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Artrite Reumatóide
.......... Rodízio 1 Febre, inflamação e infecção – Prof Bruno ..........
Objetivos de aprendizagem:
1- Fisiopatologia
2- Critérios diagnósticos
3- Quadro clínico
4- Diagnósticos diferenciais
5- Tratamento
Introdução
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, comum, que afeta homens e mulheres em todas as idades e que apesar de poder acometer diversos órgãos e sistemas, sua apresentação clínica é caracterizada pelo envolvimento das articulações num processo insidioso que, frequentemente resulta em deformidades.
Curso tipicamente intermitente, com períodos de remissão e atividade, mas sempre com processo de lesão tecidual.
A patologia afeta especialmente a membrana sinovial e cartilagem, podendo acometer os ossos, causando erosão óssea, com posterior deformidade óssea, que é o marco fundamental da doença.
Existe predisposição genética que embora não explique totalmente a patogênese (gêmeos homozigóticos apresentam concordância de apenas 15 a 30% da doença). È sabido que se associa com o HLA (antígeno leucocitário humano).
História familiar de parente de primeiro grau com AR aumenta de 2 a 10 vezes mais a chance de desenvolver a doença na população geral.
Objetivo 1 ...................... ............ 
A lesão histológica básica da AR é a sinovite, inflamação da membrana sinovial, esse tecido inflamatório sinovial em proliferação é chamado de pannus e recobre as superfícies intra- articulares, lesando a cartilagem articular e tecido ósseo subjacente. A destruição de cartilagem, ossos e ligamentos leva a produção da enzima proteolítica colagenase.
A AR pode ser considerada uma doença sistêmica imunomediada e multifatorial, resultando das interações de fatores genéticos e exposições ambientais específicas.
Fumantes ACPA (proteínas humanas citrulinadas) - positivos tem risco 20 vezes maior de desenvolver AR. Mulheres têm maior frequência e isso pode estar atrelado ao efeito inflamatório do estrogênio. A obesidade se relaciona com a secreção de citocinas pró inflamatórias pelos adipócitos. E, por fim, infecções virais, periodontite e disbiose tem sido relacionadas aos processos de ativação ou desenvolvimento de mecanismos imunológicos de indivíduos predispostos à AR.
Três fatores têm se mostrado fundamentais à etiopatonogênese: (1) quebra de tolerância imunológica relacionada a (2) gatilhos ambientais na superfície das mucosas, por exemplo, fumaça gerada pelo tabagismo e (3) variantes genéticas em moléculas que controlam a resposta imune.
Estudos demonstram que a presença de inflamação de mucosas em indivíduos com AR, sugere a estimulação imunológica a nível de mucosas. O desencadeamento da autoimunidade e autoatígenos citrulinados ocorre nos pulmões e em outras superfícies mucosas após a exposição a agentes ambientais nocivos, como a fumaça do tabaco. Em pacientes portadores do HLA-SE, o cigarro acelera as reações de citrulinização em proteínas pulmonares, o que dispara a produção de autoanticorpos, uma vez aumentam a expressão da enzima peptidial arginina deiminase (PAD), essas enzimas alteram peptídeos próprios ao transformar arginina em citrulina (citrulinização) que resulta em neopítopos e aparecimento de ACPA. 
TABACO –> AUMENTO PAD –> CITRULINIZAÇÃO –> ACPA –> ATIVAÇÃO TCD4+ -> RESPOSTA IMUNE EXARCEBADA
Peptídeos citrulinados se adaptam melhor ao sulco de ligação da molécula HLA-DR e são apresentados aos linfócitos T CD4 +, ativando-os de uma forma muito mais eficiente que proteínas não alteradas. Uma vez iniciada a resposta imune, na maioria dos pacientes ela não desaparece. Linfócitos T-CD4+ hiperestimulados migram para a membrana sinovial, atraindo e ativando macrófagos e linfócitos B. Com a ativação de linfócitos B, temos em consequência a produção de anticorpos contra peptídeos citrulinados das proteínas, como alfaenolase, fibrinogênio, histona, colágeno, vimentina e fibronectina. Estes anticorpos podem ser patogênicos por si só, podem ativar macrófagos ou ainda ativar os osteoclastos.
Outro autoanticorpo produzido é o Fator Reumatóide, o FR é um autoanticorpo do tipo IgM mas que também pode ser IgG ou IgA que reconhece a porção fc de anticorpos IgG, formando imunocomplexos com estes.
Dois fenômenos precedem a doença clínica: a ativação e migração de linfócitos T CD4+ para órgãoes linfóides secundários, e a produção de autoanticorpos como ACPA ou FR. Autoanticorpos são identificados vários anos antes da apresentação clínica da doença, e ao longo dos anos aumenta a expansão dos epítotos reconhecidos pelo sistema imune, o que contribui para exarcebação da doença estabelecida.
Para a progressão clínica da doença, há um segundo sinal (ainda desconhecido) e migração dos linfócitos T CD4+ ativados dos órgãos linfóides secundários (baço e linfonodos) para a membrana sinovial, aonde será desencadeada a resposta imunológica pela infiltração de células de resposta imune inata (monócitos, neutrófilos, mastócitos, células dendróticas e células linfoides) e pela resposta imune adaptativa (células T Helper 1, T helper 17, linfócitos B e plasmócitos), resultando em osteoclastogênese e catabolismo de condrócitos. 
Objetivo 2 ..................... ............ 
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico da AR e iniciado um medicamento modificador do curso da doença (DMARD), mais fácil será o controle da doença e melhor o seu prognóstico. O diagnóstico de AR deve ser considerado em todo paciente que apresente envolvimento poliarticular, particularmente quando simétrico e acompanhado de rigidez matinal prolongada (> 1 hora). Artrite de três ou mais regiões, especialmente quando acometendo as mãos/punhos e pés, por mais de seis semanas, é um forte indicativo dessa enfermidade. 
Os exames laboratoriais na AR são úteis para a elaboração diagnóstica e para monitoramento da atividade de doença, enquanto os exames de imagem também permitem avaliação do dano articular. 
A presença de marcadores inflamatórios (VHS e/ou PCR) e imunológicos (FR e/ou ACPA) alterados reforça o diagnóstico de AR. 
Fator reumatoide: é um autoanticorpo direcionado contra a fração Fc da imunoglobulina G (IgG) humana. Sua sensibilidade para o diagnóstico de AR fica entre 65% e 73%, enquanto a especificidade fica por volta de 80%. Pode estar presente em situações diversas de estímulo crônico do sistema imune, como doenças autoimunes e infecções crônicas, assim como em idosos sadios (nesse caso, geralmente em títulos baixos). Na presença de poliartrite crônica, os títulos mais altos de FR são bastante específicos e correlacionam-se com doença de pior prognóstico, erosões ósseas e manifestações extra-articulares. Não existe recomendação para seu uso como maneira de monitorar a doença. 
Anticorpos antiproteínas citrulinadas: o teste mais usado é o antipeptídeo cíclico citrulinado (anti-CCP). Tem sensibilidade semelhante à do fator reumatoide, mas apresenta alta especificidade (acima de 90%), sendo, portanto, útil em situações de diagnóstico diferencial de poliartrites e outras situações que apresentem fator reumatoide positivo (p. ex., pacientes com hepatite viral). Porém, sua presença também já foi descrita em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e com artrite psoriásica e até mesmo tuberculose. 
Para a avaliação da atividade inflamatória, a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C-reativa (PCR) são os testes mais empregados e estão incluídos no cálculo de índices compostos de atividade de doença. A VHS pode ser afetada por diversas variáveis como sexo, idade, anemia e gestação, além de depender de adequada manipulação pré-analítica da amostra. A PCR é mais estável e varia mais rapidamente com a alteração do estado inflamatório. Porém, também pode estar mais elevada em indivíduos obesos. Em decorrência da ampla variação individual que se observa na prática clínica, recomenda-se o uso inicial de ambos os testes para avaliar qual se relaciona melhor coma atividade inflamatória do paciente. Esse poderá ser então empregado isoladamente no acompanhamento.
Radiografia convencional em decorrência de seu baixo custo, fácil acesso e maior experiência do médico, é o método preferencial para avaliação do dano estrutural da AR, sendo útil tanto para o diagnóstico quanto para o monitoramento regular da progressão da doença e da resposta terapêutica.
Ultrassonografia: recentemente, a ultrassonografia com power Doppler vem assumindo um papel cada vez mais importante na avaliação da AR, tanto para o diagnóstico quanto para o monitoramento da atividade inflamatória de doença e dos sinais de dano articular.
Ressonância magnética: método muito sensível para demonstrar alterações sugestivas de AR, como edema ósseo, tenossinovite, erosões e dano da cartilagem. Entretanto, seu alto custo, falta de padronização e relativo desconforto do paciente na realização do exame têm limitado seu emprego no nosso meio.
Os critérios classificatórios de AR, propostos pelo ACR-EULAR em 2010, embora úteis na avaliação de um paciente, não devem ser empregados com fins de diagnóstico.
Objetivo 3 ...................... ............ 
A doença geralmente se instala de maneira insidiosa e progressiva. As manifestações clínicas podem ser divididas em articulares e extra-articulares. Como a AR é uma doença sistêmica, é comum a ocorrência de sintomas gerais como fadiga, febre, astenia, mialgia e perda ponderal e poliadenopatia em qualquer fase da doença.
Manifestações articulares:
As manifestações articulares da AR podem ser divididas em: 
Manifestações reversíveis: relacionadas à sinovite inflamatória em sua fase inicial. 
Danos estruturais irreversíveis: deformidades causadas pela sinovite persistente, destruição óssea e cartilaginosa, imobilização e alterações musculares, tendíneas e ligamentares.
A queixa clínica é de dor, edema e limitação dos movimentos das articulações acometidas. Ao exame físico, observam-se presença de dor e edema das articulações e, eventualmente, sinais de derrame intra-articular. Articulações profundas, como quadris e ombros, podem não mostrar sinais evidentes de inflamação ao exame.
Características da artrite: 
-Acometimento poliarticular: geralmente mais de quatro articulações estão envolvidas. No entanto, a doença pode ser oligo ou até monoarticular. 
-Artrite em mãos: o acometimento de punhos, metacarpofalangeanas (MCF) e interfalangeanas proximais (IFP) é frequente, desde o início do quadro. O acometimento das interfalangeanas distais (IFD) é raro, o que é útil para diferenciar a AR de outras condições, como a osteoartrite e a artrite psoriásica. 
-Artrite simétrica: acometimento simétrico das articulações dos dois lados do corpo é a regra, embora nos casos das MCF e metatarsofalangeanas (MTF), a simetria não necessite ser completa. 
-Artrite cumulativa ou aditiva: a sinovite costuma ter padrão cumulativo (acometer progressivamente novas articulações, sem deixar de inflamar as anteriormente afetadas). 
-Rigidez matinal: rigidez matinal prolongada, caracterizada por enrijecimento e sensação de edema, percebida sobretudo pela manhã, é um aspecto quase universal da inflamação sinovial. Diferente da breve rigidez observada na osteoartrite (5 a 10 minutos), no caso das doenças inflamatórias, a rigidez dura mais de 1 hora. Esse fenômeno relaciona-se à imobilização que ocorre durante o sono ou repouso e não à hora do dia. A duração tende a se correlacionar com o grau da inflamação, sendo um parâmetro que deve ser documentado para acompanhar a evolução da doença.
Manifestações em articulações específicas:
-Mãos: mãos e punhos são acometidos em quase todos os pacientes com AR. A sinovite habitualmente envolve os punhos, MCF e IFP. As articulações IFD podem estar comprometidas, mas geralmente são poupadas. As características clínicas desse acometimento são alargamento e edema das articulações afetadas e, posteriormente, atrofia dos músculos interósseos, achados que configuram a chamada “mão reumatoide”. Deformidades podem se estabelecer nas fases mais avançadas, sendo as mais típicas, mas não patognomônicas, o desvio ulnar das MCF e radial dos punhos, o dedo em pescoço de cisne (hiperextensão da IFP e flexão da IFD) e o dedo em boutonnière ou casa de botão (flexão da IFP e hiperextensão da IFD). Outra manifestação decorrente da artrite em mãos são as compressões de nervos periféricos em decorrência da sinovite dos tendões do punho, como a síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo mediano) e a síndrome do canal de Guyon (compressão do nervo ulnar). Tenossinovites estenosantes ocasionando dedo em gatilho e rupturas tendíneas também podem ser observadas. 
-Ombros: sinais inflamatórios típicos não são facilmente detectáveis ao exame físico do ombro. Habitualmente, o achado objetivo é a perda de mobilidade pela restrição por dor, podendo evoluir para a síndrome do “ombro congelado” (capsulite adesiva). 
-Cotovelos: ao contrário dos ombros, os sinais de inflamação e derrame articular são facilmente percebidos ao exame físico do cotovelo. Precocemente, pode haver bloqueios à extensão ou flexão do cotovelo, bem como à pronossupinação, que podem evoluir para limitação permanente. Neuropatias compressivas (ulnar) também são observadas. 
-Coluna cervical: o envolvimento da coluna cervical é comum (15% a 90% dos casos), mas a coluna torácica, lombar e sacroilíacas são geralmente poupadas. A manifestação mais precoce é a cervicalgia, com rigidez ao exame físico. Pode ocorrer instabilidade C1-C2 por tenossinovite do ligamento transverso de C1, levando, em graus extremos, à subluxação atlantoaxial, com mielopatia cervical. Os sintomas dolorosos e o acometimento neurológico não estão necessariamente associados. 
-Quadris: o envolvimento dos quadris na AR é relativamente comum, embora, nas fases iniciais, a única alteração ao exame seja a redução da amplitude de movimento das coxofemorais. Sinais inflamatórios não são habitualmente percebidos, pela profundidade da articulação. As queixas dos pacientes incluem dor e limitação para movimentos como calçar sapatos. Com a evolução da doença e destruição cartilaginosa, pode haver bloqueio completo dos quadris e limitação à deambulação. 
-Joelhos: os joelhos são frequentemente acometidos e sinais de edema e derrame são facilmente detectáveis. A herniação posterior da cápsula pode ocasionar um cisto poplíteo, ou cisto de Baker, que pode eventualmente romper-se, produzindo um quadro semelhante à trombose venosa profunda. 
-Pés e tornozelos: as manifestações em pés e tornozelos são frequentes e geralmente bastante incapacitantes, uma vez que são estruturas com a função de suportar peso. A artrite acomete mais as articulações MTF, talonaviculares e tornozelos. Em muitos pacientes, as MTF e interfalangeanas dos artelhos parecem ser as primeiras articulações acometidas, ao menos radiologicamente. Além de deformidades dos dedos, desvios e subluxação das cabeças das MTF em direção à região plantar, a inflamação ocasiona modificação no sistema natural de transmissão de força entre as articulações, causando distúrbios da marcha. Outra alteração encontrada é a compressão do nervo tibial posterior, configurando a síndrome do túnel do tarso. 
-Articulação temporomandibular: o acometimento é relativamente frequente. Pode cursar com cefaleia, dor referida no ouvido e dificuldade de mastigação. 
-Articulação cricoaritenóidea: a lesão da articulação cricoaritenóidea é rara, sendo a sintomatologia mais frequente composta por dor local, disfonia e dor à deglutição. 
-Articulação esternoclavicular: quando acometida, pode-se observar dor e edema sobre a articulação esternoclavicular.
Manifestações extra-articulares 
Embora as manifestações articulares sejam as mais características, a AR pode ocasionar acometimento específico em outros órgãos e sistemas. As manifestações extra-articulares são mais frequentes em pacientes com doença grave e poliarticular, FR positivo e com nódulosreumatoides. Há também uma possível predisposição genética (HLA-DRB1*0401).
São elas: 
-Cutâneas: nódulos reumatóides presentes em cerca de 30% dos pacientes e são nodulações subcutâneas em áreas de pressão, mas que também podem estar presentes no coração, pulmões e olhos que aparecem em qualquer fase da doença.
Outras manifestações cutâneas incluem púrpura palpável, úlceras isquêmicas e equimoses.
-Oculares: conjuntivite sicca, episclerite e esclerite.
-Respiratórias: que podem ser decorrentes da própria AR ou do tratamento e são elas as pneumonias intersticiais, nódulos pulmonares e derrame pleural.
-Cardíacas: efusão pericárdica, aortite, aneurismas, insuficiência aórtica, disfunções valvares, defeitos de condução, miocardiopatia e endocardite asséptica.
-Gastrintestinais: gastrite e úlcera péptica muito ligada a terapia com AINH e esteróides.
-Renais: glomerulonefrite mesangial.
-Hemaológicas: anemia hipocrômica e microcítica com ferritina sérica reduzida e saturação da trasnferrima normal ou baixa e linfadenopatia local ou generalizada. Esplenomegalia.
-Neurológicas: Mielopatia cervical e neuropatias compressivas periféricas (túnel do carpo, túnel do tarso, canal de Guyon).
-Psiquiátricas: a dor crônica, deformidades, incapacidade e limitações contribuem para a ocorrência de depressão e alterações comportamentais, também se associa com fibromialgia. 
-Osteometabólicas: osteopenia e osteoporose. Observa-se desmineralização óssea localizada e global.
Objetivo 4 ...................... ............
Nas poliartrites de início recente, devemos considerar a possibilidade de síndromes virais autolimitadas, em especial parvovírus, hepatite B e C, rubéola e mononucleose infecciosa (Epstein – Barr). Outras hipóteses seriam lúpus, artrite psoriástica e artrite reativa. Boa avaliação clínica costuma revelar a presença de manifestações adicionais dessas doenças.
A gota tofosa crônica pode mimetizar a AR com nódulos, sua diferenciação é feita pela detecção de cristais de ácido úrico na artrocentese. Síndrome de hipotireoidismo se sobrepões a várias manifestações da AR.
Objetivo 5 ...................... ............
O tratamento da AR deve incluir a educação dos pacientes e familiares sobre a doença, o uso de medicamentos específicos, terapias físicas (fisioterapia, terapia ocupacional) e, quando necessário, infiltrações intra-articulares e procedimentos cirúrgicos. O manejo da AR engloba intervenções não farmacológicas, que apresentam impacto significativo na atividade da doença, qualidade de vida e capacidade funcional. A abordagem multidisciplinar ideal deve incluir atividade física/exercícios, fisioterapia, terapia ocupacional, intervenções psicológicas, orientação dietética/nutricional e educação do paciente. O tratamento medicamentoso tem como objetivo o controle da dor e da inflamação articular e sistêmica. Para controle de sintomas, são empregados analgésicos simples, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e glicocorticoides. 
Tanto os AINEs como os glicocorticoides são associados a toxicidade a longo prazo e devem ser utilizados como terapia adjuvante, apenas em períodos de atividade de doença, devendo sempre ser associados a protetores gástricos. 
Em contrapartida, os DMARDs (Drogas modificadoras da doença), devem ser prescritos o mais precocemente possível, logo que estabelecido o diagnóstico. Essa classe de medicamentos atua no controle da atividade inflamatória a longo prazo, prevenindo dano articular e acúmulo de comorbidades.
A escolha do esquema terapêutico deve levar em conta recomendações baseadas em evidências científicas, dados de custo-efetividade e a decisão compartilhada com o paciente. Estratégias terapêuticas baseadas em metas específicas produzem melhores desfechos quanto à atividade de doença, capacidade funcional e dano estrutural radiográfico. A meta a ser alcançada é a remissão ou pelo menos baixa atividade de doença, avaliada por índices compostos de atividade de doença, considerando-se também a resposta obtida em termos de redução nos escores.
As medicações atualmente utilizadas para tratamento da AR no Brasil são as seguintes: 
A. DMARDs sintéticos convencionais: metotrexato, leflunomida, antimaláricos (difosfato de cloroquina e hidroxicloroquina) e sulfassalazina. 
B. DMARDs biológicos: anti-TNF (adalimumabe, certolizumabe pegol, etanercepte, golimumabe, infliximabe), bloqueador da coestimulação do linfócito T (abatacepte), antirreceptor IL-6 (tocilizumabe), anti-CD20 (rituximabe). 
C. DMARDs sintéticos alvo-específicos: tofacitinibe, baricitinibe e upadacitinibe. 
D. Glicocorticoides e AINEs podem ser utilizados em associação aos medicamentos específicos, por curto intervalo de tempo (fases iniciais do tratamento, períodos de agudização/recidiva).
A sequência de tratamento recomendada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia pode ser vista no fluxograma apresentado na Figura 5. 
Antes do início das drogas imunossupressoras, em especial dos DMARDs biológicos, deve ser feito adequado rastreamento para processos infecciosos estabelecidos ou latentes (especialmente tuberculose e hepatites). Durante todo o tratamento o paciente deve ser acompanhado para monitorização de possíveis efeitos colaterais. O tratamento adequado das comorbidades, especialmente das doenças cardiovasculares, deve ser realizado em conjunto com o tratamento da AR.
Referência bibliográfica:
Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia / editores Caio Moreira, Samuel Katsuyuki Shinjo ; editores associados Ivânio Alves Pereira, Michelle Ugolini-Lopes, Vanessa Hax. - 3. ed. - Santana de Parnaíba [SP] : Manole, 2023.
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Artrite Reumatóide
 
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Rodízio 1 Febre, inflamação e infecção 
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Prof Bruno 
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Objetivos de aprendizagem:
 
1
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Fisiopatologia
 
2
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Critérios diagnósticos
 
3
-
 
Quadro clínico
 
4
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Diagnósticos diferenciais
 
5
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Tratamento
 
 
Introdução
 
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, comum, que afeta homens 
e mulheres em todas as idades e que apesar de poder acometer diversos órgãos e sistemas, sua 
apresentação clínica é caracterizada pelo envolvimento das articulações num pr
ocesso insidioso 
que, frequentemente resulta em deformidades.
 
Curso tipicamente intermitente, com períodos de remissão e atividade, mas sempre com 
processo de lesão tecidual.
 
A patologia afeta especialmente a membrana sinovial e cartilagem, podendo acometer os 
ossos, causando erosão óssea, com posterior deformidade óssea, que é o marco fundamental 
da doença.
 
Existe predisposição genética que embora não explique totalmente a patogênese (gême
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s 
homozigóticos apresentam 
concordância de apenas 15 a 30% da doença). È sabido que se 
associa com o HLA (antígeno leucocitário humano).
 
História familiar de parente de primeiro grau com AR aumenta de 2 a 10 vezes mais a 
chance de desenvolver a doença na população geral.
 
 
Objetivo 1
 
......................
 
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A lesão histológica básica 
da AR é a sinovite, inflamação da membrana sinovial, esse tecido 
inflamatório sinovial em proliferação é chamado de 
pannus
 
e recobre as superfícies intra
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articulares, lesando a cartilagem articular e tecido ósseo subjacente. A destruição de cartilagem, 
ossos e ligamentos leva a produção da enzima proteolítica colagenase.
 
A AR pode ser considerada uma doença sistêmica imunomediada e multifatorial, 
resultando das interações de fatores genéticos e exposições ambientais específicas.
 
Fumantes ACPA
 
(proteínas humanas citrulinadas) 
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positivos tem risco 20 vezes maior de 
desenvolver AR.Mulheres t
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m maior frequência e isso pode estar atrelado ao efeito inflamatório 
do estr
o
gênio. 
A obesidade se relaciona com a secreção de citocinas pró inflamatórias pelos 
adipócitos
. E,
 
por fim, infecções virais, periodontite e disbiose tem sido relacionad
a
s aos 
processos de ativação ou desenvolvimento de mecanismos imunológicos de indivíduos 
predispostos à AR.
 
Artrite Reumatóide 
.......... Rodízio 1 Febre, inflamação e infecção – Prof Bruno .......... 
Objetivos de aprendizagem: 
1- Fisiopatologia 
2- Critérios diagnósticos 
3- Quadro clínico 
4- Diagnósticos diferenciais 
5- Tratamento 
 
Introdução 
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, comum, que afeta homens 
e mulheres em todas as idades e que apesar de poder acometer diversos órgãos e sistemas, sua 
apresentação clínica é caracterizada pelo envolvimento das articulações num processo insidioso 
que, frequentemente resulta em deformidades. 
Curso tipicamente intermitente, com períodos de remissão e atividade, mas sempre com 
processo de lesão tecidual. 
A patologia afeta especialmente a membrana sinovial e cartilagem, podendo acometer os 
ossos, causando erosão óssea, com posterior deformidade óssea, que é o marco fundamental 
da doença. 
Existe predisposição genética que embora não explique totalmente a patogênese (gêmeos 
homozigóticos apresentam concordância de apenas 15 a 30% da doença). È sabido que se 
associa com o HLA (antígeno leucocitário humano). 
História familiar de parente de primeiro grau com AR aumenta de 2 a 10 vezes mais a 
chance de desenvolver a doença na população geral. 
 
Objetivo 1 ...................... ............ 
A lesão histológica básica da AR é a sinovite, inflamação da membrana sinovial, esse tecido 
inflamatório sinovial em proliferação é chamado de pannus e recobre as superfícies intra- 
articulares, lesando a cartilagem articular e tecido ósseo subjacente. A destruição de cartilagem, 
ossos e ligamentos leva a produção da enzima proteolítica colagenase. 
A AR pode ser considerada uma doença sistêmica imunomediada e multifatorial, 
resultando das interações de fatores genéticos e exposições ambientais específicas. 
Fumantes ACPA (proteínas humanas citrulinadas) - positivos tem risco 20 vezes maior de 
desenvolver AR. Mulheres têm maior frequência e isso pode estar atrelado ao efeito inflamatório 
do estrogênio. A obesidade se relaciona com a secreção de citocinas pró inflamatórias pelos 
adipócitos. E, por fim, infecções virais, periodontite e disbiose tem sido relacionadas aos 
processos de ativação ou desenvolvimento de mecanismos imunológicos de indivíduos 
predispostos à AR.

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