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TUMORES CUTÂNEOS BENIGNOS NEVOS NEVOMELANOCÍTICOS Lesões pigmentadas compostas por células névicas Diversos tipos de lesões, desde planas, ligeiramente salientes, verrucosas, pedunculadas ou em domo São os mais comuns em caucasianos Surgem na infância, atingem o máximo de desenvolvimento no adulto jovem e sofrem gradual involução até fibrose na vida adulta 1°: máculas planas, de cor uniforme marrom a negro, que aumentam até 4 a 8 mm de diâmetro (nevos juncionais) 2°: as células se aprofundam e formam lesão elevada papulosa pigmentada (nevos compostos) 3°: células névicas se aprofundam ainda mais na derme com diminuição da produção de melanina formando lesões papulosas ou pedunculadas (nevos intradérmicos). A maioria desaparece em torno de 60 anos Classificação o Juncionais: quando as células névicas se situam na derme papilar, junto à camada basal. Geralmente planos. o Intradérmicos: quando é na derme. Geralmente salientes, verrucosos, em domo ou pedunculados. o Compostos: em ambas as localizações. Geralmente salientes ou verrucosos. Tratamento: exérese: 1) por razões de ordem estética, 2) de nevos submetidos a irritação traumática crônica pela sua localização, 3) de nevos localizados em áreas de difícil acompanhamento de possíveis alterações morfológicas evolutivas NEVO COM HALO/DE SUTTON/VITILIGO PERINÉVICO Halo despigmentado em redor de nevo melanocítico Anticorpos antimelanócitos destroem os melanócitos névicos e os melanócitos da pele ao redor. Geralmente múltiplos em vários estágios (halo hipocrômico com nevo melanocítico/ halo acrômico com regressão parcial do nevo/ área acrômica com o nevo totalmente ou quase totalmente desaparecido) Adolescentes Pode estar associado ao vitiligo Tende à regressão espontânea (não precisa tratar) NEVO AZUL Pápula ou nódulo agregado em placa, preto azulado, cinza azulado ou azul, congênito ou adquirido, constituído por melanócitos dérmicos aberrantes que produzem melanina ativamente Surge na infância e não regride Nevo azul comum: pápula preto azulada, azul acinzentada ou azul, assintomática, solitária, raramente múltipla, adquirida, <10mm de diâmetro, qualquer localização, mas 50% dos casos relatados localizam-se no dorso das mãos e pés Nevo azul celular: placa ou nódulo castanho azulado ou azul acinzentado, 1-3cm de diâmetro ou maior, superfície lisa e, às vezes, irregular. 50% na região glútea ou sacral Nevo azul maligno: contiguidade com nevo azul celular, nevo de Ota, nevo azul congênito ou de novo. Nódulo dérmico expansivo com ou sem ulceração. É discutível se é uma entidade separada ou um melanoma derivado de um nevo azul. NEVOS EPIDÉRMICOS Malformações congênitas localizadas Hiperplasia de estruturas epidérmicas Decorrente ou da produção de fatores de crescimento por queratinócitos ou fibroblastos geneticamente alterados ou de alterações gênicas de receptores retinoides ou de outras estruturas proteicas epidérmicas 80% dos casos no primeiro ano de vida Pápulas e placas hiperqueratósicas ou francamente verrucosas, hiperpigmentadas, bem circunscritas, com tendência à distribuição linear, ao longo das linhas de Blaschko (linhas de desenvolvimento de células normais da pele) Em qualquer área Único ou múltiplo Nevus unius lateralis: no hemicorpo Ictiose histrix: generalizado Síndrome do nevo epitelial: nevos verrucosos (mais comumente o nevus unius lateralis) acompanhados de hipoplasia das estruturas mais profundas das regiões afetadas ou de outras malformações Histopatológico: hiperqueratose, com paraqueratose variável, acantose e papilomatose Diagnóstico diferencial: fase verrucosa da incontinentia pigmenti, líquen plano linear, líquen estriado, poroqueratose linear e psoríase linear Tratamento: estético. Excisão e sutura. Formas extensas: dermoabrasão, eletrocoagulação, laserterapia, criocirurgia, uso de ácido tricloroacético, ácido retinoico tópico e retinoides sistêmicos NEVO SEBÁCEO/DE JADASSOHN Hamartoma resultante de defeitos ectodérmicos e mesodérmicos com especial aumento de glândulas sebáceas Em geral, apresenta-se ao nascimento ou nos primeiros meses de vida Placa papulosa, amarelada, ligeiramente elevada com sulcos na superfície Aumenta lentamente tornando-se, na puberdade, espessado e verrucoso com aspecto papilomatoso Geralmente lesão única Couro cabeludo e face. Menos frequentemente no pescoço, tronco e extremidades Síndrome do nevo sebáceo: associação com alterações neurológicas, retardo mental e convulsões, alterações ósseas e oftalmológicas Pode originar tumores benignos e malignos Histopatológico: Inicialmente, folículos pilossebáceos hipoplásicos, posteriormente, torna-se acantósico e com glândulas sebáceas hiperplásicas e folículos pilosos hipoplásicos Diagnóstico diferencial: nevos epiteliais e os tumores anexiais benignos Tratamento: exérese cirúrgica (deve ser feita preferentemente antes da puberdade) DERMATOFIBROMA Proliferação de células fibroblásticas Tumor verdadeiro ou lesão reacional? Comum em adultos Único ou múltiplo, mais nos mmii Grande quantidade: LES e imunodepressão Pápulas ou nódulos hipercrômicos ou de cor da pele, duros, encastoados na derme, às vezes com centro hipocrômico Não ultrapassa 1,5 cm de tamanho Sinal do encovamento (Civatte): compressão lateral da lesão aprofundamento da lesão Diagnóstico diferencial: leiomioma, nevos melanocíticos, melanoma, cicatriz hipertrófica, queloide, dermatomiofibroma, Kaposi Tratamento: desnecessário, mas pode fazer exérese. CISTO EPIDÉRMICO OU EPIDERMOIDE Cistos cutâneos mais comuns Mais comum em adultos Proliferação de células epidérmicas produtoras de queratina no interior da derme por oclusão do folículo pilossebáceo ou implantação por trauma Nódulo de dimensões variáveis, móveis em relação aos planos profundos, únicos ou múltiplos Consistência dura ou branda Cor da pele ou esbranquiçados ou amarelados Localização intradérmica ou subcutânea Face, pescoço e porção posterior do tórax Cistos por implantação traumática regiões palmares e plantares e nas nádegas À expressão eliminam material gelatinoso de odor típico Podem inflamar e infecionar eritematoso e doloroso e pode apresentar flutuação e eliminação de material queratinoso e purulento de odor rançoso Diagnóstico diferencial: o cisto pilar, o esteatocistoma multiplex e lipomas Tratamento: até 1 cm de tamanho: anestesia intradérmica e pequena incisão marsupialização; maiores que 1cm: excisão cirúrgica e retirada da lesão com a cápsula LÚPIAS Hereditárias de surgimento tardio Cistos epidermoides-ovoides, amarelados, com dimensões de milímetros a 1 cm Bolsa escrotal, grandes lábios, couro cabeludo Tratamento: o mesmo do cisto epidermoide CISTO PILAR/TRIQUILEMA Cistos cujo conteúdo é queratina e cuja parede é composta por epitélio cuja queratinização é semelhante à bainha externa do folículo piloso 10 a 20% dos cistos cutâneos Herança autossômica Mais em mulheres Derivam da membrana externa da raiz do pelo, da porção entre a inserção do músculo eretor do pelo e o orifício pilossebáceo Nódulos de localização dérmica, móveis, que se localizam principalmente no couro cabeludo, ainda que possam ocorrer, ocasionalmente, na face, pescoço e tronco Diagnóstico diferencial: cisto epidermoide, esteatocistoma multiplex e com lipomas Tratamento: o mesmo do cisto epidermoide ACROCORDONSOU FIBROMA MOLE Mais comum dos tumores fibrosos, meia idade, obesos Pápulas filiformes de 1 a 5 mm de tamanho, da cor da pele ou castanho-avermelhada ou castanho- escura, localizadas principalmente no pescoço, pálpebras, porção superior do tronco e axilas Áreas intertriginosas Polipoides, pediculados, geralmente múltiplos, diâmetros variáveis Diagnóstico diferencial: síndrome de Birr-Hogg- Dube, da síndrome de Cowden, angiofibromas, nevos celulares e queratoses seborreicas Tratamento: estético. Eletrodessecação das lesões ou exérese ou criocirurgia com nitrogênio líquido LIPOMA Tumor mesenquimal mais comum Mais frequentes em diabéticos, obesos e em indivíduos com hipercolesterolemia Nódulo subcutâneo isolado ou múltiplo, arredondado ou lobulado, diâmetro variado 0,5 a 5 cm ou mais de diâmetro, consistência branda e podem estar ou não aderentes à derme Predileção por nuca, antebraços, coxas, dorso e nádegas Mais palpável que visível Células adiposas maduras normais Encapsulados ou não Sub-musculares: mais frontais e temporais Diagnóstico diferencial: cistos epidérmicos, esteatocistomas, fibromas, neurofibromas Tratamento: Exérese cirúrgica e, eventualmente, em lipomas grandes, pode ser feita lipossucção SIRINGOMA Neoplasia benigna, geralmente múltipla, de origem écrina Pápulas duras, achatadas, de 1 a 3 mm de tamanho, cor amarelo-rósea, quase idêntica à da pele Pálpebras inferiores e região periorbitária, particularmente em mulheres adultas Eruptivo: período de pós-puberdade, disseminada, com lesões no pescoço, face anterior do tórax, axilas, face interna dos braços e região umbilical, que às vezes tem caráter familiar Tipos: das pálpebras (tipo Philipson), eruptivo (tipo Darier e Jacquet), solitário Histopatologia: pequenos dutos císticos em forma de vírgula e cordões epiteliais sólidos embebidos em estrema fibroso. Diagnóstico diferencial: xantelasmas, verrugas planas. Disseminadas: sarcoidose papulosa, mastocitose e sífilis secundária Tratamento: eletrodessecação superficial ou excisão TRICOEPITELIOMA/ DOENÇA DE BROOKE/ADENOMA SEBÁCEO TIPO BALZER/EPITELIOMA ADENOIDE CÍSTICO Mutações em gene localizado no cromossomo 9p2 l Pápulas e nódulos de cor amarelada ou rósea, na porção central da face e fronte, particularmente nos sulcos nasogenianos e na região periorbitária e, ocasionalmente, na porção superior do tronco e couro cabeludo Surgem na puberdade e aumenta com o tempo Solitário: não hereditário Múltiplo: hereditário, autossômico dominante Histopatológico: agrupamentos de células germinativas foliculares de aspecto basaloide muito semelhantes ao carcinoma basocelular com diferenciação folicular e presença de ciscos córneos Diagnóstico diferencial: adenoma sebáceo de Pringle, cilindroma e siringoma, carcinoma basocelular Tratamento: dérmato-abrasão (múltiplas) ou eletrodessecação (solitária) QUERATOSES E VERRUGAS SEBORREICAS Mais comum dos tumores epiteliais benignos Mais em idosos, pele morena e oleosa, única ou múltipla, hipercrômicas ou cor da pele, diâmetros variáveis, superfície áspera ou oleosa Derivadas de proliferação de queratinócitos do infundíbulo folicular. São tumores foliculares Herança mendeliana dominante Pápulas circunscritas, ligeiramente elevadas, verrucosas, cuja cor varia do castanho-claro ao escuro A lesão é coberta por escama aderente, córnea e graxenta que, quando retirada, mostra superfície mamelonada ou sulcada Face, pescoço e tórax Áreas intertriginosas: infecção secundária, com maceração e mau odor. Quando sofre eczematização queratoses seborreicas irritadas Sinal de Leser-Trelar: aparecimento súbito de forma eruptiva de múltiplas lesões de queratose seborreica (secreção de fatores de crescimento epitelial pelo tumor). Caráter paraneoplásico havendo relação com adenocarcinomas gástricos, carcinomas de mama, adenocarcinomas do cólon e linfomas Variante: dermatose papulosa nigra: mulheres negras, quarta década, pápulas de 2 a 4 milímetros, pretas, ligeiramente elevadas, localizadas na face, particularmente na região malar e fronte, ocorrendo eventualmente no pescoço, face anterior do tronco e dorso Diagnóstico diferencial: queratose senil ou actínica (lesões são menos elevadas, secas e com escamas não graxentas), nevo pigmentar (lesão papulosa, com superfície lisa não escamosa, de cor castanha a preta), melanoma maligno e o epitelioma basocelular pigmentado Tratamento: estético. Crioterapia (lesões iniciais), curetagem (lesões antigas) PILOTRICOMA OU PILOMATRIXOMA É tumor benigno oriundo do folículo pilossebáceo. Surge na infância como nódulo intradérmico de consistência pétrea, geralmente recoberto por pele normal Hamartoma derivado da matriz pilosa Nódulo único, duro pétreo, multifacetado, móvel, recoberto de pele normal ou vermelho-azulada, às vezes anetodérmica de 1,5cm Face, cabeça, pescoço e mmss Jovens, sexo feminino Calcificação em 75% dos casos (von Kossa) Diagnóstico diferencial: cistos pilares, epiteliais e de calcificações cutâneas, dermatofibromas e granuloma anular subcutâneo Tratamento: remoção cirúrgica
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