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SUPERVISÃO DE CURRÍCULO, INOVAÇÃO E RECURSOS DIDÁTICOS ALFABETIZAÇÃO Março/2020 Edição 1, Volume 1 - Professores O conhecimento do próprio nome tem duas consequências importantes: em primeiro lugar, é uma escrita “livre de contexto”, quer dizer, uma escrita de interpretação estável, que não depende das vicissitudes do contexto, e, em segundo lugar, é uma escrita que facilita uma informação sobre a ordem não aleatória dentro do conjunto de letras (FERREIRO, 1982). A alfabetização é um tema muito discutido no meio escolar, pois estamos sempre em busca da melhor forma de ensinar as crianças a aprender sobre os objetos de conhecimento: leitura e escrita. Nos estudos de Ferreiro e Teberosky, as autoras defendem que a leitura e a escrita são construções conceituais, portanto, devem ser tomadas como objetos de estudo na sala de aula. Mas como fazer isso? Por onde devemos começar? Que tal começarmos pelo nome? • há uma quantidade necessária de letras para compor o que se quer escrever; • a relação entre os fonemas e grafemas; Além disso, o trabalho com os nomes favorece a reflexão sobre o traçado das letras e permite que as crianças percebam e utilizem as identidades ou semelhanças sonoras entre as palavras para representar novas palavras. Por ser um texto estável e dotado de significado ele se constitui num convite para que as crianças pensem sobre as letras e se apropriem de informações importantes sobre o sistema de escrita alfabético, como: • não é qualquer conjunto de letras que serve para escrever qualquer palavra; • a ordem das letras não é aleatória; SUPERVISÃO DE CURRÍCULO, INOVAÇÃO E RECURSOS DIDÁTICOS A PROPOSTA PEDAGÓGICA DO TRABALHO COM OS NOMES PRÓPRIOS Trata-se de situações que envolvem a escrita do nome a partir de modelos e escritas espontâneas, simultaneamente e alternando-as. A escrita espontânea permite ao professor saber como a criança pensa a escrita e o modelo permite a elas reconhecer a forma convencional das letras, a quantidade de letras para escrever o nome, a variedade, posição e é um ponto de referência para confrontar as ideias das crianças com a escrita convencional. É importante ressaltar que o objetivo dessas atividades não é encontrar um nome de forma imediata, mas sim promover um intercâmbio sobre a escrita com o professor e os colegas, um momento em que os alunos possam informar-se, opinar e discutir sobre o que está escrito. Elas ajudam as crianças a elaborar e explicitar critérios em relação à leitura - presença de acento, til, letras que se repetem, início do nome, final do nome, presença de poucas letras ou muitas letras, letras “menos usuais” como o H, a posição das letras nos nomes (o S no nome de Maisa e no nome de Luis ou o M no nome de Kamila e no nome de Miguel), uma letra conhecida em outros nomes etc. Além disso, as intervenções são de grande importância para o êxito desse trabalho, as perguntas feitas pelo professor e a socialização do conhecimento, por exemplo: Como você sabe que esse é o nome do Francisco? E a criança ao responder porque começa a letra F, permite as demais, que ainda não utilizam esse critério, se pautar nele em situações de leitura. Atividades que potencializam o trabalho com os nomes: Roda dos nomes – consiste em produzir fichas de nomes, confeccionadas com cartolina de uma cor e com letras grafadas com uma mesma caneta. Assim, somente o escrito evidenciará a diferença entre uma ficha e outra. O professor deve cobrir um nome e ir mostrando parte dele as crianças para que elas possam “descobrir” o nome que está escrito. Lista de nomes – a partir dela, pode-se solicitar aos estudantes que localizem nomes de colegas da sala. É possível confeccionar fichas com os nomes e propor atividades com lugares marcados para que os alunos identifiquem seus lugares e dos colegas. Bingo de nomes – um recurso bastante conhecido, mas que requer alguns critérios para a elaboração das cartelas. É preciso elaborá-las considerando, por exemplo: ter o nome da criança, nomes que começam ou terminam com a mesma letra, nomes compostos, sobrenomes, nomes que tenham a presença do til, acento, letras que se repetem. É sugerido que a quantidade de nomes por cartela seja 9, 6 ou 4 e que todos os nomes estejam na mesma fonte e na mesma linha. SUPERVISÃO DE CURRÍCULO, INOVAÇÃO E RECURSOS DIDÁTICOS Referências bibliográficas FERREIRO, Emilia/ TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. São Paulo, Artes Médicas, 1999. TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogia da Linguagem Escrita. São Paulo, Vozes, 1993. FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo, Cortez, 2011. GRUNFELD, Diana. CF.online_Nomes próprios e apropriação da escrita alfabética_texto 4_A intervenção docente no trabalho com nome próprio. Uma indagação na educação infantil na cidade de Buenos Aires. Turma 1, 2013. Tradução livre: Miruna Kayano Genoíno – 2013. ZANETTI, Alessandra. Texto 5 – O trabalho com nome próprio no grupo 1: repensando encaminhamentos dodáticos. Simpósio interno da Escola da Vila, 2008. A ESCRITA NÃO É UM PRODUTO ESCOLAR, MAS SIM UM OBJETO CULTURAL, RESULTADO DO ESFORÇO COLETIVO DA HUMANIDADE. (FERREIRO & TEBEROSKY, 2011: 44) ANALISTAS DE ED. INFANTIL E 1º AO 5º: ALINE OHNUKI KATHYA ALVES LILIAN ENGRACIA NÁDIA HATSUE THAILA ORLANDO E-MAIL PARA CONTATO CONOSCO: CURRÍCULO.EDUCACAO@SESISP.ORG.BR mailto:currículo.educacao@sesisp.org.br