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O que é a tolerância imunológica e por que ela é importante?
A tolerância imunológica é definida como a não responsividade a um antígeno, induzida pela exposição prévia a esse mesmo antígeno. O termo surgiu com base em observações experimentais de que animais que já haviam entrado em contato com um antígeno em condições particulares não responderiam, ou seja, tolerariam, o mesmo antígeno em exposições subsequentes. Quando encontram antígenos, os linfócitos específicos podem ser ativados, induzindo respostas imunes, ou podem ser inativados ou eliminados, levando à tolerância. O mesmo antígeno pode induzir uma resposta imune ou tolerância, dependendo das condições de exposição e da presença ou ausência de outros estímulos concomitantes, tais como coestimuladores. Os antígenos que induzem tolerância são chamados de tolerógenos, ou antígenos tolerogênicos, para distingui-los dos imunógenos que geram imunidade. A tolerância aos autoantígenos, também chamada de autotolerância, é uma propriedade fundamental do sistema imunológico normal, e a falha na autotolerância resulta em reações imunes contra antígenos próprios (autoantígenos ou antígenos autólogos). Essas reações são denominadas autoimunidade, e as doenças que causam são chamadas doenças autoimunes.
Não reatividade ao próprio (autotolerância): Uma das propriedades mais marcantes do sistema imune de cada indivíduo normal é sua capacidade de reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reage prejudicialmente aos antígenos do próprio indivíduo. A não responsividade imunológica é também chamada de tolerância. A tolerância aos antígenos próprios, ou autotolerância, é mantida por diversos mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou suprimindo essas células pela ação de outras células (reguladoras). Anormalidades na indução ou manutenção da autotolerância levam a respostas imunes contra os autoantígenos (antígenos autólogos), as quais podem resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes.
2.Como se dão as tolerâncias central e periférica em linfócitos T ? Descreva sucintamente seus mecanismos
A tolerância pode ser induzida nos órgãos linfóides primários, mecanismo denominado Central e nos órgãos não-linfóides periféricos, conhecida como Periférica.
Tolerância central: Durante sua maturação no timo, muitas células T imaturas que reconhecem antígenos com grande avidez morrem, e algumas das células sobreviventes da linhagem CD4+ se desenvolvem em Tregs. A morte de células T imaturas como resultado do reconhecimento de antígenos no timo é conhecida como seleção negativa que é um processo que elimina as células T autorreativas potencialmente mais danosas e é um dos mecanismos de autotolerância, garantindo que o sistema imune não responda a muitos autoantígenos.
Tolerância periférica: Os mecanismos de tolerância periférica são anergia (não responsividade funcional), supressão pelas Tregs e deleção (morte celular). Esses mecanismos podem ser responsáveis pela tolerância das células T a autoantígenos tecido-específicos, especialmente aqueles que não são abundantes no timo.
-Anergia: A exposição de células T CD4+ maduras a um antígeno na ausência de coestimulação ou imunidade inata pode tornar as células incapazes de responder àquele antígeno. Nesse processo, as células autorreativas não morrem, mas tornam-se não responsivas a um antígeno. Mecanismos podem atuar na indução e manutenção do estado anérgico:
A transdução de sinal induzida pelo TCR é bloqueada em células anérgicas. Os mecanismos desta sinalização de bloqueio não são completamente conhecidos. Em diferentes modelos experimentais,atribui-se esse sinal à expressão diminuída de TCR e ao recrutamento de moléculas inibidoras, como tirosina fosfatases, para o complexo TCR.
Sinal inibitório por CTLA: CTLA-4, membro da família de receptores CD28, se conecta às moléculas B7, assim como o receptor CD28. Ele inibe a ativação das células T de duas maneiras: intrinsecamente, quando células T ativadas expressam CTLA-4, e extrinsecamente, quando as células T regulatórias (Tregs) expressam CTLA-4 para evitar a ativação de outras células. CTLA-4 atua como um inibidor competitivo de CD28, reduzindo a disponibilidade de B7 para CD28. Sua afinidade por B7 é 10 a 20 vezes maior que a de CD28, e sua cauda citoplasmática está envolvida na endocitose mediada por receptor, removendo e internalizando moléculas B7 das células apresentadoras de antígeno (APCs).
-Deleção: Há duas vias principais de apoptose, e ambas estão envolvidas na deleção periférica das células T maduras.
Via mitocondrial: A via mitocondrial ou via intrínseca da apoptose, é regulada pela família de proteínas Bcl-2, que inclui membros pró-apoptóticos e antiapoptóticos. Quando ocorrem estímulos como privação de fatores de crescimento ou danos celulares, as proteínas BH3-only são ativadas, incluindo a Bim, que se liga às proteínas pró-apoptóticas Bax e Bak. Isso leva à permeabilização da membrana mitocondrial e liberação de citocromo c para o citosol, onde ativa caspases, culminando na morte celular por apoptose. Fatores de sobrevivência induzem membros antiapoptóticos da família Bcl-2, que bloqueiam Bax e Bak, evitando a permeabilização mitocondrial e a apoptose.
Via de receptor de morte celular: Na via extrínseca da apoptose, os receptores de superfície celular, TNF, são ativados por ligantes TNF-análogos. Isso desencadeia a oligomerização dos receptores e ativação da pró-caspase-8, que se autocisala, gerando caspase-8 ativa. Essa caspase-8 ativa cliva outras caspases, iniciando a apoptose. O receptor de morte mais importante em células T é o Fas (CD95), ligado pelo Fas-ligante (FasL). Em muitos tipos celulares, a caspase-8 ativa também cliva a proteína Bid, induzindo apoptose através da via mitocondrial.
-Supressão ativa: As células T reguladoras (Tregs) são geradas com base no reconhecimento de autoantígenos no timo e pelo reconhecimento de antígenos nos órgãos linfoides periféricos. O desenvolvimento e a sobrevivência dessas Tregs requerem IL-2 e o fator de transcrição FoxP3.
3.Como surgem os linfócitos T reguladores? Como eles exercem sua atividade supressora?
As células T reguladoras (Tregs) são geradas com base no reconhecimento de autoantígenos no timo e pelo reconhecimento de antígenos nos órgãos linfoides periféricos (chamadas de células reguladoras induzíveis ou adaptativas). O desenvolvimento e a sobrevivência dessas Tregs requerem IL-2 e o fator de transcrição FoxP3. Nos tecidos periféricos, as Tregs suprimem a ativação e as funções efetoras de outros linfócitos autorreativos e potencialmente patogênicos.
4.São genes com comprovada participação em processos de autoimunidade:
NOD2
HLA-DR
FOXP3
TNF-alfa
C2
5.Qual o papel da liberação de antígenos sequestrados no surgimento da autoimunidade?
A liberação de antígenos sequestrados pode desencadear respostas autoimunes quando o sistema imunológico é exposto a antígenos normalmente isolados do sistema imunológico, como aqueles encontrados em órgãos "protegidos" como o cérebro, testículos ou os olhos. Quando ocorre dano tecidual nesses órgãos, os antígenos previamente isolados podem ser liberados, expondo-os ao sistema imunológico. Isso pode gerar uma resposta autoimune, onde o sistema imunológico ataca incorretamente esses tecidos, causando danos e inflamação. Esse processo é uma das teorias sobre o surgimento de doenças autoimunes associadas a órgãos protegidos, como a esclerose múltipla (cérebro) ou a uveíte (olhos).
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O que é a tolerância imunológica e por que ela é importante?
 
A tolerância imunológica é definida como a não responsividade a um antígeno, induzida pela 
exposição prévia a esse mesmo antígeno. O termo surgiu com base em observações 
experimentais de que ani
mais que já haviam entrado em contato com um antígeno em 
condições particulares não responderiam, ou seja, tolerariam, o mesmoantígeno em 
exposições subsequentes. Quando encontram antígenos, os linfócitos específicos podem ser 
ativados, induzindo resposta
s imunes, ou podem ser inativados ou eliminados, levando à 
tolerância. O mesmo antígeno pode induzir uma resposta imune ou tolerância, dependendo 
das condições de exposição e da presença ou ausência de outros estímulos concomitantes, tais 
como coestimulado
res. Os antígenos que induzem tolerância são chamados de tolerógenos, ou 
antígenos tolerogênicos, para distingui
-
los dos imunógenos que geram imunidade. A tolerância 
aos autoantígenos, também chamada de autotolerância, é uma propriedade fundamental do 
sist
ema imunológico normal, e a falha na autotolerância resulta em reações imunes contra 
antígenos próprios (autoantígenos ou antígenos autólogos). Essas reações são denominadas 
autoimunidade, e as doenças que causam são chamadas doenças autoimunes.
 
Não reativ
idade ao próprio (autotolerância): Uma das propriedades mais marcantes do 
sistema imune de cada indivíduo normal é sua capacidade de reconhecer, responder e eliminar 
muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reage prejudicialmente aos 
antígeno
s do próprio indivíduo. A não responsividade imunológica é também chamada de 
tolerância. A tolerância aos antígenos próprios, ou autotolerância, é mantida por diversos 
mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específico
s 
para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou suprimindo essas células 
pela ação de outras células (reguladoras). Anormalidades na indução ou manutenção da 
autotolerância levam a respostas imunes contra os autoantígenos (antígenos 
autólogos), as 
quais podem resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes.
 
 
2.
Como se dão as tolerâncias central e periférica em linfócitos T ? 
Descreva sucintamente seus mecanismos
 
A tolerância pode ser induzida nos órgãos linfóides primários, meca
nismo denominado 
Central e nos órgãos não
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linfóides periféricos, conhecida como Periférica.
 
Tolerância central: Durante sua maturação no timo, muitas células T imaturas que 
reconhecem antígenos com grande avidez morrem, e algumas das células sobreviventes 
da 
linhagem CD4+ se desenvolvem em Tregs. A morte de células T imaturas como resultado do 
reconhecimento de antígenos no timo é conhecida como seleção negativa que é um processo 
que elimina as células T autorreativas potencialmente mais danosas e é um dos 
mecanismos 
de autotolerância, garantindo que o sistema imune não responda a muitos autoantígenos.
 
Tolerância periférica: Os mecanismos de tolerância periférica 
são anergia (não 
responsividade
 
funcional), supressão pelas Tregs e deleção (morte celular). Ess
es mecanismos 
podem ser responsáveis pela tolerância das células T a autoantígenos tecido
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específicos, 
especialmente aqueles que não são abundantes no timo.
 
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Anergia: A exposição de células T CD4+ maduras a um antígeno na ausência de 
coestimulação ou imuni
dade inata pode tornar as células incapazes de responder àquele 
antígeno. Nesse processo, as células autorreativas não morrem, mas tornam
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se não 
responsivas a um antígeno. Mecanismos podem atuar na indução e manutenção do estado 
anérgico:
 
A transdução de s
inal induzida pelo TCR é bloqueada em células anérgicas. Os 
mecanismos desta sinalização de bloqueio não são completamente conhecidos. Em diferentes 
modelos experimentais,
atribui
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se esse sinal à expressão diminuída de TCR e ao recrutamento 
de moléculas in
ibidoras, como tirosina fosfatases, para o complexo TCR.
 
 
O que é a tolerância imunológica e por que ela é importante? 
A tolerância imunológica é definida como a não responsividade a um antígeno, induzida pela 
exposição prévia a esse mesmo antígeno. O termo surgiu com base em observações 
experimentais de que animais que já haviam entrado em contato com um antígeno em 
condições particulares não responderiam, ou seja, tolerariam, o mesmo antígeno em 
exposições subsequentes. Quando encontram antígenos, os linfócitos específicos podem ser 
ativados, induzindo respostas imunes, ou podem ser inativados ou eliminados, levando à 
tolerância. O mesmo antígeno pode induzir uma resposta imune ou tolerância, dependendo 
das condições de exposição e da presença ou ausência de outros estímulos concomitantes, tais 
como coestimuladores. Os antígenos que induzem tolerância são chamados de tolerógenos, ou 
antígenos tolerogênicos, para distingui-los dos imunógenos que geram imunidade. A tolerância 
aos autoantígenos, também chamada de autotolerância, é uma propriedade fundamental do 
sistema imunológico normal, e a falha na autotolerância resulta em reações imunes contra 
antígenos próprios (autoantígenos ou antígenos autólogos). Essas reações são denominadas 
autoimunidade, e as doenças que causam são chamadas doenças autoimunes. 
Não reatividade ao próprio (autotolerância): Uma das propriedades mais marcantes do 
sistema imune de cada indivíduo normal é sua capacidade de reconhecer, responder e eliminar 
muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reage prejudicialmente aos 
antígenos do próprio indivíduo. A não responsividade imunológica é também chamada de 
tolerância. A tolerância aos antígenos próprios, ou autotolerância, é mantida por diversos 
mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos 
para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou suprimindo essas células 
pela ação de outras células (reguladoras). Anormalidades na indução ou manutenção da 
autotolerância levam a respostas imunes contra os autoantígenos (antígenos autólogos), as 
quais podem resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes. 
 
2.Como se dão as tolerâncias central e periférica em linfócitos T ? 
Descreva sucintamente seus mecanismos 
A tolerância pode ser induzida nos órgãos linfóides primários, mecanismo denominado 
Central e nos órgãos não-linfóides periféricos, conhecida como Periférica. 
Tolerância central: Durante sua maturação no timo, muitas células T imaturas que 
reconhecem antígenos com grande avidez morrem, e algumas das células sobreviventes da 
linhagem CD4+ se desenvolvem em Tregs. A morte de células T imaturas como resultado do 
reconhecimento de antígenos no timo é conhecida como seleção negativa que é um processo 
que elimina as células T autorreativas potencialmente mais danosas e é um dos mecanismos 
de autotolerância, garantindo que o sistema imune não responda a muitos autoantígenos. 
Tolerância periférica: Os mecanismos de tolerância periférica são anergia (não 
responsividade funcional), supressão pelas Tregs e deleção (morte celular). Esses mecanismos 
podem ser responsáveis pela tolerância das células T a autoantígenos tecido-específicos, 
especialmente aqueles que não são abundantes no timo. 
-Anergia: A exposição de células T CD4+ maduras a um antígeno na ausência de 
coestimulação ou imunidade inata pode tornar as células incapazes de responder àquele 
antígeno. Nesse processo, as células autorreativas não morrem, mas tornam-se não 
responsivas a um antígeno. Mecanismos podem atuar na indução e manutenção do estado 
anérgico: 
A transdução de sinal induzida pelo TCR é bloqueada em células anérgicas. Os 
mecanismos desta sinalização de bloqueio não são completamente conhecidos. Em diferentes 
modelos experimentais,atribui-se esse sinal à expressão diminuída de TCR e ao recrutamento 
de moléculas inibidoras, como tirosina fosfatases, para o complexo TCR.

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