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Isoeritrólise neonatal (anemia hemolítica autoimune) M. V. David Augusto Fantini FISIOPATOLOGIA DOS SISTEMAS HEMATOPOIETICO, NEUROLOCOMOTOR, GENITOURINÁRIO E DIGESTÓRIO davidfantini@uni9.pro.br Roteiro 1. CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA 2. ETIOLOGIA 3. PATOGENIA 4. SINAIS CLÍNICOS E LESÕES 5. ACHADOS DE NECRÓPSIA 6. DIAGNÓSTICO 7. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 8. TRATAMENTO Características da doença acomete equinos neonatos ocasionada pela incompatibilidade entre o tipo sanguíneo da égua e do potro formação de anticorpos maternos contra as hemácias do potro Etiologia Placenta equina Responsável pela nutrição do feto, porém não há passagem de Anticorpos maternos durante a gestação Colostro Responsável por transmitir as imunoglobulinas produzidas pela mão ao filhote – estímulo do sistema imunológico do potro Ingestão: 6 a 12 horas de vida: maior taxa de absorção de imunoglobulinas Etiologia Doença associada à grupos sanguíneos herdados do pai Mãe exposta a antígenos sanguíneos que ela não possui Em resposta, mãe produz anticorpos contra estes antígenos Potro adquire estes anticorpos pelo colostro Anticorpos atacam as hemácias Etiologia Grupos sanguíneos de equinos A, a, b, c, d, e, f, g •C, a •K, a •U, a •D, a, b, c, d, e, f, g, h, i, k, l, m, n, o, p •P, a, b, c, d •Q, a, b, c. Em 90% dos casos, a Isoeritrólise está associada à anticorpos contra os antígenos Aa ou Qa Etiologia Risco da mae ser sensibilizada contra os antígenos varia com raça e antígeno Puro Sangue Inglês e Standardbred Maior probabilidade do potro ser acometido na segunda gestação Patogenia Interação entre o Anticorpo e as hemácia – gera hemólise Ingestão e absorção Ac se ligam à membrana das hemácias Fragmentos das células recobertas por Ac removidos da circulação pelo baço Hemácias acometidas sofrem lise e liberam hemoglobina na circulação - Hemoglobinúria Patogenia Animal desenvolve anemia normovolêmica Se destruição das hemácias for alta – anemia, hipoxia e morte Reação entre os anticorpos e hemácias rápida – medula óssea não é capaz de compensar - coagulação intravascular disseminada (CID) e morte Sinais clínicos e lesões Gestação e parto sem intercorrências gravidade da doença varia desde quadro clinicamente inaparente até uma doença fulminante, com morte logo após o nascimento anticorpos contra o antígeno Aa: doença grave 24 h após o nascimento anticorpos anti-Qa: doença mais discreta, 3 a 4 dias após o nascimento Sinais clínicos e lesões apatia fraqueza falta de interesse em mamar decúbito esternal por longos períodos não há reação febril Taquicardia (até 120 bpm) taquipneia (frequência respiratória de até 80 movimentos/minuto) e bocejo – quando se instala a anemia Dispneia convulsões Sinais clínicos e lesões Encefalopatia bilirrubínica complicação da isoeritrólise neonatal morte de 10% dos animais acometidos alteração mental e convulsões – bilirrubina tóxica para SNC alta concentração sérica de bilirrubina Sobrevivência improvável Achados de necrópsia Palidez e icterícia Fígado edemaciado Baço: aumento de volume e enegrecido (acúmulo de hemácias em lise) Rins: pálidos Urina: marrom escura Sinais clínicos e lesões Mucosa ictérica Sinais clínicos e lesões Hematúria Sinais clínicos e lesões Baço enegrecido Diagnóstico definido através do histórico análise clínica: observa-se animais fracos nas primeiras horas de vida palidez de mucosa égua é multípara maioria das vezes Hemograma: eritropenia Diagnóstico teste de hemólise: identificação de aglutinação das hemácias do potro quando expostas ao soro da mãe formação do complexo antígeno anticorpo (aglutinação) Diagnóstico diferencial babesiose hemólise pela reação a administração de drogas sangramento por acidentes ofídicos, hemorragias perinatal causas obstétrica Trombocitopenia sepse Tratamento Evitar os efeitos deletérios da anemia Prevenir ou tratar encefalopatia bilirrubínica Evitar ingestão de colostro adicional Evitar infecção secundária Restabelecer a normalidade da condição hidreletrolítica e ácido- base Fornecer dieta apropriada Minimizar o estresse e a necessidade de oxigênio sistêmico. Tratamento ingestão do colostro seja cessada por 48 horas alimentação do animal com colostro de outra égua doadora quantidade mínima de 10% do peso vivo de leite a cada 2 horas, através de sonda nasogástrica Restrição de exercícios Tratamento Tratamento do choque Oxigenioterapia (tubo intranasal) Corticoterapia (dexametasona) Anti-histamínico (prometazina) Tratamento Antibióticoterapia – susceptível à infecções secundárias Transfusão sanguínea em casos mais severos necessária prova de reação cruzada Resumo O feto deve possuir antígenos (fatores) eritrocitários que a mãe não possui. Esses antígenos são herdados do pai •A mãe deve ser exposta a antígenos eritrocitários a ela estranhos, que o feto possui •A mãe deve produzir anticorpos contra antígenos eritrocitários do feto. Nem todos os antígenos eritrocitários são altamente imunogênicos ou causam doença ao neonato •O recém-nascido deve ingerir e absorver colostro que contém anticorpos contra antígenos de suas hemácias.