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COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA HÉRNIA DE PETERSEN – Na gastroplastia em Y de Roux, pode acontecer no pós-operatório a herniação de uma alça de delgado através de um defeito criado no mesentério para a confecção das anastomoses (hérnia de Petersen). O quadro clínico é uma obstrução intestinal precoce de delgado, com distensão e dor abdominal. -Hérnia Interna ou Hérnia de Petersen é uma complicação tardia da gastroplastia do tipo bypass e ocorre em até 5% dos casos. -A hérnia pode ocorrer quando o paciente que foi operado perde bastante peso e acaba havendo a migração de um segmento de intestino fino, através dos espaços ou brechas que são criados artificialmente durante a cirurgia. Logo depois da cirurgia, mas ainda antes do paciente emagrecer, estas brechas praticamente não existem, porque estes espaços estão preenchidos por tecido gorduroso do paciente. Com o passar do tempo, quando há a perda de peso e a consequente perda de gordura visceral, esses espaços se tornariam efetivamente presentes, e podem se tornar locais por onde parte do intestino delgado se insinua. Isso pode causar obstrução intestinal e, eventualmente, torção de parte do intestino, com possibilidade de isquemia e necrose do mesmo – CD.: laparoscopia. DERIVAÇÕES EM Y DE ROUX -Nas cirurgias gástricas com derivações em Y de Roux NÃO há manipulação colônica - O preparo do cólon, que consiste em preparo mecânico somado ao ATB oral, é um assusto controverso na literatura -A cirurgia colônica é limpa-contaminada e necessita, independentemente do preparo ou não, de ATB parental para a profilaxia de infecção de sítio cirúrgico TRICOTOMIA -Quando realizada 24 horas ANTES do procedimento cirúrgico as taxas de infecção de sítio operatório AUMENTAM -O melhor momento para se realizar a tricotomia é imediatamente ANTES DA CIRURGIA, empregando máquinas elétricas com cabeças descartáveis DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE – Acontece quando há descontinuidade em algum ponto da anastomose, com extravasamento de conteúdo intra luminal -> o resultado pode ser sepse, fístulas e formação tardia de abscesso intra-abdominais. CD.: TC + correção da deiscência. -Terceiro dia de pós-operatório // taquicardia inexplicada // leucocitose // PCR aumentado // alteração da função renal. -A presença de uma taquicardia inexplicada no pós-operatório deve sempre nos chamar atenção para o desenvolvimento de deiscência de anastomose, muitas vezes com o surgimento fístulas. -Saída de secreção sero-sanguinolenta pela ferida pós-operatória. -Ocorre geralmente entre o 7-10° dia de PO, mas pode ocorrer em qualquer momento. EVENTRAÇÃO - abaulamento de cicatriz, sem exteriorização de alças e epiplon (sem abertura da pele). HERNIAÇÃO - deiscência da ferida operatória tardia, já com a ferida cicatrizada. EVISCERAÇÃO - onde alças intestinais ou epiplon sofreriam exteriorização através da ferida pós-operatória. FÍSTULA INTESTINAL DE ALTO DÉBITO - Secreção entérica abundante na ferida operatória. DRENOS -Devem ser utilizados apenas em anastomoses se risco e pelo menor tempo necessário -Classicamente, anastomoses entéricas NÃO necessitam de dreno FEBRE PÓS-OPERATÓRIA: 48-72 horas: ATELECTASIA, sobretudo em cirurgias abdominais -Condições menos frequentes incluem infecções prévias à realização da cirurgia e a temida fasciíte necrosante da ferida operatória, ocasionada por espécies de CLOSTRIDIUM ou ESTREPTOCOCUS; uma ferida com bordas necróticas e com crepitação deve nos chamar atenção para a presença dessa complicação. ATELECTASIA -Febre nas primeiras 24-72 horas 5° - 8° DIA: INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO // INFECÇÃO PULMONAR // INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO // FEBRE MEDICAMENTOSA (sobretudo ATB), TROMBOSE VENOSA PROFUNDA, DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE e FÍSTULAS. -Embora esse período seja descrito como relativamente “fixo”, em algumas situações as complicações aparecem de forma mais precoce. Nesse contexto, mais uma vez uma avaliação detalhada do paciente é fundamental. Por exemplo. Cateterismo urinário > 2 dias, com ou sem disúria, nos faz pesquisar a presença de ITU; taquicardia inexplicada e leucocitose após grande procedimento gastrointestinal nos faz considerar a possibilidade de deiscência de anastomose etc. image.png image3.jpg image4.jpg