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<p>“O Casamento em Jugo Desigual” por Simone Quaresma</p><p>Esta é a área da nossa vida que é mais vigorosamente e destrutivamente afetada pelo jugo desigual.</p><p>No casamento em jugo desigual a nossa integridade pessoal e da Igreja de Cristo correm mais riscos do</p><p>que em qualquer outro tipo de relacionamento. Sim, você entendeu bem! Sua vida espiritual e o crescimento</p><p>do Reino de Deus são extremamente afetados por casamentos em jugo desigual.</p><p>A figura usada por Paulo</p><p>O que significa a expressão jugo desigual? O que é jugo? Entender a figura usada por Paulo, nos</p><p>fará começar a vislumbrar a seriedade desta ordem. Jugo é uma peça feita de madeira que é utilizada para</p><p>unir dois animais, para que andem no mesmo compasso enquanto puxam um arado ou uma carroça. É</p><p>também chamada de canga ou junta de bois. Calvino nos explica a</p><p>metáfora: “A palavra empregada por Paulo significa “estar ligado</p><p>simultaneamente, lado a lado, na mesma canga”, e a metáfora é</p><p>tomada de bois ou cavalos que têm de andar juntos na mesma paz</p><p>e compartilhar da mesma obra, porque estão firmemente presos à</p><p>mesma canga.” (Comentários de João Calvino em 2 Coríntios)</p><p>Quando dois animais são presos no mesmo jugo, eles</p><p>precisam andar em acordo, na mesma direção, para que o trabalho</p><p>que lhes foi imposto prospere. Se a canga estiver pendendo mais</p><p>para um lado do que para outro, eles não conseguirão puxar juntos</p><p>a carroça ou o arado. Se um animal for maior que o outro ou forem</p><p>animais de espécies diferentes, a canga penderá, deixando o</p><p>trabalho mais árduo e penoso para um dos dois. Esta situação</p><p>simplesmente impossibilita o progresso, e o objetivo de se ter colocado dois animais para fazer o tal serviço:</p><p>o bom andamento, a rapidez e o cumprimento das metas estabelecidas. Somente com um jugo estável é</p><p>possível terminar a obra proposta.</p><p>A ordem para não se misturar com povos pagãos</p><p>Se existisse apenas o texto de 2 Coríntios 6.14-18 nos dizendo que se colocar em jugo desigual com</p><p>ímpios é abominável, já deveríamos nos dar por satisfeitas. É Palavra de Deus e, como tal, deve ser</p><p>obedecida. Mas se você for uma leitora mais atenta, perceberá que este é um assunto que, de forma direta</p><p>ou indireta, permeia toda a Escritura! Começaremos agora um passeio por ela a fim de entender os motivos</p><p>pelos quais Deus se opõem tão veementemente à união de seu povo com os ímpios. Somente assim,</p><p>poderemos vislumbrar a seriedade desta ordem e nos guardar de tamanho pecado!</p><p>Gênesis 6: 1 a 7– Neste texto imediatamente anterior ao dilúvio, vemos que a maldade aumentada</p><p>no mundo foi motivada pela união matrimonial dos filhos de Deus com as filhas dos homens. Os</p><p>descendentes de Sete se envolveram com mulheres cananitas e o resultado foi avassalador. O pecado</p><p>cresceu a tal ponto, que Deus destruiu todo ser vivente, exceto a família de Noé e os animais abrigados na</p><p>arca. Este relato é assustador:</p><p>“Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente</p><p>mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso</p><p>lhe pesou no coração.” Gênesis 6.4 e 5.</p><p>E qual foi o motivo? A união dos filhos de Deus com as filhas dos homens – o jugo desigual.</p><p>Gênesis 26. 34 e 35– “Tendo Esaú quarenta anos de idade, tomou por esposa a Judite, filha de Beeri,</p><p>heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. Ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para</p><p>Rebeca.”</p><p>Esaú também desprezou a ordenança de se casar dentro do povo do pacto, buscou entre os heteus</p><p>esposas para si. O comentarista da Bíblia de Genebra expõem o acontecido da seguinte forma:</p><p>“A história da bênção roubada é estruturada por referências ao casamento de Esaú com mulheres heteias</p><p>e o desprazer de seus pais por isto. O profano Esaú mostrou seu desrespeito pelas bênçãos da aliança ao</p><p>se casar com as filhas da terra. Casando-se com cananéias e, consequentemente, aborrecendo seus pais,</p><p>ele efetivamente se desligou da aliança sagrada.”</p><p>A gravidade desta mistura do povo de Deus com os povos pagãos é mostrada nos dizeres de Rebeca</p><p>mais à frente, quando ela teme que aconteça com Jacó a mesma coisa que aconteceu com seu irmão Esaú:</p><p>“Disse Rebeca a Isaque: Aborrecida estou da minha vida, por causa das filhas de Hete (esposas de Esaú);</p><p>se Jacó tomar esposa dentre as filhas de Hete, tais como estas, as filhas desta terra, de que me servirá a</p><p>vida?” Gênesis 27.46.</p><p>A sequência do texto, mostra Isaque instruindo Jacó a que vá para a terra de sua mãe, e dentre o seu próprio</p><p>povo, tome esposa para si: Isaque chamou a Jacó e, dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou, dizendo:“Não</p><p>tomarás esposa dentre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e</p><p>toma lá por esposa uma das filhas de Labão, irmão de tua mãe. Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça</p><p>fecundo, e te multiplique para que venhas a ser uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti e</p><p>à tua descendência contigo, para que possuas a terra de tuas peregrinações, concedida por Deus a Abraão.”</p><p>Gênesis 28.1 a 5</p><p>Êxodo 34.10 a 16– Este texto é tão impressionante que precisaremos lê-lo na íntegra. Somente ele</p><p>já seria suficiente para nos alertar da desgraça que é desobedecer a aliança de Deus com seu povo:</p><p>“Então, disse: Eis que faço uma aliança; diante de todo o teu povo farei maravilhas que nunca se fizeram</p><p>em toda a terra, nem entre nação alguma, de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a</p><p>obra do SENHOR; porque coisa terrível é o que faço contigo. Guarda o que eu te ordeno hoje: eis que</p><p>lançarei fora da sua presença os amorreus, os cananeus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.</p><p>Abstém-te de fazer aliança com os moradores da terra para onde vais, para que te não sejam por cilada.</p><p>Mas derribareis os seus altares, quebrareis as suas colunas e cortareis os seus postes-ídolos (porque não</p><p>adorarás outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele); para que não faças aliança</p><p>com os moradores da terra; não suceda que, em se prostituindo eles com os deuses e lhes sacrificando,</p><p>alguém te convide, e comas dos seus sacrifícios e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e</p><p>suas filhas, prostituindo-se com seus deuses, façam que também os teus filhos se PROSTITUAM com seus</p><p>deuses.”</p><p>Essa união perverteria o coração dos crentes e de seus filhos; Os que se misturassem com outros</p><p>povos seriam considerados infiéis com relação à aliança que Deus fez com eles. A base desta aliança está</p><p>na fidelidade à ordem dada para que eles não se misturassem com os povos da terra para onde estavam</p><p>indo. Eles não deveriam fazer nenhum tipo de aliança com eles e o objetivo era simples: para que não te</p><p>sejam por cilada! Para que não te faças desviar! Para que não te seduzam a adorar seus deuses, a comer</p><p>de seus sacrifícios e não te convençam a dar seus filhos à suas filhas. O texto chama esta mistura</p><p>de PROSTITUIÇÃO! Misturar o povo separado de Deus com povos pagãos levaria à prostituição, à</p><p>impureza, à mistura com os deuses daqueles povos. Consequentemente, a próxima geração também se</p><p>prostituiria com os deuses que conheceram nesta união de pais pertencentes a povos e a deuses diferentes.</p><p>A próxima geração estaria afastada de Deus!</p><p>Deuteronômio 7.1 a 4– Neste texto vemos o segundo grande discurso de Moisés, já no fim de sua</p><p>vida, reapresentando a lei de Deus ao povo, pouco antes de, finalmente, conquistarem Canaã sob a</p><p>liderança de Josué. Moisés tencionava fazer como um pai, que se despede de um filho, e sente a</p><p>necessidade de lhe instruir uma última vez. Dentre tantas exortações sobre o culto, festas anuais e condutas</p><p>nas mais diversas áreas, encontra-se uma solene a admoestação:</p><p>“Quando o SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações</p><p>de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus,</p><p>e os</p><p>jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado</p><p>diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas;</p><p>nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás</p><p>suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses;</p><p>e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria.”</p><p>Moisés os adverte para que, após o Senhor ter lançado fora aqueles povos, eles não cometessem o erro de</p><p>trazê-los de volta para o seio de seu convívio! Fazer aliança com os pagãos, com os inimigos de Deus,</p><p>representaria a ruína do povo. A PROMESSA que Deus faz neste texto é que depressa os destruiria se</p><p>ousassem desobedecer a esta ordem tão explícita!</p><p>Josué 23.12 e 13- “Portanto, empenhai-vos em guardar a vossa alma, para amardes o SENHOR,</p><p>vosso Deus. Porque, se dele vos desviardes e vos apegardes ao restante destas nações ainda em vosso</p><p>meio, e com elas vos aparentardes, e com elas vos misturardes, e elas convosco, sabei, certamente, que o</p><p>SENHOR, vosso Deus, não expulsará mais estas nações de vossa presença, mas vos serão por laço e rede,</p><p>e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos, até que pereçais nesta boa terra que vos deu o</p><p>SENHOR, vosso Deus.”</p><p>Mais uma terrível promessa aos que deixam de amar ao Senhor, se desviando dele ao se apegarem</p><p>a outras nações, a povos estranhos. Ele prometeu que não mais apartará o povo pagão do meio do seu</p><p>povo. Eles serão fisgados e apanhados em seus laços!</p><p>1 Reis 11.1 a 8– “Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras:</p><p>moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o SENHOR dito aos</p><p>filhos de Israel: Não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para</p><p>seguirdes os seus deuses.”</p><p>Mesmo o homem mais sábio que já existiu, se achando forte o suficiente e confiando em si mesmo,</p><p>desobedeceu à clara ordem do Senhor e se envolveu com mulheres pagãs. E qual foi o resultado? “Sendo</p><p>já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de</p><p>todo fiel para com o SENHOR, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai.” Lendo este triste relato, não posso</p><p>deixar de me lembrar daquela citação de Calvino que fiz no primeiro texto: “Viver bem é negligenciar a</p><p>companhia dos ímpios.” Aconteceu com Salomão exatamente o que o salmista adverte no Salmos 1.</p><p>Salomão andou no conselho, se deteve no caminho e finalmente se assentou à roda dos escarnecedores!</p><p>Ele comprometeu e colocou a perder todos os anos de bom reinado e sabedoria que Deus lhe havia dado…</p><p>foi fiel até aquele ponto, mas quando cedeu ao casamento (a mais profunda associação que se pode ter</p><p>com alguém) com mulheres ímpias, desviou-se e fez o que era mau perante o Senhor…</p><p>Esdras 9 e 10- Este chocante e triste relato nos mostra a extensão e a gravidade do mal provocado</p><p>ao povo que se manteve rebelde ao Senhor. Aqui está Esdras, se derramando diante do Senhor, clamando</p><p>por seu perdão, reconhecendo que o povo de Deus foi levado cativo à Babilônia porque desobedeceu à</p><p>ordem do Senhor. E qual ordem foi esta? Casamento em jugo desigual!! Por favor, acompanhe comigo esta</p><p>extraordinária lição que mostra a tragédia que é se colocar rebelde contra esta ordem:</p><p>“Acabadas, pois, estas coisas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes,</p><p>e os levitas não se separaram dos povos de outras terras com as suas abominações, isto é, dos cananeus,</p><p>dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus, pois</p><p>tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e, assim, se misturou a linhagem santa com os povos</p><p>dessas terras, e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão. Ouvindo eu tal coisa,</p><p>rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei</p><p>atônito. Então, se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel, por causa da</p><p>transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci assentado atônito até ao sacrifício da tarde. Na hora do</p><p>sacrifício da tarde, levantei-me da minha humilhação, com as vestes e o manto já rasgados, me pus de</p><p>joelhos, estendi as mãos para o SENHOR, meu Deus, e disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado,</p><p>para levantar a ti a face, meu Deus, porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça,</p><p>e a nossa culpa cresceu até aos céus… (versos 1 a 6). Agora, ó nosso Deus, que diremos depois disto?</p><p>Pois deixamos os teus mandamentos, que ordenaste por intermédio dos teus servos, os profetas, dizendo:</p><p>A terra em que entrais para a possuir é terra imunda pela imundícia dos seus povos, pelas abominações</p><p>com que, na sua corrupção, a encheram de uma extremidade à outra. Por isso, não dareis as vossas filhas</p><p>a seus filhos, e suas filhas não tomareis para os vossos filhos, e jamais procurareis a paz e o bem desses</p><p>povos; para que sejais fortes, e comais o melhor da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos, para</p><p>sempre. Depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras e da nossa grande culpa,</p><p>e vendo ainda que tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniqüidades e</p><p>ainda nos deste este restante que escapou, tornaremos a violar os teus mandamentos e a aparentar-nos</p><p>com os povos destas abominações? Não te indignarias tu, assim, contra nós, até de todo nos consumires,</p><p>até não haver restante nem alguém que escapasse? Ah! SENHOR, Deus de Israel, justo és, pois somos os</p><p>restantes que escaparam, como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti na nossa culpa, porque ninguém</p><p>há que possa estar na tua presença por causa disto.”</p><p>Que pecado tão sério! Que transgressão a do povo de Deus naquele tempo e também hoje! E sequer</p><p>nos arrependemos deste pecado! Sequer ouvimos pregações que nos advirtam que, como disse o texto,</p><p>violamos os mandamentos do Senhor, ao nos juntarmos com quem não ama e teme ao Senhor! Pois este</p><p>pecado custou ao povo 70 anos de exílio babilônico!</p><p>Mais à frente, Neemias novamente adverte ao povo que havia saído da Babilônia a não mais caírem</p><p>nesta transgressão: “Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas,</p><p>amonitas e moabitas. Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua de seu</p><p>respectivo povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos,</p><p>e os conjurei por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas,</p><p>nem para vossos filhos nem para vós mesmos. Não pecou nisto Salomão, rei de Israel? Todavia, entre</p><p>muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado do seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre</p><p>todo o Israel. Não obstante isso, as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado.”</p><p>Neemias 13. 21 a 26</p><p>Pela violência com que o pecado do povo foi tratado, dá para ter uma idéia de sua gravidade, não?</p><p>A diferença dos tempos do antigo testamento para o período neotestamentário e para os dias de hoje é uma</p><p>só: naquele tempo o povo da aliança era representado por uma nação que era a mão de Deus julgando o</p><p>mundo. Por isso nestes relatos lemos que os filhos da aliança que se cassassem com povos de outras</p><p>nações eram arrastados pelo cabelo para fora da cidade e apedrejados. Isso não acontece mais hoje, mas</p><p>o princípio é mantido. A nação veterotestamentária representa o povo de Deus, a igreja!</p><p>O jugo desigual e suas consequências desastrosas para o casamento</p><p>A impossibilidade em cumprir o papel de esposo: A primeira coisa que devemos nos lembrar quando</p><p>falamos em casamento é que o casamento de um homem com uma mulher é o espelho para o mundo da</p><p>união mística entre</p><p>Cristo e a sua noiva, a igreja. Se este é o padrão, podemos concluir que o esposo deve</p><p>ser para a esposa, OBRIGATORIAMENTE, o que Cristo é para a sua igreja. Como, porém, um homem</p><p>poderá ser para sua mulher o que Cristo é para a Igreja se ele não serve a Cristo? Vê-se, então, uma total</p><p>inadequação no cumprimento mais básico da função de um homem como marido, que é levá-la a Cristo:</p><p>“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para</p><p>que a santificasse, tendo-a santificado por meio da lavagem de água, pela da palavra, para a apresentar a</p><p>si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” Efésios</p><p>5.25-27.</p><p>Todo marido que teme ao Senhor terá como meta primeira de sua vida tornar sua esposa sem mácula, nem</p><p>ruga e aperfeiçoá-la para o Dia de Cristo. Todo marido que teme ao Senhor cuidará da vida espiritual de sua</p><p>esposa como de sua própria, se interessará por suas lutas e a auxiliará a descobrir e a abandonar pecados.</p><p>Todo homem que teme ao Senhor se responsabilizará por ser o sacerdote de sua casa, conduzindo-os à</p><p>piedade. Todo marido que teme ao Senhor será capaz de mudar quando for confrontado com seus próprios</p><p>pecados. Ele reconhecerá onde errou, pedirá perdão e mudará sua atitude egoísta. Todo marido que teme</p><p>ao Senhor zelará para que a lei de Deus seja observada em sua casa e protegerá sua esposa de situações</p><p>que possam se constituir um risco à sua saúde espiritual.</p><p>Como a nossa confissão de fé diz, “o matrimônio foi ordenado para auxílio mútuo entre esposo e</p><p>esposa…” (CFW, capítulo XXIV, seção II).</p><p>Portanto, segundo a nossa Confissão de fé, uma mulher que se casa com um homem ímpio, quebra</p><p>um dos grandes objetivos do casamento: auxiliar um ao outro na luta contra o mundo, o diabo e a carne,</p><p>para que ambos possam atravessar este deserto cheio de perigos, armadilhas e serpentes abrasadoras,</p><p>para chegarem sãos e salvos na terra prometida, na Canaã celestial, no nosso destino final. ESTE é</p><p>propósito do auxílio mútuo! Dois crentes, unidos pelos laços mais íntimos que existem, se ajudando na luta</p><p>contra o pecado, para a glória de Deus. O casamento em jugo desigual, portanto, torna esta jornada solitária</p><p>e perigosa: “…os crentes verdadeiros devem, em atenção a Cristo e as suas próprias almas, evitar contrair</p><p>tais compromissos. Pois, como é possível que alguém que possui a mente e o espírito de Cristo, cujas</p><p>afeições são como um fato prático posto nas coisas de cima, cujos motivos, propósitos e aspirações são</p><p>celestiais, tornar-se uma só carne e coração, viver na mais íntima de todas as comunhões possíveis, com</p><p>uma alma morta em delitos e pecados? Se tal união é formada, segue-se: ou que a sacra ordenança do</p><p>matrimônio é profanada, por uma união de corpos onde não pode haver união de corações, ou na íntima</p><p>comunhão de alma com alma o crente será grandemente aviltado em sua vida interior e espiritual, e</p><p>grandemente prejudicado em suas tentativas de servir a seu Senhor neste mundo.” (CFW comentada por</p><p>A. A. Hodge, Editora Os Puritanos)</p><p>A impossibilidade de manter um relacionamento puro:</p><p>Quando deliberadamente nos colocamos em jugo desigual todo o relacionamento é, em si mesmo,</p><p>pecaminoso e é uma infâmia diante do Deus. A união é profana porque está debaixo de pecado. Todas as</p><p>áreas do relacionamento são afetadas por este pecado, inclusive a sexual. Conforme lemos na parte grifada</p><p>no tópico acima: as relações sexuais são impuras, a sacra ordenança do matrimônio é profanada, pois toma</p><p>um corpo que é templo do Espírito Santo de Deus e o torna um só com o templo dos ídolos, de Satanás. Na</p><p>união sexual, dentro do casamento, não há apenas a união dos corpos, mas de almas! No casamento misto,</p><p>ou optamos por relações sexuais desprovidas de sua essência, que é a união de almas, ou unimos nossa</p><p>alma a uma alma ímpia! Que terrível escolha! É exatamente por causa deste aspecto que Paulo consola</p><p>aqueles gentios de Corinto, que haviam se casado e após o casamento, se converteram e o cônjuge não.</p><p>Eles não foram desobedientes e rebeldes, mas estavam numa situação de jugo desigual porque se</p><p>converteram após o casamento. Diferente de desobediência obstinada.</p><p>A dificuldade de me santificar: Nos colocando deliberadamente em jugo desigual, devemos ter em</p><p>mente que estamos abrindo mão de um dos mais poderosos auxílios que Deus preparou para a nossa</p><p>santificação: o convívio íntimo e diário com um filho do Deus altíssimo, interessado em minha alma! Se estou</p><p>em jugo desigual, devo esperar do meu marido exatamente o contrário: da mesma forma que à cada dia ele</p><p>se envolve mais e se prende mais às concupiscências deste mundo, ele não só me influenciará, como</p><p>também trabalhará (consciente ou inconscientemente) para o meu afastamento da Lei de Deus. Seremos</p><p>invariavelmente contaminadas pelas músicas que eles ouvem, pelos programas de televisão que assistem,</p><p>pelos amigos que frequentarão a nossa casa, pela ideologia mundana que rege suas vidas e decisões.</p><p>Como suportarei vê-lo assistir um programa imoral na televisão de minha sala? Como suportarei ouvir as</p><p>piadas de duplo sentido e os palavrões que saírem de sua boca e da boca de seus amigos? Com quem</p><p>conversarei, tarde da noite, sobre os pecados que não tenho conseguido vencer, sobre o texto maravilhoso</p><p>que li na Bíblia, sobre a pregação de domingo? Não imagino como deve ser a vida de quem não pode</p><p>compartilhar o maior bem que possui com seu cônjuge…</p><p>Também precisarei me sujeitar às suas decisões, pois ele não é temente ao Senhor, mas continua</p><p>sendo o líder do meu lar! Se o marido é o representante de Deus no lar, teremos que nos submeter a uma</p><p>liderança que não ama nem teme ao Senhor, que não tem como prioridade o Reino dos céus, que caminha</p><p>contrariamente à lei de Deus e que conduzirá seu pequeno rebanho para lugares onde Deus não habita.</p><p>E qual será o seu parâmetro para tomar decisões que envolvem a família? Ele procurará averiguar se sua</p><p>decisão está de acordo com a vontade de Deus expressa nas Escrituras? Ele procurará agradar a si mesmo</p><p>e a seus desejos ou agradar a Deus? Para onde ele conduzirá minha família? Para a cruz ou para o</p><p>inferno?Todas estas coisas servirão de pedras de tropeço para nós. Aquele que deveria ser nosso auxílio,</p><p>é agora o maior inimigo de nossas almas…</p><p>Em seu livro “Jornada para o inferno”, John Bunyan, nascido em 1628 e autor do clássico mundial</p><p>“O Peregrino”, descreve a vida de um homem ímpio e todas as suas impiedades. A certa altura ele narra</p><p>que este enganou e seduziu uma jovem cristã, casando-se com ela. Daí pra frente passa a narrar as</p><p>dificuldades e as lutas enfrentadas por esta crente, que tinha que lidar todo o tempo com seu marido</p><p>incrédulo. Citando o texto de Paulo aos Coríntios, Bunyan declara: “Aí estão as proclamações que proíbem</p><p>claramente o casamento de crentes com incrédulos; logo, eles não devem fazer isso. Estes tipos de</p><p>casamentos indefensáveis são condenados até por criaturas irracionais, que só se acasalam com animais</p><p>da mesma espécie. Porventura acasalam-se as ovelhas com cães, a perdiz com o corvo, a coruja com o</p><p>faisão? Não, rigorosamente, eles só têm parceiros da mesma espécie. E o fato é que todo mundo se espanta</p><p>quando vê ou ouve algo contrário. Somente o homem é a criatura que desculpa ou permite essas misturas</p><p>ilícitas de homens e mulheres, porque somente o homem é pecador. Portanto, ele é que, com seus atos</p><p>rebeldes, dispõe-se a contradizer, ou melhor, a opor-se à lei do seu Deus e Criador, violando-a. O homem</p><p>pecador não quer levar em conta a seguinte pergunta, digna de consideração: Que real companheirismo,</p><p>que concórdia, que acordo, que comunhão pode haver em tais casamentos?</p><p>Acresce que os perigos que os que se rebelam contra as leis de Deus correm deveriam constituir um</p><p>argumento dissuasivo para que outros não fizessem a mesma coisa. Em acréscimo às misérias</p><p>sofridas</p><p>pela mulher do Sr. Mau, muitos que tiveram esperançosos começos com vistas ao céu, falharam medonha</p><p>e miseravelmente na realização dos seus propósitos, em virtude da discórdia que se fez presente nesses</p><p>casamentos ilícitos. Logo depois do início da vida de casados, nesse tipo de matrimônio, a convicção de</p><p>pecado, o primeiro passo rumo ao céu, cessa; a oração, o segundo passo rumo ao céu, para; a fome e sede</p><p>de salvação, outro passo para o reino dos céus, chega ao fim. Numa palavra, estes casamentos alienaram</p><p>os cônjuges da Palavra, dos seus amigos piedosos e fiéis, levaram-no de volta à companhia carnal, entre</p><p>amigos carnais, e a deleites carnais, entre os quais e com os quais permaneceram pecaminosamente e</p><p>pereceram miseravelmente.”</p><p>A dificuldade de se submeter: Do ponto anterior, segue-se naturalmente esta dúvida: se meu marido</p><p>for um homem ímpio, que não teme ao Senhor, eu devo se submeter a ele? Mas ele quer que eu esteja na</p><p>mesma roda de amigos dele, ele quer trazer aqueles homens impuros para jantar em casa com meus filhos,</p><p>ele tem uma estátua de Aparecida e quer colocar na estante! Pois é… estas e milhares de outras situações</p><p>me provarão todos os dias o quanto fui tola ao não dar ouvidos às Escrituras! Não obstante, o mandamento</p><p>do Senhor para que eu seja uma esposa submissa continua de pé. Ele não é abolido pelo fato do esposo</p><p>ser um ímpio. Dá para imaginar as dificuldades que serão enfrentadas e a dor que se arrastará por toda a</p><p>vida?</p><p>A dificuldade de resolver conflitos: Em seu livro: “Quando pecadores dizem sim”, Dave Harvey</p><p>argumenta que casamentos passam por conflitos por um motivo muito simples: O casamento é a união de</p><p>dois pecadores. Por isso eles precisam voltar seus olhos para a Palavra de Deus, para que cada um cuide</p><p>do seu próprio pecado, se arrependa e passe a conduzir de forma diferente não apenas sua vida, mas</p><p>também seu relacionamento. O argumento é simples, mas poderoso! Quando pecadores rendidos aos pés</p><p>de Cristo deixam de apontar o dedo e de colocar a culpa no cônjuge e passam, cada um dos dois, a se</p><p>transformar à luz da lei de Deus, há progresso não apenas em sua relação com Deus, mas também um com</p><p>o outro! Eu deixo de olhar o egoísmo de meu marido, passando a notar e a cuidar do meu próprio egoísmo.</p><p>Eu paro de me doer com sua resposta grosseira e passo a pedir ajuda para que minhas respostas sejam</p><p>doces e transmitam graça. Eu esqueço as ofensas e as perdoo em Cristo. Eu faço estas coisas de um lado</p><p>e ele faz as mesmas coisas de outro lado. Que relacionamento promissor e quantas bênçãos advêm dele!</p><p>São dois pecadores redimidos lutando por santidade em suas vidas e relacionamentos! Como fica, então, a</p><p>situação de um casamento em jugo desigual? Apenas uma das partes precisará fazer todo o trabalho! Não</p><p>adiantará repreendê-lo quando ele mentir para você: ele não crê que o pai da mentira é o diabo! Não surtirá</p><p>nenhum efeito pedir para que respeite sua ida ao culto: ele não ama o Dia do Senhor! Quando ele gritar com</p><p>você, não adiantará dizer a ele que a Bíblia nos ensina a sermos mansos. Ele quererá apenas extravasar</p><p>sua raiva, sem se preocupar se está ofendendo a Deus. E quando ele quiser pagar propina, burlar o imposto</p><p>de renda e conseguir um atestado médico falso para o seu filho? Você terá que se contentar em discordar,</p><p>e assistir passivamente os pecados se amontoarem sobre sua casa! Não poderá haver confronto com o</p><p>pecado, arrependimento e busca de mudança: o deus dele não é o seu e ele pautará seu relacionamento</p><p>em seu deus: o próprio ventre! Desta forma, a mulher crente precisará aguentar e sofrer calada, tendo que</p><p>levar toda a carga do casamento sozinha. Ela terá que ser mais crente do que as crentes que são casadas</p><p>com homens fiéis! E eu posso te afirmar de cadeira, pois tenho 25 anos de casada: não é fácil lidar com os</p><p>conflitos diários que surgem dentro de um casamento! Somos dois pecadores aprendendo a agradar a Deus</p><p>e a dizer não a nós mesmos! Mas como é gratificante o “revezamento” em descobrir o pecado que está</p><p>causando a discórdia, e no dar um passo para trás, esperando que o outro reflita até chegar à conclusão de</p><p>que estava errado e em pecado! Não sei o que seria de mim se meu marido não fosse o crente que é! Não</p><p>me imagino tendo que ceder absolutamente TODAS as vezes, já que seria a única crente da história. Como</p><p>é maravilhoso contar com seu piedoso auxílio quando não sou o que deveria ser ou não reajo como deveria</p><p>reagir. Quando estou mais fraca ele está mais forte, quando ele não está bem eu o sustento com o auxílio</p><p>da Palavra. Esta troca é indescritivelmente linda e só a possui quem tem um cônjuge que ama ao Senhor!</p><p>Se casar em jugo desigual significa levar toda a carga de busca por santidade pessoal e no relacionamento</p><p>sozinha!</p><p>O jugo desigual e suas consequências desastrosas para a descendência santa</p><p>Ainda citando John Bunyan: “E aqui temos uma razão pela qual Deus proibiu estes casamentos</p><p>desiguais: “Pois” (os ímpios), disse Deus, “fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros</p><p>deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.” Deuteronômios 7.4</p><p>Agora note o leitor que havia em Israel alguns que, apesar dessa proibição, arriscaram-se a casar-</p><p>se com pagãos e incrédulos. Mas o que aconteceu?</p><p>“ Não exterminaram os povos, como o SENHOR lhes ordenara. Antes, se mesclaram com as nações</p><p>e lhes aprenderam as obras; deram culto a seus ídolos, os quais se lhes converteram em laço; pois imolaram</p><p>seus filhos e suas filhas aos demônios e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e filhas, que</p><p>sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi contaminada com sangue. Assim se contaminaram com as</p><p>suas obras e se prostituíram nos seus feitos. Acendeu-se, por isso, a ira do SENHOR contra o seu povo, e</p><p>ele abominou a sua própria herança e os entregou ao poder das nações; sobre eles dominaram os que os</p><p>odiavam.” Salmo 106. 34-41</p><p>Esta é outra grande tragédia que se abate sobre aqueles que se unem em jugo desigual! Seus filhos</p><p>ficarão meio lá meio cá, no entanto a próxima geração, dificilmente saberá quem foi o Deus de seus avós!</p><p>E esta não é uma previsão pessimista, é como a Palavra de Deus nos adverte! É o próprio Deus que alerta</p><p>seu povo a não se misturar, pois a descendência santa seria poluída e assim, se desviaria de seus santos</p><p>caminhos. A leitura que fizemos no Salmo 106 relata exatamente isso. Se você ler todo o Salmo, verá que</p><p>ele narra a história do povo de Deus e como eles foram infiéis, e dentre as infidelidades contadas aqui, o</p><p>cumprimento da promessa que Deus fez quando disse a eles que não se misturassem: os outros povos</p><p>fariam desviar seus filhos de mim! Aí está o cumprimento do que o Senhor havia dito!</p><p>Por esta razão, o casamento em jugo desigual não é um assunto que toca apenas a vida do crente: ele toca</p><p>a igreja de Cristo, o Reino de Deus. O Senhor mantém sua igreja, a semente santa, através da geração de</p><p>filhos, da descendência. Quando misturamos a linhagem santa com a profana, estamos trabalhando contra</p><p>nós mesmas, contra nossos filhos e pior: contra a igreja de Deus!</p><p>Outro relato impressionante sobre como a semente santa é corrompida por casamentos ilícitos se</p><p>encontra em Neemias, quando ele narra que a mistura do povo de Deus com outros povos fez com que seus</p><p>filhos não conhecessem mais sequer a língua judaica: “Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado</p><p>com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico,</p><p>mas a língua de seu respectivo povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes</p><p>arranquei os cabelos, e os conjurei por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não</p><p>tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos. Não pecou nisto Salomão, rei de</p><p>Israel? Todavia, entre muitas nações não havia</p><p>rei semelhante a ele, e ele era amado do seu Deus, e Deus</p><p>o constituiu rei sobre todo o Israel. Não obstante isso, as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado.</p><p>Dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus,</p><p>casando com mulheres estrangeiras?”</p><p>O triste relato de Neemias nos dá conta de que não apenas o povo foi infiel a seu Deus, prevaricando</p><p>contra Ele (prevaricar: Não cumprir com as sua obrigações; saber o que tem que ser feito, mas por má fé ou</p><p>interesses próprios não fazer; adulterar.), mas essa desobediência atingiu em cheio seus filhos! Quando o</p><p>texto diz que eles falavam meio asdodita e que não sabiam falar judaico, ele está deixando claro que aquelas</p><p>crianças estavam alijadas do conhecimento dos escritos proféticos, que eram escritos na língua hebraica. A</p><p>língua é a identidade de um povo, e quando falamos de um povo que preserva suas leis dadas por Deus de</p><p>forma escrita, a relação fica clara: não conhecer a língua significava não conhecer a lei de Deus. Os filhos</p><p>daquela geração desobediente colheu o amargo fruto do pecado de seus pais: não conheciam o Deus de</p><p>Israel!</p><p>Este é o fim da geração que é misturada com povos pagãos! Filhos de casamentos em jugo desigual</p><p>estão sempre entre o céu e o inferno, entre fazer o que agrada a Deus e o que o aborrece, entre o exemplo</p><p>santo de uma mãe piedosa e a impiedade de um pai que não ama ao Senhor. Mais uma vez ouviremos John</p><p>Bunyan e o que ele conta sobre os filhos daquela mulher crente que se casou com o Sr. Mau. A conversa é</p><p>entre dois homens, Atencioso e Prudente: Atencioso: teve ele filhos de sua esposa?</p><p>Prudente: sim, sete. Atencioso: Imagino como foram educados pessimamente.</p><p>Prudente: Um deles amava ternamente sua mãe e sempre obedeceu a seus ensinamentos. Ela teve a</p><p>oportunidade de instruir este filho segundo os princípios da religião cristã, e ele se tornou um menino muito</p><p>bondoso. Mas o Sr. Mau não podia tolerá-lo. Raramente dizia uma palavra agradável a esta criança, mas,</p><p>ao contrário, cerrava o cenho e se mostrava carrancudo para o menino, falando rígida e grosseiramente com</p><p>ele. Muito embora o rapaz fosse o mais frágil dos sete, muitas vezes sentia o peso da mão do pai. Três dos</p><p>seus filhos seguiram diretamente os seus passos e foram se tornando vis como ele tinha sido na juventude.</p><p>Os outros se tornaram uma espécie de mistura- não tão maus como seu pai, nem tão bons como sua mãe.</p><p>Eles tinham as ideias de sua mãe, e praticavam as ações de seu pai…</p><p>…onde um dos pais é piedoso e o outro é ímpio e vil, embora concordem em ter filhos, contendem</p><p>pela criança depois que estas nascem. O pai piedoso dedica-se ao filho, e, com orações, conselhos e bom</p><p>exemplo, luta para que o filho seja santo no corpo e na alma, e assim venha a ser apto para o reino dos</p><p>céus. Entretanto o pai ímpio deseja que seu filho seja como ele – mau, vil e pecador. Sucede, então, que os</p><p>dois cônjuges dão instruções segundo os seus propósitos. Instruções, eu disse? Sim, e exemplos também.</p><p>Assim, os piedosos, como Ana, apresentam seus filhos ao Senhor, mas os ímpios oferecem seus</p><p>filhos a Moloque, a um ídolo, ao pecado, ao diabo e ao inferno. Dessa forma, um filho ouve de sua mãe a</p><p>lei e é preservado da destruição, mas o outro segue os caminhos de seu pai. Sucedeu, pois, que o Sr. Mau</p><p>e sua esposa dividiram entre si os seus filhos, mas quanto aos três que, por assim dizer, eram mestiços,</p><p>apanhados entre as crenças dos dois pais, eram como aqueles que são descritos em Reis: “temiam o</p><p>Senhor, mas serviam a seus deuses” (2 Reis 17.32,33).</p><p>Como eu disse, eles tinham as crenças de sua mãe, e, acrescento, também a profissão de fé; mas</p><p>tinham as luxúrias de seu pai, e algo da sua vida. Ora, seu pai não gostava deles porque tinham o jeito de</p><p>falar de sua mãe, e a mãe não gostava do coração e da vida do pai, que eles tinham. Tampouco eram boa</p><p>companhia, nem para os bons, nem para os maus. Os bons não confiavam neles, porque eles eram maus;</p><p>os maus não confiavam neles, porque eles eram bons. Noutras palavras, os bons não confiavam neles por</p><p>causa das suas más ações, e os maus não confiavam neles porque eles eram bons em suas palavras. Assim</p><p>eles se viam forçados, como Esaú, a juntar-se a Ismael (Gênesis 28.9); isto é, a procurar hipócritas como</p><p>eles, e a eles se nivelaram e com eles viveram e morreram.</p><p>Que desgraça maior poderia se abater sobre nossos filhos do que não conhecerem ao Senhor nesta</p><p>vida e serem eternamente condenados ao inferno? Nenhuma! Nada é tão terrível quanto a miséria da alma!</p><p>E quais são os instrumentos dados por Deus para arrancar a estultícia e o pecado do coração de nossos</p><p>filhos? Pais piedosos! Se intencionalmente providenciamos pais ímpios para os nossos filhos, estamos</p><p>selando seu futuro: ficar sempre entre a piedade e a impiedade, entre o bom e o mau exemplo, entre quem</p><p>nega a si mesmo e quem só faz o que quer, entre um servo de Deus e um pagão. Que triste legado se deixa</p><p>para uma criança criada deste modo! Quanta disputa e lutas enfrentará uma mãe que precisa ver o líder do</p><p>seu lar conduzindo seus pequeninos filhos para longe de Deus… só lhe restará lutar e lamentar por não ter</p><p>dado ouvidos à ordem de Deus.</p><p>Soube da história de uma senhora que foi readmitida à comunhão da igreja depois de longos 60 anos</p><p>afastada. Quando era moça, se apaixonou por um ímpio e estava resoluta: iria se casar com ele. Ela foi</p><p>chamada pelos líderes de sua igreja e advertida quanto ao seu pecado, que não foi abandonado. Como era</p><p>uma igreja séria, ela foi disciplinada por estar em pecado, se recusar a ouvir à admoestação de seus líderes</p><p>e manter-se impenitente. Ela se casou e teve vários filhos. Passou toda a sua vida de casada longe do</p><p>Senhor e vivendo como o marido que escolheu, na impiedade. Já perto dos 80 anos e viúva, esta senhora</p><p>teve convicção de seus pecados e do quanto aquele casamento a afastara de Deus e da igreja e procurou</p><p>ajuda. Sua nova igreja a acompanhou, e percebendo seu sincero arrependimento e desejo de voltar à</p><p>comunhão do corpo de Cristo, a recebeu novamente. Houve muita alegria e júbilo naquele bendito dia. Toda</p><p>a igreja chorou ao vê-la lá na frente, já idosa, confessando seu pecado. Mas o que mais me marcou nesta</p><p>história, foram suas lágrimas ao olhar para o rastro que esta desobediência causou: filhos, netos e bisnetos,</p><p>dezenas deles, e todos absolutamente distantes do Evangelho que um dia ela professou. Eles não</p><p>conheceram o Deus dela! E esta tristeza ela carrega consigo…</p><p>Esta dura realidade se contrasta absurdamente com os benefícios que os filhos da aliança recebem</p><p>ao serem criados por pais crentes! Mais uma vez apelarei para a sabedoria de John Bunyan:</p><p>“Os filhos de pais piedosos são filhos de muitas orações. São objetos de orações antes e depois de</p><p>nascerem, e a oração de um pai piedoso e de uma mãe piedosa “pode muito em seus efeitos”. Eles têm a</p><p>vantagem da possível restrição dos males para os quais seus pais vêem que eles são propensos, e isso</p><p>constitui uma segunda misericórdia. Eles têm a vantagem de receber instrução piedosa e de saber dos pais</p><p>quais são e quais não são os retos caminhos do Senhor. Também ouvem a recomendação de bons</p><p>caminhos, e palavras explicativas sobre estes. Tais filhos são também, quanto possível, mantidos longe de</p><p>má companhia, de maus livros, de pessoas e ambientes que ensinam maus hábitos, como os de praguejar,</p><p>mentir, não guardar o shabbath, e zombar de bons homens e de boas coisas. Todas estas bênçãos são</p><p>fruto de grande misericórdia. Também têm o benefício de vidas piedosas expostas diante deles</p><p>doutrinariamente por seus pais, e a doutrina que ministram vem acompanhada de piedosos e santos</p><p>exemplos. Todas essas coisas são grandíssimas vantagens.”</p><p>Um apelo à obediência</p><p>Não existe argumento capaz de convencer alguém que está resoluto em sua decisão. Sei que quando</p><p>se trata de paixão a coisa se torna</p><p>muito pior. Talvez você seja uma moça que deseja casar e esteja sendo</p><p>constantemente tentada a olhar para fora dos arraiais do povo de Deus. Talvez sua desculpa seja como a</p><p>de muitas moças que conheço: não tem rapaz sério e disponível na igreja! Mas quem sabe sua situação</p><p>seja ainda pior e você já esteja namorando um rapaz ímpio. Quem sabe você já esteja até fazendo planos</p><p>de casamento… Então, este apelo final é feito a você! Sei que se você está nesta situação e se sente</p><p>completamente apaixonada, tudo que foi falado acima sobre criação de filhos, sobre ser levada para longe</p><p>do Evangelho e sobre as infinitas dificuldades que serão enfrentadas neste tipo de casamento, serão</p><p>minimizadas por você. Seu lema deve estar sendo: ela é muito exagerada… não é bem assim…comigo será</p><p>diferente! Por isso, gostaria de pedir que você colocasse suas desculpas esfarrapadas de lado e deixasse</p><p>de subestimar o que é sério, e aceitasse ter seu pecado confrontado pelas sagradas Escrituras. Não</p><p>minimize a seriedade de voluntariamente se colocar contrária a uma ordenação de Deus! Quem ousaria</p><p>fazer isto em seu juízo perfeito e se colocaria conscientemente sob a ira de Deus? Sim, pois esta é a</p><p>promessa que o Senhor fez a seu povo lá em Deuteronômios 7 e a cumpriu, como lemos no Salmo 106! Ele</p><p>sempre cumpre as suas promessas!</p><p>“nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações… pois elas fariam desviar teus filhos de</p><p>mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa</p><p>vos destruiria.” Deuteronômios 7.2 e 4</p><p>Não se iluda, nem se engane. Deus pedirá contas de quem age de forma rebelde e desobediente.</p><p>Não aja como se fosse um ateu prático, professando que crê em Deus, mas vivendo a sua vida como se Ele</p><p>não existisse e como se sua santa vontade revelada não tivesse nenhum valor pra você. Sim! Este é um</p><p>tipo de ateísmo! Não finja que não está acontecendo nada, ouça o apelo de Moisés, ao proferir seu quarto</p><p>discurso ao povo, clamando para que eles fossem fiéis e obedientes:</p><p>“ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: Terei paz,</p><p>ainda que ande na perversidade do meu coração…”</p><p>Que risco enorme corremos ao achar que seremos abençoadas quando desobedecemos</p><p>acintosamente uma ordem tão clara! Se você deseja continuar neste caminho, tenha plena consciência da</p><p>escolha que está fazendo e das conseqüências que te aguardam. Não se faça de desentendida e não se</p><p>abençoe, como diz o texto, achando que a mão de Deus não pesará sobre você! Não pense que Ele mudará</p><p>de ideia só no seu caso e que revogará sua santa lei por causa de seu coração pecaminoso que não quer</p><p>abrir mão de seus desejos.</p><p>Também não tente dar desculpas a si mesma dizendo que não concorda que seja errado o jugo</p><p>desigual. Agir assim é fazer como o texto de Isaías 5.20 diz:</p><p>“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade;</p><p>põem o amargo por doce e o doce, por amargo!”</p><p>O que o Senhor Deus chama de mal, é realmente mal! O que Ele denomina escuridade é escuridade!</p><p>E quando Ele diz que proíbe o jugo desigual, o está fazendo por amor ao seu santo nome, por amor à</p><p>manutenção do seu povo e por amor a nós! Aliás, todas as leis que o Senhor ordena em Sua Palavra tem</p><p>estes objetivos: a sua glória, e o bem do seu povo. É sobre isso que nos fala Deuteronômio 10.12:</p><p>“Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e</p><p>andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de</p><p>toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para</p><p>o teu bem?”</p><p>O papel dos pais</p><p>Eu não poderia terminar este texto sem apelar aos pais crentes que se coloquem entre seus filhos e</p><p>o grave pecado do jugo desigual! Não os abandonem nesta hora tão difícil. Conheço pais que dizem que</p><p>não podem fazer nada, que já aconselharam, mas que seus filhos não retrocederam em sua decisão…</p><p>então, resolveram aceitar. Não se torne cúmplice do pecado de seus filhos! Não abençoe algo que Deus</p><p>não abençoa, você não tem este poder e, se o fizer, será responsabilizada por isso.</p><p>Desde muito cedo ensinamos esta verdade a nossos filhos: eles jamais se casariam com descrentes.</p><p>Sim, isso era falado aos três, quatro anos de idade, quando nada disso fazia sentido para eles. Com o passar</p><p>dos anos as explicações foram se intensificando e tomando corpo. Na adolescência já era uma verdade</p><p>solidificada: jugo desigual não era uma possibilidade a ser considerada. Sempre que o pai conversava sobre</p><p>isso com eles, deixava claro que sequer iria ao casamento, que não tomaria parte em uma abominação</p><p>como esta. E tenha certeza: ele realmente não iria! É claro que isso não impediria um filho de se casar em</p><p>jugo desigual, mas aumentaria o juízo sobre ele e talvez o fizesse pensar: não teriam a bênção de seus pais!</p><p>Além disso, existe também a nossa postura diante de Deus. Não ousaríamos aprovar algo que Deus não</p><p>aprova. Não pecaríamos por causa do pecado de um filho rebelde.</p><p>Muitas vezes estamos comprando a maneira de pensar do mundo. O mundo diz que quando nossos</p><p>filhos completam dezoito anos já são donos do próprio nariz e não podemos fazer nada. MENTIRA! Diante</p><p>de Deus somos responsáveis por eles até o dia em que eles saírem de casa e se unirem em matrimônio,</p><p>formando uma nova e autônoma família. Até este dia, tenha quantos anos tiver, ganhe quanto dinheiro</p><p>ganhar, continuamos sendo pais responsáveis por eles aos olhos de Deus.</p><p>Queridas mães tenham coragem e sejam firmes juntamente com seus esposos! Oponham-se ao que</p><p>o Senhor se opõe. Não entregue de bandeja sua descendência aos “amalequitas” e “moabitas” por temer se</p><p>colocar contra a vontade de seu filho. Tema mais ao Senhor do que a seus filhos.</p><p>Uma palavra às irmãs que já estão casadas em jugo desigual</p><p>Não poderia terminar este artigo sem dirigir algumas palavras às minhas queridas irmãs que se</p><p>encontram hoje, vivendo a amarga situação de um casamento misto. Se você casou com seu esposo, e se</p><p>converteu ao Evangelho e ele não, você está numa situação especial. Você não se colocou obstinadamente</p><p>nesta situação e nem a provocou. O seu caso é como aqueles descritos por Paulo em 1 Coríntios 7. Leia</p><p>com calma todo o capítulo e você verá que é através de sua vida de piedade que haverá chance de salvação</p><p>no seu lar! Infelizmente você passará por muitas lutas por causa deste casamento misto, mas contará com</p><p>a graça e com a alegria de saber que a ira de Deus não está sobre você.</p><p>Se este não é o seu caso, mas você é aquela moça que não ouviu os conselhos, que não se rendeu</p><p>às admoestações e que desprezou a lei de Deus e preferiu seguir o seu próprio coração, arrependa-se!</p><p>Você pecou contra o Senhor e fez o que era mau perante Ele! Procure lugar de arrependimento, Ele não</p><p>desprezará um coração contrito. Saiba, entretanto, que os efeitos de sua desobediência não serão desfeitos,</p><p>e você precisará aprender a lidar com a culpa de ter se colocado voluntariamente nesta condição. Também</p><p>precisará ter paciência para lidar com todas as adversidades que advirão desta situação e mais que outra</p><p>esposa qualquer, deverá ser piedosa, para que, através do seu santo e reto proceder, quem sabe possa</p><p>haver salvação em sua casa!</p><p>Perguntas comuns</p><p>Meu namorado ímpio é melhor que muitos crentes, e aí?</p><p>Me perdoe, mas se existe um ímpio que é “melhor” do que um crente, este crente com quem você o</p><p>está comparando deve ser ímpio! Não estamos fazendo aqui um ranking de pessoas boas, melhores ou</p><p>piores. Estamos tratando de crentes e de ímpios. Pessoas cobertas pelo sangue de Cristo e pessoas que</p><p>têm a ira de Deus sobre si, não importando o quanto nos pareçam “boazinhas”.</p><p>E se um dia ele se converter?</p><p>Pode ser que sim, pode ser que não. Na verdade, na maioria dos casos as mulheres se afastam de</p><p>Deus por causa</p><p>do marido ou, no mínimo, têm dificuldades extras na sua caminhada cristã. Mas vamos</p><p>supor que ele realmente se converta. Bênção! Mas você não poderá nunca dizer que Deus usou a sua</p><p>desobediência para salvar seu marido e muito menos que outras moças devam seguir o seu exemplo.</p><p>Também nunca poderá dizer que o mandamento não é tão mandamento assim, já que no seu caso “deu</p><p>certo”. Não obedecemos à lei de Deus para colher bons frutos. Obedecemos porque O amamos e porque</p><p>Ele exige isso de nós.</p><p>Sou reformada e meu marido não: isto é jugo desigual?</p><p>De forma alguma. O jugo desigual tratado por Paulo e por tantos outros textos se refere a ímpios que</p><p>se casam com crentes. O fato de termos pensamentos diferentes sobre assuntos secundários da fé, não</p><p>nos torna incompatíveis. É claro que dificulta! Quanto mais pensamos parecido com nosso cônjuge, mais</p><p>fácil será a nossa caminhada. Mas isso não se classifica como jugo desigual.</p><p>E se ele sustenta heresias perniciosas?</p><p>Neste caso, a nossa Confissão de fé diz que sim, isto é jugo desigual!</p><p>Todo rapaz que é membro de igreja é um potencial candidato a meu marido?</p><p>Muito cuidado com este pensamento! Achar que qualquer membro de igreja é crente é, no mínimo,</p><p>desconhecer as Escrituras, que falam que em meio ao trigo também está plantado o joio. Conheço dezenas</p><p>de moças que se casaram com “crentes”, membros de igreja e que se viram, depois de alguns anos, numa</p><p>terrível armadilha: estavam casadas com verdadeiros ímpios, estavam em jugo desigual. O fato de estar</p><p>dentro de uma igreja deve ser apenas o primeiro ponto a ser avaliado. Depois daí segue-se uma longa lista</p><p>que você precisará verificar, contando sempre com o auxílio de seus pais, seu pastor e de conselheiros mais</p><p>velhos.</p><p>O casamento é a escolha mais importante que fazemos em nossa vida. A cidade onde moraremos,</p><p>o curso que faremos, o corte do cabelo, o carro a comprar ou qualquer outra escolha pode ser modificada e</p><p>revertida. Mas o casamento não! Ele é indissolúvel, é até que a morte nos separe. Por isso, seja</p><p>extremamente criteriosa e não se deixe levar apenas pelo coração, que é enganoso e desesperadamente</p><p>corrupto. Acima de tudo, submeta sua vontade à vontade de Deus. Não tenha o casamento em jugo desigual</p><p>como uma opção. Não se deixe vencer pelas pressões. Não ceda ao pecado.</p><p>Confissão de fé de Westminster, capítulo XXIV, seção II e III</p><p>“O matrimônio foi ordenado por Deus para auxílio mútuo entre esposo e esposa; para a propagação</p><p>da raça humana por uma sucessão legítima, e da igreja por uma semente santa; e para a prevenção contra</p><p>a impureza.</p><p>A toda sorte de pessoas que são capazes de dar seu consentimento ajuizado é lícito casar; no</p><p>entanto é dever dos cristãos casar somente no Senhor. Portanto, os que professam a genuína religião</p><p>reformada não devem casar-se com infiéis, papistas, ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-</p><p>se a um jugo desigual, casando-se com os que são notoriamente ímpios em sua vida, ou que mantêm</p><p>heresias perniciosas.”</p><p>__________________</p><p>* Simone Quaresma é casada há 25 anos com o Rev. Orebe Quaresma,</p><p>pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil,</p><p>deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (23 anos), Israel (22 anos),</p><p>Davi (19 anos) e Júlia (17 anos). Ela trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da</p><p>Congregação.</p><p>[Jugo Desigual – 05] “O Casamento em Jugo Desigual” por Simone Quaresma | Mulheres Piedosas</p>