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SEMANA 1 - INTRODUÇÃO AOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DOS PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM Abordagens teóricas do processo de Ensino e aprendizagem Bordenave (1984): Pedagogia da transmissão, Pedagogia da moldagem, Pedagogia da problematização. Libâneo (1982): Pedagogia liberal, em suas versões: • Conservadora • Renovada progressista • Renovada não-direita. Pedagogia progressista, em suas versões: • Libertadora • Libertária • De conteúdo Saviani (1984): Teorias não-críticas • Pedagogia tradicional • Pedagogia nova • Pedagogia tecnicista. Teorias crítico-reprodutivistas • Sistema de ensino enquanto violência simbólica • Escola enquanto aparelho ideológico de Estado • Escola dualista Mizukami (1986) Abordagem Tradicional Abordagem comportamentalista Abordagem humanista Abordagem cognitivista Abordagem sociocultural. Elementos relevantes na abordagem cognitiva A Escola - Deve dar condições para que o aluno possa aprender por si próprio. Deve oferecer liberdade de ação real e material. Deve reconhecer a prioridade psicológica da inteligência sobre a aprendizagem. Deve promover um ambiente desafiador favorável à motivação intrínseca do aluno. O Aluno - Papel essencialmente “ativo” de observar, experimentar, comparar, relaionar, analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar, etc. O professor - Deve criar situações desafiadoras e desequilibradoras, por meio da orientação. Deve estabelecer condições de reciprocidade e cooperação ao mesmo tempo moral e racional. Ensino e aprendizagem - Deve desenvolver a inteligência, considerando o sujeito inserido numa situação social. A inteligência constrói-se a partir da troca do organismo com o meio, por meio das ações do indivíduo. Baseados no ensino e no erro, na pesquisa, na investigação, na solução de problemas, facilitando o “aprender a pensar”. Ênfase nos trabalhos em equipe e jogos. As teorias e o processo de ensino e aprendizagem deveriam subsidiar o ensino (superar a dicotomia teoria e prática) SAVIANI (1996) afirma que a teoria exprime interesses, objetivos e finalidades, se posicionando a respeito de qual rumo a educação deve tomar. Neste sentido, a teoria não é apenas retratadora ou constatadora do existente, é também orientadora de uma ação que permita mudar a realidade. Quanto à prática educacional, ela é sempre o ponto de partida e o ponto de chegada. IMPORTANTE Democratização do acesso à educação; Valorização dos contextos socioculturais; Apropriação de diferentes saberes; Atuação docente e o contexto atual; Formação: saberes científicos, valores, práticas, procedimentos Teorias são elaboradas para explicar, de forma sistemática, determinados fenômenos. A realidade pode favorecer a sua aceitação ou não, instalando-se, assim, um processo de discussão permanente entre teoria e prática. Fundamentação do trabalho docente envolve a necessidade de articulação do aprender, do analisar, do discutir opções teóricas existentes à execução, em situações concretas de ensino-aprendizagem, das opções teóricas, assim o discurso (o analisado, o lido) e o vivido se aproximam cada vez mais. “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática” Freire (2003, p.61). Para Bohn (1988), a seleção adequada do material didático é essencial, mas a forma como o professor conduz as suas aulas é tão importante quanto este material. Se não for bem preparado nem for bem utilizado, o material pouco acrescentará à aprendizagem dos alunos. Em consonância com essa colocação, podemos afirmar que: Um material didático é selecionado e utilizado em sala de aula com o objetivo de melhorar a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem, assim é aliado tanto do professor quanto do estudante. De acordo com Bandeira (2017, p. 29), “No Brasil, o MEC é o órgão responsável pelos critérios de avaliação do livro didático. A maioria dos guias de avaliação se concentra em duas etapas: a primeira é dedicada ao atendimento às questões da materialidade (suporte, design e layout), e a segunda refere-se à garantia dos indicadores de qualidade prescritos para o conteúdo”. I. O processo de seleção de materiais didáticos é descomplicado, visto que há vários envolvidos para facilitar o desenrolar dessa escolha. PORQUE II. Desde 1960, o livro didático é estabelecido por um padrão associado a manuais escolares que têm conteúdos curriculares. Há diferentes abordagens teóricas que têm como finalidade determinar o processo de ensino e aprendizagem. As correntes teóricas em questão visam entender a educação, por meio de diversas perspectivas. Ademais, essas correntes, na maioria das vezes, estão associadas ao momento histórico de sua concepção e ao progresso relativo à sociedade em que estavam inseridas. I. As correntes teóricas visam distinguir as teorias implícitas que respaldam o trabalho do professor em momentos de ensino e aprendizagem. PORQUE II. O processo de ensino e aprendizagem é formado por uma única parte, que combina o ensinar e o aprender. A abordagem sociocultural é fundamentada na obra de Paulo Freire e associada à cultura popular, enfatizando a alfabetização de adultos. Essa abordagem pode ser caracterizada como interacionista, mas focalizando o indivíduo como idealizador do conhecimento. I. (F) Delimita o fenômeno educativo à educação considerada formal. II. (V) Entende que a educação tem o compromisso de levar o sujeito a aprimorar sua realidade. III. (V) Considera o docente o responsável por coordenar o processo de ensino e aprendizagem. Os teóricos da educação investigam as abordagens relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem fundamentadas em suas convicções, integrando as partes essenciais para o fenômeno educativo e suas consequências em relação ao sujeito e à sociedade. I. Bordenave (1984) organizou o processo de ensino e aprendizagem em três diferentes concepções de Pedagogia: transmissão, moldagem e problematização. II. A divisão do processo de ensino e aprendizagem, segundo Saviani (1984), ocorreu por meio da classificação da Pedagogia em liberal e progressista, seguindo certas vertentes. III. Libâneo (1982) categorizou a abordagem relacionada ao processo de ensino e aprendizagem por meio das teorias não críticas e crítico-reprodutivistas. A abordagem cognitivista tem como objetivo definir os profissionais que estudam as evoluções centrais do sujeito, como a ordenação dos saberes, o processamento de informações, os modos de pensamento, as particularidades de comportamento, dentre outros aspectos. I. A abordagem cognitivista compreende que o ato de pensar e assimilar o conhecimento fundamenta a aprendizagem. PORQUE II. A abordagem cognitivista afirma que o conhecimento é alcançado por meio de uma concepção inerte e descontinuada. Há cinco abordagens relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural. Segundo Mizukami (1986, p. 2-3), elas “poderiam estar fornecendo as diretrizes à ação docente, mesmo considerando-se que a elaboração que cada professor faz delas é individual e intransferível”. I. (V ) A abordagem tradicional é definida pelo ensinamento dos saberes construídos pela humanidade durante a história. II. ( F) Na abordagem comportamentalista, o sujeito é entendido como inflexível, e a propagação dos saberes definidos pela sociedade ou por seus dirigentes é incapaz de afetá-lo. III. ( V) A abordagem humanista compreende que o professor deve simplificar o processo de ensino e aprendizagem do aluno. Segundo Batista (2001 apud BANDEIRA, 2017, p. 30), os documentos previstos pelo MEC visam desenvolver a ideia de livro didático e, assim, “ampliar a concepção de livro didático, possibilitando que a oferta de materiais inscritos sediversifique e se enriqueça”. I. Seria lógico manter o conceito de livro didático já existente, pois abrangia, suficientemente, suas funções quanto ao processo de ensino aprendizagem. II. Os documentos determinavam a necessidade de ampliar o leque de materiais didáticos, com a finalidade de satisfazer todos os projetos pedagógicos. III. Os documentos consideravam a integração de materiais didáticos capazes de sistematizar o trabalho pedagógico, como um conjunto de temas e áreas de conhecimento. SEMANA 2 - O PLANEJAMENTO DIDÁTICO E A PRÁTICA DOCENTE “O ato de planejar é a atividade intencional pela qual se projetam os fins e se estabelecem meios para atingi-los” (LUCKESI, 2011, p. 124). Para planejar deve considerar: ✔Assunto x método ✔Contextualização ✔Resultados (fazer o aluno progredir) "Não somos pescadores domingueiros esperando o peixe. Somos agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito, porque conhecemos a semente, a terra, os ventos e a chuva, porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente." Danilo Gandin PLANEJAMENTO ESCOLAR: Atividade que orienta a tomada de decisões da escola e dos professores. -> REVISAR -> PLANEJAR -> EXECUTAR OU ACOMPANHAR -> “O preparo das aulas é uma das atividades mais importantes do trabalho do profissional de educação escolar. Nada substitui a tarefa de preparação da aula em si. (...) faz parte da competência teórica do professor, e dos compromissos com a democratização do ensino, a tarefa cotidiana de preparar suas aulas (...)” (FUSARI, 2008, p. 47). PLANEJAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓCICO (Planejamento (Diretrizes nacionais que regem um Sistema Educacional (Projeto Pedagógico da Instituição de Ensino (Plano de curso (Plano de ensino das disciplinas (Plano de aula) PLANO DE AULA (Currículos oficiais Diretrizes nacionais -> (Plano do curso ou PPP (Ementa ou Plano da disciplina (Plano de aula) ✔Conteúdo: O que será discutido/ensinado/abordado ✔Plano do curso, plano da disciplina, BNCC, Diretrizes curriculares ✔Tema: é criado pelo professor, representa o conteúdo da aula ✔Objetivos: de aprendizagem, da aula. O que se quer com a aula? O que o aluno deve aprender nessa aula? ✔Metodologia: como a aula será conduzida, o que o professor irá fazer, como irá fazer, como irá conduzir ✔Recursos: que materiais irá utilizar na aula ✔Avaliação: como irá avaliar? O que irá avaliar? Relação da avaliação com a metodologia? Essa avaliação deve auxiliar a verificar se o objetivo foi alcançado? O planejamento foi apresentado como uma atividade orientadora das ações da escola e professores, devendo ser concebido, assumido e vivenciado no cotidiano da prática social docente, como um processo de reflexão. Moretto (2007, p. 101) acredita que o professor, ao elaborar o plano de aula, deve considerar alguns componentes fundamentais, tais como: conhecer a sua personalidade enquanto professor, conhecer seus alunos (características psicossociais e cognitivas), conhecer a epistemologia e a metodologia mais adequada às características das disciplinas, conhecer o contexto social de seus alunos. Conhecer todos os componentes acima possibilita ao professor escolher as estratégias que melhor se encaixam nas características citadas aumentando as chances de se obter sucesso nas aulas. Refletir implica em “(re)pensar, retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado” (SAVIANI, 1987, p. 23). O planejamento do ensino é o processo de pensar, de forma "radical“ (buscar a raiz do problema), "rigorosa“(método) e "de conjunto“ (visão da totalidade), os problemas da educação escolar, no processo ensino-aprendizagem. Planejamento do ensino abrange a elaboração, execução e avaliação de planos de ensino, é uma atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Ao planejar o professor deve refletir sobre a própria prática educativa, reformulando-a constantemente, fazendo dela material de estudo e pesquisa, buscando um processo educativo participativo, democrático e libertador (Paulo Freire,1997). Para Libâneo (2004), “o planejamento é um meio para se propagar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.” Planejamento é ato, atividade que projeta, organiza e sistematiza o fazer docente com relação aos fins, meios, forma e conteúdo (FREITAS, 2014, p. 111). Planejamento: Diagnóstico: escola, alunos, resultados anteriores Projeto Político Pedagógico Avaliação no decorrer do processo Materiais para consulta Participantes Avaliação do resultado “O real sentido do planejamento do ensino no trabalho do professor é a organização da ação pedagógica intencional de forma responsável comprometida com a formação dos alunos” (LOPES, 2004, p. 56). O planejamento do ensino é o processo que envolve "a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, ações e situações, o tempo todo, envolvendo a permanente interação entre os educadores e entre os próprios educandos" (FUSARI, 1990, p. 45). No planejamento, a importância da fundamentação da prática docente, iniciando pelo planejamento didático, que deve objetivar como fim principal a formação do educando. O planejamento didático é uma ferramenta imprescindível, a falta de planejamento na prática do educador gera consequências, como aulas mecanizadas, monótonas e desorganizadas, apresentando alunos desinteressados ao conteúdo aplicado e tornando aulas desestimulantes, resultando em alunos com falhas na aprendizagem. De acordo com Libâneo (1994, p. 221), o planejamento escolar é uma tarefa inerente ao docente, pois inclui a previsão, organização e coordenação das atividades didáticas relativas aos objetivos que devem ser alcançados na ação pedagógica, promovendo a capacidade de revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. Para implantar uma prática docente que apresente resultados, o educador precisa obter diversos instrumentos e métodos que alavanquem suas ações, por exemplo, os conhecimentos acerca da profissão docente e suas devidas condutas. I. (F) O professor deve considerar a homogeneidade na sala de aula, uma vez que a realidade social e cultural é igual para todos. II. (F) O educador deve utilizar a mesma metodologia, pois os educandos aprendem melhor quando o docente usa a mesma sistemática. III. (V) As metodologias devem estar de acordo com o conteúdo, os recursos utilizados e o planejamento, pois compõem o contexto educativo. A ação docente, a sala de aula e o planejamento possuem interfaces, e o ato e execução do planejamento devem ser fundamentados, assim devemos sempre considerar: A sala de aula constituída de sujeitos heterogêneos que se relacionam entre si e com o mundo de forma complexa. O plano de ensino assemelha-se a uma forma de planejamento que tende a apresentar atividades de uma disciplina pontual ao longo de um curso. Esse plano pode passar por transformações durante o período letivo, devido a causas variadas (internas ou externas). I. Ao elaborar um plano de ensino, os profissionais da educação devem considerar apenas o projeto pedagógico pertencente à instituição. PORQUE II. Na elaboração do plano de ensino, é dispensável a apresentação de uma ementa e da metodologia. Para organizar um planejamento didático não existem modelos fixos a serem seguidos, no entanto, o planejamento deve apresentar uma sequência coerente e os elementos necessários para o processo de ensino e aprendizagem. Assim, fazem parte de um planejamento didático os seguintes elementos: Conteúdo programático, objetivos da disciplina, metodologia, recursos didáticos, avaliação, bibliografia. Do ponto de vista docente, a relação entre professor e aluno é de grande relevância,visto que ambos compõem o processo de ensino e aprendizagem, sendo considerados participantes ativos. Dessa forma, é imprescindível a elaboração de um bom planejamento, que alcance as metas no processo formativo. I. O profissional de educação atua como agente mediador e revolucionário, no que diz respeito à realidade. II. Apesar de o professor ser fundamental no processo educativo, o planejamento das atividades compete ao gestor. III. O planejamento didático visa ao plano de aula que contenha uma previsão das atividades a serem realizadas. O processo de ensino e aprendizagem é um sistema intricado, considerando as interações psicológicas e de comportamento que ocorrem entre educadores e educandos. Nesse contexto, os atos de ensinar e de aprender são processos interdependentes nas diversas relações humanas. I. Os professores buscam, constantemente, uma solução para as problemáticas presentes na reelaboração do trabalho docente. PORQUE II. O processo educativo é alheio ao preparo dos indivíduos, no que diz respeito à integração da vida social. É notável a relevância do professor no que concerne às transformações sociais, visto que ele é responsável pelo engajamento do aluno em relação à aprendizagem. Para alcançar esse objetivo, o docente precisa trabalhar suas habilidades intelectuais, até alcançar melhores possibilidades, no que se refere a sua conduta profissional. I. A prática educativa é associada a uma prática social e política, portanto, a educação é vista como desagregada de um contexto histórico e social. PORQUE II. O professor é o responsável pela organização dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula. SEMANA 3 - METODOLOGIAS DE ENSINO: O FAZER DOCENTE METODOLOGIA “Método”, do latim “methodus”: “caminho ou a via para a realização de algo”. Processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento. Estudo dos melhores métodos praticados em determinada área para a produção do conhecimento. Metodologia de ensino: aplicação de diferentes métodos no processo ensino-aprendizagem. É a ação, aquilo que o professor faz. Estratégias ou metodologias consistem em situações criadas pelo professor para o estudante desenvolver seus conhecimentos. Exemplos de métodos de ensino: Tradicional (ou Conteudista), o Construtivismo (de Piaget), o Sociointeracionismo (de Vygotsky) e o método Montessoriano (de Maria Montessori). “Ao professor cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na sua construção como ser social.” (BRASIL, 1997, p. 28) Conjunto de métodos que o professor utiliza no processo de ensino e de aprendizagem, e que se materializa nas ações docentes em sala de aula. O modo, a maneira pela qual se dá o processo de ensino e aprendizagem. A forma de ensinar e de aprender pode acontecer de formas distintas a partir de perspectivas diferentes sobre o papel de educadores e educandos no processo de construção de conhecimento. “Estudo das diferentes trajetórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar/direcionar o processo de ensino-aprendizagem em função de certos objetivos ou fins educativos/formativos.” (MANFREDI, 1993) • Cabe a prática de qualquer educador, como se todas as concepções e práticas metodológicas fossem semelhantes e pouco importasse diferenciá-las. • Considerar o contexto e o momento histórico em que é produzido. EXPOSIÇÃO ORAL: A mais utilizada nas escolas (em qualquer nível) = aula expositiva (Lopes, 2005). Repousa na visão de que temos de ensinar: passar/apresentar conhecimentos, estudantes se adaptam a esta forma de ensino/passividade. A AULA EXPOSITIVA PODE SER UMA BOA ESTRATÉGIA? Quando está no início e fechamento de temas. Quando se concentra em tópicos ou itens fundamentais = guia para o estudante. Quando é dialogada e com exemplos. Quando problematiza ou coloca questões durante a apresentação. Quando é adequada ao nível e interesse do público. Quando segue um plano ou esquema básico de apresentação. Quando respeita o tempo de aprendizagem. A AULA EXPOSITIVA NÃO PODE LIMITAR-SE A: Favorecer a memorização; Limitar o estudante a esperar e cobrar do professor o seu desempenho; Limitar a capacidade crítica e eventuais pensamentos divergentes dos estudantes; Reprodução de conhecimentos X criatividade e reflexão; Exposição de conteúdos fragmentados, não explorados em suas inter-relações, não contextualizados (na prática, o ‘uso’ é integrado com outros conhecimentos, distante de situações idealizadas da aula expositiva). EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ⮚Ensino tradicional ⮚Ensino construtivista ⮚Ensino montessoriano ⮚Ensino waldorfiano ⮚ Ensino sociointeracionista Metodologias Ativas: • Sala de aula invertida • Aprendizagem baseada em problemas • Aprendizagem baseada em projetos • Problematização • Estudo de Caso • Gamificação A aplicação de uma metodologia deve considerar o objetivo e planejamento para a atividade proposta, toda a ação docente deve ter intencionalidade. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia. METODOLOGIAS ATIVAS (O aluno é o centro da aprendizagem) Segundo Bacich e Moran (2018), “as metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida”. Para Neves (2018) “a cultura da passividade: olhar, ouvir e anotar - deve ser substituída pela cultura da interatividade - analisar, debater, resolver problemas e participar ativamente”. Meios de aprendizagem mais interativos e envolventes em sala de aula. Característica: despertar o protagonismo do aluno e impor uma remodelação do papel do professor, apontando alternativas para o mero aprendizado passivo Exemplos: Aprendizagem Baseada em Problemas, Aprendizagem entre Pares, Aprendizagem Baseada em Projetos, Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom) – problematização, aprendizagem em equipes, aprendizagem baseada em projetos, gamificação, sala de aula invertida, ensino híbrido, estudo de caso. “(...)uma metodologia ativa de aprendizagem tem como premissa que apenas ver e ouvir um conteúdo de maneira apática não é suficiente para aprender. O conteúdo e as competências devem ser discutidos e experimentados até chegar ao ponto em que o aluno possa dominar o assunto e falar a respeito com seus pares, e quem sabe até mesmo ensiná-lo.” (Mel Silberman) “(...)são mecanismos didáticos que colocam o aluno direta e ativamente no centro do processo de aquisição do conhecimento, pois concentram o ensino e a aprendizagem no ‘fazer para aprofundar o saber’.” (NEVES, 2018, p. 13) A Teoria da Pirâmide de Aprendizagem, proposta pelo psiquiatra estadunidense William Glasser (1925-2013). “A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes.” (William Glasser) Favorecer o protagonismo e autonomia do aluno são temas de discussões já identificadas nas teorias construtivistas, naturalistas e sociointeracionistas, as quais defendem que os alunos devem se assumir enquanto sujeitos dos próprios processos de aprendizagem. PROFESSOR: mediador do conhecimento; busca novas experiências educacionais; planeja; testa; inova os processos didáticos. ESTUDANTE: protagonista do seu processo de aprendizagem; aprendizagem ativa; participa; questiona; constrói. Professor e aluno devem participar ativamente!!!  Desenvolve o protagonismo;  Estimula a criatividade;  Desenvolve a criticidade;  Proatividade;  Aperfeiçoa o raciocínio lógico, Aprofundamentodo senso crítico;  Maior colaboração com colegas;  Desenvolvimento do senso de responsabilidade;  Compreensão da importância da participação na sociedade. Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) podem favorecer processos ativos nos espaços educacionais, mas nem todas as Metodologias Ativas implicam, necessariamente, no uso obrigatório das TDIC. METODOLOGIAS ATIVAS E AVALIAÇÃO • Revisar a concepção de Avaliação: não é classificar ou aferir uma nota. • Avaliação é o caminho. • Refletir sobre o processo de ensino e de aprendizagem. Não é apenas uma atividade fim. Não termina o ciclo ou determina se o aluno aprendeu. • Acompanhamento do progresso do estudante por meio de uma pesquisa, um debate, um seminário. Avaliações são diversas e contínuas e não padronizadas. METODOLOGIAS DE ENSINO: ⮚ Direcionamento para os planos de ensino; ⮚ Orienta os professores no dia a dia em sala de aula; ⮚ Relacionada à missão, visão e valores da escola; ⮚ Plano de gestão escolar; ⮚ Deve ser do conhecimento dos pais; ⮚ Relação com a aprendizagem dos estudantes. ⮚ Nortear as ações tomadas pela escola em direção aos objetivos de aprendizagem; ⮚ Escolhidas com base na realidade dos alunos e nas demandas da comunidade escolar; ⮚ Devem ser o caminho pelo qual se atinge os objetivos de ensino-aprendizagem; ⮚ Conjunto de ações de ensino que visam assegurar a aprendizagem. METODOLOGIAS E O FAZER DOCENTE O professor estabelece diferentes relações com os saberes, considerando-se que na ação prática, saberes de diferentes ordens são por ele mobilizados. Existem diferenças entre o cientista e o professor do ponto de vista da relação com o saber, SAVIANI (1985) afirma que enquanto o cientista está interessado em fazer avançar a sua área de conhecimento, em fazer progredir a ciência, o professor está mais interessado em fazer progredir o aluno. Este vê o conhecimento como um meio para o crescimento do aluno, cabendo a ele a organização dos processos e de métodos, de modo a garantir a produção de conhecimentos pelo aluno. Já para o cientista o conhecimento é um fim, tratase de descobrir novos conhecimentos na sua área de atuação. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO ▪ Método de exposição pelo professor – em que o professor apresenta conhecimentos, habilidades e tarefas para os alunos. Assim, eles ficam com postura passiva na sala de aula. A exposição de conteúdo pode ser verbal, por demonstração, por ilustração e por exemplificação. ▪ Método de trabalho independente – consiste em atividades nas quais os alunos desenvolvem maior autonomia. Orientados pelo professor, os estudantes podem aplicar os conhecimentos sem interferência direta. Metodologias ativas de aprendizagem, como aprendizagem baseada em projetos, funcionam bem para este método. ▪ Método de elaboração conjunta – em que a interação entre o professor e o aluno acontece de forma ativa, com o objetivo de obter novos conhecimentos, habilidades e atitudes. ▪ Método de trabalho de grupo – Bastante presente em metodologias ativas como a Aprendizagem Baseada em Equipes (TBL), este método estimula a interação e o trabalho coletivo para atingir os objetivos do ensino. ▪ Atividades especiais – as quais vêm para complementar os métodos de ensino, com tarefas e trabalhos realizados de forma lúdica e disruptiva. PASSAGEM: TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA - Trabalho didático efetivo para proceder a reformulação de um conteúdo para a prática, a fim de apresentar o saber para o aluno de acordo com a sua realidade. SABER CIENTÍFICO: É o saber desenvolvido nas universidades ou institutos de pesquisas. O seu reconhecimento e a defesa de seus valores são sustentados por uma cultura científica. SABER ENSINAR: É a matemática que o aluno é capaz de aprender e de produzir, de acordo com seu interesse e nível de desenvolvimento psicológico. VARIEDADE DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS Uma delas: metodologias ativas (aprendizagem que valoriza a participação dos alunos em sua construção). Diferentes formas a partir das quais eles podem se envolver com seus objetos de estudo para que aprendam melhor, dentro de seu próprio ritmo, tempo e estilo. Refletir sobre como essas metodologias podem realmente favorecer o engajamento dos alunos, assim como as possibilidades de integração dessas propostas ao currículo. Para Moran (2018), as metodologias predominantes no ensino ainda seguem um caráter dedutivo: em um primeiro momento, há a transmissão do conhecimento do professor, sendo que depois o aluno deve usar esse conhecimento em situações mais específicas. Esse tipo de aprendizagem por meio de transmissão não está totalmente descartado e ainda tem sua importância. No entanto, a aprendizagem por meio de questionamentos e experimentações pode levar o aprendiz a uma compreensão mais ampla e mais profunda. Assim, é notável a combinação entre metodologias ativas em contextos híbridos, que unam as vantagens das metodologias indutivas e dedutivas. Assim, “[...] os modelos híbridos procuram equilibrar a experimentação com a dedução, invertendo a ordem tradicional: experimentamos, entendemos a teoria e voltamos para a realidade (indução–dedução, com apoio docente) [...]” (MORAN, 2018, p. 27–28). A TECNOLOGIA COMO ALIADA DA METODOLOGIA DE ENSINO ▪ Interação e a atuação do aluno como protagonista e autor de conteúdos; ▪ Novas concepções didáticas e estratégias de ensino–aprendizagem; ▪ Superar abordagens educacionais centradas na fala do professor, na leitura de livros e na passividade do estudante. A concepção tradicional de educação enfatiza a visão de que metodologia do ensino consiste num artifício que permite ensinar tudo a todos, de forma lógica. Na Videoaula 5 foram apresentados definições e exemplos de metodologias de ensino. Conforme apresentado, uma definição aceita para metodologias de ensino é: Conjunto de métodos que o professor utiliza no processo de ensino e de aprendizagem, e que se materializa nas ações docentes em sala de aula. Considerando a concepção de educação escolanovista, há ideais que se referem às individualidades dos sujeitos e que se tornam base da concepção de metodologias para o ensino. Nesse sentido, a educação escolanovista refere-se ao agrupamento de técnicas que visam ampliar as habilidades dos alunos. I. (F) O docente torna-se objeto central do processo educativo, sendo responsável pela transmissão do conhecimento. II. (F) É uma metodologia de ensino ligada às condições socioeconômicas e políticas no processo de desenvolvimento pessoal. III. (V) Considera a relação entre professor e aluno, baseada em empatia e amizade. Durante os anos 1960, fundamentada em ideais da concepção de metodologia da escola ativa, houve a elaboração da tecnologia educacional, responsável por levar até a metodologia do ensino as orientações de um planejamento considerado hábil. Esse planejamento foi utilizado nas empresas capitalistas contemporâneas e fundamentado nos princípios relacionados à ampliação do funcionamento eficaz na relação compreendida entre objetivos, meios e resultados. I. O Brasil foi tomado pela concepção tecnicista nos anos 1970, sobretudo, nas esferas política e educacional. PORQUE II. A concepção tecnicista de educação é uma metodologia que busca a alta eficiência no processo de ensino e aprendizagem. As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira Para Manfredi (1993, p.1), a metodologia do ensino é o “estudo das diferentes trajetórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar/direcionar o processo de ensino- aprendizagem em função de certos objetivos ou fins educativos/formativos”. I. O educador deve selecionar, organizar e estudar diferentes metodologias e adequá-las a seu contexto de trabalho. II. Metodologia refere-se aos materiais que o professor utilizará em aula, oque ele levará para que os estudantes possam interagir. III. Metodologia, recurso, planejamento, avaliação, dentre outros elementos didáticos, caminham juntos no dia a dia do professor. De acordo Manfredi (1993, p. 5), “[...] poderíamos qualificar a metodologia do ensino, em uma perspectiva histórico-dialética da educação, como sendo um conjunto de princípios e/ou diretrizes sócio-políticos, epistemológicos e psico-pedagógicos articulados a uma estratégia técnico- operacional capaz de reverter os princípios em passos e/ou procedimentos orgânicos e sequenciados, que sirvam para orientar o processo de ensino-aprendizagem em situações concretas”. I. A dimensão sociopolítica refere-se a uma busca por definições de diretrizes, o que nos leva ao conhecimento. II. Na dimensão epistemológica, é preciso considerar o papel da educação no processo de elaboração do projeto educativo. III. A dimensão psicopedagógica está relacionada a uma ideia subjetiva, referente ao processo de aprendizagem. Quando falamos da metodologia de “exposição oral”, muitas vezes, pode parecer que essa metodologia não é interessante ou que não incentiva a participação ativa dos estudantes, mas, dependendo do objetivo, a exposição oral pode ser eficiente e atingir um objetivo. I. (V) A exposição rápida de um tema em uma aula curta pode ser bastante adequada e auxiliar grandemente a aprendizagem dos alunos. II. (F) A metodologia de exposição oral é pouco utilizada nas escolas atualmente, uma vez que apenas poucos estudantes gostam desse modelo. III. (V) Alguns estudiosos criticam a exposição oral, apontando que o aluno ocupa uma posição de aprendizagem muito passiva. IV. (V) Alguns estudos na área de metodologia apontam que a exposição oral pode trazer diversas contribuições para o ensino. Analise a seguinte definição para metodologia de ensino: “conjunto de princípios e/ou diretrizes sociopolíticos, epistemológicos e psicopedagógicos articulados a uma estratégia técnico- operacional capaz de reverter os princípios em passos e/ou procedimentos orgânicos e sequenciados, que sirvam para orientar o processo de ensino-aprendizagem em situações concretas”. Essa definição de Manfredi (1993), presente no texto-base da Semana 3, refere-se a uma concepção de ensino denominada pela autora de: Concepção histórico-dialética de educação. Os seguintes enunciados descrevem exemplos de metodologias ativas: I. Aprendizagem baseada em problemas: os estudantes devem estudar um determinado problema, investigar, discutir e interpretar diferentes formas de resolução. II. Sala de aula invertida: os papéis são invertidos, o professor passa a ser estudante, e o estudante professor, assim podem aprender uns com os outros. III. Gamificação: utiliza procedimentos de jogos na resolução de problemas práticos ou atividades que não estão em contexto de jogos. A metodologia vem da palavra “método”, do latim “methodus”, que significa o caminho ou a via para a realização de algo. Relacionando isso a sala de aula e ao ensino, a metodologia, relaciona-se a como o professor organiza e conduz sua aula, qual caminho ele utilizará para abordar o conteúdo e quais recursos utilizará. I. (V) Ao selecionar uma determinada metodologia, o professor selecionará uma certa estratégia para se chegar a uma determinada meta. II. (V) Existem algumas metodologias que são mais adequadas para serem utilizadas com abordagens de ensino específicas. III. (V) A partir de um conjunto de métodos, o professor desenvolverá um processo de ensino visando a aprendizagem de seus estudantes. SEMANA 4 - MARCOS ROBERTO APARECIDO DIAS PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO BRASIL Brasil: tradição de produção de materiais didáticos por editoras privadas. Século XX: foram criados órgãos pelos estados e pelo governo federal com o objetivo de regular e avaliar esses materiais. Contudo, entre 1956 e 1983 o Ministério da Educação manteve duas instituições encarregadas da produção de materiais escolares e livros didáticos: ✔ Campanha Nacional de Material de Ensino (CNME): criada em 12 de janeiro de 1956, por meio do Decreto 38.556, transformada, durante a ditadura militar, em 1967, em: ✔ Fundação Nacional de Material Escolar (Fename) pela Lei 5.327. “Tanto a CNME como a Fename tinham a função de produzir materiais escolares – cadernos, pasta de desenho etc. – e publicar obras didáticas, atlas, enciclopédias e gramáticas, entre outros, para atendimento dos alunos carentes.” (FILGUEIRAS, 2013) QUESTÕES HISTÓRICAS ✔ 1950: as críticas aos preços dos livros didáticos e outros materiais escolares; controle sobre o crescimento da rede de ensino (ensino secundário). ✔ Camadas populares: reivindicações por acesso a esse nível de ensino - São Paulo. ✔ Expansão do ensino secundário: necessidade da permanência dos estudantes nas escolas. ✔ Congresso Nacional, a grande imprensa, os meios acadêmicos, diferentes órgãos do Ministério da Educação: discussões sobre a questão da qualidade e os preços dos livros didáticos. ✔ Inep: criou em 1952 a Caldeme e Cileme: analisar o ensino primário e secundário, avaliar os manuais didáticos e produzir guias para os professores. ✔ Unesco: seminários que orientavam a reformulação dos livros didáticos (História e Geografia eliminar a possibilidade de um novo conflito mundial). ✔ Campanha Nacional de Material de Ensino (CNME): Decreto 38.556, de 12 de janeiro de 1956. CAMPANHA NACIONAL DE MATERIAL DE ENSINO (CNME) Experiência bem-sucedida pelo DNE - Departamento Nacional de Educação (DNE). Atribuição: produzir e distribuir material didático com a finalidade de “contribuir para a melhoria de sua qualidade, do seu emprego, bem como para a sua progressiva padronização”. Execução ao programa do presidente Juscelino Kubitschek de combate à elevação do custo do ensino e de assistência ao estudante, especialmente ao estudante pobre. Publicação de obras escolares circunscritas aos livros de consulta: “editando-os em larga escala, com as facilidades e os recursos próprios apenas dos poderes públicos”. Produzir obras escolares com o objetivo de colaborar para a disseminação da cultura e melhorar a qualidade do material didático, mas evidenciavam também a preocupação de não entrar em confronto com o mercado editorial privado. Os materiais produzidos seriam apenas auxiliares, e os livros didáticos continuariam a ser utilizados. Materiais didáticos, tornar esse material “acessível aos alunos e às escolas dos diversos níveis de ensino”. Obras de qualidade por preço acessível. Objetivos: ✔contribuir para a difusão da cultura; ✔melhorar a qualidade do material de ensino, seu uso e padronização; ✔combater a elevação do custo do ensino, com o fornecimento de materiais didáticos a preço acessível para assistir os estudantes carentes. A obras produzidas poderiam levar, ainda, à mudança na atuação dos professores. Juscelino Kubitschek estabeleceu inúmeros incentivos à indústria gráfica brasileira: ✔ redução do custo do papel e da impressão; ✔ isenção de impostos do setor livreiro e da indústria de papel; ✔ redução das tarifas postais para os livros. Indústria gráfica, crescimento de 143% entre 1950 e 1960. Função complementar e assistencial, estabelecida inicialmente para a CNME, como outras campanhas criadas no período, entre elas a Campanha de Difusão e Aperfeiçoamento do Ensino Secundário (Cades) e o Fundo Nacional do Ensino Médio. A política para o livro didático implantada no governo de Juscelino Kubitschek integrava dois objetivos – com a CNME pretendia diminuir as carências dos estudantes, mas mantinha a ênfase na industrialização, com incentivo ao parque gráfico nacional. AÇÕES DA CNME Produzir: coleções, peças e aparelhos para o estudo de Ciências Naturais, Matemática e Desenho; material para o estudo de Geografia e História, obras de consulta (atlas,enciclopédias e dicionários) e material de ensino audiovisual para cursos de grau elementar e médio. Os materiais didáticos deveriam ser vendidos a preço de custo em cooperativas escolares, nos postos de distribuição de material de ensino que seriam criados em diferentes regiões do país ou por meio dos postos volantes, caminhões que percorriam cidades onde não existiam postos fixos. Fundo Especial, composto por: a) dotações que forem consignadas às Campanhas Extraordinárias da Educação; b) destaques das dotações globais do orçamento da União destinadas às Campanhas Extraordinárias da Educação; c) contribuições, donativos e legados. (Decreto 38.556/56) A CNME era dirigida por um conselho em que participavam os diretores de vários órgãos do MEC. LDB de 1961: funções da CNME se ampliaram. Cadernos MEC, manuais de exercícios e livros de conteúdos para as matérias obrigatórias, complementares e optativas do ensino secundário (Português, História, Geografia, Matemática e Ciências (Iniciação à Ciência, Ciências Físicas e Biológicas, Química e Física), Desenho, Estudos Sociais e Contabilidade. FUNDAÇÃO NACIONAL DE MATETIAL ESCOLAR (FENAME) ✔ Campanha Nacional de Material de Ensino foi encerrada em 1967. ✔ Acervo e publicações incorporados à Fundação Nacional do Material Escolar (FENAME), criada em 2 de outubro por meio da Lei 5.327, para substituir a CNME com a finalidade de ampliar a produção e distribuição do material escolar. Forte interferência do Regime Militar 1976: responsável pelo processo de coedição dos livros didáticos com as editoras privadas. 1966: Comissão do Livro Técnico e do Livro Didático (Colted) – criada por meio do Decreto 59.355, com a finalidade de: “incentivar, orientar, coordenar e executar as atividades do Ministério da Educação e Cultura relacionadas com a produção, a edição, o aprimoramento e a distribuição de livros técnicos e de livros didáticos” (Decreto 59.355/66), com os objetivos de: estimular a expansão da indústria do livro e baratear os livros didáticos produzidos pelas empresas privadas. 1960: implantação do ensino primário obrigatório - aumento significativo de crianças nas escolas, contratação em caráter de emergência de novos professores e maior quantidade de material didático. ✔ Necessidade de uma nova concepção de educação para esse nível de ensino. ✔ Propostas de inovação: medidas técnico- -pedagógicas = livro didático. ✔ Crescimento do mercado de livros didáticos, mudanças no processo de elaboração dos manuais. Colted: Estimular a expansão da indústria do livro, intensificar a produção, edição, qualidade e distribuição dos livros técnicos e didáticos produzidos pelas empresas privadas. Fename: Produzir obras de consulta e livros didáticos para serem distribuídos ou vendidos a preço de custo para alunos e professores das escolas públicas e privadas: “(...) contribuir para a melhoria de sua qualidade, preço e utilização”. (Lei 5.327/67) Produzir obras de consulta e livros didáticos para serem distribuídos ou vendidos a preço de custo para alunos e professores das escolas públicas e privadas para contribuir para a melhoria de sua qualidade, preço e utilização. (Lei n. 5.327/67). A Fename continuou a produzir os materiais e livros didáticos que já eram publicados pela CNME, além de iniciar a produção de novos títulos e outros materiais escolares, o que ampliou significativamente a movimentação financeira da instituição. Manteve o caráter supletivo e de assistência ao aluno carente, mas como era preciso fornecer material escolar e livros didáticos para os alunos de todos os lugares do país, levou à publicação não somente de obras de consulta, mas à produção de livros didáticos que seriam utilizados por alunos e professores em sala de aula, concorrendo com o mercado privado, e começaria ainda a produzir livros didáticos para o ensino superior. 1970: projeto do governo ditatorial de integração do território nacional, como a implantação do projeto “Fename/Amazônia Legal” para a produção e distribuição de material didático para regiões consideradas isoladas e com necessidade de integração. 1976: Decreto 77.107, tornou-se responsável pela execução do Programa do Livro Didático (PLD) e pelo processo de coedição com as empresas privadas. Produtora de materiais escolares, obras didáticas, e financiadora do mercado editorial privado. 1982: fechamento dos postos de distribuição da Fename. 1985: Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). MATERIAIS DIDÁTICOS: CONCEITOS “Todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino, visando à estimulação do aluno e à sua aproximação do conteúdo.” “Tudo aquilo que pode servir para enriquecer o trabalho de professores e alunos, tais como: revistas, jornais, panfletos, anúncios. Os conteúdos de sala de aula podem ser abordados de diversas maneiras e o professor deve estar aberto às inovações e disposto a usar sua criatividade.” “Todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino, visando à estimulação do aluno e à sua aproximação do conteúdo. Nesse contexto, os mapas e os globos são materiais didáticos utilizados para a facilitação da aprendizagem. Da mesma forma, quando a professora usa palitos de picolé e canudinhos de refrigerante para ensinar matemática ou quando projeta um filme sobre a colonização do Brasil ou, ainda, quando planta sementes de girassol e feijão no ambiente escolar para ensinar o processo de germinação.” (BRASIL, 2007, p. 21-22) “Ao que parece, todo material, sistema ou meio que tenha a intenção de apoiar a atividade pedagógica é considerado material didático quando sua concepção está estritamente ligada à transposição didática dos conhecimentos sistematizados e definidos no planejamento didático.” (SANTOS e ANDRADE, 2010) MATERIAIS DIDÁTICOS: FUNÇÕES Dinamizar a aula, aguçando a curiosidade do aluno, despertando sua atenção para o que vai ser tratado naquele momento. O uso precisa ser planejado, bem elaborado, preparado com antecedência. Auxiliar o trabalho do professor. Planificação, avaliação e execução. Contribui para a organização do conteúdo didático que será abordado, contribuindo com as estratégias de execução, desenvolvimento, exercício e também as formas de avaliação. Todo material, sistema ou meio que tenha a intenção de apoiar a atividade pedagógica. Podem ser desde materiais naturais (flores, sementes), até livros, globos, cartazes, materiais tecnológicos etc. ESCOLHA DE MATERIAIS DIDÁTICOS a) 1950: as críticas aos preços dos livros didáticos e outros materiais escolares; controle sobre o crescimento da rede de ensino (ensino secundário); b) camadas populares: reivindicações por acesso a esse nível de ensino - São Paulo; c) expansão do ensino secundário: necessidade da permanência dos estudantes nas escolas; d) Congresso Nacional, a grande imprensa, os meios acadêmicos, diferentes órgãos do Ministério da Educação: discussões sobre a questão da qualidade e os preços dos livros didáticos. “Nenhum material didático pode, por mais bem elaborado que seja, garantir, por si só, a qualidade e a efetividade do processo de ensino e aprendizagem. Eles cumprem a função de mediação e não podem ser utilizados como se fossem começo, meio e fim de um processo didático. O material didático deve ser integrado num ciclo mais completo de ensino-aprendizagem.” Os materiais didáticos devem ser utilizados pelo professor com a intenção de organizar possibilidades diferenciadas de aprendizagem para contextualizar o conteúdo ou demonstrar características específicas que tornem os conceitos mais acessíveis para o estudante. Com relação ao papel dos materiais didáticos para o processo de ensino e de aprendizagem, compreende-se que: Um recurso didático, por si só, não é capaz de produzir a aprendizagem. Assim, o professor deve organizar uso dos recursos considerando que é o aluno queconstruirá seu próprio conhecimento, bem como deve incentivá-lo e criar situações que o leve a refletir e a estabelecer relação entre diversos contextos do dia a dia, produzindo novos conhecimentos. A Campanha Nacional de Material de Ensino (1956) e a Fename (1967) foram instituições criadas pelos estados e pelo governo federal brasileiro com o objetivo de regular e avaliar materiais didáticos. Sobre essas instituições históricas, é correto afirmar que: Tanto a Campanha Nacional de Material de Ensino (1956) quanto a Fename (1967) configuraram importantes políticas criadas pelo governo federal para a produção de materiais escolares, colaborando com a difusão da cultura, diminuição dos custos do ensino e auxiliar o novo público escolar, considerado carente e sem recursos financeiros. Sobre programas públicos para materiais didáticos, analise as seguintes afirmativas: I. A etapa da alfabetização recebe como principal apoio o livro didático através do PNLD – Programa Nacional do Livro e Material Didático. II. Os programas de leitura escolares não recebem apoio governamental, assim, livros de literatura precisam ser adquiridos com recursos próprios das unidades escolares. III. Os programas de materiais didáticos, apesar de necessários, não abrangem formação para professores, gestores e funcionários. Segundo Bandeira (2017, p. 21), nas “[...] informações sobre os programas das políticas públicas do MEC – edições realizadas entre os anos de 2004 e 2010 que visavam atender a demandas específicas da educação em todo o país –, observamos que, além das finalidades, das modalidades e do público-alvo, outras variáveis interferem na definição do material didático”. I. O material didático é subestimado na elaboração e planificação do trabalho pedagógico na alfabetização. PORQUE II. O livro didático é, estritamente, teórico e dificulta o momento de alfabetização que deve ser, substancialmente, lúdico. As duas asserções são falsas. De acordo com Bandeira (2017, p. 20), “Os programas de formação do MEC para professores, funcionários e gestores da educação também contribuem para democratizar os conceitos, as funções e a diversidade do material didático, já que desenvolvem ações de capacitação para a comunidade escolar”. I. (V) Alguns programas do Ministério da Educação são responsáveis por formar funcionários que trabalham em escolas públicas. II. (V) É indispensável que haja um cuidado contínuo do ambiente escolar e um monitoramento acerca dos materiais didáticos disponíveis na escola. III. (F) No espaço escolar, os únicos responsáveis pelo ensinar e pelo processo de ensino-aprendizagem são os professores. De acordo com Bandeira (2017, p. 22), “[...] cada época desenvolve um conjunto de técnicas – do papiro aos meios digitais no século XXI –, e essas mudanças, que já revolucionaram a escrita, também alteraram a produção, a difusão e a recepção do material didático”. I. Há vários materiais didáticos presentes nas modalidades de educação presencial ou a distância, guiados pelos documentos regulamentados pelo MEC. II. A elaboração dos materiais didáticos desconsidera a presença das mídias no ensino, pois elas impedem a integração entre professor e aluno. III. Há um referencial de qualidade da Secretaria de Educação a Distância, implantado em 2003 e que se mantém com as mesmas regulamentações até hoje. Para compreender o conceito de material didático, é preciso considerar as opiniões de pesquisadores, educadores e historiadores da área, porque o conhecimento deles facilita a compreensão dos trâmites que envolvem o setor editorial atual. I. Materiais didáticos são a soma de textos, imagens e demais recursos que tenham um objetivo focado na ação educativa. PORQUE II. O material didático é, indispensavelmente, impresso, isto é, os materiais audiovisuais e outros recursos não podem ser considerados didáticos. A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa SEMANA 5 – PRODUÇÃO E USO DE MATERIAIS DIDÁTICOS: O PROFESSOR COMO PRÁTICO REFLEXIVO Critérios que podem ser utilizados pelo professor: Adequação do material a proposta pedagógica da escola. Estímulo a habilidades de leitura e escrita. Conteúdo adaptável à diferentes perfis e níveis de aprendizado. Melhora a qualidade de transmissão e recepção das mensagens em sala de aula. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) se constitui na avaliação, compra e distribuição de materiais didáticos, pedagógicos, literários e de apoio à prática educativa de forma gratuita, às escolas de Ensino Fundamental, Médio e na modalidade regular ou Educação de Jovens e Adultos (EJA) das redes federal, municipal e estadual. Muitos materiais didáticos utilizados na Educação Básica resultaram de pesquisas acadêmicas na área educacional. No Brasil, temos, inclusive, uma modalidade de mestrado, chamado de mestrado profissional, voltado para professores de Educação Básica, sendo que um dos produtos da pesquisa pode ser um material didático organizado para atender uma necessidade concreta, advinda da prática profissional. Os professores da educação básica não são apenas consumidores de materiais didáticos, mas podem também pesquisar sobre a própria prática e produzir materiais que atendam as necessidades de um dado contexto educativo. O Ministério da Educação do Brasil (MEC) é o responsável pelos critérios de avaliação do livro didático, em edital público é comunicado as duas etapas de análise: A primeira etapa verifica se a obra contempla suporte, design e layout determinados previamente. A segunda etapa envolve a avaliação dos indicadores de qualidade prescritos para o conteúdo do material. Os educadores, gestores e os demais profissionais da educação seguem preservando o uso de materiais impressos no contexto escolar, pela comodidade em relação à consulta e porque esse tipo de material não depende de qualquer tipo de equipamento para ser utilizado. I. As editoras brasileiras têm sua atividade voltada, exclusivamente, para a edição de livros (didáticos, científicos ou religiosos). PORQUE II. A indústria editorial dos livros continua sendo a mesma há anos, estruturalmente, pois, dessa maneira, pode manter seu objetivo central. Leia os seguintes enunciados com relação ao PNLD – Programa Nacional do Livro e Material Didático: I. O PNLD é destinado, exclusivamente, a disponibilizar livros didáticos para todas as escolas brasileiras da rede federal, estadual ou municipal, tanto públicas quanto privadas. II. O PNLD inclui, além das obras didáticas e literárias, as obras pedagógicas, softwares e jogos educacionais, materiais de reforço e correção de fluxo, materiais de formação e materiais destinados à gestão escolar, entre outros. III. Os materiais distribuídos pelo MEC às escolas públicas de educação básica do país são escolhidos pelas escolas, desde que inscritos no PNLD e aprovados em avaliações pedagógicas coordenadas pelo Ministério da Educação. De acordo com Bandeira (2017), o livro didático impresso continua sendo o material de uso mais frequente na modalidade de ensino presencial, em todas as etapas da educação básica. Para essa autora, existem funções do material didático que vigoram nas práticas de ensino, independentemente dos avanços tecnológicos. Podemos indicar como uma das funções apontadas pela autora: O livro didático tem a função de estruturar o trabalho pedagógico, pois estabeleceu-se historicamente como instrumento para assegurar a aquisição dos saberes pelos estudantes. De acordo com Bandeira (2017, p. 29), “No Brasil, o MEC é o órgão responsável pelos critérios de avaliação do livro didático. A maioria dos guias de avaliação se concentra em duas etapas: a primeira é dedicada ao atendimento às questões da materialidade (suporte, design e layout), e a segunda refere-se à garantia dos indicadoresde qualidade prescritos para o conteúdo”. I. O processo de seleção de materiais didáticos é descomplicado, visto que há vários envolvidos para facilitar o desenrolar dessa escolha. PORQUE II. Desde 1960, o livro didático é estabelecido por um padrão associado a manuais escolares que têm conteúdos curriculares. A produção de material didático é um processo complexo, que envolve várias fases e a incorporação de características, para que o material produzido realmente contemple objetivos do processo de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, a produção de material didático deve considerar: Um planejamento cuidadoso das etapas de execução, desde um projeto, recursos financeiros necessários, com um cronograma para as etapas de produção. Um material didático poder ser produzidos por pesquisadores da área educacional com o objetivo de responder questões que se apresentam na prática pedagógica. Essa produção é submetida a testes, validações e avaliações, de acordo com alguns critérios. Assinale a opção que apresenta um desses critérios. Deve-se verificar a aplicabilidade do material produzido, ou seja, como poderá ser utilizado em sala de aula, em situação real de ensino, e não apenas em situação de pesquisa. O Ministério da Educação impôs uma série de políticas públicas educacionais, associadas aos livros didáticos, capazes de proporcionar diretrizes e instruções que têm a função de auxiliar a elaboração das atividades diárias no ambiente escolar. I. Grande parte das editoras propicia programas voltados para o treinamento relacionado à utilização dos materiais didáticos. PORQUE II. O MEC prevê a necessidade de treinamentos, e a arrecadação propiciada pelos cursos é direcionada ao governo, responsável pelo MEC. Para Bohn (1988), a seleção adequada do material didático é essencial, mas a forma como o professor conduz as suas aulas é tão importante quanto este material. Se não for bem preparado nem for bem utilizado, o material pouco acrescentará à aprendizagem dos alunos. Um material didático é selecionado e utilizado em sala de aula com o objetivo de melhorar a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem, assim é aliado tanto do professor quanto do estudante. SEMANA 6 - CONTEÚDOS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO “[...] conteúdo significa o conjunto de conhecimentos, habilidades, formas de comportamento e hábitos de estudo relacionados aos objetivos e organizados pedagógica e didaticamente, visando a sua aplicação”. (LOPES, 2014) CONTEÚDOS DE ENSINO  Específicos: correspondendo a conceitos, leis, teorias, axiomas, procedimentos, métodos e técnicas específicas de uma área do conhecimento;  Não específicos, abrangendo:  habilidades, que são procedimentos lógicos, heurísticos, algoritmos;  formas de comportamento, incluindo atitudes e valores;  hábitos de estudo, levando à busca e processamento de informações, organização. Para Libâneo (1994), conteúdo inclui não só conhecimentos, mas habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudinais de atuação social visando sempre sua aplicação na vida prática dos alunos. Conteúdo, para ele, engloba conceitos, ideias, fatos, processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudo, de trabalho e de convivência social, valores, convicções, atitudes. “Os conteúdos retratam a experiência social da humanidade no que se refere a conhecimentos e modos de ação, transformando-se em instrumentos pelos quais os alunos assimilam, compreendem e enfrentam as exigências teóricas da vida social.” (LIBÂNEO, 1994, p. 129) Segundo LOPES (2014): - O conteúdo de ensino comumente é entendido como um conjunto de assuntos que compõem determinada matéria ou a relação de temas a serem estudados em uma disciplina. - Nogueira (2001, p. 19) chama os professores de “conteudistas” por se preocuparem com o cumprimento integral dos conteúdos selecionados para um determinado ano letivo em detrimento, até, do processo de aprendizagem. O conteúdo passa a ser o mais importante e a ele se submetem professor e alunos. Conteúdo, nas instituições escolares, significa elementos de disciplina, matérias, informações diversas, os resumos da cultura acadêmica, reflete a visão dos que decidem o que ensinar e dos que ensinam, o que se pretende transmitir e o que deve ser assimilado. A ampliação da escolaridade alargou a concepção de conteúdos do currículo, englobando as finalidades da escolaridade e as aprendizagens que os alunos obtém da escolarização. Conteúdos passam a ser “todas as aprendizagens que os alunos devem alcançar para progredir nas direções que marcam os fins da educação numa etapa da escolarização, em qualquer área ou fora delas, e para tal é necessário estimular comportamentos, adquirir valores, atitudes e habilidades de pensamento, além de conhecimentos”. (SACRISTÁN, 1998, p. 150) Conteúdo abrange mais que a seleção de conhecimentos dos diversos campos do saber incluindo a criação de atitudes, fomento de hábitos, ensino da ética, ou seja, os aspectos atitudinais necessários para a função socializadora da escola. * Não se deve separar conteúdo, experiência e as condições em que esta se realiza = significação para o aluno. * Sem conteúdo não há ensino, o valor das técnicas e dos recursos didáticos é alcançado através dos conteúdos que comunicam. * Conciliar o trabalho de mediação do professor de forma a propiciar ao aluno uma educação integral através de conteúdos, habilidades e atitudes. “Os conteúdos são meios para concretizar a aprendizagem e envolvem desenvolvimento de processos mentais e tratamento da informação. Conteúdo é uma parte integrante da matéria prima; é o que está contido em um campo do conhecimento. Envolve informações, dados, fatos, conceitos, princípios e generalizações acumuladas pela experiência do homem, em relação a um âmbito ou setor da atividade humana. Fundamentalmente, constitui um conjunto de conhecimentos organizados conforme sua natureza e objetivos.” (TURRA, s.d., p. 104) DIFERENÇA ENTRE CONTEÚDO E CONHECIMENTO Conhecimento “a apropriação do objeto pelo pensamento como quer que se conceba essa apropriação: como definição, como percepção clara, apreensão completa, análise; erudição, instrução, saber”. (FERREIRA, 1986, p. 454) Pedro Demo (1997) destaca a importância do saber pensar e do aprender a aprender. O importante no conhecimento não é o conceito aprendido mas a forma, os procedimentos utilizados para aprender esse conceito e a utilização que se faz do conceito aprendido. Saber pensar aplica-se a qualquer conteúdo e implica a capacidade crítica frente ao próprio saber. Aí está o conhecimento como marca cultural histórica do ser humano. Saber pensar está perto da sabedoria. Para Sacristán (1998) definir conteúdos requer saber que função se pretende que esse conteúdo cumpra em relação às pessoas, à cultura, à sociedade atual e futura. O conteúdo de ensino é uma construção social, dinâmica e localizada. A visão que se tem do aluno, cultura e função social da educação expressam os valores que a escola difunde através dos conteúdos selecionados. ORGANIZAÇÃO E SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS “Nenhum professor consegue criar, planejar, realizar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes para a aprendizagem e para o desenvolvimento dos alunos se ele não compreender, com razoável profundidade e com a necessária adequação à situação escolar, os conteúdos das áreas do conhecimento que serão objeto de sua atuação didática, os contextos em que se inscrevem e as temáticas transversais ao currículo escolar.” Transposição didática: favorece a compreensão e aprendizagem, a aplicação de estratégias e procedimentos de ensino que unam teoria e prática. Libâneo (1994, p.127) critica a forma estática e sem significado vital para o aluno como muitas vezes os conteúdos são trabalhados, aspecto apenas conceitual, não valorizando a capacidade e habilidade do aluno para adquirir conhecimentos, aspecto procedimental e separados das condições socioculturais e individuais do aluno, aspecto atitudinal. Os conteúdos devem ser significativos, isto é, interessantes, expressivos, incluir elementos da vida dos alunos para serem assimilados de forma ativa e consciente. A BNCC e o trabalho com competências e habilidades A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): texto homologado em dezembro de 2018 • Escolas: adaptação dos currículos • Professores: planejamento de aulas • Avaliações (Prova Brasil, SAEB): tomar como parâmetros as habilidades que o documento exige que as crianças desenvolvam • Finalidade: orientar os sistemas na elaboração de suas propostas curriculares • Fundamento: direito à aprendizagem e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceituam o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Conferência Nacional de Educação (CONAE) • Objetivo: expor os conhecimentos fundamentais aos quais os estudantes de todos os Estados brasileiros têm o direito de ter acesso no seu percurso na Educação Básica, garantir ao estudante conhecimentos essenciais para o desenvolvimento educacional ao longo da vida escolar, desde as séries iniciais até o Ensino Médio OS CONTEÚDOS NA BNCC Divisão em unidades temáticas: reunião de um conjunto de conteúdos de uma mesma temática em uma unidade. As unidades aparecem em praticamente todos os componentes curriculares ao longo de todo o Ensino Fundamental, o que muda são os objetos de conhecimento e as habilidades exigidas para cada etapa. Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades […]. As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. (BRASIL, 2018) Unidades temáticas: o conteúdo trabalhado em um ano pode ser retomado e ampliado nos anos seguintes, permitindo que o professor trabalhe novas habilidades em sala de aula. Componentes curriculares = disciplinas Objetos do conhecimento = conteúdos Língua Portuguesa: não está estruturado em unidades temáticas. Organizado em práticas de linguagem (leitura/escuta, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica), campos de atuação, objetos de conhecimento e habilidades. ESTRUTURA DA BNCC As 10 competências gerais: passam por todo o conteúdo de forma transversal (devem ser trabalhadas de forma ampla em todo o planejamento da Educação Básica, do Infantil ao Médio). “(…) competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”. (BRASIL, 2018) • Competências: o que os estudantes devem saber, e devem saber fazer = conhecimento + ação prática e potencialmente transformadora (aprender com propósito e finalidade clara). • Desenvolvimento completo de cada estudante: conhecimento intelectual, desenvolvimento social, emocional, psicológico, físico, cultural, entre outros. Habilidades Aplicadas nos Ensinos Fundamental e Médio “(…) habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares”. As habilidades expressam de forma clara o que deverá ser tratado nas aulas e quais são os processos cognitivos aos quais cada estudante deverá chegar ao fim do processo de aprendizagem. Compostas por um verbo (indicando com precisão qual será a ação que o aluno deverá desenvolver), um complemento (indicando qual é o objeto do conhecimento tratado, ou seja, o conteúdo) e um ou mais modificadores (indicando o contexto para aquela atividade). A BNCC E A EDUCAÇÃO INFANTIL Crianças de 0 a 5 anos e 11 meses Foco: acompanhar e potencializar o desenvolvimento completo da criança enquanto ela descobre o mundo. Direitos de aprendizagem e desenvolvimento (substituem as competências): * Ações: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se; * Campos de experiência: 1. Eu, o outro e nós, 2. Corpo, gestos e movimentos, 3. Traços, sons, cores e formas, 4. Escuta, fala, pensamento e imaginação, 5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Cada campo de experiência se desdobra em objetivos de aprendizagem e desenvolvimento (não devem ser confundidos com os direitos), que seriam equivalentes às habilidades dos Ensinos Fundamental e Médio. A BNCC E O ENSINO FUNDAMENTAL Cinco áreas do conhecimento: Linguagens (subdividida nos componentes Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa), Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas (subdividida nos componentes História e Geografia) e Ensino Religioso. - Competências específicas de cada área (diferentes das 10 competências gerais) que vimos anteriormente. - Componentes específicos: Linguagens e Ciências Humanas, há também competências específicas de cada componente. A BNCC E O ENSINO MÉDIO Quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Como ocorre para o Ensino Fundamental, o Ensino Médio é composto por competências específicas de cada uma das áreas e também por habilidades, que seguem a mesma estrutura, adaptando-se apenas aos níveis de complexidade progressivos. O TRABALHO COM COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Competência = capacidade, ser capaz de resolver problemas do cotidiano, tomar decisões, liderar, resolver conflitos e utilizar conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica. Formada pela união das habilidades e dos conhecimentos, envolve a aptidão de compreender demandas e mobilizar os recursos disponíveis. Habilidade = domínio de determinado processo. Aplicação prática de um conhecimento ou uma determinada competência para resolver uma situação complexa. METODOLOGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS A forma como o professor apresenta o conteúdo é de suma importância para o processo ensino- aprendizagem, ou seja, a metodologia utilizada pode influenciar na maior ou na menor compreensão do tema da aula. Metodologia deve responder às perguntas: O que eu quero ensinar? Este é o melhor caminho para trabalhar este conteúdo com esses alunos? Como os procedimentos contribuem para alcançar os objetivos propostos? Para Haydt (2006, p. 145), ao escolher um procedimento de ensino, o professor deve considerar como critérios de seleção, os seguintes aspectos básicos: a. Adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino e a aprendizagem; b. A natureza do conteúdo a serensinado e o tipo de aprendizagem a efetivar-se; c. As características dos alunos, como, por exemplo, sua faixa etária, o nível de desenvolvimento mental, o grau de interesse, suas expectativas de aprendizagem; d. As condições físicas e o tempo disponível. Segundo Haydt (2006, p. 147), os métodos de ensino podem ser classificados em: Métodos individualizados de ensino – valorizam o atendimento às diferenças individuais (fichas, estudo dirigido, ensino programado). A aprendizagem é sempre uma atividade pessoal, embora muitas vezes se realize em situação social; Métodos socializados de ensino – valorizam a interação social (trabalho em grupo, dramatização, estudo de caso); Métodos socioindividualizados – combinam a individualizada e a socializada (uso de problemas, unidades de trabalho, unidades didáticas, unidades de experiência). O procedimento mais adequado, segundo a autora, é aquele que ajuda o aluno a incorporar os novos conhecimentos de “forma ativa, compreensiva e construtiva, estimulando o pensamento operatório”. (HAYDT, 2006, p. 148) Importância do contexto atual: transformar as aulas mecânicas, repetitivas, memorizadas, em tarefas que exijam dos alunos a execução de operações mentais significativas. Ao ensinar, de acordo com Luckesi (1994), não basta definir que vai se utilizar a “exposição oral” ou a “exposição escrita” ou o “trabalho dirigido”, etc; é preciso ter clareza da intenção com a qual se vai utilizar este ou aquele procedimento, e isso depende da concepção pedagógica que gere o trabalho docente. • Professor: mediador, coordenador, orientador. Deve facilitar o processo de reconstrução do conhecimento, mediando a aprendizagem dos alunos, instigando, motivando. • Aluno: manipular, construir, observar, comparar, classificar, estabelecer relações, ouvir, falar, perguntar, propor hipóteses, experimentar, criar. Método Tradicional: conhecimento -> professor -> alunos. Natureza dos conteúdos (conceitual, procedimental, atitudinal) deve ser considerada para a escolha da metodologia “O conhecimento não é dado como algo terminado e acabado, mas sim como algo em permanente construção, através das interações dos indivíduos com o meio físico e social. Daí a importância de promover múltiplas interações em sala de aula, selecionar diferentes recursos didáticos para que o estudante possa manipular, observar, criar e construir seu próprio conhecimento, estabelecendo relação entre diversos contextos do dia a dia, produzindo assim, novos conhecimentos.” (BECKER, 1992 apud SILVA et al. 2012, p. 2) - Material didático deve favorecer o entendimento; - Estudante deve interagir com o material e, consequentemente, com o conteúdo; - Recursos didáticos: auxílio para o professor e para que o estudante produza novos conhecimentos; - Professor: qual o material mais adequado? “[...] a utilização de recursos didático-pedagógicos deve favorecer a exposição do conteúdo de uma forma diferenciada, e fazer dos alunos participantes do processo de aprendizagem”. (Castoldi e Polinarski, 2009, p. 685) Recursos: meios para motivá-los e envolvê-los com o que é discutido, proporcionando, assim, uma melhor compreensão e interpretação. O MATERIAL DIDÁTICO: Deve possuir analogia estrutural e funcional com a realidade; Pode representar vários sistemas reais, quando eles compartilham características relevantes. Para Souza (2007, p. 112-113): “ [...] utilizar recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem é importante para que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo sua criatividade, coordenação motora e habilidade de manusear objetos diversos que poderão ser utilizados pelo professor na aplicação de suas aulas”. A autora Maria Inácia Lopes, no texto “Critérios para Seleção de Conteúdos”, caracteriza os conteúdos como: Um conjunto de conhecimentos, habilidades, formas de comportamento e hábitos de estudo relacionados aos objetivos e organizados pedagógica e didaticamente, visando sua aplicação. O conteúdo comumente é entendido como um conjunto de assuntos que compõem determinada matéria ou a relação de temas a serem estudados em uma disciplina. A concepção do currículo escolar centrado no conhecimento privilegia a apropriação do patrimônio científico cultural acumulado em lugar do avanço em direção a novas descobertas e fronteiras científicas. Sua didática é frontal, expositiva e fácil de observar e de aprender, motivo pelo qual ainda predomina em muitas salas de aula. Ao longo da história, o currículo centrado no conhecimento garantiu que o legado das várias gerações fosse assimilado, preservado e transferido para uma nova geração. A vertente centrada no aluno entende que o currículo escolar deve ser constituído do conhecimento reconstruído pelo aluno a partir de suas próprias referências culturais e individuais. As muitas variantes dessa vertente têm em comum a concepção do conhecimento como emancipação, mas diferem significativamente no que diz respeito ao papel do professor e da escola. Para as mais radicais, a educação escolar deve ser abolida porque é apenas transmissora de ideologia (Michael Apple, 2004) ou de arbitrários culturais (Bourdieu & Passeron, 2008). Já para seguidores de teóricos como Cesar Coll (2006) ou Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1988), o conhecimento é emancipador se envolver a participação do aluno e se o professor for, antes de mais nada, um facilitador da reconstrução do conhecimento. Sua didática requer atividade e vínculo do aluno com o saber; em lugar de frontal, é distribuída entre professor e alunos. Nos últimos anos, devido à padronização da escola básica, aliada à repercussão das novas tecnologias presentes na produção e na distribuição do conhecimento, surgiu uma nova concepção de currículo, capaz de dominar a contraposição entre as vertentes de currículo já existentes. I. (V) Nessa concepção, o currículo foca um conhecimento considerado viável, submetido à problematização. II. (F) A didática da concepção em foco tem como único objetivo viabilizar a renovação do conhecimento. III. (V) Essa nova concepção de currículo ressalta as capacidades dos alunos em torno do que eles sabem e fazem. Os conteúdos podem ser classificados de acordo com sua natureza em conceituais, procedimentais e atitudinais. Com relação a essa classificação, reconheça a definição correspondente nas frases seguintes: I. Os conteúdos conceituais estão relacionados a fatos, acontecimentos, situações, dados e fenômenos concretos e singulares. II. Os conteúdos procedimentais incluem regras, técnicas, métodos, destrezas ou habilidades, estratégias, procedimentos e se relacionam a um saber fazer. III. Os conteúdos atitudinais estão relacionados a valores, atitudes e normas, relacionados ao aprender a viver juntos aprendendo a ser. "Currículo é tudo aquilo que uma sociedade considera necessário que os alunos aprendam ao longo de sua escolaridade. Como quase todos os temas educacionais, as decisões sobre currículo envolvem diferentes concepções de mundo, de sociedade e, principalmente, diferentes teorias sobre o que é o conhecimento, como é produzido e distribuído, qual seu papel nos destinos humanos." I. O currículo escolar que focaliza o conhecimento tem uma didática elaborada e complexa. PORQUE II. O currículo voltado para o conhecimento possibilitou a conservação do legado de gerações anteriores. a primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira. Nos primeiros registros de escola básica no Brasil, há o Colégio Imperador Pedro II. Nele, havia um curso com duração entre 7 e 8 anos, no qual os primeiros alunos já deveriam ter domínio das letras. Em 1855, o imperador, que deu nome ao colégio, aprovou o primeiro currículo nacional, o qual apresentava as disciplinas a serem lecionadas no nível elementar e no nível “superior” (atualmente, ensino fundamentalII e ensino médio). I. O currículo do nível elementar apresentava disciplinas como leitura e escrita, incluindo noções gramaticais básicas, aritmética, dentre outras. PORQUE II. No primeiro ano do nível superior, havia somente duas disciplinas a mais do que no nível anterior: história sagrada e educação moral. a primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2018, apresenta uma proposta de trabalho com foco no desenvolvimento de competências e habilidades, essa organização requer: Atividades direcionadas para a capacidade de resolver problemas do cotidiano, tomar decisões, liderar, resolver conflitos e utilizar conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica. Durante a primeira década do século XXI, a reforma curricular parecia ainda mais complicada, devido às novas políticas impostas, visto que houve a aprovação de diversas emendas nas Leis de Diretrizes Bases (LDB), incluindo conteúdos considerados obrigatórios nos currículos da educação básica. I. (F) Os responsáveis por tomar as decisões nas escolas costumam considerar opcionais todas as propostas de leis. II. (F) O currículo referente ao ensino médio deveria ser sintetizado, se fossem consideradas as emendas da LDB. III. (V) O Conselho Nacional de Educação (CNE) impôs, para a escolaridade básica, novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) referem-se à proposta curricular recomendada aos membros federais. Durante a concepção desses parâmetros, houve a articulação com universidades e setores técnicos da educação, mas os outros setores governamentais, órgãos normativos e organizações da sociedade civil não estavam trabalhando em cooperação coordenada pelo MEC. I. A ausência de uma administração da política educacional curricular gerou um tratado nacional acerca dos currículos e dos sistemas de ensino. PORQUE II. Essas dificuldades representam os únicos obstáculos relacionados à determinação do currículo escolar brasileiro. A primeira Lei de Diretrizes Bases (LDB), presente na Constituição de 1946, tem uma trajetória considerada extensa dentro do Congresso Nacional. A inovação, anexada pela primeira LDB, que tratou da divisão das disciplinas entre obrigatórias e optativas e significou uma regularização atualizada para a concepção curricular brasileira, revelou uma ação insignificante rumo à descentralização. I. O Conselho Federal de Educação (CFE) tem como responsabilidade definir as disciplinas optativas. II. Os Conselhos Estaduais de Educação (CEE) têm autoridade para definir as disciplinas obrigatórias a serem adotadas pelo Estado. III. A lei incluiu o conceito de práticas educativas que podem ser tanto obrigatórias quanto optativas. SEMANA 7 - O PROFESSOR E O DESENVOLVIMENTO DE UNIDADES DIDÁTICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA ORGANIZAÇÃO DO ENSINO PROFESSOR: • Seleciona e organiza os conhecimentos • Opções metodológicas • Recursos didáticos • Transposição didática Objetivo = estudante em contato com os objetos de estudo = aprendizagem Uma proposta de organização = Unidades Didáticas Transmissão e assimilação passiva X Reflexão crítica, observação, análise, criatividade Ênfase do processo = estudante Ensino: formas de organização mais significativas, coesas, usando meios e técnicas que favoreçam a participação ativa do estudante, interação com o conhecimento, assimilação ativa dos conteúdos, relação com o contexto social vivenciado Técnicas de ensino = desenvolver experiências significativas para os estudantes = conhecimentos sistematizados sobre o mundo, a natureza, a vida humana Considerar condições psicológicas, capacidade de síntese lógica do conhecimento sistematizado Ordenar os conteúdos em torno de pontos unitários significativos de acordo com a capacidade e interesses específicos dos alunos Unidades amplas, significativas e coesas PROPOSTA: Plano de Unidades – Morrison (1931) “Unidade de aprendizagem é entendida como um aspecto compreensivo e significativo do ambiente, de uma ciência organizada, de uma arte, ou de uma conduta, que, sendo aprendido, resulta numa adaptação da personalidade.” (MORRISON, 1931, p. 24) Ensino por Unidades ou Plano Morrison O conceito de unidade de Morrison (1931) propõe que a experiência vivida pelo estudante e os conteúdos de aprendizagem sejam amplos, ricos e homogêneos, com importância para a vida do estudante. O ensino precisa garantir o domínio de conhecimentos. Aprendizagens superficiais não levam à estruturação de atitudes ou mudanças de comportamento. Aprendizagem = permanência do conhecimento. Duração e capacidade de aplicá-lo ao cotidiano. “E o que foi realmente aprendido é aquilo que sobreviveu à ação purificadora do esquecimento. O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento faz o seu trabalho.” (ALVES, 2012, p. 70) UNIDADES DIDÁTICAS Ensino por Unidades Didáticas: papel do professor na direção das atividades de aprendizagem, por meio do ensino organizado em unidades de matéria. (CARVALHO, 1969) Especificidades:  Estudo a partir de um tema ou situação-problema;  Atividades ricas e variadas;  Atividades inter-relacionadas;  Conteúdos dispostos em unidades;  Contato inicial com o conteúdo global e depois com as partes que constituem o todo;  Coleta de dados, elaboração. organização dos dados e síntese final;  Conteúdos em torno do problema ou questão;  Material didático rico e variado “[...] um conjunto ordenado de atividades, estruturadas e articuladas para a consecução de um objetivo educativo em relação a um conteúdo correto”. (ZABALLA, 1999, p.193) Apresenta conteúdos que podem ser trabalhados e os seus respectivos objetivos educativos, uma sequência ordenada de atividades que serão oferecidas aos alunos com o propósito de atingir os objetivos; uma avaliação permanente das propostas de ensino e dos processos de aprendizagem que ocorrem durante todo o processo de desenvolvimento da unidade. “A Unidade Didática contribui para a operacionalização das competências básicas e estabelece o desenho curricular, pois tudo deve levar ao desenvolvimento do pensar, do julgar, do agir e do sentir do educando, o que está estreitamente ligado ao desenvolvimento de sua racionalidade, do seu espírito lógico, de sua capacidade reflexiva.” (CARVALHO, 1978, p. 56) Organização da prática docente Contempla um tema central Busca responder: O que ensinar (conteúdo e objetivos) Quando ensinar (sequência das atividades e conteúdos) Como ensinar (tarefas, materiais, metodologia) Como avaliar Interação entre formas de ensinar e aprender em um dado contexto Características fundamentais: • Reais, práticas e úteis; • Definir com clareza os objetivos e as aprendizagens a alcançar • Inter-relação metodológica dos elementos • Sequencialidade didática • Flexibilidade e revisão constante • Adequada ao contexto sociocultural, pedagógico e à realidade dos estudantes • Coerente com as áreas curriculares que integram • Motivadoras, práticas, dinâmicas • Adequada ao tempo para realização • Avaliação para adequação BNCC E UNIDADES TEMÁTICAS Currículo Nacional: organizado a partir de aprendizagens fundamentais, no seu conjunto e nas diversas áreas que o integram, explicitadas em termos de competências gerais e específicas, com as respectivas habilidades, oportunizando experiências de aprendizagem no percurso escolar, ao longo do ensino básico. A divisão agora é por unidades temáticas, que consiste na reunião de um conjunto de conteúdo de uma mesma temática em uma unidade. Na BNCC, essas unidades aparecem em praticamente todos os componentes curriculares ao longo de todo o Ensino Fundamental. Por exemplo, a unidade temática “Matéria e Energia” de Ciências aparece do 1º ao 9º ano, o que muda são os objetos de conhecimento e as habilidades exigidaspara cada etapa. “Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades […]. As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares.” (BRASIL, 2018, p. 29) A partir das unidades, o conteúdo trabalhado em um ano pode ser retomado e ampliado nos anos seguintes, permitindo que o professor trabalhe novas habilidades em sala de aula. Entre os componentes curriculares presentes na BNCC, somente o componente Língua Portuguesa – da área de Linguagens – não está estruturado em unidades temáticas. Ou seja, ela se organiza em práticas de linguagem (leitura/escuta, produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica), campos de atuação, objetos de conhecimento e habilidades. ENSINO POR UNIDADES: ORGANIZAÇÃO Professor acolhe o interesse dos alunos e atua para que se desenvolvam pessoalmente, revisem a aprendizagem, exercitem a autoavaliação e aperfeiçoamento constante. Unidade temática: Definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número variável de habilidades. As expectativas de aprendizagem para cada ano devem ser criadas sobre expectativas anteriores, ao se preparar os alunos para competências e conceitos mais desafiadores no ano seguinte Planejamento: previsão do que poderá ser realizado, mas possui um caráter flexível e adaptável às inúmeras situações que circundam o ambiente escolar. Demanda tempo, materiais de pesquisa, conhecimento sobre conteúdos, metodologias, recursos e, principalmente, conhecimento da realidade dos alunos. É tarefa do professor planejar, refletir sobre sua ação, pensar sobre o que faz, antes, durante e depois da execução de suas aulas. PLANEJAR UNIDADES DIDÁTICAS Integrar as experiências dos alunos com conteúdos significativos e proporcionar novas experiências de aprendizagem Ensino por Unidades: estruturar o conteúdo em uma totalidade coerente; promover adaptações de aprendizagem, desenvolver experiências e estudos que garantam a aplicação do conteúdo na vida do aluno. ORGANIZAÇÃO: Disposição do conteúdo em unidades: contato com o todo antes de iniciar o estudo das partes; Atividades envolvendo etapas de exploração e assimilação para que alunos coletem, organizem e analisem dados; Estudo analítico das partes, integração do conhecimento, e síntese do que foi aprendido. Objetivos: I. Desenvolvimento individual e social do aluno; II. Colaboração dos alunos no planejamento da atividade; III. Atendimentos individuais e organização das atividades de acordo com necessidades e expectativas IV. Articular as quatro dimensões da ação didática: ensinar, aprender, pesquisar, avaliar. (VEIGA, 2004) Envolve 5 momentos propostos por Morrison (1931): I. Exploração: professor levanta conhecimentos dos estudantes sobre o assunto; II. Apresentação: professor apresenta o conteúdo de estudo, a relação do todo com as partes, sua importância; III. Assimilação: estudo pessoal e coleta de dados. O aluno será orientado a construir o entendimento sobre o conceito; IV. Organização: fixar a aprendizagem e sistematizar novos conhecimentos; V. Exposição ou culminância: conteúdo é reelaborado pelo estudante, aperfeiçoando a oralidade e escrita através de relatos de experiência, pesquisa, aulas. Proposta de Morrison articula as dimensões: • Psicológica: articulada ao nível de percepção do aluno; • Lógica: estrutura que o conteúdo está situado; • Contextual: realidade do aluno; Interdependência entre objetivos, conteúdos, metodologia, recursos e avaliação. O Ensino:  Sequência de conteúdos em torno de um núcleo temático;  Um mesmo tema pode apresentar mais de um conteúdo, estes devem estar relacionados;  Escolha de um eixo para o trabalho com os conteúdos;  O eixo escolhido deve estar adequado aos interesses e conhecimentos dos estudantes;  A organização dos conteúdos deve favorecer inferências e relações;  Novo conhecimento deve ser significativo e relacionar-se aos demais conhecimentos dos estudantes. A Aprendizagem:  Centrada na atividade do aluno;  Conexão entre objetivos e estudos da realidade;  Construída a partir da estrutura psicológica e nível de desenvolvimento cognitivo do estudante;  Conflitos cognitivos entre conhecimentos prévios e novas aprendizagens. ORGANIZAÇÃO E CONDUÇÃO • Organização fundamentada em uma abordagem política e ideológica do papel social da escola e do professor; • Realidade como eixo estruturador do ensino e da aprendizagem; • Contato com o todo e depois com as partes; • Estratégias e recursos utilizados devem ser vinculados à realidade dos estudantes; • Processo e produto devem favorecer a aprendizagem; • Aluno ativo, construindo autonomia intelectual; • Considerar a diversidade cultural, conectando ensino e experiências do estudante; • O aluno deve ser capaz de realizar sínteses. Unidades didáticas integradas ou interdisciplinares ITENS PARA O PLANEJAMENTO Justificativa: explica o motivo para escolha da organização em unidade didática Diagnóstico: levantar concepções dos estudantes Organização das atividades: descrever as metas educacionais, temas para a pesquisa, plano para a pesquisa, recursos e materiais, organização dos estudantes Desenvolvimento do estudo: tempo, local, recursos Apresentação das conclusões Avaliação: como irá acompanhar a aprendizagem dos estudantes e retornar feedbacks (avaliação formativa) O principal objetivo da unidade temática é permitir que o aluno seja capaz de abordar uma matéria, mas com base nas diferentes habilidades ou domínios da aprendizagem, como ciências, desenvolvimento da linguagem, arte e/ou matemática. As unidades didáticas configuram uma organização na qual todos os elementos didáticos se articulam em um projeto didático contextualizado. Devem ser consideradas uma forma de organização enquanto elemento integrador para os elementos didáticos de aula: conteúdo, objetivos, metodologias, recursos e avaliação. A definição de unidade didática remete a uma ideia técnico-didática, fundamentada em uma integração de métodos/estratégias como uma maneira pontual de associar a seleção do conteúdo programático ao fator tempo. I. As unidades didáticas são espaços de organização da esfera didática. PORQUE II. As unidades didáticas são fundamentadas em características como a estabilidade de seus princípios, dispensando revisões constantes. A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa. No planejamento de uma unidade didática, devem ser apresentados os conteúdos, os objetivos e as competências, considerando as fases de pré-leitura, leitura e pós-leitura. I. (F) As atividades de pré-leitura só devem ser incluídas no planejamento se o professor observar que sobrará tempo para desenvolvê-las, pois são as de menor importância. II. (V) As atividades planejadas para o período de leitura em si favorecem a compreensão dos textos e devem se relacionar aos conhecimentos prévios dos alunos, para que haja uma experiência prazerosa e compreensível. III. (F) As atividades que envolvem a pós-leitura envolvem a avaliação somativa em si, assim, o professor verifica se o aluno, de fato, aprendeu ou não. Esse processo exige um papel ativo do professor e passivo do aluno. No Currículo Nacional,há orientações relacionadas aos conteúdos fundamentais a serem aprendidos no ensino básico, pensando de modo interdisciplinar. I. A denominação “competências essenciais” evidencia os saberes considerados essenciais para que os estudantes compreendam os processos apresentados pelas disciplinas. II. A gestão do currículo deve ser flexível, pois os processos de ensino e de aprendizagem devem coadunar as particularidades de cada estudante, lembrando que cada um apresenta um estilo de aprendizagem diferente. III. As competências trabalhadas ao longo de todo o percurso da educação básica se relacionam com os saberes necessários para possibilitar qualidade de vida a todos os sujeitos. A relevância da integração didática, como possibilidade metodológica de abordar processos de ensino e aprendizagem para áreas específicas, como o ensino da leitura e a formação de leitores, foi revelada por investigações acerca do tema. I. O avanço no desenvolvimento dos alunos portugueses, na esfera literária do conhecimento, pode ser relacionado ao alcance facilitado aos livros. PORQUE II. O desempenho dos alunos no âmbito literário é alheio às mudanças nos modos de ensinar e à relação com os livros em espaço familiar. A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa A Base Nacional Comum Curricular propõe a organização dos conteúdos em grandes temas. Uma das formas de organização possíveis que o professor pode utilizar para organizar os conteúdos de suas aulas são as unidades didáticas. I. O professor constantemente se questiona como ele pode organizar melhor sua aula. II. O professor reflete sobre as opções metodológicas que ele pode utilizar em suas aulas. III. Uma das funções do professor é realizar o exercício de transposição didática. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): “Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares” (BRASIL, 2018, p. 29). O documento, nessa descrição, propõe a organização do ensino em: Unidades didáticas.