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Políticas públicas e 
seus elementos
SST
Melo, Milena Barbosa de
Políticas públicas e seus elementos / Milena Barbosa de 
Melo
Ano: 2020
nº de p.: 11
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
3
Políticas públicas e 
seus elementos
Apresentação
Sempre que pensamos em políticas públicas, temos a impressão de que se trata 
de um tema importante. Ainda, algumas pessoas têm a tendência de achar o tema 
complicado demais e voltado para a esfera política. De fato, as decisões políticas 
são decisivas para a implantação de boas políticas públicas, mas é preciso que 
todos participem de sua formulação, já que os reflexos delas são sentidos no dia a 
dia das pessoas.
As decisões de Estado afetam todos, independentemente de escolaridade, raça, 
sexo, religião ou nível de renda – essa é a finalidade maior do Estado na busca de 
satisfazer o interesse público e as necessidades gerais de toda a coletividade. Além 
disso, o Estado atua nas falhas do mercado para satisfazer as necessidades da 
população garantindo o bem comum. E é sobre isso que falaremos nesta unidade. 
Bons estudos!
Políticas públicas: aspectos gerais
Reconhecer nossos problemas é uma tarefa necessária, mas não suficiente quando 
se trata de política pública. As ferramentas escolhidas para resolvê-los falham, por 
isso, nos propomos a repensá-las. No caso brasileiro, recorremos principalmente a 
duas: leis e planos. Criar regras por meio de leis implica que, antes da detecção de 
um problema e suas consequências, ele possa ser evitado com um arcabouço legal 
que o regule (FONTE, 2015). No entanto, gerar leis não gera políticas, especialmente 
quando a distribuição da justiça é questionável.
Veja alguns exemplos:
1. Exemplo 1:
Governar por planos pressupõe que a concepção de um projeto por si só 
resolve o problema, mas também é uma camisa de força que obriga os 
políticos a serem indiferentes às mudanças típicas da dinâmica social.
4
2. Exemplo 2:
Por sua vez, nas ciências sociais os processos não são estáticos. Um plano, 
por mais bem concebido que seja, implica a ignorância dessa variabilidade.
3. Exemplo 3:
Obviamente, as leis e os planos têm uma importância considerável. Assim 
não devemos desqualificá-los ou anulá-los simplesmente, mas enfatizar que 
não são as ferramentas mais adequadas (FONTE, 2015).
Nossa proposta é atrelada à defesa de políticas que governam, aos cursos de ação 
que procuram resolver um problema específico em vez de um todo incontrolável. É 
comum associar o conceito de política pública a meras ações de governo, de modo 
que qualquer ação empreendida pelos intervenientes do governo seja erroneamente 
considerada política pública.
Os governos não são mais os únicos atores nas fases do ciclo político, embora 
toda política pública seja uma ação de governo, ainda que não limitada a ela. Neste 
estudo, você entenderá o que são e para que servem as políticas públicas dentro de 
um contexto tão complexo como o brasileiro, de modo que seja uma ferramenta útil 
e simples para a compreensão da natureza pública das políticas, sendo seu ponto-
chave. No entanto, utilizar ferramentas inadequadas para resolver um problema 
pode ser pior do que deixar de enfrentá-lo. Estamos todos de acordo em reduzir a 
pobreza, ampliar a base tributária, fazer melhor uso dos excedentes de petróleo, 
criar empregos, etc., mas o problema é como temos tratado essas questões, ao 
menos nos últimos 30 anos. A política pública, como dito, tem sido o ponto chave 
como vantagem ou desvantagem nesse processo (MENDES; PAIVA, 2017).
“Política” não é o mesmo que 
“políticas” (politics, policies, policy)
Para entender o que são políticas públicas, é necessário diferenciar dois conceitos 
que em nossa língua não têm tradução:
5
1. Politics (política):
É entendido como as relações de poder, os processos eleitorais, os 
confrontos entre organizações sociais e o governo.
2. Policies (políticas):
É relativo às ações, decisões e omissões dos diferentes atores envolvidos nos 
assuntos públicos.
Ao longo deste trabalho, falaremos sobre política, no singular, quando nos 
referirmos às relações de poder (objeto de estudo da ciência política) – politics – e 
políticas, no plural, quando nos referirmos a políticas públicas – policies, policy. No 
entanto, existe a política de políticas públicas, que se refere às relações de poder no 
processo de ações governamentais com a sociedade (DE NEGRI, 2017).
Para De Negri (2017), isso é aplicável a diferentes setores: política educacional, 
políticas educacionais; política cultural, políticas culturais; política social, políticas 
sociais etc. Também podemos falar sobre as relações de poder de algum setor: a 
política das políticas econômicas, a política das políticas ambientais, entre outros.
Identificar a eficácia, eficiência, economia e qualidade dos gastos, 
bem como melhorar a qualidade dos gastos se daria por meio de 
maior produtividade e eficiência dos processos governamentais.
Saiba mais
Políticas são o desenho de uma ação coletiva intencional. O curso que a ação toma 
como resultado das decisões e interações que ela envolve são os eventos reais que 
a ação produz. Nesse sentido, as políticas são o curso de ação seguido por um ator 
ou grupo de atores ao lidar com um problema ou questão de interesse.
O conceito de políticas presta atenção ao que realmente é feito e 
executado, e não ao que é proposto e desejado.
Atenção
6
Segundo Secchi (2016, p. 5),
[...] o problema público está para a doença assim como a política 
pública está para o tratamento. Metaforicamente, a doença (problema 
público) precisa ser diagnosticada, para então ser dada uma prescrição 
médica de tratamento (política pública), que pode ser um remédio, uma 
dieta, exercícios físicos, cirurgia, tratamento psicológico, entre outros 
(instrumentos de política pública). 
É bem verdade que as políticas são entendidas como uma declaração de intenções, 
metas e objetivos. Elas são consideradas uma cadeia causal entre as condições 
iniciais e as consequências futuras: se X, então Y, ou seja, políticas públicas são 
hipóteses: se implementarmos este curso de ação (X), teremos essas metas e 
objetivos alcançados (Y). Logo, as políticas são cursos de ação voltados para a 
solução de problemas. Mesmo não fazer nada é uma ação que deve ser levada em 
consideração e colocada em prática ou não.
As políticas também denotam as intenções das forças políticas, particularmente as 
dos governantes, as consequências de suas ações. As políticas tendem a significar 
intenções e não consequências, portanto se tornam o resultado de uma série de 
decisões e ações de inúmeros atores políticos e governamentais.
Os primórdios do conceito
O conceito de políticas públicas nasceu nos Estados Unidos, com o impulso 
pioneiro de Harold Laswell na segunda metade do século XX. Depois de trabalhar 
como professor e pesquisador em ciência política, Laswell incorporou seu 
conhecimento científico à administração do governo daquele país. Sua proposta era 
melhorar o desempenho administrativo e a ação governamental do Estado por meio 
de uma nova disciplina: as ciências políticas.
Esse seria um trabalho transdisciplinar em torno do fazer e do processo de políticas 
públicas, a fim de conhecer e explicar tanto a formação quanto a execução de 
políticas. A ciência política se tornaria, segundo Lasswell, uma ciência tributária 
do sistema político, assim como as outras ciências sociais, e forneceria seus 
elementos metodológicos e conceituais para o estudo do Estado e da política. 
Fonte (2015, p. 25) acrescenta que:
7
[...] o controle judicial de políticas públicas tornou-se, em pouco 
tempo, tema muito presente nas discussões acadêmicas. Isto 
não apenas em razão da mudança de paradigma jurídico ocorrida 
com a Constituição de 1988, mas também por motivos de ordem 
puramente pragmática. Há evidente interesse da União, Estados 
e Municípios em conter, ou ao menos amenizar, a enorme sangria 
de verbas decorrentedo cumprimento de decisões judiciais cujo 
conteúdo varia entre comprar remédios, contratar funcionários 
para combater endemias, matricular alunos em creches, abrir 
vagas em escolas, melhorar a condição de presídios e, em último 
grau, custear tratamento médico no exterior.
Citação
Ainda, a ciência política versaria sobre as habilidades profissionais necessárias 
para participar da tomada de decisões públicas (conhecendo o processo de tomada 
de decisão da política) e também sobre as habilidades científicas necessárias para 
contribuir para a invenção de uma teoria e prática confiáveis (incorporar dados 
e teoremas das ciências no processo de tomada de decisão da política com o 
propósito de melhorar a decisão pública). 
Funcionamento das políticas públicas 
e seus elementos
Vejamos, a seguir, o organograma que representa o funcionamento das políticas 
públicas e seus elementos.
Organograma das políticas públicas e seus elementos
Políticas 
públicas Desenvolvimento 
institucional
Participação Interesse
Desenvolvimento 
econômico
Sociedade civil
Desenvolvimento 
ambiental
Desenvolvimento 
social
Fonte: Elaborada pelo o autor (2020).
8
Quando se trata de alusão de política pública aos processos, decisões, resultados 
feitos, mas sem excluir os conflitos entre interesses presentes em todos os 
momentos, para os avaliadores estamos diante de um panorama cheio de poderes 
em conflito, enfrentamento e colaboração diante de opiniões e cursos específicos 
de ação. Para Fonte (2015), o estudo das políticas públicas nada mais é do que o 
estudo da ação das autoridades públicas. Outro uso do termo política distingue o 
que os ingleses designam com essa palavra, seja uma estrutura de orientação para 
ação, seja um programa ou uma perspectiva de atividade.
No âmbito da produção legislativa o termo política pública 
tem sido reservado para designar os sistemas legais com 
pretensão de vasta amplitude, os quais definem competências 
administrativas, estabelecem princípios, diretrizes e regras, e em 
alguns casos impõem metas e preveem resultados específicos. 
São as chamadas normas gerais ou leis instituidoras das políticas 
nacionais, normalmente inseridas no âmbito das competências 
administrativas comuns ou legislativas concorrentes previstas, 
respectivamente, nos arts. 23 e 24 da Constituição Federal de 
1988. (FONTE, 2015, p. 38)
Citação
Assim, um governo que tem uma política econômica, isto é, realiza um conjunto de 
intervenções, opta por fazer ou não certas coisas em um campo específico, nesse 
caso, a economia. Nesse sentido, devemos falar claramente de política pública, 
isto é, dos atos e dos atos não cometidos de uma autoridade pública frente a um 
problema ou setor relevante de sua competência.
A ciência tradicional considerou, nos anos 1950 e 1960, que as políticas públicas 
(políticas) eram variáveis dependentes da atividade política (política). Assumiu-
se que as políticas eram apenas o resultado, o produto, a consequência dos 
governantes ou aqueles que estavam representados no sistema pelos partidos 
políticos. Quer dizer, as políticas eram as decisões dos governantes para a solução 
de um problema particular, e elas seriam feitas apenas para legitimar seu poder 
perante os governados.
9
Você já olhou em volta para reparar se as políticas públicas estão 
sendo aplicadas em seu bairro?
Curiosidade
Uma política pública não é uma ação do governo que pode ser singular e temporária 
em resposta a circunstâncias políticas particulares ou demandas sociais. Em 
outras palavras, o que é específico e peculiar à política pública é ser um conjunto 
de ações intencionais e causais, visando atingir um objetivo de interesse/benefício 
público, cujas diretrizes de ação, agentes, instrumentos, procedimentos e recursos 
se reproduzem no tempo de maneira constante e coerente (com as necessárias 
correções marginais), em correspondência com o cumprimento de funções públicas 
de caráter permanente ou com a atenção de problemas públicos, cuja solução 
implica uma ação sustentada (MENDES; PAIVA, 2017).
Assim, a estrutura estável de suas ações, que é reproduzida por certo tempo, é 
o elemento essencial e específico desse conjunto de ações governamentais que
chamamos de políticas públicas.
A natureza pública da política
Embora as diferenças entre o público e o privado tenham dependido do momento 
histórico, é curioso e paradoxal que o público esteja associado ao governo como se 
os governos tivessem o monopólio do público.
A política pública é até certo ponto um pleonasmo, porque a política desde os 
gregos era uma atividade feita na polis e só podia ser exercida em público (a família 
foi um espaço pré-político e privado, consequentemente, foi o oikos). Público e 
político para os gregos eram conceitos semelhantes porque não havia concepção 
do indivíduo – a política era pública e o público era político.
Com Maquiavel começa a se manifestar um realismo de política diferente do mundo 
helênico, tornando-se claro que a política está nas mãos de algumas elites e que a 
coisa pública, o público, não pertence a todo o público (SMANIO, 2013).
10
Uma das principais contribuições das políticas públicas é justamente o resgate 
da natureza pública das políticas, ou seja, o envolvimento de diferentes atores 
para as políticas governamentais (sindicatos, sociedade civil, empresas, igrejas, 
assembleias de bairros etc.).
FECHAMENTO
Quando pensamos na quantidade de problemas existentes em nossa sociedade, 
é muito provável que seja uma lista muito grande. Para os governantes é quase 
impossível resolver todas as demandas reprimidas existentes. Nesse ponto é que 
as políticas públicas vão atuar, estabelecendo quais são as mais prioritárias e como 
serão implantadas.
Desta forma, conhecer como o desenvolvimento das políticas públicas afetam 
nosso dia a dia é muito importante, pois nos colocará em alerta para cobrar 
dos governantes a realização de projetos, obras e ações destinadas a suprir as 
necessidades da sociedade como um todo. 
T.I
Realce
11
Referências
FONTE, F. M. Políticas públicas e direitos fundamentais. 2015.
MENDES, G.; PAIVA, P. Políticas públicas no Brasil: uma abordagem institucional. 
São Paulo: Saraiva, 2017.
SECCHI, L. Análise de políticas públicas: diagnóstico de problemas, recomendações 
de soluções. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
SMANIO, G.P. O direito e as políticas públicas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2013.
O processo de 
construção social e as 
políticas públicas
SST
Melo, Milena Barbosa de
O processo de construção social e as políticas 
públicas / Milena Barbosa de Melo
Ano: 2020
nº de p.: 11
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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O processo de construção 
social e as políticas 
públicas
Apresentação
O desenvolvimento de políticas públicas de qualidade depende de um planejamento 
adequado, com o envolvimento dos setores da sociedade e dos recursos, 
considerando que o montante disponível sempre será menor que as demandas, por 
isso, a necessidade de se estabelecer prioridades de acordo com um plano de longo 
prazo.
Com isso, a construção da agenda, a formulação, a implementação e a avaliação 
das políticas públicas são permeadas de peculiaridades, em que cabe aos diversos 
atores envolvidos no processo aprimorar todas essas etapas, no sentido de 
alcançar uma sociedade mais justa, isenta de corrupção e, consequentemente, com 
um desenvolvimento crescente do país.
O processo de construção social e as 
políticas públicas
A educação está diretamente relacionada aos fenômenos de globalização e tem 
contato direto com as mais diversas culturas, acompanhando o ritmo constante 
das alterações sociais. Nesse sentido, em cada processo de construção social 
modificado, a forma de implementação da educação também deve ser (re)
construída, visando, assim, à eficácia e à plena eficiência.
Sob essa perspectiva, a política educacional perpassou por sistemáticas de 
abordagens diferentes, regulação de conteúdoe das práticas envolvidas no 
processo de ensino-aprendizagem. 
Foram muitas mudanças ocasionadas e observadas ao longo do tempo. 
O que podemos notar, portanto, é tão somente a possibilidade de reconhecer 
que o Estado democrático de direito deve desenvolver atividades essenciais que 
estabeleçam regras fundamentais para o bem-estar da população, ou seja, o estado 
de bem-estar social.
4
As políticas públicas educacionais, então, são de extrema importância para tornar 
o ensino fundamental público mais qualitativo em todos os âmbitos, formando,
assim, verdadeiros cidadãos.
Para realizar uma agenda para as políticas públicas, é essencial decidir as 
prioridades. Na realização da agenda, o especialista deverá planejar os objetivos 
que deseja alcançar, levando em consideração os problemas que devem ser 
combatidos com maior rapidez, com intuito de minimizar os dados sociais 
coletivos. 
Dessa maneira, deve-se analisar conjuntamente o problema social com a 
aplicabilidade daquilo que se deseja atingir. 
Essa questão refere-se aos elementos essencialmente práticos de viabilidade, pois 
será analisada a viabilidade de recursos financeiros e estruturais.
Leva-se em consideração, neste momento, que os problemas 
que se deseja inserir na agenda muito provavelmente não serão 
solucionados imediatamente, torna-se de substancial importância 
que se considere a agenda a partir de uma visão flexível.
Atenção
Por fim, o especialista, no ato de elaboração de uma agenda, deve ter em mente os 
seguintes pontos:
1. Identificação da necessidade:
Fazer a identificação da necessidade política a partir de um estudo social 
local.
2. Levantamento:
Fazer o levantamento da viabilidade prática da execução da agenda.
3. Especificar o local:
Especificar o local a que se destina a aplicação da agenda.
5
4. Identificar o período:
Identificar o período em que se deseja realizar, bem como a duração.
A melhoria pública como função do 
Estado da execução, otimização 
de recursos e eficiência dos serviços 
públicos
Neste tópico, conheceremos os princípios constitucionais da Administração Pública 
e orçamento público, também chamada de Lei Orçamentária Anual (LOA). Vamos lá?
Princípios constitucionais da Administração Pública
É importante salientar que, em diversos dispositivos do ordenamento jurídico 
brasileiro, há previsões e regulamentações para a gestão pública, em caráter direto 
ou indireto. Entre as todas as normas, destaca-se o art. 37 da Constituição Federal, 
que dispõe:
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá́ 
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência [...] (BRASIL, 1988)
Esse artigo assevera que os gestores públicos devem atuar em nome da 
Administração Pública, precedendo em conformidade com os princípios e a prévia 
determinação legal. 
O objetivo maior é salvaguardar os interesses coletivos em conformidade com os 
fundamentos legais.
A eficiência e a eficácia dos recursos para o desempenho dos interesses sociais 
estão intimamente relacionadas com a forma de gestão pública. Nesse sentido, há 
necessidade de análise e levantamento das problemáticas sociais, com o intuito de 
criar e/ou aperfeiçoar programas sociais a serem desenvolvidos pela gestão pública 
em governos estaduais e municipais.
6
Ainda que aparentemente semelhantes, eficácia e eficiência apresentam conceitos 
distintos. Confira a diferença dos termos clicando no recurso.
1. Eficiência:
É a forma como algo é procedido de forma correta, célebre e com boa 
qualidade. Mesmo sendo uma medida de curto prazo, para ser eficaz deve 
conter alto aproveitamento, logo, com a menor quantidade de falhas.
2. Eficácia:
Está inteiramente ligada ao objetivo em si, à relação entre os resultados 
almejados e os previstos e também ao caminho para atingir as metras 
propostas, aproveitando as oportunidades oferecidas.
Conforme vimos, o princípio da eficiência, ao ser aplicado na Administração Pública 
de forma rápida, eficaz e coerente pelo administrador público, proporciona a 
solução das necessidades de sua coletividade, ou seja, de sua sociedade. Já o 
Sob essa perspectiva, os princípios da eficiência e da eficácia são de alta 
importância para a realização de uma gestão pública de qualidade. 
A administração direta é constituída pelas entidades federativas, também 
denominadas de entidades políticas, que são a União, os Estados-membros, o 
Distrito Federal e os municípios. Todas elas são pessoas jurídicas de direito público. 
Já quando tratamos da Administração Pública indireta, consideram-se as entidades 
interligadas à Administração Pública, fundamentando a sua origem a fim de 
executar as atividades administrativas. As referidas entidades estão descritas no 
artigo 4º, inciso II, do Decreto nº 200/67 e são: autarquias; empresas públicas; 
sociedades de economia mista; fundações públicas.
Dentro do quadro de bom desempenho da gestão pública, ressalta-se também 
a Lei nº 8.429/1992, que expõe a improbidade administrativa. Nessa legislação, 
são regulamentadas as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na 
Administração Pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
Diante do alegado, a gestão pública deve inteiramente salvaguardar os 
procedimentos e aplicações a fim de alcançar as relevantes razões de interesse 
7
público. São leis extremamente rígidas que visam garantir a lisura na gestão 
pública, pois impõem amarras e restringem as ações dos gestores públicos.
O orçamento público – ou Lei Orçamentaria Anual 
(LOA)
O orçamento público – ou Lei Orçamentária Anual (LOA) – é o instrumento de 
planejamento governamental mais relevante em nosso ordenamento jurídico, uma 
vez que prevê, de forma organizada, o resultado da discussão política sobre a 
alocação dos recursos públicos entre os diversos programas e políticas públicos.
Diante dos fatos sociais analisados, com os estudos dos 
instrumentos de planejamento taxados na Constituição Federal, 
inicia-se o processo da estruturação das políticas públicas.
Saiba mais
Almejando investidores, veio a Lei nº 101 para complementar a determinação do art. 
163 da Constituição, na qual se
 busca a solvência mediante metas fiscais e o consequente equilíbrio entre receita e 
despesas. A referida lei complementar baseava-se nos seguintes princípios: 
planejamento, transparência, controle, responsabilização.
Ressalte-se que, embora o Poder Executivo detenha a iniciativa 
exclusiva para a proposição do orçamento público, a natureza 
legislativa desse instrumento impõe um amplo processo de 
negociação com o Poder Legislativo, que envolve: preparação e 
envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) pelo Poder 
Executivo; aprovação do Relatório pela Comissão Mista de Planos 
e Orçamentos; e, por fim, aprovação do PLOA pelo plenário do 
Congresso Nacional em sessão conjunta (MENDES; PAIVA, 2017).
Atenção
8
A partir de princípios e normas participativos introduzidos pela Constituição Cidadã, 
consolidou-se, ao longo dos anos 1990, um subsistema participativo composto 
de diversos conselhos de políticas públicas na área social. Atualmente, existem 
conselhos nacionais de caráter deliberativo ou consultivo institucionalizados nas 
principais áreas de atuação do poder público.
Bases hegemônicas no estudo de políticas 
públicas: estatista versus multicêntrica
Dentro do constante processo de desenvolvimento a sociedade convive, de forma 
paralela, com a desigualdade social. A partir da origem das civilizações, uma 
considerável parcela da humanidade sofre as consequências da concentração do 
poder aquisitivo nas mãos dos poucos.
Considera-se ainda que o próprio estudo e a real análise das 
políticas públicas e reais problemáticas da sociedade são vistos 
do alto. Assim, a compreensão da existência de tratamento 
isonômico, observando-seas diferenças e as necessidades 
pessoais, é de extremamente relevância para a efetiva e eficiente 
aplicação das políticas públicas.
Atenção
Dentro de tantas pesquisas sobre a desproporcional distribuição de renda, destaca-
se o estudo dos pesquisadores Pedro Herculano Guimarães e Marcelo Medeiros, 
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado pelo Centro 
Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento (IPC-IG/PNUD).
Nessa pesquisa, foram analisados 29 países — entre desenvolvidos e em 
desenvolvimento —, com o Brasil dentro do grupo de cinco nações em que a parcela 
mais rica da população recebe mais de 15% da renda nacional. O 1% mais rico do 
Brasil concentra entre 22% e 23% do total da renda do país, nível bem acima da 
média internacional (SOUZA; MEDEIROS, 2017).
9
É preocupante afirmar que o Brasil aparece mais um ano na 79ª posição no ranking 
global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pelo Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Leia na íntegra o Relatório anual de 2018 realizado pelo Programa 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em: https://
www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/library/ods/teste.html.
Saiba mais
No entanto, quando se leva em conta a desigualdade no país, o desempenho 
brasileiro cai, e o país perde 17 posições. Ao medir o desenvolvimento em 189 
países, o PNUD também avaliou, em 151 deles, o IDH “ajustado às desigualdades”. 
Esse índice mede a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição 
desigual dos ganhos do IDH (PNUD, 2019). Veja o ranking a seguir.
Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD 2018)
Ranking País
1 Noruega
2 Austrália
5 Países Baixos
6 Alemanha
6 Irlanda
7 Estados Unidos
72 Turquia
73 Sri Lanka
74 México
75 Brasil
143 Camboja
188 Níger
Fonte: Adaptado do relatório do PNUD (2018).
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Reflexão crítica sobre gestão e 
políticas
Os atores governamentais não são os únicos nos estágios de ordem pública. 
Política de construção não é uma decisão isolada, mas uma decisão bastante 
abaixo do ideal que visa reduzir o número de perdedores e expandir vencedores. 
Em outras palavras, uma política pública (dados os recursos escassos como 
tempo, orçamento, pessoal, acordos etc.) por si só tenta dar uma solução para um 
problema limitado.
Um Estado ou governo, por mais democrático que seja, não pode resolver todos 
os problemas. É por isso que a parte política (relações de poder) das políticas 
(ações do governo) se torna uma questão de que nem todos gostam, razão pela 
qual surgem as vantagem e desvantagens. Isso implica deixar de lado as questões 
e escolher aquelas que têm uma participação fundamentada do governo e da 
sociedade, isto é, abordar, por meio de políticas públicas, o que é sensatamente 
tratável, no entanto, a discussão do público permitirá gradualmente questões mais 
complexas.
Somos confrontados com processos políticos complexos com estratégias 
centralistas. A política pública é posicionada como uma ferramenta que não é 
onipotente, mas gradualmente procura consertar essa máquina (Estado) 
abordando questões específicas, não de maneira geral (como fazem os planos).
FECHAMENTO
O que torna a política pública é o fornecimento de um quadro para análise e 
ação para reverter o indesejável, de forma organizada, em que os atores não estão 
confinados ao governo, especialmente quando a parte pública da política é 
resgatada por meio da incorporação de conhecimento científico diferente. Desse 
modo, que Estado queremos? Precisamos de um Estado que garanta não apenas 
direitos políticos e civis, mas também econômicos, sociais, culturais, ambientais e 
institucionais. Logo, pudemos ver que esse novo arranjo entre reforma do Estado e 
sociedade participativa nos assuntos públicos é objeto de estudo do conceito de 
governança.
11
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
MENDES, G.; PAIVA, P. Políticas públicas no Brasil: uma abordagem institucional. 
São Paulo: Saraiva, 2017.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD. 
Relatório anual PNUD 2018. [S. l.]: PNUD Brasil, 2019.
SOUZA, P. H. G.; MEDEIROS, M. The Concentration of Income at the Top in Brazil, 
2006-2014. Working Paper, n. 163, 2017. Brasília: International Policy Centre for 
Inclusive Growth.
Políticas públicas: 
definições e ciclos
 
SST
Melo, Milena Barbosa de
Políticas públicas: definições e ciclos / Milena Barbosa 
de Melo
 Ano: 2020
nº de p.:
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Políticas públicas: 
definições e ciclos
Apresentação
O Tribunal de Contas da União – TCU elaborou para o quinquênio ações 
direcionadas à governança para aperfeiçoamento do controle dentro dos órgãos 
das Administrações Pública. Tais ações estão direcionadas para “orçamento e 
logística”, Processos internos e melhoria dos métodos de trabalho de todos que são 
parte da Administração Pública. A intenção é a melhoria da governança institucional 
(TCU, 2014).
Quando nos referíamos ao termo “política pública”, pode parecer um pouco 
redundante, mas “política” não necessariamente está ligado ao setor público, pois 
pode significar também uma diretriz, como política de compras, muito utilizada 
no setor privado. Portanto, ao utilizar o termo política pública, referimo-nos a um 
conceito específico. Neste conteúdo, abordaremos algumas questões importantes 
para que o estudante possa aprender mais sobre o tema central. 
Fonte: Deduca, 2020
Conceito de políticas públicas 
O conceito de políticas públicas, segundo Medeiros (2013), possui várias vertentes, 
mas a autora resume que o estudo das políticas públicas procura entender o papel 
do Estado e suas ações em relação à sociedade, que procuram alterar alguma 
4
realidade. De acordo com a autora, diversos estudiosos do tema procuraram 
entender a relação do estado com a sociedade. Ela destaca que é necessário 
distinguir conceitualmente o termo política pública do termo política. 
O termo política pública pode parecer um pouco redundante, mas o termo “política” 
não necessariamente está ligado ao setor público, pois pode significar também uma 
diretriz, como política de compras, muito utilizada no setor privado. 
Quando se fala “política” de forma isolada, tendemos a lembrar da política 
partidária. Portanto, ao utilizar o termo política pública, referimo-nos a um conceito 
específico. Nos países de língua inglesa, segundo relata Medeiros (2013), utiliza-se 
o termo policy para políticas públicas e politics para política partidária, o que facilita 
o diálogo e a compreensão daqueles que estudam e praticam essa atividade no dia 
a dia. 
Como bem afirmou Medeiros (2013), o conceito de políticas públicas possui 
algumas variáveis e Secchi (2010 apud LIMA, 2012) aponta ao menos duas 
abordagens para o termo: uma em função do formulador (abordagem estatista) e 
outra a partir da origem do problema (abordagem multicêntrica). 
Na abordagem estatista, quem define se a política é pública ou não é o formulador; 
e se quem propõe a política é o governo, por exemplo, a política é pública. Porém, 
nem toda a política proposta pelo governo pode ser considerada amplamente 
pública, pois algumas ações governamentais são dirigidas a particulares. 
O autor não afirma que essa conceituação é errada, mas que é preciso cuidado 
ao interpretar as ações do governo como políticas públicas. Na abordagem 
multicêntrica, quem define se a política é pública é o problema o qual se pretende 
resolver. Se o problema é público, a política é pública, independentemente de quem 
a está formulando. 
Essa definição permite a participação de outros atores na formulação de políticas 
públicas e coloca o problema público no centro de toda a discussão da teoria. Se 
uma emissora de televisão lança uma campanha contra acidentes no trânsito, ela 
está participandodo ciclo uma política pública, por exemplo. Para os fins desta 
disciplina, adotaremos a abordagem multicêntrica quando nos referirmos ao 
conceito de políticas públicas.
5
Ciclos de políticas públicas
Fonte: Deduca, 2020
Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2010) afirma que as políticas públicas podem ser 
associadas a um ciclo que organiza a vida das políticas públicas em sete fases:
Fases de organização da política pública
Fases da 
organização da 
política pública
1. Identificação do 
problema
2. Formação da agenda 7. Extinção
3. Formulação das 
alternativas
6. Avaliação
4. Tomada de decisão5. Implementação
Fonte: Adaptada de Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2010).
6
Podemos perceber, na figura, a sequência de fases de uma política pública ordenada 
em um ciclo que se inicia com a identificação do problema, passando pela formação 
da agenda, a formulação de alternativas, a tomada de decisão, a implementação, a 
avaliação e a extinção. A seguir detalharemos cada um dos ciclos.
Identificação do problema
Como já visto, a abordagem multicêntrica coloca o problema público como tema 
central da teoria de políticas públicas e, de fato, ele é. Medeiros (2013) destaca que 
todo ciclo de políticas públicas inicia-se pela identificação do problema público 
que precisa ser de fato resolvido. Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2013) afirma que 
um problema é a diferença entre a situação presente e uma desejada. O problema 
público é, portanto, fruto da interpretação de diversos atores sobre uma situação.
Matus (1997) destaca que o princípio para um bom planejamento público 
é a correta identificação do problema público. Baptista (2007) afirma que a 
identificação do objeto de intervenção profissional no planejamento social é um 
processo de constante aproximação, dada à dinâmica político-social em que está 
envolvido. 
Cada ator envolvido no processo possui uma visão sobre o tema, seja ele 
responsável pelo problema, pelo planejamento ou interessado no resultado desse 
processo de alguma outra forma. Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2013) diz que 
o problema público pode ser percebido aos poucos como uma inflação que vai 
aumentando mês a mês, ou pode tornar-se percebido por todos de forma súbita, 
como uma ponte que desmorona repentinamente. 
Frey (2000 apud MEDEIROS, 2013) afirma que a mídia é uma das grandes 
responsáveis por evidenciar problemas públicos, divulgando-os para o público em 
geral, o que chama a atenção dos atores políticos (presidente, prefeito, governador, 
deputados, senadores etc.) para essas questões. Se o ator político identifica aquele 
problema como prioritário e demonstra interesse em solucioná-lo, ele então insere 
esse problema na agenda.
7
Formação da agenda e Formulação de 
alternativas
A agenda, de acordo com Medeiros (2013, p. 40), é “[...] um conjunto de problemas 
ou temas entendidos como relevantes”. De acordo com Secchi (2010 apud 
MEDEIROS, 2013), é possível perceber dois tipos de agenda distintas: a pública 
e a formal. A agenda pública é aquela que a comunidade política aceita como 
merecedora de atenção e que pode tornar-se alvo de ações concretas do governo 
no futuro. Já a agenda formal é aquela na qual já constam os problemas públicos 
tomados como prioritários pelo governo e que serão alvo de ações para serem 
solucionados. 
A partir do momento em que um problema público entra na agenda formal, são 
verificadas as alternativas de soluções para tais problemas, segundo Secchi 
(2010 apud MEDEIROS, 2013), e isso ocorre através da elaboração de objetivos e 
estratégia para alcançar a melhor solução ou mitigação para o problema. Mitigar 
significa diminuir as consequências; suavizar um dano. 
De acordo com a autora, é nesse momento que se define o que se espera de 
uma política pública enquanto resultado e quanto mais objetivamente puder ser 
traduzida essa expectativa, maior será o nível de confiança na aferição desses 
resultados no futuro. 
Por exemplo, se definirmos que uma ação para resolver o problema de saúde 
pública de desidratação infantil será a melhoria do abastecimento de água nas 
comunidades carentes em 70% no ano de 2016 e, em janeiro de 2017, verificarmos 
que o aumento no abastecimento de água nessas comunidades foi de 80%, 
saberemos que superamos o objetivo da política pública.
Tomada de decisão
A tomada de decisão está diretamente ligada à escolha da solução para o 
enfrentamento do problema público. Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2013) destaca 
que o momento da tomada decisão ocorre quando os interesses dos atores entram 
em sintonia. Nesse momento, as formas de enfrentamento do problema tornam-
se públicas. Por exemplo, suponha que um problema de transporte público possa 
ser enfrentado aumentando o número de estradas ou melhorando o sistema de 
transporte público atual; nesse momento, é feita a escolha pela solução a ser 
adotada. 
8
Fonte: Deduca, 2020
Implementação
O momento da implementação, de acordo Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2013), 
ocorre quando as soluções são postas em prática, ou seja, quando aquilo que 
foi planejado como política pública passa a ser então executado. Mansmanian 
e Sabatier (1983 apud LIMA; D’ASCENZI, 2012) afirmam que a implementação 
de políticas públicas possui algumas visões teóricas de implementação, como a 
clássica implementação top down (de cima para baixo) e a implementação bottom 
up (de baixo para cima). 
A visão top down, segundo os autores, separa as fases de planejamento/
formulação e tomada de decisão da fase de implementação. Nesse tipo de 
implementação, quem formula a política pública não é quem a executa. Diversos 
estudiosos produziram artigos científicos sobre essas falhas de implementação e 
diversas variáveis surgiram para melhorar a implementação, como deixar a política 
pública clara e compreensível e limitar o poder de ação daqueles que executam 
a política. Mas questões como problema público mal interpretado, planejamento 
mal formulado e soluções mal escolhidas também podem ser a causa de uma 
política pública que não atinge seu objetivo, uma vez que o agente implementador é 
obrigado a lidar com um pacote fechado, nesse caso. Assim acontece com diversas 
legislações que não dão certo na prática. 
Na implementação bottom up, segundo os autores, aqueles que implementam as 
políticas públicas também participam da identificação do problema e da formulação 
das alternativas de modo que os decisores possam tomar decisões com base em 
9
situações vivenciadas na prática por aqueles que lidam com o problema no dia a 
dia. Na implementação bottom-up, as regras são menos rígidas e é possível ajustar 
a solução proposta ao longo da implementação, de modo que os objetivos da 
política pública possam ser atingidos.
Avaliação 
O ciclo da política pública não se encerra a partir da implementação; ela ainda 
passa pelas fases de avaliação e extinção, conforme explica Secchi (2010 apud 
MEDEIROS, 2013). A avaliação pode ter como variável o tempo em que ela é feita, 
conforme explica Faria (2014). Nesse caso, a política pública pode ser avaliada 
antes de sua implementação. Esse tipo de avaliação é muito comum em políticas 
públicas que são implementadas de cima para baixo, uma vez que possuem uma 
rigidez muito grande nas suas diretrizes e seus resultados precisam ser muito bem 
pensados. 
A avaliação também pode ocorrer após a implementação, modelo utilizado na 
implementação de baixo para cima, no qual existe a participação dos agentes que 
implementam a política na formulação do problema e na escolha das soluções. 
Nesse caso, a política é avaliada pelos resultados alcançados. A política pública 
também pode ser avaliada juntamente com a execução da política, monitorando o 
atingimento dos objetivos formulados ainda que de forma parcial. 
Decisores
Fonte: Deduca, 2020
10
Extinção
Oliveira, Martins e Silveira (2012 apud MEDEIROS, 2013) apresentam que a 
avaliação da política pública verifica os impactos alcançados por esta e pode 
indicar a continuidade, a melhoria ou a extinçãode uma política pública, encerrando 
o seu ciclo. Secchi (2010 apud MEDEIROS, 2013) aponta como possíveis causas de 
extinção de políticas públicas:
a. Resolução do problema público original;
b. Os instrumentos que possibilitaram a implementação das políticas públicas 
não são eficazes;
c. O problema, mesmo não resolvido, perdeu a atenção dos tomadores de deci-
são e saiu da agenda pública e formal. 
Fechamento
O estado brasileiro tem enfrentado nos últimos anos grandes desafios na 
busca para ser desenvolvido nacionalmente, ou seja, chegar a um nível de 
desenvolvimento uniforme reduzindo as diferenças sociais de cada região. Para 
isso, os investimentos nas áreas de saúde educação, infraestrutura, devem ser 
intensificados. 
Mas os problemas são muitos e o Estado normalmente não consegue dar conta 
de todas as demandas. Neste ponto, as políticas públicas ajudam os governos nas 
três esferas e o Distrito Federal a estabelecer prioridades desenvolvendo políticas 
públicas ajustadas às necessidades de cada região. 
Os ciclos para estabelecimento das políticas públicas têm a ver com isso: 
estabelecer dentro do governo os objetivos propostos pela sociedade. Por isso 
a necessidade de aprender o presente conteúdo, para que o estudante possa 
identificar as necessidades da comunidade e juntamente com o governo fiscalizar a 
realização das políticas necessárias.
11
Referências
BAPTISTA, M. V. Planejamento social: intencionalidade e instrumentalidade. São 
Paulo: Veras, 2007.
FARIA, C. A. P. A política da avaliação de políticas públicas. Revista Brasileira de 
Ciências Sociais, São Paulo, v. 20, n. 59, p. 97-110, 2005. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v20n59/a07v2059.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2014. 
LIMA, L. L.; D'ASCENZI, L. Implementação de políticas públicas: perspectivas 
analíticas. Revista de Sociologia e Política (UFPR. Impresso), v. 21, p. 105-114, 
2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v21n48/a06v21n48.pdf>. 
Acesso em: 16 dez. 2014.
LIMA, W. G. Política Pública: discussão de conceitos. Interface (Porto Nacional), 
NEMAD – Núcleo de Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento, UFT -°©‐ 
Universidade Federal de Tocantins, n. 5, out. 2012. Disponível em: <http://www.
revista.uft.edu.br/index.php/interface/article/viewFile/370/260>. Acesso em: 14 
dez. 2014.
MATUS, C. Adeus, senhor presidente: governantes governados. São Paulo: FUNDAP, 
1997.
MEDEIROS, S. A. Política pública de acesso aberto à produção ´científica: o caso 
do Repositório Institucional da Universidade de Lavras. 2013. 258 p. Dissertação 
(Mestrado em Administração Pública) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 
2013. Disponível em: <http://repositorio.ufla.br/handle/1/1080> . Acesso em: 16 
dez. 2014. 
Políticas públicas 
e governança
SST
Braga, Christiano
Políticas públicas e governança / Christiano Braga
Ano: 2020
nº de p.: 10
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
3
Políticas públicas e 
governança
Apresentação
O Tribunal de Contas da União (TCU) elaborou para o quinquênio ações 
direcionadas à governança para aperfeiçoamento do controle dentro dos órgãos 
das Administração Pública. Tais ações estão direcionadas para “orçamento e 
logística”, processos internos e melhoria dos métodos de trabalho de todos que são 
parte da Administração Pública. A intenção é a melhoria da governança institucional 
(BRASIL, 2014).
O termo “governança” possui vários significados a depender do âmbito que se 
está a falar: governança corporativa, governança participativa, governança global, 
governança de tecnologia da informação (TI), governança ambiental, governança 
local, governança de organizações não governamentais e governança sustentável. 
Neste conteúdo, abordaremos algumas questões importantes para você, estudante, 
possa aprender mais sobre o tema central. Bons estudos!
A política pública sob a ótica da 
governança
O estabelecimento de controles internos visa essencialmente amentar a 
probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidos sejam alcançados, de 
forma eficaz, eficiente, efetiva e econômica, promovendo, assim, a governança 
corporativa. 
A governança é a combinação de processos e estruturas implantadas pela 
administração para informar, dirigir, administrar e monitorar as atividades da 
instituição, com o intuito de alcançar os seus objetivos. Assim, ela tem de ser 
analisada simultaneamente com a geração de valor.
4
O conceito de governança corporativa se sustenta sobre quatro 
pilares equidade, com proteção aos minoritários; transparência 
ao mercado; prestação de contas dos atos e decisões da 
administração; e responsabilidade corporativa, incluindo também 
as responsabilidades ambiental e social. As boas práticas devem 
ser de fato praticadas para funcionar.
Podemos dizer que a governança é bem retratada na teoria do 
agente principal, que consiste na relação entre partícipes em 
um processo de delegação, ou seja, um agente delegando suas 
funções e atividades para que sejam desempenhadas por outros 
mediante seus próprios interesses.
Atenção
Por isso, nessa teoria, é obrigatório prestar contas, como podemos ver na figura a 
seguir.
Teoria do agente principal
Prestação 
de contas
Recursos
Agente 
delegado
Agente 
principal
(delegante)
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Como em qualquer atividade entre interessados, há o inerente conflito de interesses 
em detrimento do estrito propósito da relação das partes. A prestação de contas 
se torna um mecanismo desinteressante para os agentes que operam em torno do 
interesse próprio e do particular.
5
É nesse contexto que se encontra amparado o conceito de auditoria como um 
mecanismo de monitoramento, avaliação e controle. Nesse caso, a auditoria atua 
na relação das partes em favor do correto procedimento de prestação de contas, a 
fim de garantir ao agente principal que a atividade delegada foi cumprida de forma 
eficaz, eficiente e transparente.
Perspectivas de observação da governança no setor público
Entes federativos, 
esferas de poder e 
políticas públicas
Atividades 
intraorganizacionais
Órgãos e entidades
Sociedade e Estado
Fonte: Adaptado de Brasil (2014).
Prestação de contas
A prestação de contas, também conhecida como accountability, é o conjunto de 
procedimentos adotados pelas organizações e pelos indivíduos que as integram, 
evidenciando sua responsabilidade por decisões tomadas e ações implementadas, 
incluindo a salvaguarda de recursos, a imparcialidade e o desempenho das 
organizações. A prestação de contas é a responsabilização das decisões tomadas.
Veja o que diz a Constituição Federal de 1988:
Art. 70. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física 
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde ou 
administre dinheiros, bens, valores públicos ou pelos quais a 
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de 
natureza pecuniária. (BRASIL, 1988, on-line)
Citação
6
Dessa forma, a prestação de contas passa a ser dever dos agentes responsáveis 
pela administração dos recursos voltados ao interesse público.
A prestação de contas pelos administradores – em muitos 
casos, uma obrigação legal – não deixa de ser, entretanto, um 
princípio ético perante os direitos e os interesses dos 
diversos stakeholders. Alguns escândalos ocorrem por falta de 
um nível de prestação de contas suficiente, não permitindo 
que partes interessadas – stakeholders – possam agir para 
corrigir as más práticas de governança..
Saiba mais
Você está percebendo que já estamos nos aproximando do entendimento da 
relação entre governança e políticas públicas?
3 Relação entre governança e 
políticas públicas
Sobre governança e boas práticas de gestão e controle interno, leia atentamente o 
acórdão abaixo, publicado no Diário Oficial da União em 28 de novembro de 2013. 
Em seguida, reflita sobre as ações e atuações dos gestores e administradores 
públicos para fortalecer os mecanismos de controle internos em benefíciodos 
interesses públicos:
O TCU deu ciência às Centrais Elétricas Brasileiras S/A (ELETRO-BRÁS) 
de que a contratação de seguro para defesa de dirigentes em processos 
administrativos ou judiciais, cuja apólice inclua cobertura em caso de 
prática de atos manifestamente ilegais, contrários ao interesse público, 
praticados com dolo ou culpa, nesse último caso quando comprovado 
que não foram adotadas as precauções e medidas normativas e legais 
que se esperaria de um homem médio, afronta o disposto nos princípios 
da moralidade, legalidade e supremacia do interesse público, previstos, 
respectivamente, no art. 37, “caput”, da Constituição da República, e no 
art. 2°, “caput”, da Lei nº 9.784/1999 (item 9.3.2, TC-043.954/2012-0, 
Acórdão nº 3.116/2013-Plenário). (BRASIL, 2013, p. 128)
7
Muito interessante nosso conteúdo, mas você pode aprender mais 
lendo esse interessante artigo sobre nossa temática: https://www.
scielo.br/pdf/rsocp/v17n34/a06v17n34.pdf.
Saiba mais
A governança em políticas públicas se refere ao portfólio da estrutura institucional 
com que as políticas serão formuladas, implementadas e avaliadas em benefício 
da sociedade. Essas estruturas são a integração dos processos, instrumentos de 
controle, diretrizes, normas que exercem influência na gestão da política pública e 
certamente em seus resultados.
Assim, cabe aos órgãos de controle avaliar nas seguintes perspectivas:
1. Da institucionalização do programa:
A ênfase está em analisar de que forma a política pública foi concebida 
e institucionalizada internamente, devidamente formalizada por meio de 
normativos.
2. Do plano e dos objetivos:
Busca-se entender e compreender o alinhamento dos componentes das 
ações com os resultados esperados, assim como identificar a orientação 
estratégica utilizada para analisar os custos e traçar metas, prioridades, 
responsabilidades e prazos. 
3. Do monitoramento, avaliação e resultados:
Busca saber em que medida a estrutura está montada para retroalimentar as 
informações nos processos decisórios e assegurar o alcance dos resultados.
No entanto, qualquer descumprimento ou simples omissão dessas três 
perspectivas pode constituir uma disfunção das políticas públicas, como podemos 
ver abaixo no Acórdão nº 2359/2018 – TCU – Plenário:
https://www.scielo.br/pdf/rsocp/v17n34/a06v17n34.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rsocp/v17n34/a06v17n34.pdf
8
Acórdão nº 2359/2018 – TCU – Plenário.
9.2. Dar ciência desta deliberação ao Congresso Nacional, à Casa 
Civil da Presidência da República e à Secretaria-Executiva do 
Comitê Interministerial de Governança – CIG para conhecimento 
e adoção das medidas que entenderem cabíveis, tendo em conta 
os achados e conclusões da presente auditoria, entre as quais se 
destacam:
9.2.1. A política pública de Apoio à Política Nacional de 
Desenvolvimento Urbano (Ação 1D73) não possui um diagnóstico 
da situação-problema, baseado em evidências, que caracterize 
de forma precisa qual problema a União pretende contribuir para 
solucionar; [...]
9.2.3. A política não possui objetivos específicos, mensuráveis, 
atingíveis, relevantes e delimitados no tempo;
9.2.4. Os custos da política não são inteiramente conhecidos; [...]
9.2.6. Tem havido um aumento significativo de recursos 
bloqueados, já desembolsados pela União, [...]
9.2.7. Não se sabe em que medida o objetivo-chave da política 
pública foi alcançado;
9.2.8. Não há comparação entre os benefícios e os custos da 
política pública, a fim de que se saiba se está apta a gerar valor 
público;
9.2.9. Não há procedimento que detecte falhas e assegure que 
estas não serão cometidas novamente. (BRASIL, 2018, on-line)
Citação
Podemos ver seguramente que a relação da governança com as políticas públicas 
necessita que haja, inicialmente, uma avaliação sistemática da capacidade de 
governança dos órgãos públicos responsáveis pela execução e monitoramento das 
políticas públicas; das estruturas de governança e gestão das políticas públicas; 
da gestão e execução financeira e orçamentária; da participação do governo; e da 
gestão dos objetivos e consecução de resultados das políticas públicas.
9
Quais os problemas que você reconhece no seu bairro? Faça uma 
lista com os principais problemas encontrados e reflita sobre como 
esses problemas poderiam ser resolvidos. Em seguida, escreva 
para um vereador da sua cidade e apresente suas reflexões.
Curiosidade
A gerência, o comitê ou grupo de trabalho voltado à governança nos órgãos 
públicos atuam para: promover práticas e princípios de conduta e padrões de 
comportamentos; institucionalizar estruturas adequadas de governança e controles 
internos; promover o desenvolvimento contínuo e permanente dos interessados e 
envolvidos; para garantir a conformidade com as regulamentações legais; promover 
a integração dos envolvidos e responsáveis pela governança; promover a adoção 
de práticas que institucionalizem a responsabilidade na prestação de contas, 
na transparência e na efetividade das informações; aprovar e supervisionar a 
priorização de temas; emitir recomendações para o aprimoramento da governança; 
e monitorar as recomendações e orientações.
Conclusão
O estado brasileiro tem enfrentado nos últimos anos grandes desafios na 
busca de ser desenvolvido nacionalmente, ou seja, chegar a um nível de 
desenvolvimento uniforme reduzindo as diferenças sociais de cada região. Para 
isso, os investimentos nas áreas de saúde educação, infraestrutura, devem 
ser intensificados. Mas os problemas são muitos e o Estado normalmente não 
consegue dar conta de todas as demandas.
Neste ponto as políticas públicas ajudar os governos nas três esferas e o Distrito 
Federal, a estabelecer prioridades desenvolvendo políticas públicas ajustadas às 
necessidades de cada região. 
10
Referências
BRASIL. Ata 39, de 10 de outubro de 2018. Diário Oficial da União, 23 out. 2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Seção 1. Diário Oficial da União, 28 nov. 2013.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Referencial básico de governança aplicável a 
órgãos e entidades da administração pública. Versão 2. Brasília: TCU, Secretaria de 
Planejamento, Governança e Gestão, 2014.
Políticas públicas e 
"o jogo de política 
econômica"
 
SST
de Melo, M. B.;
Políticas públicas e jogo de política econômica / Milena 
Barbosa de Melo
Ano: 2020
nº de p.: 9 páginas
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Políticas públicas e "o jogo 
de política econômica"
3
Apresentação
Nesta Unidade, iremos estudar o processo de construção das políticas públicas e 
a necessidade de uma estrutura devidamente organizada para aplicar as diretrizes 
estabelecidas no plano de atuação do gestor público.
Do processo de elaboração das 
políticas públicas
O reforço dessa base científica envolve a constituição de uma infraestrutura de 
pesquisa com escala relevante, objetivos claros, multidisciplinares e orientados 
a resultados.
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Deve-se buscar dar sentido estratégico aos investimentos públicos em Pesquisa 
e Desenvolvimento (P&D), sendo mais orientados a resultados. Parte significativa 
dos investimentos públicos em P&D deveria ter objetivos claros e relacionados aos 
desafios do país.
Segundo Dias (2012), no que se refere aos agentes públicos, tanto aqueles que 
atuam na administração direta quanto os políticos devem deixar a improvisação 
4
de lado, pois serão pressionados cada vez mais por uma cidadania mais atuante 
e que interagirá com mais frequência com o poder público por meio das novas 
tecnologias e das redes sociais.
Nesse modelo, as várias fases (etapas ou estágios) correspondem a uma sequência 
de elementos do processo político-administrativo que podem ser analisada 
levando-se em consideração as relações de poder, as redes políticas e sociais e as 
práticas político-administrativas que correspondem a cada fase(DIAS, 2012).
A separação por fases facilita a compreensão e a análise de todo o processo, mas 
é importante considerar que as diferentes fases encontram-se interligadas, muitas 
vezes sobrepondo-se e alternando as sequenciais. Na realidade, cada etapa envolve 
seus próprios atores, restrições, decisões, desenvolvimentos e resultados que estão 
em constante interação recíproca e, portanto, afetam-se mutuamente (DIAS, 2012).
Uma das principais vantagens da análise de políticas públicas na perspectiva 
de ciclo (policycycle) é a possibilidade de levar em consideração a existência de 
círculos de retroalimentação ao longo de todo processo. Há a possibilidade de 
identificar, em cada etapa, desafios e atores envolvidos, reduzindo a complexidade 
da composição dos atores, caso seja considerado o processo em sua totalidade.
Dessa maneira, a equipe de gestão pública deverá construir um plano estratégico 
composto pela política pública que será fragmentada em fases com o intuito de 
estabelecer uma sequência lógica, ou seja, os passos para cumprimento da política 
que se deseja alcançar, a saber: identificação de um problema, formulação de 
soluções, tomada de decisões, implementação e avaliação. 
É importante considerar que o resultado de cada etapa da política pública tem 
influência direta sobre o conteúdo das etapas seguintes. Dito de outro modo, os 
resultados de uma etapa são diretamente influenciados pelas decisões e pelas 
ações efetuadas durante as etapas precedentes de uma mesma política pública. 
Como vimos, as divisões do ciclo de políticas públicas apresentam estágios 
comuns a todas as propostas, como as fases de formulação, implementação 
e avaliação. Ocorre que, em cada caso concreto, podem ser feitas propostas 
apresentando subdivisões que contribuirão para uma melhor análise do processo 
(DIAS, 2012). 
O “jogo de política econômica” ocorre a partir de seus elementos constitutivos e 
relacionais: controle político, medidas de expansão, contração econômicas e ciclos 
eleitorais. A estabilização macroeconômica está focada em duas áreas principais 
5
de interesse: estabilização (demanda agregada) e ajuste (oferta agregada). Veremos 
ambas com mais detalhes à frente.
Interação entre os mercados 
monetários
Hoje em dia, o mundo dos negócios desenvolve-se não apenas dentro dos limites 
de um país, mas transcende fronteiras, razão pela qual muitas empresas têm 
negócios no exterior. É por esse motivo que a gestão financeira internacional 
precisa negociar com mais de uma moeda a fim de que haja total interação entre 
esses mercados monetários. Isto vai influenciar diretamente na produção real, 
no emprego e no nível de preços. Vejamos com mais detalhes as políticas de 
estabilização (demanda agregada).
• Políticas de estabilização (demanda agregada): 
É integrada pelo conjunto de medidas governamentais que tenta controlar 
a economia a fim de manter o PIB próximo do seu nível potencial, com uma 
taxa de inflação baixa e estável.
• Políticas estabilizadoras (expansivas ou restritivas): 
Uma política expansiva que visa aumentar o PIB efetivo e reduzir o hiato 
de produção ou recessão existente, enquanto uma política restritiva busca 
reduzir o PIB efetivo em relação ao potencial (SMANIO, 2013).
Política fiscal
Hoje em dia, o mundo dos negócios desenvolve-se não apenas dentro dos limites 
de um país, mas transcende fronteiras, razão pela qual muitas empresas têm 
negócios no exterior. É por esse motivo que a gestão financeira internacional 
precisa negociar com mais de uma moeda a fim de que haja total interação entre 
esses mercados monetários.
6
O Estado é um importante regulador da política econômica, pois atua diretamente 
de várias maneiras: tributando renda, fazendo transferências, isto é, influenciando 
a quantidade de renda disponível para consumo e poupança, e comprando bens 
e serviços. As compras do Estado constituem a demanda de bens e serviços por 
este. As transferências são os pagamentos estaduais feitos sem a compensação 
correspondente de bens e serviços pelo destinatário (SMANIO, 2013).
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Devido à existência de transferências pelo governo para o setor privado, devemos 
falar de impostos líquidos, que são o montante pago pelo setor privado ao Estado, 
descontando as transferências recebidas a partir dele.
O setor público financia suas despesas basicamente por meio de impostos, que não 
aparecem diretamente como componentes da demanda agregada. Já o consumo, 
que é um componente da demanda agregada, depende da renda disponível. 
Portanto, os impostos afetam diretamente a demanda agregada, uma vez que o 
menor rendimento disponível corresponde ao menor consumo.
Da mesma forma, o governo, ao reduzir os gastos públicos, diminui a demanda 
agregada, que, ao contrário, aumenta quando os gastos públicos aumentam.
Esse gasto público é a demanda que o Estado faz de bens e serviços. Já as 
decisões do governo sobre a política fiscal, segundo Smanio (2013), são refletidas 
no orçamento do setor público. O orçamento do setor público é uma descrição de 
seus planos de gastos e financiamento. Quando a renda é maior do que a despesa, 
há um superávit orçamentário; e quando ocorre o contrário, há um déficit.
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Orçamento: crédito e despesa
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
• Política monetária: 
Políticas do tipo monetário são um conjunto de medidas adotadas pelo 
Banco Central com o objetivo de controlar o montante de dinheiro ou 
as condições de crédito, por exemplo, operações de mercado aberto ou 
modificações da reserva bancária. Essas medidas são tomadas com o 
objetivo de proteger a circulação adequada da oferta de moeda existente, a 
fim de evitar o excesso ou escassez.
• Política comercial: 
A política comercial influencia o comércio internacional por meio de tarifas, 
cotas, barreiras não tarifárias e subsídios à exportação. De fato, um regime 
de comércio internacional de livre comércio perfeito, isto é, uma livre 
circulação de bens e serviços entre países sem nenhum tipo de obstáculo, 
não é impossível de ser observado no mundo real. Porém, para os propósitos 
de nosso país, é quase impossível competir com o mercado mundial sem 
ter certas barreiras que protejam nossa escassa competitividade, tanto em 
termos de preço quanto de qualidade.
Importante mencionar que, é quase impossível competir com o mercado mundial 
sem ter certas barreiras que protejam nossa escassa competitividade, tanto 
em termos de preço quanto de qualidade. Na literatura econômica, esse tipo de 
provisão é chamado de medidas protecionistas. Às vezes o que é indiretamente 
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procurado é a proteção de uma indústria considerada estratégica para a segurança 
nacional.
Estas políticas comerciais que devemos empregar têm de ser destinadas a proteger 
principalmente as poucas indústrias que geram emprego em nosso país no 
momento, tais como: manufatura, artesanato, calçados, couro, têxteis e produtos 
agroindustriais. Os preços macro são as moedas, taxas de juros, salários.
Componentes da demanda agregada
Quando nos referimos às contradições e contrapontos que envolvem o jogo 
de política monetária, precisamos lembrar-nos de alguns componentes muito 
importantes que dizem respeito à demanda agregada. Partindo nos estudos e 
ensinamentos de Abad (2017), é possível classificá-los em:
• consumo: Trata-se do maior componente da demanda agregada. É́ aquele 
que apresenta um comportamento mais estável ao longo do tempo. Os gas-
tos do consumidor podem ser divididos em três categorias: bens duráveis, 
bens perecíveis e serviços;
• investimentos: Em toda economia, também são produzidos bens de capi-
tal que contribuem para a produção futura. O investimento privado inclui 
três categorias: investimento em instalações e equipamentos de empresas, 
construção de moradias e variação de estoques.
Fechamento
Nesta Unidade, estudamos o ciclo ou processo de uma política pública e a sua 
interligação com o “jogo” da política econômica que dita regras para o mercadoeconômico, o qual está interligado mundialmente. Esta política é influenciada 
por bens e fatores influencia diretamente a produção real, o emprego e o nível 
de preços. Aprendemos o conceito de política fiscal, comercial e monetária e os 
componentes da demanda agregada (custo e investimento).
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Referências
ABAD, A. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 
Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais, v. 2, n. 2, p. 168-175, 
2017. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/rppi/article/ 
download/35985/18913. Acesso em: 25 jan. 2019.
DIAS, R. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 
2012.
SMANIO, G. P. (org.); BERTOLIN, P. T. M. O Direito e as políticas públicas no Brasil. 
São Paulo: Atlas, 2013.
http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/rppi/article/ download/35985/18913
http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/rppi/article/ download/35985/18913
Controle Social
 
SST
Braga, Christiano
Controle Social / Christiano Braga 
Ano: 2020
nº de p.: 9
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Controle Social
Apresentação
Nesta Unidade, estudaremos o controle social que complementa os controles 
realizados pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos. Através deste, amplia-
se a participação da sociedade nas decisões, aproximando as decisões do Estado 
ao cotidiano do cidadão.
O grande desafio para a Administração Pública, por meio de seus gestores públicos, 
é que esta se comprometa com a discussão, análise, formulação, implementação, 
monitoramento, avaliação e prestação de contas dos programas, projetos e serviços 
e a assegurar a efetividade de seus resultados.
O QUE É O CONTROLE SOCIAL? 
O controle “é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos 
órgãos que fiscalizam os recursos públicos” (CONTROLADORA-GERAL DA UNIÃO, 2012, 
p. 17). O controle social “[...] é entendido como a participação do cidadão na gestão 
pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração 
Pública. Trata-se de um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania” (BRASIL 
CONTROLADORA-GERAL DA UNIÃO, 2012, p. 16). 
O controle social complementa os controles realizados pelos órgãos que fiscalizam 
os recursos públicos e que dificilmente dispõem de número suficiente de fiscais e 
auditores para monitorar e verificar cada despesa realizada. 
Por esse motivo, a gestão pública deveria apoiar o controle social de tal forma que 
divulgasse informações acerca dos gastos realizados com recursos públicos. Assim, 
seriam criados espaços para a participação popular na busca de soluções.
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Espaços onde há participação popular na busca de soluções.
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Por vezes, podemos perceber que o sentido de democracia não possui atualmente 
a sua verdadeira essência. Se realmente tivéssemos uma democracia como ela 
deveria ser, alcançaríamos o estado democrático ideal, e não apenas conferindo 
“[...] um caráter necessariamente indireto e mediador às democracias modernas” 
(SMANIO; BERTOLIN, 2013, p. 100).
Quanto mais democrático for o processo de formulação das ações do Estado, melhores 
serão os resultados alcançados. Quanto maior a participação da sociedade nas 
decisões sobre as políticas públicas, mas elas responderão ao interesse coletivo.
INSTRUMENTOS DE ATUAÇÃO DA 
SOCIEDADE
Este controle social está diretamente associado às transparências dos atos dos 
agentes públicos. Deve estar presente ao longo de todo o ciclo das políticas públicas 
e criar condições para o estabelecimento de relações de confiança, além de exigir a 
criação de mecanismos de prestação de contas. 
Seus principais instrumentos de atuação são:
• fiscalização de contratações;
• acompanhamento da execução orçamentária;
• estudos orçamentários sobre assuntos específicos;
• monitoramento de projetos;
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• acompanhamento permanente de políticas;
• participação em conselhos gestores de políticas públicas.
Por sua vez, a sociedade civil pode ainda contar com os seguintes instrumentos:
• conselhos gestores de políticas públicas;
• conferências de políticas públicas.
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
EXEMPLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO 
BRASIL
Plano Nacional de Educação (PNE): fiscalização com ênfase nas ações relacionadas ao 
acesso à educação infantil. Apesar dos avanços do plano, ainda há diversos municípios 
que não adotam critérios definidos para priorizar o acesso de crianças pobres às creches 
escolares. Acórdão 2775/2017 – TCU – Plenário.
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): fiscalização com foco na gestão da 
transferência de recursos. Nesse programa ainda há nutricionistas e demais profissionais 
em quantidade insuficiente para o número de escolas estaduais existentes. Cardápios 
incompatíveis com os normativos legais e as condições e infraestrutura das cozinhas 
também se apresentam como um dos principais problemas do PNAE. Acórdão 141/2017 – 
TCU – Plenário.
Política de Fronteiras: o país ainda possui diversos problemas principalmente com 
contrabando, visto que a política ainda carece de instrumentos estratégicos para alinhar 
objetivos, metas e resultados, assim como articular os principais atores do processo. 
Constata-se falta de integração e coordenação dos órgãos governamentais. Acórdão 
2252/2015 – TCU – Plenário.
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Programa de Inclusão Produtiva: fiscalização realizada pela Secretaria de Controle Externo 
da Previdência, Assistência Social e Trabalho. Acórdão 188/2018 – TCU – Plenário.
Plano Viver Sem Limite: fiscalização realizada pela Secretaria de Controle Externo da 
Previdência, Assistência Social e Trabalho. Acórdão 2140/2017 – TCU – Plenário.
Governo Digital, envolvendo o programa de tecnologias digitais. Acórdão 1469/2017 – TCU 
– Plenário.
Lei de Informática: fiscalização realizada pela Secretaria de Fiscalização de Tecnologia 
da Informação. A ausência de indicadores finalísticos se apresenta como a principal 
dificuldade, justamente na análise do retorno dos investimentos promovidos pelo poder 
público. Acórdão 729/2018 – TCU – Plenário.
Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional: fiscalização pela Secretaria de Controle 
Externo da Defesa Nacional e da Segurança Pública. Com investimentos superiores a dois 
bilhões, nos últimos dois anos, apenas o estado de Rondônia institucionalizou a política do 
sistema prisional. Nessa política prisional, apenas 44% das unidades haviam promovido 
e formalizado fóruns de articulação, assim como o envolvimento do poder público, como 
o Ministério Público e a Defensoria Pública. A ausência de alguns desses elementos pode 
deixar o programa sem o foco em seus resultados, carentes de efetividade no cumprimento 
de seus objetivos. Acórdão 2643/2017 – TCU.
Programa Minha Casa, Minha Vida: fiscalização com ênfase na qualidade das moradias. 
Nesse trabalho destaca-se a verificação de que mais de 90% das unidades vistoriadas 
haviam sido construídas em situações precárias de serviços públicos básicos, como 
escolas e transporte público. Acórdão 979/2017 – TCU – Plenário.
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): Acórdão 
2191/2018 – TCU – Plenário.
Política de Banda Larga em Regiões Remotas: fiscalização realizada pela Secretaria de 
Fiscalização de Infraestrutura Hídrica. Acórdão 2053/2018 – TCU – Plenário.
Fonte: autor
É bem verdade também que o Brasil já conseguiu muitos avanços. Estes mais 
significativos na implementação das avaliações das políticas públicas e sua 
inclusão nos planos orçamentários anuais, como a criação de coordenações gerais 
de avaliação das políticas públicas e a vinculação dessas atividades a secretarias 
institucionais. 
Por outro lado, ainda temos uma significativa má administração dos recursos 
públicos, um nível avançado de maturidade na governança bastante pequeno, 
falta de alcance dos resultados esperados e perpetuação da alocação de recursos 
financeiros a projetos ou programasineficazes.
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A sociedade e a efetividade das políticas públicas
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Deve haver ainda coerência e respaldo com os instrumentos governamentais 
existentes, assim como o atendimento dos requisitos mínimos para a promoção e 
formulação de uma política pública, devendo ter rol de responsáveis, cronograma 
físico (prazos), fontes de recursos e financiamentos, metas e objetivos e os 
instrumentos de monitoramento, avaliação e aferição dos resultados, visando 
assegurar a efetividade do programa das políticas públicas.
Importante também assegurar a avaliação da coerência do que se pretende atingir, 
de suas interrelações entre os atores e a interdependência entre hierarquias e 
os agentes, assim como da substituição de uma política, de sua supressão ou 
incrementação. 
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Fechamento
Nesse Unidade, entendemos que a políticas públicas devem estar fundamentadas 
em análises de viabilidade física diante das características da população a ser 
assistida e da viabilidade financeira, visto que deve haver a dotação orçamentária 
adequada para que a política pública ocorra sem restrições, pelo menos de recursos, 
e que seja analisada a questão da sustentabilidade. 
O controle social é de suma importância na análise destas políticas, em sua 
implementação e acompanhamento. 
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Referências
CONTROLADORA-GERAL DA UNIÃO - CGU. Controle Social: Orientações aos 
cidadãos para participação na gestão pública e exercício do controle social. Brasília: 
Coleção Olho Vivo, 2012. Disponível em: https://educacao.mppr.mp.br/arquivos/
File/publicacoes/cgu/olho_vivo_controle_social_2012.pdf Acesso em: 28 out. 2020.
SMANIO, G. P. (org.); BERTOLIN, P. T. M. O Direito e as políticas públicas no Brasil. 
São Paulo: Atlas, 2013.
https://educacao.mppr.mp.br/arquivos/File/publicacoes/cgu/olho_vivo_controle_social_2012.pdf
https://educacao.mppr.mp.br/arquivos/File/publicacoes/cgu/olho_vivo_controle_social_2012.pdf

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