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REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Lei n. 4886/1965 alterada pelas leis (principais alterações)
Lei n. 8420/1992
Lei n. 12246/2010
Código Civil – Agência – art. 710, 1ª parte
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
A comercialização dos produtos e serviços oferecidos pelo empresário pode ser realizada diretamente por ele ou por interposta pessoa, sendo assim, representado.
O representante é um colaborador independente que não se confunde com empregado.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
O contrato de representação comercial é também chamado de contrato de agência, donde representante e agente comercial terem o mesmo significado.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Entretanto, não há consenso na doutrina acerca de se tratarem de contratos autônomos ou não. Fábio Ulhoa Coelho entende serem espécies distintas; outros, como Ricardo Negrão e Orlando Gomes, afirmam tratar-se do mesmo tipo contratual, aplicando-se, portanto, a lei especial.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Pode a representação comercial ser exercida por pessoa física ou jurídica. Em ambos os casos entende-se uma atividade habitual e autônoma.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Sistema Legal
Lei 4.886 de 09/12/1965 (e alterações)
Art . 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Características
Profissionalidade – a profissão é o agenciamento de negócios
Autonomia – hão há subordinação hierárquica do representante ao representado. 
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Habitualidade dos atos praticados pelos representantes – atos esporádicos não caracterizam a representação. A profissionalidade pressupõe a habitualidade.
Mercantilidade dos negócios – a própria lei determina que deve objetivar a realização de negócios mercantis.
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Delimitação geográfica das atividades dos representantes – o contrato determina a área de atuação (com ou sem exclusividade).
Remuneração do representante – contrato oneroso – há obrigatoriedade de pagamento ao representante “quando do pagamento dos pedidos e das propostas” (art. 32).
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Exclusividade da representação – o representante não pode representar dois ou mais empresários para um mesmo gênero de negócios. Se acordado contratualmente, entretanto, pode ter outra representação de produtos similares. O representado, numa mesma área, pode ter quantos representantes necessite desde que haja previsão contratual de exclusividade ou não-exclusividade.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Profissionalização de representante
A Lei 4.886/65 regulou a profissão dos representantes impondo regras, admitindo que podem ser pessoas físicas ou jurídicas e criou os Conselhos Regionais de Representantes Comerciais obrigando o registro destes junto ao órgão.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
O representante deve estar registrado no CORE e compete a este e ao Conselho Federal a fiscalização do exercício da atividade (arts. 2º e 6º, Lei n. 4886/65). 
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Além disso, a remuneração será devida apenas ao representante devidamente registrado no CORE de sua região. 
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Assim como os empresários, também há impedimentos para o exercício da atividade de representação, nos termos do art. 4º, da Lei n. 4886/65:
São proibidos de serem representantes comerciais:
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A) o que não pode ser comerciante;
B) o falido não reabilitado;
C) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação indébita, 
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contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com a perda de cargo público; 
D) o que tiver seu registro comercial cancelado como penalidade. (BRASIL, 1965)
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Classificação do contrato
Consensual – consentimento das partes;
Bilateral – obriga representante e representado;
Oneroso – é devida remuneração ao representante (ainda que não haja interferência do representante – em casos de exclusividade de zona de representação)
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Requisitos essenciais
Não tem forma especial, devendo observar os requisitos gerais de todo contrato e de acordo com o artigo 27, para regular validade, deve conter:
condições e requisitos gerais da representação;
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação;
prazo certo ou indeterminado da representação;
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação, bem como da permissibilidade ou não de a representada ali poder negociar diretamente;
garantia ou não, parcial ou total, ou certo prazo, da exclusividade de zona, ou setor de zona;
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da expressa realização dos negócios, o recebimento ou não, pelo representado, dos valores respectivos;
os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade;
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
obrigações e responsabilidades das partes contratantes;
exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado;
indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos previstos no art. 35, cujo montante não será inferior a um doze avos;
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Obrigações e direitos do representante
Angariar negócios mercantis em favor do representado. Na verdade esta é a função primordial do contrato. Não pode haver obrigatoriedade de cumprimento de um determinado número de propostas ou pedidos mas, em casos de mercadorias de fácil consumo, o contrato pode estabelecer um número mínimo que deve ser cumprido pelo representante;
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b) Seguir as instruções do representado a respeito da comercialização dos produtos;
c) Fornecer ao representado informações sobre o andamento dos negócios bem como informações gerais sobre as condições de atuação na praça onde exerce sua atividade, sobre a situação dos clientes, do comércio em geral, etc.;
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f) Manter sigilo sobre as atividades de representação, podendo, inclusive, ser punido pelo Conselho Regional dos Representantes (art. 19, d, Lei 4.886/65)
g) Prestar contas ao representado do produto de suas atividades ou dos documentos recebidos daquele (art. 19, e, Lei 4.886/65).
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Como direito, podemos identificar como principal o recebimento da remuneração que é realizado à medida que o comprador paga.
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Obrigações do representado
A principal obrigação é pagar ao representante a remuneração pelos seus serviços considerando:
sempre é devida a remuneração;
caso o negócio não seja concluído pelo representado, a remuneração também é devida;
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c) quando o negócio não seja concluído e, não havendo culpa do representante, a remuneração é devida;
d) ainda que não haja qualquer intervenção do representante, nos casos de exclusividade, a remuneração é devida.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
O pagamento da remuneração é atrelado ao pagamento da mercadoria pelo comprador. Caso haja rescisão contratual por culpa do representante, pode haver retenção da remuneração, garantindo, assim, a indenização dos danos sofridos com a rescisão.
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Extinção do contrato de representação
No caso de contrato de tempo determinado, o contrato é extinto pelo decurso do prazo.
Em contrato de tempo indeterminado, a extinção se dá por fatos imputáveis ao representante ou ao representado:
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Constituem justa causa para a rescisão do contrato por fato imputável ao representado (quando o representante pretende rescindir o contrato) (art. 36, Lei n. 4886/65):
1.	redução de esfera de atividade do representante em desacordo com as cláusulas do contrato;
2.	quando previstaa exclusividade do contrato e esta é quebrada direta ou indiretamente;
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3.	quando o representado fixa abusivamente os preços em relação à zona do representante, com a finalidade de lhe impossibilitar ação regular;
4.	quando o pagamento da remuneração não é feito na época devida;
5.	por motivo de força maior.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
3.	quando o representado fixa abusivamente os preços em relação à zona do representante, com a finalidade de lhe impossibilitar ação regular;
4.	quando o pagamento da remuneração não é feito na época devida;
5.	por motivo de força maior.
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
O representado, por sua vez, poderá rescindir o contrato, por justa causa, nos termos do art. 35, Lei n. 4886/65:
A) inércia do representante no cumprimento das obrigações contratuais;
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B) prática de atos que importem em descrédito empresarial do representado;
C) falta de cumprimento de quaisquer obrigações contratuais;
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D) condenação definitiva por crime considerado infamante;
E) força maior.
Nesses casos, não é devido o pagamento de indenização pois o representante deu causa à rescisão, podendo, inclusive ser responsabilizado por perdas e danos