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PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Nome e sobrenome do professor Projetos e operações de sistema de produção / MATHIAS, Rafael Vieira - Multivix, 2022 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2022 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS Atividades da função produção 36 Os tipos de projetos de desenvolvimento 38 Vantagens e desvantagens da especialização 44 Responsabilidades indiretas 50 Tipos de operações de produção 52 Hierarquia do processo de planejamento 62 Previsão de demanda de fábrica de mesas 74 Aplicação da primeira estratégia 76 Aplicação da segunda estratégia 77 Aplicação da terceira estratégia 78 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS Sistema de produção 13 Input, transformação e output 14 Sistema de produção por projeto 17 Exemplo de produção sob encomenda 20 Empresa cervejeira que trabalha com processo contínuo 21 Correlação dos tipos de produção com o volume e variedade do produto 23 Atuação dos recursos e sua alocação no sistema produtivo 25 Plataforma petrolífera 26 Processo produtivo em oficina 27 Exemplo de células de trabalho 29 Associação sistemas de produção versus implantação 30 Itens a produzir 39 Inter-relações dos projetos de produtos/serviços e processos 40 Elementos do projeto do trabalho 42 Clientes 47 Etapas relacionadas à otimização do processo produtivo 48 O planejamento 57 Tomada de decisão 58 Planejamento hierárquico 60 Planejamento de produção e a hierarquia 63 Prazos, objetivos e atividades nas tomadas de decisões 64 Previsão de vendas 65 Atividades operacionais 67 Planejamento agregado da produção 69 Política da capacidade constante aplicada 70 Política de acompanhamento da demanda aplicada 71 Custo de produção 73 Estimativa da demanda versus produção 74 Decisão sobre o custo 79 Processo de planejamento 84 Mix de produtos 87 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Serviços hospitalares 90 Relação utilização e eficiência 94 Gestores em processo de tomada de decisão 99 Análise das perdas 101 Processo de setup 102 Manutenção preventiva 103 Métodos de previsão de demanda 111 Exemplo média móvel 115 Exemplo cálculo média ponderada 116 Exemplo de cálculo suavizamento exponencial 117 Gráfico de regressão linear simples 119 Curva de consumo e sazonalidade 120 Gestão da demanda como um processo multifuncional 122 Conexões do PMP com os outros planos de produção 124 Exemplo de PMP básico 126 Exemplo de PMP nivelado 127 Exemplo de PMP nivelado incluindo disponível para promessa 128 Registro básico PMP 129 Exemplo de cálculo final de estoque 130 Principais atividades da administração de materiais 135 Cadeia de suprimentos 136 Principais entes de gestão da cadeia de suprimentos 138 Sistema MRP 140 Exemplo para aplicar os métodos de custo médio, PEPS e UEPS 145 Aplicação do método de custo médio no exemplo exposto 145 Aplicação do método PEPS no exemplo exposto 146 Aplicação do método UEPS no exemplo exposto 146 Valores de saída de estoque em relação ao custo unitário 149 Construção da curva ABC 150 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 10 1 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 12 INTRODUÇÃO 12 1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 13 1.2. IMPLANTANDO UM SISTEMA PRODUTIVO 23 2 PROJETO E OPERAÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 33 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 33 2.1. PROJETO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 33 2.2. OPERAÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 45 3 PLANEJANDO A PRODUÇÃO 55 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 55 3.1 PLANEJAMENTO HIERÁRQUICO DA PRODUÇÃO 55 3.2 PLANEJAMENTO AGREGADO 67 4 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE PRODUTIVA 82 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 82 4.1 MEDIÇÕES DA CAPACIDADE PRODUTIVA 84 4.1.1 MEDIÇÃO POR MEIO DA PRODUÇÃO 87 4.1.2 MEDIÇÃO POR MEIO DO INSUMO 89 4.1.3 INDICADORES DA CAPACIDADE PRODUTIVA 90 4.2 ABORDAGEM SISTEMÁTICA RELACIONADA ÀS DECISÕES DA CAPACIDADE PRODUTIVA 93 4.2.1 ESTIMAR AS NECESSIDADES DE CAPACIDADE 94 4.2.2 IDENTIFICAÇÃO DAS FALTAS DE CAPACIDADE 97 4.2.3 DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS 99 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PLANO MESTRE DA PRODUÇÃO 106 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 106 5.1 PREVISÃO DA DEMANDA 106 5.1.1 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA 109 5.1.2 SAZONALIDADE 119 5.1.3. DEMANDA DEPENDENTE DO PROGRAMA MESTRE 120 5.2 PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO 122 5.2.1 FUNÇÃO DO PLANO MESTRE 123 5.2. ESTRUTURA DO PLANO MESTRE 125 5.2.3. ELABORANDO O PLANO MESTRE 127 6 O PAPEL DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SISTEMA PRODUTIVO 132 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 132 6.1. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 132 6.1.1 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS PARA O SISTEMA PRODUTIVO 133 6.1.2. CADEIA DE SUPRIMENTOS 135 6.1.3. MATERIAL RESOURCE PLANNING 138 6.2. SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUE 140 6.2.1. DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE 141 6.2.2. AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES 143 6.2.3. LOTE ECONÔMICO E DECISÕES DE COMPRA 150 5UNIDADE 6UNIDADE 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina de Projetos e Operações de Sistema de Produção, tem como ob- jetivo capacitar para identificação e análise dos fatores internos e externos conformeos diversos sistemas produtivos existentes, compreendendo as nuances da funcionalidade da produção. Identificando práticas importan- tes para a gestão de um sistema de produção, possibilitando a modelagem de processos que envolvem o planejamento e controle produtivo por meio de métodos e técnicas. A intensa exigência global por produtos e serviços tem tornado fundamen- tal o estudo de seus meios de produção, demonstrando a importância de abordar temas relacionados aos sistemas, projetos e operação produtivas, assim como todas as técnicas e metodologias existentes, que os tornam mais eficientes e eficazes. Nesse gigantesco contexto, é necessário qualificarmos profissionais que te- nham domínio quanto às técnicas produtivas e que gerem resultados valio- sos para as organizações. Neste sentido, os projetos e sistemas, que envol- vem o meio produtivo, têm se tornado os responsáveis para o controle dos recursos dentro das empresas, para que, assim, possam atingir seus objeti- vos organizacionais. Como você pode perceber, trataremos de assuntos que estão intimamente ligados ao meio produtivo, e como podemos usá-los a fim de propor projetos e operações produtivas que gerem maior conhecimento para o profissional inserido nessa área do conhecimento. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO > Identificar os tipos de sistemas produtivos. > Classificar os tipos de produção conforme suas características e necessidades. > Analisar o que é necessário para implantar um sistema produtivo. > Compreender as formas de como o sistema produtivo poderá ser implantado. 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 1 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO INTRODUÇÃO O meio produtivo está relacionado aos aspectos de geração e transformação de bens e serviços nas empresas, nos quais os recursos como matéria prima, pessoas e capital estão intimamente ligados. Diante disso, os sistemas de produção surgem como um conjunto de com- ponentes que buscam a transformação dos recursos descritos em bens (produtos ou serviços), no caso campo empresarial esses insumos podem ser: as máquinas, ferramentas, dinheiro, mão de obra, infraestrutura, entre outros. Lobo (2010, p. 50), conceitua os sistemas como “um conjunto de par- tes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuando uma função”. Conforme Moreira (2012), existem diversos sistemas de produção, diversifica- dos entre si. Por exemplo, imagine um salão de manicure do seu bairro, que funcione com uma ou duas manicures, pense em sua operação, forma de trabalho e atendimento. Agora imagine também na operação de uma mon- tadora de motocicletas. Poderemos observar que há mais de uma diferença entre esses dois sistemas produtivos. SISTEMA DE PRODUÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: ilustração de uma linha de produção, à esquerda está uma máquina, ao centro uma esteira com caixas em cima. Na parte superior garras que suspendem as caixas, levando-as para o canto direito inferior da imagem, onde estão várias caixas empilhadas. 13 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Conhecer os sistemas de produção nos permite identificar as peculiaridades que o meio produtivo possui, possibilitando a melhor orientação das ações dos gestores, assim como sua implantação mais efetiva nas empresas. Des- se modo, esta unidade mostrará como os sistemas de produção são classi- ficados, observando suas características e necessidades de produção, para que por meio dessa compreensão possamos auxiliar na implantação dos mesmos, caso seja necessário. 1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO Atualmente a literatura nos oferece muitas classificações sobre a tipologia dos sistemas de produção, em que interagem com diversas áreas, como: engenharia do processo ou produto, manutenção, compras ou suprimentos, recursos humanos, entre outras. Na manufatura tudo se concentra no processo de transformação das ope- rações produtivas, diretamente ligadas à transformação dos inputs em ou- tputs com valor inerente, sendo aspecto fundamental dos sistemas de pro- dução. Dividimos o processo de transformação em três etapas, como pode ser observado abaixo. INPUT, TRANSFORMAÇÃO E OUTPUT Fonte: adaptada de Slack, Brandon, Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: esquema do processo de transformação das operações produtivas: input (recursos transformados, materiais, informações, consumidores, instalações, pessoal, recursos de transformação); processo de transformação (ambiente); output (bens, produtos, serviços). INPUT OUTPUT RECURSOS TRANSFORMADOS BENS PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO RECURSOS DE TRANSFORMAÇÃO Materiais Informações Consumidores Produtos Serviços Instalações Pessoal Ambiente Ambiente 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO O processo de transformação possui a entrada de recursos, chamado de input, o processo de transformação que faz todo o beneficiamento destas entradas, e por fim, o processo de saída, conhecido como output. Para que esse processo ocorra de forma eficiente, utilizamos o sistema de produção que seja mais adequado às suas especificações. Na manufatura, quando tratamos de sistemas de produção e suas diferen- ças, consideramos duas grandezas (MOREIRA, 2012): volume de produção e variedade produzida. Volume de produção refere-se ao quanto se produz. Mede-se a quantidade de bens e serviços que uma unidade produtiva foi capaz de produzir com os recursos disponíveis. Variedade produzida está relacionada ao grau de padronização. Na visão clássica, categorizamos os sistemas de produção da seguinte forma (MOREIRA, 2012): • Sistema de produção por projeto. • Sistema de produção intermitente. • Sistema de produção contínua. Nos tópicos a seguir abordaremos cada sistema individualmente. Vamos lá! 1.1.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO POR PROJETO Quando as empresas lidam com produtos variados com alto nível de custo- mização, ou seja, volume baixo de produção e grande variedade, estão pro- pensas a adotar um sistema de produção por projeto. Esse tipo de sistema costuma ter um grande envolvimento do cliente frente as decisões, por se tratar de produtos únicos. 15 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Portanto, os sistemas de produção por projeto buscam atender uma neces- sidade específica de um determinado cliente, o seu resultado (produto) está estritamente relacionado ao mesmo, devido ao seu envolvimento contínuo no processo produtivo. Suas principais características são (MOREIRA, 2012): • Baixo volume de produção. • Alta variedade de tipos de produtos. • As empresas lidam com produtos discretos. • Alto grau de customização. As atividades que envolvem o sistema de produção por projeto, quando exe- cutadas, são normalmente definidas e alteradas no decorrer do processo pro- dutivo, levando a um tempo de execução que poderá ser maior que os demais sistemas de produção. No entanto, possuem uma boa definição do início ao fim para cada um dos trabalhos, buscando organizar de forma especial os seus recursos transformadores, conforme cada projeto. Podemos citar como exemplo o sistema de produção de um estaleiro, se en- quadrando por projeto, cada navio é um tipo único de produto, com recursos planejados devido ao alto custo e alto grau de customização. Seguindo o pro- cesso de transformação com seus inputs, transformação e outputsdemons- trado por Slack, Brandon, Jones e Johnston (2018), podemos observar diversas adaptações e peculiaridades, conforme a figura a seguir. 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO SISTEMA DE PRODUÇÃO POR PROJETO Fonte: adaptada de Slack, Brandon, Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: esquema de processo de transformação das operações produtivas por projetos: input (recursos transformados, informações técnicas, informações de mercado, informações de tempo); recursos de transformação (equipamentos de teste e de projeto, pessoal técnico e de projeto); processo de projeto de produto, cujo desempenho é medido por qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade, custo, ética; output (bens, produto totalmente especificado). Normalmente confundimos os sistemas de produção por projeto com Job- bing, devido ao nível de customização e personalização dos produtos e servi- ços. Vale destacar que o Jobbing pode ser produzido em pequenas escalas, com recursos transformadores flexíveis, podendo ainda ser compartilhados. Para saber mais sobre processo de produção Jobbing, assista ao vídeo Tipo de Processos. De acordo com o projeto, o sistema de produção buscará, como base para uma maior qualidade de seu produto ou serviço, as suas especificações, pro- curando cumprir os prazos com uma maior eficiência em sua execução. Por isso, devemos definir uma sequência preestabelecida de processos, com INPUT OUTPUT RECURSOS TRANSFORMADOS BENS RECURSOS DE TRANSFORMAÇÃO Informações técnicas Informações de mercado Informações de tempo Processo de pro- jeto de produto, cujo desempenho é medido por: Qualidade Velocidade Confiabilidade Flexibilidade Custo Ética Produto totalmente especificado Equipamentos de teste e de projeto Pessoal técnico e de projeto https://www.youtube.com/watch?v=rXEDaVkwRvc 17 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 uma relativa longa duração e baixa repetitividade. Isso, aliado ao desafio de administrar, planejar e controlar a produção. 1.1.2 SISTEMA DE PRODUÇÃO POR INTERMITENTE Esse sistema de produção é o mais comum de todos e facilmente identificá- vel nas empresas, pois é altamente adaptável a qualquer variação de volume e variedade de produtos ou serviços. A sua adaptabilidade está associada a capacidade da mão de obra, configurações adaptáveis de seus equipamen- tos para uso genérico no fluxo produtivo. Fluxo de produção é uma forma de gestão e a organização das fases que envolvem a produção para que assim possamos torná-las mais eficazes (LOBO, 2010). Desta forma, fica fácil organizarmos os recursos transformados e transfor- madores nos centros de trabalhos em um arranjo físico definido como fun- cional ou por processo. Proporcionando maior flexibilidade do sistema de produção. Em contrapartida, reduz o volume de itens produzidos. Em ou- tras palavras, ao mesmo tempo que ganhamos flexibilidade, perderemos na quantidade que poderemos produzir por vez. O que leva a esta perda é a necessidade de fazer ajustes, regulagens, entre outros processos, conforme a necessidade de troca do produto em processo. O arranjo físico é a forma que posicionamos fisicamente os recursos produtivos, para que assim seja aperfeiçoado o fluxos dos materiais e funcionários, a fim de ser obter o melhor desempenho (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). A produção intermitente é realizada e organizada em lotes, ou seja, é um 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO conjunto de um mesmo produto, podendo variar quanto ao número de suas unidades, por meio de um limite estipulado, ou por coincidir com sistemas por projeto. Assim, poderá conter poucas unidades ou dezenas de milhares, variando de pequenos e médios lotes. Além da produção por lotes, outra característica importe está relacionada ao fato de que após concluídos serão substituídos por outro produto, contu- do poderemos retorná-lo à produção em outro momento. Identificamos, as- sim, o que é ser intermitente. Quando as especificações são fornecidas pelo cliente externo da empresa, esse tipo de sistema de produção é conhecido como intermitente por encomenda (MOREIRA, 2012). Quando a empresa busca atender pedidos diferentes de seus clientes e que possa existir flutuações da demanda, adota-se esse tipo de processo, que devem ser flexíveis e possuir uma mão de obra polivalente, os equipamen- to deverão ser poucos especializados, com arranjos mais funcionais ou até mesmo celulares (LOBO, 2010). As principais características deste sistema de produção, são: • Possibilidade de produzir produtos com características adversas. • O layout fabril deverá agrupar os equipamentos por etapas de produção. • A empresa se adapta, pois deve configurar os equipamento para que as necessidades e especificações dos produtos sejam atendidas. • Há uma atenção para o estoque de produtos acabados e semiacabados. • O decisor tem que se voltar para o planejamento, organização da matéria- prima e fornecedores. Percebemos que esse sistema de produção pode ser encarado também como sistema voltado para produtos sob encomenda. Que por sua vez pode ser interessante para empresa, considerando que há a possibilidade de ven- der algo que ainda não se tem estoque. 19 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EXEMPLO DE PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA Fonte: © Yan Krukov, Pexels (2022). #pratodosverem: imagem de pessoa produzindo uma peça em argila. Sendo lotes fabricados sob encomenda ou para o mercado, geralmente as empresas adotam esse sistema pela alta versatilidade quanto às suas ativida- des executórias, pelo fato de terem que suportar uma grande variabilidade de produtos. Esse vai e vem de produtos sendo fabricados é a principal caracte- rística da produção intermitente. Ao mesmo tempo que a flexibilidade é uma vantagem para o sistema de pro- dução intermitente, também poderá causar problemas clássicos de produ- ção, como a redução do tempo que as máquinas estão disponíveis. Portanto, o que ganharemos em flexibilidade, poderá implicar no volume de produção. Por isso é importante que seja planejada a produção da empresa visando a adoção de volumes relativamente baixos de produção. Visto que, a empresa irá operar com sua capacidade total de produção, aumentando por consequ- ência o estoque de material sendo processado, e assim o tempo que a pro- dução irá girar, pelo fato que muitos trabalhos irão necessitar de um mesmo equipamento ou mão de obra ao mesmo momento. 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 1.1.3. SISTEMA DE PRODUÇÃO CONTÍNUA Esse sistema de produção compreende na operação com volumes extrema- mente altos, pouca variabilidade de produtos, tendo seu tempo de operacio- nalização estendido com fluxos ininterruptos, podendo ser alinhado a uma tecnologia inflexível. Podemos elencar empresas como: as fábricas de cimento, petroquímicas, si- derúrgicas, cervejarias e fábricas de papel, que raramente param de trabalhar ou desligam equipamentos, somente em caso de manutenção preventiva e programada (LOBO, 2010). EMPRESA CERVEJEIRA QUE TRABALHA COM PROCESSO CONTÍNUO Fonte: Pexels (2022). #pratodosverem: imagem de homem transportando barris de cerveja após ser produzido pelo sistema contínuo. Podemos observar possibilidades importantes para produção e uma i com- paração interessante com o processo intermitente. Enquanto o sistema de produção intermitente visa a criação de estoques, tanto de matéria-prima quanto de produtos em processamento ou acabados,a produção contínua pode minimizar os estoques, em razão de que a produção irá trabalhar de acordo com a demanda dos clientes da empresa, em um processo de produ- ção puxada e não empurrada. Alguns autores como Gonçalves (2020), Lobo (2010) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), subdividem o sistema de produção contínuo em dois: 21 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Processo de produção em massa denominado também como produção linear. É caracterizado por linhas de montagens voltadas para a produção de volumes grandes de produtos, que apresentam um alto grau de padronização. Como é composto por componentes e subcomponentes a paralização do processo produtivo pode ser feita sem grandes problemas. Processo de produção contínua é bastante similar a produção em massa, pois apresenta uma baixa variedade de produtos com um alto grau de volume de produção. A principal diferença é que no processo contínuo, os produtos são contínuos e não compostos com subcomponentes, interromper esse processo produtivo é extremamente oneroso. Você aprender mais sobre o processo de produção, a seguir: Para saber como funciona o processamento de produção puxada e empurrada, assista ao vídeo: Sistema de produção puxada e empurrada. Esse tipo de sistema vai além da produção em massa, que é caracterizada por produzir também um alto volume de produtos, mas sua variedade é estreita, sendo que as atividades relacionadas à produção são repetitivas e previsíveis. Podemos citar as fábricas de automóveis e alguns produtos alimentícios. As principais características envolvem a sequência linear das operações, o alto grau de padronização, as rotinas previstas e ordenadas, onde há um balance- amento entre etapas que são consideradas lentas com as rápidas, buscando uma suavização da produção (MOREIRA, 2012). Esse tipo de sistema, recorrentemente substitui as atividades humanas por máquinas, tornando o processo ainda mais inflexível. Mas em contrapartida, evita diversos problemas ocasionados pelas atividades repetitivas dos siste- https://www.youtube.com/watch?v=i384kVDeFUM 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO mas como, por exemplo, a LER/DORT, obsolescência e monotonia. A LER significa: “Lesões por Esforços Repetitivos”, correspondem a afecções do sistema musculoesquelético. Já a DORT é a sigla para: “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”, criada para a substituição da sigla LER. Acesse o site da Sociedade Brasileira de Reumatologia e saiba mais! Observe na imagem a seguir, que os tipos de sistemas de produção estão cor- relacionados com o volume de produção e a variedade de produtos que serão produtivos (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). CORRELAÇÃO DOS TIPOS DE PRODUÇÃO COM O VOLUME E VARIEDADE DO PRODUTO VOLUME VARIEDADE ALTO PROJETO JOBBING LOTE EM MASSA CONTÍNUA ALTO BAIXO BAIXO Fonte: adaptada de Slack, Brandon, Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: esquema dos sistemas de produção fazendo a relação entre o alto e baixo volume de produção e variedade do produto. Até aqui abordamos os sistemas de produção na ótica do produto, sendo que também podem ser classificados por sistemas por serviço, como podemos observar a seguir. Segundo Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018): Serviços profissionais esse tipo de serviço apresenta uma alta variedade e baixo volume, resultante do alto nível de customização, podendo ser adaptável conforme as necessidades individuais dos clientes, como, por exemplo, advogados, cirurgiões etc. https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/ler-dort/ https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/ler-dort/ 23 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Serviços de massa este possui uma baixa variedade e um alto volume, tem como base equipamentos que são orientados para o produto. Não é considerado um serviço profissional, assim deve seguir procedimentos já preestabelecidos, como, por exemplo, rodovias, aeroportos, supermercados etc. Lojas de serviços podemos posicionar este tipo de serviço entre os serviços profissionais e os de massa, por serem caracterizados dependendo do nível de contato que se tem com o cliente, volumes de clientes, customização e a liberdade de decisão de seus indivíduos, como, por exemplo, lojas, hotéis, escolas etc. Como podemos ver as operações tem como característica alta variedade tanto de produtos como de serviços, por consequência irão apresentar um volume baixo, por não conseguirem trabalhar com grandes quantidades quando os processos exigem uma maior atenção aos detalhes. 1.2. IMPLANTANDO UM SISTEMA PRODUTIVO Implantar um sistema produtivo pode ser uma tarefa bastante complexa, por definir como as máquinas, a circulação, armazenagem e os estoques se- rão adequados no ambiente em que ocorre a produção (GONÇALVES, 2020). Além de ser influenciada pela quantidade de produção de um determina- do produto, a variedade dos produtos e o tempo estipulado para produção. Como podemos ver na figura abaixo. 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO ATUAÇÃO DOS RECURSOS E SUA ALOCAÇÃO NO SISTEMA PRODUTIVO Aparência geral dos recursos de transformação Posicionamento relativo dos recursos de transformação Natureza e padrão do fluxo de recursos de transformação ao longo da operação ou processo Alocação das ta- refas aos recursos de transformação Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones, Johnston (2018, p. 238). #pratodosverem: fluxograma da alocação dos recursos de transformação e transformados, tarefas e o padrão de fluxos do meio produtivo. Etapas: aparência geral dos recursos de transformação; posicionamento relativo dos recursos de transformação; alocação das tarefas aos recursos de transformação; natureza e padrão de transformação ao longo da operação ou processo. Para isso é importante definirmos um arranjo que seja o mais adequado para suprir as necessidades da produção, em que a preocupação quanto ao posi- cionamento físico dos recursos de transformação torna-se fundamental. Antes de tudo deve-se analisar qual o sistema de produção será o mais ade- quado, conforme vimos no tópico anterior, podendo ser por projeto, inter- mitente ou contínuo. Conforme Lobo (2010), desta forma as decisões estão voltadas ao arranjo físico de onde os equipamentos e pessoas, que irão atuar na produção, deverão ser alocadas, além de determinar quais os recursos transformados irão fluir durante todo o processo produtivo. A implantação de um sistema produtivo poderá se caracterizar por uma pro- dução por produto, processo ou célula. 1.2.1 IMPLANTAÇÃO POR PRODUTO Para implantarmos o sistema produtivo visando o produto, os recursos trans- formadores deverão ser posicionados em conformidade com o que seja mais conveniente para o produto em questão (MOREIRA, 2012). O fluxo que cada recurso transformado irá seguir terá que ser específico, coincidindo com se- quências que irão de encontro aos recursos transformadores. Esse tipo de arranjo servirá para a produção de grandes volumes de produ- tos considerados discretos ou não, mas que possuem extrema padronização. 25 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como, por exemplo, uma plataforma petrolífera. PLATAFORMA PETROLÍFERA Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de plataforma petrolífera no meio do oceano. Em uma plataforma petrolífera todos os recursos tidos como transformado- res são posicionados para uma melhor circulação do petróleo que está sendo extraído, tanto nooceano quanto na terra, assim, otimizará o fluxo produtivo e aumentará a sua produtividade. Conforme Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) as vantagens para implan- tação do sistema produtivo por produto, são as seguintes: • Há possibilidade de se produzir em massa com maior produtividade. • Atuação dos equipamentos e o consumo do material é constante conforme o fluxo da produção. • Facilidade em controlar a produtividade. 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Desvantagens do sistema por produto: • Investimentos altos. • Processos tediosos para os funcionários. • Ausência de flexibilidade. • As paralisações são altamente complexas. 1.2.2. IMPLANTAÇÃO POR PROCESSO A produção definida por processo é realizada por unidades ou quantidades pequenas, o produto será modificado à medida que será construído. Atu- almente uma variedade de instrumentos e ferramentas estão disponíveis para os decisores para essa implantação. Conforme Lobo (2010), uma das principais características desse meio produ- tivo está no nível baixo de automatização no que se refere a movimentação dos recursos e deslocamento de máquinas, onde serão agrupadas de acordo com o processo definido. Desta forma, os equipamentos irão ocupar o mesmo local de trabalho, como, por exemplo, uma oficina mecânica de automóveis. Podemos ver o exemplo a seguir. PROCESSO PRODUTIVO EM OFICINA Fonte: ©cottonbro studio, Pexels (2022). #pratodosverem: imagem de um homem consertando um veículo em uma oficina considerando o processo produtivo. 27 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Esse tipo de produção é feito quando se tem grande variedade de produtos e com baixa taxa produção, as máquinas são pouco utilizadas, há uma alta polivalência dos operadores e baixa produtividade (MOREIRA, 2012). As vantagens de tipo de produção estão relacionadas com: - Alto nível de flexibilidade podendo atender mudanças do mercado. - Pode atender produtos diversificados e quantidades variáveis. - Menor investimento para instalações. - Maior valor agregado. As desvantagens para esse tipo de produção são: - O seu fluxo pode ser considerado muito longo. - Dificuldade de programar balanceamentos. - Mão de obra bastante qualificada. - Maior tempo para setup. A seguir, fique sabendo o que é setup: Setup para o meio produtivo é o período em que a produção é interrompida para que os equipamentos e pessoas sejam preparados para ajustes ou adequações e fazer uma troca de produto que será produzido (MOREIRA, 2012). Comumente confundido com o leiaute posicional, em que os recursos trans- formados estão fixos e os transformadores se descolaram em direção ao pro- cesso (MOREIRA, 2012). Um exemplo é a produção de aviões, onde a aeronave fica parada e os recursos em volta da mesma para sua produção. 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 1.2.3. IMPLANTAÇÃO POR CÉLULA Segundo Moreira (2012), o arranjo por célula consiste em pequenas unida- des produtivas dentro da própria produção, em que o transporte e os esto- ques intermediários terão uma dinâmica entre as células. Sua disposição é vista como um “U”, para promover uma maior produção, exigindo polivalên- cia entre os funcionários da empresa que estão alocados nesse meio, isso resulta, para a produção, em um melhor controle sobre a qualidade do meio produtivo, pois os defeitos poderão ser detectados e corrigidos na própria célula de trabalho (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). EXEMPLO DE CÉLULAS DE TRABALHO Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones, Johnston (2018, p. 248). #pratodosverem: figura de piso térreo de loja de departamentos mostrando uma célula no arranjo físico do restante da loja. A produção por célula é bastante benéfica, por que atua com base em prin- cípios do grupo, procurando aproveitar ao máximo as semelhanças entre as partes do meio produtivo por padronização e processamento comum. Para Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), a implantação do sistema pro- dutivo pelo modo celular é uma decisão influenciada pela facilidade de redu- zir os tempos de setup das atividade produtivas, e a necessidade de se reduzir o tamanho dos lotes para uma maior flexibilidade. 29 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Vantagens de adotar o tipo celular maior flexibilidade em relação ao tamanho dos lotes; transporte de material na produção é menor; estoques menores (SLACK; BRANDON- JONES; JOHNSTON, 2018). Desvantagens relacionadas ao tipo celular elaborar o arranjo é uma tarefa difícil; específico para uma família de produtos (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). As células de produção buscam sempre estar em equilíbrio no que concerne às quantidade a serem produzidas. São formadas por áreas que se dedicarão a produção de produtos que possuem semelhanças e requisitos quanto ao processo (LOBO, 2010). As tarefas que as envolvem poderão ser aplicadas a uma gama de produtos ofertados pela empresa. Visto todas as formas que podemos implementar um sistema de produção, é importante antes de qualquer decisão, fazer a relação entre os tipos de pro- cessos produtivos aos tipos de arranjos mais adequados, como podemos ver na figura abaixo. ASSOCIAÇÃO SISTEMAS DE PRODUÇÃO VERSUS IMPLANTAÇÃO Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones, Johnston (2018). #pratodosverem: quadro que relaciona os sistemas de produção com as formas e arranjos para implantação. Diante disto surgem arranjos mistos, nos quais podemos combinar os que já existem, conforme a conveniência da produção em questão, visto os requisi- 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO tos de seus produtos (MOREIRA, 2012). Ou seja, a mesma empresa poderá ter um setor implantado por produto, en- quanto outros poderão ter a opção de ser por processo. O importante é bus- car o melhor entendimento sobre o processo que será operado e a forma mais adequada para uma melhor operação. É importante lembrarmos, o que está em questão é propor uma forma aperfei- çoada dos fluxos produtivos que maximizem a eficiência e eficácia da empresa. 31 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade teve como objetivo apresentar o contexto conceitual e prático sobre os sistemas de produção, seguindo sua classificação, e como poderão ser implan- tados no meio produtivo seguindo suas características e necessidades. Podemos observar que por mais que os sistemas produtivos possam ser di- ferentes, dependo das empresas e seus ramos de negócios, existem carac- terísticas comuns que poderão ser agrupadas e dimensionadas. Como, por exemplo, o volume de produção, a variedade e variação dos produtos, concei- tos importantes que todos o profissional do meio precisar ter conhecimento para projetar e implantar o melhor sistema produtivo dentro de sua empresa. O estudo apresentou uma relação entre as classificações do sistema de pro- dução e as características e necessidades do que se deseja produzir. Além de mostrar as conexões entre os tipos de sistemas como de projetos, intermiten- tes e contínuos, juntamente com os processos que devem ser implantados, conforme o produto, processo ou por célula. Para saber mais sobre o tema acesse os links a seguir: • Sistemas de produção: conceitos e definições no contexto agrícola. • Processo de conversão de sistemas de produção convencionais para sistemas de produção orgânicos. • A metodologia Kaizen na condução de processos de mudança emsistemas de produção enxuta. • Taylorismo, Fordismo e Toyotismo: entenda as diferenças. • Sistemas produtivos - Qual o melhor para a gestão de estoque da sua empresa? https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/938807/1/Doc335OL.pdf https://www.ciorganico.agr.br/wp-content/uploads/2013/09/8803-29194-1-PB.pdf https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/119/116 https://www.youtube.com/watch?v=Knm9GPIuewQ https://www.youtube.com/watch?v=YJsnq7333Vo UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO > Apresentar o projeto em relação aos sistemas produtivos. > Identificar as partes que fazem parte do projeto. > Conhecer o conceito das operações que envolvem o sistema de produção. > Relacionar os sistemas de produção às suas atividades. 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 2 PROJETO E OPERAÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Quando um novo sistema de produção está em desenvolvimento, atividades como projeto, planejamento, controle e melhoria são empregadas costumei- ramente de forma sequencial. Essas atividades têm como meta ajudar as or- ganizações a alcançarem objetivos estratégicos da produção de forma aper- feiçoada e operacionalizada. Assim, as estratégias de produção têm influência direta nas atividades de pro- jeto e, secundariamente, nas demais atividades, de planejamento e controle para melhoria da produção (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). As atividades que envolvem o projeto, representam uma forma básica para obtenção de vantagens competitivas para alcançarmos objetivos estratégi- cos da produção. Nesta unidade, iremos abordar conceitos e práticas dos projetos e operações do sistema de produção para uma maior identificação das partes de um projeto, as- sim como as operações que envolvem o sistema de produção e suas atividades. 2.1. PROJETO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO O projeto do sistema de produção caracteriza uma das primeiras tarefas de gerenciamento que precisam ser feitas para os esforços produtivos, sendo a primeira oportunidade para reagir ou reduzir características negativas in- trínsecas aos sistemas de produção (LOBO, 2010). Por representar uma das soluções mais básicas para que sejam reduzidos os fatores que impactam negativamente os sistemas produtivos, como, por exemplo, a incerteza e a variabilidade. Quanto antes essa etapa ocorrer, maior será a oportunidade para adotar me- didas que irão contribuir com a redução das atividades que não agregarão valor ao sistema de produção. Podemos ainda atribuir ao projeto do sistema de produção as perspectivas estratégicas e operacionais. 34 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Perspectiva estratégica considera a organização como parte integrante de uma rede de clientes e fornecedores. Perspectiva operacional preocupa-se com o arranjo físico das instalações, com a seleção da tecnologia que deverá ser empregada com a gestão do pessoal de produção. As atividades que caracterizam o projeto do sistema de produção são, confor- me Moreira (2012): Com a elaboração do projeto do sistema de produção podemos antecipar decisões que deverão ser tomadas no que tange ao sistema de produção do empreendimento, buscando garantir que sejam efetivamente operacionali- zadas antes de sua execução (GONÇALVES, 2020). Desta forma, conseguire- • Desenvolver um plano: consiste na seleção da tecnologia mais adequada e das atividades que serão aplicadas conforme a lógica tecnológica. • Selecionar equipamentos: seleciona os equipamentos e mão de obra, determinando um conjunto de recursos que deverão estar disponíveis para que cada processo seja executado, conforme a demanda do trabalho e de sua produtividade. • Desenvolver políticas: as políticas gerenciais consistem no conjunto de ações preestabelecidas para exercer respostas a condições antecipadas - essas políticas geralmente visam processos considerados críticos. 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO mos reduzir as variabilidades e incertezas, e o efeito será ampliado na função das características do processo. 2.1.1. PROJETO EM ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO A administração da produção consiste numa atividade gerencial que cria entregas de serviços e produtos, sendo a função produção a principal res- ponsável por essa atividade (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Toda organização possui uma função produção, exatamente pelo fato de pro- duzir um tipo de produto ou serviço. Por esta razão, temos a figura dos ge- rentes de produção, que possuem responsabilidades particulares quanto à administração de recursos que farão parte da função produção. Para projetarmos como será a administração da produção em uma determi- nada organização, é importante observarmos algumas atividades da função produção, as quais Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) mostram no qua- dro a seguir. ATIVIDADES DA FUNÇÃO PRODUÇÃO Provedor de serviços de internet Manter e atualizar o hardware Atualizar software e conteúdo Responder as solicitações de clientes Implementar novos serviços Garantir a segurança dos dados dos clientes Cadeia de fast-food Localizar pontos potenciais para restaurantes Oferecer processos e equipamentos para produzir hambúrgueres etc. Manter a qualidade do serviço Desenvolver, instalar e manter equipamento para reduzir o impacto sobre a área local e empacotar o lixo 36 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Fonte: adaptado de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: quadro explicativo sobre as atividades da função produção. A administração da produção, como vimos, é um sistema que faz parte da cadeia de valor. Quando confeccionamos um produto, essa atividade é com- posta por vários sistemas que são inter-relacionados e interligados. Cada um destes sistemas possui um conjunto de atividades que deverão ser executa- das em um período determinado, considerando todos os variados recursos escassos que fazem parte desta execução. Segundo Lobo (2010), no contexto da produção podemos considerar os proje- tos tanto para executar o processo produtivo relacionado a produtos e serviços. Observe, no quadro a seguir, as técnicas utilizadas para a gestão de projetos no desenvolvimento de produtos e serviços, ou para o seu aperfeiçoamento. Ajuda humanitária internacional Oferecer auxílio e projetos de desenvolvimento para os beneficiários Fornecer resposta emergencial rápida quando necessário Adquirir e armazenar estoques de emergência Atentar para as normas da cultura local Fabricante de móveis Adquirir matéria-prima e componentes apropriados Fazer componentes Montar os móveis acabados Entregar os produtos aos clientes Reduzir o impacto ambiental de produtos e processos 37 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO OS TIPOS DE PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO Fonte: adaptado de Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: o quadro mostra a relação de projetos. Radicais, Plataforma e Derivativos x as mudanças de produção quanto ao Produto, Processo, P&D, Alianças e parcerias. Como podemos notar, conforme o grau de mudança desejado, a empresa poderá aplicar os projetos de diferentes formas. Diante desse contexto, o ad- ministrador da produção atuará diretamente nos recursos, como: material, mão de obra e capital, junto aos sistemas de produção,agindo em aborda- gens de forma sistêmica, interagindo em todas as atividades do planejamento e controle das atividades de agregação e transformação de valor de recursos. 2.1.2. PROJETO DO PROCESSO PRODUTIVO Após a empresa criar o produto, é preciso produzi-lo de fato. Podemos, assim, seguir a produção para diversas organizações, conforme o volume e a varie- dade da produção que se deseja obter. Radicais Plataforma Derivativos Produto Novo produto básico Acréscimo à família Aprimoramento Processo Novo processo básico Atualização de processo Mudança incremental P&D Novas tecnologias básicas Atualização tecnológica Mudança incremental Alianças e parcerias Terceirização da maioria das atividades Seleciona novo parceiro Mudança incremental Projetos Mudanças 38 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ITENS A PRODUZIR Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de um colaborador com um tablet, conferindo a produção de tecido em uma fábrica. O projeto compreende atividades que podem ser exercidas em diferentes níveis da organização, podendo ser visualizado de forma geral e apresentan- do a intenção de algo, antes mesmo de começar a definir detalhes (LOBO, 2010). Isso também se torna verdade para os projetos de processos. No projeto de processos, ainda no início é importante entender os objetivos, quando os processos estão sendo estruturados quanto à forma e à natu- reza. O jeito mais comum de fazermos isso é elaborando o projeto confor- me suas características sobre a variedade e o volume pretendidos (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Assim, os detalhes que envolvem o processo deverão ser analisados para que seja assegurado o atendimento dos objetivos com maior eficácia. É frequente termos que tratar de questões envolvendo os projetos de serviços e produtos como se fossem atividades totalmente separadas no meio orga- nizacional, porém, elas são inter-relacionadas (MOREIRA, 2012). Desta forma, é errado examinarmos o projeto detalhado sem considerarmos como é pro- duzido. Algumas mudanças no projeto de produtos e serviços poderão ter implicações significativas quanto a forma como são operacionalizados. Igual- mente, o projeto de um processo poderá restringir a liberdade de quem os projeta para que seja operado como se deseja. 39 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Por fim, o projeto de processos não pode ser realizado de forma independen- te dos serviços ou produtos que serão criados, como poderemos observar na figura a seguir. INTER-RELAÇÕES DOS PROJETOS DE PRODUTOS/SERVIÇOS E PROCESSOS Fonte: Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018, p. 200). #pratodosverem: imagem de um círculo com a descrição do que integra o projeto de um produto ou serviço e de outro círculo que contempla o projeto de processo, havendo entre eles uma intersecção que aponta que o projeto de produtos/serviços impacta o de processo e vice-versa. O principal objetivo do projeto de processos é garantir o desempenho do processo de forma apropriada ou o que se deseja alcançar (LOBO, 2010). Por exemplo, se uma determinada operação competisse na sua habilidade de resposta rápida às solicitações dos clientes, os processos deveriam ser proje- tados para ofertar menores tempos de produção – ação minimizaria o tempo em relação à solicitação do cliente e seu recebimento. Projetando o pro- duto ou serviço Projetando o pro- duto ou serviço Produtos e serviços devem ser projeta- dos de tal modo que possam ser efetiva- mente criados. Os processos devem ser projetados de tal modo que possam criar todos os produ- tos e serviços que a operação provavel- mente introduzirá. O projeto de produtos/servi- ços tem impac- to sobre o proje- to do processo e vice-versa. 40 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1.3. PROJETO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Quando iniciamos a produção de um determinado produto ou até mesmo a prestação de um serviço, devemos antes estabelecer um sistema produtivo, o que envolve máquinas, ferramentas, equipamentos, instalações, espaços e infraestrutura, deixando-os pronto para uso. Além disso, precisamos de pessoas que se envolvam no processo produtivo e que estejam aptas para a execução do trabalho necessário. Para isso, temos o Project Management Institute (PMI), que define o projeto como um conjunto de atividades temporárias realizadas por um grupo de indivíduos, visando a produção de produtos ou serviços considerados únicos (PMI, 2017). Desta forma, quando as organizações têm necessidade ou interesse de ini- ciar um determinado processo produtivo, precisam começar o projeto e, con- forme o PMI, desenvolver atividades que farão com que o processo funcione para produzir seus produtos e serviços. Em outras palavras, precisamos definir o quê, qual a quantidade e como será Fundado em 1969, o Instituto de Gerência de Projeto (PMI – Project Management Institute) é uma organização sem fins lucrativos, que busca promover métodos e técnicas relacionados à gerência de projetos, incentivando a educação e a disseminação de informações sobre as ferramentas mais atualizadas que abordam essa gerência. Acesse o link, explore os conteúdos e saiba mais. http://www.pmi.org 41 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO produzido. Nessa perspectiva, o como irá englobar a forma de disposição das máquinas, equipamentos, ferramentas e processos, além de definir como as pessoas atuarão no processo, ou seja, o que vai fazer o funcionário, como e onde, conforme exposto na figura a seguir. ELEMENTOS DO PROJETO DO TRABALHO Fonte: adaptada de Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: esquema explicativo sobre a relação dos fatores que envolvem a estrutura do trabalho. Quem: características da força de trabalho. O quê: tarefas que serão executadas. Onde: localização da organização e das áreas de trabalho. Quando: dia, tempo de ocorrência do trabalho. Por quê: objetivos e motivação. Como: método de desempenho. Embora esse processo pareça simples, ele não é, pois diversos fatores devem ser considerados e, por vezes, podem parecer conflitantes. Atualmente, gran- de parte das empresas ainda usa como fundamento para o projeto e organi- zação do trabalho estudos de Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Quem: caracte- rísticas da força de trabalho Estrutura do trabalho Como: método de desempenho O quê: tarefas que serão exe- cutadas Onde: localização da organização e das áreas de trabalho Quando: dia, tem- po de ocorrência do trabalho Por quê: objetivos e motivação 42 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Taylor desenvolveu a Administração Científica, cujas bases são os princí- pios fundamentais de planejamento, preparo dos trabalhadores, controle e execução. Princípio de planejamento substitui-se métodos empíricos por procedimentos científicos, abandonando o improviso e individualismo para o planejado e testado, a busca é por movimentos decompostos para racionalizar e reduzir a execução. Princípio de preparo dos trabalhadores efetua a seleção de funcionários conforme suas características e aptidões, para assim treiná-los e prepará-los a partir dos métodos contidos no planejamento, a fim de atingir as metas preestabelecidas. Princípio de controle desenvolve o controle e desenvolvimento do trabalho para legitimar sua execução, realizada conforme com os métodos estabelecidos diante dos objetivos definidos e planejados. Princípio daexecução realiza a distribuição e responsabilidade do trabalho para que seja o mais disciplinado possível. Frederick Winslow Taylor fez estudos significativos referentes ao trabalho, enfatizando a possibilidade de aumentar o volume produzido sem aumentar os custos. Conheça mais sobre Taylor assistindo a este vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=KvTuXd82SuA 43 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Em seus estudos, Taylor buscou a melhor forma para que o trabalho fosse desempenhado, assim como métodos para que tempo e movimento fossem melhorados. Destaca-se que o estudo do trabalho com a definição de forma considerada ideal poderá implicar outros aspectos como: • reduzir a improdutividade e as perdas; • facilitar a automação; • permitir maior e rapidez no aprendizado; e • viabilizar maior especialização do trabalho. Quanto à especialização, a percepção sobre ela pode ocorrer de formas di- ferentes, tanto pela empresa quanto pelo trabalhador, sendo que nos dois casos podemos definir vantagens e desvantagens, conforme mostrado no quadro a seguir. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ESPECIALIZAÇÃO VANTAGES DA ESPECIALIZAÇÃO Para a empresa Para os funcionários Rápido treinamento da mão de obra. Produtividade alta, consequência do trabalho simples e repetitivo. Recrutamento mais fácil de novos funcionários. Maior controle do fluxo e da carga de trabalho. Salários baixos pela facilidade da substituição da força de trabalho. Poucas instruções necessárias para conseguir fazer o trabalho. Maior facilidade para aprender as ta- refas. 44 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Fonte: adaptado de Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: quadro explicativo sobre as aantagens e desvantagens da especialização. Para as empresas, a especialização dos processos produtivos trará vantagens e desvantagens. Enquanto por um lado a tornará competitiva e eficiente no seu ramo de negócios, por outro, correrá riscos para adaptação das mudanças tecnológicas, tornando sua gestão um grande desafio. DESVANTAGENS DA ESPECIALIZAÇÃO Para a empresa Para os funcionários O controle da qualidade é mais difí- cil, pois as pessoas não têm respon- sabilidade pelo produto todo. Os custos referentes à insatisfação dos trabalhadores têm origem: a) no absenteísmo; b) na rotação de empregados; c) nos agravos; d) nos atrasos; e e) nas interrupções intencionais. Menor probabilidade de melhorar os processos, devido à limitação dos funcionários. Maior estresse, resultado da natureza repetitiva do trabalho. Gratificações menores ou inexisten- tes. Ritmo de trabalho com pouco ou ne- nhum controle, resultando em frus- trações e fadigas. Poucas oportunidades de promoção, pois o aprendizado para trabalhos fracionados é mais difícil. Poucas oportunidades de iniciativas por meio do desenvolvimento de fer- ramentas e métodos. Maiores chances de fadiga muscu- lar local, resultante da utilização dos mesmos músculos para execução das tarefas. Pouca comunicação com colegas de trabalho, resultante do layout da or- ganização do trabalho. 45 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 2.2. OPERAÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Podemos definir como “operação”, qualquer tipo de processo, desde a confec- ção de um produto até a prestação de um serviço (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Em outras palavras, quando somamos todas as tarefas e atividades que resultarão num produto pronto ou serviço prestado, estamos fazendo referência a uma operação. O que se procura alcançar é um padrão de operação, pois é vital para que a empresa atinja maiores níveis de confiabilidade e flexibilidade em seu pro- cesso produtivo, angariando um grande diferencial competitivo. 2.2.1. O PROCESSO PRODUTIVO Os processos produtivos compreendem a combinação dos fatores de pro- dução que resultarão na obtenção do produto final. Nesse processo, in- corporamos fatores que, depois de sua transformação, levarão ao produto acabado, estarão estritamente dependentes da tecnologia disponível nas organizações. Portanto, o processo produtivo representa tudo o que usamos para transformar a matéria-prima em produto ou serviço, conforme a espe- cificação dos clientes. As operações são consideradas o maior esforço na função produção, sendo que o desafio mais relevante aqui é conciliar o menor custo com a maior qualidade possível, além do tempo, que busca-se ser o mais rápido possível. 46 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CLIENTES Fonte: Pixabay (2022). #pratodosverem: imagem borrada de pessoas atravessando uma larga faixa de pedestres. Conforme Moreira (2012), no que tange à gestão do processo produtivo, signi- fica identificar tudo o que será usado na produção, determinar as etapas de trabalho, o tempo e espaço necessários, em busca de atingir resultados. A produtividade significa a relação entre os resultados obtidos com os recur- sos que foram utilizados. Esses resultados são obtidos pela definição de uni- dade como, por exemplo, litros, toneladas, caixas e peças, enquanto os recur- sos são representados por máquinas, materiais, pessoas, entre outros. Assim, quanto maiores os resultados conseguidos ou menor o volume de recursos usados, maior será a produtividade (MOREIRA, 2012). Para atingirmos melhor eficácia e eficiência na produção de produtos e ser- viços, precisamos conhecer detalhadamente o processo produtivo, uma vez que gerenciar uma produção não se trata somente de fabricar produtos, mas gerenciar equipamentos, pessoas, tempos, insumos, documentos e demais componentes que estão relacionados à atividade. Independentemente das particularidades de cada empresa, segundo Lobo (2010), devemos considerar algumas etapas que deverão ser seguidas quan- do se busca otimizar o processo produtivo. São elas: 47 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO ETAPAS RELACIONADAS À OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO Fonte: elaborada pela autora (2022). #pratodosverem: imagem de três caixas de texto com as seguintes etapas sequenciais: Levantar o fluxo do processo produtivo; Analisar o fluxo do processo produtivo; Otimizar o processo produtivo. Acompanhe a seguir, o que elas representam. 1. Levantar o fluxo do processo produtivo: a. Mapeamento dos setores: definir o local de cada setor e sua fun- ção no processo produtivo, identificar o que cada setor recebe e entrega. Para isso, deve-se considerar os processos que garan- tem a qualidade do produto e os processos de retrabalho. b. Mapeamento dos recursos: identificar quais materiais serão usa- dos, maquinários e equipamentos envolvidos, assim como as pes- soas atuantes. c. Mapeamento das operações: definir quais linhas trabalham em prol de apenas um produto e quais operam em mais de um, o tempo de setup, ou seja, de preparação das máquinas. 2. Analisar o fluxo do processo produtivo (realizar a análise de toda a cadeia produtiva): a. Identificação dos pontos fortes: onde o desempenho é considera- do satisfatório e onde os recursos estão sendo bem utilizados. b. Identificação dos pontos de melhoria: onde é necessário melho- rar as ações para otimizar o processo produtivo, diminuindo os gargalos. 3. Otimizar o processo produtivo (implantar melhorias adequadas e necessárias para o aprimoramento do processo produtivo). Levantar o fluxo do processo produtivo Analisar o fluxo do processo produtivo Otimizar o processo produtivo 48 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 É importante que as empresas considerem quais os impactos a melhoria do processo produtivo poderá acarretar, pois, melhorar um setor, por exemplo, poderá levar a um sobrecarregamento dos demais, podendo resultar em gar- galos, situação que busca-se evitar. 2.2.2. ATIVIDADES DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES Os responsáveis pela função produção têm responsabilidade sobre todas as atividades da organização que irão contribuir com a produção efetiva de bens e serviços (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Desta forma, as responsabilidades poderão ser vistas como diretas, quando têm relevân- cia especificadamente relativa à produção; e indiretas, quando relacionadas ao restante da organização. Entre as responsabilidades diretas estão: Atender os objetivos estratégicos da produção buscar maior conhecimento do que se está tentando atingir. Desenvolver estratégias de produção desenvolver um conjunto de princípios que orientarão as tomadas de decisão conforme os objetivos da organização a longo prazo. Planejar e controlar a produção definir a melhor forma de empregar os recursos de produção, garantindo a execução do que foi planejado. Otimizar o desempenho da produção buscar melhores formas de melhorar a eficiência e eficácia do processo produtivo. 49 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Em relação às responsabilidade indiretas, estas compreendem: RESPONSABILIDADES INDIRETAS Fonte: elaborado pela autora (2022). #pratodosverem: quadro explicativo sobre as responsabilidades indiretas. Por fim, mostrar que usar de formas eficientes os recursos e produzir produ- tos/serviços que satisfaçam os clientes das empresas é o principal objetivo da função produção. Além de considerar a criatividade, inovação e pujança nas formas de melhorias para produzir produtos e serviços que proporcio- nem às organizações vantagens competitivas. 2.2.3. OS TIPOS DE OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO Já vimos, nesta unidade, que as operações são similares na forma de trans- formar os inputs em outputs. Agora, veremos as diferenças entre as opera- ções e as implicações que suas distinções trazem para as organizações. Conforme Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), existem quatro dimen- sões da produção geralmente utilizadas para distinguir diferentes opera- ções, sendo elas: o volume de output, a variedade de output, a variação da demanda dos outputs e o grau de relação (contato) com o cliente. Responsabilidades indiretas Comunicar as demais áreas da organização sobre oportunidades e restrições resultantes da capacidade produtiva instalada. Definir, com as demais áreas, acerca dos planos da produção e demais planos da organização, identificando pontos que podem ser modificados para melhor aproveitamento da organização. Alentar as demais áreas da organização com sugestões para melhores serviços que a função produção poderá prestar. 50 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As características da produção serão determinadas conforme a posição da empresa em relação a essas dimensões, como a sistematização, repetição, padronização, grau de tarefa de processamento reconhecido individual- mente pelos trabalhadores e, acima de tudo, dos custos unitários de produ- ção (MOREIRA, 2012). Vamos ver agora sobre cada uma dessas dimensões. Para entender sobre a dimensão volume, imagine a produção de uma rede de lanches, um fast-food, que possui implicações importantes relacionadas à forma como a produção é organizada. O que se observa é o grau de repeti- ção das tarefas que os funcionários estão realizando, repetição essa que ga- rante maior especialização das tarefas, em que cada colaborador é instruído sobre como fritar batatas, hambúrgueres e montar sanduíches. Isso oportuniza a sistematização do trabalho, em que cada método padrão é definido em um manual contendo instruções de como cada etapa de tra- balho deve ser realizada. É importante lembrar-se de que as consequências mais importantes do alto volume é obter menos custos unitários. Quanto à variedade, podemos citar as empresas de táxi, que podem ofertar uma grande variedade de serviços, mas também podendo restringir-se a transportar pessoas e bagagens, preparando-se para buscá-las em qualquer local e transportar para outro. A dimensão variação, seguindo o nosso raciocínio com base em exemplos, podemos considerar a demanda de um resort no período de verão. É possível que o hotel, na alta temporada, queira acomodar o dobro de sua capacidade habitual de hóspedes, caso tenha espaço disponível. Contudo, fora da estação de verão, é possível que opere apenas com uma fração da sua capacidade de hospedagem ou mesmo que o estabelecimento considere fechar em perío- O filme “Fome de poder” busca mostrar como o Mc Donalds adquiriu notoriedade por meio do seu sistema rápido de produção, além de abordar os desafios vividos por um dos seus principais personagens. Assista ao trailer, disponível aqui. https://www.youtube.com/watch?v=8LvMLEZZGZs&t=3s 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO dos em que a demanda for muito fraca. Observamos então, que a implicação da variação nos níveis de demanda será a mudança da capacidade produtiva de alguma forma. Por fim, a dimensão visibilidade trata do quanto a operação será exposta ao cliente, em outras palavras, de que forma o cliente terá contato com a ope- ração. O quadro a seguir mostra as implicações, conforme as mudanças de cada uma dessas dimensões. TIPOS DE OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO DIMENSÕES ALTO BAIXO Volume Especialização Sistematização Maior repetibilidade Custo unitário baixo Menor participação dos funcionários Baixa repetição Custo unitário alto Variedade Complexo Flexível Atendimento das necessidades dos clientes Custo unitário alto Rotineira Bem definida Regular Padronizada Baixo custo unitário Variação da demanda Antecipação Capacidade mutante Flexibilidade Ajuste com a demanda Custo unitário alto Previsível Estável Alta utilização Rotineira Custo unitário baixo Contato com o consumidor Satisfação pela percepção do cliente Tolerância de espera limitada Habilidade de contato Custo unitário alto Alta utilização dos funcionários Padronizado Centralização Pouca habilidade de contato Custo unitário baixo Fonte: adaptado de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: quadro explicativo sobre os tipos de operações de produção. Percebe o quanto tais fatores impactam e influenciam o projeto de trabalho? 52 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Esta unidade teve o objetivo de apresentar o projeto e as operações em re- lação aos sistemas produtivos, além de promover uma reflexão sobre seus conceitos e as atividades relacionadas. Podemos observar que o projeto do sistema de produção tem o papel impor- tante no início de qualquer esforço produtivo. Assim, busca-se discutir e trazer de forma clara as estratégias de produção desejada por meio de decisões so- bre o sistema de produção e desenvolvendo uma estrutura que servirá para gerenciar as diversas atividades que envolvem o processo produtivo. Sabemos que para dispor de produtos e serviços teremos que desenvolvê-los, partindo de algum tipo de processo de produção. O processo é entendido como um conjunto de atividades sequenciadas de forma gradativa para a produção de um produto ou serviço, tendo, assim, começo, meio e fim. Você percebeu, nesta unidade, que a função produção existe em qualquer tipo de empresa, seja numa indústria ou prestadora de serviços, e como é vital para qualquer tipode negócio, com relação direta com outras áreas da em- presa, razão pela qual a gestão da produção e operações têm evoluído desde a produção artesanal até a produção em massa. 53 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre o tema acesse os links a seguir: • Planejamento agregado da produção: modelagem e solução via planilha excel & solver. • Análise das práticas de planejamento e controle da produção em fornecedores da cadeia automotiva brasileira. • Gestão da Capacidade. • Construção civil: crescimento versus custos de produção civil. • Planejamento e controle de produção – Entenda o que é PCP. https://www.researchgate.net/publication/266355874_Planejamento_agregado_da_producao_modelagem_e_solucao_via_planilha_Excel_Solver/fulltext/54ae7ad60cf2213c5fe547db/Planejamento-agregado-da-producao-modelagem-e-solucao-via-planilha-Excel-Solver.pdf https://www.scielo.br/j/gp/a/CcqmrXrL54rLwgKydPmXVbK/?lang=pt https://www.youtube.com/watch?v=Uc_E82iYlK0 https://www.revistasg.uff.br/sg/article/view/1419/pdf https://www.youtube.com/watch?v=EQpcudA8suE UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO > Definir o conceito de planejamento da produção e seus tipos. > Caracterizar o papel do plano agregado para os sistemas de produção. 55 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 3 PLANEJANDO A PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE O planejamento é considerado uma importante tarefa para a gestão da pro- dução, que está relacionada à preparação, organização e estruturação, vol- tada para um dado objetivo e sendo essencial para a tomada de decisão e execução das tarefas. Nesta unidade, abordaremos o planejamento, definindo o conceito de pla- nejamento da produção e seus tipos, além de caracterizar o papel do plano agregado para os sistemas de produção. Lobo (2010) traz cinco dimensões para o planejamento: a primeira, correspon- de à produção, pesquisa, finanças, instalações, marketing, recursos humanos etc.; a segunda, remete aos elementos de planejamento, propósitos, estraté- gias, objetivos, políticas, orçamentos, procedimentos, programas e normas, entres outros; a terceira, refere-se ao tempo do planejamento, se curto, mé- dio ou longo prazo; a quarta, está relacionada às unidades organizacionais, em que se pode obter o planejamento corporativo, de subsidiárias de gru- po funcionais, de departamentos, de produtos, de diversões etc.; por fim, a quinta dimensão, remonta às características do planejamento, podendo ser representadas por simplicidade ou complexidade, quantidade ou qualidade, configurando-se no planejamento estratégico ou tático, formal ou informal, confidencial ou público, caro ou econômico. 3.1 PLANEJAMENTO HIERÁRQUICO DA PRODUÇÃO Destaca-se que o planejamento não deverá ser confundido com projeção, previsão, predição, plano ou resolução de problemas (MOREIRA, 2012), pois: Projeção está relacionada à situação num futuro que tende a ser igual ao passado em sua estrutura básica. 56 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Previsão é considerada o esforço para verificarmos os eventos que poderão acontecer, com base em uma série de probabilidades. Predição refere-se a aspectos imediatos que corrigem certos desajustes e descontinuidades entre a organização e forças externas, podendo ser potencialmente relevantes. Plano é um documento formal, consistindo na consolidação de informações e atividades desempenhadas no processo de planejamento. Corresponde ao limite da formalização do planejamento, sendo uma visão estática do planejamento e necessário para as tomadas de decisões referentes à relação custo-benefício. Planejar envolve uma nova forma de pensar e isso implica em indagações que se relacionam com questões sobre o que fazer, como, quando, por quan- to, por que, para quem, por quem e onde (LOBO, 2010). O PLANEJAMENTO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de pessoas reunidas em escritório e planejando atividades. 57 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Planejar o modelo input/transformação/output pode ser utilizado em diver- sos níveis de análise e, neste momento, analisaremos os negócios em pro- cesso, operação e rede de suprimentos. Para realizarmos essa análise, pode- mos definir variados níveis, por exemplo: deslocando para cima os pequenos processos, transformá-los em maiores e adequando-os a uma imensa rede de suprimentos que caracteriza uma indústria completa - essa é a ideia que define uma hierarquia de operações. 3.1.1 O QUE É UM PLANO HIERÁRQUICO DA PRODUÇÃO O cenário corporativo é marcado por uma intensa competição, direcionando as empresas na busca por ferramentas e técnicas que permitam atingir a ca- pacidade necessária para lidar com as exigências e concorrências do merca- do, que têm aumentado nos últimos anos. Diante desse cenário, a atividade de planejar tem sido cada vez mais necessária. Planejar nada mais é que elaborar um plano, programar atividades, organizar um roteiro a ser seguido. Por meio do planejamento, podemos analisar a situ- ação e avaliar os reflexos das respectivas ações que possibilitem a tomada de decisão mais assertiva para o alcance de resultados esperados. TOMADA DE DECISÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de uma pessoa parada diante de muitas portas abertas, mostrando diversas oportunidades que demandam uma decisão. 58 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Na área da produção essa realidade é ainda mais presente, no intuito de fa- zer com que as ações e atividades que a envolvem atinjam bons resultados, alinhando o nível de satisfação dos clientes à sua capacidade de demanda, proporcionado maiores ganhos para a organização. Conforme Lobo (2010), as atividades relacionadas à coordenação e controle dos processos produtivos não são apenas necessárias para obtermos maior desempenho produtivo, como também têm se tornado imprescindíveis para que as empresas sobrevivam às nuances do mercado. Assim, as demandas são atendidas por meio das funções de planejamento, programação e con- trole da produção. O planejamento, a programação e o controle da produção deverão ser equi- parados ao que foi definido no planejamento estratégico da empresa, elabo- rado e desempenhado diante dos seus diferentes níveis hierárquicos - estra- tégico, tático e operacional. Cada nível hierárquico tem responsabilidades específicas, atuando com um planejamento com diferentes horizontes de tempo, de curto a longo prazo. Desta forma, o planejamento hierárquico é desenvolvido, buscando garan- tir maior alinhamento e colaboração dos níveis hierárquicos, possibilitando que a empresa conduza suas operações estrategicamente, conforme seus objetivos. No planejamento hierárquico, cada nível irá limitar e orientar o planejamento do nível inferior seguinte. 59 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO PLANEJAMENTO HIERÁRQUICO Fonte: adaptada de Lobo (2010), Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: figura representando a estrutura do planejamento hierárquico aliado aos horizontes de tempo do planejamento. O nível estratégico é voltado para o longo prazo, determinando políticas es- tratégicas da empresa,incluindo o planejamento da capacidade, seguida pelo planejamento agregado de produção. O plano agregado de produção é feito entre o nível intermediário, em que se define o mix das estratégias es- pecíficas da produção. O nível tático, além de receber as orientações do pla- no agregado, é onde se estabelecem os planos de médio prazo na figura do plano mestre de produção (PMP). Por fim, no nível operacional são definidos os planos de curto prazo, incluindo o plano das necessidades de materiais, do gerenciamento de estoques e emissão e liberação de ordens referentes Marketing e vendas Gestão de estoque Compras Fabricação Distribuição Clientes Projeto do produto Projeto do processo Planejamento agregado Planejamento estratégico Plano mestre de produção Plano detalhado de materiais e capacidade Programa deta- lhado de fabrica- ção e montagem Longo prazo Médio prazo Curto prazo Curtíssimo prazo Estratégias da empresa 60 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 à produção e compras, sendo determinado também o sequenciamento das tarefas, controle e acompanhamento da produção. Com a conexão dos vários níveis hierárquicos, é possível analisar o papel efe- tivo do planejamento e controle da produção, aplicando e coordenando os recursos produtivos necessários, alinhando os planos estabelecidos nos ní- veis estratégico, tático e operacional ao processo produtivo, de modo que sejam melhor atendidos. 3.1.2 AS FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO HIERÁRQUICO Conforme Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), planejar é compreender como as situações presentes e a visão do futuro influenciarão as tomadas de decisão na atualidade, a fim de que sejam atingidos determinados objeti- vos. No geral, consideramos três horizontes de planejamento: curto, médio e longo prazo. O curto prazo costuma ter um horizonte em horas, dias ou mesmo semanas; o médio, de semanas ou meses; e o longo de meses ou anos. Geralmente, as decisões que estão relacionados a maiores recursos preci- sam de maiores prazos, devido à elevação do nível de incerteza; já as deci- sões que abrangem poucos recursos, normalmente, precisam de menores prazos e têm um nível de incerteza menor. Conforme Lobo (2010) hierarquia do processo de planejamento de produção define que para cada prazo esta- belecido é necessário haver um nível distinto de agregação de dados, sendo assim sua principal função é: Horizonte do planejamento é a consideração conjunta da situação presente vislumbrando o futuro, influenciando as decisões tomadas para atingir os objetivos, ou seja, é o tamanho do tempo futuro sobre o qual queremos ter uma visão (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). 61 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Planejamento estratégico longo prazo, as organizações desenvolvem o plano agregado de produção com base na previsão de vendas agregadas, considerando a família de produtos. Planejamento tático médio prazo, as organizações desagregam informações presentes no plano agregado, desenvolvendo o plano mestre de produção, em que consideram os produtos que devem ser produzidos, período a período, até o fim do planejamento e seu horizonte. Planejamento operacional curto prazo, as organizações executam a programação de produção, considerando os componentes e as atividades necessárias para a entrega do produto ao cliente. O quadro a seguir mostra a hierarquia do processo de planejamento de pro- dução relacionado ao horizonte de planejamento, plano formulado, nível de- cisório, previsão de vendas e nível de agregação de dados. HIERARQUIA DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO Fonte: adaptado de Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: quadro explicativo sobre a hierarquia do processo de planejamento. Na primeira coluna, à esquerda, são apresentados os prazos (curto, médio e longo). Na sequência estão descritos: o horizonte; o nível decisório; o plano; o nível de agregação e a previsão de vendas. Prazo Horizonte Nível decisório Plano Nível de agregação Previsão de vendas CURTO Semanas, dias e horas Operacional Programação Operações, componentes Real ou detalhada MÉDIO Meses, semanas Tático Plano mestre Produtos finais Detalhada LONGO Anos, meses Estratégico Plano agregado Famílias de produtos Agregado 62 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De nível a nível, os dados serão detalhados do curto ao longo prazo. Se ne- cessário, podemos determinar um nível a mais para desagregação de dados, que denominamos como curtíssimo prazo, no qual separaremos os compo- nentes das operações. Todos esses prazos dependerão da flexibilidade em manobrarmos, montarmos e operacionalizarmos o sistema de produção. A figura a seguir mostra o processo de detalhamento de dados para cada ho- rizonte de planejamento. PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO E A HIERARQUIA Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: imagem que detalha os horizontes de tempos, fazendo relação com os dados e o planejamento, mostrando sua desagregação de atividades. A fabricação de aviões é um exemplo de operação que terá prazos superiores aos processos que envolvem a extrusão e injeção de esquadrias de alumínio. Longo prazo Mês 1 Mês 2 Mês 3 . . . Mês 12 Famílias Médio prazo sem 2sem 1 sem 3 sem 4 sem 5 sem 12. . . Produtos Curto prazo Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Componentes Curtíssimo prazo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Operações DETALHAMENTO 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Devemos entender a hierarquia do processo do planejamento para saber como serão tomadas as decisões de negócios. Para transformarmos insu- mos em produtos, precisamos considerar o sistema produtivo em termos da inércia decisória envolvida, em que os planos são desenvolvidos e as ações executadas conforme os próprios planos para que os eventos planejados se tornem realidade. Podemos visualizar a seguir a relação dos prazos, objetivos e atividades nas tomadas de decisões nas empresas conforme os horizontes do planejamento. PRAZOS, OBJETIVOS E ATIVIDADES NAS TOMADAS DE DECISÕES Fonte: adaptada de Lobo (2010) e Moreira (2012). #pratodosverem: imagem demonstrativa sobre a relação dos prazos, atividades e objetivos que têm relação com o planejamento hierárquico. Note que os horizontes do planejamento consideram os níveis hierárquicos. Inércia decisória remete ao tempo dado entre a decisão até que ela se tome efetiva (LOBO, 2010). Longo prazo Plano agregado (estratégico) Previsão de vendas de LP Previsão de vendas de MP e pedidos de carteira Vendas Planejamento da capacidade Produção Previsão de capaci- dade de produção Plano mestre (tático) Programação (operacional) Médio prazo Curto prazo PRAZOS ATIVIDADES OBJETIVOS 64 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.1.3 TIPOS DE PLANO DE PRODUÇÃO Planejar a produção é uma das fases vitais para a gestão de um negócio, tor- nando-se fundamental para o sucesso da empresa, evitando perda de tempo, desperdícios, antecipações desnecessárias ou respectivos atrasos. O planeja- mento da produção fundamenta-se, principalmente, na previsão de vendas, baseando-se no que a empresa pretender colocar no mercado e sua capaci- dade de produzir. PREVISÃO DE VENDAS Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: ilustração de um gráfico mostrando uma previsão estimativa, com a mão de uma pessoa traçando com uma caneta o realizado. Alinhado ao planejamento da produção, temosoutros diversos planejamen- tos (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Alguns deles são: • planejamento e controle da produção; • plano mestre da produção; • planejamento da capacidade; • planejamento da distribuição; e • planejamento agregado. 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos brevemente cada um desses tipos. O planejamento e controle da produção (PCP) está relacionado às ativida- des, conciliando as demandas do mercado ao processamento dos recursos da operação para entregá-las. Ele tem o papel de fornecer sistemas, decisões e procedimentos juntamente com os diversos aspectos da demanda e da ca- deia de suprimentos. O PCP consiste no processo de gerenciamento das atividades relacionadas à produção e recursos operacionais dentro das empresas, apropriando-se da função do planejamento, programação e controle, com base em dados, de- senvolvendo o plano mestre de produção, expondo as diretrizes necessárias para o processo em geral. Planejamento consiste em preparar, organizar e estruturar atividades para um determinado fim. Programação relaciona-se a quando deverão ser feitas as atividade definidas no planejamento. Controle refere-se à ação de identificar se as atividades estão sendo realizadas conforme o que está no plano (MOREIRA, 2012). O plano mestre de produção é elaborado juntamente com o plano agregado, por isso, são complementares. O plano mestre definirá o que, quando, quanto e onde será produzido determinado produto. Este é considerado um resumo da produção naquele determinado período, podendo ser em meses ou para mais de um ano. Conforme Moreira (2012), o planejamento mestre da produção está incumbi- do de desmembrar o que está presente nos planos produtivos estratégicos de longo prazo, especificado em planos de produtos, sendo eles bens ou serviços 66 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 para o médio prazo, direcionado para etapas que buscam a programação e execução das atividades operacionais da empresa, por exemplo, fabricação, montagem e compras. ATIVIDADES OPERACIONAIS Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de uma fábrica em que um funcionário cuida da programação e controle, enquanto outro executa atividades operacionais. O planejamento da capacidade deverá estar de acordo com a missão da em- presa, assim como o seu posicionamento com o mercado, devendo ser refeito toda vez que se pretender alterar a sua atuação, seja ela uma alteração no escopo quanto a aplicação dos negócios ou até mesmo uma mudança de localização. A capacidade é compreendida como o nível máximo de atividade de valor agregado num determinado período, em que os processos poderão ser rea- lizados em condições normais de operação. Portanto, planejar a capacidade compreende determinar a capacidade efetiva do processo produtivo, de for- ma que possamos responder a demanda. Quanto ao planejamento da distribuição, Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) afirmam que há um alinhamento entre a cadeia de suprimentos e a estratégia empresarial como um todo. 67 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Por fim, o planejamento agregado de produção é considerado o elo entre o plano estratégico e as decisões que envolvem o dia a dia da produção, garan- tindo, desta forma, melhor orientação dos esforços para o alcance do objetivo. A seguir, veremos com mais detalhes sobre o planejamento agregado. 3.2 PLANEJAMENTO AGREGADO É comum que quase todas as empresas produzam mais que um único pro- duto, podendo até chegar a centenas deles, sendo razoável pensar que seja uma dificuldade estabelecer a demanda de cada produto precisamente. É bastante difícil para uma organização determinar uma metodologia que agrupe essas variedades de demandas, sendo comum que chegue a uma representação mais fiel à demanda geral da empresa – é o denominamos demanda agregada. O objetivo do planejamento agregado é dar condições para que a empresa adeque seus recursos produtivos à demanda, isso num horizonte de médio prazo, ou seja, no intervalo entre cinco e 18 meses. Conforme Moreira (2012), o planejamento agregado tem ocupado uma posi- ção intermediária no processo de planejamento das operações, conectando o planejamento da capacidade ao plano mestre de produção, como mostra a figura: O conceito apresentado pelos autores expõe que a estratégia é a busca por diferenciar-se da concorrência, mantendo-se competitivo, restando definir como a distribuição dos produtos será feita por meio dessa competitividade (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). 68 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PLANEJAMENTO AGREGADO DA PRODUÇÃO Fonte: adaptada de Lobo (2010), Moreira (2012) e Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: figura representativa sobre a estrutura do planejamento agregado da produção com aspectos internos e externos. Com base na demanda agregada, podemos definir políticas de gestão da ca- pacidade que sejam mais adequadas para as necessidades da empresa. Essas políticas irão definir como a operação irá impactar os recursos ou sua deman- da, buscando uma maior otimização de seus resultados. Aspectos externos • Flutuação da economia • Novas tecnologias Gestão da capacidade • Planejamento de recursos • Gestão da demanda Aspectos internos • Planejamento estratégico • Desenvolvimento de novos produtos Previsão de demanda Planejamento da capacidade Planejamento das neces- sidades de capacidade Plano das necessidades de materiais Planejamento de compras Listas técnicas Níveis de estoque Programa de fábrica Controle e monitoramento Planejamento agregado Plano mestre da produção 69 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Segundo Moreira (2012), em uma operação existem alternativas para ajustar a capacidade. São elas: alternativas para influenciar a demanda e alternativas para influenciar a produção. Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) definem três políticas que corrobo- ram com essa classificação. Política de capacidade constante e a política de acompanhamento da demanda, que atuam na produção, e a política de ges- tão da demanda, que influencia a demanda. 3.2.1 POLÍTICAS DA GESTÃO DE CAPACIDADE Conforme Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), é preciso adequar os ní- veis de capacidade das empresas em relação às demandas com as políticas corporativas. Para isso, há três políticas voltadas para a gestão da capacidade: política da capacidade constante, política de acompanhamento da demanda e política de gestão da demanda. A política da capacidade constate determina que as variações da demanda deverão ser desconsideradas e os níveis de capacidade deverão ser mantidos constantes. Entenda o exemplo a seguir: POLÍTICA DA CAPACIDADE CONSTANTE APLICADA Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: imagem de dois gráficos mostrando a capacidade produtiva e a demanda prevista da manufatura e prestação de serviços. Essa política é uma alternativa para as empresas que possuem grandes in- vestimento de ativos, em que os custos relacionados a determinadas paradas sejam altos ou seu grau de risco operacional. Capacidade produtiva MANUFATURA SERVIÇOS Ponto de Risco Ultilização do Estoque Demanda Estoque 70 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 No exemplo, para a manufatura, devido à baixa demanda, se diminuirmos a produção,isso poderá causar, em alguns casos, danos técnicos aos seus equipamentos. Assim, a melhor decisão é manter operando. Por isso são formados os estoques, nos casos em que a capacidade produtiva é maior que a demanda, para uso posterior, quando a demanda for maior que a ca- pacidade produtiva. Quanto aos serviços, não é possível gerar estoque, devido à sua intangibi- lidade. Se o produto não existe fisicamente, não pode ser estocado. Nessa situação, o nível da capacidade costuma ser superior à demanda e, portanto, a empresa não pode deixar de atender clientes por falta de capacidade. No caso da figura apresentada, a demanda superou a capacidade previs- ta, mostrando uma situação de risco, cabendo ao responsável pela gestão identificar o nível de risco e adotar ações para minimizar o efeito que poderá gerar na empresa. A política de acompanhamento da demanda reflete as flutuações da deman- da, conforme podemos observar no exemplo da figura a seguir. POLÍTICA DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA APLICADA Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: imagem de dois gráficos mostrando a capacidade produtiva e a demanda prevista da manufatura e prestação de serviços. Conforme a figura, no caso da manufatura, há um elemento adicional de custo, a ociosidade do parque fabril de alto valor, que possui investimento intenso de capital. Desta forma, não podemos esquecer os custos do carre- gamento de estoque, o que mostra que esta opção é o resultado da defini- ção de ponto ótimo. Capacidade produtiva MANUFATURA SERVIÇOS Capital intensivo tem uso ocasional Demanda 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Já para as operações de serviços, ajustamos as capacidades configurando, por muitas vezes, um exercício de criatividade. No caso da figura, se reduzir- mos a capacidade, significará que estaremos indisponibilizando mão de obra, o que não quer dizer, necessariamente, demitir funcionários. Por fim a política de gestão da demanda - ao contrário da política de capa- cidade constante e a política de acompanhamento da demanda, que agem com foco dentro da organização - busca agir de fora da empresa, procurando convencer o consumidor a consumir. O objetivo da política de gestão da demanda é procurar manter relativamen- te o nível de demanda estável, a fim de que sejam reduzidos os custos e, oca- sionalmente, criar alternativas novas para gerar riqueza. Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) definem três caminhos para alcançar esse objetivo: Propaganda consiste em ações com forte apelo para geração da demanda - busca- se convencer o consumidor, por meio das vantagens do negócio, mostradas em propagandas, para que ele compre, muitas vezes, sem ter necessidade. Preço aqui, em momentos de baixo consumo, tenta-se atrair clientes por meio de ofertas e preços menores. Essas ações são bastante comuns do varejo – as liquidações, numa tentativa de convencer o cliente a comprar algo que não consumiria naquele momento. Exemplo: as tarifas telefônicas reduzidas em horário tardio (madrugada). Produtos e serviços alternativos são consideradas ações mais elaboradas em comparação a vender barato e propaganda, quando estas não surtem efeito. Nesse caminho, os produtos com pouca expressão ou que não são o principal negócio da operação assumirão um espaço significativo quando houver baixa demanda. Um exemplos são os hotéis que locam seus espaços para eventos na baixa temporada. 72 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Moreira (2012) inclui mais um caminho que é reserva ou demora na liberação dos produtos e serviços, que compreende recursos tipicamente usados para mover a demanda. Um exemplo são os produtores rurais, que retêm estoques para o mercado, liberando-os nos momentos de melhor oferta, buscando o melhor preço. 3.2.2 DESENVOLVIMENTO E ESTABELECIMENTO DO PLANO AGREGADO O planejamento agregado tem por objetivo ajustar a produção conforme a demanda prevista, a fim de atender a previsão. Isso consiste em verificar o que é preciso para satisfazer uma demanda com um custo aceitável. A empresa pode fazer esse ajuste de diversas formas, adotando uma das várias estraté- gias existentes e escolhendo a que mais se enquadrará às suas necessidades. CUSTO DE PRODUÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de uma pessoa relacionando estimativa de custo x eficiência e qualidade. Conforme Lobo (2010), existem três estratégias principais. A primeira é nive- lar a produção e as estimativas, juntamente com o estoque, quando temos estimativas menores que a produção, o que excede destinamos ao estoque. A segunda estratégia é nivelar a produção com as estimativas, admitindo e demitindo funcionários para igualarmos produção e estimativa, nesse caso, devemos pensar bem na estratégia e considerar o planejamento, tanto no mínimo quanto no médio prazo. A terceira é nivelar a produção às estimati- vas, por meio de horas extras na produção. 73 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Para entender melhor, imagine uma empresa que fabrica mesas. A previsão de demanda para o ano está representada na tabela a seguir. PREVISÃO DE DEMANDA DE FÁBRICA DE MESAS Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: tabela explicativa sobre a previsão de demanda de uma fábrica de meses. Na linha superior estão descritos os meses, e abaixo a quantidade. Assim o total de mesas para o ano será de 255.000 unidades. Considerando que a empresa possua 23 funcionários e que cada um produz 1.000 peças por mês, a um regime de trabalho de 44 horas por semana, a sua capacidade pro- dutiva é de 21.250 peças/mês. Se a empresa contratar novos funcionários, a ca- pacidade produtiva irá aumentar e, caso haja demissões, a capacidade cairá. Calculamos a estimativa média para o ano: ESTIMATIVA DA DEMANDA VERSUS PRODUÇÃO Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: imagem de gráfico com a estimativa da demanda e a programação do volume de produção. A figura expõe que a estimativa da demanda oscila o ano todo. O ideal seria que a produção nivelasse suas operações e sua capacidade considerando-a, a Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Qtd. 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 24.000 17.000 21.000 24.000 23.000 22000 18000 20000 18000 23000 22000 23 2000 24000 17000 21000 24000 23000 1.250 / 12 peças mêsχ + + + + + + + + + + + == 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 22000 21250 21250 20000 21250 18000 21250 18000 21250 17000 23000 21250 23000 21250 23000 21250 24000 21250 24000 21250 22000 21250 21250 21250 74 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 fim de trabalhar com zero estoque e custos adicionais. Porém, é praticamen- te impossível conseguir alcançar esse parâmetro. O que se aplica é tender o estoque a zero, procurando mantê-lo mínimo. Além de responder alguns questionamentos: • Como podemos gerenciar a produção da empresa de mesas? • Se aumentarmos o quadro de funcionários, o que acontece? • Serão feitas horas extras? • Devemos manter um estoque de produtos acabados? • Qual a solução ótima? Para que possamos responder esses questionamentos, antes devemos deter- minar alguns dados: • Custo médio de estocagem de cada produto por mês: R$ 2,00. • Custo médio total de produção normal por unidade: R$ 5,50. • Custo médio total de hora extra na produção por unidade: R$ 11,00. • Custo médio de contratação de um funcionário: R$ 1.300,00. • Custo médio de demissão de um funcionário: R$ 4.000,00. Adotando esses custosque a empresa pratica para sua produção, podere- mos definir qual estratégia adotar. A primeira estratégia é manter a mão de obra e fazer o controle das variações da produção, adotando um estoque de produtos acabados. 75 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO APLICAÇÃO DA PRIMEIRA ESTRATÉGIA Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: tabela explicativa sobre a aplicação da segunda estratégia. Como podemos verificar, o nivelamento das oscilações da produção com o estoque na primeira estratégia, requer que calculemos o custo para manter o estoque, utilizando os valores de estoque final e o custo médio de estoque (R$ 2,00). Aqui, percebemos a razão pela qual as empresas tratam o estoque como vilão e consideram como se o dinheiro ficasse parado, ajudando na hora de nivelar- mos a produção e a estimativa. A segunda estratégia é mantermos os estoques zerados e fazer o controle das variações da produção com contratações e demissões de funcionários. Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mão de obra atual 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Admissão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Demissão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total mão de obra 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Previsão de vendas 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 24.000 17.000 21.000 24.000 23.000 Estoque inicial 0 -750 2.500 3.750 7000 5.250 4.500 2.750 0 4.250 4.500 1.750 Produção média 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 21.250 Horas extras (unidade) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Estoque final -750 2.500 3.700 7.000 5.200 4.500 2.700 0 4.200 4.500 1.700 0 ( 750 2500 3700 700 5200 4500 2700 0 4200 4500 1700) 2,00 70.500CE = − + + + + + + + + + + × = 76 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APLICAÇÃO DA SEGUNDA ESTRATÉGIA Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: tabela explicativa sobre a aplicação da segunda estratégia. Nessa estratégia, consideramos a possibilidade de contratar e demitir mão de obra sempre que for necessário para a empresa. Assim, temos que calcu- lar os custos segundo essas contratações e demissões: Demissões: 16 × 4.000 = R$ 64.000,00 Admissões: 16 × 1.300 = R$ 20.800,00 Custos totais: 64.000 + 20.800 = R$ 84.800,00 Apesar de simples, essa estratégia deve ser bem pensada, já que precisa- mos considerar o tempo de contratação e treinamento dos funcionários contratados. Por fim, a terceira estratégia consiste em manter o estoque e a mão de obra, controlando somente as variações das horas extras. Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mão de obra atual 23 22 18 20 18 23 22 23 24 17 21 24 Admissão 0 0 2 0 5 0 1 1 0 4 3 0 Demissão 1 4 0 2 0 1 0 0 7 0 0 1 Total mão de obra 22 18 20 18 23 22 23 24 17 21 24 23 Previsão de vendas 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 24.000 17.000 21.000 24.000 23.000 Estoque inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Produção média 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 24.000 17.000 21.000 24.000 21.250 Horas extras (unidade) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Estoque final 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 77 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO APLICAÇÃO DA TERCEIRA ESTRATÉGIA Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: tabela explicativa sobre a aplicação da terceira estratégia. Nessa estratégia, fazemos o nivelamento da produção acrescentando horas extras de trabalho e, assim, evitamos gastos com manutenção de estoque e custos relacionados à admissão e demissão de funcionários. Os custos com horas extras serão: Com os resultados obtidos, podemos concluir que, nesse caso, a terceira op- ção é a mais indicada, pois com ela a empresa de mesas terá o menor custo. Porém, não foram considerados nesse exemplo os custos trabalhistas e o tempo necessário para o treinamento de um novo funcionário. Também é preciso incluir férias, absenteísmo e se a empresa terá lucro frente a esses gastos extras. Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mão de obra atual 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Admissão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Demissão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total mão de obra 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 Previsão de vendas 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 24.000 17.000 21.000 24.000 23.000 Estoque inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Produção média 22.000 18.000 20.000 18.000 23.000 22.000 23.000 23.000 17.000 21.000 23.000 23.000 Horas extras (unidade) 0 0 0 0 0 0 0 1.000 0 0 1.000 0 Estoque final 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ( ):2.000 11,00 5,50 $11.000Horas extras R× − = 78 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Essas estratégias apresentadas fazem parte do plano agregado. Um processo complexo e trabalhoso, pois, geralmente, são necessárias diversas estratégias juntas, além de considerar mudanças no layout ou ampliar a produção. 3.2.3 DECISÕES SOBRE O CUSTO Em geral, muitos métodos de planejamento agregado consideram a deman- da fixa, mesmo que tenham que realizar revisões periódicas para atualizar suas previsões. Outro entendimento está relacionado ao fato de a deman- da não ser usada como sendo controle da empresa, podendo, no máximo, influenciá-la. Visto isso, as decisões ficam voltadas para políticas que afetarão a produção, esta sim controlada pelos gestores. DECISÃO SOBRE O CUSTO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de um saco de dinheiro (custo) e um martelo de juiz (decisão). 79 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO É importante destacar que as opções relacionadas às ações terão como base o custo gerado por elas, procurando obter-se o menor custo possível. Desta forma, segundo Moreira (2012), os principais custos que devem ser observa- dos no processo de decisão são: • Contratação de pessoal: custos relativos às atividades de recrutamento, seleção e treinamento de pessoal. Quanto maior a responsabilidade do cargo a ser preenchido, mais elevado será o custo. A análise desse custo é expressa em R$/ por funcionário contratado. • Demissão de pessoal: custos relacionados ao pagamento de obrigações legais que incidem sobre as demissões, como aviso prévio, indenizações, férias, 13º salário e outras. Existem ainda, custos não mensuráveis como abalos na moral e motivação dos funcionários que permanecem, dificuldade em contratar etc. Expressamos esse custo em R$/funcionário demitido. • Horas extras: custos referentes a acréscimos legais no valor da hora, quando se excede a carga de trabalho normal. É importante considerar também que a produtividade nesse período é menor, em função do desgaste emocional e físico dos profissionais. Expressamos esse custo em R$/hora. • Custo de deixar estoques: aqui incluímos os custos do capital próprio empatado tanto com os estoques quanto com os custos associados à conservação dos produtos estocados. Fazemos essa análise medindo R$/ (unidade x mês). • Subcontratações: custos relacionados à contratação de outra empresa para produzir os componentes ou produtos completos. Denominamos também como terceirização ou outsourcing. Esse custo medimos em R$/unidade subcontratada. • Retardamento de entregas: compreende a desistência de clientes e perdas por iniciativas destes, refletindo em perda de vendas. Por mais que tenhamos conhecimento de sua existência, medir esse custo se torna altamente complexo. 80 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Nesta unidade você conheceu umpouco mais sobre os conceitos de plane- jamento, seu papel e seus tipos para a gestão dos sistemas produtivos. O planejamento tem sido uma parte fundamental para as empresas, estan- do presente desde a sua concepção até a atualidade, por meio das ativida- des do seu dia a dia. Nas empresas, os planejamentos são realizados a longo, médio e curto prazo, caracterizados pelos planejamentos estratégicos, táti- cos e operacionais. É importante que todos os níveis hierárquicos do planejamento estejam em perfeito sincronismos, a fim de que se tenha maior eficiência, sendo que to- dos os objetivos devem ser entendidos e compartilhados por toda a empresa. MATERIAL COMPLEMENTAR Para saber mais sobre este tema leia os artigos a seguir: • O que é outsourcing? • Análise da gestão da cadeia de suprimentos na indústria de computadores. • Gestão estratégica da manufatura em uma empresa de autopeças. • Evolução da administração da produção no Brasil. • Sistemas de programação da produção com capacidade finita: uma decisão estratégica? https://www.youtube.com/watch?v=M3WFoFQ6g3w https://www.scielo.br/j/gp/a/CqwP5d755hCGT7G5gm7RXSh/?format=pdf&lang=pt http://iepapp.unimep.br/biblioteca_digital/pdfs/docs/23062015_161755_marceloluizfavarin_ok.pdf https://www.scielo.br/j/rae/a/zG3DFBskXtMQsBBCR3hDb4C/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rae/a/StwmfXyMHjrC6jwnJn7qFcv/?lang=pt UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 81 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO > Demonstrar as formas de se medir e analisar a capacidade produtiva. > Analisar a capacidade produtiva para tomada de decisões. 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 4 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE PRODUTIVA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, demonstraremos as formas de medir e analisar a capacidade pro- dutiva, assim como de analisar a capacidade produtiva para a tomada de decisões. Para uma melhor compreensão do que é o planejamento, precisamos ter um maior entendimento da sua relação com a inércia natural e o quanto distante a situação está, pois isso determinará a incerteza nas decisões. Inércia: falta de reação, iniciativa, estagnação, imobilismo. Para as áreas de gestão, relaciona- se à demora para que a tomada de decisão repercuta qualquer efeito. Planejar consiste numa metodologia que interage com os objetivos futuros e os fatos presentes nas empresas para melhor tomada de decisão possível (BATALHA, 2019). São essas decisões que definirão um maior acerto possível dos resultados esperados.As atividades de planejamento e controle da produ- ção compreendem um conjunto de decisões com o propósito de definir o que, quanto e quando serão produzidos, adquiridos e entregues os bens (produ- tos e serviços), além de quem, onde e como serão produzidos. Segundo Sla- ck, Brandon-Jones e Johnston (2018), o planejamento e controle da produção concentra-se em duas categorias de atividade, conforme o próprio nome diz, o planejamento e o controle. 83 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROCESSO DE PLANEJAMENTO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de um homem em uma sala de reunião planejando. Planejamento: Compreende a formalização do que se espera que aconteça em determinado momento futuro. Trata-se de uma declaração de intenção, desenvolvida com base em expectativas. Controle: Processo de lidar com as variações, podendo retomar a direção que foi traçada, caso necessário. Assim, as principais atividade do planejamento e controle da produção são: • planejamento agregado da produção; 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO • análise de capacidade de longo prazo; • plano mestre de produção; • análise de capacidade de médio prazo; • programação e controle da produção; • análise de capacidade de curto prazo; • controles de estoques; e • programação de operações. Diante disso, planejar a capacidade produtiva torna-se fundamental, devendo ser desenvolvida em paralelo com as atividades do planejamento e controle da produção na estrutura hierárquica (BATALHA, 2019). 4.1 MEDIÇÕES DA CAPACIDADE PRODUTIVA Determinar um ponto de equilíbrio onde devemos analisar as competências empresariais, as condições estruturais que envolvem equipamento, instala- ções e mão de obra, no contexto em que se encontra a operação, é uma tarefa importantíssima para o meio produtivo. Antes, contudo, é necessário definirmos o que é capacidade. Para Moreira (2012), a capacidade está ligada intimamente ao tempo. Isso quer dizer que se não determinarmos uma unidade de tempo, não conseguiremos extrair informações relevantes sobre a capacidade. Capacidade: Compreende a quantidade máxima de produtos que podem ser produzidos em uma unidade produtiva em determinado intervalo de tempo. Unidade produtiva: Local onde se gera valor, podendo ser um departamento, fábrica, posto de atendimento, armazém, máquina ou posto de trabalho. 85 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018), determinam como volume a quan- tidade máxima exercida numa operação. Por exemplo, em uma padaria, pode- mos afirmar haver condições de produzir e entregar um volume de 10 mil pães. É nesse momento que observamos a necessidade de uma unidade de tem- po, pois devemos definir quantos pães a padaria consegue entregar. Assim, consideramos a máxima quantidade de trabalho realizado e uma determina- da unidade de tempo, definindo assim, a capacidade. A capacidade produtiva pode ser analisada como um comparativo entre os resultados efetivos e as expectativas que se tem do que deveria ou poderia ser obtido. Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) classificam a capacidade em projetada, efetiva e real. Capacidade projetada é a maior capacidade possível que uma organização pode produzir com todos os seus recursos disponíveis, todo o tempo de pro- dução, sem qualquer restrição. A capacidade efetiva é parte da capacidade projetada, podendo ser mate- maticamente determinada pela divisão da capacidade prevista com a real, resultando em um indicador percentual. Esse tipo de capacidade retrata o que a organização está esperando produzir, levando em conta o seu mix de produtos, manutenção, métodos de programa da produção e qualidade. 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MIX DE PRODUTOS Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de uma mesa com diversos tipos de produtos comestíveis. Já a capacidade real, também conhecida como produção real, é a quantidade que a produção realmente pode entregar. É com base na capacidade efetiva que fazemos toda a programação da produção e que os gestores irão buscar soluções para problemas que geram tempo evitáveis. Levando em conta que a capacidade indicará quantidade, é importante iden- tificar formas de determinar essas quantidades, pois, sem essa informação, torna-se impossível a empresa reagir e tomar futuras decisões, sendo essa a principal função da medição. Portanto, medir a capacidade poderá mostrar como a empresa está cami- nhando no mercado e proporcionar subsídios para planejar futuras ações, o que torna a medição essencial. Para Moreira (2012), podemos adotar duas for- mas de medir a capacidade de uma determinada operação, pela produção ou insumos. 87 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.1.1 MEDIÇÃO POR MEIO DA PRODUÇÃO Considerando o exemplo da padaria e adotando que ela produz 10 mil pães/ dia, se produzisse apenas pães com o regime de trabalho de oito horas/ dia, poderemos chegar a uma medição de capacidade de 1.250 pães por hora. Porém, sabemos que raramente uma empresa produzirá somente um único produto. Desta forma, se além dos pães, produzir bolos, deveremos analisar a ca- pacidade, separadamente, dos dois produtos, uma vez que têm características e processos produtivos distintos. Ela pode produzir, diariamente, por exemplo, sete mil pães e 20 bolos ou cinco mil pães e 30 bolos. Portanto, se mudarmos a composição do mix de produção, inevitavelmente alteramos a capacidade. O mix de produção permite definir a melhor forma de combinar os produtos e a quantidade produzida. Se mudarmos o mix de produção, mudaremos também a capacidade produtiva da organização (MOREIRA, 2012). Para melhor entendermos, vamos supor que uma fábrica de geladeiras produz três modelos, com variados tempos de processo e que possui uma disponibilidade de 800 horas semanais no processo de montagem. Confor- me a tabela a seguir, podemos notar que as variações com base nas deman- das afetam a capacidade da operação 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Variação do mix de produto na capacidade Modelo Tempo de processo (horas) Mix 1 Mix 2 Luxo 1,5 2 1 Padrão 1 3 2 Econômico 0,75 2 4 Demanda Diária 7 7 Horas de processo 7,5 6,5 Horas diárias por montador 8 8 Modelo Tempo de processo (horas) Mix 1 Mix 2 Quantidade de montadores 15 15 Horas semanais disponíveis 800 800 Capacidade semanal 746,7 861,5 Fonte: adaptado de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: tabela sobre a variação do mix de produto na capacidade. .Para definir as horas de processo, tomamos o resultado das somas das mul- tiplicações dos tempos de processos em horas e a quantidade de cada mix. Mix 1 Mix 2 Já para determinarmos a capacidade semanal, basta dividirmos a disponi- bilidade total de horas semanais pelas horas de processo e multiplicar pela demanda diária de cada mix. Mix 1 Mix 2 89 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Conforme o exemplo exposto, por mais que tenhamos o mesmo quadro de pes- soal e a mesma quantidade de horas diárias, a capacidade aumentou. Isso ocorre porque a variação do mix gera impacto nos produtos que serão processados. Observamos que o Mix 2 produz o maior número de unidade do produto, con- sumindo menos tempo dos colaboradores e produzindo uma maior quanti- dade. 4.1.2 MEDIÇÃO POR MEIO DO INSUMO Medir a capacidade por meio do produto torna-se mais difícil quando a empre- sa não produz produtos, mas presta serviços. Por exemplo, imagine um hospi- tal. A variedade e complexidade dos produtos é enorme, além da customização de seus serviços, pois cada paciente tem características e necessidades diferen- tes, fazer a medição deste tipo de serviço isolando os produtos será inviável. Segundo Moreira (2012), nesse cenário, o melhor é realizar a medição com base nos insumos usados para a prestação de serviços. No caso de um hospi- tal, a melhor forma seria, por exemplo, considerar os leitos disponíveis. SERVIÇOS HOSPITALARES Fonte: Plataforma Deduca (2022). 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO #pratodosverem: imagem de um corredor hospitalar com uma pessoa na maca e três funcionários. O quadro a seguir mostra algumas medidas de capacidade que podem ser ado- tadas, conforme forem utilizadas medidas de produção ou medidas de insumos. Usando medidas de Produção Variação do mix de produto na capacidade Ramo de atividade Medida de Capacidade Refinaria de petróleo Litros de gasolina/dia Siderurgia Toneladas de aço/mês Companhia de papel Toneladas de papel/semana Montadora de automóveis Quantidade de carros/mês Companhia de eletricidade Megawatts/hora Fazenda Toneladas de grãos/ano Usando medidas de Insumos Ramo de atividade Medida de Capacidade Restaurante Quantidade de refeições/dia Companhia aérea Quantidade de assentos/voo Hotel Quantidade de quartos ou hóspedes Teatro/cinema Quantidade de assentos Hospital Quantidade de leitos Escola Quantidade de vagas Fonte: adaptado de Moreira (2012). #pratodosverem: tabela com exemplos de medidas de capacidade. Utilizando ainda nosso exemplo, observa-se que a unidade de medida, leitos disponíveis, não mostra referência a tempo. Isso porque existe uma grande va- riabilidade de tempo de pouca importância nesse tipo de prestação de serviço. Destaca-se que, na empresa, se algo não é importante e necessário, então não deve ser feito, já que representa um desperdício de recurso. 4.1.3 INDICADORES DA CAPACIDADE PRODUTIVA Conforme a tipologia da capacidade que está sendo analisada, alguns indica- dores podem ser calculados, servindo de subsídios para as tomadas de decisão. 91 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Indicadores de capacidade são métricas para fazer a medição da proporção entre a quantidade e o tempo necessário para produzir um determinado produto (SLACK; BRANDON- JONES; JOHNSTON, 2018). Vejamos o exemplo a seguir. Um fabricante de linhas possui uma linha de produção contendo dez máqui- nas, com uma projeção de 40 metros por minutos, 24 horas por dia, sete dias por semana. Assim, podemos determinar a capacidade semanal projetada, da seguinte forma: O quadro a seguir mostra os tempos perdidos no período de uma semana. Variação do mix de produto na capacidade Mudança de produtos 15h Tempos inevitáveis (53h) Manutenção preventiva 20h Nenhum trabalho programado 9h Amostragem de controle de qualidade 5h Troca de turno 4h Manutenção corretiva 12h Tempos evitáveis (47h) Apuração de falhas de qualidade 16h Falta de materiais no processo 10h Falta de pessoal 5h Espera por abastecimento de máquinas 4h Fonte: adaptado de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: quadro mostrando exemplos de registros sobre tempos perdidos de produção. Considerando a premissa de que as paradas descritas no quadro se referem a uma única máquina e que não ocorrem simultaneamente, podemos, assim, definir as perdas da produção. É importante ter o entendimento de que isso poderá mudar de uma empresa para outra, dependendo das características 92 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO do parque fabril e do produto em questão. Veremos a seguir o quanto a empresa deixou de produzir com as paradas inevitáveis. Mas também tivemos 47 horas desperdiçadas com as paradas evitáveis. Portanto, a produção real da semana foi de 3.792.000 metros de linha. Dessa forma, poderemos calcular os dois indicadores que são importantes para a empresa, compreendendo utilização e eficiência. A utilização relaciona a produção real com a capacidade projetada, as restri- ções de capacidade juntamente com a variação da demanda, que indicará aos gestores o nível de aproveitamento dos recursos disponibilizados, sendo altamente relevante para os investidores da empresa. A utilização é a medição da relação entre as horas realmente utilizadas na produção e as horas disponíveis. Em outras palavras, é a relação entre a produção real e a capacidade de projeto. Para saber mais, acesse o link. A eficiência relaciona a capacidade real com a efetiva, indicando aos gestores a capacidade da operação atender o que foi solicitado, mostrando a efetivida- de para atender as necessidades da empresa, sendo o mais importantepara os gerentes de produção. http://www.gestaoproducaocomalexandro.com/disponibilidade-e-utilizacao/ 93 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A seguir será exposto, sinteticamente, a relação entre as variáveis relacionadas. RELAÇÃO UTILIZAÇÃO E EFICIÊNCIA Fonte: adaptada de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: esquema sobre o método de cálculo da capacidade projetada, efetiva e real. Conforme ilustrado acima, a relação da utilização e eficiência, o papel do ges- tor sobre as perdas inevitáveis torna-se fundamental e limitada, porém, con- trolar as perdas evitáveis poderá fazer toda a diferença para o meio produtivo e evidenciar as habilidades do gestor. 4.2 ABORDAGEM SISTEMÁTICA RELACIONADA ÀS DECISÕES DA CAPACIDADE PRODUTIVA Definimos sistematizar como o ato de organizar de forma lógica e otimiza- da, com vistas a maximizar os resultados obtidos continuadamente. Em ou- tras palavras, significa desenvolver uma lógica de aperfeiçoamento das coisas 94 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO com o tempo, reproduzindo um processo de forma melhorada. A reprodutibilidade é a possibilidade da empresa reproduzir um processo de forma indefinida e com o mesmo padrão de resultado (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Como já vimos, cada situação da empresa pode ser afetada por diversos ele- mentos. Conforme Batalha (2019), podemos tomar decisões melhores seguin- do quatro passos sobre a capacidade, são estes: 1. Determinar as necessidades de capacidade futura. 2. Identificar faltas, comparando a capacidade disponível e as necessida- des. 3. Desenvolver planos alternativos com o propósito de eliminar faltas. 4. Avaliar todas as alternativas, de forma qualitativa e quantitativa, e fazen- do uma escolha final. Quando iniciamos este processo, a administração da empresa deverá ter de- terminada a sua capacidade existente. 4.2.1 ESTIMAR AS NECESSIDADES DE CAPACIDADE Estimar as necessidades futuras de capacidade tem como base as previsões da demanda. Uma vez determinada a demanda, podemos definir a necessi- dade de máquinas para supri-la, sendo importante que a determinemos em uma linguagem clara e útil para os tomadores de decisão de produção. A previsão da demanda compreende uma estimativa de mercado que busca antecipar o que ocorrerá no futuro sobre as vendas de uma empresa (GONÇALVES, 2020). 95 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Assim, se expressarmos a capacidade em quantidade de máquinas disponí- veis para um determinado produto que deve ser produzido, calcularemos da seguinte forma: Sendo: • D – número de unidade previstas por ano; • p – tempo de processamento, ou seja, horas por cliente ou unidade; • N – número total de horas por ano; e • C – reserva da capacidade desejada. Se a empresa produzir múltiplos produtos, devemos acrescentar um adicio- nal de tempo, conhecido também como tempo de preparação, que compre- ende o período que a operação necessita para adequar máquinas e pessoal de um produto para outro, considerando cargas, descargas, entre outros fato- res. Conforme podemos ver a seguir. Sendo: • Q – quantidade de unidades para cada lote; • s – tempo de preparação por lote (horas); 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO • D – quantidade de unidades previstas por ano (clientes); • N – total de horas por ano durante todo o processo; e • C – reserva da capacidade desejada. Para um melhor entendimento, vamos adotar o exemplo a seguir. Uma determinada empresa produz relatórios encadernados para dois clien- tes, fazendo múltiplas cópias para cada relatório. O tempo de processamento compreende as atividades de reproduzir, encadernar as cópias, sendo depen- dente do número de páginas etc. As três máquinas copiadoras têm seu fun- cionamento por 260 dias no ano, com o turno de oito horas diárias. Os gesto- res acreditam que uma reserva de capacidade de 20% é a melhor margem, além da quantidade incluída no tempo padrão. Com os dados presentes no quadro a seguir, vamos determinar quantas máquinas são necessárias. Dados sobre a produção para exemplo Item Cliente Z Cliente X Demanda anual prevista em número de cópias 3000 5000 Tempo de preparação (hora/cópia) 0,6 0,9 Tamanho do lote médio, cópias por relatório 23 29 Tempo de preparação em horas 0,30 0,45 Fonte: elaborado pelo autor (2022). #pratodosverem: quadro apresentando dados sobre a produção. Se arredondarmos o resultado, verificamos que há necessidade de quatro máquinas. Podemos analisar que a capacidade da empresa está sofrendo pressão e que ela não possui uma reserva de 20%, como se esperava. Para que o atendimen- 97 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 to aos clientes não seja prejudicado é necessário que os gestores decidam usar horas extras como uma solução de curto prazo, para que os pedidos não sofram mais atrasos. Se a demanda permanecer a mesma, será necessária a aquisição de outra máquina. 4.2.2 IDENTIFICAÇÃO DAS FALTAS DE CAPACIDADE A falta de capacidade compreende a diferença entre capacidade atual da pro- dução e demanda projetada, ou seja, algum cliente poderá deixar de ser aten- dido. Por isso, é de suma importância que essas diferenças sejam estudadas para a descoberta de suas causas e que sejam resolvidas o mais rápido possível. Dependendo da situação, a falta de capacidade pode ser o resultado de uma restrição no processo produtivo, o que simplifica os ajustes. Quando se tem grandes diferenças, as soluções tendem a ser mais complexas, por esta razão a necessidade de identificar as divergências de capacidade. Identificadas as faltas de capacidade, algumas tomadas de decisões devem ser feitas e ações devem ser desenvolvidas. Moreira (2012) e Batalha (2019) destacam alguns elementos, conforme a seguir: • esperar para ver; • não fazer nada, não atendendo os pedidos e perder clientes; • expandir em local diferente; • expandir no mesmo local; e • adotar paliativos de curto prazo como trabalhadores temporários, horas extras e subcontratação. O que levará a uma decisão acertada será a capacidade de percepção e análise dos dados pelo gestor, não havendo uma forma certa de fazer isso. O que in- fluenciará será a qualidade das informações para reduzir a possibilidade de erros. O gestor, para tomar sua decisão, deve considerar aspectos qualitativos, da- dos que se referem a aspectos não mensuráveis e subjetivos; e quantitativos, dados mensuráveis e objetivos. Destaca-se que quando o gestor analisa qualitativamente, considera a ade- rência de cada alternativa contida no plano estratégico da empresa, possíveis 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO reações da concorrência, incertezas da demanda, tendências tecnológicas, entre outros aspectos. Contudo, deve-se compreender que existem fatores que nem sempre poderão ser mensurados, logo, serão avaliados conforme a experiência e julgamento dos gestores. Por outro lado, há os que podem ser mensurados e submetidos à análise em diferentes perspectivas e cenários, em que novamente as habilidades de gestão serão colocadas à prova. GESTORES EM PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de dois homens e uma mulher analisando dados para decidir. Quando a forma de análise é quantitativa, o foco é analisar variações do fluxo de caixa. Cada uma das alternativas será analisada, sendo que as decisõesre- cairão sobre a que proporcionará o melhor fluxo de caixa. 99 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.2.3 DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS O planejamento da capacidade tem como principal objetivo calcular a carga de cada centro de trabalho para um período no futuro, buscando prever se os recursos empregados na produção serão capazes de cumprir o que está presente no plano de produção e, assim, suprir a demanda prevista. Destaca-se que adotar um método de planejar a capacidade produtiva de uma empresa pode ser uma tarefa complexa que envolve conhecer seus ti- pos: instalada; disponível; efetiva; e realizada. Capacidade instalada Refere-se à capacidade máxima que uma determinada unidade fabril consegue produzir se trabalhar de forma ininterrupta e sem qualquer tipo de perda. Capacidade disponível (ou projeto) Trata-se da quantidade máxima que uma unidade produz durante a jornada de trabalho. Capacidade efetiva É representada pela capacidade disponível menos as perdas desta capacidade. Esse tipo de capacidade não pode adotar a capacidade disponível - é o mesmo que programarmos a carga de uma determinada máquina por um tempo disponível ou superior. Capacidade realizada É obtida com a subtração das perdas não planejadas da capacidade efetiva, assim, é a capacidade que se obtém em um determinado período. 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Conforme Batalha (2019), nas avaliações realizadas nas empresas, procura-se identificar e analisar as principais perdas, o que se configura numa ferramen- ta importantíssima no meio produtivo, a fim de otimizar sistematicamente seu rendimento. ANÁLISE DAS PERDAS Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: ilustração de gráficos com indicadores de perda subindo e descendo. As principais perdas conhecidas são: • perdas de setup e ajustes; • perdas no startup; • quebra de equipamentos; • perdas por utilização; • perdas por redução da velocidade; • defeitos de qualidade no processo; e • paradas nas operações em vazio e pequenas paradas. 101 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As perdas de setup e ajustes compreendem as perdas decorrentes da parada de equipamentos para prepará-los para produzir uma peça diferente, alterando-os para atender especificações do produto. Esses tempos têm que ser registrados, as- sim como as ações para minimizar as perdas serão de acordo com o tipo e duração. Os registros poderão ser classificados conforme os tipos de ajustes e trocas, auxilian- do a análise e priorização dos problemas que devem ser atacados. O procedimento colocado em questão terá que mostrar e priorizar a redução do tempo de setup, principalmente nos equipamentos que são mais utilizados, melho- rando os métodos de troca e ajustes. PROCESSO DE SETUP Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de um homem na frente de uma máquina fazendo ajustes para produção. As perdas no startup são definidas pelo tempo mensurado do início de ope- ração dos equipamentos até a produção da peça. Para buscar minimizar as perdas, consideramos dois fatores, o primeiro é diminuir a quantidade de star- tups por meio da estabilização da confiabilidade do equipamento. O segun- do é minimizar o tempo que se perde após fazer a troca do produto, até que o 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO equipamento seja equilibrado – como ser modificado para maior controle de temperatura, velocidade e pressão antes de começar a produção. As perdas por quebra de equipamento são resultantes do mau funcionamento ou qualquer outra causa que precise de intervenção da manutenção. Essas quebras devem ser registradas com as principais causas, duração, descrição e efeitos dos re- paros realizados no equipamento. Conforme Moreira (2012), a melhor forma de mi- nimizar esse tipo de perda é programar manutenções preventivas. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: imagem de homem realizando a manutenção em um computador desmontado. Perdas por utilização são associadas à falha, deterioração, quebra ou desgas- te dos equipamentos. As perdas decorrentes devem ser documentadas para uma melhor análise e eliminação da causa-raiz. As perdas por desgaste po- dem ser diminuídas com a previsão das falhas antes da quebra, enquanto as relacionadas aos componentes não duráveis podem ser reduzidas por meio de manutenção e analisando a performance de cada componente. 103 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Perdas por redução da velocidade são as perdas devido ao equipamento estar ope- rando em baixa velocidade em relação à considerada ideal. Este tipo de perda tem menor recorrência nas empresas, pois o equipamento aparentemente parece estar normal e só não produz tão rápido quanto o esperado. Para entender melhor sobre as perdas de produção, suas causas e decisões que devem ser tomadas, assista a este vídeo. Defeitos referentes à qualidade no processo remetem a uma perda associa- da aos produtos produzidos que não atendem as especificações planejadas, podendo levar ao desperdícios de insumos. É necessário que sejam registra- das cuidadosamente as características destas perdas, para identificação das causas-raiz do defeito e promoção da prevenção da recorrência. Os produtos produzidos que precisam de retrabalho estão incluídos nesse item. Por fim, as operações em vazio e pequenas paradas são perdas originadas de equipamentos com interrupções do fluxo do processo produtivo ou pequenas intervenções realizadas. Para essa problemática, devemos estabelecer regras em que paradas maiores que um determinado tempo estabelecido deverão ser documentadas. Pode ser difícil de distinguir as paradas documentadas das quebras, sendo importante definir critérios para avaliá-las e identificá-las, uma vez que ana- lisar os registros dessas pequenas paradas poderá ajudar na localização e minimização de suas causas. https://www.youtube.com/watch?v=h3Fpv2dIhlY 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO CONCLUSÃO Esta unidade teve como objetivo demonstrar as formas de medir e analisar a capa- cidade, assim como analisar a capacidade produtiva para as tomadas de decisões. Planejar a capacidade produtiva poderá fornecer informações que irão possibili- tar uma maior viabilidade do planejamento de materiais, por exemplo, além de dados para um planejamento de capacidade futura com uma maior precisão. Controlar a capacidade implica em acompanhar o comportamento da pro- dução que está sendo executada e comparar com o que está presente no planejamento, propondo ações corretivas a curto prazo para minimização de perdas significativas. Essa comparação resultará nos índices de eficiência para melhor executarmos a produção frente aos níveis planejados, podendo ser determinada uma acuracidade do planejamento, desempenho geral dos sistemas produtivos e de cada centro de trabalho. UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 105 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO > Descrever os métodos para prever a demanda considerando o plano mestre da produção. > Identificar os elementos necessários para elaboração do plano mestre de produção. 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicadano D.O.U em 23/06/2017 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO 5 PLANO MESTRE DA PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Esta unidade abordará métodos de previsão de demanda que colaborem com a elaboração do plano mestre da produção, assim como tratará da identificação de seus principais elementos. O plano mestre da produção é considerado um processo importante para as em- presas, pois visa garantir, por intermédio de uma comunicação sucinta com o pla- no estratégico da empresa, os outros planos funcionais (MOREIRA, 2012). Planejar e controlar a produção objetiva organizar e controlar a produção dos produtos e serviços de um sistema produtivo, de forma que seja atendido o planejamento de todas as ações, assim como um plano mestre mais eficiente. Equilibrar a demanda e as instalações disponíveis para fabricação torna-se um pro- cesso muito importante, que resulta no planejamento da capacidade de produ- ção, conciliando de forma eficiente essas duas etapas (SLACK, 2013). Esse processo visa equilibrar tanto os planos de produção quanto de capacidade produtiva, em que o sistema de produção será necessário para analisar os recursos disponíveis e elaborar um plano conforme a necessidade da empresa. 5.1 PREVISÃO DA DEMANDA É incontestável que as previsões têm um papel importante no planejamento dos negócios das empresas. No planejamento, devemos projetar as ações fu- turas, tendo como base estimativas relacionadas às necessidades de recursos (GONÇALVES, 2020). Desta forma, estimar a demanda futura de um bem ou serviço torna-se uma atividade essencial para a elaboração do planejamento da produção, em que será incluído o dimensionamento das capacidades que envolvem o meio produtivo, como equipamentos, disponibilidade de mão de obra, recursos financeiros e quantidade de materiais que serão necessários para executar a produção do bem ou serviço. 107 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Previsão Indica a projeção do passado para o futuro. Predição Antecipação de mudanças de fatores que irão influenciar a procura de bens e serviços (GONÇALVES, 2020). Diante da impossibilidade de ter certeza do que acontecerá no futuro, iremos precisar, de alguma forma, inferir ou prever o que poderá acontecer. Deste modo, no escopo da inferência, precisamos ter clareza sobre alguns princípios básicos, que Gonçalves (2020) define como leis: Lei da inércia Pressupõe que fazendo o ajuste de dados históricos a uma curva, poderemos extrapolar para o futuro. Lei da continuidade Considera que uma pequena variação dos dados históricos não irá causar grandes efeitos nas projeções. Lei da média Destaca que a média dos dados históricos é mais representativa que os dados históricos individuais. Lei da decomposição Indica que eventos não diretamente relacionados aos dados históricos têm pouca influência sobre eles. 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO É importante destacar que no processo produtivo muitos recursos têm mate- rialidade física, como, por exemplo, equipamentos, materiais, máquinas, ins- talações e pessoas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). A principal característica que esses recursos possuem para os gestores é a inér- cia decisória, que compreende que as decisões relacionadas aos recursos de- mandam um tempo determinado para que tenham efeito e que nesse tempo a situação permanecerá inalterada, mesmo que se tenha tomado uma decisão. Assim como existem diferentes formas de decisão, também há diferentes inércias, do mesmo modo como horizontes de previsões mais adequados e suas variabilidades. Conforme Gonçalves (2020), são definidas três categorias: Curto prazo Sua abrangência é de um ano, mas comumente é menor que três meses. É usado para planejar compras, programar e designar tarefas, níveis de produção e força de trabalho. Médio prazo Também denominada intermediária, pode-se estender de três meses a três anos. Esse horizonte é bastante útil para o plano de venda, orçamento e produção, orçamento financeiro, entre outros planos de operação. Longo prazo Período maior que três anos, preferivelmente utilizado para novos produtos, localização ou expansão, investimentos, pesquisa e desenvolvimento. Portanto, a previsão da demanda pode ser definida como uma forma de ob- termos informações sobre vendas futuras, tanto de produtos quanto de ser- viços. É importante que fique claro que essa atividade de prever se refere a buscar uma projeção futura, tendo como base dados históricos existentes, tratados por meio de modelos estatísticos, econômicos, assim como por mo- delos considerados subjetivos apoiados por um conhecimento implícito. 109 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Moreira (2012) sugere três tipos de categorias para realizar as previsões: Econômicas Baseiam-se no ciclo de negócio, em que se prevê taxas de inflação, início de projetos de infraestrutura, fontes de capital, entre outros indicadores necessários para o planejamento. Tecnológicas Tratam de índices conforme o progresso tecnológico, impactando diretamente sobre as possibilidades de produtos novos e de novos equipamento e fábrica. Demanda Faz a indicação da busca pelos produtos da organização. Também é conhecido como previsão de vendas, com a finalidade de direcionar a produção, sistemas de programação e capacidade da empresa. As previsões tecnológicas e econômicas são consideradas técnicas especiali- zadas e normalmente são responsabilidades dos gestores de operações. 5.1.1 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA Os métodos de previsão de demanda são divididos em duas abordagens dis- tintas, que são quantitativas e qualitativas, conforme a figura a seguir. 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA Fonte: adaptado de Moreira (2012), Slack (2013) e Gonçalves (2020). #pratodosverem: esquema com os métodos quantitativo e qualitativo de previsão de demanda. Acompanhe, a seguir, o que caracteriza cada um. Técnica quantitativa Compreende as séries históricas, quando se faz a projeção do futuro. Técnica qualitativa Tem como base os fatores subjetivos, podendo ser o julgamento individual ou de um determinado grupo. Os métodos quantitativos geralmente precisam de um histórico longo para que seja possível estabelecer um comportamento padrão (GONÇALVES, 2020). Esses métodos são mais indicados para prever a demanda de produtos mais maduros, que já estão presentes no mix de produtos da empresa, en- quanto os modelos qualitativos são mais adequados para produtos novos ou 111 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 considerados novos, pelo fato de não existir histórico longo, impossibilitando a utilização de técnicas quantitativas. Escolher o método adequado considera, principalmente, o horizonte de tempo. Quanto maior o horizonte, menor a chance do passado se repetir. Isso indica que previsões a longo prazo devem adotar métodos qualitativos, e os de curto e médio prazos poderão utilizar técnicas quantitativas (SLACK, 2013). Os métodos qualitativos incorporam fatores de julgamento e intuição, sendo mais subjetivos em sua maior parte. As técnicas poderão ser utilizadas em conjunto com métodos quantitativos para melhorar a análise. A seguir, apresentaremos uma análise das principais técnicas qualitativas mais utilizadas (GONÇALVES, 2020). Método de Delphi Geralmente usado para chegar a um consenso dentro de um determinado comitê; rodadas de perguntas são feitas com especialistas e respondidasanonimamente. As respostas são tratadas estatisticamente por um líder do comitê, que irá repassar os resultados ao grupo. Sucessivamente outras rodadas são feitas já com o conhecimento das opiniões dos demais, repetindo o processo até obter-se um consenso sobre a previsão. Esse método proporcionará previsões com a concordância da maioria, mesmo que discordem inicialmente. Júri de executivos Busca definir a opinião de grupos pequenos, geralmente compostos por executivos de alto nível, abordando uma variável de estudo que se quer prever. O resultado obtido nem sempre será o consenso, podendo ainda ser considerado frágil por permitir vieses. Usado para prever vendas, os executivos devem ter capacidade de discernimento e pertencer a variados departamentos da organização. Esse grupo irá utilizar inputs de todas as áreas da empresa, determinando também 112 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO análises complementares, quando preciso. Esse é considerado o método de previsão mais utilizado nas empresas. Força de vendas Nesse método, acredita-se que as informações referentes à demanda originam-se das pessoas que estão mais próximas do cliente externo. A grande vantagem das estimativas realizadas pela força de vendas é que podem ser facilmente atualizadas periodicamente, além de contarem com a subjetividade da experiência e vivência da equipe sobre os clientes. Raramente esse método resulta em grandes equívocos. Pesquisa de mercado Consiste em pesquisar diretamente com o cliente o que ele deseja comprar no futuro. É também uma forma de evitar as desvantagens de seguir somente a força de vendas. Essa técnica é sistemática e inclui a atividade de projetar a coleta de dados e como será aplicada, selecionando e identificando uma amostra que irá representar uma população foco da pesquisa, sendo que a análise dos resultados é realizada por meio de ferramentas estatísticas apropriadas. Analogia histórica Técnica mais adequada para produtos ainda no início de seus ciclos de vida ou lançamentos. A técnica é feita por meio de uma analogia com produtos similares, buscando evidenciar padrões de consumo que se repetem entre eles. Isso porque o produto em questão (novo) não tem histórico ou conta com poucas informações. Antes de iniciarmos sobre os métodos quantitativos, é importante entender sobre os elementos considerados relevantes, um deles é o fato de existirem duas abordagens distintas que, conforme Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) são: análise de séries temporais (intrínsecas) e de modelagem causal (extrínsecas). 113 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Séries intrínsecas Avaliam o padrão de comportamento de uma determinada variável ao longo do tempo. Abordagem extrínseca Refere-se à descrição e remete às relações complexas de variáveis chave. Quanto às técnicas de séries temporais, elas compreendem médias móveis, suavizamento exponencial, projeção de tendências e previsão ingênua. A média móvel define que a melhor estimativa do futuro é determinada pela médias dos “n” últimos períodos. A quantidade de períodos é determinada pela própria empresa, podendo ser dos últimos três períodos (MM3), quatro (MM4) e aí por diante. Determinamos a média móvel pelo seguinte cálculo (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018): Observe o exemplo a seguir. 114 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO EXEMPLO MÉDIA MÓVEL PERÍODO VENDAS MÉDIA MÓVEL DE TRÊS PERIODOS (MM3) Janeiro 134 - Fevereiro 125 - Março 146 - Abril 154 (134+125+146)/3 = 135 Maio 123 (125+146+154)/3 = 141,67 Junho 115 (146+154+123)/3 = 141 Julho 158 (154+123+115)/3 = 130,67 Agosto 176 (123+115+158)/3 = 132 Setembro 165 (115+158+176)/3 = 149,67 Outubro 156 (158+176+165)/3 = 166,33 Novembro 123 (176+165+156)/3 = 165,67 Dezembro 110 (165+156+123)/3 = 148 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela explicativa com exemplos de média móvel. Como você pode perceber, a cada novo período os dados mais antigos são reti- rados do cálculo, dando lugar para um mais recente (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Pode-se observar que utilizamos uma média aritmética sim- ples, algumas empresas adotam a média ponderada, com atribuição de pesos maiores para períodos mais recentes, sendo calculada da seguinte forma: Onde: • V - valor do período; • P - peso para o período; • t - período atual; e • n - número de períodos calculados. 115 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Agora, utilizando o exemplo anterior, vamos recalcular usando uma média ponderada, conforme consta na tabela a seguir. EXEMPLO CÁLCULO MÉDIA PONDERADA PERÍODO VENDAS MÉDIA MÓVEL DE TRÊS PERIODOS PONDE- RADA COM PESOS 1, 2, 3 Janeiro 134 - Fevereiro 125 - Março 146 - Abril 154 [(1*134)+(2*125)+(3*146)]/6 = 137 Maio 123 [(1*125)+(2*146)+(3*154)]/6 = 146,5 Junho 115 [(1*146)+(2*154)+(3*123)]/6 = 137,17 Julho 158 [(1*154)+(2*123)+(3*115)]/6 = 124,17 Agosto 176 [(1*123)+(2*115)+(3*158)]/6 = 137,83 Setembro 165 [(1*115)+(2*158)+(3*176)]/6 = 159,83 Outubro 156 [(1*158)+(2*176)+(3*165)]/6 = 167,5 Novembro 123 [(1*176)+(2*165)+(3*156)]/6 = 162,33 Dezembro 110 [(1*165)+(2*156)+(3*123)]/6 = 141 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela com exemplos de cálculos de média ponderada. Escolher entre aritmética ou ponderada dependerá da experiência e do co- nhecimento do produto e do mercado. A técnica de suavizamento exponencial, conhecida também como ajustamen- to exponencial, procura corrigir problemas recorrentes da média móvel como a atribuição do mesmo peso na forma básica para todos os “n” períodos que pode ser corrigido com a média ponderada (GONÇALVES, 2020). O outro problema é que a média móvel desconsidera dados que não pertencem ao período “n”. Assim, o suavizamento exponencial calcula a demanda do próximo período, relacionando-a com a demanda do período atual e a previsão para o período atual (SLACK, 2013). Calcula-se da seguinte forma: 116 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Onde: • Dt-1 - demanda real do último período; • Pt-1- última previsão; e • - constante de suavizamento. A constante de suavizamento é determinada entre 0 e 1, demonstrando a in- fluência percentual da demanda real referente ao último período sobre a pre- visão do próximo. Observe o exemplo a seguir. EXEMPLO DE CÁLCULO SUAVIZAMENTO EXPONENCIAL Período Vendas Suavizamento exponencial Última previsão (realizada em dezembro) =0,1 =0,25 =0,8 145,0 145,0 145,0 Janeiro 134 Fevereiro 125 (0,1*134)+[(1-0,1)*145,0]=143,9 142,3 136,2 Março 146 (0,1*125)+[(1-0,1)*145,0]=143 140 129 Abril 154 (0,1*146)+[(1-0,1)*145,0]=145,1 145,3 145,8 Maio 123 (0,1*154)+[(1-0,1)*145,0]=145,9 147,3 152,2 Junho 115 (0,1*123)+[(1-0,1)*145,0]=142,8 139,5 127,4 Julho 158 (0,1*115)+[(1-0,1)*145,0]=142 137,5 121 Agosto 176 (0,1*158)+[(1-0,1)*145,0]=146,3 148,3 155,4 Setembro 165 (0,1*176)+[(1-0,1)*145,0]=148,1 152,8 169,8 Outubro 156 (0,1*165)+[(1-0,1)*145,0]=147 150 161 Novembro 123 (0,1*156)+[(1-0,1)*145,0]=146,1 147,8 153,8 Dezembro 110 (0,1*123)+[(1-0,1)*145,0]=142,8 139,5 127,4 Fonte: elaborado pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela com exemplo de cálculo de suavizamento exponencial. Conforme podemos observar na última tabela, (1- ) compreende a taxa expo- nencial que abaixam os pesos de ponderação de dados históricos; refere-se ao mês anterior recente (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Em que: (1-) para o mês anterior, t-1; (1-)2para o mês t-2 e assim sucessivamente. No caso da projeção de tendências, usamos quando a demanda frente aos seus 117 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 dados históricos apresenta uma tendência que poderá ser um crescimento ou decrescimento. Essa tendência poderá ser linear ou não, nesta unidade, trata- remos somente da linear, que pode ser definida assim (GONÇALVES, 2020): Onde: • a - coeficiente linear da reta, valor de d_t quando x = 0; • b - coeficiente angular da reta, inclinação; • - ruído, erro aleatório; e • t-k - períodos analisados para a determinação de tendência. Para determinar a previsão, aloca-se os valores de a e b, podendo ser feito de várias formas. Nessa técnica, o tempo passa a ser a variável independente. A técnica de previsão ingênua compreende o método que tem como base a premissa de que a previsão para os próximos períodos deverá ser igual à de- manda real do período recorrente. Entre os métodos causais, o mais utilizado é o de regressão da demanda re- ferente às variáveis causais, que adotam pares de valores da demanda e vari- áveis causais para buscar definir a sua relação (GONÇALVES, 2020). Essa rela- ção pode ser definida por uma regressão simples ou múltipla. A regressão simples é obtida pelo seguinte cálculo: Onde: • Y - é a demanda, ou seja, variável dependente; • X: - variável causal, sendo uma variável independente; e • - refere-se aos valores de Y, podendo ser definidos caso sejam conhecidos os valores de X – assim, Y é função de X. 118 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Nesta unidade, abordaremos somente a regressão simples, a fim de nos atermos a cálculos simplificados, em que a variável dependente se relacionará apenas a uma variável independente. Desta forma, a função será (GONÇALVES, 2020): Considerando um conjunto de valores que pressupõe efetuar a regressão li- near de Y sobre X, corresponde a traçar uma reta que se aproxime dos pontos identificados no plano de valores de X e Y, podendo ser definido como uma reta média. Destaca-se que o gráfico poderá induzir a erros, que devem ser corrigidos por método analítico, por exemplo, com o método dos mínimos quadrados, con- forme o gráfico a seguir. GRÁFICO DE REGRESSÃO LINEAR SIMPLES Fonte: adaptado de Moreira (2012). #pratodosverem: gráfico exemplificando o comportamento da regressão linear simples. Quando a média já está determinada, é mais fácil determinar os valores causais que correspondem aos valores reais e previsão de demanda. Destaca-se ainda, que o valor previsto é calculado quando substituímos o valor de X na equação. 119 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.1.2 SAZONALIDADE A sazonalidade refere-se a um fenômeno repetitivo que ocorre de forma deli- berada em tempos predefinidos (MOREIRA, 2012). A origem deste tema está nas estações do ano, daí o ciclo de sazonalidade, que acontece conforme as estações (inverno, verão, primavera e outono). Apesar de sua origem, a sazo- nalidade não está ligada necessariamente às estações. Podemos perceber, por exemplo, que nos finais de semana, principalmente entre as sextas-feiras e sábados, existe um aumento significativo de consumo dos produtos e ser- viços, em especial em ramos do lazer, como: bebidas, refrigerantes, cinemas, jantares, teatros etc. Conforme Slack (2013), a sazonalidade possui uma importância fundamental para os processos produtivos, em especial no que se refere à sua logística, re- lacionados com o acúmulo de transportes das safras agrícolas, por exemplo, elevando o volume de pedidos nas épocas de festa anuais, como Natal, Pás- coa etc. Para um melhor entendimento da sazonalidade, observe o gráfico a seguir. CURVA DE CONSUMO E SAZONALIDADE Fonte: adaptado de Moreira (2012). #pratodosverem: gráfico que exemplifica um comportamento com picos em determinados momentos, mostrando o consumo e a sazonalidade. 120 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Podemos observar no gráfico que existem alguns picos de aumento da de- manda, enquanto nos demais acontece uma queda acentuada. Desta forma, deve-se adotar uma metodologia para prever o consumo, levando em consi- deração a sazonalidade, obtendo-se projeções mais aproximadas da realida- de para melhor adequação das operações da empresa. Para isso, o melhor método a ser utilizado é a média ponderada. 5.1.3. DEMANDA DEPENDENTE DO PROGRAMA MESTRE A demanda compreende a quantidade que um produto ou serviço que os consumidores pretendem adquirir por um preço determinado e em um mer- cado (GONÇALVES, 2020). Podemos ainda interpretar a demanda como a procura, mas não relacionada diretamente ao consumo, pois há probabilida- de de se querer algo, sem que o consumo seja realizado. A demanda e a oferta agem em conjunto, compreendendo as forças de mer- cado que irão garantir as determinações de quantidade e preços dos bens de consumo ofertados pelas empresas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Ambas, conjuntamente, atuam como dois princípios. Oferta Considerada a lei do suprimento, em que se tudo permanecer igual, quando o preço aumentar, a tendência será que a quantidade do bem no mercado aumente, assim como o contrário também é verdadeiro. Demanda A lei da demanda pressupõe que quando tudo permanecer igual, se o preço do bem aumentar, a quantidade da demanda tenderá a diminuir, assim como o oposto também se aplica. De igual modo a produção, a demanda pode ser gerenciada em uma organi- zação. Gerir a demanda possui elementos originários de outras funções orga- nizacionais, como a área comercial, logística, marketing e produção. 121 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GESTÃO DA DEMANDA COMO UM PROCESSO MULTIFUNCIONAL Fonte: adaptado de Moreira (2012), Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) e Gonçalves (2020). #pratodosverem: esquema explicativo sobre as funções empresariais como marketing, vendas, logística e produção, alinhadas e influenciadas pela gestão da demanda. Apesar de ter um caráter multifuncional, é preciso que alguém esteja à frente e assuma responsabilidades relativas ao processo. Variadas áreas podem as- sumir essa tarefa nas empresas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018): Planejamento Algumas empresas atribuem isso ao planejamento e controle da produção, pelo fato de o comercial não poder contribuir com as previsões que devem ser feitas. Comercial Em algumas empresas é atribuído ao comercial essa tarefa que, muitas vezes, pode superestimar as vendas e provocar a elevação dos níveis de estoque. Normalmente, nessa situação, a área comercial não é responsável pelos estoques, usando esse artifício para que não tenha falta de produtos. 122 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Comercial com interferências da direção Nessa situação, as previsões são de responsabilidade do setor comercial, baseando-se em dados históricos e percepções coerentes, em que a direção modifica as previsões conforme sua experiência. Independentemente de qual área irá assumir a gestão da demanda, o impor- tante é que se tenha esforço sinérgico dos envolvidos e comprometimento com os resultados corporativos. 5.2 PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO O planejamento ou programa mestre da produção (PMP) é o responsável por desmembrar os planos produtivos estratégicos de longo prazo em planos es- pecíficos dos produtos acabados direcionados para o médio prazo, a fim dedeterminar as etapas de programação e execução das atividades operacio- nais da empresa, como a fabricação, montagem e compras (MOREIRA, 2012). Em suma, o plano mestre da produção especifica itens finais que farão parte das famílias de produtos consideradas no plano agregado de produção, rotei- rizando a fabricação e as estruturas dos produtos (SLACK, 2013). Como resulta- do desse processo, o plano mestre da produção irá formalizar as tomadas de decisão sobre a necessidade dos produtos acabados para o período que está sendo analisado. Na figura a seguir, podemos ver como o plano mestre da produção se conec- ta com os demais planos que envolvem o contexto produtivo. 123 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONEXÕES DO PMP COM OS OUTROS PLANOS DE PRODUÇÃO Fonte: elaborada pelo autor (2022). #pratodosverem: figura demonstrativa sobre a relação do plano mestre da produção (PMP) com a gestão da demanda, planejamento da capacidade, plano de requisitos dos materiais e plano de produção. Conexões do PMP com os demais planos da produção Quando bem gerenciado, o plano mestre da produção fará um importante papel para melhoria do processo de entregas, prazos e quantidades de pro- dutos a serem ofertados para os clientes, proporcionando uma tomada de decisão mais objetiva, com base em dados e não opiniões sem fundamenta- ção ou intuição simples. 5.2.1 FUNÇÃO DO PLANO MESTRE De forma objetiva, os principais objetivos do plano mestre da produção são (SLACK, 2013): 124 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Utilizar de forma otimizada os recursos produtivos, sendo eles mão de obra, equipamentos, máquinas e materiais. • Melhorar o nível de atendimento ao cliente, incluindo a rápida resposta às demandas destes quanto à disponibilidade dos estoques. • Minimizar os investimentos referentes aos estoques de matérias-primas, produtos em processo ou acabados. Para que esses objetivos sejam atingidos, o plano mestre da produção deve- rá satisfazer a demanda dos clientes, atuando nos limites determinados pelo plano agregado, não excedendo a capacidade da operação. Conforme Moreira (2012), os sistemas de planejamento geram variados rela- tórios, sinais e programações para o controle dos estoques segundo suas de- mandas. Diante disso, o plano mestre da produção deverá conter situações que aliem a capacidade produtiva, assim como as constantes oscilações do mercado, realizando o acompanhamento das constantes mutações do âmbi- to internacional que têm impacto nos diferentes níveis de fornecimento. Ainda segundo Slack (2013), o plano mestre da produção serve como um in- dutor do processo de comunicação entre as funções organizacionais e o pro- cesso de planejamento. A gestão da demanda prevê atividades como previsão de demanda, compro- misso de pedidos, entrada de pedidos e distribuição (GONÇALVES, 2020). Se o programador da produção não for devidamente informado sobre as variadas demandas, elas não serão consideradas no plano mestre da produção e, por- tanto, não serão atendidas. 125 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Na manufatura, o programador realiza o programa da produção com base na capacidade disponível, então, na prestação de serviços, é o gerente administrador do departamento ou supervisor que tem essa responsabilidade (SLACK; BRANDON- JONES; JOHNSTON, 2018). O plano mestre da produção torna-se responsável por coordenar a entrada e a demanda do mercado com recursos internos da empresa, de forma a pro- gramar a produção. 5.2. ESTRUTURA DO PLANO MESTRE O plano mestre da produção compreende registros escalonados no tempo de cada produto final, contendo a posição da demanda e estoque disponível para cada item feito (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Com essas informações, é projetado o estoque disponível antecipadamente. Quando o estoque for insuficiente para atender as demandas futuras, as demandas so- licitadas serão atribuídas na linha do plano mestre. A tabela a seguir mostra um exemplo de uma parte do plano mestre da pro- dução para um determinado item. EXEMPLO DE PMP BÁSICO Número da semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Demanda 10 10 10 10 15 15 15 20 20 Estoque disponível 20 10 0 10 0 0 0 0 0 PMP 0 0 10 10 15 15 15 20 20 Em mãos 30 Fonte: adaptado de Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). #pratodosverem: tabela com exemplo de PMP básico. As linhas de registro correspondem a: 126 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO • Primeira linha: pedidos de vendas conhecidos ou qualquer previsão, serão combinados para que ser forme a DEMANDA. • Segunda linha: DISPONÍVEL, é mostrada a quantidade que se espera desse item no estoque no final de cada período semanal. O estoque inicial, na linha EM MÃOS, é colocado separado na base do registro. • Terceira linha: é o programa mestre de produção, em que é mostrado quantos itens devem ser concluídos e disponibilizados em cada semana, buscando satisfazer a demanda. Os programas mestre da produção ou que acompanham a demanda podem ser observados no exemplo a seguir. EXEMPLO DE PMP NIVELADO Número da semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Demanda 10 10 10 10 15 15 15 20 20 Estoque disponível 31 32 33 34 30 26 22 13 4 PMP 11 11 11 11 11 11 11 11 11 Em mãos 30 Fonte: Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018, p. 552). #pratodosverem: tabela com exemplo de PMP nivelado. Nesse caso, o plano mestre da produção irá aumentar conforme o crescimen- to da demanda, visando manter o estoque disponível em 0 (SLACK; BRAN- DON-JONES; JOHNSTON, 2018). Assim, será feito o acompanhamento da demanda, ajustando a provisão de recursos. O plano mestre da produção é alternativo e nivelado para a situação que é mostrada na tabela anterior. Desta forma, a programação nivelada irá envolver o cálculo da quantidade média necessária para completar e nivelar os picos e vales, gerando um esto- que maior que o do plano anterior. O plano mestre da produção fornece informação para a função vendas, refe- rente ao que pode ser prometido para os clientes e quando a entrega poderá ser realizada (MOREIRA, 2012). Essa função vendas poderá definir os pedidos de vendas que são conhecidos, relacionando-os ao plano mestre da produção, fazendo ainda o rastreamento do que está disponível para ser prometido. 127 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EXEMPLO DE PMP NIVELADO INCLUINDO DISPONÍVEL PARA PROMESSA Número da semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Demanda 10 10 10 10 15 15 15 20 20 Pedidos de vendas 10 10 10 8 4 Disponível 31 32 33 34 30 26 22 13 4 DPP 31 1 1 3 7 11 11 11 11 PMP 11 11 11 11 11 11 11 11 11 Em mãos 30 Fonte: Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018, p. 553). #pratodosverem: tabela com exemplo de PMP nivelado incluindo disponível para promessa. Na linha DPP, o plano mestre da produção mostrará a quantidade máxima dispo- nível para qualquer semana em relação aos pedidos de vendas que serão aceitos. 5.2.3. ELABORANDO O PLANO MESTRE Partindo do plano agregado de produção e baseando-se nas previsões de de- manda a médio prazo, ou até mesmo em pedidos confirmados, poderemos es- tabelecer o plano mestre da produção, detalhando no médio prazo – o que pode ser três meses, uma semana cada período (MOREIRA, 2012). Com o estabelecimento do PMP, o compromisso de fabricar e montar é passado para o sistema produtivo. Para a execução do PMP, é necessário que seja anali- sada a necessidade de recursos produtivos, com a finalidade de identificarmos possíveis gargalos de capacidade que inviabilizem o plano quando sua execuçãofor no curto prazo. Alguns elementos são necessários para a elaboração do plano mestre da produ- ção, como o tempo e o registro básico (SLACK, 2013). A variável tempo possui duas dimensões, sendo chamada de período e outra de horizonte. Período Determinada unidade de tempo para cada intervalo do plano. 128 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO Horizonte Também conhecido como amplitude do plano, que deve abranger sua análise. Vamos mostrar, por meio de um exemplo, como operacionalizar os dados de produção. Na tabela a seguir, consta um item produzido para estoque, consi- derando os dois meses seguintes, definidos em períodos semanais. REGISTRO BÁSICO PMP Número da semana Junho Julho 1 2 3 4 1 2 3 4 9 Demanda 70 70 70 70 80 80 80 80 20 Pedidos de vendas 90 60 30 20 0 0 0 0 4 Recebimentos programados 180 11 Estoque projetado 110 40 150 80 0 100 20 120 PMP 180 180 180 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela apresentando registro básico PMP. Para esse exemplo, atribuiremos lotes econômicos de 180 e eles deverão ficar prontos em uma semana, tendo assim um lead time de uma semana. Lotes econômicos Refere-se à quantidade considerada mais econômica, tanto para encomenda da produção quanto da compra. Lead time Compreende o tempo necessário para fabricar, montar ou comprar um determinado material referente a um lote econômico. 129 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O que diferencia esse registro básico do já apresentado nesta unidade é que adotamos os recebimentos programados que compreendem as quantida- des que anteriormente já foram programadas e estão previstas, a entrarem no horizonte determinado do PMP que, no nosso caso, são 180 unidades, que devem estar disponíveis já na primeira semana de junho. O outro foi estoque projetado para períodos futuros, conforme a demanda prevista. Podemos perceber que a lógica de programação está considerando, inicial- mente, a demanda avançando no tempo por meio da previsão da demanda e confirmada, após isso, ela irá retroceder pelo tempo necessário para fabricar ou montar o lote de produção que, no nosso caso, é de uma semana. Observamos, na tabela a seguir, o cálculo das demais semanas. EXEMPLO DE CÁLCULO FINAL DE ESTOQUE Semana Estoque inicial Recebimentos programados Demanda (prevista ou real) Estoque antes do PMP PMP Estoque final 1 0 180 90 110 0 110 2 110 70 40 180 220 3 220 70 150 0 150 4 150 70 80 0 80 1 80 80 0 180 180 2 180 80 100 0 100 3 100 80 20 180 200 4 200 80 120 0 120 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela apresentando exemplo de cálculo final de estoque. Como podemos ver no exemplo apresentado, os estoques variam livremente e a sua produção é realizada em lotes de 180 unidades, quando assim é neces- sário. Caso a empresa prefira manter um estoque de segurança, basta o para- metrizar no sistema, sendo então incorporado no cálculo de determinado das ordens que serão emitidas. 130 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO CONCLUSÃO Nesta unidade, você aprendeu mais sobre o plano mestre da produção. Procura- mos descrever os métodos para prever demanda considerando o plano mestre de produção, assim como identificar os elementos fundamentais para a elabora- ção de um plano mestre da produção, que se mostrou uma ferramenta primor- dial para o planejamento de médio prazo, a fim de organizar as informações que permeiam a necessidade do cliente ligada à demanda pelos produtos, usando a gestão de previsão de demanda para o atendimento pleno de clientes. O plano mestre da produção tem por objetivo transformar os planos produ- tivos estratégicos em produtos e direcionar as operações da empresa para uma melhor utilização de seus recursos e capacidade produtiva, buscando maior efetividade e eficácia. UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 131 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO > Validar a importância de administrar os materiais para o sistema produtivo. > Identificar os métodos para determinar e controlar o estoque de um sistema produtivo. 132 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 6 O PAPEL DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SISTEMA PRODUTIVO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade de aprendizagem, iremos mostrar a importância de adminis- trarmos de forma eficiente e eficaz os materiais do sistema produtivo, além de identificar os métodos para controlar o estoque. A gestão de estoque tem sido uma das principais atividades dentro do con- texto organizacional, necessitando de uma maior atenção em seus processos, pois a alta competitividade e as exigências dos consumidores têm feito as empresas atentarem e adaptarem-se às tendências rapidamente, forçando- -as a melhorar sua performance e agregar valor aos seus produtos e serviços. Diante disso, o estoque e sua gestão têm a função de adequar as empresas no nível exigido pelo mercado, garantindo maior disponibilidade do produto ao consumidor, com menores níveis de estoques, pois o excesso representa um gasto de dinheiro sem necessidade, ou seja, representa assumir um custo que poderá se converter em benefício para a empresa. 6.1. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A administração de materiais é uma atividade que vem ganhando destaque devido ao aumento da competição do mercado (GONÇALVES, 2020). Ela teve maior impulso nos últimos anos, em razão da logística ter se estendido além das fronteiras das empresas, com vistas a atender as expectativas e necessi- dades dos clientes. Tradicionalmente, a administração de materiais tem como objetivo unir os interesses entre as necessidades de suprimentos e otimização dos recursos financeiros para as operações das empresas (SLACK; BRANDON-JONES; JO- HNSTON, 2018). Observando as cadeias de suprimentos das empresas, po- demos verificar que elas têm início com o fornecedor das matérias-primas e passam por um fluxo de transformação para resultar em produtos interme- diários que, por fim, chegarão para consumo nas prateleiras e gôndolas de varejistas e clientes. 133 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.1.1 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS PARA O SISTEMA PRODUTIVO Quando a administração de materiais é bem estruturada, possibilita obter- mos vantagens competitivas por meio da redução de custos, melhorias das condições de compras em negociações com fornecedores, redução de inves- timento em relação aos estoques e maior satisfação dos clientes, assim como de consumidores, em relação aos produtos ofertados pela empresa. Conforme Dias (2019), a administração de materiais compreende o conjunto de decisões com o propósito de garantir a correta gestão de insumos dispo- níveis para a empresa. O principal objetivo da administração de materiais é assegurar o fornecimento dos recursos necessários, planejando, executando e controlando o seu uso, o que fará com que os processos da empresa conti- nuem em execução dentro do prazo e padrão requerido. A administração de materiais envolve toda a cadeia de suprimentos do proces- so produtivo, desde a compra de matéria-prima até a distribuição final do pro- duto acabado, como estoque, distribuição e transporte, compra, almoxarifado. Estoque Cumprimento e supervisão de diretrizes da empresa em relação aos materiais. Distribuição e transporte Gestão do processo de transporte, assim como a distribuição, interna e externa. Compra Administraçãoda compra dos insumos necessários, considerando os processos, pesquisa de preço, pedido, negociação, contratos, entre outros. Almoxarifado Gerenciamento e controle do estoque, organização e acompanhamento da entrada e saída de insumos. 134 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO A administração é dividida em três grandes especialidades, acompanhe. PRINCIPAIS ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Fonte: Gonçalves (2020, p.17). #pratodosverem: diagrama com a relação das áreas de gestão (gestão de estoques; gestão de compras e gestão dos centros de distribuição). As três especialidades complementam-se em um ciclo contínuo que se retro- alimenta, a boa gestão de cada área promoverá a redução de custos. A gestão eficiente da administração é fundamental para o sucesso dos negócios da empresa (GONÇALVES, 2020). Para que isso aconteça, será essencial que exista uma boa administração dos materiais do sistema produtivo. Os materiais são essenciais para que as ativi- dades sejam executadas e os produtos produzidos possam ser comercializa- dos, proporcionando maior rentabilidade para a empresa. Um dos problemas que pode ser recorrente na ineficiência da administração de materiais é a falta de produtos para entregar ao cliente (DIAS, 2019). Isso leva a ou- 135 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 tras adversidades, como o atraso da entrega, ociosidade dos colaboradores, pa- ralização da linha de produção, insatisfação dos clientes e falta de produtividade. Deste modo, a ineficiência da administração de materiais poderá ser um obs- táculo para uma empresa, impactando de forma negativa em vários setores. Uma administração eficiente necessitará de um esforço maior das áreas para uma gestão eficaz, devido à abrangência das cadeias de suprimentos, que dependerá das atividades logísticas, assim sendo melhor desenvolvidas. 6.1.2. CADEIA DE SUPRIMENTOS A cadeia de suprimentos compreende a relação de um conjunto de insta- lações geograficamente deslocadas, interagindo entre si ao mesmo tempo (MOREIRA, 2012). Como, por exemplo, fornecedores de matéria-prima, instala- ções, plantas produtivas, transformadores, montadoras, estoques em trânsito dos produtos intermediários, varejistas e produtos acabados. Conforme Gonçalves (2020), gerenciar a cadeia de suprimentos compreende a coordenação estratégica e sistêmica das funções das empresas tradicionais, assim como ações táticas que passam por essas funções e por meio da cadeia logística, com a possibilidade de aprimoramento da performance das empre- sas a longo prazo e da cadeia de suprimento de forma global. A figura a seguir ilustra a cadeia de suprimentos e os fluxos que a compõem. CADEIA DE SUPRIMENTOS Fonte: Gonçalves (2020, p. 18). #pratodosverem: figura ilustrativa sobre a linha de produção destacando estoque final, matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados, estoque no depósito e estoque na loja e sua relação com fornecedor, fabricantes e varejista. 136 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Uma cadeia de suprimentos compreende fornecedores, almoxarifados, cen- tros de produção, comércio varejista e centros de distribuição, em que o flu- xo de materiais começa com a matéria-prima, em seguida, com os produtos sendo processados e finaliza com os produtos acabados, fluindo ao longo dos pontos da cadeia e redirecionados aos varejistas e clientes. Junto com a cadeia de suprimentos, encontraremos processos de gerencia- mento do fluxo de materiais das matérias-primas até os produtos acabados, sendo a visão integrada de toda a cadeia de suprimentos determinada como gerenciamento da cadeia de suprimentos (GONÇALVES, 2020). Diversas são as definições que procuram diferenciar o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Uma delas é que o gerenciamento comporta um conjunto de atividades usadas de maneira a tornar eficiente a integração dos fornecedores, centros de distribuição, estocagem e fabricantes, a fim de que os produtos sejam feitos na quantidade certa, no local correto e no momento oportuno, com vistas a reduzir custos e ter maior satisfação dos níveis de serviços prestados aos clientes da empresa. Devidamente, o que se busca é o ajuste do fluxo de materiais e serviços du- rante toda a rede de suprimentos, em que os principais entes de gestão serão indicados na figura a seguir. 137 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PRINCIPAIS ENTES DE GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Fonte: Gonçalves (2020, p. 18). #pratodosverem: diagrama entre o lado do fornecimento e da demanda. O fluxo de materiais está direcionado para o abastecimento de cada elo da ca- deia de forma contínua, devendo realizar, de maneira puxada, assim, a deman- da do estágio anterior será definida com uma base na demanda do estágio precedente, sintonizando-a. Em outras palavras, interligando toda a cadeia. O fluxo de informações sustenta todo o processo de abastecimento puxado, em que, com base nas informações que discorrem durante a cadeia de supri- mentos de jusante para montante, é possível determinar um processo de abas- tecimento de forma adequada para as exigências dos diversos elos da cadeia. O desempenho da cadeia de suprimentos pode ser mensurado partindo de sua gestão, examinando quatro fatores (DIAS, 2019): • Qualidade dos produtos e serviços ofertados. • Mix de produtos e serviços flexíveis. • Capacidade de atender de forma eficiente e rápida as demandas dos clientes. • Redução dos custos de produção e maximização dos resultados operacionais. 138 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Caso a cadeia de suprimentos não seja integrada, o seu ciclo de reposição se torna muito elevado. Este ciclo representará o tempo necessário para que o produto saia do produtor até sua disponibilização para o consumidor final. Por ser elevado, o custo torna-se oneroso e, por consequência, tem-se a en- trega do produto para o cliente final com um preço mais elevado (MOREIRA, 2012). Esse ciclo vem sendo trabalhado para ser diminuído, especialmente se considerarmos que, agora, a definição do preço passa a ser uma decisão que poderá ser atribuída ao cliente final. 6.1.3. MATERIAL RESOURCE PLANNING O material requirements planning (MRP) ou manufacturing resources planning (MRP II) são sistemas presentes na administração da produção considerada de grande porte, sendo implementados nas organizações em todo o mundo, desde a década de 1970 (DIAS, 2019). Segundo Gonçalves (2020), os principais objetivos dos sistemas de cálculos de necessidades é permitir o cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos realizados pelos clientes com uma formação mínima de estoques, planejar as compras e produzir itens componentes para sejam realizadas nos momentos e quantidades certas, nem mais, nem menos, nem antes, nem depois. Um sistema de administração da produção precisa conectar-se aos objetivos es- tratégicos da organização. Assim, o MRP possui maior aplicabilidade nas organi- zações, tendo como foco estratégico aspectos técnicos relacionados ao cumpri- mento de prazo e redução de estoques. Desta forma, o MRP tem como princípio básico o cálculo das necessidades de materiais, compreendendo as quantidades e o momento que serão precisos. Essa técnica foi viabilizada pelo avanço da tecnologia e uso dos computadores. Na lógica, no MRP, os produtos acabados ou pelas demandas de reposição são definidos como produtos com uma demanda independente, em que a deman- da é definida conforme o sistema de produção, segundoa necessidade dos clientes e do mercado. Iniciamos esse processo partindo das informações de quanto e quando o cliente de- sejará consumir. O MRP distribui essas informações para cada item que compõe o produto final. A figura a seguir permitirá visualizar as operações dos sistemas de MRP. 139 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA MRP Fonte: Dias (2019, p. 25). #pratodosverem: diagrama mostrando todos os elementos do sistema MRP e suas interrelações. Conforme a figura, os elementos do MRP compreendem (DIAS, 2019): Programa mestre de produção Tem como base a carteira de pedidos dos clientes e previsões de demanda. O programa orienta todo o sistema MRP com as informações referentes ao produto final. Em outras palavras, definem- se os componentes e quando serão agregados ou transformados. Lista de materiais São os chamados ingredientes que irão preparar o MRP, contendo as quantidades exatas de matérias-primas, componentes e as sub-rotinas que determinarão a confecção do produto final. 140 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Registros de inventário Possibilitam identificar as posições dos estoques e pedidos ainda em aberto, de forma que se possa obter as necessidades líquidas dos materiais. Programa MRP Tem como base as necessidades do produto final, sendo especificadas no programa mestre de produção as informações necessárias das listas de materiais. Relatórios e dados de saída Com o ciclo do programa MRP completado, o sistema produzirá relatórios e informações necessárias para o gerenciamento de todo o processo logístico e da manufatura. Um dos conceitos importantes para a concepção do sistema MRP é a natu- reza da demanda, podendo ser dependente ou independente. A demanda dependente é quando um item faz parte ou é transformado em outro, assim, dependerá do planejamento da produção de outros itens, sendo denomina- do item pai. Já a demanda independente é quando não conseguimos identi- ficar claramente o item pai e, assim, não podemos determiná-lo por meio de cálculos, mas de previsões, como é feito com os produtos acabados. 6.2. SISTEMA DE CONTROLE DE ESTOQUE Os estoques são recursos considerados ociosos, que têm valor econômico e representam uma parte do investimento da empresa que será destinado para incrementar as atividades da produção da empresa. A gestão de estoque dimensiona e avalia os estoques com base não somente no empirismo como também em soluções técnico-científicas. Nesse contex- to, toda empresa deverá gerenciar os estoques determinando a forma mais adequada, buscando definir quanto e quando comprar, tendo controle da vantagem competitiva sobre seus concorrentes. 141 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Controlar os estoques é a busca por otimizar os investimentos, aumentando a utilização dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido em produtos. A finalidade também se refere ao atendimento de vendas das empresas e metas de produção, atendendo uma maior expec- tativa de gastos sendo gerados com a estocagem de produtos. 6.2.1. DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE Dimensionar os estoques adequadamente é essencial para que a organização mantenha condições financeiras melhores (MOREIRA, 2012). Além disso, os es- toques devem possuir níveis suficientes para munir as demandas exigidas. No ambiente empresarial atual, de alta competição e maior pressão para re- duzir os níveis de estoques, tem sido uma necessidade para as empresas, de- vido ao percentual elevado dos custos que os estoques oneram. As empresas têm necessidade crescente de aperfeiçoar o controle dos níveis de estoque em suas cadeias de suprimentos, sendo que a baixa qualidade das informações decorrentes de saldos de estoque ocasionará atrasos no for- necimento ou até mesmo paradas de produção, entre outros fatores. Desta forma, é necessário dimensionar a manutenção do nível de estoque que seja adequado ou confiável para propor uma obtenção de diferenciais competiti- vos para sobrevivência no mercado. Gerenciar estoques de forma adequada compreende equilibrar a disponibilidade do produto ou serviço ao consumidor, tanto interno quanto externo, com custos decorrentes de abastecimento. Em outros aspectos, busca atender as necessidades de diminuir os custos relacionados para aumentar o nível de serviços exigidos pelo cliente (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Gerir o estoque torna-se uma prática fundamental para reduzir e controlar os custos totais, além de otimizar o nível de serviço ofertado pela empresa. 142 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO A política de estoques é a definição de um conjunto de normas, procedimen- tos e diretrizes, servindo de parâmetro para a execução e gerenciamento das atividades em relação aos estoques. O principal objetivo da política de esto- ques é determinar um equilíbrio entre o estoque e o consumo, otimizando a produtividade e minimizando os custos, proporcionando também um nível satisfatório de serviço ao cliente. Se considerarmos o cenário de incerteza, uma das mais seguras e confiáveis para a gestão é implantar uma política de estoques adequada, em que a ad- ministração da organização determinará ao departamento responsável pelo controle de estoques um planejamento com objetivos que deverão ser atin- gidos, ou seja, definir padrões que servirão para direcionar os gestores com critérios para a medição da performance do departamento. Esse programa também é conhecido como políticas ou diretrizes de estoque que, de forma geral, poderá contemplar (GONÇALVES, 2020): • As metas referentes ao tempo de entrega dos produtos. • A quantidade de almoxarifados ou depósitos, assim como a lista de materiais que serão estocados. • Os níveis em que irão flutuar os estoques para o entendimento das altas e baixas das vendas ou identificação de alteração do consumo. • O ponto em que poderão ser especulados os estoques, podendo ser feita a compra antecipada a preços menores ou compras em maiores quantidades a obtenção de descontos. • A rotatividade de estoques. As políticas são fundamentais para um bom funcionamento da gestão de es- toques, auxiliando significativamente o dimensionamento, sendo importante destacar que são definidas conforme a necessidade da empresa, dando um pouco mais de destaque ao dimensionamento de estoque. 143 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.2.2. AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES Os estoques representam uma parcela significativa de valor econômico dos ativos das organizações, podendo ser classificados em (DIAS, 2019): Estoques de produtos em processo Quando os produtos ainda se encontram em processo de fabricação. Estoques de matéria-prima São usados para o processo de produção de produtos acabados. Estoques em trânsito Itens que já se encontram expedidos, porém ainda não chegaram em seus destinos. Estoques de produtos acabados Produtos já finalizados, prontos. Estoques em consignação Produtos ou materiais que são pagos conforme a venda. Os materiais comprados ou fabricados deverão fazer parte do estoque, sen- do contabilizados pelo seu custo individual. O custo do estoque poderá ser calculado de três formas para que seja contabilizado no balanço da empresa (GONÇALVES, 2020): • Método do valor do custo médio. • Método PEPS (o primeiro que entra é o primeiro que sai). • Método UEPS (o último que entra é o primeiro que sai). 144 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicadano D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Conforme a legislação contábil brasileira, os métodos de custo médio e PEPS são os únicos que podem ser aceitos como demonstrativos de resultados de uma organização. A seguir exemplificaremos os três métodos. EXEMPLO PARA APLICAR OS MÉTODOS DE CUSTO MÉDIO, PEPS E UEPS DATA 01/JUNHO 10/JUNHO 15/JUNHO 19/JUNHO 24/JUNHO 30/JUNHO HISTÓRICO Entrada Entrada Entrada Saída Saída Saída QUANTIDADE 400 600 300 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 QUANTIDADE 600 300 200 PREÇO UNIT. VALOR Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela de exemplo contendo entrada e saída de um determinado estoque. Com a aplicação do método de custo médio, teremos: APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTO MÉDIO NO EXEMPLO EXPOSTO DATA 01/JUNHO 10/JUNHO 15/JUNHO 19/JUNHO 24/JUNHO 30/JUNHO HISTÓRICO Entrada Entrada Entrada Saída Saída Saída MM QUANTIDADE 400 600 300 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 4.600,00 QUANTIDADE 600 300 200 1.100,00 PREÇO UNIT. 3,67 3,67 3,67 VALOR 2.202,00 1.101,00 734,00 4.037,00 QUANTIDADE 400 1.000 1.300 700 400 200 200 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 3,67 3,67 3,67 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 2.569,00 1.468,00 734,00 734,00 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela de exemplo com aplicação do método de custo médio. 145 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já com a aplicação do método PEPS, em que o primeiro que entra é o primei- ro a sair, teremos: APLICAÇÃO DO MÉTODO PEPS NO EXEMPLO EXPOSTO DATA 01/JUNHO 10/JUNHO 15/JUNHO 19/JUNHO 19/JUNHO 24/JUNHO 30/JUNHO 30/JUNHO HISTÓRICO Entrada Entrada Entrada Saída Saída Saída Saída Saída MM QUANTIDADE 400 600 300 1.300 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 4.600,00 QUANTIDADE 600 200 300 100 100 1.100,00 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 3,50 3,50 5,00 VALOR 1.000,00 700,00 1.050,00 350,00 500 4.037,00 QUANTIDADE 400 1.000 1.300 900 700 400 300 200 200 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 3,67 4,14 4,18 4,60 5,00 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 3.825,00 2.898,00 1.672,00 1.380,00 1.000 1.000 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela de exemplo com aplicação do método PEPS. E, por fim, o método UEPS, no qual o último a entrar é o primeiro a sair. APLICAÇÃO DO MÉTODO UEPS NO EXEMPLO EXPOSTO DATA 01/JUNHO 10/JUNHO 15/JUNHO 19/JUNHO 19/JUNHO 24/JUNHO 30/JUNHO HISTÓRICO Entrada Entrada Entrada Saída Saída Saída Saída MM QUANTIDADE 400 600 300 1.300 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 4.600,00 QUANTIDADE 300 300 300 200 1.100,00 PREÇO UNIT. 5,00 3,50 3,50 2,50 VALOR 1.500,00 1.050,00 1.050,00 500,00 4.100,00 QUANTIDADE 400 1.000 1.300 1.000 700 400 300 300 PREÇO UNIT. 2,50 3,50 5,00 3,67 4,14 4,18 4,60 VALOR 1.000,00 2.100,00 1.500,00 3.825,00 2.898,00 1.672,00 1.380,00 1.380,00 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela de exemplo com aplicação do método UEPS. Após a definição desses métodos é importante avaliarmos o giro do estoque, que corresponde ao número de vezes que o estoque é consumido em sua totalidade em um determinado período. Nas empresas, é bastante utilizado o giro de estoque por ano (DIAS, 2019), calculado da seguinte forma: 146 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Nesse caso, quanto maior for a rotatividade do estoque, será melhor para a empresa, pois sinalizará que ela está vendendo mais. Contudo, não podemos avaliar somente por esses dados, devemos considerar os custos relacionados às compras, transporte e manuseio, que poderão aumentar conforme o giro aumente, se comparados com os custos de estoques que tenderão a diminuir com um maior giro. A cobertura de estoque compreende o período em que o estoque atual aten- de a demanda do mercado sem a necessidade de reposição (DIAS, 2019). Já a acuracidade de estoque é a relação entre a quantidade física atual do estoque e a quantidade lançada nos registros de controle. Esses registros são lançados a cada movimentação de entrada e saída do estoque. O valor da acuracidade é definido em percentual, em que o ideal é obter-se 100%. Calculamos a acuracidade do estoque da seguinte forma (DIAS, 2019): A acuracidade poderá ser calculada por meio do valor do estoque total, famí- lia de produtos e até mesmo pela classificação dos itens da curva ABC. 147 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A curva ABC é uma classificação que categoriza os materiais conforme sua representatividade em relação ao seu valor monetário relaxado no estoque. O objetivo do método é identificar os materiais mais significativos da empresa estocados, assim, pode-se tomar medidas gerenciais e controles mais precisos e constantes. Para a sua construção, são necessários três elementos básicos (GONÇALVES, 2020): • Relação dos itens estocados. • Conferência do consumo anual ou estoque médio de cada item que será classificado. • Preço unitário de cada item que será classificado. A classificação dos itens em ordem são: • Classe A - 20% dos itens que possuem o valor de consumo mais elevado. • Classe B - 30% dos itens seguidos dos classificados em A. • Classe C - 50% dos itens seguidos dos classificados em B, ou seja, os demais itens. Para melhor entender, considere os seguintes dados de 20 itens selecionados. 148 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO VALORES DE SAÍDA DE ESTOQUE EM RELAÇÃO AO CUSTO UNITÁRIO ITEM DEMANDA ANUAL CUSTO UNITÁRIO R$ VALOR DO CONSUMO R$ 1 14.900 2,00 29.800,00 2 6.400 5,00 32.000,00 3 3.900 7,00 27.300,00 4 2.900 18,00 52.200,00 5 1.400 6,00 8.400,00 6 2.600 25,00 65.000,00 7 1.100 44,00 48.400,00 8 700 31,00 21.700,00 9 300 65,00 19.500,00 10 80 120,00 9.600,00 11 100 150,00 15.000,00 12 1.500 37,00 55.500,00 13 2.400 75,00 180.000,00 14 1.800 65,00 117.000,00 15 900 28,00 25.200,00 16 100 243,00 24.300,00 17 1.000 57,00 57.100,00 18 2.900 4,00 11.600,00 19 1.500 15,00 22.500,00 20 900 142,00 127.800,00 Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela demonstrando a relação de item, demanda, custo unitário e valor do consumo. Para classificarmos em ABC, determinamos em ordem decrescente o valor do consumo dos itens juntamente com a sua soma acumulada e o percentu- al de representatividade dos itens. 149 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONSTRUÇÃO DA CURVA ABC ITEM DEMANDA ANUAL CUSTO UNITÁRIO R$ VALOR DO CONSUMO R$ VALOR ACUMULADO R$ % ACUMULADO 13 14.900 2,00 29.800,00 180.000,00 18,95% 20 6.400 5,00 32.000,00 308,800,00 32,40% 14 3.900 7,00 27.300,00 424.800,00 44,72% 6 2.900 18,00 52.200,00 489.800,00 51,56% 17 1.400 6,00 8.400,00 546.900,00 57,57% 12 2.600 25,00 65.000,00 602.400,00 63,42% 4 1.100 44,00 48.400,00 654.600,00 68,91% 7 700 31,00 21.700,00 703.000,00 74,01% 2 300 65,00 19.500,00 735.000,00 77,38% 1 80 120,00 9.600,00 764.800,00 80,51% 3 100 150,00 15.000,00 792.100,00 83,39% 15 1.500 37,00 55.500,00 817.300,00 86,04% 16 2.400 75,00 180.000,00 841.600,00 88,60% 19 1.800 65,00 117.000,00 864.100,00 90,97% 8 900 28,00 25.200,00 885.800,00 93,25% 9 100 243,00 24.300,00 905.300,00 95,30% 11 1.000 57,00 57.100,00 920.300,00 96,88% 18 2.900 4,00 11.600,00 931.900,00 98,11% 10 1.500 15,00 22.500,00 941.500,00 99,12% 5 900 142,00 127.800,00 949.900,00 100,0% Fonte: elaborada pelo autor (2023). #pratodosverem: tabela demonstrando a relação de item, demanda, custo unitário, valordo consumo, valor acumulado e percentual do valor acumulado. O método da curva ABC usado na gestão de estoques pode ser feito visando tanto o consumo quanto os itens em estoque. O exemplo usado foi a de curva ABC visando consumo. 150 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO 6.2.3. LOTE ECONÔMICO E DECISÕES DE COMPRA Decidir se a empresa irá estocar ou não um determinado material ou produ- ção é algo básico para o volume de estoque em qualquer instante. Para tomar essa decisão, é importante observar o seguinte (DIAS, 2019): • Vale a pena, economicamente falando, estocar esse item? • É de interesse da empresa estocar o item indicado como antieconômico para satisfazer o cliente da empresa, ou seja, para melhorar o relacionamento com ele? A primeira questão poderemos analisar matematicamente. Podemos afirmar que não será econômico estocar um material ou produto se excederá o seu custo de compra. Outro aspecto diz respeito ao fato de que não será econômi- co estocar itens quando a média de consumo da produção, ou necessidades dos clientes, apresentar um excesso que represente a metade da quantidade econômica do pedido. A segunda questão é uma decisão mais difícil, pois é impossível atribuirmos um valor exato em dinheiro sobre a satisfação dos clientes. Algo que poderá resultar em um problema é que o tempo necessário para adquirir poderá ser maior que o desejado. Diante disso, teremos que tomar a decisão conside- rando item por item, referente ao custo de fabricação na base do pedido por pedido. Deve-se destacar que existem diversas formas e métodos para se calcular o lote econômico de compra, contudo, será considerado o estoque sempre dis- ponível, quando se deseja efetuar qualquer compra. O cálculo é o seguinte (DIAS, 2019): Onde: • LEC: lote econômico de compra; • Cp: custo referente a um pedido; 151 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • D: demanda referente ao período T; e • Ca: custo unitário de armazenagem. Vamos entender melhor por meio de um exemplo. Digamos que uma em- presa possui uma demanda anual de 2.600 unidades, em que o custo para realizar um pedido é R$ 3,60, enquanto o custo para armazenamento de uma unidade do item por ano é R$ 1,40. Assim, calculamos: Conforme o cálculo mostrou, temos um lote econômico de compra de 98 itens, portanto, para diminuirmos os custos de estocagem e aquisição, deve- remos respeitar essa quantidade para cada pedido que será realizado. Caso necessitemos determinar o número de pedidos, podemos fazê-lo relacionan- do a demanda ao lote econômico de compras já calculado. Com essa relação, conseguimos determinar que para a gestão de estoques, o mais econômico quando for adquirir estoque junto ao fornecedor é que serão necessários 26 lotes contendo 98 itens cada, otimizando os custos da empresa. 152 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 PROJETO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CONCLUSÃO Esta unidade teve como objetivo mostrar por qual razão é fundamental para o processo produtivo uma administração dos materiais e a definição de práti- cas que levam a uma melhor gestão de estoque. As empresas têm gerenciado sua administração de materiais considerando a demanda do mercado, integrando-a a sua cadeia de suprimentos e, com isso, apresentando um diferencial competitivo para o mercado. Ao dimensionarmos os estoques, fazemos a correlação direta entre a depen- dência ou não do comportamento da demanda com o da oferta. Observamos o quanto é importante para a empresa realizar parcerias entre fornecedor e comprador para gerir os seus estoques, em que as tendências poderão tornar essa atividade mais produtiva e competitiva para a cadeia de suprimentos. 153 PROJETOS E OPERAÇÕES DE SISTEMA DE PRODUÇÃO MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS ARAUJO, C. A. C.; RENTES, A. F. A metodologia Kaizen na condução de processos de mudança em sistemas de produção enxuta. Revista Gestão Industrial, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 126-135, 2006. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/119/116. Acesso em: 5 nov. 2022. FEIDEN, A.; ALMEIDA, D. L.; VITOI, V.; ASSIS, R. L. Processo de conversão de sistemas de produção convencionais para sistemas de produção orgânicos. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 19, n. 2, p. 179-204, maio/ago. 2002. https://www.ciorganico.agr.br/wp-content/uploads/2013/09/8803- 29194-1-PB.pdf. 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Classificação dos sistemas de produção 1.2. Implantando um sistema produtivo 2 PROJETO E OPERAÇÕES DO SISTEMA DE PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 2.1. Projeto do sistema de produção 2.2. Operações do sistema de produção 3 PLANEJANDO A PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 3.1 Planejamento hierárquico da produção 3.2 Planejamento agregado 4 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE PRODUTIVA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 4.1 Medições da capacidade produtiva 4.1.1 Medição por meio da produção 4.1.2 Medição por meio do insumo 4.1.3 Indicadores da capacidade produtiva 4.2 Abordagem sistemática relacionada às decisões da capacidade produtiva 4.2.1 Estimar as necessidades de capacidade 4.2.2 Identificação das faltas de capacidade 4.2.3 Desenvolvimento e avaliação das alternativas 5 PLANO MESTRE DA PRODUÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 5.1 Previsão da demanda 5.1.1 Métodos de previsão de demanda 5.1.2 Sazonalidade 5.1.3. Demanda dependente do programa mestre 5.2 Planejamento mestre da produção 5.2.1 Função do plano mestre 5.2. Estrutura do plano mestre 5.2.3. Elaborando o plano mestre 6 O PAPEL DA GESTÃO DE ESTOQUE NO SISTEMA PRODUTIVO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 6.1. Administração de materiais 6.1.1 A importância da administração de materiais para o sistema produtivo 6.1.2. Cadeia de suprimentos 6.1.3. Material Resource Planning 6.2. Sistema de controle de estoque 6.2.1. Dimensionamento e controle de estoque 6.2.2. Avaliação dos estoques 6.2.3. Lote econômico e decisões de compra