princípios principais.
A transubstanciação é a doutrina de que quando o sacerdote oficiante consa-
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gra os elementos, ocorre uma verdadeira mudança metafísica. As substâncias 
do pão e do vinho, o que de fato são, transformam- se respectivamente na 
carne e no sangue de Cristo. Note que o que muda é a substância ou a es-
sência, não os acidentes. Assim, o pão mantém a forma, a textura e o sabor 
do pão. Mas Cristo por inteiro está plenamente presente em cada uma das 
partículas da hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa 
eucaristia, como é denominada, ingerem literalmente o corpo físico e o sangue 
de Cristo.
O segundo princípio importante da concepção católica é de que a ceia do Se-
nhor abrange um ato sacrificial. Na missa, um sacrifício real é novamente ofe-
recido por Cristo em favor dos adoradores. É um sacrifício no mesmo sentido 
em que foi a crucificação.
O terceiro princípio da concepção católica é o sacerdotalismo, a ideia de que 
um sacerdote devidamente ordenado deve estar presente para consagrar a 
hóstia.
Sem tal sacerdote para oficiar a ceia, os elementos permanecem meros pão 
e vinho. Quando, porém, um clérigo qualificado segue a fórmula devida, os 
elementos são completa e permanentemente transformados no corpo e no 
sangue de Cristo.
No ministrar tradicional do sacramento, o cálice foi afastado dos leigos, sen-
do tomado apenas pelo clero. A razão principal era o perigo de o sangue ser 
derramado. Pois caso o sangue de Jesus fosse pisado, isso seria um sacrilégio. 
Além disso, havia dois argumentos para sustentar que os leigos não precisa-
vam tomar o cálice. Primeiro, o clero atua de forma representativa em favor 
do leigo. Segundo os leigos nada ganham por tomar o cálice. O sacramento é 
completo sem ele, pois cada partícula, tanto do pão como do vinho, contém, 
de modo completo, o corpo, a alma e a divindade de Cristo.
A concepção luterana - consubstanciação
A concepção luterana difere da concepção católica romana em muitos pontos, 
mas não em todos. Lutero manteve a concepção católica de que o corpo e o 
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sangue de Cristo estão fisicamente presentes nos elementos. O que Lute-
ro negou foi a doutrina católica da transubstanciação. As moléculas não são 
transformadas em carne e sangue. Mas o corpo e o sangue de Cristo estão 
presentes “em, com e sob” o pão e o vinho. Não que o pão e o vinho tornem-se 
corpo e sangue de Cristo, mas que agora temos o corpo e o sangue, além do 
pão e do vinho. Embora alguns usem o termo consubstanciação para denotar 
o conceito luterano de que o corpo e o pão estão presentes simultaneamente, 
que o sangue e o vinho coexistem, esse termo não é de Lutero. Pensando em 
umasubstância interpenetrando-se noutra, ele usou como analogia uma barra 
de ferro aquecida no fogo. A substância do ferro não deixa de existir quando 
a substância do fogo se interpenetra nele, aquecendo-o até alta temperatura.
Lutero rejeitou outras facetas da concepção católica de missa. Em particular, 
rejeitou a ideia de que a missa é um sacrifício. Uma vez que Cristo morreu e 
expiou o pecado de uma vez por todas, e uma vez que o crente é justificado 
pela fé, tendo por base aquele sacrifício único, não há necessidade de repetir 
sacrifícios Lutero também rejeitou o sacerdotalismo. A presença do corpo e 
do sangue de Cristo não é uma consequência dos atos do sacerdote. É, pelo 
contrário, uma consequência do poder de Jesus Cristo.
Que dizer do benefício do sacramento? Aqui, as posições de Lutero não são 
tão claras como desejaríamos. Ele insiste que, pela participação no sacra-
mento, a pessoa recebe benefício real, perdão dos pecados e confirmação da 
fé. Esse benefício deve-se, porém, não aos elementos do sacramento, mas à 
recepção da Palavra, pela fé. Nesse ponto, quase soa como se Lutero con-
siderasse o sacramento um simples meio de proclamação, ao qual a pessoa 
responde como a um sermão. Porém, se o sacramento é apenas uma forma 
de proclamação, qual seria o significado da presença do corpo e do sangue 
de Cristo? Em outras ocasiões, parece que Lutero sustentava que o benefício 
vem realmente do ato de comer o corpo de Cristo. O que fica claro nas de-
clarações disparatadas de Lutero é que, pelo fato de tomar os elementos, os 
crentes recebem um benefício espiritual que, de outra forma, não poderiam 
experimentar.
A concepção reformada
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A terceira concepção importante quanto à ceia do Senhor é a concepção cal-
vinista ou reformada. Embora o termo calvinismo em geral instile imagens de 
uma perspectiva específica da salvação e da iniciativa de Deus nisso, o ato de 
Deus escolher certas pessoas, decretando que elas crerão e serão salvas, não 
é isso que temos em mente neste momento. Antes, estamos nos referindo à 
concepção calvinista da ceia do Senhor.
A concepção reformada sustenta que Cristo está presente na ceia do Senhor, 
mas não em forma física ou corpórea. Antes, sua presença no sacramento é 
espiritual ou dinâmica. Usando o sol como ilustração, Calvino afirmou que 
Cristo está presente como influência. O sol permanece no céu, mas seu calor 
e luz estão presentes na terra. Assim, o resplendor do Espírito nos transmite 
a comunhão da carne e do sangue de Cristo. De acordo com Romanos 8.9-11, 
é pelo Espírito e apenas pelo Espírito que Cristo habita em nós. A noção de 
que realmente comemos o corpo de Cristo e bebemos seu sangue é absurda.
Em vez disso, os verdadeiros comungantes são espiritualmente nutridos quan-
do o Espírito Santo lhes dá uma relação mais estreita com a pessoa de Cristo.
Além disso, embora os elementos dos sacramentos signifiquem ou represen-
tem o corpo e o sangue de Cristo, fazem mais que isso. Eles também selam. 
Louis Berkhof afirma que a ceia do Senhor sela o amor de Cristo para os cren-
tes, dando-lhes a certeza de que todas as promessas da aliança e as riquezas 
do evangelho são deles por doação divina. Em troca de um direito pessoal e 
de uma verdadeira posse de toda essa riqueza, os crentes expressam fé em 
Cristo como Salvador e prestam obediência a ele como Senhor e Rei.
Existe, portanto, um genuíno benefício objetivo do sacramento. Isso não é 
gerado pelo participante; antes, é trazido para o sacramento pessoalmente 
por Cristo. Ao tomar os elementos, o participante de fato recebe de novo, e 
de modo contínuo, a vitalidade de Cristo. Esse benefício, porém, não deve ser 
considerado automático. O efeito do sacramento depende em grande parte da 
fé e da receptividade do participante.
A concepção zwingliana
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A última concepção que vamos examinar é a de que a ceia do Senhor é apenas 
uma comemoração. Essa concepção costuma ser associada a Ulrich Zwinglio, 
que destacou a importância do sacramento para relembrar a morte de Cristo 
e sua eficácia em favor do crente. Assim, a ceia do Senhor é, em essência, uma 
comemoração da morte de Cristo.
O valor do sacramento está simplesmente em receber pela fé os benefícios da 
morte de Cristo. Assim, o efeito da ceia do Senhor não é diferente em nature-
za, digamos, do efeito de um sermão. Ambos são modalidades de proclama-
ção. Em ambos os casos, como em todas as proclamações, existe a essenciali-
dade absoluta da fé para que se possa obter algum benefício. Podemos dizer, 
portanto, que não se trata tanto de o sacramento trazer Cristo ao comungan-
te, mas de a fé do crente trazer Cristo para o sacramento.
Lidando com as questões
Agora precisamos nos debater com as questões apresentadas por essas con-
cepções e tentar chegar a alguma solução. A primeira questão é se o corpo e o 
sangue de Cristo realmente estão presentes nos elementos empregados e em 
que sentido isso acontece. Algumas respostas têm sido apresentadas:
* O pão e o vinho são o corpo e o sangue físico de Cristo (concepção 
católica romana);
* O pão e o vinho contêm o corpo e o sangue físico (concepção lutera-
na);
* O pão e o vinho contêm espiritualmente o corpo e o sangue (concep-
çãoreformada);
* Eles representam o corpo e o sangue (concepção zwingliana);
* O modo mais natural e direto de entender as palavras de Jesus, “Isto 
é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”, é no sentido literal. Entretanto, 
nesse caso particular, ocorre que há certasconsiderações que se levan-
tam contra a interpretação literal.
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Em primeiro lugar, se tomarmos “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue” 
literalmente, temos um problema. Se Jesus queria dizer que o pão e o vinho, 
naquele momento, no cenáculo, eram sua carne e seu sangue, ele estava afir-
mando que sua carne e seu sangue estavam em dois lugares ao mesmo tempo, 
uma vez que sua forma corpórea estava logo ali, junto aos elementos. Isso 
seria uma negação de sua encarnação, que limitava sua natureza física humana 
a um lugar.
Em segundo lugar, há dificuldades conceituais para os que declaram que Cris-
to está corporalmente presente nas ocorrências subsequentes da ceia do Se-
nhor. Aqui enfrentamos o problema de como duas substâncias (carne e pão) 
podem estar simultaneamente no mesmo lugar (concepção luterana) ou como 
determinada substância (sangue) pode existir sem nenhuma de suas caracte-
rísticas habituais (concepção católica). Embora os que defendem uma presen-
ça física ofereçam explicações para sua posição, o argumento deles baseia-se 
numa espécie de metafísica que soa muito estranha às mentes do século xx, 
parecendo-nos, aliás, insustentável.
Se as palavras de Jesus não devem ser tomadas literalmente, o que ele queria 
dizer com “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”? Quando falou essas 
palavras, ele estava chamando a atenção para seu relacionamento individual 
com cada crente. É notável que em muitas outras ocasiões, quando mencionou 
esse fato, ele tenha usado metáforas para se caracterizar: “Eu sou o caminho, 
e a verdade, e a vida”; “Eu sou a videira, vós, os ramos”; “Eu sou o bom pastor”; 
“Eu sou o pão da vida”. Na última ceia ele usou uma metáfora semelhante: 
“Isto *este pão+ é o meu corpo”; “Isto *este vinho+ é o meu sangue”, que 
poderia ser interpretado: “Isto representa *ou significa+ meu corpo” e “Isto 
representa *ou significa+ meu sangue”. Essa abordagem nos poupa do tipo de 
dificuldades encontradas pela ideia de que Cristo está fisicamente presente 
noselementos.
Mas que dizer da ideia de que Cristo está espiritualmente presente? Ao ava-
liarmos essa concepção, é importante lembrar que Jesus prometeu estar com 
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os discípulos em todos os lugares e em todos os tempos (Mt 28.20; Jo 14.23; 
15.4- 7). Mas Ele também prometeu estar conosco especialmente quando nos 
reunimos como crentes (Mt 18.20). A ceia do Senhor, como um ato de adora-
ção, é, portanto, uma oportunidade especialmente propícia para encontrá-lo. 
É provável que a presença especial de Cristo no sacramento seja em forma 
de influência e não de natureza metafísica. Nesse sentido, é significativo que 
o relato paulino da ceia do Senhor não mencione a presença de Cristo. Pelo 
contrário, simplesmente diz:
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anuncias 
a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Co 11.26). Esse versículo dá a enten-
der que o rito é basicamente comemorativo. Como, portanto, entender a ceia 
do Senhor? Devemos entender a ceia do Senhor como um momento de rela-
cionamento e comunhão com Cristo. Devemos chegar a cada observância dela 
confiando que ali vamos nos encontrar com Ele, pois Ele prometeu encontrar-
-se conosco. Devemos pensar no sacramento não tanto como uma presença 
de Cristo, mas como uma promessa e potencial de um relacionamento mais 
íntimo com Ele.
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A Missão
da Igreja
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A MISSÃO DA IGREJA
* Evangelização.
O tópico que se destaca nos dois relatos sobre as últimas palavras de Jesus 
aos discípulos é a evangelização. Em Mateus 28.19 ele os instrui: “lde, portan-
to, fazei discípulos de todas as nações”. Em Atos 1.8 ele diz: “Mas recebereis 
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tan-
to em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. 
Esse foi o último assunto que Jesus tratou com seus discípulos. Parece que Ele 
via a evangelização como a própria razão da existência deles.
O chamado para a evangelização é uma ordem. Tendo aceitado Jesus como 
Senhor, os discípulos haviam se colocado sob seu governo e estavam obriga-
dos a fazer tudo o que Ele lhes pedisse, pois Ele disse: “Se me amais, guar-
dareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Se os discípulos realmente amassem 
o Senhor, cumpririam esse chamado para a evangelização. Não se tratava de 
uma questão opcional para eles.
Mas os discípulos não foram enviados simplesmente em seu próprio poder. 
Jesus prefaciou sua comissão com a afirmação: “Toda a autoridade me foi dada 
no céu e na terra” (Mt 28.18). Tendo toda a autoridade, Ele comissionou os 
discípulos como seus agentes. Assim, eles tinham o direito de ir e evangelizar 
todas as nações. Além disso, Jesus prometeu aos discípulos que o Espírito 
Santo viria sobre eles e que, por conseguinte, receberiam poder. Portanto, 
eles tinham a autoridade e a capacidade para a tarefa. E mais, receberam a ga-
rantia de que não estariam sendo enviados sozinhos. Embora corporalmente 
Jesus lhes tivesse sido tirado, estaria espiritualmente com eles até o final dos 
tempos (Mt 28.20).
Note também a amplitude da comissão: ela é totalmente inclusiva. Em Mateus 
Jesus fala de “todas as nações” e em Atos 1.8 Ele fornece uma enumeração 
específica: “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a 
Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Não havia restrição geográfica 
à comissão. Os discípulos deveriam levar o evangelho a todos os lugares, a 
todas as nações e a todos os tipos de pessoas. Não podiam, é claro, cumprir 
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a tarefa sozinhos. Antes, à medida que conseguissem convertidos, esses con-
vertidos, por sua vez, evangelizariam outros. Assim, a mensagem se difundiria 
em círculos cada vez maiores e por fim a tarefa se completaria.
* Edificação
A segunda grande função da igreja é a edificação dos crentes. Embora Jesus 
tenha destacado muito mais a evangelização, a edificação dos crentes é lo-
gicamente anterior. Paulo falou repetidas vezes sobre a edificação do corpo. 
Em Efésios 4.12, por exemplo, ele afirma que Deus deu vários dons para a 
igreja “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu 
serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. Os crentes devem crescer até 
a medida de Cristo, “de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo 
auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu 
próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (v. 16). O potencial 
para a edificação é o critério pelo qual todas as atividades, inclusive nosso 
discurso, devem ser medidas: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; 
e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, 
assim, transmita graça aos que ouvem” (v. 29).
Há outras passagens, por exemplo, 1 Coríntios 12, em que Paulo associa os 
dons espirituais à edificação. Todos os vários membros da igreja receberam 
dons. Esses dons não são para satisfação pessoal, mas para a edificação do 
corpo como um todo (14.4,5,12). Embora haja diversidade de dons, não deve 
haver divisões dentro do corpo. Alguns desses dons são mais notáveis que 
outros, mas nem por isso são mais importantes (12.14-25). Nenhum dom é 
comum a todos (12.27-31); isso significa, por outro lado, que nenhuma pessoa 
possui todos os dons.
Além disso, na discussão de Paulo sobre certos dons espirituais controverti-
dos, ele levanta a questão da edificação. Ele diz, por exemplo, em 1 Coríntios 
14.4,5: “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza 
edifica a igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito 
mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala 
em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação”. 
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A importância de edificar os outros quando uma pessoa exercita os dons con-
trovertidos é mencionada novamente, de várias formas, nos versículos 12, 17 
e 26. A última dessas referências acrescenta: “Seja tudo feito para edificação”. 
Note que edificação é um trabalho mútuo realizado por todos os membros 
do corpo. Não é apenas o ministro ou o pastor que devem edificar os outros 
membros.
Há vários meios pelos quais os membros da igreja devem ser edificados. Um 
deles é a comunhão. O Novo Testamento fala de koinonia, literalmente, pos-
se ou gerência comum de todas as coisas. E, aliás, de acordo com Atos 5, os 
membros da igreja primitiva tinham até suas posses materiais em comum. Pau-
lo fala de um participar das experiências dos outros: “Se um membro sofre, 
todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com Ele todos se regozijam” 
(1 Co 12.26). Enquanto a dor se reduz, a alegria aumenta quando partilhada. 
Devemos nos incentivar mutuamente e ser solidários uns com os outros.
A igreja também edifica seus membros pela instrução ou ensino. Isso faz par-
te da tarefa mais ampla do discipulado. Uma das ordens de Jesus na Grande 
Comissão foi de ensinar os convertidos a “guardar todas as cousas que vos 
tenho ordenado” (Mt 28.20). Com esse intuito, um dos dons para as igrejas é 
“pastores e mestres” (Ef 4.11) visando preparar e equipar o povo de Deus para 
o serviço. A educação pode assumir várias formas e ocorrer em muitos níveis. 
É dever da igreja utilizar todos os meios e tecnologias legítimas hoje dispo-
níveis. A pregação é um meio de instrução que vem sendo usado pela igreja 
cristã desde o princípio. Com o fim de permitir a edificação mútua, Deus ca-
pacita a igreja com vários dons distribuídos e concedidospelo Espírito Santo 
(1 Co 12.11).
* Adoração
Outra atividade da igreja é a adoração. Enquanto a edificação centra-se no 
crente e o beneficia, a adoração centra-se no Senhor. A igreja primitiva se 
reunia para adorar regularmente, uma prática ordenada e recomendada pelo 
apóstolo Paulo. Sua orientação aos coríntios para que separassem dinheiro no 
primeiro dia da semana (1 Co 16.2) insinua que eles se reuniam regularmente 
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para adoração naquele dia. O autor de Hebreus exorta seus leitores a não ne-
gligenciarem sua própria assembleia, como era costume de alguns (Hb 10.25). 
Embora a adoração coloque Deus em evidência, também deve beneficiar os 
adoradores. Isso inferimos da advertência de Paulo contra orações, músicas e 
ações de graças que não chegam a edificar porque não há ninguém presente 
para interpretar seu significado aos que não compreendem (1 Co 14.15-17).
* Preocupação social
Atravessando as várias funções da igreja até aqui examinadas, existe a res-
ponsabilidade de praticar atos de amor e compaixão cristã tanto para crentes 
como para descrentes. É claro que Jesus se importava com os problemas dos 
necessitados e dos sofredores. Ele curou os doentes e por vezes até res-
suscitou mortos. Se a igreja for dar continuidade ao ministério dele, estará 
engajada em alguma forma de ministério aos necessitados e sofredores. Que 
Jesus esperava isso dos crentes evidencia-se na parábola do bom samaritano 
(Lc 10.25-37). Jesus contou essa parábola para o intérprete da lei que, com-
preendendo que a pessoa pode herdar a vida eterna amando a Deus de todo 
o coração e ao próximo como a si mesmo, perguntou quem era o próximo. Ao 
responder à pergunta, Jesus também explicou o que significa amar o próximo 
como a si mesmo. Na mesma linha, Jesus insinua em Mateus 25.31-46 que o 
sinal pelo qual os verdadeiros crentes podem ser distinguidos dos que fazem 
confissões vazias são os atos de amor feitos em nome de Jesus, seguindo seu 
exemplo.
A ênfase na preocupação social transporta-se também para as epístolas. Tia-
go é especialmente vigoroso ao salientar o cristianismo prático. Considere, 
por exemplo, sua definição de religião: “A religião pura e sem mácula, para 
com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tri-
bulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27). Ele é 
categórico contra a demonstração de favoritismo em relação aos ricos, um 
mal que existia mesmo dentro da igreja (2.1-11). Ele denuncia o incentivo verbal 
desacompanhado de ação: “Se um irmão ou irmã estiver necessitado de rou-
pas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: Vá em paz, aqueça-se 
e alimente-se até ficar satisfeito, sem, porém, dar-lhe nada, de que adianta 
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isso? Assim, também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está 
morta” (2.15-17, NVI).
A preocupação social também inclui a condenação dos injustos. Amós e vários 
outros profetas do Antigo Testamento clamaram veementemente contra o 
mal e a corrupção de seus dias. João Batista condenou, de modo semelhan-
te, o pecado de Herodes, o governante de seus dias, embora isso tenha lhe 
custado a liberdade (Lc 3.19,20) e, por fim, a própria vida (Mc 6.17-29). A igreja 
deve mostrar interesse e atuar sempre que vê necessidades, sofrimentos ou 
erros.
O centro do ministério da igreja: o Evangelho
Jesus confiou aos crentes as boas novas que haviam caracterizado seu pró-
prio ensino e pregação desde o início. É significativo que, no livro de Marcos, 
a primeira atividade registrada de Jesus após o batismo e a tentação seja sua 
pregação do evangelho na Galileia (Mc 1.14,15). De modo semelhante, Lucas 
registra que Jesus inaugurou seu ministério em Nazaré lendo Isaías 61.1,2 e 
aplicando a profecia a si mesmo: “0 Espírito do Senhor está sobre mim, pelo 
que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou- me para proclamar liber-
tação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os 
oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19).
A palavra chave do Novo Testamento equivalente a evangelho, euangelion, 
denota boas notícias. Ela possui dois sentidos básicos: a proclamação ativa da 
mensagem e o conteúdo proclamado. Os dois sentidos ocorrem em 1 Coríntios 
9.14: “*os] que pregam o evangelho [o conteúdo] que vivam do evangelho [o 
ato de proclamá-lo+”. É significativo que em muitas ocasiões Paulo usa euan-
gelion sem nenhum qualificativo, ou seja, não há nenhum adjetivo, frase ou 
expressão para definir o significado do “evangelho” (Rm 1.16; 10.16; 11.28). É 
evidente que euangelion possuía um significado suficientemente estabelecido 
para que os leitores de Paulo soubessem com precisão o que ele queria dizer.
Surge uma pergunta: se Paulo e seus leitores entendiam que o evangelho 
abrangia certo conteúdo, qual seria tal conteúdo? Embora Paulo não nos dê 
em parte alguma uma exposição completa e detalhada dos princípios do evan-
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gelho, algumas passagens indicam seu conteúdo. Em Romanos 1.3,4 ele fala 
do “*evangelho+ com respeito ao Filho, o qual, segundo a carne, veio da des-
cendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espí-
rito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso 
Senhor”. Em 1 Coríntios 15 Paulo lembra aos leitores os termos em que lhes 
havia pregado o evangelho (v. 1): “Antes de tudo, vos entreguei o que também 
recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que 
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu 
a Cefas [...] aos doze [...] por mais de quinhentos irmãos de uma só vez [...] 
foi visto por Tiago *...+ e *...+ também por mim” (v. 3-8). Uma referência mais 
curta é a exortação de Paulo em 2 Timóteo 2.8: “Lembra-te de Jesus Cristo, 
ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evan-
gelho”.
Paulo entendia que o evangelho se centrava em Jesus Cristo e no que Deus 
havia feito por seu intermédio. Os pontos essenciais do evangelho são a po-
sição de Jesus Cristo como o Filho de Deus, sua humanidade genuína, sua 
morte pelos nossos pecados, seu sepultamento, ressurreição, aparecimentos 
subsequentes e vinda futura para julgamento. Não devemos pensar, contudo, 
no evangelho como um mero recitar dessas verdades teológicas e eventos 
históricos. Antes, ele relaciona essas verdades e eventos à situação de cada 
crente. Assim, Jesus morreu, mas Ele morreu “pelos nossos pecados” (1 Co 
15.3). A ressurreição de Jesus também não é uma ocorrência isolada; é o início 
da ressurreição geral de todos os crentes (1 Co 15.20 em conjunto com Rm 
1.3,4). Além disso, o fato do julgamento vindouro diz respeito a todos. Todos 
seremos avaliados de acordo com nossa atitude e reação pessoal em relação 
ao evangelho (2Ts 1.8).
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For mas de
da Igreja
Governo
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FORMAS DE GOVERNO DA IGREJA
Uma forma ideal de governo eclesiástico obedecerá aos princípios bíblicos de 
ordem e de sacerdócio de todos os crentes.
* Episcopal
Ao longo de toda a história da igreja, houve várias formas básicas de governo 
da igreja.
Na forma episcopal de governo da igreja, a autoridade reside no bispo. Há 
vários graus de episcopado, ou seja, há variações quanto ao número de níveis 
de bispos. A forma mais simples de governo episcopal é encontrada na Igreja 
Metodista, que só possui um nível de bispos. Um pouco mais desenvolvidaé a 
estrutura governamental da Igreja Anglicana ou Episcopal, enquanto a Igreja 
Católica- Romana possui o sistema mais completo de hierarquia, com a auto-
ridade investida especialmente no sumo pontífice, o bispo de Roma, o papa.
Inerente à estrutura episcopal é a ideia de diferentes níveis de ministério ou 
diferentes graus de ordenação. O primeiro nível é o do ministro ou do sacer-
dote comum. Em algumas igrejas, há passos ou divisões dentro desse primeiro 
nível, por exemplo, diácono e presbítero. Os clérigos nesse nível são autoriza-
dos a desempenhar todas as tarefas básicas associadas ao ministério, ou seja, 
pregam e ministram os sacramentos. Além desse nível, porém, há um segundo 
nível de ordenação que constitui uma pessoa bispo. O papel dos bispos é 
exercer o poder de Deus de que foram investidos. Em particular, como repre-
sentantes de Deus e pastores, governam um grupo de igrejas e cuidam dele, 
em vez de simplesmente cuidar de uma congregação local. Entre seus poderes 
está a de ordenar ministros ou sacerdotes.
* Presbiteriana
O sistema presbiteriano de governo da igreja também coloca a autoridade em 
determinado ofício, mas o ofício individual e o detentor do ofício destacam-se 
menos que uma série de grupos representativos que exercem tal autoridade. 
O oficial principal na estrutura presbiteriana é o presbítero. Os presbíteros 
são encontrados na igreja do Novo Testamento. Em Atos 11.30 lemos sobre a 
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presença dos presbíteros na congregação de Jerusalém: os irmãos de Antio-
quia providenciaram auxílio material aos crentes de Jerusalém, enviando suas 
ofertas aos presbíteros pelas mãos de Barnabé e Saulo (NVI). As epístolas 
pastorais também mencionam os presbíteros.
Parece que na época do Novo Testamento as pessoas escolhiam seus presbí-
teros, indivíduos a quem consideravam particularmente qualificados para di-
rigir a igreja. Ao selecionar presbíteros para dirigir a igreja, as pessoas tinham 
consciência de que se conformavam, pelo ato externo, com a escolha que o 
Senhor já fizera. No sistema presbiteriano, entende-se que a autoridade de 
Cristo é dispensada a indivíduos crentes, que a delegam aos presbíteros por 
eles escolhidos e aos que passam a representá-los dali em diante. Uma vez 
eleitos ou designados, os presbíteros atuam em favor ou no lugar dos indiví-
duos crentes. É, portanto, entre os presbíteros que a autoridade divina de fato 
atua dentro da igreja.
Essa autoridade é exercida numa série de concílios. No âmbito da igreja local, 
o conselho (presbiteriana) ou o consistório (reformada) é o grupo responsável 
pelas decisões. Todas as igrejas de uma área são governadas pelo presbitério 
(presbiteriana) ou classe (reformada). O grupo seguinte é o sínodo, formado 
por igual número de presbíteros leigos e clérigos escolhidos pelos presbité-
rios ou classes. No nível mais alto, a Igreja Presbiteriana também possui uma 
assembleia geral, chamada Supremo Concílio, composta mais uma vez de re-
presentantes leigos e clérigos dentre os presbíteros. As prerrogativas de cada 
um desses concílios são descritas na constituição da denominação.
O sistema presbiteriano difere do episcopal no fato de existir só um nível de 
clero. Só existe o presbítero docente (o pastor) ou o presbítero regente. Não 
existem níveis mais altos, como o de bispo. É claro que certas pessoas são 
eleitas para cargos administrativos dentro dos concílios. Elas são seleciona-
das (de baixo) para presidir ou supervisionar, executando funções específicas. 
Não são bispos, não havendo ordenações especiais para tais funções. Não 
existe autoridade especial inerente ao ofício. Outra medida de nivelamento no 
sistema presbiteriano é uma coordenação deliberada entre clérigos e leigos. 
Ambos os grupos são incluídos em todos os concílios. Ninguém possui pode-
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res ou direitos especiais que o outro não possua.
* Congregacional
A terceira forma de governo da igreja destaca o papel do cristão como in-
divíduo e tem a igreja local como centro de autoridade. Dois conceitos são 
básicos ao sistema congregacional: autonomia e democracia. Por autonomia 
entendemos que a congregação é independente e governa a si mesma. Não 
há poderes externos que possam ditar diretrizes para a igreja local. Por de-
mocracia entendemos que cada membro da congregação local tem voz em 
seus assuntos. São os indivíduos da congregação que possuem e exercem a 
autoridade. A autoridade não é prerrogativa de um único indivíduo ou de um 
grupo seleto. Entre as principais denominações que praticam a forma de go-
verno congregacional estão os grupos batistas, congregacionais e boa parte 
dos grupos luteranos.
Seguindo um princípio de autonomia, cada igreja local chama seu próprio pas-
tor e determina seu próprio orçamento. Ela adquire e gere propriedades inde-
pendentemente de quaisquer autoridades externas. O princípio da democracia 
baseia-se no sacerdócio de todos os crentes que, segundo entendem, ficaria 
prejudicado, caso bispos ou presbíteros recebessem a prerrogativa de tomar 
as decisões. A obra de Cristo toma tais dirigentes desnecessários, pois agora 
cada crente tem acesso ao Santo dos Santos e pode ter acesso direto a Deus. 
Além disso, como Paulo nos relembra, cada membro ou parte do corpo pode 
fazer uma contribuição valiosa para o bem-estar do todo.
Há, decerto, alguns elementos de democracia representativa dentro da for-
ma congregacional de governo da igreja. Certas pessoas são eleitas por livre 
escolha dos membros do corpo para servir de maneiras especiais. Todas as 
decisões mais importantes, porém, tais como a contratação de um pastor e 
a compra ou venda de propriedades, são tomadas pela igreja como um todo.
* Sem governo
Certos grupos, tais como os quacres (Amigos) e os Irmãos de Plymouth, ne-
gam que a igreja tenha necessidade de uma forma concreta ou visível de go-
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verno. Por conseguinte, virtualmente eliminaram toda estrutura de governo. 
Eles destacam em lugar disso a atuação interna do Espírito Santo; Ele exerce 
sua influência sobre os indivíduos crentes e os dirige de maneira direta, não 
por meio de organizações ou instituições.
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Exercícios
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Exercícios
1. Explique a importância de se estudar a doutrina da igreja.
2. A que mundo pertence a igreja?
3. Explique a relação dos mundos com a Igreja.
4. Qual é o teor da ordem de Cristo a Sua Igreja quanto ao mundo? Ex-
plique fornecendo detalhes dessa ordem.
5. Como e onde a Igreja deve cumprir seu principal trabalho?
6. Metaforicamente a igreja é comparada a que? Explique fornecendo 
um comparativo.
7. Explique fornecendo textos bíblicos o acontecimento que marcou o 
inicio dostrabalhos da igreja no mundo.
8. Forneça uma descrição da característica da Igreja Primitiva e faça um 
comparativo da igreja atual, determinando os pontos em comum, os 
pontos que já foram abandonados e os pontos que ainda não foram 
assumidos.
9. Estabeleça o paralelo existente entre a Igreja e a Sinagoga.
10. Qual é a relação que existe entre a Igreja e o Reino de Deus?
11. Qual é diferença entre a Igreja e uma denominação?
12. Explique os sentidos etimológicos do termo Igreja.
13. Como se pode determinar a unidade da Igreja?
14. Cite as figuras de linguagem que a Igreja representa.
15. Qual é a importância e como é ministrada a Ceia na Igreja Evangélica.
16. Explique os elementos da Ceia e faça uma refutação bíblica sobre aeucaristia.
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17. Qual é o elemento determinado por Deus a Israel que a Ceia do Se-
nhor substitui atualmente?
18. Estabeleça a principal tarefa da Igreja e como deve realizá-la?
19. Examine o Livro de Atos dos Apóstolos e determine a principal ação 
social da igrejae, utilizando os mesmos versículos criterize-os para nos-
sos dias.
20. Estabeleça as formas de governo da Igreja fazendo comentários so-
bre cada tido e determine o tipo de governo de sua igreja. Faça um jul-
gamento se está correto emrelação a Bíblia.
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Bibliografi a
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AT e NT
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