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Complicações DM ● RECOMENDADO diminuir HbGl < 7,0 para controle da doença Tratamento hipercolesterolemia: - Cuidar com uso de estatinas e ciprofibrate em conjunto por risco de rabdomiólise - Fibratos não diminui LDL, apenas triglicerídeos Prevenção Cardiovascular com Antidiabéticos: ● Em adultos não gestantes com DM2 sem doença cardiovascular clinicamente estabelecida, mas com doença aterosclerótica subclínica detectada por método de imagem, DEVEM SER CONSIDERADOS os agonistas do receptor GLP-1 (GLP-1 RA) com benefício cardiovascular comprovado (Liraglutida, Semaglutida e Dulaglutida) para redução de eventos cardiovasculares. ● Em adultos não gestantes com DM2, sem doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida, inibidores do SGLT2 devem SER CONSIDERADOS para redução de eventos cardiovasculares ateroscleróticos. ● Em adultos com DM2 e doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida, é RECOMENDADO o uso de um inibidor do SGLT2 ou agonistas do receptor GLP-1 (com benefício cardiovascular comprovado), associado à metformina, Independentemente dos níveis de HbA1c, para reduzir eventos cardiovasculares. ● Em adultos com DM2 e doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida os ● ISGLT2 e os AR GLP-1 (AD1) SÃO RECOMENDADOS para reduzir eventos CV e mortalidade cardiovascular. ● Em adultos com DM2 e DCV estabelecida, com a HbA1c acima da meta apesar da terapia dupla, é RECOMENDADO TERAPIA TRIPLA para melhorar o controle glicêmico. DM => ICC • É RECOMENDADO que, na presença de sinais e sintomas de IC, uma avaliação laboratorial incluindo NT-ProBNP (ou BNP), ECG, Raio X de Tórax e Ecocardiograma Transtorácico sejam realizados, quando disponíveis, para confirmação diagnóstica. • Em pacientes DM2 e IC, com qualquer fração de ejeção, É RECOMENDADO o uso de inibidores do SGLT2 como anti-diabéticos de primeira escolha para controle glicêmico, redução de hospitalização por IC e de morte cardiovascular, independentemente do nível de HbA1c. • Em pacientes com DM2 e IC crônica, o uso de metformina ESTÁ RECOMENDADO em associação com os inibidores do ISGLT2, para controle da glicemia, redução de mortalidade e risco de admissão por IC, desde que a TFG esteja acima de 30ml/min/1,73m'. ICC: Quarteto Fantastico - IECA ou BRA - Espironolactona - Beta-bloq Proteção renal com antidiabéticos no DM2 sem Doença renal ● Em adultos não gestantes com diagnóstico recente de DM2, sem doença renal estabelecida, um inibidor do SGLT2, com benefício renal comprovado ● DEVE SER CONSIDERADO para a proteção da perda de função renal. ● • Em adultos não gestantes com DM2, sem doença renal crônica, o uso de GLP-1 RA com benefício renal comprovado PODE SER CONSIDERADO para redução do surgimento de albuminúria. Rastreamento • No mínimo anual: Albumina urinária, relação albumina/creatinina urinária, creatinina sérica para estimativa da TFG • Albuminúria: Todo teste anormal de albuminúria (>30 mg/L) deve ser confirmado em 2 de cada 3 amostras coletadas em intervalo de 3 meses a 6 meses, em razão da grande variabilidade diária. • Fatores como febre, exercício intenso, insuficiência cardíaca descompensada, hiperglicemia grave, infecção urinária e hipertensão arterial não controlada podem elevar os valores da EUA. • Rastreamento em DM1: após 5 anos do diagnóstico • Rastreamento em DM2: ao diagnóstico Sinais de Alerta para Outra Nefropatia • Albuminúria em pacientes com DM1 com menos de 5 anos de doença • Início abrupto ou proteinúria rapidamente progressiva • Proteinúria nefrótica (>3,5g ao dia) • Declínio rápido da TFGe >4 ml/min/1,73m? ao ano • Queda rápida da TFGe (>30%) após início de IECA/BRA ou ISGLT2 • Sedimento urinário alterado • Manifestações clínicas de outras doenças sistêmicas (LÚPUS) • Ausência de Retinopatia ou nefropatia diabética Tratamento • O controle intensivo da hiperglicemia em indivíduos com DM para reduzir a albuminúria. • No tratamento do DM2 e doença renal com TFG 30-60 mL/min/1,73 m? ou albuminúria > 300 mg/g, recomenda-se o uso de inibidores do SGLT2 para reduzir a progressão para doença renal terminal, independentemente da HbA1c. • O início dos ISGLT2 deve ser limitado a pessoas com TFGe > 20 ml/min/1,73m2, se empagliflozina; >25 ml/min/1,73m2, se dapagliflozina; e >35 ml/min/1,73m2, se canagliflozina. • Uma vez em tratamento com ISGLT2, podem ser mantidos até o início da diálise. • Se TFG>30 ml/min/1,73 m' considerar a combinação de inibidores do SGLT2 com outro antidiabético, preferentemente a metformina, para otimização do controle glicêmico e potencial redução do risco cardiovascular. • Nos indivíduos com TFG entre 30-45 mL/min/1,73 m' é recomendada a redução de dose de metformina, devendo esta ser limitada à dose de 1 g ao dia para minimizar o risco de acidose lática. • Em pacientes DM2 com DRD e TFG >30 mL/min/1,73 m?, o uso de agonistas do receptor do GLP-1 deve ser considerado para redução da albuminúria. RESUMO • Em pacientes com TFG 15-30 mL/min/1,73m7, e HbA1c acima da meta, os inibidores da DPP-4, algumas sulfonilureias (glipizida e gliclazida) e os GLP-1 RA PODEM SER CONSIDERADOS para melhora do controle glicêmico. • Em indivíduos com TFG <30 mL/min/1,73m?, com HbA1c acima da meta, DEVE SER CONSIDERADO prioritariamente o tratamento com insulina para melhorar o controle glicêmico. • Em indivíduos com DM2 em diálise e HbA1c acima da meta É RECOMENDADO prioritariamente o uso de insulina. • A glibenclamida está formalmente contra-indicada em pacientes com TFGe menor que 60 mL/min/1,73m2, em função do alto risco de hipoglicemia nestes casos. • O uso de estatinas de alta potência É RECOMENDADO em pacientes com DRD e TFGe menor que 60 mL/min/1,73m° (não dialítica) e em pacientes pós-transplante renal, com o objetivo de reduzir eventos cardiovasculares. Tratamento da HAS na DRC do DM • Meta de pressão arterial < 130/80 mmHg É RECOMENDADA para pacientes adultos com DM e risco aumentado de acidente vascular encefálico. • É RECOMENDADO o uso IECA ou BRA para pacientes que apresentem albuminúria elevada, com o objetivo de reduzir a progressão da doença renal, independentemente dos níveis da pressão arterial. • O uso de antagonistas do receptor mineralocorticóide DEVE SER CONSIDERADO para proteção renal, em associação com os IECAs ou BRAs. • O uso combinado de IECA e BRA NÃO É RECOMENDADO, pelo maior risco de hipercalemia, piora da função renal, hipotensão postural e síncope. Neuropatia Periférica ● Complicação mais prevalente e subnotificada ● Pelo menos, metade dos indivíduos sofrem e não são diagnosticados ● Formas de Lesão ○ Polineuropatia Distal Simétrica: "em botas e em luvas", predomínio sensitivo, como dor neuropática, parestesias, hipoestesias, disestesias (sensação desagradável), hiperestesias. Pode ter sintomas motores como fraqueza muscular, atrofia, marcha atáxica, distúrbios do equilíbrio. ○ Neuropatia focal ○ Mononeuropatia diabética (periféricas, pares cranianos, radicular) ○ Neuropatia autonômica (disautonomia) ○ Cardiovascular: hipotensão postural sem taquicardia postural, síncope, taquicardia fixa ○ TGI: gastroparesia plenitude pós-prandial, náusea inexplicada. ○ TGU: bexiga neurogênica do tipo hipotônico (perde sensibilidade de "sentir a bexiga cheia"), impotência sexual ● Rastreio ○ A metodologia a ser utilizada tenha a capacidade de avaliar tanto as fibras nervosas finas (mais precocemente acometidas, incluindo sensibilidade térmica, dolorosa e função sudomotora) e fibras nervosas grossas (reflexos tendíneos, sensibilidade vibratória, tátil e de posição). ○ O diagnóstico é de exclusão, e as neuropatias não diabéticas associadas à deficiência de vitamina B12, etilismo, hipotiroidismo, síndrome do túnel do carpo, excesso de vitamina B6 ou drogas, substâncias neurotóxicas e metais pesados devem ser consideradas, pois podem ocorrer concomitantemente nos indivíduos diabético ● Rastreamento ○ Todos os pacientes com DM devem ser examinados para pesquisa da neuropatia periférica diabética no momento do diagnóstico de DM2 e 5 anos após odiagnóstico de DM1. ○ Pacientes cujo rastreamento foi negativo devem ser reavaliados anualmente. ● Tratamento ○ Tratamento de base: controle glicêmico, os fatores de risco cardiovasculares, como controle da hipertensão arterial, da albuminúria, dos lípides, do peso, etilismo e tabagismo. ○ Tratamento restaurador: restaurar a função neural e a funcionalidade do paciente, se possível. Baseado na evidência disponível atualmente, o tratamento restaurador da NPD compreende três princípios, a saber: fisioterapia (exercícios específicos), ácido alfa-lipóico e, se necessário, reposição racional de vitamina D e B-12 (deve-se fazer a dosagem sérica para documentar o défcit antes). ○ Tratamento sintomático:direcionado para o controle da dor neuropática. ● Tratamento Sintomático ○ 1ª linha: antidepressivos tricíclicos (ADT) (imipramina, nortriptilina e amitriptilina); antidepressivos duais (ADD) (duloxetina e venlafaxina) e anticonvulsivantes (AC) (gabapentina). ○ 2ª linha: pregabalina e a associação de um Antidepressivo e um Anticonvulsivante ○ 3ª linha: estimulação da medula espinhal (EME), acupuntura (ou eletroacupuntura) Pé diabético Prevenção 1. identificação do pé em risco 2. exame regular do pé 3. orientação 4. uso rotineiro de calçados adequados 5. tratamento dos fatores de risco Infecção no Pé Diabético ● É RECOMENDADA a internação hospitalar para todas as pessoas com infecções graves e moderadas, ou associadas a comorbidades relevantes. ● Na suspeita de osteomielite, quando o diagnóstico não for claro após avaliação clínica, raio-X simples e exames laboratoriais, É RECOMENDADO confirmar o diagnóstico por ressonância magnética do pé ou PET-CT/ FDG ou cintilografia com leucócitos marcados. TC x RNM ● A TC tem resolução óssea superior à RNM e é melhor para demonstrar alterações ósseas, como destruição cortical, reações periosteais e formação de sequestro. ● Assim como nas radiografias simples, o sequestro na TC aparece como uma lesão esclerótica com borda transparente. O gás intramedular é um sinal auxiliar da osteomielite, também melhor visualizado na TC. ● No entanto, a avaliação da osteomielite por meio da TC é limitada por sua pouca resolução na avaliação dos tecidos moles, quando comparada com a RM. A TC não é capaz de demonstrar edema da medula óssea, o que significa que uma TC normal não exclui a osteomielite precoce. ● Apesar dessas limitações, a TC continua sendo uma alternativa útil quando a RM não está disponível ou é contraindicada Cobertura ATB ● Em pessoas com infecção leve, sem antibioticoterapia prévia recente, o tratamento empírico inicial deve cobrir agentes comunitários mais comuns como Gram-positivos aeróbicos (Streptococcus beta-hemolíticos e Staphylococcus aureus). ● Em pessoas que já tenham sido tratadas com antibióticos há poucas semanas e apresentando infecção moderada a grave, é necessária uma cobertura que envolva Gram-positivos, Gram-negativos comuns e anaeróbios. ● Em pessoas com recidiva de processo infeccioso de partes moles, deve ser considerado o tratamento empírico com antibioticoterapia direcionada para Pseudomonas aeruginosa, se este agente já tiver sido isolado em processo anterior recente. Tabela: Tempo de ATB ● Partes moles: 1-2 semanas, podendo ser 3-4 semanas se infecção extensa, resposta inadequada ou presença de DAOP grave. Na ausência de resolu após 4 semanas, realizar novos estudos diagnósticos e alternativas terapêuticas. ● Osteomielite: 6 semanas. Se a infecção não melhorar clinicamente nas primeiras 2-4 semanas, deve-se reconsiderar a necessidade de coletar amostra de osso para exame cultural, tratamento cirúrgico ou esquema antibiótico alternativo. Caso tenha sido necessário tratamento parenteral inicial, considerar trocar para antibioticoterapia oral após 5-7 dias, de acordo com o exame de cultura. RETINOPATIA DIABÉTICA ● Rastreamento: ao diagnóstico no DM2, e após 5 do diagnóstico anos no DM1. ● É RECOMENDADO iniciar o rastreamento da RD em todos os adultos com DM1 ao completar cinco anos de duração do diabetes. ● Em crianças e adolescentes com DM1, DEVE SER CONSIDERADO O rastreamento da RD a partir dos 11 anos de idade com, pelo menos, dois a cinco anos de duração do diabetes. ● Após rastreamento inicial da RD, na ausência de RD ou em casos de RD leve, é RECOMENDADO acompanhamento anual. Em casos de RD moderada ou grave, recomenda-se maior frequência de revisões. ● Em mulheres com DM prévio à gestação que engravidam, têm planos de engravidar ou com DM diagnosticado na gestação, é RECOMENDADO aconselhamento sobre os riscos envolvendo RD e encaminhamento para exame oftalmológico. ● Em gestantes com DM preexistente, é RECOMENDADO realizar exame da retina a cada trimestre durante a gestação e durante o primeiro ano pós- parto. ● Outras Doenças Oculares ○ Pálpebras e vias lacrimais: Blefarites, dacriocistites, abcessos e celulites orbitária ○ Córnea: Diminuição da sensibilidade, erosões recorrentes, úlceras e complicações do uso de lentes de contato, neuropatia diabética córnea ○ Cristalino: Flutuações refracionais associadas à variabilidade glicêmica por efeito osmótico. Desenvolvimento mais frequente e mais precoce de catarata, com risco de piora da RD e do EMD com a cirurgia ○ Glaucoma: Glaucoma neovascular ○ Neuropatias: Papilopatia diabética, lesões dos nervos oculomotores