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<p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO NOÇÕES GERAIS</p><p>Há duas maneiras de se estudar o título de crédito:</p><p>• Como sendo um instrumento diferenciado de assumir uma obrigação (não utilizará</p><p>a regra geral das obrigações).</p><p>• Relacionando-o com o direito obrigacional.</p><p>Obs.: � a maior dificuldade no aprendizado do direito cambiário, ou dos títulos de crédito,</p><p>está na tentativa de civilizá-los. O direito cambiário exige um pouco mais de</p><p>objetividade na interpretação dos seus instrumentos, uma vez que a exigência da</p><p>segurança jurídica é maior do que nos negócios civis privados.</p><p>Como o título de crédito é utilizado, em sua maior parte, em relações empresariais,</p><p>existe um risco da atividade econômica. É por isso que exige objetividade na interpreta-</p><p>ção dos instrumentos utilizados para que o direito que foi contratado seja o direito efe-</p><p>tivamente executado. Uma instituição empresarial pode recusar pagamento em cheque</p><p>porque foi desvirtuado, por exemplo.</p><p>O crédito se traduz na confiança que uma pessoa inspira a outra de que cumprirá,</p><p>no futuro, uma obrigação contraída no presente. É a troca no tempo em lugar de ser no</p><p>espaço, segundo Gide, ou, nas palavras de Stuart Mill, não é mais do que a permissão</p><p>para usar o capital alheio. Seu surgimento facilitou sobremodo as operações comerciais,</p><p>tornando-as mais rápidas e amplas, ao conferir poder de compra a quem não tem o</p><p>dinheiro necessário para realizá-la.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>As noções gerais dos títulos de crédito</p><p>• Incorporam o crédito — tempo e confiança: Quem realiza uma operação de cré-</p><p>dito solicita ao outro um tempo para devolver aquilo que lhe foi antecipado. E quem</p><p>empresta deve confiar em quem pegou emprestado. A confiança não precisa ser</p><p>bilateral. Neste caso, pode ser unilateral, apenas do credor. Se o credor confia, ele</p><p>antecipa e aguarda o tempo para poder receber de volta o que antecipou.</p><p>• Instrumentos de circulação de riqueza: O título permite a alteração da titularidade</p><p>da riqueza pela transferência desse título sem que a riqueza tenha que sair do lugar.</p><p>• Podem circular livremente: é a negociabilidade; pode-se antecipar o recebimento;</p><p>não sendo necessário aguardar o vencimento para fazer dinheiro.</p><p>• Afastam o vínculo personalíssimo entre credor e devedor: será pago a quem</p><p>apresentar o título, mesmo sem ter qualquer vínculo de crédito com essa pessoa.</p><p>• Transformam o crédito em dinheiro: o valor que se tem de crédito numa nota pro-</p><p>missória pode ser utilizado para fazer compras, como se estivesse usando o pró-</p><p>prio dinheiro.</p><p>• Aumentam a quantidade de transações comerciais: um único título multiplica a</p><p>quantidade de negócios que podem ser feitos com o dinheiro do futuro. Exemplo:</p><p>com o valor da compra e venda de uma bicicleta, pode-se fechar um negócio de</p><p>compra e venda de um armário, e então de um fogão, de alimentos etc.</p><p>• Incorporam direitos do credor: os direitos do credor do título estão no título, de</p><p>modo que quando o credor for exercer o seu direito, não precise comprovar a origem,</p><p>apenas apresentar o título.</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• Conferem poder de compra a quem não tem dinheiro: quando se dá uma nota pro-</p><p>missória para trinta dias, por exemplo, benefícios são antecipados, pois a compra é</p><p>realizada mesmo que o indivíduo não tenha dinheiro naquele momento.</p><p>EVOLUÇÃO HISTÓRICA CAMBIÁRIA</p><p>• Período Italiano: neste período, o instrumento foi criado para substituir o trans-</p><p>porte de valores por transporte de um papel escrito, que servia para trocar pelo</p><p>dinheiro que estava guardado em algum lugar. A figura do banqueiro, que na época</p><p>era chamado de custodiante, guardava o dinheiro de alguém; este poderia emitir</p><p>uma nota promissória, uma letra de câmbio que seria paga com dinheiro. Isso ocor-</p><p>ria porque o sacador estava fazendo compras no norte da África e não queria levar</p><p>moedas em seu navio (se levasse, poderia ser assaltado). O custodiante tinha uma</p><p>casa de custódia na Itália e tinha outra no Norte da África. De vez em quando, ia de</p><p>navio e levava as moedas para troca.</p><p>• Período Francês: com a cláusula “à ordem”, criaram a negociabilidade, pois perce-</p><p>beram que não era preciso levar a moeda, apenas o papel que a representava. Dessa</p><p>forma, começaram a ter valor em si mesmos.</p><p>• Período Germânico: o título passou a ganhar um caráter de autonomia, ou seja,</p><p>existência e obrigatoriedade ou vinculação por si. O título independe do motivo que</p><p>o levou a estar na mão do credor, para que esse credor possa exercer o direito que</p><p>está nele. Quem tem o título tem o direito.</p><p>• Período Moderno: a tentativa hoje é de uma uniformização mundial da legislação</p><p>cambiária. Como o título de crédito é muito utilizado no comércio, que é transnacio-</p><p>nal, se faz necessária uma regulamentação que garanta aos seus titulares os direi-</p><p>tos idênticos em qualquer dos países onde esse título esteja circulando.</p><p>15m</p><p>20m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O Código Civil será aplicado de forma subsidiária e sempre que houver contrariedade,</p><p>será aplicada a legislação especial. Todo título de crédito no Brasil que tem um nome</p><p>(nominado), possui uma lei própria e essa lei própria será aplicada a esse título.</p><p>Durante uma prova, é necessário ter cuidado se a questão estiver falando nos termos</p><p>do Código Civil (ou “em se tratando de título de crédito inominado ou o título de crédito</p><p>atípico”), pois nesses casos, será utilizado o Código Civil.</p><p>Para o título inominado, o atípico, aplica-se o Código Civil integralmente.</p><p>CONCEITO</p><p>Código Civil, artigo 887: “Documento necessário ao exercício do direito literal e autô-</p><p>nomo nele contido, o qual somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”.</p><p>VIVANTE: “nele MENCIONADO.”</p><p>Obs.: � De acordo com Vivante, mesmo que uma obrigação esteja no título de crédito e</p><p>obrigue pelo que está no título, houve uma relação jurídica básica no mundo dos fatos</p><p>(relação jurídica original), por isso a substituição de “contido” por “mencionado”.</p><p>25m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>COMPARAÇÃO DIRETA ENTRE O TÍTULO DE CRÉDITO E O</p><p>DIREITO DAS OBRIGAÇÕES</p><p>Título de crédito Obrigação</p><p>Direito Empresarial Direito Civil</p><p>Cosmopolita Nacional</p><p>Desvinculado da origem Vinculada à causa</p><p>Princípios cambiários Princípios civis</p><p>Negociável Cedida com anuência</p><p>CÓDIGO CIVIL</p><p>Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e</p><p>autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.</p><p>Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade</p><p>como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.</p><p>Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos</p><p>direitos que confere, e a assinatura do emitente.</p><p>§ 1º É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.</p><p>§ 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título,</p><p>o domicílio do emitente.</p><p>§ 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou</p><p>meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os</p><p>requisitos mínimos previstos neste artigo.</p><p>Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de</p><p>endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dis-</p><p>pense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixa-</p><p>dos em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.</p><p>30m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Noções Gerais</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser</p><p>do Gran Cursos Online, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo</p><p>ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-</p><p>siva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO -</p><p>ATOS CAMBIÁRIOS SAQUE E ACEITE</p><p>Considerações iniciais:</p><p>• Letra de câmbio.</p><p>• Título cambiário mais antigo.</p><p>• Documento escrito para ser trocado por dinheiro.</p><p>• Ele foi criado na época das navegações. Nesse contexto, a emissão era feita com o</p><p>lastro do dinheiro guardado na casa de custódia.</p><p>• Com o passar do tempo, foi-se percebendo que era possível emitir a letra de câmbio</p><p>com uma data de vencimento.</p><p>• O tipo de negócio era o seguinte: alguém compra a mercadoria, emite-se um título</p><p>de crédito para pagar no futuro e esse título é pago no futuro com a própria venda</p><p>da mercadoria.</p><p>• Foi esse tipo de operação que inspirou a letra a tempo certo da vista.</p><p>Títulos de Crédito – Atos Cambiários</p><p>O título de crédito é constituído, como visto, por um ato unilateral e, a partir daí,</p><p>poderá manter-se com apenas esse ato até o pagamento, ou poderá ter uma série de atos</p><p>unilaterais que poderão, a um só tempo, fazer circular e garantir o pagamento do título.</p><p>TÍTULO ORIGINAL:</p><p>• Um devedor (sacador) que está dando uma ordem a um intermediário (sacado)</p><p>para que pague um credor (beneficiário).</p><p>• A lei exige o nome do sacador, do sacado e do beneficiário.</p><p>• A lei não dispensa a identificação do beneficiário do título.</p><p>• Esse título pode permanecer até a data do pagamento com apenas um ato praticado.</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• O sacador saca o título e o entrega para o beneficiário. O beneficiário procura o sacado</p><p>para providenciar o recebimento desse título. O beneficiário pode optar em levar o</p><p>título ao sacado para ver se ele aceita ou pode levar no dia do vencimento (pagamento).</p><p>• Note que se ele levar só no dia do vencimento para efeitos de pagamento, então o</p><p>título passou todo o tempo (desde o saque até o pagamento) na mão do credor com</p><p>apenas um ato unilateral praticado. E, neste caso, o segundo ato seria o pagamento.</p><p>Título que circula:</p><p>• O sacador mandou o sacado pagar o beneficiário uma determinada quantia de</p><p>dinheiro. E esse beneficiário endossou um determinado endossatário. E o endossa-</p><p>tário apresenta o título ao sacado para aceite ou para pagamento.</p><p>• Temos os seguintes atos: ato do sacador entregando o título ao beneficiário, o ato do bene-</p><p>ficiário entregando o título ao endossatário e o ato do endossatário para recebimento.</p><p>• Questão: por que o beneficiário endossaria o título? Imagine que um título de mil reais</p><p>tem vencimento daqui a 60 dias. Porém, ele precisa de dinheiro imediatamente. Neste</p><p>caso, ele pode negociar o título com o endossatário, por um preço menor, mas imediato.</p><p>Título que é garantido:</p><p>• O sacador mandou o sacado pagar o beneficiário uma determinada quantia de</p><p>dinheiro. E esse beneficiário endossou um determinado endossatário. E o endossa-</p><p>tário apresenta o título ao sacado para aceite ou para pagamento.</p><p>5m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• Como o sacado é o sujeito indicado para pagar a dívida, ou seja, o devedor principal,</p><p>ele pode ter um avalista.</p><p>• E o avalista é o garante – aquele que diz que paga a obrigação do sacado.</p><p>• O avalista responde nas mesmas condições do avalizado.</p><p>• Lembre-se da regra geral do endosso: o endosso coobriga o endossante. Se o</p><p>endosso coobriga, então o beneficiário se torna uma coobrigado. Logo, ele também</p><p>pode ter um avalista.</p><p>• O endossatário é um desobrigado, pois só tem crédito a receber. Sendo assim, ele</p><p>não precisa de um avalista.</p><p>• O sacador é o primeiro coobrigado do título (mas não é o devedor principal na letra</p><p>de câmbio). Dessa forma, ele também poderia ter um avalista.</p><p>• Neste caso, podemos ter, ao todo, sete personagens no título de crédito. Entre esses,</p><p>apenas um é credor e todos os demais serão devedores principais ou coobrigados (a</p><p>não ser que o endossante coloque uma cláusula sem garantia).</p><p>Atos cambiários mais comuns</p><p>• Saque ou emissão – ato que cria o título.</p><p>– Cuidado: na linguagem popular, “sacar um cheque” é ir ao banco e pegar o dinheiro</p><p>correspondente ao valor do cheque. Mas isso não é um saque.</p><p>– Quando se tem um saque, se tem alguém dando uma ordem de pagamento indicando</p><p>um sujeito que irá pagar aquele título. E aquele que está sacando está se coobrigando.</p><p>– Função “saque” no caixa eletrônico – ao apertar o botão “saque”, você está dando</p><p>uma ordem ao banco para que te dê uma determinada quantia de valor. Neste</p><p>caso, o banco é o sacado, sendo representado por aquele caixa eletrônico.</p><p>• Aval – obrigação de garantia pessoal.</p><p>• Aceite – assunção de obrigação de pagar.</p><p>• Endosso – meio de transferência do título.</p><p>• Protesto – prova da mora do devedor do título.</p><p>– Exemplo: o endossatário foi até o sacado. O sacado deu o aceite, mas disse que</p><p>não tinha dinheiro para pagar (está insolvente). Neste caso, como o endossatário</p><p>vai provar que tentou receber do sacado? Por meio do protesto.</p><p>– O tabelião é acionado pelo endossatário para fazer esse protesto.</p><p>– O endossatário precisa desse protesto como prova da mora do devedor do título</p><p>para mostrar para os demais coobrigados.</p><p>– Ou seja, com o protesto, o beneficiário se legitima a cobrar dos coobrigados.</p><p>– E note que para cobrar do devedor principal (e seu avalista) não é preciso protesto.</p><p>Porque o devedor principal, ao contrário dos coobrigados, sabe que não pagou.</p><p>10m</p><p>15m</p><p>20m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Ilustrando o saque da Letra de Câmbio:</p><p>1.000,00</p><p>SACADO PAGUE UM MIL REAIS</p><p>A BENE, EM 15/10/2005.</p><p>BRASÍLIA, 15/07/2005</p><p>SACADOR</p><p>• Quando o sacador manda o sacado pagar o beneficiário, esse título será entregue</p><p>ao beneficiário.</p><p>• A partir de quando torna-se obrigatório? Desde o saque. Porque o sacador é um</p><p>coobrigado (principal).</p><p>• Atenção: mesmo que o sacado deva dinheiro ao sacador, ele não é obrigado a assu-</p><p>mir a obrigação cambiária.</p><p>• Mas a materialização da obrigação se dá com a entrega da letra de câmbio ao</p><p>beneficiário.</p><p>Saque é o ato de criação, de emissão da letra de câmbio. É uma ordem de pagamento</p><p>dada a outra pessoa, o sacado. Sobrevindo o saque, o tomador estará autorizado a pro-</p><p>curar o sacado para, dadas certas condições, poder receber dele a quantia referida no</p><p>título. Supõe-se que o sacado seja devedor do sacador, por isso a ordem dada contra si e</p><p>a concordância quanto ao pagamento da letra.</p><p>A partir do saque, o sacador já fica vinculado ao pagamento da letra de câmbio, como</p><p>principal coobrigado. Por isso, se o sacado se recusar ao aceite ou ao pagamento, o bene-</p><p>ficiário poderá cobrar a letra de câmbio do próprio sacador, que, ao praticar o saque,</p><p>tornou-se codevedor do título</p><p>Saque ou emissão – principais características</p><p>• É uma ordem de pagamento.</p><p>• É o ato que cria o título de crédito.</p><p>• O sacador é coobrigado nos títulos, salvo cheque.</p><p>• No cheque, o sacador é o devedor principal.</p><p>– Porque, no cheque, o sacado é o banco que está com dinheiro do sacador. O banco</p><p>quando paga o cheque não está se obrigando ao pagamento ou cumprindo a obrigação.</p><p>Ele está apenas pegando o dinheiro do sacador e entregando para o beneficiário. Ou</p><p>seja,</p><p>está apenas cumprindo a ordem de pagamento com o dinheiro do próprio sacador.</p><p>25m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Aceite</p><p>O aceite é o ato pelo qual o sacado concorda em cumprir a ordem que lhe é dada,</p><p>comprometendo-se a efetuar o pagamento na data de vencimento.</p><p>Emitida a letra de câmbio, ela é entregue ao beneficiário, que poderá levá-la ao</p><p>sacado para que este a aceite. O aceite deve ser realizado no próprio título, por meio da</p><p>expressão “aceito” ou “aceitamos”, seguido da assinatura do sacado ou de seu procura-</p><p>dor com poderes especiais para tanto.</p><p>Principais características do aceite</p><p>• Declaração unilateral de vontade.</p><p>• Facultativo, formal, eventual e sucessivo.</p><p>• Na duplicata, é presumido.</p><p>– O comprovante de entrega da mercadoria faz presumir o aceite ou a concordância</p><p>em pagar aquela duplicata.</p><p>• A recusa promove o vencimento antecipado.</p><p>– A não ser que seja colocada uma cláusula não aceitável no título.</p><p>• É possível que seja parcial, mas o modificado equivale à recusa.</p><p>– No aceite parcial, o sacado se coobriga pelo o que está assumindo. E o credor pode</p><p>cobrar a diferença, imediatamente, dos coobrigados ou do sacador.</p><p>– Se for aceite modificado, ele é equivalente à recusa de aceite. De maneira que o</p><p>beneficiário pode cobrar imediatamente dos coobrigados.</p><p>• A cláusula não aceitável impede o vencimento antecipado.</p><p>• A apresentação pode ser facultativa ou necessária.</p><p>• Prazos:</p><p>– Facultativa – até o vencimento.</p><p>– Necessária – até 1 ano, após a emissão.</p><p>• Torna o sacado (irresponsável) aceitante (devedor principal).</p><p>A apresentação para o aceite pode ser:</p><p>a) obrigatória: quando o vencimento for a certo tempo da vista (ou à vista, para que</p><p>haja o vencimento);</p><p>b) facultativa: se a letra for a dia certo ou a certo tempo da data.</p><p>Cláusula não aceitável: Impede vencimento antecipado30m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Atos Cambiários Saque e Aceite</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>A lei determina os prazos para a apresentação para aceite, definidos assim:</p><p>1) apresentação facultativa: até o dia do vencimento;</p><p>2) apresentação necessária: até um ano após a emissão.</p><p>Perda do prazo: Perda do direito de cobrar dos coobrigados.</p><p>PERDA DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO CHEQUE:</p><p>• Mesma praça: 30 dias.</p><p>• Outra praça: 60 dias.</p><p>Perda do prazo: Perda do direito de cobrar dos coobrigados.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - ENDOSSO E AVAL</p><p>A partir da fase francesa dos títulos de crédito, se passou a admitir a circulação dos títulos</p><p>de crédito em lugar dos valores que aqueles títulos conferiam ao portador do documento;</p><p>essa negociabilidade levou os alemães a afirmarem que os títulos de crédito poderiam</p><p>circular como documento autônomo, dando ao seu portador o direito que consta no título,</p><p>independentemente do que gerar esse título.</p><p>A negociabilidade do título gerou diversas vantagens para a atividade empresarial, pois</p><p>permite que alguém que não tem dinheiro em determinado momento possa comprar um</p><p>produto ou contratar um serviço para pagar com o dinheiro futuro que esse sujeito irá</p><p>receber, ao permitir essa antecipação de pagamento, permite-se que o comércio “gire” as</p><p>mercadorias, mesmo que a pessoa não tenha dinheiro imediato para comprar o produto</p><p>mais caro, ao mesmo tempo, pelo fato de o título ser negociável, quem vendeu o produto</p><p>não fica engessado na data de vencimento daquele título, pois pode o vender e antecipar</p><p>o recebido; em razão disso, criou-se o mecanismo de circulação do título, além do mais,</p><p>deu-se uma garantia cada vez maior pelo pagamento do título, não só daquele que emite,</p><p>mas para todos que o tocassem.</p><p>Títulos de Crédito – Atos Cambiários</p><p>Em razão do atributo da negociabilidade, os títulos de crédito ganharam especial</p><p>importância econômica, pois, além de garantirem a expansão da moeda, permitiram a</p><p>circulação dos títulos como ativos financeiros, ou seja, o credor de um título a vencer em</p><p>30 dias pode vendê-lo com desconto, hoje, antecipando o recebimento dele.</p><p>Em outros termos, vende-se com desconto e faz daquele título valor líquido entrando</p><p>na conta. O título é um documento muito importante para o comércio, além de criar</p><p>mais um setor de serviço no comércio: aquisição de recebíveis.</p><p>Para que a negociabilidade seja possível, o título pode circular por tradição ou por</p><p>endosso. Em situações excepcionais, pode circular por meio de cessão civil de crédito.</p><p>São situações em que o título tem uma cláusula em uma ordem, ou proibitiva de</p><p>novo endosso ou se já passou do prazo para protesto ou foi protestado, em tese, por</p><p>cessão civil de crédito poderia continuar circulando.</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Títulos de Crédito – Atos Cambiários</p><p>Obs.: � nominativos (ou nominais).</p><p>Emitido ao portador – somente se a lei especial autorizar, pois desde 1992, a Lei n.</p><p>9.069, da Era do Presidente Collor, proibiu que títulos acima de determinado valor (valor</p><p>irrisório, como R$ 100,00) pudessem ser emitidos ao portador, a ideia era que todos os</p><p>títulos que circulam no mercado, tanto na bolsa de valores quanto nas instituições finan-</p><p>ceiras, identificassem quem era o beneficiário daquele título, com o objetivo de descobrir</p><p>quem eventualmente tem grande riqueza, grande circulação de valor e se declara isento de</p><p>imposto de renda, assim, para colocar nominativo, se consegue identificar essas pessoas.</p><p>Exemplo: nota promissória e letra de câmbio, a lei expressa que deve constar o</p><p>nome do beneficiário, assim como a duplicata. A lei do cheque diz que se for acima de R$</p><p>100,00, deve ser nominal.</p><p>• Nominativo – o registro é feito pelo credor.</p><p>• Nominal – transfere por endosso dado no próprio título.</p><p>Endosso em branco – assinatura no dorso (verso) do título. Nesse caso, o título será</p><p>transferido pela tradição e o portador tem direito ao crédito nele previsto pela sua sim-</p><p>ples apresentação ao devedor.</p><p>Títulos de Crédito – Atos Cambiários</p><p>O endosso é uma declaração cambiária acessória pela qual o credor do título de cré-</p><p>dito (endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É o meio próprio de</p><p>transferência dos títulos de crédito. Seu principal efeito é fazer o título circular.</p><p>É meio próprio, pois esse meio atende a necessidade de garantia cada vez maior de que</p><p>o título será pago, se, à medida que alguém endossa o título e circula, cada novo endosso</p><p>tem mais uma garantia do título. Em outros termos, ao mesmo tempo que transfere,</p><p>garante o pagamento do título, ao fazer isso, torna o título mais confiável ainda.</p><p>5m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O endosso, a um só tempo:</p><p>a) transfere a propriedade do título e do crédito; e</p><p>b) responsabiliza o endossante, que passa a ser codevedor do título. (vide artigo</p><p>914, do CC)</p><p>Com relação ao segundo efeito da coobrigação, todas as leis cambiárias especiais dizem</p><p>que o endossante, salvo cláusula expressa em contrário, garante o pagamento do título.</p><p>Essa responsabilidade do endossante decorre das leis cambiárias</p><p>ao redor do mundo</p><p>todo (Convenção de Genebra – Tratado internacional que aborda direito de câmbio e nota</p><p>promissória, além de ser o regime jurídico geral do serviço de crédito).</p><p>O art. 914, do Código Civil, determina o contrário: salvo cláusula expressa em contrário, o</p><p>endossante não se coobriga. Além disso, esse artigo, por contrariar expressamente a lei</p><p>especial, não se aplica aos títulos de crédito previstos em lei especial, aos títulos de crédito</p><p>típicos, nominados. Essa regra só alcançará o título de crédito previsto no art. 889, do Código</p><p>Civil, com três requisitos: obrigação que confere, a data da emissão e assinatura do devedor.</p><p>Em uma prova, deve-se verificar se o examinador trata dos termos do Código Civil ou se de</p><p>um título nominado.</p><p>Título nominado – endossante se coobriga;</p><p>Genérica do Código Civil – endossante não se coobriga.</p><p>• Cláusula sem garantia – Pode ser inserida “expressamente”, afastar a coobrigação</p><p>• Endosso condicional – a condição considera-se não escrita.</p><p>Obs.: � as leis cambiárias dizem, em um só refrão, que o endosso é puro e simples,</p><p>considerando não escrita qualquer condição que lhe seja imposta.</p><p>Exemplo: “pague esse cheque a João se ele passar no vestibular de medicina de uma</p><p>universidade federal”; “se ele passar no vestibular de medicina de uma universidade</p><p>federal” não está escrito no título, ler-se-á apenas “pague à João”.</p><p>• Endosso parcial – nulo (impossível, pois teria que rasgar o título).</p><p>– Exemplo: como se endossa apenas R$ 500,00 de um título de crédito de R$</p><p>1.000,00? Isto é, como se fica com R$ 500,00 e passa-se R$ 500,00 para o endos-</p><p>satário sem uma nota promissória? Não é possível rasgar no meio, assim, quanto</p><p>10m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>a qualquer tipo de endosso parcial, é nulo, pois, no final, é impossível de ser ope-</p><p>racionalizado.</p><p>– Algo que pode ocorrer: em uma nota promissória de R$ 1.000,00, já se recebeu</p><p>R$ 500,00, dá-se quitação parcial (dos R$ 500,00) e continuará circulando pelo</p><p>saldo de R$ 500,00, mas se endossa o título inteiro (se transfere a propriedade do</p><p>título inteiro).</p><p>Em uma prova subjetiva, não se deve afirmar que o endosso transfere o crédito, pois isso</p><p>é realizado pela cessão civil de crédito. O endosso transfere o título, este abarca o crédito</p><p>(é mais que o crédito, pois tem as garantias).</p><p>Assim, caso se almeje passar apenas uma parte do valor do título para alguém, deve-se dar</p><p>a quitação da parte que não se quer passar adiante e endossar integralmente o título para</p><p>o novo beneficiário que cobrará o saldo.</p><p>• Cláusula não endossável – ou proibitiva de novo endosso. O Código Civil veda, mas</p><p>a legislação admite, pois é como se essa cláusula proibitiva de novo endosso equiva-</p><p>lesse a cláusula “não à ordem”; a consequência desta, que não impede que o título seja</p><p>endossado, é que o beneficiário que recebeu o título com essa cláusula pode endossar</p><p>e passar adiante, mas o endosso terá efeito de cessão civil de crédito, desse modo,</p><p>o “endossante” não estará transferindo o título, mas o crédito que ele tem, quem</p><p>recebe por endosso com efeito por cessão civil de crédito sabe que só poderá opor e</p><p>cobrar o valor do devedor que assinou o título se efetivamente o crédito existir.</p><p>– Exemplo: o beneficiário é marceneiro, para que o crédito dele exista, deve ter</p><p>entregue o armário. Se ele faz cessão de crédito, cede o crédito que ele tem, se não</p><p>entregou o armário, não tem crédito nenhum, assim o cessionário não recebe cré-</p><p>dito e deverá cobrar a cessão civil de crédito do cedente, não poderá cobrar do emi-</p><p>tente do título, pois a cláusula proibitiva a novo endosso, a não endossável e a “não</p><p>à ordem” dão um recado aos terceiros: entre o devedor principal e o beneficiário há</p><p>um negócio pendente, no qual o beneficiário deve fazer algo pelo sacador do título.</p><p>Modalidades:</p><p>a) em preto, quando indicar o endossatário (na frente ou no verso do título);</p><p>Exemplo:</p><p>João Pague a Joaquim [local de assinatura de João]</p><p>• João – atual beneficiário (legitimado a fazer o endosso)</p><p>15m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>b) em branco, quando não indicar o endossatário (só pode ser anotado no verso), em</p><p>que, então, passará a ter características de título ao portador, em relação à circulação.</p><p>Exemplo do verso:</p><p>[assinatura de João]</p><p>• Supõe-se que essa assinatura é endosso, sendo em branco, torna o título ao portador.</p><p>Endosso Impróprio (Mandato e caução/penhor)</p><p>É impróprio, pois não transfere propriedade do título e também não coobriga o</p><p>endossante perante o endossatário, visto que nesses dois tipos de endosso, o título é</p><p>entregue para alguém, mas para que o indivíduo atue como procurador do endossante,</p><p>isto é, para cobrar o título no lugar do endossante.</p><p>No endosso caução, o título é entregue a alguém em garantia de uma outra obrigação.</p><p>Desse modo, quem recebe o título não recebe a propriedade do título, mas uma garantia</p><p>pela entrega do título. Se aquilo que está sendo garantido é pago, o endossatário apenas</p><p>devolve o título para o endossante, pois foi dado em caução; se o título não é pago, o</p><p>endossatário poderá executar a garantia (no vencimento, poderá cobrar do devedor no</p><p>lugar do endossante para poder quitar a obrigação para qual foi dada a caução).</p><p>PRINCIPAIS</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>DO ENDOSSO</p><p>DECLARAÇÃO</p><p>UNILATERAL</p><p>DE VONTADE</p><p>PODE SER EM</p><p>PRETO OU</p><p>EM BRANCO</p><p>ENDOSSO-</p><p>-MANDATO</p><p>OU CAUÇÃO SÃO</p><p>IIMPRÓPRIOS</p><p>NÃO PODE</p><p>SER PARCIAL</p><p>EM PRETO,</p><p>PODE SER À</p><p>ORDEM OU</p><p>NÃO À ORDEM</p><p>EVENTUAL</p><p>CONDIÇÃO</p><p>CONSIDERA-SE</p><p>NÃO ESCRITA,</p><p>INEXISTENTE</p><p>COOBRIGA O</p><p>ENDOSSANTE,</p><p>SALVO CLÁUSULA</p><p>“SEM GARANTIA”</p><p>MEIO PRÓPRIO</p><p>DE TRANSPARÊNCIA</p><p>DOS TÍTULOS DE</p><p>CRÉDITO</p><p>É VÁLIDA</p><p>CLÁUSULA</p><p>PROIBITIVA E</p><p>NOVO ENDOSSO</p><p>• Coobriga o endossante, salvo a cláusula “sem garantia” – inverso do art. 914, do</p><p>Código Civil, que se aplica aos títulos nominados.</p><p>• Meio próprio de transferência dos títulos de crédito – a medida que transfere,</p><p>garante mais ainda o título.</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• É válida a cláusula proibitiva de novo endosso – legislação especial, difere do</p><p>Código Civil.</p><p>• Em preto, pode ser à ordem ou não à ordem – exemplo:</p><p>– João Pague a Joaquim [local de assinatura de João]</p><p>– Se nada for colocado na frente do nome de Joaquim, o endosso é a ordem. Na ver-</p><p>dade, todos os títulos são a ordem, em razão da negociabilidade, assim sempre se</p><p>permitirá o endosso se não colocar expressamente o contrário.</p><p>• Não pode ser parcial – parcial é nulo.</p><p>• Endosso-mandato ou caução são impróprios – não transfere propriedade do</p><p>título; não coobriga o endossante.</p><p>Ilustrando os endossos impróprios:</p><p>Bené irá viajar para fora do país e o título é para daqui 60 dias, assim ele endossa o</p><p>título para B1.</p><p>Usa-se qualquer das expressões que deixe claro que B1 cobrará o título como man-</p><p>datário do beneficiário originário, assim não há transferência ou coobrigação, mesmo</p><p>porque B1 cobrará do interesse e o beneficiário não poderá cobrar do beneficiário. O</p><p>mesmo acontecerá se esse título for entregue em caução (“pague a B1 em caução”, “em</p><p>garantia” ou “em penhor”).</p><p>ENDOSSO X CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO</p><p>Declaração unilateral de vontade / Declaração bilateral de vontade</p><p>Deve ser escrito no próprio título / Pode ser efetivada de qualquer modo</p><p>Independe de qualquer comunicação ao devedor para produzir efeitos / Só produz</p><p>efeitos quando notificada ao devedor ou autorizada por ele</p><p>7www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O endossante</p><p>responde pela aceitação e pelo pagamento / O cedente, em regra, res-</p><p>ponde somente pela existência do crédito.</p><p>Obs.: � tanto se a dívida existe quanto se ela não existe, ou se ele tem como pagar ou não,</p><p>o endossante garante tudo. O cedente só responderá perante concessionário se</p><p>o crédito não existir, pois se o devedor for insolvente, o cedente tem que insistir</p><p>e cobrar do devedor.</p><p>O devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais relati-</p><p>vas ao endossante / O devedor pode opor ao cessionário exceções pessoais ligadas a ele,</p><p>assim como as exceções pessoais relativas ao cedente.</p><p>Obs.: � o cedente pode alegar contra o cessionário tudo que pode alegar contra cedente</p><p>e concessionário.</p><p>AVAL: uma obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o paga-</p><p>mento do título nas mesmas condições de outro obrigado. Consubstancia garantia fide-</p><p>jussória que só pode existir em matéria de título de crédito. Por sua vez, o aval deve ser</p><p>escrito no próprio título ou em uma folha anexa.</p><p>Em princípio, há autonomia cambiária, o avalista responderá pelo que está no título,</p><p>mas responde nas mesmas condições de um outro coobrigado ou obrigado, o avalista do</p><p>devedor principal responde como se devedor principal fosse.</p><p>Súmula 26 do STJ: “O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também</p><p>responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário”.</p><p>PRINCIPAIS</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>DO AVAL</p><p>O AVAL</p><p>CONJUNTO EM</p><p>BRANCO É</p><p>SIMULTÂNEO E NÃO</p><p>SUCESSIVO</p><p>TEM QUE</p><p>ESTAR</p><p>ESCRITO NO</p><p>TÍTULO OU</p><p>NO ALONGUE</p><p>PODE SER</p><p>DADO POR MEIO DE</p><p>PROCURADOR</p><p>COM PODERES</p><p>ESPECIAIS PODE SER</p><p>PLURAL</p><p>OU SINGULAR</p><p>PODE SER DADO</p><p>DE FORMA</p><p>ANTECIPADA</p><p>EM PRETO</p><p>PODE SER,</p><p>TOTAL OU PARCIAL</p><p>PODE SER EM</p><p>PRETO OU</p><p>EM BRANCO</p><p>É GARANTIA</p><p>CAMBIÁRIA</p><p>FIDEJUSSÓRIA</p><p>DECLARAÇÃO</p><p>UNIVERSAL</p><p>DE VONTADE</p><p>25m</p><p>8www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• Em preto – indica o avalizado.</p><p>• Em branco – assinatura frontal, segundo a lei, é um aval em favor do sacador ou do</p><p>devedor final.</p><p>• Em preto, pode ser total ou parcial – difere do Código Civil, em que o aval parcial</p><p>está vedado (art. 897, parágrafo Único, do Código Civil).</p><p>• O endossatário, antes mesmo de endossar o título, já pode colocar um avalista, o</p><p>qual só terá uma obrigação depois do endosso, mas se antes de endossar o atual</p><p>portador do título consegue avalista, o aval é válido.</p><p>• Pode ser plural ou singular – do devedor principal, pode haver mais de um avalista</p><p>garantindo, se os três garantem o devedor principal, há um aval conjunto simultâneo.</p><p>• Se o devedor principal é garantido por um avalista, o qual é garantido por outro, há</p><p>um aval conjunto sucessivo.</p><p>• Pode ser dado por meio de procurador com poderes especiais – pode assinar</p><p>como avalista, o procurador do avalista.</p><p>• Alongue – a folha que cola no título para amplificar o espaço.</p><p>• O aval conjunto em branco é simultâneo e não sucessivo – o aval em branco,</p><p>segundo a lei, garante o sacador.</p><p>– Exemplo: em um título de crédito com 3 assinaturas na frente do título, nada</p><p>é indicado se é endosso ou quitação, assim considera-se aval em branco. A lei</p><p>expressa que quando houver avais em branco (mais de uma pessoa assim a o</p><p>título na sua parte frontal), considera ser simultâneo (todos são garantidores do</p><p>devedor principal, não sucessivo).</p><p>AVAL FIANÇA</p><p>1) Cambiário 1) Contratual</p><p>2) Escrito no próprio título 2) Escrito em qualquer documento</p><p>3) A obrigação do avalista é</p><p>substancialmente autônoma em relação</p><p>à obrigação do avalizado</p><p>3) A obrigação do fiador é acessória e,</p><p>por isso, segue a sorte da obrigação</p><p>principal</p><p>4) Ato unilateral 4) Ato bilateral</p><p>9www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Endosso e Aval</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>5) Solidariedade 5) Benefício de ordem</p><p>CC</p><p>Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores prece-</p><p>dentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título,</p><p>tiver agido de má-fé.</p><p>Obs.: � princípio da inoponibilidade das exceções pessoais, reiterado no Código Civil.</p><p>Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossa-</p><p>tário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.</p><p>§ 1º O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na</p><p>qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu.</p><p>§ 2º Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficá-</p><p>cia o endosso-mandato.</p><p>§ 3º Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exce-</p><p>ções que tiver contra o endossante.</p><p>Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossa-</p><p>tário o exercício dos direitos inerentes ao título.</p><p>§ 1º O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na</p><p>qualidade de procurador.</p><p>§ 2º Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que</p><p>tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.</p><p>Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de</p><p>cessão civil.</p><p>Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior.</p><p>30m</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - PAGAMENTO, PROTESTO,</p><p>AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO</p><p>Nesta aula, será estudada a obrigação cambiária, a qual se dá pelo pagamento que</p><p>pode ocorrer espontaneamente ou judicialmente nas datas combinadas.</p><p>Em caso de não cumprimento pelo devedor o pagamento ordinário, será possível</p><p>manejar ações para forçar o pagamento do título e, assim, trabalhar com a ideia das</p><p>prescrições.</p><p>Títulos de crédito – Atos cambiários</p><p>• O pagamento é exigível após o vencimento, que é estabelecido por meio de um</p><p>processo de execução caso não haja o pagamento de forma espontânea. É possível</p><p>obter e executoriedade como um dos atributos de crédito e, após o vencimento com</p><p>a mora, é possível executar o título.</p><p>• Na legislação especial, é possível o pagamento antecipado, que difere do Código Civil.</p><p>Obs.: � O Código Civil afirma que o credor não é obrigado a receber de forma antecipada,</p><p>por isso é necessário observar se o título é de legislação especial ou não.</p><p>• O credor de um tipo de crédito é o último portador, por isso o pagamento deve ser</p><p>pago sempre ao último portador.</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• A legislação de forma Genebra permite a pactuação de juros no próprio título, pre-</p><p>vendo o pagamento para os juros remuneratórios pactuáveis na letra de câmbio</p><p>e na nota promissória. Os juros de mora decorrem de lei, quando o pagamento não</p><p>ocorre no vencimento a cláusula de juros está imposta pela lei e o Código civil atual-</p><p>mente prevê a condição para a causa de juros, criando assim uma desavença com a</p><p>legislação especial.</p><p>• Nessa situação a provocação precisa acontecer pelo credor, para que o devedor</p><p>realize o pagamento.</p><p>• O Código Civil prevê que a obrigação paga fora do prazo gera remuneração por juros</p><p>de mora, considerando uma determinação pela Lei Uniforme de Genebra (LUG).</p><p>Existe um</p><p>consenso que prevê a aplicação como taxa de correção monetária e juros,</p><p>pois havia discussão sobre qual taxa de juros é recomendada, por isso foi escolhida</p><p>a SELIC, que é considerada juros remuneratórios; caso a taxa não seja combinada,</p><p>pelo Judiciário será aplicada a taxa de 1% desde o momento em que ocorrer a mora.</p><p>• A correção monetária é automática e não decorre de acréscimo, sendo somente a</p><p>adequação de valor de forma parcial ou com dupla quitação de valor. O credor</p><p>do título de crédito não pode se opor ao pagamento parcial do título, pois haverá</p><p>apenas mora parcial do devedor e com isso uma incidência sobre um valor menor e</p><p>os juros irão incidir sobre o restante que não foram quitados.</p><p>• Ao realizar o pagamento, o devedor poderá exigir do credor a quitação expressa escrita</p><p>no próprio título como a devolução do título de forma obrigatória. A devolução acon-</p><p>tece, pois o crédito é regido pela cartularidade e quem a possui garante o direito.</p><p>Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legí-</p><p>timo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.</p><p>Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do</p><p>título, quitação regular.</p><p>Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título,</p><p>e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento.</p><p>§ 1º. No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.</p><p>§ 2º. No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além</p><p>da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.</p><p>Quando há um pagamento parcial, o credor poderá exigir do devedor um recibo</p><p>impresso informando o recebimento com valor e a data do vencimento.</p><p>Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo</p><p>disposto neste Código.</p><p>O artigo 903 coloca o Código Civil como lei subsidiária naquilo que for compatível.</p><p>5m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento</p><p>da obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida (art. 1º, Lei 9.492/97).</p><p>As principais finalidades do protesto são:</p><p>1) Caracterizar a impontualidade do devedor que não paga no vencimento, não</p><p>devolve o título ou não aceita a obrigação constante da cártula;</p><p>2) Garantir o direito de regresso contra os coobrigados no título de crédito; e</p><p>3) Provar a existência da mora (art. 48, alínea 2ª, da LUG).</p><p>Obs.: � É necessário a prova de existência da mora em relação a falta de pagamento com</p><p>o tabelião que possui fé pública para realizar a cobrança e confirmar a falta do</p><p>pagamento.</p><p>O protesto pode ser facultativo, nos casos em que se intente ação cambial contra o</p><p>obrigado principal da letra: aceitante e seu avalista; ou necessário, quando se pretenda</p><p>acionar os coobrigados: sacador, endossante e seus avalistas.</p><p>A banca pode afirmar que o protesto é necessário para realizar a cobrança de avalista,</p><p>porém o avalista não é um coobrigado caso não seja especificado.</p><p>Obs.: � Caso a proteção para a execução do título esteja prescrita, não seria caracterizado</p><p>abuso de direito protestá-lo. Porém, existe uma previsão em que o Supremo</p><p>Tribunal de Justiça indica ainda que podem ser utilizados outros caminhos para</p><p>a cobrança desse título.</p><p>� O protesto pode ser utilizado como informação pública, onde os credores podem</p><p>utilizar como um local para pesquisar informações.</p><p>O protesto facultativo pode ser feito a qualquer tempo, respeitado o prazo pres-</p><p>cricional. Por seu turno, o protesto necessário por falta de pagamento não pode ser</p><p>efetivado no dia do vencimento, mas no primeiro dia útil seguinte ao vencimento (art.</p><p>28, do Decreto n. 2.044/1908). Por falta de aceite, deve ser feito nos prazos para a apre-</p><p>sentação para aceite:</p><p>1) Apresentação facultativa: até o dia do vencimento;</p><p>2) Apresentação necessária: até um ano após a emissão.</p><p>A perda do prazo para protesto acarreta a perda do direito de cobrar dos coobriga-</p><p>dos do título. Deve-se considerar, na contagem do prazo, eventual utilização do prazo de</p><p>respiro, o que prorroga o prazo por mais um dia.</p><p>Ilustrando o prazo para protesto necessário:</p><p>10m</p><p>15m</p><p>20m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Principais características do protesto:</p><p>• É ato formal praticado perante oficial público;</p><p>• É dispensado pela cláusula “sem protesto” ou “sem dispensa”;</p><p>• É meio de comprovação de mora;</p><p>• Permite inclusão de nome em cadastro de inadimplentes;</p><p>• Pode ser facultativo ou necessário;</p><p>• Interrompe a prescrição;</p><p>O Supremo Tribunal de Justiça realizou um voto sobre anulação de título de crédito</p><p>onde foi solicitada a interrupção da prescrição pela citação de nulidade do título, porém</p><p>foi identificado que seria uma ação repetida e, por isso, não houve autorização.</p><p>• É requisito para mover ação contra os coobrigados;</p><p>• A declaração do banco sacado o dispensa no cheque;</p><p>• Pode ser objeto de sustação e de cancelamento.</p><p>Caso o protesto seja realizado com a finalidade de prejudicar o devedor, será con-</p><p>siderado como duplicata fria, o devedor poderá realizar abertura de tutela antecipada</p><p>para sustação do protesto antes da sua realização.</p><p>25m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>A ação cambial prevista para cobrar o título de crédito é a execução do título de</p><p>crédito, podendo ser direta se o procedimento for realizado contra o devedor principal</p><p>e seus avalistas, caracterizando como um protesto facultativo.</p><p>Caso seja cobrado contra os coobrigados e seus avalistas será considerado um pro-</p><p>cedimento indireto e de característica necessária, e quem realiza esse pagamento terá</p><p>regresso contra os demais coobrigados.</p><p>Ações que poderão ser manejadas</p><p>Tipo de ação: Execução</p><p>Prazo legal: Prazo prescricional de cada título.</p><p>Depois que a pretensão executória foi prescrita, inicia-se a pretensão de locupleta-</p><p>mento (enriquecimento sem causa) que será de dois anos em caso de cheques e demais</p><p>títulos. No fim do prazo para a pretensão executória terá o prazo de três anos para a</p><p>ação de locupletamento.</p><p>Além dessas ações a monitoria poderá ser utilizada, em regra geral, 5 anos após um</p><p>dia da emissão quando for a vista, ou do vencimento quando for estipulado.</p><p>A ação de cobrança fundada na relação causal também pode ser utilizada, o prazo</p><p>previsto em lei para a relação originária típica.</p><p>Entendimentos sumulados:</p><p>Súmula 299 – É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.</p><p>Súmula 503 – O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de</p><p>cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão</p><p>estampada na cártula.</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Súmula 504 – O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de</p><p>nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao venci-</p><p>mento do título.</p><p>Súmula 531 – Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o</p><p>emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.</p><p>A causa debendi não precisa ser indicada pelo credor que entra com a ação, pois nessa</p><p>causa não será considerado como início de prova.</p><p>Cheque com prazo de 10 anos para a prescrição da obrigação originária</p><p>Apresentação: 30</p><p>dias, mesma praça e 60 dias, outra praça</p><p>Prescrição: + 6 meses</p><p>Locupletamento: + 2 anos</p><p>Monitória: + 2 anos e 5 meses ou + 2 anos e 4 meses Processo de execução/ações</p><p>fundadas no próprio título.</p><p>Cobrança: Enquanto não prescrita a original - Fundada na causa debendi.</p><p>Quadro comparativo dos prazos prescricionais (Letras de câmbio)</p><p>• De acordo com o quadro comparativo, é possível identificar que, contra o aceitante</p><p>e o avalista, a prescrição se dá em três anos, contando do vencimento.</p><p>• Contra o sacador, avalistas endossantes que são os coobrigados, o prazo é de um</p><p>ano, a contar do protesto, ou do vencimento caso tenha a cláusula de dispensa.</p><p>• O endossante que realizar o pagamento contra o sacador terá seis meses a contar</p><p>da data do pagamento da letra ou do ajuizamento da ação contra outro.</p><p>Obs.: � O prazo para os endossantes poderia ser estendido para um ano em caso de</p><p>duplicatas iguais.</p><p>30m</p><p>7www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Pagamento, Protesto, Ação Cambial e Prescrição</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Prazos prescricionais e a orientação do STJ</p><p>Na situação de cheque, o prazo é estabelecido de 30 dias + 6 meses, podendo ajui-</p><p>zar a ação de execução. Caso seja de outra praça, o prazo segue para 60 dias + 6 meses</p><p>na ação de execução. Por conta do saldo de prazo, é possível entrar com ação monitória,</p><p>pois o prazo estende até 5 anos juntamente com a possibilidade de relação causal.</p><p>Para a nota promissória, o prazo estabelecido é de 3 anos e, para a monitória, acres-</p><p>centam mais 2 anos, pois a lei informa que a monitória da duplicata da nossa história se</p><p>dá em 5 anos contados do dia seguinte à data do vencimento.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - NOTA PROMISSÓRIA</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO E REGIMES JURÍDICOS APLICÁVEIS</p><p>1. Letra de Câmbio e Nota Promissória, Decreto n. 2.044/1908, alterado pela Lei Uni-</p><p>forme de Genebra – Decreto n. 57.663/66.</p><p>O Decreto n. 2.044/1908 e seus tipos de créditos são considerados pelo Requião os</p><p>únicos títulos cambiários existentes no Brasil, pois aplicam todas as obrigações e deter-</p><p>minações da legislação cambiária e mundial.</p><p>A Lei de Genebra busca padronizar o tratamento legal de letra de câmbio e nota pro-</p><p>missória no mundo inteiro. E também inspirar os outros títulos em qualquer dos países</p><p>signatários, com as normas que estão inseridos nesta Lei para que, assim, alcance um</p><p>equilíbrio entre as nações com relação ao tratamento que deve ser dado ao título de cré-</p><p>dito em âmbito cosmopolita mundial.</p><p>2. Cheque, Lei n. 7.357/85 (nacional) Lei Uniforme do Cheque – Decreto n. 57.595/66.</p><p>Essa norma foi acatada para ser utilizada em títulos que irão circular de forma transacional.</p><p>3. Duplicata Comercial e Duplicata de Serviço, Lei n. 5.474/68, alterada pelo Decre-</p><p>to-lei n. 436/69.</p><p>4. Conhecimento de Depósito e Warrant, Decreto n. 1.102/1903</p><p>5. Cédula Rural Pignoratícia, Cédula Rural Hipotecária, Nota de Crédito Rural, Nota</p><p>Promissória Rural, Duplicata Rural, Decreto-lei n. 167/67.</p><p>Com base no Decreto-lei n. 167/67, o Supremo Tribunal de Justiça informa em uma</p><p>das Súmulas que cabe capitalização de juros nas cédulas de crédito rural, se pactuados.</p><p>A lei também traz a informação que caso não pactuado a periculosidade da incidência</p><p>dos juros essa periculosidade poderá ser semestral sendo que normalmente acontece de</p><p>forma anual.</p><p>6. Cédula de Crédito Industrial, Decreto-lei n. 413/69.</p><p>7. Ações de S/A, Certificados de Depósitos de Ações, Partes Beneficiárias, Debêntu-</p><p>res, Bônus de Subscrição de Ações, Lei n. 6.404/76.</p><p>Os títulos citados no item 7 garantem ao portador valor a um crédito decorrente da</p><p>documentação referente a posse.</p><p>8. Cédula de Crédito à Exportação, Nota de Crédito à Exportação, Lei n. 6.313/75, Cir-</p><p>cular BCB 7.586/77.</p><p>9. Letra de Crédito Imobiliário e Cédula de Crédito Imobiliário, Lei n. 10.931/2004.</p><p>10. Cédula de Crédito Bancário, Lei n. 10.931/2004.</p><p>11. Letra de Crédito do Agronegócio, Lei n. 11.076/2004.</p><p>12. Nota Comercial do Agronegócio, Instrução CVM n. 422/2005</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Obs.: � A cédula possui garantia real sobre o pagamento, diferentemente da nota de crédito.</p><p>No exemplo descrito no quadro acima, é possível observar que a letra de câmbio</p><p>possui o Tício sacador, que possui crédito junto ao sacado que orienta a realizar o paga-</p><p>mento junto ao Mélvio considerado credor.</p><p>Caso o Tício colocasse no lugar do Cado, seria possível que o pagamento fosse reali-</p><p>zado por ele mesmo para Mélvio. Quando essa situação ocorre, é possível obter uma nota</p><p>promissória, pois é uma forma de comprometimento ao pagamento.</p><p>Essa nota promissória também será considerada letra de câmbio onde o sacador e o</p><p>sacado são a mesma pessoa, e essa letra é feita com o aceite do sacado.</p><p>NOTA PROMISSÓRIA</p><p>Traduz-se em um título de crédito abstrato, formal, pelo qual uma pessoa, denomi-</p><p>nada emitente, faz a outra, denominada beneficiária, um compromisso escrito de paga-</p><p>mento de certa soma em dinheiro, à vista ou a prazo, em seu favor ou de outrem à sua</p><p>ordem, nas condições dela constantes.</p><p>Note-se que na nota promissória intervêm dois sujeitos: o emitente (promitente), que</p><p>promete o pagamento; e o beneficiário (tomador), em favor de quem a promessa é feita.</p><p>No documento vem especificado o valor, promitente e promissário onde detalha o</p><p>compromisso de realizar o pagamento seja a vista ou em parcelas.</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Ilustração da Nota Promissória:</p><p>A nota possui forma, sendo necessário atender alguns requisitos formais, que são:</p><p>1. Como título, precisa estar escrito “Nota Promissória”. Pode ser feito em papel</p><p>branco sulfite, sem a necessidade de um formulário.</p><p>2. Deve estar especificada a promessa de pagamento, com o valor, e a data.</p><p>3. Ao final precisa estar a assinatura do devedor e do beneficiário também conhe-</p><p>cido de “emitente” ou “sacador”. Também precisa vir a data e local da emissão do docu-</p><p>mento e o local onde será efetuado o pagamento.</p><p>Os fiadores também precisam ser indicados, e o título do vencimento precisa estar</p><p>especificado no documento.</p><p>• Súmula 26 do STJ</p><p>O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde</p><p>pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.</p><p>A Súmula 26 refere-se a uma nota promissória onde pode haver avalista, o contrato</p><p>mútuo foi realizado em uma instituição bancária onde gerou a nota. O avalista assinou a</p><p>nota como fiador ou como devedor solidário, caso ele tenha o papel de avalista do título</p><p>e garante no contrato principal, as cláusulas que estão no contrato poderão ser cobra-</p><p>das quando a nota promissória for executada.</p><p>• Súmula 258 do STJ</p><p>A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autono-</p><p>mia em razão da iliquidez do título que a originou.</p><p>Essa abertura de crédito detalhada na súmula 258 gera a conta garantida para as</p><p>pessoas jurídicas ou cheque especial para pessoa física. Caso a nota promissória seja</p><p>confeccionada pelo banco pelo nascimento de uma abertura de conta corrente, e ele</p><p>realize a execução, a nota não poderá</p><p>gerar liquidez. Nessa nota será constatada uma</p><p>nota promissória em branco na situação de abertura de conta corrente, onde o banco</p><p>por meio desta consegue realizar o cálculo de dívidas caso tenha e assim diminuir ou blo-</p><p>quear o limite desse usuário, inserindo, assim, na nota promissória.</p><p>15m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Requisitos da nova promissória</p><p>A nota promissória possui dois requisitos, sendo eles:</p><p>Essenciais:</p><p>• Expressão nota promissória;</p><p>• Promessa pura e simples de pagar a quantidade determinada;</p><p>• Nome do beneficiário;</p><p>• Data de emissão;</p><p>• Assinatura do emitente;</p><p>Não essenciais:</p><p>• Época do vencimento não é requisito;</p><p>• Local de emissão;</p><p>• Local de pagamento.</p><p>Nota promissória e os diferentes prazos prescricionais</p><p>20m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• Para que seja cobrado dos emitentes ou avalistas, o prazo é de 3 anos;</p><p>• Para cobrar dos endossantes e seus avalistas, o prazo é de 1 ano;</p><p>• O endossante que paga para obter a ação de regresso contra o avalista, o prazo é</p><p>de 6 meses.</p><p>Além desses prazos, são previstos 5 anos para a ação monitória contados do dia</p><p>seguinte ao vencimento.</p><p>Obs.: � Os avalistas respondem a ação nas mesmas condições do avalizado, não pode ser</p><p>tratado como um devedor coobrigado.</p><p>Regime supletivo das notas promissórias pelas normas aplicáveis às letras</p><p>de câmbio</p><p>A Lei trata todos os detalhes sobre o assunto “letra de câmbio” e, próximo do artigo 60,</p><p>é tratado sobre o assunto de nota promissória, explicando e detalhando as regras. Porém</p><p>não detalha todas as incompatibilidades que pode haver, é preciso deduzir – como, por</p><p>exemplo, as regras sobre o saque e sobre o aceite, pois não é trabalhado com a triangulação.</p><p>Com isso, ao fazer a diferenciação, é preciso lembrar as regras básicas dos dois esque-</p><p>mas da regra de câmbio e a nota promissória.</p><p>Letra de câmbio:</p><p>1. É uma ordem de pagamento que nasce a partir de um saque realizado;</p><p>2. Três pessoas compõem a letra de câmbio: sacador, sacado e o beneficiário;</p><p>3. O sacador é o corresponsável de regresso, mesmo que o sacado não aceite o título</p><p>ele se torna o principal coobrigado.</p><p>4. É importante que haja a concordância do sacado, admitindo assim o aceite.</p><p>25m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Nota Promissória</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Nota promissória:</p><p>1. Não é um saque realizado, e sim uma promessa de pagamento;</p><p>2. A nota promissória é composta apenas por duas pessoas sendo apenas o sacador</p><p>e o beneficiário.</p><p>3. O sacador é considerado devedor principal do título;</p><p>4. Como não existe o saque de um título, não é possível obter a admissão do aceite,</p><p>sendo ainda o nascimento do mesmo.</p><p>Essa expressão doutrinária desdobra a letra de câmbio e transforma em uma nota</p><p>promissória.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - CHEQUE</p><p>Nesta aula, será tratado um dos títulos mais importantes “cheque” e, em seguida,</p><p>será tratado sobre a duplicata. No cheque, é estabelecido um contrato com o sacador e,</p><p>por esse contrato, o banco se compromete a receber depósitos em dinheiro e guardar na</p><p>conta vinculada a esse cliente, tornando assim o sacado.</p><p>O título de crédito em cheque exige um contrato prévio com a instituição finan-</p><p>ceira ou assemelhada que se compromete com esses depósitos como foi citado, e à</p><p>medida que forem realizados comandos para pagamentos, a instituição irá realizá-lo.</p><p>No momento da abertura da conta corrente no banco, é possível que seja contratado o</p><p>serviço de empréstimo automático para que eventuais cheques sejam pagos pelo banco</p><p>quando não houver depósito suficiente.</p><p>Cheque</p><p>O cheque é disciplinado pela Lei n. 7.357/1985. Corresponde a uma ordem de paga-</p><p>mento à vista emitida contra um banco, ou instituição assemelhada, em razão de fundos</p><p>que a pessoa (sacador/emitente) tem naquela instituição financeira.</p><p>É um título de modelo vinculado e deve seguir os padrões fixados pelo Banco Central.</p><p>Para produzir efeitos, o título de crédito precisa produzir os requisitos previstos na Lei,</p><p>cumprindo assim o formalismo. No Brasil, o cheque precisa seguir algumas obrigações, como:</p><p>O modelo estipulado pelo Banco Central do Brasil, que contém os números de conta,</p><p>CPF, Agência, número do cheque, número da operação e outros detalhes.</p><p>Os números colocados nos títulos de crédito seguem uma lógica, que indica qual é o</p><p>banco, agência e até informações sobre a conta, por isso é preciso seguir o modelo estipulado.</p><p>Em alguns países, é possível realizar a pesquisa em computadores pessoais e realizar</p><p>a impressão seguindo as exigências estabelecidas pelo banco.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Funções do Cheque</p><p>FUNÇÕES DO</p><p>CHEQUE</p><p>Ser meio de pagamento à vista</p><p>Efetuar pagamentos à distância</p><p>Evitar a circulação da moeda em espécie</p><p>Ser instrumento de comprovação de pagamentos</p><p>• Ser meio de pagamento à vista 🡪 Função básica;</p><p>• Efetuar pagamento a distância, não sendo necessário o uso de dinheiro físico;</p><p>• Evita a circulação da moeda em espécie, que pode ajudar em algumas questões de</p><p>segurança;</p><p>• Ser instrumento de comprovação de pagamentos.</p><p>De acordo coma Lei n. 7357/85, o artigo 28, parágrafo único, informa que o motivo</p><p>descrito no verso do cheque torna-se quitado com o pagamento, isso não torna o título</p><p>causal, ainda é um título abstrato, porém a compensação é feita diretamente no caixa,</p><p>juntamente com seu recibo, e serve para aquela obrigação mencionada no verso do título.</p><p>Características do Cheque</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>DO CHEQUE</p><p>É à vista</p><p>sempre</p><p>É ato de</p><p>natureza</p><p>comercial É bem móvel</p><p>É documento</p><p>formal</p><p>É documento</p><p>abstrato</p><p>É documento</p><p>de apresentação</p><p>Nominal ou</p><p>ao portador</p><p>Submete-se</p><p>aos princípios</p><p>cambiários</p><p>É pro</p><p>solvendo</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• É ato regido pelo direito empresarial, o que o torna de natureza empresarial, a migração</p><p>dos títulos de crédito para o direito empresarial é uma espécie de convenção jurídica;</p><p>• É à vista mesmo após datação. A causa de pós-datação não é considerada cambiária,</p><p>tem-se admitido como prova de que houve uma contratação de obrigação de não fazer</p><p>entre o emitente e o beneficiário originário, contratação essa que foi assumida pelo</p><p>beneficiário no sentido de não depositar o cheque no banco sacado antes de determi-</p><p>nada data;</p><p>• O cheque é considerado bem móvel;</p><p>• Submete-se aos princípios cambiários;</p><p>• Ao realizar o pagamento com o cheque, a obrigação fica automaticamente quitada</p><p>quando o próprio título for quitado;</p><p>• Pode ser nominal identificando o beneficiário, ou portador não contendo benefi-</p><p>ciário indicado seguindo assim o valor teto de R$ 100,00;</p><p>• É documento formal, precisam ser respeitados todos os requisitos previstos na Lei</p><p>e aderir ao modelo do Banco Central do Brasil.</p><p>• É um documento tradicional, considerado um documento de apresentação. O</p><p>direito que é transferido por meio de um cheque é possível somente com a apre-</p><p>sentação da cartola, seja junto ao banco sacado ou em um processo de execução.</p><p>• O cheque nasce para ser um documento abstrato, pois não exige o concreto, ou seja, a</p><p>obrigação é estabelecida entre as partes. A não ser que haja uma</p><p>contraordem caso o</p><p>banco tenha fundos, irá arcar com a dívida sem a necessidade da origem da obrigação.</p><p>Algumas exceções foram estabelecidas para a realização do pagamento do cheque,</p><p>como o CDC que alegar contra terceiro mesmo que de boa-fé, exceção fundada na rela-</p><p>ção causal.</p><p>10m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Requisitos do cheque</p><p>REQUISITOS</p><p>DO CHEQUE</p><p>Essenciais</p><p>Expressão cheque</p><p>Nome do banco</p><p>Data e lugar da emissão</p><p>Assinatura do emitente</p><p>Época do vencimento</p><p>Local do pagamento</p><p>Ordem incondicional para pagar</p><p>quantia determinada</p><p>Não essenciais</p><p>Essenciais:</p><p>• Expressão cheque 🡪 Todo documento precisa vir acompanhado com o nome no</p><p>corpo do título;</p><p>• Ordem incondicional para pagar a quantia determinada;</p><p>• Nome do banco sacado;</p><p>• Data e lugar da emissão;</p><p>• Assinatura do emitente;</p><p>Não essenciais:</p><p>• Época do vencimento 🡪 Sempre à vista;</p><p>• Local do pagamento.</p><p>O local do pagamento será o local onde está sediada a agência bancária com quem o</p><p>emitente do título possui o contrato.</p><p>Ilustrando o Cheque</p><p>O cheque admite aceite?</p><p>O cheque com aceite é chamado de “marcado” e não é admitido no Brasil. Caso o emitente</p><p>dê uma ordem ao banco determinando o pagamento dessa quantia ao beneficiário, nessa situa-</p><p>ção, se o beneficiário se dirigir ao banco com o cheque e o banco aceitar realizar o pagamento, o</p><p>banco se tornará o devedor principal desse título, que no caso seria o papel do emitente.</p><p>Nesse caso, o banco não responderá em relação ao pagamento desse título, repas-</p><p>sando apenas valores pertencentes ao sacador.</p><p>15m</p><p>20m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Tipos de Cheque</p><p>• Cheque ao portador: Não identifica o beneficiário, e sua transferência é realizada de</p><p>forma presencial.</p><p>• Nominativo: Identifica o beneficiário sendo cabível apenas 1 endosso.</p><p>• Cheque à ordem: Permite indicação de novo beneficiário do título;</p><p>• Cheque por conta de terceiro: Para pagamento por terceira pessoa que não seja o</p><p>correntista.</p><p>• Cheque visado: Garante o pagamento por valores bloqueados na conta bancária.</p><p>Obs.: � O cheque visado não pode ser confundido com o aceite, pois o banco bloqueia a</p><p>quantia referente ao valor do cheque da conta do próprio emitente como uma</p><p>forma de respaldo para a realização do pagamento.</p><p>• Cheque cruzado: Cheque para depósito em conta bancária, seu pagamento é reali-</p><p>zado apenas por compensação, não pode ser feito diretamente no caixa.</p><p>• Cheque para ser creditado em conta: Desconto realizado diretamente da conta.</p><p>• Cheque administrativo: Conhecido também como “cheque comprado”. Usado em</p><p>uma situação em que o devedor precise realizar o pagamento para um credor que</p><p>não tem conta vinculada e comprou apenas aquele valor específico.</p><p>• Cheque especial e Conta Garantida: São situações referentes à abertura de cré-</p><p>dito em conta corrente, possui o saldo da conta e a possibilidade de ser pago pelo</p><p>empréstimo pré-contratado.</p><p>• Cheque viagem ou cheque de turismo – traveler’s check: São cheques emitidos em</p><p>moeda estrangeira para serem trocados em outro país.</p><p>• Cheque postal: É adquirido nos correios para que seja enviado para terceiros.</p><p>• Cheque fiscal: Atualmente, não é utilizado, porém é uma maneira de realizar a resti-</p><p>tuição de tributos utilizados pelo estado.</p><p>• Cheque pós-datado: Considerado um compromisso extra, cartola de depósito.</p><p>25m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Características do Cheque Visado</p><p>CARACTERÍSTICAS DO</p><p>CHEQUE VISADO</p><p>APRESENTAÇÃO AO BANCO ANTES DA</p><p>APRESENTAÇÃO PARA PAGAMENTO</p><p>TEM QUE SER NOMINAL</p><p>NÃO PODE TER CIRCULADO POR</p><p>ENDOSSO</p><p>• É apresentado ao banco antes da apresentação para pagamento, pois o banco pre-</p><p>cisa bloquear os valores para cobrir o cheque e somente assim o cheque será enviado.</p><p>• O beneficiário precisa estar identificado de forma nominal.</p><p>• Não é permitida a circulação por endosso.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - CHEQUE: OUTRAS</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>CHEQUE</p><p>Cheque pós-datado</p><p>• Cheque como uma nota promissória.</p><p>• Do ponto de vista burocrático, pode facilitar a vida. Porque, uma vez entregue o</p><p>cheque, você nunca mais terá contato com o credor ou com o cheque.</p><p>Ilustrando o cheque pós-datado:</p><p>• Prazo de aceite/prescrição?</p><p>Obs.: � no caso do cheque, o prazo de aceite é o prazo de apresentação.</p><p>2.000,00Bom para</p><p>30/06/2000</p><p>Joaquim</p><p>Local, 15/01/2000</p><p>João</p><p>BANCO</p><p>• Às vezes, essa expressão “Bom para 30/06/2000” pode vir em um canhoto que é</p><p>grampeado no cheque. Isso não é recomendável, pois o papel pode sumir.</p><p>• Lembre-se que o direito cambiário e a lei do cheque não reconhecem essa cláusula.</p><p>• Cláusula “bom para” no entendimento do STJ – prova a contratação verbal de</p><p>obrigação de não fazer. Deve ser respeitada, sob pena de perdas e danos.</p><p>• Mas atenção: a data do “bom para” não é considerada para o prazo de apresentação</p><p>ou para o prazo de prescrição. Para esses prazos, é considerada a data que está após</p><p>o “local”.</p><p>• Então, considerando a data 15/01/2000:</p><p>– Prazo de apresentação: 15/02/2000.</p><p>– Prazo de prescrição: 16/02/2000 a 16/08/2000.</p><p>• A pós-datação do cheque não tem respaldo na legislação cambiária.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• É uma cláusula que prova um contrato e a obrigação de não fazer que não altera</p><p>os critérios para definir a data do vencimento do título, a data que vai cobrar juros</p><p>de mora etc.</p><p>• Exemplo: Joaquim endossou para Antônio. Quando Antonio apresentar ou sacar no</p><p>dia 30/06, já vai ter estourado o prazo de apresentação (15/02). Dessa forma, Antô-</p><p>nio não terá direito de cobrar de Joaquim.</p><p>• Para o STJ, essa cláusula deve ser cumprida, mas como um contrato paralelo, que</p><p>não tem relação com o título, mas com a obrigação de não fazer.</p><p>• Súmula 370 do STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque</p><p>pré-datado.</p><p>• Essa cláusula não vincula o banco, o que vincula é a data de emissão.</p><p>Características do cheque pós-datado</p><p>• Não altera a situação cambiária do cheque.</p><p>– Porque não é cláusula legal.</p><p>• Realiza-se contrato verbal de obrigação de não fazer.</p><p>– Conforme entendimento do STJ, deve ser respeitado esse contrato verbal.</p><p>• Apresentado antes do pactuado, gera direito de indenização ao emitente, com base</p><p>no contrato de obrigação de não fazer.</p><p>• A data estampada no título é a que deve ser considerada para efeito de prescrição.</p><p>– Para efeitos de prescrição e de apresentação.</p><p>CHEQUE — MOTIVOS PARA DEVOLUÇÃO</p><p>Com essa lista, é possível identificar as situações nas quais é possível ao portador</p><p>final protestar o título e tomar medidas mais drásticas e quais as situações que não é</p><p>recomendável fazer isso.</p><p>• 11 – Insuficiência de fundos — 1ª apresentação – Resolução n. 1.682, arts. 6º e 14</p><p>– Pode seguir com as medidas de protestar e outras.</p><p>– Não é necessária uma segunda apresentação para executar o cheque ou para</p><p>protestar.</p><p>– Protesto totalmente facultativo, que será usado para provar a mora do devedor e</p><p>como meio de cobrança extrajudicial.</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• 12 – Insuficiência de fundos — 2ª apresentação –</p><p>Resolução n. 1.682, arts. 6º, 7º e 14</p><p>– Pode seguir com as medidas de protestar e outras.</p><p>• 13 – Conta encerrada – Resolução n. 1.682, arts. 6º e 14</p><p>– Pode seguir com as medidas de protestar e outras.</p><p>• 20 – Folha de cheque cancelada por solicitação do correntista – Circular n.</p><p>3.050, art. 1º</p><p>– Neste caso, não é bom protestar.</p><p>– O cancelamento do cheque é pedido quando ele não é utilizado porque ele se</p><p>extraviou.</p><p>• 21 – Contraordem ou oposição ao pagamento – Resolução n. 1.682, arts. 6º e 14</p><p>– Contraordem simples, sem ocorrência policial – pode protestar.</p><p>• 22 – Divergência ou insuficiência de assinatura – Resolução n. 1.682, arts. 6º e 14</p><p>– Não é bom protestar de imediato.</p><p>– Porque, neste caso, alguém pode ter subtraído o cheque e ter se passado pelo</p><p>correntista.</p><p>• 25 – Cancelamento de talonário pelo banco sacado – Resolução n. 1.682, arts. 6º e 14</p><p>– Neste caso, não é indicado protestar de jeito nenhum.</p><p>– O banco sacado faz isso quando alguém furta malote.</p><p>• 28 – Contraordem ou oposição ao pagamento motivada por furto ou roubo – Circu-</p><p>lar n. 2.655, art. 1º</p><p>– Como é caso de furto ou roubo, não é bom protestar.</p><p>– Neste caso, o registro da contraordem é feito por meio de um boletim de ocorrên-</p><p>cia policial.</p><p>– Se foi feito um boletim de ocorrência policial, presume-se que o fato aconteceu.</p><p>Dessa forma, protestar configuraria um abuso de direito.</p><p>PROTESTO?</p><p>• Nas hipóteses do 11, 12, 13 e 21 – protesto como exercício regular de direito.</p><p>Informativo 705 – REsp 1.768.022-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, por una-</p><p>nimidade, julgado em 17/08/2021.</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>DESTAQUE</p><p>Inexistindo apresentação do cheque para a compensação ao banco sacado, os juros</p><p>de mora devem incidir a partir do primeiro ato do beneficiário tendente à satisfação do</p><p>crédito estampado na cártula, o que pode se dar pelo protesto, notificação extrajudicial</p><p>ou pela citação.</p><p>• Correção monetária: a partir da data da emissão do cheque.</p><p>• Juros de mora: eles serão cobrados da data em que houve a mora, que é a data em</p><p>que o banco devolve o cheque pela primeira vez.</p><p>• “apresentação do cheque” – seria o marco inicial dos juros de mora.</p><p>Formas de se impedir o pagamento do cheque</p><p>• SUSTAÇÃO OU OPOSIÇÃO: produz efeitos desde o prazo de apresentação.</p><p>– O cheque não será pago a qualquer tempo.</p><p>– Apresentado dentro ou fora do prazo de apresentação.</p><p>• REVOGAÇÃO OU CONTRAORDEM: produz efeito após o prazo de apresentação.</p><p>– O cheque só não será pago se ele for apresentado fora do prazo de apresentação.</p><p>– Então, se for apresentado dentro do prazo de apresentação, o banco paga.</p><p>• CANCELAMENTO: deve ser feito antes da emissão do título, por motivo de extravio.</p><p>– Neste caso, é o cliente que está impedindo o pagamento do cheque.</p><p>– Mas o cancelamento também pode ser feito pelo banco, quando ele verifica que a</p><p>carta não chegou ao cliente, por motivo de furto ou roubo.</p><p>Obs.: � para revogação ou sustação, não precisa o correntista apresentar motivo justificável.</p><p>Agora, se a pessoa declarar crime, então, necessariamente, o banco vai pedir a</p><p>ocorrência policial.</p><p>Ilustrando a diferença entre cheque (1) e letra de câmbio (2):</p><p>• O sacador:</p><p>– Cheque: devedor principal.</p><p>– Letra de câmbio: coobrigado principal.</p><p>• O sacado:</p><p>– Cheque: irresponsável (banco).</p><p>– Letra de câmbio: indicado a devedor principal (se promover o aceite).</p><p>15m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• O contrato prévio:</p><p>– Cheque: obrigatório.</p><p>– Letra de câmbio: não é necessario.</p><p>• O aceite:</p><p>– Cheque: é nulo.</p><p>– Letra de câmbio: torna o sacado devedor principal.</p><p>• O protesto:</p><p>– Cheque: dispensável pela declaração de não pagamento pelo banco.</p><p>– Letra de câmbio: necessário para cobrar de coobrigados.</p><p>• O vencimento:</p><p>– Cheque: à vista (sempre).</p><p>– Letra de câmbio: à vista, a certo tempo de vista ou de data, a dia certo.</p><p>• A cobrança dos coobrigados: Súmula 600 do STF – “CABE AÇÃO EXECUTIVA CONTRA</p><p>O EMITENTE E SEUS AVALISTAS, AINDA QUE NÃO APRESENTADO O CHEQUE AO SACADO</p><p>NO PRAZO LEGAL, DESDE QUE NÃO PRESCRITA A AÇÃO CAMBIÁRIA.”</p><p>– Cheque: apresentação no prazo legal, mesmo sem protesto.</p><p>– Letra de câmbio: respeitada a apresentação para aceite e protesto tempestivo.</p><p>Pagamento do Cheque:</p><p>CHEQUE EXECUÇÃO – prescrição da pretensão executória:</p><p>• 30 dias + 6 meses (na mesma praça).</p><p>• 60 dias + 6 meses (se for de outra praça).</p><p>LOCUPLETAMENTO</p><p>• 30 dias + 6 meses + 2 anos (na mesma praça).</p><p>• 60 dias + 6 meses + 2 anos (se for de outra praça).</p><p>CHEQUE MONITÓRIA</p><p>• 30 dias + 6 meses + 4 anos e 5 meses (na mesma praça).</p><p>• 60 dias + 6 meses + 4 anos e 4 meses (se for de outra praça).</p><p>Obs.: � conforme a lei, os 5 anos são contados do dia seguinte à emissão.</p><p>20m</p><p>25m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Cheque: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>HIPÓTESE DE PRAZO DE 10 ANOS PARA PRESCRIÇÃO DA OBRIGAÇÃO ORIGINÁRIA</p><p>• Apresentação: 30 dias, mesma praça; 60 dias, outra praça.</p><p>• Prescrição: 30 dias, mesma praça; 60 dias, outra praça + 6 meses.</p><p>• Locupletamento: 30 dias, mesma praça; 60 dias, outra praça + 6 meses + 2 anos.</p><p>– 2 anos e 7 meses (mesma praça), ou</p><p>– 2 anos e 8 meses (outra praça).</p><p>• Monitória: 5 anos, contados do dia seguinte ao da emissão.</p><p>• Cobrança: 10 anos, contados do dia seguinte ao da emissão.</p><p>CAUSA DEBENDI?</p><p>• Ação de cobrança – terá que ser provada. Conforme entendimento jurisprudencial,</p><p>o cheque será início de prova.</p><p>• No caso das demais – o cheque é a causa debendi.</p><p>Ilustrando a cobrança do cheque:</p><p>Emitido</p><p>Apresentação Locupletamento</p><p>Depois: ação de</p><p>cobrança causal</p><p>MonitóriaPrescrição</p><p>30d 6 meses 2 anos Até 5 anos</p><p>60dCheque</p><p>30m</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - DUPLICATA</p><p>Títulos de Crédito – Espécies</p><p>Vamos começar a estudar duplicata, título criado aqui no Brasil, sendo um título</p><p>diferenciado que não existe no restante do mundo, mas baseado na letra de câmbio –</p><p>como todos os demais títulos de crédito mais ou menos são.</p><p>A duplicata faz aqui o que a letra de câmbio faz no restante do mundo, mas vincu-</p><p>lando o título à sua origem.</p><p>Para entender bem a duplicata, é bom entender o contexto no qual ela surge, o</p><p>mesmo contexto da letra de câmbio em relação ao resto do mundo, mas o Brasil ampliou</p><p>o conceito. Para entendermos: quando um comerciante de varejo adquire mercadorias</p><p>para revender no seu comércio, ele geralmente compra do fornecedor a prazo, pois nor-</p><p>malmente não possui tanto capital de giro para comprar tanta mercadoria. Pedindo um</p><p>prazo de 40 ou 60 dias, enfim, para pagar, o empresário vende a mercadoria e, com esse</p><p>dinheiro obtido, ele paga a compra efetuada, ficando com a diferença, que é o lucro.</p><p>A grande marca aqui é a casualidade, e só por ser casual já mina, por assim dizer, na</p><p>base o título de crédito, pois, se está vinculado à obrigação originária, o que vai se cum-</p><p>prir no título de crédito é a obrigação originária. A quitação da duplicata é a quitação da</p><p>obrigação que lhe deu origem.</p><p>Vamos ao material:</p><p>DUPLICATA: título de crédito idêntico à letra de câmbio, pois a estrutura, os perso-</p><p>nagens e as declarações são as mesmas em ambos os títulos. A causalidade da duplicata</p><p>é que a tornará</p><p>um título com feições próprias, afastando-a dos princípios cambiários e</p><p>aproximando-a do direito das obrigações. Daí uma lei própria para discipliná-la, a Lei n.</p><p>5.474/1968.</p><p>Obs.: � como se vincula a origem, o legislador estabeleceu parâmetros para essa vinculação,</p><p>além de uma nota fiscal que o emita. Deve-se emitir também uma fatura, que</p><p>é instrumento de escrituração mercantil. A partir da fatura, pode-se criar uma</p><p>duplicata.</p><p>Vamos ilustrar para entender melhor a duplicata: digamos que, no mês 03/2010,</p><p>alguém vendeu 1 milhão de reais, e os créditos que entraram foi de 500 mil reais. Os</p><p>outros 500 mil reais foram vendas a prazo. Se a venda for de 30 dias ou mais, cairá apenas</p><p>no mês seguinte. Aí digamos que, no mês 04/2010, a mesma pessoa venda 800 mil reais,</p><p>mas no caixa entrou 1 milhão e 300 mil reais, por conta dos 500 mil do mês anterior. A</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>fatura faz essa ponte, justificando porque houve a discrepância entre vendas e entradas</p><p>nos meses.</p><p>Em cima dessa fatura, é feita a duplicata, uma cópia apenas com a obrigação de</p><p>pagar, sem discriminação total, como é feita na fatura. É como se o revendedor dissesse</p><p>ao comprador que pagasse não para ele, mas diretamente ao vendedor original. A obri-</p><p>gação de pagar ou não a duplicata dependerá da entrega da mercadoria.</p><p>TRÊS CONCEITOS ESSENCIAIS:</p><p>1º) Nota Fiscal: é documento formal de expedição obrigatória nas compras e vendas</p><p>e prestações de serviços com fins lucrativos, no qual se descrevem as mercadorias ou</p><p>serviços, o preço e a data da negociação. É documento que se presta ao controle, pelo</p><p>Estado, da tributação das relações jurídicas que constituem fatos geradores de impostos.</p><p>Portanto, a nota fiscal é um documento de escrituração tributária. Serve para que o</p><p>Estado tenha uma maneira de fiscalizar se o empresário está formalizando suas vendas,</p><p>publicando os fatos geradores e recolhendo os tributos de forma devida.</p><p>2º) Fatura: é um documento emitido pelo vendedor, descrevendo a mercadoria ven-</p><p>dida ou serviço prestado, discriminando sua qualidade, quantidade e fixando-lhe o preço.</p><p>Prova o contrato de compra e venda mercantil ou prestação de serviço, e é documento</p><p>de escrituração empresarial, cuja obrigatoriedade da fatura se dará quando a negocia-</p><p>ção for feita com vencimento em 30 dias ou mais.</p><p>Lá no Código Comercial, a emissão da fatura está vinculada à compra e venda grosso,</p><p>por atacado. Aqui, a fatura está vinculada à compra e venda com vencimento para 30</p><p>dias ou mais. A fatura passa a ser de emissão obrigatória nessa situação, embora nada</p><p>impeça que seja emitida fatura de todas as vendas realizadas.</p><p>3º) Duplicata: é um título de crédito que emerge de uma compra e venda mercantil</p><p>ou prestação de serviço a prazo, negócio que gerou uma fatura, conforme item ante-</p><p>rior. Nela, o vendedor (sacador) determina ao comprador (sacado) que pague o valor da</p><p>compra e venda realizada a um beneficiário (o próprio sacador, que endossará a dupli-</p><p>cata a um terceiro estranho ao negócio originário, geralmente um banco), na data fixada</p><p>para o vencimento.</p><p>O sacador da lista de câmbio é o vendedor;</p><p>O sacado é o comprador;</p><p>O beneficiário normalmente é uma instituição financeira.</p><p>Na prática, porém, o sacador se coloca como beneficiário e endossa para uma insti-</p><p>tuição financeira, pois é como se ela se tornasse uma terceira de imediato.</p><p>10m</p><p>15m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Uma vez sacada a duplicata, o sacador está colocando o valor que receberá pela mer-</p><p>cadoria em um título de crédito e está mandando pagar esse valor para um terceiro –</p><p>que está comprando dele esse recebível.</p><p>Veja o mapa mental abaixo:</p><p>Ticio Mélvio</p><p>Atacadista Comerciante</p><p>TICIO VENDE MERCADORIAS A MÉLVIO NO VALOR DE R$1000,00</p><p>Expedição das Mercadorias Tício com base na fatura</p><p>Tício, para conseguir capital de giro, antecipa o valor da duplicata</p><p>quando por endosso vende o título do banco e recebe o valor de</p><p>R$900,00, sendo que no vencimento o banco receberá R$1.000,00</p><p>expede Duplicatas</p><p>para ter ???</p><p>em 25 de março</p><p>Recebimento das Mercadorias</p><p>de acordo com a FATURA de acordo com a FATURA</p><p>FATURA</p><p>DUPLICATA</p><p>em 15 de fevereiro de 2014 para pagamento até 25 de março seguinte</p><p>Então, a duplicata serve para permitir ao credor da compra e venda a prazo o recebi-</p><p>mento imediato da obrigação que foi assumida no negócio mercantil.</p><p>Ilustrando a Duplicata e a Fatura:</p><p>20m</p><p>25m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Características especiais decorrentes da causalidade:</p><p>1º) Somente saca a duplicata o credor que queira antecipar o crédito da fatura,</p><p>Facultativa, portanto, a emissão.</p><p>2º) É possível sacar mais de uma duplicata sobre uma mesma fatura, pois o paga-</p><p>mento pode ser parcelado.</p><p>3º) O pagamento da duplicata é, na verdade, o pagamento das mercadorias adquiri-</p><p>das ou dos serviços prestados. Ao receber as mercadorias ou os serviços discriminados</p><p>na fatura, o adquirente já está concordando em pagar a duplicata.</p><p>Obs.: � o aceite já é presumido pelo fato de ter recebido o produto ou serviço. Se aceitou,</p><p>vai pagar.</p><p>Art. 18 da Lei 14.301 de 07/01/2022: O art. 15 da Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968,</p><p>passa a vigorar com as seguintes alterações:</p><p>Art. 15. II - b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e</p><p>do recebimento da mercadoria, permitida a sua comprovação por meio eletrônico;</p><p>§ 3º A comprovação por meio eletrônico de que trata a alínea b do inciso II do caput</p><p>deste artigo poderá ser disciplinada em ato do Poder Executivo federal.</p><p>4º) Não é possível emitir uma única duplicata relativa a várias faturas, pois cada</p><p>fatura é uma causa.</p><p>Obs.: � é possível emitir mais de uma duplicata para a mesma fatura, se houver mais de</p><p>um prazo na fatura, mas não é possível emitir uma duplicata para mais de uma</p><p>fatura. Isso ocorre porque é possível haver mais de uma duplicata para uma única</p><p>causa, mas não mais de uma causa para a mesma duplicata. Se uma fatura der</p><p>problema, compromete o título inteiro.</p><p>5º) O recebimento da mercadoria ou do serviço constante da fatura faz presumir o</p><p>aceite na duplicata.</p><p>6º) Vícios na prestação do serviço, nas mercadorias ou na fatura poderão ser alega-</p><p>dos pelo sacado para escusar-se e negar-se ao pagamento da duplicata, nos exatos</p><p>termos do art. 8º da Lei n.</p><p>5.474/68: I – avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas</p><p>ou não entregues por sua conta e risco; II – vícios, defeitos e diferenças na quali-</p><p>dade ou na quantidade das mercadorias; III – divergência nos prazos ou nos preços</p><p>ajustados.</p><p>30m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>7º) Para a emissão da duplicata, será necessária a existência de uma fatura. Para</p><p>a emissão de uma fatura, deve ter havido uma compra e venda ou prestação de</p><p>serviço a prazo. Caso não tenha ocorrido nenhum desses eventos, emitida a fatura</p><p>ou a duplicata, estará caracterizado o crime previsto no art. 172 do Código Penal,</p><p>Duplicata Simulada.</p><p>8º) No caso de falência (art. 77, da Lei n. 11.101/2005) e de falta de aceite (art. 19,</p><p>do Decreto n. 2.044/1908 c/c art. 14 da Lei n. 5.474/68), ocorrerá o vencimento</p><p>antecipado da duplicata.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - DUPLICATA:</p><p>OUTRAS CARACTERÍSTICAS</p><p>Como mencionado anteriormente, o pagamento de uma duplicata está vinculado à</p><p>existência de uma fatura.</p><p>preenchido</p><p>de conformidade com os ajustes realizados. Parágrafo único. O descumprimento dos</p><p>ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de</p><p>oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Princípios Cartularidade e Literalidade</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO PRINCÍPIOS CARTULARIDADE</p><p>E LITERALIDADE</p><p>Estudaremos as características cambiárias, entendendo que estão presentes nos</p><p>títulos de crédito (que obrigatoriamente precisam ter tais características, ou não serão</p><p>títulos de crédito).</p><p>Das seis características que veremos abaixo, três são princípios cambiários que acom-</p><p>panham títulos de crédito no mundo inteiro. Nessa aula veremos duas das seis caracte-</p><p>rísticas, e nas aulas seguintes veremos as demais.</p><p>Características Cambiárias:</p><p>Cartularidade: princípio cambiário, o título de crédito é documento que deve ser</p><p>apresentado;</p><p>Autonomia: princípio cambiário, cada relação jurídica no título de crédito obriga por si;</p><p>Literalidade: princípio cambiário, o título de crédito obriga pelo que dele consta;</p><p>Obs.: � 90% dos problemas de direito empresarial se resolvem com a aplicação dos</p><p>princípios acima descritos.</p><p>Independência: subprincípio cambiário;</p><p>Formalismo: subprincípio cambiário;</p><p>Abstração: subprincípio cambiário;</p><p>Vale destacar que a tecnologia existente atualmente revolucionou a cartularidade,</p><p>pois documentos podem ser emitidos de forma totalmente digital. O título em papel</p><p>tem sido substituído pelos títulos eletrônicos.</p><p>Vejamos, portanto, o primeiro princípio:</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Princípios Cartularidade e Literalidade</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Obs.: � se a execução foi admitida pelo juiz e ele mandou citar, presume-se que o título</p><p>estava lá, de modo que é possível prosseguir mesmo com o sumiço do título.</p><p>No entanto, para poder protestar o tabelião precisa ter o documento apresentado</p><p>(pois ao atestar, ele indica que viu o documento), e deve ser original. Nesse prazo de</p><p>apontamento (três dias) o documento fica com o tabelião, e se o credor se dispuser a</p><p>pagar no cartório, para evitar protesto, o tabelião vai receber os valores e vai entregar o</p><p>título ao devedor.</p><p>Ilustrando a Cartularidade:</p><p>É preciso apresentar essa carta, e se ela se perder e alguém colocar uma rubrica ou</p><p>assinatura atrás, esta será tida como um endosso e o sujeito com a carta será conside-</p><p>rado o novo credor do título. Portanto, perder a carta é o mesmo que perder o direito.</p><p>Claro que há formas de restauras a posse da carta, com uma ação de restauração,</p><p>mas isso é muito complicado, pois alguém pode ter passado a carta a outro e dizer</p><p>que perdeu.</p><p>Passemos para a literalidade:</p><p>Quando dizemos que o título obriga pelo que dele consta, existem dois efeitos que a</p><p>doutrina transformou em subespécies de literalidade.</p><p>Veja:</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Princípios Cartularidade e Literalidade</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Sobre esse tema, veja:</p><p>Art. 891, CC. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preen-</p><p>chido de conformidade com os ajustes realizados.</p><p>Súmula 387 do STF: “a cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode</p><p>ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”.</p><p>Ilustrando a literalidade:</p><p>Alguém cobra Joaquim, que afirma só ter ajudado João a conseguir dinheiro com um</p><p>agiota e colocou seu nome apenas como referência. Mas, nesse caso, a assinatura é um</p><p>aval que garante João. É preciso provar que essa assinatura não é um aval, o que é muito</p><p>complexo, pois o aval está registrado em papel.</p><p>A mesma coisa se fosse no verso no título e não na frente.</p><p>Exceções ao princípio da literalidade:</p><p>1 - os juros de mora, mesmo quando não escritos no título, são exigíveis;</p><p>2 - outros encargos podem ser cobrados sempre que inseridos no contexto da boa-</p><p>fé. O STJ antes negava a cobrança de encargos que não constassem do título, mas passou</p><p>a adotar o entendimento aqui lançado (STJ, REsp 167.707/RS, Min. Barros Monteiro);</p><p>3 - a duplicata, uma vez apresentada para aceite, poderá ser devolvida com aceite,</p><p>sem aceite, ou com documento explicativo da recusa de aceite. O teor desse documento</p><p>escrito passa a integrar os termos da duplicata, mesmo não estando escrito no título;</p><p>4 - a duplicata não permitirá a execução, caso seja protestada e acompanhada do</p><p>comprovante de entrega da mercadoria. O mesmo ocorrerá com a duplicata não devol-</p><p>vida, a qual será protestada por indicações do credor final, de modo que a literalidade do</p><p>título será substituída pelas indicações do credor e pelo protesto, por falta de devolução;</p><p>5 - a Súmula 387 do STF. A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco,</p><p>pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. É lógico</p><p>que se espera que seja lançado no título o valor pactuado, mas, se não o for, o devedor</p><p>se obrigará pelo que foi escrito. Art. 891, do CC;</p><p>15m</p><p>20m</p><p>25m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Princípios Cartularidade e Literalidade</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>6 - o analfabeto e o deficiente visual, diante de impossibilidades materiais, somente</p><p>se obrigam em título de crédito se o fizerem por meio de procuração pública e com pode-</p><p>res especiais;</p><p>7 - a assinatura não identificada e frontal no título de crédito (anverso) correspon-</p><p>derá a um aval, é o que determina a alínea 3, do art. 31, da LUG;</p><p>8 - a assinatura no dorso do título de crédito corresponderá a um endosso, é o que</p><p>determina a alínea 2, do art. 13, da LUG;</p><p>9 - se o título fizer menção ao contrato do qual se originou, ou se obrigações contra-</p><p>tuais puderem influenciar o valor final da dívida, aquilo que constar do contrato também</p><p>obrigará os devedores do título que fizerem parte da avença original. Por todas as deci-</p><p>sões do STJ nesse sentido, confira-se o verbete da Súmula 26: “o avalista do título de</p><p>crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas,</p><p>quando no contrato figurar como devedor solidário”.</p><p>Código Civil:</p><p>Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assina-</p><p>tura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoal-</p><p>mente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto</p><p>mandante ou representado.</p><p>Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe</p><p>são inerentes.</p><p>Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de trans-</p><p>feri-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber</p><p>aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título devi-</p><p>damente quitado.</p><p>30m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Princípios Cartularidade e Literalidade</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado</p><p>em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou</p><p>mercadorias que representa.</p><p>Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de</p><p>boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva</p><p>A criação da fatura está associada a uma operação de compra</p><p>e venda a prazo ou à prestação de serviço a prazo. O credor dessa operação está anteci-</p><p>pando o recebimento do valor, que seria ao final do prazo, vendendo esse crédito agora,</p><p>com desconto.</p><p>Quando se fala em desconto de duplicata, o que está ocorrendo é que uma entidade</p><p>está adquirindo a duplicata com um desconto sobre o valor nominal do título. A entidade</p><p>que realiza essa ação está comprando um recebível por um valor menor do que o que</p><p>está no título. Essa entidade aguardará a data de vencimento e, no vencimento, rece-</p><p>berá o valor integral.</p><p>No exemplo dado, uma duplicata de mil reais para quarenta dias, o credor da fatura,</p><p>que foi quem vendeu a mercadoria a ser paga em quarenta dias, registrou esse crédito</p><p>na duplicata e vendeu para um banco por novecentos reais. Esse banco pagará nove-</p><p>centos reais e aguardará o vencimento; no vencimento, o banco recebe o valor daquela</p><p>duplicata.</p><p>A grande certeza da gestão financeira de que receberá o valor da duplicata está na</p><p>comprovação de que a mercadoria vendida foi efetivamente entregue ou o serviço foi</p><p>efetivamente prestado. A gestão financeira adquirirá o título e poderá confirmar com o</p><p>sacado, que é o comprador, se ele concorda em pagar a duplicata.</p><p>No caso da duplicata, há um aspecto bastante interessante. Como esse título é causal</p><p>e o que se está pagando, na verdade, é o preço da mercadoria ou do serviço que foi pres-</p><p>tado, o aceite da duplicata terá uma pequena diferença em relação aos demais aceites.</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• O aceite ordinário: o sacado expressamente concorda com a ordem que lhe é dada</p><p>(literalidade). Se houver um aceite na duplicata, não importa se a mercadoria foi</p><p>entregue ou não. Quando a duplicata recebe o aceite ordinário, não se discute mais</p><p>a origem. Simplesmente o sujeito deverá aquele pagamento, independentemente</p><p>do que aconteceu na origem. Conforme o artigo 15, o título se torna abstrato.</p><p>• O aceite por comunicação: o sacado retém a duplicata para evitar que ela seja</p><p>endossada várias vezes, mas devolve uma comunicação escrita de que irá pagá-la</p><p>no vencimento. Isso é suficiente para que o título também se torne abstrato.</p><p>Caso no vencimento o devedor não pague a duplicata, haverá um protesto por falta</p><p>de pagamento, no qual será dito que o título não foi devolvido; só a comunicação foi</p><p>devolvida.</p><p>O credor leva a comunicação ao tabelião. Com o protesto por indicação e a comuni-</p><p>cação de que aceita o título, ele promoverá a execução contra os obrigados ou contra o</p><p>devedor principal. Vale ressaltar que se a duplicata se extravia, se perde ou se retém, os</p><p>dados dela constam da fatura. Basta emitir outra, a chamada triplicata – ou, no caso de</p><p>retenção, um protesto por indicação. O recomendado é sempre emitir uma triplicata e</p><p>protestá-la.</p><p>Essa comunicação equivale ao aceite e quebra o princípio da literalidade, já que o</p><p>título obriga pelo que nele consta.</p><p>• O aceite presumido: chamado por alguns autores de aceite obrigatório, é aquele</p><p>que é comprovado pela entrega da mercadoria ou serviço. Receber as mercado-</p><p>rias da fatura é assumir pagar o preço daquela fatura. Portanto, o comprovante de</p><p>entrega da mercadoria faz presumir o aceite de pagamento da duplicata.</p><p>Obs.: � �pessoalmente, o professor Enedino não gosta da expressão “obrigatório”, porque</p><p>“obrigatório” gera uma sanção se não for cumprido; nesse caso não há punição</p><p>para quem não aceita o título.</p><p>Obs.: � o inciso referente à duplicata não aceita é o inciso dois. A duplicata não aceita pode</p><p>ser cobrada ou executada diante dessas três comprovações: título protestado,</p><p>comprovação da entrega da mercadoria e a ausência de escusas válidas.</p><p>5m</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO – ESPÉCIES</p><p>O prazo de remessa da duplicata, do vendedor para o comprador, para aceite é de 30</p><p>dias (§ 1º, do art. 6º, da Lei n. 5.474/1968). Se a remessa ao sacado, para o aceite, ocorrer</p><p>por meio de intermediário, o sacado disporá de mais 10 dias para a remessa.</p><p>O comprador é obrigado a aceitar e o seu prazo é de 10 dias, salvo se a mercadoria</p><p>não estiver de acordo com o que determinam as normas de regência, nos termos dos</p><p>arts. 7º e 8º da Lei n. 5.474/1968.</p><p>O sacado pode reter a duplicata e devolver um comunicado dizendo que a aceitou.</p><p>Tal comunicado substitui o título para efeito de protesto e execução. (princípio da lite-</p><p>ralidade é mitigado).</p><p>A duplicata eletrônica ou os títulos eletrônicos têm sido bastante cobrados em provas.</p><p>A lei traz um procedimento prático que, devido à agilidade do mercado, é muito difícil</p><p>de ser realizado.</p><p>No dia a dia, todo o processo de apresentar prazo para apresentação, prazo para</p><p>devolução do título etc., foi suplantado por essa agilidade. O que faz o banco que des-</p><p>contou uma fatura? Ele envia um boleto para o comprador ou para o cliente que recebeu</p><p>o serviço com data de vencimento. Esse boleto equivale a uma duplicata (chamada de</p><p>duplicata escritural, duplicata eletrônica). Confia-se que a duplicata será paga.</p><p>Exemplo: um indivíduo faz matrícula numa faculdade no mês de janeiro. No contrato</p><p>(que equivale a uma prestação de serviço), ele assumiu pagar para a instituição educa-</p><p>cional, além daquela matrícula, mais cinco parcelas de mil reais, que vão vencer todo dia</p><p>10. A instituição educacional pode usar o banco apenas como um recebedor, mas, na</p><p>prática, não costuma acontecer.</p><p>O que acontece, então?</p><p>A faculdade vende o crédito dos seis meses para o banco; este deposita um valor</p><p>integral na conta da instituição. Cada boleto é uma fatura que será paga para a institui-</p><p>ção financeira, porque ela já antecipou o recebível para a instituição educacional.</p><p>Obs.: � se não é o próprio vendedor da mercadoria quem está enviando a duplicata para</p><p>aceite, mas sim a instituição bancária, há mais dez dias (totalizando quarenta)</p><p>para enviar. O título deveria ser, após confeccionado, remetido para o devedor no</p><p>prazo de trinta dias da data do negócio. Chegando para o comprador, ele tem até</p><p>dez dias para dar o aceite. Ele pode dar o aceite ou reter a duplicata e devolver</p><p>um comunicado dizendo que aceita. Dessa forma, o título fica abstrato.</p><p>15m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>COBRANÇA DA DUPLICATA (O ACEITE ORDINÁRIO</p><p>CONVERTE–A EM ABSTRATA)</p><p>Obs.: � �executa-se diretamente tanto a “aceita” quanto a “não aceita”, e a “não aceita”</p><p>deverá ser necessariamente protestada para poder ser cobrada.</p><p>ART. 18 DA LEI N. 14.301 DE 07/01/2022</p><p>O art. 15 da Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968, passa a vigorar com as seguintes</p><p>alterações:</p><p>Art. 15. II – b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e</p><p>do recebimento da mercadoria, permitida a sua comprovação por meio eletrônico;</p><p>§ 3º A comprovação por meio eletrônico de que trata a alínea b do inciso II do caput</p><p>deste artigo poderá ser disciplinada em ato do Poder Executivo federal.</p><p>Obs.: � o Poder Executivo, por meio de um decreto, estabelecerá como será feita a</p><p>certificação de entrega por meio eletrônico. Isso envolve a colaboração com uma</p><p>central que coordena cartórios em todo o país, criando um sistema eletrônico que</p><p>será alimentado por todos esses cartórios conveniados. O cartório se torna uma</p><p>autoridade certificadora da existência do título, do aceite, do pagamento etc. É</p><p>o Poder Executivo quem regulamenta como será feita, na prática, a certificação</p><p>por meio eletrônico.</p><p>Art. 15. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformi-</p><p>dade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o</p><p>Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar:</p><p>I – de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;</p><p>II – de</p><p>duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:</p><p>a) haja sido protestada;</p><p>20m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e do recebi-</p><p>mento da mercadoria, permitida a sua comprovação por meio eletrônico;</p><p>c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condi-</p><p>ções e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei.</p><p>§ 1º Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo</p><p>de execução referido neste artigo, quaisquer que sejam a forma e as condições</p><p>do protesto.</p><p>§ 2º Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou tripli-</p><p>cata não aceita e não devolvida, desde que haja sido protestada mediante indica-</p><p>ções do credor ou do apresentante do título, nos termos do art. 14, preenchidas as</p><p>condições do inciso II deste artigo.</p><p>§ 3º A comprovação por meio eletrônico de que trata a alínea b do inciso II do caput</p><p>deste artigo poderá ser disciplinada em ato do Poder Executivo federal.</p><p>Obs.: � em outras palavras, a duplicata poderá ser executada se foi aceita e se tornou</p><p>abstrata por conta disso, ou se não foi aceita, mas é possível comprovar a entrega</p><p>da mercadoria e protestá-la, não havendo escusas que possam eliminar o direito</p><p>de receber aquele título.</p><p>PRAZOS PRESCRICIONAIS</p><p>a) Em toda e qualquer ação contra o sacado e seus avalistas, o prazo é de 3 anos a</p><p>contar do vencimento.</p><p>b) Na ação contra o endossante, sacador e seus avalistas, o prazo é de 1 ano, a contar</p><p>do protesto.</p><p>c) Na ação do corresponsável que paga, contra os corresponsáveis de regresso, o</p><p>prazo é de 1 ano, também, contado do pagamento.</p><p>Esse prazo final, se for letra de câmbio ou nota promissória, é de seis meses. Os outros dois</p><p>prazos são idênticos para letra de câmbio e para nota promissória.</p><p>A SUSTAÇÃO DO PROTESTO</p><p>• Apresentação</p><p>• Notificação pelo tabelião</p><p>• Prazo de apontamento: 3 dias</p><p>• Protesto</p><p>• Certidão e inclusão em cadastros de proteção ao crédito</p><p>• Cancelamento: Pagamento ou decisão judicial</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Existe uma medida cautelar excepcional que proibirá o tabelião de protestar o título.</p><p>A situação do protesto ocorrerá quando o devedor for notificado pelo cartório do prazo</p><p>de apontamento para pagamento do título.</p><p>O protesto funciona da seguinte maneira: o título é apresentado pelo credor ao tabe-</p><p>lião e o credor informa que tentou receber do devedor e ele não pagou. Então, o tabelião</p><p>notifica o devedor e certifica a cobrança. Quando ele é certificado, ele terá na própria</p><p>notificação a determinação de que ele tem três dias para resolver a situação (chamado</p><p>prazo de apontamento).</p><p>Normalmente, um boleto é enviado para pagamento, com o valor da dívida corri-</p><p>gido e com os emolumentos. Esse devedor que está sendo notificado pode ir ao banco e</p><p>pagar o boleto. A obrigação estará quitada: o dinheiro entrará na conta do cartório; este</p><p>entregará ao representante o valor corrigido e reterá o valor dos seus emolumentos.</p><p>No entanto, se passarem três dias sem que o devedor apareça, então o tabelião pro-</p><p>move o protesto, ou seja, ele publica que chamou aquele sacado, notificou, deu o prazo</p><p>e ele não apareceu. Então ele publica a mora, certifica o protesto para o portador e per-</p><p>mite a inclusão em cadastro de proteção ao crédito e qualquer tipo de cadastro profis-</p><p>sional ao crédito, pelo fato de ele ter protestado. O cancelamento desse protesto ocor-</p><p>rerá pelo pagamento ou por decisão judicial.</p><p>A sustação tem que ser feita no prazo de apontamento. Durante o prazo de apontamento,</p><p>pode haver uma ordem judicial determinando a sustação do protesto. Nesse caso, o tabelião</p><p>deve obedecer à ordem e não realizar o protesto. No entanto, se o protesto já tiver sido</p><p>realizado, a sustação não é mais aplicável, pois o protesto já está efetivado.</p><p>DUPLICATA DE SERVIÇOS</p><p>O prazo de remessa da duplicata, do vendedor para o comprador, para aceite é de 30</p><p>dias (§ 1º, do art. 6º, da Lei n. 5.474/1968). Se a remessa ao sacado, para o aceite, ocorrer</p><p>por meio de intermediário, o sacado disporá de mais 10 dias para a remessa.</p><p>O comprador é obrigado a aceitar e o seu prazo é de 10 dias, salvo se a mercadoria</p><p>não estiver de acordo com o que determinam as normas de regência, nos termos dos</p><p>arts. 7º e 8º da Lei n. 5.474/1968.</p><p>O sacado pode reter a duplicata e devolver um comunicado dizendo que a aceitou.</p><p>Tal comunicado substitui o título para efeito de protesto e execução (princípio da litera-</p><p>lidade é mitigado).</p><p>25m</p><p>7www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Duplicata: Outras Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Art. 20. Poderão emitir, na forma prevista nesta Lei, fatura e duplicata:</p><p>(Lei n. 14.206/2021)</p><p>I – as empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis que se de-</p><p>diquem à prestação de serviços; e</p><p>II – o Transportador Autônomo de Cargas (TAC), de que trata o inciso I do caput do</p><p>art. 2º da Lei n. 11.442, de 5 de janeiro de 2007.</p><p>(Incluído pela Lei n. 14.206, de 2021)</p><p>§ 1º A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados.</p><p>§ 2º A soma a pagar em dinheiro corresponderá ao preço dos serviços</p><p>prestados.</p><p>§ 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as</p><p>adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata</p><p>de venda mercantil, constituindo documento hábil, para transcrição do instrumen-</p><p>to de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos servi-</p><p>ços e o vínculo contratual que a autorizou.</p><p>Art. 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por</p><p>motivo de:</p><p>I – não correspondência com os serviços efetivamente contratados;</p><p>II – vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente</p><p>comprovados;</p><p>III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.</p><p>As escusas de duplicata de prestação de serviços são diferentes, portanto, é importante</p><p>atentar para o artigo 21.</p><p>INFORMATIVO 767</p><p>Duplicata no contexto da falência.</p><p>A exigibilidade do protesto da duplicata mercantil para a instrução do processo de falên-</p><p>cia (i) não exige a realização do protesto especial para fins falimentares, bastando qualquer</p><p>das modalidades de protesto previstas na legislação de regência; (ii) torna-se suficiente a</p><p>triplicata protestada ou o protesto por indicações, desde que acompanhada da prova da</p><p>entrega da mercadoria, por cuidar-se de título causal; e (iii) é possível realizar diretamente o</p><p>protesto por falta de pagamento ou o protesto especial para fins falimentares.</p><p>Mais detalhes sobre duplicatas serão abordados na aula sobre títulos eletrônicos.</p><p>30m</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE DIVERSOS</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO – ESPÉCIES</p><p>Primeiramente, o professor destaca que a SELIC é uma taxa cobrada pelo Estado a</p><p>fim de cobrir o rombo causado pela sonegação fiscal no Brasil. Ao mesmo tempo, a SELIC</p><p>também funciona como uma espécie de remuneração para quem empresta dinheiro</p><p>ao Estado.</p><p>Ou seja, quando alguém adquire títulos públicos, o Estado o remunera com base na</p><p>SELIC. Por outro lado, quando alguém atrasa o pagamento dos impostos, o Estado cobra</p><p>dessa pessoa a SELIC.</p><p>É importante lembrar que o índice fixado da SELIC não cobre apenas correção mone-</p><p>tária, mas também juros embutidos.</p><p>CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT</p><p>Por exemplo: quando alguém planta e</p><p>colhe, geralmente busca vender a sua safra</p><p>logo em seguida. Entretanto, no mercado tradicional, pode ser que o produtor precise</p><p>aguardar uma melhora do mercado para vender a sua produção.</p><p>Ciente dessa dificuldade dos agricultores, o Estado regulamentou a situação dos</p><p>chamados armazéns gerais, que permitem a “mobilização jurídica dessas mercadorias</p><p>sem a sua mobilização física, agilizando e facilitando os negócios”, o que se torna possí-</p><p>vel por meio da emissão de títulos de crédito especiais. Assim, por força do que dispõe</p><p>o Decreto n. 1.102/1903, ensina Ricardo Negrão, “o armazém está autorizado a emitir,</p><p>a pedido do depositante, em vez de um simples recibo de depósito, dois outros docu-</p><p>mentos: o título representativo do contrato de depósito (denominado conhecimento de</p><p>depósito) e, outro, representativo do valor das mercadorias depositadas, destinado a</p><p>facilitar operações de crédito de seu portador (chamado warrant).</p><p>É importante lembrar que os armazéns gerais emitem o conhecimento de depósito,</p><p>que pode ser vendido a outras pessoas sem que exista a necessidade de transportar a</p><p>mercadoria que está armazenada. Ou seja, quem comprar esse conhecimento de depó-</p><p>sito passa a ser dono da mercadoria depositada.</p><p>Assim, com o conhecimento de depósito, permite-se a mobilidade jurídica da mer-</p><p>cadoria que foi depositada no armazém geral. Esse conhecimento de depósito pode</p><p>passar de mão em mão, sendo que o último portador que quiser retirar a mercadoria</p><p>pode fazer isso.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Além disso, o warrant permite que o titular da mercadoria negocie o seu valor, ante-</p><p>cipando o vencimento. Se o resgate não for feito até a data do vencimento, neste dia, o</p><p>titular do warrant pode executar o penhor para garantir o seu pagamento.</p><p>É importante destacar que a mercadoria só pode ser entregue para quem apresentar</p><p>o warrant, pois representa o penhor sobre a mercadoria. Se não for emitido o warrant,</p><p>mas apenas o conhecimento de depósito, o agricultor pode vender a mercadoria trans-</p><p>mitindo apenas esse conhecimento de depósito.</p><p>Nesse sentido:</p><p>• TÍTULO: Conhecimento de Depósito</p><p>• SIGNIFICADO: Representa o domínio</p><p>• FUNÇÃO: Disposição da propriedade</p><p>Quem possui o conhecimento de depósito mobiliza a venda dos produtos mantidos e</p><p>mobilizados no armazém geral.</p><p>• TÍTULO: Warrant</p><p>• SIGNIFICADO: Representa direito de penhor</p><p>• FUNÇÃO: Direito real de garantia</p><p>Mapa mental:</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Ou seja, o depositante (agricultor) entrega as mercadorias para o representante do</p><p>armazém geral. Nesse momento, pode pegar apenas o recibo ou, pelo contrato de depó-</p><p>sito que faz, pedir para o armazém geral emitir outros títulos.</p><p>Se for emitido apenas o conhecimento de depósito, há nele uma descrição das mer-</p><p>cadorias. Assim, ao vender esse conhecimento de depósito, quem o comprar passa a ter</p><p>direito sobre essas mercadorias.</p><p>Já se for emitido o warrant, esse título representa penhor sobre as mercadorias.</p><p>Assim, se não houver consignação ou quitação do warrant, serão realizados o protesto e</p><p>o leilão extrajudicial dos bens para executar o penhor sobre as mercadorias. Já se houver</p><p>a consignação ou quitação, o portador do conhecimento poderá requerer a entrega das</p><p>mercadorias.</p><p>Assim, se o produto da arrematação for suficiente para cobrir o warrant, ele será</p><p>dado como quitado e a mercadoria pode ser retirada integralmente. Já se o valor não</p><p>for suficiente, além de receber o valor do leilão, o proprietário do warrant pode cobrar a</p><p>diferença do agricultor.</p><p>Em suma:</p><p>• Foi emitido apenas o recibo: a mercadoria fica guardada no armazém geral e pode</p><p>ser retirada na medida em que o proprietário fizer a venda dessa mercadoria;</p><p>• Foi emitido apenas o conhecimento de depósito: o armazém geral irá entregar a</p><p>mercadoria para quem apresentar esse documento;</p><p>• Também foi emitido o warrant: o armazém geral somente entregará a mercadoria</p><p>para quem apresentar tanto o conhecimento de depósito quanto o warrant ou para</p><p>quem apresentar o conhecimento de depósito e consignar o valor devido para a qui-</p><p>tação do warrant.</p><p>TÍTULOS PÚBLICOS</p><p>Assim como uma sociedade empresária necessita de capital de giro para satisfa-</p><p>ção de suas despesas operacionais ou correntes, bem como para cumprir suas metas</p><p>de investimento, o que pressupõe o planejamento e a elaboração de um orçamento, as</p><p>entidades da Federação (União, Estados, DF e Municípios) também necessitam contabi-</p><p>lizar e prever suas despesas e, logicamente, as receitas que irão possibilitar a satisfação</p><p>de tais despesas.</p><p>É importante lembrar que para financiar as despesas do Estado que não são cober-</p><p>tas pelo tributo, o Estado pode emitir títulos e vendê-los no mercado.</p><p>15m</p><p>20m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>A dívida pública envolve justamente esses títulos que o Estado emite e vende no</p><p>mercado. Assim, quem compra esses títulos está justamente emprestando dinheiro ao</p><p>Estado. Normalmente, o Estado oferece como remuneração a quem compra esses títu-</p><p>los a taxa SELIC e alguma outra vantagem.</p><p>A taxa SELIC acaba estabelecendo uma espécie de juros máximos que devem ser</p><p>seguidos pelas instituições bancárias.</p><p>Títulos de Crédito – Espécies</p><p>A imagem acima esquematiza as receitas públicas previstas no art. 11 da Lei n.</p><p>4.320/1964. Nesse sentido, as receitas se dividem em:</p><p>Correntes:</p><p>• Tributária</p><p>• Patrimonial</p><p>• Individual</p><p>• Diversas</p><p>De capital:</p><p>• Alienação de bens móveis e imóveis</p><p>• Amortização de empréstimos concedidos</p><p>• Transferência de capital e outras</p><p>• Operações de crédito</p><p>É possível que a receita seja inferior à despesa do Estado. Quando isso acontece, o</p><p>Estado busca dinheiro no mercado por meio da emissão de títulos públicos.</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O esquema acima traz as características dos títulos públicos, que são:</p><p>• Emissão pelos entes federativos</p><p>• Financiam o déficit público</p><p>• Instrumentos de política monetária</p><p>• Escriturais</p><p>• Possuem um sistema especial de liquidação e custódia – SELIC</p><p>• Ativos de renda fixa</p><p>• Liquidez garantia pelo Tesouro Nacional</p><p>SÚMULAS DO STJ SOBRE TÍTULOS DE CRÉDITO</p><p>Súmula 26: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também res-</p><p>ponde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.</p><p>Súmula 60: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vincu-</p><p>lado ao mutuante, no exclusivo interesse deste.</p><p>Súmula 93: A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite</p><p>o pacto de capitalização de juros.</p><p>Súmula 248: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas pro-</p><p>testada, é título hábil para instruir pedido de falência.</p><p>Súmula 258: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não</p><p>goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.</p><p>Súmula 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.</p><p>Súmula 361: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa</p><p>devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu.</p><p>25m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito em Espécie Diversos</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Súmula 370: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque</p><p>pré-datado.</p><p>Súmula 388: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.</p><p>Súmula 475: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário</p><p>que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou</p><p>intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.</p><p>Súmula 476: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde</p><p>por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.</p><p>Súmula 503: O prazo</p><p>para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de</p><p>cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão</p><p>estampada na cártula.</p><p>Súmula 504: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de</p><p>nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao venci-</p><p>mento do título.</p><p>Súmula 531: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emi-</p><p>tente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.</p><p>30m</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor EDILSON ENEDINO.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos - Duplicata Escritural</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS ELETRÔNICOS - DUPLICATA ESCRITURAL</p><p>Há alguns anos, a duplicata foi substituída pelo boleto, que funciona como uma noti-</p><p>ficação de débito do devedor.</p><p>A respeito da duplicata escritural (eletrônica), a duplicata de que trata a Lei n. 5.474,</p><p>de 1968, pode ser emitida sob a forma escritural, para circulação como efeito comer-</p><p>cial, observadas as disposições desta Lei. Aqui, o pagamento, a exigibilidade e a cobrança</p><p>passarão pela realidade de uma compra e venda de uma prestação de serviço a prazo.</p><p>Havendo a emissão de uma duplicata, o boleto é enviado ao comprador. Para validar</p><p>essa cobrança, o comprador pode dar um aceite eletrônico. Ao realizar o pagamento, o</p><p>sistema deve dar baixa na cobrança. Caso contrário, a comprovação do aceite permite ao</p><p>portador do título executá-la, equivalendo à certidão de protesto.</p><p>A Lei n. 13.775, de 20 de dezembro de 2018, dispõe sobre a emissão de duplicata sob</p><p>a forma escritural. A leitura do código de barras de um boleto permite a realização do</p><p>pagamento, de forma rápida e prática.</p><p>O STJ entende que quem fosse cobrar o título eletrônico, deveria, para utilizar a</p><p>demanda, imprimir uma cópia física com os dados do documento eletrônico, para seguir</p><p>a petição inicial. Atualmente, o PJe permite que todo um processo corra sem nenhum</p><p>documento físico, apenas em meio virtual.</p><p>A emissão de duplicata sob a forma escritural far-se-á mediante lançamento em</p><p>sistema eletrônico de escrituração gerido por quaisquer das entidades que exerçam a</p><p>atividade de escrituração de duplicatas escriturais (atualmente, os cartórios).</p><p>As entidades de escrituração deverão ser autorizadas por órgão ou entidade da admi-</p><p>nistração federal direta ou indireta a exercer a atividade de escrituração de duplicatas.</p><p>No caso da escrituração feita por Central Nacional de Registro de Títulos e Documen-</p><p>tos, após autorizada a exercer a atividade, a referida escrituração caberá ao oficial de</p><p>registro do domicílio do emissor da duplicata.</p><p>A Central Nacional de Registro de Títulos e Documentos é formada por cartórios, que</p><p>organizarão e bancarão esse órgão, possuindo todos os tipos de documentos e duplica-</p><p>tas escriturais.</p><p>Se o oficial de registro não estiver integrado ao sistema central, a competência será</p><p>transferida para a Capital da respectiva entidade federativa. Logo, se o cartório não</p><p>estiver ligado à Central Nacional de Registro de Títulos e Documentos, o sacador deverá</p><p>receber o pagamento na capital da unidade da federação em que o título foi emitido.</p><p>Deverá ocorrer no sistema eletrônico de escrituração, no mínimo, os seguin-</p><p>tes aspectos:</p><p>I – Apresentação, aceite, devolução e formalização da prova do pagamento;</p><p>II – Controle e transferência da titularidade (endosso virtual);</p><p>5m</p><p>10m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos - Duplicata Escritural</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>III – Prática de atos cambiais sob a forma escritural, tais como endosso e aval;</p><p>IV – Inclusão de indicações, informações ou de declarações referentes à operação</p><p>com base na qual a duplicata foi emitida ou ao próprio título; e</p><p>V – Inclusão de informações a respeito de ônus e gravames (penhora, por exemplo),</p><p>constituídos sobre as duplicatas.</p><p>O gestor do sistema eletrônico de escrituração deverá realizar as comunicações dos</p><p>atos ao devedor e aos demais interessados, devendo a apresentação ser feita pelo pró-</p><p>prio sistema, notificando o sacado.</p><p>O órgão ou entidade da administração federal autoriza as entidades escrituradoras e</p><p>poderá definir a forma e os procedimentos que deverão ser observados para a realização</p><p>das comunicações (e-mail, redes sociais, endereço residencial, dentre outros).</p><p>O sistema eletrônico de escrituração disporá de mecanismos que permitam ao saca-</p><p>dor e ao sacado comprovarem, por quaisquer meios de prova admitidos em direito, a</p><p>entrega e o recebimento das mercadorias ou a prestação do serviço, devendo a apresen-</p><p>tação das provas ser efetuada em meio eletrônico.</p><p>Os endossantes e avalistas indicados pelo apresentante ou credor como garantido-</p><p>res do cumprimento da obrigação constarão como tal dos extratos do registro eletrô-</p><p>nico da duplicata. Ao consultar a duplicada por meio do gestor do sistema, essa consulta</p><p>apresentará data de emissão, valor, sacado, objeto, endosso, garantidores e avalistas,</p><p>dentre outras informações, para efeitos de preservação de direitos.</p><p>Constituirá prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata emitida sob a forma</p><p>escritural a liquidação do pagamento em favor do legítimo credor, utilizando-se qual-</p><p>quer meio de pagamento existente no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro.</p><p>Logo, é prova de quitação integral de um título, por exemplo, a realização de uma tran-</p><p>sação PIX (Pagamento Instantâneo) para a conta do sacador, do exato valor da duplicata.</p><p>A prova de pagamento deverá ser informada no sistema eletrônico de escrituração,</p><p>com referência expressa à duplicata amortizada ou liquidada.</p><p>Os gestores dos sistemas eletrônicos de escrituração ou os depositários centrais, na</p><p>hipótese de a duplicata emitida sob a forma escritural ter sido depositada de acordo</p><p>com a Lei, expedirão, a pedido de qualquer solicitante, extrato do registro eletrônico da</p><p>duplicata. Deverão constar do extrato expedido, no mínimo:</p><p>I – A data da emissão e as informações referentes ao sistema eletrônico de escritu-</p><p>ração no âmbito do qual a duplicata foi emitida;</p><p>II – Os elementos necessários à identificação da duplicata;</p><p>III – A cláusula de inegociabilidade (se houver); e</p><p>IV – As informações acerca dos ônus e gravames (se houver).</p><p>O extrato pode ser emitido em forma eletrônica, observados requisitos de segurança</p><p>que garantam a autenticidade do documento.</p><p>15m</p><p>20m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos - Duplicata Escritural</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>O sistema eletrônico de escrituração deverá manter em seus arquivos cópia eletrô-</p><p>nica dos extratos emitidos, para evitar manipulação de informações. Será gratuita a</p><p>qualquer solicitante a informação, prestada por meio da rede mundial de computado-</p><p>res, de inadimplementos registrados em relação a determinado devedor.</p><p>A duplicata emitida sob a forma escritural e o extrato são títulos executivos extra-</p><p>judiciais, devendo-se observar, para sua cobrança judicial, o disposto no Art. 15 da Lei n.</p><p>5.474, de 18 de julho de 1968.</p><p>Para fins de protesto, a praça de pagamento das duplicatas escriturais deverá coin-</p><p>cidir com o domicílio do devedor, segundo a regra geral do § 1º do Art. 75 e do Art. 327</p><p>do Código Civil, salvo convenção expressa entre as partes que demonstre a concordância</p><p>inequívoca do devedor.</p><p>A duplicata escritural é aquela emitida por meio eletrônico, sendo cobrada mediante</p><p>boleto bancário. Uma vez paga, o banco dá baixa no sistema e entrega a fita magnética</p><p>ao sacado.</p><p>Em caso de inadimplemento, entretanto, a jurisprudência oscilava no que dizia res-</p><p>peito ao cabimento de execução, diante da alegada ausência de cartularidade do título,</p><p>ou seja,</p><p>da necessidade da expedição de um documento, palpável, que, em regra, serviria</p><p>para instrumentalizar eventual execução.</p><p>Para alguns, em vez da execução, caberia antes ação de cobrança. Isso significava</p><p>negar à duplicata escritural ou “virtual” a natureza de título executivo.</p><p>Porém, uma interpretação lógico-sistemática da Lei de Duplicatas com o Código Civil</p><p>(que prevê a possibilidade de emissão de títulos por meio eletrônico) permitia a relativi-</p><p>zação do referido princípio da cartularidade, especificamente em relação à emissão de</p><p>duplicata virtual.</p><p>25m</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos: Duplicatas e Protesto</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS ELETRÔNICOS – DUPLICATAS E PROTESTO</p><p>Atualmente, mais da metade das operações bancárias de pagamento são realizadas</p><p>eletronicamente, sem qualquer contato com documento físico.</p><p>O Art. 8º da Lei n. 9.492, de 1997, também conhecida como Lei de Protesto, teve sua</p><p>redação alterada para regular o protesto de títulos escriturais. Eis as novas redações:</p><p>§ 2º Os títulos e documentos de dívida mantidos sob a forma escritural nos siste-</p><p>mas eletrônicos de escrituração ou nos depósitos centralizados de que trata a Lei n.</p><p>12.810, de 2013, poderão ser recepcionados para protesto por extrato, desde que</p><p>atestado por seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o</p><p>que consta na origem.</p><p>De acordo com o Art. 22 da Lei n. 12.810, de 2013, compete ao Banco Central do Brasil e à</p><p>Comissão de Valores Mobiliários, no âmbito das respectivas competências, autorizar e super-</p><p>visionar o exercício da atividade de depósito centralizado de ativos financeiros e de valores</p><p>mobiliários; e estabelecer as condições para o exercício da atividade prevista no inciso I.</p><p>A política monetária do país e de circulação de moeda nacional está centralizada</p><p>no Banco Central do Brasil. Quando se diz respeito à bolsa de valores, a gestão é feita</p><p>pela Comissão de Valores Mobiliários. Ambos são responsáveis pela gestão monetária e</p><p>financeira nacional.</p><p>Nesse ínterim, o Art. 41-A da Lei n. 9.492, de 1997, foi criado com a seguinte redação:</p><p>Art. 41-A. Os tabeliães de protesto manterão, em âmbito nacional, uma central na-</p><p>cional de serviços eletrônicos compartilhados que prestará, ao menos, os seguintes</p><p>serviços:</p><p>I. Escrituração e emissão de duplicata sob a forma escritural, observado o disposto</p><p>na legislação específica, inclusive quanto ao requisito de autorização prévia para o</p><p>exercício da atividade de escrituração pelo órgão supervisor e aos demais requisitos</p><p>previstos na regulamentação por ele editada;</p><p>II. Recepção e distribuição de títulos e documentos de dívida para protesto, desde</p><p>que escriturais;</p><p>III. Consulta gratuita quanto a devedores inadimplentes e aos protestos realizados,</p><p>aos dados desses protestos e dos tabelionatos aos quais foram distribuídos, ainda</p><p>que os respectivos títulos e documentos de dívida não sejam escriturais;</p><p>IV. Confirmação da autenticidade dos instrumentos de protesto em meio eletrônico; e</p><p>V. Anuência eletrônica para o cancelamento de protestos.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos: Duplicatas e Protesto</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Ao se protestar um título, o apresentante o leva ao tabelião, que notificará o deve-</p><p>dor e, nessa notificação, enviará um boleto ao devedor para pagamento, com prazo de 3</p><p>dias para resolução. Havendo o pagamento, o cartório repassa o valor ao apresentante,</p><p>descontados seus emolumentos, e dará a quitação ao devedor.</p><p>Não havendo pagamento no prazo estipulado pelo tabelião, certifica-se o protesto.</p><p>Para que seja cancelado esse protesto, nessa fase, o devedor deverá provar o pagamento</p><p>e apresentar a anuência do credor, com a baixa do protesto. Vale ressaltar que o sistema</p><p>deve permitir que essa anuência seja dada eletronicamente.</p><p>A partir da implementação da central, os tabelionatos de protesto disponibilizarão</p><p>ao poder público, por meio eletrônico e sem ônus, o acesso às informações constantes</p><p>dos seus bancos de dados. Cabe ao Estado, também, acompanhar diuturnamente os</p><p>cadastros de devedores, até para efeitos estatísticos.</p><p>É obrigatória a adesão imediata de todos os tabeliães de protesto do País ou respon-</p><p>sáveis pelo expediente à central nacional de serviços eletrônicos compartilhados, sob</p><p>pena de responsabilização disciplinar. Os lançamentos no sistema eletrônico substituem</p><p>o Livro de Registro de Duplicatas, visto que o sistema armazenará todas as informações</p><p>das duplicatas emitidas.</p><p>São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que vedam, limitam ou oneram, de</p><p>forma direta ou indireta, a emissão ou a circulação de duplicatas emitidas sob a forma</p><p>cartular ou escritural.</p><p>A Lei dispõe, portanto, que quando uma pessoa faz um negócio a prazo (compra e</p><p>venda), ou uma prestação de serviços, enquanto credora, ela poderá emitir uma dupli-</p><p>cata, tanto na forma física (cartular) ou escritural (eletrônica), para antecipação dos</p><p>recebíveis. Esse contrato, no entanto, não poderá restringir, limitar, onerar ou vedar a</p><p>emissão de duplicatas.</p><p>O órgão ou entidade da administração federal poderá regulamentar o disposto na</p><p>Lei, inclusive quanto à forma e à periodicidade do compartilhamento de registros, à fis-</p><p>calização da atividade de escrituração de duplicatas escriturais, aos requisitos de fun-</p><p>cionamento do sistema eletrônico de escrituração e às condições de emissão, de nego-</p><p>ciação, de liquidação e de escrituração da duplicata emitida sob a forma escritural.</p><p>Atualmente, tanto o Banco Central do Brasil (BaCen) quanto a Comissão de Valores</p><p>Mobiliários (CVM) poderão regulamentar detalhadamente e adequar ao mercado.</p><p>Em caso de descumprimento dos termos da Lei ou da sua regulamentação, serão</p><p>aplicáveis as disposições da Lei n. 13.506, de 2017 (infrações, penalidades, medidas</p><p>coercitivas e meios alternativos de solução de controvérsias aplicáveis às instituições</p><p>financeiras), pelo órgão ou entidade da administração federal (órgão ou entidade da</p><p>administração federal que autoriza as entidades escrituradoras – BaCen).</p><p>10m</p><p>15m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos: Duplicatas e Protesto</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Às duplicatas escriturais são aplicáveis, de forma subsidiária, as disposições da Lei n.</p><p>5.474, de 1968. Vale lembrar que, quando uma lei é aplicada subsidiariamente, aplica-se</p><p>somente o que for compatível. Nesse sentido, no que for divergente, prevalece a letra</p><p>da legislação aplicável.</p><p>A apresentação da duplicata escritural será efetuada por meio eletrônico, obser-</p><p>vados os prazos determinados pelo órgão ou entidade da administração federal ou, na</p><p>ausência dessa determinação, o prazo de 2 (dois) dias úteis contados de sua emissão.</p><p>Aqui, há uma importante diferença entre as duas legislações: enquanto a Lei n.</p><p>13.506/2017 determina o prazo de 2 (dois) dias úteis para apresentação da duplicata</p><p>escritural, a Lei n. 5.474/1968 prevê o prazo de 30 dias, podendo estender-se por mais</p><p>10 dias, se for feito por intermediário, uma vez registrado no sistema eletrônico.</p><p>Conforme Art. 8º, o comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:</p><p>I. Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entre-</p><p>gues por sua conta e risco;</p><p>II. Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, de-</p><p>vidamente comprovados;</p><p>III. Divergência nos prazos ou nos preços ajustados.</p><p>O devedor poderá, por meio eletrônico, recusar (no prazo de 10 dias), no prazo, nas</p><p>condições e pelos motivos previstos nos Arts. 7º e 8º da Lei n. 5.474, de 1968, a duplicata</p><p>escritural apresentada</p><p>ou, no mesmo prazo acrescido de sua metade, aceitá-la (prazo</p><p>de 15 dias).</p><p>Art. 7º. A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao</p><p>apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresenta-</p><p>ção, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as</p><p>razões da falta do aceite.</p><p>§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado</p><p>poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde que comuni-</p><p>que, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.</p><p>§ 2º A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário,</p><p>no ato do protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se refere.</p><p>A referida lei trouxe mais segurança e agilidade para as operações representadas por</p><p>duplicata eletrônica, positivando a possibilidade de feitura de atos cambiais em meio</p><p>virtual (a exemplo do aceite, endosso e aval, Art. 4º, Incisos I e III).</p><p>O título eletrônico, atualmente, não será apenas exigido pela instituição financeira, e</p><p>guardado com as informações de sua emissão.</p><p>20m</p><p>25m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos Eletrônicos: Duplicatas e Protesto</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Emitido o boleto pelo sistema da entidade sacadora, o registro fica guardado em</p><p>meio eletrônico, ficando o sacado ciente das mudanças de titularidade do título.</p><p>O pagamento por “boleto” do título insere-se como um dos mecanismos disponibili-</p><p>zados pelo Sistema de Pagamentos Brasileiro (Art. 5º, parágrafo único).</p><p>�� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO AUTONOMIA ABSTRAÇÃO</p><p>E INDEPENDÊNCIA</p><p>O princípio mais importante dos direitos cambiários ou do título de crédito é a auto-</p><p>nomia. Este é um documento distinto de todos os outros documentos existentes no</p><p>ordenamento jurídico do país, especialmente as obrigações. Uma coisa é a obrigação que</p><p>foi gerada para uma pessoa, o dever de pagar; outra coisa é o documento em que essa</p><p>obrigação foi lançada.</p><p>Se o documento em que a obrigação foi lançada é um título de crédito, afirma-se que</p><p>aquilo que está no título será cumprido, independentemente do que aconteceu com a</p><p>obrigação. A lei permite que esse título circule como se fosse dinheiro, acreditando-se</p><p>que o sujeito que o assinou ao receber a apresentação do título irá cumprir/pagar o que</p><p>colocou no título.</p><p>Essa autonomia transforma o “pedaço de papel” que, em tese, estaria apenas repre-</p><p>sentando uma obrigação, para um papel que incorpora a obrigação quando transferido</p><p>para terceiro. Esse é o conceito de título de crédito, documento necessário ao exercício</p><p>do direito literal e autônomo.</p><p>Cada relação jurídica no título de crédito obriga por si. Essa autonomia se desdobra</p><p>em independência e abstração.</p><p>CARACTERÍSTICAS CAMBIÁRIAS</p><p>• Cartularidade</p><p>• Autonomia</p><p>• Literalidade</p><p>• Independência</p><p>• Formalismo</p><p>• Abstração</p><p>Exemplo</p><p>Na compra de um produto específico, “A” se compromete a pagar um valor determi-</p><p>nado (R$ 2.000,00), e “B” se compromete a entregar o produto, um armário. Esta é uma</p><p>relação jurídica obrigacional (Relação Jurídica 1). O direito civil é utilizado para regu-</p><p>lar essa relação jurídica. Qualquer vício no produto, ausência de entrega, qualidade do</p><p>material empregado, prazo estourado, será resolvido do ponto de vista obrigacional.</p><p>O devedor pode, em combinação com o credor, transportar essa obrigação de pagar</p><p>do mundo dos fatos para o mundo jurídico, colocando essa obrigação em um título de</p><p>crédito – “A” emite um cheque.</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Quando “A” ordena o pagamento para “B”, surge uma relação jurídica que não é igual à</p><p>original (Relação Jurídica 2). “B” pode solicitar que “A” antecipe um valor para a compra</p><p>de material. “A” emite um cheque para essa obrigação de pagar os R$ 2.000,00, Quando</p><p>“A” ordena ao banco o pagamento de R$ 2.000,00, está assumindo o pagamento dessa</p><p>dívida com o dinheiro que tem no banco para “B” (ou para quem “B” indicar).</p><p>A negociabilidade faz do título de crédito um documento que pode ser transferido</p><p>para terceiros. Se “A” não quiser que o cheque circule como título de crédito, deve colo-</p><p>car “não à ordem”. A relação jurídica estabelecida nesse caso é a relação cambiária. Não</p><p>se paga o cheque pelo armário, se paga o cheque pelo cheque.</p><p>Suponha que “A” tenha colocado um avalista (Relação Jurídica 3). “B”, além de ter a</p><p>Relação Jurídica 2 para cobrar de “A”, também poderá cobrar do avalista de “A”, podendo</p><p>acionar outra relação jurídica (Relação Jurídica 4).</p><p>Se “B” endossar para “C”, surge a Relação Jurídica 5. “B”, como endossante, se coo-</p><p>briga pelo pagamento. É importante ressaltar que “C” recebe o título não para cobrar de</p><p>“B”, mas para cobrar de “A” (Relação Jurídica 6).</p><p>Quando “A” possui um avalista, “C” também pode fazer uso deste (Relação Jurídica</p><p>7). Se uma das relações for acionada, é como se no título só existissem as duas partes</p><p>envolvidas, quem está acionando e quem está sendo acionado, resolvendo entre eles. Por</p><p>exemplo, se “C” assumir a Relação Jurídica 5 e o título não for pago, “C” irá cobrar de “B”.</p><p>Se houver o retorno do título sem fundos, “C” pode cobrar diretamente de quem</p><p>endossou para ele. Idealmente, “C” deveria cobrar a Relação Jurídica 6. Se ele cobrar do</p><p>emitente, a cobrança termina, ninguém mais cobra de ninguém.</p><p>A autonomia deve ser associada à possibilidade de existência de coobrigados na rela-</p><p>ção cambial, de forma que cada relação possui independência. Portanto, cada relação</p><p>jurídica estabelecida no título vincula – obriga – por si mesma.</p><p>Quando alguém é acionado no título, não pode ordenar que outro seja acionado pri-</p><p>meiro. É por isso que o avalista não tem benefício de ordem. Quando o credor se volta</p><p>contra o avalista, ele está usando a relação jurídica autônoma que ele tem contra o ava-</p><p>lista. O avalista paga e pode usar outra relação autônoma contra quem ele quiser. Isso é</p><p>autonomia. É reconhecer que cada relação aqui obriga por si.</p><p>10m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>ILUSTRANDO A AUTONOMIA</p><p>A B</p><p>R$2.000,00 (60d)</p><p>Obrigacional</p><p>Dir. Civil</p><p>R. J</p><p>R.</p><p>J</p><p>2</p><p>R. J 3</p><p>R. J 5</p><p>R. J 6</p><p>R</p><p>. J</p><p>4</p><p>R</p><p>. J</p><p>7</p><p>50d</p><p>Cheque 2.000,00</p><p>Pague dois mil reais a “B”</p><p>BANCO Y “A”</p><p>e</p><p>C</p><p>AV</p><p>ou à sua ordem.</p><p>Local, data</p><p>NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE</p><p>O mapa mental apresentado descreve uma situação semelhante à do armário: Tício</p><p>deve a Mélvio R$ 1.000,00 e emite uma nota promissória. Vale ressaltar que a nota pro-</p><p>missória é nominativa, ou seja, deve conter o nome do beneficiário desde o início. Além</p><p>disso, Tosco aparece assinando como avalista. Cada pessoa que chega ao título estabe-</p><p>lece uma relação jurídica autônoma com cada uma das pessoas que já estão ali.</p><p>A questão surge quando o título chega a um terceiro, no exemplo, quando o título</p><p>chega a Benê. Benê não é o sujeito da relação originária e não sabe o que aconteceu entre</p><p>Tício e Mélvio para saber qual é a obrigação. Isso ilustra a autonomia e a independência</p><p>das relações jurídicas em um título de crédito.</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE</p><p>Tício deve a Mélvio R$1.000,00</p><p>EXTINÇÃO</p><p>EMITENTE AVALIADO</p><p>Tício</p><p>BENEFICIÁRIO</p><p>Título</p><p>Pagamento</p><p>Relação Relação</p><p>Relação</p><p>Relação</p><p>Relação</p><p>AVALISTA</p><p>Mélvio</p><p>AGUARDA-SE O BENEFICIÁRIO</p><p>VENCIMENTO ENDOSSANTEcirculou?</p><p>regular</p><p>Jurídica 1</p><p>NÃO SIM</p><p>NÃOSIM</p><p>Jurídica 2</p><p>Jurídica 3</p><p>Jurídica 4</p><p>Jurídica 5</p><p>Tosco</p><p>Fluxo 2</p><p>Fluxo 1</p><p>Título de crédito R$1.000,00</p><p>Pagarei por este título, em 25/07/2014, o valor de um mil reais</p><p>a Mélvio, ou a sua ordem.</p><p>Brasília, 21 de abril de 2014</p><p>Tosco - Avaliador</p><p>Tício - Emitente</p><p>ENDOSSATÁRIOAJUIZA-SE</p><p>BeneEXECUSSÃO</p><p>ILUSTRANDO O TERCEIRO DE BOA–FÉ</p><p>Retomando o exemplo inicial, “A” não pode alegar que não recebeu o armário de “B”</p><p>para não pagar o título para “C”, pois “C” está cobrando o título pelo título, e não pelo</p><p>preço do armário. Existem algumas hipóteses em que o terceiro, “C”, poderia ter contra</p><p>si alegadas as exceções que “A” tem contra “B”. São elas:</p><p>15m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>• Se o terceiro participou do negócio de origem: se “C”, junto com “B”, negociou a</p><p>confecção do armário, ou se presenciou, foi testemunha ou auxiliar de “B”. Nesse</p><p>caso, “C” sabe que o armário não foi entregue, portanto, não é um terceiro de boa-fé.</p><p>• Se o terceiro tem conhecimento dos vícios dos negócios: se “C” é quem entrega os</p><p>armários de “B” e não fez a entrega, ele está executando mesmo ciente disso.</p><p>• Se o terceiro devia ter conhecimento dos vícios: “C” não sabe se entregou ou não</p><p>entregou, mas deveria saber, porque é quem cuida do estoque de “B”.</p><p>• Se o título estiver ligado ao negócio de origem: se o título já for vinculado, como</p><p>é o caso da duplicata. Quem paga uma duplicata está pagando a compra e venda da</p><p>prata, está pagando valor da mercadoria.</p><p>Em princípio, não se pode alegar exceções pessoais contra “C”. No entanto, a legis-</p><p>lação permite alegar essas exceções em certas situações. A regra é: o título obriga pelo</p><p>que dele consta, e o emitente do título não pode alegar contra terceiros exceções que</p><p>ele tenha dado na relação causal ou na relação que ele tem</p><p>com o beneficiário dele. Se</p><p>colocou a obrigação do título, é preciso pagar e depois ir buscar o outro que prejudicou.</p><p>20m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>EXCEÇÕES À INOPONIBILIDADE</p><p>• Endosso com efeito de cessão civil de crédito: ocorre quando o título é “não à</p><p>ordem” e quando há endosso póstumo ou tardio (feito após o protesto ou após o</p><p>vencimento do prazo para protesto).</p><p>Obs.: � A cláusula “não à ordem” implica que “A” só pagará o título pelo título para “B”. “B”</p><p>só terá crédito se cumprir com sua parte na origem. Quando “A” coloca a cláusula</p><p>“não à ordem”, isso não impede que o título circule, mas será uma transferência</p><p>por cessão civil de crédito.</p><p>• Títulos causais, como a duplicata: só são pagos porque houve uma compra e venda</p><p>a prazo ou uma prestação de serviço a prazo. O pagamento é pelo produto ou pelo</p><p>serviço. Se não houver prova da entrega do produto ou do serviço, o sacado da dupli-</p><p>cata não é obrigado a pagar.</p><p>• Para a habilitação na falência: quem vai habilitar na falência tem que provar a</p><p>origem do título. Isso é para evitar que o falido emita títulos frios e garanta o rece-</p><p>bimento mais adiante.</p><p>• Título de crédito vinculado a um contrato: o Superior Tribunal de Justiça (STJ)</p><p>afirma que, quando está vinculado a um contrato de mútuo, o avalista responde</p><p>pelas obrigações do crédito originário. O STJ também afirma que uma nota promis-</p><p>sória vinculada a cada abertura de crédito em conta corrente não goza de autono-</p><p>mia e liquidez do título que a originou.</p><p>25m</p><p>7www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Neste exemplo de jurisprudência, uma nota promissória está vinculada a um con-</p><p>trato de cheque especial, que é um contrato de abertura de crédito em conta corrente.</p><p>Se o titular da conta for uma pessoa natural, trata-se de uma conta garantida; se for</p><p>uma pessoa jurídica, é uma linha de crédito em conta corrente.</p><p>Se essa nota promissória está vinculada ao contrato de abertura de crédito, o Supe-</p><p>rior Tribunal de Justiça (STJ) afirma que ela não tem autonomia devido à liquidez do</p><p>título que a originou. Essa nota promissória é emitida em branco para ser utilizada</p><p>quando há inadimplência. O banco calcula o saldo devedor, emite uma nota promissória</p><p>e procede à execução dessas notas.</p><p>No entanto, essa forma não tem liquidez porque o cálculo é produzido naturalmente</p><p>pelo banco. Por isso, essa nota promissória pode alegar exceção, ou seja, o devedor dela</p><p>pode alegar essa exceção com base na relação causal. Isso significa que o devedor pode</p><p>argumentar que a obrigação original, que deu origem à nota promissória, não foi cum-</p><p>prida, e, portanto, ele não é obrigado a pagar a nota promissória.</p><p>• Vícios de nulidade ou inexistência: se o título tem esses vícios, ele nem entra no</p><p>mundo jurídico.</p><p>• Título prescrito: também é possível discutir sua origem.</p><p>HIPÓTESE DE MITIGAÇÃO NO CDC</p><p>O artigo 1º da Lei n. 14.181/2021 alterou a Lei n. 8.078/1990 (Lei do Superindivida-</p><p>mento) – Hipótese de mitigação no CDC.</p><p>Art. 54-F do CDC. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o</p><p>contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessó-</p><p>rios de crédito que lhe garantam o financiamento quando o fornecedor de crédito:</p><p>I – recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a preparação ou</p><p>a conclusão do contrato de crédito;</p><p>II – oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de produto</p><p>ou serviço financiado ou onde o contrato principal for celebrado.</p><p>§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas neste Código,</p><p>no contrato principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno direito</p><p>do contrato que lhe seja conexo.</p><p>§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecução de</p><p>qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de produto ou serviço, o consu-</p><p>midor poderá requerer a rescisão do contrato não cumprido contra o fornecedor</p><p>do crédito.</p><p>§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consumidor:</p><p>I – contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou</p><p>serviço a prazo;</p><p>8www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>(…)</p><p>§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno direito, a</p><p>do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste artigo, res-</p><p>salvado ao fornecedor do crédito o direito de obter do fornecedor do produto ou</p><p>serviço a devolução dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos.</p><p>A causa no título</p><p>Nos casos de abstração e independência, o título chega à mão do terceiro, e este exe-</p><p>cuta o título pelo título, independentemente da relação original que deu origem ao título.</p><p>A abstração, termo utilizado por Rubens Requião, refere-se ao fato de que, quando</p><p>o título circula, ele passa a ter tudo que é necessário para fazer valer o que dele consta.</p><p>Ou seja, o título se torna um documento autônomo que obriga por si mesmo, indepen-</p><p>dentemente das circunstâncias que deram origem a ele.</p><p>O professor Waldirio Bugarelli usa o termo independência para expressar a ideia de</p><p>que o título se torna independente e não precisa de mais nada para fazer valer o que</p><p>dele consta.</p><p>Ambos estão dizendo a mesma coisa: que o título obriga por si, independente-</p><p>mente da relação jurídica original.</p><p>No caso dos títulos causais, como a duplicata, o título está vinculado à sua origem e</p><p>se obriga por ela. Ou seja, a obrigação expressa no título está diretamente relacionada à</p><p>transação original que deu origem ao título. Portanto, a execução do título está condi-</p><p>cionada ao cumprimento da obrigação original.</p><p>30m</p><p>9www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Características de título de crédito</p><p>Código Civil</p><p>Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.</p><p>Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada,</p><p>mediante a sua simples apresentação ao devedor.</p><p>Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circu-</p><p>lação contra a vontade do emitente.</p><p>Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pes-</p><p>soal, ou em nulidade de sua obrigação.</p><p>Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.</p><p>Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter</p><p>do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pa-</p><p>gamento das despesas.</p><p>10www.grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito Autonomia Abstração e Independência</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente de-</p><p>sapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir que sejam</p><p>pagos a outrem capital e rendimentos.</p><p>Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste</p><p>artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato.</p><p>� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor EDILSON ENEDINO.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-</p><p>tura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO - CARACTERÍSTICAS</p><p>Em continuidade ao estudo das características dos títulos de crédito, é importante</p><p>lembrar que na evolução histórica desses títulos houve, primeiro, uma intenção, por</p><p>questões de segurança, de circular</p><p>papéis que garantissem o pagamento em dinheiro</p><p>em que a finalidade era somente essa: ao invés de circular (transferir) dinheiro, circular</p><p>(transferir) papel.</p><p>Por exemplo, o comprador ao adquirir produtos, ao invés de entregar moedas para</p><p>o vendedor, entregava uma letra escrita, num papel escrito, de câmbio, para troca por</p><p>moeda por aquele sujeito, isso ocorria na primeira fase, a italiana, sendo essa a finali-</p><p>dade do título de crédito. É evidente que houve variações dentro da fase italiana.</p><p>Dessa forma, também houve a fase francesa que é quando título passa a circular</p><p>mesmo no lugar dos valores que estão guardados em uma casa de custódia (dos bancos).</p><p>Assim, no lugar de apenas efetuar o pagamento e o vendedor ir buscar o dinheiro na casa</p><p>de custódia, ou seja, junto ao sacado, passou-se a utilizar esse título e transferi-lo de</p><p>pessoa para pessoa até que uma delas quisesse ir buscar o dinheiro na casa de custódia,</p><p>após o vencimento, porque, inicialmente o título era à vista, pois o vendedor levava o</p><p>título ao sacado e à vista do título, o sacado pagava para o vendedor o valor da merca-</p><p>doria que ele vendeu.</p><p>Nesse sentido, com o tempo, podendo o papel circular no lugar das moedas, se esta-</p><p>beleceu também a possibilidade de colocar a data de vencimento. Ou seja, o papel cir-</p><p>cula e ele será pago com uma moeda que ainda não é do devedor do título que irá trazer</p><p>a moeda e levará ao sacado para que ele possa pagar. Essa é, portanto, a fase francesa</p><p>em que se admite essa possibilidade de circulação do título que, uma vez apresentado ao</p><p>sacado, por quem quer que seja, o sacado pagaria para aquela pessoa.</p><p>Ademais, na fase alemã, há a ideia de que o título passa a incorporar em si mesmo</p><p>um direito, que é aquela moeda que está guardada em algum lugar. Então, quem está</p><p>transferindo um título está transferindo um pedaço de papel que obriga por si, ou seja,</p><p>independentemente do que aconteceu na origem, independentemente se a mercadoria</p><p>está sendo entregue, independentemente de se estar satisfeito com o produto, o título</p><p>passa a circular e valer o que está nele, de forma autônoma, abstrata e independente do</p><p>que gerou esse título.</p><p>A partir de então, as legislações foram sendo aprimoradas para darem a esse título a</p><p>efetividade que se espera dele e para que ele, com eficiência, satisfaça obrigações com</p><p>essa característica maior: obrigar por ele e não pelo que o originou, o que vai gerar diver-</p><p>sas consequências.</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Assim, para melhor situar legalmente o título de crédito, importa dizer que ele foi</p><p>trazido para o direito cambiário e para o direito empresarial, afastando-se do direito</p><p>civil, justamente porque, no direito civil, há uma vinculação eterna e constante entre as</p><p>obrigações assumidas e aquilo que gerou aquela obrigação. Ou seja, é possível sempre</p><p>discutir se o valor é devido ou não, independentemente da pessoa ter assinado um papel</p><p>dizendo que iria pagar por aquele papel ou o que aconteceu ou o que acontece no mundo</p><p>dos fatos pode influenciar o pagamento do título, bem como o que aconteceu na for-</p><p>mação da obrigação, do cumprimento da obrigação e até no exaurimento da obrigação</p><p>pode influenciar também o pagamento da obrigação quando se está no direito civil.</p><p>Para que esse título de crédito pudesse ter a confiabilidade necessária para transi-</p><p>tar com a velocidade que necessita também dentro do direito das obrigações, do mundo</p><p>dos fatos, trazer para o direito empresarial seria a melhor alternativa para poder, justa-</p><p>mente, a autonomia ser prestigiada. Por exemplo, se alguém deve algo, numa obrigação</p><p>do mundo dos fatos, do mundo civil, havendo qualquer evento, poderá ser utilizado para</p><p>discutir, basta trazer o elemento para discussão naquela obrigação e, às vezes, alterá-la.</p><p>Entretanto, no direito cambiário não acontece assim. Caso a obrigação de pagar é</p><p>colocada em um título de crédito, não interessa mais o que aconteceu no mundo dos</p><p>fatos. O título de crédito terá que ser pago e, eventualmente, se alguém teve prejuízo,</p><p>irá contra quem, no mundo dos fatos, lhe causou o prejuízo.</p><p>O Código de Direito do Consumidor traz uma novidade ao estabelecer que há uma</p><p>conexão entre o contrato principal e o tipo de pagamento utilizado. Assim, a legislação</p><p>consumerista diz que se junto da aquisição do produto se adquiriu também um contrato</p><p>de mútuo, esse mútuo foi contratado para cumprir a obrigação ou para pagar aquela</p><p>obrigação na aquisição de bem. Qualquer vício na aquisição do bem também leva ao vício</p><p>do título do contrato de financiamento e, nesse caso, o financiador e a empresa que</p><p>vendeu o produto discutirão entre eles.</p><p>Destaca-se que o cheque pós-datado, e só ele, quando utilizado no negócio jurídico</p><p>por um consumidor, junto a um fornecedor que, de alguma maneira não entrega o bem</p><p>e não cumpre o contrato, o emitente do cheque, o consumidor devedor, poderá alegar</p><p>essa exceção contra os terceiros que quiserem cobrar dele. Isso porque a nulidade e o</p><p>descumprimento do contrato principal dá ao emitente do cheque pós-datado o direito</p><p>também de não cumprir o que colocou no título de crédito. Essa é a última mitigação,</p><p>diga-se, assim, que a legislação criou contra a autonomia.</p><p>Dessa forma, trazer o direito cambiário para o direito empresarial é trazer esse</p><p>direito para um cenário onde as obrigações são respeitadas pelo que se está no papel.</p><p>Nesse sentido, os títulos de crédito nascem e convivem contemporaneamente com</p><p>as necessidades dos comerciantes no exercício de suas atividades. Tais títulos são tão</p><p>necessários aos comerciantes porque dão ao consumidor uma espécie de elasticidade da</p><p>5m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>moeda que eles têm, pois, apesar de não terem dinheiro para comprarem um produto,</p><p>naquele momento, podem comprar parceladamente, emitir seis títulos de crédito, por</p><p>exemplo, adquirirem o bem e o quitarem parceladamente. Assim, o comerciante conse-</p><p>gue vender, tem mais clientela para comprar o seu produto e, como a obrigação é colo-</p><p>cada em título de crédito, esse comerciante tem como fazer desse título, que vencerá no</p><p>futuro, dinheiro e conseguirá, então, vendê-lo com desconto.</p><p>Inclusive, as operações de factoring, das empresas simples de crédito, trabalham jus-</p><p>tamente com a ideia de compra desse recebível futuro. Factoring, as empresas simples</p><p>de crédito, e também as instituições financeiras, que tem o setor que cuidam disso,</p><p>trabalham com a compra de recebíveis futuros. Isso é bom para a instituição que o faz,</p><p>pois ganhará nos juros que ela desconta quando compra esses títulos. Também será bom</p><p>para o comerciante que antecipa aquele recebível de seis meses para agora, porque é</p><p>possível colocá-lo em capital de giro para gerar mais renda e mais riqueza.</p><p>Dessa maneira, a evolução dos títulos de crédito está umbilicalmente ligada à evolu-</p><p>ção do comércio e do direito comercial, porque a medida que o comércio foi expandindo,</p><p>mais se precisou utilizar título de crédito e mais características esse título de crédito foi</p><p>ganhando até se tornar o que ele é hoje – títulos eletrônicos – (documento necessário</p><p>para o exercício do direito literal e autônomo nele contido).</p><p>Destaca-se que a cartularidade está na expressão “documento necessário”, a litera-</p><p>lidade também está no conceito de título de crédito e, quando se diz autônomo, quer</p><p>dizer “vida própria” que também está no conceito de título de crédito, porque ele ganha</p><p>autonomia já quando é criado, visto que não se vincula mais a origem. Caso ele não cir-</p><p>cule, o credor, de fato, poderá alegar contra o devedor exceções pessoais porque se o</p><p>título não circula, o credor e devedor do título são os mesmos</p><p>credores e devedores da</p><p>relação originária.</p><p>A matéria dos títulos de crédito não é regulada pelo direito civil, na medida em que</p><p>possuem princípios próprios que os aproximam mais do direito empresarial (é o cha-</p><p>mado “CALIFA”, que significa cartularidade, autonomia, literalidade, independência, for-</p><p>malismo e abstração). Esses princípios que se aplicam ao título de crédito direcionam</p><p>muito mais para a seara do direito empresarial, onde se prestigia o que foi acordado e</p><p>documentado entre as partes e a seara do direito civil onde a preocupação maior está</p><p>na funcionalidade do contrato, ou seja, está na ideia de que o contrato deve atender à</p><p>função que cada uma das partes esperava dele. E, diante disso, o contrato pode ser revi-</p><p>sado para se adequar a essa função.</p><p>Enquanto isso, no título de crédito, não importa se a função está ou não sendo aten-</p><p>dida, pois se o devedor assumiu pagar uma obrigação em um título de crédito, ele tem</p><p>que cumprir o que está no título de crédito. E se a funcionalidade não está sendo atin-</p><p>10m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>gida, ele paga o título e se volta contra a pessoa que deveria lhe garantir aquela funcio-</p><p>nalidade, salvo algumas exceções que a autonomia é mitigada.</p><p>A regulamentação dos títulos de crédito deve guardar sintonia com a legislação</p><p>internacional (cosmopolita), já que as relações comerciais não são apenas nacionais, e</p><p>os títulos circularão além da fronteira brasileira. É importante elucidar que pode se ter</p><p>títulos de crédito vendidos em qualquer lugar do mundo, assim como podem ser com-</p><p>prados títulos de crédito em qualquer lugar do mundo, especialmente aqueles países</p><p>que aderiram à Lei Uniforme de Genebra, onde se estabeleceu regras básicas para os</p><p>títulos de crédito. Então, quando se tem, no Brasil, respeito à cartularidade, à autono-</p><p>mia e à literalidade e se faz valer o que está no título, é como se estivesse dizendo para</p><p>quem quisesse comprar o título, em qualquer lugar do mundo, que a legislação brasileira</p><p>tratará esse título como sendo um título que tem que ser honrado, tem que ser pago</p><p>pelo seu devedor. E, mais, esse devedor não pode reclamar perante o portador exceções</p><p>que ele tenha com fundamento em relações anteriores naquele título. Eis aqui mais um</p><p>motivo para estar no direito empresarial.</p><p>Os títulos de crédito são transnacionais, não são emitidos só no Brasil porque uma</p><p>empresa pode emitir títulos em outro país para captar dinheiro na moeda daquele país</p><p>para fazer investimentos nele e é a coisa mais simples e comum do mundo de acontecer.</p><p>Pode acontecer também de nenhum brasileiro comprar um título só, todos que com-</p><p>pram são estrangeiros e estão confiando que a empresa brasileira, que está vendendo</p><p>título fora do país, irá respeitar e cumprir o que está no título, independente de eventual</p><p>problema na circulação ou outras relações jurídicas.</p><p>Caso o Brasil regulasse títulos de crédito à luz do direito civil, jamais admitiria a</p><p>inoponibilidade de exceções pessoais, por exemplo, pois a inoponibilidade impediria a</p><p>investigação da função social do contrato, do equilíbrio contratual e da dignidade da</p><p>pessoa humana na relação originária. Isso porque se é aplicado o direito civil, com seus</p><p>princípios, prestigia-se muito mais a relação factual, negocial, que gerou o título, que</p><p>o próprio título. E a agilidade do mercado e do comércio não consegue conviver com o</p><p>constante questionamento de não se saber se o título será honrado ou não, se o deve-</p><p>dor poderá evitar o pagamento daquele título etc. É como se pudesse questionar notas</p><p>verdadeiras de dinheiro, sem se saber se a nota teve origem ilícita, se a pessoa que pagou</p><p>cometeu crime e virão atrás da nota. Assim, se alguém obteve uma nota ilicitamente e</p><p>fez com ela um negócio jurídico, esse negócio será válido por quem recebeu e a pessoa</p><p>que recebeu ilicitamente que responderá perante a pessoa de quem ele subtraiu o valor</p><p>e perante o Estado. A nota não será maculada pela obrigação ou pela situação ilícita que</p><p>fez com que ela fosse parar nas mãos daquele sujeito. Em suma, o título de crédito nada</p><p>tem a ver com eventuais condutas pessoais.</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Já o direito cambiário mundial, lastreado na característica da autonomia do título de</p><p>crédito, impõe a necessidade de se conferir credibilidade e existência distinta do título</p><p>em relação à sua origem, tratado dessa forma no mundo inteiro. Por exemplo, quando</p><p>uma empresa lança um título executivo do tipo debênture, nota promissória sofisticada,</p><p>emitida pela S/A que o faz para vender no mercado, na bolsa de valores. Portanto, a S/A</p><p>promete pagar por aquele título determinado valor. Quando esse título é emitido para,</p><p>por exemplo, captar dinheiro para a S/A construir mais um galpão ou mais uma indústria</p><p>que necessite. Caso ela não consiga e advenha até proibição do Estado de criar aquele</p><p>tipo de indústria, o fato de se frustrar a finalidade para qual foram emitidas as debên-</p><p>tures, não retira da S/A a obrigação de pagá-la, mesmo que aconteça o Fato do Príncipe,</p><p>o que fará a S/A resgatar as debêntures e entrará contra quem de direito, o Estado,</p><p>contra o prejuízo que sofreu, porque não há como manter uma relação com a origem se</p><p>se deseja um título de crédito ágil e confiável, com credibilidade. O que é incompreen-</p><p>sível no cível e imprescindível no empresarial, pois a agilidade das relações empresariais</p><p>não combina com as intermináveis especulações teóricas inspiradas na moderna legisla-</p><p>ção e na hermenêutica civil.</p><p>Não se trata de uma crítica ao direito civil porque os objetos são diferentes. No direito</p><p>empresarial, o objeto é cuidar da escassez enquanto o direito civil está preocupado em</p><p>cuidar das diferenças humanas que podem gerar atritos. Então, as soluções do direito</p><p>civil podem ser bem personalíssimas, diferentes para cada caso, porque atenderão as</p><p>circunstâncias que envolvem aquele caso, a função social do contrato, a dignidade da</p><p>pessoa humana e a boa-fé objetiva naquele caso específico. Não significa que isso não</p><p>será feito no título de crédito, só que se faz esse título de crédito preservando a auto-</p><p>nomia do título, o atual portador.</p><p>Dessa maneira, o tratamento pelo direito empresarial consegue prestigiar os prin-</p><p>cípios próprios, cambiais, sem a contaminação por princípios que não estão vincula-</p><p>dos à ideia de previsibilidade, de caráter cosmopolita, à ideia de certeza de que o título</p><p>será cumprido.</p><p>NATUREZA DO TÍTULO DE CRÉDITO</p><p>O título de crédito é um bem móvel regido pelos princípios que conduzem os bens</p><p>móveis. Por isso, a posse do título de crédito equivale à propriedade (art. 24 da Lei n.</p><p>7.357/1985). Ou seja, quem tem a posse do cheque é titular do valor que ali consta. E,</p><p>como é um bem móvel, transfere-se pela tradição. É claro que, hoje, por força de lei, há</p><p>a necessidade de alguns títulos circularem sempre de forma nominativa. Isso tem a ver</p><p>com política pública que visa tentar identificar a evasão fiscal, as práticas ilícitas de pes-</p><p>soas que tem fortuna e que se declaram isentas de imposto de renda, por exemplo. Por</p><p>15m</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>isso, quando se trabalha com títulos nominativos, é possível rastrear e saber quem é o</p><p>titular daquela riqueza que não está sendo declarada.</p><p>Essa natureza móvel facilita a circulação dos títulos de crédito, agilizando a trans-</p><p>missão das riquezas que se dá por meio da simples tradição. Assim, o titular do crédito</p><p>que consta no título de crédito é aquele que tem a posse desse título, presumindo-se</p><p>proprietário.</p><p>Há várias consequências na posse do título que, se estiver com o credor, confirma</p><p>que o título não foi pago, ainda, e, se estiver com o devedor, prova que o título foi qui-</p><p>tado. Dessa maneira, quem tem a posse tem a propriedade e quem a propriedade tem</p><p>os direitos de usar, fruir, dispor e perseguir o que está no título. Assim, se quem tem a</p><p>posse é o credor, ele tem o direito de cobrar, se quem tem a posse é o devedor, ele tem</p><p>o direito de afirmar que aquela obrigação está quitada porque aquela posse implica em</p><p>propriedade.</p><p>Dessa forma, a posse do título de crédito pelo credor faz presumir que ele ainda não</p><p>foi pago. Já a posse do título pelo devedor faz presumir que ele foi quitado. Apesar da</p><p>lógica, a lei reafirma isso.</p><p>NATUREZA “PRO SOLVENDO”</p><p>A natureza pro solvendo quer dizer que quando alguém paga a obrigação com um</p><p>título de crédito, a quitação dessa obrigação não se dá no instante em que o título de</p><p>crédito é entregue. A quitação, portanto, estará a depender do efetivo pagamento do</p><p>título, considerando quitada a obrigação paga com o título quando o título também</p><p>é quitado.</p><p>Por exemplo, há uns 30 anos, pagava-se a mensalidade de escola, por meio de boleto,</p><p>indo até um banco que, às vezes, era o banco do boleto, e, se não fosse, apresentava-</p><p>-se o cheque no exato valor do boleto. No boleto havia uma afirmação dizendo assim:</p><p>“em caso de pagamento com cheque, a quitação se dará com a compensação do refe-</p><p>rido documento”. Ou seja, só depois de quitado o cheque é que está quitada a obrigação</p><p>originária.</p><p>Dessa forma, o cheque é um meio de pagamento pro solvendo e não pro soluto, pois</p><p>quando se entrega um título pagando uma dívida, a quitação daquela dívida não se dá</p><p>quando se entrega o título, mas sim quando ele é efetivamente pago.</p><p>Admitindo que há um contrato a justificar a emissão do título, por exemplo de compra</p><p>e venda, e que de tal contrato surgem duas obrigações, de entregar algo e de pagar o</p><p>preço, caso o comprador emita um título de crédito (um cheque, por exemplo), surge a</p><p>questão sobre os efeitos da emissão sobre a obrigação anterior, contratualmente assu-</p><p>mida. Ou seja, essa emissão e entrega do título ao vendedor quita a obrigação que está</p><p>20m</p><p>7www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>sendo paga ou depende do pagamento do título? A resposta genérica para tal questio-</p><p>namento depende.</p><p>Os títulos de crédito não possuem o poder liberatório da moeda, transmitindo-se</p><p>pro solvendo, ou seja, a obrigação que lhe deu origem só será extinta com o efetivo paga-</p><p>mento do título. Não constituem, pois, novação: a cambial e a originária, coexistem. Com</p><p>a quitação do título, se terá a quitação da obrigação originária. Então, o pagamento do</p><p>título de crédito não produz novação da obrigação e não quita instantaneamente aquela</p><p>obrigação para surgir só no título e valer só no título.</p><p>Destaca-se que haverá mitigações. Por exemplo, se uma dívida de R$ 1.000,00 é paga</p><p>com um cheque para daqui a 30 dias, essa dívida estará quitada no momento em que se</p><p>entrega o cheque ou se desconta no banco (recebe o valor do cheque no banco). Então,</p><p>não se está liberado da obrigação originária só porque entregou o título, pois é preciso</p><p>que o título seja quitado.</p><p>Outro exemplo é comprar a bicicleta com o título de R$ 1.000,00 e se determinar que</p><p>só será entregue o bem quando o preço for pago. A entrega da bicicleta não significa</p><p>que ela está quitada, porque não se sabe se o título será pago daqui a 30 dias. Então, a</p><p>bicicleta será retida até que o cheque seja pago. Uma vez o cheque sendo compensado</p><p>e pago pelo banco, surge o direito unilateral de exigir a bicicleta e, por outro lado, surge</p><p>a obrigação unilateral de entregar a bicicleta porque já se recebeu o valor. Não se pode</p><p>dizer, em princípio, que se o cheque não foi compensado, não houve efetivamente o</p><p>pagamento, não se podendo dizer também que uma obrigação foi cumprida e exigir que</p><p>o outro cumpra a dele. Pode-se exigir, então, que o título seja quitado para depois cum-</p><p>prir a outra parte da entrega do bem.</p><p>A entrega do título, portanto, constitui um princípio de pagamento, mas não efe-</p><p>tivamente um pagamento. Desse modo, se o cheque emitido pelo comprador, no con-</p><p>trato de compra e venda, for destruído, resta ao vendedor exigir o pagamento do preço</p><p>com base no contrato. Por exemplo, no mesmo caso da bicicleta, se houve um incêndio</p><p>no escritório em que o cheque está guardado e queimar o cheque, poderá ser exigido</p><p>o pagamento do preço com base no contrato. Então, não estará quitada a obrigação</p><p>enquanto não estiver quitado o título. O pagamento, será pro solvendo.</p><p>Existem exceções que caem bastante em prova. Por exemplo, nos casos em que há</p><p>quitação expressa, o título de crédito assume a característica de pro soluto. Contudo,</p><p>não se presume a novação, devendo existir manifestação expressa de quitação. Caso o</p><p>pagamento seja feito com o cheque e no contrato seja dada quitação expressa, esse rece-</p><p>bimento do cheque foi feito como recebimento pro soluto. Agora, a obrigação é pagar</p><p>o cheque, e não mais o produto. Por exemplo, na compra de um bem imóvel, pagando</p><p>com um cheque, ao invés de aguardar a quitação do título para confirmar o pagamento</p><p>daquele bem imóvel e, no lugar, der a quitação expressa na escritura, têm-se o paga-</p><p>25m</p><p>8www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>mento pro soluto e a novação da obrigação, não se podendo desfazer o negócio alegando</p><p>que não recebeu, já que foi dada quitação expressa (trocada pela obrigação que consta</p><p>no título de crédito).</p><p>Já nos casos em que o título de crédito, como o cheque emitido à vista, mas apresen-</p><p>tado ao banco após o prazo de apresentação, deve ser considerado pro soluto. Caso seja</p><p>dado um cheque à vista e não seja apresentado ao sacado no prazo legal, estará sendo</p><p>dada quitação da obrigação originária e, pelo fato de não ter apresentado o cheque</p><p>dentro do prazo de apresentação, terá o direito de cobrar apenas o cheque. Assim, não</p><p>terá mais o direito de querer desfazer o negócio por falta de pagamento.</p><p>Dessa forma, no pro solvendo, a entrega do título para o credor não quita a obri-</p><p>gação de pagar. Essa quitação só se dará quando for quitado o título. A consequência</p><p>básica disso é que se é pro solvendo e não está quitada a obrigação de quem entregou o</p><p>título, em tese, é possível desfazer o negócio. Mas, se for pro soluto, a obrigação estará</p><p>quitada e não se poderá desfazer o negócio, só se pode cobrar o título. Quando o meio</p><p>de pagamento é pro soluto, vai restar apenas o título no lugar da cobrança da obrigação</p><p>originária.</p><p>A principal finalidade dos títulos de crédito, hoje, é facilitar a circulação do crédito,</p><p>antecipando o acesso a recursos que só seriam recebidos no futuro. É o que os empresá-</p><p>rios fazem quando vendem a prazo (negociam recebíveis com desconto).</p><p>A transferência do crédito é protegida pelas características de que se revestem os</p><p>títulos de crédito. Então, a negociabilidade está garantida pelas características cambiá-</p><p>rias, principalmente autonomia. Eis o porquê da expressão “cambiariedade” dos títulos</p><p>de crédito, sendo entendida como a possibilidade de mudança de credor, sem necessi-</p><p>dade de anuência do devedor.</p><p>Os títulos de crédito, assim, podem circular facilmente, por endosso ou tradição,</p><p>embora nem sempre o façam (tem credor que espera o vencimento para receber dire-</p><p>tamente). A lei permite, em casos pontuais, limitações à circulação dos títulos de cré-</p><p>dito, por exemplo, o art. 11 da LUG, que estabelece a cláusula não à ordem, que significa</p><p>que o emitente de um título manda pagar ao beneficiário determinado valor e insere a</p><p>expressão “não à ordem”, o que quer dizer</p><p>que pagará para quem ele negociou. Caso haja</p><p>endosso (passar adiante), a pessoa não pagará a esse terceiro, mas se tiver a cláusula</p><p>não à ordem, não impede de endossar; no entanto, o endosso terá efeito cessão civil de</p><p>crédito.</p><p>Assim, quando a cláusula não à ordem é colocada e há esse endosso, o que se trans-</p><p>fere é o crédito que se tem, mas esse crédito depende do cumprimento da obrigação</p><p>dele junto ao emitente. Caso não se coloque a cláusula não à ordem e se determine pagar</p><p>ao beneficiário ou a quem ele indicar, se for indicado um terceiro, contra esse terceiro</p><p>não se pode alegar nenhuma exceção pessoal, mas contra o beneficiário pode alegar. E,</p><p>30m</p><p>9www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>se colocar a cláusula não à ordem, tudo que alegar contra o beneficiário pode-se alegar</p><p>contra o terceiro.</p><p>OBRIGAÇÃO QUESÍVEL</p><p>O credor tem o dever de buscar o seu crédito junto ao devedor, no vencimento. Em</p><p>toda relação obrigacional, uma das partes deve tomar a iniciativa para o cumprimento</p><p>da obrigação. Nos títulos de crédito, essa iniciativa incumbe ao credor porque é ele que</p><p>tem que apresentar o título para o aceite ou pagamento. É o credor que quer receber e</p><p>é ele que vai à porta do devedor para cobrá-lo. Não é o devedor que tem que oferecer o</p><p>pagamento.</p><p>Observe os artigos 921, 922, 923, 924, 925 e 926 do Código Civil Brasileiro:</p><p>Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no</p><p>registro do emitente.</p><p>Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emiten-</p><p>te, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.</p><p>Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que con-</p><p>tenha o nome do endossatário.</p><p>§ 1º A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma</p><p>vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do</p><p>endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante.</p><p>§ 2º O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o</p><p>direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade</p><p>das assinaturas de todos os endossantes.</p><p>§ 3º Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o</p><p>adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do</p><p>novo título constar no registro do emitente.</p><p>Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em</p><p>à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa.</p><p>Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a</p><p>transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes.</p><p>Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só</p><p>produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente aver-</p><p>bação no registro do emitente.</p><p>Destaca-se, como dito no art. 921 do CC/02, supra, que o título nominativo é aquele</p><p>em que o emitente lança o nome dele no seu cadastro para saber que pagará para</p><p>aquela pessoa.</p><p>Também, como trazido no art. 922 do CC/02, acima, onde se está registrado, no livro,</p><p>o nome de quem é o atual beneficiário do título, caso queira fazer a transferência, deverá</p><p>fazer um termo no livro para dizer quem é o novo beneficiário.</p><p>10www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito - Características</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Ademais, segundo o art. 923 do CC/02, no próprio título, podem ser feitas transfe-</p><p>rências (endosso). Nesse sentido, o título nominativo, diferente do nominal, é aquele</p><p>que, além de identificar no título quem é o beneficiário, tem que ter um registro no</p><p>cadastro do emitente, que deverá saber com quem está aquele título. Então, a transfe-</p><p>rência é feita mediante termo nesse registro do emitente. Pode ser feito por endosso,</p><p>mas, para poder valer contra o emitente, tem que se averbar aquele endosso no livro</p><p>do emitente.</p><p>Quando se trata de título nominativo e haja uma cadeia de endossos, o último porta-</p><p>dor pode levar ao emitente para que ele lance todos os endossos para saber quem foram</p><p>os endossantes, proprietários anteriores (art. 923, § 2º, do CC/02).</p><p>Ademais, caso se saiba quem é o primeiro sujeito do título (nominado), o último por-</p><p>tador pode solicitar ao emitente que elimine aquele título e se emita um direto para ele,</p><p>para que ele seja o primeiro proprietário do título, o que é uma desvantagem já que para</p><p>cobrar dos demais é mais difícil (923, § 3º, do CC/02).</p><p>Ainda, o último proprietário do título pode requerer que ele seja transformado em</p><p>título à ordem, ou seja, que ele possa indicar novos beneficiários sem precisar formalizar</p><p>esses novos proprietários no registro do emitente (art. 924 do CC/02).</p><p>Também, caso o emitente de boa-fé tenha o quinto endossatário solicitando a emis-</p><p>são de título direto para ele, o emitente ficará exonerado de qualquer responsabilidade</p><p>se se observou a cadeia de endosso e emitiu um título novo em nome do último benefi-</p><p>ciário (art. 924 do CC/02).</p><p>Por fim, qualquer medida que venha do juiz ou qualquer negócio que envolva o título</p><p>só terá eficácia perante o emitente e também erga omnes se também constar no regis-</p><p>tro do emitente.</p><p>35m</p><p>��������������������������������������������� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula</p><p>preparada e ministrada pelo professor Edilson Enedino.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-</p><p>teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela</p><p>leitura exclusiva deste material.</p><p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito – Solidariedade e Letra de Câmbio</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO – SOLIDARIEDADE E LETRA</p><p>DE CÂMBIO</p><p>A AULA TRATA SOBRE SOLIDARIEDADE, TANTO CAMBIÁRIA QUANTO CIVIL E SUAS</p><p>DIFERENÇAS, E SOBRE AS LETRAS DE CÂMBIO, ENVOLVENDO A LEI UNIFORME DE</p><p>GENEBRA (LEI N. 57.663/1966) E A LEI N. 10.406/2002.</p><p>O título de crédito deve circular, a princípio, por endosso, e deve ser nominal.</p><p>Exemplo:</p><p>Se uma pessoa tem um título entre A e B, com relação jurídica, e obrigação de A</p><p>pagá-lo para B, se B colocar um avalista, serão três pessoas no título.</p><p>Caso B endosse para B1, criará uma relação jurídica autônoma com cada um deles:</p><p>com o endossante, com o emitente e com o avalista do emitente.</p><p>Quanto mais pessoas entram em um título, maior se torna a garantia do pagamento,</p><p>pois, aquele que chega tem direito contra o devedor principal, e é garantido pelos demais,</p><p>a não ser que, no endosso, o sujeito inclua a cláusula “sem garantia”, o que o faz apenas</p><p>ter o efeito de transferência do título, sem se coobrigar.</p><p>Na solidariedade cambiária, as garantias são acumuladas. Se o beneficiário originário</p><p>pagar a dívida, ele não pode se voltar contra quem está depois, cada pessoa que está ali</p><p>responde pela dívida inteira.</p><p>Art. 47. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos</p><p>solidariamente responsáveis para com o portador. (redação da Lei Uniforme de Ge-</p><p>nebra – Lei n. 57.663/1966)</p><p>O credor pode exigir, de qualquer um dos coobrigados, o pagamento da integralidade da</p><p>dívida. Para simplificar a regra da solidariedade cambiária, basta dizer que toda pessoa que</p><p>lançar sua assinatura no título de crédito se obrigará ao pagamento dele, de forma autô-</p><p>noma. Há, no entanto, diferenças entre a solidariedade civil e a solidariedade cambiária.</p><p>SOLIDARIEDADE CIVIL SOLIDARIEDADE CAMBIÁRIA</p><p>Obrigação com causa comum Obrigação com causa distinta – autonomia</p><p>Unidade de prestação Pluralidade de prestações</p><p>Codevedor que paga tem regresso contra</p><p>todos os demais</p><p>Nem todos os codevedores terão direito de</p><p>regresso</p><p>O direito de regresso é contra todos os code-</p><p>vedores</p><p>O direito de regresso é apenas contra os</p><p>codevedores anteriores</p><p>Direito de regresso limitado à quota-parte de</p><p>cada codevedor</p><p>Direito de regresso de todo o valor desembol-</p><p>sado contra qualquer codevedor</p><p>5m</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito – Solidariedade e Letra de Câmbio</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Na solidariedade civil, tanto a obrigação do devedor principal quanto a do fiador</p><p>têm um fundamento comum: negócio jurídico subjacente. Na solidariedade cambiária,</p><p>o negócio jurídico subjacente não é o motivo comum para todos os devedores solidá-</p><p>rios. Quando o beneficiário se coobriga, a causa dessa coobrigação é um negócio com o</p><p>endossatário, mas não com o emitente. As causas que levam à solidariedade cambiária</p><p>são distintas.</p><p>Na solidariedade civil, quando alguém cumpre sua obrigação como devedor solidário,</p><p>tem uma única prestação e irá direto no devedor principal ressarcir o crédito. Na cam-</p><p>biária, há várias prestações entre o atual portador do título e o devedor final.</p><p>Na solidariedade cambiária, quem paga não tem o direito de cobrar de todos, só de</p><p>quem está antes dele. Na civil, sim, e recebe a parcela devida por cada fiador.</p><p>A banca pode fazer uma pergunta aberta, como: “A solidariedade cambiária atinge todos</p><p>os codevedores do título?”. Cuidado! Atinge todos os codevedores anteriores àquele que</p><p>está cobrando o título. No caso de uma sociedade em contrato civil, todos os codevedores</p><p>serão alcançados.</p><p>Teorias sobre o momento da obrigatoriedade do título de crédito</p><p>Os títulos de crédito contêm obrigações regidas pelas leis cambiárias e pelos prin-</p><p>cípios próprios deste ramo do Direito. Contudo, há uma relação jurídica obrigacional</p><p>básica (originária) entre o emitente e o beneficiário. Várias teorias foram formuladas</p><p>para explicar a natureza jurídica da obrigação cambiária, entre as quais ganham desta-</p><p>que a teoria da criação e a teoria da emissão. Existe, também, a teoria mista.</p><p>Enquanto a teoria da criação contenta-se com a confecção do título para dizer que</p><p>quem confeccionou já está obrigado, a teoria da emissão exige que esse título tenha sido</p><p>confeccionado, mas se deu com a intenção de se obrigar cambiariamente, não uma con-</p><p>fecção aleatória.</p><p>Teoria da criação</p><p>Segundo ela, o direito deriva da criação do título. Aquele que subscreve o título dispôs</p><p>de um bem que compõe o seu patrimônio. Assim, a obrigação cambiária se aperfeiçoa</p><p>com a criação do título, isto é, com a simples assinatura do devedor. A forma pela qual o</p><p>título saiu das mãos do seu criador não interessa para a teoria da criação – o que importa</p><p>é apenas a declaração da vontade da criação do título. Entende-se, contudo, que a efi-</p><p>cácia do título ficaria subordinada à sua posse por um credor.</p><p>10m</p><p>15m</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito – Solidariedade e Letra de Câmbio</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Exemplo:</p><p>Um professor de matemática solicita que os pais de seus alunos os ajudem a fazer</p><p>uma nota promissória, para exemplificar como deve ser feita. Esse título pode não ter</p><p>validade, mas, se ele entrar em circulação, pode começar a ter.</p><p>Teoria da emissão</p><p>Sustenta que, do ato de criação, ou seja, de assinatura do título, não pode surgir vín-</p><p>culo algum, porque a subscrição não revela ainda a vontade de se obrigar. Somente com</p><p>a emissão, seja por ato unilateral, seja por tradição, surgirá a obrigação do subscritor.</p><p>Sem emissão voluntária, não surge o vínculo, isto é, sem que o emitente tenha, de fato,</p><p>a intenção de se obrigar, não surgirá a obrigação. Caso o título seja posto fraudulenta-</p><p>mente em circulação, não subsistirá a obrigação.</p><p>Teoria da criação/emissão</p><p>Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de</p><p>boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação. (redação da</p><p>Lei n. 10.406/2002)</p><p>Exemplo:</p><p>Se a nota promissória, do exemplo anterior, foi nominativa ao professor e ele a endos-</p><p>sou para um terceiro, só poderá ser reivindicada se houver provas que esse terceiro agiu</p><p>de má-fé. Essa teoria dá segurança ao credor.</p><p>Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada,</p><p>mediante a sua simples apresentação ao devedor.</p><p>Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circula-</p><p>ção contra a vontade do emitente. (redação da Lei n. 10.406/2002)</p><p>Quando se trata de duplicata, que é um título causal, o sacado, quando recebe para</p><p>dar aceite, pode reter e devolver um comunicado dizendo que irá pagar no vencimento.</p><p>Ou seja, o sacado só aceita se quiser e, se aceitar, está assumindo a obrigação cambiária.</p><p>Para o sacador é a teoria da criação, pois ele se obriga, mas imaginando que o sacado vai</p><p>pagar, logo, para o sacado é a teoria da emissão. Por isso, é chamado de teoria mista.</p><p>TÍTULOS DE CRÉDITO – LETRA DE CÂMBIO</p><p>Segundo Fran Martins, a letra de câmbio é uma ordem dada por uma pessoa (desig-</p><p>nada sacador), por escrito, a outra pessoa (denominada sacado), para que pague a um</p><p>beneficiário indicado, ou à ordem deste, determinada importância em dinheiro. Logo, a</p><p>letra de câmbio exige a presença de três elementos pessoais (subjetivos): sacador (que</p><p>dá a ordem de pagamento), sacado (a quem a ordem é dirigida) e o tomador ou benefi-</p><p>20m</p><p>25m</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito – Solidariedade e Letra de Câmbio</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>ciário (em favor de quem o pagamento deve ser feito), que podem corresponder a três</p><p>pessoas, a duas pessoas ou a apenas uma pessoa.</p><p>Exemplo:</p><p>Sacador dando ordem de câmbio a um sacado, para que esse sacado pague a um</p><p>beneficiário, determinada quantia em dinheiro em determinada data. Se faltar data,</p><p>é à vista.</p><p>Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e</p><p>autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenche os requisitos da lei.</p><p>(redação da Lei n. 10.406/2002)</p><p>Ou seja, para poder obrigar, precisa preencher os requisitos legais. Esse preenchi-</p><p>mento não se dá no momento da confecção do título, mas no momento da cobrança</p><p>do protesto.</p><p>Súmula 387 do STF. A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode</p><p>ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.</p><p>Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido</p><p>de conformidade com os ajustes realizados.</p><p>Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que</p><p>deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se</p><p>este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. (redação da Lei n. 10.406/2002)</p><p>Letra de Câmbio R$1.000,00</p><p>CADO (sacado), pague por esta</p><p>letra de câmbio, em 25/07/2014,</p><p>o valor de um mil reais a MÉLVIO</p><p>(beneficiário), ou a sua ordem.</p><p>Brasília–DF, 21 de abril de 2014.</p><p>TOSCO (avalista)</p><p>TÍCIO (sacador)</p><p>Tício deve R$ 1.000,0 a Mélvio e</p><p>manda Cado pagá-los.</p><p>Supõe-se que Cado deva R$ 1.000,00</p><p>a Tício.</p><p>Mas não é preciso que exista tal</p><p>dívida para criar a letra.</p><p>ã</p><p>30m</p><p>30m</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Títulos de Crédito – Solidariedade e Letra de Câmbio</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Requisitos da</p><p>letra de câmbio:</p><p>Essenciais:</p><p>Não Essenciais:</p><p>Denominação letra de câmbio</p><p>Ordem incondicional de pagamento de</p><p>quantia determinada</p><p>Nome do sacado</p><p>Nome do beneficiário</p><p>Data do saque</p><p>Assinatura do sacador</p><p>Época do vencimento</p><p>Lugar do pagamento</p><p>Lugar do saque</p><p>Vencimento da letra</p><p>de câmbio</p><p>À vista ou contra-apresentação</p><p>A dia certo</p><p>A certo termo de data</p><p>A certo termo de vista</p><p>�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica</p>

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