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8 PRÁTICA: 00 NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO - BIOSEGURANÇA A. Segurança no laboratório Antes de iniciarmos os experimentos, serão abordados diversos aspectos relativos à segurança nos laboratório de química orgânica. A conscientização das responsabilidades, dos riscos, dos perigos e dos cuidados que devemos ter, são os pilares centrais da segurança. Todavia, a conscientização destes pontos somente será importante se adotarmos uma postura profissional preocupada com nossa segurança e das demais pessoas que trabalham conosco no laboratório. Devemos ser obedientes às regras de segurança e, o mais importante de tudo, é nos conscientizarmos de que acidente pode acontecer inclusive conosco. B. Segurança é, antes de tudo, responsabilidade sua. Laboratórios químicos são potencialmente locais perigosos porque normalmente neles se encontram líquidos inflamáveis, vidrarias frágeis, substâncias químicas tóxicas e equipamentos que podem estar sob vácuo ou altas pressões, e acidentes no laboratório podem ter conseqüências sérias e trágicas. Felizmente, o laboratório não será mais perigoso que uma cozinha ou um banheiro se você estiver atento aos perigos potenciais, e trabalhar com a atenção e os cuidados devidos. Algumas linhas gerais para segurança no laboratório são apresentadas nesta seção. Em adição a estes princípios você deve estar familiarizado com as regras de segurança aplicadas pelos administradores de seu laboratório. Seu professor ou instrutor tem a responsabilidade de lhe advertir dos perigos associados com seu trabalho, e você deveria sempre consultá-lo caso você não esteja seguro acerca dos perigos potenciais em seu laboratório. Entretanto, a sua própria segurança e a de seus colegas no laboratório, são amplamente determinadas pelas suas práticas de trabalho. Sempre trabalhe seguramente, use seu bom senso, e se conforme com as regras de segurança. Alguns princípios importantes para uma prática segura estão sumariados abaixo nas seguintes regras gerais de segurança. C. Regras Gerais de Segurança. C.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) Veja alguns deles: Avental de algodão com mangas longas. Indica que devemos proteger a pele e a roupa. Possibilidade de ocorrência de explosão. Óculos de segurança. Devem ser usados na proteção de respingos e estilhaços. Símbolo de substâncias venenosas, que não devem entrar em contato com a pele nem ter seus vapores inalados. O uso de luvas evita o contato das mãos com substâncias corrosivas, vidros quebrados e objetos quentes. Possibilidade de choque elétrico. Usar pinça de madeira para o aque- cimento do tubo de ensaio. Indica materiais radioativos. 9 Costumes e usos É obrigatório o uso de calçados fechados, calça Jeans, bata de mangas longas no laboratório pois, estes EPIs protegerão melhor sua pele do que sua vestimenta normal. É obrigatório o uso de óculos de segurança no laboratório, mesmo que você esteja usando óculos corretivos. Usar óculos de proteção sobre os óculos corretivos (de grau) é recomendado porque tal equipamento de segurança dá uma proteção adicional lateral contra substâncias químicas que são projetadas na direção de seus olhos. É proibido o uso de lentes de contato, mesmo que você esteja usando óculos de proteção. Use protetor facial sempre que você for realizar algum procedimento que possua risco de explosão, tais como reações onde peróxidos são produzidos. Vista luvas látex ou nitrílicas ou de outro material impermeável sempre que estiver trabalhando com substâncias químicas e em todo e qualquer procedimento no laboratório. Use máscara de proteção contra partículas sólidas finamente divididas. Como exemplo, você sempre deve usar a referida máscara quando for empacotar uma coluna cromatográfica, uma vez que a sílica, usada frequentemente como adsorvente, pode causar sérios danos ao pulmão. Com relação às máscaras contra gases, estas só devem ser utilizadas por pessoas que receberam treinamento para tal. Caso você não saiba como utilizá-las, peça instruções ao seu professor ou instrutor. C.2 Hábitos Individuais Alguns hábitos simples devem ser incorporados à sua rotina de trabalho no laboratório. São medidas simples que podem prevenir muitos acidentes. Lave as mãos antes de iniciar seu trabalho. A sujeira trazida pelas suas mãos pode contaminar as vidrarias e/ou equipamentos utilizados no experimento, fato este que pode comprometer o resultado do experimento. Lave as mãos antes de sair do laboratório. As suas mãos podem ter sido contaminadas com algum reagente, contaminação esta que pode ser transferida para algum alimento que será ingerido após a realização do experimento. Informe ao seu professor ou instrutor se você é alérgico a algum reagente. O organismo das pessoas respondem de formas diferentes frente aos reagentes. Sendo assim, você pode ser alérgico à aspirina, por exemplo, e todas as demais pessoas presentes no laboratório não. O professor ou instrutor, ao saber de sua Identifica substâncias inflamáveis. O descarte de determinado material deve ser feito de maneira específica (conforme indicação do professor). Identifica substâncias cáusticas ou corrosivas. Símbolo de alerta para a necessidade de lavar as mãos após cada experimento (evitar tocar o rosto e os olhos durante o experimento). Indica produção de vapores nocivos ou venenosos, que não devem ser inalados. Caixa de primeiros socorros. (Seu uso deve ser orientado pelo professor). 10 alergia, lhe dará instruções específicas para a realização do experimento de modo seguro ou, até mesmo, lhe impedirá de realizá-lo, visando sua segurança. Nunca fume no laboratório. Lembre-se que muitas substâncias no laboratório são inflamáveis e seu cigarro poderá ocasionar o início de um incêndio. Nunca corra no laboratório. Esta atitude poderá resultar na colisão com alguma pessoa que manuseia e/ou transporta uma substância nociva e, conseqüentemente, poderá ocorrer um acidente. Nunca coma ou beba no laboratório. Suas mãos poderão contaminar o alimento ou bebida ingerida, podendo resultar em sua contaminação por via oral, uma das mais sérias. Nunca se sente ou se debruce sobre a bancada, pois na mesma freqüentemente são encontrados frascos de reagentes ou reagentes derramados, os quais poderão lhe contaminar e/ou danificar sua vestimenta. Nunca use cabelos longos soltos, pois além do contato deles com substâncias tóxicas, os mesmos poderão atrapalhar sua visão num momento que exija sua total concentração, como a transferência de um ácido, por exemplo. Outro perigo iminente refere-se ao contato dos cabelos com a chama do bico de Bunsen. Por todos estes motivos, é aconselhável que cabelos longos sejam mantidos presos durante a permanência no laboratório. Nunca mantenha alimentos em geladeiras que armazenam produtos químicos. Nunca jogue papel, fósforos, fitas de medição de pH ou qualquer outro sólido em pias para evitar entupimentos. Sempre que terminar um experimento: desligue todos os aparelhos; lave todo o material; guarde todos os equipamentos, reagentes e vidrarias nos locais apropriados, deixando a bancada limpa e desobstruída. C.3 Considerações Gerais Torne-se familiar com o ambiente do laboratório. Saiba onde ficam as saídas do laboratório, os extintores e cobertores para combate à incêndios, lava-olhos, chuveiro de segurança, estojo de primeiros socorros e o telefone, juntamente com o números telefônicos do corpo de bombeiros e do pronto socorro mais próximo. Também é importante verificar se todos estes itens de segurança, embora próximos do local onde você irá trabalhar, estão em boas condições de uso e dentro dos prazos de validade. Também é muito importante verificar se as saídas do laboratório estão desobstruídas e se o chão está seco. Caso você não saiba como manusear qualquer um dos itens de segurança citados, consulte seu professor ou instrutor acercado modo correto de operação. Localize as saídas mais próximas que o levem para fora do prédio. No caso de uma evacuação do prédio ser necessária, use as escadas em vez de elevadores para sair. Permaneça calmo durante a evacuação, e caminhe em vez de correr para a saída. Instrua-se acerca de primeiros socorros básicos. Os danos ocasionados em acidentes podem ser minimizados se um primeiro socorro é dado prontamente. A ocorrência de um acidente de qualquer tipo no laboratório deve ser informada prontamente ao seu professor ou instrutor, mesmo se você o considera de pouca relevância. Em caso de incêndio, sua primeira atitude é proteger-se de qualquer perigo e não extinguir o fogo. Se for possível extinga o fogo sem se arriscar, feche as torneiras que alimentam as chamas e remova os recipientes de solventes inflamáveis das áreas próximas para impedir que o fogo se espalhe. Para um uso mais efetivo do extintor de incêndio, direcione o jato na direção da base das chamas. Se suas roupas estiverem queimando, NÃO CORRA; movimento rápido somente abanará as chamas. Role no chão para extinguir o fogo e para manter as chamas longe de sua cabeça. Seus companheiros do laboratório podem ajudar a extinguir as chamas usando mantas ou cobertores, ou outro artefato similar que esteja imediatamente disponível. Não hesite em ajudar um colega vizinho se ele ou ela estiver envolvido em tal emergência, uma vez que poucos segundos de demora podem resultar em sérios danos. Um chuveiro de laboratório se estiver próximo, pode ser usado para extinguir roupas queimando, bem 11 como um extintor de dióxido de carbono, o qual deve se usado com cuidado até que as chamas estejam extintas e, somente se, as chamas não estiverem próximas da cabeça. Se a queimadura for pequena, aplique um ungüento para queimaduras. No caso de queimaduras sérias, não aplique nada e procure um tratamento médico profissional. Em caso de queimaduras com substâncias químicas, as áreas da pele com as quais a substância teve contato devem ser imediatamente e completamente lavadas com sabão e água morna. Se a queimadura for pequena, aplique um ungüento para queimaduras; para o tratamento de queimaduras mais sérias, procure um médico. Queimaduras com bromo podem ser particularmente sérias. Estas queimaduras devem ser lavadas com sabão e então completamente umedecidas com solução de tiossulfato de sódio 0,6M durante 3 horas. Aplique ungüento de óleo de fígado de bacalhau e cubra o local e, a seguir, procure um médico. Se substâncias químicas, em particular reagentes corrosivos ou quentes, entram em contato com os olhos, imediatamente inunde os olhos com água. Um lavador de olhos apropriado é muito útil se disponível no laboratório. Não toque nos olhos. A pálpebra e o globo ocular devem ser lavados com água abundante e corrente por vários minutos. Em todos os casos onde o tecido sensitivo do olho estiver envolvido em um acidente, consulte um oftalmologista o mais rápido possível. Em caso de cortes, se estes forem de pequenas extensões e profundidades podem ser tratadas com procedimentos de primeiros socorros. Quando se tratar de cortes mais extensos e/ou profundos, um atendimento médico profissional deve ser procurado. Se uma hemorragia severa indicar que uma artéria foi atingida, tente parar a hemorragia pressionando o local com compressas; um torniquete deve ser aplicado somente por pessoas que tiveram treinamento em primeiros socorros. Procure um atendimento médico urgentemente se você não tiver conhecimentos de primeiros socorros. Nunca trabalhe sozinho no laboratório. Em caso de acidente, você pode precisar de ajuda imediata de alguém. Se você tiver que trabalhar fora de horários normais de trabalho, o faça somente com a permissão expressa de seu professor ou instrutor e na presença de pelo menos mais uma pessoa. Em caso derramamento de substâncias químicas, limpe imediatamente. Todavia, certifique-se de como fazê-lo, pois cada reagente exige um procedimento particular. Experimentos que estão em andamento e por algum motivo devam ser deixados sozinhos, devem apresentar anotações indicando procedimentos a serem tomados em caso de acidente. Verificar as mangueiras e conexões para prevenir vazamentos, uma vez que vazamentos são causas frequentes em laboratórios de acidentes. Sempre que for utilizar um aparelho elétrico, certifique-se da voltagem do mesmo antes de ligá-lo à rede elétrica. No caso deste aparelho ser um fornecedor de calor, lembre-se que ele pode ter sido guardado quente minutos antes de você precisar dele, e você poderá se queimar. No caso de você ter dúvidas no manuseio de um aparelho, peça instruções ao seu professor ou instrutor. Não aprenda tentando, pois você poderá danificar o aparelho. D. Cuidados com Vidrarias e Substâncias Químicas Sempre verifique atentamente se as vidrarias que você utilizará possuem imperfeições (rachaduras, trincas, arestas cortantes) que poderão resultar em acidentes. Este procedimento de verificação deverá ser realizado em todas as ocasiões em que você for utilizar as vidrarias, e não somente na primeira vez que as utilizar. Dedique particular atenção às condições dos balões de fundo redondo e dos condensadores. Os balões de fundo redondo são utilizados usualmente sob aquecimento, ocasiões em que a presença de trincas poderá resultar na quebra do balão e consequente perda do material ali acondicionado. Quanto aos condensadores, seus pontos mais vulneráveis são os pontos onde as mangueiras de circulação de água são acopladas. Especial cuidado deve ser dado a estes pontos, uma vez que sua ruptura poderá resultar no contato da água do condensador com substâncias químicas incompatíveis com a mesma, fato este que poderá resultar em um sério acidente. 12 Se você detectar imperfeições em sua vidraria, consulte seu professor ou instrutor imediatamente para efetuar a substituição da mesma. Vidrarias quebradas ou com arestas cortantes devem ser sempre substituídas. Não tente conectar tubos de vidro e termômetros em rolhas, sem antes lubrificá-los com vaselina e proteger as mãos com luvas apropriadas ou toalha de pano. As vidrarias inadequadas para o uso devem ser descartadas em um recipiente devidamente rotulado para vidros quebrados e vidros descartáveis, tais como pipetas Pasteur, capilares, etc. Não é aconselhável jogar vidros quebrados em lixos comuns, uma vez que as pessoas que farão a coleta dos mesmos poderão se acidentar. Conheça as propriedades das substâncias utilizadas nos experimentos. O conhecimento das propriedades das substâncias que você utilizará em seus experimentos lhe ajudará a tomar as devidas precauções quando manuseá-las, minimizando os riscos de acidentes. MANUSEIE TODAS AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS COM MUITO CUIDADO! Propriedades físicas e químicas, informações toxicológicas e ecológicas, periculosidades, dentre outras informações importantes são encontradas em fichas de segurança de materiais, as quais podem ser facilmente localizadas na Internet através de sites -se ou simplesmente a sigla MSDS. Em caso de contato da pele com substâncias químicas, você deve lavar a área atingida com água e sabão. Nunca use solventes orgânicos tais como etanol e acetona para enxaguar a área afetada, pois estes solventes podem aumentar a absorção das substâncias pela pele. Evite o uso de chamas tanto quanto possível. A maioria das substâncias orgânicas são inflamáveis e algumas altamente voláteis, características estas que aumentam consideravelmente seus potenciais de autoignição e de riscos de incêndio. Como exemplos, podemos citar: o éter etílico e a acetona, comumente utilizados como solvente em laboratórios de química orgânica. NUNCA UTILIZE UMA CHAMA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA SEM ANTES SE CERTIFICAR DE QUE NÃO EXISTEM SUBSTÂNCIAS INFLAMÁVEIS NAS PROXIMIDADES. Nunca utilize chama para aquecer solventes inflamáveis (éter de petróleo, éter etílico,acetona, metanol, tetrahidrofurano, acetato de etila, etanol, ciclohexano, 1,4-dioxano, tolueno) em recipientes abertos. Não assuma, entretanto, que um solvente não é inflamável apenas porque não foi aqui citado. Como alternativa para o aquecimento de solventes inflamáveis, você pode utilizar banho-maria, placas de aquecimento ou mantas de aquecimento. Nunca descartes líquidos orgânicos inflamáveis e imiscíveis em água, em ralos ou pios, pois tal procedimento, além de ser danoso ao meio ambiente, resultará no transporte deste solvente até um local onde este poderá sofrer ignição e ocasionar um incêndio. Evite inalar vapores de substâncias orgânicas e inorgânicas. Embora no seu dia-a-dia, você tenha contato com muitos odores provenientes de substâncias orgânicas, não é aconselhável se expor a tais vapores no laboratório. Sempre trabalhe em uma capela com sistema de exaustão eficiente quando manusear substâncias nocivas voláteis, tais como: bromo, anidrido acético e solventes orgânicos de baixo ponto de ebulição. E. Manuseio e Cuidados com Frascos de Reagentes O manuseio de frascos de reagentes requer que alguns cuidados sejam tomados para que não ocorram acidentes. A seguir seguem algumas recomendações importantes que, se seguidas, minimizarão substancialmente os riscos de acidentes no laboratório. Leia cuidadosamente o rótulo do frasco antes de utilizá-lo, habitue-se a lê-lo, mais uma vez, ao pegá-lo, e novamente antes de usá-lo. É comum existir muitos reagentes diferentes com frascos semelhantes, fato este que pode lhe levar a utilizar um reagente errado em um experimento e, se o mesmo for incompatível com outras substâncias com que você estiver trabalhando, poderá resultar em um grande acidente. 13 Ao utilizar uma substância sólida ou líquida dos frascos de reagentes, pegue-o de modo que sua mão proteja o rótulo e incline-o de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo. Parte do reagente pode escorrer pela parede externa do frasco, e se você não tomar o cuidado acima, haverá danos ao rótulo. É comum que este cuidado não seja tomado em laboratórios, ocasionando a destruição dos rótulos dos frascos dos reagentes e, consequentemente, tornando desconhecido o conteúdo dentro dos frascos com o passar do tempo. É aconselhável que rótulos parcialmente deteriorados por reagentes e/ou pelo tempo sejam substituídos por outros que contenham todas as informações que continha o rótulo original. Muito cuidado com as tampas e os batoques dos frascos, não permita que eles sejam contaminados ou contaminem-se. Se necessário use o auxílio de vidros de relógio, placas de Petri para depositá-los enquanto utiliza o frasco. Muitas vezes o aluno ou profissional retira a tampa e/ou o batoque de um frasco e os coloca sobre uma superfície suja, ocasião em que ocorre a contaminação dos mesmos, os quais ao serem reintegrados ao frasco contaminarão todo o conteúdo do mesmo. Ao acondicionar um reagente, certifique-se antes da compatibilidade do mesmo com o frasco. Por exemplo, substâncias sensíveis à luz, não podem ser acondicionadas em embalagens translúcidas; bases devem se acondicionadas em frascos plásticos, dentre outros exemplos. Em caso de dúvida acerca do frasco ideal para acondicionar um determinado reagente, consulte seu professor ou instrutor. Não cheire diretamente frascos de nenhum produto químico. Quando houver necessidade de sentir o odor de alguma substância, arraste o ar sobre a substância com a mão na direção de seu nariz. Aprenda esta técnica e passe a utilizá-la de início, mesmo que o frasco contenha perfume. A estocagem dos frascos de reagentes deve ser feita de acordo com sua compatibilidade química. Os reagentes podem ser agrupados em 08 classes diferentes de compatibilidade: Classe 1 - produtos inflamáveis ou combustíveis; compatíveis com água e não tóxicos; Classe 2 - Produtos inflamáveis e combustíveis; incompatíveis com água e não tóxicos; Classe 3 - Oxidantes não inflamáveis; compatíveis com água; Classe 4 - Oxidantes não inflamáveis; incompatíveis com água; Classe 5 - Sensíveis ao ar; Classe 6 - Produtos químicos que exijam refrigeração; Classe 7 - Cilindros contendo gases comprimidos, separados como oxidantes, redutores, corrosivos ou tóxicos; Classe 8 - Produtos químicos instáveis (explosivos). A classe a que pertence um determinado reagente, às vezes, vem especificada no rótulo do mesmo, portanto, verifique atentamente o rótulo de todos nos novos reagentes que são adquiridos. A estocagem de líquidos inflamáveis deve ser feita em armários que não permitam a propagação de chamas em caso de incêndio. Alguns exemplos de estocagem inadequada são: produtos químicos estocados por nome ou ordem alfabética; dentro de capela; em prateleiras muito altas e/ou superlotadas; produtos químicos deixados nos laboratórios por longos períodos. Os frascos de solventes (hidrocarbonetos, organoclorados, aminas, álcoois, cetonas, etc) vazios devem ser lavados com etanol e depois com água. Os frascos limpos podem ser reutilizados ou descartados em um recipiente específico para tal finalidade. Lembre-se que os frascos vazios oriundos do laboratório não podem ser descartados como um vidro comum. Estes frascos terão um destino diferente dos vidros comuns. Em caso de dúvida, consulte seu professor ou instrutor. Os cilindros de gases devem sempre ser armazenados em pé e presos a um suporte fixo, uma bancada por exemplo. Quanto ao seu transporte, sempre dever ser realizado com o auxílio de um carrinho e com o capacete de proteção da válvula instalado no cilindro. Sempre utilize os reguladores de pressão adequados para o cada tipo de gás, uma vez que as conexões diferem entre si para gases inertes (N2, H2, Ar), inflamáveis (H2) e oxidantes (O2, N2O). F. Manuseio de Soluções Cerca de 80% das soluções químicas concentradas são nocivas aos organismos vivos, principalmente se ministradas por via oral. Sendo assim, fique atento às recomendações abaixo. 14 Não transporte soluções em recipientes abertos de um local para outro, se tiver que efetuá-lo por certa distância, triplique sua atenção durante o percurso e solicite a um colega que o acompanhe. Não leve à boca qualquer reagente químico, nem mesmo o mais diluído. Certifique-se da concentração e da data de preparação de uma solução antes de usá-la. Algumas soluções têm suas concentrações alteradas com o passar do tempo. Não pipete aspirando com a boca qualquer substância no laboratório, nem mesmo água destilada, pois as paredes internas da pipeta podem estar contaminadas com líquidos cáusticos, venenosos. SEMPRE USE PÊRA POR SEGURANÇA. Não use o mesmo equipamento volumétrico para medir simultaneamente soluções diferentes. Este procedimento contaminará as soluções e as tornará imprópria para o uso. Volumes de soluções padronizadas, tiradas dos recipientes de origem e não utilizadas, devem ser descartados e nunca serem retornados ao recipiente de origem. Sempre que for diluir um ácido, sempre adicione o ácido sobre a água; nunca faça o inverso. G. Cuidados com o Manuseio de Bicos de Gás (Bicos de Bunsen) Para um manuseio seguro dos bicos de Bunsen no laboratório, as seguintes recomendações sequências devem ser seguidas. Verifique se não existem substâncias inflamáveis nas proximidades do bico de Bunsen. Feche completamente a válvula de regulagem de altura de chama na base do bico. Abra o registro do bloqueador da linha de alimentação, geralmente localizado na bancada (tubulação amarela). Providencie uma chama piloto (fósforo ou isqueiro) e aproxime-a do bico de gás. Abra lentamente a válvula de regulagem de altura de chama na base do bico até que o bico de gás ascenda. Regule a chama. ATENÇÃO! "A CALMA E O BOM SENSO DO QUÍMICO SÃO AS MELHORES PROTEÇÕES CONTRA ACIDENTES NO LABORATÓRIO".