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Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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Processo Civil 
Revisão Turbo | 40° Exame da OAB 
 
 
Sumário 
 
Aula 15/03/2024 – part. 01 ........................................................................................................... 4 
Aula 18/03/2024 – part. 02 ......................................................................................................... 17 
 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
4 
 
Aula 15/03/2024 – part. 01 
 
1. Jurisdição, ação, rito/procedimento 
1.1. Jurisdição 
A jurisdição é o poder-dever do Estado de compor/solucionar litígios. Assim, 
considerando as regras inerentes ao Estado Democrático de Direito, faz-se necessário identificar 
quem possui esse poder-dever, quem possui a responsabilidade de não deixar que os 
cidadãos, por suas próprias mãos, busquem solucionar um conflito de interesses. 
O Poder Judiciário é responsável pela jurisdição, o Poder Judiciário está investido em 
jurisdição. Compreende-se que esta função jurisdicional é delegada ao Poder Judiciário pelo 
Estado. Ainda, fala-se em poder-dever, uma vez que, o Poder Judiciário não pode abrir mão 
dessa responsabilidade. Quando um conflito de interesses é levado até o Poder Judiciário, ele 
tem a obrigação de resolver, ele não pode negar a solução do litígio. 
Cabeção, importante: o exercício da jurisdição (este poder/dever de compor litígios) é 
inerte, ou seja, para ser exercido existe a necessidade de provocação (o juiz não tem autonomia 
para agir por conta própria, ou seja, de ofício, deve necessariamente ser provocado pela parte 
interessada, conforme o artigo 2º do CPC). É o chamado de princípio da ação ou da demanda, 
ou princípio da iniciativa da parte. 
 
1.2. Ação 
A forma adequada do cidadão provocar o Poder Judiciário, retirando-o da sua inércia, é a 
ação, ou seja, é através da ação, que o Poder Judiciário sai da sua inércia e passa a exercer 
a jurisdição, o poder-dever de solucionar conflitos de interesses. 
O chamado direito de ação é abstrato (e não concreto), ou seja, para entrar com uma ação 
o autor não precisa ter o direito material garantido (perfeitamente possível, dessa forma, que 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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uma ação seja julgada improcedente – pensar diferente se chegaria no absurdo de dizer que o 
autor somente poderia entrar com a ação se fosse ganhar – ou seja, o direito de ação para ser 
exercido deveria ser concreto). 
Importante: o sistema processual brasileiro definiu dois tipos de ação: ação de 
conhecimento e ação de execução. Apenas essas, então, são ações possíveis de serem 
apresentadas com o objetivo de busca a prestação jurisdicional. 
 
1.3. Rito ou procedimento 
Frise-se, já de início, que rito ou procedimento são sinônimos. E, de forma bem objetiva e 
simples, o rito/procedimento nada mais é do que a forma (regras) estabelecida pela lei processual 
para o tramitar da ação perante o Poder Judiciário. Ou seja, a lei define a soma de atos 
processuais que deverão acontecer entre o início (petição inicial) e o fim da ação (sentença). 
Importante: identificado o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário), 
será possível identificar o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário. 
Mas qual a forma desta identificação? 
 
 
 
 Resolva a questão a seguir: 
1) FGV – 2022 – OAB – 35º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
No âmbito de um contrato de prestação de serviços celebrado entre as sociedades empresárias 
Infraestrutura S.A. e Campo Lindo S.A., foi prevista cláusula compromissória arbitral, na qual as partes 
acordaram que qualquer litígio de natureza patrimonial decorrente do contrato seria submetido a um 
tribunal arbitral. 
Surgido o conflito, e havendo resistência de Infraestrutura S.A. quanto à instituição da arbitragem, 
assinale a opção que representa a conduta que pode ser adotada por Campo Lindo S.A. 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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A) Campo Lindo S.A. pode adotar medida coercitiva, mediante autorização do tribunal arbitral, para que 
Infraestrutura S.A. se submeta forçosamente ao procedimento arbitral, em respeito à cláusula 
compromissória firmada no contrato de prestação de serviço. 
B) Campo Lindo S.A. pode submeter o conflito à jurisdição arbitral, ainda que sem participação de 
Infraestrutura S.A., o qual será considerado revel e contra si presumir-se-ão verdadeiras todas as 
alegações de fato formuladas pelo requerente Campo Lindo S.A. 
C) Campo Lindo S.A. pode requerer a citação de Infraestrutura S.A. para comparecer em juízo no intuito 
de lavrar compromisso arbitral, designando o juiz audiência especial com esse fim. 
D) Campo Lindo S.A. pode ajuizar ação judicial contra Infraestrutura S.A., para que o Poder Judiciário 
resolva o mérito do conflito decorrente do contrato de prestação de serviço celebrado entre as partes. 
 
2. Petição inicial 
Quando existe um conflito de interesses e a pessoa não consegue solucionar de forma 
consensual com a outra parte, é necessário buscar no Poder Judiciário essa solução. O juiz não 
age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessária a iniciativa da parte através da petição 
inicial. 
A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. 
Observação: toda petição inicial deverá ter, obrigatoriamente, valor da causa. O valor da 
causa, como regra, corresponde ao valor do pedido ou dos pedidos, caso ocorra a cumulação, 
ou seja, mais de um pedido, conforme o art. 292 do CPC. Contudo, importante observar o inciso 
III do art. 292 do CPC: “na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas 
pelo autor”. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
2) FGV – 2021 – OAB – 33º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Joana, em decorrência de diversos problemas conjugais, decidiu se divorciar de Marcelo. Contudo, em 
razão da resistência do cônjuge em consentir com sua decisão, foi preciso propor ação de divórcio. 
Após distribuída a ação, o juiz determinou a emenda da petição inicial, tendo em vista a ausência de cópia 
da certidão do casamento celebrado entre as partes, dentre os documentos anexados à inicial. 
Considerando o caso narrado e as disposições legais a respeito da ausência de documentos 
indispensáveis à propositura da ação, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Ausente documento indispensável à propositura da ação, a petição inicial deve ser indeferida de 
imediato. 
B) A certidão de casamento é documento indispensável à propositura de qualquer ação. Constatando-se 
sua ausência, deve o autor ser intimado para emendar ou completar a inicial no prazo de 5 (cinco) dias. 
C) Ausente documento indispensável à propositura da ação, o autor deve ser intimado para emendar ou 
completar a inicial no prazo de 15 (quinze) dias. 
D) A ausência de documento indispensável à propositura da ação configura hipótese de improcedência 
liminar. 
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3. Audiência de mediação/conciliação 
De acordo com o artigo 334 do CPC, o juiz ao receber a petição - não sendo caso de 
improcedência liminar ou indeferimento - deverá designar a audiência de conciliação ou 
mediação com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o réu terá que ser citado, pelo menos 
20 dias antes da audiência. 
Lembrando que, para não ocorrer a audiência ambas as partes deverão demonstrar 
desinteresse (o autor deve afirmar na petição inicial e o réu até 10 dias antes da audiência, por 
simples petição)– art. 334, §4º, I do CPC. 
A audiência também não será realizada se o juiz, ao receber a inicial, entender que 
não é o caso de autocomposição – situação em que mandará citar o réu para contestar. 
Ocorrendo a audiência, o comparecimento das partes é obrigatório, sob pena de ato 
atentatório contra a dignidade da justiça e sob pena de multa de 2% da vantagem econômica 
pretendia ou do valor da causa, na forma do art. 334, §8º do CPC. 
As partes devem comparecer e estarem acompanhadas de seus respectivos advogados 
ou defensores públicos (art. 334, § 9º do CPC) 
Contudo, se a parte não puder comparecer, poderá ser representada por seu advogado, 
desde que tenha procuração com poderes específicos (art. 334, §10 do CPC). 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
3) FGV – 2019 – OAB – 29º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Maria ajuizou ação em face de José, sem mencionar, na inicial, se pretendia ou não realizar audiência de 
conciliação ou mediação. Assim, o juiz designou a referida audiência, dando ciência às partes. O réu 
informou ter interesse na realização de tal audiência, enquanto Maria, devidamente intimada, quedou-se 
silente. Chegado o dia da audiência de conciliação, apenas José, o réu, compareceu. 
A respeito do caso narrado, assinale a opção que apresenta possível consequência a ser suportada por 
Maria. 
 
A) Não existem consequências previstas na legislação pela ausência da autora à audiência de conciliação 
ou mediação. 
B) Caso não compareça, nem apresente justificativa pela ausência, Maria será multada em até 2% da 
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa. 
C) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, o processo deverá ser extinto. 
D) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, as alegações apresentadas 
pelo réu na contestação serão consideradas verdadeiras. 
 
4. Sentença, coisa julgada e ação rescisória 
4.1. Sentença 
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A sentença é ato do juiz que extingue o processo (art. 316 do CPC) com ou sem resolução 
do mérito (arts. 485 e 487, do CPC). 
 
 
 
O magistrado, após a publicação da sentença, não poderá mais alterá-la (arts. 494 e 505, 
do CPC). 
Extinção do processo sem resolução de mérito: a extinção regulada pelo art. 485 do 
CPC terá como fundamento as circunstâncias listadas nos incisos de tal dispositivo. 
Cabeção, importante! 
• A extinção sem resolução do mérito não gera coisa julgada material (art. 502 do 
CPC) e não impede que o autor entre novamente com a mesma ação (art. 486 do 
CPC); 
• Identificar os conceitos de perempção (art. 486, §3º do CPC), litispendência (art. 
337, §§ 1º, 2º e 3º do CPC) e coisa julgada (art. 337, §§ 1º e 4º e art. 502 do CPC); 
• A desistência da ação, como causa de extinção sem resolução do mérito, pode ser 
apresentada até a sentença (art. 485, §5º do CPC) – antes do oferecimento da 
contestação sem necessidade de consentimento do réu; se o pedido ocorrer depois 
da contestação, será necessário o consentimento do réu (art. 485, §4º do CPC); 
• Quando ocorre o falecimento do titular do direito intransmissível, o direito se 
extingue com a pessoa do titular, conforme o inciso IX do art. 485 do CPC (no 
entanto, quando o direito for transmissível aplica-se o art. 110, sem a extinção, mas 
sim com a sucessão da parte falecida pelos seus herdeiros ou sucessores). 
 
Extinção do processo com resolução de mérito: no artigo 487, inciso I do CPC, 
encontra-se a forma mais completa de extinção da causa com resolução do mérito, ocorre 
quando o juiz acolhe ou rejeita (no todo ou em parte) o pedido formulado na ação (petição inicial) 
ou na reconvenção. O inciso II do artigo 487 do CPC traz a resolução do mérito também quando 
o juiz reconhecer a prescrição ou a decadência (importante observar que o dispositivo autoriza 
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ao juízo o reconhecimento da prescrição ou da decadência de ofício). E, por fim, também haverá 
resolução do mérito quando o juiz homologar o reconhecimento do pedido (art. 487, III, “a” do 
CPC), transação (art. 487, III, “b” do CPC) e a renúncia à pretensão formulada na ação ou na 
reconvenção (art. 487, III, “c” do CPC). 
A sentença possui limites que, se não respeitados, provocam sua nulidade, são as 
chamadas sentenças ultra petita, citra petita e extra petita. Sentença extra petita é aquela 
que o juiz julga pedido que não foi proposto pelo autor. Sentença ultra petita é aquela que o juiz 
condena o réu em quantidade superior à pedida. A sentença infra ou citra petita é quando o 
juiz deixa de apreciar algum pedido da parte, quando houver cumulação de pedidos. 
 
4.2. Coisa julgada 
A coisa julgada é o efeito que atinge a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, 
tornando-a imutável e indiscutível (art. 502 do CPC). A decisão sem mérito (art. 485 do CPC) 
não mais sujeita a recurso gera a denominada coisa julgada formal (a qual permite que se 
promova uma nova ação discutindo e buscando os mesmos pedidos – art. 486 do CPC). 
Cabeção, importante: 
• Nenhum juiz pode decidir questões já decididas anteriormente (efeito da coisa 
julgada) – todavia, existe exceções previstas nos incisos do art. 505, I e II do CPC; 
• A coisa julgada não atinge terceiros (que não participaram do processo) – art. 506 
do CPC; 
• Não é permitido as partes discutirem novamente questões já decididas e preclusas 
(art. 507 do CPC). 
 
4.3. Ação rescisória 
A ação rescisória é a forma de atacar a coisa julgada – somente ataca decisões de mérito, 
sendo permitida apenas e tão somente se fundamentada nos casos do art. 966 do CPC. De outra 
forma, emergem situações de exceção, conforme o art. 966, §2º do CPC, em que será rescindível 
a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: 
 
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Ainda, pode ser proposta no prazo de dois anos a partir do trânsito em julgado (art. 975 
do CPC). A competência para julgar a rescisória é do Tribunal – a denominada competência 
originária. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
4) FGV – 2021 – OAB – 32º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Em determinada demanda indenizatória, houve a condenação do réu para pagar a quantia de R$ 10.000 
(dez mil reais) em sentença transitada em julgada em prol do autor. 
Na qualidade de patrono deste último, assinale a opção que representa a medida adequada a ser 
providenciada. 
 
A) Aguardar o depósito judicial da quantia referente à condenação, pois as sentenças que condenam a 
obrigação de pagar são instauradas de ofício, independentemente de requerimento do exequente, assim 
como as obrigações de fazer e não fazer. 
B) Peticionar a inclusão de multa legal e honorários advocatícios tão logo seja certificado o trânsito em 
julgado, independentemente de qualquer prazo para que o réu cumpra voluntariamente a obrigação, já 
que ela deveria ter sido cumprida logo após a publicação da sentença. 
C) Aguardar a iniciativa do juiz para instauração da fase executiva, para atender ao princípio da 
cooperação, consagrado no art. 6º do CPC. 
D) Peticionar para iniciar a fase executiva após a certificação do trânsito em julgado, requerendo a 
intimação do devedor para pagamento voluntário no prazo de 15 dias, sob pena de acréscimos de 
consectários legais. 
 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
5) FGV – 2020 – OAB – 31º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Em um processo em que Carla disputava a titularidade de um apartamento com Marcos, este obteve 
sentença favorável, por apresentar, em juízo, cópia de um contrato de compra e venda e termo de 
quitação, anteriores ao contrato firmado por Carla. 
A sentença transitou em julgado sem que Carla apresentasse recurso. Alguns meses depois, Carla 
descobriu que Marcos era réu em um processo criminal noqual tinha sido comprovada a falsidade de 
vários documentos, dentre eles o contrato de compra e venda do apartamento disputado e o referido 
termo de quitação. 
Carla pretende, com base em seu contrato, retornar a juízo para buscar o direito ao imóvel. Para isso, ela 
pode: 
 
A) Interpor recurso de apelação contra a sentença, ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado, 
fundado em prova nova. 
B) Propor reclamação, para garantir a autoridade da decisão prolatada no juízo criminal, e formular pedido 
que lhe reconheça o direito ao imóvel. 
C) Ajuizar rescisória, demonstrando que a sentença foi fundada em prova cuja falsidade foi apurada em 
processo criminal. 
D) Requerer cumprimento de sentença diretamente no juízo criminal, para que a decisão que reconheceu 
a falsidade do documento valha como título judicial para transferência da propriedade do imóvel para seu 
nome. 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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5. Recursos pelo Código de Processo Civil 
• Os recursos atacam decisão judicial, com o objetivo, em tese de reformar ou 
invalidar ou suprir um vício; 
• O CPC traz o rol dos recursos cabíveis no artigo 994 do CPC. 
 
 
 
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 Processo Civil 
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• Decisões interlocutórias e sentenças: juiz de 1º grau; 
• Decisões monocráticas e acórdãos: pronunciamentos dos Tribunais. 
 
Cuidado com o art. 1.001 do CPC: dos despachos não cabe recurso. 
Obs.: tem ainda a decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal de origem, que 
inadmitir Recurso Especial ou Recurso Extraordinário, conforme art. 1.042 do CPC. 
 
5.1. Recurso de apelação 
Previsão legal: artigos 1.009 a 1.014 do Código de Processo Civil. 
 
Cabimento: recurso cabível contra sentença. Sentença, conforme conceito do artigo 203, 
§1º do CPC é pronunciamento judicial de primeiro grau, que, ressalvadas as previsões expressas 
dos procedimentos especiais, coloca fim à fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a 
execução, seja sem resolução de mérito (art. 485 do CPC) ou com resolução de mérito (art. 487 
do CPC). 
Atenção: pode haver sentença antes mesmo da citação. 
Por exemplo: improcedência liminar do pedido, indeferimento da petição inicial e sentença 
de extinção do processo por desistência. 
Preliminar de apelação: na fase de conhecimento, as questões resolvidas em decisões 
interlocutórias que não admitam agravo de instrumento não precluem, devendo ser atacadas em 
preliminar de apelação ou nas contrarrazões, conforme previsão do art. 1.009, §1º do CPC. 
Cuidado: 
• Qualquer matéria prevista no artigo 1.015 do CPC, se decidida na sentença, é 
atacada por recurso de apelação, conforme art. 1.009, §3º do CPC; 
• O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória 
é impugnável na apelação, conforme art. 1.013, §5º do CPC. 
 
Efeito regressivo: 
• Possibilidade de retratação, no prazo de cinco dias; 
• No CPC se admite a retratação no recurso de apelação em três situações 
específicas: 
 
 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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Art. 331 do CPC 
 
Indeferimento da petição inicial 
Art. 332, §3º do CPC 
 
Improcedência liminar do pedido 
Art. 485, §7º do CPC 
 
Extinção do processo sem resolução de mérito 
 
 
Efeito suspensivo: suspende a eficácia da decisão recorrida. 
De regra, pelo CPC, o único recurso que possui efeito suspensivo automático é a 
apelação, conforme art. 1.012 do CPC. 
Exceção: no recurso de apelação, não há efeito suspensivo nas decisões listadas no 
art. 1.012, §1º, do CPC e caso uma lei especial tenha tal previsão: 
 
 
Inciso I Homologa divisão ou demarcação de terras 
Inciso II Condena a pagar alimentos 
Inciso III Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos 
do executado 
Inciso IV Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem 
Inciso V Confirma, concede ou revoga tutela provisória 
Inciso VI Decreta a interdição 
 
Nas hipóteses em que o recurso de apelação não tenha efeito suspensivo automático, a 
parte pode requerê-lo, demonstrando a probabilidade de provimento do recurso e risco de dano 
grave de difícil ou impossível reparação, conforme o artigo 1.012, §4º, e o artigo 995, parágrafo 
único, ambos do CPC. 
Do julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas (vários processos 
discutindo a mesma matéria de direito) cabe recurso especial, se ferir lei federal, ou recurso 
extraordinário, se ferir norma constitucional. Nesses casos, os recursos terão efeito suspensivo 
automático, conforme artigo 987, §1º, do CPC. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
6) FGV – 2022 – OAB – 35º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
João ajuizou ação de indenização por danos materiais e morais contra Carla. Ao examinar a petição 
inicial, o juiz competente entendeu que a causa dispensava fase instrutória e, independentemente da 
citação de Carla, julgou liminarmente improcedente o pedido de João, visto que contrário a enunciado de 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
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súmula do Superior Tribunal de Justiça. Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso 
que João deverá interpor. 
 
A) Agravo de instrumento, uma vez que o julgamento de improcedência liminar do pedido ocorre por meio 
da prolação de decisão interlocutória agravável. 
B) Agravo de instrumento, tendo em vista há urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão 
em recurso de apelação. 
C) Apelação, sendo facultado ao juiz retratar-se, no prazo de cinco dias, do julgamento liminar de 
improcedente do pedido. 
D) Apelação, sendo o recurso distribuído diretamente a um relator do tribunal, que será responsável por 
intimar a parte contrária a apresentar resposta à apelação em quinze dias. 
 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
7) FGV – 2021 – OAB – 33º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Após anos de relacionamento conjugal, Adriana e Marcelo resolvem se divorciar. Diante da recusa do 
cônjuge ao pagamento de alimentos, Adriana, desempregada, resolve ingressar com ação a fim de exigir 
o pagamento. 
A ação teve regular processamento, tendo o juiz proferido sentença de procedência, condenando o réu 
ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais à autora, sendo publicada no dia seguinte. 
Inconformado, o réu interpõe recurso de apelação, mas Adriana promove, imediatamente, o cumprimento 
provisório da decisão. 
Diante das informações expostas, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A sentença não pode ser executada neste momento, pois o recurso de apelação possui efeito 
suspensivo. 
B) A sentença não pode ser executada, uma vez que a sentença declaratória não permite a execução 
provisória. 
C) Poderá ser iniciada a execução provisória, pois a sentença que condena a pagar alimentos começa a 
produzir efeitos imediatamente após a sua publicação. 
D) Pode ser iniciada execução provisória, pois os recursos de apelação nunca possuem efeito 
suspensivo. 
 
5.2. Agravo de instrumento 
Previsão legal: artigos 1.015 a 1.020 do Código de Processo Civil. 
Recurso adequado para atacar as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz de primeiro 
grau, conforme previsão do artigo 1.015 do CPC. Conforme o referido artigo, cabe agravo de 
instrumento das decisões interlocutórias que versarem sobre: 
 
Inciso I Tutelas provisórias 
Inciso II Mérito do processo 
Inciso III Rejeição da alegação de convenção de arbitragem 
Inciso IV Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
 Revisão Turbo | 40º Exame de Ordem 
 Processo Civil 
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Inciso V Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de 
sua revogação 
Inciso VI Exibição ou posse de documento ou coisa 
Inciso VII Exclusão de litisconsorte 
Inciso VIII Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio 
Inciso IX Admissão ou inadmissão de intervençãode terceiros 
Inciso X 
Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos 
à execução 
Inciso XI Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º 
Inciso XII VETADO 
Inciso XIII Outros casos expressamente referidos em lei 
 
Parágrafo. único 
Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de 
sentença, no processo de execução e no processo de inventário 
 
Cuidado: o STJ em novembro de 2018 manifestou entendimento de que a taxatividade do 
artigo 1.015 é mitigada, sendo que quando for urgente ou inútil esperar até a sentença para 
impugnar em preliminar de apelação a decisão interlocutória proferida na fase de conhecimento, 
caberá agravo de instrumento, mesmo que a decisão proferida na fase de conhecimento não 
esteja no rol do artigo 1.015 do CPC. 
 
5.3. Embargos de declaração 
Previsão legal: artigo 1.022 a 1.026 do Código de Processo Civil. 
Cabimento: atacam qualquer decisão judicial. Recurso adequado para sanar vício de 
contradição, obscuridade, omissão ou erro material. Interrompem o prazo para interpor qualquer 
recurso. O prazo é de 05 dias. Lembrar que os embargos de declaração podem ser opostos para 
fins de pré-questionamento. 
 
5.4. Agravo interno 
Previsão legal: artigo 1.021 do Código de Processo Civil. 
Cabimento: recurso adequado para atacar decisão monocrática do relator. Observar, 
ainda, que cabe agravo interno de outras situações expressas no CPC, tais como por exemplo, 
art. 1.030, §2º c/c I e III; parágrafo único do artigo 136 do CPC; 1.035, §7º do CPC; 1.036, §3; 
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 Processo Civil 
16 
 
1.037, §13º, II do CPC. 
Há possibilidade de retratação, depois de oportunizadas as contrarrazões. Não havendo 
retratação, o recurso é julgado pelo órgão colegiado (que proferirá acordão), consoante art. 
1.021, §2º, do CPC. 
 
5.5. Recurso ordinário 
Previsão legal: arts. 1.027 e 1.028 do Código de Processo Civil e arts. 102, II, e 105, II, 
da CF. 
Cabimento: pode ser julgado pelo STF OU STJ. 
Conforme o CPC, caberá ao STF (art. 1.027, I do CPC) o julgamento do recurso ordinário 
quando a decisão for denegatória de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas 
data e for em competência originária dos tribunais superiores. Ainda, conforme o inciso II, alínea 
“a” do art. 1.027 do CPC, compete ao STJ o julgamento do recurso ordinário quando a decisão 
for denegatória de mandado de segurança em competência originária proferida pelo TJ ou TRF. 
O recurso ordinário pode atacar sentença, desde que envolva as partes referidas no inciso 
II do art. 109 da CF, consoante art. 1.027, II, alínea b, do CPC, ou seja, os processos em que 
forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município 
ou pessoa residente ou domiciliada no País. Neste caso, o recurso ordinário será julgado pelo 
STJ. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
 
8) FGV – 2021 – OAB – 32º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Em determinado Mandado de Segurança individual, contra ato de um dos Ministros de Estado, o Superior 
Tribunal de Justiça, em sua competência constitucional originária, denegou a segurança na primeira e 
única instância de jurisdição. 
Diante do julgamento desse caso concreto, assinale a opção que apresenta a hipótese de cabimento para 
o Recurso Ordinário Constitucional dirigido ao STF. 
 
A) Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância 
pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão. 
B) Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em última instância 
pelos tribunais superiores, quando concessiva a decisão. 
C) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos 
tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão. 
D) Os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de 
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país. 
 
 
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 Processo Civil 
17 
 
5.6. Recurso especial e extraordinário 
Previsão legal: 
• Recurso especial: art. 105, III da CF; 
• Recurso extraordinário: art. 102, III da CF; 
• O CPC a partir do art. 1.029 a 1.035 estabelece o procedimento do recurso especial 
e do recurso extraordinário. 
 
Procedimento: será interposto perante o Presidente ou o Vice-Presidente do Tribunal 
recorrido que proferiu o acórdão que feriu a lei federal (recurso especial) ou a norma 
constitucional (recurso extraordinário). A parte contrária é intimada para oferecer contrarrazões 
no prazo de 15 dias, sendo realizado o juízo de admissibilidade pelo Presidente ou Vice-
Presidente do tribunal recorrido, podendo tomar uma das condutas do art. 1.030 do CPC. 
O recurso especial é julgado pelo STJ e o recurso extraordinário julgado pelo STF. 
Interposto perante o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal Recorrido e não admitindo o 
recurso, caberá agravo em recurso especial ou agravo em recurso extraordinário, salvo 
quando a decisão estiver fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de 
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. Nesse caso, será agravo interno 
(art. 1.030, §2º, do CPC). 
Exemplo: julgamento de recursos repetitivos (vários recursos especiais ou extraordinários 
versando sobre a mesma matéria de direito). O acórdão do Tribunal de Justiça está de acordo 
com o entendimento firmado no julgamento desses recursos repetitivos. Por tal razão, foi 
inadmitido o recurso especial pelo Presidente do Tribunal recorrido. Nesse caso, o recurso 
adequado não será agravo em recurso especial, mas agravo interno. 
 
Aula 18/03/2024 – part. 02 
 
 
 
 
 
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18 
 
1. Intervenção de terceiros 
São formas de intervenção de terceiros, classificadas no CPC: 
 
 
A assistência trata-se de uma intervenção voluntária, em que um terceiro interessado no 
conteúdo da sentença intervém no processo a fim de assistir e ajudar a parte com a qual tenha 
relação jurídica. 
A denunciação da lide é a intervenção originada pela iniciativa de uma das partes, que 
será chamado de denunciante, cujo objetivo é garantir o direito de regresso no caso de 
improcedência do processo. 
Cabeção, importante! Esse direito de regresso somente será julgado pelo juiz se o 
denunciante perder a ação principal. Se a denunciação não for feita, ou for indeferida (ou não for 
permitida), o direito de regresso pode ser buscado em ação autônoma – art. 124, §1º do CPC. 
O chamamento ao processo ocorre quando o réu chama a integrar o polo passivo da 
demanda (apenas em processos de conhecimento) os demais devedores da mesma dívida, 
configurando o litisconsórcio passivo. 
O incidente da desconsideração da personalidade jurídica tem como finalidade a 
responsabilização das pessoas físicas, sócias de empresas, pelos atos da pessoa jurídica. Os 
requisitos para as relações civis são: abuso de poder, confusão patrimonial ou desvio de 
finalidade, conforme art. 50 do CC, bem como aqueles inseridos no art. 28 do CDC. 
O amicus curiae tem como finalidade auxiliar na formação de convencimento do juiz. 
Para que seja admitido o amicus curie, deverá ser observada a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda e a repercussão social da controvérsia. 
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 Resolva a questão a seguir: 
9) FGV – 2019 – OAB – 30º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Daniel, sensibilizado com a necessidade de Joana em alugar um apartamento, disponibiliza-se a ser seu 
fiador no contrato de locação, fazendo constar nele cláusula de benefíciode ordem. Um ano e meio após 
a assinatura do contrato, Daniel é citado em ação judicial visando à cobrança de aluguéis atrasados. 
Ciente de que Joana possui bens suficientes para fazer frente à dívida contraída, Daniel consulta você, 
como advogado(a), sobre a possibilidade de Joana também figurar no polo passivo da ação. 
Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta a modalidade de intervenção de terceiros a ser 
arguida por Daniel em sua contestação. 
 
A) Assistência. 
B) Denunciação da lide. 
C) Chamamento ao processo. 
D) Nomeação à autoria. 
 
 
2. Contestação 
O Direito Processual Civil obedece ao devido processo legal, assim, após a primeira 
manifestação do autor, que se dá através da petição inicial, o réu deve ter a oportunidade de se 
defender. A forma processual do réu/demandado de apresentar sua defesa é chamada de 
contestação. 
Deverá ser protocolada no prazo de 15 dias, obedecido o art. 335 do CPC. 
A contestação é dividida em dois momentos, sendo eles a defesa processual e a defesa 
de mérito. A defesa processual é denominada preliminares, e o réu encontra-se limitado ao rol 
apresentado no art. 337 do CPC, ou seja, não cabe ao réu trazer em preliminar algo que não 
esteja elencado no referido artigo. A defesa de mérito é a contestação, específica e objetiva, dos 
fatos e dos pedidos que o autor alegou na petição inicial, de acordo com o art. 336 do CPC. 
 
2.1. Princípio da eventualidade ou da concentração de defesa 
Ao contrário do que ocorrer na petição inicial, a contestação não possui requisitos a serem 
preenchidos obrigatoriamente. Cabe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, de 
forma específica, expondo as razões de fato e de direito para impugnar o pedido do autor (art. 
336, do CPC). 
 
2.2. Ônus da impugnação especificada 
O réu não pode apresentar, como regra, contestação genérica, devendo enfrentar de 
forma específica tudo aquilo que foi alegado pelo autor, na petição inicial. E, aqui, fato não 
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20 
 
contestado será considerado presumidamente verdadeiro, conforme o art. 341 do CPC. 
Excepcionalmente, conforme previsão do art. 341, parágrafo único do CPC, será 
autorizada e permitida a contestação genérica. O réu pode então, na contestação, apresentar 
sua defesa processual (as denominadas preliminares, previstas no art. 337 do CPC) e de mérito 
(rebatendo de forma específica os fatos – art. 341 do CPC – e os pedidos, art. 336 do CPC). 
 
 Resolva a questão a seguir: 
10) FGV – 2023 – OAB – 39º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Martina ajuizou ação pelo procedimento comum contra Marcela visando à indenização milionária, 
oportunidade na qual informou na petição inicial que não tinha interesse na audiência de conciliação. 
Após analisar a petição inicial, o MM. Juízo da 100ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC 
determinou a citação de Marcela para comparecer em audiência de conciliação, na forma do art. 334 do 
Código de Processo Civil e, eventualmente, apresentar contestação na forma do art. 335 do mesmo 
diploma legislativo. 
Após tomar conhecimento da ação indenizatória de Martina, Marcela apresentou petição concordando 
com o pedido de cancelamento da audiência de conciliação e se reservando o direito de apresentar 
contestação no prazo legal. 
Considerando que foram prestadas todas as informações e apresentados todos os documentos 
necessários para a elaboração da contestação, a ser apresentada no prazo de 15 dias, assinale a opção 
que indica o momento em que se inicia a contagem desse prazo 
 
A) Da juntada nos autos do aviso de recebimento positivo do seu mandado de citação por correios. 
B) Da publicação da decisão do MM. Juízo da 100ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC que 
cancelar a audiência de conciliação agendada no despacho citatório. 
C) Do ato de protocolar o pedido de cancelamento da audiência de conciliação formulado por Marcela. 
D) Da audiência de conciliação, uma vez que o Código de Processo Civil obriga a realização desse ato 
processual, o qual não poderá ser cancelado por despacho do MM. Juízo da 100ª Vara Cível da Comarca 
de Florianópolis/SC. 
 
 
3. Tutela provisória 
É uma decisão provisória, ainda não definitiva. É dividida em: 
• Tutela de evidência; e 
• Tutela de urgência. 
 
O pedido da tutela provisória de evidência deverá estar fundamentado em um direito 
claro e objetivo, em um direito evidente. Essa tutela somente poderá ser pedida e concedida/ 
deferida nos casos previstos no art. 311 do CPC e sua análise será incidental. 
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos 
do art. 300 do CPC, podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente. 
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 Resolva a questão a seguir: 
11) FGV – 2023 – OAB – 39º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Ademir Leone, servidor público aposentado, atualmente obtém sua maior fonte de renda por meio da 
compra e venda de ações na bolsa de valores brasileira, tendo em vista a perda do poder econômico de 
sua aposentadoria. 
Certo dia, ao tentar comprar ações na bolsa de valores, recebe a notificação de que seu nome havia sido 
inscrito nos órgãos de proteção ao crédito em razão do inadimplemento das parcelas de um empréstimo 
firmado com o Banco Prata, e por isso a transação não poderia ser completada, bem como soube que 
suas ações foram bloqueadas. 
Incrédulo com tal situação, pois nunca contratou com tal banco, além de temer pelo sustento de sua 
família, Ademir procurou você, como advogado(a), para saber da possibilidade de limpar seu nome o 
quanto antes, ajuizando ação judicial, mas sem precisar esperar o fim do processo. 
Assinale a afirmativa que apresenta, corretamente, a orientação que atende à pretensão do seu cliente, 
 
A) Não existe essa possibilidade no direito brasileiro, o qual pauta-se no contraditório e na ampla defesa, 
respeitando o devido processo legal, seguindo todas as fases processuais, para que, somente ao final, 
seja dada uma decisão justa e equânime. 
B) É possível que seja concedida a tutela de urgência, sendo desnecessário a demonstração de 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo. 
C) Existe a possibilidade de que seja concedida a tutela de evidência, desde que demonstrado o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
D) Há a possibilidade de que seja concedida a tutela de urgência, pois existem elementos que evidenciam 
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
 
 
4. Procedimentos especiais 
4.1. Consignação em pagamento 
Previsão legal: arts. 334 e seguintes do CC e arts. 539 a 549 do CPC. 
Cabimento: o Código de Processo Civil não traz as hipóteses em que cabe a consignação 
em pagamento, e sim o Código Civil, por exemplo, nas situações do art. 335 do CC. O CPC prevê 
que a consignação pode ser de coisa ou de quantia em dinheiro. E, quando for de quantia em 
dinheiro, pode ser feita mediante ação ou procedimento extrajudicial em estabelecimento 
bancário oficial no local do pagamento. 
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22 
 
A consignação em pagamento é um procedimento especial previsto no CPC, com o intuito 
de extinguir a obrigação e liberar o devedor. 
O procedimento da consignação em pagamento extrajudicial encontra-se nos parágrafos 
do artigo 539 do CPC: 
 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de 
pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. 
§1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em 
estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, 
cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado oprazo de 10 
(dez) dias para a manifestação de recusa. 
§2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a 
manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à 
disposição do credor a quantia depositada. 
§3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser 
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova 
do depósito e da recusa. 
§4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-
lo o depositante. 
 
A ação de consignação em pagamento deve ser promovida no local do pagamento: 
 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, 
à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
 
Quanto aos requisitos da petição inicial da ação de consignação em pagamento, deve ser 
observado o artigo 542 do CPC: 
 
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias 
contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto 
sem resolução do mérito. 
 
4.2. Ação monitória 
Previsão legal: arts. 700 a 702 do CPC. 
Cabimento: o art. 700 do CPC estabelece que a ação monitória pode ser proposta por 
aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de 
exigir do devedor capaz: 
• O pagamento de quantia em dinheiro; 
• A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; 
• O adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. 
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23 
 
Lembre-se de que, a prova escrita, pode consistir em prova oral documentada, produzida 
antecipadamente nos termos do art. 381 do CPC, conforme o art. 700, §1º do CPC. 
Lembre-se de que o meio de defesa do réu na ação monitória não é contestação, e, sim, 
embargos à ação monitória (embargos monitórios). Os embagos monitórios estão previstos no 
art. 702 do CPC: 
 
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos 
próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória. 
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no 
procedimento comum. 
§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á 
declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo 
discriminado e atualizado da dívida. 
§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos 
serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro 
fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação 
de excesso. 
§ 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 
701 até o julgamento em primeiro grau. 
§ 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de 
reconvenção à reconvenção. 
§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, constituindo-
se de pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela incontroversa. 
§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, 
prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte 
Especial, no que for cabível. 
§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos. 
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao 
pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa. 
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao 
pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do 
autor. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
12) FGV – 2023 – OAB – 37º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Albieri, com base em prova escrita e sem eficácia de título executivo, afirma ter direito de exigir de Juliana 
o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nesse sentido, Albieri procura você, como advogado(a), 
para ajuizar Ação Monitória em face de Juliana, exigindo o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
O juiz da causa observou que o direito do autor era evidente e deferiu a expedição de mandado de 
pagamento, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Juliana alega que Albieri 
pleiteia quantia superior à devida, razão pela qual pretende, por meio de seu advogado, opor embargos 
à ação monitória. 
Na qualidade de patrono de Juliana, assinale a opção que apresenta a medida adequada a ser 
providenciada. 
 
A) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo 
previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de 
imediato o valor que entende correto, sem necessidade de apresentar o demonstrativo discriminado e 
atualizado da dívida. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
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B) Se Juliana alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar o valor correto da 
dívida. Além disso, independentemente de prévia segurança do juízo, Juliana pode opor embargos à ação 
monitória. 
C) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo 
previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar 
o valor correto da dívida. 
D) Juliana poderá opor embargos à ação monitória, independentemente de prévia segurança do juízo, 
bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de imediato o 
valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. 
 
 
4.3. Ações possessórias 
As ações possessórias encontram previsão tanto no direito civil quanto no processual civil. 
O procedimento das ações possessórias encontra-se no CPC nos artigos 554 a 568. O artigo 
560 do CPC e 1.210 do Código Civil estabelecem o cabimento das ações possessórias são três: 
• Reintegração de posse: no caso de esbulho; 
• Manutenção de posse: no caso de turbação; 
• Interdito proibitório: justo receio/ameaça/violência iminente. 
 
Fungibilidade entre as ações possessórias: o artigo 554 do CPC prevê a chamada 
fungibilidade entre as ações possessórias. Ou seja, no fato de ser proposta uma ação 
possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção 
legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
Possibilidade de cumulação: o artigo 555 do CPC permite que o autor cumule junto ao 
pedido de proteção possessória o de: I - condenação em perdas e danos; e II - indenização dos 
frutos. Além disso, o parágrafo único do art. 555 do CPC refere que o autor pode requerer, ainda, 
imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; e II - 
cumprir-se a tutela provisória ou final. (BRASIL, 2015) 
 Procedimento da ação possessória: 
• Se a ação possessória for ajuizada dentro de 1 ano e dia da turbação ou esbulho 
segue o procedimento especial e tem a liminar própria do artigo 562 do CPC; 
• Se a ação possessória for ajuizada depois de 1 ano e dia da turbação ou esbulho 
segue o procedimento comum. 
 
Previsão do artigo 558 e parágrafo único do CPC: 
 
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Art. 558. Regem o procedimento de manutençãoe de reintegração de posse as normas 
da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou 
do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não 
perdendo, contudo, o caráter possessório. 
 
 
Ação possessória por força nova 
(ajuizada dentro de 1 ano e 1 dia) 
• Segue procedimento especial; 
• Tem a liminar específica do artigo 562 do CPC. 
 
Ação possessória por força velha 
(ajuizada depois de 1 ano e dia) 
• Segue o procedimento comum; 
• Pode ser requerida a tutela provisória (arts. 294 e 
seguintes do CPC). 
 
 
Da natureza dúplice da ação possessória: o réu pode na contestação da ação 
possessória fazer pedido de proteção possessória e indenização, em razão da natureza dúplice 
das ações possessórias, conforme o artigo 556 do CPC: 
 
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação 
ou do esbulho cometido pelo autor. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
13) FGV – 2022 – OAB – 34º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
Pedro possui uma fazenda contígua à de Vitório. Certo dia, Pedro identificou que funcionários de Vitório 
estavam retirando parte da cerca divisória entre as fazendas, de modo a aumentar a área da fazenda de 
Vitório e reduzir a sua. 
Inconformado, Pedro ajuizou ação de interdito proibitório, pelo procedimento especial das ações 
possessórias, com pedido para que Vitório se abstenha de ocupar a área de sua fazenda, bem como 
indenização pelos gastos com a colocação de nova cerca divisória, de modo a retomar a linha divisória 
antes existente entre as fazendas. 
O juiz, entendendo que a pretensão de Pedro é de reintegração de posse, julga procedente o pedido, 
determinando que Vitório retire a cerca divisória que seus funcionários colocaram, bem como indenize 
Pedro em relação ao valor gasto com a colocação de nova cerca divisória. Você, como advogada(o) de 
Vitório, analisou a sentença proferida. 
Assinale a opção que indica corretamente sua análise. 
 
A) O juiz violou o princípio da congruência, pois não é dado ao juiz conceder prestação diversa da 
pretendida pelo autor da demanda. 
B) O pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização deveria ser extinto sem resolução do 
mérito, pois não é lícita a cumulação de pedidos em sede de ações possessórias. 
C) Na hipótese, houve aplicação da fungibilidade das ações possessórias. 
D) Houve inadequação da via eleita, pois a ação cabível seria a ação de demarcação de terras 
particulares. 
 
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4.4. Oposição 
Cabimento: terceiro que pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que 
controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
Partes: terceiro chamado de opoente. Autor e réu do processo principal chamado de 
opostos. 
Procedimento: o opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para 
propositura da ação. 
Conforme o parágrafo único do artigo 683 do CPC, a oposição é distribuída por 
dependência e os opostos serão citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para 
contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o 
opoente. 
Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará 
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. 
Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá 
em primeiro lugar. 
 
5. Juizados especiais 
Previsão legal: Lei n° 9.099/1995, Lei n° 10.259/2001 e Lei n° 12.153/2009. 
• Juizado Especial Cível Estadual – Lei n° 9.099/1995; 
• Juizado Especial Cível Federal – Lei n° 10.259/2001; 
• Juizado Especial da Fazenda Pública – Lei n° 12.153/2009. 
 
Os atos processuais no âmbito dos juizados computam-se somente os dias úteis, 
tal qual previsão do artigo 12-A da Lei n° 9.099/95: 
 
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, 
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática 
de qualquer ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão 
somente os dias úteis. 
 
Não se admite a reconvenção no âmbito dos juizados, mas sim o pedido contraposto: 
 
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Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto 
argüição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação 
em vigor. 
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido 
em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que 
constituem objeto da controvérsia. 
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou 
requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os 
presentes. 
 
A sentença no âmbito dos juizados dispensa o relatório. Além disso, por mais que o pedido 
seja genérico não se admite sentença condenatória por quantia ilíquida. 
O parecer do juiz leigo deve ser submetido ao juiz togado. O juiz tomado pode homologar 
o parecer, proferir outra decisão em substituição ao parecer ou ainda, determinar a 
realização de atos probatórios indispensáveis. 
Conforme o artigo 41 da Lei n° 9.099/95: “da sentença, excetuada a homologatória de 
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado”. O recurso contra a sentença 
é o recurso inominado e não apelação. 
Cabem embargos de declaração no âmbito dos juizados, sendo que os embargos de 
declaração devem ser opostos no prazo de 05 dias e interrompem o prazo para qualquer recurso: 
 
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos 
previstos no Código de Processo Civil. 
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. 
 
Os embargos de declaração podem ser opostos de forma oral ou escrita. O recurso 
inominado somente escrito. 
 
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo 
de cinco dias, contados da ciência da decisão. 
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. 
 
 Resolva a questão a seguir: 
14) FGV – 2022 – OAB – 34º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase 
João Eustáquio, após passar por situação vexatória promovida por Lucia Helena, decide procurar um 
advogado. Após narrar os fatos, o advogado de João Eustáquio promove uma ação indenizatória em face 
de Lucia Helena, no Juizado Especial Cível de Sousa/PB. 
Lucia Helena, devidamente representada por seu advogado, apresenta contestação de forma oral, bem 
como apresenta uma reconvenção contra João Eustáquio. 
João Eustáquio, indignado com tal situação, questiona se é válida a defesa processual promovida por 
Lucia Helena. 
Como advogado de João Eustáquio, nos termos da Lei nº 9.099/95, assinale a afirmativa correta. 
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A) A contestação pode ser apresentada de forma oral, porém não se admitirá a apresentação de 
reconvenção. 
B) A contestação não pode ser apresentada de forma oral, sendo somente permitida de forma escrita. 
Além disso, não se admitirá a apresentação de reconvenção. 
C) A reconvenção pode ser apresentada, prezando pelo princípio da eventualidade, porém a contestação 
deve ser feita de forma escrita. 
D) A contestação pode ser apresentada de forma oral, bem como é cabível a apresentação de 
reconvenção. 
 
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Gabaritos dasquestões: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – C 2 – C 3 – B 4 – D 5 – C 6 – C 7 – C 
8 – A 9 – C 10 – C 11 – D 12 – D 13 – C 14 – A 
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