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Aula 1 – A educação jesuítica no Período Colonial. → E educação como meio de submissão e domínio político, nos ajuda a começar a entender a posição assumida pelos jesuítas, pela igreja e pelo governo português. → Os primeiros (jesuítas), com seu espírito de autoridade e de disciplina, possuindo uma incrível arma intelectual de domínio, representada por um ensino nitidamente dogmático e abstrato, exerceram um papel eminentemente conservador. → A Igreja Católica, ameaçada pelo espírito crítico que rondava a Europa, parecia empenhar-se, mediante o ensino jesuítico, pela reafirmação de sua autoridade. → Quanto ao governo português, observamos que confiou à Companhia de Jesus, já famosa pela superioridade de suas escolas, uma larga obra de penetração e de colonização das terras de Portugal. Afinal, o seu principal interesse era o de exploração e defesa das colônias. → A educação jesuítica refletia claramente o seu caráter elitista. → A educação no período colonial não visava à formação do povo. → Pleo contrário, o povo foi excluído do sistema educacional dos jesuítas, a educação de elite possuía seu público-alvo, e servia como patamar de ascensão social. → A história da educação esteve, durante o período colonial, a serviço de interesses alheios ao sentido real da instrução, ou seja, o da formação integral do indivíduo. → O início da história da educação no Brasil, revela-nos claramente o sentido empregado pelos nossos conquistadores, ao ato de educar. → Durante o período colonial no Brasil, a atuação dos jesuítas na educação foi fundamental para a formação da sociedade da época. → Os padres jesuítas estabeleceram escolas e colégios em diversas regiões, promovendo a educação popular e a difusão da cultura clássica, eles buscavam formar letrados eruditos, capazes de compreender e disseminar os valores da época, como a religião católica e a língua portuguesa. → A educação jesuítica era marcada por uma abordagem conservadora e elitista, focada na formação das classes dirigentes e na manutenção da ordem social vigente. → Os jesuítas valorizavam o ensino literário o ensino literário de fundo clássico, o que tornou seu sistema educacional bastante influente na época. → Apesar de sua importância na difusão do conhecimento e na promoção da cultura, a educação jesuítica também era criticada por sua alienação da realidade concreta e pela falta de estímulo à pesquisa e experimentação. → A expulsão dos jesuítas teve impactos significativos no sistema educacional brasileiro, levando o Estado a assumir um papel mais ativo na educação. → A Universidade de Coimbra desempenhou um papel central na formação das elites culturais brasileiras, influenciando diretamente a educação no Brasil colonial. → A herança deixada pela educação jesuítica perdurou mesmo após a expulsão dos padres, moldando a cultura e a sociedade brasileira de maneira duradoura. Aula 2 – Instituições escolares no Brasil colônia e imperial. → As Instituições Escolares criadas no Brasil nos períodos colonial e imperial acompanham o movimento e os interesses da sociedade. → Havia dois modelos de instrução: um para os indígenas, centrado na leitura, escrita e algumas operações; e outro para os filhos dos colonos, consistindo num ensino mais intelectualizado. → O sistema educacional no período colonial no Brasil (1549-1808) era composto desde a sua origem de forma etnicamente plural e com diversas línguas, e neste sentido podemos perceber quem tinha acesso à educação disponível e quais as condições de acesso à educação oferecida. → Durante o período colonial no Brasil, as Instituições Escolares refletiam os interesses de Portugal, visando principalmente beneficiar a metrópole. → A sociedade era controlada por representantes da coroa portuguesa, não havendo instituições autônomas no país. → A economia colonial girava em torno da produção de açúcar, um produto de grande aceitação na Europa, o que levou ao início do povoamento do Brasil. → As escolas nesse período tinham como objetivo formar o clero e transmitir valores religiosos, enfatizando bons costumes e a fidelidade à igreja. → A educação era precária e desigual, com poucas iniciativas educacionais e falta de estrutura para atender a toda a população. → Já no período imperial, houve conflitos entre ideologias mercantilistas e liberais, com a manutenção do poder absoluto do rei e a luta por mais autonomia. → Com a abertura dos portos e a vinda de imigrantes, novas ideias, como o liberalismo, começaram a influenciar a sociedade brasileira. → A constituição de 1824 estabeleceu a gratuidade do ensino primário, porém a falta de estrutura e recursos limitava o acesso à educação. O ensino secundário foi organizado de forma regular e seriada, com a criação de escolas normais para a formação de professores. → Esses períodos históricos influenciaram a estrutura e o desenvolvimento das Instituições Escolares no Brasil, refletindo os interesses políticos, econômicos e sociais de cada época. → A educação no Brasil passou por transformações significativas ao longo dos séculos, moldando a sociedade e a formação dos cidadãos brasileiros. Aula 3 – A educação brasileira no período pombalino. → A substituição da metodologia eclesiástica dos jesuítas pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica marca o surgimento, na sociedade, do espírito moderno. → As principais medidas implantadas pelo marquês, por intermédio do Alvará de 28 de junho de 1759, foram: • total destruição da organização da educação jesuítica e sua metodologia de ensino, tanto no Brasil quanto em Portugal; • instituição de aulas de gramática latina, de grego e de retórica; • criação do cargo de ‘diretor de estudos’ – pretendia-se que fosse um órgão administrativo de orientação e fiscalização do ensino; • introdução das aulas régias – aulas isoladas que substituíram o curso secundário de humanidades criado pelos jesuítas; • realização de concurso para escolha de professores para ministrarem as aulas régias; • aprovação e instituição das aulas de comércio. → Inspirado nos ideais iluministas, Pombal empreende uma profunda reforma educacional, ao menos formalmente. → A metodologia eclesiástica dos jesuítas é substituída pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica. Aula 4 – A organização da educação no império brasileiro. → Durante o período do Império Brasileiro (1822 – 1889), a organização da educação passou por diversas transformações e desafios significativos. → Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, houve um impacto significativo no sistema educacional da Colônia. → A abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior e a criação de instituições de ensino superior, como a Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar, refletiram a necessidade de formar profissionais para atender às demandas da nova situação econômica e social do país. → A Constituição de 1824 estabeleceu a gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos, demonstrando a preocupação com a educação popular. → Em 1827, foi aprovada a primeira lei sobre a instrução pública nacional, determinando a criação de escolas primeiras letras em cidades e vilas, n o entanto, relatórios ministeriais apontaram diversos problemas na implementação da lei, como a ineficiência na administração municipal, a falta de recursos materiais e o despreparo dos professores. → A descentralização do ensino, por meio das Assembleias Legislativas Provinciais, permitiu a criação de escolas locais, mas ainda havia dificuldades em oferecer educação nas áreas mais distantes. → Surgiram instituições de ensino voltadas para a formação de profissionais como médicos, advogados e jornalistas, evidenciando a disparidade educacional entra a elite e a maioria da população. → No final do império, o cenário educacional era marcado por poucas instituições escolares, liceus nas capitais, colégios privados ecursos normais insuficientes para atender às necessidades do país. → A pressão por mão de obra qualificada e a necessidade de se adequar às demandas do mercado internacional levaram a iniciativas para combater o analfabetismo e melhorar a qualidade da educação no Brasil. → Assim, a organização da educação no Império Brasileiro refletiu as transformações sociais, políticas e econômicas da época, evidenciando os desafios e avanços na busca por uma educação mais inclusiva e qualificada para a população, apesar das contradições e limitações do sistema educacional da época. Aula 6 – Políticas educacionais no Brasil 1: período 1930 a 1940 → Durante o período de 1930 a 1945, a política educacional no Brasil foi marcada por importantes transformações e conflitos ideológicos, saindo do modelo agro-exportador, caminhando para um modelo urbano-industrial. Alguns pontos-chave incluem: • Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: Emitido em 1932, o manifesto foi um marco histórico que defendia a Educação como um direito universal, acessível a todos, independente da classe social. Propunha uma educação pública, gratuita, obrigatória e laica, rompendo com a visão elitista e privilegiada da educação vigente até então. Essa proposta representou uma mudança significativa na estrutura e organização do sistema educacional brasileiro, refletindo as ideias dos escolanovistas e educadores que buscavam reformas profundas no ensino. O manifesto rompeu com a velha ordem oligárquica brasileira, a Educação deveria adaptar-se às novas exigências do mundo urbano industrial. • Conflito Ideológico: Durante esse período, houve um embate entre os defensores da educação progressista, representados pelos escolanovistas, e os educadores católicos, que tinham uma visão mais tradicional e conservadora da educação. Essa disputa ideológica influenciou as políticas educacionais adotadas, refletindo-se em leis e diretrizes que buscavam moldar o sistema educacional de acordo com as visões políticas em conflito. • Governo do Estado Novo: A instauração do Estado novo em 1937, sob o governo autoritário de Getúlio Vargas, teve um impacto significativo na política educacional. O Estado Novo centralizou o poder e impôs uma forte influência ideológica sobre a educação, utilizando-a como instrumento para solidificar a hegemonia política do Estado. As leis orgânicas de ensino promulgadas nesse período refletiam a posição política do governo, restringindo a liberdade de pensamento e impondo uma educação alinhada aos princípios do regime autoritário. → Esses aspectos demonstram como a política educacional no Brasil entre 1930 e 1945 foi permeada por conflitos ideológicos, reformas estruturais e influências políticas que moldaram o sistema educacional do país durante esse período de intensas transformações. Aula 7 – Políticas educacionais no Brasil 2: período de 1945 a 1985. → Durante o período entre 1945 e 1964, a educação no Brasil passou por importantes transformações, adotou o modelo nacional-desenvolvimentista, possibilitou o desenvolvimento de vários movimentos e campanhas de educação popular e criou uma intensa discussão em torno das ideias que sustentariam a nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. → Esses são alguns pontos-chaves de forma simples e didática: • Redemocratização pós Segunda Guerra Mundial: Após o fim do Estado Novo em 1945, o Brasil passou por um processo de redemocratização, com a eleição de governantes civis e a retomada da liberdade política. Isso influenciou a educação, permitindo maior participação da sociedade na definição das políticas educacionais. • Valorização da Escola Pública: Nesse período, houve uma valorização da escola pública e gratuita, com movimentos em defesa da educação laica e de qualidade para todos. Educadores, intelectuais e líderes sindicais se uniram em campanhas pela valorização da escola pública como um direito social. • Primeira LDBEN: Em 1961, foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) no Brasil, buscando conciliar os interesses da escola privada e pública. A lei reafirmou a estrutura do ensino, permitindo equivalência entre os cursos e uma maior pluralidade de currículos. • Movimentos Educacionais: Durante esse período, surgiram movimentos e campanhas em defesa de uma educação mais inclusiva e democrática. Educadores e estudantes se mobilizaram em prol de uma educação que atendesse às necessidades de toda a população, destacando o papel do estado na garantia do acesso à educação de qualidade. • Leis Orgânicas de 1946: Foram promulgadas três Leis Orgânicas em 1946, incluindo a do Ensino Primário, do Ensino Normal e do Ensino Agrícola, além da criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Essas leis refletiram o novo contexto econômico, político e social do Brasil, estabelecendo princípios como a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário em todo o país. → Esses são alguns dos principais aspectos que marcaram a educação no Brasil entre 1945 e 1964, refletindo um período de redemocratização, valorização da escola pública, promulgação da primeira LDBEN e mobilização por uma educação mais igualitária e socialmente responsável. → Durante o período entre 1964 e 1985, a educação no Brasil passou por transformações significativas, o período da ditadura militar adotou o modelo dependente associado, que preconizava a modernização, a aceleração do processo industrial e o incentivo à exportação, o que facilitou a instalação de empresas multinacionais no país. → Nesse período, em nome da racionalidade, da produtividade e da eficiência, foram feitas duas reformas educacionais, a 5.540/68, que reformou o ensino superior, e a 5.692/71, que reformou o ensino de 1º e 2º Graus. → Com o fracasso dessas reformas e a crise no governo da ditadura militar, surgiram vários movimentos e campanhas que lutaram por mudanças na política educacional brasileira. → Esses são alguns pontos importantes de forma simples e didática: • Intervenção do Estado: Após o golpe militar de 1964, o Estado passou a intervir de forma mais direta na educação, buscando controlar e direcionar o sistema educacional de adordo com os interesses do regime autoritário. Isso resultou em políticas educacionais mais centralizadas e alinhadas com a ideologia do governo. • Modelo Dependente Associado: Durante a ditadura militar, o Brasil adotou o modelo dependente associado, que buscava modernizar o país, acelerar a industrialização e favorecer a entrada de empresas multinacionais. Isso influenciou diretamente as políticas educacionais, com ênfase na formação técnica e profissionalizante. • Ênfase na Educação Técnica: Durante esse período, houve uma valorização da educação técnica e profissionalizante, em detrimento de uma formação mais humanística e crítica. O objetivo era formar mão de obra qualificada para atender às demandas do mercado de trabalho e da industrialização do país. • Reformas Educacionais: Foram implementadas duas reformas educacionais importantes: a Lei 5.540/68 que reestruturou o ensino superior, e a Lei 5.692/71, que reformulou o ensino de 1º e 2º Graus. Essas reformas tinham como objetivo adequar a educação às necessidades do regime militar, enfatizando a formação técnica e a disciplina. • Movimentos de Resistência: Apesar do controle exercido pelo regime militar, surgiram movimentos de resistência na área educacional. Professores, estudantes e intelectuais se mobilizaram em defesa da liberdade acadêmica, da democracia na educação e da valorização do pensamento crítico, lutando por uma educação mais plural e inclusiva. → Esses são alguns dos principais aspectos que marcaram a educação no Brasil entre 1964 e 1985, refletindoum período de intervenção estatal, valorização da educação técnica, reformas educacionais e resistência por parte da sociedade em busca de uma educação mais democrática e humanística. Aula 8 – Políticas educacionais no Brasil 3: 1985 a 2000. → Política educacional no Brasil entre 1985 e 1996: • Redemocratização: Após o período de ditadura militar, o Brasil passou por um processo de redemocratização, culminando na eleição indireta de Tancredo Neves em 1985 e na posse de José Sarney. Esse momento marcou o início de uma transição democrática no país. • Movimentos Sociais: Surgiram importantes movimentos político-educacionais, como o Fórum Nacional da Educação na Constituinte em Defesa do Ensino Público e Gratuito, que contribuíram para a discussão e defesa da educação pública e gratuita no país. • Constituição de 1988: Foi elaborada a Constituição de 1988, que trouxe avanços significativos para a educação, estabelecendo diretrizes e bases para o ensino no país, como a garantia do direito à educação, a valorização dos profissionais da educação e a descentralização do ensino. • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Em dezembro de 1996, foi promulgada a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Edcucação Nacional, que reafirmou a importância da educação como um direito de todos e estabeleceu as diretrizes para a organização do sistema educacional brasileiro. • Desafios e Avanços: Durante esse período, e educação no Brasil enfrentou desafios como a melhoria da qualidade do ensino, a ampliação do acesso à educação básica e a valorização dos profissionais da educação. Ao mesmo tempo, foram registrados avanços na legislação educacional e na participação da sociedade civil na formulação de políticas educacionais. → Política educacional no Brasil entre 1997 e 2000: • Neoliberalismo na Educação: Durante esse período, a política educacional brasileira foi influenciada pelo neoliberalismo, buscando formar um novo tipo de cidadão e trabalhador alinhado aos interesses econômicos da época. • Reformas Legais: Foram implementadas mudanças significativas na legislação educacional, como a promulgação do Decreto nº 2.208/97, que regulamentou a educação, impactando o currículo e a gestão do sistema educacional. • Formação Escolar: Houve uma reestruturação no sistema educacional, com foco na formação científico-tecnológica e na ampliação da educação infantil, visando atender às demandas de um mundo em constante transformação. • Avaliação e Qualidade: Foram criados mecanismos de avaliação, como o SAEB e o Provão, para monitorar a qualidade da educação básica e superior, buscando garantir padrões de excelência e promover melhorias no ensino. • Desafios e Mudanças: Nesse período, a educação enfrentou desafios como a universalização do ensino fundamental, a melhoria das condições materiais do sistema educacional e a busca por uma educação de qualidade e inclusiva para todos os cidadãos. Aula 10 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos: do século XVII ao século XIX. → Do século XVII ao século XIX foi sendo construída uma concepção de professor que devia unir vocação e sacerdócio. → Entre os séculos XVII e XVIII, as discussões educacionais foram marcadas pela luta por uma escola laica e estatal, no sentido de libertar a escola de seus laços religiosos, os professores deveriam ser formados em Escolas Normais laicas e se tornarem funcionários do Estado. → A partir do século XIX, as Escolas Normais foram instituições importantes para a profissionalização do professor, nas décadas finais do século XIX, a profissão docente foi se tornando um ramo do serviço público, e cada vez mais o Estado passou a se encarregar das instituições escolares, controlando o trabalho docente para que este garantisse o fortalecimento da ordem econômica e social. → Séculos XVII a XIX: Durante esse período, as condições históricas foram estabelecidas, consolidando o trabalho docente como um sacerdócio, missão e doação. No século XIX, houve um processo de feminização do magistério e a profissão docente ganhou destaque na sociedade europeia e nos EUA. → Profissionalismo vs. Sacerdócio: Os professores enfrentaram o dilema de serem vistos como profissionais bem formados e competentes, ao mesmo tempo em que eram considerados sacerdotes laicos com uma missão sagrada de ensinar. → Escola Normais: No Brasil, houve discussões sobre a criação de Escolas Normais para formar adequadamente os professores e acabar com os improvisados, além de questionar as condições de trabalho docente e estabelecer mecanismos de controle. → Controle Estatal: Ao longo do século XIX, o Estado passou a controlar cada vez mais as instituições escolares e o trabalho docente, visando fortalecer a ordem econômica e social. → Profissão Docente: A profissão docente evoluiu para se tornar um ramo do serviço público, com o Estado assumindo responsabilidades nas instituições escolares e no controle do trabalho dos professores. Aula 11 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos: século XX. → No século XX, as condições de trabalho dos professores foram influenciadas por mudanças econômicas, políticas e sociais. → O processo de trabalho docente se relacionou com o desenvolvimento do capitalismo, com características como perda de controle do trabalho e aumento de atividades. → A profissionalização do professor foi impulsionada pelo escolanovismo, que defendia uma formação científica e novas funções nas escolas. → ao longo do século XX, o trabalho docente passou por transformações, como aumento de tarefas, parcelamento do trabalho e pressões sociais e políticas. → Apesar do desprestígio social da profissão, os professores demonstraram capacidade de resistência e criatividade para enfrentar essas condições desafiadoras. → Entre 1930 e 1960, ingressar em uma Escola Normal pública era um sonho para muitos jovens, especialmente no Instituto de Educação do Rio de Janeiro, devido à valorização da profissão docente, a garantia de emprego na rede pública de ensino e à remuneração significativa. → Entre 1946 e 1964, o Brasil, no campo econômico, estava consolidando a fase monopolista do capitalismo e, no campo político, passava pelo processo de redemocratização. → No estágio monopolista do capitalismo, houve concentração e centralização do capital, afetando a organização do trabalho docente. Elimina-se a concorrência e o capital bancário se funde com o capital industrial. # Resumo do Livro: → O capitalismo em suas diferentes fases criou novas funções e ocupações. → No século XX, ampliou-se o processo de industrialização e desenvolveu-se o setor de serviços. → O professor pode ser considerado um trabalhador do setor de serviços. → Algumas características do processo de produção capitalista estão presentes no trabalho do professor como: a perda do controle do trabalho, o excessivo parcelamento e, principalmente, o aumento de atividades exercidas pelo professor. → A partir da década de 1930, o Brasil passou por mudanças significativas no campo econômico, político e social, além de receber uma forte influência do movimento escolanovista, o que possibilitou o processo de profissionalização do professor e de outras atividades escolares. → Entre as décadas de 40 e 50, a professora primária do município do Rio de Janeiro desfrutou de uma boa condição financeira e tinha prestígio social. → Mas nas últimas décadas, o trabalho docente, no Brasil, sofreu uma grande desvalorização e enfrenta o desprestígio social. → Além disso, os professores estão submetidos a uma série de pressões sociais e políticas, que abalam a sua identidade. # Texto Complementar da Aula 11 → O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 aborda a situação fragmentada e desarticulada do sistema educacional brasileiro, resultado de reformas parciais e arbitrárias sem umavisão global do problema. → Destaca a falta de determinação dos fins da educação e a aplicação de métodos científicos como causas da inorganização escolar. → Propõe reformas profundas para fortalecer o valor social da escola, sem negligenciar a arte, literatura e valores culturais. → Enfatiza a importância da arte e literatura na sociedade, mas ressalta que em sociedades com bases econômicas sólidas, os produtores intelectuais ganham destaque. → O manifesto defende a necessidade de uma direção firme no movimento de renovação educacional, com clareza de aspirações e responsabilidades. → Destaca a importância de formular bases e diretrizes claras para o movimento educacional. → Conclui ressaltando a importância da preparação para enfrentar os desafios das sociedades modernas, enfatizando a necessidade de adquirir um caráter firme e refletir sobre os grandes acontecimentos da época. Aula 12 – A formação do educador no Brasil 1: 1835 a 1932. → As Escolas Normais, desde o momento de sua criação, têm sido responsáveis pela elaboração de normas e práticas educativas para construir a identidade do professor. → O contexto sociocultural brasileiro passava por transformações significativas: a disseminação de ideias liberais e republicanas; a eclosão de vários movimentos abolicionistas e a discussão, nas academias, das ideias evolucionistas e positivistas. → Essa efervescência político-cultural possibilitou a ampliação da discussão sobre a escola pública elementar e a importância das escolas Normais para a qualificação do professor. → A partir de 1870, notamos duas medidas que caracterizaram uma mudança cultural nos rumos da Educação: a exigência de prédios próprios para a instalação de escolas e a definição de Escola Normal como o local mais adequado para formar professores qualificados, porque não se podia mais admitir professores improvisados e desqualificados. → Idoneidade moral e formação científica marcaram a primeira proposta de ensino público e gratuito da Escola Normal do Município da Corte do Rio de Janeiro. → De acordo com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o professor devia fazer parte de uma elite, porque exercia uma função pública de grande relevância. → O período entre o final da década de 1920 e o início da década de 1930 do século XX foi muito significativo na luta pela valorização e pela institucionalização da profissão de professor. → As Escolas Normais tornaram-se centros geradores de concepções e práticas que serviriam de modelos à formação dos professores. → No Rio de Janeiro foram realizadas duas reformas educacionais importantes: a Reforma do Ensino do Distrito Federal, de Fernando de Azevedo, em 1928; e a Reforma do Instituto de Educação, de Anísio Teixeira, em 1932; ambas demonstraram os novos rumos que a formação de professores deveria seguir. → A Reforma de Fernando de Azevedo propunha que o profissional da Educação deveria ser formado de acordo com três condições fundamentais: a) ambiente educativo; b) cultura geral e c) formação científica. → A Reforma de Anísio Teixeira transformou a Escola Normal do Rio de Janeiro em Instituto de Educação do Rio de Janeiro; essa reforma considerava que a formação do professor deveria ser conduzida pelo conhecimento científico, conciliando ciência e arte, conhecimento teórico e aplicação prática. → Nessas propostas, observamos, com clareza, os novos rumos que a formação do professor estava tomando no Brasil; mesmo que existissem dificuldades políticas para a implantação dessas reformas, podemos constatar a mudança na mentalidade para a formação do professor. # Resumo do Livro: → A escola, no mundo contemporâneo, tornou-se uma instituição que tem como finalidade transmitir conhecimentos para reproduzir ou transformar normais sociais e políticas. → Por isso, as Escolas Normais, desde o momento de sua criação, têm sido responsáveis pela elaboração de normas e práticas educativas para construir a identidade do professor. → No Brasil, as Escolas Normais foram criadas a partir da terceira década do século XIX, e a primeira foi a Escola Normal de Niterói, em 1935. → A formação dos professores no século XIX priorizava a boa conduta e a moral, porque o professor deveria disseminar a ordem e a civilidade. → No século XX, o ideário da Escola Nova e os novos rumos da política econômica e social possibilitaram uma proposta nova à formação do professor, esse deveria dominar uma cultura múltipla e diversa e se transformar num agente de intervenção e transformação cultural, econômica, política e social. Aula 14 – A formação do educador no Brasil 2: 1932 a 2000. → Durante o Brasil-Colônia, o magistério era exercido pelos padres, nesse contexto, existia uma enorme influência dos jesuítas nesta função e nos modelos de Educação herdados mesmo depois de sua expulsão, na segunda metade do século XVIII. → No século XIX, a profissionalização docente ainda era muito precária, mesmo com a Proclamação da República em 1889, esta situação permanece até os anos 20 e 30. → A partir dessas décadas, a difusão do ideário escolanovista valorizou a formação docente, já que a Educação era vista como o motor para a transformação social. → No Estado Novo, ocorreu uma gradativa percepção da importância da criação do Ministério da Educação e Saúde e secretarias de Educação, assim como a tentativa de se normatizar a formação docente através do modelo do Instituto de Educação para todo o Brasil. → Posteriormente, com a LDBEN de 1961, assim como na Lei 5.692/71, houve transformações que atingiram as características da formação de professores no Brasil. → Já nos anos 80 e 90, ocorre o aviltamento das condições de remuneração e de trabalho dos professores.→ Por fim, podemos perceber que a LDBEN de 1996 traz novas diretrizes para a formação de professores. → Um dos eventos mais importantes na área de formação de professores na primeira metade do século XX foi a criação do Instituto de Educação no Rio de Janeiro, esse instituto foi pioneiro por sua estruturação do ensino de formação de professor e, também, por ter sido o primeiro centro de pesquisas sobre educação no país de que se tem notícia. → É importante ressaltar, no entanto, que o instituto, embora tenha surgido como necessidade das demandas do início do século XX, foi fruto da mente preparada e do trabalho persistente de Anísio Teixeira. → A criação da UDF (Universidade do Distrito Federal), no Rio de Janeiro, significava a abertura de um espaço cultural para o desenvolvimento filosófico, científico, literário e artístico no Rio de Janeiro, essa Universidade abria caminho para uma nova formação de professor. → A Reforma Fernando Azevedo, a Reforma de Anísio Teixeira e a criação da UDF foram medidas que criaram as condições para a construção de um novo modelo na formação de professores, ou seja, de um professor que poderia promover mudanças significativas nas ideias, crenças e valores daqueles que ele se propunha educar. # Resumo do Livro → Na década de 1930, Anísio Teixeira elaborou uma reforma de ensino que pretendia transformar o Instituto de Educação do Rio de Janeiro num centro de pesquisas educacionais, que prepararia os professores com teoria e prática. → Em 1935, foi criada a Universidade do Distrito Federal que, com sua breve existência, foi uma importante experiência para a formação de professores. → Em 1946, foi promulgada a Lei Orgânica do Ensino Normal, que organizou nacionalmente o Ensino Normal. → Entre as décadas de 1930, 1940 e 1950, o Instituto de Educação do Rio de Janeiro tornou-se uma escola padrão para a formação de professores da educação infantil e do primeiro segmento do Ensino Fundamental, o antigo primário. → Na década de 1960, o Ensino Normal expandiu-se, principalmente na região Sudeste, expansão que não teve o suporte de uma política de formação do magistério direcionada para suprir as necessidades do Ensino Primário.→ No início da década de 1970, foi promulgada a Lei 5.692/71, que deu um caráter profissionalizante ao Ensino Normal, empobrecendo a formação do professor do primeiro segmento do Ensino Fundamental. → Ao longo das décadas de 1980 e 1990, surgiram movimentos e entidades que pretendiam reformar e revitalizar os cursos de formação de professores. Aula 15 – Paulo Freire: uma contribuição para a história da educação brasileira. → Paulo Freire, um dos mais importantes intelectuais do século XX no campo da educação, foi responsável por uma revolução no conceito pedagógico. → Sua abordagem, intitulada “Pedagogia do Oprimido” é um importante paradigma que acaba com a educação bancária tradicional e incentiva a conscientização e participação dos educandos no processo de ensino. → O principal conceito da perspectiva freiriana é o educando como sujeito da ação, ao contrário da abordagem clássica de um aluno passivo que aceita tudo o que o professor lhe diz, o aluno deve ser provocado a pensar criticamente sobre o que ouve, ou seja, em vez de aceitar passivamente o conhecimento, o educando deve filosofar e raciocinar sobre os problemas, com o apoio do professor, além disso, um aspecto crucial da pedagogia freiriana é a ênfase na relação dialógica entre educador e educando. → Freire prega o diálogo como horizontal em que ambos os participantes estão em pé de igualdade, compartilhando saberes, experiências e questionamentos, portanto, o educador tem diversas funções, que não é apenas transmitir o conhecimento, mas também mediar a troca e estimular o pensamento crítico e a consciência social. → A conscientização é um dos conceitos-chave da pedagogia freiriana: é o processo através do qual os educandos se conscientizam das condições de opressão e injustiça em que vivem e desenvolvem uma visão crítica e ativa das mudanças sociais. → Sua visão de educação estava intimamente ligada à prática social, por isso, ele tentou caminhar junto com os alunos. → A alfabetização foi outra área onde a pedagogia freiriana influenciou muito. → O “Método Paulo Freire” implica em uma relação conscientizadora, a ideia é que não se ensine a palavra em si, mas a leitura do mundo, por meio da linguagem e da história. → Com as palavras geradoras, que estimulam uma reflexão sobre sua situação real, a proposta é que o educando involuntariamente aprenda a ler e escrever criticamente, pautado em sua própria realidade. → A cultura popular e a própria experiência de vida do educando são valorizadas, pois a proposta prevê diálogo com os diversos tipos de conhecimento de uma sociedade . → A pedagogia de Freire é, antes de tudo, humanista, afirmar o ser enquanto ser e entender que este pode – e quer – ser mais. Assim, a sua proposta pedagógica é intrinsecamente humanista, tendo a crença plena na capacidade transformadora do ser humano e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. → Em conclusão, a proposta pedagógica de Paulo Freire se encontra em oposição à educação bancária, centralizada, autoritária e descontextualizada, propondo uma prática educativa pautada na conscientização, emancipação e democracia, nas quais os sujeitos se tornem agentes da construção de um mundo mais justo e solidário. Aulas 16 e 17 – Multiculturalismo, ações afirmativas na educação brasileira, o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/2008). # 16 → Segundo Silva (2000), multiculturalismo é um movimento que propõe um currículo inclusivo, que incorpora as tradições culturais dos diferentes grupos sociais, nesse sentido, está intimamente relacionado com as reivindicações de mulheres, homossexuais e negros. → Já os Estudos Culturais se referem ao campo de teorização e investigação que tem origem na Inglaterra em 1964, preocupado com a revisão do conceito de cultura, adotando uma concepção antropológica do termo. → Inicialmente, o campo foi influenciado por marxistas e, posteriormente, pelo pós-estruturalismo. → Assim, os Estudos Culturais afirmam que a cultura é em campo de luta e de intervenção política, concepção esta que irá influenciar a produção de diversas áreas do conhecimento. → As políticas afirmativas, também chamadas de políticas de discriminação positiva ou políticas sociais compensatórias, são leis ou intervenções políticas que compreendem ações do Estado em favor de grupos específicos, historicamente discriminados. → O pensar sobre a diversidade teve sua principal raiz em problemas que afligiam a sociedade norte-americana a partir da década de 1960, podemos relacionar cinco grandes eixos de conflitos de identidade que vieram à tona nessa época nos Estados Unidos: 1. A questão indígena – após séculos de extermínio físico e da implementação de uma política de assimilação e de desenraizamento cultural dos nativos, a década de 1930 troxe alterações. Uma geração de antropólogos (Lowie, Krober, Herskovits) defendeu o abandono da atuação de eliminação de identidade, contribuindo para que, nos anos 60, a luta pelo reconhecimento das nações indígenas, sensibilizando a opinião pública e a classe política, ganhasse impulso. 2. A questão do racismo – a escravidão foi a relação de trabalho predominante por 250 anos nos EUA. Deixou marcas muito significativas na sociedade, especialmente nos estados do Sul, onde existia um verdadeiro sistema de Apartheid em pleno século XX, sustentado pela lei, por uma ideologia racista e antiassimilacionista. 3. A questão religiosa – no processo de ocupação e formação dos EUA, destacou-se o papel desempenhado por comunidades religiosas, principalmente as protestantes, fugidas de perseguições na Europa. Essas comunidades tenderam a se organizar de forma mais ou menos fechada e a exercer autonomia política. Essas experiências históricas de comunitarismo, de espiritualidade e de proteção à liberdade de expressão contribuíram, na segunda metade do século XX, para o debate da pluralidade cultural, sem se opor a uma perspectiva de unidade nacional. 4. A questão da base anglo-saxônica das elites econômicas e políticas – a formação dos EUA caracterizou-se por uma diversidade cultural significativa. Aos nativos, se somaram os anglo-saxões puritanos, os africanos e ondas de imigração europeia ao longo dos séculos XIX e XX, como, por exemplo, a de irlandeses, italianos, poloneses (muitos católicos e judeus). Apesar dessa composição diversificada, havia um amplo e sólido domínio institucional e cultural da parcela branca, anglo-saxônica e protestante da sociedade, que sofreu questionamentos nas décadas finais do século XX. 5. A questão do imigrante – a formação da sociedade norte-americana se confunde com a história da imigração. Originariamente, o imigrante é branco e europeu, mas após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) sua feição se altera, com a entrada em massa de asiáticos e latinos. O declínio do percentual de americanos brancos é visto com temor pelo segmento anglo-saxão e protestante dominante, estimulando, inclusive, políticas de restrição imigratória e alimentando posicionamentos discriminatórios, assim como a organização desses novos grupos exigindo demandas sociais e políticas. → O movimento multicultural não teve sua origem restrita a sua vertente militante, notadamente norte-americana. → Os avanços na teoria social e nas ciências humanas no século XX, contribuíram para o avanço de uma outra percepção do sujeito e da identidade, à qual o multiculturalismo se associou: as novas correntes marxistas; a psicanálise; a Linguística de Saussure; o pensamento de Foucault e o movimento feminista, → Nesse sentido, pode-se identificar, segundo Semprini, quatro aspectos principais do pensamento multicultural: a realidade é uma construção; as interpretações são subjetivas; os valores são relativos; o conhecimento é um fato político. → A questão multicultural,portanto, apresenta em seu debate reflexões intimamente relacionadas à realidade e às necessidades brasileiras e de outras partes do mundo. → O multiculturalismo troxe à tona a discussão dos direitos das minorias, da identidade e de seu reconhecimento, promovendo, nume perspectiva cultural, o debate em três zonas de conflito preferenciais: a educação; a identidade sexual e as relações interpessoais; e as reivindicações de identidade. # 17 → A Educação é ao mesmo tempo, um espaço de combate à discriminação e de construção de identidades; além disso, ela propicia o domínio de saberes socialmente prestigiados, podendo contribuir para a diminuição das diferenças sociais. → A Educação Especial: A Educação Especial se destina tanto aos portadores de deficiências quanto aos superdotados. → Aquela Resolução, no Art. 5º, especifica o que se considera educando com necessidades especiais, incluindo, nessa designação, aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento; aqueles com dificuldades de comunicação por demandarem linguagens e códigos especiais; aqueles com altas habilidades/superdotação. → O significado efetivo dessa modalidade é propiciar um trabalho educativo especializado no que diz respeito aos “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos” para aqueles que possuem especificidades. → Existem dificuldades de efetivar na Educação Especial uma política de inclusão que exija, paralelamente, um grande investimento na capacitação docente, já que a formação de professores não contempla, generalizadamente, essa demanda crescente. → Educação Indígena: A Constituição Federal de 1988 assegura, entre diversos direitos das comunidades indígenas, “a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem” (Art. 210), além de registrar como função do Estado a proteção “às manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional” (Art. 215). → É inegável a preocupação do Estado em propiciar a divulgação da cultura das comunidades indígenas, no sentido de garantir-lhes a afirmação de suas identidades, sem descuidar de uma perspectiva cultural nacional no contexto educacional. → A Política de Cotas: Lei nº 3.524/2000, que reservava 50% das vagas de universidades estaduais para os estudantes oriundos da rede pública dessa unidade da Federação. → Lei nº 3.708/2001, que reservava 40% das vagas das mesmas universidades para estudantes autodeclarados negros e pardos. → As iniciativas – claramente influenciadas pela experiência norte-americana e pelas reivindicações do movimento negro – trouxeram a público o debate sobre o acesso à Educação, mexendo com valores entranhados na nossa sociedade, tais como: a seleção por mérito, a igualdade de concorrência, a igualdade de todos perante a lei, a ausência de racismo no Brasil etc. → O estabelecimento da legislação não garante a solução imediata da questão social que se procura resolver; contudo, mesmo se levantarmos os problemas gerados, é inegável que a política de ação afirmativa promove resultados positivos. → O maior mérito das políticas de discriminação positiva é desmascarar a discriminação surda, tocar nas feridas da nossa sociedade, gerar polêmicas que nos fazem repensar o passado, o presente e o futuro. Aula 18 – O livro didático na educação brasileira. → Nesta aula você teve a oportunidade de se deparar com algumas considerações sobre a história do livro didático no Brasil, em que se ressaltou o papel desempenhado pelo Estado nessa trajetória. → Definiu-se esse instrumento didático, como mercadoria, depositário dos conteúdos escolares, instrumento pedagógico e veículo portador de um sistema de valores, de uma ideologia, de uma cultura. → Consequentemente, identificamos que para analisar um livro didático é preciso ter consciência de que ele corporifica um projeto pedagógico específico, de que o autor de livros didáticos é um selecionador de conteúdos e que essa seleção é histórica e ideologicamente situada, inexistindo neutralidade. → Por fim, discutimos que a principal problemática é criar instrumentos de controle que garantam a melhoria constante da qualidade da produção didática; evidenciamos a necessidade de promover políticas públicas que aperfeiçoem, significativamente, a formação docente. → Ressaltamos a importância do livro didático no contexto brasileiro, refletimos a respeito dos usos e abusos do livro didático. ______________________________________X_______________________________________