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RESUMO P1 - ADM 100 ➔ Introdução a administração: ● O que é uma organização? As organizações são grupos estruturados de pessoas que se juntam para alcançar objetivos comuns. elas tem um propósito ou uma finalidade que confere uma razão para existir ● O que é Administração? A Administração pode ser compreendida como um processo que consiste na coordenação do trabalho dos membros da organização e na alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficaz e eficiente. A eficiência é uma medida da relação entre os resultados alcançados e os recursos consumidos. Quanto maior a produtividade da organização, mais eficiente ela será e sua principal preocupação é com os meios, isto é, com o uso econômico dos recursos organizacionais. A eficácia implica em escolher os objetivos certos e conseguir atingi-los e sua principal preocupação é com os fins. Apesar da diferença nos conceitos de eficiência e eficácia, elas estão correlacionadas. Uma organização de sucesso consiste em obter simultaneamente eficácia e eficiência na utilização dos recursos organizacionais. ● O que faz um Administrador? Os administradores ou gestores trabalham coordenando e dirigindo as atividades de outras pessoas; têm a responsabilidade de ajudar os trabalhadores operacionais a alcançar os objetivos da organização; podem ser classificados pelo nível que ocupam na organização e pelo âmbito das atividades pelas quais são responsáveis. De maneira geral, são os membros que têm como função tomar as principais decisões para guiar as organizações de forma a alcançar seus objetivos. Muitas pessoas da estrutura hierárquica têm funções de administração, como os gerentes, os supervisores, os líderes de equipe por exemplo. ● Níveis organizacionais: Os administradores podem ser classificados pelo nível que ocupam na organização e pelo campo de atuação das atividades pelas quais são responsáveis. Com relação a posição que ocupam na estrutura organizacional, é possível distinguir três níveis hierárquicos: 1. Estratégico: Administradores de topo - atuação estratégica, abrangendo toda a organização. São também responsáveis pela interação entre a organização e o ambiente externo. Habilidades conceituais EX: Presidente, vice-presidente, membros do conselho de Administração, diretor executivo e outros executivos da alta administração. 2. Tático: Gerentes- atuação tática, com foco em uma unidade ou área funcional. Executivos responsáveis pela articulação interna entre o nível estratégico e o nível operacional. Habilidades humanas 3. Operacional: Supervisores de 1° linha - atuação operacional, específica de uma operação ou tarefa. São responsáveis também pela coordenação do trabalho dos membros da organização, que, por sua vez, são responsáveis pela execução e realização das atividades e tarefas cotidianas. Habilidades técnicas ● O processo de administração: É um processo dinâmico que compreenderia cinco funções interligadas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. POCCC. As funções de comandar e coordenar foram agregadas para formar uma nova função: dirigir, que está associada aos processos de gestão de pessoas na organização. Apesar de serem quatro funções distintas, elas estão relacionadas e são interdependentes e, por isto, os gestores devem considerar os efeitos que cada uma dessas funções tem sobre as outras. O PODC quer dizer: planejar, organizar, dirigir e controlar. ● As funções da administração: 1. Planejamento: consiste na especificação dos objetivos a serem atingidos, na definição das estratégias e ações que permitem alcançá-los e no desenvolvimento de planos que integram e coordenam as atividades da organização. 2. Organização: é a função da administração que faz a distribuição das tarefas e dos recursos entre os membros organizacionais.É ela que define quem tem autoridade sobre quem e quando e onde devem tomar decisões. O resultado do processo de organização é a estrutura organizacional. 3. Direção: A direção está relacionada com os processos de gestão de pessoas na organização. Dirigir significa liderar, motivar e coordenar os trabalhadores no desenvolvimento de suas tarefas e atividades. Dirigir também significa selecionar os canais de comunicação mais adequados e resolver conflitos entre os subordinados. 4. Controlar: Controle é a função da administração que assegura que os objetivos estão sendo alcançados. Consiste no monitoramento e na avaliação do desempenho da organização, na comparação deste com os objetivos planejados e na correção dos possíveis desvios. A função de controle envolve a definição de medidas de desempenho; a verificação sistemática do desempenho efetivo; o estabelecimento de medidas corretivas. ● Abrangência das funções da administração: A administração é uma prática secular, mas será que as funções são aplicáveis em todos os contextos e organizações? Será que as funções da administração não variam de acordo com o nível hierárquico do administrador ou do tipo da organização? As funções que um administrador desempenha devem ser essencialmente as mesmas, independentemente de ser um administrador de topo ou um supervisor ou de a organização ser uma empresa pública sem fins lucrativos ou uma empresa privada. ➔ Nível organizacional: O nível hierárquico influencia o trabalho e as atividades de um administrador. No entanto, isso não significa que um administrador de topo e um supervisor não desempenhem, ambos, funções de planejamento, organização, direção e controle. ➔ Tipo de organização: O tipo de organização também influencia o trabalho de um administrador. Existem algumas diferenças entre o trabalho desempenhado por um gestor público e o de um administrador de uma empresa privada com fins lucrativos. Ambos estabelecem objetivos e estratégias, estruturam suas organizações, equipes de trabalho e processos, lideram e motivam seus subordinados e controlam o desempenho de suas organizações. Talvez a principal diferença seja a forma como medem e avaliam o desempenho da organização. ● Áreas funcionais da administração: As organizações estão normalmente divididas em áreas funcionais. Essas áreas representam atividades e tarefas especializadas, resultantes do processo de divisão do trabalho, que são desempenhadas por unidades ou departamentos de organização. As áreas funcionais mais comuns são: 1. áreas de produção ou de operações: O sistema de operações é o conjunto de atividades e operações inter-relacionadas que uma organização realiza para produzir bens ou prestar serviços. Este sistema envolve a transformação de insumos em produtos ou serviços, agregando valor com o objetivo de alcançar as metas organizacionais. EX: planejamento do produto, instalações, processo produtivo, organização do trabalho, etc. 2. área comercial ou de marketing: está relacionada com as atividades que tem como objetivo captar e manter clientes. Seu principal foco é a satisfação do cliente, procurando influenciar seu comportamento e, assim, alcançar o propósito da organização. EX: pesquisa de mercado, produto, preço,distribuição, comunicação e vendas. 3. áreas de finanças: é considerada o “sangue” uma organização, e lida com todos os aspectos que envolvem recursos financeiros. Seu principal objetivo consiste em captar e utilizar, de maneira eficaz, os recursos financeiros de forma a alcançar os objetivos organizacionais. EX: informação de gestão, análise, investimento, financiamento e distribuição de dividendos. 4. áreas de recursos humanos (gestão de pessoas): Um dos recursos mais importantes em todas as organizações são as pessoas. A área de recursos humanos tem como objetivo a administração de comportamentos individuais em função dos objetivos coletivos. A organização deve atrair, preparar e desenvolver as pessoas de forma que consigam contribuir para alcançar os objetivos organizacionais. EX: recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho e etc. Qual a importância das áreas funcionais para uma organização? As áreas funcionais representamuma forma de estruturação das atividades, permitindo a organização ganhos com a especialização de seus membros em tarefas e funções específicas. As áreas funcionais são essenciais para a estruturação, especialização e eficiência das operações de uma organização. ● Os administradores e a administração: Independente do nível organizacional, do tipo ou dimensão da organização, os administradores planejam, dirigem, organizam e controlam. De acordo com Mintzberg, os administradores desempenham um conjunto de papéis na sua ação gerencial e estes papéis podem ser interpessoais, informacionais e decisórios. Ele argumenta também que os administradores possuem autoridade formal pelo cargo que ocupam, que,por sua vez, lhes confere status. O status, conferido ao administrador por sua autoridade formal, cria uma responsabilidade de estabelecer relações interpessoais com os subordinados, pares, superiores, assim como com indivíduos ou grupos de interesse externos à organização. ➔ Papéis interpessoais: envolvem as relações dos administradores com outras pessoas, sejam membros da organização ou indivíduos externos a esta e estão relacionados com a forma como o administrador interage e influencia os outros, e incluem os papéis de símbolo ou de representação, de líder e de elemento de ligação. ➔ Papéis informacionais: envolvem a coleta, os processamentos e a comunicação de informações e representam um dos aspectos mais importantes no trabalho de um administrador. Os administradores realizam três papéis informacionais: 1. A coleta e a análise da informação da organização e de seu ambiente (monitor) 2. A partilha dessa informação com os membros da organização (disseminador) 3. Transmissão para o exterior de informações sobre a organização (porta-voz) ➔ Papéis decisórios: envolvem todos os eventos que implicam a tomada de decisão, considerada a essência do trabalho de um administrador. Eles estão relacionados com a forma como o administrador utiliza a informação em suas decisões. Os quatro papéis decisórios identificados por Mintzberg são: 1. empreendedor 2. solucionador de conflitos 3. administrador de recursos 4. negociador Para desempenhar os diferentes papéis pelos quais são responsáveis, os administradores devem possuir certas habilidades. A habilidade pressupõe a ideia de potencial de realização, ou seja, a existência de uma relativa facilidade em lidar com determinada tarefa. Robert Katz identificou três tipos básicos de habilidades necessárias para o desempenho de um administrador: 1. Conceituais: Capacidade de compreender a complexidade da organização como um todo e integrar o comportamento de suas partes. 2. Humanas: Capacidade de se relacionar, comunicar e compreender as atitudes e motivações das pessoas e liderar grupos. 3. Técnicas: Capacidade de usar ferramentas, procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos a sua área de atuação. A importância das três habilidades varia de acordo com o nível organizacional que esse administrador ocupa. Para os administradores de nível estratégico, as habilidades conceituais são mais preponderantes,uma vez que os papéis que desempenham dependem de sua capacidade para formular planos e tomar decisões para a organização como um todo. As habilidades técnicas são mais importantes nos níveis hierárquicos mais baixos, pois os administradores estão envolvidos com processos e atividades específicas. As habilidades humanas são igualmente importantes em todos os níveis hierárquicos, já que o trabalho de um administrador envolve outras pessoas. ● As competências de um administrador: Além de habilidades genéricas, os administradores necessitam de certas competências específicas para o desempenho de seus cargos. As competências do administrador variam conforme o nível organizacional em que atua. Para cada área de competência, são desenvolvidos os elementos que definem o desempenho eficaz do administrador. Por exemplo, a administração de orçamentos é uma competência requerida para administradores de primeira linha. ● A administração no Brasil: A administração é uma prática universal. Nos Estados Unidos, no Japão, na Europa ou no Brasil, as organizações precisam ser administradas, e o trabalho administrador é basicamente o mesmo: guiar as organizações de forma a alcançar os objetivos. No entanto, as características distintivas das culturas nacionais condicionam o modelo de gestão adotado. Quais são os traços característicos da cultura brasileira? Em que medida eles influenciam os comportamentos dos administradores e o perfil das organizações brasileiras? Alguns dos traços mais característicos da cultura brasileira incluem a valorização das relações pessoais, a flexibilidade, o otimismo, a criatividade e a informalidade. Esses traços influenciam significativamente os comportamentos dos administradores e o perfil das organizações brasileiras. O conhecimento do contexto cultural no qual se desenvolve a atividade empresarial é fundamental para compreender as práticas administrativas e gerenciais brasileiras. A cultura brasileira apresenta alguns traços que lhe permitem distinguir-se de outras culturas nacionais. Esses traços definem um estilo brasileiro de administrar que, em alguns casos, reforçam vantagens comparativas, mas que, em outros, criam dificuldades aos administradores. A concentração de poder representa o lado institucional da relação líder-liderado e reflete a tendência das organizações brasileiras para centralizar o poder e a autoridade no líder. A principal consequência desse traço cultural para a administração é a elevada distância hierárquica entre os diferentes níveis organizacionais. O personalismo representa o lado pessoal da relação entre líder e liderado e reflete a tendência para cultivar a proximidade e o afeto nas relações interpessoais. Se a concentração de poder reforça a hierarquia, o personalismo atenua-a. A principal implicação do personalismo na administração é o poder que assume grupos de amizade dentro das organizações, sobrepondo-se a distribuição hierárquica da autoridade formal. A postura do espectador reflete a passividade e a conformação dos liderados perante o líder, esse traço cultural é caracterizado pela aceitação passiva da realidade, pela pouca iniciativa e pela transferência de responsabilidade. A aversão ao conflito reflete a tendência de evitar situações de confronto, normalmente como uma forma de lidar com a concentração de poder, sem pôr a perder as relações pessoais. Tem como principal reflexo na administração a fuga a discussão assertiva dos problemas e a procura por soluções mediadas. O formalismo é um traço cultural resultante da intolerância à incerteza e é caracterizado pela necessidade de construir e instruir práticas por meio de leis e regulamentos que prevejam e impeçam desvios comportamentais. Sua principal consequência para a administração é o excessivo número de normas e regulamentos que inibem o comportamento dos administradores e, consequentemente, diminuem a competitividade das organizações brasileiras. A lealdade às pessoas representa a contrapartida do subsistema pessoal ao formalismo do subsistema institucional e configura-se como um mecanismo de interação e coesão interna dos grupos sociais e de mediação da relação entre líder e liderado. Do ponto de vista organizacional, o principal impacto é a sobrevalorização das necessidades do grupo em relação às da organização. O paternalismo permite a articulação entre a concentração de poder e o personalismo do líder perante os liderados, manifestando-se no patriarcalismo e no patrimonialismo. A principal consequência para a administração desse traço cultural brasileiro reflete-se na influência das relações pessoais e de confiança nas nomeações para posições e cargos, em detrimento do mérito individual. A flexibilidade é um dos traços mais marcantes da cultura brasileira e caracteriza-se pela facilidade de adaptação a novas situações. É essa flexibilidade que permite a articulação entre as regras inflexíveis e formais e um estilo de relacionamentocaracterizado pela informalidade e amizade. A flexibilidade é o que confere maior vantagem ao administrador brasileiro, uma vez que se configura em agilidade para encontrar soluções inovadoras que ultrapassem as barreiras encontradas. A impunidade é um traço que marca profundamente o comportamento gerencial brasileiro e deve ser considerada no contexto da complexa rede de relações pessoais e institucionais que caracterizam o sistema cultural do Brasil. Esse traço cultural resulta na permissividade a transgressão de normas para proteger as redes e os grupos aos quais o indivíduo pertence e na aceitação de outras para evitar o confronto. Para as organizações, a impunidade tem como principal consequência o descrédito no sistema de avaliação das pessoas. O ambiente organizacional brasileiro é muito peculiar e apresenta diversos obstáculos a criação e a sustentação de negócios, dentre os quais se destacam: ❖ Elevada carga tributária ❖ Elevados custos de financiamento ❖ Burocracia ineficaz ❖ Produtividade reduzida Todos os fatores apresentados tem como consequência uma forte diminuição na competitividade das organizações brasileiras e o crescimento da chamada “economia informal”. ● Administração no contexto contemporâneo: Os administradores precisam desenvolver uma visão global do mundo de negócios e entender diferentes modelos culturais. As organizações devem ter uma estrutura flexível e devem ser rápidas nas tomadas de decisões. ➔ Evolução do pensamento em administração: ● Conceitos iniciais: O objetivo é analisar a evolução do pensamento na Administração com o destaque para as principais teorias e as suas contribuições para a sua consolidação como disciplina e prática. O que se desenvolve em teoria administrativa e organizacional está sujeito às circunstâncias e as contingências históricas, as quais um administrador bem preparado deve estar sempre atento. As principais escolas do pensamento administrativo analisadas são: 1. escola clássica de administração 2. escola comportamental 3. escola quantitativa 4. escola contingencial Para cada uma dessas escolas, são destacados os pressupostos que lhes servem de base, bem como o foco da análise que desenvolvem, os conceitos-chave construídos e as principais contribuições e limitações. ● Teorias em administração: A Administração é uma disciplina aplicada na busca de resultados concretos que visem a melhoria de gestão. No entanto, é necessário compreender o que constitui uma boa teoria de administração para uma adaptação seletiva às condições reais da empresa. O que é uma teoria? Um conjunto coerente de suposições elaboradas para explicar a relação entre dois ou mais fatos observáveis e proporcionar uma base sólida para prever eventos futuros. Teorias, portanto, são afirmações que predizem quais ações vão levar a quais resultados e por que. As teorias nos permitem fazer previsões acerca do futuro assim como interpretar o presente. Os objetivos das teorias encontradas no campo da administração relacionam-se com o próprio objeto de estudo que é a organização. É objetivo das teorias administrativas e organizacionais compreender as organizações como um fenômeno social, mas também, como toda teoria, o caráter normativo e prescritivo está presente na idealização ou na proposta de modelos que sugerem o melhor modo de se organizar, traduzido em instrumentos úteis para a prática organizacional. Vários fatores, como instabilidade e complexidade do contexto em que a organização está inserida, bem como as características internas dessa última, impossibilitam o alcance da tão desejada previsibilidade. O que é um paradigma? Conjunto de pressupostos e de premissas implícitas acerca da natureza, do conhecimento e do ser humano, inerentes ao pesquisador. Para que estudar teorias administrativas? As teorias influenciam a prática, servindo como guia para as decisões da administração; influenciam a forma como enxergamos as pessoas, as organizações e o ambiente em que elas estão inseridas; servem como fonte de compreensão e/ou práticas observadas nas organizações. ● Condições geradoras do pensamento administrativo: O pensamento administrativo, enquanto área de conhecimento, surge como consequência da consolidação do capitalismo e, ao mesmo tempo, do processo de modernização das sociedades ocidentais. 1. A revolução industrial e a consolidação do capitalismo Foi um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo com implicações econômicas e sociais. É com a revolução industrial que se consolidam as condições para o estudo da Administração como disciplina autônoma, com fronteiras bem delimitadas. Foi a revolução industrial que permitiu a consolidação de um novo modo de produção e organização do trabalho, o capitalismo, estabelecendo assim as condições necessárias para o surgimento dessa nova área do conhecimento, a Administração. 2. O processo de modernização das sociedades ocidentais O estabelecimento do capitalismo como um novo modo de produção e organização do trabalho, não foi caracterizado apenas por mudanças de ordem material. As modificações estruturais das formas de autoridade que serviam de alicerce às sociedades também influenciaram o surgimento do pensamento administrativo, porque criaram as bases para o fortalecimento e consolidação de uma nova forma de organização do trabalho humano, a burocracia. O processo de modernização refere-se a substituição de estruturas sociais baseadas na autoridade tradicional, como a sociedade medieval, por outras baseadas na autoridade racional-legal e pela emergência de uma lógica de mercado. ● Escola Clássica da Administração O movimento da Escola Clássica se caracteriza por ser um conjunto de contribuições teóricas que buscaram identificar princípios racionais e universais de gestão que tornaram a organização mais eficiente. O que motivou o surgimento da Escola Clássica? ❖ A fase monopolista do capitalismo; ❖ Desperdícios de eficiência e produtividade; ❖ Força de trabalho desqualificada. ➢ Pressupostos da Escola Clássica: Ser humano essencialmente egoísta e racional, orientado por motivações materiais. (Homo economicus) A organização é considerada um sistema fechado - foco nos processos internos. As principais contribuições da escola clássica da administração foram desenvolvidas por um grupo de autores diretamente envolvidos com a prática gerencial, os quais buscaram desenvolver princípios racionais que tornaram a administração mais eficiente. Também se inclui nessa escola a contribuição de Max Weber relativa ao conceito de burocracia, considerada pelo autor como a forma de organização ideal da sociedade industrial. A escola clássica da administração pode ser dividida em três grandes correntes: I. Movimento de administração científica: surgiu como uma resposta eficiente à questão da existência de uma nova força de trabalho, desqualificada e barata. Escola pioneira do pensamento administrativo que busca sintetizar um conjunto de princípios de gestão eficiente dos processos operacionais de trabalho, tendo por base a crença de que existe uma única maneira certa de desempenhar cada tarefa. O principal representante do movimento de administração científica foi o Taylor que sintetiza um conjunto de preceitos em busca da gestão eficiente do trabalho, direcionado ao chamado “homem comum”, que, por meio de treinamento rápido e adequado, poderia executar uma tarefa Taylorista no tempo exato concebido para a execução. Taylor e os quatro princípios fundamentais: 1. Desenvolver, para cada elemento do trabalho individual, uma ciência, com normas rígidas para o movimento de cada homem e padronizar todas as ferramentas e condições de trabalho. 2. Selecionar cuidadosamente, depois treinar, ensinar e aperfeiçoar o trabalhador. 3. Cooperar cordialmente com os trabalhadores, numerando-os diariamente e articulando todo o trabalho com os princípios da ciência desenvolvida. 4. Manter uma divisão equitativa de trabalho e de responsabilidade entre administradores e operários. Para Taylor, há uma únicamaneira certa para desempenhar cada tarefa, visando maximizar sua eficiência e assegurando o máximo rendimento ou produtividade. ➢ Principais contribuições da administração científica: Melhoria acentuada da produtividade e eficiência nas fábricas; introdução de uma forma diferenciada de remuneração, relacionada com a produtividade; criação da base para o desenvolvimento da linha de montagem que propicia a produção em série. ➢ Principais limitações e críticas da administração científica: Enxerga o trabalhador como uma peça de máquina, ignorando suas necessidades sociais e psicológicas; concebe a organização como um sistema fechado, não considerando as influências das forças externas na administração; cria condições propícias para a alienação do trabalhador, por causa da super especialização e divisão do trabalho. II. Gestão administrativa: escola de administração científica que conceituou a administração como um processo de cinco funções e que buscou identificar os princípios gerais de uma administração eficiente. Fayol foi o principal representante dessa corrente, ele acreditava que o sucesso de uma boa administração reside não em habilidades pessoais inatas do gestor, mas sim na utilização de métodos científicos aplicados à administração. Segundo Fayol as operações empresariais podem ser divididas em seis grupos interligados: 1. Operações técnicas: produção, fabricação e transformação de produtos. 2. Operações comerciais: compras, vendas, permutas de matéria-prima e produtos. 3. Operações financeiras: procura e gerência de capitais. 4. Operações de segurança: segurança e proteção da propriedade das pessoas. 5. Operações de contabilidade: inventários, registros, balanços, custos, estatísticas etc. 6. Operações de administração: previsão, organização, comando, coordenação e controle. Fayol elaborou os princípios da administração: ➔ Divisão do trabalho: especializar funções e separar poderes de forma a obter o máximo proveito do indivíduo e da coletividade em uma organização. ➔ Autoridade e responsabilidade: fazer uso do direito de mandar e do poder de se fazer obedecer para que as coisas sejam feitas; estabelecer responsabilidades via recompensa ➔ Disciplina: estabelecer convenções, formais ou informais, entre a empresa e seus agentes, de forma a incentivar a obediência, a assiduidade, a atividade, a presença e os sinais exteriores de respeito. ➔ Unidade de comando: fazer com que, para a execução de um ato qualquer, um trabalhador possa receber ordens somente de um chefe. ➔ Unidade de direção: especificar um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo. ➔ Subordinação do interesse individual ao geral: fazer com que o interesse de um agente ou grupo de agentes não possa prevalecer sobre o interesse da empresa, do estado, da família ou qualquer outra organização social. ➔ Remuneração do pessoal: premiar e recompensar os serviços prestados por meio de pagamentos por dia, pagamento por tarefa, pagamento por peça, prêmios e participação nos lucros. ➔ centralização: especificar a importância relativa do papel do superior e do subordinado, levando em conta as vontades dos dirigentes e as circunstâncias. ➔ Hierarquia: estimular a via hierárquica, a comunicação e a unidade de comando. ➔ Ordem: estabelecer ordem material, tendo como objetivo evitar perdas de materiais e de tempo; e ordem social, tendo como objetivo um equilíbrio constante entre as necessidades da empresa e os recursos humanos. ➔ Equidade: tratar de forma benevolente e justa o pessoal ➔ Estabilidade de pessoal: manter as pessoas na mesma função o tempo necessário para iniciar-se e chegar a desempenhá-la bem, evitando a alta rotatividade. ➔ Iniciativa: promover nos subordinados a liberdade de propor, conceber e executar. ➔ Espírito de equipe: incentivar o espírito de equipe e harmonia do pessoal como fontes de vitalidade para a empresa. Assim como a administração científica, também a gestão administrativa de Fayol tem algumas limitações e dentre elas se destaca o fato de focar no sistema formal da organização, como autoridade, cadeia de comando, entre outros, não levando em consideração o lado informal da empresa. III. Teoria da burocracia: teoria defendida pelo sociólogo Max Weber, sustenta que a burocracia, tendo por base princípios como a impessoalidade e a racionalidade técnica, é o modelo ideal de estruturação das organizações da sociedade capitalista. O termo “burocracia” é uma conjunção do termo francês bureau, que significa “escritório” ou “espaço de trabalho”, com o sufixo grego kratia, que se refere ao poder, a regra. Logo, burocracia significa “poder do escritório”. Entre os fatores que permitiram a consolidação da estrutura burocrática é possível destacar: I. A racionalização do direito, que passa a ser escrito e organizado com base em ordenamentos jurídicos em vez dos costumes e tradições não escritos; a centralização do poder estatal propiciada pela crescente facilidade de comunicação e transporte, antigamente isolados; o surgimento e a consolidação das indústrias das cidades; a consolidação da sociedade em massa como resultado da expansão do capitalismo. ParaW eber, o capitalismo constitui a base mais racional para a administração burocrática, e a organização no sistema capitalista é por excelência uma burocracia. Weber identifica os princípios básicos da burocracia como sendo divisão do trabalho; impessoalidade; hierarquia; profissionalismo; padronização e formalização; autoridade; separação de domínios público e privado. Weber considerava que, em uma perspectiva puramente técnica, a burocracia é capaz de atingir o mais alto grau de eficiência e é, nesse sentido, o mais racional e conhecido meio de exercer dominação e controle sobre os trabalhadores. Vantagens da burocracia: ➔ Consolidação de metodologias de análises racionais, possibilitando o aprimoramento dos processos de produção; ➔ Redução dos favoritismos e clientelismos por meio da igualdade de todos diante da lei e da norma; ➔ Capacidade de isomorfismo, isto é, a transposição de modelos para outras sociedades e culturas, em decorrência do impessoalismo da estrutura burocrática; ➔ No entanto, o uso da palavra “burocracia” na atualidade é sinônimo de ineficiência, lentidão e rigidez. Limitações do modelo burocrático: ➔ Incapacidade de resposta e adaptação organizacional; ➔ processo decisório lento; ➔ limites de formalização; ● Algumas considerações sobre a Escola Clássica: A escola clássica marca os primeiros estudos sistematizados acerca da administração, incorporando as características do período no qual surge, o principal aspecto da escola é a busca contínua de métodos e técnicas científicas e racionais, de caráter universal, isto é, passíveis de serem aplicados em todas as situações com dado rigor. ● Escola comportamental: A Escola comportamental é uma denominação genérica do conjunto das contribuições teóricas e empíricas que buscam analisar o impacto do comportamento humano nas organizações. As primeiras abordagens da escola comportamental, como o movimento de relações humanas, reconhece que, os seres humanos não são apenas influenciados por estímulos econômicos, mas respondem a outros fatores de ordem social e psicológica. As abordagens posteriores vão além desse conceito de homem social, para compreender o indivíduo como um ser complexo que tem outras necessidades ligadas ao seu ego, desenvolvimento pessoal, auto realização e autonomia de pensamento. As duas correntes de pensamentos mais marcantes para o desenvolvimento para este novo enfoque de pesquisa, centrado no lado humano e subjetivo das organizações são: 1. Movimento das relações humanas: é um movimento de reação e oposição a escola clássica de administração, que reconhece os limites do controle burocrático como forma de regulamentação social e que se propõe a valorizar as dimensões relacionais e sociais no ambiente de trabalho. Nasceu a partir de resultados de pesquisa de campo em uma fábrica em Chicago e foi essa pesquisaque gerou as bases para o desenvolvimento de relações humanas, ficou conhecida como os experimentos de Hawthorne. ❖ Experimentos de Hawthorne: O objetivo inicial da pesquisa consistia em verificar os efeitos da iluminação no local de trabalho. Os resultados da pesquisa, porém, não foram os esperados. Durante os experimentos realizados, toda vez que aumentava a intensidade de luz, a produção aumentava. E quando se diminuía a luz, a produção crescia também. Os funcionários interpretaram a presença e a atenção que os pesquisadores lhes dedicavam como um aumento de interesse e preocupação com a melhoria de suas condições de trabalho. A partir desse momento começa-se a questionar a importância de aspectos técnicos e a valorizar questões relacionais e sociais no ambiente de trabalho. Elton Mayo percebeu o impacto que a atitude do pesquisador tinha nos resultados e reorientou a pesquisa de forma a testar os efeitos de uma abordagem mais cooperativa, ou seja, os supervisores deveriam mostrar uma atitude aberta e amigável perante os trabalhadores e os pesquisadores deveriam ser menos diretivos em suas entrevistas. Conclusões dos experimentos - base para o movimento das relações humana: I. A integração social do indivíduo é fator determinante de seu nível de produtividade II. O comportamento do indivíduo é determinado pelas normas de funcionamento do grupo a que pertence; III. As organizações são compostas por diferentes grupos informais, que não coincidem com sua estrutura formal; IV. Uma supervisão mais cooperativa e preocupada com os trabalhadores aumenta a eficiência organizacional. 2. Abordagem comportamental: Os estudos do movimento de relações humanas contribuíram para alertar sobre a importância do fator humano na administração. A relação entre a satisfação dos empregados e o aumento da produtividade não é tão óbvia assim, pois depende do tipo de trabalho e das condições sob as quais ele é desenvolvido. Os representantes das relações humanas continuavam a considerar o ser humano como um ser passivo que reage de forma padronizada aos estímulos, mesmo sendo esses últimos de natureza social. Mas o que é abordagem comportamental? É uma escola de pensamentos que desenvolve um conjunto de teorias que propõem mudanças nas configurações do trabalho e nas estruturas organizacionais de forma a alinhá-las com a necessidade de autodesenvolvimento e realização dos trabalhadores. Na primeira fase dessa corrente de pensamento o foco foi no desenvolvimento de teorias de motivação e liderança. Atualmente, os estudos dentro desta abordagem continuam em uma subárea da administração denominada comportamento organizacional. Abraham Maslow foi um dos primeiros representantes de pesquisas sobre teorias motivacionais. Ele sugere que os seres humanos têm cinco níveis de necessidades: 1. Fisiológicas 2. De segurança 3. De pertencimento ao grupo social 4. De autoestima 5. De autorrealização As necessidades seguem uma hierarquia, não sendo possível satisfazer as necessidades de escalas mais altas, como de autoestima e de autorrealização, sem antes satisfazer as necessidades mais básicas, como as de ordem fisiológicas e de segurança. Douglas McGregor retoma alguns conceitos de Maslow para desenvolver uma teoria que ele denomina teoria X e teoria Y, na qual relaciona os conceitos de motivação com os conceitos de liderança. A teoria X assume que as pessoas são preguiçosas e que necessitam de motivação, pois encaram o trabalho como um mal necessário para ganhar dinheiro. A teoria Y, no entanto, baseia-se no pressuposto de que as pessoas querem e necessitam trabalhar, e encara a administração como um processo de criação de oportunidades para o empregado. Frederick Herzberg, por sua vez, foi um dos primeiros pesquisadores a considerar as opiniões dos trabalhadores e nas pesquisas acerca das condições do trabalho. Ele classificou a motivação humana em duas categorias: 1. Necessidades básicas ou fatores higiênicos, que se referem aos fatores necessários, mas não suficientes para o homem trabalhar. 2. Necessidades de autorrealização ou fatores intrínsecos com base nos quais é possível obter mais dedicação e comprometimento dos indivíduos com as organizações. A escola comportamental surgiu em 1930 devido aos resultados insatisfatórios da escola clássica. A abordagem clássica, voltada para estruturas e processos de trabalho, negligenciava o fator humano ou considerava-o totalmente controlável ou previsível. A escola clássica defendia que os interesses dos trabalhadores e da organização eram os mesmos. Na escola comportamental, a maioria das pesquisas na área de administração foi conduzida por cientistas sociais, influenciados principalmente pelo desenvolvimento da sociologia e psicologia, que consideravam o indivíduo como produto da sociedade e dos grupos sociais aos quais se filiava. Um conjunto de autores que coexistiu com os principais pensadores da escola clássica de administração apresentou várias ideias e conceitos que precederam muitas das escolas de administração desenvolvidas. Entre eles destacam-se principalmente Mary Parker Follet e Chester Barnard. No auge do taylorismo, Mary Parker Follet deu grande importância às relações interpessoais dos trabalhadores e analisou seus padrões de comportamento, partindo do pressuposto de que ninguém poderia se realizar como pessoa se não fizesse parte de um grupo. Defendia que as pessoas se influenciam mutuamente, e que as divergências e conflitos entre elas poderiam ser construtivas. Barnard se propõe a apresentar uma teoria da cooperação em organizações formais. Para ele, as organizações são sistemas de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, que existem porque os indivíduos não podem realizar objetivos individuais de forma isolada. ● Escola quantitativa: Corrente de pensamento que utiliza técnicas matemáticas e estatísticas na análise de modelos complexos, de forma a auxiliar na resolução de problemas organizacionais. Esses modelos tinham como objetivo auxiliar na tomada de decisão dos administradores. A respeito do contexto histórico de surgimento da escola quantitativa, podemos destacar os impactos da segunda guerra mundial e das associações de disseminação da informação para os gerentes Todo o conhecimento acumulado sobre planejamento e controle de estratégias e operações militares, que tinha como base a modelagem matemática e a utilização de computadores para apoiar os processos de tomada de decisão, foi sendo incorporado pelas organizações. No começo de 1950, apareceram as primeiras associações que tinham como objetivo disseminar informações sobre as técnicas quantitativas de apoio à tomada de decisão, desenvolvidas para a área da administração. Em 1952, foi criada a sociedade americana de pesquisa operacional. Ela iniciou a publicação de um influente jornal de divulgação de técnicas de gestão de operação e logística. ❖ Correntes da escola quantitativa: Para a escola quantitativa, a maioria dos problemas organizacionais pode ser modelada quantitativamente, e ela pode ser dividida em três grandes correntes: 1. Pesquisa operacional: é o ramo da escola quantitativa que consiste na aplicação de modelagem matemática e estatísticas a problemas complexos, para auxiliar o processo de tomada de decisões gerenciais, como projetar, planejar e operar sistemas em situações que requerem alocações eficientes de recursos escassos. Para pesquisa operacional, é possível descobrir a melhor forma de fazer qualquer coisa, como prever as vendas futuras, minimizar os custos de armazenamento ou gerir eficientemente filas de espera, poupando assim tempo e dinheiro. 2. Gestão de operações: especialização da escola quantitativa que tem como foco a operação e o controle do processo de transformação de materiais, trabalho e capital em produtos ou serviços. Busca otimizar as operações e atividades por meio das quais os vários recursos são utilizados para produzir bens e serviços. 3. Gestão de sistema de informação: disciplina da escola quantitativa que tem comofoco a gestão e desenvolvimento de sistemas de coleta, processamento e monitoração de informação gerencial. o SIG é um sistema computadorizado que tem como objetivo coletar, processar e disseminar dados, de forma a transformá-los em informação útil e acessível a todos os níveis organizacionais. ● Escola contingencial: A escola contingencial é outra corrente de pensamento administrativo que surge na segunda metade do século XX, influenciada pela crescente conscientização do impacto do ambiente externo nas organizações. Os dois principais desenvolvimentos teóricos da escola contingencial são: 1. Teoria dos sistemas: nova forma de interpretar as organizações, que passam a ser vistas como um sistema aberto em contínua relação com o ambiente em que está inserido, sendo ele próprio um sistema complexo composto por diversos subsistemas em contínua interação. As organizações eram vistas como um sistema fechado, sem interação com o seu ambiente externo. Logo, esperava-se que, com a melhoria dos processos internos, a organização tivesse sucesso. A administração científica e a escola quantitativa focaram o subsistema técnico, ao passo que as teorias comportamentais lidavam com o subsistema psicossocial. Na teoria sistêmica, as organizações não são vistas como autossuficientes, pois prescindem de insumos do ambiente, além de precisarem escoar seus produtos e serviços. Para a teoria dos sistemas, a organização é um sistema complexo composto por diversos subsistemas em contínua interação. Subsistemas de natureza técnica, estrutural, psicossocial de valores etc. interagem e compõem a organização. O trabalho do administrador é assegurar que todas as partes da organização sejam coordenadas internamente, de forma a alcançar os objetivos organizacionais. A teoria dos sistemas não enxerga o trabalhador como homem social ou complexo, mas sim como um homem funcional. Para a teoria dos sistemas, a organização são sistemas de papéis, nas quais o homem funcional executa um determinado papel, administrando suas expectativas e ajustando-se aos novos papéis que lhe são atribuídos. 2. enfoque contingencial: conjunto de pesquisas empíricas que buscam identificar as principais contingências, isto é, as características que podem influenciar a estrutura de uma organização. A frase “não existe uma única maneira indicada de administrar e organizar” vai marcar a perspectiva contingencial, em uma clara oposição às ideias de escolas clássicas de administração. É tarefa do administrador analisar a situação e suas circunstâncias específicas para identificar quais técnicas trariam os melhores resultados sob as condições daquela situação. Entender as contingências ajuda o administrador a compreender quais ações administrativas ou estruturas organizacionais são mais adequadas em determinado conjunto de circunstâncias. A segunda guerra mundial tornou mais visível a questão da interdependência dos países. Isso porque se percebeu que determinados acontecimentos em um país causavam impactos em diversos outros. O pensamento sistêmico surgiu, assim, como um movimento contrário a essa especialização das disciplinas científicas. A realidade deveria ser analisada a partir de perspectivas complementares, e não restringir-se a uma única abordagem. O acadêmico que consolidou a perspectiva sistêmica foi Ludwig Von Bertalanffy ao propor uma teoria geral dos sistemas. Ele foi o primeiro a conceber o modelo do sistema aberto como um complexo de elementos em interação e intercâmbio contínuo com o ambiente.