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Aula 1 – A educação jesuítica no Período Colonial.
→ E educação como meio de submissão e domínio político, nos ajuda a começar a entender a 
posição assumida pelos jesuítas, pela igreja e pelo governo português.
→ Os primeiros (jesuítas), com seu espírito de autoridade e de disciplina, possuindo uma incrível 
arma intelectual de domínio, representada por um ensino nitidamente dogmático e abstrato, 
exerceram um papel eminentemente conservador.
→ A Igreja Católica, ameaçada pelo espírito crítico que rondava a Europa, parecia empenhar-se, 
mediante o ensino jesuítico, pela reafirmação de sua autoridade.
→ Quanto ao governo português, observamos que confiou à Companhia de Jesus, já famosa pela 
superioridade de suas escolas, uma larga obra de penetração e de colonização das terras de 
Portugal. Afinal, o seu principal interesse era o de exploração e defesa das colônias.
→ A educação jesuítica refletia claramente o seu caráter elitista.
→ A educação no período colonial não visava à formação do povo.
→ Pleo contrário, o povo foi excluído do sistema educacional dos jesuítas, a educação de elite 
possuía seu público-alvo, e servia como patamar de ascensão social.
→ A história da educação esteve, durante o período colonial, a serviço de interesses alheios ao 
sentido real da instrução, ou seja, o da formação integral do indivíduo.
→ O início da história da educação no Brasil, revela-nos claramente o sentido empregado pelos 
nossos conquistadores, ao ato de educar.
→ Durante o período colonial no Brasil, a atuação dos jesuítas na educação foi fundamental para 
a formação da sociedade da época.
→ Os padres jesuítas estabeleceram escolas e colégios em diversas regiões, promovendo a 
educação popular e a difusão da cultura clássica, eles buscavam formar letrados eruditos, 
capazes de compreender e disseminar os valores da época, como a religião católica e a língua 
portuguesa.
→ A educação jesuítica era marcada por uma abordagem conservadora e elitista, focada na 
formação das classes dirigentes e na manutenção da ordem social vigente.
→ Os jesuítas valorizavam o ensino literário o ensino literário de fundo clássico, o que tornou seu 
sistema educacional bastante influente na época.
→ Apesar de sua importância na difusão do conhecimento e na promoção da cultura, a educação 
jesuítica também era criticada por sua alienação da realidade concreta e pela falta de estímulo à 
pesquisa e experimentação.
→ A expulsão dos jesuítas teve impactos significativos no sistema educacional brasileiro, levando 
o Estado a assumir um papel mais ativo na educação.
→ A Universidade de Coimbra desempenhou um papel central na formação das elites culturais 
brasileiras, influenciando diretamente a educação no Brasil colonial.
→ A herança deixada pela educação jesuítica perdurou mesmo após a expulsão dos padres, 
moldando a cultura e a sociedade brasileira de maneira duradoura.
Aula 2 – Instituições escolares no Brasil colônia e imperial.
→ As Instituições Escolares criadas no Brasil nos períodos colonial e imperial acompanham o 
movimento e os interesses da sociedade.
→ Havia dois modelos de instrução: um para os indígenas, centrado na leitura, escrita e algumas 
operações; e outro para os filhos dos colonos, consistindo num ensino mais intelectualizado.
→ O sistema educacional no período colonial no Brasil (1549-1808) era composto desde a sua 
origem de forma etnicamente plural e com diversas línguas, e neste sentido podemos perceber 
quem tinha acesso à educação disponível e quais as condições de acesso à educação oferecida.
→ Durante o período colonial no Brasil, as Instituições Escolares refletiam os interesses de 
Portugal, visando principalmente beneficiar a metrópole.
→ A sociedade era controlada por representantes da coroa portuguesa, não havendo instituições 
autônomas no país.
→ A economia colonial girava em torno da produção de açúcar, um produto de grande aceitação 
na Europa, o que levou ao início do povoamento do Brasil.
→ As escolas nesse período tinham como objetivo formar o clero e transmitir valores religiosos, 
enfatizando bons costumes e a fidelidade à igreja.
→ A educação era precária e desigual, com poucas iniciativas educacionais e falta de estrutura 
para atender a toda a população.
→ Já no período imperial, houve conflitos entre ideologias mercantilistas e liberais, com a 
manutenção do poder absoluto do rei e a luta por mais autonomia.
→ Com a abertura dos portos e a vinda de imigrantes, novas ideias, como o liberalismo, 
começaram a influenciar a sociedade brasileira.
→ A constituição de 1824 estabeleceu a gratuidade do ensino primário, porém a falta de estrutura 
e recursos limitava o acesso à educação. O ensino secundário foi organizado de forma regular e 
seriada, com a criação de escolas normais para a formação de professores.
→ Esses períodos históricos influenciaram a estrutura e o desenvolvimento das Instituições 
Escolares no Brasil, refletindo os interesses políticos, econômicos e sociais de cada época.
→ A educação no Brasil passou por transformações significativas ao longo dos séculos, moldando 
a sociedade e a formação dos cidadãos brasileiros.
Aula 3 – A educação brasileira no período pombalino.
→ A substituição da metodologia eclesiástica dos jesuítas pelo pensamento pedagógico da escola 
pública e laica marca o surgimento, na sociedade, do espírito moderno.
→ As principais medidas implantadas pelo marquês, por intermédio do Alvará de 28 de junho de 
1759, foram:
• total destruição da organização da educação jesuítica e sua metodologia de ensino, tanto 
no Brasil quanto em Portugal;
• instituição de aulas de gramática latina, de grego e de retórica;
• criação do cargo de ‘diretor de estudos’ – pretendia-se que fosse um órgão administrativo 
de orientação e fiscalização do ensino;
• introdução das aulas régias – aulas isoladas que substituíram o curso secundário de 
humanidades criado pelos jesuítas;
• realização de concurso para escolha de professores para ministrarem as aulas régias;
• aprovação e instituição das aulas de comércio.
→ Inspirado nos ideais iluministas, Pombal empreende uma profunda reforma educacional, ao 
menos formalmente.
→ A metodologia eclesiástica dos jesuítas é substituída pelo pensamento pedagógico da escola 
pública e laica.
Aula 4 – A organização da educação no império brasileiro.
→ Durante o período do Império Brasileiro (1822 – 1889), a organização da educação passou por 
diversas transformações e desafios significativos.
→ Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, houve um impacto significativo 
no sistema educacional da Colônia.
→ A abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior e a criação de instituições de ensino 
superior, como a Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar, refletiram a necessidade 
de formar profissionais para atender às demandas da nova situação econômica e social do país.
→ A Constituição de 1824 estabeleceu a gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos, 
demonstrando a preocupação com a educação popular.
→ Em 1827, foi aprovada a primeira lei sobre a instrução pública nacional, determinando a criação 
de escolas primeiras letras em cidades e vilas, n o entanto, relatórios ministeriais apontaram 
diversos problemas na implementação da lei, como a ineficiência na administração municipal, a 
falta de recursos materiais e o despreparo dos professores.
→ A descentralização do ensino, por meio das Assembleias Legislativas Provinciais, permitiu a 
criação de escolas locais, mas ainda havia dificuldades em oferecer educação nas áreas mais 
distantes.
→ Surgiram instituições de ensino voltadas para a formação de profissionais como médicos, 
advogados e jornalistas, evidenciando a disparidade educacional entra a elite e a maioria da 
população.
→ No final do império, o cenário educacional era marcado por poucas instituições escolares, 
liceus nas capitais, colégios privados ecursos normais insuficientes para atender às necessidades 
do país.
→ A pressão por mão de obra qualificada e a necessidade de se adequar às demandas do 
mercado internacional levaram a iniciativas para combater o analfabetismo e melhorar a qualidade 
da educação no Brasil.
→ Assim, a organização da educação no Império Brasileiro refletiu as transformações sociais, 
políticas e econômicas da época, evidenciando os desafios e avanços na busca por uma 
educação mais inclusiva e qualificada para a população, apesar das contradições e limitações do 
sistema educacional da época. 
Aula 6 – Políticas educacionais no Brasil 1: período 1930 a 1940
→ Durante o período de 1930 a 1945, a política educacional no Brasil foi marcada por importantes 
transformações e conflitos ideológicos, saindo do modelo agro-exportador, caminhando para um 
modelo urbano-industrial. Alguns pontos-chave incluem:
• Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: Emitido em 1932, o manifesto foi um 
marco histórico que defendia a Educação como um direito universal, acessível a todos, 
independente da classe social. Propunha uma educação pública, gratuita, obrigatória e 
laica, rompendo com a visão elitista e privilegiada da educação vigente até então. Essa 
proposta representou uma mudança significativa na estrutura e organização do sistema 
educacional brasileiro, refletindo as ideias dos escolanovistas e educadores que buscavam 
reformas profundas no ensino. O manifesto rompeu com a velha ordem oligárquica 
brasileira, a Educação deveria adaptar-se às novas exigências do mundo urbano industrial.
• Conflito Ideológico: Durante esse período, houve um embate entre os defensores da 
educação progressista, representados pelos escolanovistas, e os educadores católicos, 
que tinham uma visão mais tradicional e conservadora da educação. Essa disputa 
ideológica influenciou as políticas educacionais adotadas, refletindo-se em leis e diretrizes 
que buscavam moldar o sistema educacional de acordo com as visões políticas em 
conflito.
• Governo do Estado Novo: A instauração do Estado novo em 1937, sob o governo 
autoritário de Getúlio Vargas, teve um impacto significativo na política educacional. O 
Estado Novo centralizou o poder e impôs uma forte influência ideológica sobre a 
educação, utilizando-a como instrumento para solidificar a hegemonia política do Estado. 
As leis orgânicas de ensino promulgadas nesse período refletiam a posição política do 
governo, restringindo a liberdade de pensamento e impondo uma educação alinhada aos 
princípios do regime autoritário.
→ Esses aspectos demonstram como a política educacional no Brasil entre 1930 e 1945 foi 
permeada por conflitos ideológicos, reformas estruturais e influências políticas que moldaram o 
sistema educacional do país durante esse período de intensas transformações.
Aula 7 – Políticas educacionais no Brasil 2: período de 1945 a 1985.
→ Durante o período entre 1945 e 1964, a educação no Brasil passou por importantes 
transformações, adotou o modelo nacional-desenvolvimentista, possibilitou o desenvolvimento de 
vários movimentos e campanhas de educação popular e criou uma intensa discussão em torno 
das ideias que sustentariam a nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
→ Esses são alguns pontos-chaves de forma simples e didática:
• Redemocratização pós Segunda Guerra Mundial: Após o fim do Estado Novo em 1945, 
o Brasil passou por um processo de redemocratização, com a eleição de governantes civis 
e a retomada da liberdade política. Isso influenciou a educação, permitindo maior 
participação da sociedade na definição das políticas educacionais.
• Valorização da Escola Pública: Nesse período, houve uma valorização da escola pública 
e gratuita, com movimentos em defesa da educação laica e de qualidade para todos. 
Educadores, intelectuais e líderes sindicais se uniram em campanhas pela valorização da 
escola pública como um direito social.
• Primeira LDBEN: Em 1961, foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) no Brasil, buscando conciliar os interesses da escola privada 
e pública. A lei reafirmou a estrutura do ensino, permitindo equivalência entre os cursos e 
uma maior pluralidade de currículos.
• Movimentos Educacionais: Durante esse período, surgiram movimentos e campanhas 
em defesa de uma educação mais inclusiva e democrática. Educadores e estudantes se 
mobilizaram em prol de uma educação que atendesse às necessidades de toda a 
população, destacando o papel do estado na garantia do acesso à educação de qualidade.
• Leis Orgânicas de 1946: Foram promulgadas três Leis Orgânicas em 1946, incluindo a do 
Ensino Primário, do Ensino Normal e do Ensino Agrícola, além da criação do Serviço 
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Essas leis refletiram o novo contexto 
econômico, político e social do Brasil, estabelecendo princípios como a gratuidade e 
obrigatoriedade do ensino primário em todo o país.
→ Esses são alguns dos principais aspectos que marcaram a educação no Brasil entre 1945 e 
1964, refletindo um período de redemocratização, valorização da escola pública, promulgação da 
primeira LDBEN e mobilização por uma educação mais igualitária e socialmente responsável.
→ Durante o período entre 1964 e 1985, a educação no Brasil passou por transformações 
significativas, o período da ditadura militar adotou o modelo dependente associado, que 
preconizava a modernização, a aceleração do processo industrial e o incentivo à exportação, o 
que facilitou a instalação de empresas multinacionais no país.
→ Nesse período, em nome da racionalidade, da produtividade e da eficiência, foram feitas duas 
reformas educacionais, a 5.540/68, que reformou o ensino superior, e a 5.692/71, que reformou o 
ensino de 1º e 2º Graus.
→ Com o fracasso dessas reformas e a crise no governo da ditadura militar, surgiram vários 
movimentos e campanhas que lutaram por mudanças na política educacional brasileira.
→ Esses são alguns pontos importantes de forma simples e didática:
• Intervenção do Estado: Após o golpe militar de 1964, o Estado passou a intervir de forma 
mais direta na educação, buscando controlar e direcionar o sistema educacional de adordo 
com os interesses do regime autoritário. Isso resultou em políticas educacionais mais 
centralizadas e alinhadas com a ideologia do governo.
• Modelo Dependente Associado: Durante a ditadura militar, o Brasil adotou o modelo 
dependente associado, que buscava modernizar o país, acelerar a industrialização e 
favorecer a entrada de empresas multinacionais. Isso influenciou diretamente as políticas 
educacionais, com ênfase na formação técnica e profissionalizante.
• Ênfase na Educação Técnica: Durante esse período, houve uma valorização da 
educação técnica e profissionalizante, em detrimento de uma formação mais humanística e 
crítica. O objetivo era formar mão de obra qualificada para atender às demandas do 
mercado de trabalho e da industrialização do país.
• Reformas Educacionais: Foram implementadas duas reformas educacionais importantes: 
a Lei 5.540/68 que reestruturou o ensino superior, e a Lei 5.692/71, que reformulou o 
ensino de 1º e 2º Graus. Essas reformas tinham como objetivo adequar a educação às 
necessidades do regime militar, enfatizando a formação técnica e a disciplina.
• Movimentos de Resistência: Apesar do controle exercido pelo regime militar, surgiram 
movimentos de resistência na área educacional. Professores, estudantes e intelectuais se 
mobilizaram em defesa da liberdade acadêmica, da democracia na educação e da 
valorização do pensamento crítico, lutando por uma educação mais plural e inclusiva.
→ Esses são alguns dos principais aspectos que marcaram a educação no Brasil entre 1964 e 
1985, refletindoum período de intervenção estatal, valorização da educação técnica, reformas 
educacionais e resistência por parte da sociedade em busca de uma educação mais democrática 
e humanística.
Aula 8 – Políticas educacionais no Brasil 3: 1985 a 2000.
→ Política educacional no Brasil entre 1985 e 1996:
• Redemocratização: Após o período de ditadura militar, o Brasil passou por um processo 
de redemocratização, culminando na eleição indireta de Tancredo Neves em 1985 e na 
posse de José Sarney. Esse momento marcou o início de uma transição democrática no 
país.
• Movimentos Sociais: Surgiram importantes movimentos político-educacionais, como o 
Fórum Nacional da Educação na Constituinte em Defesa do Ensino Público e Gratuito, que 
contribuíram para a discussão e defesa da educação pública e gratuita no país.
• Constituição de 1988: Foi elaborada a Constituição de 1988, que trouxe avanços 
significativos para a educação, estabelecendo diretrizes e bases para o ensino no país, 
como a garantia do direito à educação, a valorização dos profissionais da educação e a 
descentralização do ensino.
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Em dezembro de 1996, foi 
promulgada a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Edcucação Nacional, que reafirmou a 
importância da educação como um direito de todos e estabeleceu as diretrizes para a 
organização do sistema educacional brasileiro.
• Desafios e Avanços: Durante esse período, e educação no Brasil enfrentou desafios 
como a melhoria da qualidade do ensino, a ampliação do acesso à educação básica e a 
valorização dos profissionais da educação. Ao mesmo tempo, foram registrados avanços 
na legislação educacional e na participação da sociedade civil na formulação de políticas 
educacionais.
→ Política educacional no Brasil entre 1997 e 2000:
• Neoliberalismo na Educação: Durante esse período, a política educacional brasileira foi 
influenciada pelo neoliberalismo, buscando formar um novo tipo de cidadão e trabalhador 
alinhado aos interesses econômicos da época.
• Reformas Legais: Foram implementadas mudanças significativas na legislação 
educacional, como a promulgação do Decreto nº 2.208/97, que regulamentou a educação, 
impactando o currículo e a gestão do sistema educacional.
• Formação Escolar: Houve uma reestruturação no sistema educacional, com foco na 
formação científico-tecnológica e na ampliação da educação infantil, visando atender às 
demandas de um mundo em constante transformação.
• Avaliação e Qualidade: Foram criados mecanismos de avaliação, como o SAEB e o 
Provão, para monitorar a qualidade da educação básica e superior, buscando garantir 
padrões de excelência e promover melhorias no ensino.
• Desafios e Mudanças: Nesse período, a educação enfrentou desafios como a 
universalização do ensino fundamental, a melhoria das condições materiais do sistema 
educacional e a busca por uma educação de qualidade e inclusiva para todos os cidadãos.
Aula 10 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos: do século 
XVII ao século XIX.
→ Do século XVII ao século XIX foi sendo construída uma concepção de professor que devia unir 
vocação e sacerdócio.
→ Entre os séculos XVII e XVIII, as discussões educacionais foram marcadas pela luta por uma 
escola laica e estatal, no sentido de libertar a escola de seus laços religiosos, os professores 
deveriam ser formados em Escolas Normais laicas e se tornarem funcionários do Estado.
→ A partir do século XIX, as Escolas Normais foram instituições importantes para a 
profissionalização do professor, nas décadas finais do século XIX, a profissão docente foi se 
tornando um ramo do serviço público, e cada vez mais o Estado passou a se encarregar das 
instituições escolares, controlando o trabalho docente para que este garantisse o fortalecimento 
da ordem econômica e social.
→ Séculos XVII a XIX: Durante esse período, as condições históricas foram estabelecidas, 
consolidando o trabalho docente como um sacerdócio, missão e doação. No século XIX, houve 
um processo de feminização do magistério e a profissão docente ganhou destaque na sociedade 
europeia e nos EUA.
→ Profissionalismo vs. Sacerdócio: Os professores enfrentaram o dilema de serem vistos como 
profissionais bem formados e competentes, ao mesmo tempo em que eram considerados 
sacerdotes laicos com uma missão sagrada de ensinar.
→ Escola Normais: No Brasil, houve discussões sobre a criação de Escolas Normais para formar 
adequadamente os professores e acabar com os improvisados, além de questionar as condições 
de trabalho docente e estabelecer mecanismos de controle.
→ Controle Estatal: Ao longo do século XIX, o Estado passou a controlar cada vez mais as 
instituições escolares e o trabalho docente, visando fortalecer a ordem econômica e social.
→ Profissão Docente: A profissão docente evoluiu para se tornar um ramo do serviço público, 
com o Estado assumindo responsabilidades nas instituições escolares e no controle do trabalho 
dos professores.
Aula 11 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos: século XX.
→ No século XX, as condições de trabalho dos professores foram influenciadas por mudanças 
econômicas, políticas e sociais.
→ O processo de trabalho docente se relacionou com o desenvolvimento do capitalismo, com 
características como perda de controle do trabalho e aumento de atividades.
→ A profissionalização do professor foi impulsionada pelo escolanovismo, que defendia uma 
formação científica e novas funções nas escolas.
→ ao longo do século XX, o trabalho docente passou por transformações, como aumento de 
tarefas, parcelamento do trabalho e pressões sociais e políticas.
→ Apesar do desprestígio social da profissão, os professores demonstraram capacidade de 
resistência e criatividade para enfrentar essas condições desafiadoras.
→ Entre 1930 e 1960, ingressar em uma Escola Normal pública era um sonho para muitos jovens, 
especialmente no Instituto de Educação do Rio de Janeiro, devido à valorização da profissão 
docente, a garantia de emprego na rede pública de ensino e à remuneração significativa.
→ Entre 1946 e 1964, o Brasil, no campo econômico, estava consolidando a fase monopolista do 
capitalismo e, no campo político, passava pelo processo de redemocratização.
→ No estágio monopolista do capitalismo, houve concentração e centralização do capital, 
afetando a organização do trabalho docente. Elimina-se a concorrência e o capital bancário se 
funde com o capital industrial.
# Resumo do Livro:
→ O capitalismo em suas diferentes fases criou novas funções e ocupações.
→ No século XX, ampliou-se o processo de industrialização e desenvolveu-se o setor de serviços.
→ O professor pode ser considerado um trabalhador do setor de serviços.
→ Algumas características do processo de produção capitalista estão presentes no trabalho do 
professor como: a perda do controle do trabalho, o excessivo parcelamento e, principalmente, o 
aumento de atividades exercidas pelo professor.
→ A partir da década de 1930, o Brasil passou por mudanças significativas no campo econômico, 
político e social, além de receber uma forte influência do movimento escolanovista, o que 
possibilitou o processo de profissionalização do professor e de outras atividades escolares.
→ Entre as décadas de 40 e 50, a professora primária do município do Rio de Janeiro desfrutou 
de uma boa condição financeira e tinha prestígio social. 
→ Mas nas últimas décadas, o trabalho docente, no Brasil, sofreu uma grande desvalorização e 
enfrenta o desprestígio social.
→ Além disso, os professores estão submetidos a uma série de pressões sociais e políticas, que 
abalam a sua identidade.
# Texto Complementar da Aula 11
→ O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 aborda a situação fragmentada e 
desarticulada do sistema educacional brasileiro, resultado de reformas parciais e arbitrárias sem 
umavisão global do problema.
→ Destaca a falta de determinação dos fins da educação e a aplicação de métodos científicos 
como causas da inorganização escolar.
→ Propõe reformas profundas para fortalecer o valor social da escola, sem negligenciar a arte, 
literatura e valores culturais.
→ Enfatiza a importância da arte e literatura na sociedade, mas ressalta que em sociedades com 
bases econômicas sólidas, os produtores intelectuais ganham destaque.
→ O manifesto defende a necessidade de uma direção firme no movimento de renovação 
educacional, com clareza de aspirações e responsabilidades.
→ Destaca a importância de formular bases e diretrizes claras para o movimento educacional.
→ Conclui ressaltando a importância da preparação para enfrentar os desafios das sociedades 
modernas, enfatizando a necessidade de adquirir um caráter firme e refletir sobre os grandes 
acontecimentos da época.
Aula 12 – A formação do educador no Brasil 1: 1835 a 1932.
→ As Escolas Normais, desde o momento de sua criação, têm sido responsáveis pela elaboração 
de normas e práticas educativas para construir a identidade do professor.
→ O contexto sociocultural brasileiro passava por transformações significativas: a disseminação 
de ideias liberais e republicanas; a eclosão de vários movimentos abolicionistas e a discussão, 
nas academias, das ideias evolucionistas e positivistas.
→ Essa efervescência político-cultural possibilitou a ampliação da discussão sobre a escola 
pública elementar e a importância das escolas Normais para a qualificação do professor.
→ A partir de 1870, notamos duas medidas que caracterizaram uma mudança cultural nos rumos 
da Educação: a exigência de prédios próprios para a instalação de escolas e a definição de 
Escola Normal como o local mais adequado para formar professores qualificados, porque não se 
podia mais admitir professores improvisados e desqualificados.
→ Idoneidade moral e formação científica marcaram a primeira proposta de ensino público e 
gratuito da Escola Normal do Município da Corte do Rio de Janeiro.
→ De acordo com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o professor devia fazer parte de 
uma elite, porque exercia uma função pública de grande relevância.
→ O período entre o final da década de 1920 e o início da década de 1930 do século XX foi muito 
significativo na luta pela valorização e pela institucionalização da profissão de professor.
→ As Escolas Normais tornaram-se centros geradores de concepções e práticas que serviriam de 
modelos à formação dos professores.
→ No Rio de Janeiro foram realizadas duas reformas educacionais importantes: a Reforma do 
Ensino do Distrito Federal, de Fernando de Azevedo, em 1928; e a Reforma do Instituto de 
Educação, de Anísio Teixeira, em 1932; ambas demonstraram os novos rumos que a formação de 
professores deveria seguir.
→ A Reforma de Fernando de Azevedo propunha que o profissional da Educação deveria ser 
formado de acordo com três condições fundamentais: a) ambiente educativo; b) cultura geral e c) 
formação científica.
→ A Reforma de Anísio Teixeira transformou a Escola Normal do Rio de Janeiro em Instituto de 
Educação do Rio de Janeiro; essa reforma considerava que a formação do professor deveria ser 
conduzida pelo conhecimento científico, conciliando ciência e arte, conhecimento teórico e 
aplicação prática.
→ Nessas propostas, observamos, com clareza, os novos rumos que a formação do professor 
estava tomando no Brasil; mesmo que existissem dificuldades políticas para a implantação dessas 
reformas, podemos constatar a mudança na mentalidade para a formação do professor.
# Resumo do Livro: 
→ A escola, no mundo contemporâneo, tornou-se uma instituição que tem como finalidade 
transmitir conhecimentos para reproduzir ou transformar normais sociais e políticas.
→ Por isso, as Escolas Normais, desde o momento de sua criação, têm sido responsáveis pela 
elaboração de normas e práticas educativas para construir a identidade do professor.
→ No Brasil, as Escolas Normais foram criadas a partir da terceira década do século XIX, e a 
primeira foi a Escola Normal de Niterói, em 1935.
→ A formação dos professores no século XIX priorizava a boa conduta e a moral, porque o 
professor deveria disseminar a ordem e a civilidade.
→ No século XX, o ideário da Escola Nova e os novos rumos da política econômica e social 
possibilitaram uma proposta nova à formação do professor, esse deveria dominar uma cultura 
múltipla e diversa e se transformar num agente de intervenção e transformação cultural, 
econômica, política e social.
Aula 14 – A formação do educador no Brasil 2: 1932 a 2000.
→ Durante o Brasil-Colônia, o magistério era exercido pelos padres, nesse contexto, existia uma 
enorme influência dos jesuítas nesta função e nos modelos de Educação herdados mesmo depois 
de sua expulsão, na segunda metade do século XVIII.
→ No século XIX, a profissionalização docente ainda era muito precária, mesmo com a 
Proclamação da República em 1889, esta situação permanece até os anos 20 e 30.
→ A partir dessas décadas, a difusão do ideário escolanovista valorizou a formação docente, já 
que a Educação era vista como o motor para a transformação social.
→ No Estado Novo, ocorreu uma gradativa percepção da importância da criação do Ministério da 
Educação e Saúde e secretarias de Educação, assim como a tentativa de se normatizar a 
formação docente através do modelo do Instituto de Educação para todo o Brasil.
→ Posteriormente, com a LDBEN de 1961, assim como na Lei 5.692/71, houve transformações 
que atingiram as características da formação de professores no Brasil.
→ Já nos anos 80 e 90, ocorre o aviltamento das condições de remuneração e de trabalho dos 
professores.→ Por fim, podemos perceber que a LDBEN de 1996 traz novas diretrizes para a 
formação de professores.
→ Um dos eventos mais importantes na área de formação de professores na primeira metade do 
século XX foi a criação do Instituto de Educação no Rio de Janeiro, esse instituto foi pioneiro por 
sua estruturação do ensino de formação de professor e, também, por ter sido o primeiro centro de 
pesquisas sobre educação no país de que se tem notícia.
→ É importante ressaltar, no entanto, que o instituto, embora tenha surgido como necessidade 
das demandas do início do século XX, foi fruto da mente preparada e do trabalho persistente de 
Anísio Teixeira.
→ A criação da UDF (Universidade do Distrito Federal), no Rio de Janeiro, significava a abertura 
de um espaço cultural para o desenvolvimento filosófico, científico, literário e artístico no Rio de 
Janeiro, essa Universidade abria caminho para uma nova formação de professor.
→ A Reforma Fernando Azevedo, a Reforma de Anísio Teixeira e a criação da UDF foram medidas 
que criaram as condições para a construção de um novo modelo na formação de professores, ou 
seja, de um professor que poderia promover mudanças significativas nas ideias, crenças e valores 
daqueles que ele se propunha educar.
# Resumo do Livro
→ Na década de 1930, Anísio Teixeira elaborou uma reforma de ensino que pretendia transformar 
o Instituto de Educação do Rio de Janeiro num centro de pesquisas educacionais, que prepararia 
os professores com teoria e prática.
→ Em 1935, foi criada a Universidade do Distrito Federal que, com sua breve existência, foi uma 
importante experiência para a formação de professores.
→ Em 1946, foi promulgada a Lei Orgânica do Ensino Normal, que organizou nacionalmente o 
Ensino Normal.
→ Entre as décadas de 1930, 1940 e 1950, o Instituto de Educação do Rio de Janeiro tornou-se 
uma escola padrão para a formação de professores da educação infantil e do primeiro segmento 
do Ensino Fundamental, o antigo primário.
→ Na década de 1960, o Ensino Normal expandiu-se, principalmente na região Sudeste, 
expansão que não teve o suporte de uma política de formação do magistério direcionada para 
suprir as necessidades do Ensino Primário.→ No início da década de 1970, foi promulgada a Lei 5.692/71, que deu um caráter 
profissionalizante ao Ensino Normal, empobrecendo a formação do professor do primeiro 
segmento do Ensino Fundamental.
→ Ao longo das décadas de 1980 e 1990, surgiram movimentos e entidades que pretendiam 
reformar e revitalizar os cursos de formação de professores.
Aula 15 – Paulo Freire: uma contribuição para a história da educação brasileira.
→ Paulo Freire, um dos mais importantes intelectuais do século XX no campo da educação, foi 
responsável por uma revolução no conceito pedagógico. 
→ Sua abordagem, intitulada “Pedagogia do Oprimido” é um importante paradigma que acaba 
com a educação bancária tradicional e incentiva a conscientização e participação dos educandos 
no processo de ensino. 
→ O principal conceito da perspectiva freiriana é o educando como sujeito da ação, ao contrário 
da abordagem clássica de um aluno passivo que aceita tudo o que o professor lhe diz, o aluno 
deve ser provocado a pensar criticamente sobre o que ouve, ou seja, em vez de aceitar 
passivamente o conhecimento, o educando deve filosofar e raciocinar sobre os problemas, com o 
apoio do professor, além disso, um aspecto crucial da pedagogia freiriana é a ênfase na relação 
dialógica entre educador e educando. 
→ Freire prega o diálogo como horizontal em que ambos os participantes estão em pé de 
igualdade, compartilhando saberes, experiências e questionamentos, portanto, o educador tem 
diversas funções, que não é apenas transmitir o conhecimento, mas também mediar a troca e 
estimular o pensamento crítico e a consciência social. 
→ A conscientização é um dos conceitos-chave da pedagogia freiriana: é o processo através do 
qual os educandos se conscientizam das condições de opressão e injustiça em que vivem e 
desenvolvem uma visão crítica e ativa das mudanças sociais. 
→ Sua visão de educação estava intimamente ligada à prática social, por isso, ele tentou 
caminhar junto com os alunos.
→ A alfabetização foi outra área onde a pedagogia freiriana influenciou muito. 
→ O “Método Paulo Freire” implica em uma relação conscientizadora, a ideia é que não se ensine 
a palavra em si, mas a leitura do mundo, por meio da linguagem e da história. 
→ Com as palavras geradoras, que estimulam uma reflexão sobre sua situação real, a proposta é 
que o educando involuntariamente aprenda a ler e escrever criticamente, pautado em sua própria 
realidade. 
→ A cultura popular e a própria experiência de vida do educando são valorizadas, pois a proposta 
prevê diálogo com os diversos tipos de conhecimento de uma sociedade . 
→ A pedagogia de Freire é, antes de tudo, humanista, afirmar o ser enquanto ser e entender que 
este pode – e quer – ser mais. Assim, a sua proposta pedagógica é intrinsecamente humanista, 
tendo a crença plena na capacidade transformadora do ser humano e na luta por uma sociedade 
mais justa e igualitária. 
→ Em conclusão, a proposta pedagógica de Paulo Freire se encontra em oposição à educação 
bancária, centralizada, autoritária e descontextualizada, propondo uma prática educativa pautada 
na conscientização, emancipação e democracia, nas quais os sujeitos se tornem agentes da 
construção de um mundo mais justo e solidário.
Aulas 16 e 17 – Multiculturalismo, ações afirmativas na educação brasileira, o ensino de 
história e cultura afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/2008).
# 16
→ Segundo Silva (2000), multiculturalismo é um movimento que propõe um currículo inclusivo, 
que incorpora as tradições culturais dos diferentes grupos sociais, nesse sentido, está 
intimamente relacionado com as reivindicações de mulheres, homossexuais e negros.
→ Já os Estudos Culturais se referem ao campo de teorização e investigação que tem origem na 
Inglaterra em 1964, preocupado com a revisão do conceito de cultura, adotando uma concepção 
antropológica do termo.
→ Inicialmente, o campo foi influenciado por marxistas e, posteriormente, pelo pós-estruturalismo.
→ Assim, os Estudos Culturais afirmam que a cultura é em campo de luta e de intervenção 
política, concepção esta que irá influenciar a produção de diversas áreas do conhecimento.
→ As políticas afirmativas, também chamadas de políticas de discriminação positiva ou políticas 
sociais compensatórias, são leis ou intervenções políticas que compreendem ações do Estado em 
favor de grupos específicos, historicamente discriminados.
→ O pensar sobre a diversidade teve sua principal raiz em problemas que afligiam a sociedade 
norte-americana a partir da década de 1960, podemos relacionar cinco grandes eixos de conflitos 
de identidade que vieram à tona nessa época nos Estados Unidos:
1. A questão indígena – após séculos de extermínio físico e da implementação de uma 
política de assimilação e de desenraizamento cultural dos nativos, a década de 1930 troxe 
alterações. Uma geração de antropólogos (Lowie, Krober, Herskovits) defendeu o 
abandono da atuação de eliminação de identidade, contribuindo para que, nos anos 60, a 
luta pelo reconhecimento das nações indígenas, sensibilizando a opinião pública e a 
classe política, ganhasse impulso.
2. A questão do racismo – a escravidão foi a relação de trabalho predominante por 250 
anos nos EUA. Deixou marcas muito significativas na sociedade, especialmente nos 
estados do Sul, onde existia um verdadeiro sistema de Apartheid em pleno século XX, 
sustentado pela lei, por uma ideologia racista e antiassimilacionista.
3. A questão religiosa – no processo de ocupação e formação dos EUA, destacou-se o 
papel desempenhado por comunidades religiosas, principalmente as protestantes, fugidas 
de perseguições na Europa. Essas comunidades tenderam a se organizar de forma mais 
ou menos fechada e a exercer autonomia política. Essas experiências históricas de 
comunitarismo, de espiritualidade e de proteção à liberdade de expressão contribuíram, na 
segunda metade do século XX, para o debate da pluralidade cultural, sem se opor a uma 
perspectiva de unidade nacional.
4. A questão da base anglo-saxônica das elites econômicas e políticas – a formação dos 
EUA caracterizou-se por uma diversidade cultural significativa. Aos nativos, se somaram os 
anglo-saxões puritanos, os africanos e ondas de imigração europeia ao longo dos séculos 
XIX e XX, como, por exemplo, a de irlandeses, italianos, poloneses (muitos católicos e 
judeus). Apesar dessa composição diversificada, havia um amplo e sólido domínio 
institucional e cultural da parcela branca, anglo-saxônica e protestante da sociedade, que 
sofreu questionamentos nas décadas finais do século XX.
5. A questão do imigrante – a formação da sociedade norte-americana se confunde com a 
história da imigração. Originariamente, o imigrante é branco e europeu, mas após a 
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) sua feição se altera, com a entrada em massa de 
asiáticos e latinos. O declínio do percentual de americanos brancos é visto com temor pelo 
segmento anglo-saxão e protestante dominante, estimulando, inclusive, políticas de 
restrição imigratória e alimentando posicionamentos discriminatórios, assim como a 
organização desses novos grupos exigindo demandas sociais e políticas.
→ O movimento multicultural não teve sua origem restrita a sua vertente militante, notadamente 
norte-americana.
→ Os avanços na teoria social e nas ciências humanas no século XX, contribuíram para o avanço 
de uma outra percepção do sujeito e da identidade, à qual o multiculturalismo se associou: as 
novas correntes marxistas; a psicanálise; a Linguística de Saussure; o pensamento de Foucault e 
o movimento feminista,
→ Nesse sentido, pode-se identificar, segundo Semprini, quatro aspectos principais do 
pensamento multicultural: a realidade é uma construção; as interpretações são subjetivas; os 
valores são relativos; o conhecimento é um fato político.
→ A questão multicultural,portanto, apresenta em seu debate reflexões intimamente relacionadas 
à realidade e às necessidades brasileiras e de outras partes do mundo.
→ O multiculturalismo troxe à tona a discussão dos direitos das minorias, da identidade e de seu 
reconhecimento, promovendo, nume perspectiva cultural, o debate em três zonas de conflito 
preferenciais: a educação; a identidade sexual e as relações interpessoais; e as reivindicações de 
identidade.
# 17
→ A Educação é ao mesmo tempo, um espaço de combate à discriminação e de construção de 
identidades; além disso, ela propicia o domínio de saberes socialmente prestigiados, podendo 
contribuir para a diminuição das diferenças sociais.
→ A Educação Especial: A Educação Especial se destina tanto aos portadores de deficiências 
quanto aos superdotados.
→ Aquela Resolução, no Art. 5º, especifica o que se considera educando com necessidades 
especiais, incluindo, nessa designação, aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem ou 
limitações no processo de desenvolvimento; aqueles com dificuldades de comunicação por 
demandarem linguagens e códigos especiais; aqueles com altas habilidades/superdotação.
→ O significado efetivo dessa modalidade é propiciar um trabalho educativo especializado no que 
diz respeito aos “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos” 
para aqueles que possuem especificidades.
→ Existem dificuldades de efetivar na Educação Especial uma política de inclusão que exija, 
paralelamente, um grande investimento na capacitação docente, já que a formação de 
professores não contempla, generalizadamente, essa demanda crescente.
→ Educação Indígena: A Constituição Federal de 1988 assegura, entre diversos direitos das 
comunidades indígenas, “a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem” (Art. 210), além de registrar como função do Estado a proteção “às manifestações 
das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do 
processo civilizatório nacional” (Art. 215).
→ É inegável a preocupação do Estado em propiciar a divulgação da cultura das comunidades 
indígenas, no sentido de garantir-lhes a afirmação de suas identidades, sem descuidar de uma 
perspectiva cultural nacional no contexto educacional.
→ A Política de Cotas: Lei nº 3.524/2000, que reservava 50% das vagas de universidades 
estaduais para os estudantes oriundos da rede pública dessa unidade da Federação.
→ Lei nº 3.708/2001, que reservava 40% das vagas das mesmas universidades para estudantes 
autodeclarados negros e pardos.
→ As iniciativas – claramente influenciadas pela experiência norte-americana e pelas 
reivindicações do movimento negro – trouxeram a público o debate sobre o acesso à Educação, 
mexendo com valores entranhados na nossa sociedade, tais como: a seleção por mérito, a 
igualdade de concorrência, a igualdade de todos perante a lei, a ausência de racismo no Brasil 
etc.
→ O estabelecimento da legislação não garante a solução imediata da questão social que se 
procura resolver; contudo, mesmo se levantarmos os problemas gerados, é inegável que a política 
de ação afirmativa promove resultados positivos.
→ O maior mérito das políticas de discriminação positiva é desmascarar a discriminação surda, 
tocar nas feridas da nossa sociedade, gerar polêmicas que nos fazem repensar o passado, o 
presente e o futuro.
Aula 18 – O livro didático na educação brasileira.
→ Nesta aula você teve a oportunidade de se deparar com algumas considerações sobre a 
história do livro didático no Brasil, em que se ressaltou o papel desempenhado pelo Estado nessa 
trajetória.
→ Definiu-se esse instrumento didático, como mercadoria, depositário dos conteúdos escolares, 
instrumento pedagógico e veículo portador de um sistema de valores, de uma ideologia, de uma 
cultura.
→ Consequentemente, identificamos que para analisar um livro didático é preciso ter consciência 
de que ele corporifica um projeto pedagógico específico, de que o autor de livros didáticos é um 
selecionador de conteúdos e que essa seleção é histórica e ideologicamente situada, inexistindo 
neutralidade.
→ Por fim, discutimos que a principal problemática é criar instrumentos de controle que garantam 
a melhoria constante da qualidade da produção didática; evidenciamos a necessidade de 
promover políticas públicas que aperfeiçoem, significativamente, a formação docente.
→ Ressaltamos a importância do livro didático no contexto brasileiro, refletimos a respeito dos 
usos e abusos do livro didático.
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