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1
UNIVERSIDADE ONTEM E HOJE:
APONTAMENTOS PARA UMA REFLEXÃO
CRÍTICA E EMANCIPADA DO SABER
Profa. Dra. Caroline da Graça Jacques
Profa. Ma. Guiomar da Rosa Bortot
4
O conhecimento e a ciência possuem um papel central em nossa sociedade. Desde 
o acesso aos medicamentos e equipamentos médicos à construção de hidrelétricas 
e rodovias e, até mesmo, o lançamento de satélites que impulsionam a comunicação 
pelo mundo, esses exemplos possuem a marca do desenvolvimento tecnológico que 
é fruto do conhecimento científico.
A ciência, em seu formato atual, surgiu apenas no Século XVII, portanto, pode-se 
dizer que é um empreendimento humano recente. De fato, o conhecimento científico 
e seu acúmulo estão fortemente atrelados ao papel que as universidades detêm em 
nossa cultura. Contudo, o conceito e a função social da universidade têm variado no 
decorrer do tempo e do espaço.
Para entender o processo de construção da universidade e a importância vital da ins-
tituição para a sociedade democrática contemporânea, apresentamos a seguir uma 
reflexão sobre: I) o surgimento das universidades ocidentais no seu contexto histórico 
e cultural; II) o desenvolvimento do ensino superior no Brasil e as especificidades das 
universidades comunitárias, em particular, a Unesc; e III) o papel social da universida-
de como espaço de pesquisa e reflexão crítica.
UNIVERSIDADE
NO CONTEXTO SOCIAL
SURGIMENTO DAS UNIVERSIDADES OCIDENTAIS
E O CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
Na Antiguidade Clássica (VIII a.C. – V d.C.), no Ocidente, principalmente na Grécia e 
em Roma, já existiam escolas de alto nível, para formar especialistas em medicina, 
filosofia, retórica e direito. Naquele tempo, a figura do mestre era fundamental, pois 
ele concentrava importante bagagem de conhecimento que era transmitida a seus 
discípulos. Por exemplo, Hipócrates, um médico grego e uma das figuras mais mar-
cantes da história da medicina, foi responsável pela criação da Escola Hipocrática e, 
por consequência, da medicina como uma profissão.
O declínio do Império Romano, as tumultuosas invasões bárbaras, entre os Séculos 
V e X, interromperam o processo das escolas de alto nível. É na baixa Idade Média 
(entre os Séculos XI e XV) que, de fato, surgem as universidades ocidentais. A Igre-
ja Católica, instituição religiosa e, ao mesmo tempo, política, foi a responsável pela 
unificação do ensino superior em um só “órgão”: a universidade. Para Luckesi et al. 
(2005), nessas escolas, combinavam-se um forte clima religioso gerado pela fé e pelo 
dogmatismo, mas de forma concomitante, discussões abertas e debates públicos, 
ainda que sob a vigilância dos mestres e da própria igreja. As ideias dos filósofos da 
Antiguidade Clássica, como Platão e Aristóteles, eram debatidas, porém persistia uma 
concepção estática de mundo.
As universidades da Europa Medieval ofereciam o estudo preparatório, conhecido 
como o estudo das sete artes liberais, o Trivium e o Quadrivium. O Trivium era con-
siderado o ensino literário e abrangia as matérias de gramática, retórica e lógica. O 
1
2
5
Quadrivium, considerado o ensino científico, abrangia o estudo da aritmética, geome-
tria, música e astronomia. Os estudantes, após concluídos os estudos preparatórios, 
eram encaminhados para as três profissões da época: Medicina, Direito e Teologia.
 
As primeiras universidades ocidentais foram:
 Universidade de Bolonha (1080), na Itália;
 Universidade de Paris (1158), na França;
 Universidade de Oxford (1167), na Inglaterra.
O modelo das universidades medievais sucumbe a partir das mudanças trazidas pelo 
movimento da Renascença e da Reforma Protestante no Século XVI. A Idade Mo-
derna desponta, trazendo o ideal individualista da Revolução Burguesa e, ao mesmo 
tempo, as bases de uma ciência racional moderna. O Iluminismo e o surgimento dos 
enciclopedistas questionam o saber dogmático das sumas medievais.
De fato, a corrente filosófica do Iluminismo defende o domínio da razão em detrimento 
de uma visão teocêntrica de mundo.
Ter coragem para fazer o uso da razão.
Esse era o lema do Iluminismo. Nas palavras do filósofo alemão Immanuel Kant:
O Iluminismo é a saída do ser humano do estado de não-emancipação 
em que ele próprio se colocou. Não-emancipação é a incapacidade 
de fazer uso de sua razão sem recorrer a outros. Tem-se culpa própria 
na não-emancipação quando ela não advém de falta de razão, mas 
da falta de decisão e coragem de usar a razão sem as instruções de 
outrem. Sapere aude! [Ouse saber!]. (KANT apud SCHWARTAMAN, 
1984, p. 55).
O Iluminismo marca a transição de um mundo orientado pelo teocentrismo e pela 
metafísica para uma visão antropocêntrica de sociedade, na qual a razão, a liberdade 
e o indivíduo possuem papel central na explicação da natureza e da realidade social.
Em decorrência dessa nova maneira de perceber o mundo, surge um novo conceito 
de ciência. Galileu Galilei, Kepler, Nicolau Copérnico e Giordano Bruno defenderam 
que o Planeta Terra não é plano e nem está no centro do universo e, por isso, pro-
vocaram uma grave crise nas certezas ortodoxas da Igreja Católica e, juntamente 
com outros pensadores e cientistas, foram perseguidos por tentar desestabilizar um 
mundo organizado.
Para tanto, o método científico foi estabelecido com o objetivo de explicar e controlar 
os fenômenos da natureza. Nesse sentido, a história do método científico se mistura 
SAIBA MAIS
6
A história da criação da universidade, no Brasil, surgiu de um processo complexo, 
marcado por rupturas e contradições. Todas as tentativas de implantação de uni-
versidade, durante o período de 1843 a 1920, fracassaram. Segundo Fávero (2006), 
até 1808, os luso-brasileiros tinham a Europa como destino para realizar os estudos 
superiores, principalmente, em Coimbra, Portugal. Apesar dos esforços dos Jesuí-
tas, Portugal não aceitava a criação de universidades no Brasil, como reflexo de sua 
política de colonização, bem como, segundo Moacyr (1937 apud FÁVERO, 2006), os 
brasileiros consideravam mais adequado que as elites fossem realizar seus estudos 
na Europa.
Somente com a chegada da Família Real, em 1808, Dom Pedro I instituiu o ensino 
superior, criando no Brasil o Curso Médico de Cirurgia na Bahia e a Escola Anatômica, 
Cirúrgica e Médica no Rio de Janeiro, que serviram de base para as atuais Faculda-
des de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade 
Federal da Bahia (UFBA) (FÁVERO, 2006).
O processo de criação enfrentou problemas e incongruências, mas possibilitou in-
tensificar o debate sobre o problema universitário no país (FÁVERO, 2006). Em 1930, 
inicia-se um movimento de transformação do ensino superior no país: a partir da 
união de três ou mais faculdades, a instituição podia chamar-se universidade. Assim 
surgiram as Universidades de Minas Gerais, sendo reorganizadas em 1933, e a Uni-
versidade de São Paulo que, em 1934, já apresentava uma preocupação de superar 
o simples agrupamento de faculdades (LUCKESI et al., 2005).
O período que compreende os anos de 1920 a 1968 são considerados os anos mais 
críticos para a história da universidade no Brasil, visto que ocorreram as implantações 
das instituições, assumindo a configuração que permanece até hoje (MENDONÇA, 
2000).
Nesse sentido, Costa e Rauber (2009, p. 47) afirmam que:
O ideal universitário foi se constituindo aqui no Brasil de forma endóge-
na, ou seja, foi na elaboração do pensamento de República Indepen-
dente e da mudança na economia que a ideia de Universidade emerge 
distando, assim, das propostas de outros territórios colonizados que 
tiveram como marca principal a organização e implantação da Universi-
dade, com vistas a reforçar o processo de colonização e formação de 
uma nova identidade.
Na década de 1960, o ensino superior no Brasil atinge o seu ápice com a criação 
da Universidade de Brasília (UnB), considerada a mais moderna do país. Na década 
com a história da ciência. René Descartes esforçou-se para estabelecer os princípios 
fundamentaisdo método científico. Sua obra, “O Discurso do Método”, foi conside-
rada um grande marco na história da ciência, pois determinava que as ideias claras e 
distintas deveriam organizar e explicar o mundo empírico.
A UNIVERSIDADE
NO BRASIL3
7
de 1970, em função da implantação das políticas educacionais, ocorre uma grande 
expansão do ensino superior pelos estados brasileiros, em função do avanço do capi-
talismo e a exigência de mão de obra qualificada (COSTA; RAUBER, 2009).
Segundo Brito e Cunha (2009), a universidade no Brasil é resultante de três tendências 
estrangeiras: o modelo clássico francês ou napoleônico, alemão ou humboldtia-
no, inglês e americano. O movimento francês se inspirou na educação superior como 
espaços formativos, pois enfatizava uma visão de profissionalização e preparação 
para carreiras liberais. A segunda influência foi a alemã, “A política do livre pensar, do 
fomento à pesquisa e do envolvimento da Universidade na vida política do país teve 
influência no Brasil, com Fernando de Azevedo, e marca a criação da Universidade de 
São Paulo (USP), em 1934.” (BRITO; CUNHA, 2009, p. 46). Nesse movimento, o ob-
jetivo da universidade era tornar o acadêmico um questionador e produtor de novos 
conhecimentos. A terceira influência foi o modelo norte-americano, que buscava aten-
der à demanda de mercado, enfatizava a profissionalização “com mais ênfase após 
a II Guerra Mundial, na medida em que os ideais norte-americanos se tornam mais 
próximos da realidade brasileira, junto à era desenvolvimentista e à Ditadura Militar.” 
(BRITO; CUNHA, 2009, p. 46).
Nesse sentido, esses movimentos serviram de base para que as universidades brasi-
leiras se consolidassem e se organizassem, tendo como parâmetro, também, o pen-
samento de República independente e as mudanças na economia.
Para Buarque (2003), a universidade brasileira é fruto do regime militar e da tecno-
cracia norte-americana e conseguiu dar um enorme salto quantitativo e qualitativo 
na área da educação superior, principalmente no período de 1964 e 1985, com um 
significativo aumento no número de instituições e, também, de alunos e professores.
Em 1922, o movimento chamado Semana de Arte Moderna, considerado o maior 
impulsionador da modernização do país ao lado das transformações culturais e eco-
nômicas decorrentes do processo de industrialização, contribuiu para o que culminou 
na chamada Escola Nova.
Semana de Arte Moderna, de Luana Castro Perez. Acesse aqui!
PEREZ, Luana Castro. Semana de Arte Moderna. Mundo Educação [online]. Rede Omnia, 
2019. Disponível em: http://bit.ly/2wZQC6E. Acesso em: 17 jun. 2019.
LEITURA COMPLEMENTAR
Por conseguinte, o ritmo acelerado, na década de 1950, do desenvolvimento do país 
resultante da industrialização, do crescimento econômico e sociocultural reflete na 
tomada de consciência da precariedade em que se encontravam as universidades 
brasileiras. Durante o processo de discussão da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional em torno da questão da escola pública em relação à escola privada, 
deixam-se os muros das universidades para a discussão além deles.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/a-semana-arte-moderna.htm
8
O movimento pela modernização do ensino superior no Brasil, segundo Fávero (2006, 
p. 29):
Ocorre com a criação da Universidade de Brasília (UnB). Instituída pela 
Lei nº 3.998, de 15 de dezembro de 1961, a UnB surge não apenas 
como a mais moderna universidade do país naquele período, mas como 
um divisor de águas na história das instituições universitárias, quer por 
suas finalidades, quer por sua organização institucional, como o foram 
a USP e a UDF nos anos 30.
Esse movimento, segundo Luckesi et al. (2005), é resultante do debate de Anísio Tei-
xeira e Darci Ribeiro como uma esperança nascida a partir de uma reflexão nacional 
numa proposta que tem como base o debate dos problemas nacionais. Porém as for-
ças que impediam a renovação das ideias decorrentes do movimento de 1964 refle-
tiram na equipe de professores que buscavam, por meio do debate, renovar o saber. 
Esses foram afastados de suas funções e passaram a contribuir com o pensamento 
da humanidade em outros países estrangeiros, considerando que não tinham espaço 
para o debate no Brasil.
Nesse contexto, surge o movimento estudantil com debates sobre a autonomia univer-
sitária, bem como a representatividade do corpo docente e discente na administração 
universitária. Ainda, na década de 1960, a luta em defesa do ensino público defendia o 
modelo de universidade pública em detrimento das instituições isoladas. Como resul-
tado, nasce um modelo de ensino público e gratuito nas universidades que passaram 
a se organizar em departamentos e institutos de forma a associar o ensino à pesquisa.
De acordo com a legislação educacional brasileira publicada pelo Ministério da Edu-
cação por meio do Decreto nº 5.773/06 (BRASIL, 2006), existem as universidades, os 
centros universitários e as faculdades.
Universidades
São instituições pluridisciplinares de formação de quadros profissionais, que desenvolvem 
atividades regulares de ensino, pesquisa e extensão.
Centros Universitários
São instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas de conhecimento. Esses 
devem oferecer ensino de excelência, possuem autonomia para criação e abertura de novos 
cursos, porém não há exigência quanto à realização de pesquisa.
Faculdades
São instituições de educação com propostas curriculares em mais de uma área do 
conhecimento, organizadas sob o mesmo comando e regimento comum, com a finalidade 
de formar profissionais em nível superior.
ATENÇÃO
9
Em 1965, nova Universidade é criada, por meio do Decreto Estadual nº 2.802, de 20 
de maio. Fica decretada a fundação da Udesc, na época chamada Universidade para 
o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, vinculada à Fundação Educacio-
nal de Santa Catarina (FESC). Os marcos iniciais são considerados a Faculdade de 
Educação (FAED), criada em 1963, e a Escola Superior da Administração e Gerência 
(ESAG), fundada em 1964, ambas em Florianópolis.
Em 1990, a Udesc é desvinculada da Fundação Educacional de Santa Catarina (FESC), 
é reconhecida como universidade pelo Ministério da Educação (MEC) e ganha auto-
nomia por meio da criação da Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina. 
Torna-se pública e passa a ofertar ensino totalmente gratuito (UDESC, 2015). Ainda, 
na década de 1960, um movimento de expansão e interiorização do ensino superior 
fez com que os municípios polos se articulassem para que fossem criadas fundações 
educacionais com vistas a oferecer curso superior. Nesse movimento, foram cria-
das 16 fundações educacionais nos municípios polos. Em 1974, essas fundações se 
uniram e criaram a Associação Catarinense das Fundações Educacionais – ACAFE, 
entidade sem fins lucrativos, com o objetivo de planejar, articular e coordenar ações 
integradas. Dessas Instituições, de acordo com Acafe (2017), atualmente, 11 são 
universidades e 5 são centros universitários.
O ENSINO SUPERIOR
EM SANTA CATARINA
Em 1962, é instituída a primeira universidade em Santa Catarina. No dia 12 de março 
de 1962, no Teatro Álvaro de Carvalho, ocorreu a solenidade de instalação da Univer-
sidade de Santa Catarina – UFSC. Anteriormente, em 18 de dezembro de 1960, a Lei 
nº 3.849 criava a Universidade Federal de Santa Catarina, sancionada pelo então pre-
sidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira (NECKEL; KÜCHLER, 2010).
Saiba mais sobre a história da UFSC. 
Acesse aqui!
NECKEL, Roselane; KÜCHLER, Alita Diana Corrêa (orgs.). UFSC 50 anos: trajetórias e desafios. 
Florianópolis: UFSC, 2010. 480 p.: il. Disponível em: http://bit.ly/2ZrWPEp. Acesso em: 28 maio 2019.
LEITURA COMPLEMENTAR
Saiba mais sobre a história da Udesc. 
Acesse aqui!
UDESC. 50 anos: a trajetória da universidade dos catarinenses. Revista Udesc 50 anos, 
Florianópolis, maio 2015. Disponível em: http://bit.ly/2IhEyny. Acesso em: 28 maio 2019.
LEITURA COMPLEMENTAR4
http://agecom.ufsc.br/files/2010/12/Livro_UFSC50Anos_2010_web.pdf
http://www1.udesc.br/agencia/arquivos/13068/files/revistaUdesc50anos_VERSAOCORRETA.pdf
10
A Fundação Educacional de Criciúma – FUCRI, constituída pela Lei Municipal nº 697, 
de 22 de junho de 1968, assinada pelo Engenheiro Ruy Hülse, na época Prefeito Mu-
nicipal de Criciúma, e consolidada pela Lei nº 2.879, de 15 de outubro de 1993, surgiu 
a partir de um movimento de interiorização do curso superior e como resultado de um 
movimento muito intenso da comunidade de Criciúma e região.
ASPECTOS HISTÓRICOS
DA FUCRI/UNESC
Conheça a história de 50 anos da Unesc. Acesse aqui!
MÍDIA INTEGRADA
A Lei previa como finalidades da Instituição:
a) organizar e manter estabelecimentos de ensino em todos os níveis 
e graus; b) promover a divulgação de assuntos de natureza técnica, 
científica e cultural; c) promover ações que visem o aprimoramento do 
homem na sociedade, valendo-se dos meios necessários à consecu-
ção de seus objetivos. (CRICIÚMA, 1987).
A FUCRI sofreu alteração estatutária em 1973 e em 1988, sendo reconhecida de utili-
dade pública pelos Decretos: Federal nº 72.454/73, Estadual nº 4.336/69 e Municipal 
nº 723/69 (UNESC, 2017a).
A Fundação iniciou suas atividades nas dependências do Colégio Madre Tereza Mi-
chel com o curso pré-vestibular. Em 1971, passou a funcionar na Escola Técnica 
General Oswaldo Pinto da Veiga – SATC e, em junho de 1974, mudou-se para o atual 
Campus Universitário, localizado no Bairro Universitário, em Criciúma.
A priori, estabeleceu-se a necessidade de cursos nas áreas de licenciatura, para su-
prir essa lacuna de professores para atuarem na área da educação. Assim, a FUCRI 
criou a Faculdade de Ciências e Educação – FACIECRI, com os primeiros quatro 
cursos de graduação, iniciando suas atividades em 1970, com: Desenho, Ciências 
Biológicas, Matemática e Pedagogia e, posteriormente, em 1974, ampliando a gama 
com os cursos de Estudos Sociais e Letras.
5
1974
https://www.youtube.com/watch?v=kbY3gJ_ZguQ
11
A nova faculdade, FACIECRI, começou a funcionar junto ao Colégio Madre Teresa 
Michel, deslocando-se depois para a Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do 
Carvão, SATC. Somente em 1974 é que passou a funcionar no Campus Universitário. 
Em 1974, foi criada a ESEDE, Escola Superior de Educação Física e Desporto, com 
o Curso de Educação Física. Em 1975, mais duas Escolas foram criadas: a ESTEC 
– Escola Superior de Tecnologia – com o Curso de Engenharia de Agrimensura e a 
ESCCA – Escola Superior de Ciências Contábeis e Administrativas, com os Cursos de 
Ciências Contábeis e Administração.
Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional (UNESC, 2017c, p. 11), “em 1987, a 
FUCRI reavaliou suas finalidades e, com ampla mobilização, obteve a aprovação de mudan-
ças em sua estrutura organizacional, garantindo a autonomia na escolha de seus dirigentes 
maiores, até então indicados, a partir de lista tríplice, pelo Poder Público Municipal.” A partir 
daí, a escolha dos dirigentes da Instituição passou a ser pelo voto direto, com participa-
ção de toda a comunidade acadêmica (professores, funcionários técnicos-administrativos 
e acadêmicos).
Após essa expansão de cursos superiores, o Conselho Federal de Educação can-
celou por mais de uma década a abertura de novos cursos, entendendo que haviam 
sido contempladas as lacunas existentes. Enquanto Faculdade e Escolas, a FUCRI 
não tinha autonomia para criar novos cursos.
Somente na década de 1990 é que houve, novamente, um movimento de transformar 
as escolas em universidades. Nesse processo, e para isso foi necessário transformar 
as quatro escolas existentes (FACIECRI, ESEDE, ESTEC e ESCCA) em UNIFACRI – 
União das Faculdades de Criciúma – com o objetivo de tornar-se universidade.
A criação da UNIFACRI foi marco de significância na vida da Instituição e da região 
Sul Catarinense. Criar uma estrutura pré-universitária, vivenciada por mais de três 
anos, possibilitou uma visão mais ampla quanto à função do ensino superior e, prin-
cipalmente, com relação à sua inserção na comunidade externa, ancorada no tripé: 
ensino, pesquisa e extensão, sob a égide da gestão universitária.
Em 1997, a UNIFACRI passa a ser denominada UNESC – Universidade do Extremo 
Sul Catarinense, como uma universidade comunitária, sem dono, sendo um patrimô-
nio público, a qual não tem fins lucrativos e cujas decisões são colegiadas, com repre-
sentação de toda a comunidade acadêmica (professores, funcionários administrativos 
e acadêmicos).
2012
12
Com a autonomia universitária, dada sua origem, expande sua atuação e suas ações 
com cursos de graduação e pós-graduação nas diferentes modalidades e áreas, ar-
ticulados, evidentemente, com a pesquisa e a extensão, direcionando todos os seus 
esforços para empreender e disseminar ações, programas e projetos que concretizem 
sua finalidade, seus objetivos e sua Missão: “Educar, por meio do ensino, pesquisa 
e extensão, para promover a qualidade e a sustentabilidade do ambiente de vida.” 
(UNESC, 2017b).
Conheça um pouco da Unesc. Acesse aqui!
MÍDIA INTEGRADA
A UNIVERSIDADE
COMO ESPAÇO DE PESQUISA E DE REFLEXÃO CRÍTICA
Após refletirmos sobre o surgimento da universidade e da ciência moderna, além 
de destacarmos a trajetória do espaço acadêmico no Brasil, resta-nos uma questão 
fundamental:
VAMOS REFLETIR
Que tipo de universidade queremos em nossa sociedade?
Talvez a forma mais direta de se dizer qual universidade desejamos seja reafirmando 
um modelo de universidade que não queremos. Luckesi et al. (2005) destaca que o 
espaço acadêmico não é simplesmente o lócus do ensino. Portanto, nas palavras do 
autor, “a universidade sem pesquisa não deve, rigorosamente, ser chamada de uni-
versidade.” (LUCKESI et al., 2005, p. 5).
Portanto devemos rejeitar um modelo de universidade em que o ensino é repetitivo, 
verbalístico e desvinculado da realidade concreta que vivemos. O professor não pode 
ser o único sujeito a deter verdades prontas e incontestáveis, ao mesmo tempo, o alu-
no não pode ser um simples ouvinte, apenas apto a memorizar informações que lhe 
são transmitidas. O ensino não deve bloquear o espaço da criação, da argumentação, 
do diálogo nem limitar o exercício da crítica.
A universidade que queremos deve envolver toda a comunidade acadêmica – profes-
sores, alunos, funcionários técnicos-administrativos e gestão – em um ambiente de 
intercâmbio de ideias, um verdadeiro espaço de liberdade que assegure a reflexão 
crítica. Nesse sentido, a realidade deve ser compreendida, questionada, avaliada e 
entendida em todos os seus ângulos e relações para que possa ser continuamente 
transformada. A pesquisa assume papel de destaque e a universidade se torna o 
6
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=E5bLvqqFfQo
13
lócus da consciência crítica da sociedade. Nas palavras de Luckesi et al. (2005, p. 
8), “queremos uma universidade democrática e voltada inteiramente para as lutas 
democráticas. [...], uma universidade onde possamos lutar para conquistar espaços 
de liberdade.”
CONCLUSÃO
Como conclusão, podemos destacar que, historicamente, o conhecimento vem sen-
do construído. Contudo a ciência, como hoje está constituída, é ainda muito recente.
De acordo com o que foi abordado no texto, o modelo atual das universidades é pro-
duto do movimento da Renascença e da Reforma Protestante. Esse desenvolvimento 
ocorreu como consequência da corrente filosófica do Iluminismo que elegeu a razão 
humana e a ciência como um contraponto à visão teocêntrica de mundo.
Por outro lado, postulou-se que a criação da universidade no Brasil enfrentou proble-
mas e incongruências, mas se fortaleceu por meio do debate, tendo como base os 
modelos estrangeiros para sua consolidação e organização. A partir da década de 
1960, sua expansão se deu nas capitais dos estados do Brasil e, como reflexo de sua 
interiorização, surgiram as universidades comunitárias, dentre elas a nossa universi-
dade: a Unesc.
Assim, as universidadesvêm com o propósito de desenvolver o seu papel social ao 
produzirem conhecimento por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, ao cons-
truírem espaços privilegiados de produção do saber com o intuito de contribuir para o 
progresso da ciência e a melhoria da qualidade de vida da humanidade.
REFERÊNCIAS
ACAFE. Conheça a ACAFE. Florianópolis: ACAFE, 2018. Disponível em: http://
www.new.acafe.org.br/acafe/. Acesso em: 28 maio 2019.
BRASIL, Ministério da Educação. Decreto nº 5.773/06. Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/127-perguntas-
frequentes-911936531/educacao-superior-399764090/116-qual-e-a-diferenca-
entre-faculdades-centros-universitarios-e-universidades Acesso em 31 jul. 2020.
BRITO, Talamira Taita Rodrigues; CUNHA, Ana Maria de Oliveira. Revisitando a 
História da Universidade no Brasil: política de criação, autonomia e docência. 
Aprender – Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, Vitória da 
Conquista, BA, ano VII, n. 12, p. 43-63, jan. 2009. Disponível em: http://bit.
ly/2WG4QnB. Acesso em: 27 maio 2019.
BUARQUE, Cristovam. A universidade na encruzilhada. In: CONFERÊNCIA MUNDIAL 
DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, jun. 2003, Brasília. Anais [...]. Brasília: Unesco, SESU, 
2003, p. 21-74. Disponível em: http://bit.ly/2KiTAvk. Acesso em: 27 maio 2019.
14
COSTA, Everton de Brito Oliveira; RAUBER, Pedro. História da educação: 
surgimento e tendências atuais da universidade no Brasil. Revista Jurídica Unigran. 
Dourados, MS, v. 11, n. 2, jan./jun. 2009. Disponível em: http://bit.ly/2IfmB9g. 
Acesso em: 27 maio 2019.
CRICIÚMA. Lei nº 2.272, de 21 de dezembro de 1987. Consolida a legislação 
referente à Fundação Educacional de Criciúma e dá outras providências. Criciúma: 
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