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PROVA 1 - PSIQUIATRIA Exame psíquico - Atenção - direção da consciencia, estado de concentração da atividade mental. • Tenacidade - capacidade de manutenção da atenção. • Concentração - capacidade de manutenção da atenção voluntária em processos internos do pensamento ou em alguma atividade mental (ex: tirar 7 de 100 seguidas vezes). • Vigilância - capacidade de mudança do foco da atenção. - Orientação - capacidade de situar-se • Autopsiquica - em relação a si mesmo. • Halopsíquica - em relação ao mundo. - Linguagem - maneira com a qual a pessoa se comunica, pode ser verbal ou não verbal - Humor - estado de animo, estado emocional basal e difuso de uma pessoa, é mais constante. - Afeto - forma como o indivíduo mostra seu humor ou como se comporta diante de uma vivência carregada de sentimentos e emoções. - Pensamento - é o processo de pensar • Forma - estrutura básica do pensamento, como as ideias se conectam, se tem lógica. • Curso - como o pensamento flui, sua velocidade e ritmo • Conteúdo - o tema. - Sensopercepçao - é a tomada de consciência de um estimulo sensorial gerada por fator fisico, químico ou biológico que produz alterações nos órgãos perceptores. • Ilusão - percepção deformada de um objeto real e presente. • Alucinação - classe de sintoma psicótico: percepção de um estímulo inexistente ou não percepção de um estímulo real (alucinação negativa). Secundária a uma alteração bioquímica cerebral. Não é questionável. Se referem sempre a percepções ligadas aos cinco sentidos: tátil, gustativa, visual, auditiva ou olfatória. - A mais comum é auditiva, podem ocorrer alucinações senestésicas (sensacao anormal no corpo - cérebro encolhendo) ou sinetesicas (sensacoes alteradas de movimentos do corpo). • Alucinose - percepção da alucinação como patológica pelo paciente. • Pseudoalucinacao - pensamentos intensos que ganham sensorialidade. - Juízo - capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa. • Delírio - juízo patologicamente falseado. É um tipo de sintoma psicótico: alteracoes do conteúdo do pensamento com a perda da capacidade de julgar os acontecimentos como reais ou irreais. É uma estrutura psíquica que é incompreensivel, impenetrável e irremovivel para quem escuta. - Delírio primário - surge sem um estado de ânimo que o justifique e apresenta incompreensibilidade psicológica, normalmente seu tema tem relação com a situação de vida de quem o tem. Impenetravel, irremovivel. - Delírio secundário - é a ideia deliroide. Deriva de um estado de ânimo particular. É secundário a uma alteração de humor, estado que poderia ser distimia, depressão, angustia ou desconfiança. (Ex.: delírio de ruina para o deprimido; delírio de grandeza para o maníaco). É penetrável e removível (é possível questionar o paciente e ele se questionar a partir disso). - Conteúdos mais frequentes dos delírios: percepção delirante (perceber algo normal e interpretar de forma delirante), delírio persecutório, delírio de grandeza, delírio de referencia (interpreta fatos cotidianos relacionando-os a ele), delírio de culpa, delírio de ruína, delírio de relação, delírio erótico, delírio religioso, delírio de infestação. Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC - É um tipo de transtorno neurótico de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos. • Pensamentos obsessivos são sentimentos, ideias e sensações intensivas que invadem o pensamento da pessoa de forma intrusiva e indesejada, trazendo ansiedade ou sofrimento. • Compulsão é um comportamento ou ato mental consciente, estereot ipado e recorrente que visa aliviar a ansiedade causada pelos pensamentos obsessivos. - Pacientes com TOC geralmente não percebem o caráter irracional da obsessão/compulsao e os hábitos interferem na rotina normal do indivíduo. - Epidemiologia: quarto diagnostico mais comum, acomete ambos os géneros igualmente, porem na adolescência acomete mais homens, sendo a idade média de inicio 20 anos. Pacientes com TOC geralmente são acometidos por outros transtornos mentais. Geralmente se associa a algum acontecimento estressante. - Etiologia - Fatores biológicos: principal neurotransmissor envolvido é a serotonina e as principais áreas acometidas, o córtex frontal, gânglios basais e cíngulo. Há genes específicos que predispõem a maior vulnerabilidade. - Fatores comportamentais: obsessões são estímulos condicionados, sendo geradas a partir de um estimulo neutro que se associa a uma sensação de medo ou ansiedade, se tornando evento nocivo ou ansiogênico. As compulsões são estabelecidas com a Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o "stress" e transtornos somatoformes - CID - Transtornos fóbico-ansiosos - Transtornos fóbico-ansiosos - Outros transtornos ansiosos - Transtorno obsessivo-compulsivo - Reações ao "stress" grave e transtornos de adaptação - Transtornos dissociativos [de conversão] - Transtornos somatoformes - Outros transtornos neuróticos descoberta de uma ação ou ato mental que alivia a ansiedade e se fixa a padrões aprendidos. - Fatores psicossociais: a maioria não apresenta traços pré-mórbido, mas 15-35% dos pacientes apresentam traços de personalidade. - Mecanismos de defesa exacerbados no transtorno: isolamento e formação reativa. - Formação reativa: substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente, do verdadeiro desejo. Sao desenvolvidas, em primeiro lugar, na infancia. Não é algo construído, é inconsciente. - Isolamento: protege a pessoa dos afetos e impulsos gerados pela ansiedade. - Critérios diagnósticos do CID-10 - Todos os critérios devem estar presentes. - Compulsões ou obsessões presentes na maioria dos dias, por um período de pelo menos duas semanas. - São reconhecidas como originando-se da mente do paciente e não impostas por pessoas ou influências externas; - São repetitivas e desagradáveis devendo estar presente pelo menos uma obsessão ou compulsão reconhecida como excessiva e irracional; - O paciente tenta resistir a elas, mesmo que minimamente, existindo pelo menos uma obsessão ou compulsão à qual resiste sem sucesso; - A vivência das obsessões ou a realização dos atos compulsivos não são prazerosos (distinguir do alívio de ansiedade). - Causam angústia ou interferem no funcionamento social ou individual usualmente pela perda de tempo. - Não são o resultado de outros transtornos mentais - Quadro clínico - Tipos de obsessão e compulsão: obsessão de contaminação seguida por compulsão de lavagem e esquiva de objetos é a mais comum. A compulsão de duvida seguida pela compulsão de verificação é a segunda mais comum. A terceira mais comum são pensamentos obsessivos meramente intrusivos sem compulsão. Em quarto lugar vem a obsessão de simetria seguida por compulsão de lentidão. - Fenômenos sensoriais podem acontecer e são aliviados compulsão. Sensações auditivas ou táteis. - Capacidade crítica: a maioria dos pacientes tem insight sobre o problema, tem vergonha da compulsão (egodistônico), mas não conseguem controlar. Há responsabilidade pessoal exagerada, hipervalorizacao dos pensamentos, preocupação excessiva com a importância de controlar os pensamentos, perfeccionismo. - Diagnostico diferencial: tiques, epilepsia, Síndrome Tourette, outras condições psiquiátricas, hipocondria, transtorno depressivo maior, mas, principalmente, esquizofrenia (pouco insight e sintomas psicóticos), transtorno de personalidade obsessiva compulsiva (anancástica), e fobias. - Curso e prognóstico: inicio súbito em metade dos pacientes, sendo após acontecimentos estressantes (morte de parentes, problema sexual, gravidez). O curso da doença geralmente é longo, podendo ser flutuante ou constante. Há melhora moderada nos sintomas em mais da metade dos pacientes e risco de desenvolvimento de transtorno depressivo maior. - Fatores de pior prognóstico:início na infancia, compulsões bizarras, necessidade de hospitalizacao. - Tratamento: - Farmacológico: • Primeira escolha: inibidores seletivos da recaptacao da serotonina (fluoxetina) ou antidepressivos tricíclicos (inibidor da recaptacao de serotonina e noradrenalina). • Segunda escolha: inibidores da monoamina oxidase (IMAO). • Pode haver associação em pacientes com quadros psicopatológicos comórbidos: - Se ansioso - ansiolítico - Se deprimido - lítio (estabilizador de humor) - Se tiques ou delirante - neuroléptico - Psicoterapia EXAME PSÍQUICO Atenção DISTRAÇAO Superconcentração da atenção em determinado conteúdo em detrimento de todo o resto. Hipertenacidade e hipovigilância. Orientação Sem alteraçoes Linguagem PERSEVERAÇÃO Repetição automática de palavras ou trechos de frases (retorno a assuntos). Humor ANSIOSO Afeto CONGRUENTE COM O HUMOR, ANSIOSO Pensamento Forma OBSESSIVA Conteúdo absurdo, repetitivo e indesejado. Curso BRADIPSIQUISMO Lentificacao do pensamento Conteudo PREDOMÍNIO DE IDEIAS DE RUINA OU CULPA Sensopercepcao Sem alteraçoes Juízo Sem alteraçoes Transtorno de personalidade anancástica - É caracterizado por preocupações exageradas com regra, controle, horarios, detalhes, perfeccionismo. Em geral são discretos em suas manifestações emocionais e sentem-se desconfortáveis com demonstrações exuberantes de afeto. Rígidos e inflexíveis com questões morais. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer. Incapacidade de desfazer-se de objetos. Tendem a ser atormentados por duvidas e indecisoes. Principais características são o perfeccionismo e rigidez interpessoal. Suas atitudes e comportamentos são percebidos como corretos e de acordo com as normas internas e ideias do indivíduo (egosintônico). Não apresenta comprometimento significativo da sua eficácia social e ocupacional. Transtorno conversivo - De acordo com o DSM-V, o transtorno conversivo é um transtorno somatoforme caracterizado por um salto do psíquico para o orgânico com um ou mais sintomas neurológicos que não podem ser explicados por um transtorno neurológico conhecido. Além disso, o diagnóstico requer fatores psicológicos que estejam relacionados ao início ou exacerbação de sintomas. - Epidemiologia: predomina em mulheres, quando em homens, se associam a acidentes militares ou ocupacionais. Mais comum em adolescentes ou adultos jovens e populações com menor nível socioeconomico. Associa-se a outros diagnósticos comorbidos como transtorno depressivo maior, transtornos de personalidade histriônica. Tem inicio associado a stress ou trauma. - Etiologia: - Teoria psicanalítica: tem uma relação simbólica com um conflito inconsciente. É causado pela repressão de um conflito intrapsiquico inconsciente seguida da conversao da ansiedade em sintomas físicos. O conflito é entre um impulso instintivo e proibição da sua expressao. O sintoma físico permite a expressão parcial do desejo ou da necessidade proibida e o disfarce. Esse transtorno permite que o paciente manifeste sua necessidade de consideracao e tratamentos especiais. - Teoria do aprendizado: os sintomas são percebidos e aprendidos na infância e, entao, invocados inconscientemente como forma de lidar com uma situação. - Fatores biológicos: Hipometabolismo no hemisfério dominante, hipermetabolismo no hemisfério não dominante, prejuízo na comunicação intrahemisférica. Sintomas podem ser causados por ativação cortical excessiva, que inibe alcas de feedback negativo entre córtex e formação reticular do tronco. - Quadro clínico: - Paralisia, cegueira e mutismo são os mais comuns. - Sintomas motores: fraqueza, paralisia, paresia, movimentos anormais (tremores), distúrbios da marcha (marcha atáxica cambaleante com movimentos grosseiros é a mais comum), distonia (contracoes involuntárias e espasmos). Reflexos permanecem normais, movimentos tendem a piorar quando chama-se a atenção para eles, EEG normal. - Sintomas sensoriais: parestesia, anestesia, surdez, cegueira, visao em túnel. Reflexo fotomotor normal, não há acidentes em cegueira. - Sintomas convulsivos: pseudoconvulsoes. - Sintomas psicológicos: • Ganho primário - ao manter os conflitos internos fora de sua consciência o paciente já tem ganho. Os sintomas tem valor simbólico e representam o conflito interno inconsciente. • Ganho secundário - como resultado de estar doente, há possibilidade de serem auferidos benefícios, como folga do trabalho, dispensa de situações difíceis. • La belle indiferénce - ausência de preocupação acerca das implicações dos sintomas manifestados. • Identificação - molde dos proprios sintomas de maneira inconsciente a partir dos sintomas de outra pessoa que seja importante. - Diagnostico: - Um ou mais sintomas de função motora ou sensorial alterada - Não pode ser bem explicado por outro transtorno mental - Causa sofrimento e prejuízo funcional - Especificar se é episódio agudo, persistente e se tem estressor psicológico relacionado. - Diagnostico diferencial visa descartar causas orgânicas (tumor, demencias, miastenia graves, HIV, esclerose múltipla, neurossífilis), outros transtornos psiquiátricos (transtorno de ansiedade, transtorno depressivo). - Diferenciar entre transtorno factício e simulação. - No transtorno conversivo a motivação é inconsciente, sintomas também e a finalidade é resolução de transtorno psíquico. - Na simulação, a motivação é consciente, a manifestação do sintoma também e a finalidade é um ganho externo. - No transtorno factício, a motivação é inconsciente, os sintomas conscientes e a finalidade é permanecer na posição de doente. - Curso e prognóstico: a quase totalidade dos pacientes tem resolução de sintomas em menos de um mês e 75% não tem outras crises. Sinais de bom prognostico incluem a ausência de outros transtornos psiquiátricos, inicio súbito e com fator estressor relacionado. - Terapia de apoio orientada para o insight para que o paciente identifique o conflito e o simbolismo associada a terapia comportamental para desenvolvimento de técnicas com o objetivo de contornar os sintomas. - Ansiolíticos podem ser utilizados. Transtornos psicóticos - Os sintomas psicóticos prevalecem nesse grupo de transtorno, podendo haver sintomas de humor associados. Há muito maior demora para remissão dos sintomas psicóticos e estes são os primeiros a surgir. - Tipos de transtornos psicóticos: - Esquizofrenia: existem 6 tipos com tipos diferentes de manifestações, prognóstico. - Transtorno psicótico breve - Transtorno esquizofreniforme - Transtorno delirante persistente EXAME PSÍQUICO Atenção HIPOPROSEXIA Redução global da atenção Orientação DESORIENTAÇÃO HISTÉRICA Geralmente associada a quadros de alterações da consciência com dissociação. Linguagem BRADIFASIA Lentidão na fala e linguagem infantilizada Humor PUERILIDADE Humor com aspecto infantil, regredido Afeto INDIFERENTE Incongruente com o humor Pensamento Forma Sem alteraçoes Curso BRADIPSIQUISMO Lentificacao do pensamento Conteudo REFERÊNCIAS PROJETIVAS Prevalência de uso do mecanismo de defesa projeção Sensopercepcao Sem alteraçoes Juízo Sem alteraçoes Sintomas psicóticos - Delírio - Alucinação - Alterações psicomotoras intensas também são consideradas sintomas psicóticos - estupor (perda da capacidade voluntária de qualquer movimento), extrema agitação psicomotora, auto ou heteroagressividade,… - Não existe qualquer alteração neurológica que se relacione a esse tipo de alteração psicomotora, mas existem desequilíbrios bioquímicos. - Perda progressiva do afeto - afeto embotado (perda total do afeto). - Perda progressiva da capacidade laborativa, social e acadêmica - a psicose cronica causa perda, em maior ou menor escala, da vida civil. - Fragmentação do pensamento - o psicótico tem comportamentos desconexos. - Adoção de comportamentos bizarros - comportamentos estereotipados no curso de um movimento normal ou comportamentos ainda maisestranhos (guardar lixo,..). Esquizofrenia - A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. É uma psicose crônica idiopática, aparentando ser um conjunto de diferentes doenças com sintomas que se assemelham e se sobrepõem. A esquizofrenia é de origem multifatorial onde os fatores genéticos e ambientais parecem estar associados. - Epidemiologia: Atinge 1% da população com incidência e prevalência semelhante nas diversas regiões do mundo. É igualmente prevalente entre homens e mulheres, sendo que o pico dos homens é mais precoce (15-25 anos) e mulheres tem dois picos, um dos 25-35 anos e outro na meia-idade. Homens tem maior apresentacao de sintomas negativos e mulheres melhor prognostico. Baixo nível socioeconomico esta relacionado à doença. A esquizofrenia predispõe a morte por acidentes e suicício. - Tabagimo: 75% dos pacientes são tabagistas, porque o tabagismo diminui a intensidade dos sintomas positivos. - Etiologia: modelo da diatese-estresse afirma que o indivíduo tem vulnerabilidade biológica especifica (diátese), que, ao ser ativada por situação de estresse, permitiria o desencadeamento dos sintomas. Independente do modelo teorico, todas as abordagens psicodinamicas partem do principio que os sintomas psicóticos tem um sentido. A etiologia pode ser explicada por fatores genéticos (heterogêneos - pode se dizer que há influencia familiar), fatores neurobiológicos (que englobam a hipótese da dopamina, hipótese do glutamato e influencias da serotonina e noradrenalina) e fatores psicossociais (defeito no ego afeta interpretação da realidade e controle dos impulsos internos, que resulta em distorções do ambiente e pessoas. Vários sintomas tem significado simbólico para o paciente.). - Hipótese da dopamina: hiperatividade na via mesolímbica e hipoatividade na via mesocortical, gerando sintomas positivos ou negativos. - Vias dopaminérgicas: • Mesolímbica - parte do mesencéfalo e projeta-se para o núcleo acumens. É responsável por sensação de prazer intensa, delírios e alucinação. Na esquizofrenia: hiperatividade dessa via gera sintomas positivos da psicose. Síntese da dopamina A tirosina é captada nos terminais nervosos dopaminérgicos e convertida em DOPA pela tirosina hidroxilase e, entao, convertida em dopamina pela descarboxinase, sendo armazenada em vesículas pré-sinapticas. A ação da dopamina é interrompida por vários mecanismos: transportador DAT, degradada na fenda sináptica pela catecolmetiltransferase ou monoamino-oxidase A e B (MAO A e B). Receptores de dopamina Transportador DAT e transportador vesicular de monoaminas. Existe um autorreceptor de dopamina, D2, pré-sináptico, que regula a liberação de dopamina pelo neurônio por mecanismo de feedback negativo. Quando os receptores D2 estão livres, permitem a liberação de dopamina pelo neurônio pré-sinaptico. A inibição da liberação dessa monoamina é realizada quando os receptores D2 estão ligados à dopamina. • Mesocortical - origina-se do mesencefalo e projeta-se no córtex pré-frontal. Na esquizofrenia, sintomas cognitivos são gerados por hipoatividade no córtex dorsolateral e sintomas afetivos (negativos) são gerados por hipoatividade no ventromedial. • Nigroestrial - origina-se da substancia negra do tronco encefálico e projeta-se nos núcleos da base. Alterações motoras podem acompanhar variações na quantidade de dopamina nessa via, por exemplo no curso do tratamento para esquizofrenia. A dopamina em excesso pode gerar movimentos hipercinéticos e em diminuição de dopamina, parkinsonismo. • Túberoinfundibular - origina-se no hipotalamo e projeta-se na adeno hipófise. A dopamina inibe a secreção de prolactina pela aceno hipófise. Alterações nessa via podem ocorrer no tratamento para esquizofrenia, com redução na dopamina e hiperprolactinemia. - Hipótese do glutamato: o glutamato é liberado por neurônio intracortical, ligando-se a receptor NMDA em neurônio GABAergico, neurônio inibitório que, ativado, gera diminuição da secreção de glutamato corrente abaixo. Na hipótese da esquizofrenia uma hipofuncionalidade do receptor NMDA faz com que não haja ativação do neurônio GABAergico (inibitório) e, em consequencia, maciça secreção de glutamato pelo neurônio piramidal. Essa via glutamatérgicas se liga diretamente à via Mesolímbica e por meio de neurônio inibitório GABA às vias Mesocortical e Nigroestrial. Com o aumento do glutamato há hiperativacao da via Mesolímbica e hipoatividade dopaminergica nas vias Mesocortical e Nigroestrial. - Serotonina e noradrenalina tambem podem estar implicadas na geração do transtorno. A serotonina do neurotransmissor pode igualmente ser envolvida no mecanismo, porque as medicamentações antipsicósicas atípicas, que actuam primeiramente na serotonina, igualmente têm um efeito similar em sintomas positivos. - Principais modificações no sistema nervoso: Sistema límbico, córtex frontal, gânglios da base, com perda do volume cerebral, diminuição da densidade de axonios. - Sinais e sintomas gerais - Funcionamento geral prejudicado perda global de cognicao, capacidade de entendimento cada vez mais reduzida, capacidade de pensamento subjetivo, ponderação reduzida. Tudo isso se reflete na vida laboral, na vida pessoal. Sao pacientes juridicamente inimputáveis, podendo ser interditados e aposentados. - Conteúdo do pensamento anormal pensamento delirante - Forma de pensamento ilógica fragmentação. Com o progredir da doenca, isso pode refletir em jargonofasia (salada de palavras desconexas). - Percepção distorcida - Afeto alterado sempre num curso crescente para o embotamento afetivo. - Senso prejudicado de si mesmo perda do autocuidado. - Volição alterada progredindo para perda da volição. - Funcionamento interpessoal prejudicado - Alteração do comportamento psicomotor podendo tender à agitação ou estupor - Mais de 6 meses de doença com ou sem tratamento. Antes desse prazo, "transtorno psicótico não-orgânico não especificado”. Mesmo que haja tratamento e saída da crise, o paciente esquizofrênico tem uma quebra com a realidade, nota-se que o paciente passa a não se relacionar, diminui volição, perda do pragmatismo. - Quadro clínico: - Sinais e sintomas pré-mórbida: antes de ter a doença em si. Marcada por personalidade silenciosa, reservada. - Sintomas prodrômicos: manifestações que se iniciam antes da primeira crise. Geralmente caracterizada por sintomas somáticos (dor de cabeça, nauseas, sintomas digestivos, isolamento percebido pela familia, afeto anormal, fixação por ideias bizarras). É um período de neotimia, sensacao nova e de muita estranheza em relação a si e ao mundo. É quando a pessoa propõe um mecanismo de defesa para modular essa sensação. - Sintomas positivos (aumento da dopamina na via mesolímbica) - Ocorrem caso o mecanismo de defesa proposto seja eficaz, criando alucinacoes, delírios, comportamentos bizarros, estereotipados, agitação psicomotora e transtornos do pensamento. Delírios, alucinacoes, eco, inserção, roubo do pensamento, agitação psicomotora, afeto preservado. - Sintomas negativos (diminuicao da atividade nas vias Mesocortical e Nigroestrial) - ocorrem quando o mecanismo de defesa é ineficaz, gerando sintomas como humor deprimido, embotamento afetivo (expressao facial imutável, diminuição de movimentos espontaneos, pobreza em gestos expressivos, afeto inadequado), alogia (pobreza da fala, pobreza do conteudo da fala), abulia (falta de higiene, desistência do trabalho, diminuição da energia física), anedonia (capacidade reduzida de ter prazer), associalidade (dificuldade de relacionamento), desatencao. Avoliçao (perda da vontade de agir), apragmatismo (não há efetividade nas atividades), humor deprimido. - Disfunção social e ocupacional - Sintomas persistem por período maior que 6 meses. - Tipos: 1. PARANOIDE - Satisfaz todos os critérios para esquizofrenia, com delírios e alucinações proeminentes.Embotamento ou incongruência de afeto, sintomas catatônicos ou fala incoerente não devem dominar o quadro clínico. Pacientes apresentam pouca regressão de suas faculdades mentais. Acomete pacientes mais velhos que possuem rede de apoio e recursos de ego que facilitam o manejo da doenca. Sao capazes de se comportar adequadamente em situações sociais. Sintomas positivos proeminentes permitem boa resposta terapêutica. 2. HERBEFRENICO OU DESORGANIZADO - Regressao a comportamento primitivo, desinibido e desorganizado, afeto embotado ou incongruente, marcado por comportamento sem objetivos articulados, sem direcionamento para uma meta. Alucinações e delírios não dominam o quadro clínico. Afeto embotado ou raso, definido e sustentado; Afeto incongruente ou inapropriado definido e sustentado. Distúrbio de pensamento definido manifestando-se como fala desarticulada, vaga ou incoerente. Inicio costuma ser precoce antes dos 25 anos de ideia. Prognóstico desfavorável. 3. CATATONICO - perturbação acentuada da função motora. Durante um período de pelo menos duas semanas, apresenta: Estupor (diminuição marcante na capacidade de reação ao ambiente e redução de movimentos e atividade espontânea) ou mutismo; Excitação (atividade motora aparentemente sem propósito, não influenciada por estímulos externos); Postura inadequada (assumir e manter voluntariamente posturas inadequadas ou bizarras); Negativismo (uma resistência, aparentemente sem motivo, a todas as instruções ou tentativas de ser movido ou a movimentos na direção contrárias); Rigidez (manutenção de uma postura rígida contra esforços para ser movido); Flexibilidade cérea (manutenção de membros e do corpo em posições externamente impostas); Automatismo de comando (obediência automática a instruções). 4. INDIFERENCIADA - com frequencia, pacientes claramente esquizofrênicos não podem ser enquadrados em um dos subtipos com facilidade. 5. RESIDUAL - houve satisfação de critérios para esquizofrenia no passado e hoje permanecem os sintomas negativos. 6. SIMPLES - Desenvolvimento lentamente progressivo ao longo de um período de pelo menos um ano, de todos os três dos seguintes: (1) Uma mudança significativa e consistente na qualidade geral de alguns dos aspectos do comportamento pessoal, manifestado como perda de impulso e interesse, falta de objetivo, ociosidade, uma atitude introspectiva e de retraimento social. (2) Surgimento gradual e aprofundamento de sintomas "negativos", tais como apatia marcada, escassez de fala, lentidão, embotamento de afeto, passividade e falta de iniciativa e comunicação verbal pobre (através de expressão facial, contato olho a olho, modulação da voz e postura). Tem início precoce e pior prognóstico. Não há vivencia de alucinações e delírios persistentes. - Curso e prognóstico: o curso é marcado por exacerbados e remissões, sendo que, a cada recaída há aumento deterioração funcional. Os sintomas positivos tendem a se tornar mais graves e os negativos mais graves. - Fatores de bom prognóstico incluem inicio tardio, agudo, boa historia psicossocial, sistemas de apoio fortes, como casamento e trabalho, predominância de sintomas positivos. - Fatores de mau prognóstico: inicio insidioso na juventude, comportamento retraído e autista, historia familiar, estado civil solteiro, divorciado, viuvo, trauma perinatal, sintomas neurológicos, muitas recaidas, historia de agressividade. Critérios diagnósticos CID-10 Pelo menos um dos seguintes: a) Eco de pensamento, inserção ou bloqueio de pensamento ou irradiação de pensamento. b) Delírios de controle, influência ou passividade, claramente relacionados a movimentos do corpo ou membros ou pensamentos, ações ou sensações específicos; percepção delirante. c) Vozes alucinatórias fazendo um comentário contínuo sobre o comportamento do paciente ou discutindo entre si ou outros tipos de vozes alucinatórias vindas de alguma parte do corpo. d) Delírios persistentes de outros tipos, culturalmente inapropriados e completamente impossíveis, tais como identidade religiosa ou política, poderes e habilidades sobre-humanos (ex., ser capaz de controlar o tempo ou entrar em comunicação com seres alienígenas). Ou pelo menos dois dos seguintes: e) Alucinações persistentes em qualquer modalidade, que ocorram cotidianamente durante pelo menos um mês, quando acompanhadas por delírios (que podem ser fugazes ou meio formados) sem conteúdo afetivo claro ou quando acompanhadas por idéias supervalorizadas persistentes. f) Neologismos, quebras ou interpolação no curso do pensamento, resultando em incoerência ou fala irrelevante. g) Comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada ou flexibilidade cérea, negativismo, mutismo e estupor. h) Sintomas "negativos" como apatia marcante, escassez de fala e embotamento ou incongruência de respostas emocionais (deve estar claro que estas não são devidas a depressão ou medicação neuroléptica). - Tratamento inclui as abordagens terapêuticas com antipsicóticos e outros agentes farmacológicos, além de terapia psicossocial. - ANTIPSICÓTICOS - CONVENCIONAIS (TÍPICOS OU DE PRIMEIRA GERACAO) - Sao antagonistas dos receptores D2 pós-sinápticos. Há janela estreita entre o limiar de eficácia antipsicótica e a geração de efeitos colaterais. - Na via mesolímbica, o bloqueio dos receptores D2 pos sinópticos reduz a hiperatividade, assim diminuindo sintomas positivos. - Nessa mesma via, os antipsicoticos também diminuem a quantidade de dopamina nos centros de recompensa nas áreas de prazer, gerando efeitos colaterais semelhantes a sintomas negativos. - Na via mesocortical, que está hipoativa, o bloqueio causa ou agrava os sintomas cognivos, negativos e afetivos. - Na via nigroestrial, que faz parte do sistema extrapiramidal, a diminuição na atividade pode gerar distúrbios de movimento extrapiramidal. - Via tuberoinfundibular a redução na dopamina induz prolactinemia, gerando os efeitos colaterais de galactorreia, infertilidade, irregularidade sexual. - Bloqueio dos receptores colinérgicos muscarínicos M1 gera boca seca, visto turva, constipação intestinal. O efeito desse bloqueio diminui acetilcolina, o que evita síndrome extrapiramidal. - Bloqueio nos receptores de histamina H1 gera ganho de peso e sonolência. - Bloqueio nos receptores alfa 1 adrenergicos gera hipotensão ortostatica e sonolência. - Exemplos: haloperidol (alta potência) e clorpromazina (baixa potência; maior efeito anticolinérgico e anti-histaminico) - NÃO-CONVENCIONAIS (ATÍPICOS OU DE SEGUNDA GERACAO) - São antagonistas de serotonina e dopamina, agindo em receptores: D2, 5HT1A e 5HT2A. A ação nos receptores de serotonina visa diminuir os efeitos colaterais. -O efeito antagonista de 5HT2A diminui a secreção de glutamato, não havendo, assim, estimulação do GABA, o que gera aumento na liberacao de dopamina. -Ha, alem disso, efeito agonista parcial do receptor 5-HT1A. A geração de aumento de dopamina age principalmente nos neuronios da - Via nigroestrial diminuindo os sintomas extrapiramidais. - Via tuberoinfundibular inibindo a produção de prolactina. Receptores de serotonina Serotonina liberada no córtex se liga ao 5HT2A, o que estimula a secreção de glutamato, que diminui a quantidade de dopamina. Serotonina se liga ao 5HT1A, inibindo a secreção de glutamato, não ativando o GABA, aumentando a quantidade de dopamina - Há janela maior entre o limiar de eficácia antipsicótica e a geração de efeitos colaterais. - Bloqueio dos receptores colinérgicos muscarínicos M1, de histamina H1 e alfa 1 adrenergicos. - Exemplos: PINA: clozapina, olanzapina, quetiapina; DONA: risperidona, paliperidona, iloperidona; PIP: aripiprazol, prexipiprazol; RIP: cariprazina. • Há medicamentos que podem ser usados como terapia combinada ou como alternativas, caso a terapia não tenha sucesso. Exemplos: Anticonvulsivantes, Benzodiazepínicos, lítio. EXAME PSÍQUICO Atenção NORMAL OU DISTRATIBILIDADE Distratibilidadedevido à limitação em filtrar informações irrelevantes. Orientação DESORIENTAÇÃO DELIRANTE Pode se orientar de acordo com o delírio, mas pode estar orientado. Linguagem BRADIFASIA Fala lenta SOLILÓQUIOS Falar sozinho FROUXIDÃO DE ASSOCIAÇÃO DESCARRILAMENTO Fluir de um assunto para o outro TANGENCIALIDADE Nunca chegar ao ponto principal ECOLALIA Repetir a última palavra que o interlocutor falou VERBIGERACAO Repetir frases ou palavras sem sentido MUTISMO Humor EMBOTAMENTO AFETIVO Afeto HIPER OU HIPOEXPRESSIVO Pensamento Forma INIBIDO Fala constrita, responde o lhe é que perguntado Curso TAQUI / BRADIPSIQUISMO BLOQUEIO DE PENSAMENTO ASSOCACQES FROUXAS salada de palavras Conteudo DELÍRIO Sensopercepcao ALTERADA Alucinações ou ilusões Juízo ALTERADO Delírio Transtorno de humor - Transtornos de humor são aqueles em que os sintomas de humor prevalecem. É possível haver sintomas psicóticos, mas não é o que prevalece, não é o que começou primeiro, nem o que dura mais tempo, nem o que é mais forte. - Tipos de transtornos de humor: - Transtorno depressivo maior (depressão) - Distimia (transtorno de personalidade depressiva): transtorno leve e crônico. - Mania: diametralmente oposta à depressão. Humor eufórico, taquipsiquismo, agitação psicomotora. - Transtorno bipolar do humor: mais de um episódio de mania, podendo haver depressão associada. - Sintomas de humor - Humor depressivo: tristeza mais profunda do que a habitual de qualquer ser humano, caracterizada por lentidão de pensamento (bradipsiquismo), perda de vontade de fazer qualquer coisa (avoliçao), perda do prazer (adonia), indiferença, alteração do ciclo sono- vigília, perda do cuidado pessoal. - Humor eufórico: pensamento acelerado (taquipsiquismo), fala acelerada (taquifasia), dificuldade de focar o pensamento (pensamento saltitante ou arborizado), desinibiçao, inadequação social, erotização, gastos excessivos, ego inflado. - Humor disfórico: desconfortável, ambivalente, tendendo à irritabilidade, sensação de mal- estar. Disforia pré-menstrual é um exemplo. - Sentimento sugestivo de grandiosidade, que pode estar contido no humor eufórico. - Sentimento de culpa ou menos valia - Forma alterada do pensamento (pensar mais lenta ou rapidamente, mudar o foco do pensamento com maior ou menor agilidade). - Sentimento subjetivo de maior ou menor habilidade para execução de tarefas - Perda da energia para desempenhar qualquer atividade, mesmo as mais corriqueiras. - Labilidade emocional: mudança de afeto muito rápida. - Choro fácil - Isolamento social - Irritabilidade - A formação de sintomas somáticos funciona como forma de escoamento de sintomas psíquicos, de ansiedade, angustia. Transtorno depressivo maior - Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a sintomas somáticos e cognitivos. É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas. É uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. - Atinge mais as mulheres, a idade media de acometimento é entre 20 e 30 anos, estima-se que 1/4 das pessoas apresentará um quadro depressivo em sua vida. Pode iniciar na infância ou idade avancada, sendo que na idade avançada traz consigo mais sintomas somaticos. Ocorre com mais freqüência em pessoas sem relacionamentos íntimos (divorciadas, viuvas) e os fatores de risco para desenvolvimento incluem traumas e eventos estressantes, traumas na infancia, histórico de depressao, alcoolismo, abuso de drogas, traços de personalidade dependente ou pessimista. - Etiologia - Fatores genéticos influenciam no desenvolvimento da doença (parentes de primeiro grau tem chance aumentada em 3 vezes), na eficácia do tratamento e na probabilidade de remissao. - Fatores psicossociais - estresse pode ser gatilho para a doenca. • estresse crônico diminui a expressão dos genes BDNF (fator neurotrofico derivado do cérebro), o que prejudica crescimento, desenvolvimento, reparo e conexões sinapticas. • Resposta normal ao estresse faz com que haja produção pelo hipotalamo de fator liberador de corticotrofina, induzindo a hipófise a liberar ACTH, que, por sua vez, estimula a secreção de glicocorticoides pela suprarrenal, o que interrompe a resposta ao estresse por feedback negativo. Nas situações de estresse crônico, a liberação excessiva de glicocorticoides gera atrofia da região do hipocampo (com taxa aumentada de receptores de cortisol) onde eles agem, o que faz com que haja ativação crônica do eixo hipotalamo-hipofise-suprarrenal. • A ativação prolongada de circuitos em consequência de exposição repetida a estressores pode levar a “sensibilizacao ao estresse”, ou seja, os circuitos se tornam francamente ativados e permanecem assim mesmo na ausência de fator estressor. • Na infancia, exposição a estresse leve pode gerar resiliencia, enquanto estresse prolongado, pode gerar sensibilizacao. • Os estressores ambientais mais associados são: perda dos pais antes dos 11 anos, perda do cônjuge, desemprego. - Fatores neurobiológicos • A principal hipótese neuroquímica é a alteração na função e quantidade dos neurotransmissores monoaminas (serotonina, dopamina e noradrenalina), na função e quantidade de receptores, alem de alteração na estimulo nervoso neuronal. Todas essas hipóteses propõem que essas alterações geram diminuição na atividade neuronal e no processamento das informações, causando a sintomatologia do transtorno depressivo maior. Outros fatores neuroquimicos como GABA e glutamato também podem estar envolvidos na etiologia da depressão. • Varias desregulacoes neuroendocrinas também podem estar envolvidas na gênese dos transtornos de humor, principalmente nos eixos adrenal, tireoideo e do hormônio de crescimento. No eixo adrenal, há hiperssecreçao de cortisol. No eixo da tireoide, geralmente hipotireoidismo. Também há diminuição na melatonina. Há diminuição da produção de GH. • Diferentes sintomas são gerados pela alteração na atividade neuronal e na eficiência do processamento da informação em cada região. - Os sintomas depressivos podem ser agrupados em dois grandes grupos, gerados por redução do afeto positivo ou aumento do afeto negativo. • Redução do afeto positivo é relacionada a diminuição da função dopaminérgica, principalmente, bem como a disfunção da noradrenalina associada. Sintomas incluem Córtex Concentraçao, atenção, interesse, alterações psicomotoras, alterações cognitivas. Fadiga mental. Humor, prazer, sensação de inutilidade. Núcleo Estriado (psicomotor) Fadiga física, psicomotora Núcleo acumens (centro do prazer) Prazer, interesse e energia Hipotálamo (humor basal) Humor e sentimento de inutilidade Amigdala (medo) Culpa e tendência suicida Tronco encefálico Funções vegetativas (sono, apetite, fadiga física) Síntese da noradrenalina A tirosina é captada nos terminais nervosos noradrenérgicos e convertida em DOPA pela tirosina hidroxilase e, entao, convertida em dopamina pela descarboxinase, que é convertida em noradrenalina pela hidroxilase, sendo armazenada em vesículas pré-sinapticas. A ação da noradrenalina é interrompida por vários mecanismos: transportador NAT, degradada na fenda sináptica pela catecol-O-metiltransferase ou monoamino-oxidase A e B (MAO A e B). Receptores de noradrenalina Transportador NAT e transportador vesicular de monoaminas. Existe um autorreceptor de dopamina, α2, pré-sináptico, que regula a liberação de noradrenalina pelo neurônio por mecanismo de feedback negativo. Quando os receptores α2 estão livres, permitem a liberação denoradrenalina pelo neurônio pré-sinaptico. A inibição da liberação dessa monoamina é realizada quando os receptores α2 estão ligados à noradrenalina. Além disso, vários receptores pós- sinápticos de noradrenalina regulam a secreção de serotonina. Quando a noradrenalina se liga ao α1 pós-sinaptico nos neuronios serotoninérgicos, estimula a secreção de serotonina. Quando a noradrenalina se liga ao α2 pós sinapticos nos neuronios seroninergicos, inibem a secreção de serotonina. humor deprimido, perda da alegria, interesse, prazer, energia, entusiasmo, diminuição da vigilancia, diminuição da autoconfiança. • Aumento do afeto negativo é relacionado disfunção serotoninergica, principalmente, bem como a disfunção da noradrenalina. Sintomas incluem: humor deprimido, culpa, aversao, irritabilidade, hostilidade, medo, ansiedade e solidao. - Quadro clínico: anedonia (perda do prazer), isolamento social, hipobulia (abolicao da volição e energia), apragmatismo (incapacidade de realizar atos eficientes), perda da libido, perda ou ganho de peso, fadiga, alterações menstruais, baixa autoestima. Insonia, geralmente terminal (despertar antes do horário), dificuldade em começar o dia, intensificam-se sintomas pela manha, lentificacao psicomotora, alterações cognitivas (pensamento e andar lento), diminuição da concentracao, choro facil, afeto constrito, humor deprimido, pode haver ideação suicida. O insight acerca da própria doença tende a ser excessivo, o que pode aumentar a ideação suicida. - Critério diagnóstico CID • Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma diminuição da auto-estima e da autoconfiança e freqüentemente idéias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos “somáticos”, por exemplo perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave. - Episódio depressivo leve - Geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença destes sintomas mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades. - Episódio depressivo moderado - Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina. - Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos - Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a perda da auto-estima e idéias de desvalia ou culpa. As idéias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de sintomas somáticos. - Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos - Episódio depressivo correspondente á descrição de um episódio depressivo grave mas acompanhado de alucinações, idéias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis; pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter dominante do distúrbio afetivo. - Diagnosticoo diferencial: • Condições orgânicas: mononucleose, disfunção da adrenal e tireoide, encefalopatia do HIV, pneumonia viral., cushing. • Medicamentos: beta bloqueadores, cardiacos, antineoplasicos, analgesico. • Doenças neurológicas: parkinson, doença demencial, epilepsia, turmor. • Outros transtornos de humor: transtorno bipolar, distimia, mania. • Outros transtornos mentais. - Curso e prognostico: em geral não há nenhum transtorno de personalidade pré-morbido. Não é uma doença benigna e os pacientes normalmente tem recidivas. Em geral, a cada recorrencia, a gravidade dos episodios aumenta. - Indicadores de bom prognostico: estadia curta no hospital, episódios leves, ausência de sintomas positivos, rede de apoio familiar e social, relacionamento afetivo, ausência de transtornoo comorbido. - Fatores de mau prognóstico: sintomas psicoticos, abuso de álcool e drogas, episódio prévio de depressao. EXAME PSÍQUICO Atenção HIPOPROSEXIA ou DISTRAÇÃO Hipoprosexia - diminuição da atenção global. Distração - hipertenacidade e hipovigilancia Orientação ORIENTADO ou DESORIENTAÇÃO APÁTICA Linguagem BRADIFASIA Diminuição na velocidade e intensidade da fala MUTISMO ECOLALIA Repetir a ultima palavra que o interlocutor falou Humor DEPRIMIDO (HIPOTIMIA) Tristeza e angustia em nível patologico Afeto ALEXTIMIA Incapacidade de expressar o humor adequadamente ANEDONIA Incapacidade de sentir prazer APATIA estado emocional de indiferença Pensamento Forma INIBIDO lento, rarefeito e pouco produtivo Curso BRADIPSIQUISMO Conteudo RUINA, CULPA, ruminação não delirante sobre perda, culpa, suicídio e morte. EXAME PSÍQUICO TRATAMENTO - Psicoterapia e farmacológico - Objetivo é remissão e recuperação. Reduzir/remover os sintomas, restaurando o papel funcional do individuo e evitar recaída e recorrência. - Etapas do tratamento - Fase aguda – para atingir a remissão - Fase de continuação – prevenir a recaída - Fase de manutenção – prevenir a recorrência – OMS prevê duração de 10 a 12 meses. - Antidepressivos tem ação clássica que consiste em bloquear um ou mais dos receptores de monoaminas. Há, assim, elevação imediata das monoaminas, contudo os efeitos terapêuticos demoram a ocorrer (2 a 4 semanas), o que indica que há necessidade de infrarregulacao e dessensibilizacao dos receptores para que haja geração dos efeitos desejados. - INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE – IMAO – Inibidores da enzima monoamino oxidase, que é responsável pela degradação das monoaminas na fenda sináptica. Existem inibidores irreversíveis ou reversíveis. Existem dois tipos de IMAOS: os reversíveis e os irreversíveis. Os IMAOS reversíveis (exemplo: moclobemida) são em geral mais bem tolerados e causam poucas interações alimentares porém são em geral menos eficazes. Os IMAOs irreversíveis e não-seletivos (exemplo: tranilcipromina) bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima (MAO-A e MAO-B). Esta característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada com os seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não-seletiva (e irreversível) leva à acumulação e consequente toxicidade de vários dos subtratos da MAO, sobretudo a serotonina. Efeitos colaterais: hipotensão ortostática grave (vertigens e tonturas, especialmente ao levantar; podem ocorrer quedas); dividir ou reduzir as doses quando necessário. Exemplos: Fenelzina, Iproniazida, Isocarboxazida, Harmalina, Nialamida, Selegilina, Tranilcipromina. - TRICÍCLICOS – Bloqueiam as bombas de recaptacao de noradrenalina (NAT) ou, simultaneamente de noradrenalina e serotoninta (SERT). Alguns antidepressivos tricíclicos exercem efeitos antagonistas em receptores 5HT2A e 5HT2C (diminui a sedação). São muito efetivos, mas possuem muitos efeitos colaterais que limitam sua indicação: - Bloqueio dos receptores colinérgicos muscarínicos M1 – boca seca, visão turva, constipação intestinal e retenção urinária. - Bloqueio dos receptores alfa-1 adrenergicos – hipotensão ortostática e tontura. Sensopercepcao e Juízo ALTERADA APENAS EM CASOS GRAVES COM SINTOMASPSICÓTICOS - eventos psicóticos envolvem culpa, pecado fracasso, apodrecimento, mau odor, regressão, más condições de higiene. Cognição - memória COMPROMETIDA EXAME PSÍQUICOEXAME PSÍQUICO https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fw%252findex.php%253ftitle%253dFenelzina%2526action%253dedit%2526redlink%253d1 https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fIproniazida https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fIsocarboxazida https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fHarmalina https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fNialamida https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fSelegilina https://correio.tjdft.jus.br/owa/redir.aspx?C=3fTbKrjxn0emh77p8HztJT2A_YE059MIcDlikKE98yZz30jXABXy6wZXtpGoDx5053mGvE3ErEg.&URL=https%253a%252f%252fpt.wikipedia.org%252fwiki%252fTranilcipromina - Ação anti-histamínica H1 – sedação e ganho de peso. - Antagonismo dos canais de sódio dependente de voltagem – condução cardíaca prejudicada, efeito arritmogênico. - Amitriptilina, imipramina, clomipramina, nortriptilina. - INIBIDOR SELETIVO DA RECAPTACAO DE SEROTONINA (ISRS) – possuem inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina, através da inibição imediata do transportador SERT (na depressão, como a quantidade de 5HT está reduzida na área sináptica, a inibição da receptação da serotonina através do bloqueio da bomba proporciona um aumento da serotonina na região). Em um segundo momento, o aumento da serotonina na área somatodendrítica do neurônio serotoninérgico gera uma dessensibilização ou infrarregulação dos auto-receptores 5HT1A (na depressão não tratada, esses receptores estão suprarregulados, ou seja, hiperexpressos e muitos sensíveis). Uma vez infrarregulados, os receptores 5HT1A não geram mais inibição do fluxo de serotonina, aumentando os impulsos serotoninérgicos, que leva a liberação maciça desse neurotransmissor no terminal do axônio. A estimulação aguda de receptores setoninérgicos pós-sinápticos, além de causar efeito antidepressivo, causa, também, efeitos colaterais: Ação no 5HT2A – disfunção sexual, sono e ansiedade; Ação no 5HT2C – ganho de peso; Ação no 5HT3 – náuseas e problemas gastrointestinais. Os receptores pós-sinapticos também sofrem dessensibilização, gerando maior tolerância aos efeitos colaterais. Conclui-se que, no início do tratamento, há pouco efeito terapêutico e muitos efeitos colaterais devido a demora para dessensibilização dos receptores. Exemplos: Fluoxetina, paroxetina, sertralina, fluvoxamina, citalopram. - INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA E DOPAMINA (BUPROPIONA) – inibem a recaptação de noradrenalina e dopamina através do bloqueio dos transportadores de noradrenalina (NAT) e dopamina (DAT). Em geral, a bupropiona não causa a disfunção sexual, comumente presente nos antidrepressivos com inibição do SERT. - INIBIDOR SELETIVO DE RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA (REBOXETINA) - ANTIDEPRESSIVO NORADRENÉRGICO E SEROTONINÉRGICO ESPECÍFICO – aumento da atividade antagonista de auto e heteroreceptores alfa-2-adrenérgicos. O antagonismo dos autorreceptores alfa-2-adrenérgicos impede a ligação de noradrenalina a esse, evitando feedback negativo e aumentando a corrente de noradrenalina. A noradrenalina desativa a liberação de serotonina ao interagir com os heteroreceptores alfa2, dessa forma um antagonismo desses receptores bloqueia a desativação serotoninérgica aumentado a descarga desse neurotransmissor. Esses dois mecanismos geram um duplo aumento de noradrenalina e serotonina. Além desses dois mecanismos ele também age como antagonista 5HT2 e 5HT3 (diminui efeitos colaterais) pós-sináptico e antagonista de receptores de histamina H1 (melhora insônia e ansiedade). - ANTIDEPRESSIVO ATÍPICOS – Tradozona: obtém ação terapêutica inibindo o transportador de serotonina SERT elevando os níveis desse neurotransmissor. Ela também age bloqueando os receptores pós sinápticos 5HT2A e 5HT2C evitando efeitos colaterais tipos dos inibidores seletivos de receptação de serotonina. Distimia - “Neurose depressiva”, tem início insidioso marcado por depressão leve e crônica com intenso “mau-humor” ou disforia, sendo que os pacientes geralmente são poliqueixosos e os sintomas geralmente pioram no fim do dia. Tratamento difícil com resposta clínica pobre. - A distimia afeta em torno de 5% da população geral ao longo da vida, principalmente as mulheres. Incluída na CID-10 como "transtorno do humor persistente”, é um estado depressivo de intensidade leve e crônico (duração> 2 anos), marcado por sentimentos frequentes de insatisfação e pessimismo. Apresenta resposta a antidepressivos. Além disso, mais de 95% dos pacientes com distimia desenvolverão algum episódio depressivo ao longo da vida. Sua cronicidade implica maior morbidade e prognóstico ruim, inclusive devido à pior resposta a antidepressivos. Ela também faz com que o distímico não se considere doente, e atribua os sintomas à sua personalidade. São comuns letargia, falta de iniciativa e ânimo (piores pela manhã), anedonia, dificuldade de concentração, sentimentos de inadequação e baixa autoestima Sintomas físicos e alterações psicomotoras dificilmente ocorrem. Os pacientes queixam-se de mau humor, desânimo e infelicidade. Geralmente eles têm sensibilidade aumentada às situações potencialmente problemáticas ou desagradáveis, que pioram a sintomatologia. Mania - É um quadro diametralmente oposto ao da depressão em que o paciente apresenta comportamento errático e desinibido; gastos financeiros excessivos, hipersexualidade e promiscuidade, baixa tolerância a frustrações que pode levar a irritabilidade e agressividade; Insônia (redução da necessidade de dormir); Energia excessiva; Agitação psicomotora; Sedução; Roupas coloridas; Humor hipertímico ou irritável; Afeto intenso ou lábil; Verborréia; Taquipsiquismo e taquifasia; Conteúdo do discurso grandioso, ego inflado; Fuga de idéias, pressão por falar; Distraibilidade; Podendo haver ou não sintomas psicóticos associados e com duração mínima de 1 semana de sintomas contínuos; - Em quadro de hipomania há grau leve de mania que não chega a causar grandes prejuízos psicossociais ao paciente. - Episódio Maníaco A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: 1. Autoestima inflada ou grandiosidade. 2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono). 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. 5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. 6. Aumentoda atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos). 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para conseqüências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). 8. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas. 9. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. Transtorno Bipolar - Transtorno Bipolar tipo I: dois ou mais episódios maníacos plenos em geral suficientes para causar internações. Com ou sem episódios depressivos maiores ou hipomaníacos intercalados; - Transtorno Bipolar de Ciclagem Rápida: episódios maníacos e depressivos alternados, separados por intervalos de 48-72 horas. No mínimo 4 episódios em 1 ano; - Transtorno Ciclotímico: períodos alternados de hipomania e depressão moderada. Alguns episódios no mínimo de 2 anos. - Tratamento é realizado com Estabilizadores do Humor, que podem ser: Lítio; Anticonvulsivantes; Antipsicóticos Atípicos. - Lítio: - É o padrão outro e tem sólida eficácia tanto para prevenir quanto para tratar mania e depressao. No Bipolar I “puro” tem 70% de eficácia. Também é uma terapêutica preventiva para o suicídio . - Seu mecanismo de ação ainda não está bem elucidado e existem vários mecanismos possíveis. O lítio pode atuar ao afetar a transdução de sinais, talvez por meio da inibição de enzimas que são segundos mensageiros, como a inositol monofosfatase, da modulação das proteínas G , ou da interação em diversos locais em cascatas de transdução de sinais corrente abaixo. - Outras hipóteses que justificam o uso como estabilizador do humor são o aumento dos níveis de serotonina e diminuição nos níveis de norepinefrina sofridos pelos pacientes em uso, o que altera, ainda, as concentrações de dopamina, ácido g-aminobutírico (GABA) e de acetilcolina. Há, ainda, com o uso do lítio, redução da neurotransmissão noradrenérgica; aumento da captação do triptofano (precursor da serotonina) e a diminuição da atividade de receptores serotoninérgicos pré-sinápticos inibitórios, um aumento da liberação de serotonina, especialmente no hipocampo. Além disso, há evidências que mostram que o Lítio aumenta os níveis de GABA e regula para cima (up- regulation) os receptores de GABA hipocampais. - Os efeitos colaterais bem conhecidos do lítio consistem em sintomas gastrintestinais, como dispepsia, náuseas, vômitos e diarreia, bem como ganho de peso, queda dos cabelos, acne, tremor, sedação, prejuízo da cognição e falta de coordenação motora. São também observados efeitos adversos a longo prazo sobre a tireoide e o rim. O lítio apresenta uma janela terapêutica estreita, o que exige o monitoramento de seus níveis plasmáticos.