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O OLHAR DO OUTRO NA CONSTITUIÇÃO DO EU: UMA LEITURA PSICANALÍTICA DO MITO DE NARCISO Silvio Oliveira resumo dos principais pontos dentro da clínica psicanalítica REFERÊNCIA A - O texto "O Olhar do Outro na Constituição do Eu: Uma Leitura Psicanalítica do Mito de Narciso" de Silvio Oliveira aborda como o mito de Narciso pode ser interpretado sob a perspectiva psicanalítica para entender a formação do eu (self) na clínica psicanalítica. Aqui estão os principais pontos discutidos: 1. O Mito de Narciso - História de Narciso: Narciso, na mitologia grega, é um jovem de extrema beleza que se apaixona pela própria imagem refletida na água, desconhecendo que é ele mesmo. Essa obsessão o leva à morte. - Simbolismo: O mito simboliza a busca incessante e a fixação pela própria imagem, refletindo questões de identidade e reconhecimento. 2. Olhar do Outro - Constituição do Eu: Na psicanálise, a formação do eu é profundamente influenciada pelo olhar e reconhecimento do outro. Lacan, especialmente, enfatiza o papel do espelho e do olhar na constituição do sujeito. - Estágio do Espelho: Lacan propõe que o desenvolvimento do eu passa pelo estágio do espelho, onde a criança se reconhece pela primeira vez no reflexo e, através do olhar do outro, começa a formar uma identidade. 3. Narcisismo - Narcisismo Primário e Secundário: Freud distingue entre narcisismo primário, onde o bebê é inicialmente auto-erótico e centrado em si mesmo, e narcisismo secundário, que surge com a internalização do olhar do outro. - Patologias Narcísicas: Excesso de narcisismo pode levar a patologias onde o indivíduo busca incessantemente validação e reconhecimento externo, resultando em uma fragilidade do eu. 4. Clínica Psicanalítica - Transferência e Contra-Transferência: Na terapia, a dinâmica do olhar do outro se manifesta na transferência (como o paciente vê o terapeuta) e na contra-transferência (como o terapeuta responde ao paciente). - **Reconhecimento e Reflexão**: O terapeuta deve atuar como um espelho, ajudando o paciente a se ver de forma mais clara e a integrar aspectos dissociados de sua identidade. 5. Identidade e Reconhecimento - Busca por Reconhecimento: A necessidade humana fundamental de ser reconhecido pelo outro é central na formação da identidade. Sem o olhar do outro, a autopercepção pode ficar distorcida. - Alteridade e Relações: As relações interpessoais são cruciais para o desenvolvimento saudável do eu. A falta de reconhecimento genuíno pode levar ao isolamento e alienação. 6. Implicações Terapêuticas - Espelhamento: O terapeuta deve proporcionar um espaço onde o paciente possa se ver refletido de forma autêntica, sem julgamentos. - Desafios na Terapia: Trabalhar com pacientes narcisistas pode ser desafiador devido à sua defesa contra a vulnerabilidade e à necessidade constante de validação. Conclusão - Complexidade do Eu: A constituição do eu é um processo complexo, que depende do reconhecimento e do olhar do outro. - Mito como Metáfora: O mito de Narciso serve como uma metáfora rica para entender as dinâmicas psíquicas envolvidas na formação da identidade e nas patologias do narcisismo. _________________________________________________________________________ REFERÊNCIA B - No texto de Silvio Oliveira, "O Olhar do Outro na Constituição do Eu: Uma Leitura Psicanalítica do Mito de Narciso", a relação entre filogenia (desenvolvimento evolutivo da espécie) e ontogenia (desenvolvimento individual) é fundamental para compreender a constituição da natureza humana. A psicanálise se dedica ao estudo da subjetividade humana, buscando entender como essas duas dimensões influenciam a formação do eu (self). Relação Filogenética e Ontogenética na Constituição da Natureza Humana 1. Filogenia e Ontogenia - Filogenia - Refere-se à evolução da espécie humana ao longo do tempo. Os traços e comportamentos humanos foram moldados por processos evolutivos que influenciam nossas capacidades psíquicas e emocionais. - Ontogenia: Refere-se ao desenvolvimento de um indivíduo desde a concepção até a maturidade. Envolve a formação do eu a partir das experiências pessoais e das interações com o meio ambiente e com outras pessoas. 2. Desenvolvimento Psíquico - Influências Evolutivas: Aspectos como a necessidade de pertencimento e reconhecimento podem ser vistos como enraizados na filogenia, pois a sobrevivência e a reprodução humanas dependeram de vínculos sociais fortes e da cooperação. - Experiências Individuais: A ontogenia enfoca como as experiências únicas de cada indivíduo, especialmente na infância, moldam sua subjetividade. O desenvolvimento do eu é um processo dinâmico que depende das interações com os cuidadores e com o ambiente social. 3. Subjetividade Humana - Objeto de Estudo Psicanalítico: A subjetividade humana é central na psicanálise. Estuda-se como o eu se forma e se transforma através das interações entre os processos inconscientes e conscientes, e como esses processos são influenciados tanto por fatores evolutivos quanto por experiências pessoais. - Complexidade do Eu: A subjetividade é vista como um campo complexo, onde se entrelaçam os aspectos filogenéticos e ontogenéticos. A psicanálise busca desvendar essas camadas para compreender os conflitos internos, as motivações e os comportamentos dos indivíduos. 4. O Olhar do Outro - Reconhecimento e Formação do Eu: O olhar do outro é crucial tanto do ponto de vista filogenético (necessidade de reconhecimento social para a sobrevivência) quanto ontogenético (necessidade de validação e aceitação na formação do eu). - Espelho Psíquico: Lacan, com seu conceito do "estágio do espelho", ilustra como a percepção de si mesmo é mediada pelo olhar do outro. Esse processo é vital para a constituição de uma identidade coerente e integrada. 5. Aplicações na Clínica Psicanalítica - Transferência e Contra-Transferência: Na prática clínica, a relação entre paciente e terapeuta envolve esses aspectos filogenéticos e ontogenéticos. A transferência (projeção de sentimentos do paciente no terapeuta) e a contra-transferência (resposta emocional do terapeuta) refletem dinâmicas profundas da subjetividade. - Reconhecimento Terapêutico - O terapeuta, ao atuar como um espelho que valida e reconhece o paciente, ajuda a resolver conflitos internos e a integrar aspectos dissociados da identidade do paciente. Conclusão - Interdependência de Filogenia e Ontogenia: A constituição da natureza humana é um processo que depende da inter-relação entre a evolução da espécie e o desenvolvimento individual. A psicanálise, ao estudar a subjetividade, revela como essas dimensões se manifestam na formação do eu. - Importância do Olhar do Outro: O reconhecimento pelo outro é fundamental para a formação da identidade. Na clínica psicanalítica, entender e trabalhar com essas dinâmicas é essencial para promover a saúde mental e o autoconhecimento. Ao explorar a subjetividade humana através do mito de Narciso e das teorias psicanalíticas, Silvio Oliveira destaca a importância de considerar tanto as influências evolutivas quanto as experiências individuais no desenvolvimento do eu, oferecendo uma visão profunda e integrada da natureza humana.