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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Luiz Felipe Scabar
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Marcel da Rocha Chehuen
Políticas Públicas e
Inclusão Social
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Professor conteudista: Luiz Felipe Scabar 
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Mestre em 
Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da 
Universidade de São Paulo (FSP/USP). Graduado em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP). Professor titular 
da Universidade Paulista (UNIP).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S677p Scabar, Luiz Felipe.
Políticas Públicas e Inclusão Social / Luiz Felipe Scabar. - São 
Paulo: Editora Sol, 2019.
96 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-168/19, ISSN 1517-9230.
1. Políticas públicas. 2. Direito sociais. 3. Inclusão social. I. Título
CDU 340.2
U502.07– 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Fabrícia Carpinelli
 Rose Castilho
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Sumário
Políticas Públicas e Inclusão Social
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ESTADO, GOVERNO, PODER E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ..........................................9
1.1 Estado ...........................................................................................................................................................9
1.2 Política e poder ..................................................................................................................................... 10
1.2.1 A teoria dos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário .....................................11
1.2.2 O poder político ....................................................................................................................................... 13
1.3 Governo .................................................................................................................................................... 14
1.3.1 Forma de governo ................................................................................................................................. 14
1.3.2 Sistema de governo ............................................................................................................................... 16
1.3.3 Regime político ........................................................................................................................................ 16
2 A ATUAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NA IMPLEMENTAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS E NO 
ALCANCE DA INCLUSÃO SOCIAL ................................................................................................................. 17
2.1 Sociedade civil ....................................................................................................................................... 17
2.2 Direitos do cidadão .............................................................................................................................. 18
2.3 Direito à saúde ..................................................................................................................................... 19
2.4 Cidadania ................................................................................................................................................. 20
2.5 Participação popular ........................................................................................................................... 20
3 POLÍTICAS DE ESTADO, POLÍTICAS DE GOVERNO, POLÍTICAS PÚBLICAS E 
POLÍTICAS SOCIAIS ............................................................................................................................................. 21
3.1 Políticas de Estado ............................................................................................................................... 21
3.2 Políticas de governo ............................................................................................................................ 22
3.3 Políticas públicas .................................................................................................................................. 22
3.4 Políticas sociais ...................................................................................................................................... 23
4 POLÍTICAS NACIONAIS ................................................................................................................................. 24
4.1 A Política Nacional de Saúde como modelo de política pública vigente ..................... 25
4.1.1 A Política Nacional de Saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS)....................................... 32
4.1.2 Os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde ............................................................... 32
4.1.3 Princípios do SUS .................................................................................................................................... 34
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Unidade II
5 POLÍTICAS DE SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL ............................................. 44
5.1 A Política Nacional de Atenção Básica ........................................................................................ 45
5.2 A estratégia Saúde da Família ......................................................................................................... 57
5.3 Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) .................... 59
5.4 A política nacional de promoção da saúde ............................................................................... 62
5.4.1 O referencial da promoção da saúde (O que é promoção da saúde?) .............................. 62
5.4.2 A política nacional de promoção de saúde como modelo de política 
pública vigente ................................................................................................................................................... 69
6 INTERSETORIALIDADE E O CONCEITO DE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE .................. 79
7 SOBRE O CONCEITO DE EMPODERAMENTO ......................................................................................... 81
8 A COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTOSDE 
EMANCIPAÇÃO, LIBERTAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL ............................................................................... 82
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Políticas Públicas e Inclusão Social propõe a problematização e discussão crítica a respeito 
das Políticas Públicas no Brasil através da perspectiva da participação popular, abordando a inclusão social 
como ação política concreta para a transformação social.
A partir da discussão de conceitos fundamentais que embasam as políticas públicas, a disciplina 
possui como objetivo problematizar acerca dos atuais desafios dos setores sociais, enfatizando o 
setor saúde como campo para implementação de políticas públicas em prol da inclusão social e 
redução das desigualdades.
INTRODUÇÃO
O atual cenário brasileiro tem evidenciado a importância do envolvimento da população no projeto 
político do País, trazendo para a discussão questões fundamentais para o exercício da cidadania e da 
implementação dos direitos sociais. 
Conhecer e se apropriar dos conceitos de Estado, governo, sociedade civil, cidadania, direitos/
deveres, participação popular, política e poder, oferece subsídios para discussão e compreensão sobre as 
principais diferenças entre as políticas sociais, públicas, de Estado e de governo, conceitos fundamentais 
na formação do profissional de saúde preparado para uma atuação crítica e cidadã.
Por meio da discussão da trajetória histórica de construção da atual Política Nacional de Saúde, 
abordaremos os conceitos fundamentais de uma política social implementada com a participação 
popular, tornando-se uma política pública voltada à inclusão social.
Para isso, se faz necessário discutir sobre os principais fatores de exclusão social e as potencialidades 
das políticas públicas no combate às desigualdades sociais por meio da promoção da saúde a partir da 
perspectiva dos determinantes e condicionantes da saúde, bem como dos conceitos de empoderamento, 
libertação, emancipação e participação popular.
Além da Política Nacional de Saúde, outras políticas nacionais serão aqui apresentadas e discutidas 
com o objetivo de incitar a reflexão do educando sobre a problemática da inclusão social por meio de 
políticas nacionais.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Unidade I
1 ESTADO, GOVERNO, PODER E FORMAS DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Para reflexão... 
 “Por que eu preciso 
estudar Políticas 
Públicas?”
Figura 1
“A conscientização se dá na prática política, social, existencial com leitura e releitura crítica da realidade.” 
Paulo Freire
1.1 Estado
No século XI, Nicolau Maquiavel, por meio da prestigiada obra O Príncipe, difunde o termo Estado a 
partir da seguinte afirmativa: “Todos os estados, todos os domínios que imperaram e imperam sobre os 
homens, foram e são ou repúblicas ou principados”. 
Figura 2 – Nicolau Maquiavel
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Unidade I
Segundo Bobbio (2001), ao longo do tempo palavra Estado passou de um significado genérico de 
situação para um significado específico de condição de posse permanente e exclusiva de um território 
e de comando sobre os seus respectivos habitantes, substituindo os termos tradicionais com que fora 
designada até então a máxima organização de um grupo de indivíduos sobre um território em virtude 
de um poder de comando.
Atualmente, o termo Estado é empregado para a descrição de uma instituição organizada política, 
social e juridicamente, que ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é 
uma Constituição. É dirigido por um governo soberano, reconhecido interna e externamente, sendo 
responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e 
da coerção (CICCO; GONZAGA, 2011).
A expressão sistema político tem sido utilizada como substituta do termo Estado, pois ela não 
traz consigo os conceitos e valores que carregam o termo Estado, tal como pressupõem tanto os 
conservadores que a deificam, quanto revolucionários que a demonizam, a partir do emprego do termo 
por Maquiavel para descrever uma “instituição” com grande concentração de poder (BOBBIO, 2001).
 Lembrete
No texto, o termo Estado corresponde ao conceito de estado-nação, 
considerado como entidade que tem governo e administração particulares 
e reconhecidos interna e externamente, não se tratando de cada uma das 
grandes divisões territoriais internas de uma República Federativa. 
1.2 Política e poder
Etimologicamente, a origem da palavra política deriva de politikós, do grego, e se refere àquilo que é da 
cidade, da polis (na Grécia Antiga), da sociedade, ou seja, que é de interesse do homem enquanto cidadão.
Na Grécia Antiga, por meio de sua obra A Política, Aristóteles foi um dos pioneiros a tratar da política 
como uma prática intrínseca aos homens.
Figura 3 – Aristóteles
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Ao longo do tempo, o termo política deixou de ter o sentido de adjetivo (aquilo que é da cidade, 
sociedade) e passou a ser um modo de “saber lidar” com as coisas da cidade, da sociedade. 
Política trata-se de uma atividade relativa à formação das decisões coletivas e à organização do 
poder coativo, sendo a esfera das ações que têm alguma referência à conquista e ao exercício do poder 
soberano em uma comunidade de indivíduos sobre um território.
Fazer política pode estar associada às ações de governo e de administração do Estado e à forma 
como a sociedade civil se relaciona com o próprio Estado.
Enquanto prática humana, a política conduz, consequentemente, a se pensar no conceito de poder. 
O fenômeno “poder” é o que promove o intercâmbio e a relação entre “Estado” e “Política”. Toda teoria 
política parte de uma definição ou de uma análise do fenômeno “poder”.
Se a teoria do Estado pode ser considerada como uma parte da teoria política, a teoria política pode 
ser por sua vez considerada como uma parte da teoria do poder. 
1.2.1 A teoria dos três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário
O processo político é classicamente definido como “a formação, a distribuição e o exercício do poder”. 
Nesse sentido, a teoria do Estado apoia-se sobre a teoria dos três poderes: o executivo, o legislativo e o 
judiciário, e das relações entre eles (BOBBIO, 2001).
O poder não pode ser mantido nas mãos de uma única pessoa ou instituição. Por essa razão foi necessário 
desenvolver formas de organização do poder político, evitando ainda atuações tiranas e autoritárias.
O grande idealizador da teoria dos três poderes foi Charles de Montesquieu (1689 – 1755), 
que, baseado na obra de Aristóteles, publicou O Espírito das Leis, na qual sugere a implementação da 
“teoria dos três poderes” para organização das instituições políticas com o objetivo de solucionar as 
inconveniências do regime absolutista.
Figura 4 – Montesquieu
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Unidade I
Na abordagem de Montesquieu sobre a Teoria dos Três Poderes são evidenciados o necessário 
equilíbrio entre a autonomia de cada poder e o direito de intervenção nos demais poderes em caso de 
eventual situação de autoritarismo.
Em cada esfera política, elabora leis, fiscaliza e 
controla os atos do Poder Executivo
Presta serviços públicos por meio de órgãos 
diretos (ministérios e secretarias) e indiretos 
(entidades administrativas)
No Brasil, existem duas instâncias legislativas 
independentes: Câmara 
dos Deputados e Senado
Eleitos pelo povo (por 
estado), criam leis sobre 
assuntos de interesse 
nacional 
Mandato: 4 anos
São três senadores por 
estado. Analisam e 
julgam os projetos de leielaborados pela Câmara. 
Mandato: 8 anos
Criam leis sobre assuntos de 
interesse estadual 
Mandato: 4 anos
Criam leis sobre assuntos de 
interesse municipal
Mandato: 4 anos
Legislativo Executivo
FEDERAL FEDERAL
FEDERAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
RE
GI
ON
AL
CONGRESSO NACIONAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
SUPREMO 
TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA
TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA
JUÍZES DE 
DIREITO
JUÍZES 
FEDERAIS
JUÍZES DO 
TRABALHO
JUÍZES 
ELEITORAIS
JUÍZES 
MILITARES
TRIBUNAL 
REGIONAL 
FEDERAL
TRIBUNAL 
REGIONAL 
DO 
TRABALHO
TRIBUNAL 
REGIONAL 
ELEITORAL
TRIBUNAL 
SUPERIOR DO 
TRABALHO
TRIBUNAL 
SUPERIOR 
ELEITORAL
TRIBUNAL 
SUPERIOR 
MILITARCÂMARA DOS 
DEPUTADOS
SENADO FEDERAL
ESTADUAL
ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA
DEPUTADOS ESTADUAIS
MUNICIPAL
CÂMARA MUNICIPAL
VEREADORES
Chefe de Estado e do governo, 
comanda as Forças Armadas 
Mandato: 4 anos
Decide sobre causas em que há violação da 
Constituição, como trabalho escravo
Dá o veredicto em 
causas decididas 
pelos demais 
tribunais (federais 
ou estaduais)
Órgão 
judiciário 
estadual
Julga 
processos que 
envolvam a 
União
Julga causas 
trabalhistas no 
estado
Fiscaliza as 
eleições no 
estado
Decide ações sobre 
causas trabalhistas
Organiza e 
administra as 
eleições e garante 
a execução das 
leis eleitorais
Específico para 
julgar militares
MINISTÉRIOS
Cada um coordena uma área específica, 
como Saúde e Educação
GOVERNADOR
Por estado
Mandato: 4 anos
SECRETARIAS
(como a de Educação)
PREFEITO
Por município
Mandato: 4 anos
SECRETARIAS OU 
DEPARTAMENTOS
Julga de acordo com as regras da Constituição e as leis 
criadas pelo Poder Legislativo
Judiciário
O Executivo colabora 
com o Legislativo, 
sancionando ou 
vetando seus projetos 
de lei
O Executivo define os 
menmbros do judiciário, 
como ministros do Supremo 
e dos demais tribunais
Figura 5
O poder executivo
O poder executivo é aquele formado pelo presidente, seu gabinete de ministros e seus secretários, 
os quais governam o povo e administram os interesses públicos levando em consideração o que é 
estabelecido pela Constituição. O presidente é eleito de maneira direta pelos cidadãos e tem um 
mandato de quatro anos, enquanto os ministros e secretários são eleitos pessoalmente pelo presidente 
em questão. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
O poder legislativo 
O poder legislativo é aquele que tem como função elaborar normas de Direito e legislar as mais 
variadas esferas políticas e constitucionais do país, aprovando, rejeitando e fiscalizando as propostas feitas 
pelo poder executivo. Geralmente, é constituído por parlamentos, congressos, câmaras e assembleias. 
No Brasil, o poder legislativo é constituído pelas Câmaras de Deputados (representam a população) e 
pelo Senado Federal (representantes dos estados). Nos níveis municipais e estaduais, o poder legislativo 
é encaminhado através da Câmara de Vereadores e da Câmara de Deputados Estaduais. 
O poder judiciário 
O poder judiciário é aquele que tem a capacidade de exercer julgamentos. Esses julgamentos se 
dão através das regras constitucionais e leis que advém do poder legislativo. É obrigação do poder 
judiciário julgar de maneira imparcial qualquer conflito que surja no país. No Brasil, seus órgãos de 
funcionamento são o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais 
Federais, os Tribunais do Trabalho, os Tribunais Eleitorais, os Tribunais Militares e os Tribunais dos Estados.
1.2.2 O poder político
Poder estaria ligado à ideia de posse dos meios para se obter vantagem (ou para fazer valer a 
vontade) de um homem sobre outros. 
O poder político é o poder que um homem pode exercer sobre outros, a exemplo da relação entre 
governante e governados (povo, sociedade). Requer legitimação, a qual ocorre por vários motivos, como 
pela tradição (poder de pai, paternalista), despótico (autoritário, exercido por um rei, uma ditadura) ou 
aquele que é dado pelo consenso, sendo este último um modelo de governo esperado. 
O poder exercido pelo governante em uma democracia, por exemplo, dá-se pelo consenso do povo, 
da sociedade. 
No caso brasileiro, o poder do presidente é garantido porque existe um consenso da sociedade que o 
autoriza e, além disso, há uma Constituição Federal que formaliza e dá garantias a esse consenso.
A finalidade ou fim da política não pode se resumir apenas em um aspecto, pois os fins da política 
são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as 
circunstâncias (BOBBIO, 2001). 
Um fim mínimo à política (enquanto poder de força) é a manutenção da ordem pública e a defesa da 
integridade nacional. Essa finalidade é mínima para a realização de todos os outros fins do poder político. 
Porém, é importante se atentar para o fato de que o poder político não pode ter como finalidade o 
poder pelo poder, pois, se assim fosse, perderia o sentido. (BOBBIO, 2001)
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Unidade I
1.3 Governo
O governo é uma estrutura elaborada para manutenção e administração do Estado. Nesse sentido, a 
sua existência depende do Estado, tal como o Estado, para ser mantido de forma organizada, depende de 
um governo. É a organização necessária para o exercício do poder político do Estado (FILOMENO, 1997).
Um governo é definido enquanto sua forma, sistema e regime político, os quais serão vistos a seguir.
1.3.1 Forma de governo 
A forma de governo refere-se à política base que define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. 
Maquiavel reconhece como formas de governo o que ele classificou como principiados e repúblicas, 
sendo que nos principiados o poder estaria nas mãos de apenas um governante. Já na República, de um 
governo estruturado para atender à vontade do coletivo. 
O essencial numa nação é que os conflitos originados em seu interior 
sejam controlados e regulados pelo Estado. Em função do modo pelo 
qual os bens são compartilhados, as sociedades concretas assumem 
diferentes formas. Assim, onde persista ou possa persistir uma relativa 
igualdade entre os cidadãos, o fundador de Estados deve estabelecer uma 
república. Ocorrendo o contrário, manda a prudência que seja constituído 
um principiado. Se não proceder assim, o governo formará um Estado 
desequilibrado e sem harmonia, que não poderá subsistir por muito tempo 
(O PENSAMENTO..., 1986, p. 41)
Podemos considerar duas formas de governo presentes nas sociedades contemporâneas, sendo:
• Monarquia absolutista ou não absolutista (ou constitucional).
• República. 
Monarquia absolutista
Na monarquia absolutista, o monarca exerce o poder de forma absoluta, não havendo limitações 
constitucionais ou divisões de poder. 
São exemplos atuais de monarquia absolutista os governos dos seguintes países:
• Arábia Saudita. 
• Catar.
• Cidade do Vaticano.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Monarquia não absolutista
Na monarquia não absolutista, ou constitucional, o monarca divide o poder com membros de cortes 
estabelecidas, poderes judiciários e legislativos ou ministros. São exemplos atuais de monarquias não 
absolutistas, em que os monarcas dividem o poder com ministros sujeitos a confiança parlamentar, os 
governos dos seguintes países:
• Austrália.
• Bélgica.
• Canadá.
• Espanha.
• Jamaica.
• Japão.
• Reino Unido.
• Suécia.
Também são exemplos atuais de monarquias não absolutistas, onde os monarcas exercem o poder 
pessoalmente, mas nesses casos em confluência com outras instituições, os governos dos seguintes países:
• Butão. 
• Emirados Árabes Unidos. 
• Kuwait.
• Marrocos.
• Mônaco.
República
Já na forma de governo republicana cabe ao povo a escolha dos governantes que administrarão o 
Estado.A participação da população na escolha dos governantes do Estado algumas vezes trata-se de 
um direito, outras vezes, um dever. São exemplos atuais de governos republicanos os seguintes países:
• Alemanha.
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Unidade I
• Argentina.
• Brasil.
• Chile.
• Estados Unidos.
• Itália.
• Portugal.
1.3.2 Sistema de governo
O sistema de governo refere-se à forma de divisão do poder no Estado. Os principais sistemas de 
governo são classificados em:
• Presidencialismo.
• Parlamentarismo.
• Semipresidencialismo.
Presidencialismo
No sistema presidencialista, o presidente exerce o papel de chefe de governo e de chefe de Estado. 
Parlamentarismo
No sistema parlamentarista há dependência mútua entre os poderes legislativo e executivo. O 
parlamento é formado por um gabinete de ministros, responsável pela aprovação das decisões que 
cabem ao governo, bem como leis e normas. O chefe de governo é o primeiro-ministro, ou chanceler, 
que exerce a função de representatividade máxima do poder executivo e o chefe de Estado é o presidente 
ou rei, dependendo da forma de governo.
Semipresidencialismo 
No sistema semipresidencialista, o primeiro-ministro é o chefe de governo, responsável perante a 
legislatura do Estado, dividindo o poder executivo com o presidente.
1.3.3 Regime político
O regime político é a forma como o Estado exerce o poder de governo sobre a sociedade. Os principais 
regimes políticos já praticados ao longo da história foram:
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• Autoritarismo. 
• Democracia. 
• Despotismo. 
• Ditadura. 
• Oligarquia.
• Plutocracia. 
• Teocracia. 
• Tirania. 
• Totalitarismo. 
 Saiba mais
Os filmes a seguir podem propiciar uma inter-relação com os conteúdos 
apresentados até aqui:
A ONDA. Dir. Dennis Gansel. Alemanha: Constantin Film, 2008. 107 minutos.
PRA FRENTE, Brasil. Dir. Roberto Farias. Brasil: Embrafilme, 1982. 105 minutos.
EU, CLAUDIUS. Dir. Herbert Wise. Reino Unido: BBC, 1976. 650 minutos. 
2 A ATUAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NA IMPLEMENTAÇÃO DOS DIREITOS 
SOCIAIS E NO ALCANCE DA INCLUSÃO SOCIAL 
2.1 Sociedade civil
É na sociedade civil que nascem as demandas essenciais à criação das políticas públicas. São as mais 
diversas formas de organização social, são os grupos e comunidades organizados intencionalmente 
ou não, que por meio dos seus modos de vida apresentam ao governo as genuínas necessidades que 
subsidiam o estabelecimento dos direitos sociais e que fundamentalmente devem ser consideradas na 
criação de políticas públicas. “O contraste entre sociedade civil e Estado põe-se como contraste entre 
quantidade e qualidade das demandas e capacidade das instituições de dar respostas adequadas e 
tempestivas” (BOBBIO, 2001, p. 36). 
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Unidade I
Sociedade civil é onde surgem e se desenvolvem os conflitos econômicos, 
sociais, ideológicos, religiosos, que as instituições estatais têm o dever de resolver 
ou através da mediação ou através da repressão. Sujeitos desses conflitos e, 
portanto da sociedade civil exatamente enquanto contraposta ao Estado são as 
classes sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos, as associações, 
as organizações que as representam ou se declaram seus representantes; ao 
lado das organizações de classe, os grupos de interesse, as associações de 
vários gêneros com fins sociais, e indiretamente políticos, os movimentos de 
emancipação de grupos étnicos, de defesa dos direitos civis, de libertação da 
mulher, os movimentos de jovens etc. (BOBBIO, 2001, p. 35-36).
Em períodos de crise, é na sociedade civil que poderes legítimos perdem a sua força, em que surgem 
novos poderes que se tornam legítimos por ser oriundos da própria sociedade civil. É nesse sentido 
que a solução de crises que ameaçam a sobrevivência de um sistema político deve ser procurada, antes 
de tudo, na sociedade civil. Nesse sentido, consideremos a opinião pública como uma representação 
fundamental da sociedade civil, concretizada por meio da mídia, canais de transmissão, como rádio 
e televisão, redes sociais etc. A expressão dos movimentos sociais e a opinião da população só se 
concretiza como opinião pública quanto é efetiva e amplamente comunicada, transmitida ao público 
(BOBBIO, 2001, p. 37). 
2.2 Direitos do cidadão
A Constituição de 1988 surgiu a partir de intenso processo de mobilização e participação da 
sociedade civil e representa uma verdadeira conquista para os cidadãos brasileiros. Entretanto, sabe-se 
que a maioria dos direitos por ela garantidos ainda não foram realizados na prática.
Figura 6 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Isso se deve, em parte, à falta de conhecimento da população acerca de seus direitos. É buscando 
retomar essas lutas do passado e socializar o conhecimento acerca dos direitos estabelecidos na 
Constituição que precisamos (re)discutir as políticas públicas.
E assim é, pois numa sociedade plural e democrática, todos os cidadãos estão habilitados a atuar e a 
entender de direitos. Quer dizer, o saber sobre os direitos não pode ficar restrito aos advogados, mas, ao 
contrário, deve ser difundido por toda a sociedade, em especial, pelo movimento popular.
 Lembrete
Para ser cidadão e, portanto, participar da democracia, é necessário 
conhecer os seus direitos.
Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de 
diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como 
instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia 
de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população.
2.3 Direito à saúde 
A saúde é um direito social reconhecido constitucionalmente, o que caracteriza um importante 
campo de discussão. O reconhecimento da saúde como um direito social na Constituição Federal de 
1988, fruto de um longo processo histórico de avanços e retrocessos na conquista da cidadania, não 
constituiu o final desse processo, mas uma importante etapa (VIANA; SILVA, 2012, p.1).
A 8ª Conferência Nacional de Saúde de 1986, que elaborou um processo democrático e de efetiva 
participação popular, entre outros estímulos de avanço ao setor da saúde, definiu o Estado como 
responsável pela garantia do direito à saúde, sob a perspectiva social e inclusiva, para todos os habitantes 
do território nacional (RELATÓRIO..., 1986). 
O direito à saúde é garantido por meio do texto constitucional e da Política Nacional de Saúde 
(PNS) brasileira. 
É importante destacar que a 8ª Conferência Nacional de Saúde apresentou um novo conceito de saúde, 
mas, sob a perspectiva do direito, cabe observar a sua abrangência, além dos objetivos da assistência e 
prevenção. No entanto, o conceito de saúde como ausência de doenças ainda se faz presente. 
Dallari (2008) destaca que o direito à saúde foi incorporado ao texto constitucional apenas em 
1988, fruto de grande participação popular, consolidada na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Nesse 
sentido, torna-se muito importante que haja uma participação popular e controle social constante na 
delimitação do direito à saúde, pois, na realidade, esse direito vem sendo consolidado em conformidade 
com as exigências constitucionais, porém de forma bastante incipiente.
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Unidade I
Mudanças sociais não resultam apenas da criação constitucional dos mecanismos que as possibilitem, 
mas, principalmente, do uso de tais instrumentos. Nesse sentido, a capacitação das organizações sociais 
para o exercíciolegal e competente das suas funções de advogados da saúde pública, juntamente com o 
efetivo envolvimento do Ministério Público na luta pelo respeito aos direitos assegurados na Constituição, 
é fundamental para a condução da democracia e instauração efetiva do estado Democrático de Direito 
no Brasil (DALLARI, 2013).
 Saiba mais
Para aprofundar seu conhecimento nestes assuntos, leia os 
seguintes documentos:
RELATÓRIO FINAL DA 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. Brasília, 
1986. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_
conferencia_nacional_saude_relatorio_final.pdf>. Acesso em: 15 maio 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
DF: Senado, 1988.
2.4 Cidadania
Cidadania pode ser traduzida em um conjunto de direitos atribuídos ao indivíduo frente ao Estado 
nacional. Uma forma de mediação entre Estado e sociedade (FLEURY, 1994).
A distinção entre Estado e sociedade civil diz respeito à separação que se processa entre a esfera do 
poder político e a esfera produtiva, em que vigoram os interesses econômicos particulares, encontrando-se 
na polarização público/privado a expressão desse fenômeno.
Nesse sentido, surgem os conceitos ação burguesa e ação cidadã. Uma ação burguesa tem como 
foco exclusivamente interesses privados. Chamamos de ação cidadã quando as pessoas privadas se 
reúnem em um público para atender ao interesse da sociedade.
2.5 Participação popular
A participação popular corresponde a uma intervenção cotidiana e consciente de cidadãos 
(individualmente ou organizados em grupos ou associações) com vistas à elaboração, à implementação 
ou à fiscalização das atividades do poder público.
Dentro do tema Cidadania e Saúde, a questão da participação popular não pode ser negligenciada, 
pois se constitui em direito garantido no texto constitucional, compondo uma das principais diretrizes 
do atual sistema de saúde (BOSI, 1994).
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São instrumentos de participação popular garantidos pela Constituição Federal de 1988: plebiscito, 
referendo, iniciativa popular de leis, cooperação das associações representativas no planejamento municipal, 
exibição anual das contas municipais, reclamação relativa à prestação de serviços públicos, denúncia aos 
tribunais de contas, provocação do inquérito civil e os conselhos gestores de políticas sociais. 
A formalização na Constituição Federal não garante a efetividade dos instrumentos de efetiva 
participação popular. Ainda é necessário regulamentar para institucionalizar os mecanismos de 
participação. Participação popular é um processo político concreto que se reproduz na dinâmica da 
sociedade, mediante a intervenção cotidiana e consciente de cidadãos individualmente considerados ou 
organizados em grupos ou em associações, com vistas à elaboração, à implementação ou à fiscalização 
das atividades do poder público.
Diante do exposto, podemos entender que não basta somente mudar o poder institucional 
se não tivermos uma sociedade civil preparada para tal mudança. Não serão a forma de Estado e o 
sistema de governo que permitirão a mudança, mas sim a criação de condições sociais e econômicas 
e o estabelecimento de canais de comunicação e participação, de uma população informada, que 
permitirão a mudança constante e a evolução permanente do processo democrático juntamente com 
as transformações do ser humano (MAGALHÃES, 1999).
3 POLÍTICAS DE ESTADO, POLÍTICAS DE GOVERNO, POLÍTICAS PÚBLICAS E 
POLÍTICAS SOCIAIS
Políticas são documentos oficiais com diretrizes elaboradas para o auxílio do governo no exercício 
do poder político. Devem atender aos preceitos constitucionais em benefício da garantia do acesso 
aos direitos sociais e alcance de metas governamentais e garantia do interesse público. Para terem 
efeito jurídico, as políticas devem ser reconhecidas pelo direito. Podem ser publicadas por meio de leis, 
decretos, portarias, emenda constitucional, ato administrativo, planos e programas de governo. 
O fato de não haver um padrão de norma jurídica para exteriorização de uma política muitas vezes 
causa anseio na sociedade, pois torna-se difícil acompanhar a implementação de ações que garantem o 
acesso aos direitos sociais e o interesse público. O mais comum é a publicação de uma política por meio 
de uma lei que apresenta planos, instrumentalizando a implementação do acesso aos direitos sociais. 
É importante considerar que uma vez publicada/implementada uma política pública, surge 
concretamente aos interessados os direitos até então abstratos, previstos no programa governamental. 
3.1 Políticas de Estado
Políticas de Estado são políticas que geralmente envolvem prazos maiores e metas mais amplas. Não 
devem ser elaboradas com base em agendas político partidárias. Devem ser amplamente discutidas, 
elaboradas e publicadas após a análise de diversas instâncias do poder público. Elas são criadas a partir 
de estudos técnicos, com análise de impacto, efeitos econômicos ou orçamentários. São averiguadas por 
várias instâncias, como o Parlamento. Tal burocracia se justifica, pois as políticas de Estado incidem em 
setores mais amplos da sociedade e muitas ocasionam mudanças em normas vigentes.
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Unidade I
3.2 Políticas de governo
Políticas de governo são aquelas que o Executivo decide num processo bem mais elementar de 
formulação e implementação de determinadas medidas para responder às demandas colocadas na 
própria agenda política interna.
3.3 Políticas públicas
As políticas públicas são mediadoras da relação entre o estado e a sociedade (FLEURY, 1994). Elas 
são ações governamentais que interferem na vida dos cidadãos, visando à melhoria de vida de toda a 
coletividade e à garantia do interesse público. 
É necessário manter a diferenciação entre política pública e política partidária. A primeira constitui 
um termo de significado mais amplo, compreendida a ideia de política como atividade de conhecimento, 
organização do poder e de instrumento de ação de governos, já a política partidária entende-se o 
exercício da política por meio da filiação a um partido político, política por meio de uma organização 
político partidária
Podemos dizer que as políticas públicas servem de orientação para a ação dos indivíduos, de 
organizações e do próprio Estado, implicando em fixação de metas, de diretrizes ou de planos 
governamentais. Normalmente fixam metas de melhorias no âmbito econômico, político ou social.
Uma política pública é eficiente quando há grande possibilidade de efetividade e quando há 
articulação entre os poderes e agentes públicos envolvidos, bem como quando o seu objeto for bastante 
conhecido pelo poder público. Tais necessidades são percebidas facilmente quando nos deparamos com 
os direitos sociais, os quais exigem grande esforço do Estado para efetivá-los.
As políticas devem ser reconhecidas pelo direito para terem efeito jurídico. Uma política pública 
pode ser instituída por lei, decreto, emenda constitucional, por ato administrativo, planos ou por 
programas, não havendo um padrão jurídico para a sua exteriorização. Essa falta de padrão causa anseio 
na sociedade, visto que se torna mais complexo perceber a vinculatividade de tais políticas. 
A forma de exteriorização mais comum de uma política é através de planos que são materializados 
através de lei, estabelecendo esta os objetivos da política, os instrumentos de sua realização e condições 
de implementação.
Importante consequência da implementação de uma política pública é que tal fato faz surgir aos 
interessados a titularidade de direitos previstos no programa governamental, os quais, antes, eram 
apenas direitos abstratos (DALLARI, 2013).
Políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos 
para asrelações entre poder público e sociedade; mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, 
nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de 
financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e implantação e, sobretudo, em seus 
resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo a distribuição e redistribuição de poder, o 
papel do conflito social nos processos de decisão, a repartição de custos e benefícios sociais.
Como o poder é uma relação social que envolve vários atores com projetos e interesses diferenciados 
e até contraditórios, há necessidade de mediações sociais e institucionais, para que se possa obter um 
mínimo de consenso e, assim, as políticas públicas possam ser legitimadas e obter eficácia.
Elaborar uma política pública significa definir quem decide o quê, quando, com que consequências 
e para quem. São definições relacionadas com a natureza do regime político em que se vive, com o grau 
de organização da sociedade civil e com a cultura política vigente. 
Nesse sentido, cabe distinguir políticas públicas de políticas governamentais. Nem sempre 
políticas governamentais são públicas, embora sejam estatais. Para serem públicas, é preciso considerar 
a quem se destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é submetido ao 
debate público.
Nesse contexto, as políticas públicas – desde que elaboradas em um processo participativo e de 
diálogo com a comunidade – têm um papel fundamental, na medida em que podem funcionar como 
instrumentos de redistribuição de riquezas, de implementação de direitos e, por conseguinte, de garantia 
de condições dignas de sobrevivência à parcela mais excluída da população.
Para que uma política seja pública é necessário não apenas que ela tenha por objetivo o bem comum 
da população, mas, também, que o seu processo de elaboração seja submetido a debate e considerações 
daqueles que serão beneficiados.
Assim, podemos distinguir políticas governamentais (aquelas feitas unicamente pelos técnicos 
e burocratas do Estado) de políticas públicas (aquelas elaboradas a partir de um amplo processo de 
discussão e diálogo com a população). Tal processo de diálogo, quer dizer, de participação popular, é 
fundamental, já que as políticas públicas se realizam num campo extremamente contraditório, onde se 
entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde os limites entre público e privado são de 
difícil demarcação.
As políticas públicas são compreendidas por Höfling (2001) como as de responsabilidade do Estado 
– quanto à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolve 
órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada.
3.4 Políticas sociais
As políticas sociais têm suas raízes nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos 
surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais. São ações 
que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a 
redistribuição dos benefícios sociais visando à diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo 
desenvolvimento socioeconômico (HÖFLING, 2001).
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Unidade I
A principais áreas de intervenção das políticas sociais são: alimentação, saúde, educação, trabalho 
e emprego, saneamento e habitação, previdência, transporte de massa, assistência social, organização 
agrária, cultura e desporto, direitos e cidadania.
 Lembrete
Uma política social pode ser considerada uma política pública quando o 
seu processo de construção contou com a participação popular. 
4 POLÍTICAS NACIONAIS 
Como já discutido anteriormente, para caracterizar uma política como pública é necessário considerar 
como se deu o seu processo de construção: se ele envolveu instâncias populares e se está voltado para 
a garantia do interesse público. 
Muitas políticas nacionais vigentes não necessariamente cumpriram tais requisitos, e embora estejam 
implementadas e em plena vigência, não podem ser consideradas políticas genuinamente públicas, o 
que, muitas vezes, gera situações de ingovernabilidade, pois uma política elaborada sem a participação 
da população dificilmente atenderá às suas necessidades. 
Dentre as principais políticas nacionais vigentes, destacamos algumas relacionadas às áreas da 
saúde, educação, assistência social e meio ambiente:
• de saúde;
• de promoção da saúde;
• de atenção básica;
• de humanização no Sistema Único de Saúde (SUS);
• de enfrentamento da aids; 
• de saúde integral LGBT;
• de saúde do idoso;
• do idoso;
• do meio ambiente;
• de educação ambiental;
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• de resíduos sólidos;
• de assistência social;
• para inclusão da população em situação de rua;
• de educação especial na perspectiva da educação inclusiva; 
• de direitos humanos.
4.1 A Política Nacional de Saúde como modelo de política pública vigente 
Inspirado na Reforma Sanitária Italiana, em meados da década de 1970, começam a surgir no Brasil 
movimentos sociais que clamavam por um sistema de saúde pública para todos. Estes eram organizados 
e contavam com a participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia 
e organizações populares e sindicais. O objetivo era a construção de política de saúde efetivamente 
democrática e, para isso, seria necessária uma reforma geral no setor saúde.
Os diversos movimentos sociais, manifestações e encontros populares que lutaram pela garantia do 
direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços originou o que ficou 
conhecido como Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira. 
Em 1986, nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, tal expressão foi usada para se 
referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área 
da saúde. 
A reforma sanitária nasceu na luta contra a ditadura, com o tema saúde e democracia, e foi estruturada 
nas universidades, no movimento sindical e em experiências regionais de organização de serviços. 
Sua consolidação na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, contou, pela primeira vez, com mais 
de cinco mil representantes de todos os segmentos da sociedade civil – até então a maior participação 
popular da história dos movimentos sociais organizados –, que discutiram um novo modelo de saúde 
para o Brasil. 
Sobre as Conferências Nacionais de Saúde
Ocorrem desde 1941 e objetivam discutir e traçar estratégias referentes às principais demandas do 
campo da saúde no Brasil. Até o ano de 2017, foram 15 Conferências Nacionais, sendo a última ocorrida 
no ano de 2015. Confira a seguir o ano e os temas das Conferências Nacionais de Saúde.
1ª CNS 1941 
Temas: 1. Organização sanitária estadual e municipal; 2. Ampliação e sistematização das campanhas 
nacionais contra a hanseníase e a tuberculose; 3. Determinação das medidas para desenvolvimento 
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Unidade I
dos serviços básicos de saneamento; 4. Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção à 
maternidade, à infância e à adolescência.
2ª CNS 1950 
Tema: Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho.
3ª CNS 1963 
Temas: 1. Situação sanitária da população brasileira; 2. Distribuição e coordenação das atividades 
médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e municipal; 3. Municipalização dosserviços de saúde; 
4. Fixação de um plano nacional de saúde.
4ª CNS 1967 
Tema: Recursos humanos para as atividades em saúde.
5ª CNS 1975
Temas: 1. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; 2. Programa de Saúde Materno-Infantil; 3. Sistema 
Nacional de Vigilância Epidemiológica; 4. Programa de Controle das Grandes Endemias; 5. Programa de Extensão 
das Ações de Saúde às Populações Rurais.
 6ª CNS 1977
Temas: 1. Situação atual do controle das grandes endemias; 2. Operacionalização dos novos diplomas legais 
básicos aprovados pelo governo federal em matéria de saúde; 3. Interiorização dos serviços de saúde; 4. Política 
Nacional de Saúde.
7ª CNS 1980 
Tema: Extensão das ações de saúde por meio dos serviços básicos.
8ª CNS 1986 
Temas: 1. Saúde como direito; 2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; 3. Financiamento setorial.
9ª CNS 1992 
Tema central: Municipalização é o caminho. Temas específicos: 1. Sociedade, governo e saúde; 2. Implantações 
do SUS; 3. Controle social; 4. Outras deliberações e recomendações.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
10ª CNS 1996 
Temas: 1. Saúde, cidadania e políticas públicas; 2. Gestão e organização dos serviços de saúde; 3. Controle 
social na saúde; 4. Financiamento da saúde; 5. Recursos humanos para a saúde; 6. Atenção integral à saúde.
11ª CNS 2000 
Tema central: Efetivando o SUS – Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social. 
1. Controle social; 2. Financiamento da atenção à saúde no Brasil; 3. Modelo assistencial e de gestão para 
garantir acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde, com controle social.
12ª CNS 2003 
Tema central: Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o SUS que queremos. Eixos temáticos: 
1. Direito à saúde; 2. A Seguridade Social e a saúde; 3. A intersetorialidade das ações de saúde; 4. As três esferas 
de governo e a construção do SUS; 5. A organização da atenção à saúde; 6. Controle social e gestão participativa; 
7. O trabalho na saúde; 8. Ciência e tecnologia e a saúde; 9. O financiamento da saúde; 10. Comunicação e 
informação em saúde.
13ª CNS 2007 
Tema central: Saúde e qualidade de vida, políticas de estado e desenvolvimento. 
Eixos temáticos: 1. Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no século XXI: Estado, 
sociedade e padrões de desenvolvimento; 2. Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS 
na Seguridade Social e o pacto pela saúde; 3. A participação da sociedade na efetivação do direito 
humano à saúde.
14ª CNS 2011 
Tema: Todos usam o SUS! SUS na seguridade social – política pública, patrimônio do povo brasileiro.
15ª CNS 2015 
Tema: Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro.
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Unidade I
 Saiba mais
Conheça os relatórios das Conferências Nacionais de Saúde na íntegra 
acessando o link: 
BRASIL. Ministério de Saúde. Relatórios do Conselho Nacional de Saúde, 
[s.d.]. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/relatorios.
htm>. Acesso em: 28 jun. 2018. 
Contudo, a 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um grande marco do Movimento Sanitário 
(Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira), pois definiu as estratégias a serem defendidas na 
Constituinte de 1988 e resultou na inclusão da saúde na Constituição Federal como um direito do 
cidadão e um dever do Estado.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde teve como princípios:
• a discussão e o estabelecimento de um conceito ampliado da saúde;
• o reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; 
• a defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde.
A elaboração de um conceito ampliado de saúde foi fundamental para a criação de uma política de 
saúde e de estratégias que atendam às reais necessidades de saúde da população brasileira, uma vez que 
o conceito até então utilizado, embora considerado abrangente, não deixava claro tais necessidades, não 
favorecendo a elaboração de estratégias e ações. 
Conforme lembra Scliar (2007), o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política 
e cultural, dependerá da época, lugar, classe social, valores individuais, concepções científicas, religiosas, 
filosóficas. O que representa saúde, assim como o que representa a doença, varia de pessoa para pessoa. 
Para Donato e Rosemburg (2003), dentre as diferentes formas de organização social, existem 
maneiras diversas de se compreender o que seja saúde ou um estado saudável.
No entanto, dada a conjuntura dos fatos, em determinado momento da história da humanidade, 
mais precisamente na década de 1940, julgou-se necessário haver um consenso entre as nações sobre o 
conceito de saúde, o que seria possível de obter somente por meio de um organismo internacional, no 
caso a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Desde então, esse conceito tem sido aprimorado conforme as interpretações dos resultados das 
experiências obtidas no campo da saúde, em especial no campo da saúde pública, dando origem não 
necessariamente a novos conceitos de saúde, mas principalmente a novos meios de viabilizar as ideias 
e de se promover a saúde a partir da compreensão dos fatores que a determinam.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Antes da 8ª Conferência Nacional de Saúde, o conceito de saúde utilizado no Brasil para a elaboração 
de políticas, estratégias e ações em saúde era o da Organização Mundial de Saúde de 1948, sendo: 
“Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de 
enfermidade” (SEGRE; FERRAZ, 1997, p. 538).
Embora a definição de saúde publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948 seja 
considerada irreal, ultrapassada e unilateral, conforme afirmam Segre e Ferraz (1997), é inegável a sua 
contribuição no que tange a um primeiro movimento de ampliação do conceito de saúde na esfera 
popular. A saúde, até então definida apenas como a ausência de doença, passou a ser compreendida 
como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Segundo as conclusões da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em seu sentido mais abrangente, 
[...] a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, 
renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, 
acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, 
o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem 
gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (RELATÓRIO..., 1986). 
Para a garantia, pelo Estado, dessas condições dignas de vida e de acesso universal aos serviços de 
saúde, essa Conferência aprovou que a reestruturação do sistema deveria resultar na criação de um 
Sistema Único de Saúde, o SUS.
A saúde como direito social
Em 1988, com a publicação da nova Constituição Federal, a saúde ganhou garantias como um 
direito social, sendo um direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e econômicas, 
tal como consta na Constituição Federal de 1988, nos artigos 197 ao 200:
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao 
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização 
e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros 
e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado (BRASIL, 1988).
Cabe ao Estado garantir a oferta das ações e serviços de saúde, seja por meio de serviço exclusivamente 
público, parcerias público-privadas, contratação de empresas ou profissionais prestadores de serviços.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado 
de acordocom as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade (BRASIL, 1988).
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Unidade I
Conforme artigo 198 da Constituição Federal, as ações e serviços de saúde devem ser organizadas 
de acordo com as características e necessidades de cada região e a utilização dos serviços de saúde deve 
ocorrer de forma hierarquizada, ou seja, o acesso deve ocorrer por meio do nível de atenção de menor 
complexidade, o qual, havendo necessidade, deve encaminhar (realizar procedimento de referência) ao 
próximo nível de atenção e assim sucessivamente.
No que diz respeito à descentralização, por meio do texto constitucional fica garantida a autonomia 
dos estados e, em especial dos municípios, na gestão dos recursos financeiros destinados à saúde. 
A Constituição Federal de 1988 definiu que a cobertura do Sistema de Saúde brasileiro deve ser integral, 
ou seja, deve contemplar ações e serviços de prevenção, assistência e recuperação, com foco nas ações 
preventivas e deve contar com a participação da comunidade para o planejamento e avaliação dos serviços.
Segundo artigo 199 § 1º da Constituição Federal, a assistência pode ser oferecida por instituições 
privadas de forma complementar ao Sistema Único de Saúde a partir da realização de contrato de 
direito público ou convênio, sendo que as instituições filantrópicas e as instituições sem fins lucrativos 
devem ter preferência nesse processo. No que diz respeito às relações do sistema de saúde com a 
iniciativa privada, o mesmo artigo prevê ainda que: 
Art. 199. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções 
às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei 
(BRASIL, 1988).
Considerando a relevância e complexidade de tais procedimentos, cabe à lei dispor ainda sobre 
procedimentos relativos à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, 
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, 
sendo vedado todo tipo de comercialização.
As principais competências do Sistema Único de Saúde (SUS) estão definidas na Constituição Federal 
de 1988. Conforme artigo a seguir:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as 
de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e 
tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, 
de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho (BRASIL, 1988).
Dessa forma, foi imprescindível a publicação de uma política nacional que regulamentasse e 
instrumentalizasse o acesso à saúde pública no Brasil, conforme diretrizes oriundas do relatório da 
8ª Conferência Nacional de Saúde e da Constituição Federal de 1988.
E assim, em setembro de 1990 foi promulgada a Política Nacional de Saúde por meio das Leis 
nos 8.080 e 8.142, que regulamentaram o Sistema Único de Saúde (SUS).
Figura 7 
Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde é considerada uma política pública, pois o processo de 
construção de suas diretrizes contou com a participação da população e a Política tem como propósito 
atender à população.
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Unidade I
4.1.1 A Política Nacional de Saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS)
A Política Nacional de Saúde (PNS) foi instituída por meio das Leis 8.080 de 1990 e 8.142 de 1990, 
que regulamentam o Sistema Nacional de Saúde (SUS). 
Ambas as leis, 8.080/90 e 8.142/90, são consideradas ordinárias e/ou orgânicas da saúde, pois contêm 
as normas gerais para implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a Lei 8.080 de 
setembro de 1990, quando publicada, foi considerada incompleta no que diz respeito à participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de 
recursos financeiros na área de saúde, entre outros temas relacionados, sendo necessária a promulgação 
de uma nova lei considerada complementar, a Lei nº 8142, de dezembro de 1990. 
A promulgação da Lei nº 8.142/90 foi primordial para que a genuína característica pública da Política 
Nacional de Saúde fosse mantida, pois a mesma garantiu a existência e permanência das instâncias 
consultivas e de participação popular na implementação, gestão e constante processo de construção do 
Sistema Único de Saúde por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde. 
 Saiba mais
As leis que regulamentam o Sistema Nacional de Saúde (SUS) podem 
ser vistas nos links a seguir:
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Diário Oficial da União, Brasília, 20 set. 1990a.
___. Lei nº 8.142, de 29 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação 
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da 
saúde e dá outras providências. Oficial da União, Brasília, 28 dez. 1990b.
4.1.2 Os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde
Conforme a Lei nº 8.142/1990:
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 
de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das 
funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a 
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde 
e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis 
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, 
por esta ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão 
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, 
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no 
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, 
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão 
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera 
do governo (BRASIL, 1990b).
É por meio dos Conselhos de Saúde que os usuários acompanham e fiscalizam a execução da política 
de saúde e participam da formulação das estratégias do SUS.
A Lei nº 8.142/90 garantiu a participação popular permanente e instituiu os Conselhos e as 
Conferências de Saúde como instância de controle social do Sistema Único de Saúde nas três esferas de 
governo (municipal,estadual e federal).
Os Conselhos de Saúde são considerados tripartite, formados por representantes dos usuários do 
SUS (50%), trabalhadores da saúde (25%) e prestadores e gestores (25%), sendo garantida a paridade 
entre os usuários do SUS (50%) e os prestadores de serviços, profissionais de saúde e gestor/governo 
(50%), independentemente do número de conselheiros. Objetivam controlar as iniciativas do governo, 
assegurando a implementação de políticas de saúde que cumpram os princípios do SUS.
As Conferências de Saúde ocorrem nas esferas nacional, estadual e municipal. São espaços 
institucionais importantes para o exercício do controle social.
Conforme a Lei 8.142/90, a comunidade, não apenas o governo, deve participar das decisões, propor 
ações e programas para resolução de seus problemas de saúde e, principalmente, controlar a qualidade 
e o modo como está sendo desenvolvida a oferta de atenção. Deve ainda fiscalizar a aplicação dos 
recursos públicos destinados à saúde. Dessa forma, por meio da participação popular, deve garantir a 
manutenção da característica “pública” da Política Nacional de Saúde.
 Observação
É importante compreender que o Sistema Único de Saúde (SUS) diz 
respeito ao conjunto de diretrizes e ações propostas e regulamentadas pela 
Política Nacional de Saúde (PNS).
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Unidade I
4.1.3 Princípios do SUS
Os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) são norteados pela Lei Orgânica da Saúde, Lei nº 
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme segue:
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), 
são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis 
de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e 
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, 
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade 
física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de 
qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e 
a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a 
alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada 
esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e 
saneamento básico;
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de 
serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de 
meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para 
mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, 
atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, 
em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação 
dada pela Lei nº 13.427, de 2017) (BRASIL, 1990a).
Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi construído a partir de princípios que merecem 
destaque e são fundamentais para compreensão e implementação do SUS. São os chamados princípios 
doutrinários e princípios organizacionais, instituídos, na prática, conforme a seguir:
Princípios doutrinários
Com base nos preceitos constitucionais, a construção do SUS norteia-se pelos seguintes 
princípios doutrinários: 
UNIVERSALIDADE
INTEGRALIDADEEQUIDADE
Figura 8
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Unidade I
O princípio da universalidade 
O princípio da universalidade preconiza a saúde como direito de cidadania e dever dos governos 
municipal, estadual e federal, e visa garantir que todas as pessoas tenham direito ao atendimento 
independentemente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego, renda etc. Sendo 
assim, embora exista orientação para que o atendimento ocorra de forma organizada e hierarquizada, 
como veremos mais a diante, qualquer pessoa em território nacional pode e deve ser atendida pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS) se assim desejar ou necessitar. 
O princípio da equidade
Conforme o princípio da equidade, todo cidadão é igual perante ao SUS e será atendido conforme 
suas necessidades, devendo-se considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma 
diferente, devendo, os serviços de saúde, trabalharem de acordo com cada necessidade. Sendo assim, o 
SUS deve tratar desigualmente os desiguais, buscando garantir que a atenção e/ou os recursos sejam 
ofertados primeiro aos que mais necessitam.
Quando se trata da expansão do sistema, por exemplo, o Ministério da Saúde ou gestor responsável 
pela ação tem o dever de analisar qual região mais carece de cobertura e priorizar o seu atendimento. 
O mesmo é válido para a distribuição de recursos, implantação de programas e estratégias do SUS etc.
Nesse sentido, a utilização do princípio da equidade em “atender primeiro os que mais necessitam” 
muitas vezes não é viável no atendimento direto da população, ou seja, diante da escassez de recursos 
num serviço médico de pronto-atendimento, por exemplo, não é possível analisar a necessidade 
individual para escolher quem será atendido. Nesse caso, cabe ao profissional de saúde a adoção dos 
princípios éticos e protocolos de urgência e emergência – classificação de risco.
Além do cuidado em atender primeiro os que mais necessitam, o princípio da equidade também 
preconiza que cada território, grupo e/ou indivíduo seja atendido conforme as suas necessidades, o 
que é fundamental para o sucesso de qualquer política pública no Brasil, considerando a extensão e as 
características peculiares e tão distintas de cada região do nosso país.
O princípio da integralidade
A integralidade é o princípio do SUS que visa garantir o atendimento integral da promoção da saúde 
até a reinserção do indivíduo na sociedade, passando pelas fases de prevenção, proteção e recuperação.
No SUS, o atendimento deve ser integral, com prioridade para as atividades preventivas, mas sem 
prejuízo dos serviços assistenciais, ou seja, preconiza-se que as ações sejam combinadas e voltadas, ao 
mesmo tempo, para a prevenção e a cura, deixando claro que o atendimento deve ser feito para a saúde, 
e não somente para a doença. Isso quer dizer que o SUS, atendendo ao princípio da integralidade, deve 
disponibilizar atenção à saúde em todas as esferas, conforme apresenta a figura a seguir:
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Promoção
Integralidade
RecuperaçãoProteção
Figura 9
• Promoção: envolve ações também em outras áreas, como habitação, meio ambiente, educação, 
entre outras.
• Proteção: saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas, vigilância à saúde e 
sanitária etc.
• Recuperação: atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os doentes.
No que diz respeito à assistência terapêutica, deve ser ofertada integralmente,incluindo imunizações, 
exames e assistência farmacêutica a todas as patologias e condições de saúde. 
O propósito do princípio da integralidade é que o indivíduo seja atendido em todas as suas 
necessidades relativas à saúde, e quando for o caso de ser submetido a tratamento que interrompa as 
suas atividades normais, que receba atenção necessária para ser reinserido socialmente.
Conhecer, compreender e utilizar os princípios doutrinários é fundamental a todo profissional de 
saúde e/ou gestor sanitarista. Tal conhecimento capacita para a tomada de decisão em todos os âmbitos 
de atuação no SUS.
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Unidade I
Quanto aos princípios organizacionais, também conhecidos como princípios administrativos, esses 
orientam a organização para implementação, gestão e administração do sistema. São eles:
• Regionalização/hierarquização.
• Descentralização.
• Participação dos cidadãos.
O princípio da regionalização/hierarquização
O princípio organizacional da regionalização/hierarquização preconiza o território como unidade de 
trabalho, ou seja, todas as ações são planejadas e programadas a partir das informações e disponibilidade 
de serviços do território que será atendido. 
Nesse sentido, cada território deve ser mapeado e estudado antes de qualquer ação, possibilitando 
compreendê-lo tanto geograficamente, quanto epidemiologicamente, com a finalidade de conhecer as 
características e necessidades da sua população, bem como a rede serviços disponíveis.
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando ao comando 
unificado deles, que devem funcionar de forma hierarquizada na região. Nesse sentido, os serviços de 
saúde são organizados em três níveis, sendo:
• nível primário;
• nível secundário;
• nível terciário.
Nível primário
O acesso ao SUS deve ocorrer por intermédio dos serviços do nível primário de atenção, o qual deve 
resolver grande parte das demandas do SUS, visto que nesse nível encontra-se a maior parte das ações 
de promoção e prevenção à saúde e os serviços de atenção básica que ocorrem nas Unidades Básicas 
de Saúde (UBS). 
Mais adiante aprofundaremos o conhecimento das ações realizadas nas Unidades Básicas de Saúde 
ao analisarmos a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a Política Nacional de Promoção da 
Saúde (PNPS).
Quando uma questão de saúde não consegue ser resolvida no nível primário, ocorre o encaminhamento 
para o nível secundário. Esse encaminhamento para um nível de maior complexidade é o chamado 
sistema de referência. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Nível secundário 
Atualmente, fazem parte do nível secundário de atenção os seguintes serviços: Assistência Médica 
Ambulatorial (AMA), Assistência Médica Ambulatorial – Especialidades (AMA – especialidades), 
Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e hospitais de pequeno porte.
Serviços como Assistência Médica Ambulatorial (AMA), Assistência Médica Ambulatorial – 
Especialidades (AMA – especialidades) e Ambulatório Médico de Especialidades (AME) ainda não estão 
disponíveis em todas as regiões do Brasil.
A Assistência Médica Ambulatorial (AMA) presta atendimento sem hora marcada e disponibiliza 
médico clínico geral e pediatra para atender casos de urgência que não trazem risco de morte, em que 
também são realizados exames mais simples. 
A Assistência Médica Ambulatorial – Especialidades (AMA – especialidades) recebe pacientes 
referenciados (encaminhados) pelas Unidades Básicas de Saúde para atendimento com 
especialistas como cardiologistas, endocrinologistas, urologistas, reumatologistas, neurologistas, 
ortopedistas e angiologistas.
Os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) são estruturas geridas pelo governo do estado 
que também recebem pacientes referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde e oferecem atendimento 
por médicos especialistas. No AME também são realizados vários exames e até pequenas cirurgias. Os 
pacientes sempre são encaminhados pela UBS.
Essas estruturas de atenção à saúde foram criadas com o objetivo de tratar as demandas menos 
complexas, evitando a superlotação dos prontos-socorros hospitalares, que devem ser procurados 
apenas em casos de emergência, quando há risco de morte. 
As Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) foram criadas com o propósito de dar atenção às 
urgências e diminuir as filas nos prontos-socorros hospitalares. O objetivo é concentrar os atendimentos 
de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção 
básica e a atenção hospitalar.
Trata-se de programa nacional, de nível intermediário – alocado entre o primeiro e o segundo níveis 
de atenção –, que atua de forma articulada com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel 
de Urgência (SAMU 192), a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, a fim de possibilitar o melhor 
funcionamento da rede de atenção às urgências.
A UPA 24h possui estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de 
exames e leitos de observação, funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e podem resolver 
grande parte das urgências e emergências. O paciente é socorrido pela equipe médica, a qual controla o 
problema e detalha o diagnóstico, mantendo paciente em observação por até 24 horas ou encaminhando 
a um hospital da rede. As Unidades de Pronto-Atendimento devem ser procuradas nos seguintes casos:
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Unidade I
• pressão alta;
• fraturas e cortes com pouco sangramento;
• infarto e derrame;
• queda com torsão e muita dor ou suspeita de fratura;
• febre acima de 39 °C;
• cólicas renais;
• intensa falta de ar;
• convulsão;
• dores fortes no peito;
• vômito constante.
As questões mais complexas que não são solucionadas no nível secundário são referenciadas ao 
nível terciário, no qual estão os hospitais de grande porte que atendem às demandas consideradas de 
alta complexidade. 
Nível terciário
Nos hospitais de grande porte estão os aparelhos e máquinas de alta tecnologia, necessários para a 
realização de diagnósticos e procedimentos invasivos e/ou de maior complexidade, como a realização de 
cirurgias de alta complexidade, incluindo cirurgias para transplantes de órgãos e tecidos.
O princípio da descentralização
O princípio organizacional da descentralização prevê a redistribuição do poder e das responsabilidades 
entre os três níveis de governo: municipal, estadual e federal, em que cada esfera de governo é autônoma 
e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Com a finalidade de garantir a qualidade dos serviços e garantir o controle e a fiscalização por 
parte dos cidadãos, ao município cabe a maior responsabilidade na implementação das ações de 
saúde, diretamente voltadas para os seus cidadãos, devendo o Ministério da Saúde fornecer condições 
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para o exercício das funções. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
O princípio da participação popular
A participação popular é o princípio organizacional garantido pela Constituição Federal, o qual 
garante que a população participe do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de 
sua execução em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação deve ocorrer por meio 
dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde.
 Resumo
A problematização e discussão acerca das políticas públicas no Brasil 
é imprescindível para a construção de um perfil profissional crítico e 
capacitado para atuar na implementação dos direitos sociais, como é o 
caso dos profissionaisque atuam no campo da saúde.
Para trabalhar no campo das políticas públicas com foco na inclusão 
social é indispensável conhecer os conceitos que fundamentam os seus 
processos de construção e implementação, bem como saber reconhecer o seu 
potencial como política pública inclusiva, o que requer, fundamentalmente, 
uma análise a partir da perspectiva da participação popular.
Para tanto, se fez necessário discutir sobre os conceitos de estado, 
governo, sociedade civil, cidadania, participação popular, política, poder, 
políticas sociais, públicas, de estado e de governo.
Considerando o foco de atuação no campo da saúde, foi apresentada 
a trajetória de construção da Política Nacional de Saúde sob a perspectiva 
política social e como modelo de política pública vigente.
Tanto o processo de construção como a forma de gestão do Sistema 
Único de Saúde conferem ao mesmo a característica de uma política 
genuinamente pública por valorizarem a participação e popular.
 Exercícios
Questão 1. (Enade, 2007, adaptada) Na 57ª Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), 
realizada em 2004, foi aprovado o documento estratégia global em alimentação saudável, atividade física 
e saúde. Nos princípios para a ação estabelecidos nesse documento, estão definidas as responsabilidades 
dos governos dos estados membros em relação às políticas multissetoriais para promover a atividade 
física, entre elas às de formular e rever políticas públicas que garantam a integração da atividade física na 
vida cotidiana, com vistas a impulsionar a mudança nos setores relacionados com transporte, segurança, 
trabalho, saúde e educação.
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Unidade I
Para cumprir as orientações da OMS mencionadas, subscritas pelo governo brasileiro, um profissional 
de educação física que atue como um gestor de políticas públicas deve contatar:
I – Os responsáveis pelas políticas de transporte, no sentido de proporcionar incentivos para o uso 
de meios de locomoção não motorizados.
II – Os responsáveis pelas políticas de trabalho, para favorecer a realização de atividades físicas e de 
lazer associadas ao ambiente de trabalho.
III – As lideranças comunitárias, para discutir condições de segurança e melhorar a aceitação de 
atividades ao ar livre que concretizem o conceito de esporte para todos.
IV – O responsável pelas políticas de turismo, para incentivar a comercialização de pacotes voltados 
para a prática de esportes de aventura.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) I, II e III.
E) II, III e IV. 
Resposta correta: alternativa D.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: é uma função do profissional de educação física que atuará como um gestor de políticas 
públicas buscar alternativas e incentivos para aumentar o uso de meios de locomoção não motorizados 
(Ex: bicicleta e caminhada).
II – Afirmativa correta. 
Justificativa: é uma função do profissional de educação física que atuará como um gestor de 
políticas públicas incentivar e favorecer a realização das diversas formas de atividades físicas ao 
ambiente laboral (trabalho).
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III – Afirmativa correta.
Justificativa: é uma função do profissional de educação física que atuará como um gestor de políticas 
públicas incentivar atividades ao ar livre de maneira segura.
IV – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: não é uma função do profissional de educação física que atuará como um gestor de 
políticas públicas incentivar a comercialização de pacotes voltados para a prática de esportes de aventura. 
Questão 2. (Enade, 2010, adaptada) A estratégia do trabalho em equipe multiprofissional no setor 
da saúde pública implantada nos últimos anos representa uma nova leitura acerca de práticas, valores, 
atitudes e conhecimentos de todos os indivíduos envolvidos nessas propostas sociais, ampliando as 
ações a serem realizadas pelos profissionais de atuação, exigindo novas habilidades e qualificações.
Nesse sentido, a finalidade do trabalho em equipes multiprofissionais na área de saúde é:
A) Garantir uma base comum de conhecimento, valores e práticas que permitam o efetivo trabalho 
dessas equipes nas unidades básicas de saúde e sua gestão com base no somente ato médico.
B) Diversificar as especialidades médicas e paramédicas que têm crescido em diferentes graus de 
complexidade tecnológica a partir da década de 1990, o que tem possibilitado acompanhar a 
demanda populacional por tratamento e informações de qualidade.
C) Dar condições para que, no curto prazo, o Ministério da Saúde e o Sistema Único de Saúde possam 
somente reduzir os gastos com o sistema hospitalar, deslocando o foco da visão tradicional da 
medicina curativa para as intervenções de formação e prevenção de doenças.
D) Proporcionar uma reorientação nas diretrizes curriculares dos cursos da grande área da saúde, 
com a articulação de saberes e práticas durante a formação acadêmica dos estudantes, buscando 
desenvolver habilidades voltadas ao atendimento preventivo de populações em condições de risco.
E) Proporcionar o enfrentamento e a resolução de problemas identificados pela articulação de 
saberes e práticas com diferenciados graus de complexidade, integrando distintos campos do 
conhecimento e desenvolvendo habilidades e mudanças de atitudes nos profissionais envolvidos.
Resolução desta questão na plataforma.
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Unidade II
5 POLÍTICAS DE SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL
Sociedade inclusiva é uma sociedade para todos, independente de sexo, 
idade, religião, origem étnica, raça, orientação sexual ou deficiência; 
uma sociedade não apenas aberta e acessível a todos os grupos, mas que 
estimula a participação; uma sociedade que acolhe e aprecia a diversidade 
da experiência humana; uma sociedade cuja meta principal é oferecer 
oportunidades iguais para todos realizarem seu potencial humano 
(SEMINÁRIO..., 2001). 
Figura 10
A inclusão social pode ser definida como um processo que garante que as pessoas em risco de pobreza 
e exclusão social alcancem as oportunidades e os recursos necessários para participarem plenamente 
nas esferas econômica, social e cultural e se beneficiem de um nível de vida e bem-estar considerado 
normal na sociedade em que vivem (COMISSÃO..., 2003).
Para Lopes (2006), muitas políticas sociais contemporâneas priorizam atingir os excluídos que se 
encontram no limite de suas privações por meio de programas focalizados que sustentam títulos de 
“inclusivos”. No entanto, a verdadeira inclusão social só ocorre quando o indivíduo se vê capaz de tomar 
as melhores decisões e ações acerca de sua própria vida e na comunidade onde está inserido, o que se 
torna possível por meio do processo de empoderamento.
O indivíduo empoderado é capaz de decidir o que é melhor para si e para o seu entorno, por meio de 
informações que, somadas às suas experiências de vida, são transformadas em conhecimento.
Ações para desenvolver o empoderamento de indivíduos e comunidades fazem parte de diversas 
estratégias de inclusão social do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão presentes em diversas políticas, 
programas e estratégias do SUS.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para colocar em prática os princípios e ideais do Sistema Único de Saúde (SUS) são necessárias outras 
políticas, programas e estratégias, desenvolvidas a partir da Política Nacional de Saúde. A Política Nacional 
de Atenção Básica (PNAB) é uma das políticas que derivam da Política Nacional de Saúde (PNS).
Existem Estratégias e Programas de Saúde para que as diretrizes das políticas sejamimplementadas. O 
programa Saúde da Família é o principal plano para implementação da Política Nacional de Atenção Básica.
5.1 A Política Nacional de Atenção Básica
A atual Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), publicada por meio da Portaria 2.436, de 21 
setembro de 2017, considera os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS), nas 
atuais concepções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambos os princípios e as diretrizes 
definidas na Política (BRASIL, 2017). A seguir, destacamos as principais considerações relativas à Política 
Nacional de Atenção Básica (PNAB). 
A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem 
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados 
paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão 
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre 
as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. 
§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de 
comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do cuidado 
e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede (BRASIL, 2017).
Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) está organizado para que o usuário procure 
primeiramente o serviço de Atenção Básica. É na Atenção Básica que estão instituídos os serviços e 
ações de promoção e prevenção à saúde, além da rede assistencial do primeiro nível de atenção à saúde.
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas 
as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, 
considerando os determinantes e condicionantes de saúde (BRASIL, 2017).
As ações e serviços de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, são planejadas de acordo com 
as características e necessidades de cada território, considerando as principais questões individuais e 
coletivas da comunidade onde o serviço está inserido.
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, 
crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de 
saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, 
funcional e outras (BRASIL, 2017).
Sendo assim, todo e qualquer indivíduo em território nacional brasileiro possui direito ao atendimento 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que adota estratégias específicas para viabilizar o acesso a esse 
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direito, bem como para que sejam minimizadas as desigualdades/iniquidades, evitando a exclusão social 
por estigmatização ou discriminação de grupos e indivíduos.
Os princípios e diretrizes do SUS e da RAS operacionalizados na Atenção Básica são: 
I - Princípios: 
Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços 
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de 
entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as 
pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção 
às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos 
que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica 
de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do 
princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS 
devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, 
de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, 
e a partir daí construir respostas para suas demandas e necessidades 
(BRASIL, 2017). 
Partindo do preceito de saúde como direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual 
e federal, o princípio da universalidade garante o atendimento irrestrito, sem qualquer tipo de 
discriminação, garantindo que todas as pessoas tenham direito ao atendimento e à participação no 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições 
de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, 
considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e 
deve atender à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada 
em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, 
identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, 
escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras, 
com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar 
exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou 
discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na situação de 
saúde (BRASIL, 2017). 
O princípio da equidade visa, sobretudo, o reconhecimento e valorização das diferenças, a fim de 
garantir o atendimento de todos os cidadãos conforme suas necessidades, devendo tratar desigualmente 
os desiguais. 
Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de 
saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos 
do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de 
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doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos 
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços 
em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das 
necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras 
das doenças, e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão 
necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e 
coletividade (BRASIL, 2017). 
Considerando que o atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença, o 
princípio da integralidade visa garantir o atendimento integral da Promoção da Saúde até a reinserção 
do indivíduo na sociedade e/ou atenção em cuidados paliativos, sempre considerando as especificidades 
individuais e coletivas. Em especial na Atenção Básica, devem ser priorizadas as ações preventivas, mas 
sem prejuízo às ações assistenciais.
II - Diretrizes: 
Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a 
Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses. Consideram-se regiões 
de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, 
organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada 
localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de atenção 
da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos. 
Territorialização e Adscrição: de forma a permitir o planejamento, a 
programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e 
intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, 
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades 
que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Considera-
se território a unidade geográfica única, de construção descentralizada do 
SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, 
prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os territórios são destinados 
para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, 
epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla 
visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção 
Básica, de forma que atendam à necessidade da população adscrita e ou as 
populações específicas. 
População Adscrita: população que está presente no território da 
UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e 
responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade 
das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser 
referência para o seu cuidado. 
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Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimentode 
ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas 
a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a 
confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre 
sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O 
cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades 
e potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A 
família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos 
relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das 
pessoas e, por consequência, no cuidado (BRASIL, 2017).
Para o funcionamento e planejamento das ações, se faz necessário, primeiramente, definir o território 
que será atendido e mapeá-lo para compreender as suas características geográficas e sociais. 
Nesse sentido, é fundamental o cadastramento da população adscrita e o levantamento de suas 
necessidades, considerando que o foco na comunidade do território para conhecer as características e 
reais necessidades da população constitui ação de suma importância para o sucesso das intervenções 
e envolvimento da comunidade.
Resolutividade: reforça a importância de a Atenção Básica ser 
resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado 
individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de 
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente 
efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de 
autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver 
a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando 
o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário 
(BRASIL, 2017). 
Sendo considerada porta de entrada para o sistema, evidencia-se a importância do serviço de atenção 
básica no encaminhamento e desenvolvimento das ações coletivas e individuais. Para isso dispõe de 
tecnologias de cuidado centradas na pessoa, que objetivam, sobretudo, promover saúde por meio da 
autonomia de indivíduos e grupos.
Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de 
cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais 
e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, 
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos 
na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos 
de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida 
e da falta de coordenação do cuidado. 
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Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários 
entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação 
entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos 
usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, 
contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada 
da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de 
saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. 
Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob 
sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em 
relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o 
planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, 
parta das necessidades de saúde das pessoas (BRASIL, 2017).
Considerada a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde 
(RAS), coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede, cabe 
ao serviço de Atenção Básica garantir a longitudinalidade, bem como a coordenação do cuidado, 
visando à construção de vínculo, o uso adequado dos procedimentos de referência e contrarreferência 
(encaminhamento), acompanhamento e organização do fluxo de atendimento/tratamento, garantindo 
o adequado uso das estruturas do sistema e alimentando o sistema com informações da população para 
que ele seja permanentemente adequado às suas necessidades.
Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, 
a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a 
competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia 
e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e 
coletividades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos 
determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação e 
integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos 
serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no 
exercício do controle social (BRASIL, 2017).
Não há como garantir a eficácia de uma política pública sem a participação da comunidade. É na 
comunidade que estão os problemas – questões a serem enfrentadas pelo sistema – assim como a 
solução para eles. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é produto da participação popular, foi concebido pela população, 
para a população e a sua legitimidade em todos os níveis e serviços, como no caso da Atenção Básica, 
está intimamente vinculada à participação popular.
A participação da comunidade nas ações de planejamento, implementação e avaliação do Sistema 
Único de Saúde (SUS) é fundamental para o adequado funcionamento do sistema.
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A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para 
expansão e consolidação da Atenção Básica. A política permite que outras estratégias de Atenção Básica 
sejam reconhecidas, desde que observados seus princípios e diretrizes, e tenham caráter transitório, 
devendo ser estimulada sua conversão em estratégia saúde da família. 
A integração entre a vigilância em saúde e a Atenção Básica é condição essencial para o alcance de 
resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção 
à saúde, e visa estabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à 
saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade. 
Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito 
do SUS, serão denominados Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo que todas as UBS são consideradas 
potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação 
e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde.
Dentre as principais reponsabilidades na Atenção Básica no âmbito do SUS, comuns a todas as esferas 
de governo, estabelecidas na Política Nacional de Atenção Básica, podemos destacar a fundamental 
contribuição para a reorientação do modelo de atenção e de gestão, com base nos princípios e diretrizes 
anteriormente discutidos, enfatizando a necessidade de apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde 
da Família como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica.
Para tanto, se faz necessário garantir o bom funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, com 
espaços, mobiliário e equipamentos adequados, incluindo o desenvolvimento, disponibilização e 
implantação de Sistemas de Informação da Atenção Básica, bem como garantindo mecanismos que 
assegurem o uso qualificado dessas ferramentas.
A adaptação dos acessos e espaços das Unidades Básicas de Saúde, tornando-os acessíveis às pessoas 
com deficiência, também constitui responsabilidade de todas as esferas envolvidas. 
Tornar o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do Sistema Único de 
Saúde também deve ser um compromisso pactuado entre todas as esferas do governo, inclusive no que 
diz respeito à assistência farmacêutica e uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e 
acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 
(Rename), os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas,e com a relação específica complementar 
estadual, municipal, da União, ou do Distrito Federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando 
à integralidade do cuidado. 
A portaria evidencia como responsabilidade de todas as esferas do governo a garantia de dispositivos 
para transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos 
eletivos, exames, entre outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na 
Rede de Atenção à Saúde, conforme necessidade do território e planejamento de saúde.
Estimular e desenvolver o potencial dos profissionais de saúde também deve ser uma responsabilidade 
de todas as esferas do governo, desenvolvendo mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimulando e viabilizando a formação, 
educação permanente e continuada dos profissionais, garantindo direitos trabalhistas e previdenciários, 
qualificando os vínculos de trabalho e implantando carreiras que associem desenvolvimento do 
trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas, tendo como foco a garantia de fixação de 
profissionais de saúde para a Atenção Básica, fundamental para a promoção de cuidado e vínculo. E ainda 
nesse sentido, tendo o profissional como grande potencial do sistema, a portaria destaca o necessário 
comprometimento com a promoção do intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores, 
por meio de cooperação horizontal, além de estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que 
busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica. 
O compromisso de todas as esferas do governo com o estímulo à formação, desenvolvimento e 
capacitação profissional deve contemplar, inclusive, a garantia de espaços físicos e ambientes adequados 
para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação 
permanente e continuada nas Unidades Básicas de Saúde.
O compromisso com a oferta de serviços voltada às necessidades do território deve ser 
permanentemente observado, evidenciando a fundamental participação de todas as esferas do governo, 
bem como da população no planejamento, implementação, avaliação e reorientação das ações da 
Atenção Básica nos territórios. 
No que diz respeito à avaliação e reorientação da Atenção Básica, a portaria orienta para o 
estabelecimento de mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático 
dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planejamento e 
programação, bem como para a divulgação das informações e dos resultados alcançados pelas equipes que 
atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das ações. Mecanismos 
regulares de autoavaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica também devem ser desenvolvidos 
a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde (BRASIL, 2017). 
A Política Nacional de Saúde define, ainda, as competências do Ministério da Saúde na gestão das 
ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidade da União: 
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores 
Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; 
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da 
Atenção Básica; 
III - destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da 
Atenção Básica, de modo mensal, regular e automático, prevendo, entre 
outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das 
ações e serviços; 
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios no processo de qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
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V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões 
estaduais e municipais do SUS, com vistas à institucionalização da avaliação 
e qualificação da Atenção Básica; 
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar 
instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de 
gestão, formação e educação permanente dos gestores e profissionais 
da Atenção Básica; 
VII - articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às 
mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da 
saúde, visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado 
à Atenção Básica; e
VIII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde 
Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação 
permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de 
acordo com as necessidades locais (BRASIL, 2017).
Nesse sentido, além de garantir as fontes de arrecadação e a destinação de recursos federais 
para custeio e investimento das ações e serviços da Atenção Básica, ao Ministério da Saúde cabe a 
revisão periódica da Política Nacional de Atenção Básica, o apoio aos processos de gestão, avaliação 
e qualificação da Atenção Básica, o estabelecimento de diretrizes e instrumentos voltados à gestão, 
formação e aperfeiçoamento dos profissionais da rede, de acordo com as necessidades de cada território.
Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde deve colaborar para o aprimoramento 
dos processos de formação profissional na área da saúde, contribuindo com informações relevantes aos 
processos de reformulação curricular, a fim de tornar os currículos de graduação e pós-graduação cada 
vez mais adequados à formação de profissionais com perfil para atuar na Atenção Básica.
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal a coordenação do componente 
estadual e distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com as políticas, 
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Estados e do Distrito Federal:
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão 
no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas para a implantação e 
implementação da Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados 
e Distrito Federal; 
II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite 
da Atenção Básica, de modo regular e automático, prevendo, entre 
outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das 
ações e serviços; 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Atenção Básica 
nos municípios;
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, 
utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; 
V - verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de informação 
enviados pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para 
cada sistema, retornando informações aos gestores municipais; 
VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Básica, 
com intuito de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; 
VII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação, 
acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e 
consolidação da Estratégia Saúde da Família; 
VIII - definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à 
institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica; 
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que 
facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das 
equipes de gestãoe de atenção; 
X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria com as Secretarias 
Municipais de Saúde, para formação e garantia de educação permanente 
aos profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção Básica; e 
XI - fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços como a 
estratégia prioritária de organização da Atenção Básica (BRASIL, 2017). 
As Secretarias Estaduais de Saúde e o Distrito Federal são corresponsáveis pelo monitoramento das 
ações de Atenção Básica nos municípios, cabendo a eles, além de garantir a destinação de recursos 
estaduais, a pactuação de estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da 
Política Nacional de Atenção Básica, acompanhar e contribuir com os processos de gestão e avaliação da 
Atenção Básica, além de disponibilizar instrumentos e parcerias voltados aos processos de formação e 
educação permanente dos membros das equipes de Atenção Básica e de fortalecer a Estratégia Saúde da 
Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Ao município 
compete a maior parte das responsabilidades; sendo assim, as Secretarias Municipais de Saúde são 
responsáveis pela coordenação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites 
territoriais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos 
Municípios e do Distrito Federal: 
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Unidade II
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de 
forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as 
cedidas pelo estado e pela União; 
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial 
de acordo com as necessidades de saúde identificadas em sua população, 
utilizando instrumento de programação nacional vigente; 
III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, 
instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde 
entre os diversos pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas, 
integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir 
a integralidade do cuidado. 
IV - estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsável 
pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo com as necessidades 
de saúde das pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado 
(BRASIL, 2017).
A definição, organização, execução e gerenciamento dos serviços e ações de Atenção Básica, de 
forma universal, dentro do seu território é uma responsabilidade do município. Este deve programar as 
ações individuais e coletivas dentro do território, de acordo com as necessidades levantadas por meio 
dos processos baseados nos princípios que norteiam a atenção básica. As ações devem contemplar todos 
os processos necessários para suprir as necessidades de saúde dos usuários (indivíduo e comunidade), 
utilizando todos os mecanismos e tecnologias disponibilizados pela Política Nacional de Saúde, incluindo 
os processos de referência e contrarreferência (encaminhamento), assumindo a coordenação do cuidado.
V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, 
carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema 
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme 
regulamentação específica; 
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a 
porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; 
VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços para a 
participação da comunidade no exercício do controle social; 
VIII - destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite 
da Atenção Básica; 
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria Estadual 
de Saúde pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica 
transferidos aos municípios (BRASIL, 2017).
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Compete às Secretarias Municipais de Saúde a adequada distribuição dos recursos municipais, 
estaduais e federais ao município, bem como garantir a implementação e gestão adequada por meio dos 
sistemas de informação e instrumentos de gestão disponíveis, incluindo a participação da comunidade, 
em atenção aos objetivos da Política Nacional de Atenção Básica. 
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a 
estratégia prioritária de organização da Atenção Básica;
XI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação, 
acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e 
consolidação da Estratégia Saúde da Família (BRASIL, 2017). 
Sendo a Atenção Básica considerada porta de entrada para o Sistema de Saúde e a Estratégia Saúde 
da Família tida como prioritária na organização da Atenção Básica, o apoio irrestrito à Estratégia 
Saúde da Família é de suma importância para a consolidação dos objetivos da Atenção Básica e 
do Sistema Único de Saúde como um todo.
XII - definir estratégias de institucionalização da avaliação da Atenção Básica; 
XIII - desenvolver ações, articular instituições e promover acesso aos 
trabalhadores, para formação e garantia de educação permanente e 
continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes que atuam na 
Atenção Básica implantadas; 
XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as 
equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em conformidade com a 
legislação vigente (BRASIL, 2017).
A seleção, contratação e remuneração de pessoal para atuar na Atenção Básica é de responsabilidade 
dos municípios, os quais devem dispor de mecanismos e ações para o aprimoramento de pessoal por meio de 
processos de formação e educação permanente/ continuada.
XV - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para 
o funcionamento das UBS e equipes, para a execução do conjunto de 
ações propostas; 
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao 
cuidado resolutivo da população (BRASIL, 2017)
A gestão municipal é responsável pela garantia dos recursos materiais, equipamentos e insumos 
necessários ao cuidado integral da população, incluindo o acesso à realização de exames laboratoriais, 
entre outros necessários ao diagnóstico.
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Unidade II
XVII - alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados 
inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras 
esferas de gestão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os 
resultados obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à 
informação (BRASIL, 2017).
Os dados inseridos nos sistemas nacionais de informação da Atenção Básica possuem a finalidade 
de auxiliar nos processos de gestão e avaliação dos serviços em todas as esferas, bem como de manter a 
população informada no que tange aos serviços oferecidos e suas estruturas de funcionamento. À esfera 
de gestão municipal cabe alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados.
XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das referências a 
serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo com 
as necessidades de saúde das mesmas; e 
XIX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os 
profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de 
acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção 
(BRASIL, 2017). 
Segundo a PNAB, as Redes de Atenção à Saúde (RAS) correspondem à estratégia adotada pelo SUS 
para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população e destacam a AtençãoBásica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar 
os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde. 
A Estratégia de Saúde da Família é prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica; no 
entanto, também existem outros modos de organização da Atenção Básica nos territórios, os quais devem 
seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando um processo progressivo e 
singular que considera e inclui as especificidades locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território 
e a existência de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade 
da equipe enquanto estiverem no território, em consonância com a política de promoção da equidade 
em saúde. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A atenção básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir 
a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde – a qual constitui um processo contínuo e 
sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde. 
Além disso, visa ao planejamento e à implementação de ações públicas para a proteção da saúde da 
população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. 
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais, entre outras, a dicotomia 
e oposição entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de que 
a saúde possui múltiplos determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de saúde das 
pessoas e coletividades passa por diversos fatores, os quais podem ser abordados na Atenção Básica. 
 Saiba mais
Conheça a Política Nacional de Atenção Básica na íntegra acessando:
BRASIL. Portaria nº 2.435, de 24 de outubro de 2012. Habilita Municípios 
a receberem recursos federais destinados à aquisição de equipamentos 
e material permanente para estabelecimentos de saúde. Brasília, 2012. 
Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/
prt2435_24_10_2012.html>. Acesso em: 15 maio 2018.
5.2 A estratégia Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família teve origem no ano de 1991, quando foi lançado o Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Com os bons resultados do PACS, principalmente na redução 
dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma ampliação e maior resolutividade das ações e, a 
partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes de Saúde da Família.
O Programa Saúde da Família, hoje, Estratégia Saúde da Família, foi introduzido pelo Ministério da 
Saúde em 1994. 
A Estratégia Saúde da Família supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na 
doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, 
sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais 
assumem responsabilidade.
Mediante a adstrição de clientela, as equipes de Saúde da Família estabelecem vínculo com a 
população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade desses profissionais com os usuários 
e a comunidade.
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Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação, visando a uma maior resolubilidade da atenção, 
em que a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal, que deverá sempre se integrar 
a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde. 
Trata-se de uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a 
implantação de equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde. Essas equipes são responsáveis 
pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica 
delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação 
de doenças e agravos mais frequentes, além da manutenção da saúde das comunidades.
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca permanente de 
comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e desses com o 
saber popular do Agente Comunitário de Saúde.
A atuação das equipes ocorre nas Unidades Básicas de Saúde, nas residências e na mobilização da 
comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado 
de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por 
intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, 
permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
Recomenda-se que cada equipe se responsabilize pelo acompanhamento de 2 mil a, no máximo, 
3.500 habitantes localizados dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção 
Básica, salvos os casos em que haja recomendação diferenciada, considerando eventuais peculiaridades 
da população atendida.
Quanto ao número de equipes, a recomendação da PNAB é de quatro equipes de Saúde da Família 
ou Atenção Básica por UBS, sendo o teto máximo de equipes definido pela fórmula (População/2.000). 
Em municípios ou territórios com menos de 2 mil habitantes, uma única equipe de Saúde da Família 
(eSF) ou de Atenção Básica (eAB) deve se responsabilizar por toda a população.
Cabe destacar que nem toda UBS possui Estratégia Saúde da Família; no entanto, as recomendações no 
que diz respeito aos parâmetros populacionais são os mesmos para o caso de equipes de Atenção Básica.
Composta, no mínimo, por médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e 
comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de 
enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate 
às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista 
em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. 
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios 
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande 
dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da 
população com número máximo de 750 pessoas por ACS.
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Caberá a cada gestor municipal realizar a análise de demanda do território e ofertas das UBS para 
mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade 
e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS.
5.3 Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)
O serviço de atenção básica conta também com as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família 
e Atenção Básica (Nasf-AB), o qual constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta 
por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. 
A equipe do Nasf-AB é formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da 
saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais 
das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB).
Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB): 
a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na 
Atenção Básica à que estão vinculadas; 
b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS 
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliandono 
aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e 
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e 
c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, 
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais 
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de 
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das 
equipes dentre outros, no território (BRASIL, 2017).
Atuando em parceria com as equipes de Atenção Básica, as Equipes do Núcleo Ampliado de Saúde 
da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) oferecem atenção e retaguarda especializada, de acordo com as 
necessidades do território, dispondo de tecnologias específicas e profissionais especialistas.
Poderão compor os Nasf-AB as ocupações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO) na área de saúde: 
• médico acupunturista; 
• assistente social; 
• profissional/professor de educação física; 
• farmacêutico; 
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• fisioterapeuta; 
• fonoaudiólogo; 
• médico ginecologista/obstetra; 
• médico homeopata; 
• nutricionista; 
• médico pediatra; 
• psicólogo; 
• médico psiquiatra; 
• terapeuta ocupacional; 
• médico geriatra; 
• médico internista (clínica médica); 
• médico do trabalho; 
• médico veterinário; 
• profissional com formação em arte e educação (arte educador) e 
• profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. 
 Lembrete
Os profissionais de enfermagem, médico de família, ACS, ACE e 
profissionais de saúde bucal não estão entre os profissionais que podem 
compor a equipe do Nasf-AB, pois já fazem parte da eSF.
A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de 
acordo com as necessidades dos territórios.
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Exemplo de aplicação
Uma das competências específicas da Equipe do Nasf-AB é: 
Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, 
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais 
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de 
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das 
equipes dentre outros, no território (BRASIL, 2017).
Imagine-se um profissional do Nasf-AB e elabore uma estratégia que utilize ações intersetoriais para 
a melhoria das condições de vida de uma comunidade.
Em territórios onde as equipes de Saúde da Família ainda não são uma realidade, é prevista a implantação 
da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para 
a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família 
ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica. 
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica, são responsáveis pela atenção 
à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades sociais peculiares e, por consequência, 
necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso 
porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território, 
considerando suas singularidades, o que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações 
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral à saúde.
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à saúde de populações distintas. 
Em algumas realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas 
anteriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde a populações específicas no âmbito 
da Atenção Básica, que devem atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no território. 
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam na Atenção Básica possam incorporar 
tecnologias dessas equipes específicas, de modo que se faça uma transição para um momento em que 
não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as pessoas e populações serão acompanhadas 
pela eSF. Mas essa ainda não é uma realidade no Brasil. Nesse sentido, são consideradas equipes de 
Atenção Básica para Populações Específicas:
• Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR).
• Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF).
• Equipe de Consultório na Rua (eCR).
• Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP).
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Quanto à Saúde da Família, constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção 
Básica como o primeiro nível de atenção à saúde na Redes de Atenção à Saúde do SUS, procurando o 
fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas 
de saúde embasadas na promoção da saúde.
A noção de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como 
cuidado, uma nova atitude frente aos processos de saúde-doença da comunidade.
Contudo, considerando a importância da Política Nacional de Atenção Básica na melhoria das 
condições de vida e saúde da população brasileira, sobretudo no que diz respeito às ações voltadas 
à promoção da saúde desenvolvidas pelas equipes de Atenção Básica e Saúde da Família, a mesma é 
considerada uma política de grande relevância para a inclusão social. 
Exemplo de aplicação
Equipes de atenção básica para populações específicas são constituídas para viabilizar o atendimento 
do serviço de atenção básica a populações em situação de rua, prisional, famílias ribeirinhas e em 
Unidades Básicas de Saúde fluviais.
Com base nas competências exclusivas do Nasf-AB e nas diretrizes da Política Nacional de Promoção 
da Saúde, apresentadas anteriormente, imagine-se como um profissional do Nasf-AB e reflita sobre suas 
possibilidades de atuação com foco na inclusão social de populações específicas. 
5.4 A política nacional de promoção da saúde
5.4.1 O referencial da promoção da saúde (O que é promoção da saúde?)
A promoção da saúde é entendida como um processo de capacitação da comunidade para atuar na 
melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. 
Visa à saúde não como um objetivo em si, mas como um recurso fundamental para a vida cotidiana, 
constituindo processo em busca do empoderamento de indivíduos e comunidades (ORGANIZAÇÃO 
PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 1986). 
Reconhecida internacionalmente como um importante processo para enfrentar os atuais problemas 
de saúde pública e de desenvolvimento social, suas abordagens e projetos estão intrinsecamente 
relacionados aos conceitos de saúde e metas de desenvolvimento social adotados pelas políticas públicas 
e governos. 
Sendo assim, existem diferentes referenciais teóricos para o campo da Promoção da Saúde que 
algumas vezes são dicotômicos e outras vezes complementares entre si, mas que devem atender às 
necessidades sociais em saúde de determinada população ou região.
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Para Buss (2000), o desenvolvimento da promoção da saúde é considerado como campo conceitual 
e de prática que busca explicações e respostas para a articulação entre saúde e qualidade de vida, 
considerando a relevância das causas sociais das más condições de vida e saúde.
A promoção da saúde constitui ação sobre a amplacausalidade do processo saúde-doença, sendo 
uma nova visão baseada em conceito positivo para ser utilizado por profissionais de modo geral e, em 
especial, os de saúde, para que objetivem fortalecer os indivíduos para enfrentar os momentos difíceis 
e vencê-los, e retornar à vida com felicidade e qualidade.
As ações de Promoção da Saúde (PS) visam à capacitação e ao empoderamento como fundamentais 
para a emancipação da população, sendo uma condição necessária para o exercício efetivo da cidadania 
em busca de melhores condições de vida e consequentemente de boa saúde.
A amplitude das abordagens teórico-metodológicas do campo da Promoção da Saúde (PS) configura 
um novo e promissor paradigma na saúde. Suas bases conceituais dão suporte à reorganização do 
trabalho em saúde, para que este se constitua como uma forma de resposta social organizada aos 
problemas e necessidades de saúde de uma dada população.
 Historicamente, a partir dos resultados do relatório Lalonde na década de 1970, identificou-se que 
o modelo biomédico utilizado até então na atenção à saúde enfatizava a prevenção, o tratamento e 
a recuperação, deixando de lado a educação e a promoção da saúde e ainda não incluía os aspectos 
socioeconômicos, políticos e culturais que influenciam o processo saúde-doença. Surgiu então um novo 
modelo de atenção à saúde integral e um novo paradigma para a saúde pública, a Promoção da Saúde 
(PELICIONI; PELICIONI, 2007).
 As primeiras políticas de promoção da saúde e bases conceituais com enfoque socioambiental e 
inclusivo foram desenvolvidas a partir das conferências internacionais de Ottawa (Canadá) em 1986, 
Adelaide (Austrália) em 1988, Sundsvall (Suécia) em 1991 e Jacarta (Indonésia) em 1997. Na América 
Latina, a Conferência Interamericana de Promoção da Saúde que ocorreu em Bogotá (Colômbia), no ano 
de 1992, trouxe formalmente o tema para o contexto sub-regional (BRASIL, 2002). 
Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos 
devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio 
ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse 
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as 
capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde e 
vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
Essa é a concepção de promoção da saúde da I Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde realizada em Ottawa, no Canadá, em 1986, e até hoje muito atual para fins de construção e 
implementação de políticas públicas que visam à inclusão social. Ela foi uma resposta às crescentes 
expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vinha ocorrendo em todo o mundo. 
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Unidade II
As discussões localizaram, principalmente, as necessidades em saúde nos países industrializados, 
embora tenham levado em conta necessidades semelhantes de outras regiões do globo. As conversas 
foram baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de Alma Ata para os Cuidados Primários 
em Saúde, com o documento da Organização Mundial da Saúde sobre “Saúde Para Todos”, assim como 
com o debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para 
o setor.
A Declaração de Ottawa esclarece que o incremento nas condições de saúde de uma população 
requer uma base sólida em pré-requisitos básicos. Nesse sentido, estabelece que as condições e recursos 
fundamentais para a saúde são:
Paz
Habitação
Educação
Alimentação
SAÚDE
Renda
Equidade
Ecossistema
 estável
Recursos 
sustentáveis
Justiça 
social
Figura 12
Nesse sentido, estabelece como campos de ação (ou eixos) para as políticas e estratégias em 
promoção da saúde:
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis (equidade em saúde, distribuição 
mais equitativa da renda, políticas sociais, intervenção multi e intersetorial sobre os 
determinantes da saúde).
• Criação de ambientes favoráveis à saúde.
• Reforço da ação comunitária (empoderamento).
• Desenvolvimento de habilidades pessoais.
• Reorientação do sistema de saúde.
Políticas públicas saudáveis 
A promoção da saúde vai além dos cuidados de saúde, colocando a saúde na agenda de prioridades 
dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, chamando-lhes a atenção para as consequências 
que suas decisões podem ocasionar no campo da saúde e a aceitarem suas responsabilidades políticas 
com a saúde. 
Uma política de promoção da saúde deve combinar diversas abordagens complementares, 
que incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. É uma ação 
coordenada que aponta para a equidade em saúde, distribuição mais equitativa da renda e 
políticas sociais. As ações conjuntas contribuem para assegurar bens e serviços públicos mais 
seguros e ambientes mais limpos e desfrutáveis. 
Uma política de promoção da saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos para a adoção 
de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. O objetivo maior 
deve ser indicar aos dirigentes e políticos que as escolhas saudáveis são as mais fáceis de realizar.
Ambientes favoráveis à saúde 
Nossas sociedades são complexas e inter-relacionadas. Assim, a saúde não pode estar separada de 
outras metas e objetivos. As inextricáveis ligações entre a população e seu meio ambiente constituem a 
base para uma abordagem socioecológica da saúde. 
O princípio geral orientador para o mundo, as nações, as regiões e até mesmo as comunidades é a 
necessidade de encorajar a ajuda recíproca – cada um a cuidar de si próprio, do outro, da comunidade 
e do meio ambiente natural.
A conservação dos recursos naturais do mundo deveria ser enfatizada como uma responsabilidade 
global. Mudar os modos de vida, de trabalho e de lazer têm um significativo impacto sobre a saúde. 
Trabalho e lazer deveriam ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria 
contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. 
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Unidade II
A promoção da saúde gera condições de vida e trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias 
e agradáveis. O acompanhamento sistemático do impacto que as mudanças no meio ambiente 
produzem sobre a saúde – particularmente, nas áreas de tecnologia, trabalho, produção de energia 
e urbanização – é essencial e deve ser seguido de ações que assegurem benefícios positivos para 
a saúde da população. 
A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais devem fazer parte de qualquer 
estratégia de promoção da saúde.
Reforçando a ação comunitária (empoderamento) 
A promoção da saúde trabalha através de ações comunitárias concretas e efetivas no desenvolvimento 
das prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação, visando à 
melhoria das condições de saúde. 
O centro desse processo é o incremento do poder das comunidades – a posse e o controle dos seus 
próprios esforços e destino. O desenvolvimento das comunidades é feito sobre os recursos humanos e 
materiais nelas existentes para intensificar a autoajuda e o apoio social, e para desenvolver sistemas 
flexíveis de reforço da participação popular na direção dos assuntos de saúde. Isso requer um total e 
contínuo acesso à informação, às oportunidades de aprendizado para os assuntos de saúde, assim como 
apoio financeiro adequado.
Desenvolvendo habilidades pessoais 
A promoção da saúde apoia o desenvolvimento pessoal e social através da divulgação e informação, 
educaçãopara a saúde e intensificação das habilidades vitais. Com isso, aumentam as opções disponíveis 
para que as populações possam exercer maior controle sobre sua própria saúde e sobre o meio ambiente, 
bem como fazer opções que conduzam a uma saúde melhor. 
É essencial capacitar as pessoas para aprender durante toda a vida, preparando-as para as diversas 
fases da existência, o que inclui o enfrentamento das doenças crônicas e causas externas. 
Essa tarefa deve ser realizada nas escolas, nos lares, nos locais de trabalho e em outros espaços 
comunitários. As ações devem se realizar através de organizações educacionais, profissionais, comerciais 
e voluntárias, bem como pelas instituições governamentais. 
Reorientação dos serviços de saúde 
A responsabilidade pela promoção da saúde nos serviços de saúde deve ser compartilhada entre indivíduos, 
comunidade, grupos, profissionais da saúde e instituições que prestam serviços de saúde e governos. 
Todos devem trabalhar juntos no sentido de criarem um sistema que contribua para a conquista 
de um elevado nível de saúde. O papel do setor saúde deve mover-se, gradativamente, no sentido da 
promoção da saúde, além das suas responsabilidades de prover serviços clínicos e de urgência. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Os serviços de saúde precisam adotar uma postura abrangente, que perceba e respeite as 
peculiaridades culturais. Essa postura deve apoiar as necessidades individuais e comunitárias 
para uma vida mais saudável, abrindo canais entre o setor saúde e os setores sociais, políticos, 
econômicos e ambientais. 
A reorientação dos serviços também requer um esforço maior de pesquisa em saúde, assim como 
mudanças na educação e no ensino dos profissionais da área. Isso precisa levar a uma transformação de 
atitude e de organização dos serviços de saúde para que focalizem as necessidades globais do indivíduo 
como pessoa integral que é.
Os cinco campos de ação da promoção da saúde são transversais a todos os setores sociais, 
caracterizando a proposta da promoção da saúde como genuinamente intersetorial. Considera que 
as condições e requisitos para a saúde são: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema 
estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Dessa forma, a Carta de Ottawa reafirma os 
determinantes múltiplos da saúde e trata o conceito de saúde como bem-estar que transcende a ideia 
de formas sadias de vida (BUSS, 2000).
Outras conferências internacionais subsequentes à Jacarta (1997) contribuíram para a ampliação 
do campo de observação e da construção do referencial teórico-metodológico da chamada “nova 
Promoção da Saúde”, tais como a V Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada na 
Cidade do México (México) no ano de 2000, a VI Conferência Internacional realizada na cidade de 
Bangcoc no ano de 2005, a VII Conferência Internacional de Promoção da Saúde, ocorrida na cidade 
de Nairóbi (Quênia) em 2009 e a VIII Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em 
Helsinki, na Finlândia, em junho de 2013, onde cerca de novecentos delegados representando países do 
mundo todo discutiram a implementação das decisões políticas sobre saúde, reafirmando a importância 
da inclusão da saúde em todas as políticas, como estratégia para aumentar as chances de uma vida mais 
saudável e ao mesmo tempo alcançar objetivos políticos em outras áreas. 
 Saiba mais
Conheça mais sobre as Cartas da Promoção da Saúde acessando o 
seguinte link:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto 
Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Ministério da Saúde, 
Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Promover diz respeito a “dar impulso a; fomentar; originar; gerar”, mais amplo que prevenir, 
promover refere-se às medidas que não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem 
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Unidade II
para aumentar a saúde e o bem-estar gerais. As estratégias de promoção enfatizam a transformação 
das condições de vida e de trabalho que conformam a estrutura subjacente aos problemas de saúde, 
demandando uma abordagem intersetorial (CZERESNIA, 2009, p. 45).
Para Czeresnia (2009, p. 39-48), a ideia de promoção envolve a de fortalecimento da capacidade 
individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Indo além de uma 
aplicação técnica e normativa, considera que não basta conhecer o funcionamento das doenças 
e encontrar mecanismos para o seu controle, trata-se do fortalecimento da saúde por meio da 
construção de capacidade de escolha, pois um dos eixos básicos do discurso da promoção de saúde é 
fortalecer a ideia de autonomia dos sujeitos e dos grupos sociais. No entanto, a perspectiva conservadora 
da promoção de saúde tem reforçado a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, 
delegando, progressivamente, aos sujeitos, a tarefa de tomar conta de si mesmos. Já as perspectivas 
progressistas ressaltam a elaboração de políticas públicas intersetoriais, voltadas à obtenção da melhoria 
da qualidade de vida das populações. 
Nesse sentido, ainda que impliquem em diferentes abordagens, a lógica dos níveis de prevenção 
ainda se faz presente na saúde, ao constituir-se como referência para muitos cursos de formação, 
produções técnicas e até mesmo políticas públicas, programas e estratégias de saúde. Sendo assim, 
são relevantes os esforços acadêmicos no sentido de demonstrar as principais diferenças entre as 
perspectivas conservadoras de promoção da saúde, voltadas à lógica preventivista desenvolvida a partir 
da história natural das doenças e a nova perspectiva da promoção saúde vista a partir de um conceito 
positivo de saúde, a qual tem impulsionado o desenvolvimento do campo da saúde pública/coletiva, 
por meio do reconhecimento da ampliação do escopo dos determinantes e condicionantes da saúde e 
consequentemente das possibilidades de ação e intervenção eficazes (SCABAR, 2014).
O quadro a seguir apresenta uma analogia entre as perspectivas preventivista e da promoção da 
saúde, a fim de tornar mais claras as suas diferenças.
Quadro 1
Categorias Promoção da saúde Prevenção de doenças 
Modelo de intervenção Participativo Médico 
Alvo Toda a população, no seu ambiente total Principalmente os grupos de alto risco 
da população 
Incumbência Rede de temas da saúde Patologia específica 
Estratégias Diversas e complementares Geralmente única 
Abordagens Facilitação e capacitação Direcionadoras e persuasivas 
Direcionamento das medidas Oferecido à população Impostas a grupos-alvo 
Objetivos dos programas Mudanças na situação dos indivíduos e de 
seu ambiente 
Focam em indivíduos e grupos de 
pessoas 
Executores dos programas Organizações não profissionais, movimentos 
sociais, governos locais, municipais, etc. Profissionais de saúde 
Fonte: Scabar, 2014
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Ações preventivas possuem foco assistencial e ações de promoção da saúde preconizam processo 
educacional e emancipatório. Trata-se de ação política com o objetivo de transformar realidades sociais 
por meio do empoderamento.
 Observação
Ações preventivas são importantes e fundamentais para o alcance de 
boas condições de saúde de uma população; no entanto, não devem ser 
consideradas sinônimo de ações de promoção da saúde. 
5.4.2 A política nacional de promoção de saúde como modelo de política pública vigente
Tanto a Constituição Federal de 1998, quanto na Lei Orgânica da Saúde fazem menção à Promoção 
da Saúde; no entanto, segundo Castro (2005)e Buss (2000), apenas em 1998 surgiram as primeiras 
ações com o objetivo de propor políticas públicas de saúde que atuassem além do setor sanitário, tendo 
como referência os determinantes sociais da saúde (DSS).
Embora o conceito ampliado de saúde tenha sido resultado da 8ª Conferência Nacional de Saúde de 
1986 e faça parte da Política Nacional de Saúde desde a sua criação em 1990, a criação de políticas e 
estratégias que trabalham as questões de saúde de forma ampliada, conforme o referido conceito, são 
iniciativas mais recentes e impulsionadas principalmente a partir da tradução e divulgação das Cartas 
de Promoção da Saúde pelo Ministério da Saúde, o que ocorreu a partir do ano de 2002.
Nesse sentido, considera-se a promoção da saúde um importante instrumento para trabalhar a 
saúde a partir do conceito ampliado, sendo uma importante referência para a elaboração de políticas 
públicas que objetivam a inclusão social.
No ano de 2014, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi revisada por meio de 
um processo participativo que contou com a colaboração de gestores públicos, participantes 
de movimentos sociais, professores e pesquisadores de universidades. A versão anterior era do 
ano de 2006 e já havia passado por edições que, ao longo dos anos, trouxeram contribuições e 
atualizações ao texto original.
A atual versão, publicada por meio da Portaria 2.446, de 11 de novembro de 2014, traz em sua 
base o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto 
de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela 
articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), 
buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e 
controle social (BRASIL, 2014).
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Unidade II
São valores fundantes no processo de efetivação da PNPS:
I - a solidariedade, entendida como as razões que fazem sujeitos e coletivos 
nutrirem solicitude para com o próximo, nos momentos de divergências ou 
dificuldades, construindo visão e metas comuns, apoiando a resolução das 
diferenças, contribuindo para melhorar a vida das pessoas e para formar 
redes e parcerias;
II - a felicidade, enquanto autopercepção de satisfação, construída nas 
relações entre sujeitos e coletivos, que contribui na capacidade de decidir 
como aproveitar a vida e como se tornar ator partícipe na construção de 
projetos e intervenções comuns para superar dificuldades individuais e 
coletivas a partir do reconhecimento de potencialidades;
III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações e intervenções sustentadas 
pela valorização e defesa da vida, sendo pautadas para o bem comum, com 
dignidade e solidariedade;
IV - o respeito às diversidades, que reconhece, respeita e explicita as diferenças 
entre sujeitos e coletivos, abrangendo as diversidades étnicas, etárias, de 
capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre territórios e regiões 
geográficas, dentre outras formas e tipos de diferenças que influenciam ou 
interferem nas condições e determinações da saúde;
V - a humanização, enquanto elemento para a evolução do homem, por meio 
da interação com o outro e seu meio, com a valorização e aperfeiçoamento de 
aptidões que promovam condições melhores e mais humanas, construindo 
práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde;
VI - a corresponsabilidade, enquanto responsabilidades partilhadas entre 
pessoas ou coletivo, onde duas ou mais pessoas compartilham obrigações 
e/ou compromissos;
VII - a justiça social, enquanto necessidade de alcançar repartição equitativa dos 
bens sociais, respeitados os direitos humanos, de modo que as classes sociais 
mais desfavorecidas contem com oportunidades de desenvolvimento; e
VIII - a inclusão social, que pressupõe ações que garantam o acesso aos 
benefícios da vida em sociedade para todas as pessoas, de forma equânime 
e participativa, visando à redução das iniquidades (BRASIL, 2014).
Os princípios da equidade, participação social, autonomia, empoderamento, intersetorialidade, 
intrasetorialidade, sustentabilidade, integralidade e territorialidade são referenciais para a implementação 
da Política Nacional de Saúde. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
As diretrizes da PNPS baseiam-se no estímulo à cooperação e à articulação intra e intersetorial, ou 
seja, dentro e fora do setor saúde, contando com o apoio das demais áreas do desenvolvimento social 
para ampliar a atuação sobre os fatores que determinam e condicionam a saúde da população, tais 
como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, 
a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. 
No que diz respeito às diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, são baseadas no incentivo 
à gestão democrática, participativa e transparente, para fortalecer a participação, o controle social e a 
corresponsabilidade de sujeitos, coletividades, instituições e esferas governamentais e sociedade civil, 
considerando a fundamental participação de todos os envolvidos para o alcance da eficácia e do sucesso 
das ações, propondo a ampliação da governança no desenvolvimento de ações de promoção da saúde 
que sejam sustentáveis nas dimensões política, social, cultural, econômica e ambiental.
O estimulo à pesquisa, à produção e à difusão de experiências, conhecimentos e evidências que 
apoiem a tomada de decisão, a autonomia, o empoderamento coletivo e a construção compartilhada de 
ações de promoção da saúde, constitui diretriz indispensável para a implementação, desenvolvimento 
e aprimoramento da PNPS, que propõe apoiar a formação e a educação permanente em promoção 
da saúde para ampliar o compromisso e a capacidade crítica e reflexiva dos gestores e trabalhadores de 
saúde, bem como o incentivo ao aperfeiçoamento de habilidades individuais e coletivas, para fortalecer o 
desenvolvimento humano sustentável.
A PNPS deve contar com ações intersetoriais para incorporar as intervenções de promoção da saúde 
no modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços de atenção básica em saúde, 
considerando a relevância das ações desenvolvidas pela atenção básica, como porta de entrada para 
o Sistema de Saúde e a sua responsabilidade na organização do mesmo, incluindo a organização dos 
processos de gestão e planejamento, como forma de fortalecer e promover a implantação da PNPS na 
RAS, de modo transversal e integrado, compondo compromissos e corresponsabilidades para reduzir a 
vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais (BRASIL, 2014).
Tais diretrizes reforçam a característica pública da Política Nacional de Saúde ao incorporar a 
participação das diferentes esferas da sociedade civil no seu processo de implementação e gestão.
Cabe destacar a importante contribuição das universidades no último processo de revisão da PNPS, 
que resultou no atual texto, publicizado por meio da Portaria 2.446 de 2014. Nota-se que diversas 
opiniões, críticas e sugestões dadas pelo grupo aparecem nos itens da nova política, como exemplo os 
temas relacionados à formação e educação permanente, educação continuada e formação profissional 
(MINOWA et al. 2018).
Minowa e colaboradores afirmam que a revisão da política é uma questão dialética, que não termina 
quando a política é publicada oficialmente. No que diz respeito à contribuição da universidade, trata-se 
de uma ação contínua, que acontecerá enquanto a política existir, pois a universidade, através de seus 
professores e cientistas políticos, permanece atenta, sempre observando e agindo para que a política 
permaneça viva e atualizada de acordo com as mudanças nas relações de poder e saber.72
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Tendo por objetivo geral promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, ampliando 
a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde 
decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais, são definidos como 
objetivos específicos da PNPS: 
I - estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado 
na RAS, articulada às demais redes de proteção social;
II - contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na 
equidade, na participação e no controle social, visando reduzir as desigualdades 
sistemáticas, injustas e evitáveis, com respeito às diferenças de classe social, 
de gênero, de orientação sexual e identidade de gênero, entre gerações, 
étnico-raciais, culturais, territoriais e relacionadas às pessoas com deficiências 
e necessidades especiais;
III - favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimento 
seguro, saudável e sustentável;
IV - promover a cultura da paz em comunidades, territórios e Municípios;
V - apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes 
saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver 
(BRASIL, 2014).
Os objetivos específicos da PNPS evidenciam a preocupação com os Determinantes Sociais da 
Saúde – fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais (CNDSS, 
2006) – orientando ações para a melhoria dos fatores de risco na população, os quais muitas vezes são 
responsáveis pela ocorrência dos problemas de saúde.
VI - valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas 
e complementares;
VII - promover o empoderamento e a capacidade para tomada de decisão 
e a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de 
habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e 
da vida;
VIII - promover processos de educação, formação profissional e 
capacitação específicas em promoção da saúde, de acordo com os 
princípios e valores expressos nesta Portaria, para trabalhadores, gestores 
e cidadãos (BRASIL, 2014)
Como uma Política Pública que visa à inclusão social, a PNPS é comprometida com o processo de 
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
maior participação no controle deste processo, ou seja, com o empoderamento de indivíduos e grupos, 
capacitando-os para utilizarem as suas habilidades pessoais para tomar decisões e ter controle sobre 
a sua própria saúde. Nesse sentido, a Política Nacional de Promoção da Saúde compromete-se com 
processos de educação em saúde na formação para a cidadania ativa como ação transformadora da 
realidade social em busca da melhoria da qualidade de vida.
IX - estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao 
fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa de 
políticas públicas saudáveis;
X - estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos e estratégias 
inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde;
XI - promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades 
de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e 
inquéritos, permitindo análise, monitoramento, avaliação e financiamento 
das ações;
XII - fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que estejam 
em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da saúde e 
que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e
XIII - contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais 
com as agendas nacionais e internacionais (BRASIL, 2014).
Entre os objetivos específicos da PNPS, destacam-se, ainda, as ações de comunicação social e mídia, 
o estímulo à pesquisa, produção e difusão de conhecimentos no âmbito das ações de promoção da 
saúde, bem como a articulação inter e intrassetoriais das agendas nacionais e internacionais, todos 
fundamentais no alcance dos demais objetivos propostos.
Operando em consonância com os seus princípios e valores, assim como com os princípios e valores 
do SUS, a Política Nacional de Saúde prevê trabalhar transversalmente com os seguintes temas de 
referência para elaboração de suas agendas, adoção de estratégias e temas prioritários:
• Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade.
• Desenvolvimento sustentável.
• Produção de saúde e cuidado. 
• Ambientes e territórios saudáveis. 
• Vida no trabalho. 
• Cultura da paz e direitos humanos. 
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Unidade II
No que diz respeito ao tema determinantes sociais da saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade, 
a Política objetiva desenvolver ações e programas que visam à identificação das diferenças nas condições 
e nas oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a redução das desigualdades 
injustas e evitáveis, por meio do diálogo entre os saberes técnicos e populares, com a finalidade de 
promover acesso e/ou melhoria nos fatores que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e 
seus fatores de risco na população, sendo esses fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, 
psicológicos e comportamentais.
Quanto ao tema desenvolvimento sustentável, a proposta é dar visibilidade aos modos de consumo e 
produção relacionados com o tema priorizado, mapeando possibilidades de intervir naqueles que sejam 
deletérios à saúde, adequando tecnologias e potencialidades de acordo com especificidades locais, sem 
comprometer as necessidades futuras, ou seja, viabilizando modos de desenvolvimento comprometidos 
com o não esgotamento dos recursos naturais para o futuro.
A temática produção de saúde e cuidado representa a incorporação do tema na lógica de redes que 
favoreçam práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, por contarem com a 
fundamental participação popular, promovendo o reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas 
do saber popular, tradicional e científico, construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da 
saúde, significando, também, a vinculação do tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando 
o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada por meio 
de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.
A partir da análise dos ambientes e dos territórios de vida e de trabalho das pessoas e das coletividades, 
a temática ambientes e territórios saudáveis objetiva identificar as oportunidades de inclusão da 
promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas de maneira participativa e dialógica.
O tema vida no trabalho propõe a identificação de oportunidades de operacionalização na lógica da 
promoção da saúde para ações e atividades desenvolvidas nos distintos locais, de maneira participativa 
e dialógica, seja no trabalho formal, não formal, nos espaços urbano e rural, em todos os setores da 
economia (primário, secundário ou terciário).
Tendo como objetivo criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de 
fortalecimento de vínculos, a temática cultura da paz e direitos humanos visa desenvolver tecnologias 
sociais que favoreçam a mediação de conflitos diante de situações de tensão social, garantindo os 
direitos humanos e as liberdades fundamentais, reduzindo as violências e construindo práticas solidárias 
e da cultura de paz (BRASIL, 2014).
Como estratégias para concretizar ações de promoção da saúde, a PNPS adota os seguintes 
eixos operacionais:
• territorialização, enquanto estratégia operacional;
• articulação e cooperação intra e intersetorial;
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• RAS, enquanto estratégia operacional;
• participação e controle social; 
• gestão;
• educação e formação;
• vigilância, monitoramento e avaliação;
• produção e disseminação de conhecimentos e saberes;
• comunicação social e mídia.
A PNPS reconhece a regionalização como diretriz do SUS e como eixo estruturante para orientar a 
descentralização das ações e serviços de saúde e para organizar a Rede de Atenção à Saúde considerando a 
abrangência das regiões de saúde e sua articulação com os equipamentos sociais nos territórios, observando 
as pactuações interfederativas, a definição de parâmetros de escala e acesso e a execução de ações que 
identifiquem singularidades territoriais para o desenvolvimento de políticas, programas e intervenções, 
ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo para fortalecer identidades regionais.
O compartilhamento de planos, metas, recursos e objetivos comuns entre os diferentes setores e 
entre diferentes áreas do mesmo setor, garantindo a articulação e a cooperação intra e intersetorial, 
refere-se à estratégia fundamental para a concretização das ações de promoção da saúde.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) deve transversalizar a promoção, favorecendo práticas de cuidado 
humanizadas, pautadas nas necessidades locais, na integralidade do cuidado, articulando com todos os 
equipamentos de produção da saúde do território, além de articular com as demais redes de proteção 
social, vinculando o tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização 
dos diferentes setores e atores, que, de forma integrada e articulada por meio de objetivos comuns, 
atuem na promoção da saúde.
As estratégias para concretização das ações em promoção da saúde contam com eixos operacionais 
voltados à participação popular, fundamental para a definição e avaliação eficazes das ações, gestão 
democrática e participativa, formação e educação continuada, pautadas em processos pedagógicos 
problematizadores, dialógicos, libertadores, emancipatórios e críticos.
A utilização das informações de forma sistêmica, objetivando subsidiar decisões, intervenções e 
implantar políticas públicas de promoção da saúde constitui importante eixo operacional, assim como 
a produção e disseminação de conhecimentos e saberes, bem como a comunicação social e mídia, 
enquanto uso das diversas expressões comunicacionais, formais e populares, contemplando informações 
sobre o planejamento, execução, resultados, impactos, eficiência, eficácia, efetividade e benefícios das 
ações (BRASIL, 2014).
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Unidade II
Segundo texto da Portaria 2.446/2014, são temas prioritários da PNPS, evidenciados pelas ações de 
promoção da saúde realizadas e compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos interfederativos 
e planejamento estratégico do Ministério da Saúde, bem como acordos internacionais firmados pelo 
governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas, com os outros setores e com as 
especificidades sanitárias:
I - formação e educação permanente, que compreende mobilizar, sensibilizar 
e promover capacitações para gestores, trabalhadores da saúde e de outros 
setores para o desenvolvimento de ações de educação em promoção da 
saúde e incluí-la nos espaços de educação permanente (BRASIL, 2014).
Capacitar para o desenvolvimento da promoção da saúde continua sendo um grande desafio do 
SUS. O campo da promoção da saúde é considerado relativamente novo no Brasil e ainda enfrenta 
muitos desafios para a sua inclusão nos processos de educação formal. 
Grande parte dos cursos de graduação que formam profissionais para atuação no campo da promoção 
da saúde não contemplam em seus projetos referencial teórico de Promoção da Saúde que possibilite 
a obtenção do perfil preconizado na formação de Promotores da Saúde, tornando fundamentais os 
processos de formação e educação permanente voltados à capacitação de gestores, trabalhadores da 
saúde e de outros setores para o desenvolvimento de ações de educação em promoção da saúde. 
II - alimentação adequada e saudável, que compreende promover ações 
relativas à alimentação adequada e saudável, visando à promoção da saúde 
e à segurança alimentar e nutricional, contribuindo com as ações e metas de 
redução da pobreza, com a inclusão social e com a garantia do direito humano 
à alimentação adequada e saudável (BRASIL, 2014).
Realizar escolhas alimentares adequadas e saudáveis é uma questão multifatorial, permeada por 
diversas influências sociais e culturais que podem ser trabalhadas por meio de ações e instrumentos de 
promoção da saúde.
III - práticas corporais e atividades físicas, que compreende promover ações, 
aconselhamento e divulgação de práticas corporais e atividades físicas, 
incentivando a melhoria das condições dos espaços públicos, considerando 
a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, dentre 
outras práticas (BRASIL, 2014).
Trata-se de um tema bastante desafiador. Um estudo recente realizado junto a uma universidade no 
estado de São Paulo constatou que estudantes e docentes de Educação Física associaram com destacada 
frequência o campo da Promoção da Saúde às práticas físicas e esportivas em detrimento às questões 
sociais e culturais, o que revela que os conceitos de Promoção da Saúde que ambos os grupos possuem, 
no geral, voltam-se apenas para visões restritas de saúde e para o ideal da mudança de comportamento 
individual (SCABAR, 2014). 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Existe o conceito difundido de Promoção da Saúde enquanto processo de viabilização ou incentivo 
à mudança de comportamentos individuais. Para a construção de competências em Promoção da 
Saúde, é necessário, primeiramente, compreender a promoção da saúde dentro da perspectiva da saúde 
coletiva, como uma estratégia para se alcançar o empoderamento individual ou coletivo, por meio do 
desenvolvimento de habilidades pessoais que capacitem para a tomada de melhores decisões acerca da 
saúde e dos demais direitos sociais. 
Nesse sentido, as mudanças de comportamento que propiciaram melhoras nos determinantes e 
condicionantes da saúde resultarão de um processo de construção de uma consciência crítica que gera 
uma mudança de atitude (SCABAR, 2014).
Atualmente, o principal programa de promoção da saúde que aborda o tema e está diretamente 
vinculado à Política Nacional de Promoção da Saúde é o Programa Academia da Saúde, que corresponde 
a uma estratégia de promoção e produção do cuidado com a saúde a partir da implantação de espaços 
públicos conhecidos como polos do Programa Academia da Saúde, os quais contam com infraestrutura 
apropriada, equipamentos e profissionais qualificados.
IV - enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados, que compreende 
promover, articular e mobilizar ações para redução e controle do uso do 
tabaco, incluindo ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, 
culturais e sociais (BRASIL, 2014).
Embora existam diversos programas e ações voltadas ao controle do tabagismo no país, não há no 
Brasil uma política pública de combate ao tabagismo, mesmo evidenciados e reconhecidos os males e 
prejuízos que o consumo do tabaco e seus derivados causam à saúde, tanto ao fumante usuário quanto 
ao fumante passivo. 
Nesse sentido, tratar o tema por meio da Política Nacional de Promoção da Saúde é uma ação 
de suma importância para o enfrentamento desse panorama problemático e desafiador, que requer 
estratégias voltadas a questões biológicas e sociais.
Atualmente, vinculado a Política Nacional de Promoção da Saúde, existe o Programa Nacional de 
Controle do Tabagismo.
V - enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas, que compreende 
promover,articular e mobilizar ações para redução do consumo abusivo 
de álcool e outras drogas, com a corresponsabilização e autonomia da 
população, incluindo ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, 
culturais e sociais (BRASIL, 2014).
Trabalhar a questão do uso abusivo do álcool e outras drogas sob a perspectiva da promoção da 
saúde pressupõe ações voltadas aos aspectos biológicos e sociais relacionados à saúde do usuário.
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Unidade II
Na perspectiva do trabalho em rede, devem ser considerados os programas e tecnologias existentes 
no sistema, como o Programa de Redução de Danos, quando necessário, tendo como objetivo final 
desenvolver o empoderamento da população usuária.
VI - promoção da mobilidade segura, que compreende:
a) buscar avançar na articulação intersetorial e intrasetorial, envolvendo a 
vigilância em saúde, a atenção básica e as redes de urgência e emergência 
do território na produção do cuidado e na redução da morbimortalidade 
decorrente do trânsito;
b) orientar ações integradas e intersetoriais nos territórios, incluindo saúde, 
educação, trânsito, fiscalização, ambiente e demais setores envolvidos, 
além da sociedade, visando definir um planejamento integrado, parcerias, 
atribuições, responsabilidades e especificidades de cada setor para a 
promoção da mobilidade segura; e
c) avançar na promoção de ações educativas, legislativas, econômicas, 
ambientais, culturais e sociais, fundamentadas em informação qualificada e 
em planejamento integrado, que garantam o trânsito seguro, a redução de 
morbimortalidade e a paz no trânsito;
VII - promoção da cultura da paz e de direitos humanos, que compreende 
promover, articular e mobilizar ações que estimulem a convivência, a 
solidariedade, o respeito à vida e o fortalecimento de vínculos, para o 
desenvolvimento de tecnologias sociais que favoreçam a mediação de 
conflitos, o respeito às diversidades e diferenças de gênero, de orientação 
sexual e identidade de gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, 
territoriais, de classe social e relacionada às pessoas com deficiências e 
necessidades especiais, garantindo os direitos humanos e as liberdades 
fundamentais, articulando a RAS com as demais redes de proteção 
social, produzindo informação qualificada e capaz de gerar intervenções 
individuais e coletivas, contribuindo para a redução das violências e para 
a cultura de paz; e
VIII - promoção do desenvolvimento sustentável, que compreende promover, 
mobilizar e articular ações governamentais, não governamentais, incluindo 
o setor privado e a sociedade civil, nos diferentes cenários, como cidades, 
campo, floresta, águas, bairros, territórios, comunidades, habitações, 
escolas, igrejas, empresas e outros, permitindo a interação entre saúde, meio 
ambiente e desenvolvimento sustentável na produção social da saúde em 
articulação com os demais temas prioritários (BRASIL, 2014).
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A promoção da mobilidade segura, da cultura da paz e direitos humanos, bem como a promoção 
do desenvolvimento sustentável, pressupõe o desenvolvimento de ações intra e intersetoriais que têm 
como ação estratégica norteadora as ações de educação em saúde. No entanto, contam também com 
tecnologias existentes nas RAS, instrumentos de legislação, fiscalização, gestão e planejamento integrado.
É fundamental que ocorra a interação de diferentes atores, leituras e interpretações na produção das 
políticas, bem como de seus documentos oficiais, tratando-se de elemento fundamental da análise das 
disputas e conflitos presentes nesse processo: o tempo todo há formulação/produção de novos textos 
em função dos múltiplos atravessamentos, até pela conjuntura nacional (MINOWA et al. 2018).
É imprescindível que a formulação/produção de novos textos seja fruto da experiência e análise 
popular, com a contribuição de todas as esferas da sociedade civil, garantido a condição pública, não 
apenas da Política Nacional de Promoção da Saúde, como de todas as políticas vigentes no país.
No contexto de garantia do bem-estar social pelo Estado é que se destaca a saúde como um importante 
campo do desenvolvimento social e grande potencial inclusivo, constituindo uma via legítima para a 
inclusão social, considerando a garantia constitucional da saúde a todo cidadão brasileiro. 
Segundo Buss (2000), considerando que as decisões em qualquer campo das políticas públicas, em 
todos os níveis de governo, influenciam diretamente a saúde da população, ressalta-se o compromisso do 
Estado com a viabilização das Políticas Públicas Saudáveis, conforme proposta do campo da Promoção da 
Saúde, o que implica diretamente na construção da prioridade política em todos os setores econômicos, 
do desenvolvimento social e em todas as esferas de gestão pública. 
 Saiba mais
Entre no link a seguir para ter acesso ao texto da Política Nacional 
de Promoção:
BRASIL. Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014. Redefine a Política 
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Diário Oficial da União, Brasília, 13 
nov. 2014. Seção 1, 68.
6 INTERSETORIALIDADE E O CONCEITO DE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
Para Junqueira (1998), a intersetorialidade trata da articulação de saberes e experiências na 
identificação participativa de problemas coletivos, nas decisões integradas sobre políticas e investimentos, 
com o objetivo de obter retornos sociais, com efeitos sinérgicos, no desenvolvimento econômico-social 
e na superação da exclusão social. Representa uma mudança de atitude que deve predispor políticos, 
acadêmicos e técnicos para integração e interação de saberes entre si e destes com a população. 
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Unidade II
Determinantes sociais da saúde (DSS) são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, 
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de 
risco na população” (CNDSS, 2006). Para Tarlov: “DSS são as características sociais dentro das quais a 
vida transcorre” (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
A Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde tem trabalhado usando como referência 
tanto o antigo conceito de saúde concebido pela Organização Mundial da Saúde de 1948, o qual 
diz respeito a um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente à ausência 
de doenças, quanto com o preceito Constitucional, resultante da 8ª Conferência Nacional de Saúde: 
“direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação” (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). 
Como nos lembram esses autores, desde o início do século passado já havia uma tensão acerca da 
definição dos determinantes do processo saúde-doença na comunidade acadêmico-científica quando da 
interrogação sobre o foco de pesquisa do campo da Saúde Pública, sendo feitas pesquisas em laboratório 
para compreensão das características biológicas dos organismos infecciosos ou em ambientes onde 
viviam os indivíduos ou comunidades, suas casas e locais de trabalho. Estava, assim, travado o conflito 
entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença, o qual sempre esteve presente ao longo 
da trajetória do campo da saúde pública. Por longos anos, e por influência inicial da Escola de Saúde 
Pública da Universidade de Johns Hopkins, a Saúde Pública dirigiu os seus esforços para o controle de 
doenças com base nos estudos microbiológicos, distanciando-se das questões políticas e dos esforços 
por reformas sociais e sanitárias de caráter mais amplo.
Há que se considerar que o cenário de morbimortalidade pordoenças infecciosas, especialmente no 
Brasil no início do século XX, alarmava, indicando medidas sanitárias de urgência, o que muito contribuiu 
para o empenho na pesquisa microbiológica com a finalidade de descobrir meios de imunização e 
controle das doenças, o que não tornaria menos relevante a necessidade de conhecer as condições e os 
hábitos de seus hospedeiros. 
Buss e Pellegrini-Filho (2007) citaram ainda que essa tensão permeou as atividades da própria 
Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo com o início de suas atividades a partir de um conceito hoje 
já um tanto obsoleto, mas que na época representou um grande avanço em termos de reconhecimento 
dos determinantes da saúde (ainda que poucos) para além da questão biológica e do enfoque na doença. 
Os autores consideram que a literatura acerca dos determinantes da saúde tem apresentado 
importantes contribuições para o entendimento da relação entre as formas de organização e 
desenvolvimento social e a situação de saúde das populações; no entanto, destacam a importância de 
estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, 
política e as mediações por meio das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos 
e pessoas, uma vez que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito. 
Fica claro, por exemplo, que macroindicadores de riqueza de uma sociedade não possuem relação 
direta com os indicadores de saúde, assim como a soma de indicadores de saúde de indivíduos não 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
corresponde diretamente ao indicador de saúde de um grupo ou população, ou seja, as diferenças de 
mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos ocupacionais não são explicadas pelos mesmos 
fatores aos quais se atribuem as diferenças entre indivíduos, ou seja, se controlarmos os hábitos e 
comportamentos de diversos indivíduos, as diferenças entre estes estratos sociais permaneceriam 
praticamente inalteradas.
Nesse sentido, compreende-se que os resultados dos indicadores de saúde de uma sociedade 
estão diretamente relacionados às formas de organização social e política, conforme destaca o atual e 
ampliado conceito de saúde, resultante da 8ª Conferência Nacional de Saúde. 
Trabalhar a saúde sob a perspectiva dos DDS pressupõe, fundamentalmente, desenvolver ações 
intersetoriais, o que requer uma metodologia de formulação de políticas que têm a possibilidade de 
atuar sobre as iniquidades por meio de ações sobre os determinantes dos problemas de saúde nos 
múltiplos setores onde eles se localizam (WESTPHAL; ZIGLIO, 1999).
 Lembrete
Nesse sentido, conhecer e compreender os determinantes sociais da 
saúde torna-se fundamental aos profissionais em geral, principalmente 
para os da saúde, que se propõem a trabalhar sob a perspectiva de um 
ampliado conceito de saúde.
Não obstante, Fernandez (2012) destaca a importância de se considerar os determinantes sociais 
da saúde no contexto de ação transformadora e de participação social da promoção da saúde, para 
que a teoria dos DSS não se transforme em apego às determinações e determinismos comuns às 
relações de poder.
7 SOBRE O CONCEITO DE EMPODERAMENTO
Nos últimos anos muito se tem falado sobre empoderamento. Temas como as diferenças de gênero 
e sexualidade incentivam discussões que propõem aos indivíduos e grupos o resgate de valores e o uso 
do seu poder como cidadãos livres e que possuem direitos e deveres.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o conceito de empoderamento e a sua relação com a promoção 
da saúde e o processo de inclusão social.
O empoderamento corresponde a um dos campos de atuação da promoção da saúde, previstos pela 
Carta de Ottawa, importante referência que traduz Promoção da Saúde como processo de capacitação 
da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior 
participação no controle desse processo (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 1986). Trata-se 
de um importante campo de ação e principal objetivo da Promoção da Saúde.
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Unidade II
Para Cerqueira e Coe (1996), o empoderamento é um processo em que grupos de indivíduos, 
organizações e comunidades utilizam o seu “poder” para coletivamente analisar problemas, propor 
soluções, administrar recursos e agir efetivamente para transformar suas vidas e seus ambientes sob a 
perspectiva da saúde. Para os autores, empoderar-se é desenvolver habilidades para ter controle sobre 
a sua própria saúde. 
Segundo Pelicioni e Pelicioni (2007), o empoderamento envolve a preparação de cada indivíduo para 
assumir o controle e a responsabilidade sobre a sua própria saúde e da comunidade, para a participação, 
a tomada de decisões, o controle social, para exigir direitos, atuar sobre os fatores determinantes e 
condicionantes da sua saúde e qualidade de vida.
Sob essa perspectiva, a educação em saúde como processo político de formação para a cidadania 
ativa e para a ação transformadora da realidade social em busca da melhoria da qualidade de vida 
viabiliza o empoderamento por meio da promoção da saúde (PELICIONI; PELICIONI, 2007)
Concordando com essas ideias, para Silva (2009), a participação e o empoderamento da população 
são processos desafiadores, no entanto, possíveis de serem viabilizados por meio de processo educacional 
crítico e político capaz de promover a transformação dos indivíduos para o desenvolvimento de suas 
habilidades pessoais e consequente exercício da cidadania. 
8 A COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTOS DE 
EMANCIPAÇÃO, LIBERTAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL
As políticas públicas emancipatórias e libertadoras surgem com a intenção de combater panoramas 
de opressão e dominação social causados pelo lado perverso da lógica capitalista, que gera submissão 
aos sistemas econômico e de governo, falta de comunicação social eficiente e consequente situação de 
alienação e exclusão social.
Um processo de emancipação prevê um processo de comunicação social efetiva e livre de 
manipulações midiáticas. Um projeto de libertação tem como foco o diálogo, a experiência, a convivência 
e a sociabilidade do conhecimento. Tais processos requerem racionalidade radicalmente democrática, 
comunicativa e crítica, para que todos os cidadãos tenham oportunidade de debater sobre a realidade 
social em que vivem, para chegar ao entendimento sobre os problemas e soluções que dizem respeito a 
um mundo partilhado intersubjetivamente.
Nesse sentido, a educação popular, no sentido da educação política, prepara o indivíduo para 
participação popular que visa transformar realidades sociais opressoras. 
Uma sociedade emancipada se traduz em uma sociedade democrática e cidadã.
O exercício da verdadeira soberania popular pela qual a sociedade civil, de forma organizada, passa 
a controlar os órgãos públicos, que representam o poder do Estado, a política e os sistemas burocráticos, 
promoverá a emancipação política, cultural e social e superará a alienação.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para Pelicioni et al. (2013), é por meio do processo educativo formador que as pessoas motivadas vão 
incorporando significados à sua vida e passam a agir levando em conta tais valores.
Para que haja uma efetiva mudança, é preciso que as atitudes sejam incorporadas pelos indivíduos, 
pois elas são indutoras dos comportamentos.
Viana e Silva (2012) apresentam o conceito de educação em saúde que se baseia na concepção de 
que o indivíduo aprende a cuidar da sua saúde, que é resultante de múltiplos fatores intervenientes no 
processo saúde-doença, e em seu texto corrobora com a ideia de Pelicioni e Pelicioni (2007) e Pelicioni et 
al. (2013) de que a educação deveser crítica, problematizadora da realidade, um processo compartilhado, 
reflexivo, construído a partir de ações conjuntas.
A construção de habilidades e competências para uma atuação profissional com base em uma 
perspectiva emancipatória pode ser viabilizada por meio da temática da promoção da saúde, sendo 
esta a principal estratégia na área da saúde para desenvolver projetos de emancipação social e 
consequentemente evitar a exclusão social, o que se viabiliza por meio das ações de empoderamento de 
indivíduos e grupos. Fica evidente, portanto, que a promoção da saúde é uma questão fundamentalmente 
política (SCABAR, 2014).
Muitas vezes, as questões são abordadas como se dependessem exclusivamente de uma opção do 
indivíduo, quando, muitas vezes, as decisões fundamentam-se muito mais da possibilidade de acesso 
aos serviços, no caso da saúde, de um sistema mais igualitário e mais justo, que possibilite que as 
diferenças desnecessárias desapareçam (PELICIONI et al., 2013).
É fundamental compreender que a adoção de um comportamento saudável implica em necessário 
processo de criação de uma consciência crítica perante a vida e a sociedade. 
Conforme destacam Pelicioni et al. (2013), somente compreendendo os fatos, refletindo sobre eles 
e tomando decisões conscientes é que as pessoas mudarão os seus comportamentos. Relembrando a 
teoria freireana, devemos considerar que “ninguém educa ou conscientiza ninguém”, somos, enquanto 
profissionais, cidadãos comprometidos com a mudança social, responsáveis por problematizar e promover 
condições para que os indivíduos, no seu contexto social, por meio da sua prática social e existencial, 
promovam a sua consciência crítica, se empoderem e se emancipem socialmente. Isso resultará em 
mudanças de atitude que gerarão transformações de comportamento, e no âmbito da saúde levarão a 
alcançar melhores condições (SCABAR, 2014). 
Nesse sentido, apenas a consciência sobre a realidade não vai gerar mudanças, é preciso ir além. 
Segundo Pelicioni et al. (2013), para mudar determinado estado das coisas ou influir no comportamento 
das pessoas, não basta dar informações, é preciso garantir que a comunicação ocorra, ou seja, a ação 
educativa deve ser de comunicação para atingir o ser humano, não como um ser abstrato, mas como um 
ser inserido em uma realidade histórica, reconhecendo a capacidade do indivíduo de refletir e de assumir o 
papel de sujeito de sua procura. É necessário, portanto, efetivar o processo de comunicação para educação 
em saúde, produzindo significados por meio de trocas simbólicas entre indivíduos e grupos.
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Dessa forma, entende-se que a mudança de atitude para o alcance de melhores condições de vida 
e saúde sofre influências do contexto social e de vida do indivíduo, embora a decisão pela mudança de 
atitude esteja imbricada também por sua participação no processo de construção da sua consciência 
crítica. Somos sujeitos de uma sociedade que tem a sua relação com o estado regida por políticas que 
legitimam o exercício do poder do governo nas decisões acerca dos direitos sociais garantidos pelo 
estado, entre eles, a saúde. Portanto, somos sujeitos, mas não únicos responsáveis pela determinação da 
nossa saúde. E é nesse contexto que a promoção da saúde moderna apoia-se, isto é, no entendimento de 
que a saúde é resultado do conjunto de fatores que determinam a qualidade de vida, compreendidos a 
partir do ambiente físico, social, político, econômico e cultural, por meio da implementação de políticas 
públicas e da viabilização de condições favoráveis ao desenvolvimento da saúde, as quais propiciarão 
escolhas saudáveis e o reforço da capacidade dos indivíduos e comunidades (empowerment), de acordo 
com Buss (2000).
Ainda segundo Buss (2000), os programas ou atividades que visam promover a saúde concentram-se 
em propostas educativas ou de orientação voltadas a mudanças nos comportamentos sob o controle 
dos próprios indivíduos. Dentro dessa perspectiva, os indivíduos e comunidades são considerados os 
únicos responsáveis pela sua situação de saúde, ou seja, cabe ao profissional orientar e simplesmente 
informar, cabendo ao indivíduo ou comunidade a “simples” decisão de “comportar-se” de acordo com 
as orientações do profissional, como se não houvesse outros fatores que influenciassem na decisão 
de adotar um comportamento saudável, que não aqueles sob exclusivo controle dos indivíduos ou 
comunidades (SCABAR, 2014).
Nesse sentido, se considerarmos que a situação de saúde de um indivíduo ou comunidade, conforme 
conceito de saúde da 8ª Conferência Nacional de Saúde:
[...] é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, 
meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e 
posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, antes de tudo, o resultado das 
formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida (RELATÓRIO..., 1986). 
Propostas educativas ou de orientação voltadas apenas para mudanças nos comportamentos sob o 
controle dos próprios indivíduos serão ineficazes sob o ponto de vista da promoção da saúde integral, 
já que existem alguns fatores determinantes que não podem ser diretamente controlados apenas pela 
área da saúde, mas precisam da contribuição e parceria de outros setores.
Apenas comunicar não leva à ação educativa, ou seja, campanhas de propaganda e ações informativas 
não cumprem com o objetivo de construir um conhecimento acerca de determinada questão. O processo de 
comunicação que instrumentaliza a ação educativa deve ser efetivo, ou seja, que produza significados a partir 
da informação transmitida pelo comunicador e da realidade de vida de cada indivíduo (SCABAR, 2014). 
A comunicação ganha importante espaço dentro do campo da promoção da saúde por conta de sua 
intrínseca relação com a ação educativa, sendo o processo de comunicação um importante instrumento 
para se atingir os objetivos do processo educativo. Como lembram Pelicioni et al. (2013), a ação educativa 
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deve ser de comunicação se quiser atingir o ser humano, não como ser abstrato, mas como um ser 
concreto inserido em uma realidade histórica.
As mesmas autoras destacam a diferença entre um efetivo processo de comunicação e a simples 
transmissão de informações, afirmando que para mudar determinado estado de coisas ou influir no 
comportamento das pessoas não basta dar informações, é necessário garantir que a comunicação ocorra. 
É preciso desenvolver a responsabilidade social das pessoas que atuam nos meios de comunicação, 
potenciais indutores e formadores da opinião pública, e de atitudes e que podem atuar com a população 
nas ações de pressão junto ao governo para que esse, no exercício soberano do poder político, atue 
democraticamente a favor dos interesses e do bem comum. 
É necessário, no entanto, que a população exerça a sua cidadania e não se deixe cooptar pelos 
interesses capitalistas da grande massa midiática que apoia e incentiva a lógica de mercantilização de 
importantes direitos sociais como a saúde e a educação, a qual age na contramão dos interesses da 
maior parte da população (SCABAR, 2014).
Se comunicar significa estabelecer o entendimento, compartilhar ideias e/ou sentimentos, trocar 
informações entre a fonte emissora e o receptor, Pelicioni et al. (2013) acreditam que para que a 
aprendizagem ocorra, ou seja efetiva, é preciso que a mensagem seja recebida, compreendida e 
incorporada ao universo de conceitos e comportamentos do indivíduo. Nesse sentido, a valorização da 
participação do destinatário da mensagem na interpretação do seu significado ocupa lugar central no 
processo de comunicação. Assim, o processo de comunicação supera a proposta de divulgar e informarao se estruturar sob uma proposta sociopolítica que visa, a partir de uma dada informação, produzir um 
novo sentido existencial, isto é, uma nova perspectiva. 
Sendo assim, a partir da informação é fundamental incentivar a reflexão do indivíduo sobre o seu 
comportamento para que o mesmo incorpore novas perspectivas e novas atitudes.
Somente compreendendo os fatos, refletindo sobre eles, e tomando decisões 
conscientes é que as pessoas mudarão os comportamentos esperados, 
farão exames preventivos, tomarão remédios corretamente, deixarão 
de comer excessivamente, farão exercícios físicos, seguirão uma dieta 
adequada, procurarão ajuda psicológica ou psiquiátrica, buscarão atenção 
odontológica, manterão ambientes saudáveis. Isto é Promoção da Saúde! 
(PELICIONI et al., 2013, p. 199-211)
Não obstante a formação de atitudes individuais, as autoras destacam também a importância de 
se considerar os aspectos socioeconômicos e de vontade política que determinam as possibilidades de 
acesso aos serviços.
Embora o conceito de saúde não fique restrito aos comportamentos mencionados, ou seja, 
não são apenas os comportamentos que determinam a saúde do indivíduo, cabe considerar que é 
recorrente a situação em que o indivíduo recebe informações e orientações como prescrições acerca de 
comportamentos que levariam a uma condição melhor de saúde, que são consideradas equivocadamente 
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ações de educação em saúde, mas que não resultam em efetivo processo de mudança de atitude. É 
importante lembrar, conforme Pelicioni et al. (2013), que o termo “Educação em Saúde” não se aplica 
às situações de aprendizagem que limitam seus objetivos à mudança de comportamentos individuais.
 Observação
Políticas públicas que objetivam a inclusão social devem estimular a 
emancipação, libertação e o empoderamento dos indivíduos e comunidades.
 Resumo
O setor saúde corresponde a um importante campo para implementação 
de políticas públicas em prol da inclusão social e redução das desigualdades.
Dando continuidade à análise das Políticas Nacionais, foram discutidas 
as Políticas Nacionais de Atenção Básica e de Promoção da Saúde sob a 
perspectiva da inclusão social, reconhecendo em ambas importantes ações 
e estratégias programadas a partir de conceitos fundamentais para uma 
política pública e inclusiva, como a Estratégia Saúde da Família e o Núcleo 
Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).
Por meio dos determinantes sociais da saúde é possível compreender as reais 
necessidades de uma população para a elaboração de políticas e estratégias 
eficientes e eficazes que atuem no combate às desigualdades sociais.
O desenvolvimento de uma política pública de saúde a partir da 
perspectiva dos determinantes sociais da saúde e da promoção da saúde 
viabiliza a construção de estratégias e ações que contam com a participação 
popular e focalizam o empoderamento da população, tendo como objetivo 
a tão almejada inclusão social.
Políticas públicas que incentivam a comunicação e a educação em 
saúde são fundamentais no processo de construção de uma consciência 
crítica, que viabiliza o empoderamento e a participação social efetiva, 
fundamentais no processo de inclusão social e no combate às 
desigualdades sociais.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
 Exercícios
Questão 1. (Enade, 2010, adaptada) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) foram criados 
por meio da Portaria nº 154, de 24/1/2008, que faz a seguinte referência à Política Nacional de Promoção 
da Saúde:
A Política Nacional de Promoção da Saúde compreende que as práticas corporais são expressões 
individuais e coletivas do movimento corporal advindo do conhecimento e da experiência em torno do 
jogo, da dança, do esporte, da luta, da ginástica. São possibilidades de organização, escolhas nos modos 
de relacionar-se com o corpo e de movimentar-se, que sejam compreendidas como benéficas à saúde de 
sujeitos e coletividades, incluindo as práticas de caminhadas e orientação para a realização de exercícios, 
e as práticas lúdicas, esportivas e terapêuticas, como a capoeira, as danças, o Tai Chi Chuan, o Lien Chi, 
o Lian Gong, o Tuiná, a Shantala, o Do-in, o Shiatsu, a Yoga, entre outras.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, 24 de janeiro de 2008. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/
portaria154_24_01_08.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2010 (adaptado).
Considerando as propostas para a Política Nacional de Promoção da Saúde, analise as afirmativas 
que se seguem.
I – Os NASFs incluem o profissional de Educação Física em equipes multidisciplinares para atuação 
no Sistema Único de Saúde (SUS).
II – Os profissionais de Educação Física atuam por meio das atividades físicas e corporais, buscando 
a promoção de saúde em suas várias dimensões.
III – As práticas terapêuticas previstas para a atuação do profissional de Educação Física nos NASFs 
são todas oriundas da medicina tradicional chinesa.
IV – As atividades dos profissionais de Educação Física nos NASFs devem ser adequadas à clientela em 
relação a suas necessidades, faixa etária, gênero e nível sociocultural, de acordo com os aspectos 
da saúde social, psicológica e biológica.
É correto o que se afirma em:
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) I, II e IV, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
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Unidade II
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas 
I – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com a Portaria nº 154, que cria o NASF, há indicação do profissional de 
Educação Física como um dos possíveis integrantes das equipes multiprofissionais dos NASF.
II – Afirmativa correta. 
Justificativa: o uso das atividades físicas e corporais é a base da atuação do profissional de 
Educação Física.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: não há restrição ao uso de nenhum tipo de prática de atividade física ou corporal. Esse 
uso fica a cargo do profissional. 
IV – Alternativa correta. 
Justificativa: a ação profissional em Educação Física deve ser adequada às características e 
necessidade da clientela.
Questão 2. (Enade, 2010) Os NASFs têm os objetivos de ampliar a abrangência e o escopo das ações 
da tenção básica no setor da saúde e incrementar a estratégia de Saúde da Família na rede de serviços 
oferecidos pelo governo à população. O compromisso dos NASFs está embasado em ações de promoção 
da saúde destinadas a garantir condições de bem-estar físico, mental e social às populações.
Considerando o exposto, que ações poderão ser planejadas e desenvolvidas pelo profissional de 
Educação Física que atuará nos NASFs?
I – Incentivar a criação de espaços que possibilitem a inclusão social.
II – Desenvolver atividades físicas e práticas corporais nas comunidades.
III – Avaliar fisicamente cada equipe multiprofissional que atua nos NASFs.
IV – Proporcionar educação permanente em atividades físicas/práticas corporais, nutrição e saúde.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Estão corretas apenas as ações:
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
THINKER-3025789_960_720.PNG. Disponível em: <https://cdn.pixabay.com/photo/2017/12/18/09/54/
thinker-3025789_960_720.png>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Figura 2
540PX-SANTI_DI_TITO_-_NICCOLO_MACHIAVELLI%27S_PORTRAIT.JPG. Disponível em: <https://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1e/Santi_di_Tito_-_Niccolo_Machiavelli%27s_portrait.jpg/540px-Santi_di_Tito_-_Niccolo_Machiavelli%27s_portrait.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Figura 3
ARISTOTLE_ALTEMPS_DETAIL.JPG. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/6/62/Aristotle_Altemps_Detail.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Figura 4
3C30773R.JPG. Disponível em: <http://lcweb2.loc.gov/service/pnp/cph/3c30000/3c30000/3c30700/3c3
0773r.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Figura 6
401PX-CF_1988_BRASIL_MEC.JPG. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/3/3c/CF_1988_Brasil_MEC.jpg/401px-CF_1988_Brasil_MEC.jpg>. Acesso em: 
12 jun. 2018.
Figura 7
D5-211013.PDF. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2013/outubro/21/d5-
211013.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Figura 10
INCLUSION-2731343_960_720.PNG. Disponível em: <https://cdn.pixabay.com/
photo/2017/09/09/08/40/inclusion-2731343_960_720.png>. Acesso em: 12 jun. 2018. 
Figura 11
SAUDE-FAMILIA2.PNG. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/png/2017/
junho/08/saude-familia2.png>. Acesso em: 12 jun. 2018.
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REFERÊNCIAS 
Audiovisuais
EU, CLAUDIUS. Dir. Herbert Wise. Reino Unido: BBC, 1976. 650 minutos. 
A ONDA. Dir. Dennis Gansel. Alemanha: Constantin Film, 2008. 107 minutos.
PRA FRENTE, Brasil. Dir. Roberto Farias. Brasil: Embrafilme, 1982. 105 minutos.
Textuais
BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade, para uma teoria geral da política. 14. ed. São Paulo: Paz e 
Terra, 2001.
BOSI, M. L. M. Cidadania, participação popular e saúde na visão dos profissionais do setor: um estudo 
de caso na rede pública de serviços. Cadernos de Saúde Pública. 1994. Disponível em: <https://scielosp.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1994000400004>. Acesso em: 12 jun. 2018.
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___. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção 
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 20 set. 1990a.
___. Lei nº 8.142, de 29 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área da saúde e dá outras providências. Oficial da União, Brasília, 28 dez. 1990b.
___. Ministério de Saúde. Relatórios do Conselho Nacional de Saúde. Brasília, [s.d.]. Disponível em: 
<http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/relatorios.htm>. Acesso em: 28 jun. 2018.
____. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas 
da Promoção da Saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da 
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cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
___. Portaria nº 2.435, de 24 de outubro de 2012. Habilita o Estado, Município ou Distrito Federal 
a receber recursos destinados à aquisição de equipamentos e materiais permanentes para 
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gm/2012/prt2435_24_10_2012.html>. Acesso em: 15 maio 2018.
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___. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
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Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, 22 set. 2017. Seção 1, p. 68.
___. Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da 
Saúde (PNPS). Diário Oficial da União, Brasília, 13 nov. 2014. Seção 1, 68.
BUSS, P. M. Promoção da Saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, n. 1, p.163-77, 2000.
BUSS, P. M.; CARVALHO, A. Desenvolvimento da promoção da saúde no Brasil últimos vinte anos 
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competências e atribuições de outras categorias profissionais da saúde. Brasília, 21 ago. 2013. 
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Exercícios
Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2007: Educação Física. 
Questão 24. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2007/provas_gabaritos/
prova.EF.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018.
Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2010: Educação Física. 
Questão 11. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2010/
educacao_fisica_2010.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
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Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2010: Educação Física. 
Questão 21. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2010/
educacao_fisica_2010.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2010: Educação Física. 
Questão 27. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2010/
educacao_fisica_2010.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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