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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA TENSÃO SUPERFICIAL E CONCENTRAÇÃOMICELAR CRÍTICA Quarto relatório de aula prática da disciplina de Físico-Química experimental para o curso de Farmácia. Docente:Prof. Dr. Martin Barbosa Discentes: Alberto Augusto, Márcia Cassia e Rômulo Margarida. Goiânia 2024 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO……………………………………………………………………3 1.1 Tensão superficial…………………………………………………….………..3 1.2 Tensão micelar crítica …………………………………………….…………..3 2.OBJETIVOS……………………………………………………………………….4 2.1 Objetivos gerais (Tensão superficial)…………………………………….….4 2.2 Objetivos específicos ………………………………………………………....4 2.3 Objetivos gerais (Concentração micelar crítica)…………………………....4 2.4 Objetivos específicos……………………………………………………….…4 3.MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………………………5 4.RESULTADO E DISCUSSÃO…………………………………………….……..5 4.1 Tensão superficial……………………………………………………….……..5 4.2 Concentração micelar crítica……………………………………………...…8 5.CONCLUSÃO……………………………………………………………………13 5.1 Tensão superficial……………………………………………...…………….13 5.2 Concentração micelar crítica……………………………………………….13 6. REFERÊNCIAS ………………………………………………………………...14 2 1.INTRODUÇÃO 1.1 Tensão superficial A tensão superficial é um fenômeno físico-químico, no qual, se pode observar a interface entre um líquido e um gás, ou entre dois líquidos imiscíveis, onde vai ser descrito a tendência das moléculas na superfície de um líquido se comportarem de diferentes maneiras das moléculas presentes no interior do líquido, formando uma “camada” com propriedades diferentes (DICKINSON, 2015; MURPHY, 2020). Em níveis moleculares, a tensão superficial vai ocorrer pelas forças coesivas entre as moléculas de um líquido. As moléculas na superfície encontram uma força resultante das diferentes moléculas internas, devido a não possuírem moléculas do lado externo para interagir, com isso, resultam em uma força que apresenta a tendência de minimizar a área superficial do líquido. Essa diferença de força resulta na formação de uma camada superficial resistente a expansão (MULLER, 2018). A importância da tensão superficial pode ser encontrada em fenômenos como a capilaridade, onde pode ocorrer dos líquidos subirem ou descerem em tubos finos devido a interação entre tensão superficial e as forças adesivas entre o líquido e o material do tubo (LIMA & NUNES, 2021). É importante ressaltar que a tensão superficial desempenha um papel importante em processos biológicos e químicos, desde a formação de membranas celulares até a eficácia de detergentes e agentes umectantes (Silva et al.,2019). 1.2 Concentração micelar crítica A tensão micelar crítica vai descrever a concentração mínima de surfactante necessário para formar micelas em soluções. Esse fenômeno acontece quando a concentração de surfactantes no sistema atinge um ponto no qual as moléculas surfactantes começam a se organizar de maneira espontânea em agregados denominados micelas. Dessa forma, a adição de mais surfactante não tem a capacidade de aumentar de maneira significativa a formação de micelas, mas pode influenciar em suas propriedades (KLAUSNER & LAGRESE, 2019). 3 As micelas apresentam uma camada externa hidrofílica e um núcleo hidrofóbico, o que permite a solubilização de substâncias apolares ( RUSSELL et al, 2018). Esse comportamento é essencial em processos industriais e biológicos para a formação de detergentes, emulsificação e transporte de moléculas para sistemas biológicos ( BOWEN, 2020). A tensão micelar crítica é uma propriedade crítica, no qual define a eficácia dos surfactantes em processos de limpeza e emulsificação. Quando a concentração de surfactante ultrapassa a tensão superficial crítica, as micelas se formam de maneira estável e a solução vai ter atingido a fase de equilíbrio entre o surfactante livre e o surfactante associado às micelas ( GONZALES & MARTINEZ, 2022). A determinação da TMC pode ser feita através de métodos experimentais, como a medição de condutividade elétrica, tensão superficial e espectroscopia de fluorescência (MORRIS et al., 2021). 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivos gerais (Tensão superficial) ● Medir a tensão superficial relativa de líquidos puros e de soluções e verificar o efeito de algumas substâncias sobre a tensão superficial da água. 2.2 Objetivos específicos ● Medir a tensão superficial de líquidos puros e de soluções, determinando a tensão superficial de líquidos individuais como, água e de soluções como álcool etílico, detergente e NaCl. ● Comparar a tensão superficial dos diferentes líquidos e soluções. ● Verificar o efeito de algumas substâncias sobre a tensão superficial da água, analisando como o álcool etílico, detergente e NaCl influenciam a tensão superficial da água e sua capacidade de alterar a capacidade da água de formar gotas e consequentemente a tensão superficial. 2.3 Objetivos gerais (Concentração micelar crítica) ● Determinar a concentração micelar crítica de uma solução de lauril sulfato de sódio. 2.4 Objetivos específicos ● Medir a condutância de uma solução de lauril sulfato de sódio em diferentes concentrações. ● Plotar um gráfico de condutância molar versus concentração do tensoativo. 4 ● Interpretar os resultados para entender o efeito da formação de micelas na condutância da solução. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Idem à apostila. 4. RESULTADO E DISCUSSÃO 4.1 Tensão superficial Neste experimento, foi produzido uma prática simples para desenvolver um assunto amplo. Foram utilizados 8 sistemas de diferentes composições no qual foi calculado as suas respectivas tensões superficiais em uma temperatura ambiente de 25°C. Inicialmente, foi contado a quantidade de gotas de água que caíram em 2 mL (volume este, usado para todos os outros sistemas), para usar como substância padrão nos cálculos de tensão superficial. Dessa forma, foi obtido um total de 44 gotas observadas na prática e para os outros grupos 31, 33 e 35; os valores da quantidade de gotas dos outros discentes são relevantes para este relatório pois os sistemas formados pela mistura de álcool e água foram divididos entre a turma e foi utilizado suas medidas para calcular essa etapa. Outro fator importante para o desenvolvimento da discussão é o valor da tensão superficial da água, para este relatório foi utilizado essa medida para prosseguir com todos os cálculos e ela corresponde, na literatura, a cerca de 71,97 mN/m. Assim, foi organizado a quantidade de gotas de cada sistema (tabela 1) dando continuidade nos cálculos. Sistemas Quantidade de Gotas Quantidade de gotas da água 1 (90%H₂O / 10%Etanol) 46 33 2 (70%H₂O / 30%Etanol) 91 44 3 (50%H₂O / 50%Etanol) 114 44 4 (30%H₂O / 70% Etanol) 82 35 5 (15%H₂O / 85% Etanol) 79 35 6 Etanol 84 31 5 7 Lauril (0,5%) 86 44 8 Solução NaCl (5%) 30 31 Tabela 1. Quantidade de gotas contadas para cada sistema. Fonte: Autoral, 2024 Uma medida utilizada para calcular a tensão superficial dos sistemas é a densidade das substâncias. Para a água, etanol, lauril e a solução de cloreto de sódio (NaCl), as densidades foram fornecidas pelo docente (tabela 2); já para as misturas entre água e etanol (sistema 1 à 5), foi calculado através da média ponderada considerando a densidade e proporção de cada substância. ● p= [ (0,995 g/cm³ * 90 mL) + (0,791 g/cm³ * 10 mL)] ÷100∴ p = 0,974 g/cm³ Sistemas Densidade (g/cm³) * Água 0,995 1 0,974 2 0,933 3 0,893 4 0,852 5 0,821 6 0,791 7 0,994 8 1,031 Tabela 2. Densidade das substâncias. Fonte: Autoral, 2024 A partir das medidas descritas, foram realizados os cálculos e organização a tensão superficial (γ) dos sistemas (tabela 3) pela relação entre a densidade e número de gotas observadas entre um sistema e a água pura (A). 6 ● γᵦ = 71,97 mN/m÷ [(0,995 g/cm³* 46)÷(0,974 g/cm³* 33)]∴ γᵦ = 50,54 mN/m Sistemas Tensão superficial (mN/m) * Água 71,97 1 50,54 2 32,63 3 24,93 4 26,30 5 26,31 6 21,11 7 36,78 8 77,05 Tabela 3. Tensão superficial dos sistemas em nN/m. Fonte: Autoral, 2024 Analisando ossistemas da água pura e etanol, pode ser encontrado uma grande variação entre as medidas de tensão superficial; essa discrepância se deve pela diferença entre as estruturas moleculares e forças intermoleculares das substâncias. A água apresenta um alto valor de tensão superficial (71,97 mN/m) oriundo da capacidade das moléculas formarem em média até três ligações de hidrogênio com as outras moléculas de água; essas ligações são interações fortes e direcionadas, o que cria uma alta força atrativa entre as moléculas. Já o etanol apresenta uma valor de tensão superficial, na literatura, de aproximadamente 21,97 mN/m à 25°C, essa medida é relativamente próxima da encontrada experimentalmente (21,11 mN/m); esse baixo valor de tensão comparado à água se deve, principalmente, pelas interações intermoleculares entre o etanol serem menos intensas já que a molécula apresenta apenas um grupo hidroxila, logo a força atrativa no etanol se torna menos eficaz. Quando é observado os valores da tensão superficial dos sistemas 1 à 5, é possível notar que ocorre uma diminuição à medida que a proporção de etanol é aumentada nas misturas. Essa tendência se deve pela atuação do etanol como um tensoativo, interferindo nas forças coesivas fortes entre as moléculas de água na 7 superfície da mistura e formando ligações de hidrogênio menos eficazes, o que resulta na diminuição da tensão superficial da mistura. O laurilsulfato de sódio (lauril) e a solução de cloreto de sódio são compostos iônicos que afetam diretamente a tensão superficial quando dispostos em uma solução aquosa. O cloreto de sódio (NaCl) quando dissolvido em água, se dissocia em íons de sódio (Na⁺) e cloreto (Cl⁻) que se distribuem e interagem com as moléculas de água através de forças eletrostáticas, os cátions são atraídos pela porção negativa da molécula de água e os ânions pela porção negativa; essa interação interfere nas forças intermoleculares e modifica a estrutura da camada superficial, diminuindo as forças coesivas entre as moléculas de água e, consequentemente, alterando a tensão superficial. Essa alteração é, dependendo da concentração dos íons, levemente reducional, porém neste experimento houve uma aumento do valor da tensão superficial (77,05 mN/m); esse erro na medida deve ter sua origem, provavelmente, durante a prática, nos cálculos experimentais ou até na calibração e desempenho dos equipamentos utilizados no laboratório. Para o sistema do lauril, observa-se uma drástica redução do valor de tensão superficial quando comparado com a água (de 71 mN/m para 36 mN/m), essa diminuição ocorre devido ao comportamento da substância como um surfactante. A molécula do laurilsulfato de sódio é anfifílica, apresentando uma longa cadeia de carbonos como sendo a porção hidrofóbica e o grupo sulfato como a porção hidrofílica; essa molécula fica adsorvida na superfície entre a água e o ar atmosférico, com a cadeia hidrofóbica orientada para fora do líquido e o grupo hidrofílico em direção à água. Dessa forma, as cadeias de carbono interferem nas ligações de hidrogênio e interrompem as forças atrativas entre as moléculas de água na superfície, o que resulta na redução da tensão superficial da solução. 4.2 Concentração micelar crítica Para determinar a concentração micelar crítica (CMC), realizou-se neste experimento um teste trabalhando com a condutividade elétrica de cada sistema pela concentração do tensoativo laurilsulfato de sódio (lauril). Dessa forma, para realizar o objetivo deste relatório, primeiramente encontrou-se algumas medidas que irão proporcionar a ilustração gráfica da CMC; dentre elas, estão a condutividade molar e a raiz quadrada da concentração do surfactante. 8 Foram realizados 20 sistemas com diferentes concentrações de lauril para determinar a concentração micelar crítica. Inicialmente, começou-se com 160 mL de água destilada e adicionamos 2 mL do tensoativo a cada etapa do experimento, de forma que o volume total do sistema atingisse 200 mL. Assim, além dos volumes deste experimento, mediu-se a condutividade elétrica em cada etapa do sistema e determinou-se os seguintes dados (tabela 4). Volume adicionado do tensoativo (mL) Volume total (mL) Condutividade elétrica (mS/cm) 2 162 0,083 4 164 0,154 6 166 0,23 8 168 0,288 10 170 0,342 12 172 0,385 14 174 0,434 16 176 0,474 18 178 0,514 20 180 0,548 22 182 0,576 24 184 0,608 26 186 0,632 28 188 0,664 30 190 0,68 32 192 0,708 34 194 0,741 36 196 0,763 38 198 0,786 9 40 200 0,802 Tabela 4. Volumes adicionados e total e condutividade elétrica do experimento. Fonte: Autoral, 2024 A partir dos volumes e da condutividade encontrados, determinou-se a concentração do surfactante e prosseguiu com o objetivo. Assim, usou-se a concentração conhecida da solução-estoque de lauril, cerca de 0,08 mol/L, e os volumes calculados para determinar a concentração do tensoativo. ● C ₑ = (0,08 mol/L * 2 mL) ÷ 162 mL ∴ C ₑ = 0,00098765 mol/L ● C¹⁄₂ = √0,00098765 ∴ C¹⁄₂ = 0,031426 mol/L Além da concentração do tensoativo, prosseguiu-se com a raiz quadrada dessa medida para facilitar a visualização do dado e sua análise gráfica. Tendo essas medidas, calculou-se a condutividade molar para cada um dos sistema, utilizando a condutividade elétrica encontrada e a concentração do tensoativo, a partir da fórmula abaixo e organizou-se os dados (tabela 5) necessários para a ilustração do gráfico que apresenta a concentração micelar crítica deste experimento. ● Λ = 0,083 mS/cm ÷ 0,00098765 mol/L ∴ Λ = 84,0375 mS*cm²/mol Concentração do tensoativo (mol/L) Raiz quadrada da concentração (mol/L) Condutividade molar (mS*cm²/mol) 0,00098765 0,031426 84,0375 0,00195121 0,044172 78,925 0,00289156 0,053773 79,54166667 0,0038095 0,061721 75,6 0,00470588 0,068599 72,675 0,00558139 0,074708 68,97916667 10 0,00643678 0,080229 67,425 0,00727272 0,085280 65,175 0,00808988 0,089943 63,53611111 0,00888888 0,094280 61,65 0,00967032 0,098337 59,56363636 0,01043478 0,10215 58,26666667 0,01118279 0,10574 56,51538462 0,0119148 0,10915 55,72857143 0,0126315 0,11239 53,83333333 0,0133333 0,11547 53,1 0,0140206 0,11840 52,85073529 0,0146938 0,12121 51,92638889 0,0153535 0,12390 51,19342105 0,016 0,12649 50,125 Tabela 5. Concentração de condutividade molar dos sistemas. Fonte: Autoral, 2024 Com as medidas da concentração e da condutividade molar, construiu-se a ilustração gráfica (gráfico 1) deste experimento, determinou-se a concentração micelar crítica e deu-se continuidade com a discussão sobre as extrações feitas. Gráfico 1. raiz da concentração x condutividade molar. Fonte: autoral, 2024 Percebe-se que neste gráfico, a linha vermelha representa a região de 11 eletrólito forte - a qual corresponde a faixa onde as moléculas do tensoativo estão dissociadas na solução, mas não formam micelas - e a linha azul indica a região micelar - correspondente a faixa onde o surfactante começa a formar micelas após atingir a concentração micelar crítica -; diante disso, temos que a CMC deste experimento acontece com a raiz da concentração em torno de 0,0617 mol/L, o que representa uma concentração de 0,003809 mol/L do laurilsulfato de sódio. Assim, abaixo dessa concentração, as moléculas do tensoativo estão dissociadas como monômeros na solução e a partir deste valor as moléculas começam a se agrupar e formar micelas. À medida que a concentração do tensoativo aumenta, a condutividade molar do sistema tende a diminuir. Esse fenômeno acontece pois, em baixa concentrações as moléculas do surfactante se dissociam em lauril sulfato e íons de sódio que promovem a condutividade elétrica na solução; no entanto, quando a concentração atinge a CMC, as moléculas do tensoativo formam micelas com os íons lauril sulfato e isso acarreta na redução de íons livres no sistema, o que, por conseguinte, diminui a condutividade molar, já que a contribuição das micelas para a condutividade é baixa. Para além da determinação da concentraçãomicelar crítica, realizou-se a regressão linear da região de eletrólito forte e comparou-se com a lei de Kohlrausch para extrair os parâmetros da constante de Kohlrausch e a condutividade molar em diluição infinita ou condutividade molar limite. A regressão linear da faixa do eletrólito foi determinada por um programa computacional e extraiu os seguintes valores para o coeficiente angular e linear, respectivamente, -247,199 e 91,335. A partir da fórmula citada, temos que o valor da condutividade molar limite corresponde a 91,335 mS*cm²/mol, isso significa que se o sistema fosse diluído consecutivas vezes até atingirmos uma concentração baixa do eletrólito e os íons estivessem totalmente dissociados sem interagirem, a condutividade molar para essa solução converge para o valor referido. Já a constante de Kohlrausch condiz com o valor de 247,119; essa medida está relacionada com a estequiometria do eletrólito e como os íons interferem entre si e prejudicam a mobilidade. 12 5. CONCLUSÃO 5.1 Tensão superficial Ao longo do experimento é possível perceber como diferentes substâncias podem influenciar na tensão superficial da água e de soluções. Foi observado que a água pura possui uma alta tensão superficial devido às suas fortes ligações de hidrogênio entre as suas moléculas. A adição de etanol na água resulta em uma diminuição gradual da tensão superficial, dado que o etanol vai atuar como um tensoativo, que vai reduzir as forças coesivas entre as moléculas de água. Os resultados experimentais demonstram que o etanol possui uma tensão superficial significativamente menor que a água (ocorre porque o etanol tem uma menor capacidade de formar ligações de hidrogênio eficazes). Quando este é misturado em diferentes proporções com água, ocorre uma redução da tensão superficial das soluções graças à ação do etanol, demonstrando o seu papel de influenciar nas interações coesivas da água. O laurilsulfato de sódio apresentou uma capacidade de reduzir a tensão superficial da água, devido a sua estrutura anfifílica que interrompe as ligações de hidrogênio na superfície da água, o que vai diminuir as forças atrativas entre as moléculas. Ao analisar o NaCl era esperado que ele promovesse uma redução da tensão superficial, entretanto, ele apresentou um aumento anômalo na tensão superficial. Essa reação pode ter ocorrido devido a possíveis erros experimentais (cálculos, falhas de calibração ou desempenho de equipamentos). De acordo com os presentes resultados experimentais, é possível concluir que o etanol, laurilsulfato de sódio e NaCl, tem influência na tensão superficial da água. O etanol e o Laurilsulfato de sódio podem reduzir a tensão superficial, devido às suas características tensoativas e estruturas moleculares específicas, enquanto o NaCl, inesperadamente aumentou a tensão superficial, possivelmente devido a erros experimentais. 5.2 Concentração micelar crítica 13 A partir do experimento realizado, a determinação da concentração micelar crítica para o laurilsulfato foi realizada pela intersecção das retas da região de eletrófilo forte e região micelar. O valor obtido foi cerca de 0,0038 mol/L. Dessa forma, observa-se que a medida encontrada para a CMC é baixa se comparada com o valor encontrado na literatura científica, cerca de 0,008 mol/L. Com os resultados obtidos, percebeu-se que a concentração do laurilsulfato influencia inversamente na propriedade da condutividade elétrica, à medida que a concentração aumenta, a condutividade diminui. Esse fenômeno pôde ser explicado pelas características estruturais da molécula e de suas propriedades químicas. A molécula de laurilsulfato se dissocia em íons que produzem corrente elétrica; quando a concentração deste tensoativo aumenta, suas cadeias de lauril sulfato formam micelas que interferem na quantidade de íons livres e na condutividade do sistema. Assim, tem-se que a concentração micelar crítica influencia nas propriedades físico-químicas das soluções e o domínio sobre essa aplicação pode ser crucial para desenvolver sua aplicação prática em diversas áreas. 6. REFERÊNCIAS BOWEN, B. Surfactant Science and Technology. 2. ed. Springer, 2020. DICKINSON, E. Colloidal and Surface Chemistry. Cambridge University Press, 2015. GONZALEZ, P.; MARTINEZ, L. Micellar Systems and Applications. Journal of Surfactant and Detergents, v. 25, n. 3, p. 293-305, 2022. KLAUSNER, M.; LAGRESE, D. Critical Micelle Concentration: Principles and Practice. Wiley, 2019. LIMA, A. M.; NUNES, C. F. Capillary Action and Surface Tension. Journal of Physical Chemistry, v. 125, n. 14, p. 1234-1241, 2021. MORRIS, T., et al. Methods for Determining Critical Micelle Concentration. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v. 619, p. 91-102, 2021. MULLER, M. Introduction to Surface Chemistry. Wiley, 2018. 14 MURPHY, K. Surface Tension in Liquids. Annual Review of Physical Chemistry, v. 71, p. 1-20, 2020. RUSSELL, A., et al. Introduction to Colloid and Surface Chemistry. 3. ed. Oxford University Press, 2018. SILVA, J. R., et al. The Role of Surface Tension in Detergent Effectiveness. Chemical Reviews, v. 119, n. 12, p. 8125-8140, 2019. 15